Escola de Educação Comunitária Av. Engenheiro Richard, 116 Grajaú - Rio de Janeiro, RJ (21) 2577-4546 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Primeira publicação: 29 de Maio de 1995 Maio 2015 Exemplar n° 78 O Banalizado Poder Principal ponto de partida para o crescimento de nosso país, a educação está praticamente abandonada pelos “representantes populares”, que ignoram seu poder de mudança. Página 2 Soltando o Verbo Página 8 ‘‘Usado na produção de medicamentos em alguns países, o Brasil luta contra a burocracia para permitir o uso do canabidiol como alívio para o sofrimento de muitos.” Fique por dentro em Soltando o Verbo. Não jogue este impresso em vias públicas Falando Sério Página 8 “Devido a popularidade e interferência direta dos trotes universitários nas relações estudantis, é necessário ponderar sobre os efeitos adversos dessa prática.” Leia mais em Falando Sério Reforma Política por Victor Página 4 A reforma política é o único meio viável de se começar a mudar o panorama de injustiças e desmandos no Brasil. 2 Maio 2015 www.eco.g12.br Chegamos a mais uma edição da PAPELETA com a ânsia de mostrar nossa voz. Afinal, impossível, nos dias atuais, entender que tudo acontece a nossa volta e continuamos imóveis. Os dias refletem a penúria em que vivemos: direitos escassos, deveres inúmeros – para alguns –, lazer espremido, justiça quase nula. O que fazer diante do que nos é alheio? De fato, as alternativas escapam entre nossos dedos, mas dentre tudo o que (não) poderíamos fazer, ainda nos resta algo de grande valor: nossa autonomia. Em tempos em que sequer a nossa voz é ouvida, ter pensamento crítico, reflexivo e autônomo é mais importante que respirar – perdoem-me pela hipérbole. Fazem parte do “viver no mundo” certa dose de incorreção, de ilegalidade e, por que não, até amoralidade; são inerentes ao homem, constituem nossa porção humana. Entretanto, ao percebermos que há uma aliança que busca anular nossa força de pensamento, nos sentimos com o dever de fazer com que alertemos a todos: PENSEM, REFLITAM, não se deixem conduzir pelo desconhecido. A Escola deve cumprir esse papel, a PAPELETA O Banalizado Poder Vive-se um período alarmante na sociedade brasileira. A mesma agoniza com seus problemas, como o dificultoso sustento de vida – entre outros de ordem econômica e social – e parece não receber respostas governamentais para encontrar a resolução. Sendo o principal ponto para a evolução de nosso país, a educação está praticamente abandonada pelos “representantes populares”, que a tratam de maneira banal perante o seu altíssimo poder de mudança. É correto considerar a educação como base para uma sociedade progressista e evoluída. Sem qualidade nesse setor tão importante, o país só tende a perder cada vez mais em suas errôneas atitudes. É inerente a uma educação sem características categóricas e qualificativas, por exemplo, o aumento de índices de ilegalidade cometidos pela população menor de idade e de jovens com maior envolvimento com drogas. O afastamento do indivíduo da escolarização o leva a procurar outras atividades para sua satisfação individual ou coletiva, como as práticas aqui citadas. cumpre. Nos textos aqui divulgados, apresentam-se os mais diversos temas, por meio da voz de quem vive o hoje, sente o hoje, mas, principalmente, se prepara para o amanhã. E é acreditando nessas vozes e palavras que constroem o amanhã, é que pensamos que é necessário privilegiarmos esse espaço, pois é aqui que constatamos que somente a educação, a palavra e o pensamento podem transformar a realidade ou endireitar o caminho. Estimulando esses três pilares, formaremos jovens capazes de se reinventarem; adultos capazes de superarem os entraves. Educação – não somente a escolar, mas a que forma para a vida – não pode ser privilégio de poucos, porque é o único caminho que leva ao sucesso. Lute por ela, mostre sua voz e não seja mais um diante da barreira que nos é imposta. Só a educação constrói. Até a próxima. Boa leitura! Professora Ana Carolina Nóbrega **** “Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso. Amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.” Paulo Freire Outra demonstração do poder da