Portugalglobal
Pense global pense Portugal
Entrevista
Jorge Moreira da Silva
Reformas na energia
e renováveis aceleram
mobilidade 6
Destaque
Transporte eléctrico
e sustentabilidade 12
Mercados
Novos desafios
no Brasil 36
Empresas
Janeiro 2015 // www.portugalglobal.pt
Endutex 34
Janeiro 2015 // www.portugalglobal.pt
sumário
Entrevista // 6
Jorge Moreira da Silva, Ministro do Ambiente, Ordenamento
do Território e Energia, apresenta, em entrevista, uma radiografia do sector das energias renováveis, da mobilidade
eléctrica e da gestão inteligente da energia, em que Portugal
é líder mundial.
Destaque // 12
A mobilidade inteligente do futuro passa pela utilização do
veículo eléctrico, ou do híbrido numa fase de transição, como
alternativa ao veículo convencional movido a combustível de
origem fóssil. Um tema em análise nesta edição e que está,
naturalmente, interligado às questões ambientais, de gestão
avançada da energia e de sustentabilidade.
Roadshow Portugal Global // 30
A 5ª sessão do Roadshow Portugal Global, promovido pela
AICEP, teve lugar em Aveiro, tendo sido abordados os mercados do Reino Unido e do Senegal.
Empresas // 34
ENDUTEX: vocação para exportar.
Mercado // 36
O Brasil é o mercado em destaque nesta edição da Portugalglobal
pela sua grande dimensão e pelas oportunidades que
representa para as empresas portuguesas. Além das análises
do Embaixador português em Brasília, Francisco Ribeiro Telles,
e do director do Centro de Negócios da AICEP em São Paulo,
Carlos Moura, conheça os casos de sucesso de empresas que
apostaram neste mercado: ASL & Associados, BTOC, Get2C,
MEGAJOULE, Psiengine, Rangel e TIS.
Análise de risco por país – COSEC // 54
Veja também a tabela classificativa de países.
Estatísticas // 57
Investimento directo e comércio externo.
AICEP Rede Externa // 60
Bookmarks // 62
EDITORIAL
Revista Portugalglobal
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Mobilidade estratégica
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Luís Castro Henriques,
Pedro Ortigão Correia,
Pedro Pessoa e Costa (Vogais).
Directora
Ana de Carvalho
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Redacção
Cristina Cardoso
A entrevista que o atual responsável
pelo Ambiente, Ordenamento do Território e Energia (MAOTE), o Ministro
Jorge Moreira da Silva, dá à nossa revista muito nos honra, e mostra como
temos créditos firmados como produtores e gestores de informação de excelência destinada aos media, decisores e empresas.
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Vitor Quelhas
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Rafaela Pedroso
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Colaboram neste número
Carlos Moura, Cristina Cândido,
Direcção Grandes Empresas da AICEP,
Direcção de Informação da AICEP,
Direcção Internacional da COSEC, Direcção PME
da AICEP, Duarte de Mesquita e Sousa, Francisco
Ribeiro Telles, Jorge Moreira da Silva, Jorge
Vasconcelos, José Henriques, José Rui Felizardo,
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As opiniões expressas nos artigos publicados são da responsabilidade dos seus autores e não necessariamente
da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global.
A radiografia que é feita pelo responsável do MAOTE, em torno da mobilidade
elétrica, demonstra que não é possível
falar desta e de sustentabilidade sem
que outras valências fundamentais das
políticas energéticas do país não sejam
colocadas em perspetiva e consideradas
no âmbito de uma estratégia integrada,
como é o caso da eficiência energética,
das energias renováveis, da redução da
dependência energética, da segurança
do abastecimentos, da gestão inteligente da energia, da criação de competitividade para a indústria e para os
consumidores, da estruturação do setor
da energia e da captação de investimento. Enfim, medidas que assegurem
a sustentabilidade do crescimento e do
ambiente em Portugal no contexto europeu e mundial.
O destaque desta edição está naturalmente focado sobre a mobilidade elétrica, eficiência e energias renováveis, traçando um panorama atualizado da evolução e inovação tecnológica do setor e
dos investimentos em curso no mercado
interno, e sobre o seu potencial exportador, bem como uma breve mostra de
produtos de mobilidade elétrica já hoje
disponíveis no mercado português.
nomia da América Latina, e uma das
dez maiores do mundo, assumindo um
papel de liderança nesta região do globo. Para além do interesse incontornável para as empresas portuguesas, pela
sua dimensão e proximidade cultural,
assim como pelas suas oportunidades
de negócio e de investimento, Portugal
tem um posicionamento de destaque
no mercado brasileiro, seja pelos produtos que exporta, seja pelos serviços
que as empresas portuguesas prestam,
de forma crescente, em vários domínios.
É igualmente um mercado que oferece
oportunidades na área das políticas
energéticas: projetos e infraestruturas
de autossuficiência energética, energias
renováveis e mobilidade elétrica urbana,
ou seja, um conjunto de oportunidades
que deve ser considerado pelas empresas portuguesas do sector.
O primeiro Roadshow Portugal Global
do ano teve lugar em Aveiro, dando sequência a um percurso de sucesso em
matéria de informação sobre mercados
e de proximidade física às empresas,
que já passou por Leiria, Braga, Coimbra e Guarda. Estaremos presentes em
mais sete distritos, terminando esta primeira edição do programa no Porto, em
setembro de 2015. Em foco estiveram
dois mercados – Reino Unido e Senegal
– que suscitaram grande interesse junto
da comunidade empresarial da região
de Aveiro e mostraram a importância de
cada Roadshow no reforço das exportações e na intensificação dos processos
de internacionalização das empresas.
A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal
não implica qualquer compromisso por parte desta
com os produtos/serviços visados.
4 // Janeiro 2014 // Portugalglobal
O mercado do Brasil foi, desta vez, a
nossa opção. Trata-se da primeira eco-
MIGUEL FRASQUILHO
Presidente do Conselho de Administração da AICEP
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Apoiamos as exportações
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um mundo de oportunidades para o seu negócio.
ENTREVISTA
JORGE MOREIRA DA SILVA
MINISTRO DO AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E ENERGIA
RENOVÁVEIS E MOBILIDADE ELÉCTRICA
ESTAMOS NO TOP TEN
DA POLÍTICA ENERGÉTICA MUNDIAL
Embora licenciado em engenharia electrónica, a carreira do ministro Jorge Moreira da
Silva está marcada pela consultoria, pela docência e pela intervenção institucional nas
áreas do ambiente, energia e crescimento sustentável, bem como pelas respectivas
políticas, tanto no plano nacional como internacional. Em entrevista, uma radiografia
do sector das energias renováveis, da mobilidade eléctrica e da gestão inteligente da
energia, em que Portugal é líder mundial.
6 // Janeiro 15 // Portugalglobal
ENTREVISTA
Os combustíveis fósseis estão em vias de extinção, o
preço do petróleo é instável e é urgente reduzir o seu
consumo e a dependência energética do exterior. Em
que medida os transportes eléctricos fazem parte da
visão do futuro?
O esforço de Portugal foi visível nas reformas estruturais que
foram concretizadas, o que permitiu alterar o perfil energético
do país, de modo a termos neste momento um nível recorde
de energias amigas do ambiente. Por um lado, temos 62 por
cento de renováveis na electricidade e, por outro, atingimos
o nível mais baixo dos últimos 20 anos da nossa dependência
energética do exterior – 71,5 por cento – enquanto em 2005
tínhamos uma dependência de 90 por cento.
Estes dados mostram que a evolução na electricidade
foi muito positiva, embora tenhamos ainda níveis de
dependência energética do exterior elevados e que,
portanto, são inadequados no plano ambiental e do ponto
de vista da nossa balança comercial. Assim, a aposta na
eficiência energética e na mobilidade eléctrica permite
responder a um dos maiores desafios que as sociedades
actuais enfrentam, que é o da descarbonização do sector
dos transportes e a substituição dos combustíveis fósseis
por combustíveis renováveis.
Esta substituição é para Portugal fundamental e estratégica,
pois o que se verifica é que noutros países se substituíram os
veículos convencionais por veículos eléctricos, é certo, mas
em matéria de combustíveis apenas se substituiu o petróleo
por carvão, gás ou nuclear. No caso português não é assim:
estamos a substituir petróleo por água, vento e sol. Logo, a
aposta na mobilidade eléctrica, em Portugal, tem um valor
muito relevante não só na questão ambiental, mas também
no reequilíbrio da nossa balança comercial e na redução da
dependência enérgica do exterior.
Quais são as medidas que tornam este sector atractivo
para o investimento e para os consumidores finais de
energia renovável?
A nossa política energética assenta em três objectivos.
Primeiro, pretendemos reduzir a dependência energética
do exterior. Segundo, queremos criar mais condições de
competitividade para a indústria e para os consumidores. E
em terceiro lugar, pretendemos assegurar a sustentabilidade
ambiental e a segurança de abastecimento. Portanto, são
estes os grandes objectivos da nossa política energética
em matéria de renováveis e, nesta medida, é fundamental
referir que não utilizámos o pretexto da crise económica e
financeira para travar a aposta nas energias renováveis.
A Europa tem neste capítulo uma meta inferior à proposta
por Portugal, que defendeu no pacote de energia uma meta
de 40 por cento de renováveis enquanto a União Europeia
fixou uma meta de apenas 27 por cento. No compromisso
para o crescimento verde, desenvolvido pelo governo
português, estamos a assumir um quadro mais ambicioso
para clima e energia em Portugal: 40 por cento de renováveis
em 2030; 30 a 40 por cento de redução das emissões de GEE
em 2030, face a 2005. Assim, o país não só tem cumprido as
suas metas nas energias renováveis, como tem defendido, no
contexto europeu e local, metas mais exigentes.
Em segundo lugar, o nosso objectivo é assegurar que esta
aposta verde possa ser paga pelos portugueses e que não se
transforme numa medida assistencialista ou despesista. Por
isso, a par da aposta nas renováveis, avançámos com os cortes
nas rendas excessivas de modo a eliminar a dívida tarifária
que estava prevista para 2020, no valor de seis mil milhões
de euros, e que assim ficará por 600 milhões a mil milhões de
euros. No fundo fomos eliminando a dívida tarifária mas de
uma forma que não pôs em causa o investimento verde, ou
seja, a aposta nas energias renováveis.
Há um terceiro pilar, que é o do autoconsumo. Nós não
devemos olhar para o consumo e para a produção de energia
apenas numa perspectiva de grande escala mas fazendo
dos consumidores também produtores de energia. E, por
isso, o regime de autoconsumo que acabamos de aprovar,
e que é muito relevante para a atracção de investimento
internacional, é um caso de estudo à escala global, porque
substituímos um modelo em que os cidadãos instalavam
painéis solares em casa ou equipamentos de energias
renováveis para vender energia subsidiada à rede, o que
onerava a dívida tarifária e criava um sobre custo sobre todos
“Estamos a substituir petróleo por água, vento
e sol, logo, a aposta na mobilidade eléctrica,
em Portugal, tem um valor muito relevante
não só na questão ambiental, mas também no
reequilíbrio da nossa balança comercial e na
redução da dependência enérgica do exterior.”
os consumidores. Este regime foi substituído por um modelo
de autoconsumo, em que a produção de energia em nossa
casa é feita para consumo próprio, sem estar a prejudicar a
sustentabilidade do sector eléctrico. A venda de energia à
rede passou a ter novas regras. Esta foi uma aprovação muito
recente e vai dinamizar o sector da instalação, da produção
de equipamentos e da produção descentralizada.
A mobilidade eléctrica é central e decisiva para a
mudança das estratégias de mobilidade sustentável.
Pensa que neste sentido há barreiras a eliminar?
Sem dúvida que sim. A primeira barreira é o carregamento
eléctrico. Durante muitos anos, vivemos numa lógica de
carregamento eléctrico essencialmente dependente da rede
pública e dos respectivos pontos de carregamento. Mas é
preciso dizer que essa lógica não resultou de uma forma plena,
pois temos 1.300 pontos de carregamento para apenas 500
veículos eléctricos (felizmente esse valor tem vindo a aumentar
nas últimas semanas). A par da rede pública, deve-se privilegiar
o carregamento em casa e nos locais de trabalho. O regime
jurídico da mobilidade eléctrica, aprovado há meia dúzia de
meses, privilegia o carregamento nesses locais.
Portugalglobal // Janeiro 15 // 7
ENTREVISTA
A segunda barreira é o preço e a fiscalidade verde dá um
incentivo muito forte à aquisição de veículos eléctricos
ou híbridos.
A terceira barreira a vencer tem dimensão cultural: é
preciso demonstrar que é possível viver e fazer a nossa
vida normal substituindo veículos convencionais por
veículos eléctricos ou híbridos.
De que modo a administração pública vai dar
o exemplo?
Sendo uma questão de cultura, a administração pública tem a
obrigação de liderar pelo exemplo. Por isso, temos em fase de
conclusão um programa, que será apresentado em breve, de
mobilidade eléctrica na administração pública. Este programa
consiste na aquisição de 1.250 veículos pela administração
pública até 2020 para substituir um número significativo de
veículos convencionais. Dessa forma, vai ser possível verificar,
em termos práticos, que é possível depender de forma efectiva
e exclusiva de veículos eléctricos ou híbridos.
Portanto, há um excedente para consumo próprio?
À noite temos uma sobrecapacidade eléctrica e, nesta
medida, as barragens servem de armazenamento de
energia, e as próprias eólicas trabalham de noite e de
dia, produzindo o mesmo efeito. Assim, utilizamos essa
eletricidade de que não necessitamos à noite, para bombar
a água nas barragens para que no dia seguinte estas
tenham água em quantidade para produzir a electricidade
necessária durante o dia e nas horas de ponta. Na prática,
usamos as barragens para armazenar a electricidade que
poderíamos perder durante a noite e que tem origem
nas eólicas. Os veículos eléctricos são também uma outra
forma de armazenar energia. Durante a noite, podemos
usar os carros eléctricos para o carregamento doméstico,
No Ministério do Ambiente e no meu Gabinete já vivemos
exclusivamente, desde há seis meses, da utilização de
veículos eléctricos e híbridos, e com esta opção conseguimos
poupar entre 60 a 80 por cento da nossa factura energética.
Este é um dado concreto, que está a ser monitorizado pela
Agência Portuguesa do Ambiente. O que queremos agora é
dar-lhe escala em toda a administração pública.
Portugal é um caso de sucesso nas energias
renováveis. Acredita que também podemos ser bemsucedidos na mobilidade eléctrica?
Consideramos que podemos ter na mobilidade eléctrica um
caso de sucesso semelhante ao das energias renováveis.
Aqueles que avançarem primeiro têm condições de
liderar, de testar tecnologias, projectos e uma integração
na rede. A aposta que estamos a fazer na mobilidade
eléctrica visa o carregamento eléctrico, a redução de
custos aos consumidores, a demonstração prática através
da administração pública, a capacidade de dar escala
a este projecto e depois, com isso, será mais fácil atrair
investimentos e projectos que se fixem em Portugal.
Pode desenvolver um pouco mais esse tema?
Nesta fase estamos a falar de mobilidade eléctrica urbana
e não tanto de mobilidade a grandes distâncias. Ora, os
veículos eléctricos, em articulação com as redes inteligentes
de energia, são uma oportunidade para demonstrarmos
as nossas capacidades no âmbito das tecnologias de
informação e comunicação aplicadas à gestão da energia.
Portugal é um caso de estudo internacional não só pelo
seu sucesso na produção de energias renováveis mas
também pela eficiência e integração das suas redes
inteligentes. E, neste sentido, a mobilidade eléctrica deve
ser também encarada como uma forma de carregamento
da electricidade que não precisamos durante a noite e que
pode ser utilizada para carregar os veículos eléctricos.
8 // Janeiro 15 // Portugalglobal
“A aposta que estamos a fazer na mobilidade
eléctrica visa o carregamento eléctrico,
a redução de custos aos consumidores, a
demonstração prática através da administração
pública, a capacidade de dar escala a este
projecto e depois, com isso, será mais fácil
atrair investimentos para Portugal.”
beneficiando da electricidade que está mais disponível a
essa hora e que por essa via é menos onerosa. A mobilidade
eléctrica deve ser encarada nesta lógica de relação entre
renováveis, autoconsumo e redes inteligentes de energia.
E como estamos relativamente a centros de
investigação na área das energias renováveis?
Nós temos centros de investigação de excelência em
todas estas áreas e eu sem querer estar a excluir ninguém,
vou tentar mencionar exemplos no Norte e no Sul. Por
exemplo, o INESC é um centro de excelência no que diz
respeito às redes inteligentes de energia. Ao nível das
energias renováveis, temos o Instituto Superior Técnico,
a Universidade de Coimbra, a Faculdade de Engenharia
ENTREVISTA
da Universidade do Porto, a Universidade do Minho, a
Universidade de Évora e vários Institutos Politécnicos, que
têm capacidades notáveis na área das energias renováveis.
Por sua vez, na área da mobilidade eléctrica, temos o
CEIIA, que tem dado cartas em termos internacionais com
a sua capacidade de integrar tecnologias de informação e
comunicação na área da energia e na área da mobilidade.
Dada a imagem positiva do país nesta matéria, de
que modo a notoriedade beneficia o investimento?
O factor da reputação é uma forma eficaz de atrair mais
investimento. Portugal nos últimos dois meses foi reconhecido
como um dos líderes mundiais na área do planeamento e da
energia. Em Dezembro de 2014, na Cimeira das Alterações
Climáticas em Lima, no Peru, a rede das ONG internacionais
considerou Portugal, tal como tinha acontecido em 2013,
como o 4º melhor país do mundo em termos de política para
as alterações climáticas, tanto ao nível da adaptação como ao
nível da mitigação. Nessa cimeira, o secretário-geral das Nações
Unidas, o Banco Mundial, a OCDE e a Comissão Europeia
consideraram Portugal como o exemplo a seguir no que diz
respeito à reforma da fiscalidade do Governo e à proposta
do compromisso para o crescimento verde. Em Janeiro, no
Fórum Económico Mundial, em Davos, foi publicada a lista da
classificação dos países na política energética e Portugal, que no
ano passado estava na 18ª posição, subiu para a 10ª posição.
Portanto, estamos no top ten da política energética mundial.
Esta posição representa oportunidades de negócio, na
medida em que existe uma procura cada vez maior de bens
e de serviços verdes à escala internacional. A economia
verde cresce quatro por cento ao ano e representa
quatro mil milhões de dólares, com uma perspectiva de
investimento ainda maior em energia, água, saneamento e
resíduos. Logo, os países que têm infra-estruturas, talentos
e recursos, têm mais condições para competir e vencer à
escala global. Nós temos atributos nesta área pelo que
considero que esta aposta no crescimento verde, no qual se
inclui a mobilidade eléctrica, é uma aposta segura.
Do ponto de vista da atracção do investimento
estrangeiro, existem casos de investimento na área
das energias verdes ou algum projecto em curso?
Nós temos tido exemplos práticos de atracção de
investimento nas energias renováveis. Muitos projectos na
área das energias renováveis resultaram de investimento
internacional. Portugal tem condições únicas para a
atracção de investimento internacional em áreas como a
reabilitação urbana, a mobilidade eléctrica, as energias
renováveis, o tratamento de resíduos, a reciclagem de
materiais, os recursos biológicos e minerais, ou seja, áreas
que são tratadas no âmbito deste Ministério. Quando
recentemente o presidente Juncker solicitou aos Estados
que identificassem projectos potenciais na área pública e
na área privada, para o fundo que está a ser desenhado de
300 mil milhões de euros, mais de 50 por cento do volume
financeiro para 2017 e 2020 resultam de projectos da área
do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e
Energia. Até 2017 estão identificados oito mil milhões de
euros e, até 2020, 15 mil milhões de euros de investimento
necessário na área verde em Portugal.
Quando falamos de reformas na área da energia, de
que estamos a falar?
Na área da energia, Portugal desenvolveu uma reforma
de toda a sua política energética, do ponto de vista da
sustentabilidade económico-financeira do sector até à
reforma do mercado de combustíveis, com os combustíveis
low-cost, com os preços de referência nos combustíveis,
com a constituição da entidade nacional do mercado de
combustíveis (ENMC).
Na área da electricidade e das energias renováveis, com
o regime de autoconsumo, com o regime jurídico da
mobilidade eléctrica e com a reforma da fiscalidade verde
que introduz uma taxa de carbono para os sectores que não
estão cobertos pelo comércio de emissões e que usa uma
parte da receita para promover a mobilidade eléctrica.
Isso foi conseguido também noutras áreas, como por
exemplo a reestruturação do sector dos resíduos e a
reestruturação do sector das águas, reclamadas há décadas
mas sempre adiadas. O regime excepcional de reabilitação
urbana que está a eliminar várias regras que tornavam os
custos da reabilitação urbana incomportáveis, porque eram
tão ou mais elevados do que a nova construção. Com o
novo regime jurídico, os custos serão reduzidos em 30 a 40
por cento, o que permite atrair durante sete anos um grande
volume de investimento. A reforma do ordenamento de
Portugalglobal // Janeiro 15 // 9
ENTREVISTA
território vai concentrar todas as regras que estão dispersas
nos vários planos e programas.
Pode falar um pouco sobre a situação do Mobi.e,
que representa 1.300 postos já instalados, e do
abastecimento dos veículos eléctricos?
Actualmente estamos numa fase de transição da fase piloto
da mobilidade eléctrica, em que se utilizava a rede pública
como a única forma de carregamento dos veículos para uma
nova fase em que a rede, sendo pública, passa a ser mais
concorrencial, não havendo uma entidade que seja dona dos
pontos de carregamento. Assim, haverá a possibilidade de
várias entidades poderem instalar pontos de carregamento,
com mais concorrência e com maior envolvimento das
autarquias locais. Paralelamente foram criadas mais condições
para o carregamento em casa e nos locais de trabalho, com
novas figuras jurídicas, como os operadores de rede e os
comercializadores, dos pontos da mobilidade eléctrica.
Existe uma meta fixada em termos da redução da
dependência energética do exterior?
Não há uma meta fixada, há um objectivo estratégico para
o qual Portugal muito contribuiu, e que foi aprovado em
Outubro de 2014 aquando da aprovação do Conselho
Europeu do pacote de clima e energia para 2030, e que diz
respeito ao reforço das interligações. A partir do momento
em que a União Europeia foi tomando decisões sobre o que
devia ser o pacote do clima e energia para 2030, definindo
metas como a redução das emissões de CO2, a promoção
das energias renováveis e da eficiência energética, Portugal
considerou que era condição indispensável a integração de
uma quarta meta: a das interligações
Uma Europa interligada é uma Europa que consegue reduzir
os seus custos energéticos em 40 mil milhões de euros
anuais, logo as interligações não devem ser vistas com um
dossier ibérico ou como um problema da relação ibérica com
10 // Janeiro 15 // Portugalglobal
França; é um tema europeu do qual todos poderão beneficiar.
