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Naquele mesmo dia, dois deles estavam indo para um povoado chamado Emaús,
a onze quilômetros de Jerusalém.
O episódio relatado por Lucas aconteceu no dia da ressurreição, durante e após
uma caminhada de onze quilômetros de Jerusalém até Emaús (veja 24:13-32).
Emaús era uma das vilas que Pilatos havia assolado a fim de capturar Barrabás.
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No caminho, conversavam a respeito de tudo o que havia acontecido.
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Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a
caminhar com eles; 16 mas os olhos deles foram impedidos de reconhecê-lo.
17a Ele lhes perguntou: "Sobre o que vocês estão discutindo enquanto caminham?“
Duas pessoas, Cleopas e um amigo (ou, como pensam alguns, a esposa dele), são
acompanhadas por uma terceira que eles não reconhecem. O estranho – que não
foi reconhecido – começa a conversar com eles. É óbvio que o assunto da conversa
era Jesus.
O que impediu os discípulos de reconhecer Jesus?
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17b
Eles pararam, com os rostos entristecidos.
Um deles, chamado Cleopas, perguntou-lhe: "Você é o único visitante em
Jerusalém que não sabe das coisas que ali aconteceram nestes dias?"
19a "Que coisas?", perguntou ele.
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O que impediu os discípulos de reconhecer Jesus?
(17) tristeza
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A resposta dos discípulos foi um resumo do ocorrido, mas em momento nenhum
eles relacionam o que aconteceu com Jesus de Nazaré a um evento vindo de Deus –
eles achavam que todos os acontecimentos eram eventos orquestrados e
conduzidos por homens e não imaginavam que havia um propósito divino em tudo
aquilo.
O que impediu os discípulos de reconhecer Jesus?
(21) frustração / decepção
(24) dúvida
19b "O
que aconteceu com Jesus de Nazaré", responderam eles. "Ele era um profeta,
poderoso em palavras e em obras diante de Deus e de todo o povo.
20 Os chefes dos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser
condenado à morte, e o crucificaram; 21 e nós esperávamos que era ele que ia trazer
a redenção a Israel. E hoje é o terceiro dia desde que tudo isso aconteceu.
22 Algumas das mulheres entre nós nos deram um susto hoje. Foram de manhã bem
cedo ao sepulcro 23 e não acharam o corpo dele. Voltaram e nos contaram ter tido
uma visão de anjos, que disseram que ele está vivo.
24 Alguns dos nossos companheiros foram ao sepulcro e encontraram tudo
exatamente como as mulheres tinham dito, mas não o viram."
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25
Ele lhes disse: "Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo
o que os profetas falaram!
26 Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?"
27 E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a
respeito dele em todas as Escrituras.
A versão contada pelos discípulos está centralizada nos acontecimentos dos últimos
três dias. A versão contada por Jesus interpreta os últimos acontecimentos à luz do
plano divino desde a eternidade (o primeiro versículo dos livros de Moisés começa
na eternidade)
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28
Ao se aproximarem do povoado para o qual estavam indo, Jesus fez como quem
ia mais adiante.
29 Mas eles insistiram muito com ele: "Fique conosco, pois a noite já vem; o dia já
está quase findando". Então, ele entrou para ficar com eles.
“Ao se aproximarem do povoado” – A caminhada chegava ao fim para os dois
discípulos, mas Jesus demonstrou querer ir mais adiante (28). O Reino de Deus não
pode ficar circunscrito às cercanias de Jerusalém. JESUS não ressuscita “cansado”,
mas pronto pra seguir em frente com sua missão!!!
“a noite já vem” – Noite é escuridão – ausência de luz – representa perigo,
incerteza e risco... Três dos quatro evangelistas registram que entre meio dia e três
da tarde durante a crucificação houve trevas (escuridão) Mt 27:45, Mc 15:33; Lc
23:44. É como se a “noite” chegasse antes para aqueles que vislumbravam a cena
da paixão.
Jesus “entrou para ficar com eles” – Jesus havia vencido o poder das trevas, a
paixão estava “consumada” – o mundo agora estava adiante. Jesus, porém, é
paciente ainda para entrar na casa de dois pobres e desiludidos discípulos para
desbloquear-lhes a visão.
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30
Quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu a
eles.
Durante a refeição Jesus age de uma maneira peculiar aos discípulos durante a
refeição.
Ele toma o pão, o abençoa, o parte e lhes devolve para come-lo (30-31).
Exatamente como fizera no cenáculo, na noite em que foi traído, há poucos dias
atrás.
O que acontece a seguir?
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31
Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram, e ele desapareceu da vista
deles.
