Evolução Histórica dos Sistemas de Controlo de Gestão Período de 1950-1980 António de Oliveira [email protected] Jorge Barbosa [email protected] Patrícia Marques [email protected] Rosa Guedes Pinto [email protected] Resumo O objetivo deste trabalho é analisar, numa perspetiva histórica, a evolução dos sistemas de controlo de gestão implementados no período de 1950 a 1980, definido pela Management Accounting Association como Managerial Accounting Period. Descrevendo as suas origens, a sua definição, o seu processo de implementação e por fim as limitações verificadas. O primeiro sistema a ser implementado foi o Programming Planning and Budgeting System – PPBS, em 1960. Pretendia-se estabelecer uma ligação, para o curto, o médio e o longo prazo (Shick, 1966), entre os processos de planeamento, de programação e de orçamentação (Morse Jr., 1961; Weber, 1961; Irish, 1967; Feltes, 1976). Em 1973 foi implementado o sistema Management by Objectives – MBO. O sistema tem como característica a integração de todos os colaboradores da organização nos processos de planeamento, programação e de orçamentação, assegurando-se uma participação e responsabilização conjunta (Drucker, 1954; Tosi e Carroll, 1968; Shetty e Carlisle, 1975; Greenwood, 1981). Finalmente, o Zero-Base Budgeting – ZBB, implementado entre 1975 e 1977, é um sistema que propõe a justificação detalhada de todas as rubricas orçamentadas como ponto de partida para a afetação de recursos (Pyhrr, 1970 e 1976; Dirsmith e Jablonsky, 1979; Sherlekar e Dean, 1980). Neste trabalho, conclui-se que os sistemas de PPBS, MBO e ZBB evoluíram, a partir de concretizações práticas e como resposta às necessidades originadas pelo aumento da complexidade organizacional. Ao centrar-se numa perspetiva histórica permitiu não só perceber a evolução de cada um dos sistemas analisados como enquadrar a sua implementação ao longo do tempo e colocar questões que podem ser desenvolvidas em trabalhos posteriores. Palavra(s) Chave: Programming Planning and Budgeting System; Management by Objectives; Zero Base Budgeting; História da Contabilidade de Gestão; Práticas de Contabilidade de Gestão. 2 Introdução As alterações do ambiente competitivo e a crescente complexidade organizacional que ocorreram a partir dos anos 50 e que se acentuaram no início dos anos 60 originaram o descrédito nos sistemas de controlo de gestão até então em vigor (Davidson e Trueblood, 1961; Gaudion, 1968). A necessidade de ultrapassar as limitações verificadas, de acordo com House (1963), está na origem do desenvolvimento de sistemas alternativos, planeados e deliberados, com o objetivo de melhorar a eficiência da gestão. O objetivo deste trabalho é analisar, no período de 1950 a 1980, definido pela Management Accounting Association como Managerial Accounting Period1, quais os sistemas implementados, as suas origens, a sua definição, o seu processo de implementação e por fim as limitações verificadas. O primeiro sistema a ser implementado foi o Programming Planning and Budgeting System – PPBS, em 1960. Pretendia-se estabelecer uma ligação entre os processos de planeamento, de programação e de orçamentação (Shick, 1966). Esta ligação fundamentava-se na definição dos objetivos e dos custos associados para o curto, o médio e o longo prazo (Morse Jr., 1961; Weber, 1961; Irish, 1967; Feltes, 1976). Em 1973 foi implementado o sistema Management by Objectives – MBO. O sistema tem como aspeto central a integração de todos os colaboradores da organização nos processos de planeamento, programação e de orçamentação, assegurando-se uma participação e responsabilização conjunta (Drucker, 1954; Tosi e Carroll, 1968; Shetty e Carlisle, 1975; Greenwood, 1981). Finalmente, o Zero-Base Budgeting – ZBB, foi implementado entre 1975-1977 e é um sistema que propõe a justificação detalhada de todas as rubricas orçamentadas como ponto de partida para a afetação de recursos (Pyhrr, 1970 e 1976; Dirsmith e Jablonsky, 1979; Sherlekar e Dean, 1980). 1 http://maaw.info/EvolutionOfMAGraphic.htm, acedido em 12 de Outubro de 2012. 3 1. Conceitos de Orçamento e Controlo Numa conceção convencional o orçamento define a situação desejada pelo decisor para um período de tempo definido e tem como objetivo assegurar o controlo organizacional (Hanson, 1966). Para Gaudion (1968) a necessidade de elaborar um orçamento verifica-se sempre que aumenta a complexidade organizacional originada pela alteração das envolventes externas e/ou internas. O conceito de controlo foi enunciado por Fayol (1916) integrado como uma das tarefas a desempenhar pelos serviços administrativos da organização. Para Hanson (1966), o conceito de controlo consiste na verificação e certificação de que os factos ocorrem de acordo com os princípios estabelecidos no orçamento. O seu objetivo é possibilitar a identificação dos possíveis desvios, a sua correção e a sua prevenção. O processo de controlo inicia-se depois do orçamento ser aprovado e tem como base a definição de medidas que possibilitem