Informativo Semanal . Ano VII . 12/06/2014 . N°. 307 ........................................................................................................................ pág 1 .................... > Restaurante Waldorf - Cardápio Semanal ....................................................................................................................... pág 2 .................... > Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto ..................................................................................................................... pág 3 ................... > Escola de Pais ..................................................................................................................... pág 4 ................... > Texto de aluna Ana Clara - 10° ano > Bazar da Escola Waldorf ....................................................................................................................... pág 5 ................... > Desertos, a Celebração de São João ....................................................................................................................... pág 6 .................. > Pentecostes - A Festa do Futuro > Agenda Expediente: O Integração é uma publicação semanal destinada aos pais e alunos da Escola Waldorf João Guimarães Rosa. (16) 3916 4157 | Rua Virgínia de Francesco Santilli, 81 | City Ribeirão | Ribeirão Preto | SP. www.waldorfribeirao.org | [email protected] www.waldorfribeirao.org/downloads Escola Waldorf João Guimarães Rosa a na 14 Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto Paula Emboaba Essa primeira participação da Escola Waldorf João Guimarães Rosa na 14ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto nasceu da vontade de divulgar o trabalho pedagógico realizado na nossa escola para a comunidade de Ribeirão Preto e região, além dos desdobramentos em âmbito nacional. Para a realização deste evento contei com a colaboração de muitos professores, alunos, pais e funcionários da escola. Conseguimos cumprir o cronograma previsto de forma muito satisfatória e pontual, dando dinamismo e leveza às oficinas, documentários e vivências que aconteceram neste agradável domingo. Percebemos no transcorrer do dia um aumento expressivo de público visitante em nossa tenda, culminando no final do dia com as apresentações musicais lotadas. A receptividade e o interesse despertado no público que não pertence a nossa comunidade escolar evidenciaram a beleza da pedagogia Waldorf e sua forma humanista e artística de educar. Agradeço em especial o Sr. Antônio que emprestou o carro e ajudou no carregamento do material, aos professores que realizaram as oficinas, vivências e apresentações: Nicole (preparação rítmica), Gustavo (transporte das mudas e preparação das atividades ambientais), Duda (professora convidada para a vivência ambiental e plantio), Carla, Patrícia e Chamis (trabalhos manuais), Cristina (oficina de argila), Érica, Beatriz, Nelma e Sara (apresentações musicais), bem como aos outros professores que organizaram o material, colaboraram na montagem do evento e se revezaram no atendimento ao público. Gostaria de agradecer também à Marcela e ao Renê do restaurante, que prepararam um delicioso lanche da tarde para todos os presentes. Agradeço muito aos alunos do 11º ano que passaram o dia todo comigo na Feira: Bianca Bloom, João Pedro Moura e João Pedro Arias, à aluna do 12º ano, Cynthia, que fez o registro fotográfico, ao aluno João Torres do 11º ano que fez o registro fílmico, e aos demais alunos que participaram da organização e das apresentações no final do dia. Por fim, gostaria de salientar a importante participação das famílias da escola prestigiando o evento e vivenciando as atividades oferecidas. ␥ “Com clareza, o ser humano só vê no mundo exterior, o que consegue irradiar com a luz de seu interior.” - Rudolf Steiner Fotografias: Bianca Bloom, Cynthia Mello e Paula Emboaba. Texto de aluna Ana Clara - 10° ano Ah, belas ondas, onde está o meu amado? Que não me respondeu quando foi chamado Será que morreu afogado? Ah, verdes ondas, para onde foi o meu querido? Talvez cansou-se de ficar comigo? Será