Nº 249
Taguatinga/DF, 14 de junho de 2012.
Evangelho de Mc. 4, 26-34
A Boa Nova em Nossas Vidas
Pe. Tininho
Queridos irmãos e queridas irmãs. O evangelista são Marcos nos convida através das
parábolas anunciadas por Jesus a buscarmos, na vivencia da sua Palavra, sermos homens e
mulheres novos que se colocam no anúncio do Reino.
Jesus ensina por meio de parábolas, pois o Messias, quando viesse, usaria desse método,
diziam os rabinos. Parábola é um modo comparativo. Jesus faz uso da realidade agrária da
Palestina. Com isso leva as pessoas a entenderem melhor sua mensagem. Fala a partir da
realidade que o povo vive. Através do visível, do entendido, Ele leva as pessoas a
compreenderem o invisível, o mistério do Reino. É um método muito bom, pois as pessoas são
inseridas na reflexão. Não é algo das nuvens, mas algo que faz parte da história de todos. Jesus
não explica a parábola, mas deixa o ouvinte pensando sobre o fato. Esse método nos faz pensar
no grande educador Paulo Freire que fazia do conhecimento uma ação comunitária. Todos
participam da construção do conhecimento e com isso todos o assumem e transformam a
realidade.
Devíamos, nos pregadores e pregadoras, termos sempre em mente de que para
desempenhar eficazmente o ministério, não nos limitarmos a captar o sentido das leituras, mas
também procurar as palavras e as imagens apropriadas para comunicar aos irmãos e às irmãs
as riquezas da Palavra de Deus. Precisamos de longas horas de concentração, de meditação, de
muita paciência e sobretudo de oração.
As pregações confusas, as palavras rebuscadas, a dissociação da realidade das pessoas,
do seu dia-a-dia, e linguagem incompreensível para o povo simples resultam num desserviço à
Palavra de Deus, ou melhor, na deturpação do sentido genuíno dela, que é levar as pessoas a
vivenciar a grandiosidade do amor que ela provoca nos corações de todos e todas. Esse jeito de
proclamar a palavra só consegue um objetivo: fazer o pregador mais importante do que a
Palavra.
Após essas observações vamos às parábolas contadas por Jesus que apresentam a
dinâmica do Reino de Deus. A primeira nos fala da semente. A semente é a Palavra. Ela tem em
si uma energia vital irresistível. Depois de anunciada, ela penetra nas mentes e nos corações, e
quem já a escutou nunca mais consegue permanecer o mesmo. É inevitável que aconteça uma
transformação interior. Às vezes, os que anunciam o evangelho se esquecem de que a sua
mensagem é como uma semente. Se não observam imediatamente algum resultado concreto,
desanimam e julgam ter trabalhado em vão.
Essa historinha da semente destaca outro momento importante da vida: aquele durante o
qual é preciso saber “dormir”, isto é, saber esperar, manter a calma e acompanhar, com
admiração, o desenvolvimento da semente que, “sozinha”, germina, cresce e produz frutos
abundantes.
A segunda parábola é também retirada da vida na lavoura. Nela o destaque é a
simplicidade de qualquer realidade que começa na comparação com a grandeza dos resultados.
A mensagem dessa parábola esta ligada com a da semente. O grão de mostarda, a menor das
sementes, uma semente quase invisível, ao ser colocado na terra torna-se, misteriosamente,
um arbusto de quase quatro metros de altura. Nesta parábola Jesus quer nos dizer que o Reino
de Deus está semeado no mundo e no coração das pessoas, como uma pequena semente.
Observando as suas diminutas dimensões alguém poderia ser levado a pensar que logo será
destruído, inutilizado. Jesus garante ao invés, que, não obstante todas as aparências, o Reino
crescerá e acabará transformando o mundo onde ele foi semeado.
Nós nos sentimos tentados a desprezar as coisas pequenas, gostamos das coisas
grandiosas, que aparecem. Deveríamos pensar que, como sal na comida, como o fermento na
massa, como a pequena semente na terra elas devem desaparecer para fazer crescer o Reino
de Deus.
Diante de qualquer obstáculo e de qualquer fracasso jamais se pode perder a certeza de
que, não obstante todas as aparências negativas, o Reino de Deus esta crescendo nos corações
dos homens e das mulheres.
A Palavra de Deus, como uma pequenina semente, germina, cresce e produz frutos na
vida das pessoas porque, enxertados no tronco que é Jesus Cristo, sua seiva leva os ramos a
florir e frutificar.
Rezemos então: Mestre, que tua Palavra, como uma pequenina semente plantada em nossos
corações, possa produzir frutos. E que estes frutos sejam de justiça, amor e compaixão para
com todas as pessoas. E que também, fortalecidos pelo teu Espírito Santo, nos tornemos
cuidadores e cuidadoras desse nosso planeta que espera e requer de cada um de nós mais
carinho e respeito. Amém!
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Nº 249 A Boa Nova em Nossas Vidas 14-06-12