a avaliação do desempenho. Esta conceção apresenta, todavia, uma importante limitação: as ações de correção só podem ser aplicadas depois de se terem verificado diferenças nas medidas de performance definidas e, deste modo, não produzem efeitos sobre as atividades passadas (Hanson, 1966), isto é, o controlo é uma ação ex-post. Para minimizar esta limitação Anthony (1965, p.27) subdivide o processo de controlo em dois subprocessos: o controlo de gestão e o controlo operacional. O controlo de gestão é definido como o processo pelo qual os gestores da organização asseguram os recursos necessários e a sua utilização de forma eficaz e eficiente, de acordo com os objetivos da organização. Ainda de acordo com o autor (Anthony, 1965, p.69) o controlo operacional é definido como o processo de assegurar que uma tarefa é levada a cabo de forma eficaz e eficiente. Como forma de garantir um controlo ex-ante (Anthony, 1956), o sistema de controlo de gestão deve assegurar que: os orçamentos aprovados são comunicados de forma clara a todos os interessados (a todos os que estão envolvidos no processo); exista motivação nas pessoas (todas as que estão envolvidas no processo) para atingir os objetivos definidos; e os resultados alcançados são divulgados de forma clara. Nas palavras do autor: 4 Our problem thereupon became not strictly an accounting problem, such as the construction of a set of financial statements, nor an accounting-economics problem, (…). Rather, it was a problem involving both accounting and psychology, the study that deals with human reactions. 2 (Anthony, 1956, p.234). As alterações do ambiente competitivo e a crescente complexidade organizacional que ocorreram a partir dos anos 50, e que se acentuaram no início dos anos 60 (Davidson e Trueblood, 1961; Gaudion, 1968), vão originar o desenvolvimento de sistemas alternativos, planeados e deliberados, com o objetivo de melhorar a eficiência da gestão (House, 1963). Como referem Davidson e Trueblood (1961, p.577), “Many managers believe the accounting function has failed to adjust its objectives and activities to decision-making requirements of a changing business world.”3 O primeiro sistema a ser implementado foi o sistema de planeamento, programação e orçamentação. 2. O Sistema de Planeamento, Programação e Orçamentação 2.1. Introdução O sistema de Planeamento, Programação e Orçamentação (Programming Planning and Budgeting System – PPBS) consiste na integração dos processos de planeamento, de programação e de orçamentação num único sistema que facilite a tomada de decisões (Shick, 1966). A sua principal característica é incluir os objetivos organizacionais como elementos centrais no processo de orçamentação dando resposta às limitações anteriormente referidas (Fazar, 1969; Delisle, 1970). O sistema surge como resposta às necessidades de controlo que têm origem no desenvolvimento, na crescente complexidade e na diversificação das atividades das organizações (Shick, 1966; Dyment, 1967; Johnson, 1975). 2 O nosso problema não era estritamente um problema de contabilidade, como a construção de um conjunto de demonstrações financeiras, nem um problema de contabilidade económica, (…). Mais propriamente, era um problema que envolvia contabilidade e psicologia, o estudo que aborda as reações humanas. 3 Muitos gestores acreditam que a função contabilística tem falhado ao ajustar os objetivos e as atividades às exigências dos processos de tomada de decisão de um mundo empresarial em mudança. 5 Nos pontos seguintes abordamos as origens históricas do sistema, as suas principais características, o seu processo de implementação e as principais limitações verificadas. 2.2. Contextualização Histórica As origens conceptuais do PPBS surgem em 1915, quando a DuPont Powder Company introduz o conceito de “program budgeting” (Dyment, 1967, p.77) nos seus processos orçamentais e de planeamento (Dyment, 1967; Johnson, 1975). O sistema foi adotado pela General Motors em 1920 (Johnson, 1978) e definido como: “centralized control with decentralized responsibility”4 (Johnson, 1978, p.493). Ou seja, o sistema propõe a criação de departamentos funcionais autónomos. Os responsáveis de cada departamento propõem, ex-ante, os objetivos operacionais anuais a cumprir pelos seus departamentos. A gestão de topo coordena as propostas de cada departamento e integra-as, procedendo aos ajustamentos necessários, nos objetivos globais da organização. De seguida, elabora o orçamento global e por departamento, os intervalos de variabilidade e as medidas de avaliação de performance, assegurando-se deste modo o controlo. No setor público, segundo Horgan (1992), a primeira referência à necessidade de melhorar o processo orçamental surge em 1912, pela President Taft’s Commission on Economy and Efficiency. Mas, ainda de acordo com o autor, apenas em 1921 foi adotado um sistema orçamental baseado no modelo implementado na General Motors. Em 1942, este sistema evolui quando o governo federal americano, pelo War Production Board, introduz o conceito de controlo com objetivo de definir prioridades, relativamente às necessidades e à afetação de recursos (Dyment, 1967). O conceito inicial de PPBS surge durante a década de 50 na RAND Corporation. A organização desenvolveu um sistema de análise com o objetivo de avaliar de forma sistemática os custos e benefícios das alternativas possíveis para atingir um objetivo previamente definido (Dyment, 1967; 4 Controlo centralizado e responsabilidade descentralizada. 