UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS CENTRO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS PLANO DE GESTÃO PELA QUALIDADE TOTAL: UM ESTUDO DE CASO NO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO LAIDA SOARES COSTA Orientador: Professor CLÁUDIO REIS GONÇALO TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO São Leopoldo, junho de 2001 AGRADECIMENTO ESPECIAL Sou grata ao Professor Cláudio Gonçalo, pelo apoio necessário para a concretização deste trabalho. Minha gratidão aos amigos e colegas que colaboraram e não me permitiram desanimar nos momentos de dificuldade. “Ao começar a vida, cada um de nós recebe um bloco de mármore, bem como as ferramentas com que transformá-lo numa escultura. Podemos arrastar este bloco intacto, podemos transformá-lo em fragmentos, podemos dar-lhe uma forma maravilhosa. De todas as outras vidas restam exemplos para que os vejamos, vidas terminadas e não acabadas, luzes-guias e advertências. Ao se aproximar o fim da vida, nosso trabalho no mármore está quase concluído e com nossos últimos golpes de cinzel podemos polir e dar acabamento ao que começamos anos atrás. Podemos realizar o progresso mais visível no fim, mas para isto precisamos ver além da aparência da idade. Uma vida fácil nada nos ensina. No fim, é o aprendizado que importa: o que aprendemos e como nos desenvolvemos. Coisas ruins não são o pior que pode acontecer. O que de pior nos pode acontecer é o NADA.” Richard Bach SUMÁRIO RESUMO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 01 2 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA ..................................................... 04 2.1 Limitações do Tema ................................................................. 08 3 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA ................................ 3.1 Oportunidade do Projeto ........................................................... 3.2 Viabilidade do Projeto .............................................................. 3.3 Importância do Projeto ............................................................. 09 10 10 11 4 OBJETIVOS .................................................................................. 12 4.1 Objetivo Geral ......................................................................... 12 4.2 Objetivos Específicos ............................................................... 13 5 METODOLOGIA .......................................................................... 5.1 Definição da Área e População – Alvo de Estudo ....................... 5.2 Plano e Instrumento de Coleta................................................... 5.3 Apresentação dos Resultados .................................................... 14 16 16 18 6 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................... 19 6.1 A Busca Incessante pela Qualidade ........................................... 6.2 Características de Serviço/Atendimento..................................... 6.3 Momentos da Verdade .............................................................. 6.4 O Ciclo do Serviço na Hora da Verdade .................................... 6.5 Satisfação do Consumidor......................................................... 6.5.1 O que é Expectativa do Cliente .............................................. 6.5.2 O que é Percepção do Cliente ................................................. 6.5.3 Modelo de Qualidade de Serviço ............................................ 6.6 O que é Gestão da Qualidade Total ........................................... 6.6.1 Qualidade Total – Conceito.................................................... 6.6.2 Qualidade – Adequação ao uso ............................................... 6.6.3 Qualidade Total – A Participação Total .................................. 6.6.4 Qualidade Total – A Gerência Tradicional e a Gerência de Qualidade .............................................................................. 6.7 A Regra dos Cinco S ................................................................ 6.7.1 Os Cinco Sensos .................................................................... 6.8 Ferramentas para a Qualidade Total .......................................... 6.8.1 Diagrama de Causa e Efeito ................................................... 6.8.2 Brainstorming ....................................................................... 6.8.3 Fluxogramas.......................................................................... 6.9 Qualidade Total em Serviços .................................................... 6.9.1 Definição de Qualidade no Atendimento ................................. 6.9.2 Quem é o Cliente ................................................................... 6.9.3 Determinantes da Qualidade................................................... 6.10 Qualidade do Serviço Público ................................................. 6.10.1 Como o Público percebe a Qualidade do Serviço oferecido pelo Governo ..................................................... 6.11 Filosofia do Gerenciamento pelas Diretrizes ............................ 6.12 Introdução do Planejamento .................................................... 6.12.1 Conceito de Meta................................................................. 6.12.2 Conceito de Problema .......................................................... 6.12.3 Conceito de Diretriz ............................................................ 6.13 Método de Planejamento ......................................................... 6.14 Prêmio da Qualidade............................................................... 6.14.1 Prêmio Deming.................................................................... 6.14.2 Prêmio Nacional da Qualidade Malcolm Baldridge ................ 6.14.3 Prêmio Europeu da Qualidade .............................................. 6.15 A Excelência na Gestão das Empresas ..................................... 6.16 Modelo de Excelência ............................................................. 6.17 Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade PGQP ............ 6.17.1 O que é Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade ....... 6.17.1.1 Como Participar do Programa ............................................ 6.17.1.2 Ferramentas para Verificar o Desempenho – Sistema de Avaliação ................................................................... 19 21 23 25 27 28 28 29 37 37 38 39 39 40 41 44 45 45 46 46 47 48 51 52 53 56 57 57 58 58 59 61 61 62 63 64 67 70 71 72 72 6.17.1.3 Prêmio Qualidade RS ........................................................ 73 7 ESTUDO DE CASO ....................................................................... 7.1 Estrutura do Poder Judiciário .................................................... 7.2 A Justiça Federal na Estrutura do Poder Judiciário..................... 7.3 A Organização – Histórico ........................................................ 7.4 A Organização e seu Negócio ................................................... 7.5 A Qualidade no TRF da 4ª Região ............................................. 7.5.1 O Conselho da Qualidade ....................................................... 7.6 O Plano de Gestão pela Qualidade do Tribunal Regional Federal da 4ª Região ................................................................ 7.6.1 Planejamento......................................................................... 7.6.2 Prêmio Qualidade RS-99 ........................................................ 7.7 O Compromisso do Tribunal com a Qualidade ........................... 7.8 Ações de Melhoria Implementadas no TRF da 4ª Região ............ 7.9 Pesquisa de Satisfação realizada nas dependências do TRF pelo Escritório da Qualidade..................................................... 7.10 A Divisão de Arquivo-Geral ................................................... 7.11 Grau de Satisfação dos usuários da seção de Acórdãos do Arquivo-Geral ........................................................................ 7.11.1 Resultados da Pesquisa Quantitativa ..................................... 7.11.2 Sugestões Registradas nos Questionários .............................. 7.12 A Visão Interna da Justiça Federal .......................................... 8 ANÁLISE DO CASO ..................................................................... 8.1 Pesquisas Apresentadas ............................................................ 8.2 Ações de Melhoria Implementadas no Tribunal .......................... 8.3 Pesquisa Realizada ................................................................... 75 76 76 77 80 83 84 85 85 100 102 103 126 131 135 140 149 150 153 154 156 158 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 160 9.1 Conclusão ................................................................................ 160 9.2 Sugestões ................................................................................. 163 BIBLIOGRAFIA ............................................................................... 164 ANEXOS ........................................................................................... 166 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Modelo do Ciclo do Serviço do Trabalho de Conclusão de Curso ............................................................................. 27 Figura 2 - Percepção do Cliente ........................................................... 29 Figura 3 – Modelo de Qualidade de Serviço ......................................... 30 Figura 4 – Critérios e Pontuação dos Itens de Avaliação do PNQ .......... 69 Figura 5 – Organograma do Poder Judiciário ........................................ 76 Figura 6 – Organograma da Presidência ............................................... 84 Figura 7 – Implantação da Estrutura do PGQ/TRF 4ª ............................ 93 Figura 8 – Composição dos Órgãos da Qualidade ................................. 93 Figura 9 – Resultado da Pesquisa na SRIP............................................ 122 Figura 10 – Resultado após Ações ....................................................... 123 Figura 11 – Funcionamento do Sistema Disque-Processo ...................... 123 Figura 12 – Número de vezes por mês que os Usuários vêm ao TRF ...... 127 Figura 13 – Meios de Consulta a Processos .......................................... 128 Figura 14 – Localização de Processos .................................................. 128 Figura 15 – Tempo de Tramitação de um Processo................................ 129 Figura 16 – Serviços Prestados pelo TRF ............................................. 129 Figura 17 – Organograma da Secretaria de Documentação .................... 132 Figura 18 – Pesquisa de Satisfação no Arquivo Geral ........................... 134 Figura 19 – Fluxograma Simplificado de Tramitação Processual ........... 136 Figura 20 – Usuário ............................................................................ 140 Figura 21 – Freqüência da Utilização de Cópias ................................... 140 Figura 22 – Anexo à Unidade-sede do Tribunal .................................... 141 Figura 23 – Bloco Localização/Instalações – Estacionamento................ 141 Figura 24 – Bloco Localização/Instalações – Identificação na Fachada do Prédio ....................................................... 142 Figura 25 – Bloco Localização/Instalações – Funcionamento do Ar Condicionado.................................................................... 142 Figura 26 – Bloco Localização/Instalações – Conforto das Cadeiras ...... 143 Figura 27 - Bloco Localização/Instalações – Satisfação Geral ............... 143 Figura 28 – Bloco Preço – Valor da Cópia Reprográfica ....................... 144 Figura 29 – Bloco Preço – Cortesia até 10 Cópias................................. 144 Figura 30 – Bloco Preço – Forma de Pagamento junto à CEF ................ 145 Figura 31 – Bloco Preço – Satisfação Geral.......................................... 145 Figura 32 – Bloco Atendimento – Precisão das Informações Prestadas... 146 Figura 33 – Bloco Atendimento – Respeito e Cordialidade .................... 146 Figura 34 – Bloco Atendimento – Agilidade no Atendimento Prestado .. 147 Figura 35 -Bloco Atendimento – Tempo de Espera no Atendimento ao Balcão ........................................................................... 147 Figura 36 – Bloco Atendimento – Horário de Funcionamento ................ 148 Figura 37 – Bloco Atendimento – Satisfação Geral ............................... 148 RESUMO Este trabalho trata de um tema relacionado à qualidade dos serviços públicos, em particular os serviços judiciários. A pesquisa teve como objetivo geral a avaliação da eficácia da implantação de um Plano de Gestão pela Qualidade Total em uma instituição do Poder Judiciário, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O método utilizado na realização da pesquisa foi o Estudo de Caso, que consiste no exame de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto. Primeiramente foi feita uma revisão de literatura pertinente aos principais conceitos envolvidos nesta monografia, como qualidade total, serviços e satisfação de clientes. Num segundo momento, realizou-se um levantamento de informações de pesquisas realizadas por órgãos federais com amplitude nacional acerca da opinião pública sobre os serviços judiciários, bem como dados de pesquisas de satisfação realizadas nas dependências do Tribunal. Para complementar os dados obtidos, optou-se por mensurar o grau de satisfação de usuários do TRF da 4ª Região, por meio de entrevista e aplicação de um questionário. A parte final do trabalho apresenta a análise dos resultados obtidos na pesquisa e algumas sugestões para Instituição. melhoria dos serviços prestados pela 1 INTRODUÇÃO As instituições públicas, em geral, não respondem de forma consistente e satisfatória às demandas da sociedade, sendo esta a visão que a sociedade possui em relação a elas. Esta constatação pode ser feita através de vivências pessoais, história de amigos, bem como notícias veiculadas na imprensa (pesquisa “Imagem da Justiça Federal na imprensa escrita”, conforme relatório do Conselho da Justiça Federal, 1993). “(...) É voz corrente que o serviço público parece não andar bem das pernas. Razões existem: salários absurdamente baixos, burocracia excessiva e, principalmente, falta de investimentos. E há a imagem da indolência e do privilégio.” (Felício, João, professor: ‘Pela dignidade dos serviços públicos’. www.folhadamanha.com.br. Disponível na Internet em 24/10/00) “Há quase sete anos o Tribunal de Contas da União (TCU) mantém engavetado um processo que aponta graves irregularidades financeiras cometidas na Fundação de Promoção Social e Cultural do Estado de Roraima. (...) As fraudes apareceram em 1993, durante auditoria realizada pela Receita Federal.” (Chimanovitch, Mário, jornalista: ‘Tribunal de Contas da União deixa mofar por sete anos processo contra Tereza e Romero Jucá’. www.istoe.com.br. Disponível na Internet em 27/09/2000) Os cidadãos que mantêm a máquina pública por meio de pagamentos de impostos, taxas e contribuições, esperam receber serviços públicos de qualidade. Os serviços oferecidos pelo judiciário têm sido alvo de críticas por parte da população (pesquisa “A opinião da Sociedade Civil Organizada a respeito da Justiça Federal”, conforme relatório do Centro de Estudos Avançados e Multidisciplinares da Universidade de Brasília , 1995). “(...) Como a justiça é lenta, um julgamento em segunda instância pode demorar até dois anos para ser marcado. Já pensou se ele fica todo este tempo preso e depois ele acaba sendo absolvido? Nem um processo contra o Estado pagaria este desrespeito”. (Lezak, Sandra Garcia, advogada: ‘Réu primário não deve ficar na cadeia’. www.gazetadopovo.com.br. Disponível na Internet em 01/08/00) Necessário se faz priorizar os consumidores, pois somente assim as organizações públicas poderão causar um efeito positivo sobre a sociedade, ou seja, oferecendo-lhe mais e melhores serviços. Não se pode esquecer que o cliente é a razão de ser da organização, pois sem este a organização não precisaria existir. Muito embora não haja concorrência em relação aos serviços oferecidos, pois em alguns casos como, por exemplo, no Tribunal, os clientes dependem unicamente daquela instituição, não podendo optar por outra para resolver seus litígios por estarem vinculados a jurisdição de uma determinada localidade, é preciso atender de forma satisfatória. Vivemos hoje na Era dos Serviços. Não basta atender, é preciso oferecer um atendimento com qualidade e que encante os clientes. Portanto, as organizações estão diante de um grande desafio: “Qualidade no Atendimento.” Este trabalho abordará um tema relacionado ao Plano de Gestão pela Qualidade Total implantado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, organização escolhida para alvo de estudo. Constará de um embasamento teórico do tema escolhido, como conceitos de serviços, qualidade total e satisfação de clientes, a fim de subsidiar o estudo de caso que tem por finalidade avaliar a eficácia da Implantação de um Plano de Gestão pela Qualidade Total nas instituições públicas, sendo o Tribunal Regional Federal da 4ª Região a organização alvo de pesquisa. Por fim, serão apresentados os resultados da análise realizada e as proposições de ações de melhoria para a organização em estudo. 2 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA Diante da insatisfação da sociedade com a excessiva burocracia nas instituições públicas, percebe-se que muitas críticas não são destituídas de fundamento. A pouca agilidade vem a ser um grave problema na administração judiciária brasileira. De acordo com a pesquisa “Imagem da Justiça Federal na imprensa escrita” realizada pelo Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal de Brasília, através de seu Programa de Pesquisas sobre a Justiça Federal, procedeu-se à análise da imagem da Instituição e do grau de credibilidade da sociedade nesta. As pesquisas de opinião realizadas revelaram uma relativamente desfavorável do Poder Judiciário junto à sociedade. imagem Entre outubro de 1983 e setembro de 1988, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE apurou que apenas 10,5% da população de 18 anos ou mais admitiu estar envolvida ou ter participado de qualquer tipo de conflito, e, destes, apenas 1/3 buscou a Justiça. Constatou-se, assim, de um lado, a dificuldade em admitir-se a participação em qualquer tipo de conflito, e, de outro, o descrédito na Justiça. No período compreendido entre final de 1992 e início de 1993, o IBOPE entrevistou 3650 pessoas e chegou aos seguintes resultados: • 87% concorda que o problema do Brasil não está nas leis, mas na Justiça, que é muito lenta; • 86% concorda que “no Brasil, existem certas pessoas que mesmo que façam coisas erradas, nunca serão punidas pela Justiça”; • 80% discorda que a Justiça brasileira trata os pobres e os ricos da mesma maneira. Entre os dias 29.10 e 3.11.93, o IBOPE novamente consultou 2000 pessoas em todas as regiões do país e constatou que: • 56% dos entrevistados indicaram que a principal causa da corrupção no país é a ineficiência da Justiça em punir os políticos corruptos; • 53% confia na Justiça; e • 43% não confia. Pesquisa do DATAFOLHA com 2500 eleitores, nos dias 10 e 11.11.93, revela sobre o desempenho do Poder Judiciário: bom/ótimo - 27% 26% regular - 37% 39% ruim/péssimo - 28% 29% A imagem desfavorável do Poder Judiciário junto ao público circula como verdadeira também dentro da própria Instituição. Segundo a pesquisa “A Justiça Federal através de documentos”, realizada pelo Centro de Estudos Judiciários, no período de 1993 a 1994, para essa imagem negativa convergem causas diretas e indiretas. Razões de ordem estrutural insuficiência (“distância financeira, dos número fóruns, insuficiente onerosidade de juízes”) da Justiça, e cultural (“desconhecimento do Direito, hesitação na propositura de ações por problemas que podem surgir”) tornam difícil o acesso do cidadão à Justiça, e, indiretamente, criam ou reforçam a imagem negativa do Poder Judiciário. Sob esse prisma, as críticas vêm a estimular o TRF da 4ª Região a repensar sua administração, a fim de que possa prestar serviços mais céleres, com menor custo e mais qualidade. Como provável solução, em 1997, implantou-se no TRF da 4ª Região o Plano de Gestão pela Qualidade Total – PGQT. É preciso saber se medidas efetivas e concretas foram adotadas e quais os resultados reais obtidos. Diante dessa realidade, vale considerar a seguinte questão: qual é a eficácia da implantação do Plano de Gestão pela Qualidade Total – PGQT, um plano que visa à qualidade em atendimento e excelência dos serviços prestados, quando se trata da busca de melhoria dos serviços públicos, mais especificamente os judiciários? Através deste trabalho, pretende-se buscar respostas para essa questão por meio dos dados coletados acerca do Programa de Qualidade implantado e pesquisa de opinião. 2.1 LIMITAÇÕES DO TEMA Um dos limites determinados para este estudo relaciona-se com o fato de que os dados sobre os resultados da implementação do Plano de Gestão da Qualidade serão fornecidos pelo Escritório da Qualidade. Deve-se considerar, também, que algumas medidas ainda estão sendo projetadas. Assim, não será possível avaliar os resultados de todas as ações de melhoria que integram o Plano. A pesquisa de satisfação que envolverá somente os clientes da Seção de Acórdãos será considerada como uma amostra, pois pesquisas mais amplas já foram realizadas pelo Escritório da Qualidade em diversas áreas do Tribunal, cujos resultados serão apresentados e comparados. 3 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA O tema a ser desenvolvido neste trabalho é de grande importância para o Tribunal, à medida que se faz uma análise dos resultados da implantação do Plano de Gestão pela Qualidade Total em uma organização pública, pois possibilita a percepção da realidade institucional, considerando-se as particularidades dos serviços públicos, como, por exemplo, o excessivo número de ações para julgamento no caso do judiciário. Esse levantamento serve como “termômetro”, a fim de que sejam verificados os resultados obtidos. Na condição de funcionária pública, diante das críticas dirigidas ao serviço público, justifica-se a escolha do tema proposto a fim de enfatizar os fatores de maior relevância para a realização do oportunidade, viabilidade e, finalmente, por sua importância. projeto, por 3.1 OPORTUNIDADE DO PROJETO O trabalho acadêmico dará à aluna a oportunidade de trabalhar em uma área relacionada com Administração de Empresas, proporcionando deter-se, mais especificamente, na Administração de uma instituição pública, cujo desempenho não mede pelo lucro. A investigação sobre as ações da Gestão da Qualidade no TRF da 4ª Região contribuirá para o crescimento da pesquisadora, pois lhe dará uma visão geral do contexto e dinâmica da organização na qual encontra-se inserida. 3.2 VIABILIDADE DO PROJETO No que tange à viabilidade da pesquisa, existem condições favoráveis para realizá-la, pois o vínculo empregatício com a organização facilita o acesso a informações, abrindo um canal de comunicação entre aluna e organização. A ampla literatura a respeito do tema torna viável a execução do projeto. 