educação é a elevação social que é propiciada por meio da própria. Há casos – que deveriam se tornar a maioria e a regra, e não exceção – de alunos que obtiveram uma representativa ascensão como efeito do privilégio de ter acesso uma educação de qualidade. Os índices de irregularidade social são altos pelo mau trato político dado à educação. Com a atenção que merece, mudanças e bons investimentos, a educação resultaria na diminuição dos níveis de desigualdade. Isto posto, é imprescindível à sociedade brasileira repensar a má educação que possui e seu forte poder que deve ser utilizado contra as características adversas do país. A reforma educacional é necessária para a evolução do sistema de ensino brasileiro, devendo ser nela defendida, por exemplo, o aumento do salário dos professores e aulas em tempo integral. O soslaio político a essa necessidade tão premente da nossa população deve ser extinto, fazendo com que se construa uma sociedade adequada à modernidade e usando a educação como uma forte aliada. Felipe Tinoco – Pré III 3 Maio 2015 Vivendo Fora www.eco.g12.br da Caixa Vejo nosso mundo hoje como um grande amontoado de caixas. Nessas caixas espalhadas fazemos de tudo um pouco: compramos, rezamos, amamos, moramos, estudamos, etc.… Criamos essas caixas como um modo de organizar nossa vida, pois se existem coisas que o ser humano busca ao longo do tempo são a prática, a organização e o espaço próprio. Sentimos algo no peito ao pensarmos que existem pessoas que vivem em caixas enormes, enquanto outros nem uma caixa inteira têm para viver. Por que não nos mexemos apesar de não só essa, mas tantas coisas que consideramos erradas? Porque falta autonomia. Porque por mais responsáveis que acreditemos ser, ou por maior que seja nossa vontade de mudar o mundo, ainda estamos dentro da caixa. E dentro dela, nada de efetivo poderemos fazer. Passamos parte de nossas vidas, numa caixa chamada escola, que ao darmos o primeiro passo para dentro dela, o seu tamanho assusta. E esse medo vem porque ela é enorme e cheia de pessoas que não conhecemos, logo não sabemos como são. Além disso, estamos longe do nosso porto seguro, se algo der errado ali, teremos a mesma proteção que temos em casa? Os anos passam e descobrimos que podemos viver e conviver dentro dessa caixa, tanto por instinto quanto por experiência e aquele espaço enorme que, no início era um monstro, vai se tornando cada vez menor e quem sabe até mais acolhedor. A escola junto da educação recebida em casa nos dá cada vez mais ferramentas pra lidarmos com os acasos de cada dia. Até que chega um momento na vida e percebemos que aquela caixa onde ficamos por tanto tempo ficou muito pequena e agora é hora de sair dela. E então só nos resta sair e descobrir onde podemos ficar com as ferramentas que temos. No começo era enorme, no fim, minúscula e fora dela nos damos conta de que as coisas serão diferentes. Chegou o momento de bater no peito e dizer “daqui pra frente, sou eu quem resolvo minha vida”. Parece uma revolução e talvez até seja, mas aprendemos que nem sempre as revoluções atingem seus objetivos. Nosso aprendizado, daqui em diante, deixa de ser dentro de uma caixa, mas em todos os lugares fora dela. As pessoas olham para nós de modo diferente, entendem que somos “revolucionários” e começam a nos cobrar de acordo com isso. Chega de proteção, justificativas sobre erros cometidos e ingenuidade. Tivemos vários anos pra aprender a andar com os próprios pés, saber fazer nossas próprias escolhas e chamar a responsabilidade para o nosso lado. Estamos fora da caixa e agora temos que correr atrás, cada vez mais, se quisermos atingir os nossos objetivos. Não lutamos mais por notas ou pela aprovação do público, lutamos por ideais e realizações pessoais. Não somos mais procurados, nós procuramos. Não esperamos mais que aconteça, nós fazemos acontecer. Sair dessa caixa e encarar o mundo, você está pronto? A melhor resposta será o jeito que nesse mundo de caixas você irá se virar. Lucas Ribeiro – ex-aluno 4 Maio 2015 www.eco.g12.br A Acessibilidade e o Conforto Considerando acontecimentos históricos favoráveis à Europa, pode-se afirmar que os países deste continente tiveram, e têm, suas