6 Novick, 1968; Feltes, 1976; Tyer e Willand 1997). No processo de avaliação destas alternativas, de acordo com Novick (1968), deviam ser considerados os fatores internos e externos à organização, para além dos fatores tradicionais a ter em conta na elaboração dos orçamentos, aspetos que são característicos do sistema PPBS. Paralelamente, Crankshaw (1960) refere que o Tapco Group desenvolveu um sistema integrado de orçamentação, planeamento e controlo, como forma de ultrapassar os sucessivos desvios entre os valores orçamentados e os valores realizados, que conceptualmente se aproxima, também, do sistema PPBS. O sistema da Tapco Group tinha como base cinco instrumentos de análise: • Previsões de longo prazo; • Previsões de curto prazo; • Programa de controlo de despesas; • Sistema de controlo do orçamento; e • Programa de redução de custos. A sua eficiência conseguia-se pela inter-relação combinada destes cinco instrumentos. O objetivo era conseguir uma descentralização de autoridade e de responsabilidade operacional, mantendo-se as tarefas de planeamento e de controlo ao nível da gestão de topo. Ainda no setor público, e de acordo com Morse Jr. (1961), foi organizado em 1948 um programa de orçamentação, também muito próximo do PPBS, designado em 1950 por Joint Program for Improvement of Accounting in the Federal Government5, depois alterado em 1959 para Joint Financial Management Improvement Program6. Os objetivos eram: “better program planning, budgeting, accounting, and financial reporting, the proper coordination of these functions, and the encouragement of strengthened internal financial management controls”7 (Morse Jr. 1961, p.362) e “so it will serve essentially the same purpose of accounting in well-run private business organizations”8 (Morse Jr. 1961, p.363). 5 Programa Conjunto para Melhoria da Contabilidade no Governo Federal Programa Conjunto de Melhoria da Gestão Financeira 7 Melhorar os programas de planeamento, orçamento, contabilidade e informação financeira, a coordenação destas funções, assim como, encorajar o reforço do controlo financeiro interno. 8 O sistema contabilístico (público), deverá refletir o mesmo propósito verificado nas organizações empresariais privadas bem sucedidas. 6 7 O PPBS é definido, tal como hoje o conhecemos, em 1960 quando MacNamara, secretário de estado da Defesa dos Estados Unidos o implementa no Departamento de Estado da Defesa (Feltes, 1976). A principal diferença relativamente aos modelos anteriores, de acordo com Nigro e Nigro (1981), é a coordenação que o sistema propõe relativamente aos procedimentos de orçamentação, planeamento e controlo, isto é: • Ênfase nos objetivos – O PPBS centra-se na definição dos objetivos a longo prazo e nos meios necessários à sua concretização; • Ligação entre o planeamento e a orçamentação – Os recursos são distribuídos pelas diferentes atividades tendo em conta a lucratividade dos departamentos e o seu potencial de desenvolvimento; e • Abandono da base orçamental e do processo incremental na elaboração dos orçamentos. Em 1965, o presidente Johnson, autoriza a introdução do PPBS nas organizações civis (Fazar, 1969; Botner, 1970). 2.3. Definição e Implementação A conceção do PPBS partiu da observação da existência de uma descoordenação tanto vertical como horizontal do orçamento e do plano do Departamento de Defesa (Morse Jr., 1961; Weber, 1961; Irish, 1967; Feltes, 1976). De acordo com Feltes (1976), a descoordenação vertical verificava-se na elaboração do orçamento por um departamento mais ou menos autónomo, que não seguia as instruções e informações provenientes do departamento de planeamento. Por outro lado, o departamento de planeamento não integrava os dados e as previsões elaborados pelos outros departamentos do Departamento de Defesa, gerando-se, assim, descoordenação horizontal. Este tipo de situações são igualmente constatadas por Nigro e Nigro (1981) nas organizações do setor privado. O PPBS pretendeu ultrapassar esta descoordenação, estabelecendo programações plurianuais, do topo para a base, nas quais se enquadravam os orçamentos anuais. A programação, por sua vez, correspondia à seleção e pormenorização dos instrumentos adequados à execução do plano 8 propriamente dito, ao qual correspondia a fixação dos objetivos, mediante uma análise sistemática das diferentes alternativas e com particular atenção ao cálculo dos custos das diferentes atividades (Shick, 1966; Dyment, 1967). Por outro lado, para Shick (1966), a estruturação da informação necessária para estes vários níveis de tomada de decisão evitava o enviesamento orçamental que historicamente se verificava e, segundo Dyment (1967), reduzia ao máximo a possibilidade de avaliações subjetivas. O processo de implementação do PPBS decompõe-se em três fases (Shick, 1966; Delisle, 1970; Camillus e Grant, 1980). 