AULÃO ENEM/2010
África
* As duas Áfricas: A África está dividida em duas regiões claramente delimitadas: uma ao norte é
conhecida como África Setentrional (África Ariana); a outra ao sul, é a África Subsaariana.
* África Ariana – berço de civilizações: Egito e Cartago
* África Subsaariana – teve sua ocupação prejudicada por fatores de ordem geográfica e ambiental
Os principais reinos africanos
Axum: um reino cristão
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Localização: Costa oriental do continente (área conhecida como o chifre da África, a Etiópia)
Surgiram no século VII a.C.
No passado essa região abrigou uma das primeiras sociedades a se converter no cristianismo
Povo de origem semita (originários do sul da península Arábica) – se dedicavam a agricultura e
pastoreiro
A cidade que mais se desenvolveu foi Axum, era o centro de um intenso comércio de marfim e
outras mercadorias africanas, como plumas, obsidiana, ouro e sal.
Devido ao comércio essa cidade expandiu-se e conquistou territórios vizinhos e a se constituir
como um reino
Controlava o comércio do mar vermelho, vale do Nilo
Venceram as forças do Império Kush, na região da Núbia.
Sua prosperidade cresceu a tal ponto que, na segunda metade do século III, os axumitas
começaram a cunhar moedas de ouro, prata e cobre
Até a primeira metade do século IV, eram politeístas. Neste período Ezana, um de seus reis, se
converteu ao cristianismo
No século VII, os muçulmanos iniciam um processo de dominação na região. Gradativamente, o
reino de Axum se enfraqueceu até desaparecer.
Os Reinos do Sahel
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Localização: Costa da Guiné é o nome de uma região do oeste da África compreendida entre a
atual Serra Leoa e o delta do rio Níger, na Nigéria. Ela é cortada pelo Sahel, faixa de terra
intermediária entre o deserto do Saara, ao norte, e a fértil floresta tropical úmida, ao sul
Surgiram por volta de 600 e 200 a.C.
Principal atividade o comércio transaariano ( rica em ouro, metais preciosos e marfim, durante
muito tempo a região do Sahel teve dificuldades para comerciar com os povos do norte da África
e da bacia do Mediterrâneo por causa do obstáculo natural interposto entre eles: o deserto do
Saara)
O comércio só fortaleceu quando os árabes, introduziram o camelo no transporte de mercadorias
Em troca de sal, cobre, panos de algodão, perfumes e outros artigos de luxo, os povos do Sahel
ofereciam ouro, pimenta, peles e noz-de-cola (semente de efeitos estimulantes)
Além disso, povos do Norte e do Sul compravam e vendiam escravos
O comércio transaariano existiu por mais de 2 mil anos, decaindo a partir do século XIX
O desenvolvimento comercial, por sua vez, permitiu que alguns desses Estados se tornassem
mais ricos e poderosos e passassem a dominar seus vizinhos mais fracos, dando origem a reinos
como Gana e Mali
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Gana: a terra do ouro
Localização: Mauritânia (extremo sul transaariano)
Surgiu por volta do século IV e ficou conhecido em virtude de sua produção de ouro
Ao longo da Idade Média, Gana se tornou o principal fornecedor de ouro ao mundo
mediterrâneo (esse posto só foi perdido no século XVIII, quando começou a chegar à Europa o
ouro do Brasil)
O soberano deste povo era denominado de Gana (chefe de guerra)
No sudeste (atual Mauritânia), viviam os mercadores muçulmanos do norte da África
No século XII, fatores como a desertificação do Sahel, conseqüência da prática intensiva do
pastoreio, e o surgimento de novas zonas auríferas fora domínio de Gana contribuíram para o
enfraquecimento do reino, que acabou conquistando por outros povos africanos.
Mali: em nome de Alá
Na época em que Gana perdia sua influência sobre a África ocidental, um novo reino começava
a ganhar importância, o do Mali
Por volta de 1230, um guerreiro conhecido como Sundiata Keita aglutinou sob seu comando
diversos clãs vizinhos
Ao expandir seu território, os malinenses passaram a dominar áreas que iam desde o Atlântico,
onde hoje ficam Senegal e Gâmbia, até o rio Níger
Controlavam grandes jazidas de ouro e importantes rotas transaarianas de comércio
Seguidores do islamismo, os soberanos do Mali costumavam fazer peregrinações a Meca
1324 mansa (rei) Kankan Musa, ultrapassou os limites da África e chegou ao Oriente Médio e à
Europa
Visando difundir ainda mais o islamismo no Mali, o mansa (rei) trouxe consigo do Oriente
Próximo sábios e arquitetos encarregados de construir novas mesquitas em seu reino
A cidade de Timbuctu acabou se transformando em um famoso centro de estudos islâmicos
Desde 1988 a cidade de Timbuctu, no Mali, é considerada patrimônio cultural da humanidade
pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura – Unesco, um órgão da
ONU
Após a morte do mansa Musa, em 1337, o reino sofreu invasões e entrou pouco a pouco em
declínio. Quando os portugueses ali chegaram, no final do século XV, Mali em nada lembrava a
importância que teve no passado
Principais conflitos étnicos
Quando começaram as grandes navegações do século XV, havia na África mais de 8 mil povos,
organizados em tribos e alguns impérios. Ao longo de cinco séculos, os europeus desarticularam
essas pequenas nações tribais e organizaram territórios coloniais segundo os seus interesses
Acabada a segunda guerra mundial (1939-1945), após quase quinhentos anos de expansão, o
colonialismo e o imperialismo europeu entraram em crise
Com o enfraquecimento das metrópoles européias, desenvolveu-se na África um nacionalismo
caracterizado pelo anti-imperialismo e pela busca de soberania política e econômica
Entre 1950 e 1980 surgiram mais de 45 novas nações na África
Esse fato, entretanto, não trouxe paz para o continente, pois as fronteiras impostas pelos
europeus, raramente modificadas com as independências, contribuíram para a eclosão de
conflitos no continente , a maior parte deles relacionados a diferenças étnicas
Com as independências, muitos dos novos Estados tentaram manter sua coesão territorial por
meio da federalização, na qual cada etnia pudesse estar representada no governo central. Mas, a
grande diversidade de povos e as lutas pelo poder acabaram marginalizando muitas etnias, o que
originou novos conflitos
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Durante o processo de independência política das nações africanas foi criada a OUA
(Organização da Unidade Africana), fundada em 1963. Os Estados-membros se comprometeram
com os seguintes princípios: respeitar as fronteiras herdadas dos colonizadores; respeitar a
soberania dos Estados; não intervir nos assuntos internos dos Estados-membros. Isso, no entanto,
não impediu os conflitos.
Guerra de Biafra
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Guerra Civil da Nigéria, também conhecida como Guerra Civil Nigeriana, Guerra NigériaBiafra ou ainda Guerra do Biafra que durou de 6 de Julho de 1967 a 13 Janeiro de1970, foi um
conflito político causado pela tentativa de separação das províncias ao Sudeste da Nigéria, como
a República autoproclamada doBiafra.
Nela se opuseram os iorubas e os ibos. Em 1967, o governo ioruba retirou os campos de
petróleo da região de Biafra do controle ibo, o que levou o chefe local a declarar a região
independente. O novo país, Biafra, recebeu apoio de grandes empresas estrangeirasque
desejavam explorar seu petróleo.
Previa-se o fim da guerra em semanas, mas ela se alongou por mais de dois anos, só se
encerando em 1970 com um saldo de 2 milhões de mortos.
O impacto na população civil
Com as tropas nigerianas a isolarem a província rebelde, limitando a quantidade de produtos de fora que
aí podiam chegar, a curto prazo a escassez de alimentos tornou-se crónica, e em breve a fome em grande
escala assola a população. Pela primeira vez, através da televisão, as imagens de populações inteiras
literalmente a morrer de fome pelos caminhos chegam em directo e com todo o impacto ao Ocidente. O
choque que causam levam a que um pouco por todo lado apareçam movimentos, muitos enquadrados pela
Igreja, tanto católica como protestante, para o envio de alimentos. Foi a primeira vez que a exibição das
imagens de uma catástrofe humana pela televisão geraram resposta popular, obrigando várias instituições
e governos a intervir pela pressão da opinião pública.