3.3 IMPORTÂNCIA DO PROJETO Com a realização da pesquisa será possível avaliar se a imagem que a sociedade tem da instituição é menos negativa do que em geral ocorre, no que se refere à opinião dos cidadãos sobre o serviço público. Os resultados obtidos pela pesquisa de satisfação de clientes possibilitará determinar quais itens que os clientes mais valorizam no Seção de Acórdãos do Arquivo-Geral. Possibilitando, ainda, que o contato realizado da aluna com os usuários favoreça à iniciativa de propor soluções para os problemas detectados, contribuindo, assim, com o desenvolvimento de sua capacidade crítica e de colaboração. 4 OBJETIVOS Esta parte do trabalho apresenta o objetivo geral e os objetivos específicos. Os objetivos específicos foram estabelecidos para dar suporte ao objetivo geral. 4.1 OBJETIVO GERAL Verificar se a implantação de um Plano de Gestão pela Qualidade Total apresenta eficácia na prestação de serviços públicos, consideradas, neste caso, algumas particularidades dos serviços judiciários, e, em particular, através de estudo de caso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Identificar os pontos fortes e oportunidades de melhoria do modelo de Gestão da Qualidade implantado no Tribunal, considerando metas pretendidas versus resultados alcançados; 2. Conhecer o envolvimento dos funcionários no controle e melhoria de maneira contínua do trabalho realizado; 3. Mensurar o grau de satisfação dos usuários da Seção de Acórdãos do Arquivo-Geral do Tribunal, através de uma pesquisa de opinião. 5 METODOLOGIA A forma de investigação utilizada a fim de serem atingidos os objetivos, inicialmente propostos, é o estudo de caso. De acordo com Yin (apud Roesch, 1999, p. 155), estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto. Planejou-se utilizar como fonte de informações desta pesquisa, documentos, entrevistas, questionário, observação, resultados de pesquisas de satisfação já realizadas no Tribunal pelo Escritório da Qualidade e dados das pesquisas “A Justiça Federal através de documentos (1993)”, “Imagem da Justiça Federal na imprensa escrita (1993)” e “A Visão Interna da Justiça Federal (1994)” realizadas pelo Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal de Brasília, bem como “A opinião da Sociedade Civil Organizada a respeito da Justiça Federal (1995)”, realizada pelo Centro de Estudos Avançados e Multidisciplinares da Universidade de Brasília. Optou-se por realizar, como amostra, uma pesquisa de satisfação com os usuários da Seção de Acórdãos do Arquivo-Geral, a fim de comparar os resultados atuais com os de pesquisa já realizada. Sendo escolhido aquele setor por ser o local onde, mais facilmente, se tem acesso às decisões ao final da tramitação processual no Tribunal, bem como por ter sido a Divisão de Arquivo-Geral o primeiro setor a aderir ao Plano de Gestão pela Qualidade Total. Portanto, no presente estudo de caso, foram considerados dados qualitativos e quantitativos (pesquisa de opinião). Com relação à pesquisa de opinião, foi realizado um levantamento dos atributos de serviços, via pesquisa exploratória, que clientes da Seção de Acórdãos consideram mais relevantes na determinação do seu grau de satisfação com relação aos serviços prestados pela referida Seção. “Atributo é o que é próprio de um ser. Emblema distintivo. A qualidade atribuída ao sujeito” (Aurélio, 1993, p.55). A cada produto/serviços podem ser associados diversos atributos. Aqueles que expressaram as necessidades e expectativas dos clientes foram utilizados para elaboração do questionário, o que é composto de perguntas fechadas, ou seja, são fornecidas as possíveis respostas ao respondente, sendo que apenas uma alternativa de resposta é possível. 5.1 DEFINIÇÃO DA ÁREA E POPULAÇÃO – ALVO DE ESTUDO O estudo tem abrangência sobre a organização como um todo, a fim de proporcionar uma visão geral dos propósitos e resultados da gestão pela qualidade. A população constitui-se de funcionários e alta administração (clientes internos) e de pessoas que solicitam a íntegra de acórdãos, tais como partes interessadas nos processos de julgamento, advogados, representantes da União e outros. 5.2 PLANO E INSTRUMENTO DE COLETA Com o objetivo de conhecer o Programa de Gestão pela Qualidade Total foram entrevistados o Juiz-Presidente do Conselho da Qualidade, o responsável pelo Escritório da Qualidade e a Diretora da Divisão de Arquivo-Geral. Relativamente ao problema da pesquisa, ou seja, as críticas dirigidas ao serviço público, bem com ações de melhoria no TRF da 4ª Região, foram colhidas informações veiculadas na Internet e Relatório Anual de Atividades do Tribunal. Para mensurar o grau de satisfação dos clientes da Seção de Acórdãos, a coleta de dados foi, em um primeiro momento, via aplicação de entrevista com clientes, a fim de conhecer atributos de serviços que os mesmos consideram importantes. Foram entrevistados por conveniência 10 (dez) clientes no horário de expediente. Num segundo momento, será realizado um questionário com perguntas fechadas a partir dos atributos de serviço identificados na pesquisa exploratória. Será utilizada a técnica amostral do tipo não-probabilística por conveniência, que, segundo Kotler (1992, p.132), consiste em selecionar os participantes mais acessíveis da população para serem entrevistados. Antes de se aplicar o questionário aos clientes, será realizado um préteste com o propósito de verificar a consistência e clareza da elaboração das perguntas. A coleta de dados será realizada durante um mês. Os questionários ficarão sobre o balcão de atendimento do Arquivo-Geral. Todas as pessoas que comparecerem ao local terão acesso aos questionários. Elas serão convidadas a respondê-los, bem como poderão fazê-lo por iniciativa própria. Uma vez recolhidos os questionários preenchidos, os dados serão transcritos e, após, com auxílio de computador, submetidos à tabulação simples, ou seja, serão verificadas as freqüências de respostas de cada questão. 5.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Os resultados apresentados abordam os principais itens levantados durante a pesquisa. Transcrições literais das entrevistas serão utilizadas para enfatizar os resultados mais importantes desta fase da pesquisa. Para melhor visualização dos dados colhidos e resultados obtidos na pesquisa quantitativa serão utilizados tabelas e gráficos. 6 REVISÃO DE LITERATURA O objetivo deste capítulo é fornecer embasamento teórico para a melhor compreensão deste projeto. Roesch (1999) ressalta a importância da revisão da literatura, pois permite, entre outros propósitos, levantar alternativas para a solução de uma situação problemática. Do ponto de vista acadêmico, a revisão de literatura permite “...conhecer quadros de referência alternativos, atualizar-se na polêmica teórica, elaborar precisão conceitual e investir na consciência crítica.” (Demo apud Roesch, 1999, p. 105). 6.1 A BUSCA INCESSANTE PELA QUALIDADE Com o fim da Segunda Guerra Mundial e com o aumento da demanda por bens de consumo, as indústrias do ocidente prosperaram com a ausência de concorrentes à sua altura (Moura, 1993). Tal período é denominado de a “Era do Produto”. As empresas deste período perderam o foco nos clientes, não havendo preocupação com a qualidade, uma vez que tudo que por elas era fabricado era facilmente vendido, sendo que a principal concorrência das empresas era a sua própria capacidade de produção (Almeida, 1995). As empresas desta época objetivavam simplesmente atingir o máximo de cobertura de distribuição com o máximo da capacidade de produção (Kotler, 1996). As indústrias japonesas começavam a levar em conta conceitos de qualidade total, e consideravam que ao fabricar produtos com erro zero obteriam a satisfação do cliente (Almeida, 1995). As empresas desta época praticavam o conceito de venda, tentavam vender o que produziam e não o que o mercado desejava. Pode-se deduzir que não havia ainda a necessidade em se verificar se o cliente estava ou não satisfeito com os produtos ou serviços ofertados (Kotler, 1996). É necessário conhecer e entender o consumidor tão bem quanto o produto ou o serviço que esteja ofertando. Pode-se concluir que qualquer bem ou consumo somente apresentará valor para um cliente quando atender determinado desejo ou expectativa preestabelecida. Obter, medir e controlar a satisfação dos clientes são os passos que as organizações devem ter para que sejam atingidas as suas metas. 6.2 CARACTERÍSTICAS DE SERVIÇO/ATENDIMENTO Uma das maiores megatendências da sociedade atual tem sido o crescimento das indústrias de serviços. Os serviços serão responsáveis por 90% dos novos empregos em um prazo de 10 anos, além de serem responsáveis por 70% do produto americano bruto (Kotler, 1996). Podemos definir serviço com sendo “qualquer ato ou desempenho que uma parte pode oferecer a outra e que seja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de nada. Sua produção pode ou não estar vinculada a um produto físico” (Kotler, 1996, 403). Verifica-se que os serviços possuem uma complexidade em comparação aos produtos. Os serviços necessitam de um cuidado especial em termos de benefícios ao consumidor, pois, conforme será visto mais adiante, os próprios funcionários das organizações colaboram para a qualidade final do serviço. Ao contrário dos serviços, os produtos, muitas vezes, não tem a participação de atendentes. Atendimento é um desempenho e, como tal, apresenta características marcantes que devem ser consideradas quando se entra em cena. Segundo Kotler (1996, p. 405-6), os serviços possuem quatro características importantes que afetam grandemente o desenho dos programas de marketing, a saber: Intangibilidade: Os serviços são intangíveis. Diferentemente dos produtos físicos, os serviços não podem ser vistos, provados, sentidos, ouvidos ou cheirados antes de serem comprados. (...) Enquanto as empresas de produtos são desafiadas a acrescentar idéias abstratas, as empresas de serviços são desafiadas a colocar evidências físicas e imaginárias à suas ofertas abstratas. Inseparabilidade: Normalmente, os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente. Isto não é verdadeiro para bens físicos que são fabricados, estocados, distribuídos através de revendedores múltiplos e, posteriormente, consumidos. Se o serviço for prestado por uma pessoa, ela faz parte do mesmo. Variabilidade: Os serviços são altamente variáveis, uma vez que dependem de quem os executa e de onde são prestados. (...) Os compradores de serviços estão conscientes dessa alta variabilidade e, freqüentemente, conversarão com outras pessoas antes de selecionar um fornecedor. Perecibilidade. Serviços não podem ser estocados. Atendimento é um bem intangível, ou seja, o consumidor não pode provar e manusear o atendimento antes de decidir pela sua compra. Por exemplo, é impossível realizar um curso, antes de o professor ministrá-lo. A inseparabilidade ou simultaneidade constitui característica marcante do atendimento, pois estes são produzidos e consumidos em conjunto, e, freqüentemente, com a presença física do consumidor. Em decorrência desta inseparabilidade de produção e consumo, o atendimento é perecível, ou seja, não é possível produzir e armazenar atendimentos para vender posteriormente. Além disto, é variável, pois a variação dos serviços se dá em função de quem os executa e do local onde são prestados. 6.3 MOMENTOS DA VERDADE De acordo com Las Casas, 1999, p. 25, os momentos de contato com os clientes observados, pela características de inseparabilidade, são chamados também de “momentos da verdade”. O termo foi popularizado por Jan Carlzon, presidente da SAS, empresa de aviação da Escandinávia, que dizia que a prestação de serviços é o resultado da soma de todos os momentos da verdade de um cliente com a empresa. São os momentos em que o cliente entra em contato com algum aspecto da organização e obtém uma impressão de qualidade de seus serviços. Qualquer contato de um indivíduo com a organização e que forma alguma impressão é considerado um momento da verdade. No momento em que o cliente contata a organização, ele vai consumir um serviço que é o resultado de todo o esforço mercadológico que antecipou este contato. Se a empresa preocupou-se preparando devidamente seus funcionários, o serviço será considerado de boa qualidade. Um passageiro de uma companhia aérea interage com uma agência de viagens, com o recepcionista no aeroporto, com horários de saída e chegada, atendimento de bordo etc. O resultado de todas estas interações é que formará um conceito final, satisfatório ou não, por parte dos clientes. A capacidade da empresa em desempenhar todas as atividades previstas é que determinará o nível de qualidade. Para determinar estes momentos da verdade é necessário identificar inicialmente todos os contatos que podem ser realizados por um cliente junto a algum aspecto da empresa, desde a aproximação até o pós-venda. Segundo Almeida (1995), os Momentos da Verdade podem ser classificados em três tipos: MVT – Momento da Verdade Trágico ! MVP – Momento da Verdade Apático " MVE – Momento da Verdade Encantado ☺ 6.4 O CICLO DO SERVIÇO NA HORA DA VERDADE O ciclo do serviço é um mapa dos momentos da verdade, conforme vivenciados pelos clientes; é ativado cada vez que um cliente entra em contato com a firma. Assim, como há centenas de momentos da verdade em determinado dia de trabalho, também há muitos ciclos de serviço. (Albrecht; Bradford, 1992, p.30). Quando se realiza este mapeamento a empresa terá a possibilidade de enxergar o serviço por ela realizado, de acordo com as perspectivas do cliente. Neste ciclo os momentos da verdade serão colocados numa seqüência lógica, isto é, de acordo com a sua ocorrência, proporcionando aos gerentes e funcionários a identificação dos pontos pelos quais são responsáveis. Desta forma, cada funcionário ou gerente ao identificar no ciclo qual o momento da verdade pelo qual ele é responsável, poderá ele rever o modo como está prestando o serviço. No ciclo do serviço há diferentes momentos da verdade, uns mais relevantes e outros nem tanto, mas todos fazem parte de um conjunto de atividades ligadas que irão identificar a forma pela qual o serviço deverá ser prestado ao cliente (Albrecht; Bradford, 1992). É importante que o ciclo seja feito pelo gerente ou pelo supervisor e pelos funcionários diretamente envolvidos na entrega do serviço dentro de respectivo ciclo (Albrecht; Bradford, 1992). A técnica usada é simples e eficaz: desenha-se um círculo numa prancha de desenho ou em qualquer outra superfície grande. Essa vai se a base para relacionar os vários momentos da verdade encontrados pelo cliente conforme passa por eles. É importante relacionar esses momentos da verdade na sua freqüência habitual, sempre tomando cuidado para enxergá-los de acordo com o ponto de vista do cliente. F i m I n í c i o Pedir informações sobre o Trabalho de Conclusão Receber o conceito do TC Efetuar matrícula no TC Argüir o TC Assistir aula(s) sobre o TC Ser convocado para a argüição Receber formulário de escolha do professor orientador e a ficha de acompanhamento Ser informado da composição da banca Contatar o professor orientador Encaminhar o TC e a ficha de acompanhamento Entregar formulário de escolha do orientador Preencher ficha de acompanhamento Receber orientação do professor Aluno Formando Figura 1: Modelo do Ciclo do Serviço do Trabalho de Conclusão de Curso Fonte: Centro de Ciências Jurídicas, Unisinos, 2000. 6.5 SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR É no comportamento pós-compra que o consumidor experimenta e realiza a avaliação do nível de satisfação experimentada, isto é, compara o desempenho do produto adquirido em relação as suas expectativas. Conforme Kotler (1996), o nível de satisfação é a função da diferença entre o desempenho percebido e as expectativas, podendo experimentar três níveis de satisfação: Insatisfeito: caso o desempenho fique aquém das expectativas; Satisfeito: caso o desempenho atenda as expectativas; Encantado, gratificado ou altamente satisfeito: no caso do desempenho superar as expectativas. É importante conceituar, a seguir, especificamente, os termos expectativa e percepção. Tal expressão faz parte de quase todos os conceitos relativos à satisfação, justificando, com isso, a sua importância. 6.5.1 O que é Expectativa do Cliente? Pode-se definir a palavra Expectativa como: “Expectativa todo mundo tem, de tudo. Ter expectativa é como respirar; é uma ação automática, vinculada à natureza humana. Toda ação ou situação a ser vivida no futuro é precedida de uma expectativa, consciente ou inconsciente. Assim como “pensar”, “ter expectativa” é uma prerrogativa do ser humano. Uma das importantes diferenças entre o animal racional (homem) e o animal irracional é que o segundo vive só o presente, o instante. Basta haver a capacidade de ter visão de futuro, para se ter expectativa” (Almeida, 1995, p. 119). 6.5.2 O que é Percepção do Cliente? A Percepção é a realidade sentida (ou realidade percebida) por uma pessoa. “A percepção é única, ou seja, cada pessoa tem uma, a depender do “ponto de vista” de cada um. A percepção que o cliente tenha de uma empresa ou de um serviço recebido pode ser positiva ou negativa. Em cada Momento da Verdade que o cliente vivencia numa empresa, a percepção pode variar entre fortemente positiva (encantamento) ou extremamente negativa (profunda decepção)” (Almeida, 1995, p. 120). • quanto maior for a expectativa (visão prévia do nível de serviço), maior também será a possibilidade de o cliente se frustrar, portanto, de ficar insatisfeito; • quanto maior a percepção (percepção positiva) do cliente, maior também será a possibilidade de o cliente ficar satisfeito. Qualidade Cliente Percepções > Expectativas Positiva ou Encantadora ☺ Percepções = Expectativas Normal ou Conformidade " Percepções < Expectativas Negativa ou Trágica ! Figura 2: Percepção do Cliente Fonte: adaptado de Berry e Parasuraman . Serviços de Marketing: competindo através da qualidade (1992). 6.5.3 Modelo de Qualidade de Serviço Conforme Kotler (1996, p. 410), uma das principais maneiras de uma empresa de serviços diferenciar-se de concorrentes é prestar serviços de alta qualidade. A chave é atender ou exceder as expectativas de qualidade dos consumidores-alvos. Suas expectativas são formadas por experiências passadas, divulgação boca a boca e propaganda da empresa de serviços. Os consumidores escolhem prestadores de serviços nesta base e, após serem atendidos, comparam o serviço recebido com o serviço esperado. Parasuraman, Zeithaml e Berry formularam um modelo de qualidade de serviço que identifica as principais exigências para a prestação de um serviço de alta qualidade. O modelo, mostrado na figura 3, identifica cinco lacunas que causam problemas na prestação de um serviço. Divulgação boca a boca Necessidades Pessoais Experiência anterior Serviço esperado Lacuna 5 Serviço percebido Consumidor Empresa Prestação do serviço Lacuna 4 Lacuna 3 Transformação das percepções em especificações do serviço Lacuna 1 Lacuna 2 Percepções da empresa sobre as expectativas do consumidor Figura 3 – Modelo de Qualidade de Serviços Fonte: Kotler (1996, p. 412). Comunicações externas com os consumidores 1. Lacuna entre a expectativa do consumidor e a percepção da empresa. Essa lacuna ocorre quando a empresa interpreta de forma incorreta as expectativas dos clientes, ou seja, a empresa não consegue obter de forma precisa as necessidades do cliente em relação ao serviço prestado. As soluções se dão de formas diversas, variando conforme o problema ocorrido, criando uma necessidade de mudança na gerência ou melhoria no conhecimento dos dirigentes. É eficaz também uma pesquisa bem elaborada, onde se verifique de forma precisa os desejos e as necessidades dos clientes. 2. Lacuna entre a percepção da empresa e as especificações da qualidade do serviço. Ocorre quando, apesar da empresa ter percebido as expectativas / necessidades dos clientes de maneira correta, o método utilizado pela empresa para alcançar as necessidades deste cliente ocorre de forma errada, por fatores que são, por exemplo: erros de planejamento ou um planejamento insuficiente de procedimentos ou até a falta de um estabelecimento de metas claras na estrutura organizacional. Os problemas percebidos na lacuna entre as expectativas do consumidor e a percepção da empresa, conseqüentemente se refletem nos problemas desta segunda lacuna. Entretanto, se as expectativas dos consumidores forem percebidas de forma eficaz pela empresa, o problema decorrerá de erros de planejamento das especificações da qualidade, que muitas vezes ocorre devido à “ falta de compromisso verdadeiro com a qualidade do serviço ”. Pode-se corrigir esse erro através de uma mudança de prioridades, tendo em vista que atualmente se faz necessário um alto nível na qualidade dos serviços, uma vez que existe grande competitividade entre as empresas no que diz respeito à prestação de serviços. 3. Lacuna entre as especificações de qualidade do serviço e sua execução. Mesmo quando a empresa percebe as expectativas do cliente e as transforma em suas especificações, pode haver uma falha na execução do serviço. Essa falha pode ser decorrente do mal treinamento do funcionário que irá executar o serviço. Com isso, verifica-se que o planejamento da empresa em relação as especificações pode ter sido realizado de forma eficaz, que o problema ocorrerá da mesma forma, ou seja, pelo erro cometido por um funcionário. Isso pode ocorrer em conseqüência de falha na supervisão, falta de suporte ou quando o empregado que está prestando o serviço não perceber as necessidades e desejos dos clientes, sendo que este fato pode decorrer do conflito existente entre as exigências da empresa em relação ao desempenho do funcionário e da recompensa que a ele é atribuída. Nesse caso, devem ser revistas as maneiras como os gerentes tratam os seus subordinados. Deve-se ainda ter o cuidado ao recrutar o empregado verificando se ele terá as habilidades necessárias para atender determinado cliente. Entretanto, torna-se necessário observar que muitas vezes o problema não está no empregado e sim nos sistemas operacionais e administrativos. 4. Lacuna entre a execução do serviço e as comunicações externas. Para se evitar essa lacuna deve-se ter cuidado especial com o material de propaganda, evitando a pratica usual do exagero das características positivas e da omissão das deficiências na comunicação efetuada. A empresa tem que ter consciência de que a comunicação deve ser coerente com o serviço entregue, tendo em vista que a comunicação efetuada cria uma expectativa no cliente. Uma das soluções seria a participação das pessoas envolvidas diretamente na produção e entrega dos serviços, nas campanhas de comunicação. Permitindo, desta forma, que as comunicações se tornem mais reais e exista um maior compromisso com as promessas, evitando-se, assim, que ocorra propagandas enganosas. 