Abril – Gramática – 1ª Série
LEMBRETE:
Data da prova objetiva (P6-22/04/2014-terça-feira)
Conteúdo:
1. Módulo2. Funções da linguagem.
2. Rever os exercícios feitos em sala e os da folha extra.
Prezados alunos,
É importante salientar que, por meio da linguagem, realizamos diferentes ações: transmitimos informações,
tentamos convencer o outro a fazer (ou dizer) algo, assumimos compromissos, ordenamos, pedimos,
demonstramos sentimentos, construímos representações mentais sobre nosso mundo, enfim, pela linguagem
organizamos nossa vida do dia a dia, em diferentes aspectos.
As funções da linguagem estão centradas nos elementos de comunicação. Toda comunicação apresenta uma
variedade de funções, sendo uma dominante, de acordo com o enfoque que o destinatário que dar ou do efeito
que quer causar no recebedor.
“Ao contrário do que muitos pensam, a comunicação não acontece somente quando falamos, estabelecemos um
diálogo ou redigimos um texto, ela se faz presente em todos (ou quase todos) os momentos.
Comunicamo-nos com nossos colegas de trabalho, com o livro que lemos, com a revista, com os documentos que
manuseamos, através de nossos gestos, ações, até mesmo através de um beijo de ‘boa-noite’”.
http://www.brasilescola.com/redacao/as-funcoes-linguagem.htm
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César Lisboa
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Elementos da comunicação
Emissor - emite, codifica a mensagem
Receptor - recebe, decodifica a mensagem
Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor
Código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem
Referente - contexto relacionado a emissor e receptor
Canal - meio pelo qual circula a mensagem
Obs.: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem influência sobre a comunicação
Funções da Linguagem
Função emotiva (ou expressiva)
Centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a 1ª pessoa do singular, interjeições e
exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor.
Exemplo:

Não adianta nem tentar
Me esquecer
Durante muito tempo em sua vida
Eu vou viver (Roberto Carlos & Erasmo Carlos)

Sinto que viver é inevitável. Posso na primavera ficar horas sentada fl1mando, apenas sendo. Ser às
vezes sangra. Mas não há como não sangrar pois é no sangue que sinto a primavera. Dói. A
primavera me dá coisas. Dá do que viver E sinto que um dia na primavera é que vou morrer De
amor pungente e coração enfraquecido. (Clarice Lispector)
Função referencial (ou denotativa)
Centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações da realidade. Objetiva, direta,
denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular. Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos.
Exemplo:
“Todo brasileiro tem direito à aposentadoria. Mas nem todos têm direitos iguais. Um milhão e meio de
funcionários públicos, aposentados por regimes especiais, consomem mais recursos do que os quinze milhões
de trabalhadores aposentados pelo INSS. Enquanto a média dos benefícios aos aposentados do INSS é de 2,1
salários mínimos, nos regimes especiais tem gente que ganha mais de 100 salários mínimos.”
(Programa Nacional de Desestatização)
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Função apelativa (ou conativa)
Centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se dirige
ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. Usada nos
discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.
Exemplo:
Função fática
Centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do
canal. Linguagem das falas telefônicas, saudações e similares.
Exemplo:

Bom-dia!
Oi, tudo bem?
Ah, é!
Huin... hum...
Alô, quem fala?
Hã, o quê?
Observe os recursos fáticos que, embora característicos da linguagem oral, ganham expressividade na música:
 Alô, alô marciano
Aqui quem fala é da Terra. (Rita Lee & Roberto de Carvalho)

Blá, Blá, Blá, Blá, Blá
Blá, Blá, Blá, Blá
Ti, Ti, Ti, Ti, Ti,
Ti, Ti, Ti, Ti
Tá tudo muito bom, bom!
Tá tudo muito bem, bem! (Evandro Mesquita)
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Função poética
Centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa,
ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras
literárias, letras de música, em algumas propagandas etc.
Exemplo:
Que não há forma de pensar ou crer
De imaginar sonhar ou de sentir
Nem rasgo de loucura
Que ouse pôr a alma humana frente a frente
Com isso que uma vez visto e sentido
Me mudou, qual ao universo o sol
Falhasse súbito, sem duração
No acabar... (Fernando Pessoa)
Função metalinguística
Centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do
poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem.
Exemplo:


