Cultura! Já te atrapalhou? Agora não mais A era na qual a cultura da empresa dificulta a melhoria dos processos vai acabar. Novas tecnologias possibilitam que o Escritório de Processos se beneficie da cultura corrente, mesmo se ela não "entender" nada de processos. Vejamos... cultura tem a ver com os comportamentos presentes no contexto de trabalho e com as crenças e valores amplamente aceitos pelos colaboradores. Ao falar sobre melhoria de processos é fundamental considerar a cultura existente, porque é ela quem dita o que é feito dentro da empresa e é extremamente difícil de ser mudada. Como tornar processos mais eficientes significa mudar o que é feito dentro da empresa, a melhoria de processos representa uma mudança de cultura, o que passa por incorporar novos comportamentos na rotina de trabalho. Essa incorporação é fundamental para que a empresa usufrua ao máximo dos benefícios da orientação por processos, mas é algo muito difícil de ser implementado, como comprovam as pesquisas: média de 70% de insucesso. Assim, a cultura sempre foi a grande vilã e a grande desculpa para o insucesso de projetos de processos: "lidar com pessoas é difícil", "a empresa não tem cultura de processos", "fizemos tudo certo mas lá os caras não entendem processos", etc. No papel de "vilã" a falta de uma cultura de processos está entre as principais causas do baixo interesse dos gerentes pelos projetos de processos, da resistência às mudanças e do pouco patrocínio da alta gestão. Fica claro que como vilã ela é aterradora, pois basta um desses elementos para colocar em risco qualquer projeto, o que se dirá dos três simultaneamente. Já no papel de "desculpa" a cultura é muito utilizada para encobrir falhas de planejamento ou execução, as quais vão muito além desses três elementos: interesse, resistência e patrocínio. O que está mudando esse cenário, para viabilizar que o Escritório de Processos se beneficie até mesmo da falta de cultura de processos, são tecnologias que ajudam a interpretar a cultura da empresa. A integração de Big Data, análise de eventos complexos e raciocínio baseado em casos é um exemplo, dentre outros, que possibilita a identificação de padrões de comportamento de gerentes e atores dos processos. Esse tipo de informação à disposição de um Analista de Processos amplia a sua capacidade de análise e a assertividade de suas decisões. Isto é, ele se torna mais efetivo pois passa a estar no lugar certo, no momento certo, agindo da forma certa e junto às pessoas certas. Isso mesmo, PESSOAS! Porque lidar com elas realmente é difícil, especialmente se trabalhamos no escuro ou a partir de pressupostos mal fundamentados. No entanto, se o Analista apoia quem está com dificuldade, conversa com quem não está entendendo e reconhece quem está contribuindo, as coisas tomam outro rumo. Não há como comparar as atuações, como no exemplo de um curandeiro e um médico com uma tomografia em mãos. Fernando Barros de Sá, MSc Especialista em Inovação Coordenador de projetos de P&D na área de Transformação Organizacional