5. Lacuna entre o serviço percebido e o esperado. Esta quinta e última lacuna quando ocorre, pode ser em resultado de uma má qualidade do serviço, má comunicação boca a boca, ou um impacto negativo na imagem corporativa local, ocasionando negócios perdidos. Quando ocorrer essa lacuna significa que há falhas nos sistemas operacionais da empresa, devendo esta, detectar e verificar quais as razões que levaram ao problema da qualidade, ou seja, tentar de forma precisa identificar quais as falhas existentes no sistema administrativo da empresa. Essas falhas podem ocorrer nas equipes de gerência, de funcionários, de produção, de vendas, de atendimento ao público ou pela equipe responsável pela comunicação e propaganda do serviço por ela prestado. Após verificar essa lacuna, a empresa deve formular estratégias e táticas com diretrizes bem formuladas que assegurem a satisfação do cliente, a fim de superar a lacuna existente, ou seja, para que o cliente ao fazer a avaliação da empresa sinta que o serviço recebido era o que ele esperava. Por outro lado, muitas vezes o cliente interpreta a atitude da empresa de forma errônea. Isso ocorre quando a corporação toma atitudes que julga necessárias, que para o cliente são excessivas, tornando-se para o mesmo desnecessárias. Como podemos observar, a parte superior do Modelo, na figura 3, mostra duas informações, uma a respeito dos serviços e outra da necessidade que leva a busca do serviço. Dentre as informações está a divulgação boca a boca, que são as informações que o consumidor vai receber de outras pessoas que tiveram contato com algum tipo de serviço. Há também as experiências anteriores que é o contato que o próprio consumidor teve com algum tipo de serviço. Já a necessidade pessoal do consumidor vai levá-lo na busca do serviço. Ambos os caminhos levam o consumidor até o serviço esperado, ou seja, a expectativa. No que tange a parte inferior do modelo, encontram-se as percepções da empresa sobre as expectativas do consumidor, que dizem respeito ao que a empresa julga que o consumidor considera importante na prestação de serviço. O próximo ponto do modelo está na transformação das percepções em especificações do serviço, que é o que ocorre após a descoberta do que deve ser feito para atender às expectativas percebidas pela empresa. Após essa transformação, haverá dois pontos a serem seguidos simultaneamente que são: a prestação do serviço e as comunicações externas com os consumidores. A prestação do serviço é o local onde as expectativas dos serviços serão transformadas na própria orientação para o serviço. Quando o serviço é percebido pelo consumidor, o prestador do serviço espera que as expectativas do cliente, que foram transformadas em especificações do serviço, tornem-se visíveis para o consumidor. O outro ponto são as comunicações externas com os consumidores, que é a divulgação para estes de que as suas expectativas fazem parte dos serviços prestados pela empresa. Neste caso, no momento em que o serviço é percebido pelo consumidor, este vai comparar se a divulgação feita pela empresa vai ao encontro do serviço esperado. 6.6 O QUE É GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL? “Gestão da Qualidade Total é um conjunto de princípios, ferramentas e procedimentos que fornecem diretrizes tanto para profissionais liberais como para a administração de uma empresa.” (Carr e Littman , 1998, p. 3). Na GQT, Qualidade significa qualquer coisa que tenha valor para uma empresa de iniciativa privada ou empresa pública e seus usuários, isto é, aqueles que utilizam seus produtos e serviços. Isto inclui a qualidade física dos produtos e serviços, a produtividade, a eficiência, a ética, a moral, a segurança e a utilização racional dos recursos disponíveis. A organização da GQT é dinâmica e utiliza planejamento estratégico para se alinhar com o futuro. É flexível, para reagir às mudanças da demanda e do ambiente. É talhada para o sucesso em um mundo onde a única constante é a mudança contínua. 6.6.1 Qualidade Total - Conceito É possível qualidade parcial? (Pinheiro, 1997, p.30). Conforme Claudius D'Artagnan C. Barros citado por Pinheiro (1997), existe uma reposta para tal equívoco. A palavra total não se relaciona à qualidade, mas sim à mobilização das pessoas. Qualidade Total significa mobilização total dos recursos humanos para a qualidade. Não se consegue qualidade com o empenho de, apenas, um departamento ou uma seção ou algumas pessoas, ainda que muito bem instruídas, competentes e devotadas. Não havendo comprometimento total dos trabalhadores de uma empresa, certamente que qualquer programa de qualidade total será ineficaz. Toda e qualquer conceituação de qualidade total deve partir da satisfação do cliente, não sob a ótica do gerente do processo produtivo, mas do próprio cliente. É ao cliente que deve ser perguntado sobre o atendimento que se lhe estão dando e não aos fornecedores. A partir de exames, estudos e resultados, de nada vale os fornecedores dos serviços entenderem que o cliente está satisfeito. 6.6.2 Qualidade - Adequação ao uso O que é adequação ao uso? Quando há qualidade em excesso que não chega a ser usada, o valor do produto se eleva desnecessariamente, ficando inacessível ao consumidor e perdendo o fabricante a concorrência para quem fabrique um produto mais barato e adequado ao uso. De que adianta, por exemplo, termos um aparelho eletrodoméstico que tenha mais de cem funções, quando não nos utilizamos de todas elas? 6.6.3 Qualidade Total - A participação total O homem é o centro de onde se irradiam todas as considerações de melhoria de qualquer processo produtivo. A qualidade total parte do homem, de todo homem, para o benefício da humanidade (Pinheiro, 1997, p.30). 6.6.4 Qualidade Total - A gerência tradicional e a gerência de qualidade No setor de serviços o gerente tradicional passa seu tempo verificando o que os outros fizeram, examinando documentos, buscando erros, para corrigi-los. O controle de qualidade tradicional é estudado, planejado e executado por especialistas. São estabelecidos erros e desperdícios, que são perfeitamente tolerados, havendo o planejamento dos retrabalhos que entram no cálculo, por estimativa, do custo do produto ou serviço, indo a conta para o consumidor (Pinheiro, 1997). Na gerência tradicional, os executivos do planejamento estratégico acreditam que um homem altamente valorizado faz apenas aquilo que lhe é ordenado, sem comentários, não tendo a grande massa dos trabalhadores vontade ou capacidade de realizar serviços que exigem criatividade (David K. Carr e Ian D. Littman apud Pinheiro, 1997, 32). A gerência com qualidade, pelo contrário, possui estrutura bastante diferente, com a descentralização das decisões, partindo do princípio de que todo ser humano pode e precisa dar a sua contribuição na melhoria dos produtos e serviços prestados. 6.7 A REGRA DOS CINCO S É um método prático e simples que deve ser observado na implantação de qualquer forma de qualidade total. Seus objetivos são: a) otimização na utilização do recursos disponíveis; b) manutenção de uma estrutura ordenada desses recursos; c) fazer com que todos esses procedimentos produtivos sejam limpos em todos os sentidos; e, d) oportunizar a busca de uma conscientização da necessidade de preservação, manutenção da saúde e do equilíbrio físico e mental, bem como do treinamento da autodisciplina. A primeira utilização dessa regra foi no Japão do pós-guerra, que era um país empobrecido e com um povo necessitado em todos os sentidos. Um país de reduzidas dimensões territoriais e cujos produtos eram conhecidos mundialmente como de péssima qualidade, não encontrando mercado apesar do baixo preço. Nessas condições é que o Dr. Kaoru Ishikava, do Centro de Educação para a Qualidade, no ano de 1950, criou a regra dos cinco S, como um modelo prático e simples, visando ao combate das causas das perdas e desperdícios. 6.7.1 Os cinco sensos Os cinco sensos trabalham nas dimensões física, intelectual e social, envolvendo todas as coisas, os métodos e a conduta humana, visando a um aperfeiçoamento constante do homem e dos produtos do seu trabalho. Adotar a regra dos cinco S, cumpre em desenvolverem-se: 1. O senso de utilização (Seiri)- estimula a percepção sobre a utilização das coisas, mantendo-se no ambiente de trabalho apenas o que seja estritamente necessário, separando-se o que tem, do que não tem utilidade, disponibilizando para outros setores outras aplicações daquilo de que não se precisa. Antes de se fazer uma requisição de material, deve-se examinar sobre a sua real necessidade. Alguns benefícios: a) melhor aproveitamento dos recursos, com economia de investimentos e gastos; b) melhor utilização dos espaços físicos dos locais de trabalho; c) eliminação de tudo que seja obsoleto; d) ganho de tempo para a execução de maior número de tarefas; e e) diminuição das possibilidades de ocorrem acidentes. 2. O senso de ordem e sistematização (Seiton) - As coisas devem estar arrumadas dentro de um critério de aplicação, obedecendo às fases dos procedimentos que são adotadas na execução de serviços. Não basta que estejam arrumadas, esteticamente dispostas, mas é imprescindível que estejam na ordem normal de sua entrada na cadeia processual, onde são aplicadas. O senso de ordem e sistematização possibilita um maior controle daquilo que se usa, facilita a comunicação e permite a utilização facilmente, por qualquer pessoa. 3. O senso de limpeza (Seiso) - Deve-se perseguir a limpeza física, intelectual e comportamental. É importante que o ambiente de trabalho esteja sempre limpo, o que se consegue com a utilização de vassouras, detergentes, água, lixeiras e similares. Isso é muito importante, mas ainda mais importante é o senso de limpeza intelectual, que nos leva a pensar somente no que é positivo, no que é bom, levando-nos a comportamentos altamente favoráveis ao melhor desempenho, à maior produtividade, sempre com resultados surpreendentes. 4. O senso de saúde (Seiketsu) - Considerando que o elemento humano é a essência de qualquer organização, pois sem ele nada faz sentido, e levando-se em conta que a saúde é o fator de relevância para que esse homem possa trabalhar e produzir, deve-se buscar sempre a manutenção da saúde, a prevenção de doenças, com o desenvolvimento desse senso. O senso da limpeza é um dos auxiliares mais eficazes para manutenção da saúde. 5. O senso da autodisciplina (Shitsuke) - O desenvolvimento do senso de autodisciplina implica a necessidade de estabelecimento de metas e objetivos, da seleção de métodos a serem utilizados e na disponibilização da força mental na busca da realização daquilo a que se propõe. A autodisciplina vai da idealização à execução, passando pelo planejamento, pela autocrítica, pela reidealização e renovação, buscando sempre e com tenacidade a constante melhoria. 6.8 FERRAMENTAS PARA A QUALIDADE TOTAL Em uma seqüência lógica de etapas para se atingir a meta desejada – método -, a gerência de qualidade total utiliza várias ferramentas (recursos) para sua aplicação. De acordo com Pinheiro (1997, p.46-51), eis algumas ferramentas para a qualidade total: 6.8.1 Diagrama de Causa e Efeito O diagrama de causa e efeito é também chamado de Ishikawa ou espinha-de-peixe por ter certa semelhança nos desenhos. É uma representação gráfica da relação de um efeito com todas as causas possíveis. 6.8.2 Brainstorming O “brainstorming” é uma técnica indispensável na solução dos problemas, pois encoraja o pensamento criativo de todos os participantes do processo produtivo. Muitas vezes o chefe com sua autoridade não consegue a colaboração dos seus subordinados. O “brainstorming” que pode ser traduzido como tempestade de idéias só ocorre em espíritos livres de pessoas conscientizadas da necessidade e importância de se realizarem mudanças. Os erros nas rotinas de trabalho não devem ser nunca censurados, pois o chefe deve voltar-se inteiramente para o treinamento constante do seu pessoal. 6.8.3 Fluxogramas São representações gráficas que mostram o fluxo das operações de forma bem definida, permitindo uma visão imediata e global do processo. São ferramentas importantes porque permitem uma visualização do trânsito do produto, ressalta as situações críticas, congestionamentos, possibilitando a tomada de decisões que vão contribuir na mudança das rotinas, com diminuição dos custos, do tempo de entrega e melhoria geral nas suas especificações. São de grande utilidade os fluxogramas dos procedimentos judiciários, principalmente porque são confiados a funcionários da Justiça a prática de mero expediente que não reclamem decisão. Para a execução dos chamados atos ordinários, o pessoal de secretarias devem ter uma boa visão dos procedimentos diversos, que poderão ser-lhes mostrado, com muita facilidade, através dos fluxogramas. 6.9 QUALIDADE TOTAL EM SERVIÇOS Praticamente com qualquer estrutura de empresa será possível alcançar patamares mais elevados de excelência de qualidade. O que significa qualidade em serviços? Qualidade em serviços, segundo Karl Albrecht (apud Las Casas, 1995, p. 16), "é a capacidade que uma experiência ou qualquer outro fator tenha para satisfazer uma necessidade, resolver um problema ou fornecer benefícios a alguém". 6.9.1 Definição de Qualidade no Atendimento Segundo Berry e Parasuraman, Qualidade no Atendimento é sempre aquela percebida e julgada pelo consumidor. De acordo com esses autores, embora uma definição da Qualidade de Atendimento seja o suficiente para muitas pessoas, é vital compreender como é realizado o julgamento da superioridade do atendimento pelo consumidor. Como um atendimento gera mais satisfação que outro? Basicamente, a satisfação do cliente é avaliada pela discrepância entre suas expectativas e suas percepções acerca do serviço recebido. Quanto menor esta discrepância, maior a superioridade do atendimento e maior a satisfação do cliente. As expectativas são crenças sobre um produto ou serviço que servem como pontos referenciais contra os quais a percepção do produto ou serviço é julgada. A percepção, por sua vez, é o processo onde as pessoas selecionam, organizam e interpretam informações para formar uma imagem do serviço. Esta imagem é formada com base em todos os acontecimentos que antecedem e sucedem à prestação e o consumo de serviços. A satisfação e a superioridade em atendimento derivam da comparação entre expectativas e percepções dos consumidores acerca do serviço e/ou produto. A qualidade é positiva quando suas percepções do serviços recebido superam suas expectativas. No outro extremo (percepções inferiores às expectativas), a empresa tem um sério problema: baixa qualidade e consumidores insatisfeitos. 6.9.2 Quem é o cliente? Parece uma pergunta simples, mas é de vital importância para a sobrevivência das organizações. Uma boa resposta para a pergunta é dada por Albrecht e Bradford (1992, p.18): “Um Cliente é um ser humano, de todos os tamanhos e cores. Um Cliente é uma criança que precisa de ajuda para alcançar um brinquedo numa prateleira alta. Um Cliente é um homem idoso que perdeu a direção no labirinto dos corredores de um hospital. Um Cliente é uma mulher que não fala bem o seu idioma e está explicando o que precisa da única forma que pode. Um Cliente é um companheiro de trabalho pedindo a sua ajuda para que possa prestar serviços ao público pagante. Contribuinte, paciente, pagador de impostos, membro, hóspede, sócio – todos são sinônimos do maior patrimônio que uma empresa pode ter – o Cliente, que vem até você e paga pelo serviço ou produto. O que é um Cliente? O Cliente é a razão de existência de sua empresa.” Os clientes é que garantem a sobrevivência das organizações. Portanto, é preciso conhecer e ouvir o cliente; saber quais são suas necessidades. Albrecht; Bradford (1992) apresentam posturas consideradas como os sete pecados dos serviços que as empresas cometem quando os clientes recorrem à empresa em busca de esclarecimentos ou para fazer reclamações. O primeiro pecado é a apatia dispensada pelos funcionários para com seus clientes. É um sinal prematuro de que o funcionário envolvido já se “aposentou” no serviço. Como segundo pecado tem-se a dispensa, procurar livrar-se do cliente, desprezando suas necessidades, como se o funcionário estivesse pensando em algo que poderia estar fazendo caso não estivesse ocupado com seus clientes. O terceiro pecado é a frieza: um funcionário ríspido, com excesso de formalidade e falta de emoções. É o caso de funcionários que gritam com pessoas idosas ou não se expressam com clareza para com estrangeiros. O quarto pecado é a condescendência. É o caso de funcionários que tratam os clientes “de cima para baixo”, não se importando com o provável mau entendimento por parte dos clientes. O automatismo, “mecanicismo” do funcionário, não transmitindo individualização do seu tratamento em relação ao cliente, é o quinto pecado. É provocado pela rotina, onde os funcionários fazem tudo sempre da mesma forma todos os dias. O sexto pecado é conhecido como o livro de regras. Neste, o funcionário deve seguir os regulamentos da empresa, colocando-os acima das preferências dos clientes. Finalmente o sétimo pecado conhecido como passeio: os funcionários passam o problema dos clientes para outra pessoa e assim por diante. Transmite o aspecto de que a organização quer se livrar dos seus clientes. O tratamento procurando dispensar os clientes rapidamente, demora no atendimento, frieza e rispidez são atitudes que os clientes associam diretamente aos serviços. Pode-se dizer que estes consideram tais atitudes como parte integrante dos serviços que estão utilizando. A qualidade no atendimento tão valorizada pelos consumidores é, antes de mais nada, resultado das ações dos funcionários das organizações. 6.9.3 Determinantes da Qualidade Os determinantes da qualidade podem ser identificados através de um conjunto de atributos: Confiabilidade: Envolve coerência no desempenho e constância; está na habilidade de desempenhar o serviço prometido com segurança e precisão. Atenção: Diz respeito à disposição e a rapidez dos empregados para fornecer o serviço, isto é, disposição em ajudar o consumidor e em fornecer o serviço rápido. Segurança: É estar livre de perigos, riscos ou dúvidas, refere-se ao conhecimento e cortesia dos funcionários e sua habilidade em inspirar confiança e responsabilidade. Empatia: Envolve boas maneiras, respeito, consideração e contato amigável. Significa proporcionar cuidado e atenção individualizada aos consumidores. Tangibilidade: Inclui evidência física do serviço, ou seja, a aparência das instalações físicas, equipamentos, funcionários e materiais de comunicação. 6.10 QUALIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO A Qualidade nasceu nas indústrias por volta da década de 20, devido à necessidade de aumentar a aceitação dos produtos industrializados no mercado. Na década de 80, a Qualidade gerou maiores efeitos na área de serviços. As exigências por qualidade, inicialmente aplicadas ao setor privado, não demoraram a se estender aos serviços públicos, fazendo com que os órgãos de administração pública passassem a ser alvo de duras críticas da sociedade, o que deu início a um processo de modernização para atender aos anseios dos cidadãos, prestando-lhes mais e melhores serviços. O que se deve buscar é a satisfação de pessoas, os clientes. Na área da administração pública, a preocupação com a qualidade está relacionada ao conceito de cidadania. A função da administração pública é prover à sociedade os bens e serviços necessários e garantir o bem-estar social. 6.10.1 Como o Público Percebe a Qualidade do Serviço Oferecido pelo Governo “Os cidadãos e eleitores são os clientes finais, os beneficiários dos seus produtos e serviços. Será que estão satisfeitos com o que o governo vem fazendo”? (Carr; Littman, 1998, p.10). Para Leo G. Almeida (apud Pinheiro, 1997, p.58), não é raro encontrar-se preocupação gerencial com custos, prazo de entrega e lucratividade em organizações cujas atividades estejam sujeitas à concorrência. No que se refere ao serviço público, o cliente muitas vezes tem que “engolir” o serviço apresentado, o que demonstra, em geral, a falta de opção dos consumidores em diversas repartições públicas. As empresas privadas preocupam-se com a qualidade para competir e sobreviver no mercado. No caso de muitas organizações públicas, a preocupação maior é diminuir gastos do orçamento. Na atualidade a tendência é a privatização das empresas públicas. Parece, então, que estas também começam a pensar na sua sobrevivência, antes preocupação das empresas privadas. Muito embora o Poder Judiciário esteja, em tese, longe de ser privatizado, muitos dos seus serviços já começaram a ser terceirizados. E esta já é uma realidade no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A sociedade em geral demonstra estar descontente com os serviços públicos. Constantemente, muitos comentários são feitos em relação aos funcionários tidos como acomodados, preguiçosos, desinteressados. Esta é a visão que se tem do funcionalismo público. A verdade é que tanto na área pública como privada, o fator humano é essencial. Com o avanço tecnológico, cada vez mais as máquinas substituem o homem, mas com certeza os clientes sempre vão considerar indispensável a presença humana. Os funcionários que recepcionam, orientam e auxiliam os clientes na operação de máquinas eletrônicas, é que vão determinar a qualidade do serviço. Não basta a excelência da tecnologia, é preciso calor humano. O que dizer do governo? Este parece estar mais preocupado com cortes no orçamento. Percebe-se que desvalorizando o trabalho dos funcionários, por meio de achatamento salarial, por exemplo, muitas pessoas buscam outros empregos mais compensadores. Daí a sobrecarga e insatisfação dos que ficam. Atualmente tem sido muito questionada a estabilidade no emprego público e sua extinção parece estar muito próxima. A estabilidade no emprego público apresenta características positivas e negativas. Como negativa, pode-se considerar a acomodação e, por conseqüência, a falta de aprimoramento de grande parte dos funcionários. Um aspecto positivo diz respeito à segurança no emprego, o que garante muitas outras vantagens pessoais, dentre elas a tranqüilidade mental para realizar o trabalho. Porém, se a estabilidade no emprego assegura privilégios pessoais, o fim da estabilidade parece que irá favorecer muito mais o funcionário e o cliente, pois o funcionário terá que buscar constantemente o aprimoramento profissional e pessoal, enquanto o cliente receberá serviços com mais qualidade. 6.11 FILOSOFIA DO GERENCIAMENTO PELAS DIRETRIZES De acordo com Falconi (1996, p.40), a) Gerenciamento pelas Diretrizes é centrado na concepção de que os resultados são conseguidos pela atuação criativa e dedicada das pessoas. É um sistema que focaliza o esforço de todos; a) Gerenciamento pelas Diretrizes é implementado para conduzir as mudanças que se fazem necessárias para que os resultados possam ser atingidos. No entanto, muitas pessoas ainda acreditam que podem obter resultados sem promover mudanças; b) Gerenciamento pelas Diretrizes baseia-se na inovação. É uma busca permanente da melhor forma de fazerem as coisas; c) O mercado impõe metas desafiadoras, de difícil atingimento. Se nada for feito no processo que gera o resultado, a meta não será atingida. Atingir estas metas implica conduzir mudanças rigorosas na organização; d) O sistema de Gerenciamento pelas Diretrizes é um meio para conduzir estas mudanças rigorosas; e) Não se pode almejar um Sistema de Gerenciamento pelas Diretrizes que seja perfeito e complexo no seu primeiro ano. Devemos, dentro da mentalidade do melhoramento contínuo, começar de forma bem simples, envolvendo todas as pessoas da organização, e então, aperfeiçoar gradativamente a prática do Sistema. (Ver anexo A). 