Além de ser uma questão de princípio, não é possível falar
de mercado interno da energia; se existem interligações
superiores a 10 por cento em praticamente toda a Europa,
com a excepção de uma “ilha” energética que é a Península
Ibérica, que tem apenas 1,6 por cento de interligações.
Neste cenário, Portugal pode tornar-se um
exportador de energia de origem renovável?
Temos recursos renováveis em abundância e em qualidade,
como água, vento e sol, de que não dispõem outros países
europeus. Logo, para muitos desses países é preferível
importar electricidade renovável do que cumprir as metas
respectivas através da produção doméstica, porque poderá ser
mais cara. Para Portugal a vantagem traduz-se em atracção de
investimento, de projectos e de criação de emprego.
Estamos a falar do posicionamento de Portugal como
exportador de energia, produzida com os seus recursos, o
que é uma verdadeira revolução energética para um país
que se habituou durante demasiado tempo a depender
energeticamente do exterior, mas que cada vez mais poderá
produzir electricidade renovável e abastecer a União Europeia.
Por isso, diria que o compromisso para o crescimento verde
associado a esta decisão europeia das interligações, de 10
por cento em 2020 e de 15 por cento até 2030, criam um
quadro seguro para a atracção de investimento.
Por exemplo, estamos a assumir que queremos uma redução
de 30 por cento de emissões de CO2 em 2030 em relação a
2005; queremos 40 por cento de renováveis em 2030, o que
significa 80 por cento de electricidade renovável; queremos
ter um crescimento das exportações verdes de 6 por cento
ao ano; queremos um crescimento do emprego verde
de 4,3 por cento ao ano; pretendemos reduzir as nossas
quedas de água de 40 para 20 por cento; queremos passar
o volume de negócios da reabilitação urbana de 10 para 23
por cento; e muitas outras metas, que no fundo configuram
este quadro – ou pentágono – de desenvolvimento, que
é certamente ambicioso, mas que é fundamental para
assegurar a estabilidade e a previsibilidade do sector.
Ainda em matéria de energia, Portugal tem condições para
se posicionar como um hub ibérico de gás, para que através
da Península Ibérica, a União Europeia possa ser abastecida
de GNL (gás natural liquefeito), diversificando as suas rotas
de aquisição de gás. A União Europeia tem neste momento
uma dependência muito significativa. Do ponto de vista
estratégico, é relevante para a União Europeia diversificar as
suas fontes e rotas de abastecimento. Portugal e Espanha
beneficiam de sete terminais de GNL, nomeadamente o de
Sines, e desde que exista um reforço das interligações entre
Portugal, Espanha e França na área do gás, podemos vir a
substituir cerca de 40 por cento das importações de gás na
Rússia. Portanto, a área da energia tornou-se central em
Portugal e Portugal tornou-se central no debate da energia
europeia e mundial, o que é uma excelente notícia.
DESTAQUE
VEÍCULOS ELÉCTRICOS (VE)
A MOBILIDADE
INTELIGENTE DO FUTURO
O veículo eléctrico – ou mesmo o híbrido, numa fase de transição – como alternativa
ao veículo convencional movido exclusivamente a combustíveis de origem fóssil, é
um paradigma em aceleração em todo o mundo. Pese embora a batalha dos prós
e dos contras, normal quando se trata de uma opção tecnológica-civilizacional
incontornável, a mundialização das energias renováveis e do veículo eléctrico é hoje
uma questão de tempo, não muito distante. Na realidade, cada vez mais a inovação
e o desenvolvimento tornam o veículo eléctrico energética e tecnologicamente
eficiente, e por todas as razões, atractivo para os consumidores, tendo-se convertido
numa forte aposta de todas as grandes marcas mundiais que lideram na mobilidade,
no sector automóvel e não só. E tendo o futuro por horizonte, todos parecem estar
cada vez mais de acordo: a melhor solução de mobilidade para responder às questões
críticas do ambiente, da energia e da sustentabilidade, as quais vão do aquecimento
global à preservação da qualidade de vida, passando pela (in)dependência dos
combustíveis fosseis e pela gestão avançada da energia, passa pela evolução rápida e
inteligente dos veículos eléctricos (VE).
12 // Janeiro 15 // Portugalglobal
DESTAQUE
CEIIA
MOBILIDADE INTELIGENTE,
CIDADE SUSTENTÁVEL
>POR JOSÉ RUI FELIZARDO*, ADMINISTRADOR DO CEIIA, CENTRO PARA A EXCELÊNCIA E INOVAÇÃO
NA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL
Nas cidades do futuro a mobilidade será inteligente, em resultado da integração
da mobilidade física com a mobilidade de informação e a energia de base renovável.
A mobilidade será crescentemente encarada como um serviço. Cada pessoa poderá escolher em tempo real a alternativa
mais conveniente para se deslocar de A
para B e poderá tomar outras decisões,
como adicionar um seguro de viagem
ou diferir a sua deslocação para um momento fora da hora de ponta com a possibilidade de pagar portagens inferiores,
por exemplo. Os serviços de mobilidade,
prestados ao cidadão por múltiplos operadores, poderão ser pagos no final do
mês numa única fatura integrada, como
se de uma utility se tratasse.
Mobilidade inteligente é sinónimo de
maior sustentabilidade. A integração da
mobilidade física com a mobilidade de
informação e a energia produz um enorme conjunto de dados, em tempo real,
que geram informação de suporte à tomada de decisão, permitindo que a escolha das alternativas considere o custo
e o tempo da deslocação mas também
o seu impacto ambiental, possibilitan-
mização de créditos verdes, premiando
o cidadão com as práticas de mobilidade mais amigas do ambiente. Estas
medidas influenciarão por sua vez as dimensões tempo e custo de deslocação.
do ao cidadão quantificar e minimizar
a sua pegada ecológica e aos gestores
da cidade monitorizar e definir políticas
destinadas a reduzir as emissões.
Entre estas políticas contam-se a possibilidade de criação de corredores verdes, dando prioridade aos meios de
transporte mais sustentáveis, ou a dina-
A implementação desta visão é, hoje,
uma realidade através do mobi.me,
o sistema de gestão de mobilidade
para cidades criado pelo CEIIA, que
surgiu da necessidade de integrar a
gestão da mobilidade elétrica com os
restantes serviços de mobilidade de
uma cidade. Mas o mobi.me é mais
do que isso, ligando redes de transportes, de energia e de telecomunicações para que as cidades sejam
cada vez mais integradas, conectadas e sustentáveis.
Cidades mais integradas,
conectadas e sustentáveis
As cidades serão mais integradas porque o mobi.me é uma plataforma in-
Portugalglobal // Janeiro 15 // 13
DESTAQUE
Projetos de Mobilidade Inteligente
do CEIIA
Programa mob-I | Iniciativa desenvolvida em conjunto com a Itaipu Binacional, a maior geradora de
energia elétrica renovável do mundo,
com o objetivo de desenvolver soluções de mobilidade urbana de nova
geração a partir do mercado brasileiro. A primeira fase deste programa
esteve focada na implementação,
monitoramento e gestão de redes
inteligentes de pontos de carregamento e de veículos elétricos e de
soluções de compartilhamento. A segunda fase está focada na industrialização de soluções de mobilidade.
eMI3 - Emobility ICT Interoperability Interest Group | Grupo de entidades do mercado global de veículos
elétricos que visa harmonizar as definições de dados das TIC, os formatos,
os interfaces e os mecanismos de intercâmbio a fim de permitir uma linguagem comum entre todas as plataformas de TIC para veículos elétricos.
Treaty of Vaals | Junta entidades
responsáveis pelas infraestruturas de
carregamento para veículos elétricos
de sete países europeus (Portugal,
Bélgica, Holanda, Alemanha, Luxemburgo, Áustria, Irlanda). Trata-se da
primeira Câmara de Compensação
europeia para a mobilidade elétrica,
constituindo um acordo de colaboração para “e-roaming” que permite aos utilizadores de mobilidade
elétrica usar os seus cartões nos eletropostos de qualquer das entidades
signatárias, mesmo no estrangeiro.
MOBI-Europe | Projeto europeu que
tem como objetivo promover a interoperabilidade de sistemas na Europa
e desenvolver novos serviços disponibilizados a partir destas plataformas.
O MOBI.Europe envolve parceiros de
cinco países, incluindo a Renault, a
cidade de Amesterdão ou a cidade
de Limerick.
MOBI2Grid | Contempla a construção de um corredor de Mobilidade
Elétrica entre as cidades de Porto e
Vigo (Galiza). Pretende-se com esta
experiência que um utilizador português ou espanhol consiga efetuar
uma viagem entre estas duas cidades,
carregando em eletropostos localizados em ambos os lados da fronteira.
termodal aberta a qualquer operador
de serviços de mobilidade, com múltiplas vantagens. Primeiro, qualquer
operador pode desenvolver o seu negócio em cima da plataforma. O mobi.
me permite mesmo a integração com
as plataformas que cada operador já
tem em uso na sua relação com os
seus clientes. Segundo, promove o surgimento de novos modelos de negócio
como a possibilidade de o utilizador
pagar o estacionamento junto com o
carregamento da bateria do veículo
elétrico ou os serviços de transporte
público junto com os sistemas de sharing (como bicicletas). Terceiro, abre
a possibilidade de entrada de players
de outras áreas no negócio da mobilidade, contribuindo para a criação de
ofertas integradas mobilidade.e-telecomunicações ou mobilidade-energia,
por exemplo. O mobi.me agrega todos
os serviços de mobilidade de uma cidade em função do cidadão, preservando
os diferentes modelos de negócio de
cada operador.
Assim, as cidades serão mais conectadas também, porque o mobi.me permite a ligação entre devices de mobilidade de distintos operadores e destes
devices com as infraestruturas da cidade, possibilitando a criação de redes
sociais de objetos que interagem entre
eles e com os utilizadores, gerando informação em tempo real para a cidade
e para os cidadãos.
E mais sustentável porque o mobi.
me facilita a mobilidade da população com menores recursos, de que
o projeto Maréanas que envolve o
CEIIA e duas ONG do Rio de Janeiro,
a Redes da Maré e o Observatório de
Favelas, será um exemplo. Este projeto, desenvolvido na Maré, o maior
complexo de favelas do Rio, propõe
a instalação de uma solução de mobilidade baseada num sistema de
ciclovias e bicicletas partilhadas que
integre, através do mobi.me, a Maré
com o sistema de transportes do Rio.
O projeto visa facilitar a circulação em
todo o espaço da cidade de forma fácil e ambientalmente sustentável e
contribuir para a redução da estigmatização das populações de áreas economicamente mais deprimidas.
14 // Janeiro 15 // Portugalglobal
DESTAQUE
tem a capacidade de integrar múltiplas
entidades, quer ao nível do desenvolvimento de tecnologia quer da operação, projetando e reforçando as suas
ofertas, sem se sobrepor a essas mesmas entidades. O sucesso do mobi.me
resulta, por conseguinte, da capacidade de cruzar engenharia de excelência
com um modelo de negócio aberto.
E esta pode ser uma das receitas do
sucesso, projetar e testar em Portugal
para projetar Portugal globalmente.
mobi.me:
uma referência global
O mobi.me foi projetado a partir de
Portugal, no CEIIA, tendo sido desenvolvido desde o início com uma ambição global, ou seja, projetar Portugal.
A primeira fase de internacionalização resultou da necessidade de estar presente
nos principais fóruns de normalização da
indústria a nível internacional, nomeadamente na Europa, promovendo a interoperabilidade entre agentes e entre países,
o que resultou na participação em plataformas como o Treaty of Valls e o eMI3,
ou em projetos europeus como o MOBI.
Europe ou o Mobi2Grid. Isto permite
ao CEIIA estar em contacto com outros
players de destaque e com as últimas tendências na área da mobilidade e participar na definição de normas e standards.
A atual fase de internacionalização, a
partir do Brasil, contribui para responder aos enormes desafios de mobilidade que aquele país enfrenta. O mobi.me
está implementado em cidades emblemáticas como Brasília, Curitiba, Campinas ou Foz do Iguaçu, envolvendo
entidades como a ITAIPU Binacional, a
Aliança Renault-Nissan, a Prefeitura de
Curitiba, o ICI, a CPFL ou os Correios
do Brasil. Estes projetos estão focados
em atividades como a gestão de redes
de carregamentos de veículos elétricos,
a gestão de serviços de car sharing, a
gestão de frotas de logística urbana e
de frotas públicas e ainda a integração
com os transportes públicos.
O Brasil, pelos desafios que enfrenta
no domínio da mobilidade e pela proximidade cultural, constitui um mercado
que simultaneamente reúne um enorme espaço de crescimento para a mobilidade inteligente e um significativo
potencial de projeção para outras geografias. De facto, a cooperação com
o Brasil na integração de tecnologia em
novos produtos abre a porta para a sua
internacionalização para outros mercados da América Latina e para os EUA.
Esta convicção é partilhada pela Embaixada de Portugal em Brasília que
assinou um protocolo com o CEIIA com
o objetivo de promover a tecnologia
portuguesa de mobilidade inteligente
no mercado brasileiro. Ao abrigo deste
protocolo, e durante dois anos, a Embaixada disporá de uma estação de carregamento e de um veículo elétrico cuja
gestão será integrada no mobi.me.
Outras dinâmicas de globalização de tecnologia associada ao mobi.me desenvolvida a partir de Portugal estão previstas
em mercados como os EUA (Califórnia) e
Emirados Árabes Unidos a partir do conceito de rede social de objetos, baseado
no paradigma da Internet of Things.
A aposta do CEIIA na mobilidade inteligente, baseada na plataforma
mobi.me, tem-se revelado um sucesso. Em primeiro lugar porque cria valor
para as cidades, para os operadores de
serviços de mobilidade e para os utilizadores. Em segundo lugar porque
Em resultado deste trajeto, o mobi.me
foi referência na Conferência do Clima
da ONU realizada em Dezembro de
2014 em Lima, no Peru, como a primeira plataforma mundial de gestão de
mobilidade que contabiliza em tempo
real as emissões de CO2.
*O autor escreve de acordo com a nova grafia
www.ceiia.com
O CEIIA
“Engenharizar”
a Criatividade
O CEIIA é um Centro de Engenharia e Inovação. Evoluiu de 50 engenheiros em 2006, orientados para
o desenvolvimento de produto na
indústria automóvel, para 260 em
2014, associados ao desenvolvimento de estruturas e sistemas
complexos nas indústrias aeronáutica e offshore e ao desenvolvimento de novos produtos e serviços na indústria da mobilidade.
Está presente em seis países e 70
por cento da sua faturação tem
origem em mercados externos
como o europeu e o brasileiro.
Conta com unidades de I&D em
Portugal e no Brasil.
O CEIIA presta serviços de engenharia para o mundo, em estruturas e sistemas complexos, caso
do Programa KC-390 (EMBRAER),
mas também desenvolve produtos
e serviços próprios (como o veículo
inteligente BE, a Rede Social de iBikes ou o mobi.me).
Portugalglobal // Janeiro 15 // 15
DESTAQUE
MAOTE
O CAMINHO FAZ-SE
DE MODO MAIS VERDE
>POR PEDRO COSTA*, ADJUNTO DO MINISTRO DO AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
E ENERGIA, RESPONSÁVEL PELO PROGRAMA DE DEMOSTRAÇÃO DE MOBILIDADE ELÉTRICA NO MAOTE
O Governo tem vindo a promover uma
ampla reforma na mobilidade elétrica.
Em primeiro lugar, através de um novo
regime jurídico de mobilidade elétrica,
aprovado em 2014, e que evolui relativamente a uma primeira fase da estratégia de mobilidade elétrica que existe
desde 2010. Neste regime promove-se
uma nova estratégia de carregamento.
Além da rede pública já existente, que
se espera venha a tornar mais próxima
dos cidadãos e dos seus hábitos, queremos que os condutores possam carregar
as baterias dos veículos em casa, no local de trabalho, em centros comerciais
e parques de estacionamento públicos.
Espera-se que o mercado venha a disponibilizar, por exemplo, cartões de pré ou
pós-pagamento, com tarifas fixadas pelo
comercializador e operador de ponto de
carregamento de mobilidade elétrica.
Em segundo lugar, através da Reforma
da Fiscalidade Verde, avançou-se para a
minimização de um segundo constragimento da mobilidade elétrica: o preço. A
Reforma da Fiscalidade Verde vem incentivar a utilização de carros elétricos, híbridos plug-in, através do IRS e do IRC, permitindo ainda a dedução do IVA da aquisição, fabrico ou importação, locação ou
transformação de viaturas de turismo
elétricas ou híbridas plug-in. Por outro
lado, e também no sentido de desincentivar comportamentos mais poluentes e
que afetam todos os portugueses, a taxa
de carbono passa a incidir sobre os setores não incluídos no comércio europeu
de licenças de emissão (CELE), sendo as
taxas sobre os produtos petrolíferos agravadas em função das emissões de CO2.
As reformas efetuadas são reformas
ambientais que contribuem para a redução da emissão de gases poluentes,
que tornam as nossas cidades mais ver-
16 // Janeiro 15 // Portugalglobal
des, mas era preciso ir para lá do estabelecimento de medidas e incentivos,
era necessário dar o exemplo. Pergun-
tariam as pessoas, para quê incentivos
à mobilidade elétrica se os nossos governantes continuam a deslocar-se nos
automóveis movidos a combustíveis
fósseis? Quando se fala de mobilidade
elétrica, surgem ainda outras questões:
será que a bateria tem autonomia suficiente para as deslocações necessárias
ou vamos ficar no meio da estrada,
quase como se de um smartphone se
tratasse, em que tudo é ágil, exceto a
bateria! Foi a pensar nestas respostas
que, em maio de 2014, foi celebrado
um protocolo entre o Ministério do
Ambiente, Ordenamento do Território e Energia (MAOTE) e a Associação
Portuguesa do Veículo Elétrico (APVE),
tendo em vista a operacionalização de
um programa de mobilidade elétrica
nos gabinetes do ministro e dos três secretários de estado. O programa con-
DESTAQUE
tou com a adesão de doze marcas, praticamente todas as que comercializam
veículos elétricos em Portugal.
Resultados? Até hoje não houve uma
paragem por falta de energia e os dados confirmam as vantagens previstas.
Além da diminuição drástica da emissão de gases poluentes, a substituição
da frota a gasóleo por veículos elétricos
tem permitido que as deslocações se
façam com uma poupança de cerca de
70 por cento dos custos.
Desengane-se quem pensa que o desempenho destes veículos fica aquém do
desejado pelos aficionados de automóveis. Durante estes meses foram percorridos milhares de quilómetros por todo o
país, de Bragança a Faro, e até em todo
terreno pelos montes da herdade alentejana que recebeu os linces ibéricos.
O projeto em curso no MAOTE é assim considerado um pequeno projetopiloto que tem permitido uma vasta
aprendizagem a todos os agentes
envolvidos. De notar que este projeto tem permitido “sentar à mesma
mesa” intervenientes de áreas distintas a discutir este tema, de onde
resultarão certamente frutos para o
previsto programa na administração
pública. O programa de mobilidade
elétrica no MAOTE prevê que a cada
um dos governantes seja disponibilizado um veículo elétrico para as deslocações, a que acresce um veículo híbrido
para deslocações de maior distância a
partilhar entre os diferentes gabinetes.
De dois em dois meses são alterados
os veículos utilizados, o que permite
alargar o leque de experiências. Para
além do período inicial de preparação,
encontra-se previsto um período final
de balanço, pelo que é expectável que
o relatório final seja publicado no final
do primeiro semestre de 2015. Os relatórios de monitorização são disponibilizados ao público:
w w w. a p a m b i e n t e . p t / _ z d a t a /
DESTAQUES/2014/I_Relatorio_MAOTE_Mobilidade_Eletrica.pdf
www.dgeg.pt
Tudo isto são boas razões para se alargarem horizontes e estabelecer como
objetivo a implementação de um programa de mobilidade sustentável na
administração pública. No quadro de
uma estratégia para o crescimento
verde e do conjunto de compromissos em matéria de ambiente, clima e
energia assumidos por Portugal, designadamente em termos de redução
de emissões, de eficiência energética
e de penetração de energia de fontes
renováveis, incluindo nos transportes, o
Estado deve dar o exemplo na alteração
de paradigma que se exige à sociedade,
e monitorização das deslocações efetuadas; integração de ações relativas
à tecnologia dos veículos e renovação
da frota, com especial destaque para a
promoção da mobilidade elétrica, estimando-se que a Administração venha a
ter mais de mil veículos elétricos em circulação; e, por fim, a realização de um
conjunto de iniciativas que visam promover comportamentos sustentáveis,
designadamente na escolha dos modos
de transporte e na ecocondução.
“Os efeitos ambientais da
implementação do Programa
são diversos, nomedamente
a redução de emissões de
gases com efeito de estufa,
de óxidos de azoto, de
partículas, redução do ruído
e contributo para
o descongestionamento
das cidades.”
Os efeitos ambientais da implementação do Programa são diversos, nomedamente a redução de emissões de
gases com efeito de estufa, de óxidos
de azoto, de partículas, redução do
ruído e contributo para o descongestionamento das cidades. O Programa
contribui também para a redução da
dependência energética do exterior,
melhorando a segurança de abastecimento, incluindo por diversificação das
fontes de energia primária.
impulsionando o apoio a essa transição.
Neste contexto, pretende-se incentivar
a mobilidade sustentável na Administração Pública através da promoção de
um padrão de mobilidade eficiente, da
descarbonização do Parque de Veículos
do Estado e a melhoria do seu desempenho ambiental e energético.
Para além dos benefícios referidos, deve
assinalar-se que as poupanças estimadas
com o Programa são superiores aos custos previstos. Trata-se assim de um programa sustentável, com ganhos nas vertentes ambientais, sociais e económicas.
O Programa aposta em três eixos de
atuação: a Gestão da Mobilidade, que
contempla um conjunto de iniciativas
que visam a eficiência na mobilidade
associada à Administração Pública e
que inclui atuações para redução das
necessidades de deslocação, escolha
do modo de transporte mais adequado
Caminhamos para uma mudança de
paradigma no que respeita à mobilidade, que no caso português significa
transportes movidos a água, vento e,
no futuro, sol, dada a riqueza do nosso
país nestes recursos renováveis. Queremos deslocar-nos de modo mais verde,
sem receios à mudança.