1ª Fase – Planeamento A primeira fase, o processo de planeamento, consiste na explicitação dos objetivos a longo prazo da organização e tem dois objetivos: determinar os objetivos fundamentais da organização e selecionar as formas mais adequadas de os atingir (Nigro e Nigro, 1981, p.460). Esta fase subdivide-se em dois procedimentos e é da responsabilidade da gestão de topo: • Análise sistemática das diferentes alternativas de desenvolvimento da organização – Planeamento de Longo Prazo; e • Seleção das alternativas a implementar – Planeamento Estratégico, a que corresponde uma decisão estratégica. A distinção entre Planeamento de Longo Prazo e Planeamento Estratégico de acordo com Anthony (1965), prende-se com o objeto de análise. Enquanto o Planeamento de Longo Prazo se centra nos fatores que condicionam a organização como um todo, o Planeamento Estratégico centra-se nas decisões e planos que afetam um aspeto particular da organização e que, portanto, vão condicionar o seu desenvolvimento. Deste modo, para Vancil e Lorange (1975), a seleção entre diferentes alternativas estratégicas fica condicionada aos objetivos de longo prazo. Estes por sua vez são definidos em termos da avaliação das envolventes externas e dos recursos internos da organização. 2ª Fase – Programação A segunda fase consiste na seleção dos programas de médio prazo, isto é, definir para cada uma das alternativas escolhidas no processo de planeamento, a afetação dos recursos necessários à sua implementação. 9 Corresponde, portanto, a uma decisão tática. A escolha faz-se com recurso a análises de: • Trade-off das diferentes alternativas, isto é, quais os ganhos e perdas esperadas por se escolher uma alternativa em vez de uma outra em termos dos objetivos definidos no processo de planeamento; • Custo-benefício das diferentes alternativas; • Eficácia das diferentes alternativas; e • Métodos e/ou modelos matemáticos de seleção, que possibilitem a sua hierarquização. Assegura-se, assim, uma abordagem sistemática e racional. Para Hirsch (1966) o processo de programação pode ser subdividido em subprogramas e estes em sub-subprogramas, até se atingir uma unidade estrutural elementar que possibilite a pormenorização da programação. Esta característica de acordo com Shick (1966), assegura ao processo a flexibilidade necessária à sua implementação. O processo de programação deve estar claramente definido no tempo – programação plurianual, e deve quantificar os outputs esperados, isto é, os objetivos definidos no processo de planeamento devem ser agora fixados e materializados em medidas concretas e objetivas. Só deste modo se assegura a possibilidade de controlo e este é um dos aspetos centrais do PPBS. Anthony (1965) define este controlo ao nível da programação como controlo de gestão, ou seja, o processo pelo qual os gestores asseguram que os recursos obtidos são usados de forma eficaz e eficiente de acordo com os objetivos da organização definidos no processo de planeamento. 3ª Fase – Orçamentação A terceira e última fase consiste na elaboração do orçamento anual, tendo como base a programação efetuada. 2.4. Limitações, Problemas e Deficiências Os potenciais benefícios da implementação do PPBS não se verificaram na íntegra, uma vez que: “the system has failed to fulfill the expectation of its more ardent proponents”9 (Botner, 1970, p.424). 9 O sistema não tem cumprido com as expectativas dos seus mais zelosos proponentes. 10 De acordo com Botner (1970), o primeiro problema resulta da dificuldade em integrar os interesses e as necessidades das diferentes unidades estruturais elementares nos interesses e necessidades globais da organização, o que origina desvios, desajustamentos, sobreposições e orçamentos não adequados, situação agravada no planeamento de longo prazo. Um outro problema resulta da inexistência de bases de dados adequadas e de trabalhadores qualificados, o que impossibilita o desenvolvimento de medidas e critérios de avaliação eficientes. Por último, os problemas que resultam da resistência à implementação do sistema, por parte dos trabalhadores, que não entendiam os méritos do sistema: “In some departments PPBS encountered resistence from key agency personal who were unconvinced of the merits of PPB techniques”10 (Botner 1970, p.426). Por outro lado, os estudos empíricos demonstraram que nas organizações onde os trabalhadores participavam no processo obtinham-se melhores resultados (Shetty e Carlisle, 1975). Com o objetivo de ultrapassar estas limitações, desenvolveu-se o sistema de gestão por objetivos. 