6.12 Introdução do Planejamento 6.12.1 Conceito de Meta Conforme Falconi (1996, p 45), uma meta é um gol. Um ponto a ser atingido no futuro; Planejar é definir aquilo que tem que ser feito para que a meta seja atingida. Uma meta é constituída de três partes: um objetivo gerencial, um valor e um prazo. Exemplo: $ Objetivo gerencial: reduzir o número de reclamações; $ Valor: em 50%; $ Prazo: até dezembro deste ano. Gerenciar é atingir metas. Não existe gerenciamento sem meta. Significado da palavra “diretor”: “aquele que dá a direção”. A direção é a meta. 6.12.2 Conceito de problema Um problema é um resultado indesejável de um processo. O problema de cada um é a sua meta não alcançada. Resolver problemas é atingir metas (Falconi, 1996, p. 47). O Sistema de Gerenciamento pelas Diretrizes é estabelecido para que todos possam ajudar a resolver os problemas prioritários da empresa. Portanto, é um sistema voltado para o atingimento de metas. 6.12.3 Conceito de diretriz A uma diretriz consiste em uma meta e das medidas prioritárias e suficientes para se atingir esta meta. Diretriz = Meta + Medidas Medidas são meios ou métodos específicos para se atingir a meta. A meta é estabelecida sobre os fins e as medidas são estabelecidas sobre os meios. Exemplo de uma Diretriz: Meta – “Aumentar a produtividade da empresa em 12% até o final deste ano”. Medidas – Reduzir o custo fixo; reduzir o custo variável; reduzir as reclamações de clientes; aumentar a disponibilidade dos equipamentos; desenvolver novos produtos; aumentar vendas. 6.13 MÉTODO DE PLANEJAMENTO De acordo com Falconi (1996, p.51), são em número muito maior do que se poderiam desejar os Diretores e Gerentes que tomam decisões (planos de ação), executam-nas e depois ficam “torcendo” para que “as coisas melhorem”. Isto é errado, prejudicial às organizações e sai muito caro. Precisamos eliminar de nossas organizações o gerenciamento apenas por “intuição”, “experiência”, “bom senso” e “coragem”. Se você quiser manter sua organização viva e rentável é bom que comece a tomar providências para desenvolver um gerenciamento cada vez mais científico. É disto que trata o Gerenciamento das Diretrizes. É imperioso que se aprenda que tudo que é feito dentro de uma organização faz parte de um plano de ação (mesmo que este não tenha sido escrito) para se atingir uma meta. É imperioso que se aprenda que o estabelecimento de um plano se inicia pelo anúncio da meta e do problema que se deseja resolver. Planejar significa estabelecer um plano (conjunto de medidas prioritárias e suficientes para se atingir uma meta). O planejamento consta das etapas básicas: 1. Conhecer a meta e, portanto, o problema (fins); 2. Analisar o fenômeno (fins); 3. Analisar o processo (meios); 4. Estabelecer o plano (meios). A palavra “análise, utilizada em análise de fenômeno e análise de processo, tem o seguinte significado: Análise – (do grego análysis). Decomposição de um todo em suas partes constituintes; exame de cada parte de um todo, tendo em vista conhecer sua natureza, suas proporções, suas relações, suas funções etc. Determinação dos elementos que se organizam em um totalidade, dada ou a construir, material ou ideal. (Falconi, 1996, p.52). 6.14 PRÊMIOS DA QUALIDADE De acordo com Slack (1997, p.668), a importância da Qualidade e, especialmente de TQM, tem sido mundialmente reconhecida como importante integradora de muitos aspectos de melhoria da produção. Reconhecendo isso, várias instituições vêm estimulando a melhoria da qualidade através da criação de prêmios da qualidade. Vários prêmios foram desenvolvidos desde os anos 50 em reconhecimento aos líderes na melhoria da qualidade e como estímulo para muitas outras organizações. Os três prêmios mais conhecidos são o Prêmio Deming, o Prêmio Nacional da Qualidade Malcolm Baldridge e o Prêmio Europeu de Qualidade. 6.14.1 Prêmio Deming O prêmio Deming foi instituído pela União dos Cientistas e Engenheiros Japoneses em 1951 e era outorgado, no início, apenas às empresas japonesas. Mais recentemente, passou a ser oferecido também às empresas bem-sucedidas na aplicação de “controle de qualidade amplo” baseado em controle estatístico da qualidade. Há várias categorias de vencedores, incluindo indivíduos, fábricas e divisões. Há também dez categorias principais de avaliação: política e objetivos, organização e sua operação, educação e sua extensão, organização e disseminação de informação, análise, padronização, controle, garantia de qualidade, efeitos e planos futuros. Todo ano, centenas de pretendentes candidatam-se ao prêmio. Eles submetem aos avaliadores uma descrição detalhada sobre as práticas de qualidade. Essa é uma atividade significativa por si só e muitas empresas são beneficiadas em fazê-lo. Depois da avaliação, classificam-se as melhores e inspetores visitam suas instalações para aferir as práticas de qualidade. As visitas incluem apresentações da empresa, aplicação de questionários com perguntas detalhadas, reuniões com a alta administração e oportunidade para os examinadores visitarem qualquer parte da fábrica e fazerem perguntas a qualquer operário. 6.14.2 Prêmio Nacional da Qualidade Malcolm Baldridge Conforme Slack (1997, p.669), no início dos anos 80, o Centro NorteAmericano de Produtividade e Qualidade recomendou que um prêmio anual, similar ao Prêmio Deming, fosse instituído na América. O prêmio recebeu esse nome após a morte de Malcolm Baldridge, secretário do Comércio, acidentado pouco antes de sua instituição tornar-se lei em 1987. O propósito do prêmio era estimular as empresas norte-americanas a melhorar a qualidade e a produtividade, reconhecer realizações, estabelecer critérios para um esforço mais amplo de qualidade e fornecer orientação sobre a melhoria da qualidade. As principais categorias examinadas são: liderança, informação e análise, planejamento estratégico de qualidade, utilização de recursos humanos, garantia de qualidade dos produtos e serviços, resultados da qualidade e satisfação do consumidor. O processo, como o do Prêmio Deming, inclui a submissão de descrição detalhada do sistema de qualidade e visitas às empresas. 6.14.3 Prêmio Europeu da Qualidade Em 1988, 14 importantes empresas da Europa Ocidental organizaram a Fundação Européia para Administração da Qualidade. Em julho de 1993, havia mais de 300 membros, representando a maioria dos países da Europa Ocidental e dos setores empresariais. Um importante objetivo da Fundação é reconhecer realizações em qualidade. Em função disso, em 1992, instituíram o Prêmio Europeu da Qualidade, outorgado anualmente aos expoentes mais bem-sucedidos da administração da qualidade total na Europa Ocidental. O prêmio é atribuído a várias empresas que demonstram excelência na administração da qualidade, bem como em seu processo fundamental de melhoria contínua. Para receber um prêmio, as empresas devem demonstrar que sua abordagem de administração da qualidade total tem contribuído significativamente para satisfazer às expectativas dos consumidores, funcionários e outros interessados pela empresa nos últimos anos. As empresas vencedoras são vistas como modelo de excelência através da qualidade, contra as quais as demais companhias podem mensurar seus próprios níveis de qualidade e motivação para a melhoria contínua. 6.15 A EXCELÊNCIA NA GESTÃO DAS EMPRESAS De acordo com Moura (1997, p.163), a excelência é usada para denotar distinção e perfeição. Na gestão de empresas os modelos de excelência são usados para apresentar o mais alto nível, o estado da arte de como organizar e gerir empresas. A excelência estabelecida por meio de critérios que esclarecem o que é ser uma empresa excelente. Esses critérios apresentam um modelo amplo de gestão envolvendo todos os princípios de GQT. Podem ser definidos de duas formas: elaborado pela própria empresa ou tendo como base critérios já estabelecidos e amplamente aceitos. No primeiro caso é muito difícil e trabalhoso uma empresa estabelecer um modelo de excelência, especialmente as de pequeno e médio portes (como exemplo a Xerox criou seu próprio modelo de excelência na gestão). A segunda forma, baseada em critérios estabelecidos, tem pelo menos duas referências: a Norma ISO 9004 ou os critérios do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ). Os critérios de excelência do PNQ estão fundamentados nos seguintes valores: % Qualidade centrada no cliente – é um conceito estratégico voltado para a manutenção de clientes e a conquista de novos mercados. Está centrado na eliminação de erros, defeitos e problemas da organização e na visão dos fatores que satisfazem os clientes. % Liderança – serve como referência para os demais colaboradores, reforçando os valores da empresa, encorajando e conduzindo a atuação das pessoas. É exercida pela definição de objetivos, estratégias, pelo desenvolvimento do pessoal, comunicação, análise crítica do desempenho da organização e reconhecimento dos resultados obtidos. % Melhoria contínua – ciclos PDCA (Método de Controle de Processos) de aprendizagem e busca de melhores níveis de desempenho são a essência da melhoria contínua e devem tornar-se parte da atividade dos colaboradores, eliminando os problemas pela atuação na sua causa fundamental e também buscando uma forma melhor de executar o trabalho. % Participação e envolvimento dos funcionários – envolve a preocupação com treinamento dos colaboradores, melhoria das condições de trabalho, participação dos empregados nos resultados e implementação de uma gestão de recursos humanos alinhada com os objetivos da empresa. % Reposta Rápida - organização do trabalho e adequação da gestão de uso de tecnologias para reduzir o tempo de ciclo do produto, atendendo com maior rapidez o mercado. % Qualidade incorporada no projeto e prevenção dos problemas - o desenvolvimento de produtos deve envolver de modo amplo as funções da empresa, garantindo o atendimento aos requisitos dos clientes, preservação do meio ambiente e planejamento do processo produtivo de modo eficaz de acordo com os objetivos da empresa. % Percepção de longo prazo - habilidade prospectiva e visionária da empresa sobre as tendências do ambiente e os vários fatores que o compõem (concorrentes, comunidades, clientes, fornecedores etc.), definindo plano e estratégias de ação. % Gestão baseada em fatos – amplo uso de dados e informações sobre a atuação da empresa, apoiando a tomada de decisões, o planejamento e controle das atividades por um conjunto ordenado de medições, informações e análise. % Desenvolvimento de parcerias – estabelecendo um adequado relacionamento com clientes e fornecedores na cadeia de valor que a empresa está inserida e também com outros fatores como sindicatos e as próprias unidades da empresa. % Responsabilidade e espírito público comunitário – representa a preocupação da empresa com seu comportamento no que se refere à ética dos negócios, saúde pública, segurança e proteção ambiental e ainda nos propósitos da empresa de contribuir com o desenvolvimento da comunidade em que está inserida. % Orientação a resultados – definição de objetivos, medidos por indicadores a respeito do atendimento, resultados desejados pela empresa envolvendo os anseios de clientes, funcionários, acionistas, fornecedores e a comunidade. 6.16 MODELO DE EXCELÊNCIA Um modelo de excelência para gestão da empresa de grande aceitação e respeito é o definido pelo Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ). Esse modelo está estruturado em sete elementos. 1. Liderança – aborda como a alta direção define diretrizes estratégicas, desenvolve e mantém um sistema que conduza ao alto desempenho, ao desenvolvimento individual e à aprendizagem organizacional. Deve considerar as partes interessadas: clientes, acionistas, colaboradores, fornecedores e a comunidade. 2. Informação e análise - significa ter domínio e conhecimento da atuação da organização, fazendo uso de informações sobre a melhoria do desempenho como um todo, apoiando a gestão do negócio, a posição competitiva da empresa e o apoio à tomada de decisão. 3. Planejamento estratégico – aborda a visão estratégica da empresa, a elaboração do plano estratégico e o desdobramento na estrutura organizacional da empresa, centrando essa visão no cliente, na melhoria do desempenho operacional e na otimização da utilização de recursos. 4. Desenvolvimento e gestão de recursos humanos - tem como foco a criação de um ambiente de trabalho de alto desempenho, envolvimento e integração da gestão de pessoal com os objetivos da empresa, avaliação do bemestar e satisfação dos funcionários. 5. Gestão de processos – define os requisitos para gestão eficiente e eficaz dos processos, fazendo o adequado uso de recursos para agregar valor ao produto, de modo flexível, orientado para a prevenção, avaliação e melhoria contínua. 6. Resultados de negócio - focaliza os resultados para todos os processos e respectivas atividades de melhoria, objetivando obter valor superior dos produtos e serviços na visão dos clientes e do mercado e desempenho otimizado da organização refletida nos indicadores de produtividade e eficácia. 7. Foco no cliente e sua satisfação – representa o ponto principal dos critérios e tem por objetivo o entendimento detalhado das apurações do cliente e do mercado, a gestão do relacionamento com os mesmos e a busca da plena satisfação de seus requisitos. ITENS DE AVALIAÇÃO PONTUAÇÃO MÁXIMA 1- LIDERANÇA 1.1 – Liderança da alta direção 1.2 – Sistema de Liderança e estrutura organizacional 1.3 – Responsabilidade e espírito público e comunitário 2- INFORMAÇÕES E ANÁLISE 2.1 – Gestão de informações 2.2 – Comparações com a concorrência e com referenciais 2.3 – Análise e utilização de informações 90 45 25 20 75 20 15 40 3- PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 3.1 – Desenvolvimento da estratégia 3.2 – Desdobramento da estratégia 55 35 20 4- DESENVOLVIMENTO E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS 4.1 – Planejamento e avaliação de recursos humanos 4.2 – Sistema de trabalho para alto desempenho 4.3 – Educação, treinamento e desenvolvimento dos funcionários 4.4 – Bem-estar e satisfação dos funcionários 140 20 45 50 25 5- GESTÃO DE PROCESSOS 5.1 – Projeto de produtos e sua introdução no mercado 5.2 – Produção 5.3 – Serviços de apoio 5.4 – Desempenho de fornecedores 140 40 40 30 30 6- RESULTADO DO NEGÓCIO 6.1 – Qualidade de produtos 6.2 – Resultados operacionais e financeiros 6.3 – Recursos Humanos 6.4 – Desempenho de fornecedores 250 75 110 35 30 7- FOCO NO CLIENTE E SUA SATISFAÇÃO 7.1 Conhecimento dos clientes e do mercado 7.2– Gestão do relacionamento com os clientes 7.3– Determinação da satisfação dos clientes 7.4– Resultados relativos à satisfação dos clientes 250 30 30 30 160 Figura 4: Critérios e Pontuação dos Itens de Avaliação do PNQ. Fonte: Moura (1997, p.168). 6.17 PROGRAMA GAÚCHO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Com a colaboração da Diretora da Divisão de Arquivo-Geral, obtevese informações acerca do PGQP, através de manual a ela fornecido pela Associação Qualidade RS. “Como melhorar os produtos e serviços, economizar tempo e otimizar recursos no Estado?” Foi a partir deste questionamento que o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade começou a estruturar sua base em 1992. No Brasil, o Governo Federal havia lançado, no início da década de 90, o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade, confiabilidade e qualidade na indústria. Essa iniciativa alavancou um avanço significativo no desenvolvimento e crescimento do parque produtivo nacional. No Rio Grande do Sul, a parceria entre o setor público e a iniciativa privada permitiu a divulgação da filosofia e dos princípios da qualidade de forma democrática e oportunizou uma série de iniciativas voltadas ao aprimoramento dos produtos e serviços das empresas gaúchas. Hoje, as melhorias que o Programa ajudou a promover podem ser visualizadas pela maior competitividade e qualificação nos serviços públicos e privados. Através do comprometimento do governo, empresários, trabalhadores e consumidores, os sistemas de gestão foram aprimorados ainda mais. No processo inicial do Programa, a visão era de que no ano 2000 metade das pessoas em atividade no Estado estivessem usando as ferrramentas e os conceitos da Qualidade Total. Com o tempo, este objetivo foi sendo aperfeiçoado e expandido. Com o sucesso da implantação do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade, o Rio Grande do Sul passou a ser reconhecido em todo o Brasil como o Estado que mais avançou na disseminação dos conceitos e na aplicação permanente das técnicas e ferramentas de qualidade, melhorando os resultados das organizações gaúchas. 6.17.1 O que é o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP) Objetivos – Aprimorar a Qualidade na busca da construção de um Estado competente, onde a competitividade dos produtos e serviços das organizações gaúchas gerem uma melhor qualidade de vida à população. Missão – Promover a disseminação e o uso das ferramentas e conceitos da Gestão da Qualidade no Estado do Rio Grande do Sul, como forma de atingir os resultados das Organizações e a realização das pessoas. Valores – A parceria conduz aos melhores resultados para todos. O comprometimento de todos – governo, empresários, trabalhadores e consumidores – trará os resultados de que a sociedade necessita. Diretrizes Gerais – Promover a conscientização; abranger todas as regiões e setores do Estado e dar ênfase à educação e à agropecuária. Meta – No ano 2000, um milhão e quinhentos mil trabalhadores gaúchos estarão vinculados a organizações com 100 ou mais pontos de qualidade. Visão de futuro – Tornar o Rio Grande do Sul referência mundial na obtenção de resultados através da aplicação de métodos de gestão pela Qualidade Total. 6.17.1.1 Como participar do Programa O Termo de Adesão é o documento que oficializa a participação da organização no PGQP. Dessa forma, firma-se o compromisso de contribuir para a execução das ações e da aplicação da metodologia oferecida pelo Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade na empresa associada. 6.17.1.2 Ferramentas para Verificar o Desempenho – Sistema de Avaliação Um dos principais produtos do PGQP é o Sistema de Avaliação – um instrumento de diagnóstico organizacional que verifica o estágio de desenvolvimento gerencial das organizações para que essas possam definir seus planos de melhoria. O Sistema de Avaliação foi estruturado em 1993, e foram adotados como base os sete critérios de excelência do Prêmio Nacional da Qualidade, criado a partir do modelo do Malcolm Baldridge National Quality Award, nos Estados Unidos. 6.17.1.3 Prêmio Qualidade RS Para incentivar as organizações gaúchas que se destacam em relação à Gestão da Qualidade, o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade, promove, desde 1996, o Prêmio Qualidade RS. Com quatro edições marcadas pelo sucesso, o evento se consolidou como o maior do gênero no Estado. Sua importância é visível pelo número de pessoas reunidas, pois conta com a participação dos mais influentes empresários e administradores gaúchos. Este encontro é um sinal de que a nossa economia busca alternativas e novos caminhos para o crescimento socioeconômico do Estado. Além de reconhecer o trabalho e os esforços das organizações, o Prêmio também quer resgatar o potencial da nossa economia, promovendo a criatividade e a competitividade nos diversos setores, para projetar o Rio Grande do Sul como pólo econômico internacional. Esse objetivo vem se concretizando, refletido no engajamento e na crescente participação das organizações a cada ano. De que forma o PGQP reconhece os vencedores? É pré-requisito as empresas passarem por todas as etapas do Sistema de Avaliação (Treinamento, Auto-Avaliação e Avaliação Externa). Durante essas etapas, são utilizados critérios de excelência do Prêmio Nacional da Qualidade e as participantes são distribuídas em estágios diferenciados, conforme uma sistema de pontuação: % Nível 1: até 250 pontos (estágio inicial) – concorre à Medalha de Bronze % Nível 2: de 250 a 500 pontos (estágio avançado) - concorre aos Troféus de Bronze, Prata e Ouro, obedecendo uma escala progressiva. Para ganhar Prata, por exemplo, é pré-requisito ter ganho bronze anteriormente. Os principais objetivos do Prêmio Qualidade RS são: % Agir como mecanismo de reconhecimento aos esforços de melhoria e inovação das organizações gaúchas; % Disponibilizar para a comunidade informações sobre práticas bem- sucedidas de gestão; % Proporcionar uma oportunidade de avaliação externa especializada das organizações, gerando uma realimentação formal para as mesmas; % Reforçar a importância do Sistema de Avaliação do PGQP e do Plano de Melhoria da Qualidade. 7 ESTUDO DE CASO O Estudo de Caso é a escolha de um objeto a ser estudado (Stake apud Roesch, 1999). De acordo com Roesch, 1999, p. 197, o estudo de caso é apropriado quando a ênfase da pesquisa for analisar fenômenos ou processos dentro de seu contexto. Será realizado um estudo sobre a Implantação do Plano de Gestão pela Qualidade Total em uma organização pública, sendo o Tribunal Regional Federal da 4ª Região a organização alvo de pesquisa. Pretende-se, ao final, avaliar a eficácia do plano implementado. Com o estudo realizado será possível analisar se as ações de melhoria vêm ao encontro das expectativas dos clientes, já que existe um certo descrédito da sociedade em relação à qualidade do serviço público. 7.1 ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO Supremo Tribunal Federal Superior Tribunal de Justiça Tribunal Superior do Trabalho Tribunal Superior Eleitoral Superior Tribunal Militar Tribunal Regional Eleitoral Auditorias Militares Tribunais Estaduais Tribunais Regionais Federais Tribunal Regional do Trabalho Juízes Estaduais Juízes Federais Juntas de Conciliação e Julgamento Junta Eleitoral Juiz Eleitoral Figura 5. Organograma do Poder Judiciário. Fonte: Secretaria de Documentação do TRF/4ªR 7.2 A JUSTIÇA FEDERAL NA ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO De acordo com a Constituição Federal de 1988, art. 92, o Poder Judiciário é composto dos seguintes órgãos: Supremo Tribunal Federal; Superior Tribunal de Justiça; Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; Tribunais e Juízes do Trabalho; Tribunais e Juízes Eleitorais; Tribunais e Juízes Militares; e Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. A Justiça Federal, nos termos do Capítulo III, Seção IV, da Constituição Federal, é o órgão do Poder Judiciário ao qual compete processar e julgar as causas em que a União, suas entidades autárquicas e empresas públicas federais figurem como interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes. Em primeira instância compõe-se a Justiça Federal de Juízes Federais, em exercício nas Seções Judiciárias sediadas nas capitais de cada estado da União. Quanto à segunda instância de julgamento, há cinco Tribunais Regionais Federais, distribuídos em cinco Regiões Judiciárias no território nacional, com competência recursal e originária. O Superior Tribunal de Justiça, instância superior à Justiça Federal, com jurisdição em todo o território nacional, tem competência originária e recursal. A instância máxima do Poder Judiciário é o Supremo Tribunal Federal, ao qual compete essencialmente a guarda da Constituição podendo, inclusive, julgar em grau de recurso causas advindas do Superior Tribunal de Justiça, e, em caso de julgamentos contrários a dispositivos constitucionais, de quaisquer instâncias da Justiça Federal. 