*O autor escreve de acordo com a nova grafia.
Portugalglobal // Janeiro 15 // 17
DESTAQUE
ADENE
A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
NA SOCIEDADE
>POR CRISTINA CÂNDIDO*, DIRECTORA DE MARKETING DA ADENE
A eficiência energética está na ordem do dia por diversos fatores, nomeadamente
enquanto fator essencial para a redução de custos e para a sustentabilidade
financeira e ambiental das empresas e das famílias.
O uso mais eficiente da energia permite também reduzir os custos por
unidade de produto (ou serviço) disponibilizado ao mercado, tornando
assim a empresa (ainda) mais competitiva. Isto é aplicável quer a PME
seja uma pequena unidade industrial,
quer seja um pequeno edifício de serviços destinado, por exemplo, a atividades hoteleiras.
O Sistema de Gestão dos Consumos
de Energia (SGCIE) e o Sistema de
Certificação Energética de Edifícios
(SCE) contribuem, respetivamente,
para a promoção da eficiência energética nas instalações industriais com
18 // Janeiro 15 // Portugalglobal
grandes consumos de energia e para
a promoção da eficiência energética
nos edifícios de comércio e serviços.
São instrumentos que permitem às
empresas fazer uma monitorização
ativa e periódica dos seus consumos
de energia, especificamente com o
objetivo de identificar oportunidades e promover a implementação de
medidas que reduzam esses consumos, tornando-as mais eficientes e
competitivas.
Também ao nível do consumidor, a
eficiência energética assume um papel cada vez mais importante no seu
quotidiano. O desenvolvimento de
DESTAQUE
uma sociedade não pode implicar um
aumento do consumo de energia,
mas sim traduzir-se na sua utilização responsável, sem que isso implique uma alteração na qualidade de
vida, nem no conforto. O consumidor
deverá ser racional na utilização de
energia, existindo para isso opções e
gestos simples que podem fazer toda
a diferença: adquirir equipamentos
etiquetados com boa classificação
energética e adotar boas práticas
quotidianas como apagar a luz ao sair
de uma divisão ou colocar a máquina de lavar a funcionar com a carga
completa, por exemplo.
São cada vez mais as soluções para um
consumo energético eficiente no nosso dia-a-dia. Desde a telecontagem
e gestão inteligente dos consumos
energéticos em casa, até à utilização
de veículos elétricos e modos suaves
de transporte (bicicletas, entre outros)
como parte de um novo paradigma na
“O uso mais eficiente da
energia permite também
reduzir os custos por
unidade de produto (ou
serviço) disponibilizado ao
mercado, tornando assim
a empresa (ainda) mais
competitiva.”
mobilidade. O futuro está aí e passa
pela eficiência energética.
Os benefícios de um futuro energeticamente eficiente são inegáveis e vão da
economia ao ambiente, passando pela
competitividade das empresas e pelo
bem-estar das pessoas. Utilizar menos
energia para fazer as mesmas ou mais
atividades tem associado menores custos
e redução do impacte ambiental. Em todas as áreas da nossa sociedade, sejam as
empresas ou o consumidor, se existir uma
escolha e uma utilização conscientes dos
sistemas energéticos, é possível poupar
na fatura e poupar o ambiente.
APVE
MOBILIDADE SUSTENTÁVEL
UMA APOSTA CLARA
NOS VEÍCULOS ELÉCTRICOS
>POR JORGE VASCONCELOS, PRESIDENTE APVE
A Associação Portuguesa do Veículo Eléctrico (APVE)
foi criada em 1999 e tem por objecto estatutário
a promoção de uma ampla utilização de veículos
com propulsão eléctrica, integrada numa política de
transportes e mobilidade sustentável.
A APVE, organismo de utilidade pública, assume-se como associação do
sector, representando a indústria, universidades, politécnicos e organismos
de investigação, organismos do Estado
e municípios com interesses, negócio
e conhecimento na área de mobilidade eléctrica. A APVE acolhe também
os utilizadores, identificando as suas
necessidades e as suas aspirações, em
articulação com outras associações,
nomeadamente nas áreas dos transportes, energia e ambiente.
Quando se fala em mobilidade sustentável não se sugere substituir a frota actual de automóveis com motor de combustão por automóveis eléctricos numa
relação um para um. Pensa-se, antes de
mais, em novas formas de organização
das nossas cidades, espaços em que a
mobilidade assume novas configurações
e onde o transporte privado de quatro
rodas é em grande parte substituído
*A autora escreve de acordo com a nova grafia.
www.adene.pt
Portugalglobal // Janeiro 15 // 19
DESTAQUE
INESC-ID
A MOBILIDADE
ELÉCTRICA
À ESCALA
LABORATORIAL
>POR DUARTE DE MESQUITA E SOUSA,
PROF. AUXILIAR DEEC/IST
& INVESTIGADOR INESC-ID
A mobilidade eléctrica
é um desígnio com
diversas vertentes e
que tem beneficiado
dos desenvolvimentos
provenientes de várias
áreas do conhecimento.
pelo transporte público, pelo transporte
de duas rodas e pelo transporte automóvel partilhado. Pensa-se portanto no
desenvolvimento de novos modelos de
negócio em que a centralidade é assumida pelo serviço da mobilidade e não
mais, como acontecia no passado, pela
aquisição individual do automóvel.
Numa primeira fase de actividade, a
APVE teve um papel essencialmente disseminador de informação sobre mobilidade eléctrica: organizou conferências,
criou uma página na internet, publicou
relatórios e boletins de informação, patrocinou projectos-piloto e sessões de
demonstração e experimentação de
veículos eléctricos (em particular autocarros em ambiente urbano), traduziu
normas internacionais, assumindo as
funções de Organismo de Normalização
Sectorial (ONS), desenvolveu relações e
parcerias internacionais, entre outras.
Nos últimos anos, a actividade informativa tem vindo a ser crescentemente complementada por uma actuação
mais assertiva na mobilização das competências e dos recursos disponíveis
no sentido de definir e apoiar as es-
20 // Janeiro 15 // Portugalglobal
tratégias, mais adequadas à transição
da mobilidade eléctrica, de uma fase
de investigação e demonstração para
uma fase de concretização industrial e
comercial em larga escala, criando as
condições necessárias para a formação
de um cluster de desenvolvimento de
tecnologia e know-how para aplicação
em Portugal e para exportação.
Por último, importa recordar que sem
mobilidade eléctrica Portugal não poderá cumprir os objectivos que colectivamente a Europa definiu para 2050.
A mobilidade eléctrica, associada necessariamente à produção de energia
eléctrica a partir de fontes renováveis, é
a chave para reduzir emissões de gases
de efeito de estufa e reduzir as importações energéticas, tornando Portugal
um país mais saudável e energeticamente mais independente. As vantagens competitivas que o país adquiriu
recentemente na área das energias renováveis reforçam e inspiram a construção de um novo modelo de mobilidade
sustentável, no qual os veículos eléctricos terão um papel incontornável.
www.apve.pt
Esta tem sido frequentemente impulsionada pelos efeitos e conceitos que derivam da influência e dependência que
os combustíveis fósseis representam
no quotidiano. Quando se concebem
soluções, equacionam-se também as
questões ambientais e económicas. Do
ponto de vista eléctrico, o consumo de
energia eléctrica e a eficiência das soluções são fundamentais para a validação
e a aceitação dos sistemas projectados.
Quando se fala em mobilidade eléctrica
e investigação, existe a tentação e ambição de projectar cadeias de tracção
completas. Este desiderato, sendo nobre tanto do ponto de vista dos laboratórios de investigação como industrial,
tem que ser finalizado num espaço de
tempo adequado e consome recursos
materiais e humanos que não se compaginam com os meios disponíveis.
Ao longo dos últimos anos, as opções
tomadas ao nível dos trabalhos de investigação, evoluíram, no nosso caso,
para o estudo e desenvolvimento de
soluções que contribuam para o desenvolvimento de sistemas de tracção mais
eficientes. Os sistemas estudados, têm
DESTAQUE
sistemas, os conversores electrónicos de
potência podem basear-se em diversos
tipos de topologias de acordo com as
funcionalidades requeridas. Uma das
concepções desenvolvidas, permite recuperar energia durante a travagem do
veículo, sendo a energia armazenada ou
nas baterias ou nos condensadores.
tido como linha condutora a recuperação e o armazenamento de energia.
As soluções analisadas tomam como
referência a partilha e troca de energia
entre diferentes sistemas integrando a
mesma cadeia de tracção.
Dos sistemas conceptualizados, as soluções com mais potencial conjugam baterias electroquímicas com supercondensadores. Para a interligação entre estes dois
A energia armazenada nestes dois sistemas é utilizada na alimentação da
cadeia de tracção, sendo fornecida ou
pelas baterias, ou pelos supercondensadores ou simultaneamente por ambos os sistemas de acordo com o modo
de condução requerido em determinado instante (arranque, aceleração ou
velocidade de cruzeiro, por exemplo).
Para a implementação das funcionalidades referidas, o sistema requer um
módulo de gestão de energia com parâmetros ajustáveis de acordo com as
preferências do condutor do veículo,
permitindo alterar o desempenho do
veículo dentro de determinados limites.
A mobilidade eléctrica tem sido um tópico de investigação com diversas vertentes e que tem atraído jovens investigadores. No caso da equipa do INESC-
ID (Grupo de Energias Alternativas e
Conversão de Energia), os contributos
têm usufruído da experiência que os
seus investigadores possuem em energias renováveis, electrónica de potência,
sistemas electromecânicos e conversão
electromecânica de energia, entre outras áreas. Para que a mobilidade eléctrica seja efectivamente uma realidade
estamos convictos de que desafio após
“Para que a mobilidade
eléctrica seja efectivamente
uma realidade, estamos
convictos de que desafio
após desafio as soluções
desenvolvidas têm que
sobreviver fora das paredes
dos laboratórios de
investigação.”
desafio as soluções desenvolvidas têm
que sobreviver fora das paredes dos laboratórios de investigação.
www.inesc.pt
Portugalglobal // Janeiro 15 // 21
DESTAQUE
LNEG
O VE TRAZ FLEXIBILIDADE
AOS SISTEMAS DE ENERGIA
>POR TERESA PONCE DE LEÃO*, PRESIDENTE DO CONSELHO DIRECTIVO DO LNEG,
LABORATÓRIO NACIONAL DE ENERGIA E GEOLOGIA
O LNEG tem trabalhado
na investigação sobre
novos materiais com
as funcionalidades
necessárias e menores
custos para as baterias
e está neste momento
em processo de
patenteamento de
um novo produto com
vista a acelerar a curva
de aprendizagem.
Tem ainda apostado
no desenvolvimento
de uma metodologia
de monitorização e
otimização dos ciclos de
carga e descarga tendo
desenvolvido
um demonstrador.
22 // Janeiro 15 // Portugalglobal
tencialidades que surgem, por exemplo,
de uma combinação da gestão da procura em função da oferta disponível.
Os veículos elétricos são um exemplo,
por excelência, de como as tecnologias
de armazenamento podem revolucionar os sistemas dos transportes para
modelos mais sustentáveis. São ainda
exemplo da capacidade de gerir a oferta pela procura, principalmente porque
estamos na era em que equipamentos
eletrónicos que se tornaram ubíquos
na sociedade moderna e nos permitem
tomar decisões de gestão das nossas
próprias necessidades de energia.
O armazenamento de energia elétrica é
uma das componentes para a sustentabilidade dos sistemas de energia. Mitiga a
intermitência da generalidade das fontes
renováveis pois o seu grande problema
tem sido o armazenamento da energia
que produzem. No entanto, devemos
encarar o armazenamento sem amarras
ao sistema atual e explorar as novas po-
A tecnologia dominante são as baterias ião-lítio capazes de abastecer todos
os equipamentos eletrónicos portáteis
assim como quase todos os VE. Mas,
basta-nos pesquisar um pouco sobre
o estado da arte destes equipamentos
para percebermos que ainda há problemas com o peso e a fadiga das baterias
sujeitas aos diferentes ciclos de carga/
DESTAQUE
descarga altamente limitativo da autonomia destes veículos.
Recentemente têm surgido novas soluções que poderão ser um acelerador de
todo este movimento. É o caso dos supercondensadores, que usam um mecanismo diferente para o armazenamento. A
energia é armazenada por um fenómeno
electroestático, na superfície do material,
e não envolve reações químicas. Isto viabiliza as cargas rápidas, com densidade
de potência muito elevada e sem apresentar fadiga ao longo do tempo, mesmo perante milhões de ciclos de carga/
descarga. Como desvantagens, têm uma
baixa densidade de capacidade de armazenamento de energia e elevado custo.
CRITICAL SOFTWARE
MOBILIDADE
NA ERA DIGITAL
>POR RODRIGO MAIA*, PRINCIPAL ENGINEER @ CRITICAL SOFTWARE
O virar da primeira para a segunda década deste novo
milénio marcou o arranque de uma nova era. A Critical
Software tem procurado manter-se na linha da frente
do desenvolvimento de soluções para esta Era Digital,
apostando, em particular, na área da mobilidade.
Não devemos olhar para as duas tecnologias como competidoras mas antes como
complementares. Os supercondensadores
podem carregar na travagem e usar essa
energia no arranque mas não conseguem
manter o veículo em andamento pois a
sua capacidade de armazenamento é pequena. As baterias entram em ação após
arranque e não são sujeitas a ciclos abruptos de carga descarga. Esta conveniente
combinação de tecnologias resolve o problema da fadiga das baterias e do elevado
“Os veículos elétricos são
um exemplo, por excelência,
de como as tecnologias de
armazenamento podem
revolucionar os sistemas dos
transportes para modelos
mais sustentáveis.”
peso fundamentalmente necessário para
resolver o problema do arranque.
dade e da crescente concentração da
população em meios urbanos.
A participação no programa Mobi.E
(www.mobie.pt), como parceiro responsável pelo desenho da solução de
gestão de postos de carregamento,
marcou, em 2009, o arranque deste percurso. Através desta solução foi
possível conectar mais de um milhar
de postos de carregamento de veículos
elétricos de Norte a Sul do país construindo-se assim a primeira rede nacional de mobilidade elétrica.
A empresa tem, por isso, vindo a desenvolver soluções pioneiras nas áreas
da mobilidade sustentável e inteligente
acompanhando as tendências tecnológicas dominantes e respondendo aos
desafios civilizacionais da sustentabili-
Este percurso continuou depois a nível
europeu com o projeto Mobi.Europe
(www.mobieurope.eu), no qual a Critical
Software teve a responsabilidade de conceber e desenvolver uma solução para
roaming que permitisse a interoperabilidade entre sistemas de carregamento
de veículos elétricos de diferentes países.
Neste projeto estão presentes parceiros
portugueses, holandeses, irlandeses,
Como conclusão, gostaria de reforçar a
mensagem de que a solução para a descarbonização da nossa economia passa
por soluções de alteração de paradigma
que tornarão a gestão do sistema elétrico muito flexível, ajustando a procura às
disponibilidades da oferta onde o veículo
elétrico se insere no seu duplo papel como
consumidor e fornecedor inteligente.
*A autora escreve de acordo com a nova grafia.
www.ineg.pt
Portugalglobal // Janeiro 15 // 23
DESTAQUE
franceses e espanhóis, incluindo empresas como a Renault, a Intel ou as principais utilities da Irlanda e da Holanda.
A mobilidade partilhada tem sido também uma das áreas em que a Critical
Software tem apostado, sendo a solução de car-sharing, desenvolvida para
a MobiAG, um excelente exemplo
disso. Nesta solução, a Critical Soft�����
“A Critical Software
construiu uma plataforma
agregadora de sistemas
de car-sharing, permitindo
assim criar as externalidades
necessárias a um
marketplace que pretende
juntar clientes e provedores
de viaturas partilhadas.”
ware�������������������������������
construiu uma plataforma agregadora de sistemas de car-sharing,
permitindo assim criar as externalidades necessárias a um marketplace
que pretende juntar clientes e provedores de viaturas partilhadas.
A mobilidade inteligente é outra das
áreas de atividade da Critical Softwa-
re, consubstanciada, por exemplo, no
projeto Tice.Mobilidade, no qual, em
conjunto com o Instituto Pedro Nunes, coordenou um ecossistema de
26 parceiros nacionais. Neste projeto
foi desenvolvida uma plataforma integradora denominada One.Stop.Transport (www.ost.pt), com o objetivo de
integrar um conjunto de protótipos,
projetos e serviços na área da mobilidade inteligente. A Critical, para além
da coordenação, foi responsável pela
construção de dois elementos marcantes desta solução integradora: um
middleware de abstração de fontes de
dados heterogéneos e um sistema de
infotainment desenhado especificamente para a área da mobilidade elétrica e denominado MobiCarInfo.
Após quatro anos, e com um volume
de negócios crescente na área da mobilidade inteligente e sustentável, a Critical Software continua a trabalhar com
os seus clientes no desenvolvimento de
novas soluções alicerçadas não apenas
num percurso sólido de desenvolvimento tecnológico, mas acima de tudo
num forte conhecimento da realidade
dos modelos de negócio desta área tão
aliciante e promissora.
*O autor escreve de acordo com a nova grafia.
www.criticalsoftware.com
MAGNUM CAP
INOVAÇÃO
NOS MODELOS
ENERGÉTICOS
PARA A
MOBILIDADE
>JOSÉ HENRIQUES,
CEO DA MAGNUM CAP
A Magnum Cap é uma
das principais empresas
portuguesas de produção
de equipamentos
para distribuição,
armazenamento e gestão
de energia, sendo líder
em Portugal na
fabricação de soluções de
carregamento de veículos
eléctricos.
24 // Janeiro 15 // Portugalglobal
DESTAQUE
Faz parte da missão da Magnum Cap
acelerar a transição mundial para a
adopção eficiente de energias limpas e
sustentáveis. Neste sentido, a empresa
disponibiliza uma gama completa de
produtos para carregamento de veículos eléctricos, incluindo soluções de carregamento de veículos de duas e quatro
rodas, sistemas de carregamento normal
para utilização pública, carregamento
privado em casa ou condomínios, e sistemas de carregamento rápido.
A área da mobilidade eléctrica representa actualmente mais de 60 por cento da actividade da empresa, e mais
de 80 por cento do seu orçamento de
investigação e desenvolvimento. Os
seus produtos são comercializados em
30 países, com destaque para o Brasil,
Croácia, Espanha, França, Itália, Macau
e Polónia. Refira-se que a Magnum
Cap foi a empresa eleita para carregar
os veículos eléctricos mais rápidos do
mundo, o Volar-e e o Rimac Concept
One, tendo sido igualmente escolhida,
este ano, para carregar o primeiro veículo eléctrico a participar no Dakar.
A própria empresa conta com uma frota de seis veículos eléctricos ligeiros de
quatro rodas e dois veículos de duas rodas, com mais de 300.000 quilómetros
percorridos, o que corresponde a uma
poupança de cerca de 26 mil euros em
combustível e 36 toneladas de CO2 não
emitido. Para além da utilização cativa
da mobilidade eléctrica, a Magnum Cap
utiliza ainda energia solar na sua unidade
de produção e no carregamento dos veículos enquanto parqueados na fábrica.
Muito mais do que uma evolução na
motorização do automóvel, um veículo eléctrico é uma revolução na forma
como a mobilidade individual se integra
na dinâmica diária e de desenvolvimento das cidades e da humanidade. Ao
carregar a partir da rede eléctrica, um
VE poderá ser reabastecido em casa, na
rua ou em parques de estacionamento,
com custos de utilização muito inferiores aos veículos convencionais, e/ou
tirando partido da energia produzida
através de fontes renováveis, ao mesmo
tempo que preserva o ambiente, reduz
as emissões de CO2, gases nocivos,
maus cheiros e ruído nas cidades.
A empresa tem em processo de finalização o desenvolvimento de sistemas
bidirecionais de carga e descarga, permitindo a interligação do veículo eléctrico
com a rede ou com a casa, tornando o
veículo uma parte integrante desta e podendo funcionar como consumidor ou
produtor, mediante vários critérios. Tais
sistemas poderão ser também particularmente importantes na complementaridade de soluções de autoconsumo baseadas em fontes de produção renovável,
relativamente às quais um VE poderá
ser utilizado como armazém de energia,
absorvendo a produção em excesso, podendo fornecer energia ao edifício em
períodos de maior consumo e menor
produção, e abrindo caminho a novos
modelos energéticos, mais sustentáveis
e mais distribuídos, capazes de mudar o
paradigma energético actual.
www.magnumcap.com
Portugalglobal // Janeiro 15 // 25
DESTAQUE
MOBILIDADE ELÉCTRICA
OS TRANSPORTES DO FUTURO
Portugal está a apostar cada vez mais em novos modelos energéticos para a
mobilidade, que visam melhorar a nossa qualidade de vida a vários níveis, incluindo
a vida nas cidades. Com este objectivo são lançados regularmente novos veículos
eléctricos no mercado português, tanto de origem nacional como internacional.
Estes transportes do futuro caracterizam-se pela inovação tecnológica e funcional,
permitindo-nos construir um futuro energética e ambientalmente sustentável.
O primeiro autocarro eléctrico 100 por cento português
O Caetano 2500EL é o primeiro autocarro eléctrico 100 por cento português,
tendo sido desenhado e produzido pela
Caetano Bus. Após a sua apresentação
em 2011, foram realizadas demonstrações e testes em algumas cidades europeias. Recentemente, a Caetano Bus
desenvolveu uma nova solução para uso
exclusivo em aeroportos – o E.COBUS.
O modelo já esteve em operação pela
Portway nos aeroportos de Lisboa e do
Porto com o objectivo de comprovar a sua
tecnologia e fiabilidade operacional. Tem
feito ainda demonstrações em alguns
dos principais aeroportos europeus e ganhou recentemente um concurso para
Bicicletas eléctricas produzidas em Portugal
A Órbita é uma empresa portuguesa que
se dedica à produção de bicicletas, tendo
sido a primeira a produzir bicicletas
eléctricas em Portugal. Ao longo dos
anos, criou vários modelos distintos
de bicicletas eléctricas com diferentes
características, de modo a responder
às exigências dos seus clientes. Para
comemorar os seus 44 anos de existência,
lançou um novo modelo totalmente
inovador, com mais força (quatro níveis),
mais autonomia (60/100 km) e uma
bateria mais duradora (1.000 cargas).
Órbita
www.orbitabikes.com
26 // Janeiro 15 // Portugalglobal
o fabrico de seis unidades 100 por cento
eléctricas para o aeroporto de Estugarda.