que morreu sufocado? Se me deixou ou se me trocou Que não veio quando foi chamado Será que morreu afogado? - Onde está o nosso amigo? E eu te digo que este já não está mais contigo Será que morreu sufocado? Bazar da Escola Waldorf Durante a preparação das prendas para a Festa Junina pudemos contar com a participação calorosa de mães, pais e avós, que nos auxiliaram doando seu tempo e suas habilidades. Foi uma experiência muito gratificante. Na confecção das prendas usamos muitos materiais que foram doados espontaneamente e outros tantos adquiridos com os recursos gerados pelo próprio bazar. Principalmente sacolas de lanche, sacolas de trabalhos manuais, capas de flauta e outros diversos produtos criados pelas mãos hábeis de muitas mães. Em nome do nosso Bazar, agradeço imensamente a participação de todos! Abraços Onde está o teu amado? Que tão longe tem estado Está lá do outro lado, todo apaixonado. Simone Cristina Polli Teixeira Desertos, a Celebração de São João Ana Paula Cury. Enviado por Marluce Leone Reunimo-nos para celebrar a época de São João o Batista. No início do evangelho de Marcos aponta-se para uma de suas características mais fortes, segundo a qual ele é descrito como a “Voz do que clama no deserto”; “E todo o povo foi até ele”. João surge do deserto, da solidão. O que fazia ele no deserto, porque buscava a solidão? Ele buscava o conhecimento do Espírito, que só pode ser alcançado e amadurecido, pelo próprio esforço individual. Ele buscava ouvir a voz daquele que fala no silêncio do coração. O que se manifesta como força na palavra de João, é o divino que pertence ao homem, seu espírito, que não pode habitar nele se não é buscado, conhecido. Em nossa época, tão superficial, acelerada e imediatista, torna-se ainda maior o significado e a importância do “deserto”. Nós andamos no deserto. Não no deserto físico, mas no deserto interior. Na época de Cristo, o povo de Israel estava em decadência, enfraquecido por sucessivas desilusões com os falsos messias que apareciam, e tinha a mente cética. A religião perdera toda a força dos mistérios, tendo-se tornado o templo, burocrático e vazio, andando ao lado do poder temporal. Em nosso tempo vivemos uma situação parecida em muitos aspectos. De certo modo essa foi a herança do desenvolvimento científico unilateral, que o mundo conheceu desde a segunda metade do séc. XVII. Uma das alavancas desse desenvolvimento foi a visão mecanicista de Descartes a respeito do mundo. A física avançou a partir desta importante visão que tratava o mundo como uma grande máquina, um mecanismo. As pessoas passaram a ver-se a si próprios como egos existindo isoladamente dentro de seus corpos. Em consequência passaram a enxergar o mundo também como um amontoado de objetos e fatos isolados, sem relação entre si. Para os budistas isso é avidya (ignorância). “Quando a mente é perturbada, produz-se a multiplicidade das coisas. Quando a mente é aquietada, a multiplicidade desaparece”. Existem enfim, os desertos interiores. Deles é que temos de falar, sabendo reconhecer os que apresentam de doloroso e tórrido, mas tentando também descobrir aí, a fonte escondida, o oásis, a presença inesperada que nos recebe, debaixo de uma palmeira sorridente, em redor de uma fogueira onde a dança dos passantes se junta às das estrelas. Pois o deserto não constitui uma meta; é sim, um lugar de passagem, uma travessia. Cada um, então, tem sua própria terra prometida, sua expectativa que poderá ser frustrada, sua esperança a ser confirmada. Algumas pessoas vivem esta experiência do deserto no próprio corpo; quer isto se chame envelhecer, adoecer, sofrer as consequências de um acidente. Esse deserto às vezes demora muito a atravessar. Outras pessoas vivem o deserto no coração de suas relações, deserto do desejo ou do amor, das secas ou dos sofrimentos que não se aprendeu a partilhar. Há também os desertos da inteligência, onde o mais sábio vai esbarrar no incompreensível e o mais consciente, no impensável. Conhecer o mundo e suas matérias conhecer a si mesmo e às suas memórias, isso só se consegue atravessando desertos. Temos finalmente, os desertos da fé o crepúsculo