Ruanda
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Ruanda, está localizado na África central, tem como capital Quigali e como línguas oficiais o
francês e o ruandês. Este país, ao lado de Uganda e Burundi foram criados artificialmente,
misturando grupos étnicos inimigos históricos: os Tutsis, os Hutus e os Twas. Toleravam-se
devido a relações comerciais entre eles. Os Tutsis eram pastores e os Hutus, agricultores,
portanto mantinha relações de trocas que amenizava certas atitudes belicosas.
Em finais do século XIX, a região é ocupada pelos alemães que logo se aliam aos Tutsis e
convertem os Hutus á escravidão, despertando antigas divergências, ódios e revanchismo.
Após a Segunda Guerra, os alemães perdem o poder na região e a instabilidade passa a reinar.
Tutsis e Hutus passam a se confrontarem e várias escaramuças provocam atitudes cruéis e
violentas de ambas as partes.
Em 1962, o país conquista sua independência e a liderança dos Hutus se consolida. Estes passam
a perseguir os Tutsis, perseguindo e massacrando-os.
Em 1994, com o atentado em que morre o presidente Habyarimana, explode uma guerra civil e
os Hutus massacram os Tutsis. Estes acabam por tomar o poder e num ato revanchista,
massacram Hutus.
Á partir de 1996, a ONU institui um Tribunal Internacional, para julgar os acusados pelo
massacre de 1994.
Um ex-primeiro-ministro ruandês é condenado à prisão perpétua. Outros 120 mil acusados são
detidos e esperam julgamento nas prisões do país. Em 1998, ocorrem várias execuções,
criticadas por organismos internacionais de defesa dos direitos humanos.
As tentativas de promover a reconciliação entre os tutsis, que se encontram no poder atualmente,
e os hutus encontram empecilhos diversos que retarda a solução.
Os constantes conflitos ocorridos no país geraram problemas econômicos e sociais quase
insolúveis. A queda vertiginosa do PIB, o retorno de quase 2 milhões de refugiados, o excesso de
população, a falta de moradias, as epidemias, principalmente AIDs, etc.
Conflito Burundi
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Povoado a princípio por povos diversos: os Twas, os bantos Hutus, e os Tutsis ou Batutsis,
tornou-se um Reino no século XV.
No século XIX, com a partilha afro-asiática (Conferência de Berlin-1885) as potências européias
dividem entre si a maior parte da África. A região que corresponde hoje o Burundi é ocupado
pela Alemanha que tende a se aliar aos Tutsis causando revolta nos Hutus.
Em 1919, Após a 1ª Guerra Mundial, deixa de ser colônia alemã e juntamente com Ruanda,
ficou sob o domínio da Bélgica. Em 1962 tornou-se independente e em 1966 tornou-se república
unitária.
As rivalidades entre os hutus (a maioria da população) e a minoria tutsi, é antiga, definitiva e
inconciliável.
Com a independência e a saída dos belgas, as hostilidades e os ressentimentos acumulados
explodem entre hutus em Tutsis aumentam em decorrência de disputas políticas que provocam
uma sucessão de golpes de estado, grande números de mortos e fuga de milhares de pessoas.
Hoje, o Burundi, país no centro-leste da África, é açoitado por uma guerra civil ou guerrilha com
os objetivos declarados de mudança de regime, mas que na verdade é apenas mais um lance das
rivalidades entre essas duas etnias.
O conflito atual e mais sangrento teve início em 1993, quando o presidente Hutu eleito foi
assassinado por oficiais Tutsis dando início a uma guerra civil responsável pela morte, prisão e
fuga de milhares de pessoas para Ruanda, Tanzânia e Zaire(atual Congo). De 1993 até hoje
vários presidentes, Hutus ou Tutsis, foram escolhidos e revezaram no poder, mas acabaram
assassinados o que aumenta os conflitos.
Negociações de paz estão em andamento desde 1998, mas sem perspectivas de solução
definitiva. A tentativa de partilha do poder entre as duas etnias não tem causado o efeito
esperado e sim aumentado a polarização e o ódio entre eles.
Burundi é hoje um país em situação periclitante. O que se vê são milhares de crianças em
situação de abandono, desnutridas, perambulando pelas ruas. Os índices de pobreza triplicaram.
A Infraestrutura foi arrasada: sistema de água, iluminação, escolas hospitais estão em destroços.
A economia, baseada na agricultura, se encontra falida; a ajuda internacional é nula. Não há
garantia de aplicação dos empréstimos. Um bilhão de dólares injetado no país entre o 1990 e
1993, não trouxeram nenhum benefício para o país e praticamente foram dilapidados pelos
governantes; A inflação e a especulação tomou conta do país.
Sudão
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Em 2003 dois grupos armados da região de Darfur rebelaram-se contra o governo central
sudanês, pro-árabe. O Movimento de Justiça e Igualdade e o Exército de Libertação Sudanesa
(SLA, na sigla em innglês) acusaram o governo de oprimir os não-árabes em favor dos árabes do
país e de negligenciar a região de Darfur.
Em reação, o governo lançou uma campanha de bombardeios aéreos contra localidades
darfurianas em apoio a ataques por terra efetuados por uma milícia árabe, os janjawid. Estes
últimos são acusados de cometer grandes violações dos direitoshumanos, como assassinatos em
massa, saques, destruição de povoados e o estupro sistemático da população não-árabe de
Darfur. Os janjawid também praticam o incêndio de vilarejos inteiros, forçando os sobreviventes
a fugir para campos de refugiados localizados a Oeste de Darfur e no Chade; muitos dos campos
darfurianos encontram-se cercados por forças janjawid. Até meados de 2006, entre 150 000 e
200 000 pessoas haviam sido mortas e pelo menos dois milhões haviam fugido, provocando uma
grave crise humanitária na região.
Em setembro de 2004, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a Resolução no.
1564, que estabeleceu uma comissão de inquérito em Darfur para avaliar o conflito. Em janeiro
de 2005, a ONU divulgou um relatório afirmando que embora tenha havido assassinatos em
massa e estupros, aquela organização internacional não estava em condições de classificá-los
como genocídio, devido a "uma aparente falta de intenção genocida" (tradução livre do inglês) e
um forte lobby do governo chinês.
Em maio de 2006, o Exército de Libertação Sudanesa, principal grupo rebelde, concordou com
uma proposta de acordo de paz com o governo..
Os principais pontos do acordo eram o desarmamento das milícias janjawid e a incorporação dos
efetivos dos grupos rebeldes ao exército sudanês. Apesar do acordo, os combates continuaram.
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Muitos dos grupos militares atuando no Sudão passaram a exercer um poder autônomo, sem
responder necessariamente aos grupos dos quais se originaram, o que gera uma falácia de poder
e milícias que combatem para defender seus próprios interesses mais imediatos, e não políticas
mais abrangentes, relativas ao território de Darfur como um todo.
Cronologia da História da África do Sul
Pré-História
A região do território atual da África do Sul recebeu a colonização do
povo Khoisan que eram caçadores e coletores.
Época Pré-colonial (do século I ao XIV)
Entre os séculos I e V, os povos Khoisan que habitavam a região deste a
Pré-História foram conquistados pelo povo Bantu que dominam o
território. Entre os séculos IX e XIV desenvolve-se na região o Império
Mapungubwe.
Período Colonial
1488 - o navegador português Bartolomeu Dias passa pelo Cabo da Boa
Esperança e passa a usar a Ilha Robben como feitoria para o caminho das
Índias.
1652 - Jan van Riebeeck, administrador holandês da Companhia
Holandesa das Índias Orientais cria a Colônia Holandesa do Cabo.
1795 - a Colônia Holandesa do Cabo é ocupada pelos ingleses, após
Napoleão ter conquistado províncias holandesas.
1899 a 1902 - ocorre a Guerra dos Boers em que os ingleses, interessados
nas minas de diamante da região, enfrentam colonos holandeses e
franceses da região. Vencedores, os ingleses passam a dominar grande
parte da região.
Século XX
- 1910 - os ingleses fundam a União da África do Sul como domínio do
Império Britânico. Tornam a língua inglesa em oficial da região e os
negros ficam sem direitos políticos e sociais.
- 1948 - criada a estrutura política, social e econômica do Apartheid
(sistema legalizado que discriminava racialmente os negros e garantia o
domínio da minoria branca na região).