Cada autocarro tem em média capacidade para 112 pessoas e uma autonomia
mínima de 100 quilómetros sem recarga
de baterias.
Caetano Bus
www.caetanobus.pt
DESTAQUE
Scooter Eléctrica BMW C Evolution
A BMW iniciou em 2014 a produção da sua primeira scooter
100 por cento eléctrica, a C Evolution, com uma velocidade
máxima de 120 km/h e uma bateria com capacidade de 8
kW/h. Esta scooter dispõe de um sistema inteligente de
recuperação da energia e oferece quatro modos de condução:
Estrada, Eco Pro, Sail e Dinâmico. A C Evolution proporciona
emoções fortes, em silêncio e sem poluição.
BMW Portugal
www.bmw.pt
Projecto FST Novabase
Primeiro Fórmula 1 Eléctrico Português
O Instituto Superior Técnico (IST) desenvolveu o primeiro carro de Fórmula 1 eléctrico português. Posteriormente, a equipa desenvolveu um segundo modelo mais inovador. Entre as
especificações técnicas deste segundo modelo estão o chassis monocoque integral de fibra de carbono e o peso total de
200 kg. Na aceleração, atinge os 100 km/h em 2,8 segundos,
sendo que o modelo anterior demorava quatro segundos.
Ambos os carros participaram em várias corridas internacionais, tendo registado excelentes resultados, havendo no
entanto problemas técnicos a resolver. Actualmente a equipa está a desenvolver um terceiro automóvel com diversos
melhoramentos, que será lançado em Maio deste ano.
Projecto FST Novabase
http://fst.ist.utl.pt
Soluções inovadoras de Mobilidade
Eléctrica sénior
A EGIRO é uma empresa portuguesa focada em soluções
inovadoras que permitem uma maior mobilidade do público
sénior. Disponibiliza uma variada gama de cadeiras de rodas
eléctricas, composta por cinco modelos distintos e que se
adaptam às necessidades de cada um. Esta empresa que
aposta em soluções de mobilidade eléctrica apelativas e de
alta qualidade, disponibiliza ainda scooters de mobilidade,
elevadores de escadas, plataformas elevatórias, soluções
para o banho e poltronas reclináveis e elevatórias.
EGIRO
www.egiro.pt
Portugalglobal // Janeiro 15 // 27
DESTAQUE
Automóveis Eléctricos
BMW i3
O BMW i3 apresenta um design visionário e oferece
uma experiência de condução isenta de emissões
e praticamente inaudível. O seu espaço interior é
bastante generoso e caracteriza-se por acabamentos com materiais nobres e sustentáveis. Este automóvel prima pelo conforto, disponibilizando um
elevado número de serviços de apoio inovadores.
Mercedes Classe B Electric Drive
O novo mercedes Classe B Electric Drive chegou a
Portugal este ano e oferece-lhe um prazer de condução ímpar. A condução silenciosa e sem emissões do novo Classe B é assegurada por um motor
eléctrico de 132 kW (180 cavalos), o que permite
chegar aos 100 km/h em apenas 7,9 segundos.
Este veículo tem uma autonomia de 200 quilómetros e disponibiliza três modos de condução:
Economy Plus, Economy e Sport.
Nissan Leaf
Com o Nissan Leaf, a condução 100 por cento eléctrica alcançou um novo nível de emoção e comodidade. Disponível em três versões e com inovadoras
características, que permitem um maior conforto.
Este automóvel eléctrico possibilita ainda uma aceleração dinâmica e velocidades de auto-estrada.
Peugeot iOn
O Peugeot iOn é um automóvel eléctrico de pequenas dimensões, que se insere facilmente na circulação urbana. O seu carácter e a sua vivacidade
asseguram-lhe presença e consideração no meio do
tráfego. Este veículo oferece-lhe desempenhos únicos, com zero emissões poluentes e zero emissões
de CO2.
Renault Zoe
O Renault Zoe é um veículo ecológico, sem emissões poluentes. Com características ímpares, este
exemplar revoluciona o sector dos automóveis
eléctricos e adapta-se facilmente ao meio urbano.
Uma opção inovadora e amiga do ambiente.
28 // Janeiro 15 // Portugalglobal
AICEP
INFORMAÇÃO ESPECIALIZADA ONLINE
Portugalnews
Promova a sua empresa junto de 19 mil destinatários em Portugal
e nos mercados externos.
NewsRoom
Para uma divulgação em mercados internacionais, conta com a
newsletter semanal em língua inglesa e/ou francesa.
Fique a par da actividade da Agência no país e no exterior, conheça
os casos de sucesso de empresas portuguesas e os artigos de
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nacional e estrangeira.
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ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL
5º SESSÃO DO ROADSHOW
PORTUGAL GLOBAL
A FORÇA EXPORTADORA DE AVEIRO
A iniciativa da AICEP, Roadshow Portugal Global, teve a sua primeira edição do ano em
Aveiro, nas instalações da AIDA - Associação Industrial do Distrito de Aveiro, no dia 20
de Janeiro. A sessão plenária contou com a participação de Paulo Portas, Vice-primeiroministro, e do presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, e ainda com o representante da
Agência no Reino Unido, Miguel Fontoura, e a representante do Senegal, Aida Wane,
Directora-geral Adjunta da APIX, e instituições parceiras e empresas convidadas.
O numeroso público empresarial presente na sessão, assim como nas reuniões
bilaterais promovidas no âmbito do evento, realça bem a importância da região de
Aveiro na exportação e o interesse das suas empresas nestes mercados.
Tal como aconteceu nas cidades e regiões já percorridas pelo Roadshow
da AICEP – Leiria, Braga, Coimbra e
Guarda já receberam o evento e até
Setembro mais oito vão receber o Portugal Global –, esta é uma iniciativa
orientada para a identificação e geração de oportunidades reais de negócio,
que pretende dar um maior impulso às
exportações e à internacionalização da
economia portuguesa através de uma
política de proximidade às empresas,
da qual faz parte a visita de representantes da AICEP a unidades fabris inovadoras e exportadoras.
A escolha do distrito de Aveiro tem que
ver não só com a presença de uma das
lojas de Exportação da AICEP ali situada,
mas sobretudo porque Aveiro destaca-se,
Clique na imagem para ver o video do evento
30 // Janeiro 15 // Portugalglobal
aparecendo no terceiro lugar dos
distritos com mais PME Excelência
2014, logo a seguir ao Porto e Lisboa, com 240 empresas distinguidas.
A AICEP aproveitou ainda o primeiro
Roadshow do ano para realizar uma sessão de esclarecimento sobre os programas de apoio à internacionalização no
âmbito do programa Portugal 2020.
ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL
MERCADOS EM FOCO
Nos dois mercados que estiveram em debate em Aveiro, a AICEP
identificou, através do seu responsável no Reino Unido, Miguel Fontoura,
as oportunidades de negócio para as empresas portuguesas do sector Casa,
e através da representante do Senegal foram analisadas as oportunidades
em sectores como a Construção e Obras Públicas, Ambiente e Energia.
Porquê o Reino Unido
Mercado muito competitivo, maduro,
exigente e sofisticado, plataforma de
acesso privilegiado aos países da Commonwealth, o Reino Unido é um parceiro comercial estratégico para Portugal. É o 5º principal mercado de exportação de bens e o 1º de serviços. Tem
ainda elevado potencial por explorar,
sobretudo para produtos inovadores e
de elevada incorporação tecnológica.
As vendas para este mercado aumentaram cerca de 10 por cento em 2013 e registaram, entre Janeiro e Julho de 2014,
um acréscimo de 15 por cento, por comparação com o período homólogo. As empresas do distrito de Aveiro são
fortes no sector Casa com uma ofer-
ta completa que vai do mobiliário, à
iluminação, passando pela decoração
e revestimentos. Aveiro oferece qualidade, inovação, design e preço. Vantagens competitivas apreciadas pelo
mercado inglês e que muitas empresas
do distrito de Aveiro já oferecem aos
consumidores do Reino Unido.
No distrito de Aveiro, o director da
AICEP em Londres, Miguel Fontoura, focou os sectores da fileira Casa
porque aumentar as vendas para este
mercado de 64 milhões de consumidores, onde se destaca uma classe
média/alta com um dos mais elevados poderes de compra do mundo,
constitui uma oportunidade e uma
prioridade nacional. Porquê o Senegal
O Senegal, importador de bens de produção, de consumo e de investimento,
oferece inúmeras oportunidades de negócio, em particular de investimento em
condições vantajosas, para as empresas
portuguesas. Grande potencial ainda
por explorar nos grandes projectos em
concurso nos sectores dos Transportes,
Construção e Obras Públicas, Ambiente,
Energia e privatizações em curso, muitos
dos quais beneficiam de financiamentos
concedidos por entidades multilaterais.
A estabilidade política e a vantajosa
posição geográfica fazem do Senegal uma importante plataforma
económica para o acesso a países limítrofes.
Para falar sobre o mercado e
as suas oportunidades esteve
Aida Wane, representante da
APIX, congénere senegalesa da AICEP.
Refira-se que no âmbito da diplomacia económica os esforços no sentido
de dar maior ênfase ao potencial económico do mercado senegalês intensificaram-se, tendo sido assinados dois
importantes instrumentos facilitadores
desse aprofundamento: a Convenção
para Evitar a Dupla Tributação e o Acordo de Promoção e Protecção Recíproca
de Investimentos.
A comunidade empresarial de Aveiro encara o Senegal como uma aposta de futuro, apresentando pedidos de informação crescentes em relação a este mercado. Nesta sessão do Roadshow Portugal
Global foram identificados os principais
projectos em curso e as janelas de oportunidade que se abrem às empresas portuguesas nos sectores em análise.
Portugalglobal // Janeiro 15 // 31
ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL
O Roadshow em Aveiro
HIGHLIGHTS
“O comportamento das
empresas e das exportações em Portugal desmente visivelmente os
economistas que diziam
que Portugal já tinha
atingido a sua capacidade máxima de exportação. Terminámos este ano
dois por cento acima do melhor ano de sempre, que foi 2013.
Ou seja, 2014 foi o melhor ano de sempre. A economia
portuguesa tem sectores exportadores extremamente
fortes e competitivos, que ao longo dos anos ganharam
quotas e nichos de mercado, onde estão solidamente ancorados. Assim, é visível que a comunidade empresarial
exportadora de Portugal é bastante dinâmica, o que permite que Portugal continue a crescer ao nível das exportações. O papel das empresas exportadoras foi fundamental na diversificação dos mercados, pois quando os
mercados tradicionais estavam estagnados, procuraram
outras opções de exportação, como a China, Angola, Argélia e Canadá. Para finalizar, é importante referir que o
distrito de Aveiro está entre os mais dinâmicos nas exportações nacionais, pois exporta 5.700 milhões de euros em
bens. Ao longo deste ano, a AICEP irá acompanhar ainda
mais subsectores exportadores por sectores e visitar mais
mercados, entre os quais os mercados da África Ocidental, onde a AICEP reforçará a sua presença.
Os valores das exporta“
ções portuguesas partem
do trabalho extraordinário e laborioso que as empresas têm feito ano após
ano. A maior parte das
nossas empresas foram
capazes de reinventar os
seus próprios negócios e procurar mercados lá fora. A região
de Aveiro é exemplar no que diz
respeito à exportação. Existem exemplos excepcionais de
empresas que exportam para mercados de todo o mundo. O panorama da exportação portuguesa revela que
existem 120 grandes empresas responsáveis por 50 por
cento das exportações. Enquanto as pequenas e médias
empresas representam 35 por cento, sendo essencial o
apoio da AICEP e dos Roadshows. Para além das exportações, é importante abordar o tema da atracção de investimento em Portugal, em que é fundamental convencer os
investidores internacionais a investirem no país através da
criação das melhores condições para o fazerem.
”
Pedro Ortigão Correia, Administrador da AICEP
O Reino Unido é um
“
mercado de exportação
de oportunidades, sendo
um exemplo disso os seus
inúmeros mercados. É o
principal exportador africano para o mercado europeu, para países como
o Reino Unido, a Alemanha e a França. Está em forte crescimento económico e o
seu ambiente económico é extremamente favorável à entrada de novas empresas, principalmente portuguesas. Actualmente, encontram-se a
decorrer cinco projectos liderados por portugueses nos
sectores da construção, da agricultura, da pesca e das
peles. É visível que o Senegal encerra boas oportunidades de negócio para as empresas portuguesas.
de grande volume de consumo, onde há inúmeras
maneiras de vender e muito intervenientes envolvidos no processo, sendo
fundamental para as empresas portuguesas conhecerem profundamente o mercado. As principais tendências de consumo são as ‘Pop Up
Stores’, lojas com contratos de curta duração, que podem
ir até aos seis meses; as Britain Connected, lojas de retalho onde se pode comprar pela internet qualquer hora do
dia e levantar o produto na loja; e o Box Park, parque de
contentores sofisticado no leste de Londres onde as empresas expõem os seus produtos e têm contratos de curta
duração que podem ir até aos seis meses. As principais
vantagens do Box Park são os custos mais reduzidos de
entrada no mercado e saber se o seu produto interessa
aos consumidores britânicos. Existem já inúmeras empresas portuguesas bem sucedidas neste parque.
É ainda importante salientar que as empresas portuguesas têm alguns pontos fortes reconhecidos no mercado
do Reino Unido, como a elevada qualidade dos produtos, o preço competitivo e a produção flexível.
Aida Wane, Directora-Geral Adjunta da APIX
Miguel Fontoura, Director da AICEP no Reino Unido
Paulo Portas, Vice-Primeiro-ministro
”
“O Senegal é uma terra
”
32 // Janeiro 15 // Portugalglobal
”
ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL
gueses estabeleceram e reforçaram as
suas estratégias de internacionalização,
permitindo que as relações económicas
entre Portugal e o mundo conheçam
um acentuado desenvolvimento. E os
resultados estão à vista de todos.
São já mais de 40 mil as empresas portuguesas que exportam os seus bens e
serviços para um crescente número de
mercados, permitindo que as exportações se situem perto dos 40 por cento
do PIB. Actualmente, as nossas exportações para os mercados extracomunitários atingem cerca de 30 por cento
do total, mais 10 por cento do que o
verificado em 2008. Em 2012 e 2013,
a balança externa portuguesa tornouse positiva, uma situação totalmente
distinta da tendência verificada nas últimas décadas.
ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL
EM AVEIRO
“PORTUGAL É HOJE UM
PAÍS MAIS COMPETITIVO
E MAIS INTEGRADO NA
ECONOMIA GLOBAL”
>EXCERTOS DO DISCURSO DE ABERTURA DE MIGUEL FRASQUILHO,
PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA AICEP
“É com o maior gosto que a AICEP organiza mais uma sessão do Roadshow
Portugal Global, que já teve lugar em
Leiria, Braga, Coimbra, Guarda, e hoje,
aqui em Aveiro. Estaremos presentes
em mais sete distritos, terminando esta
primeira edição do programa no Porto,
em Setembro de 2015.
Aqui em Aveiro focamos a nossa atenção em dois mercados e em temáticas
de grande relevo relacionadas com o
comércio internacional. Com este Road�����
show pretendemos ajudar a reforçar as
exportações e os processos de internacionalização das empresas da região.
Pretendemos dar destaque às oportunidades de negócio no sector da
casa no Reino Unido e nos sectores da
Construção e Obras Públicas, Ambiente e Energia no Senegal. Nestes mercados existem oportunidades de negócio
adequadas a um tecido empresarial experiente, sofisticado e capaz de encarar
vários tipos de mercados.
Face à crise e ao encolhimento do mercado interno, os empresários portu-
Temos, portanto, mais empresas portuguesas a vender os seus produtos e serviços em mais mercados, provando que
o made in Portugal é hoje um activo
reconhecido internacionalmente.
Os conjuntos de reformas que foram
empreendidos em diversos domínios
da nossa economia tornaram-nos mais
competitivos, contribuindo para que Portugal reconquistasse a sua credibilidade
internacional e seja hoje encarado como
um país de confiança. Em suma, Portugal
é hoje um país mais competitivo e mais
integrado na economia global.
Na vertente da internacionalização, é
preciso consolidarmos a nossa actuação nos países onde já estamos presentes e encontrar oportunidades em
novos mercados.
A AICEP está totalmente empenhada na
internacionalização das empresas portuguesas e, por isso, o nosso novo Plano
Estratégico alarga o âmbito de cobertura da nossa rede externa a 12 novos países. Assim, pretendemos acompanhar
65 mercados até ao final de 2016.
E reforçamos, ainda, a nossa atenção
na captação de investimento, porque só
captando investimento será possível sustentar a internacionalização das empresas
e o crescimento das exportações.”
Portugalglobal // Janeiro 15 // 33
EMPRESAS
ENDUTEX
VOCAÇÃO PARA EXPORTAR
Especializada em têxteis técnicos, a Endutex exporta 80 por cento da produção e tem
filiais nos principais mercados europeus, no Brasil e, mais recentemente, nos Estados
Unidos. A empresa tem igualmente a investido na diversificação das áreas de negócio,
concretamente no turismo, com a abertura de hotéis em Portugal e no Brasil.
A Endutex Revestimentos nasceu em
1970 dentro de um grupo com uma
forte componente têxtil e onde a empresa representava um tipo de acabamento inovador para a época, nomeadamente nos plastificados e nos
couros sintéticos.
34 // Janeiro 15 // Portugalglobal
Actualmente, esta actividade de revestimentos têxteis em PVC e PU continua
a ser o core business do Grupo, que
tem sede em Vilarinho (Santo Tirso),
uma filial também de produção no Brasil e escritórios/armazéns de distribuição em vários pontos da Europa.
A Endutex Revestimentos (Portugal, Brasil e demais filiais comerciais) emprega
cerca de 470 pessoas e trabalha com
vários sectores de actividade tais como o
sector automóvel, impressão digital, vestuário de protecção, estofos e calçado,
arquitectura têxtil, têxtil-lar, entre outros.
EMPRESAS
Paralelamente, a Endutex Revestimentos
tem vindo a desenvolver uma política de
verticalização a montante com a produção das malhas e telas que são posteriormente usadas nos revestimentos.
“Procuramos ser uma empresa rentável, assegurando assim a continuidade
do nosso Grupo e dos colaboradores,
assim como a confiança dos accionistas. O objectivo passa por uma forte
componente de I&D, oferecendo artigos competitivos em preço, mas inovadores e com melhor qualidade e/ou
desempenho funcional”, afirma Vitor
Abreu, presidente do conselho de administração da Endutex.
De acordo com o mesmo responsável, o Grupo apresenta bons resultados e níveis de autonomia financeira
superiores a 60 por cento, atingindo
uma facturação anual da ordem dos
80 milhões de euros. De sublinhar
que 80 por cento das vendas são
realizadas no mercado externo, o
que demonstra a importância que as
exportações e a internacionalização
assumem para o Grupo, que tem filiais em Espanha, Brasil, Polónia, República Checa, Hungria, Alemanha
e, agora, EUA.
“Este trajecto [de internacionalização]
teve início há mais de 20 anos, na altura com a nossa primeira experiência
que foi a Endutex Ibérica. Com os pés
bem assentes no chão queremos consolidar e prosseguir esta rota de internacionalização porque acreditamos
que é o que melhor serve a nossa estratégia comercial”, conta Vitor Abreu,
adiantando que a mais recente aposta
do Grupo foi a abertura de um escritório e armazém de distribuição nos
Estados Unidos.
O presidente da Endutex revela ainda
que um dos principais projectos em
curso na área produtiva da empresa
é a instalação de um novo equipamento que permite fazer acabamentos especiais sobre têxteis até 500
cm de largura.
Uma aposta na hotelaria
Seguindo uma estratégia de diversificação das áreas de negócio, a Endutex
prepara-se para investir 34 milhões de
euros no sector hoteleiro em Portugal
e no Brasil. O investimento será realizado na construção de cinco novos hotéis, com a marca Moov Hotel, três dos
quais no mercado nacional e os restantes no sudeste brasileiro.
O primeiro empreendimento deverá
abrir portas já em Junho de 2015, na
Quinta das Sedas, em Matosinhos.
Para 2016, está prevista a abertura de
duas novas unidades: uma em Oeiras
e a outra em Curitiba, no Brasil, a primeira abertura além-fronteiras. O ano
de 2017 será marcado, também, pela
inauguração de dois novos empreendimentos hoteleiros. Em Maio, em Lisboa, na zona do Parque das Nações,
deverá nascer um novo Moov Hotel,
num investimento que ronda os 10
milhões de euros. Está ainda prevista
a inauguração do segundo empreendimento no Brasil, desta vez em Porto
Alegre, no antigo cinema Astor, num
investimento que ronda os oito milhões de euros.
Todos os hotéis inaugurados pelo grupo Endutex passarão a ter a marca
Moov Hotel, lançada oficialmente no
início de 2015. As primeiras unidades
que receberam a nova designação foram os B&B Hotéis do Grupo no Porto
e em Évora, os primeiros investimentos
da Endutex no sector hoteleiro, em
2011 e 2013, numa aposta do grupo
nesta área de negócio.
Endutex
Revestimentos Têxteis SA
Rua de Baiona, 22
4795-784 Vilarinho St. Tirso - Portugal
Tel.: +351 253 489 500
Fax: +351 253 584 522
[email protected]
www.endutex.pt
Portugalglobal // Janeiro 15 // 35
MERCADOS
BRASIL
UM MUNDO DE OPORTUNIDADES
O relacionamento entre Portugal e o Brasil é, além de histórico, caracterizado pelos
relevantes fluxos comerciais e de investimento entre ambos os países. Portugal é
reconhecido neste país pelos bens, na sua maioria, ligados ao chamado “mercado da
saudade”, mas nos últimos anos têm sido as empresas ligadas aos serviços a impor-se
neste exigente e sofisticado mercado.
O Embaixador de Portugal em Brasília, Francisco Ribeiro Telles, e o director do Centro
de Negócios da AICEP em São Paulo, Carlos Moura, traçam o perfil de um mercado
onde são vastas as oportunidades de negócio para as empresas portuguesas.
Neste dossier, conheça também o testemunho de algumas empresas portuguesas
com sucesso no mercado brasileiro: ASL & Associados, BTOC, Get2C, MEGAJOULE,
Psiengine, Rangel e TIS.
Ainda de salientar a tecnologia e inovação do mobi.me, um projecto do CEIIA que
chegou já a várias cidades do Brasil, explicado em artigo publicado no Destaque desta
edição da Portugalglobal.