condições de mobilidade superiores às condições dos demais países do mundo. No Brasil, a mobilidade urbana encontra-se em constantes desafios que implicam a acessibilidade e o conforto do cidadão brasileiro. O desenvolvimento, lento e gradativo, dos meios de transportes públicos, no Brasil, gerou oportunidades antes inalcançáveis. Beneficiando o Estado com a integração das metrópoles com as demais regiões metropolitanas e centros regionais, o mercado nacional se intensificou. A industrialização, a concentração fundiária e a mecanização do campo contribuíram para o processo de urbanização. Com isso, entende-se a superlotação de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, que consequentemente obtiveram suas taxas de desemprego elevadas. Além disso, ocorre também a favelização e a marginalização do indivíduo. Assim, dentre todos os cidadãos brasileiros estão incluídos os trabalhadores honestos, bem como aqueles mal intencionados, os quais afetam e concorrem para a baixa qualidade dos transportes públicos, tanto nos setores rodoviário, como metroviário ou hidroviário, fazendo assim com que a sociedade arque com as consequências dos atos desta minoria. Portanto, visando a solucionar um problema e alcançar as medidas necessárias para sua resolução, é preciso que estudem sua origem. Somente investindo em uma política habitacional, dando fim à marginalidade, investindo intensamente em educação e no aprimoramento dos transportes públicos, a mobilidade urbana funcionará de maneira nunca vista antes. Lucas Rodrigues – Pré III que o Brasil Precisa As Reformas É Preciso Mudar O Brasil é um país com resquícios de uma sociedade senhorial, na qual existe uma classe dominante, que sempre fará de tudo para que seus interesses prevaleçam. Os políticos, atualmente, são, em grande maioria, membros dessa classe dominante. A reforma política é um meio viável de se começar a mudar esse panorama. Os meios de comunicação com maior influência sobre a população têm papel extremamente decisivo, podendo, às vezes, decidir eleições. Esses meios são formadores de opinião e como pertencem à referida elite senhorial, sempre tornarão impopulares todos os governos e medidas que ameacem sua hegemonia, beneficiando os mais pobres. É evidente que o Brasil precisa de reforma agrária, entretanto, as entidades responsáveis por fazer isso são as mesmas que perderão seus latifúndios com a mudança. Nesse contexto, dificilmente ocorrerá a redistribuição de terras, mantendo a atual concentração fundiária. Um mecanismo fundamental para que a classe opressora mantenha seus interesses na política é o financiamento empresarial de campanhas eleitorais. Devido aos recursos oferecidos às essas campanhas, as grandes empresas conseguem eleger “seus representantes”, levando-os ao poder com o auxílio dos meios de comunicação, que também são favorecidos. Desta forma, mudanças profundas e imediatas devem ser realizadas na política brasileira, como a reforma agrária, o fim dos financiamentos que citamos anteriormente, o fim do monopólio dos meios de comunicação de maior acesso, para que a população possa votar e eleger aqueles que lutarão verdadeiramente por ela e pelo Brasil. Victor Cataldo – Pré III 5 Maio 2015 www.eco.g12.br Vivemos em um mundo em que a tecnologia se expande de maneira exponencial, tanto a que é para o bem, quanto a que é para o mal. E o “mal” passa a existir quando o entretenimento e a diversão proporcionados por ela passam a ser insubstituíveis por outras atividades, como o lazer, os esportes e os momentos em família, mas principalmente a leitura, pois é um dos principais formadores dos jovens como “pessoas”. Hoje em dia, boa parte das escolas incentiva crianças e adolescentes a gostar de ler, tanto na teoria, quanto na prática: acrescentando leitura e interpretação de livros no currículo e na lista de matérias. Porém, muitas vezes nem isso motiva os jovens a gostar de ler, pois enquanto tiverem a opção de escolher entre um livro em um apetrecho eletrônico, quase sempre escolherão o segundo. Além disso, nem sempre os livros “recomendados” por autores, editoras e escolas são os livros adequados a cada jovem, simplesmente porque nem sempre abordam um assunto