- 1961 - a União da África do Sul conquista a independência da
Inglaterra, formando a República da África do Sul.
- 1962 – Prisão de Nelson Mandela
- 1994 - fim do apartheid com eleições livres em 27 de abril. Nelson
Mandela é eleito presidente da África do Sul.
Exercícios
01. (UNIFICADAS) A opinião pública internacional, constantemente, se vê abalada
pelas notícias sobre o fantasma da fome que ameaça a milhões de africanos. A
interrupção da produção por guerras civis e golpes de estado é uma das causas. Mas,
também, há o risco de que a fome se alastre, em virtude do avanço de processos de
desertificação, o que se verifica, já em estado avançado, na área imediatamente ao sul
do Saara, conhecida como:
a) Sahel.
b) Magreb.
c) Atlas.
d) Benguela.
e) Kalahari.
02. (UNESP) O termo “africanização” designa países que, mesmo não pertencendo ao
continente africano, apresentam as seguintes características: fome crônica, elevada
dependência de ajuda humana externa e mortalidade causada por doenças já
erradicadas na maioria dos países.
Assinale a alternativa que contém todos os países que se enquadram nessa
classificação.
a) Somália, Ruanda, Turquia, Bangladesh, Haiti.
b) Etiópia, Somália, Bangladesh, Haiti, Ruanda.
c) Etiópia, Somália, Ruanda, Moçambique, México.
d) Bangladesh, Haiti, Colômbia, Etiópia, Somália.
e) Moçambique, Ruanda, Panamá, Somália, Haiti.
03. Recentemente o líder líbio Muamar Kadafi propôs a união de seu país com
Marrocos. Assinale a alternativa que contenha uma característica comum aos dois
países:
a) fronteiras comuns;
b) identidades étnicas e culturais;
c) elevada produção de petróleo;
d) renda per capita bastante elevada;
e) mesmo regime político.
04. Nelson Mandela, ex-presidente da República da África do Sul (1994-2000), ganhou
o prêmio Nobel da Paz, em conjunto com Frederik de Klerk, em 1993, e hoje é nome
de rua em Paris, Rio de Janeiro, Dacar e em Dar Es-Salam; é nome de praça em
Salvador, Haia, Glasgow e em Valência; é nome de escola em Bangalore, Berlim,
Birmingham e em Baton Rouge.
Essa extraordinária popularidade de Nelson Mandela deve-se, sobretudo,
a) aos vinte anos que passou injustamente encarcerado pelo regime racista então
vigente na África do Sul.
b) à sua campanha incansável em favor dos milhões de africanos vitimados pela Aids
e deixados sem assistência.
c) ao fim, negociado e sem revanchismo, do regime do apartheid e ao seu
desprendimento com relação ao poder.
d) à sua luta contra o imperialismo e em favor da independência de todos os países do
continente africano.
e) ao seu êxito em implantar na África do Sul um programa educacional que eliminou o
analfabetismo do país.
05. (ENEM/2007) A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de
pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e(ou) negras e amarelas.
Ela resulta de um longo processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV, do
continente africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse que abriu o
caminho às relações mercantilistas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, à colonização
do continente africano e de seus povos.
K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade negra no Brasil. In:
"Diversidade na educação: reflexões e experiências". Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37.
Com relação ao assunto tratado no texto, é correto afirmar que
a) a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente.
b) a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente.
c) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil.
d) a exploração da África decorreu do movimento de expansão européia do início da Idade
Moderna.
e) a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.
06. (UNESP) - De abril a julho de 1994, em Ruanda, país do centro da África, o agravamento do conflito
entre as etnias tútsi e hutu culminou na morte de mais de 800 mil pessoas, muitas vitimadas por golpes de
facão. O genocídio cometido por grupos fanatizados, como bem mostrou o filme "Hotel Ruanda" (rodado
em 2004), não foi impedido por nenhuma das potências contemporâneas, Estados Unidos ou países da
Comunidade Européia, porque
a) as nações economicamente desenvolvidas manifestam, tradicionalmente, desinteresse pela história e
pelas riquezas da África negra.
b) a precariedade dos meios de comunicação e de informação impediu que fosse conhecido o que se
passava em Kigali, a capital de Ruanda.
c) o princípio internacional e democrático de não-intervenção na política interna dos países livres pautou
o seu comportamento.
d) havia dificuldade de uma ação militar eficaz, dada a lentidão do deslocamento de tropas no terreno
irregular da África.
e) a história de Ruanda é pouco determinante para o equilíbrio político interno e para as relações
internacionais das nações desenvolvidas.
07. (PUC) - Em Adis-Abeba na Etiópia, no ano de 1963, foi fundada a Organização da Unidade Africana
(OUA), que contou com a adesão de trinta países da África. É CORRETO afirmar que a OUA tinha como
objetivo:
a) fortalecer os Estados através do recrutamento de mercenários internacionais para reagir às investidas
externas.
b) estabelecer, com as antigas metrópoles, acordos mais duradouros para garantir o crescimento
econômico desses países.
c) promover a igualdade e solidariedade dos Estados africanos e eliminar todas as formas de
colonialismo.
d) coordenar a assistência financeira e o treinamento militar dos combatentes africanos demonstrando
coesão na luta libertária.
08. (FGV) - Nos anos 1526-50, antes do deslanche do tráfico para o Brasil, saía da Guiné-Bissau e da
Senegâmbia uma média de mil cativos por ano. Cifra representando 49% dos indivíduos deportados do
Continente Negro. Da África Central vinham outros 34%, enquanto 13% eram provenientes do golfo da
Guiné. Versos célebres de Garcia de Rezende retratam o lucro e os fluxos do trato de africanos para
Sevilha, Lisboa, Setúbal, Cabo Verde, Madeira, Canárias, São Tomé. E para o Caribe.
(Luiz Felipe de Alencastro, "O Trato dos Viventes")
O impacto do processo descrito nas sociedades africanas foi a
a) introdução de práticas econômicas fundamentadas no liberalismo, desorganizando as antigas
sociedades de auxílio mútuo.
b) implantação da escravidão como modo de produção dominante, determinando a extinção da servidão
anteriormente existente.
c) implantação de redes internas de tráfico, com envolvimento de sociedades locais, que passam a
ter nesse negócio uma fonte fundamental de recursos.
d) introdução da escravidão nas sociedades africanas, que até então desconheciam qualquer forma de
exploração do trabalho.
e) dissolução do tradicional caráter igualitário predominante nas sociedades africanas, sendo substituído
por regimes rigidamente hierarquizados.
09. (PUC) - "A economia dos países africanos caracteriza-se por alto endividamento externo, elevadas
taxas de inflação, constante desvalorização da moeda e grande grau de concentração de renda, mantidos
pela ausência ou fraqueza dos mecanismos de redistribuição da riqueza e pelo aprofundamento da
dependência da ajuda financeira internacional, em uma escala que alguns países não tiveram nem durante
o colonialismo".
Leila Leite Hernandez. "A África na sala de aula". São Paulo: Selo Negro Edições, 2005, p. 615.
O fragmento caracteriza a atual situação geral dos países africanos que obtiveram sua independência na
segunda metade do século XX. Sobre tal caracterização pode-se afirmar que:
a) deriva sobretudo da falta de unidade política entre os Estados nacionais africanos, que impede o
desenvolvimento de uma luta conjunta contra o controle do comércio internacional pelos grandes blocos
econômicos.
b) é resultado da precariedade de recursos naturais no continente africano e da falta de experiência
política dos novos governantes, que facilitam o agravamento da corrupção e dificultam a contenção dos
gastos públicos.
c) deriva sobretudo das dificuldades de formação dos Estados nacionais africanos, que não
conseguiram romper totalmente, após a independência, com os sistemas econômicos, culturais e
político-administrativos das antigas metrópoles.
d) é resultado exclusivo da globalização econômica, que submeteu as economias dos países pobres às dos
países ricos, visando à exploração econômica direta e estabelecendo a hegemonia norte-americana sobre
todo o planeta.
e) deriva sobretudo do desperdício provocado pelas guerras internas no continente africano, que tiveram
sua origem no período anterior à colonização européia e se reacenderam em meio às lutas de
independência e ao processo de formação nacional.