32 Perguntaram-se um ao outro: "Não estava queimando o nosso coração, enquanto
ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?“
[Harold Kushner – O quanto é preciso ser bom] Os estudiosos da Bíblia escrevem sobre as
funções complementares do profeta e do sacerdote entre o povo israelita. O profeta
deveria apontar as deficiências das pessoas e instar para que se arrependessem, alertandoas para o julgamento de Deus, dizendo-lhes em nome de Deus: “Eu te amarei apenas se o
mereceres, se mudas teu comportamento e conquistas o meu amor”. O sacerdote, em
contraste, oferecia um amor mais doce, mais cheio de perdão: não importa o que você
tenha feito, você sempre será aceito aqui. O profeta escorraçava os pecadores, o sacerdote
os acolhia no altar. Precisamos de ambos, como na antiga Israel. Precisamos da voz do
profeta que cobra, para nos elevar nos altos padrões, de forma que possamos crescer e ser
tudo o que somos capazes de ser. Precisamos que nos digam que Deus nos ama [...] – da
voz confortadora do sacerdote para nos assegurar que, mesmo quando não o sentimos,
Deus nos ama de qualquer maneira, porque Ele é um Deus de amor e de perdão, que nos
conhece bem demais para esperar mais de nós do que somos capazes de ser.
Isto tem um efeito maravilhoso sobre nós: A Palavra faz “arder do coração”...
Compartilhar a vida com Jesus faz “abrir dos olhos”...
O que impediu os discípulos de reconhecer Jesus?
Durante a caminhada os discípulos olharam para a própria tristeza e
frustração; olharam para o sofrido vilarejo de Emaús; viram o perigo da noite
chegando; mas foram incapazes de olhar para a face de Jesus que estava bem
ao lado.
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33
Levantaram-se e voltaram imediatamente para Jerusalém. Ali encontraram os
Onze e os que estavam com eles reunidos, 34 que diziam: "É verdade! O Senhor
ressuscitou e apareceu a Simão!"
35 Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como Jesus fora
reconhecido por eles quando partia o pão.
Quando partiram o pão, a “Palavra que queimava o coração” e o “Poder que transforma”
finalmente se encontraram!
Finalmente eles entenderam as “Escrituras e o Poder de Deus” (Mt 22:29 "Vocês erram
porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus!"). Pararam de errar e voltaram
para Jerusalém.
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30
Quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu a
eles.
Durante a refeição Jesus age de uma maneira peculiar aos discípulos durante a
refeição. Ele toma o pão, o abençoa, o parte e lhes devolve para come-lo (30-31). O
texto diz que os discípulos finalmente O reconheceram quando partia o pão (35).
Tomar
Jesus toma o que lhe oferecemos e nós entregamos aquilo que temos... A oferta é
pessoal: somos nós, são nossos pecados e virtudes, é tudo o que somos, mesmo
quando isso não represente muito. Deus nos recebe exatamente como somos, da
forma como lhe entregamos. Deus não toma à força; Deus não nos explora; Deus
não nos obriga; Não exige embalagens. Ele toma aquilo que oferecemos.
Abençoar
Aquilo que oferecemos a Jesus, ele oferece a Deus com gratidão [Bendito sejas Tu,
Eterno nosso D-us, Rei do Universo, que da terra fazes crescer o pão]. Gratidão é
uma forma de apreciação e valorização. Ele não examina para ver se tem defeitos,
não avalia nem calcula o valor, não critica nem rejeita nossa oferta. Ele oferece ao
Pai o que lhe entregamos.
Partir
Nossas ofertas não permanecem como trazemos. Quando estamos à Mesa, não
temos permissão de permanecer da mesma forma. A quebra de nosso orgulho não
é algo ruim; ela nos abre para uma nova vida, para a ação salvadora.
Esse "partir" torna impossível entender nossa participação na salvação como uma
vida de serenidade imperturbada, sem sofrimento, uma vida protegida de
perturbações, privilegiada, isenta de dor, humilhação e rejeição. Descobrimos isso
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inicialmente em Jesus — o corpo partido, o sangue derramado — e, depois, em nós
mesmos.
Dar
A última ação é dar. Jesus nos devolve o que levamos até ele, o que somos; e
recebemos o que ele dá. No entanto, não recebemos de volta exatamente aquilo que
entregamos. Nossa oferta foi quebrada, foi transformada naquilo que chamamos de
"maravilhosa graça". Tudo o que levamos até Jesus nos é devolvido com abundância
para que outros possam experimentar através de nós aquilo que foi feito em nós.
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O encontro de Emaús nos habilita para um viver missional.
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13 Naquele mesmo dia, dois deles estavam indo para um povoado