7.3 A ORGANIZAÇÃO - HISTÓRICO O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que possui jurisdição sobre os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná foi instalado em Porto Alegre, no dia 30 de março de 1989, ocupando, inicialmente, um prédio localizado na Rua Washington Luiz, 820, no centro da cidade. No cumprimento de uma das suas finalidades primordiais, que é agilizar a tramitação das apelações e bem atender seus jurisdicionados, o Tribunal Regional é, atualmente, presidido pelo Juiz Fábio Bittencourt da Rosa, tem como Vice-Presidente o Juiz Manoel Lauro Volkmer de Castilho, e na função de Corregedor-Geral, o Juiz Vladimir Passos de Freitas. Para a composição original da Corte foram nomeados, no dia 22 de março, por decreto assinado pelo Presidente José Sarney, publicado no Diário Oficial de 27 de março de 1989, 14 (quatorze) magistrados, escolhidos entre juízes federais, membros do Ministério Público Federal e advogados dos três Estados do sul, dos quais, hoje, 8 (oito) estão aposentados, 2 (dois) são ministros do Superior Tribunal de Justiça e 1 (uma) é ministra do Supremo Tribunal Federal. Em 9 de dezembro de 1994, houve a ampliação da composição inicial da Corte, sendo empossados 9 (nove) novos magistrados. Na mesma ocasião, também foi criado o cargo de Corregedor-Geral da 4ª Região, até aquela oportunidade acumulado com as funções desempenhadas pelo VicePresidente. A Justiça Federal brasileira foi criada nos primórdios da República, mais exatamente no dia 11 de outubro de 1890, antecipando-se, inclusive à Constituição Republicana. Extinta em 1937, pelo Golpe do Estado Novo, foi reestruturada pela Constituição de 1946, retomada em 1965, e reafirmada pela Constituição de 1967, passando a Justiça Federal, à época, a atuar em duas instâncias: no primeiro grau, por meio de Juízos Federais, e no segundo grau, via Tribunal Federal de Recursos, já então sediado em Brasília. Contudo, a grande demanda revisional, determinada pela crescente entrada de recursos junto ao Tribunal Federal de Recursos, que em 1988 ultrapassara o número de 50 mil apelações, culminou por gerar forte clamor pela descentralização do segundo grau. Assim, ao seu tempo, promulgada a Constituição de 1988, extinguindo-se aquela Corte, após 40 anos de atuação. A seguir, é instalado o Superior Tribunal de Justiça regionalizando-se a segunda instância, por intermédio da implantação dos Tribunais Regionais Federais. Competentes para julgar as decisões da primeira instância, em nível de recurso, os TRFs são, desde a sua implantação, em número de cinco, tendo sede em uma capital de Estado que compõe a região abrangida, a saber: Distrito Federal (1ª Região), Rio de Janeiro (2ª Região), São Paulo (3ª Região), Porto Alegre (4ª Região) e Recife (5ª Região). 7.4 A ORGANIZAÇÃO E SEU NEGÓCIO O Tribunal Regional Federal da 4ª Região tem sede em Porto Alegre e sua jurisdição abrange as Seções Judiciárias dos Estados do Rio Grande do Sul (53 Varas), Paraná (43 Varas) e Santa Catarina (26 Varas). Compõe-se de Juízes vitalícios, escolhidos entre os Juízes Federais de 1ª Instância, membros do Ministério Público e Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, nomeados pelo Presidente da República, nos termos da Constituição. Atualmente, o Tribunal é composto por 23 juízes, 882 servidores e 166 estagiários. O prédio sede do Tribunal localiza-se na Rua Mostardeiro, 483, atendendo também em mais cinco unidades localizadas em quatro bairros de Porto Alegre. De acordo com o art. 108 da Constituição Federal de 1988, compete a ele julgar: % originariamente: juizes federais da sua área de jurisdição, e os membros do Ministério Público da União, nos crimes comuns e de responsabilidade, excetuada a competência da Justiça Eleitoral, as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região, os mandados de segurança e os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal, os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal. % em grau de recurso: as causas decididas por juízes federais e juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. O TRF da 4ª Região reúne-se em Plenário, em Seções, em Turmas e em Turmas de Férias. (Ver anexo B). O Plenário, constituído de 23 juízes, é presidido pelo Presidente do Tribunal. As três Seções do TRF são presididas pelo Juiz Vice-Presidente (Art. 2°, § 2° do Regimento Interno do TRF), considerada a antigüidade no Tribunal, e são especializadas por matéria, em função da natureza da relação jurídica litigiosa: 1ª Seção (competência penal, tributária e trabalhista); 2ª Seção (competência administrativa e demais); 3ª Seção (previdenciária). As Turmas, compostas por três ou quatro Juízes cada uma, são presididas pelo Juiz mais antigo dentre seus membros, considerada a antigüidade no Tribunal. Dentre as Turmas do TRF é escolhida, em rodízio, uma Turma de Férias, que conserva a sua composição original e funciona nos períodos de férias coletivas dos Juízes (janeiro e julho). Há no Tribunal um Conselho de Administração da Justiça Federal da 4ª Região, composto pelo Presidente, pelo Vice-Presidente, pelo CorregedorGeral da Justiça Federal da 4ª Região, que são dele membros natos, além de dois Juízes efetivos e dois suplentes, escolhidos pelo Tribunal, com mandato de dois anos. Os processos que dão entrada na Justiça Federal, de modo geral, somente chegarão a ser apreciados pelos Tribunais Regionais Federais – Justiça Federal de 2º Grau – quando houver recurso das decisões proferidas pelos juízes federais de 1º grau, ou seja, quando qualquer das partes não se conformar com a sentença prolatada. A isto chama-se competência recursal. Aos juízes singulares de primeira instância cabe julgar proferindo sentenças. As decisões proferidas em grau de recurso, por tribunal coletivo, denominam-se Acórdãos, os quais são fornecidos aos interessados após publicação na imprensa oficial. Semanalmente todos os acórdãos (relatório, voto e ementa) publicados na Imprensa Oficial são encaminhados à Divisão de Arquivo-Geral, a fim serem arquivados e disponibilizados pela Seção de Acórdãos ao público interessado. Tal acervo constitui a memória da Jurisprudência do TRF da 4ª Região. 7.5 A QUALIDADE NO TRF DA 4ª REGIÃO A implantação do Programa de Qualidade no Tribunal Regional Federal da 4ª Região iniciou na Presidência do biênio 95/97. O Plano de Gestão pela Qualidade no TRF da 4ª Região, foi encaminhado ao Plenário que o aprovou por unanimidade, criando através da Portaria n° 184/97 de abril de 1997, o Conselho da Qualidade, responsável pelas Diretrizes, e o Escritório operacionalização das mesmas. da Qualidade, responsável pela 7.5.1 O Conselho da Qualidade PRESIDÊNCIA ASSESSORIA DE ASSESSORIA DA COM. SOCIAL PRESIDÊNCIA SEÇÃO DE MÍDIA SEÇÃO DE PROJ. DE SEÇÃO DE ANÁLISE IMPRESSA E COM. GRÁFICA E E REG. DE INF. ELETRÔNICA ELETRÔNICA PROCESSUAIS SEÇÃO DE APOIO JUDICIÁRIO COORDENADORIA JURÍDICA SECRETARIA DE CONTROLE INT. CONSELHO DA QUALIDADE ESCRITÓRIO DA QUALIDADE GABINETE DA PRESIDÊNCIA DIVISÃO DE CERIMONIAL E PROTOCOLO SEÇÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO Figura 6: Organograma da Presidência. Fonte: Secretaria de Organização e Métodos do TRF/4ªR. Primeiramente, a Juíza Marga Inge Barth Tessler foi eleita presidente do Conselho da Qualidade. Em junho/98, o TRF da 4ª Região efetuou a sua adesão ao Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade – PGQP/RS, que representa um contato com a sociedade civil, trabalhadores e empresários, onde se comprometeu com o esforço comum de melhorar e principalmente de aprender. Em maio de 1999 conquistou a Medalha de Bronze do Prêmio Qualidade RS – Edição 99. 7.6 O PLANO DE GESTÃO PELA QUALIDADE DO TRF DA 4ª REGIÃO O Plano de Gestão pela Qualidade do TRF da 4ª Região, abaixo mencionado, foi aprovado em sessão do Plenário da Corte, mediante o Processo Administrativo n° 97.40.00508-0. 7.6.1 Planejamento Sensibilização inicial da Alta Administração Foi iniciada com a decisão da Presidência do Tribunal Regional Federal da 4ª Região de efetivar a Implantação da Qualidade, no âmbito do Tribunal, seguida da designação da Presidente do Conselho da Qualidade, a Excelentíssima Juíza Marga Inge Barth Tessler, titular dos trabalhos a serem desenvolvidos. Num segundo momento, foi realizado o Seminário de Sensibilização sobre a Qualidade no Trabalho, ministrado pelo Prof. Roberto Palominos, dirigido aos Magistrados, Assessores e Chefes de Gabinetes, Diretores de Diretorias, Secretarias e Divisões. Também foi proporcionado aos magistrados, uma palestra proferida pela Dra. Rosane Bordasch, Juíza de Direito, titular da Vara Cível da Comarca de Guaíba/RS e Secretária Executiva do Plano de Gestão pela Qualidade do Poder Judiciário/Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, sobre a iniciativa da implantação e resultados obtidos até aquela data. Finalmente, consolidou-se com a apresentação do Plano de Gestão pela Qualidade do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, coordenado pela Presidente do Conselho da Qualidade, em reunião do Plenário, resultando na aprovação unânime dos magistrados. Planejamento Estratégico Visão: Buscar continuamente ser o melhor naquilo que faz, superando as expectativas e conquistando a admiração do jurisdicionado, promovendo uma atuação eficaz e inovadora do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Missão: Prestar tutela jurisdicional à sociedade com eficiência, eficácia e efetividade, distribuindo a justiça de modo útil e a tempo. Princípios: Os princípios abaixo relacionados foram extraídos da pesquisa “Modernização da Justiça Federal de 2ª Instância”, baseada nos “10 Mandamentos da Qualidade”, coordenada pela Excelentíssima Juíza Ellen Gracie Northfleet, a partir de um projeto desenvolvido pelo Centro de Estudos Judiciários e Conselho da Justiça Federal, no ano de 1995, com modificações na redação. 1º TOTAL SATISFAÇÃO DO JURISDICIONADOS O Jurisdicionado é a pessoa mais importante para a Instituição. Tudo que a ele se relaciona torna-se prioritário. A total satisfação do jurisdicionado é a mola mestra da Gestão da Qualidade. Os jurisdicionados são a razão da existência do sistema. 2º DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS As pessoas são a matéria-prima mais importante da Instituição. É preciso que o servidor sinta-se valorizado como ser humano e participante do todo. Promover o desenvolvimento contínuo dos servidores, investindo na sua educação, treinamento, formação e capacitação é a base da Gestão da Qualidade. 3º GERÊNCIA PARTICIPATIVA Cultivar o comprometimento total dos servidores, por meio do desenvolvimento de uma cultura participativa, com acesso às informações necessárias para pleno desempenho das atividades, fortalecendo decisões e mobilizando esforços em direção aos resultados propostos. É preciso eliminar o medo e ouvir sempre os colaboradores. 4º CONSTÂCIA DE PROPÓSITOS Os objetivos a longo prazo, estabelecidos pela alta administração devem ser compartilhados com toda a organização, determinando comprometimento, confiança, alinhamento e convergência de ações dentro do sistema. Portanto, o planejamento estratégico é fundamental. É preciso persistência e continuidade para que os novos princípios sejam reforçados e estimulados em sua prática. 5º DELEGAÇÃO Delegar significa colocar o poder de decisão mais próximo da ação, o que é quase sempre feito baseado em procedimentos escritos. O regimento não pode ser embaraço à solução de situações imprevistas: o bom senso deve prevalecer. O melhor controle é aquele que resulta da responsabilidade atribuída a cada um. A saída é delegar competência. Assim é possível vencer medos, barreiras e preconceitos associados à divisão de poder e responsabilidade. 6º ZERO DEFEITO O padrão de desempenho desejável deve ser o de “zero defeito”. Este princípio deve ser incorporado à maneira de pensar dos servidores e chefias, na busca da perfeição de suas atividades. 7º APERFEIÇOAMENTO CONTÍNUO Alcançar a excelência no atendimento das necessidades da sociedade com o aperfeiçoamento contínuo de seus produtos e serviços, oferecendo mais do que lhe é cobrado. O Judiciário deve estar atento: - ao permanente questionamento de suas ações; - à busca de inovações; - à criatividade e à flexibilidade de atuação; - à análise de desempenho; - à ousadia de propor e assumir novos desafios; - à capacidade de incorporar novas tecnologias. 8º GARANTIA DA QUALIDADE A Garantia da Qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelo TRF é requisito fundamental a ser perseguido. É necessário dotar o sistema de procedimentos formalizados e documentados, garantindo aos servidores e usuários total confiança, quanto à regularidade e eficiência de seus serviços. 9º GERÊNCIA DE PROCESSOS O sistema deve ser visto como um processo multifuncional, com atividades encadeadas, que se refletem no atendimento das necessidades dos seus usuários, que são os jurisdicionados e não como processos isolados, em que não há preocupação com o todo, mas apenas com a satisfação das chefias imediatas. Políticas: % Administrar a Justiça, processando e julgando os recursos recebidos com agilidade, conferindo confiabilidade e credibilidade na solução efetiva dos litígios; % Respeitar os servidores como indivíduos e profissionais imprescindíveis para a realização da Justiça, valorizando sua capacidade e mantendo o seu orgulho de ser integrante do Poder Judiciário; % Atuar em parceria com advogados e Ministério Público, representantes da sociedade, mantendo uma comunicação precisa dos requisitos legais, garantindo o acesso necessário à realização da justiça; % Zelar pela comunicação produtiva, disseminando informações de forma aberta e transparente, como meio de fortalecer as relações interpessoais e compartilhar conhecimentos; % Incentivar a utilização racional dos recursos disponíveis, evitando o desperdício; % Estar atento às mudanças e aos anseios da sociedade, modernizando-se, inovando na Qualidade dos produtos e serviços oferecidos; % Ter a imagem sempre vinculada a políticas e práticas de interesse da sociedade, em defesa da cidadania, no âmbito da competência da Justiça Federal; % Ter a necessária tecnologia e estrutura física, com instalações adequadas, que propiciem o desenvolvimento das atividades e o bem-estar das pessoas. Objetivo Geral do PGQ/TRF-4ª: Contribuir para a melhoria da Qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelo TRF, por meio da internalização de seus princípios, com ênfase na participação de seus servidores. Objetivos Específicos: 1º - Prover a Instituição de um sistema de planejamento que alinhe as metas e ações de todas as lideranças, para o alcance dos objetivos traçados pela alta administração; 2º - Desenvolver um sistema de medição de desempenho dos processos da Instituição e dos resultados da Qualidade, por meio de indicadores confiáveis, caracterizando uma gestão baseada em fatos e dados; 3º - Desenvolver o planejamento global e setorial da Qualidade, direcionado ao aprimoramento contínuo de produtos e serviços, revisando-o anualmente; 4º Propiciar o crescimento do servidor, priorizando sua valorização e comprometimento com os objetivos da Instituição; 5º Desenvolver um sistema de garantia da Qualidade dos produtos e serviços oferecidos; 6º Criar um sistema que permita avaliar constantemente o grau de satisfação do cliente, em relação ao atendimento de suas necessidades e expectativas. Execução PRESIDÊNCIA CONSELHO DA QUALIDADE ESCRITÓRIO DA QUALIDADE DIRETORIAS GABINETES FACILITADORES E COLABORADORES FACILITADORES SETORIAIS Figura 7: Implantação da Estrutura do PGQ/TRF-4ª. Fonte: PGQ/TRF-4ª (1997). Composição dos Órgãos: CONSELHO DA QUALIDADE Presidência Juíza Marga Inge Barth Tessler Membros Elizabeth Eliana Schefer Ivete Rossoni Jorge Paulo Montalvão da Silva Lilian Rose Cunha Motta Marcelo Bordin Azeredo Nelberto dos Santos Brum Regaldo Amaral Milbradt Susana Maria Lopes Franco Wolfgang Striebel ESCRITÓRIO DA QUALIDADE Facilitadores José Carlos Bonato Karen Fredrich FACILITADORES SETORIAIS Facilitadores Gilmar Antônio Crestani –DRH/DPP Rita Vieira da Rosa – DRH/DCL Sérgio Silveira – SCI Nelberto dos Santos Brum – DA/SOF Figura 8: Composição dos Órgãos da Qualidade. Fonte: PGQ/TRF-4ª (1997). Atribuições dos Órgãos: Conselho da Qualidade: % Analisar e aprovar o PGQ/TRF-4ª; % Avaliar e aprovar o Planejamento anual para a Qualidade; % Acompanhar a implantação e o cumprimento das Ações do PGQ/TRF-4ª; % Comunicar às lideranças da Instituição os objetivos e metas anuais do PGQ/TRF-4ª; % Avaliar o andamento do PGQ-4ª; % Propor diretrizes e acompanhar a condução; % Assegurar o cumprimento do Plano nas diversas áreas da Instituição. Escritório da Qualidade: % Elaborar e acompanhar o Plano de Implantação do PGQ/TRF-4ª; % Secretariar o Conselho da Qualidade; % Executar as ações definidas pelo coordenador; % Divulgar a Qualidade por toda a instituição; % Auxiliar e acompanhar as gerências na solução de problemas e implantação de atividades voltadas para a Qualidade; % Oferecer consultoria interna; % Acompanhar e coordenar a implantação de programas piloto; % Planejar, em parceria com a Diretoria de Recursos Humanos, o desenvolvimento dos servidores para a Qualidade; % Promover o treinamento por meio de cursos, palestras e atendimento individual; % Promover a expansão do PGQ para os demais órgãos da Justiça Federal da 4ª Região interessados na sua implantação, disponibilizando sua estrutura, metodologia e acompanhamento técnico. Facilitadores Setoriais: % Atuar como elo de ligação entre o seu departamento e o Escritório da Qualidade; % Coordenar a implantação da Qualidade no seu departamento, com a orientação do Escritório da Qualidade; % Acompanhar e auxiliar no programa de treinamento do seu departamento; % Elaborar relatórios sobre o andamento da implantação do plano; % Participar de Workshops e apoiar a implantação em outros programas-pilotos. Promoção do PGQ/TRF-4ª As ações planejadas neste item (Ver anexo C) referem-se à promoção do PGQ/TRF-4ª junto ao público interno que compõe o Tribunal, nos diversos níveis hierárquicos existentes. Portanto, para um melhor direcionamento de tais ações, o público interno foi dividido em cinco níveis, de acordo com o disposto: N1 – Nível 1 – Magistrados N2 – Nível 2 – Alta Administração: Diretor-Geral, Diretores de Diretorias, Assessores de Juízes e Chefes de Gabinetes. N3 - Nível 3 – Diretores: Diretores de Secretarias, Diretores de Coordenadorias e Diretores de Divisão. N4 – Nível 4 – Média Gerência: Supervisores N5 - Nível 5 – Colaboradores. Treinamento Aplicado O Treinamento Aplicado é dirigido a um público-alvo específico, formado por servidores que integram as unidades-pilotos e demais setores que aderirem à implantação, tendo como objetivo unificar conhecimentos e capacitar as equipes para a implantação de processos de melhoria em suas áreas. Devido ao seu direcionamento específico, denomina-se “ProgramaPiloto Departamental”, possuindo uma metodologia própria para seu desenvolvimento. Unidades-Pilotos: % Secretaria de Registros e Informações Processuais; % Divisão de Cadastro e Lotação de Pessoal; % Divisão de Pagamento de Pessoal; % Gabinete da Juíza Marga Inge Barth Tessler. Programa-Piloto Departamental O Programa-Piloto Departamental consiste na eleição de uma unidade do Tribunal, para a implantação da metodologia da Gestão pela Qualidade, implementando-a nos processos de trabalho a serem desenvolvidos. O programa-piloto constitui-se das seguintes etapas: 1ª - Fase Preliminar: % Escolha da Unidade-Piloto; % Organização Interna do Projeto: % Definição do coordenador e colaboradores; % Desenvolvimento da metodologia. 2ª - Fase de Desenvolvimento em Qualidade: Para que haja a absorção efetiva dos conceitos e metodologia da Qualidade, bem como uma maior sensibilização e comprometimento de todos com os objetivos propostos, o programa-piloto departamental será precedido de um programa de capacitação para a Qualidade, dividido em dois módulos: % Tem Módulo Básico: como objetivo preparar o ambiente e desenvolver os conhecimentos necessários para a implantação da Qualidade, capacitando os participantes para a implementação de processos de melhorias. % Módulo Avançado: Constitui-se de treinamento prático para a implantação, por meio do uso de Ferramentas da Qualidade, tais como Masp, Fluxogramas, Diagrama de Pareto, Gráficos, aplicação do PDCA e técnicas como Gerenciamento da Rotina. Os módulos serão executados pelos componentes do Escritório da Qualidade, com o apoio da Diretoria de Recursos Humanos, que atuarão como instrutores, passando a oferecer acompanhamento contínuo na aplicação prática destes conhecimentos, tendo em vista o alcance dos objetivos propostos para aquelas unidades. 3ª - Fase de Execução: - Definição do Negócio da Unidade-Piloto: % Definição da missão; % Definição dos produtos e serviços; % Identificação dos clientes e fornecedores; % Identificação dos itens de controle (I.C.) dos produtos e serviços. - Análise e Plano de Ação: % Seleção do processo crítico; % Definição do objetivo e metas de melhoria; % Aplicação do MASP (Método de Análise e Solução de Problemas). - Padronização: % Adequação dos processos visando alcançar metas fixadas; % Elaborar os Procedimentos Operacionais Padrão (POP). % Divulgação: Divulgação dos resultados alcançados. Auditoria do PGQ/TRF-4ª Dotar a Instituição de um sistema de acompanhamento das ações planejadas para a implantação do PGQ/TRF-4ª para verificar as diferenças entre os resultados esperados e os resultados efetivamente alcançados, promovendo a análise das causas e a definição das ações de correção. 7.6.2 Prêmio Qualidade RS-99 O Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade distinguiu 59 organizações com o Prêmio Qualidade RS – Edição 99, numa solenidade realizada no Teatro do Sesi, na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) em 27 de maio de 1999. Nessa edição, 91 instituições privadas e públicas concorreram ao prêmio, das quais 59 foram qualificadas depois de submetidas à inspeção de examinadores designados pelo PGQP, obtendo o Diploma de Registro de Distinção por Mérito. O TRF da 4ª Região, que participou pela primeira vez, recebeu a Medalha de Bronze e Diploma de reconhecimento como organização que atingiu mais de 100 pontos no Sistema de Avaliação do PGQP – Ciclo 1998. No âmbito da Justiça Federal, esta é uma premiação inédita em todo o Brasil. A categoria de premiação dos vencedores é determinada de acordo com o estágio de implantação dos conceitos da Qualidade em cada organização. O TRF lançou seu Plano de Gestão pela Qualidade em maio de 1997. Em junho de 1998, aderiu ao PGQP, que possui aproximadamente 3,5 instituições participantes no Rio Grande do Sul, envolvendo 700 mil pessoas. O tribunal foi o primeiro dos cinco TRFs do país a integrar um programa desse tipo. O tribunal julgou 320 processos em cada dia útil de 1998. No mesmo ano, a arrecadação repassada à União pela Justiça Federal da 4ª Região (R$278,9 milhões) foi 23,55% superior às suas despesas no período (R$225,7 milhões). No âmbito da Qualidade, o TRF promoveu 27 eventos de sensibilização e capacitação, com a participação de 993 funcionários. Também realizou pesquisas para avaliar a satisfação dos usuários em relação ao atendimento prestado. O tribunal é o primeiro órgão federal de fora de Brasília a enviar via Internet suas matérias jurídicas e administrativas para publicação no Diário da Justiça da União. Embora a média de processos por servidor venha aumentando desde 1995 e o número de ações distribuídas cresça ano a ano desde a criação do TRF, em 1989, o volume de julgamentos também é sempre maior do que no ano anterior. Apesar disso, como o número de processos que ingressavam sempre crescia ainda mais do que o número de julgados, a quantidade de ações pendentes de julgamento vinha em curva ascendente. A partir da implantação do Plano de Gestão da Qualidade, o tribunal conseguiu reverter essa tendência: em 1997, o volume de processos aguardando apreciação diminuiu em relação ao ano anterior, o mesmo ocorrendo em 1998. 