10. (UNIRIO) - "De acordo com o UNAIDS, 25,3 milhões de pessoas têm o vírus da
Aids na África subsaariana, o epicentro da epidemia global que atinge 36 milhões de
pessoas."
(AFRICANOS não sabem que têm o HIV. "O Globo"/2001)
O trecho de notícia acima apresenta uma situação de catástrofe sanitária à qual se
somam a fome e outras doenças que assolam a África subsaariana, em uma grave
ameaça à população africana. A situação atual do continente africano se relaciona
corretamente com:
a) a saída dos países da África subsaariana dos organismos de representação política
internacional, tais como a ONU
b) a exclusão econômica da África no contexto de expansão e interesses do
capitalismo transnacional
c) a industrialização dos países do continente africano sem os necessários
investimentos em saúde pública
d) o isolamento religioso da África subsaariana provocado pelo fundamentalismo
islâmico nessa região
e) o afastamento do continente africano do processo de globalização decorrente da
supremacia comunista no continente.
11. (FUVEST) - Assolado pela miséria, superpopulação e pelos flagelos mortíferos da
fome e das guerras civis, a situação de praticamente todo o continente africano é,
neste momento de sua história, catastrófica. Este quadro trágico decorre:
a) de fatores conjunturais que nada têm a ver com a herança do neocolonialismo, uma
vez que a dominação colonial européia se encerrou logo após a segunda guerra
mundial.
b) exclusivamente de um fator estrutural, posterior ao colonialismo europeu, mas
interno ao continente, que é o tribalismo, que impede sua modernização.
c) da inserção da maioria dos países africanos na economia mundial como
fornecedores de matérias-primas cujos preços têm baixado continuamente.
d) exclusivamente de um fator estrutural, externo ao continente, a espoliação imposta
e mantida pelo Ocidente que bloqueia a sua autodeterminação.
e) da herança combinada de tribalismo e colonialismo, que redundou na
formação de micro-nacionalismos incapazes de reconstruir antigas formas de
associação bem como de construir novas.
12. (CESGRANRIO) - "Morre um homem por minuto em Ruanda. Um homem morre
por minuto numa nação do continente onde o Homo Sapiens surgiu há um milhão de
anos... Para o ano 2000 só faltam seis, mas a Humanidade não ingressará no terceiro
milênio, enquanto a África for o túmulo da paz."
(Augusto Nunes, in: jornal O GLOBO, 6.8.94)
A situação de instabilidade no continente africano é o resultado de diversos fatores
históricos, dentre os quais destacamos o(a):
a) fortalecimento político dos antigos impérios coloniais na região, apoiado pela
Conferência de Bandung.
b) declínio dos nacionalismos africanos causado pelo final da Guerra Fria.
c) acirramento das guerras intertribais no processo de descolonização que não
respeitou as características culturais do continente.
d) fim da dependência econômica ocorrida com as independências políticas dos
países africanos, após a década de 50.
e) difusão da industrialização no continente africano, que provocou suas grandes
desigualdades sociais.
13. (UERJ) - A África subsaariana conheceu, ao longo dos últimos quarenta anos,
trinta e três conflitos armados que fizeram no total mais de sete milhões de mortos.
Muitos desses conflitos foram provocados por motivos étnico-regionais, como os
massacres ocorridos em Ruanda e no Burundi.
(Le Monde Diplomatique, maio/1993 - com adaptações.)
Das alternativas abaixo, aquela que identifica uma das raízes históricas desses
conflitos no continente africano é:
a) a chegada dos portugueses, que, em busca de homens para escravização,
extinguiram inúmeros reinos existentes
b) a Guerra Fria, que, ao provocar disputas entre EUA e URSS, transformou a África
num palco de guerras localizadas
c) o Imperialismo, que, ao agrupar as diferentes nacionalidades segundo tradições e
costumes, anulou direitos de conquista
d) o processo de descolonização, que, mantendo as mesmas fronteiras do
colonialismo europeu, desrespeitou as diferentes etnias e nacionalidades
14. (FGV) - O genocídio que teve lugar em Ruanda, assim como a guerra civil em
curso na República Democrática do Congo, ou ainda o conflito em Darfur, no Sudão,
revelam uma África marcada pela divisão e pela violência. Esse estado de coisas
deve-se, em parte,
a) às diferenças ideológicas que perpassam as sociedades africanas, divididas entre
os defensores do liberalismo e os adeptos do planejamento central.
b) à intolerância religiosa que impede a consolidação dos estados nacionais africanos,
divididos nas inúmeras denominações cristãs e muçulmanas.
c) aos graves problemas ambientais que produzem catástrofes e aguçam a
desigualdade ao perpetuar a fome, a violência e a miséria em todo o continente.
d) à herança do colonialismo, que introduziu o conceito de Estado-nação sem
considerar as características das sociedades locais.
e) às potências ocidentais que continuam mantendo uma política assistencialista, o
que faz com que os governos locais beneficiem-se do caos.
ORIENTE MÉDIO
Conflito árabe israelense (1948-1949)
Por volta do século IX, comunidades judaicas foram restabelecidas em Jerusalém e
Tibérias. No século XI, a população judaica crescia nas cidades de Rafah, Gaza,
Ashkelon, Jaffa e Caesarea. Durante o século XII, muitos judeus que viviam na Terra
Prometida foram massacrados pelas Cruzadas, mas nos séculos seguintes, a imigração
para a Terra de Israel continuou. Mais comunidades religiosas judaicas estavam se
fixando em Jerusalém e em outras cidades.
Um dos pontos fundamentais da fé judaica é que todo o povo será liderado de volta à
Terra de Israel e que o Templo Sagrado será restabelecido. Muitos judeus acreditam que
o Messias, que será enviado por Deus, irá liderar o retorno de todo o povo judeu à Terra
de Israel.
Contudo, muitos judeus acreditavam que eles próprios deveriam iniciar seu retorno à
sua terra histórica. A idéia de estabelecer um estado judeu moderno começou a ganhar
grande popularidade no século XIX na Europa. Um jornalista austríaco chamado
Theodor Herzl levou adiante a idéia do sionismo, definido como o movimento
nacional de libertação do povo judeu. O sionismo afirma que o povo judeu tem direito
ao seu próprio estado, soberano e independente.
No final do século XIX, o aparecimento do anti-semitismo, o preconceito e ódio contra
judeus, levaram ao surgimento de pogroms (massacres organizados de judeus) na
Rússia e na Europa Oriental. Esta violência notória contra judeus europeus ocasionou
imigrações maciças para a Terra de Israel. Em 1914, o número de imigrantes vindos da
Rússia para a Terra de Israel já alcançava os 100.000. Simultaneamente, muitos judeus
vindos do Iêmen, Marrocos, Iraque e Turquia imigraram para a Terra de Israel. Quando
os judeus começaram, em 1882, a imigrar para seu antigo território em grande escala,
viviam por lá menos de 250.000 árabes.
O povo judeu baseia suas reivindicações pela Terra de Israel em diversos fatores:
1. A Terra de Israel foi prometida por Deus aos judeus. Esta é a antiga terra dos
patriarcas e profetas bíblicos.
2. Desde que os judeus foram exilados pelos romanos, a Terra de Israel nunca foi
estabelecida como um estado.
3. O estado de Israel foi criado pelas Nações Unidas em 1947. É um estado
democrático, moderno e soberano.
4. Toda a Terra de Israel foi comprada pelos judeus ou conquistada por Israel em
guerras de defesa, após o país ter sido atacado por seus vizinhos árabes.
5. Os árabes controlam 99.9% do território no Oriente Médio. Israel representa apenas
um décimo de 1 % da região.
6. A história demonstrou que a segurança do povo judeu apenas pode ser garantida
através da existência de um estado judeu forte e soberano.
Em 1517, os turcos otomanos da Ásia Menor conquistaram a região e, com poucas
interrupções, governaram Israel, então chamada de Palestina, até o inverno de 1917-18.
O país foi dividido em diversos distritos, dentre eles, Jerusalém. A administração dos
distritos foi cedida em grande parte aos árabes palestinos. As comunidades cristãs e
judaicas, porém, receberam grande autonomia. A Palestina compartilhou a glória do
Império Otomano durante o século XVI, mas foi negligenciada quando o império
começou entrar em declínio no século XVII.