das idéias e dos ídolos, que havíamos transformado em deuses ou num Deus para dar segurança às nossas impotências e abafar nossas mais vivas perguntas. Cada um de nós tem seu próprio deserto a atravessar. E sempre de novo será necessário desmascarar-lhe as miragens, mas também contemplar seus milagres: o instante, a aliança, a douta ignorância e a fecunda vacuidade. Lembremo-nos de que também Jesus após acolher em si o germe do Espírito Crístico com o Batismo no Jordão, dirigiu-se ao deserto, onde enfrentou e venceu o tentador partindo para sua missão redentora. No deserto, a criatura humana se despoja de si, enfrenta seus demônios e forja a própria identidade. João é para nós um mestre do deserto. Neste quase não havida; o calor extremo do dia contrasta com o frio rigoroso da noite. Mas João conhece o deserto e não se desespera, sabe procurar a água escondida, encontrar o oásis de milagres e surpresas, buscar alimentos para manter o corpo. Sabe apreciar o grande espetáculo que chega todas as noites: um céu imensurável recheado de estrelas, que são os grandes amigos e companheiros de jornada. E para aqueles de nós que puderem aprender com João sobre o vazio, a imensidão e o silêncio do deserto, sempre haverá a recompensa do encontro consigo mesmo e com Aquele que É em tudo o que É. ␥ (Baseado em reflexões de Marcus Piedade e em fragmentos do livro Desertos de Jean Yves-Leloup) Pentecostes - A Festa do Futuro Gabriele Kuehn – Vera Orgolini. Enviado por Marluce Leone Pentecostes vem do grego e significa o quinquagésimo dia. Esta festa acontece sempre 50 dias após o domingo de Páscoa e 10 dias após a Ascensão de Cristo. nos indivíduos. Através do Mistério de Gólgota o Cristo permeou a Terra com forças cósmicas mas ainda não permeara a consciência do eu individual. Os apóstolos e discípulos receberam os ensinamentos do Cristo através de uma consciência imaginativa, como em estado de sonho. Todos os conhecimentos ocultos do mundo espiritual que já estavam ancorados em suas almas ainda não emergiam na consciência de vigília. Pentecostes é a festa do verter do Espírito Santo nos Apóstolos e a fecundação do Amor Cósmico ao “eu humano” através da consciência individual. Neste evento o Cristo uniu-se definitivamente à humanidade e permeou-se dentro de cada individualidade, trazendo para dentro de cada um o que pairava nas esferas espirituais. O Ser Crístico permeou totalmente a esfera terrena, trazendo o Céu à Terra e desde então Ele está unido à alma humana da Terra. Os apóstolos vivenciavam o Cristo como portados da plenitude das forças macrocósmicas no âmbito da esfera terrena, mas essas forças ainda não estavam presentes na consciência do Eu. Eles olhavam os acontecimentos como algo externo a eles. Tinham o conhecimento da nova relação entre o macro e o microcosmo e reconheciam a força Divina solar trazida à esfera terrena através do Cristo, mas ainda não a vivenciavam dentro de si mesmos. Também o Cristo até a Ressurreição e a Ascensão atuava na Nos antigos Mistérios, a possibilidade de união do micro ao macrocosmo só era possível ao homem através de um estado de sono profundo sem a presença consciente do eu. Pentecostes traz uma nova relação do terreno com o divino de maneira interiorizada individualmente e na presença da consciência do eu. A partir da experiência espiritual de Pentecostes, os discípulos puderam anuncia aos homens a presença do Cristo e despertar neles experiências semelhantes. Por isso esta festa é da comunidade dos cristãos, do homem tocado interiormente pelo Ser do cristo. As forças de Pentecostes atuam na alma de cada indivíduo, permite a cada um de nós reconhecer a singularidade de cada ser humano e a compreensão que é através da diversidade de cada um que encontra-se a qualidade do Amor Cósmico que une toda a Humanidade. Em Pentecostes o que importa é aquilo que é criado em conjunto, que se procure e que se ache o que é unificador. Cultivemos as Forças Crísticas em nossas almas para solidificarmos uma comunidade na qual todos os homens independente de família, nação, religião vivam na plenitude do amor fraternal com uma nova consciência cósmica. ␥