3. Sistema de Gestão por Objetivos 3.1. Introdução O Sistema de Gestão por Objetivos (Management by Objectives – MBO) consiste na integração de todos os colaboradores da organização nos processos de planeamento, programação e orçamentação assegurando-se uma participação e responsabilização conjunta como um meio para melhorar a performance da organização. O sistema surge como uma resposta às limitações verificadas no PPBS e na sequência dos trabalhos de McGregor (1957). Entender o sistema fica mais fácil depois de estudar as razões históricas que justificaram a sua origem, o seu processo de implementação, bem como as limitações, problemas e deficiências verificadas. 10 Em alguns departamentos, o PPBS encontrou resistência nos atores chave que não estavam convencidos do mérito das técnicas de PPBS. 11 3.2. Contextualização Histórica As origens conceptuais do MBO, de acordo com Greenwood (1981), foram definidas por Drucker a partir dos conceitos de “managing by objectives and self-control”11 e como resultado dos seus trabalhos de consultoria. Ainda segundo Greenwood (1981), vários autores (dos quais destaca: Fayol (1916), Mckinsey (1922), Davis (1937) e Barnard (1938)) referiram a necessidade de estabelecer objetivos para fundamentar as opções de gestão. Mas sempre assumindo que os objetivos eram um dado adquirido, óbvio e por todos compreendidos. Ora como refere Greenwood (1981), Sloan na General Motors na década de 40 desenvolveu uma estrutura relacional, social e de comunicação, fundamentada na definição de objetivos, que é conceptualmente próxima do sistema MBO. No mesmo período Smiddy (in Greenwood (1981)), introduz uma estrutura descentralizada na General Electric também ela baseada na definição de objetivos. Todavia, em nenhuma das situações referidas a definição dos objetivos era o aspeto central dos processos de gestão implementados (Greenwood, 1981), e esta é a questão central do MBO (Drucker, 1954). O conceito de MBO, tal como hoje o conhecemos foi definido por Drucker, entre 1948-1951 e implementado pela primeira vez na General Electric em 1954, Embora a sua aceitação generalizada apenas ocorra a partir de 1973 (Greenwood, 1981). 3.3. Definição e Implementação A conceção do sistema MBO pressupõe que cada gestor deve desenvolver e definir os objetivos para cada unidade de negócio que devem ser enquadrados nos objetivos globais da organização. Neste procedimento devem ser envolvidos todos os colaboradores da organização e os objetivos devem ser negociados e fixados conjuntamente, assegurando-se deste modo uma responsabilização conjunta, como meio de melhorar a performance da organização (Drucker, 1954). Este aspeto da participação ativa de todos os trabalhadores é um dos aspetos centrais do sistema na opinião de Drucker (1954) e Odiorne (1965). A participação dos trabalhadores vai permitir 11 Gestão por objetivos e autocontrolo. 12 identificar os seus objetivos pessoais e enquadrá-los nos objetivos globais da organização, conseguindo-se assim a motivação e a vinculação necessária ao desenvolvimento e implementação do processo (McGregor, 1957; Shetty e Carlisle, 1975). O processo de implementação do MBO foi subdividido por Drucker (1954) em quatro procedimentos: • A definição dos objetivos globais da organização deve ser centralizada; • A definição dos objetivos operacionais e das tarefas a realizar deve ser descentralizada; • A avaliação da performance deve ser feita por comparação com os objetivos definidos; • O sistema de recompensas e penalizações deve basear-se nos resultados. O objetivo do primeiro procedimento é assegurar que a estratégia da organização é definida pelos gestores, que devem possuir o entendimento claro da missão e do objetivo da organização. O segundo procedimento consiste em clarificar os objetivos convertendo-os em objetivos operacionais. Esta operacionalização deve ser feita de modo a possibilitar a sua atualização por alteração das envolventes internas e/ou externas da organização. Se os objetivos definidos forem do conhecimento de todos os colaboradores, é de esperar um melhor resultado. A definição dos objetivos e a sua clarificação deve ser feita pelos gestores de topo, seguindose uma fase de negociação de modo a que cada trabalhador, com o seu superior hierárquico, obtenha o consenso que possibilite o compromisso na execução do objetivo. Este processo negocial para ser válido deve assegurar que existe uma verdadeira participação dos trabalhadores de base no processo da definição do objetivo. O terceiro procedimento deve assegurar que o processo de avaliação beneficia, quer o trabalhador, quer a organização. Este resultado torna-se possível, na opinião de McGregor (1957), se existir um correto feedback e não um mero controlo sobre o trabalhador, que possibilite a tomada de decisões e encoraje a sua racionalidade. Assegura-se deste modo a maximização do resultado, por comparação entre o objetivo e o realizado, e por esta razão na 13 opinião de Tosi e Carroll (1968), e Shetty e Carlisle (1975) este é um dos aspetos mais importantes do sistema. O objetivo do quarto e último procedimento