Em 1882, menos de 250.000 árabes viviam no local. Uma parte significante da Terra de
Israel pertencia aos senhores, que viviam no Cairo, Damasco e Beirute. Por volta de
80% dos árabes palestinos eram camponeses, nômades ou beduínos.
Em 1917-18, com apoio dos árabes, os britânicos capturaram a Palestina dos turcos
otomanos. Na época, os árabes palestinos não se imaginavam tendo uma identidade
separada. Eles se consideravam parte de uma Síria árabe. O nacionalismo árabe
palestino é, em grande parte, um fenômeno do pós Primeira Guerra Mundial.
Em 1921, o Secretário Colonial Winston Churchill separou quase quatro-quintos da
Palestina – aproximadamente 35.000 milhas quadradas - para criar um emirado árabe, a
Transjordânia, conhecida hoje como Jordânia. Este país, que é uma monarquia árabe, é
em sua maioria composto por palestinos que hoje representam aproximadamente 70%
da população.
Em 1939, os britânicos anunciaram o White Paper (Carta Branca), um documento
relatando que um estado árabe independente e não dividido seria estabelecido na Terra
de Israel (chamada de Palestina) dentro de 10 anos. O nacionalismo árabe cresceu com a
promessa de um estado forte. Mas, como discutiremos futuramente, os britânicos não
foram capazes de manter sua promessa aos árabes. Em vez disso, em 1947, as Nações
Unidas decidiram dividir a Terra de Israel em dois estados: um judeu e outro árabe. Em
1948, foi estabelecido o estado de Israel. Quando seus vizinhos árabes atacaram o novo
estado judeu, teve início a primeira guerra árabe-israelense. Durante o estabelecimento
do estado de Israel e durante a primeira guerra entre árabes e israelenses, mais da
metade dos árabes que viviam na Terra de Israel fugiram, dando início ao problema
ainda hoje vigente de refugiados palestinos, que discutiremos nos próximos artigos.
O povo palestino baseia suas reivindicações pela Terra de Israel em diversos fatores:
1. Os árabes muçulmanos viveram no local por muitos anos.
2. O povo palestino tem o direito à independência nacional e à soberania sobre a terra
onde viveram.
3. Jerusalém é a terceira cidade sagrada na religião muçulmana, local de elevação do
profeta Maomé aos Céus.
4. O Oriente Médio é dominado por árabes. Outras religiões ou nacionalidades não
pertencem à região.
5. Todos os territórios árabes que foram colonizados tornaram-se estados
completamente independentes, exceto a Palestina.
6. Os palestinos tornaram-se refugiados.
Guerra de Suez (1956)
Com o objetivo de garantir o acesso dos ocidentais (principalmente franceses e ingleses)
ao comércio oriental, antes realizado pelo contorno do sul da África. O controle das
operações realizadas no canal ficou sob o domínio inglês e continuou mesmo após a
independência do Egito. No entanto, em 1952, um Golpe de Estado realizado pelo
revolucionário Gamal Abdel Nasser pôs fim ao regime monárquico do rei Faruk. A
liderança de Nasser no governo egípcio revelou uma política de caráter nacionalista,
buscando a modernização do Estado por meio da reforma agrária, do desenvolvimento
da indústria e de uma melhor distribuição de renda. A luta contra o Estado de Israel,
entretanto, não deixou de ser alimentada.
Numa atitude de combate ao colonialismo anglo-francês, Abdel Nasser nacionalizou o
Canal de Suez e proibiu a navegação de navios israelenses no local. A medida causou
um grande impacto na Inglaterra, França e Israel que, então, iniciaram uma guerra
contra o Egito. No desenrolar do conflito, os egípcios foram derrotados, mas os Estados
Unidos e a União Soviética interferiram, obrigando os três países a retirarem-se dos
territórios ocupados. Ao final, o Canal de Suez voltava, definitivamente, para o Egito,
mas com o direito de navegação estendido a qualquer país.
A Guerra de Suez revelou uma nova referência para o contexto político da região: a
cumplicidade de Israel com as potências imperialistas ocidentais. Tal constatação
acentuou a ruptura entre árabes e judeus, abrindo precedentes para novos conflitos.
Guerra dos Seis Dias
A Guerra dos Seis Dias foi mais um desdobramento dos conflitos entre árabes e judeus.
Ela recebeu esta denominação devido ao efetivo contra-ataque israelense à ofensiva
árabe, promovido pelo Egito.
O presidente Nasser, buscando fortalecer o mundo árabe, tomou medidas importantes:
deslocou forças árabes para a fronteira com Israel, exigiu a retirada de representantes
militares da ONU mantida na região desde 1956, e ameaçou fechar a navegabilidade do
Estreito de Tiran aos israelenses.
No entanto, a reação israelense a essas medidas foi rápida e decisiva: atacou o Egito, a
Jordânia e a Síria, encerrando o conflito num curto espaço de tempo -- 5 a 10 de junho
(6 dias) de 1967. Israel dominava as forças aéreas e, por terra, contava com forças
blindadas comandadas pelo general israelense Moshé Dayan. O resultado da guerra
aumentou consideravelmente o estado de Israel: foram conquistadas áreas do Egito,
Faixa de Gaza, Península de Sinai, região da Jordânia, a Cisjordânia, o setor oriental de
Jerusalém, partes pertencentes à Síria e às Colônias de Golan.
A Guerra dos Seis Dias fortaleceu o Estado de Israel e agravou o nível de tensão entre
os países beligerantes.
Guerra do Yom Kippur
Em 1970, morreu no Egito o presidente Nasser. Seu sucessor, Anuar Sadat, imprimiria
uma política mais pragmática. Sua preocupação inicial foi recuperar os territórios
perdidos para Israel durante a Guerra dos Seis Dias. Com esse objetivo, o Egito e a Síria
arquitetaram uma nova ofensiva militar contra Israel.
O ataque foi em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur,
ou Dia do Perdão. A Guerra do Yom Kippur começou com uma ampla vantagem para
os árabes. A Síria conseguiu recuperar as Colinas do Golã, ao passo que o Egito tomou
de volta um trecho da península do Sinai. Os israelenses reverteram à situação com a
ajuda dos Estados Unidos. Depois de duas semanas, o exército de Israel já havia
retomado as colinas do Golã e do Sinai, com exceção de uma estreita faixa junto à
margem oriental do canal de Suez.
O fim da guerra do Yom Kippur trouxe importantes modificações no tabuleiro
geopolítico do Oriente Médio. O Egito esfriou suas relações com a União Soviética e
partiu para uma aproximação com os norte-americanos. A Síria, ao contrário,
aprofundou os laços com Moscou. Desde 1971 o país era governado pelo jovem oficial
Hafez al-Assad, um nacionalista de "linha dura" que misturava elementos do socialismo
e da ortodoxia islâmica.
Acordo de Camp David
Com o cessar-fogo estabelecem-se as relações diplomáticas, iniciando-se um processo
que é designado por paz americana. Iniciado em 1974/1975 com a metodologia dos
pequenos passos de Henry Kissinger e, continuada pelo presidente Jimmy Carter em
1978/1979, ela visa, por parte dos E.U.A., a divisão do mundo árabe. A visita do
presidente egípcio a Israel (1977) e os Acordos de Camp David (1978), que preparam
um tratado de paz separado entre Isarel e o Egipto, concluído em 1979, constituem
acontecimentos de relevo político na região. O presidente Sadate terá procurado nesta
estratégia discutir a solução do problema palestino. Numa outra perspectiva, o tratado
deveria atrair outros estados árabes, nomeadamente a Jordânia. A realidade posterior
não viria a confirmar estas perspectivas, e os dirigentes israelitas prosseguirão até 1983
uma política assente na agressividade e na ocupação (os Montes Golan em 1980).
Quanto às conversações sobre a autonomia dos Territórios Ocupados, previstas no
Tratado de Paz entre o Egito e Israel, elas são praticamente ignorado continuando Israel
a instalar colunatas na Cisjordânia.
Intifada
Como Arafat insistia em negociar uma solução para a Questão Palestina, houve uma
dissidência dentro da Organização para a Libertação da Palestina e, em maio de 1983, as
forças leais a Arafat começaram a enfrentar rebeldes chefiados por Abu Mussa.