ou tema interessante, agradável para cada um, visto que cada um gosta de um tipo de livro: romance, ficção científica, suspense, humor — da mesma forma que filmes —; e muitas vezes essas recomendações são “empurradas” para os jovens mesmo que não os agradem. A solução para isso é incentivar as crianças, desde bem pequenas, a ler diferentes livros para que possam descobrir seu tipo favorito de leitura. Mas não por meio da força e da repreensão, pois isso só piora a motivação ao jovem; esse é um assunto que requer calma e paciência. Outra solução é integrar a tecnologia e a leitura, pois “unindo o útil ao agradável”, tudo se torna mais fácil. Desse jeito, motivaremos cada vez mais os jovens a ler mais livros e, por consequência, teremos melhores pessoas e cidadãos, além de um mundo melhor, pois o JOVEM DE HOJE É O MUNDO DE AMANHÃ! A Leitura e a Tecnologia Bernardo Abreu – T. 81 Os Jovens de Hoje e a Tecnologia Que a tecnologia faz parte do dia a dia dos adolescentes, todos sabemos, mas junto a essa maravilha virtual, vêm os problemas. A internet, por exemplo, nos proporciona uma facilidade em encontrar informações; é a escolha básica de mecanismo de pesquisa, porém mesmo trazendo muitas fontes de informação, nem tudo que lemos é confiável. Sites que são usados para a realização de pesquisas, como o Wikipédia, são editáveis por qualquer pessoa, logo não podemos tomar o que ali encontramos como verdade absoluta. Entretanto, existem sites especializados, alguns fornecidos por instituições governamentais, que se dedicam a trazer informação de qualidade. A problemática a ser discutida não é a internet que oferece fontes confiáveis ou não, mas o pesquisador que em vez de ler, prefere fazer uma pesquisa superficial, copiando páginas sem conhecer o conteúdo. A internet nos fornece uma infinidade de informações, mas, além disso, nos oferece entretenimento e permite a comunicação; como consequência, passamos muito tempo utilizando esse recurso. Dentre o que muito podemos falar sobre o uso da internet, algumas questões promovem reflexões: “Será que vivemos uma época em que a infância é perdida por causa desse suposto 'vício'?”, “Nos relacionarmos virtualmente nos trás um relacionamento na teoria diferente do físico, mas isso é mesmo um problema?” O importante é que de qualquer forma, continuemos falando uns com os outros e nos conhecendo cada vez mais e que, principalmente, nenhuma dessas formas de comunicação impeça alguém de ser feliz. Raphael Henrique Godoi – T. 91 6 Maio 2015 www.eco.g12.br Solitária Era tarde O vento batia Sem muito alarde Ela aparecia Do mesmo jeito Causando dor Sem respeito e sem amor Ela era a morte Não chorava Quando alguém morria Não tinha sorte Ninguém lembrava Só lembrarão no dia João Victor Mansur e Luca Belmonte – T. 93 Vem aí... XXX Concurso de Literatura Maria Helena Xavier Fernandes “No Brasil as coisas acontecem, mas depois, com um simples desmentido, deixaram de acontecer.” Sérgio Porto Vamos Acabar com Esta Folga O negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de sujeitos, sentados nesse café, tomando umas e outras. Havia brasileiros, portugueses, franceses, argelinos, alemães, o diabo. De repente, um alemão forte pra cachorro levantou e gritou que não via homem pra ele ali dentro. Houve a surpresa inicial, motivada pela provocação e logo um turco, tão forte como o alemão, levantou-se de lá e perguntou: — Isso é comigo? — Pode ser com você também — respondeu o alemão. Aí então o turco avançou para o alemão e levou uma traulitada tão segura que caiu no chão. Vai daí o alemão repetiu que não havia homem ali dentro pra ele. Queimou-se então um português que era maior ainda do que o turco. Queimou-se e não conversou. Partiu para cima do alemão e não teve outra sorte. Levou um murro debaixo dos queixos e caiu sem sentidos. O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope e fez ver aos presentes que o que dizia era certo. Não havia homem para ele ali naquele café. Levantou-se então um inglês troncudo pra cachorro e também entrou bem. E depois do inglês foi a vez de um francês, depois de um norueguês etc. etc. Até que, lá do canto do café levantou-se um brasileiro magrinho, cheio de