7.7 O COMPROMISSO DO TRIBUNAL COM A QUALIDADE Foi solicitado ao Juiz Edgard Antonio Lippmann Júnior, atual Presidente do Conselho da Qualidade que o mesmo se manifestasse sobre o compromisso do Tribunal com a Qualidade. Sendo transcrito seu posicionamento: “A primeira indagação que se faz quando se fala de ‘gestão da qualidade’ é justamente sobre qual o objetivo e o resultado de sua utilização. Aonde ela pode vir a agregar melhoria e utilidade no serviço público, especialmente diante do fato de que não estamos diante de atividade privada onde se mede o êxito de uma empresa pela sua lucratividade. Enganam-se os que pensam que não temos ‘padrão’, que não temos compromisso com a agilidade e efetividade na jurisdição. Em primeiro lugar somos sim empregados do cidadão, isto é, a jurisdição muito mais que um Poder é um Dever do Estado não se olvide o princípio da Eficiência, inserido na Emenda Constitucional 19/98 e a garantia do consumidor contemplada no artigo 22, parágrafo único do Código de Defesa do Consumidor, logo, todo cidadão tem o direito de exigir uma justiça que venha ao encontro de seu interesse, sob pena de admitir-se venha ele a constituir um aparelho judicial privado (será que isto já não existe, v.g., arbitragem e mediação, grupos de extermínio etc.?). Sob o mesmo enfoque, responde-se quanto ao compromisso com a agilidade e efetividade na prestação jurisdicional. Entendo que o Poder Judiciário somente irá se legitimar como Poder no momento em que o cidadão admiti-lo como tal. Dentro deste contexto posso antecipar de imediato que nosso ‘Conselho da Qualidade’ tomou decisões importantes para mostrar efetivamente a que veio e a que se presta. Propomos, e está adiantado de estudo, a criação da Ouvidoria Judicial, instrumento de elo entre a instituição e a sociedade. Estamos realizando, internamente, a 1ª Semana da Qualidade, evento este, que tem como um dos destaques principais a apresentação pelo nosso Presidente Juiz Fábio Bittencourt da Rosa do lançamento do projeto ‘5S’, o qual denominaremos ‘Programa TRF Vida Legal’, designando-se o dia 30 de março de 2001 (data de aniversário do nosso TRF) para a realização do Dia do Descarte (Dia D), com paralisação total de todo o Tribunal, e tantas outras novidades. Pretendemos que através de nosso esforço e dedicação possamos perpassar por todos os elementos do programa da qualidade; servidor – organização – usuário, esperando por dotar nosso Tribunal dos atributos tão decantados em prosa e verso; melhor eficiência, eficácia e efetividade. Este resultado dependerá de cada um de nós. Aceitamos o desafio ou continuamos na velha máxima: deixa estar para ver como é que fica? A mudança depende de cada um!” Pode-se perceber que a atual administração, assumindo um compromisso formal de prestar uma jurisdição eficiente e acessível ao cidadão, vem empreendendo grandes esforços para dar uma resposta transparente ao consumidor final da prestação jurisdicional. 7.8 AÇÕES DE MELHORIA IMPLEMENTADAS NO TRF DA 4ª REGIÃO Em entrevista com o responsável pelo Escritório da Qualidade, o Sr. José Carlos Bonato, pôde-se conhecer algumas ações de melhoria implementadas. São vários os projetos voltados para a qualidade dos serviços e informações prestados. A Secretaria de Registros e Informações Processuais (SRIP) e a Divisão de Cadastro e Lotação de Pessoal (DICAP) foram as primeiras unidades-piloto que deram início aos trabalhos. Procurou-se destacar os projetos de maior relevância, pela amplitude na busca de melhoria. São eles: 1) EDI – Envio Eletrônico de Documentos O EDI (Eletronic Data Interchange) é um sistema desenvolvido no TRF da 4ª Região com o objetivo de agilizar a elaboração e distribuição de textos referentes a processos judiciais, tendo como princípio: “A padronização eletrônica como fator de agilização no processamento de documentos”. Inicialmente o sistema solicitado deveria permitir o envio eletrônico de matérias para a Imprensa Nacional. Ao analisar o tipo de documento enviado, verificou-se que os geradores principais eram os gabinetes de Juízes e que estes mesmos textos eram enviados para outros setores do Tribunal. Tentou-se, então, vislumbrar um sistema mais completo que evitasse o retrabalho. Quando o processo chega na Secretaria de Registros e Informações Processuais (SRIP), seus dados são cadastrados no Sistema de Acompanhamento Processual (SIAPRO). Posteriormente os processos são distribuídos aos juízes, que poderão acessar os dados dos processos previamente digitados na SRIP, diretamente através do EDI. O EDI possui modelos-padrão para os vários tipos de textos (acórdãos, votos, despacho etc.). Estes textos são enviados eletronicamente para as Secretarias das Turmas, que através de uma outra rotina elaboram os boletins/expedientes para o envio eletrônico diretamente à Imprensa Nacional. Os boletins de acórdãos ao serem publicados também são enviados para a Coordenadoria de Jurisprudência, eliminando a redigitação das ementas (sínteses) para atualização do sistema JURIS (sistema destinado a pesquisa de jurisprudência). A seguir, veio o Mutirão e os Juízes convocados também passaram a fazer parte deste projeto. Gerou-se um sistema que permite que os Juízes levem o esboço do texto para as Varas de Origem ou suas residências já com as partes atualizadas dos processos nos cabeçalhos. Por fim, estendeu-se o sistema até o Arquivo-Geral que recebe eletronicamente os textos, efetuando a atualização do sistema existente no local, dispensando as cópias que os gabinetes enviam e a conseqüente digitalização das mesmas. Durante pouco mais de um ano de implantação do sistema, verificouse um grande benefício para a agilização da prestação jurisdicional. O Tribunal foi, então, convidado a participar de um evento de Qualidade no Judiciário, em setembro de 2000, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, onde mostrou-se os resultados obtidos até hoje, como por exemplo: o projeto já permite a consulta por qualquer palavra do texto para o gabinete de origem. Pretende-se que o sistema esteja mais integrado SIAPRO permitindo a geração automática do Resumo da Pauta de Julgamentos e a troca de votos entre os gabinetes da Turma/Seção antes do julgamento. O EDI possibilitará a junção de todas as partes integrantes do processo (inteiro teor), para que depois de publicados, todos estes conteúdos estejam disponíveis para os usuários do TRF e também às partes interessadas, através da Internet. 2) Projeto Mutirão 2000 O Presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, juiz Fábio Bittencourt da Rosa, abriu o ano judiciário de 2000 com uma sessão do Pleno realizada na sede da corte, em Porto Alegre, no dia 1° de fevereiro. No mesmo dia, foi implementado o projeto de Mutirão no qual 22 juízes da Primeira Instância foram convocados para atuar no tribunal. O objetivo do esforço concentrado foi enfrentar o principal desafio estabelecido pela administração para o ano forense de 2000 e reduzir o número de processos que aguardam julgamento no TRF. Sendo previsto o julgamento pelos magistrados convocados de 40 mil ações até dezembro. No primeiro mês de trabalho, enquanto ainda “ajeitavam as engrenagens” da força-tarefa e começavam a analisar os casos, os 22 juízes decidiram 720 demandas. O presidente do Tribunal explicou que o projeto deveria acabar com o estoque de casos com mais de dois anos. Para 2001, segundo ele, a intenção é o julgamento de processos que entraram na corte em um prazo de três a seis meses. O juiz lembrou que a procura pelo tribunal sofreu acréscimo de 700% entre 1989 – quando foi instalado – e 1999 e que cada juiz é responsável por aproximadamente 5 mil feitos ao ano. O Mutirão decidiu 38.591 ações, ajudando a reduzir em 24,44% o número de processos pendentes de julgamento no Tribunal. Diante do resultado positivo, foi prorrogado o esforço concentrado implantado no ano 2000. Para isso, foram convocados oito juízes federais de primeira instância da Justiça Federal para atuar em função de auxílio no tribunal até o final de junho de 2001. 3) Projeto de Reciclagem de Materiais do TRF da 4ª Região O Projeto de Reciclagem de Materiais foi lançado oficialmente em 3 de outubro de 2000, visando: % contribuir no combate ao desperdício através da coleta e reciclagem de materiais insersíveis para o Tribunal que possam ser destinados à permuta por outros materiais com terceiros; % aprimorar o recolhimento do lixo disciplinando os procedimentos relativos à separação, acondicionamento, coleta e armazenamento deste lixo. O Tribunal, desde então, preocupado com este assunto, promoveu palestras aos servidores e juízes realizadas pela Empresa Vida Desenvolvimento Tecnológico, a fim de sensibilizar e conscientizar para a reciclagem de materiais insersíveis. Para que se tornassem viáveis os processos de reciclagem e permuta de materiais, foram necessárias alterações na Instruções Normativas do Lixo Orgânico e Reciclável e do Desfazimento de Materiais. Com a aprovação e publicação das referidas Instruções Normativas criou-se o Projeto-Piloto na Secretaria de Organização e Métodos do TRF, para que seus dados e experiência servissem de base para a Comissão de Reciclagem de Materiais. A comissão foi responsável pela divulgação e conscientização acerca da necessidade de se reciclar nosso lixo (folders, rede, mural, marketing direto), avaliar a sistemática implantada, monitorar os resultados e dotar o Tribunal de infra-estrutura necessária. Foi de muita valia a parceria estabelecida com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), que, por sua vez, colaborou no treinamento do pessoal da limpeza. A partir de agora o Tribunal colabora com a Coleta Seletiva do DMLU graças à adequada separação do seu lixo. Antes, grande parte de lixo gerado pelo Tribunal era descartado sem nenhum cuidado na separação, ou seja, lixo orgânico e seco eram misturados e tinham o mesmo destino. Não havendo a adequada separação, ocorria um desperdício considerável de materiais. Agora, o Tribunal dispõe de infra-estrutura que permite a separação do lixo seco do orgânico e ainda do material destinado à permuta (papéis e cartuchos). As lixeiras estão com sacos coloridos para diferenciar o lixo seco (verde) do lixo orgânico (laranja) e foram disponibilizados caixas para receber os papéis para permuta. Os sacos dos lixos dos banheiros permanecem com a cor preta. Os sinalizadores (adesivos) estão a indicar e orientar os servidores e pessoal da limpeza. Há definição de local para o armazenamento dos diferentes tipos de descarte de material no subsolo do Prédio Sede, e ainda, o pessoal da limpeza está devidamente treinado para o adequado recolhimento nas unidades dos três prédios que inicialmente foram implantados. Graças à inestimável colaboração dos monitores – servidores designados para atuar como elo de ligação de cada unidade com a Comissão – foi possível alcançar o sucesso neste Projeto. Coube aos monitores receber o “kit permuta” (Instrução Normativa, adesivos, folders, caixa para permuta) e transmitir ao restante dos colegas os novos procedimentos para a adequada separação do lixo. Os servidores e juízes estando sensibilizados e conscientizados para os benefícios econômicos, sociais e ecológicos decorrentes desta iniciativa ainda orgulham-se do fato de fazerem parte de uma organização que está contribuindo para o bem-estar das futuras gerações. Total de papéis destinados a reciclagem no período de 11/10/2000 a 14/03/2001: $ Papel branco, papelão e papel jornal – 18.543 Kg. O volume recolhido evitará a derrubada de 408 árvores, além de gerar uma economia de 1,81 milhão de litros de água e de 46 mil kilowatts-horas de energia elétrica. 4) Programa de Gestão Documental A Resolução 217/99, de 22 de dezembro de 1999, do Conselho da Justiça Federal disciplina o Programa de Gestão de Documentos da Administração Judiciária da Justiça Federal de 1° e 2° Graus. O Programa de Gestão Documental foi lançado oficialmente na 4ª Região em 11 de setembro de 1999 no Auditório da Seção Judiciária do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Conforme declarou a Diretora da Divisão de Arquivo-Geral, o programa trata da racionalização na produção de documentos e sua classificação por assunto de acordo com a tabela de temporalidade. Consiste em adotar critérios técnicos e legais que ofereçam uma alternativa de redução das massas documentais acumuladas. No TRF, o piloto regional, concentra-se, inicialmente, na Diretoria de Recursos Humanos, mais especificamente na Divisão de Cadastro de Pessoal. 5) Projeto TRF Vida Legal - Programa ‘5S’ O projeto denominado Programa “TRF Vida Legal” faz parte das atividades previstas no PGQ/TRF-4ªR - Plano de Gestão pela Qualidade do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, e foi regulamentado pela portaria n° 55 de 07/03/2001. É um programa que tem como princípios: % a participação; % a valorização da equipe; % incentivo à colaboração e % a motivação. O Programa “TRF Vida Legal” tem como principais objetivos: % melhorar o ambiente de trabalho; % melhorar a imagem da instituição; % aproveitar melhor os recursos; % reduzir os desperdícios; % aumentar a segurança; % melhorar a Qualidade de Vida no Trabalho. O Programa tem como referência a filosofia e a metodologia de implantação das práticas dos sensos do Programa ‘5S’, descritos a seguir: 1° S – Senso de Utilização/Descarte 2° S – Senso de Organização 3° S – Senso de Limpeza 4° S – Senso de Saúde/Higiene 5° S – Senso de Auto-Disciplina Resultados esperados: Benefícios ao ser humano: % Oportunidade de participação; % Motivação/Integração do grupo; % Iniciativa e criatividade; % Melhor satisfação em executar tarefas; % Disciplina de hábitos; % Redução de riscos de acidentes e doenças ocupacionais; % Melhoria das condições físicas no local de trabalho. Benefícios à organização: % Estímulo à administração participativa; % Melhoria do moral dos colaboradores; % Prevenção de acidentes; % Prevenção de paradas e quebras de equipamentos; % Redução de custos e maior produtividade; % Melhoria contínua da qualidade; % Melhoria da imagem. Benefícios à comunidade: % Estímulo à mudança de valores; % Melhoria de produtos e serviços; % Diminuição de desperdícios; % Aproveitamento de energia; % Aplicação no lar. O dia 30 de março de 2001, data de aniversário da criação do Tribunal, foi designado como o Dia do Descarte (Ver anexo D). Nesse dia todas as atividades foram paralisadas, havendo somente um plantão judiciário para atendimento de casos urgentes. Resultados do Descarte: Papéis descartados e entregues a Instituições beneficentes .. 14.324 Kg Materiais/equipamentos do Permanente relacionados para conserto 75 itens Materiais relacionados/encaminhados para o Arquivo-Geral 360 itens Materiais de Informática encaminhados à Diretoria de Informática 938 itens Materiais do Permanente disponibilizados no Banco de Trocas . 121 itens Materiais de consumo a serem devolvidos ao Almoxarifado 17.436 itens Materiais do Permanente a serem devolvidos ao Almoxarifado 21 itens Total de itens das transações efetuadas 18.951 Foi decisiva a participação de todos os funcionários para o excelente resultado obtido. As atividades do dia 30 foram consideradas como marco inicial para uma das práticas dos sensos do Programa ‘5S’, pretendendo-se dar continuidade ao Programa ao longo do tempo. 6) Projeto para Prevenção de LER/DORT – Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, engajado no movimento da Qualidade e sensível aos efeitos que podem decorrer das atuais inovações tecnológicas, elaborou projeto com o objetivo de prevenir as LER/DORT – doenças que atingem músculos, tendões e articulações dos membros superiores e, eventualmente, dos inferiores e da coluna vertebral, tendo relação direta com as exigências das tarefas e com os ambientes físicos do trabalho. O Tribunal contratou os serviços dos profissionais da empresa Atitude – MV Consultoria e Assessoria em Higiene Ocupacional, que, desde de março/2001, vem desenvolvendo atividades informativas, pesquisa sobre as condições físico-ocupacionais e programas preventivos de LER/DORT, realizando palestras sobre o tema e exames médico-ocupacionais, envolvendo todos os setores do TRF. A empresa que irá desenvolver as referidas atividades no Tribunal é composta por equipe interdisciplinar, constituída por Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança no Trabalho, Fisioterapeutas, Psicólogo e Terapeutas Ocupacionais, dentre outros profissionais. O TRF da 4ª Região, contando com a participação de Magistrados e Funcionários, espera que o Projeto LER/DORT alcance o êxito desejado, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos profissionais desta Instituição. 7) Juizado Especial e Vara Especializada da Justiça Federal Os juizados especiais prevêem o julgamento de ações com demandas inferiores a 100 salários mínimos. A idéia é que esses processos tenham julgamento rápido e, ao mesmo tempo, haja redução da sobrecarga dos tribunais, inclusive do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que resultará em ganho de qualidade para o Judiciário. Atualmente, 80% das causas têm valores inferiores àquele valor. “Vamos atender mais rapidamente quem mais precisa”, afirmou o ministro Costa Leite, do STJ. No que se refere a Varas Especializadas, segundo o Presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, juiz Fábio Bittencourt da Rosa, a criação da Vara Especializada do Sistema Financeiro da Habitação tem como objetivo agilizar os serviços da Justiça. “Aqui, os juízes vão poder atuar em um ramo específico do Direito, conhecendo toda a legislação”, declarou. % Juizado Especial Federal Previdenciário Entrou em operação em 1° de setembro de 2000 o Juizado Especial Previdenciário. A novidade objetiva facilitar e tornar mais rápido o atendimento a aposentados e pensionistas da Previdência Social que têm processos tramitando na 3ª Vara Federal Previdenciária, em Porto Alegre. O novo órgão deverá desafogar a Justiça de 1ª instância, reduzindo para três meses o tempo atual de tramitação estimado em mais de três anos, aproximadamente. O Juizado Especial ficará encarregado de analisar os pedidos de benefícios assistenciais, auxílios-doença e aposentadorias que não excederem em um período de 12 meses, a cifra de R$ 5.180,25. O advogado deverá encaminhar o processo ao protocolo central do Tribunal Regional Federal (TRF) e, caso se enquadre nos critérios, será notificado de que o trâmite ocorrerá no Juizado Especial. A audiência deverá ser marcada para até 60 (sessenta) dias. Um processo de pedido de auxílio-doença, por exemplo, que hoje leva cerca de dois anos para ser julgado, poderá ser acordado em duas audiências. A vantagem principal será o desafogamento da Justiça – 60% dos processos previdenciários envolvem valores de até R$ 6 mil. O Juizado Especial Previdenciário funciona no prédio da 3ª Vara Federal Previdenciária da Justiça Federal de Porto Alegre, localizada na Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, número 600. % Vara Especializada no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) Em iniciativa inédita no Brasil, foi inaugurada no dia 30 de novembro de 2000 a Vara Especializada no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), localizada no 15° andar da Avenida Vicente Machado, número 84, no centro de Curitiba(PR). De acordo com o presidente do Tribunal, a capital paranaense foi escolhida para ser sede da vara por concentrar um número bastante grande de ações contra o Sistema Financeiro na região Sul. A Vara do Sistema Financeiro da Habitação já começou a funcionar assumindo 5.629 processos referentes a questionamentos judiciais de mutuários do SFH, da Caixa Econômica Federal (CEF), que tramitavam em onze varas federais cíveis de Curitiba. 8) Eventos de sensibilização para a Qualidade: Dentro da proposta de levar o máximo de conhecimento sobre a Gestão pela Qualidade Total (GQT) a todos os servidores do Tribunal, foram realizados sete eventos voltados à sensibilização e vinte voltados para treinamento e aperfeiçoamento, onde participaram 485 servidores, o que significa que, aproximadamente, 55% do quadro teve participação em pelo menos um dos eventos desta natureza. Cerca de 140 servidores participaram da Palestra “O Sucesso Pessoal e os Caminhos da Qualidade” promovida pelo Escritório da Qualidade em parceria com da Divisão de Recrutamento, Seleção e Aperfeiçoamento, ministrada pelo Professor Antonio Celso Weber (Economista, Consultor de Empresas, Empresário e Professor Universitário). A Palestra “Qualidade Total na Administração Pública” reuniu 142 magistrados da 4ª Região e foi realizada durante um Encontro de Juízes, em Santa Catarina, coordenado pela Comissão de Estudos e Cursos. 9) Projeto: “Retorno de processos por erro de Registro e Autuação” Fase Inicial (monitoramento antes das ações): Com foco direcionado para o aprimoramento contínuo de seus serviços, foi realizado um projeto visando à redução das retificações, em que o índice de erros atingiam 18,3% dos processos cadastrados nessa SRIP. Para esta tarefa, a equipe elaborou e analisou o fluxograma do processo de registro e autuação, constatando que o retorno para retificações ocorriam principalmente por ocasião da emissão dos comandos (etiquetas com nomes das partes nas capas dos processos), que respondia por 84,5% do total de erros apontados. Em seguida, foi efetuado um levantamento a partir de uma amostragem de 7.166 processos para identificar e quantificar os tipos ou categorias de erros na emissão dos comandos que mais contribuiam para a formação daquele índice. Os resultados foram estratificados em uma tabela de erros. Ao verificar que a maior incidência de erros ocorria no cadastramento do nome das partes, a equipe relacionou as causas mais prováveis, sendo a principal o fato de o nome das partes constar nos documentos do processos com diferentes grafias, ocasionando divergências e conseqüentemente erros. Identificação do Problema: - Alto percentual de erros detectados na conferência. Principais Causas: - Preenchimento dos comandos; - Erros de digitação. Meta: - Reduzir em 50% os erros na emissão de comandos até dezembro de 2000. Ações: - Padronização no preenchimento dos comandos; - Confecção de um manual explicativo a respeito dos procedimentos adotados na secretaria por ocasião do cadastramento; - Balanceamento do Fluxo de trabalho. Resultado após ações: Redução de 54% no percentual de retificações. 10) Projeto: “Melhoria do atendimento ao usuário do balcão da Secretaria de Registro e Informações Processuais” Fase Inicial (monitoramento antes das ações): A equipe realizou uma pesquisa dirigida a advogados e procuradores, a fim de mensurar a sua satisfação em relação ao seguintes serviços: protocolo de petições e recursos, informações processuais e recebimento de documentos. No instrumento foram considerados os aspectos que mais influenciaram o indicador de satisfação, tais como: agilidade durante o atendimento, domínio do serviço prestado, atenção e cordialidade do atendente e clareza na informação. 