Arafat, por sua vez, firmou novas alianças com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, e
com o Rei Hussein, da Jordânia, e se reelegeu presidente da OLP no ano seguinte.Em
1985, Yasser e Hussein fizeram uma oferta de paz a Israel, em troca de sua retirada dos
territórios ocupados. Os judeus, além de rejeitarem a proposta, mantiveram o exército
naquelas regiões.
Em 1987 explodiu uma rebelião popular em Gaza, cujo estopim foi o atropelamento e
morte de quatro palestinos por um caminhão do exército israelense. Adolescentes,
munidos de paus e pedras, enfrentaram, nas ruas, os soldados israelenses e o levante se
alastrou. A repressão israelense foi brutal. Os soldados combatiam os paus e pedras com
bombas de gás, tanques e balas de borracha.
Os resultados da Intifada foram vários espancamentos, detenções em massa e
deportações. A ação judaica foi condenada pelo Conselho de Segurança da ONU, o que
influenciou a opinião pública mundial a favor da OLP.
Como resultado da Intifada, as facções da OLP se uniram na intenção de criar um
Estado palestino e, em novembro de 1988, o Conselho Nacional Palestino proclamou o
Estado Independente da Palestina, ao mesmo tempo em que aceitava a existência de
Israel. Além disso, o Conselho declarou sua rejeição ao terrorismo e pediu uma solução
pacífica para o problema dos refugiados, aceitando, também, participar de uma
conferência internacional de paz.
Guerra do Líbano
O território do Líbano viveu uma guerra civil a partir de 1958, causada pela disputa de
poder entre grupos religiosos do país: os cristãos maronitas, os sunitas (muçulmanos
que acreditam que o chefe de Estado deve ser eleito pelos representantes do Islã, são
mais flexíveis que os xiitas), drusos, xiitas e cristãos ortodoxos. O poder, no Líbano, era
estratificado. Os cargos de chefia eram ocupados pelos cristãos maronitas, o primeiro
ministro era sunita e os cargos inferiores ficavam com os drusos, xiitas e ortodoxos. No
entanto, os sucessivos conflitos na Palestina fizeram com que um grande número de
palestinos se refugiasse no Líbano, descontrolando o modelo de poder adotado, já que
os muçulmanos passaram a constituir a maioria no Líbano. A Síria rompeu sua aliança
com a OLP e resolveu intervir no conflito ao lado dos cristãos maronitas. Durante a
ocupação israelense aconteceram os massacres de Sabra e Chatila. Foi com o apoio
norte-americano que o cristão maronita Amin Gemayel chegou ao poder em 1982.
Revoltados com a presença das tropas norte-americanas na região, o quartel-general da
Marinha americana foi atacado em outubro de 1983 e causou a morte de 241 fuzileiros.
O atentado e a pressão internacional fizeram com que os Estados Unidos retirassem suas
tropas do Líbano em fevereiro de 1984. As tropas israelenses também foram retiradas
do Líbano, o que enfraqueceu os cristãos.
Os drusos se aproveitaram desta situação, dominaram a região do Chuf, a leste de
Beirute, e expulsaram as comunidades maronitas entre 1984 e 1985. De outro lado, o
sírio Hafez Assad e seus partidários libaneses detonaram uma onda de atentados a
bairros cristãos e tentavam assassinar os auxiliares do presidente Amin Gemayel, que
resistiu e permaneceu no poder até 1988.
Desde então, o Líbano está tentando reconstruir sua economia e suas cidades. O país é
tutelado pela Síria.
Líbano 2006
A Guerra do Líbano de 2006 foi um episódio do conflito árabe-israelense, também conhecido,
em Israel, como Segunda Guerra do Líbano; no Líbano, como Guerra de Julho; no Mundo
Árabe, como Sexta Guerra Israelo-Árabe.
O conflito militar ocorreu no norte de Israel e no sul do Líbano, com início no dia 12 de julho de
2006. Envolveu as Forças de Defesa israelenses, o braço armado do Hizbollah e, em menor
grau, o exército libanês.
O estopim da guerra foi o sequestro de dois soldados israelenses por milicianos do Hizbollah.
No início da manhã do dia 12 de julho, militantes do Hizbollah atacaram dois jipes blindados
israelenses, que, segundo fontes israelenses, patrulhavam a fronteira. Dos sete soldados que
estavam nos jipes, três foram mortos, dois ficaram feridos e dois foram seqüestrados, de
acordo com as mesmas fontes. Israel respondeu com a chamada Operação Justa
Recompensa, sua maior ação militar no Líbano desde a invasão de 1982. A operação começou
com fogo de artilharia, ataques aéreos e bombardeio naval sobre aproximadamente 40 locais
no sul do Líbano - quase todos supostos redutos do Hizbollah, segundo Israel. Estradas e
pontes também foram atingidas. Nesse dia, pelo menos dois civis libaneses foram mortos e
mais de dez foram feridos, no sul do Líbano, segundo informações das autoridades libanesas.
O conflito durou 34 dias e resultou na morte de 1.200 pessoas no Líbano, a maioria civis, e 157
israelenses, a maior parte soldados, e destruiu parte importante da infraestrutura libanesa,
além de deixar desabrigados perto de 900 000 libaneses (dos quais cerca de 250 000 não
haviam retornado após quase um mês de terminado o conflito) e 500 000 israelenses.
No dia 11 de agosto do mesmo ano, após intensas negociações, foi aprovada a Resolução
1701 do Conselho de Segurança da ONU, que determinava, entre outros pontos, a cessação
das hostilidades, a retirada das tropas israelenses do território libanês, o desarmamento do
Hizbollah e o reforço das forças armadas libanesas por uma força armada internacional
(UNIFIL), para guardar a fronteira, no sul do Líbano. A resolução foi acatada por ambas as
partes.
O cessar-fogo ocorreu em 14 de julho. A movimentação de tropas libanesas começou no dia 17
de agosto, e o bloqueio marítimo imposto por Israel foi levantado no dia 8 de setembro.
Conflito Irã Iraque
Começa em setembro de 1980 com a invasão do Irã e a destruição de Khorramshar,
onde fica a refinaria de Abadã, por tropas iraquianas. O pretexto é o repúdio, pelo
governo iraquiano, ao Acordo de Argel (1975), que define os limites dos dois países no
Chatt-el-Arab, canal de acesso do Iraque ao golfo Pérsico.
O Iraque quer soberania completa sobre o canal e teme que o Irã sob Khomeini tente
bloquear o transporte do petróleo iraquiano ao golfo Pérsico pelo canal. Khomeini havia
sido expulso do Iraque em 1978, a pedido do xá Reza Pahlevi, e o presidente iraquiano,
Saddam Hussein, dera apoio aos movimentos contra-revolucionários de Baktiar e do
general Oveissi.
O novo regime iraniano apóia o separatismo dos curdos no norte do Iraque e convoca os
xiitas iraquianos a rebelarem-se contra o governo sunita de Saddam. O Irã bloqueia o
porto de Basra e ocupa a ilha de Majnun, no pântano de Hoelza, onde estão os principais
poços petrolíferos do Iraque. Este bombardeia navios petroleiros no golfo, usa armas
químicas proibidas e ataca alvos civis. Há pouco avanço nas frentes de luta, mas o
conflito deixa 1 milhão de mortos ao terminar em 1988.
Guerra do Golfo
Conflito militar ocorrido inicialmente entre o Kuwait e o Iraque de 2 de agosto de 1990
a 27 de fevereiro de 1991, que acaba por envolver outros países. A crise começa quando
o Iraque, liderado pelo presidente Saddam Hussein (1937-), invade o Kuwait. Como
pretexto, o líder iraquiano acusa o Kuwait de provocar a baixa no preço do petróleo ao
vender mais que a cota estabelecida pela Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (Opep). Hussein exige que o Kuwait perdoe a dívida de US$ 10 bilhões
contraída pelo Iraque durante a guerra com o Irã (1980) e também cobra indenização de
US$ 2,4 bilhões, alegando que os kuweitianos extraíram petróleo de campos iraquianos
na região fronteiriça de Rumaila. Estão ainda em jogo antigas questões de limites, como
o controle dos portos de Bubiyan e Uarba, que dariam ao Iraque novo acesso ao Golfo
Pérsico.