36 // Janeiro 15 // Portugalglobal
MERCADOS
PORTUGAL E O BRASIL
JUNTOS A CRIAR VALOR
>POR FRANCISCO RIBEIRO TELLES, EMBAIXADOR DE PORTUGAL
As relações entre Portugal e o Brasil pautam-se por recorrentes ciclos de aprofundamento
e de actualização, que resultam numa aproximação crescente entre os nossos países e os
nossos povos.
Portugal ultrapassou, através de um exigente programa de ajustamento, uma
das crises mais profundas de que há
memória recente. Ao direccionar a nossa
economia para novos rumos, esta crise
também criou oportunidades que nos
aproximaram ainda mais do Brasil. Há
quase três anos como Embaixador no
Brasil, testemunho diariamente a intensidade das nossas relações com este grande país. Como disse a Presidente Dilma
em visita a Portugal em 2013: “em cada
esquina, a gente vê um parente!”.
em sectores de elevado valor-acrescentado. O aprofundamento das nossas relações económicas institucionais permitiu
recentemente a conclusão de Acordos
com inegável contributo para as operações das empresas nacionais neste
mercado, como o Memorando de Entendimento (MdE) no domínio do azeite
de oliva, e o MdE para a promoção e a
cooperação no domínio dos produtos
frutícolas, e as trocas comerciais têm-se
intensificado e diversificado.
Partilhamos uma língua e uma história
comuns, fortes laços económicos, culturais e afectivos, mas também novos desafios. Costumo dizer que o Brasil está
a redescobrir Portugal. Desde logo pela
presença da nossa Comunidade, espalhada pelos quatro cantos do país, que é um
exemplo de sucesso e de integração na
sociedade brasileira. Mas também pela
voz dos nossos artistas, pelos testemunhos dos mais de 5.500 estudantes brasileiros a frequentar universidades portuguesas, pela excelência dos nossos centros de investigação, pelas qualificações
dos nossos profissionais, pela vanguarda
das nossas empresas, pelos sabores dos
nossos produtos, pelas recordações trazidas por mais de um milhão de turistas
brasileiros que visitam o nosso país anualmente. Hoje, o Brasil é o sexto maior mercado emissor de turistas estrangeiros para
Portugal, e o primeiro fora da Europa.
em Portugal, através da promoção dos
fluxos de exportação e de investimento, e do apoio à projecção das nossas
empresas, bens e serviços.
Da nossa parte, e em parceria com a
AICEP, a nossa rede consular e as 13
Câmaras de Comércio espalhadas por
todo o país, procuramos dar a conhecer ao Brasil o que de melhor se produz
O Brasil ocupa um lugar de destaque na
diplomacia económica portuguesa, fruto
não só da actual conjuntura nacional e
internacional, mas também da crescente
especialização dos nossos exportadores
“O Brasil ocupa um lugar
de destaque na diplomacia
económica portuguesa, fruto
não só da actual conjuntura
nacional e internacional,
mas também da crescente
especialização dos nossos
exportadores em sectores de
elevado valor-acrescentado.”
Os sinais que vêm do novo governo brasileiro apontam para uma maior abertura das relações económicas do Brasil
com o mundo. Seja no âmbito de um
futuro Acordo de livre comércio entre a
UE e o Mercosul, seja a nível bilateral,
Portugal é um parceiro estratégico para
o Brasil. O nosso país dispõe de activos
mundialmente reconhecidos na vanguarda da economia do conhecimento
que permitem ao Brasil operar processos de catching-up na sua indústria e
subir na cadeia de valor internacional.
O Brasil continua a oferecer boas perspectivas para a internacionalização das
nossas empresas. O investimento directo
entre os dois países tem ganho novo fôlego nos últimos anos, reforçando a nossa
presença neste mercado, da construção
à energia, passando pelo agro-negócio, o
turismo e os serviços. Actualmente, estão
instaladas no Brasil mais de 600 empresas portuguesas, onde empregam cerca
de 110 mil trabalhadores. Boa parte das
maiores empresas nacionais – Galp, EDP,
CEIIA, TAP, Martifer, Teixeira Duarte,
Mota Engil, Soares da Costa, Logoplaste, Sonae Sierra, Grupo Pestana, Porto
Portugalglobal // Janeiro 15 // 37
MERCADOS
Bay, Vila Galé, Grupo Grão Pará, Gallo,
Sovena, Unicer, NORS, CGD, Millennium,
Banif – estão presentes no Brasil.
Em sentido inverso, as empresas brasileiras olham cada vez mais Portugal, não
apenas como uma “porta de entrada
para o mercado europeu”, mas também
como plataforma logística e de negócios
para atingir mais de um continente. Conceituadas empresas brasileiras como a
Embraer, a Camargo Corrêa ou a Globo
não escondem as vantagens da escolha
de Portugal para ali se instalarem.
Neste contexto, uma referência também à participação do Brasil no Programa de vistos gold, ocupando a 2ª posição, com 53 autorizações concedidas
e perto de 50 milhões de euros investidos. Trata-se de um inegável contributo
para a recuperação do mercado imobiliário português.
No turismo, o aeroporto de Lisboa funciona cada vez mais como placa giratória para os brasileiros que viajam para
a Europa, aproveitando o número crescente de voos oferecidos pela TAP, que
são já 81 voos semanais directos entre
Portugal e 12 cidades brasileiras.
No plano político, as visitas e os encontros aos mais diversos níveis reforçam
as nossas relações e fixam os novos de-
38 // Janeiro 15 // Portugalglobal
safios: responder aos anseios dos nossos cidadãos.
um veículo eléctrico equipado com sistema de mobilidade inteligente.
Da última Cimeira luso-brasileira, que
teve lugar em Lisboa, a 10 de Junho de
2013, destaco, pelo seu carácter inovador
e a sua relevância para o futuro, o Acordo
com o Biocant Park de Cantanhede, que
se junta ao acordo de Cooperação com
o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia de Braga, ambos sinais claros da aposta dos dois países em vencer
os desafios tecnológicos do futuro.
Procurando a qualidade da tradição aliada à excelência, estudam actualmente
em universidades portuguesas 5.500 estudantes brasileiros. Com mais de 1.500
estudantes brasileiros, a Universidade
de Coimbra é hoje a instituição de ensino estrangeira com maior número de
estudantes brasileiros fora do Brasil. É
também a primeira universidade fora do
Brasil a aceitar os resultados do ENEM
(Exame Nacional de Ensino Médio brasileiro) para a inscrição de estudantes brasileiros nas suas faculdades, prática que
se deverá estender em breve a todas as
universidades públicas portuguesas.
“O nosso país dispõe de activos
mundialmente reconhecidos
na vanguarda da economia do
conhecimento que permitem
ao Brasil operar processos de
catching-up na sua indústria
e subir na cadeia de valor
internacional.”
Também no capítulo da investigação
e inovação, e prosseguindo o apoio à
tecnologia portuguesa além-fronteiras,
refiro o Protocolo que assinámos com o
CEIIA (Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel) para a
colocação na Embaixada em Brasília de
Recordo também o Acordo assinado
na última Cimeira entre o Conselho de
Reitores das Universidades Portuguesas
e a Associação Nacional de Dirigentes
de Instituições Federais de Ensino Superior do Brasil que pretende agilizar os
processos de reconhecimento e equivalência de diplomas entre universidades
dos dois países.
Estes são apenas alguns exemplos de
como as relações entre Portugal e o
Brasil – intemporais e em contínua
actualização –, se projectam cada vez
mais para um futuro conjunto.
MERCADOS
UM NOVO BRASIL A EXPLORAR
>POR CARLOS MOURA, DIRECTOR DO CENTRO DE NEGÓCIOS DA AICEP NO BRASIL
O Brasil é um grande país, um grande mercado, repleto de oportunidades.
Enquanto primeira economia da América Latina, e uma das dez maiores do
mundo, assume um papel de liderança nesta região do mundo a todos os níveis.
Se este vasto mercado registou, na última década, taxas de crescimento muito
superiores às verificadas nos últimos 30
anos, com indicadores francamente positivos, a previsão de crescimento do PIB
para 2015 e 2016, tal como a evolução
de outras variáveis macroeconómicas
(taxa de inflação, taxa de desemprego,
...) não são das mais animadoras.
Para Portugal, contudo, o Brasil é uma
realidade constante em todos os aspectos. Mesmo que não se queira, os dois
países estão intensamente ligados, há
muito tempo, e não há forma de o negar. Exemplos disso são as manifestações na área cultural, literária, artística,
musical, de arquitectura, empresarial,
de turismo, etc., enfim, de Portugal no
Brasil e do Brasil em Portugal.
Apesar do crescente conhecimento de
parte a parte, potenciado pelo incremento do turismo na última década, em termos económicos e empresariais, o Brasil
ainda conhece pouco Portugal e Portugal
ainda conhece pouco o Brasil. As causas
deste desconhecimento mútuo não são
aqui analisadas, mas entendo que das
suas consequências poderemos retirar
algumas ilações úteis para entender melhor o futuro deste relacionamento.
Existe porém ainda um longo caminho
a percorrer neste relacionamento tão
real e verdadeiro.
Portugal tem um posicionamento de
destaque no mercado brasileiro, com
forte presença nos produtos tradicionais, tais como os alimentares (com o
azeite a liderar) e os vinhos, embora
não seja ainda muito reconhecido enquanto fornecedor de serviços (a empresas) de excelência. Paradoxalmen-
Portugalglobal // Janeiro 15 // 39
MERCADOS
te, da análise da balança comercial de
Portugal com o Brasil, detectamos, de
imediato, um domínio da exportação
de serviços face à exportação de bens.
Sabemos contudo que o sector do turismo/viagens representa muito nessa
balança.
Encontramos ainda assim, de forma
crescente no Brasil, serviços prestados
por empresas portuguesas em variadíssimos segmentos da economia, nomeadamente nos sectores da Mobilidade
Inteligente, Energias, Engenharia e
Infra-estruturas, Tratamento de Re-
Dificuldades
e desafios
do mercado
• Mercado proteccionista;
• Sistema fiscal complexo com
impostos em cascata e elevada
carga tributária (II, IPI, ICMS,
COFINS, etc.);
• Elevadas taxas aduaneiras e
Funcionamento das alfândegas,
portos e afins;
• Especificações na rotulagem /
etiquetagem em determinados
produtos;
• Taxas de juro elevadas;
• Complexidade do sistema
jurídico;
• Forte burocracia e morosidade;
• Mercado laboral caro,
complexo e rígido com elevada
rotatividade. Escassez de
alguma mão-de-obra técnica e
qualificada. Baixa produtividade;
• Custos de operação no país
muito elevados;
• Diminuição da procura global de
commodities;
• Grande desafio na melhoria da
infra-estrutura existente;
• Mercado concorrencial;
• Diversidade de licenças e
funcionamento de instituições
como ANVISA (vigilância
sanitária) e MAPA (Agricultura,
Pecuária e Abastecimento);
• Diferenças culturais.
40 // Janeiro 15 // Portugalglobal
síduos, Ambiente, TIC, Arquitectura,
Indústrias Criativas, Saúde, Educação,
Serviços a Empresas (contabilidade,
auditoria, qualidade, etc.) e Turismo. A
este aspecto não será alheio o facto de
a grande maioria das empresas portuguesas que se instalaram no mercado
nos últimos anos sejam justamente dos
sectores acima referidos.
Mas quais são os motivos deste crescente sucesso dos serviços portugueses
no mercado do Brasil?
A primeira explicação é a qualidade dos
mesmos. Portugal tem-se vindo a afirmar no mundo enquanto fornecedor
de serviços de alta qualidade em vários
dos sectores atrás referidos.
Por outro, as entregas que as empresas
portuguesas tão bem fazem, cumprindo os prazos.
O entendimento ou “tradução” das necessidades das empresas brasileiras por
parte das empresas portuguesas é outro
“Apesar do crescente
conhecimento de parte a parte,
potenciado pelo incremento
do turismo na última década,
em termos económicos e
empresariais, o Brasil ainda
conhece pouco Portugal
e Portugal ainda conhece
pouco o Brasil.”
dos factores recorrentemente apontados.
Por fim, todos estes factores têm um
grande aliado: o custo competitivo dos
serviços e especialistas portugueses.
MERCADOS
Neste contexto não poderemos deixar de referir a importância do forte
fluxo de emigração de altos quadros
qualificados de Portugal para o Brasil,
ao longo dos últimos cinco anos, em
especial para a cidade de São Paulo.
Cada vez mais, os executivos portugueses se afirmam no mercado brasileiro. Apesar de ainda não estarmos
no patamar de promoção e imagem
desejados, hoje, no Brasil, quando se
fala de Portugal não se fala somente no bacalhau, no azeite e no Fado.
Há uma crescente associação às empresas portuguesas, aos executivos
portugueses, às soluções inovadoras
portuguesas e ao state of the art que
Portugal é aos olhos dos brasileiros
que nos visitam.
No Brasil, a AICEP, com escritórios em
São Paulo e no Rio de Janeiro, para
além do habitual trabalho desenvolvi-
Sugestões de abordagem ao mercado
• Estudar muito bem o mercado em
que pretende actuar, antes de tomar
qualquer decisão. É muito importante ter em consideração que não é
um mercado de fácil penetração.
• Analisar e identificar a região (Estado) mais adequada ao seu negócio.
• Ter em atenção a diversidade jurídica, legislativa, fiscal, logística e
cultural entre os vários Estados.
• Planear com rigor o negócio e identificar bem o segmento-alvo.
• Questionar: O meu produto vendese? Tenho preço? Há produção local? Quem são os países concorrentes? Quem são as marcas/empresas
concorrentes? Em quanto ficam os
direitos aduaneiros? Quem são os
potenciais parceiros? Quais os impostos ao consumo? Quais são as
principais feiras para promoção do
meu produto? Quem são os principais importadores e distribuidores?
Devo criar uma empresa local? Etc.
• Obter o máximo de informações
sobre os potenciais parceiros de
negócios.
• Ter em consideração que o mercado
brasileiro é sofisticado e exigente.
• Ter presença constante no mercado (acompanhamento próximo
das operações). É difícil trabalhar o
mercado brasileiro à distância.
• Ter obrigatoriamente assessoria
jurídica.
• Necessidade de ter músculo financeiro uma vez que os resultados
demoram a acontecer.
• Participar em feiras e missões.
• Ter presente que, apesar da proximidade cultural e da língua, o
mundo dos negócios é diferente
de Portugal.
• Ter em atenção que a concepção
do espaço e do tempo é diferente.
• Existe um natural calor humano e
de receptividade únicos no mundo.
• Existe uma certa informalidade no
clima de negócios, até certa familiaridade, mas não em demasia.
• O ritmo e a dinâmica nos negócios
no Brasil são diferentes.
• É um mercado onde tudo é difícil
mas nada é impossível.
• Ser persistente, paciente… e não
desistir.
Portugalglobal // Janeiro 15 // 41
MERCADOS
do no apoio à internacionalização das
empresas portuguesas e à dinamização dos processos de exportação,
tem vindo a afinar a sua estratégia
de actuação com uma componente de diversificação regional (Ceará,
Pernambuco, Minas Gerais, DF, etc.)
e sectorial (mobilidade inteligente,
engenharia e ambiente, arquitectura,
etc.), nunca descurando a importância eixo Rio – São Paulo, onde existe
a maior concentração de empresas
portuguesas, nem o acompanhamento prestado aos sectores tradicionais,
que representam muito na nossa balança e se têm sabido reinventar e
manter competitivos.
Paralelamente, e com muita atenção,
a AICEP Brasil tem vindo a focalizar
crescentemente a sua actuação na
captação de investimento brasileiro para Portugal, particularmente o
estruturante e de matriz industrial.
Temos vindo a ver reconhecidas, por
parte de empresários brasileiros, as
caraterísticas únicas e o potencial que
Portugal apresenta, por exemplo, enquanto plataforma de acesso aos mercados europeu e africano.
Por último, importa fazer referência
ao êxito de outra das prioridades da
AICEP no Brasil no que diz respeito à
atracção de investimento para Portugal, o Regime ARI - Autorização de
Residência para Actividade de Investimento. O Brasil assumiu, desde o lançamento desta iniciativa em 2012, um
papel de destaque tendo, até Dezembro de 2014, sido atribuídas 66 autorizações de residência a investidores
brasileiros que canalizaram recursos
para a economia portuguesa. O país
encontra-se, de resto, na segunda posição em termos globais neste programa, logo a seguir à China.
AICEP Brasil
Edif. do Consulado Geral de Portugal
Rua Canadá, 324 - Jardim Europa
01436-000 São Paulo SP - Brasil
Tel.: +55 11 3084 1830 / 1832
Fax: +55 11 3061 0595
[email protected]
42 // Janeiro 15 // Portugalglobal
Sabia que...
ENERGIA
Alguns dados
• O Brasil tem o terceiro maior
potencial hidroeléctrico do mundo;
• Condições climáticas extremamente
favoráveis para o desenvolvimento
da geração eólica;
sobretudo às condições hidrológicas
desfavoráveis, o consumo de energia
elétrica foi feito a partir geração
térmica, principalmente das centrais
movidas a carvão mineral (+75,7%).
• A energia eólica teve um acréscimo
de 30,2 na geração de electricidade.
• É um dos líderes globais na
produção de electricidade com fonte
na biomassa;
• Conta com a sexta maior reserva de
urânio do planeta;
• Está entre as 20 maiores reservas de
carvão;
• Pode tornar-se um dos dez principais
produtores globais de petróleo e
gás natural, com as descobertas da
camada do Pré-sal;
• Em 2013 a participação das energias
renováveis na matriz eléctrica
brasileira foi de 79,3%.
• Até 2020, será investido um bilião de
reais no sector, sendo mais de metade
deste valor em petróleo e gás.
Política Energética
• O governo brasileiro pretende
realizar mais investimentos para
aumentar a produção energética.
• É o segundo maior produtor de
etanol e biodiesel.
• O Brasil é um dos principais
países do mundo na produção
de energias renováveis. Cerca de
45% da energia utilizada no país é
proveniente de fontes renováveis,
um dos maiores índices entre os
países industrializados.
Matriz Energética
• Em 2013, o consumo de energia
eléctrica no país aumentou cerca
de 3,6%.
• Com a redução de 5,4% da oferta
de energia hidráulica, devido
• Em 2013, o Brasil ainda não era autosuficiente em termos energéticos.
Espera-se que nos próximos anos essa
auto-suficiência seja atingida e o país
se torne um exportador de energia,
atingindo em 2020 um excedente de
produção de 35,6%.
• Espera-se que o petróleo seja cada
vez menos importante na matriz
energética brasileira, passando de
36,9% do total para 31,8% em 2020.
• Segundo o Ministério de Minas
e Energia, a previsão é de que
as renováveis aumentem a sua
representatividade de 41%, em
2013, para 46,2% em 2020.
MERCADOS
INFRA-ESTRUTURAS
Alguns dados
• Um modelo de décadas de baixo
investimento, associado ao rápido
aumento do poder de compra e
da disponibilidade de rendimentos
da população – efeito da ascensão
da nova classe média brasileira –
criaram uma maior procura por
infra-estruturas básicas no Brasil.
• O lançamento do Programa
de Aceleração do Crescimento
(PAC), em 2007, multiplicou os
investimentos públicos e privados na
economia brasileira, com destaque
para o sector de infra-estruturas.
• A partir de 2011, o PAC entrou em
sua segunda etapa. O PAC2 segue
os passos do primeiro programa,
estando centrado em seis eixos:
– Água e Luz para Todos
– Cidade Melhor
– Transportes
– Energia
– Minha Casa, Minha Vida
– Comunidade Cidadã
• Eixo Água e Luz para Todos
– Luz para Todos
– Água em Áreas Urbanas
– Recursos Hídricos
• Eixo Energia
– Geração de Energia Eléctrica
– Transmissão de Energia Eléctrica
– Petróleo e Gás Natural
– Refinação e Petroquímica
– Fertilizantes e Gás Natural
– Revitalização da Indústria Naval
– Combustíveis Renováveis
– Água e Luz para todos
• Eixo Cidade Melhor
– Saneamento
– Prevenção em Áreas de Risco
– Mobilidade Urbana
– Pavimentação
TIC – Tecnologias
de Informação
e Comunicação
Alguns dados
• O Brasil consolida-se como o 4º
maior mercado de TIC do mundo,
depois de EUA, China, Japão.
• 4º maior mercado de Smart
Connected Devices (Desktops,
Notebook, Tablets, Smartphones)
com uma estimativa de 71 milhões
de aparelhos vendidos em 2014.
• Actualmente, o sector das TIC
representa 8,8% do PIB (projecção
de alcançar 10,7% até 2022).
• O mercado brasileiro de TIC terá
crescido 9,2% em 2014.
• Este mercado movimentou 441
mil milhões de reais em 2013, um
desempenho de 16,9% superior ao
ano anterior.
• 175 mil milhões de dólares foram
investidos em TIC em 2014.
• Existem 132 milhões de utentes de
Banda larga móvel (3G e 4G).
• Mais de 90 milhões de utilizadores
de Internet.
• EixoTransportes
– Rodovias
– Ferrovias
– Portos
– Hidrovias
– Aeroportos
– Equipamentos para Estradas Vicinais
• 271 milhões de telemóveis.
• 89% da população brasileira é
utilizadora da banda móvel 3G.
• Os avanços na área da infra-estrutura
do Brasil têm contudo sido lentos:
– 72º posição no ranking do Fórum
Económico Mundial dedicado aos
países que mais avançaram em
infra-estruturas.
– A nota que o Fórum Económico
Mundial atribui à qualidade das
infra-estruturas brasileiras subiu
apenas 0,7 entre 2005 e 2013.
– No mesmo período, o aumento
médio nas avaliações das dez
nações que mais avançaram foi
quase o dobro (+1,3).
– Outros países emergentes (Rússia,
Turquia, China, Indonésia)
progridem a um ritmo mais rápido.
Algumas tendências
e oportunidades
• Empresas amadurecerão as suas
estruturas de Big Data / Analytics,
mas o chamado “Socialytics” ainda
é a principal aplicação.
• Escassez de mão-de-obra especializada
continuará a ser um desafio.
• Investimento em capacitação/
formação será necessário.
• Surgimento de empresas “data
brokers” ou “analytics providers”.
• Data centers terão um papel
fundamental.
• Modernização de aplicações vai
continuar alavancando a adopção da
cloud pública.
Portugalglobal // Janeiro 15 // 43
MERCADOS - TESTEMUNHOS DE EMPRESAS
ANTÓNIO SANTOS LESSA & ASSOCIADOS
APOSTA CERTEIRA
NUM MERCADO EXIGENTE
A empresa de consultoria em engenharia António Santos Lessa & Associados, Lda. está
no Brasil desde 2011. A sua abordagem a este exigente mercado envolveu a celebração
de parcerias com empresas locais e a criação de uma empresa própria no Brasil.