é conseguir uma avaliação justa dos trabalhadores (Drucker, 1954; Tosi e Carroll, 1968; Shetty e Carlisle, 1975). Levinson (1970) propõe um modelo alternativo de implementação sistematizado num modelo de cinco fases: • Discussão individual entre o superior hierárquico e o trabalhador sobre a tarefa que este realiza; • Definição de metas de curto prazo para a avaliação de performance; • Reuniões de avaliação dos progressos verificados no cumprimento dos objetivos; • Definição de checkpoints para avaliação do progresso; e • Avaliação final dos resultados obtidos. A abordagem de Odiorne (1974) para a implementação do MBO tem uma perspetiva mais operacional que tem em conta as restrições que decorrem das políticas organizacionais. Nesta abordagem a implementação do sistema é concretizada sob três perspetivas: autoritária, persuasiva e educacional. A perspetiva autoritária é aceitável nas organizações onde se verifica um modelo de gestão autoritária. Sendo o MBO um sistema que se baseia na participação dos trabalhadores, impor o sistema, parece contrariar as definições do modelo, mas dado o modelo de gestão em vigor esta é a única forma de o implementar. A perspetiva persuasiva é preferencialmente utilizada pelos consultores e deve ser considerada como uma abordagem na fase inicial no processo de implementação com o objetivo de sensibilizar os participantes para o sistema. A perspetiva educacional pressupõe que a implementação do sistema se faça com recurso a formação contínua, de modo a que os participantes entendam em detalhe os procedimentos de implementação. Para o autor esta perspetiva é fundamental no sucesso da implementação. Os objetivos a atingir com a implementação do MBO, foram sistematizados por Levinson (1970): 14 • Avaliar e quantificar a performance; • Associar a performance individual com os objetivos organizacionais; • Clarificar a relação entre a tarefa realizada e o resultado esperado; • Incentivar o desenvolvimento das competências de autoavaliação dos subordinados; • Fomentar a comunicação vertical, ascendente e descendente; • Ser a base para as remunerações e promoções; • Estimular a motivação nos trabalhadores; e • Ser um método de controlo e integração. Para que estes objetivos sejam atingidos devem ser definidos aspetos quantitativos e qualitativos, prazos de concretização e tempos para a execução das tarefas, tipos de objetivos e suas dificuldades inerentes, medidas que possibilitem avaliar a criatividade e a capacidade para ultrapassar os obstáculos. Deve ser também assegurada a utilização adequada dos recursos, uma relação eficiente entre as práticas de gestão e o cumprimento dos objetivos e comportamentos coordenados e cooperativos (Tosi, Rizzo e Carroll 1970). 3.4. Limitações, Problemas e Deficiências A principal barreira à implementação do MBO são as condicionantes que decorrem da cultura organizacional e se este aspeto não for tido em conta pode impossibilitar a implementação do sistema (Odiorne, 1974), independentemente da abordagem escolhida (Morrisey, 1976). Para além desta barreira, todos os autores anteriormente citados abordam esta problemática, mas as principais limitações, problemas e deficiências foram sistematizadas por Howell (1967); Tosi e Carroll (1968); Levinson (1970); Aplin Jr. e Schoderbek (1976): • O tempo necessário para implementar o sistema é muito longo, segundo Howell (1967, p.57) é de três anos; • O sistema privilegia os objetivos de curto prazo relativamente aos de médio e longo prazo, o que pode comprometer o desenvolvimento da organização; 15 • A conjugação das duas limitações anteriores origina objetivos que não incluem a alteração das envolventes entretanto verificadas; • A incapacidade de discutir os problemas sentidos; • Ignorar o feedback, o que tem como consequência a não utilização plena do potencial do sistema; • Utilizar o feedback como ferramenta de pressão na mensuração futura dos objetivos; e • Uma vez que a recompensa e a promoção estão associadas ao desempenho coloca-se o problema da comparabilidade de diferentes tarefas. Na opinião de Tosi, Rizzo e Carroll (1970), os dois maiores problemas do sistema são a falta de um entendimento claro dos seus procedimentos e uma implementação inadequada e irrefletida. Com o objetivo de ultrapassar estas limitações, bem como as verificadas no PPBS, desenvolveu-se o sistema de orçamentação de base zero. 4. O Sistema de Orçamentação de Base Zero 4.1. Introdução O Orçamento de Base Zero (Zero-Base Budgeting – ZBB) é um sistema de planeamento, programação, orçamentação e controlo que exige a justificação detalhada de todas as rubricas orçamentadas como ponto de partida para a afetação de recursos (Pyhrr, 1970 e 1976; Dirsmith e Jablonsky, 1979; Sherlekar e Dean, 1980). De acordo com Duffy (1989), o sistema desenvolve-se como uma alternativa aos sistemas PPBS e MBO, propondo uma nova abordagem para o desenvolvimento do planeamento, programação, orçamentação e controlo na organização. Nos pontos seguintes abordamos as origens históricas do sistema, as suas principais características, o seu processo de implementação e as principais limitações verificadas. 