A invasão acontece apesar das tentativas de mediação da Arábia Saudita, do Egito e da
Liga Árabe. As reações internacionais são imediatas. O Kuwait é grande produtor de
petróleo e país estratégico para as economias industrializadas na região. Em 6 de agosto,
a ONU impõe um boicote econômico ao Iraque. No dia 28, Hussein proclama a
anexação do Kuwait como sua 19ª província. Aumenta a pressão norte-americana para a
ONU autorizar o uso de força. Hussein tenta em vão unir os árabes em torno de sua
causa ao vincular a retirada de tropas do Kuwait à criação de um Estado palestino. A
Arábia Saudita torna-se base temporária para as forças dos EUA, do Reino Unido, da
França, do Egito, da Síria e de países que formam a coalizão anti-Hussein. Fracassam as
tentativas de solução diplomática, e, em 29 de novembro, a ONU autoriza o ataque
contra o Iraque, caso seu Exército não se retire do Kuwait até 15 de janeiro de 1991. Em
16 de janeiro, as forças coligadas de 28 países liderados pelos EUA dão início ao
bombardeio aéreo de Bagdá, que se rende em 27 de fevereiro. Como parte do acordo de
cessar-fogo, o Iraque permite a inspeção de suas instalações nucleares.
Conseqüências – O número estimado de mortos durante a guerra é de 100 mil soldados
e 7 mil civis iraquianos, 30 mil kuweitianos e 510 homens da coalizão. Após a rendição,
o Iraque enfrenta problemas internos, como a rebelião dos curdos ao norte, dos xiitas ao
sul e de facções rivais do partido oficial na capital. O Kuwait perde US$ 8,5 bilhões
com a queda da produção petrolífera. Os poços de petróleo incendiados pelas tropas
iraquianas em retirada do Kuwait e o óleo jogado no golfo provocam um grande
desastre ambiental.
Tecnologia na guerra – A Guerra do Golfo introduz recursos tecnológicos sofisticados,
tanto no campo bélico como em seu acompanhamento pelo resto do planeta. A TV
transmite o ataque a Bagdá ao vivo, e informações instantâneas sobre o desenrolar da
guerra espalham-se por todo o mundo. A propaganda norte-americana anuncia o
emprego de ataques cirúrgicos, que conseguiriam acertar o alvo militar sem causar
danos a civis próximos. Tanques e outros veículos blindados têm visores que enxergam
no escuro graças a detectores de radiação infravermelha ou a sensores capazes de
ampliar a luz das estrelas. Mas o maior destaque é o avião norte-americano F-117, o
caça invisível, projetado para minimizar sua detecção pelo radar inimigo.
1. (Ufrn) - Inúmeros conflitos têm ocorrido no mundo como resultado do processo
histórico de ocupação e invasão de territórios. Sobre esses conflitos, é correto afirmar
que
a) os palestinos lutam, desde a criação do Estado de Israel pela ONU, em 1948, pelo
reconhecimento e pela demarcação de fronteiras que configurem um Estado palestino
independente.
b) os curdos, menor dos grupos étnicos do Globo, que ocupavam territórios do Iraque,
da Síria e do Irã, conseguiram recentemente a formação de um Estado independente.
c) o povo basco tem procurado uma solução pacífica para seus conflitos territoriais, ao
abandonar a luta armada, após o acordo de paz assinado, em 1980, com o governo
espanhol.
d) a diversidade étnica e cultural é apontada como o principal motivo dos conflitos
territoriais na Iugoslávia, sendo a guerra da Bósnia-Herzegovina o mais recente na
região dos Bálcãs.
2. (Pucmg) O Oriente Médio constitui uma das regiões mais conturbadas do planeta, o
que se deve a uma conjunção de fatores históricos, políticos, econômicos e
geográficos, dentre os quais merecem destaque, EXCETO:
a) sua posição geográfica na junção de três massas continentais, que o transformaram
em rota de tráfego de vários povos, desde a antiguidade.
b) sua riqueza em recursos energéticos, dos quais depende o abastecimento do
Ocidente e, em certa medida, o modelo de desenvolvimento capitalista.
c) a sua homogeneidade étnica, forjada a partir de uma base religiosa e cultural
comuns.
d) o imperialismo internacional, que criou Estados artificiais de acordo com os
interesses dos países dominantes.
3. (Pucpr) Constituem a maior nação sem estado do planeta, habitando terras
montanhosas situadas entra Turquia, Irã, Iraque, Síria e Armênia - região com
abundantes reservas petrolíferas. Facções desse povo que habitam o Iraque
beneficiaram-se com a invasão norte-americana em 2003 e recentemente participaram
da formação do novo governo iraquiano, cujo novo presidente é um representante
desse povo.
As afirmativas acima referem-se aos:
a) sunitas.
b) bascos.
c) palestinos.
d) curdos.
e) tchetchenos.
4. (Pucpr) "...milhares de libaneses tomaram as ruas de Beirute para exigir a renúncia
do governo imposto pela Síria, a própria retirada das tropas sírias estacionadas no
país desde 1976 e justiça para os assassinos de Rafik Hariri, cuja morte num atentado
tem todo o jeito de ter sido arquitetada em Damasco"... "A resposta começou a ser
formulada nas ruas de Beirute, agitando bandeiras, meio milhão de libaneses tomou
as mesmas ruas centrais da cidade da manifestação anterior, mas desta vez para
demonstrar apoio à Síria e detratar Israel e os Estados Unidos". (Revista "Veja",
16.03.2005)
No complexo contexto geopolítico do Oriente Médio - onde a reportagem acima
demonstra um Líbano dividido entre apoiar ou não a presença militar dos sírios no país
- constituem análises corretas sobre o papel desempenhado pela Síria, EXCETO:
a) Durante a invasão do Iraque, em 2003, a Síria foi acusada pelos países da coalizão
que derrubou Saddam Hussein de ter abrigado em seu território muitos membros do
governo do ex-ditador iraquiano.
b) A Síria está envolvida numa disputa territorial com o estado de Israel, que na
"Guerra dos Seis Dias" lhe tomou as Colinas de Golan e nunca mais daí se retirou.
c) A Síria foi uma das mais importantes aliadas soviéticas no Oriente Médio, durante o
período da chamada "Guerra-Fria".
d) O governo Sírio possui boas relações com a milícia islâmica do Hizbollah, que atua
no sul do Líbano e sempre lutou contra o estado de Israel.
e) A Síria é o país árabe que possui as mais sólidas relações com os EUA, sendo um
fiel representante dos interesses norte-americanos na região.
5. (Pucpr) Na mais recente reunião anual do G8, ocorrida em Sea Island (EUA), foram
discutidas, além de questões macroeconômicas, ações para democratizar o Oriente
Médio. Contudo, a inclusão de temas como direitos das mulheres, liberdade de
imprensa, programas de alfabetização, eleições e fortalecimento de ONGs,
praticamente determinou a ausência de cinco líderes do mundo muçulmano: Arábia
Saudita, Egito, Kuwait, Marrocos e Paquistão. Afora isso, o Catar não foi convidado,
sob a alegação de ter em seu território uma rede de TV que apóia o terror.
A respeito, assinale a única alternativa INCORRETA:
a) O Grupo dos Oito é formado pelos sete países mais ricos do Globo EUA, Japão,
Alemanha, França, Reino Unido, Canadá e Itália, além da Rússia, pela sua relevância
geopolítica.
b) Os encontros da cúpula do G8 costumam atrair simpatizantes dos movimentos
"antiglobalização", os quais protestam energicamente, fato que tem exigido um imenso
aparato de segurança e medidas para dificultar o acesso dos militantes.
c) Ao mesmo tempo em que a cúpula do G8 declara-se favorável a reformas
democráticas, a ausência do Catar sinaliza uma medida no mínimo contraditória em
relação à liberdade de imprensa.
d) A proposta de democratização do Oriente Médio é no mínimo paradoxal, uma vez
que há décadas os EUA apóiam ditaduras naquela região.
e) A democratização do Oriente Médio reduziria significativamente o radicalismo
islâmico, revelando-se como a forma mais racional e menos onerosa para os países
ocidentais combaterem o terror.
6. (Pucrs) Responda a questão com base nas informações referentes a um dos
espaços mais conflituosos do mundo.