picardia para perguntar, como os outros: — Isso é comigo? O alemão voltou a dizer que podia ser. Então o brasileiro deu um sorriso cheio de bossa e veio vindo gingando assim pro lado do alemão. Parou perto, balançou o corpo e... pimba! O alemão deu-lhe uma porrada na cabeça com tanta força que quase desmonta o brasileiro. Como, minha senhora? Qual é o fim da história? Pois a história termina aí, madame. Termina aí que é pros brasileiros perderem essa mania de pisar macio e pensar que são mais malandros do que os outros. Stanislaw Ponte Preta 7 Maio 2015 www.eco.g12.br O verão 2014/2015, no Rio de Janeiro e em grande parte do Brasil, trouxe muito Sol, diversão, temperaturas altíssimas e um grande desconforto aos moradores de algumas cidades brasileiras. Para alguns, estação do Sol, das férias e da diversão; para outros “purgatório” de violência, calor e desconforto. E para você, o que representa o verão? Ah... o Verão! Ah... o verão! Uma das estações mais esperadas por adultos e jovens. Sol, praia, piscina, férias, o que mais poderíamos querer? Além das muitas coisas boas, também concordamos que essa estação apresenta alguns aspectos negativos. O que seria da população sem os ventiladores e refrigeradores de ar naqueles dias escaldantes, em que as temperaturas ultrapassam os quarenta graus? E os preços que sobem a cada fim de semana? Embora o verão às vezes esquente nossas cabeças, há coisa melhor do que passar o dia inteiro em uma piscina, ou ir à praia, mesmo que sofrendo para encontrar um lugar na areia, sabendo que todas aquelas pessoas estão lutando pelo mesmo que você? Isso é o verão carioca! O verão no Rio de Janeiro é a resposta para todas as perguntas anteriores e que, apesar do calor, das altíssimas contas de luz, nos divertimos como nunca! Raphaella Leandro – T. 91 Vem aí... XXX Concurso de Literatura Maria Helena Xavier Fernandes Desabafos de um Bom Marido Minha esposa e eu sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela vai às compras. Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrico. Então ela disse: 'Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar'. Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica. Lembrem-se, o casamento é a causa número um para o divórcio. Estatisticamente, 100% dos divórcios começam com o casamento. Eu me casei com a 'Senhora Certa'. Só não sabia que o primeiro nome dela era 'Sempre'. Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la. Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha. Ela perguntou: 'O que tem na TV? - “E eu disse 'Poeira.” No começo Deus criou o mundo e descansou. Então, Ele criou o homem e descansou. Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus, nem o homem, nem o Mundo tiveram mais descanso. Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu deveria consertá-lo. Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes, o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais importante para mim. Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer. Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura. Eu olhei em silêncio por um tempo, me emocionei bastante e depois entrei em casa. Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dente e lhe entreguei. “Quando você terminar de cortar a grama”, eu disse, “você pode também varrer a calçada”. Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida. O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma está sempre certa e a outra é o marido… Luis Fernando Verissimo 8 Maio 2015 www.eco.g12.br O Potencial e os Limites do uso da Maconha Trote Universitário: Evento de Confraternização ou Mera Dominação? Os trotes universitários são eventos de iniciação que ocorrem na maioria das instituições de Ensino Superior brasileiras. Perpetrado pelos veteranos, acontecem de forma independente à Universidade, de sorte que ele varia de curso; não obstante o objetivo é o mesmo: demonstrar uma mordaz dominação dos veteranos – supostos detentores do conhecimento – para com os novatos. Devido a sua popularidade e interferência direta nas relações estudantis, é necessário ponderar sobre os efeitos adversos dessa prática. Em primeiro lugar, o trote destoa completamente dos ideais e