16 4.2. Contextualização Histórica As origens conceptuais do ZBB, de acordo com Burrows e Syme (2000) surgem em Inglaterra no século XIX. Estes autores referem Bastable em 1892 como o pioneiro nas críticas à elaboração do orçamento com base incremental ou com base em estimativas. Ainda de acordo com Burrows e Syme (2000), a primeira referência escrita ao sistema é feita por Higgs em 1914 e o primeiro modelo operacional é desenvolvido por Young em 1915. As bases conceptuais do ZBB, tal como hoje as conhecemos, foram, inicialmente, desenvolvidas e aplicadas na Texas Instruments a partir de 1960, muito embora, o conceito só fosse divulgado em 1970. A sua implementação generalizada ocorre entre 1975-1977 (Pyhrr, 1970 e 1976). 4.3. Definição e Implementação O sistema ZBB consiste em decompor a organização em unidades de decisão. Estas unidades de decisão são hierarquizadas com base numa análise de custo/benefício baseada na eficácia e na eficiência (Dirsmith e Jablonsky, 1979), que vai determinar a afetação de recursos – processo orçamental (Pyhrr, 1970). Definição das Unidades de Decisão A unidade de decisão, segundo Pyhrr (1970 e 1976), deve ser definida de modo a individualizar a análise e tomada de decisão. Se for do interesse da organização a unidade de decisão pode ser subdividida em subunidades de análise que passam a ser tratadas isoladamente, como se de unidades de decisão se tratassem. Uma unidade de decisão deve obedecer às seguintes características: • Identificação e descrição da atividade; • Identificação dos recursos necessários para o desenvolvimento da atividade; • Identificação dos objetivos da atividade; • Identificação do impacto dos objetivos da atividade no objetivo principal da organização; • Identificação das relações existentes com as restantes unidades de decisão; e 17 • Identificação das consequências para a organização da não realização da atividade. São definidos dois tipos básicos de unidades de decisão: as mutuamente exclusivas e as incrementais. As unidades mutuamente exclusivas identificam formas alternativas de avaliação da performance para a mesma atividade. Deve ser selecionado para efeitos de implementação do sistema a melhor das alternativas. As unidades incrementais devem refletir diferentes níveis de custos/processo para cada uma das atividades. A unidade base corresponde ao nível mínimo de custo por processo. Ao desenvolvimento do processo corresponde um aumento incremental de custo relativamente ao nível base (Pyhrr, 1970 e 1976). Processo de Hierarquização O processo de hierarquização deve ser definido pela gestão de topo e tem como objetivo estabelecer a ordem de prioridade das funções descritas nas unidades de decisão e a correspondente atribuição de recursos. Possibilita-se assim a análise entre o lucro gerado em cada uma das unidades de decisão e o seu contributo individual para o lucro global da organização. Se a unidade de decisão não contribui para o lucro da organização deve ser eliminada (Pyhrr, 1970 e 1976). O orçamento definido para a organização é atribuído a cada uma das atividades com base neste processo de hierarquização. Estabelecida a hierarquização das unidades de decisão, o processo de implementação do ZBB exige a criação de uma equipa pluridisciplinar responsável pela sua conceção e operacionalização. O processo segue, de acordo com Pyhrr (1976), os seguintes passos: • Definir as necessidades da organização com base na sua cultura. Esta adequação entre a cultura da organização e as suas necessidades é um fator crítico no processo de implementação; • Elaborar o orçamento que caracterize as necessidades da análise orçamental de base zero e os procedimentos efetuados para a hierarquização das unidades de decisão; • Explicar aos gestores operacionais responsáveis pela operacionalização da base zero as técnicas de análise necessárias à sua implementação; 18 • Desenvolver com os gestores de cada uma das unidades de decisão o aperfeiçoamento da análise de base zero; • Desenvolver com os diferentes níveis hierárquicos as medidas de revisão e de hierarquização das unidades de decisão; • Desenvolver com os diferentes níveis hierárquicos a forma de comparação de atividades similares nas diferentes unidades de decisão; • Desenvolver com os diferentes níveis hierárquicos a elaboração do plano de proveitos de cada uma unidade de decisão; e • Avaliar o processo e efetuar as correções consideradas necessárias. O sistema ZBB, na opinião de Duffy (1989), não interfere no estabelecimento dos objetivos da organização, ao contrário do que se passa no PPBS e no MBO. Segundo Schick e Hatry (1982) desenvolve e melhora o sistema de informação da organização. Este desenvolvimento do sistema de informação vai ter como consequência a diminuição da incerteza na tomada de decisão. Para Hayes e Cron (1988) o sistema prevê a introdução de indicadores