"Tornou-se Estado em 1948, ampliando o seu território no ano seguinte. Chegou a
incorporar a Faixa de Gaza na década de 60, devolvendo-a oficialmente em 2005."
O país a que o texto se refere é:
a) Palestina.
b) Afeganistão.
c) Eritréia.
d) Síria.
e) Israel.
7. (Uel) Analise a imagem a seguir.
Depois de 38 anos, em agosto de 2005, chegou ao fim a ocupação israelense na
Faixa de Gaza. Com base no mapa e nos conhecimentos sobre o tema, considere as
afirmativas a seguir.
I. A retirada da população judia dos assentamentos da faixa de Gaza está relacionada
ao Plano de Paz, elaborado com o objetivo de mitigar os ataques terroristas a Israel.
II. Apesar da forte oposição de grupos radicais religiosos à retirada da população
israelense da faixa de Gaza, a maioria da população daquele país foi a favor do ato.
III. Compõe um dos focos das estratégias do Plano de Paz a retirada da população
judia da cidade de Jerusalém.
IV. Ao longo do tempo, a permanência da minoria judaica na faixa de Gaza tornou-se
problemática em decorrência da presença de mais de um milhão de palestinos na
região.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.
8. (Ufla) "Cinco vezes ao dia pára tudo no país. Até a globalização. São os momentos
dedicados a Alá. O muçulmano ajoelha-se e reza."
("Próxima Viagem", ago. 2000, pág. 70)
"Miséria e falta de democracia, aliadas ao nacionalismo, fazem o caldo no qual nasce
o radicalismo islâmico - uma minoria na religião."
("Veja", 19-09-2001)
Nos trechos acima, pode-se perceber as "duas faces" do islã: o islamismo religião, que
prega o respeito por outras crenças e se define como religião de paz, e o islamismo
fundamentalista.
Todas as alternativas abaixo expressam um aspecto do fundamentalismo como um
todo, EXCETO:
a) Tal movimento entende os textos sagrados como única orientação para a própria
organização da sociedade.
b) O fundamentalismo, como movimento, não é exclusividade do mundo muçulmano,
ocorrendo em outras religiões, inclusive no judaísmo.
c) Se o "radicalismo islâmico", exemplificado em um dos textos acima, é uma "minoria
na religião", é também insignificante como movimento.
d) A existência de grupos fundamentalistas atualmente é que determina a origem de
alguns conflitos ao redor do mundo.
e) Uma das características do fundamentalismo islâmico, por exemplo, está na
organização da sociedade regida pelo Alcorão.
9. (Ufpe) Os acordos de paz entre israelitas e palestinos encontram geralmente sérios
entraves para serem concretizados. Dentre esses entraves, citam-se:
1) o terrorismo.
2) os refugiados.
3) as colônias israelenses nos territórios ocupados.
4) as pressões exercidas pelos cristãos ortodoxos da Palestina.
5) as pressões dos sindicatos direitistas de Israel.
Estão corretas:
a) 1 e 2 apenas
b) 1, 2 e 3 apenas
c) 1, 3 e 5 apenas
d) 3 e 4 apenas
e) 1, 2, 3, 4 e 5
10. (Ufpr) "Observa-se desde a campanha norte-americana no Afeganistão o início de
uma nova luta por zonas de influência, que deixam as fronteiras asiáticas sujeitas a
pressões em que se misturam interesses das potências regionais (China e Índia),
disputas e impasses territoriais, uma miscelânea de 'zonas proibidas', dominadas por
cartéis de produtores de drogas e chefes tribais, rotas de comércio intermitentes e, por
fim, para embaralhar ainda mais o tabuleiro, a penetração agressiva dos EUA. Como
resultado, China e Índia, em comunicado conjunto, manifestaram seu 'alarme ante a
ação militar americana no Iraque'." (Adaptado de "Primeira Leitura", n. 18, ago. 2003.)
Com base no texto, é correto afirmar:
(01) A ação dos EUA no Iraque está ligada a interesses geopolíticos que vão muito
além do combate ao terrorismo.
(02) Apesar das novas tecnologias, as disputas geopolíticas contemporâneas são
motivadas por fatores geográficos tradicionalmente importantes nas relações
internacionais, como a distribuição de recursos naturais, o controle sobre posições
estratégicas e as diferenciações nacionais e regionais criadas pela combinação de
inúmeros elementos políticos, econômicos e culturais.
(04) A geopolítica mundial continua sendo definida pelos conflitos entre EUA e Rússia,
que são as maiores potências nucleares do planeta, pois as potências regionais
precisam se aliar a um dos lados em disputa para garantir suas áreas de influência.
(08) A geopolítica atual é marcada pela ascensão de agentes econômicos e políticos
que atuam independentemente dos Estados nacionais e são capazes de ameaçar sua
segurança e soberania.
(16) O interesse dos EUA em redemocratizar os países do Oriente Médio causa
preocupação aos regimes ditatoriais da China e da Índia porque a expansão da
democracia pode torná-los diplomaticamente isolados no contexto asiático.
Soma (
)
11. (Ufscar) Observe o mapa.
A área em destaque:
a) É banhada pelos mares: Vermelho, Negro e Cáspio. Tem ocorrência de clima:
árido. Possui predomínio de população de: religião islâmica.
b) É banhada pelos mares: da Arábia, Báltico e Negro. Tem ocorrência de clima:
semi-árido. Possui predomínio de população de: hábitos monoteístas.
c) É banhada pelos mares: Cáspio, Tirreno e Mediterrâneo. Tem ocorrência de clima:
semidesértico. Possui predomínio de população de: origem árabe.
d) É banhada pelos mares: Mediterrâneo, Vermelho e Aral. Tem ocorrência de clima:
desértico. Possui predomínio de população de: tradição xiita.
e) É banhada pelos mares: Amarelo, de Barents e Cáspio. Tem ocorrência de clima:
seco. Possui predomínio de população de: maioria turca.
12. (Unifesp) No mapa encontram-se, em destaque, um país e aspectos de seu
território que despertam oposição de países ocidentais.
Assinale a alternativa que indica corretamente o título adequado ao mapa.
a) Geórgia - poços de petróleo.
b) Irã - instalações nucleares.
c) Afeganistão - bases terroristas.
d) Paquistão - centros de formação islâmica.
e) Iraque - focos de insurgência às tropas estrangeiras no país.
13. (UFMS/04) Aqueles que achavam que o terceiro milênio revelaria um novo
tempo, de paz e prosperidade entre os povos e nações mundiais, tiveram, nesses três
primeiros anos e meio do século XXI, grandes decepções. Ao invés da paz, a guerra;
ao invés da prosperidade, a destruição. Grupos conhecidos como terroristas têm
usado de atentados de extrema violência para atingir seus objetivos políticos, sociais e
religiosos e para revidar as pressões, também violentas, de grandes potências
econômicas mundiais.
Sobre os principais grupos terroristas que têm atuado nos últimos anos, é correto
afirmar que:
(001) o Al Qaeda (A Base, em árabe), formado principalmente por muçulmanos e
árabes, foi criado, na década de 1980, para defender o território do Afeganistão
contra a ocupação das tropas russas que instauraram o regime socialista
naquele país.
(002) o ETA (Pátria Basca e Liberdade) foi criado em 1959, com o objetivo de
tornar a região Basca (norte da Espanha) um Estado independente.
(004) o IRA (Exército Republicano Irlandês) surgiu na década de 1960 na Irlanda,
precisamente no norte daquele país, região que tinha como religião oficial o islamismo.
O grupo formado por nacionalistas islâmicos luta até os dias de hoje pela
independência do território em relação ao domínio inglês.
(008) o Jihad, grupo fundado no início da década de 1980, no Egito, tem um
caráter religioso baseado no islamismo.
(016) o Hamas (Movimento da Resistência Islâmica) é um dos grupos mais
extremistas envolvidos na luta contra o Estado da Palestina, criado após a Segunda
Guerra Mundial para abrigar os judeus de várias partes do mundo.
GABARITO
1. [A]
2. [C]
3. [D]
4. [E]
5. [E]
6. [E]
7. [D]
8. [C]
9. [B]
10. 01 + 02 + 08 = 11
11. [A]
12. [B]
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A África está dividida em duas regiões claramente delimitadas