3% 28% 69% Muito Bom Bom Regular Figura 9: Resultado da Pesquisa na SRIP Fonte: Escritório da qualidade do TRF – 4ªR Identificação do Problema: - Baixo percentual (%) de conceito “Muito Bom”. Principais Causas: - Localização; - Lay-out; - Número de pessoas no atendimento – balcão e telefone. Meta: - Atingir e manter o índice de satisfação “Muito Bom”, em 80%. Ações: Foram computadas 207 críticas e sugestões que serviram de base para a definição de ações para corrigir as falhas e ações, dentre estas, destacamse: - Colocação de mais uma pessoa para atender ao telefone; - Mudança de lay-out; - Instalação de mais um microcomputador; - Instalação de mais um telefone; - Cafezinho para os clientes; - Confecção de um folder informativo sobre as diversas formas de consulta ao TRF. - Realização de Pesquisa de Satisfação dos usuários: 2% 11% Muito Bom 87% Bom Regular Figura 10: Resultado após ações Fonte: Escritório da Qualidade do TRF – 4ªR 11) Projeto: “Disque-Processo” Fase Inicial (monitoramento antes das ações): 3% Desconheço 17% 24% 56% Atende à necessidade Nem sempre disponível Difícil de operar Figura 11: Funcionamento do Sistema Disque-Processo. Fonte: Escritório da Qualidade do TRF – 4ªR Identificação do Problema: - Baixo índice de ligações completadas com sucesso (55%). Principais Causas: - Nem sempre disponível; - Desconhecimento do sistema pelo usuário; - Difícil de operar. Meta: - Obter o índice de 80% de ligações completadas até dezembro de 2000. Ações: - Realização da pesquisa na Seção Judiciária de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul a respeito da utilização do DisqueProcesso; - Contatar empresa fornecedora para solicitar assistência técnica conforme contrato; - Rever árvore de voz para possibilitar mais alternativas; - Desenvolver folhetos explicativos; - Promover palestras para esclarecer os servidores do TRF. Fase Atual (monitoramento após as ações): Em andamento. Um grupo de trabalho vem desenvolvendo junto à Diretoria de Informática um projeto de melhoria no sistema Disque-Processo, com o objetivo de aperfeiçoá-lo, tornando-o mais conhecido e acessível aos seus usuários. 12 Projeto: “Diminuir o tempo de remessa dos processos à Origem e Tribunais” Fase Inicial (monitoramento antes das ações): - Tempo médio de processos baixados em 1998 – 48 horas. Identificação do Problema: - Pouco espaço físico para estocar os processos. Principais Causas: - Método de empacotamento manual muito demorado; - Demora na procura do CEP (Código de Endereçamento Postal); - Custo elevado de material. Meta: - Diminuir em 50% o tempo de expedição de processos até março de 1999. Ações: - Mecanizar o processo de empacotamento através da aquisição de uma máquina Arqueadora para embalar processos; - Incluir o código do CEP nas Guias de Remessa, através de solicitação ao setor de Informática. Resultado após ações: - Tempo de expedição dos processos em 1999: 24 horas. 7.9 PESQUISA DE SATISFAÇÃO REALIZADA NAS DEPENDÊNCIAS DO TRF PELO ESCRITÓRIO DA QUALIDADE Período: 06 a 10 de novembro de 2000. Universo: Clientes externos que utilizam os serviços do Tribunal. Amostra: 670 clientes, sendo: % 489 representantes de empresas de advocacia; % 70 representantes da União, autarquias e empresas públicas; % 70 representantes de partes; % 41 não quis se identificar Itens avaliados sobre o Tribunal: % Número de vezes que o usuário vem ao TRF; % Meios de consulta de processos; % Grau de dificuldade em localizar um processo; % Opinião quanto ao tempo de tramitação dos processos; % Grau de satisfação com os serviços prestados pelo TRF. Unidades avaliadas: % Precatórios % Contadoria % Gabinetes % Arquivo-Geral, Biblioteca e Jurisprudência % Secretaria de Recursos % SRIP % Secretaria do Plenário e Turmas % Recepção % Terminais de atendimento Um a 50 44,9 Duas 40 30 % 17,3 20 10 12,4 Três ou quatro 16,6 8,7 Mais de quatro 0,1 0 Não costuma vir todos os m eses Figura 12 - Número de vezes por mês que os usuários vêm ao TRF Fonte: Escritório da Qualidade do TRF-4ªR 68,4 70 Internet 62,8 Terminal 60 Balcão 50 39,0 Telefone 40 % 30 Renpac 23,9 SIJ 20 10 1,5 0,7 2,4 Outros* 0,7 Não sabe/Não respondeu 0 Figura 13: Meios de consulta a processos Fonte: Escritório da Qualidade do TRF-4ªR Multiplicidade de respostas Outros*: notas de expediente, outra pessoa (estagiário, juiz, advogado), lista, INSS, notas recebidas no escritório e informações judiciárias. 60 53,1 50 Muito difícil Difícil 40 29,1 Nem fácil nem difícil % 30 Fácil 20 10 10,4 1,0 5,2 0 Figura 14: Localização de processos Fonte: Escritório da Qualidade do TRF – 4ªR Muito fácil 1,0 Não sabe/Não respondeu 50 45,5 45 40 35 27,5 30 24,0 % 25 20 15 10 5 0,9 0 Muito longo Longo Apropriado Curto Muito curto 0,3 1,8 Figura 15: Tempo de tramitação de um processo Fonte: Escritório da Qualidade do TRF-4ªR 70,0 70 Totalmente Satisfeito 60 Satisfeito 50 Nem satisfeito, nem insatisfeito 40 % 30 Insatisfeito 16,3 20 10 10,1 Totalmente insatisfeito 2,7 0,4 0,4 Não utiliza o serviço/Não respondeu 0 Figura 16: Serviços prestados pelo TRF Fonte: Escritório da Qualidade do TRF-4ªR Não sabe/não respondeu % Opinião sobre os obstáculos para uma prestação jurisdicional mais eficiente Obstáculo Citações Volume de ações judiciais em trâmite / Elevado número de processos / Quantidade de processos em relação ao Número de Juízes / Muitos recursos Há falta de pessoal Poucos magistrados Demora dos julgamentos no 2º grau de jurisdição Desproporção entre os quantitativos de magistrados Desproporcional número de processos Falta de espaço Criação de varas federais Mal atendimento Horário de atendimento ao público Estrutura defasada em relação à demanda Ações originadas dos planos econômicos deveriam ser definitivas Não se deter unicamente em processos de massa Estabelecer uma cota de processos de massa e uma cota para processos com matérias diversificadas para julgamento e publicação. Sistema recursal inadequado no tocante à recorribilidade iCriação l do ó TRF i para o Paraná Não sabe/Não respondeu % 8 36,4 4 3 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 18,2 13,6 9,1 9,1 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 1 1 6 4,5 4,5 27,3 Nota: Diferenças entre os totais e a soma das parcelas são provenientes do critério de arredondamento. % Conceito atribuído à imagem do TRF - 4ª junto à sociedade Ótimo – 9,1% Bom – 81,9% Regular – 4,5% Não sabe/não respondeu – 4,5% Base: 20 respondentes % Motivos para a atribuição dos conceitos ótimo e bom: Motivo Citações % Celeridade dos julgamentos/agilidade nos andamentos processuais 3 15,0 A ansiedade por ver um processo próprio com trâmite rápido, quando há 2 10,0 interesse, causa insatisfações pelo decurso do prazo/aos jurisdicionados interessa seu caso individual O TRF presta jurisdição honesta / justa 2 10,0 Esperamos maior rapidez 1 5,0 Seriedade dos julgamentos 1 5,0 Julgamentos em conformidade com os ditames da Lei maior e Tribunais 1 5,0 Superiores A população não faz distinção entre justiça comum e justiça federal. 1 5,0 As opiniões negativas decorrem de notícias/opiniões veiculadas nos órgãos 1 5,0 de imprensa de caráter geral em relação ao judiciário Maior inserção na mídia, fato que disponibiliza à sociedade um contato 1 5,0 próximo com a realidade no Tribunal Nunca ouvi comentários que desabonasse a imagem do TRF - 4ª 1 5,0 O TRF presta jurisdição imparcial 1 5,0 Repercussão positiva da atuação do TRF 1 5,0 Grande maioria dos jurisdicionados tem seu pleito atendido 1 5,0 Presteza 1 5,0 O TRF tem acompanhado o desenvolvimento da opinião pública e mantém1 5,0 se na vanguarda das posições sócio-econômicas Não sabe/Não respondeu 6 30,0 * Multiplicidade de respostas % Motivo para a atribuição do conceito regular: Falta de agilidade 7.10 A DIVISÃO DE ARQUIVO-GERAL A Divisão de Arquivo-Geral está subordinada à Secretaria de Documentação do Tribunal e compõe-se de três seções: SECRETARIA DE DOCUMENTAÇÃO SEÇÃO DE ATENDIMENTO AO USUÁRIO DIVISÃO DE INF. E APOIO À PESQ. SEÇÃO DE DOUTRINA SEÇÃO DE LEGISLAÇÃO DIVISÃO DE ARQUIVO-GERAL SEÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA SEÇÃO DE ACÓRDÃOS SEÇÃO DE DOCUM. ADM. E PROCESS. SEÇÃO DE DOCUM. HIST. E ESPECIAIS Figura 17: Organograma da Secretaria de Documentação Fonte: Secretaria de Organização e Métodos do TRF-4ªR % Seção de Acórdãos Fornece cópias de íntegras de acórdãos do TRF4 publicados no Diário da Justiça da União (DJU). % Seção de Documentos Administrativos e Processuais Empresta e fornece cópias de processos administrativos, processos judiciais da competência originária do TRF4, precatórios, memoriais e documentos administrativos. % Seção de Documentos Históricos e Especiais Organiza a memória institucional, disponibilizando para consulta e/ou duplicação autorizada, atas, atos, boletins internos, cerimoniais, curriculum vitae, discursos, regimento interno, relatórios anuais, súmulas, processos, notas taquigráficas e fitas de áudio das sessões de julgamento, recortes de jornais, folders, fitas de vídeo, fotografias, negativos, convites e materiais de divulgação de cerimônias de posses, cursos, palestras e informações históricas do TRF4. Em 22 de junho de 1998, após a fase preparatória para implantação da GQT, a Diretora da Divisão de Arquivo-Geral, Lilian Motta, representando toda a sua equipe, assinou o termo de adesão n° 1 do TRF-4ª Região. A adesão da DIARG ao PGQ/TRF-4ª Região, conforme Lilian, decorreu do consenso do grupo, após um trabalho preparatório onde foram desenvolvidas algumas atividades preliminares de sensibilização com temas importantes para a introdução da metodologia da Qualidade, como “mudança de paradigmas”, “foco no cliente”, “gestão baseada em fatos de dados” e “desenvolvimento de pessoas”, entre outros. “A implantação do programa se deu a partir da disposição do grupo, o que considero fundamental para o desenvolvimento do trabalho”, afirmou Lilian. “Assim, posso apontar como um primeiro e muito importante sinal de mudança a existência do comprometimento do grupo. Isto traz conseqüências diretas na rotina da Divisão; grupo comprometido é grupo atento, mobilizado e, conseqüentemente, resulta no crescimento do trabalho”. Em setembro e novembro de 1998 foram realizadas duas pesquisas de satisfação dos Usuários da Divisão de Arquivo-Geral, quando os resultados apontaram índices de satisfação de 89,5 e 94,6, respectivamente. ♦ OBJETIVOS ♦ PRIMEIROS RESULTADOS ♦ Conhecer o grau de satisfação e de expectativas dos usuários do Arquivo-Geral com relação aos serviços oferecidos pela DIARG. ♦ Analisar e propor medidas a serem adotadas no sentido de atender as reivindicações do público. Período das pesquisas Satisfeito ' ☺ Parcialmente satisfeito 89,5% 6,9% 3,6% 94,6% 4,5% 0,9% 1ª pesquisa (14 a 25/09/98) 2ª pesquisa (03 a 30/11/98) " & Insatisfeito ! ( Figura 18: Pesquisa de Satisfação. Fonte: Documentos da Divisão de Arquivo-Geral do TRF-4ª. Considerando tais resultados, pretendeu-se atuar sobre os fatores que definem como parcialmente satisfeitos e insatisfeitos. Para obtenção destes índices, foi considerado o resultado da avaliação do atendimento telefônico, precisão das informações, rapidez e agilidade e tratamento recebido. 7.11 GRAU DE SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DA SEÇÃO DE ACÓRDÃOS DO ARQUIVO-GERAL Considerando-se que a Divisão de Arquivo-Geral foi a Adesão n° 1 ao Programa de Qualidade implementado no Tribunal, decidiu-se realizar uma pesquisa de satisfação de seus usuários, mais especificamente os usuários da Seção de Acórdãos que solicitam cópias de acórdãos diretamente no balcão de atendimento, atendendo a um dos objetivos deste trabalho. Optou-se em pesquisar a satisfação dos usuários da Seção de Acórdãos, porque é o local onde termina a tramitação processual, no que se refere à disponibilização das decisões proferidas no Tribunal, pois o acesso dos clientes ao Diário da Justiça da União, onde são publicados os acórdãos, é um pouco restrito, levando-os a procurarem as decisões diretamente no Arquivo-Geral. Interposição de ações junto a Justiça Federal de 1º Grau Processos recebidos na SRIP* do Tribunal com interposição de recursos Distribuição automática (por computador) aos gabinetes de Juízes Inclusão em Pauta de Julgamento na Secretaria de Turma, por determinação do Juiz Processo encaminhado à Seção de Julgamento Após julgamento, retorno dos processos ao Gabinete para serem lavrados os acórdãos Processos recebidos na Secretaria de Turma para baixa com acórdãos Acórdãos remetidos ao Arquivo-Geral para arquivamento e disponibilização aos clientes Processos baixados à Vara de Origem para cumprimento da decisão Figura 19 – Fluxograma simplificado da tramitação processual Fonte: Elaborado pela autora * Secretaria de Registros e Informações Processuais Inicialmente, foi feito um roteiro de entrevista (Ver anexo E) aplicada em profundidade, realizada em duas tardes, durante o horário de expediente, sendo entrevistadas dez pessoas. Dessa maneira, foi possível entrevistar representantes de usuários do Arquivo-Geral. As referências entre aspas são transcrições literais de alguns entrevistados. A pergunta filtro utilizada no roteiro de entrevista foi: “O que você considera importante nos serviços prestados pela Seção de Acórdãos do Arquivo-Geral do TRF da 4ª Região?” Para a maioria dos respondentes, uma melhor localização, bom atendimento e o preço são os atributos mais importantes para sua satisfação. Com relação especificamente às instalações, constatou-se que os clientes valorizam os seguintes aspectos: % “Com relação à localização é importante salientar que seria ideal que o Arquivo-Geral ficasse junto ao prédio-sede”; % “Há necessidade de haver estacionamento, pois quase nunca há lugar para estacionar nas vias próximas; % “Acho o Arquivo-Geral meio escondido, teria que ter uma identificação melhor que chamasse mais atenção, talvez um letreiro maior”. No que se refere ao preço, os respondentes consideram importantes os seguintes aspectos: % menor preço; % pagamento deveria ser no local de atendimento e não junto à Caixa Econômica Federal como o é; % cortesia até dois acórdãos. Quanto ao atendimento, o usuários entrevistados valorizam, principalmente: % atendimento personalizado, atenção e interesse do funcionário para com o cliente; % cordialidade, presteza e empenho em solucionar o pedido do cliente; % rapidez no atendimento ao balcão. Pontos Fortes % Atendimento rápido, seriedade e responsabilidade dos funcionários; % Várias formas para solicitar acórdãos: balcão; fax, e-mail e telefone (para pessoas de outras localidades). Pontos Fracos % Preço da cópia muito caro (R$ 0,30, simples e R$ 0,40, autenticada), pois muitos acórdãos possuem em torno de 20 páginas ou podem chegar até 100, neste caso, as ações de inconstitucionalidade; % As instalações são insuficientes, falta espaço. Às vezes, os clientes aguardam do lado de fora do prédio, o que aumenta sua ansiedade pela espera; % Arquivo-Geral localiza-se em prédio distantes das Secretarias das Turmas, sendo que nestas os clientes são orientados a buscarem os acórdãos no Arquivo. Realizada a pesquisa quantitativa, serão apresentados os resultados obtidos através da aplicação de um questionário (Ver anexo F) junto a 80 clientes no mês de março de 2001. Os dados serão apresentados ao leitor por meio de tabelas e gráficos, para um melhor entendimento e visualização. Inicialmente será apresentado o perfil da amostra da população que respondeu ao questionário, levando em conta a ocupação dos respondentes e a freqüência de utilização dos serviços da Seção de Acórdãos. Em um segundo momento será analisado o grau de satisfação da empresa pelos seguintes estudos: % Grau de satisfação em relação a cada atributo; % Grau de satisfação geral por bloco. Os blocos que compuseram o questionário da pesquisa de satisfação de clientes da Seção de Acórdãos foram: % % % Bloco Localização / Instalações Bloco Preço Bloco Atendimento Tais informações foram submetidas à tabulação simples, ou seja, verificadas as freqüências de respostas de cada questão. Por fim, serão transcritos alguns comentários feitos pelos clientes na terceira parte do questionário, em uma questão aberta. 8.12.1 Resultados da pesquisa quantitativa Usuário f % Advogado/Repres.de Emp.de Advocacia 58 72 Repres.da União/Autarquia/Emp.Pública 5 6 Parte ou representante de parte 7 9 6% 13% 9% 72% Advogado/Repres.de Emp.de Advocacia Outro 10 Total 80 13 Repres.da União/Autarquia/Emp.P ública Parte ou representante de parte Outro 100 Figura 20 - Usuário Fonte: Coleta de dados feita pela autora Observa-se na Figura 20 que 72 % dos clientes que responderam ao questionário são Advogados e/ou representantes de Empresas de Advocacia. Tal resultado era esperado, uma vez que os processos dão entrada no Tribunal através de petições realizadas por advogados que acompanham a tramitação dos mesmos. U tilização de cópias f % D iá ria 22 28 S ema na l 28 35 Q uinzenal 17 21 21% 11% 5% 35% M ensa l 9 11 O utra 4 5 80 100 T otal 28% D iária Sem anal M ensal O utra Q uinzenal Figura 21 – Freqüência de utilização de cópias Fonte: Coleta de dados feita pela autora Conforme a Figura 21, nota-se que 35% dos usuários que responderam ao questionário comparecem à Seção de Acórdãos semanalmente e 28%, diariamente. O que demonstra a grande procura por acórdãos após sua publicação no Diário da Justiça da União. B loco L ocalização/Instalações A nexo à U nidade-sede do T ribunal f % M uito Insatisfeito 3 4 45% 18% Insatisfeito 20 25 Indiferente 6 8 4% 8% S a tisfeito 37 45 M uito S a tisfeito 14 18 25% M uito Insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito M uito Satisfeito T otal 80 100 Figura 22 - Anexo à Unidade-sede do Tribunal. Coleta de dados feita pela autora. Fonte: Coleta de dados feita pela autora Com base na Figura 22, verifica-se que 45% dos respondentes estão satisfeitos e 18% estão muito satisfeitos. Porém, um percentual considerável, ou seja, 25% dos respondentes estão insatisfeitos. O que demonstra que a localização do Arquivo-Geral distante das Secretarias do Tribunal causa desconforto a muitos usuários. B lo co L o calização /Ins talaçõ es E stacio nam ento f % M u ito Ins a tisfeito 24 29 Ins a tisfeito 15 19 Indifer ente 24 30 S a tisfeito M u ito S a tis feito T o ta l Figura 23 – 14 18 3 4 80 100 18% 4% 29% 30% 19% M u ito In sa tis fe ito In sa tisfe ito In d ife re n te S a tisfe ito M u ito S a tisfe ito Bloco Localização/Instalações - Estacionamento Fonte: Coleta de dados feita pela autora Conforme a Figura 23, embora a maioria dos respondentes sintam-se indiferentes em relação à deficiência de estacionamento próximo ao Arquivo-Geral, 29% manifestam-se como insatisfeitos. Tal insatisfação pode ter sido amenizada com a instalação de parquímetros nas proximidades, o que ocorreu após a realização desta pesquisa de opinião. B lo c o L o calização /Instalaçõ es Id en tificaç ão na fachad a d o p ré d io f % M u ito Insa tisfeito 3 4 Insa tisfeito 27 34 Indiferente 17 21 S a tisfeito 24 30 9 11 M u ito S a tisfeito 21% 34% 30% 4% M u ito In s a tis fe ito In s a tis fe ito In d ife re n te S a tisfe ito 11% M u ito S a tis fe ito T ota l 8 0 100 Figura 24 – Bloco Localização/Instalações – Identificação na fachada do prédio Fonte: Coleta de dados feita pela autora Pela Figura 24, pode-se observar que 34% dos respondentes estão insatisfeitos com a identificação na fachada do prédio. Isto deve-se ao fato de estar o Arquivo-Geral (ver Anexo G) localizado em salas alugadas em um prédio particular, cujo acesso às dependências da Unidade anexa do Tribunal se dá por meio de degraus uma pouco abaixo do nível da calçada, sendo às vezes considerado por clientes como subsolo. O que reflete a inadequação de sua localização. B lo c o L o calização /Instalaçõ es F u ncio nam en to d o ar co nd icio n ad o f % M u ito Insa tisfeito 3 4 3% 1% Insa tisfeito 1 1 Indiferente 2 3 S a tisfeito 33 41 M u ito S a tisfeito 41 51 41% 4% 51% M u ito In s a tis fe ito In s a tis fe ito In d ife re n te S a tisfe ito M u ito S a tis fe ito T ota l 80 100 Figura 25 – Bloco Localização/Instalações – Funcionamento do ar condicionado Fonte: Coleta de dados feita pela autora Como se pode verificar, a Figura 25 demonstra que 51% dos clientes que responderam ao questionário estão muito satisfeitos e 41% estão satisfeitos. Devido ao tempo de espera no balcão de atendimento, pode-se considerar que a maioria dos clientes sentem-se confortáveis com a temperatura do ambiente. B lo co L o c alizaç ão /I n stalaçõ es C o nfo rto d as c ad eir as f % M u ito ins a tisfeito 2 3 3% 9% 9% 34% Ins a tis feito 7 9 Indiferente 7 9 45% S a tis feito 37 45 M u ito S a tisfeito 27 34 T ota l 80 100 M u ito in s a tisfe ito In s a tisfe ito In d ife re n te S a tis fe ito M u ito S a tis fe ito Figura 26 – Bloco Localização/Instalações – Conforto das cadeiras Fonte: Coleta de dados feita pela autora Percebe-se pela Figura 26 que as acomodações oferecidas aos clientes correspondem às expectativas da maioria, pois 45% dos respondentes estão satisfeitos e 34%, muito satisfeitos. Embora a maioria sinta-se satisfeita, 9% consideram-se insatisfeitos, o que pode ser resultado da pequena quantidade de cadeiras oferecidas no local para espera. B lo co L o calização /Instalaçõ es S atisfação g e ral-L o cal/Instalaçõ e s f % M u ito insa tisfeito 4 5 Insa tisfeito 14 18 Indifer ente 12 15 5% 23% 18% 15% S a tisfeito 32 39 M u ito S a tisfeito 18 23 T ota l Figura 27 – 80 100 39% M u ito in s a tisfe ito In sa tisfe ito In d ife re n te S a tisfe ito M u ito S a tis fe ito Bloco Localização/Instalações – Satisfação Geral em Relação a Localização e Instalações Fonte: Coleta de dados feita pela autora De acordo com a Figura 27, 39% classificam a localização/instalações satisfatória, enquanto 23% estão muito satisfeitos. 