Fundada em 2006, em Leça da Palmeira;
Matosinhos, a ASL Associados trabalha
em infra-estruturas, estando fortemente
vocacionada para a área de projecto e
consultoria em engenharia civil.
Com um volume de negócios anual a
ascender a 500 mil euros, a empresa
iniciou a sua internacionalização em
2011, numa estratégia de conquista
de mercados, alargando a sua actividade, designadamente, a países com
economias emergentes, como o Brasil
e Angola, e reforçando a sua presença
no mercado espanhol. Reino Unido e
Alemanha são os mercados onde a ASL
Associados irá apostar a médio prazo.
Na abordagem ao Brasil, que actualmente contribui com 50 por cento para
o volume de negócios da empresa, pesou o facto de se tratar de uma economia com a qual se identificavam, além
de se falar a mesma língua. Após algumas viagens de prospecção, a ASL Associados celebrou parcerias com empresas
locais no Rio de Janeiro e em São Paulo.
“Tivemos a felicidade de criar uma
parceria sinérgica com a empresa OTZ
Engenharia, que foi a empresa de serviços de engenharia que mais cresceu
no Brasil em 2012. Nesse ano, a OTZ
ganhou um contrato de 30 milhões de
euros e precisou de confiar o trabalho
a equipas experientes que garantissem
a elaboração dos projectos dentro dos
prazos. Foi assim que começámos a
trabalhar em projectos para a Petrobrás, uma das empresas mais exigentes
do Brasil, e dominar a área do petróleo
e gás, nessa época em forte crescimen-
44 // Janeiro 15 // Portugalglobal
to e que alavancou o nosso projecto de
internacionalização”, explica António
Lessa, director-geral da empresa.
equipa são os factores de diferenciação
apontados pela ASL Associados para o
seu sucesso no Brasil.
O mesmo responsável adianta que para
penetrar no mercado brasileiro a empresa teve de adquirir novas competências
na área do projecto, estudar a legislação
e normas brasileiras, escrever de acordo
com a grafia brasileira, apostar na formação no REVIT (BIM) e ainda deslocalizar alguns dos seus colaboradores para o Brasil.
António Lessa sublinha que o Brasil é um
“mercado extremamente proteccionista,
sobretudo nos sectores onde a os brasileiros são fortes, com sistemas jurídico e fiscal complexos e uma elevada carga tributária à importação”. Além disso, “é difícil
accionar o acordo de isenção de dupla
tributação vigente entre os dois países”
e investir nesse mercado tem “elevados
custos operacionais e de logística”. Igualmente, o processo de instalação no mercado é “muito demorado e burocrático”.
A evolução da ASL Associados no mercado levou à criação de uma empresa
brasileira designada MFA Engenheiros
e Associados, com sede no Rio de Janeiro, embora os seus projectos e clientes estejam, na sua grande maioria, em
São Paulo. Refira-se que os principais
clientes da empresa portuguesa são
empresas de gestão de projectos, ateliers de arquitectura e empresas públicas (CDHU, CPTM, etc.).
A qualidade do serviço prestado, a flexibilidade produtiva, a enorme capacidade de adaptação e de envolvimento
da equipa, o cumprimento de prazos e
as elevadas competências técnicas da
No entanto, o Brasil é um país enorme
onde existem muitas oportunidades e a
necessidade de infra-estruturas é bem
patente, acrescenta o director-geral
da ASL Associados, que aconselha os
empresários interessados no mercado a
efectuar viagens de prospecção, a adquirir conhecimentos sobre a política e
a cultura do país e a contratar um advogado local experiente.
www.aslassociados.com
http://mfaengenheiros.com
MERCADOS
BTOC
CONSULTORIA DE GESTÃO
COM SUCESSO NO BRASIL
A BTOC - Consultores de Gestão é uma empresa
portuguesa de contabilidade e auditoria que apostou
no Brasil, dedicando-se, numa primeira fase, às
empresas portuguesas já presentes ou em processo da
internacionalização para aquele mercado. Actualmente
com escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo, a
BTOC tem uma vasta carteira de clientes de matriz
internacional e a operação no Brasil vale já cerca de 30
por cento do volume de negócios do grupo.
Considerando-se ela própria uma startup, dado que data de 2010 a sua constituição, a BTOC - Consultores de Gestão procurou com a internacionalização
ganhar a dimensão que não conseguiria
ter no mercado nacional e, simultaneamente, dar resposta aos clientes que
procuravam novos mercados, em particular os de língua oficial portuguesa.
Actualmente com uma presença global (Portugal, Espanha, Polónia, Brasil,
Angola, Moçambique e Cabo Verde), a
BTOC permite que os empresários suportem as suas decisões e obtenham a
informação de uma forma centralizada e
global, através de um único prestador de
serviços, facilitando a comunicação entre
todas estas localizações e a consolidação
de toda a informação contabilística.
“Procuramos oferecer soluções para os
nossos clientes na área de consultoria
de gestão, fiscalidade e contabilidade
para os nossos clientes nos PALOP, pois
sabemos as dificuldades que um processo de internacionalização encerra.
No Brasil, as dificuldades de entrada
no mercado são ainda maiores, pelas
barreiras que o próprio mercado impõe
à entrada de novos ‘players’ internacionais, como exemplo, muita complexidade fiscal e elevada burocracia. Deste
modo, decidimos apostar neste merca-
do e constituir uma solução para todas
as empresas portuguesas, num primeiro momento, e de outras geografias,
numa fase posterior, para a entrada
neste complexo e vasto mercado”, explica Sérgio Ramos, sócio da BTOC e
responsável pela empresa no Brasil.
Na abordagem ao mercado brasileiro, a
empresa concentrou-se inicialmente na
procura de um parceiro local enquanto
ia desenvolvendo a sua actividade comercial e abordando potenciais clientes.
Uma estratégia que, segundo Sérgio Ramos, teve um resultado muito positivo:
“Ao fim de dois anos e meio temos escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro, uma estrutura de cerca de 30 pessoas
e mais de metade da nossa carteira são
clientes de matriz internacional”. Actualmente, este mercado já corresponde
a cerca de 30 por cento do volume de
negócios do grupo português.
De acordo com o gestor, o investimento
no Brasil permitiu à BTOC uma maior
dispersão geográfica, que permite diluir
o risco de negócio, e um maior apoio
e satisfação dos clientes que dispõem,
assim, de um prestador de serviços global. Além disso, a empresa beneficia de
um mercado maduro e competitivo mas
de grande dimensão como o brasileiro,
o que lhe permite obter um crescimen-
to mais rápido do que num mercado de
menor dimensão como o português.
A complexidade e burocracia do mercado brasileiro, que dificultam o dia-adia da empresa e dos seus clientes, a
instabilidade económica, financeira e
política que o país atravessa e o risco
cambial são, por outro lado, algumas
das desvantagens que Sérgio Ramos
encontra no mercado brasileiro enquanto destino de internacionalização
das empresas portuguesas.
No entanto, afirma Sérgio Ramos,
“embora seja um mercado de difícil
implementação, estamos em crer que
continua a ser muito apetecível, pela
sua dimensão e dinamismo. Uma empresa que tenha como objectivo trazer
o seu negócio e acrescentar algo ao
que já existe no Brasil terá com certeza
resultados a médio prazo”.
O responsável da BTOC deixa ainda um
alerta aos empresários interessados neste
mercado: “o Brasil é um país caro e onde
a implementação pode ser dispendiosa,
pelo que convém efectuar um correcto
planeamento e recolher o máximo de informação possível sobre o mesmo para
que o projecto tenha sucesso”.
www.btoc.com.pt
Portugalglobal // Janeiro 15 // 45
MERCADOS - TESTEMUNHOS DE EMPRESAS
GET2C
UMA APOSTA SÓLIDA NO BRASIL
A Get2C, uma empresa portuguesa especializada em mudanças climáticas, mercado
de carbono e energias renováveis, tem no Brasil uma já sólida presença, participando
em vários projectos de empresas e entidades locais. O bom desempenho da empresa
no mercado brasileiro perspectiva uma evolução positiva.
Fundada em 2011, a Get2C tem como
principais áreas de actuação as políticas climáticas nacional e internacional, a gestão de activos de carbono e
energias renováveis, a criação, avaliação e desenvolvimento de projectos
de carbono e energia e a consultoria
estratégica para clientes corporativos
e industriais. Sedeada em Lisboa, a
empresa possui parcerias na Ásia e em
África, além do Brasil onde detém a
Get2C Brasil (empresa brasileira detida
a 100 por cento pela Get2C) com sede
em São Paulo.
tão de carbono, tendo realizado o apoio
na identificação e selecção de créditos
de carbono para compensação de emissões em algumas empresas brasileiras”,
adianta o mesmo responsável.
No Brasil, a empresa actua ao nível da
política climática, gestão estratégica de
carbono, trading de créditos de carbono para compensação, mobilidade
sustentável, projectos de inovação e
desenvolvimento e acompanhamento
de projectos ao abrigo do Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo (MDL ou da
sigla em inglês CDM) ou Standards Voluntários (ex. VCS).
De acordo com Pedro Martins Barata,
CEO da Get2C, a decisão de entrada
no mercado brasileiro foi potenciada
pela possibilidade de desenvolvimento
dos projectos MDL, tendo sido essa a
base de partida para a instalação em
definitivo naquele país.
“O início da actividade no Brasil passou
pela coordenação e desenvolvimento do
processo de MDL e de VCS para um conjunto de 13 projectos de gestão de resíduos animais. Actualmente prestamos
também serviços de consultoria tanto a
empresas como ao sector público (autarquias e governo federal) na definição das
suas políticas de sustentabilidade e ges-
46 // Janeiro 15 // Portugalglobal
Para o gestor, o Brasil apresenta-se como
um mercado “extremamente interessante e com um enorme potencial quer a
nível institucional, por ser um momento
de reestruturação da política climática
brasileira, quer a nível empresarial, por
o tema estar neste momento a despertar maior atenção”. No entanto, ressalva
Pedro Martins Barata, “é um mercado
que apresenta vários desafios, quer ao
nível da concorrência nacional quer pelos
custos de estrutura que representa para
uma empresa estrangeira”.
Em 2014 a Get2C Brasil alcançou os
seus melhores resultados, até à data,
face ao desempenho global da empre-
sa, no seguimento de um crescimento
gradual e sustentado. Explica Pedro
Martins Barata que a grande vantagem
da Get2C no mercado brasileiro “é a
possibilidade de trazer a experiência
internacional em alterações climáticas,
carbono e energia, aliada à língua portuguesa e proximidade cultural”.
Dos mais recentes e principais projectos
da Get2C Brasil, destacam-se os projectos MDL de gestão de resíduos animais
desenvolvidos em parceria com as empresas brasileiras Brascarbon e SP Carbono, visando a utilização do efluente
produzido em fazendas de suínos, num
total de 170 fazendas em seis estados
do Brasil para a captura e geração de
biogás. Também na área do biogás, salienta-se o projecto que a Get2C desenvolveu no âmbito do Edital de Inovação
do Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial – SENAI, com o objectivo de
contribuir para a inovação no processo
de gestão de resíduos e posterior recuperação e produção de biogás, com
vários benefícios na vertente ambiental.
Também para a EDP Brasil, a Get2C
Brasil tem vindo a prestar consultoria especializada em gestão de carbono, em
particular para garantir a continuidade
de três projectos ao abrigo do MDL em
Pequenas Centrais Hidroeléctricas.
Pedro Martins Barata destaca ainda o
projecto-piloto Smart Driving, já instalado numa empresa do ramo petrolífero no Brasil, e que pretende tornar a
frota de veículos ligeiros das empresas
um exemplo pioneiro de mobilidade
eficiente e de baixo carbono.
www.get2c.pt/index_pt.html
conselhos e alertas a quem hoje pensa
iniciar actividade neste país”.
MEGAJOULE
BRASIL
FOI UMA
APOSTA
NATURAL
A MEGAJOULE está
presente no Brasil desde
2009, numa aposta de
sucesso num mercado
difícil mas atractivo.
Actualmente, a operação
da MEGAJOULE no
mercado brasileiro é
responsável por cerca de
50 por cento do volume
de negócios do Grupo.
Fundada em 2004, a MEGAJOULE é
uma empresa portuguesa dedicada à
consultoria em energias renováveis, líder na avaliação de recursos eólicos em
Portugal, um dos mercados de referência para a energia eólica.
A aposta da MEGAJOULE no mercado
brasileiro surgiu no final de 2009, no
seguimento de uma decisão estratégica
de dispersão geográfica da actividade
do Grupo, numa altura em que, com
cinco anos de actividade, a MEGAJOULE era já uma referência internacional
na consultoria técnica do sector das
energias renováveis.
De acordo com Ricardo Guedes, director técnico da MEGAJOULE e director da empresa no Brasil, a geração eléctrica por fontes renováveis,
nomeadamente eólica, apresentava
então “um potencial estratégico para
o país, que necessitava de urgentemente reduzir o grande défice entre
a geração eléctrica e as necessidades
de consumo, justificando uma aposta
séria e consistente do governo brasileiro por muitos anos”.
Por outro lado, refere, o Brasil não
era um mercado desconhecido para a
empresa portuguesa: existiam experiências anteriores que podiam ser capitalizadas e que tornaram fácil, numa
primeira fase, encontrar o parceiro
ideal para criar uma estrutura local.
Hoje a filial brasileira da MEGAJOULE é
responsável por 50 por cento do volume de negócios consolidado do Grupo
– presente em cinco mercados externos
–, confirmando-se como uma aposta
acertada e determinante.
Um percurso que, segundo Ricardo
Guedes, “não foi isento de erros e
acertos, mas esses formam um capital
de experiência que nos permite, com a
devida humildade, deixar aqui alguns
Neste contexto, o gestor aponta alguns aspectos que devem ser tidos em
conta: o Brasil vive hoje um clima de
quase estagnação económica e contínua depreciação do Real, não sendo
actualmente um mercado para negócios rápidos ou de grandes margens,
pelo que a actividade neste país deverá passar por uma escolha criteriosa
do sector, pela “tropicalização” dos
meios de produção de bens ou serviços. Importante também será a escolha da localização das empresas, dada
a grande dimensão do Brasil e as suas
limitações logísticas no transporte de
pessoas ou mercadorias.
“A burocracia e complexidade tributária, fiscal, legal e regulatória podem ser labirínticas. Um bom apoio
contabilístico e legal, ou um parceiro
de confiança, são estratégicos para o
desenvolvimento do negócio. Ao partilhar a mesma língua, os investidores
portugueses levam aqui uma clara vantagem”, reforça o mesmo responsável.
Outras dificuldades apontadas são a escassez de mão-de-obra qualificada e a
excessiva protecção do trabalhador em
caso de litígio no que respeita à mãode-obra não qualificada. Pelo contrário, a integração de profissionais portugueses no mercado brasileiro é fácil e
os processos de obtenção de vistos de
trabalho, podendo ser demorados, são
transparentes e seguros, frisa o gestor.
Ricardo Guedes considera ainda que este
mercado deve ser encarado numa perspectiva a longo prazo, acrescentando
que para o grupo MEGAJOULE, o Brasil
continuará a ser uma aposta natural.
“Acreditamos que este Continente feito
país revelará também grandes oportunidades para outras empresas portuguesas que, com ponderação e sem ilusões,
saibam escolher os sectores, seleccionar
os parceiros, estruturar-se localmente e
olhar os investimentos no longo prazo”,
conclui o mesmo responsável.
www.megajoule.pt/?lingua=pt
Portugalglobal // Janeiro 15 // 47
MERCADOS - TESTEMUNHOS DE EMPRESAS
PSIENGINE
TECNOLOGIA DE PONTA
NO MERCADO BRASILEIRO
A Psiengine, especializada em projectos de software para a indústria de seguros,
nunca estabeleceu limites para sua actuação e é seu objectivo criar uma rede
de parceiros para estar presente em toda a América Latina. O Brasil, com forte
crescimento neste sector, é o ponto de partida para o desenvolvimento da estratégia
da empresa portuguesa.
Desde que foi fundada, em 2001, que
a Psiengine cria novas soluções em
tecnologia para conquistar clientes de
todo o mundo. Especialista em projectos de software para a indústria de
seguros, a empresa ajuda seguradoras
e corretores a optimizar os seus processos, e assim crescerem em parceria.
“O nosso objectivo é auxiliar os departamentos de tecnologia de informação
das empresas a baixar seus custos de
desenvolvimento de ‘software’ e a identificar e melhorar os seus indicadores de
segurança e qualidade”, afirma o sócio
da Psiengine, Rui Lacerda. “Trabalhamos
em todas as etapas do desenvolvimento
de software, incluindo arquitectura, requisitos, gestão, banco de dados, construção, testes, métodos e processos, gerenciamento de configuração, auditoria
de segurança e métricas”.
Com capacidade de actuação mundial,
devido à especialização de profissionais
e parceiros nos vários âmbitos do processo de desenvolvimento, a Psiengine
possui carteira de clientes de grandes
empresas em Portugal, Espanha, Brasil,
Colômbia e Angola.
Além do mercado segurador, a Psiengine tem apostado no sucesso de sua
nova solução, chamada Sharpblocks.
Trata-se de uma plataforma de desenvolvimento web e mobile que permite
aplicações integradas, com desenvolvimento único para diferentes sistemas
operacionais, utilizando os recursos
48 // Janeiro 15 // Portugalglobal
A Psiengine está presente no Brasil desde o segundo semestre de 2012, tendo
aberto um escritório em São Paulo, em
2014, com o objectivo de consolidar a
sua actividade no mercado. A empresa
tem participado em vários eventos nos
principais estados brasileiros, designadamente numa importante feira de
tecnologia que decorreu em Setembro
no Rio de Janeiro, em busca de novos
parceiros comerciais.
nativos de cada um deles, e que está
a ter grande visibilidade quer no Brasil
quer em alguns países da Europa. “Por
permitir o desenvolvimento único para
aplicações ‘web’ e ‘mobile’, sendo o
que o mercado deseja, estamos com
muitos protótipos em andamento. Basicamente, para apresentação de propostas na área de seguros, antecipação
de pagamentos e acesso à banca”, explica o mesmo responsável.
Actualmente, o grande desafio da Psiengine é estabelecer uma rede de parceiros
para estar presente em toda a América
Latina, sendo que o Brasil se destaca no
mercado de seguros latino-americano
e mundial, registando um importante
crescimento nos últimos anos.
“O resultado tem sido animador. Estamos a avançar no Brasil já com alguns
parceiros, e vislumbramos um futuro
promissor, tendo em conta as actuais
perspectivas”, garante Rui Lacerda,
acrescentando que o Brasil “é um país
acolhedor e muito extenso, tendo espaço para diversas empresas operarem de
forma segura. Mas para se destacar é
preciso investir na qualidade dos produtos e garantir a excelência na prestação
de serviços, contando com uma equipa
de alto nível, tal como a Psiengine tem
feito em todos os locais onde opera”.
Para o gestor, o Brasil pode e vai multiplicar a actividade da Psiengine. “A
nossa equipa tem profissionais com
muita experiência e altamente qualificados, fazendo com que todo e
qualquer serviço prestado, desde uma
simples customização até um grande
projecto, seja um grande sucesso”,
conclui Rui Lacerda.
[email protected]
www.psiengine.com
MERCADOS
RANGEL
LOGÍSTICA
GLOBAL
PASSA PELO
BRASIL
A Rangel, constituída em
1980, é um dos maiores e
mais activos operadores
de logística global,
sendo o Brasil a sua
mais recente aposta no
âmbito da estratégia de
internacionalização
da empresa.
Na continuação do processo de internacionalização iniciado em 2006, a
Rangel, em 2014, escolheu o mercado
brasileiro, para a sua próxima etapa,
criando uma empresa de raiz em São
Paulo para prestar serviços de transporte marítimo e aéreo, serviços aduaneiros e logística.
De acordo com Nuno Rangel, Vicepresidente da empresa, o seu objectivo é apoiar as empresas nos seus processos de exportação e importação,
criando um “triângulo logístico de
língua portuguesa”, facilitando o fluxo
de negócios entre o Brasil, a Europa e
África (Angola e Moçambique). Tendo
em conta a existência de diversas empresas, essencialmente portuguesas e
brasileiras, que têm trocas comerciais
regulares entre estes quatro países, o
objectivo é ser líder neste mercado.
Para o responsável do Grupo, as vantagens encontradas no investimento
no Brasil é claramente a dimensão do
mercado, a língua portuguesa e a relação existente com a cultura portuguesa,
embora inferior quando comparada com
outros países de língua portuguesa. Entre as desvantagens encontradas estão a
burocracia, a complexidade da legislação
fiscal e laboral e a estrutura de logística
insuficiente, aponta Nuno Rangel.
“O Brasil é um mercado mais difícil do
que outros mercados de língua portuguesa, uma vez que, ao ser-se visto
como uma empresa estrangeira, não
se consegue alcançar a mesma dimensão cultural que é característica nos
últimos. Existe instalada muita concorrência nacional e internacional, pelo
que a necessidade de diferenciação é
fundamental. O desenvolvimento tecnológico pode e deve ser a ponte para
esta diferenciação, assim como a especialização por nichos. Ou seja, é extremamente importante fazer um estudo
exaustivo do mercado e da estratégia a
implementar e ao mesmo tempo estarse bem preparado e assessorado em
termos de escritório de advogados”,
adianta o Vice-presidente da Rangel.
Quanto ao contributo desta nova aposta para o resultado global do Grupo,
Nuno Rangel afirma ser ainda prematuro avançar com valores, não só pelo
facto de estar no seu arranque, mas
também por ser uma aposta de curto/
médio prazo, mas acredita que, no futuro, e a exemplo do que já acontece com
as empresas Rangel instaladas noutros
mercados, possa vir a representar uma
mais-valia na ordem dos 10 por cento.
Através das instalações em São Paulo,
a empresa já actua noutras regiões do
Brasil, mas, a prazo, a estratégia passa
por expandir e ganhar mais presença
neste mercado com a instalação de novas filiais em zonas como o Rio de Janeiro, Recife e Manaus, revela o empresário, acrescentando que este crescimento
poderá também acontecer por via de
aquisição de empresas locais ligadas à
logística e distribuição. “A Rangel estará
atenta a uma possível oportunidade de
aquisição de uma empresa no mesmo
segmento de actividade ou que possa
estar no âmbito da actividade da logística contratual”, adianta.