decoro acadêmicos. A intimidação imposta pelos veteranos não é, de forma alguma, saudável para a colaboração e respeito mútuos necessários em prol do conhecimento geral. O aluno mais antigo deveria ajudar o calouro, não impor vexações tais como pintar-se com tinta, raspar o cabelo ou obrigá-lo a comer lixo. Além disso, por causa da concepção que permeia os estudantes de que o trote é necessário à socialização, à medida que anos passam, o calouro torna-se um veterano com o desejo de reprimir o mais novo; configurando ,assim, um ciclo vicioso de opressão gratuita , em detrimento do bom convívio estudantil. Ademais, alguns trotes são demasiadamente violentos, por causa da irresponsabilidade dos jovens em função do consumo de bebidas alcoólicas. Amiúde há casos nos quais adolescentes são coagidos a ingerir altas doses de álcool, fato que enseja barbáries como estupros, tal como ocorreu na Universidade de São Paulo (USP). Neste ano de 2015, também foi noticiado o caso de uma jovem que foi atingida e queimada por um ácido em um desses negligentes rituais. Em suma, os trotes universitários são mais do que brincadeiras inocentes; por isso, é necessário que as faculdades assegurem os alunos, não sendo complacentes com esses crimes. Por vez, é premente que as universidades se posicionem peremptoriamente contra esses eventos, aplicando sanções austeras aos transgressores. Concomitantemente, faz-se necessário procurar um meio para a socialização dos calouros. Uma boa alternativa é a promoção de saraus, peças de teatro ou projetos de pesquisa científica oferecidos pela instituição. Com isso, haverá o fomento da diversidade e cultura próprios do ambiente acadêmico. Daniel Ferrari – Pré III Colaboradores: Bernardo Abreu – T. 81 Daniel Ferrari – Pré III Felipe Tinoco – Pré III João Victor Mansur – T. 93 Juan Buriticá – Pré III Luca Belmonte – T. 93 A maconha é, há séculos, alvo de preconceito pelo seu uso recreativo. A partir da segunda metade do século XX, alguns estudos começaram a investigar e comprovar que o canabidiol (CBD) – composto químico encontrado na maconha – pode ser usado com eficácia em tratamentos, como substância medicinal, no combate a distúrbios psíquicos e neurológicos. Em alguns países, o canabidiol já é usado na produção de medicamentos; enquanto outros, como o Brasil, lutam contra sua própria burocracia para que isso ocorra. O tratamento e o uso terapêutico com o canabidiol têm sido estudados há décadas, e desde então se provam cada vez mais eficazes. É importante destacar que os medicamentos produzidos a partir do canabidiol não possuem o princípio ativo e tóxico da maconha, mais conhecido como THC (tetra-hidrocarbinol); isso significa que não possui substâncias tóxicas e que não causa os efeitos psicoativos que o uso recreativo da Cannabis Sativa pode causar. A partir da análise desses fatores, podemos afirmar que o canabidiol (e seu uso medicinal) não pode ser considerado ilícito como acontece com a maconha. A eficácia do canabidiol já se tornou indiscutível e não faltam pesquisas e estudos comprobatórios. Apesar da legalização da “maconha medicinal” ser somente uma questão de tempo, o que pode ser feito para acelerar esse processo é continuar permitindo o uso controlado em alguns casos específicos e intensificar a divulgação à população por meio de testes e pesquisas que não há contraindicações para o uso da substância. Infelizmente, a população não se comove ou se mobiliza com casos relatados sobre a extrema eficácia do uso do canabidiol e continua alimentando preconceitos apenas pelo fato do composto estar presente na maconha. De fato, não existem motivos para sua proibição, visto que é possível desenvolver medicamentos totalmente livres de substâncias tóxicas e alucinógenas. A legalização do medicamento é apenas mais um processo de evolução da sociedade que está sendo atrasado pela ignorância e desconhecimento do senso comum. Lucas Rodrigues – Pré III Raphael Henrique – T. 91 Raphaella Leandro – T. 91 Victor Cataldo – Pré III Lucas Ribeiro – ex-aluno Juan Buriticá – Pré III Prof. Abelardo Prof.ª Ana Carolina Diagramação: Fabio de Carvalho Editor Responsável: Prof.ª Ana Carolina Coordenação: Prof.ª Ana Carolina