Atlas das Aves Invernantes e Migradoras de Portugal
Ponto da situação em julho de 2013
Caros sócios e colaboradores,
Vários ornitólogos colaboradores da SPEA e do Atlas têm perguntado por várias vezes se o
trabalho de campo do atlas continuaria em agosto de 2013. Por essa razão, e porque já
passaram quatro meses após o final da época de campo 2012/2013, é importante esclarecer
todos os interessados sobre a situação deste projeto.
O Atlas das Aves Invernantes e Migradoras de Portugal foi programado para durar 30 meses
(dois anos e meio) e incluir duas épocas de campo completas (2011/2012 e 2012/2013).
Inicialmente previa-se um envolvimento entre 400 a 500 colaboradores de campo e admitiase uma cobertura mínima de 90% do território (90% das quadrículas UTM 10 km x 10 km).
Com o desenrolar do projeto verificou-se que se iria ficar aquém do previsto, em termos de
colaboradores, e consequentemente em termos de quadrículas amostradas. Atualmente,
após duas épocas de campo completas, a cobertura média do território em termos de visitas
sistemáticas é de 53% e 73% no que diz respeito ao período de migração e de inverno,
respetivamente. Estes valores poderão aumentar ligeiramente porque há quadrículas que
ainda não foram introduzidas e/ou validadas. A estes dados das visitas sistemáticas, irão ser
acrescentados todos os dados complementares de outros projetos e das centenas de visitas
adicionais carregadas pelos colaboradores.
Nesta situação, impunha-se tomar a decisão de realizar ou não mais uma época de campo,
que não estava prevista inicialmente. A SPEA, com a concordância da Comissão Científica,
decidiu dar por terminados os trabalhos de campo do atlas e não realizar uma terceira época
de campo. Esta decisão entrou em linha de conta com os seguintes fatores:
• A SPEA não tem meios financeiros para suportar um ano extra de visitas
sistemáticas do projeto atlas com o nível de apoio disponibilizado nos dois anos
anteriores;
• O adiamento do projeto por mais um ano iria colocar em causa os compromissos
assumidos com as entidades que apoiam financeiramente o projeto e comprometer a
fase de tratamento de dados e produção da monografia final.
• Não sendo possível assegurar ajuda financeira aos colaboradores, não havia
qualquer garantia de que fosse coberta a totalidade das quadrículas em falta, que
estão precisamente nas zonas mais remotas e com menos observadores de aves.
• O risco de terminar o projeto com uma cobertura sub-total que se traduzisse numa
amostragem enviesada foi acautelado através da realização de uma amostragem em
xadrez de quadrículas prioritárias, intercaladas com quadrículas não prioritárias. Isto
permitiu ter nesta altura uma cobertura mínima de 50% das quadrículas
sistematicamente distribuídas em todas as regiões atlas.
Neste momento está-se a terminar a inserção e validação de registos na base de dados e
espera-se começar com a modelação da distribuição e abundância das espécies ainda este
verão. Se não houver percalços, teremos o primeiro Atlas das Aves Invernantes e
Migradoras de Portugal no final do ano de 2013.
Antes de terminar gostaríamos de agradecer todo o apoio aos mais de 300 colaboradores
de campo (incluindo aos anilhadores) e aos 17 coordenadores regionais. Sem eles este
projeto não aconteceria. Gostaríamos também agradecer às entidades que colaboraram
com o projeto sem serem parceiros oficiais: Associação Transumância e Natureza (ATN),
Fundação Salinas do Samouco, Parque Biológico de Gaia, A Rocha. A todos um grande
muito obrigado por parte da parceria do Atlas.
Os melhores cumprimentos e bom verão.
Domingos Leitão
Coordenador do projeto Atlas
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Ponto da situação detalhado