18% consideram-se insatisfeitos. O que demonstra que ainda deve haver melhoria no que se refere à localização/instalações em geral. B loco Preço V alor da có pia reprog ráfica f % M uito insa tisfeito 5 6 8% 36% 6% Insa tisfeito 20 25 Indiferente 20 25 25% 25% S a tisfeito M uito S atisfeito 29 6 36 8 M uito insatisfeito Insatisfeito Ind iferente S atisfeito M uito S atisfeito T ota l 80 10 0 Figura 28 – Bloco Preço – Valor da cópia reprográfica Fonte: Coleta de dados feita pela autora Fica evidenciado na Figura 28 que, embora 36% dos respondentes estejam satisfeitos em relação ao preço da cópia, 25% estão insatisfeitos. Isto se deve ao fato de ser cobrado um valor acima da média do preço de mercado, conforme manifestação de clientes, por escrito. B lo co P r eço C o rte sia a té 1 0 c ó p ia s f % M u ito insa tisfeito 3 4 In s a tis feito 2 3 4% 54% Indiferente S a tis feito M u ito S a tisfeito 7 9 24 30 44 54 T o ta l 8 0 100 3% 9% 30% M u ito in s a tis fe ito In sa tisfe ito In d ife ren te S a tis fe ito M u ito S a tis fe ito Figura 29 – Bloco Preço – Cortesia até 10 cópias Fonte: Coleta de dados feita pela autora De acordo com a Figura 29, 54% dos respondentes estão muito satisfeitos, enquanto 30% estão satisfeitos. No que se refere aos 4% muito insatisfeitos e 3% insatisfeitos, a principal razão se deve ao fato de que muitos acórdãos possuem um número considerável de páginas. B loco Preço Forma de pagamento junto à C E F f % M uito insatisfeito 20 25 Insatisfeito 23 28 Indiferente 16 20 S atisfeito 14 18 M uito S atisfeito 7 9 9% 25% 18% 20% T otal 80 Figura 30 – 28% M uito insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito M uito Satisfeito 100 Bloco Preço – Forma de pagamento junto à Caixa Econômica Federal Fonte: Coleta de dados feita pela autora Conforme a Figura 30, 28% estão insatisfeitos e 25% manifestaram-se muito insatisfeitos. Percebe-se que a forma de pagamento deverá ser avaliada, pois um número significativo de respondentes estão descontentes devido ao seu deslocamento até a Caixa Econômica Federal, o que ocorre após ser informado na Seção de Acórdãos o número de páginas dos acórdãos solicitados, tendo o cliente que retornar ao Arquivo-Geral, localizado em prédio anexo, para retirá-las. Bloco Preço Satisfação geral em relação ao Preço f % M uito insatisfeito 5 6 Insatisfeito 13 16 Indiferente 27 34 35% 9% 6% 34% Satisfeito 28 35 M uito Satisfeito 7 9 Total 80 100 16% M uito insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito M uito Satisfeito Figura 31 – Bloco Preço – Satisfação geral em relação ao Preço Fonte: Coleta de dados feita pela autora Na Figura 31, quanto à satisfação geral em relação ao preço, 35% dos respondentes estão satisfeitos, enquanto 34% consideram-se indiferentes. A maioria dos respondentes está satisfeita em relação ao preço da cópia, embora esteja acima do valor cobrado pelo mercado. B loco A tendimento Precisão das informações prestadas f % M uito insatisfeito 2 3 Insatisfeito 2 3 Indiferente 3 4 Satisfeito 37 45 M uito S atisfeito 36 45 45% 45% T otal 80 4% 3% 3% M uito insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito M uito Satisfeito 100 Figura 32 – Bloco Atendimento – Precisão das informações prestadas Fonte: Coleta de dados feita pela autora A Figura 32 apresenta um considerável índice (45%) de satisfação dos respondentes em relação ao atributo Precisão das informações prestadas, refletindo o bom desempenho das pessoas que interagem diretamente com os clientes. Bloco Atendimento Respeito e cordialidade no atendimento f % Muito insatisfeito 3 4 Insatisfeito 1 1 Indiferente 1 1 66% 28% 4% Satisfeito 22 Muito Satisfeito 53 Total 80 Figura 33 – 1% 28 66 100 1% Muito insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito Satisfeito Bloco Atendimento – Respeito e cordialidade no atendimento Fonte: Coleta de dados feita pela autora Como pode ser facilmente observado 66% das pessoas que responderam ao questionário consideram-se muito satisfeitas. Assim, percebe-se que os funcionários que atendem ao balcão estão bem preparados para as relações interpessoais. B loco A tendimento A g ilidade no atendimento prestado f % M uito insatisfeito 3 4 Insatisfeito 6 8 Indiferente 4 5 43% 5% 8% S atisfeito 35 43 M uito S atisfeito 32 40 40% 4% M uito ins atisfeito Insatisfeito Indiferente S atis feito M uito Satis feito T otal 8 0 1 00 Figura 34 – Bloco Atendimento – Agilidade no atendimento prestado Fonte: Coleta de dados feita pela autora Quando perguntados sobre a agilidade no atendimento prestado, 43% dos respondentes afirmaram que estão satisfeitos e 40% muito satisfeitos. O que é um bom desempenho, consideradas as limitações na prestação de serviço (procura manual dos acórdãos solicitados e fotocópias dos mesmos). Bloco Atendimento Tempo esperado no atend. ao balcão f % Muito insatisfeito 3 4 4% 8% 5% 40% Insatisfeito 6 8 Indiferente 4 5 Satisfeito 35 43 Muito Satisfeito 32 40 Total 80 100 43% M uito insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito M uito Satisfeito Figura 35 – Bloco Atendimento – Tempo de espera no atendimento ao balcão Fonte: Coleta de dados feita pela autora Quando perguntados sobre o tempo de espera no atendimento ao balcão, 43% declararam estar satisfeitos e 40% muito satisfeitos com o tempo esperado para serem atendidos. Este resultado reforça o posicionamento dos clientes em relação à agilidade nos serviços prestados. Bloco Atendimento Horário de funcionamento (13h às 18h) f % M uito insatisfeito 3 4 Insatisfeito 19 24 Indiferente 10 13 20% 4% 24% 13% 39% Satisfeito 32 39 M uito Satisfeito 16 20 Total 80 100 Muito insatisfeito Insatisfeito Indiferente Satisfeito Muito Satisfeito Figura 36 – Bloco Atendimento – Horário de funcionamento (das 13h às 18h) Fonte: Coleta de dados feita pela autora No tocante ao horário de funcionamento, 39% afirmaram estar satisfeitos, enquanto 20% manifestaram-se como muito satisfeitos. Porém, um índice considerável (24%) está insatisfeito. Pode-se constatar que o horário de expediente externo é reduzido (13h às 18h) em relação ao horário normal (11h às 19h). B lo co A tend im ento S atis fação g eral q uanto ao atend im en to f % M u ito insa tisfeito 2 3 Ins a tis feito 2 3 Indiferente 1 1 S a tis feito 38 47 M u ito S a tis feito 37 46 T ota l 8 0 100 46% 3% 47% 3% 1% M u ito in sa tis fe ito In s a tis fe ito In d ife re n te S a tis fe ito M u ito S a tis fe ito Figura 37 – Bloco Atendimento – Satisfação geral quanto ao atendimento Fonte: Coleta de dados feita pela autora Pela Figura 37, obteve-se bons índices de satisfação dos clientes que responderam ao questionário, pois 47% estão satisfeitos e 46% estão muito satisfeitos. Nota-se que os atendentes da Seção de Acórdãos por serem ágeis, cordiais e atenciosos resgatam uma melhor imagem do funcionário público. 149 7.11.2 Sugestões registradas nos questionários % Pagamento direto, não necessitando o deslocamento até a Caixa Econômica Federal; % Redução do preço da cópia por ser demais elevado, podendo ser dispensada a cortesia; % Serviço de cópias de acórdãos, por fax, também para Porto Alegre; % Disponibilização do inteiro teor dos acórdãos na Internet, a exemplo do Superior Tribunal de Justiça; % Obtenção de cópias de acórdãos por estagiários ou funcionários apenas com uma autorização do escritório, dispensando a exigência de Carteira da Ordem dos Advogados do Brasil ou procuração; % Estrutura do Arquivo-Geral deve ser ampliada; % Identificação na fachada do prédio deve ser mais visível; % Mais cadeiras no local de atendimento; % Horário de atendimento ampliado. Ao comparar os resultados da pesquisa de satisfação realizada pelo Arquivo-Geral no período de 03 a 30/11/98, quando 94% dos clientes entrevistados consideravam-se satisfeitos, aos resultados da pesquisa de opinião, objeto deste trabalho, realizada em março de 2001, pode-se perceber que o grau de satisfação permanece bom. Porém, foram registrados alguns anseios de alguns clientes que responderam ao questionário, demonstrando a necessidade de ser melhorada a qualidade dos serviços prestados com algumas ações de melhoria. 7.12 A VISÃO INTERNA DA JUSTIÇA FEDERAL Neste trabalho, será transcrita apenas parte do relatório final da pesquisa “A Visão Interna da Justiça Federal” apresentado pelo Conselho da Justiça Federal, que tem como objetivo geral conhecer a realidade institucional, a partir de relatos de seus membros. No que tange aos resultados, procurou-se destacar o posicionamento dos juízes da 4ª Região que participaram da pesquisa, com relevância para o presente trabalho. “Realizada no período de maio a junho de 1994, a pesquisa consiste no levantamento de pontos críticos que diminuem a efetividade da atuação da Instituição, bem como propostas de soluções para os problemas identificados, a partir de entrevistas semi-estruturadas com uma amostra estratificada de juízes federais e, num segundo momento, de uma coleta de dados mais ampla, realizada por meio de questionários enviados a todo o universo de juízes federais. A Visão Interna da Justiça Federal integra o Programa de Pesquisas sobre a Justiça Federal – 1993/1994, aprovado pelo Conselho da Justiça Federal e desenvolvido pela Subdiretoria-Executiva de Estudos, Pesquisas e Informação, do Centro de Estudos Judiciários. Há consenso entre os entrevistados acerca de quatro pontos considerados como problemas para um melhor desempenho da Justiça Federal: % Legislação (processual) inadequada; % Carência qualitativa e quantitativa humanos (juízes e servidores); % Carência de recursos materiais; % Volume excessivo de processos. de recursos O descontentamento quanto à legislação em vigor provém de um sistema processual considerado excessivamente detalhista, formalista e burocrático, que propicia um número muito alto de recursos e contribui para a morosidade na solução dos feitos. A legislação processual, especialmente a penal, não está em sintonia com a realidade e as necessidades da sociedade moderna, segundo entrevistados. Para a solução do problema da legislação inadequada, de nível normativo-processual, sugerem os entrevistados uma ampla revisão dos códigos de Processo Penal e Civil, de forma a simplificar os procedimentos e a sistemática dos recursos. A carência de recursos humanos é vista em função do volume de processos que tramitam na Justiça Federal, e percebida de duas formas: qualitativa e quantitativa. A carência de juízes, anotam, deve-se, em parte, à alta taxa de reprovação nos concursos, em função da deterioração da qualidade do ensino jurídico no País. A carência de eventos de aperfeiçoamento para juízes também é assinalada. Segundo os respondentes, o principal ponto de estrangulamento é a insuficiência numérica de juízes em relação ao volume de serviço. As soluções elencadas nas entrevistas, porém, são, em sua maioria, de implementação em âmbito interno, como a promoção periódica de eventos de atualização para juízes e servidores, e a criação da Escola Nacional de Magistratura, que amenizariam o problema da qualidade dos recursos humanos. Também a realização de estudo para determinar o número ideal de varas e quadro de pessoal (juizes e servidores) para a Justiça Federal, em função do volume de processos, é uma sugestão que pode ser concretizada pelo próprio Conselho da Justiça Federal, e que, se assim o for, poderá via a embasar projeto de Lei para ampliação de Varas e criação de cargos para a Justiça Federal. A carência de recursos materiais, no entender dos entrevistados, relacionam-se principalmente à carência de equipamentos de informática e reclamam das dificuldades de acesso a banco de dados devido à existência de poucos terminais e ao congestionamento nas linhas do PRODASEN (Centro de Processamento de Dados do Senado). O problema enunciado como volume excessivo de processos, consiste, a partir de como os entrevistados descrevem-no, no resultado da soma de vários fatores, tais como: edição de leis inconstitucionais, sucessivos planos econômicos e medidas fiscais, crise econômica e política, medidas lesivas aos interesses dos cidadãos e crise geral do sistema processual. Contudo, ressaltam os respondentes como um aspecto positivo do problema o aumento da consciência dos direitos de cidadania, inerente ao processo de democratização do País. Como se pode perceber, a solução da matriz do problema enseja medidas que ultrapassam, e muito, as possibilidades de atuação da Justiça Federal. Provavelmente por isso as propostas dos juízes, com exceção a de alteração da legislação, de forma a tornar o andamento processual mais célere, relacionam-se com a estruturação da Justiça Federal, a fim de conseguir dar vazão ao volume excessivo de processos: interiorização da Justiça Federal; especialização de varas; criação de novas varas e cargos de juiz. Essas medidas dependem, todavia, de projeto de lei para concretizar-se.” 8 ANÁLISE DO CASO O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, uma organização do Poder Judiciário, implantou em 1997 o Plano de Gestão pela Qualidade Total na busca de melhoria dos serviços prestados. Em 1999, o TRF aderiu ao Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade. Atingiu 100 pontos no Sistema de Avaliação, recebendo a Medalha de Bronze. Seu estágio de desenvolvimento gerencial foi considerado inicial. Este trabalho procurou reunir informações importantes para análise da eficácia da implantação do PGQT no Tribunal, por meio de resultados apresentados em pesquisas sobre a Justiça Federal, exibição das ações de melhoria implementadas e a realização de uma pesquisa de satisfação na Seção de Acórdãos, cuja principal função desta é disponibilizar aos clientes as decisões finais proferidas no Tribunal. 8.1 PESQUISAS APRESENTADAS ⇒ A pesquisa “Imagem da Justiça Federal na imprensa escrita” realizada pelo Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal procedeu à análise da imagem da Instituição e do grau de credibilidade da sociedade nesta. Com dados apurados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), bem como pelo DATAFOLHA, verificou-se que existe uma imagem relativamente desfavorável do Poder Judiciário junto à sociedade. Como pode se observar a opinião pública não critica uma ou outra instituição pública e sim todo um sistema, no caso o judiciário. Isto reflete que existem causas estruturais para os problemas existentes. ⇒ A pesquisa “Visão Interna da Justiça Federal” revela que há consenso entre os juízes sobre a existência de sérios problemas que dificultam a prestação jurisdicional, tais como: legislação (processual) inadequada, carência qualitativa e quantitativa de recursos humanos (juízes e servidores), carência de recursos materiais e volume excessivo de processos. Estes, portanto, podem ser considerados pontos fracos na implantação de um Plano de Qualidade Total em uma instituição pública do Poder Judiciário. Ainda que a crescente demanda dificulte a agilidade na prestação dos serviços, um aspecto positivo é a população estar mais consciente de seus direitos. Nesse contexto, a sensibilização da alta Administração do Tribunal e lançamento solene do Programa podem ser considerados como pontos fortes do Plano de Gestão pela Qualidade Total do Tribunal. ⇒ A Pesquisa de Satisfação nas Dependências do Tribunal realizada pelo Escritório da Qualidade revelou que o grau de satisfação dos clientes em relação aos serviços prestados pelo Tribunal é, em geral, muito bom. Porém, os resultados demonstram que a satisfação dos usuários referese aos serviços operacionais, tais como: meios de consulta e localização de processos, por exemplo. Quando indagados sobre o tempo de espera pelo julgamento, um número considerável de pessoas responderam que é longo ou muito longo. Esses dados revelam que um dos principais objetivos da Instituição, ou seja, a eficácia da prestação jurisdicional ainda não foi alcançado. 8.2 AÇÕES DE MELHORIA IMPLEMENTADAS NO TRIBUNAL Pelos projetos realizados, pode-se observar que existe um esforço das equipes em direção à Qualidade, pois tem-se obtido bons resultados nas Unidades que representam. Todas as ações de melhoria podem ser consideradas de grande valia, podendo-se destacar as de maior amplitude: “Projeto Mutirão 2000” e o “Programa 5S”. ➢ Projeto Mutirão 2000 - Obteve-se um excelente resultado. Foram julgados 38.591 processos como reforço nas atividades dos juízes do Tribunal, com a convocação de juízes de primeira instância para auxílio. Esta parece ser uma medida paliativa. Cada juiz do Tribunal possui em seu gabinete uma média de 5.000 processos para julgamento e os juízes de 1ª instância não ficam definitivamente no Tribunal, sendo convocados por um determinado período, pois precisam retornar às suas Varas. Assim, com a grande demanda pelos serviços do Tribunal, eventuais mutirões poderão amenizar o problema, mas a eficácia será momentânea. ➢ Programa 5S - Foi dado um destaque especial a dois sensos do Programa 5S. • Senso de utilização (Seiri): Todas as pessoas da organização tiveram a oportunidade de participar da melhoria das condições físicas no local de trabalho, com a paralisação das atividades do Tribunal por um dia, designado como o Dia do Descarte. Foram descartados 14.324 Kg de papéis e entregues a entidades beneficentes. As transações efetuadas totalizaram 18.951 itens. Pelo resultado obtido, pode-se constatar a conscientização e motivação dos participantes, o que demonstra o comprometimento das pessoas em todos os níveis hierárquicos da organização. • Senso de saúde (Seiketsu): O Tribunal elaborou um projeto com o objetivo de prevenir as LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). A Secretaria de Assistência Médica e Social do TRF está supervisionando a avaliação da saúde de funcionários e juízes, por uma equipe interdisciplinar de uma empresa contratada. Está sendo realizada uma avaliação das condições físico-ocupacionais, bem como programas preventivos de LER/DORT, com palestras sobre o tema e exames médico-ocupacionais, envolvendo todos os setores do TRF. O projeto objetiva contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos profissionais da Instituição. 8.3 PESQUISA REALIZADA Procurou-se conhecer os atributos considerados mais importantes pelos usuários da Seção de Acórdãos, os quais foram Localização/Instalações, Preço e Atendimento. Foram destacadas algumas críticas dos clientes. Localização/Instalações: $ transtornos são causados em razão de estar o Arquivo-Geral distante das Secretarias de Turmas, onde recebem informações acerca do local onde são obtidas as cópias de Acórdãos; $ desconfortável a necessidade de deslocamento até a Caixa Econômica Federal para o pagamento das cópias, tendo que retornar ao Arquivo; $ inadequação do local de atendimento, pois o espaço físico é bastante limitado, sendo necessário muitas vezes esperar no lado de fora do prédio; $ o Arquivo-Geral está meio escondido, necessitando de uma melhor sinalização para indicação do local. Preço $ valor cobrado está acima do preço de mercado. Atendimento $ agilidade, respeito e cordialidade dos funcionários, o que revelou um ponto forte no atendimento; $ as prateleiras, onde estão os Acórdãos, ficam diante do balcão de atendimento sem qualquer reserva, causando tensão nos funcionários diante dos clientes; $ fornecimento dos acórdãos por meio de fotocópias, sendo o ideal a disponibilidade das decisões via Internet. 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Tribunal Regional Federal foi criado em 1989, podendo ser considerada uma organização nova. Acompanhar a evolução social buscando a qualidade dos seus serviços tem sido um grande desafio. Ao utilizar a Gestão da Qualidade Total, o Tribunal poderá resgatar, mesmo que a longo prazo, uma imagem positiva dos serviços públicos. 9.1 CONCLUSÃO O presente trabalho apresentou como principal objetivo verificar, através de um estudo de caso, a eficácia da implantação de um Plano de Gestão pela Qualidade Total na prestação de serviços públicos, consideradas, neste caso, algumas particularidades dos serviços judiciários. As etapas de realização deste trabalho constaram de um levantamento teórico e utilização de dados qualitativos e quantitativos. Pelo levantamento realizado, pode-se concluir que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região está bem conceituado em termos de atendimento, pois as pesquisas de opinião demonstraram que os clientes estão, em geral, satisfeitos. Embora exista um problema que não se modificou na sua essência, ou seja, a demora no julgamento dos processos, o Plano de Gestão pela Qualidade Total tem contribuído bastante para a qualidade dos serviços prestados, quando se trata da eficiência do trabalho operacional. Considerando-se as limitações impostas à administração da organização, ou seja, a influência de fatores externos à organização, tais como: o número deficiente de cargos de juízes e a instabilidade econômica e social no País, o que gera grande demanda pelos serviços judiciários, o Plano de Gestão da Qualidade Total pouco tem influenciado para modificar a realidade da Instituição, quando se trata da jurisdicional. eficácia da prestação Nesse contexto, a sensibilização da alta Administração do Tribunal e lançamento solene do Programa podem ser considerados como pontos fortes do Plano de Gestão pela Qualidade Total do Tribunal. As dificuldades existentes no momento se apresentam como oportunidades de melhoria e poderão ser solucionadas à medida que houver continuidade do Programa de Qualidade. Ao realizar-se esta pesquisa, procurou-se avaliar com maior detalhe o envolvimento e motivação dos funcionários no controle e melhoria do trabalho realizado, o que ficou inviabilizado pela dinâmica das funções que exercem, ou seja, prevalece o cumprimento de normas e prazos sujeitos a regulamentos. A realização da pesquisa de satisfação, inicialmente proposta, proporcionou conhecer alguns problemas a serem resolvidos e desta forma aumentar o grau de satisfação de seus usuários. Em qualidade total nada pode ser considerado pronto e acabado. Assim, o Tribunal já deu o primeiro passo na busca por melhoria de seus serviços, o que demonstra que está atento aos anseios da sociedade. 9.2 SUGESTÕES A partir do trabalho realizado, buscou-se mencionar algumas sugestões de melhoria na tentativa de colaborar com a organização. Assim foram enumeradas aquelas que podem ser consideradas mais urgentes: % elaboração de Propostas junto ao Conselho da Justiça Federal para criação de cargos de juiz; % nomeação de funcionários; % maior investimento em informática; % manter a convocação de juízes da 1ª Instância para auxílio em caráter de mutirão; % dar continuidade à implementação de ações de melhoria, com ênfase na área judiciária do Tribunal; % instalar o Arquivo-Geral no mesmo prédio onde estão localizadas as Secretarias de Turmas; % adotar um sistema de bônus para pagamento de cópias junto à CEF com quantidade previamente estabelecida pelo cliente; % reavaliar o lay-out do Arquivo-Geral, bem como ampliar o letreiro existente na fachada do prédio; % disponibilizar o inteiro teor dos acórdãos na Internet. BIBLIOGRAFIA ALBRECHT, Karl; BRADFORD, Lawrence J. Serviços com Qualidade: a vantagem competitiva. São Paulo: Makron Books, 1992. 216p. ALMEIDA, Sérgio. Cliente, Eu Não Vivo Sem Você. 12.ed. Salvador: Casa da Qualidade, 1995. 175p. BERRY, Leonard L.; Parasuraman, A. Serviços de Marketing: competindo através da qualidade. São Paulo: Norma/Maltefe, 1992, 238p. CAMPOS, Vicente Falconi. Gerenciamento pelas Diretrizes. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG, 1996. 334p. CARLZON, Jan. A Hora da Verdade. 11.ed. Rio de Janeiro: Cop, 1994. 120p. CARR, David K.; LITTMAN, Ian D. Excelência nos Serviços Públicos: Gestão da Qualidade Total na Década de 90. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998. 334p. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da Língua Portuguesa. 3.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993, 577p. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1996. 676p. MOURA, José A. Marcondes de. Os Frutos da Qualidade: a experiência da Xerox do Brasil. São Paulo: Makron Books, 1993. 101p. MOURA, Luciano Raizer. Qualidade Simplesmente Total: uma abordagem simples e prática da gestão da qualidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997. PINHEIRO, Rodrigues. A qualidade Total no Poder Judiciário. 1.ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1997. 391p. RELATÓRIO Anual de Atividades do Tribunal Regional Federal da 4ª Região – 2000. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999. 301p. SAMARA, Beatriz Santos; BARROS, José Carlos de. Pesquisa de Marketing: conceitos e metodologia. 2.ed. São Paulo: Makron, 1997. 220p. SLACK, Nigel. et.al|. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1997. ANEXOS Anexo A: PDCA – Sistema de Gerenciamento pelas Diretrizes Anexo B: Organograma do TRF da 4ª Região Anexo C: Ações planejadas do PGQT/TRF 4ª R Anexo D: Programa 5 “S” Anexo E: Roteiro de Entrevista na Seção de Acórdãos Anexo F: Questionário utilizado na Pesquisa de Satisfação na Seção de Acórdãos Anexo G: Fachada do Arquivo-Geral/Prédio Anexo