de eficiência não financeiros na avaliação da performance. A avaliação da performance da organização passa a ser realizada a partir do conhecimento dos custos de oportunidade de cada unidade de decisão, sendo, na opinião de Sherlekar e Dean (1980), uma das maiores vantagens do sistema. Para Phyrr (1970), o sistema provoca, ainda, efeitos positivos a longo prazo que decorrem do encerramento de unidades de decisão não lucrativas e segundo Hayes e Cron (1988), este encerramento resulta do processo de análise e avaliação da performance da organização. Finalmente, de acordo com Schick e Hatry (1982), desenvolve o espírito de participação ao nível operacional de cada unidade de decisão, pela participação de equipas pluridisciplinares no processo de implementação. 4.4. Limitações, Problemas e Deficiências A principal limitação do sistema é a resistência das estruturas organizacionais à sua adoção (Phyrr, 1970). Sobre esta limitação, Tyre (1977, p.96) refere 19 que: “One major problem is that some bureaucrats will see a threat in any attempt to evaluate their program’s effectiveness”12. O tempo de preparação e elaboração do orçamento aumenta pelo acréscimo de informação exigido pelo sistema, o que pode condicionar a sua aplicabilidade (Schick e Hatry, 1982). Para Dirsmith e Jablonsky (1979), o sistema ZBB como técnica de gestão apresenta características incoerentes e inconsistentes, podendo portanto induzir decisões inadequadas. A incoerência tem origem na preferência dos decisores por indicadores de eficiência. A inconsistência verifica-se sempre que não for possível obter correspondência e, portanto, comparabilidade, entre os diferentes níveis de atividade, situação que se agrava à medida que se passa da análise operacional para a análise institucional. 5. Conclusão O objetivo deste trabalho consistiu em apresentar uma evolução histórica dos sistemas de controlo de gestão aplicados no período de 1950 a 1980 e definido pela Management Accounting Association como Management Accounting Period. Esta opção justificou a abordagem aos sistemas de controlo selecionados. Embora se tenham identificado outros sistemas no período temporal definido, apenas foram abordados os sistemas aplicados nos Estudos Unidos da América e que, portanto, se enquadram no Management Accounting Period. Os sistemas de controlo de gestão abordados evoluíram como resposta às necessidades de informação originadas pelo aumento da complexidade das envolventes internas e externas e foram validados pelas aplicações desenvolvidas em organizações concretas, e posteriormente sistematizados pelos estudiosos. A evolução foi um processo contínuo, ou seja, o sistema seguinte evoluiu a partir do sistema anterior como resposta às insuficiências detetadas. O objetivo foi melhorar a eficiência da gestão através de um sistema planeado e deliberado e portanto reduzir ao mínimo a diferença entre o previsto e o realizado. 12 Um dos principais problemas é que alguns burocratas vão sentir como ameaça qualquer tentativa de avaliar a sua eficácia. 20 No sistema PPBS este objetivo cumpre-se porque se tomam em consideração todos os fatores que possibilitam a redução do número e da amplitude das diferenças, tendo em conta a situação concreta da organização onde o sistema é implementado. O sistema MBO passa a incluir nesses fatores a participação individual no processo orçamental, o conhecimento prévio das medidas de avaliação utilizadas e os sistemas de recompensas associadas. Sendo então de esperar um, ainda, melhor ajustamento. A capacidade operacional é o terceiro atributo que deve caracterizar um sistema de controlo. Nesse sentido, o sistema ZBB prevê a elaboração de orçamentos flexíveis, medidas de performance multiobjectivo para os diferentes níveis orçamentais e responsabilização nos métodos de definição do orçamento. A adoção de um qualquer destes sistemas está, antes de mais, condicionada pelas características e necessidades da organização. A elaboração deste trabalho levantou um conjunto de questões a que não se deu resposta e que podem ser objeto de investigações futuras: desde logo a contribuição dos países Europeus e Asiáticos para o desenvolvimento dos Sistemas de Controlo de Gestão; qual a justificação para a ordem histórica de surgimento dos sistemas, quando afinal todos os fundamentos conceptuais já existiam anteriormente; qual a evolução do conceito de controlo de gestão entre o Management Accounting Period e a atualidade. Referências Bibliográficas Anthony, R., 1956. Cost Concepts for Control. Presented paper at the Annual Meeting of the American Accounting Association, Seattle, August 31. The Accounting Review, April 1957, Volume 32, Issue 2, pp.229-234. Anthony, R., 1965. Planning and Control Systems: A Framework for Analysis. Harvard University Press, Boston. Aplin, Jr., J. e Schoderbek, P., 1976. How to Measure MBO. Public Personnel Management, March-April, Volume 5, Issue 2, pp.88-95. Botner, S., 1970. 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