Segundo Nuno Rangel, o alargamento
dos serviços Rangel no Brasil vai sobretudo ao encontro das oportunidades
emergentes que vão sendo descobertas
no terreno. Neste momento a aposta,
que vai além dos serviços base oferecidos pela Rangel, tenta introduzir no
mercado brasileiro serviços dedicados
a segmentos específicos como a logística integrada para o segmento dos vinhos, e, a prazo, os segmentos fashion
e pharma, entre outros, já que são áreas em que a empresa actua na Europa
com bastante sucesso. O potencial que
o mercado brasileiro demonstra nestes
segmentos poderá levar a canalizar novos investimentos para este país, revela
ainda o mesmo responsável.
www.rangel.com
Portugalglobal // Janeiro 15 // 49
MERCADOS - TESTEMUNHOS DE EMPRESAS
TIS
CONSULTORIA PORTUGUESA
DÁ CARTAS NO BRASIL
A TIS está presente há 12 anos no mercado brasileiro,
onde tem vários projectos em curso. A celebração de
parcerias com empresas locais tem sido um dos factores
que contribuem para o sucesso da TIS num mercado
competitivo e difícil como o brasileiro.
A TIS – Consultores em Transportes,
Inovação e Sistemas, SA, está presente
no mercado brasileiro, através da sua
participada TIS.br, há cerca de 12 anos.
A empresa tem actualmente em curso
projectos de suporte às concessões rodoviárias do país, do desenvolvimento
de linhas de metro ligeiro e ainda na
área da logística urbana.
É objectivo da TIS garantir que este mercado contribua de forma sustentada
com 10 a 25 por cento para os resultados globais do grupo, o que tem sido
alcançado. Miguel Gaspar alerta porém
para a importância de a empresa ter
uma presença diversificada no mercado
internacional para reduzir a exposição
aos riscos próprios de cada mercado.
De acordo com Miguel Gaspar, administrador da TIS, a decisão de avançar
para o Brasil teve em conta três aspectos principais: a percepção de se tratar
de um mercado em contraciclo com o
português, a percepção de existir espaço no mercado para consultores internacionais para suporte ao programa
em curso de desenvolvimento de infraestruturas, e o conhecimento de pessoas chave enquanto garante de porta de
acesso ao mercado brasileiro.
Na sua abordagem ao competitivo mercado brasileiro, a empresa tem apostado
na celebração de parcerias com entidades
locais, onde seja possível integrar equipas
de diferentes especialidades e onde a
competência e experiência da empresa
seja uma mais-valia diferenciadora.
50 // Janeiro 15 // Portugalglobal
Miguel Gaspar adianta que o Brasil é,
pela sua dimensão, “um mercado de
elevado valor, particularmente relevante para a TIS num contexto de retrac-
ção do mercado português. Porém, é
um mercado de risco significativo, com
muitas realidades distintas, ritmos próprios e contextos complexos em termos
de funcionamento”.
Para o administrador da TIS, “existem
vantagens em estar presente no mercado quer pelo retorno económico, quer
pela experiência que resulta do desenvolvimento de projectos de grande dimensão, reforçando o portefólio da empresa
para actuar em qualquer geografia”. No
entanto, acrescenta, “a distância e as diferenças de contexto são desafios fortes
que induzem custos à operação”.
Miguel Gaspar deixa ainda algumas
observações aos empresários portugueses interessados neste país, que
afirma tratar-se de “um mercado difícil,
onde a língua, sendo similar, não deve
ser vista como uma garantia de sucesso
e de acesso fácil. O ponto de partida de
uma empresa portuguesa não é mais
favorável do que qualquer outra e não
se sente qualquer relação preferencial
relativamente a Portugal”.
O gestor considera que as empresas devem ter uma abordagem cautelosa ao
mercado brasileiro, percebendo o impacte que a dimensão do país tem no seu negócio, e que será mais fácil obter sucesso
se se encontrar uma entidade parceira ou
cliente, que veja vantagens imediatas no
desenvolvimento de actividade comercial
conjunta, por oposição a uma entrada
independente no mercado, em particular
para produtos ou serviços tradicionais,
onde provavelmente já existirá uma concorrência competente no mercado.
Além disso, os custos de contexto, nomeadamente administrativos, fiscais,
cambiais, e de deslocações são muito
significativos, e em regra, o investimento
inicial na área comercial é elevado e o retorno demorado, reforça Miguel Gaspar.
Porém, vencida a barreira inicial e criada uma relação de negócio com o cliente, o mercado é atractivo, reconhece o
mérito, e as empresas de engenharia
em Portugal conseguem habitualmente posicionar-se num patamar de elevada competência no mercado brasileiro,
conclui o administrador da TIS.
www.tis.pt
MERCADOS
RELACIONAMENTO
ECONÓMICO
PORTUGAL – BRASIL
primeiros 11 meses, é de referir que as
exportações portuguesas para o mercado brasileiro diminuíram 13,6 por
cento face a idêntico período de 2013.
Em 2013, da estrutura das exportações
portuguesas para o Brasil, por grupos
de produtos, destacam-se os produtos agrícolas (36,3 por cento do total
exportado), as máquinas e aparelhos
(14,8 por cento) e os metais comuns
(11,7 por cento) que, no seu conjunto,
representaram 62,8 por cento das nossas vendas para este mercado.
O relacionamento económico entre Portugal e o Brasil
assume grande importância quer pelos laços históricos
existentes, quer pelo posicionamento deste mercado a
nível mundial. As exportações portuguesas de bens e
serviços para o mercado brasileiro cresceram nos últimos
anos e são muitas as empresas nacionais que apostam
no Brasil como destino de investimento directo.
No que respeita ao comércio de bens, em
2010, 2011 e 2013 o Brasil integrou o
top 10 dos maiores clientes de Portugal,
colocando-se também como o terceiro
maior mercado de destino das nossas
exportações fora do espaço da União Europeia em 2013 (o 4º cliente foi Angola e
o 6º os EUA). Já em 2014, no período de
Janeiro/Novembro, e de acordo com dados divulgados pelo INE, o Brasil passou
para a 11ª posição como cliente devido a
uma ligeira diminuição das exportações.
Como fornecedor de Portugal o Brasil
ocupou a 12ª posição em 2013, sendo o
5º maior fornecedor fora da UE (6º fornecedor Angola, 9º a China, 10º a Rús-
Dos restantes grupos, destacam-se ainda
as exportações de minerais e minérios
(9,5 por cento), de produtos alimentares
(5,6 por cento), de veículos e outro material de transporte (5,6 por cento) e de
combustíveis minerais (4,5 por cento).
sia e 11º os EUA), subindo para o 11º
lugar nos meses de 2014 em referência.
Embora se verifique que, ao longo dos
anos, a balança comercial bilateral tem
sido tradicionalmente desfavorável a
Portugal, é de realçar a redução substancial do défice em 2013 e o consequente aumento do coeficiente de
cobertura das importações pelas exportações (89,5 por cento em 2013 contra
33,2 por cento em 2009).
No ano passado, até Novembro, registou-se uma ligeira alteração na estrutura das exportações portuguesas para o
Brasil, mantendo-se o grupo dos produtos agrícolas no primeiro lugar com
44,6 por cento do total, seguindo-se
o das máquinas e aparelhos, que registou uma quebra de 8,8 por cento
face a período homólogo de 2013, e
o grupo de veículos e outro material de
transporte com 10,9 por cento do total
(mais 91,2 por cento).
As exportações portuguesas de bens
para o Brasil atingiram 739 milhões de
euros em 2013, enquanto as importações do Brasil se cifraram em 832 milhões de euros. No ano passado, nos
Segundo o Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia, cerca de
BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS
2009
2010
2011
2012
2013
Var %
13/09a
2013 Jan/
Nov
2014 Jan/
Nov
Var %
14/13b
294,5
439,5
583,1
680,8
739,0
26,8
671,3
579,9
-13,6
Importações
887,5
1.046,5
1.462,0
1.368,8
831,9
3,0
811,4
784,5
-3,3
Saldo
-593,0
-607,0
-878,9
-687,9
-92,9
--
-140,1
-204,6
--
33,2
42,0
39,9
49,7
88,8
--
82,7
73,9
--
Exportações
Coef. Cob. %
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística
Unidade: Milhões de euros
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2009-2013
(b) Taxa de variação homóloga 2013-2014
2009 a 2012: resultados definitivos; 2013: resultados provisórios; 2014: resultados preliminares
Portugalglobal // Janeiro 15 // 51
MERCADOS
48,6 por cento dos produtos industriais
transformados exportados de Portugal
para o Brasil, em 2013, que representaram 86,6 por cento do total das nossas
vendas ao mercado, continham um grau
de intensidade tecnológica baixa, 22,6
por cento média-baixa, 20,6 por cento
média-alta e apenas 8,2 por cento alta.
De acordo com o INE, cifrou-se em
1.742 o número de empresas em Portugal que exportaram para o Brasil em
2013, aumentando relativamente aos
anos anteriores.
Em relação à estrutura das nossas importações do Brasil, em 2013, destacam-se
os grupos de produtos agrícolas (46,3
por cento do total), de combustíveis minerais (19,1 por cento) e de produtos
alimentares (7,7 por cento), representando globalmente 73,1 por cento do
total importado do Brasil. Em 2014, nos
meses de Janeiro a Novembro, os grupos
de produtos mais importados foram os
combustíveis minerais (38,4 por cento
do total), seguindo-se os agrícolas e os
veículos e outro material de transporte.
Segundo o GEE, 45,8 por cento dos produtos industriais transformados importados do Brasil (que representam apenas 32,1 por cento do total), em 2013,
tinham um grau de intensidade tecnológica baixa, 29 por cento média-alta,
19,6 por cento com intensidade tecnológica alta e 5,5 por cento média-baixa.
Serviços
Nos últimos 20 anos, a balança comercial de serviços foi tradicionalmente favorável a Portugal, à excepção de 2003,
atingindo um superavit na ordem dos
731 milhões de euros em 2013 e consequentemente uma taxa de cobertura
elevada (288,5 por cento, a mais alta
do período de 2009 a 2013).
As exportações de serviços para o Brasil
registaram uma taxa de crescimento média anual de cerca de 18 por cento nos
últimos anos, enquanto as importações
aumentaram, em média, 4,4 por cento.
destacando-se ainda outros investimentos como os da CSN-Companhia
Siderúrgica Nacional, da Weg Motores, da Marcopolo, o do anterior investimento da Embraer nas OGMA, da
Odebrecht, da Camargo Correa e da
Haco (etiquetas), entre outros. O Brasil
considera Portugal a porta de entrada
para a União Europeia, tendo demonstrado interesse em várias empresas públicas em processo de privatização.
Dados do Banco de Portugal revelam
que, num conjunto de 56 mercados, o
Brasil foi o 7º maior cliente de serviços
portugueses em 2013, caindo uma posição face ao ano anterior. As vendas
de serviços portugueses ao Brasil, nesse ano, representaram cerca de 5,1 por
cento do total e 4,5 por cento de Janeiro
a Setembro de 2014. Como fornecedor,
o Brasil ocupou o 9º lugar do ranking
em 2013, representando 3,6 por cento
do total importado por Portugal.
Quanto ao IDPE, existem muitos exemplos de investimentos portugueses no
Brasil, nomeadamente os realizados no
sector do turismo, dos quais se destacam os desenvolvidos pelo Grupo Vila
Galé, pelo Grupo Pestana, pelo Aquiraz
Golf & Beach Villas, pelo Grupo Dom
Pedro e pelo Solverde.
Desde 2009 que as exportações de serviços têm aumentado de forma contínua, ultrapassando a barreira dos mil
milhões de euros em 2011.
Para além dos investimentos já referidos
na área do turismo, apontamos outros
realizados por empresas portuguesas
que, pela sua importância, merecem destaque: a hidroeléctrica de Peixe Angical
(no Estado do Tocantins) cuja construção
foi da responsabilidade da EDP Energias
do Brasil em parceria com a estatal Furnas, constituindo uma grande obra infraestrutural. Mais recentemente, novos
investimentos da EDP e da GALP avolumam esta área de internacionalização.
Os transportes (com 53,5 por cento) e as
viagens e turismo (36,1 por cento) foram
os tipos de serviços que mais contribuíram para um saldo positivo desta balança, pois representaram cerca de 90 por
cento do total dos serviços exportados
em 2013, registando aumentos na ordem dos 4,6 por cento e 1,2 por cento,
respectivamente. Por outro lado, os serviços importados incidiram principalmente
nas viagens e turismo (43,4 por cento do
total) e nos transportes (36,6 por cento),
com quebras face ao ano anterior.
No turismo, é de referir que o Brasil é dos
principais emissores de turistas para Portugal fazendo parte do top 10 enquanto
mercado gerador de receitas. Em 2013,
Portugal acolheu mais de 529 mil hóspedes brasileiros (mais 7 por cento face a
2012), registando mais de 1,2 milhões de
dormidas (mais 7,1 por cento) e cerca de
404 milhões de euros em receitas (mais
1,2 por cento que no ano anterior). No
período de Janeiro a Novembro de 2014,
as receitas e as dormidas de turistas brasileiros no nosso país ascenderam, respectivamente, a 316,5 milhões de euros
e a 1,28 milhões de dormidas.
Investimento e turismo
O Brasil continua a ser um importante destino do investimento directo de
Portugal no estrangeiro (IDPE), sendo
igualmente de realçar que Portugal é
também destino do investimento directo brasileiro (IDE).
Do investimento brasileiro em Portugal,
destaca-se o da Embraer, que tem vindo a impulsionar o desenvolvimento de
um cluster aeronáutico no nosso país,
BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE SERVIÇOS
Exportações
2009
2010
2011
2012
2013
Var %
13/09a
2013 Jan/
Nov
2014 Jan/
Nov
Var %
14/13b
599,4
882,6
1.001,5
1.103,5
1.119,2
18,1
1.038,1
955,3
-8,0
Importações
268,1
453,3
503,6
476,2
387,9
14,1
364,5
372,0
2,0
Saldo
331,3
429,2
497,9
627,4
731,3
--
673,6
583,3
--
Coef. Cob. %
223,6
194,7
198,9
231,8
288,5
--
284,8
256,8
--
Fonte: Banco de Portugal; Unidade: Milhões de euros
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2009-2013; (b) Taxa de variação homóloga 2013-2014
52 // Janeiro 15 // Portugalglobal
MERCADOS
BRASIL EM FICHA
Capital: Brasília – 2,5 milhões de habitantes
(IBGE, 2007)
Outras cidades importantes: São Paulo
(11 milhões), Rio de Janeiro (6,1 milhões),
Salvador (2,9 milhões), Fortaleza (2,4 milhões), Belo Horizonte (2,4 milhões)
Brasil
Brasília
Religião: A maioria da população professa
a religião Católica Romana (73,6%), embora a Constituição consagre a livre prática de
todas as religiões.
Língua Oficial: Português.
Unidade monetária: Real do Brasil (BRL)
1 EUR = 3,0512 BRL (Banco de Portugal –
média de Maio 2014)
Risco País:
Risco geral – BBB (AAA = risco menor; D
= risco maior) – EIU, Março 2014
Área: 8.515.692,3 km2 (IBGE – 5º país em
extensão territorial)
População:
201 milhões (estimativa EIU de 2013)
Densidade populacional:
23,6 habitantes/Km2
Designação oficial:
República Federativa do Brasil
Chefe do Estado e do Governo:
Dilma Rousseff
Data da actual Constituição: Outubro de
1988, com alterações posteriores.
Principais partidos políticos: Governo Partido dos Trabalhadores (PT); Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB);
Partido Social Democrático (PSD); Partido
Progressista (PP); Partido Democrático Trabalhista (PDT); Partido da República (PR); Partido Comunista do Brasil (PC do B); Partido
Socialismo e Liberdade (PSOL); Partido Verde
(PV); Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Oposição - Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB); Democratas (DEM); Partido Socialista
Brasileiro (PSB). As próximas eleições presidenciais, estaduais e parlamentares (Senado
e Câmara dos Deputados) estão agendadas
para Outubro de 2018.
Risco Político – BBB
Risco de Estrutura Económica – BBB
Risco de crédito: 3
(1 = risco menor; 7 = risco maior) – COSEC
Política de cobertura de risco: Operações
de Curto prazo – Aberta sem condições restritivas; Operações de Médio / Longo prazo
– Clientes soberanos: Aberta sem condições
restritivas. Outros clientes públicos e privados:
Aberta, caso a caso, com eventual exigência
de garantia soberana ou bancária (COSEC).
Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)
ENDEREÇOS ÚTEIS
EMBAIXADA DO BRASIL
Estrada das Laranjeiras, 144
1649-021 Lisboa - Portugal
Tel.: +351 217 248 510
Fax: +351 217 267 623
[email protected]
http://lisboa.itamaraty.gov.br/pt-br/
CONSULADO GERAL
DO BRASIL EM LISBOA
Praça Luís de Camões, 22 – 1º Esq
1249-190 Lisboa - Portugal
Fax: +351 213 473 926
[email protected]
www.consulado-brasil.pt
CONSULADO GERAL
DO BRASIL NO PORTO
EMBAIXADA DE PORTUGAL
EM BRASÍLIA
Avenida de França, 20 – 1º
4050-275 Porto - Portugal
Tel.: +351 226 084 070
Fax: +351 226 084 089
[email protected]
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CEP 70 402-900 Brasília DF
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CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA
LUSO-BRASILEIRA
AGÊNCIA BRASILEIRA DE PROMOÇÃO
DE EXPORTAÇÃO E INVESTIMENTOS
– APEX
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1070-072 Lisboa - Portugal
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70040-020 Brasília – DF
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Portugalglobal // Janeiro 15 // 53
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
COSEC
Políticas de cobertura para mercados
No âmbito de apólices individuais
África do Sul*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Angola
C Caso a caso.
M/L Garantia soberana. Limite total de
responsabilidades.
Arábia Saudita
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
Caso a caso.
M/L
Argélia
C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: eventual
exigência de carta de crédito
irrevogável.
Em princípio. exigência de garantia bancária ou garantia soberana.
M/L
Argentina
T Caso a caso.
Barein
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Benim
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
aso a caso, numa base muito
C
restritiva, e com exigência de
garantia soberana ou bancária.
M/L
Brasil*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L
lientes soberanos: Aberta sem
C
condições restritivas. Outros Clientes públicos e privados: Aberta, caso
a caso, com eventual exigência de
garantia soberana ou bancária.
Cabo Verde
C Aberta sem condições restritivas.
M/L
E ventual exigência de garantia
bancária ou de garantia soberana
(decisão casuística).
Camarões
T Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Cazaquistão
Temporariamente fora de cobertura.
China*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Colômbia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Costa do Marfim
C Caso a caso, com eventual
exigência de garantia bancária ou
garantia soberana. Extensão do prazo
constitutivo de sinistro para 12 meses.
M/L Exigência de garantia bancária
ou garantia soberana. Extensão do
prazo constitutivo de sinistro de 3
para 12 meses.
Costa Rica
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Cuba
T Fora de cobertura.
Egipto
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso.
Emirados Árabes Unidos
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Etiópia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso numa base muito
restritiva.
Filipinas
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Gana
C Caso a caso numa base muito
restritiva.
M/L
M/L
C
Aberta sem condições restritivas.
lientes públicos: Aberta sem
C
condições restritivas.
Clientes privados: Em princípio,
aberta sem condições restritivas.
Eventual exigência de garantia
bancária numa base casuística.
aso a caso, numa base muito
C
restritiva e com a exigência de
contra garantias.
Guiné-Bissau
T Fora de cobertura.
Guiné Equatorial
C Caso a caso, numa base restritiva.
54 // Janeiro 15 // Portugalglobal
Clientes
públicos e soberanos:
caso a caso, mediante análise das
garantias oferecidas, designadamente contrapartidas do
petróleo. Clientes privados: caso
a caso, numa base muito restritiva, condicionada a eventuais
contrapartidas (garantia de banco
comercial aceite pela COSEC ou
contrapartidas do petróleo).
Hong-Kong
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Iémen
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Macau
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Malásia
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Malawi
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Clientes públicos: fora de cobertura, excepto para operações
de interesse nacional. Clientes
privados: análise casuística, numa
base muito restritiva.
Marrocos*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Índia
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária.
Indonésia
C Caso a caso, com eventual
exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.
M/L
Caso a caso, com eventual exigência de garantia bancária ou
garantia soberana.
Irão
Sanções em vigor.
Para mais informações, contactar a
COSEC.
Iraque
T Fora de cobertura.
Martinica
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
México*
C Aberta sem restrições.
M/L Em princípio aberta sem restrições.
A eventual exigência de garantia
bancária, para clientes privados,
será decidida casuisticamente.
Moçambique
C Caso a caso, numa base restritiva
(eventualmente com a exigência de
carta de crédito irrevogável, garantia bancária emitida por um banco
aceite pela COSEC e aumento do
prazo constitutivo de sinistro).
M/L
Jordânia
C Caso a caso.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Koweit
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Fora de cobertura.
Geórgia
C Caso a caso numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
Chile
M/L
M/L
Líbano
C Clientes públicos: caso a caso
numa base muito restritiva.
Clientes privados: carta de crédito
irrevogável ou garantia bancária.
M/L
Clientes públicos: fora de cobertura. Clientes privados: caso a
caso numa base muito restritiva.
Líbia
T
Fora de cobertura.
Lituânia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária.
A
umento do prazo constitutivo
de sinistro. Sector privado: caso a
caso numa base muito restritiva.
Operações relativas a projectos
geradores de divisas e/ou que
admitam a afectação prioritária
de receitas ao pagamento dos
créditos garantidos, terão uma
ponderação positiva na análise do
risco; sector público: caso a caso
numa base muito restritiva.
Montenegro
C Caso a caso, numa base restritiva.
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
M/L
Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para
operações de pequeno montante.
Nigéria
C Caso a caso, numa base restritiva
(designadamente em termos de
alargamento do prazo constitutivo de sinistro e exigência de
garantia bancária).
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
de destino das exportações portuguesas
No âmbito de apólices globais
M/L
aso a caso, numa base muito
C
restritiva, condicionado a eventuais
garantias (bancárias ou contrapartidas do petróleo) e ao alargamento
do prazo contitutivo de sinistro.
M/L
Oman
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão casuística).
Panamá
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Paquistão
Temporariamente fora de cobertura.
Paraguai
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Peru
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
lientes soberanos: aberta sem
C
condições restritivas. Clientes
públicos e privados: aberta, caso
a caso, com eventual exigência de
garantia soberana ou bancária.
Qatar
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Quénia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
República Dominicana
C Aberta caso a caso, com eventual
exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária emitida
por um banco aceite pela COSEC.