A palavra é o homem mesmo, Estamos feitos de palavras. Elas são a única realidade ou, ao menos,
o único testemunho de nossa realidade.
(Octávio Paz)
“Anuncie seu produto: a propaganda é a arma do negócio.” Nesse exemplo, temos a função
metalinguística (a propaganda fala do ato de anunciar), a conativa (a expressão aliciante do verbo
anunciar no imperativo) e a poética (na renovação de um clichê, conferindo-lhe um efeito
especial).
Obs.: Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O
importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo.
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Exercícios
01. Reconheça, nos textos a seguir, a função da linguagem que predomina:
a) "O risco maior que as instituições republicanas hoje correm não é o de se romperem, ou serem rompidas, mas o
de não funcionarem e de desmoralizarem de vez, paralisadas pela sem-vergonhice, pelo hábito covarde de
acomodação e da complacência. Diante do povo, diante do mundo e diante de nós mesmos, o que é preciso agora
é fazer funcionar corajosamente as instituições para lhes devolver a credibilidade desgastada. O que é preciso (e já
não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar ainda mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) é
apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a quem doer." (O Estado de São Paulo)
b)
O verbo infinitivo
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então ouvir
E então sorrir para poder chorar.
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito... (Vinícius de Morais)
c) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o nome
genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões no fenômeno vital da respiração, quando,
de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a parte exterior da boca." (Matoso Câmara Jr.)
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d)
" - Que coisa, né?
- É. Puxa vida!
- Ora, droga!
- Bolas!
- Que troço!
- Coisa de louco!
- É!"
e) "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra Lights."
f) "Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer acontecimento
extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo ilusão? Findei a tarefa, erguime, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria tudo ilusão?... Estava doente, ia piorar, e isto
me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede horrível...
Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei pregado à janela, olhando as pernas dos transeuntes." (Graciliano
Ramos)
g)
" - Que quer dizer pitosga?
- Pitosga significa míope.
- E o que é míope?
- Míope é o que vê pouco."
h) "O homem letrado e a criança eletrônica não mais têm linguagem comum." (Rose-Marie Muraro)
i) "O discurso comporta duas partes, pois necessariamente importa indicar o assunto de que se trata, e em seguida
a demonstração. (...) A primeira destas operações é a exposição; a segunda, a prova." (Aristóteles)
j) "Amigo Americano é um filme que conta a história de um casal que vive feliz com o seu filho até o dia em que o
marido suspeita estar sofrendo de câncer."
k) "Se um dia você for embora
Ria se teu coração pedir
Chore se teu coração mandar." (Danilo Caymmi & Ana Terra)
l) "Olá, como vai?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo em pegar um lugar no futuro e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranqüilo..." (Paulinho da Viola)
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02. Leia o poema e responda.
Poética
Que é poesia?
uma ilha
cercada
de palavras
por todos os lados
Que é um poeta?
um homem
que trabalha um poema
com o suor do seu rosto
Um homem
que tem fome
como qualquer outro
homem.
(Cassiano Ricardo)
a) Quais as funções da linguagem predominantes no poema anterior?
b) Aponte os elementos que integram o processo de comunicação em Poética, de Cassiano Ricardo.
03. (Fuvest-2004)
Observe, ao lado, esta gravura de Escher:
Na linguagem verbal, exemplos de aproveitamento de recursos equivalentes aos da gravura de Escher encontramse, com frequência,
a) nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência que lhe parece extremamente intrigante.
b) nos textos publicitários, quando se comparam dois produtos que têm a mesma utilidade.
c) na prosa científica, quando o autor descreve com isenção e distanciamento a experiência de que trata.
d) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para expor procedimentos construtivos do discurso.
e) nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza uma determinada sequência de operações.
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GABARITO
01. a) função referencial
b) função poética
c) funções referencial e metalinguística
d) função fática
e) função conativa
f) função emotiva
g) função metalinguística
h) função referencial
i) função referencial
j) funções referencial
k) função poética
l) função fática
02. a) Funções poética e metalinguística.
b) Código, emissor e mensagem.
03. d
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Abril – Gramática – 1ª Série - Centro Educacional Charles Darwin