M/L
berta caso a caso com exigência
A
de garantia soberana (emitida pela
Secretaria de Finanzas ou pelo Banco Central) ou garantia bancária.
Singapura
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Suazilândia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Tailândia
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L
C
nálise caso a caso, numa base
A
muito restritiva.
Senegal
C Em princípio. exigência de
garantia bancária emitida por
um banco aceite pela COSEC e
eventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro.
Na apólice individual está em causa a cobertura de
uma única transação para um determinado mercado.
enquanto a apólice global cobre todas as transações em
todos os países para onde o empresário exporta os seus
produtos ou serviços.
As apólices globais são aplicáveis às empresas que
vendem bens de consumo e intermédio. cujas
transações envolvem créditos de curto prazo (média
60-90 dias). não excedendo um ano. e que se repetem
com alguma frequência.
Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de
apólices. a política de cobertura é casuística e. em
geral. mais flexível do que a indicada para as transações
no âmbito das apólices individuais. Encontram-se
também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque
e S. Tomé e Príncipe.
Não definida.
Taiwan
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Tanzânia
T Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Tunísia*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Turquia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Ucrânia
C Clientes públicos: eventual
exigência de garantia soberana.
Clientes privados: eventual
exigência de carta de crédito
irrevogável.
M/L
Rússia
Sanções em vigor.
Para mais informações, contactar a
COSEC.
S. Tomé e Príncipe
Eventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro. Sector
público: caso a caso, com exigência de garantia de pagamento e
transferência emitida pela Autoridade Monetária (BCEAO); sector
privado: exigência de garantia
bancária ou garantia emitida pela
Autoridade Monetária (preferência
a projectos que permitam a
alocação prioritária dos cash-flows
ao reembolso do crédito).
lientes públicos: eventual
C
exigência de garantia soberana.
Clientes privados: eventual
exigência de garantia bancária.
Para todas as operações, o prazo
constitutivo de sinistro é definido
caso a caso.
Uganda
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L
Fora de cobertura.
Uruguai
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L
Venezuela
C Clientes públicos: aberta caso
a caso com eventual exigência
de garantia de transferência ou
soberana. Clientes privados: aberta
caso a caso com eventual exigência
de carta de crédito irrevogável e/ou
garantia de transferência.
M/L
berta caso a caso com exigência
A
de garantia soberana.
Zâmbia
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L
Fora de cobertura.
Zimbabwe
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L
Advertência:
A lista e as políticas de cobertura são
indicativas e podem ser alteradas
sempre que se justifique. Os países
que constam da lista são os mais
representativos em termos de consultas
e responsabilidades assumidas. Todas
as operações são objecto de análise e
decisão específicas.
Legenda:
C
M/L
T
Curto Prazo
Médio / Longo Prazo
Todos os Prazos
* Mercado prioritário.
Fora de cobertura.
COSEC
Companhia de Seguro
de Créditos. S. A.
Direcção Internacional
Avenida da República. 58
1069-057 Lisboa
Tel.: +351 217 913 832
Fax: +351 217 913 839
[email protected]
www.cosec.pt
Não definida.
Portugalglobal // Janeiro 15 // 55
TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES
COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa de Países com a graduação dos mercados em função
do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de
cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corresGrupo 1
Hong-Kong
Singapura *
Taiwan
Grupo 2
Grupo 3
Arábia Saudita
Botswana
Brunei
China •
EAUa
Gibraltar
Koweit
Lituânia
Macau
Malásia
Oman
Trind. e Tobago
África do Sul •
Argélia
Bahamas
Barbados
Brasil •
Costa Rica
Dep/ter Austr.b
Dep/ter Din.c
Dep/ter Esp.d
Dep/ter EUAe
Dep/ter Fra.f
Dep/ter N. Z.g
Dep/ter RUh
Filipinas
Ilhas Marshall
Índia
Indonésia
Marrocos •
Maurícias
México •
Micronésia
Namíbia
Palau
Panamá
Peru
Qatar
Roménia
Tailândia
Uruguai
Grupo 4
Aruba
Barein
Bulgária
Colômbia
El Salvador
Guatemala
Hungria
Rússia
Tunísia •
Turquia
pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
e o grupo 7 à maior.
As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas
de prémio aplicáveis.
Grupo 5
Grupo 6
Angola
Azerbeijão
Bolívia
Cazaquistão
Croácia
Curaçau
Dominicana. Rep.
Gabão
Gana
Jordânia
Lesoto
Macedónia
Nigéria
Papua–Nova Guiné
Paraguai
S. Vic. e Gren.
Santa Lúcia
Vietname
Zâmbia
Albânia
Arménia
Bangladesh
Belize
Butão
Cabo Verde
Camarões
Camboja
Comores
Congo
Dominica
Egipto
Equador
Fidji
Geórgia
Honduras
Kiribati
Moçambique
Mongólia
Nauru
Nepal
Quénia
Samoa Oc.
Senegal
Sérvia
Sri Lanka
Suazilândia
Suriname
Tanzânia
Timor-Leste
Turquemenistão
Tuvalu
Uganda
Uzbequistão
Vanuatu
Grupo 7
Afeganistão
Ant. e Barbuda
Argentina
Bielorussia
Benin
Bósnia e Herzegovina
Burkina Faso
Burundi
Cent. Af. Rep.
Chade
Cisjordânia / Gaza
Congo. Rep. Dem.
Coreia do Norte
C. do Marfim
Cuba •
Djibuti
Eritreia
Etiópia
Gâmbia
Grenada
Guiana
Guiné Equatorial
Guiné. Rep. da
Guiné-Bissau •
Haiti
Iemen
Irão •
Iraque •
Mali
Mauritânia
Moldávia
Montenegro
Myanmar
Nicarágua
Níger
Paquistão
Quirguistão
Ruanda
S. Crist. e Nevis
S. Tomé e Príncipe •
Salomão
Seicheles
Serra Leoa
Síria
Somália
Sudão
Sudão do Sul
Tadzequistão
Togo
Tonga
Ucrânia
Venezuela
Zimbabué
Jamaica
Kosovo
Laos
Líbano
Libéria
Líbia
Madagáscar
Malawi
Maldivas
Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.
* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.
• Mercado de diversificação de oportunidades
• Fora de cobertura
• Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional
NOTAS
a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma
b) Ilhas Norfolk
c) Ilhas Faroe e Gronelândia
d) Ceuta e Melilha
e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico
56 // Janeiro 15 // Portugalglobal
f) G
uiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia
Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna
g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Nive
h) A
nguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta.
Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos
ESTATÍSTICAS
INVESTIMENTO
e COMÉRCIO EXTERNO
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.
INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR
2013
Jan/Nov
tvh 2013/12
2014
Jan/Nov
tvh 14/13
Jan/Nov
tvh 14/13
Nov/Nov
tvc 14/14
Nov/Out
POR PRINCÍPIO ACTIVO / PASSIVO
2013
Activo
6.199
64,6%
5.815
4.288
-26,3%
45,9%
78,3%
Passivo
6.626
-62,7%
4.996
3.827
-23,4%
264,0%
-255,8%
Saldo
-427
96,9%
819
460
-43,8%
-205,2%
-123,6%
2013
Jan/Nov
2014
Jan/Nov
tvh 14/13
Jan/Nov
ACTIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS
Títulos de participação no capital
641
3.122
386,9%
De investidores directos em empresas de investimento directo
641
3.080
380,3%
De empresas de investimento directo em investidores directos
0
10
--
Entre empresas irmãs
0
32
--
5.174
1.166
-77,5%
-64,7%
Instrumentos de dívida
De investidores directos em empresas de investimento directo
509
180
De empresas de investimento directo em investidores directos
3.156
1.139
-63,9%
Entre empresas irmãs
1.509
-153
-110,1%
2013
Jan/Nov
2014
Jan/Nov
tvh 14/13
Jan/Nov
165,3%
PASSIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS
Títulos de participação no capital
2.649
7.026
De investidores directos em empresas de investimento directo
2.649
6.710
153,3%
De empresas de investimento directo em investidores directos
-1
-13
-2506,0%
Entre empresas irmãs
Instrumentos de dívida
0
329
--
2.348
-3.198
-236,2%
De investidores directos em empresas de investimento directo
2.259
645
-71,4%
De empresas de investimento directo em investidores directos
-134
-4.087
-2945,5%
Entre empresas irmãs
223
243
9,1%
ACTIVO
2014 Jan/Nov
tvh 14/13 Jan/Nov
Espanha
1.863
37,8%
Países Baixos
1.846
21,8%
Suíça
1.014
471,2%
PASSIVO
2014 Jan/Nov
tvh 14/13 Jan/Nov
Brasil
3.573
3069,2%
Espanha
1.009
-9,0%
Irlanda
554
733,6%
Luxemburgo
231
11,1%
Angola
512
312,9%
Irlanda
222
284,2%
Alemanha
447
37,6%
União Europeia 28
4.511
-28,4%
União Europeia 28
-1.693
-140,3%
Extra UE28
-224
53,8%
Extra UE28
5.520
589,8%
POR PRINCÍPIO DIRECCIONAL
2013
tvh 2013/12
2013
Jan/Nov
2014
Jan/Nov
tvh 14/13
Jan/Nov
tvh 14/13
Nov/Nov
tvc 14/14
Nov/Out
ID de Portugal no Exterior (IDPE)
1.510
120,7%
1.285
6.846
432,7%
-78,1%
384,9%
ID do Exterior em Portugal (IDE)
1.938
-71,0%
466
6.386
1270,5%
-32,6%
144,0%
Saldo
-428
96,9%
819
460
-43,8%
-205,2%
-123,6%
Unidade: Variações líquidas em Milhões de Euros
INVESTIMENTO DIRECTO - STOCK
(posição em fim de período) 
2011 Dez
2012 Dez
2013 Dez
2013 Set
2014 Set
tvh 14/13
Set/Set
Stock Activo
63.329
67.507
72.764
72.051
74.757
3,8%
Stock Passivo
93.889
112.758
118.407
116.067
119.618
3,1%
Stock IDPE
52.180
46.434
49.120
49.062
50.810
3,6%
Stock IDE
82.740
91.685
94.762
93.079
95.671
2,8%
Unidade: Posição em fim de período em Milhões de Euros
Fonte: Banco de Portugal
Portugalglobal // Janeiro 15 // 57
ESTATÍSTICAS
COMÉRCIO INTERNACIONAL
2013
tvh
2013/12
2013
Jan/Nov
2014
Jan/Nov
tvh 14/13
Jan/Nov
tvh 14/13
Nov/Nov
tvc 14/14
Nov/Out
Exportações bens
47.266
4,5%
43.720
44.449
1,7%
-0,4%
-10,5%
Exportações bens UE
33.235
3,5%
30.805
31.579
2,5%
0,0%
-4,8%
Exportações bens Extra UE
14.032
7,2%
12.915
12.870
-0,3%
-1,4%
-22,3%
Exportações bens UE
70,3%
--
70,5%
71,0%
--
--
--
Exportações bens Extra UE
29,7%
--
29,5%
29,0%
--
--
--
BENS (Exportação)
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
Exp. Bens - Clientes 2014 (Jan/Nov)
% Total
tvh 14/13
Espanha
23,5%
1,0%
Alemanha
11,9%
França
Exp. Bens - Var. Valor (14/13)
Meur
Cont. p. p.
Reino Unido
310
0,7
2,1%
China
153
0,4
11,7%
3,0%
França
150
0,3
Angola
6,6%
1,9%
EUA
118
0,3
Reino Unido
6,1%
12,9%
Alemanha
110
0,3
EUA
4,3%
6,5%
Espanha
105
0,2
Países Baixos
4,0%
2,1%
Marrocos
-151
-0,3
% Total
tvh 14/13
Exp. Bens - Var. Valor (14/13)
Meur
Cont. p. p.
Máquinas, Aparelhos
14.4%
-0,5%
Veículos, Out. Mat. Transp.
304
0,7
Veículos e Outro Material de Transporte
11.1%
6,6%
Agrícolas
241
0,6
Combustíveis Minerais
8.4%
-17,9%
Vestuário
230
0,5
Metais Comuns
8.0%
4,0%
Plásticos, Borracha
174
0,4
Plásticos, Borracha
7.3%
5,7%
Combustíveis Minerais
-818
-1,9
2013
tvh
2013/12
2013
Jan/Nov
2014
Jan/Nov
tvh 14/13
Jan/Nov
tvh 14/13
Nov/Nov
tvc 14/14
Nov/Out
Exportações totais de serviços
21.957
10,2%
20.001
21.085
5,4%
-2,6%
-22,0%
Exportações serviços UE
14.749
8,9%
13.578
14.337
5,6%
-3,8%
-26,1%
Exportações serviços extra UE
7.208
12,9%
6.423
6.748
5,1%
-0,3%
-13,1%
Exportações serviços UE
67,2%
--
67,9%
68,0%
--
--
--
Exportações serviços extra UE
32,8%
--
32,1%
32,0%
--
--
--
Exp. Bens - Produtos 2014 (Jan/Nov)
 SERVIÇOS (Exportação)
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
58 // Janeiro 15 // Portugalglobal
 
ESTATÍSTICAS
2013
tvh
2013/12
2013
Jan/Nov
2014
Jan/Nov
tvh 14/13
Jan/Nov
tvh 14/13
Nov/Nov
tvc 14/14
Nov/Out
Importações bens
56.906
0,9%
52.328
54.066
3,3%
2,8%
-10,0%
Importações bens UE
40.959
1,6%
37.320
40.349
8,1%
3,4%
-9,0%
Importações bens Extra UE
15.947
-0,8%
15.008
13.717
-8,6%
0,8%
-13,2%
Importações bens UE
72,0%
--
71,3%
74,6%
--
--
--
Importações bens Extra UE
28,0%
--
28,7%
25,4%
--
--
--
BENS (Importação)
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
Imp. Bens - Fornecedores 2014 (Jan/Nov)
% Total
tvh 14/13
Espanha
32,3%
4,8%
Alemanha
12,4%
França
7,1%
Itália
Países Baixos
Reino Unido
China
Imp. Bens - Var. Valor (14/13)
Meur
Cont. p. p.
Alemanha
861
1,6
14,7%
Espanha
801
1,5
9,7%
França
339
0,6
5,3%
7,4%
Congo Brazavile
280
0,5
5,1%
6,0%
Rússia
-280
-0,5
3,0%
7,1%
Camarões
-566
-1,1
2,7%
16,9%
Angola
-1,183
-2,3
% Total
tvh 14/13
Imp. Bens - Var. Valor (14/13)
Meur
Cont. p. p.
Combustíveis Minerais
17,4%
-10,2%
Veículos, Outro Mat. Transp.
1.180
2,3
Máquinas, Aparelhos
15,1%
8,0%
Máquinas, Aparelhos
599
1,1
Veículos e Outro Material de Transporte
10,6%
25,9%
Químicos
205
0,4
Agrícolas
10,4%
-1,8%
Vestuário
166
0,3
Químicos
10,4%
3,8%
Combustíveis Minerais
-1.070
-2,0
Imp. Bens - Produtos 2014 (Jan/Nov)
2013
tvh
2013/12
2013
Jan/Nov
2014
Jan/Nov
tvh 14/13
Jan/Nov
tvh 14/13
Nov/Nov
tvc 14/14
Nov/Out
Importações totais de serviços
10.838
1,8%
9.991
10.959
9,7%
12,2%
-10,9%
Importações serviços UE
6.862
4,8%
6.294
6.982
10,9%
13,6%
-12,0%
Importações serviços extra UE
3.976
-2,9%
3.697
3.977
7,6%
9,8%
-8,8%
Importações serviços UE
63,3%
--
63,0%
63,7%
--
--
--
Importações serviços extra UE
36,7%
--
37,0%
36,3%
--
--
--
 SERVIÇOS
Unidade: Milhões de euros
 
Unidade: % do total
PREVISÕES 2014 : 2015 (tvh real %)
2013
2014
Jan/Set
FMI
CE
OCDE
BdP
Min.
Finanças
INE
INE
Novembro 14
Dezembro 14
Novembro 14
Dezembro 14
Outubro 14
PIB
-1,4
1,0
0,8 : 1,2
0,9 : 1,3
0,8 : 1,3
0,9 : 1,5
1,0 : 1,5
Exportações Bens e Serviços
6,4
2,6
3,5 : 4,5
3,6 : 4,6
3,1 : 5,3
2,6 : 4,2
3,7 : 4,7
Fontes: INE/Banco de Portugal
Notas e siglas: Meur - Milhões de euros
Cont. - Contributo para o crescimento das exportações
tvc - Taxa de variação em cadeia
n.d. - Não disponível
p.p. - Pontos percentuais
tvh - Taxa de variação homóloga
Portugalglobal // Janeiro 15 // 59
Miguel Porfírio
HOLANDA
[email protected]
Gonçalo Homem de Mello
BÉLGICA
[email protected]
António Silva
FRANÇA
[email protected]
REDE
EXTERNA
Miguel Fontoura
REINO UNIDO
[email protected]
IRLANDA
Oslo
[email protected]
Raul Travado
Manuel Martinez
CANADÁ
ESPANHA
[email protected]
[email protected]
Hai
Dublin
Londres
Zuriqu
Paris
Eduardo Henriques
Milão
ESPANHA
[email protected]
Toronto
Bruxelas
Barcelona
Nova Iorque
Madrid
S. Francisco
Argel
Rabat
Rui Boavista Marques
Praia
EUA
[email protected]
Armindo Rios
Álvaro Cunha
CABO VERDE
MÉXICO
[email protected]
Cidade do México
[email protected]
Rui Cordovil
Carlos Pinto
VENEZUELA
MARROCOS
Caracas
[email protected]
[email protected]
Panamá
João Renano Henriques
Bogotá
Miguel Crespo
ARGÉLIA
COLÔMBIA
[email protected]
[email protected]
Lima
Luís Moura
ANGOLA
[email protected]
Rio de Janeiro
Carlos Moura
São Paulo
BRASIL
[email protected]
Jorge Salvador
CHILE
[email protected]
João Pedro Pereira
Santiago do Chile
ÁFRICA DO SUL
[email protected]
Buenos Aires
Fernando Carvalho
MOÇAMBIQUE
[email protected]
60 // Janeiro 15 // Portugalglobal
Pedro Macedo Leão
Maria José Rézio
ALEMANHA
RÚSSIA
[email protected]
[email protected]
João Guerra Silva
Nuno Lima Leite
DINAMARCA
POLÓNIA
[email protected]
[email protected]
Eduardo Souto Moura
Joaquim Pimpão
SUÉCIA
HUNGRIA
[email protected]
[email protected]
Ana Isabel Douglas
ÁUSTRIA
[email protected]
Estocolmo
ia
Moscovo
Copenhaga
Berlim
João Rodrigues
Varsóvia
Praga
s
ue
Bratislava
Viena
ÍNDIA
[email protected]
Budapeste
Liubliana
Alexandra Ferreira Leite
Bucareste
CHINA
Baku
Ancara
Celeste Mota
Atenas
Tunes
[email protected]
Pequim
TURQUIA
Tóquio
[email protected]
José Joaquim Fernandes
JAPÃO
[email protected]
Tripoli
Laurent Armaos
Xangai
GRÉCIA
[email protected]
Riade
Doha
Filipe Costa
Nova Deli
CHINA
Guangzhou
Abu Dhabi
Macau
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Hong Kong
Maria João Bonifácio
Pier Franco Schiavone
CHINA
ITÁLIA
[email protected]
[email protected]
João Cardim
Nuno Várzea
INDONÉSIA
TUNISIA
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Jacarta
Luanda
Windhoek
Pretória
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Maputo
Maria João Liew
MALÁSIA
[email protected]
AO SERVIÇO
DAS EMPRESAS
Portugalglobal // Janeiro 15 // 61
BOOKMARKS
INFORMÁTICA E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO
A informática e as tecnologias de informação invadiram o nosso dia-a-dia
pessoal e profissional. A sua importância é tal, que, sem qualquer receio, poderemos afirmar que quem não dominar pelo menos os rudimentos básicos
destas novas realidades delas se verá
excluído, logo quebrados os laços para
a construção de um futuro profissional
e pessoal melhor.
Esta obra, com forte sentido pedagógico, passo a passo introduz o leitor nestas novas realidades. Os leitores que pretendam aceder e tirar partido das novas
tecnologias de informação, mesmo partindo do zero, encontrarão neste livro
um precioso auxiliar e “companheiro”
na jornada emocionante para o futuro.
Escrito por um autor angolano e perfeitamente adaptado à realidade angolana, este livro, sendo pioneiro na sua
área, ajudará a dinamizar o conhecimento e a construção de uma cultura
da informação de que tirarão partido
imediato os seus leitores e, posteriormente, o próprio país.
1. Conceitos Básicos de Informática
2. Informação Digital
3. Principais Componentes de um
Computador
4. Software
5. Redes de Computadores e Internet
6. Intranet e Extranet
7. Ameaças digitais e meios
de contaminação
8. Sistemas de Protecção
9. Auditoria Informática
O livro destina-se a estudantes, como
auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, e a profissionais de qualquer
área que começam a trabalhar com
meios informáticos.
www.silabo.pt/Conteudos/7844_PDF.pdf
Autor: P
aulo Francisco António
Editor: Edições Sílabo
Nº de páginas: 356
Ano: 2015
Preço: 24,00€
DICIONÁRIO PRÁTICO DE ECONOMIA
Com esta obra pretende-se dar a conhecer, de forma sistematizada, objectiva e sucinta, os principais conceitos,
variáveis e técnicas da economia, as
instituições internacionais com relevância nesta área do saber e o contributo dos principais pensadores que
ajudaram a construir a ciência económica. As relações económicas são
um elemento central da organização
social contemporânea e assumem um
lugar de destaque na vida quotidiana
de todos nós. Nesta perspectiva, o Dicionário Prático de Economia pretende
ser um guia de referência para todos
aqueles que pretendem manter-se
informados e adquirir conhecimento
sobre assuntos que vão desde a in-
62 // Janeiro 15 // Portugalglobal
tervenção do Estado na economia ao
funcionamento dos mercados financeiros, passando por muitas outras
áreas como o comportamento dos
agentes económicos, a organização
dos mercados de bens e serviços, ou
as flutuações cíclicas referentes ao desempenho agregado da economia no
curto prazo.
www.silabo.pt/Conteudos/7882_PDF.pdf
Autores: O
rlando Gomes
Editor: Edições Sílabo
Nº de páginas: 276
Ano: 2015
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Videoconferências
AICEP Global Network
A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para
reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os responsáveis
da Rede Externa presentes em mais de 40 países.
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