CÂMARA MUNICIPAL DE CAXIAS DO SUL
292ª Sessão Ordinária da XIV Legislatura,
em 18 de abril de 2007
[...]
Passaremos ao
GRANDE EXPEDIENTE
Eu gostaria de convidar, para compor a Mesa, o presidente da Samar1, que foi um dos que nos deram
força para que esta sessão fosse interiorizada, o Afrânio Basso. (Palmas) O subprefeito de Ana Rech,
Hélio Dall’Alba. (Palmas) Convido também o cidadão caxiense e pároco desta localidade, meu afilhado,
Pe. Bruno. (Palmas) Registro que recebi há pouco um telefonema do prefeito José Ivo Sartori, que pede
escusas à comunidade de Ana Rech por não poder estar presente. Ele está tratando de assuntos que já
havia marcado, mas garantiu que amanhã, às 7h30, estará aqui conosco para abrirmos a Ação
Comunitária juntamente com o Exército. O prefeito Sartori pediu-me que encaminhasse um forte abraço a
todos os anarrequenses, à comunidade, aos vereadores, vereadoras, às pessoas que estão trabalhando aqui.
Disse que amanhã é dia de trabalho aqui em Ana Rech, porque teremos uma grande Ação Comunitária.
Registro a presença do secretário geral do município, José Carlos Vanin, que nos honra com a presença;
dos alunos da Escola Irmão Guerini; do secretário de Turismo, Daniel Guerra, que representa, juntamente
com os demais secretários, o Poder Executivo. Registro a presença do ex-vereador, suplente de vereador e
atual secretário do Desenvolvimento Urbano do município, Gustavo Toigo. Muito obrigado pela
presença. Registro a presença do César Augusto Turella, presidente do Clube Atlético União, que
gentilmente nos recebe; do amigo secretário de Viação e Obras Públicas do município e vereador desta
Casa, Mauro Pereira; do Ivan Machado, cidadão caxiense; do secretário do Meio Ambiente, Ari
Dallegrave, que nos honra com a presença. Ele também colaborou para que esta sessão se realizasse,
auxiliando-nos no transporte. Para que a gente faça economia, o Meio Ambiente nos ajudou um pouco
também. Agradeço a presença de toda a comunidade, dos senhores e senhoras que aqui estão. O exvereador Pedro Rech também nos honra com a presença. Temos a satisfação de ter aqui o Valter Susin,
que fará uso da palavra, fará a saudação no espaço que vamos ceder à comunidade de Ana Rech
posteriormente. Ele está nos prestigiando, foi vereador de Caxias do Sul, é uma pessoa que tem um
trabalho na localidade de Ana Rech. Antes de abrir espaço a V. Sa., Afrânio Basso, gostaria de dizer que
este é um momento histórico para a Câmara de Vereadores. Muitas vezes se tentou descentralizar o Poder
Legislativo. Agora, numa idéia conjunta de todos os vereadores e vereadoras desta Casa, todas as
lideranças partidárias, todos os partidos políticos de Caxias do Sul, demonstrando que um Legislativo
moderno deve ir ao encontro da comunidade e manter o maior tempo possível as portas abertas da
Câmara de Vereadores, o que a Câmara de Caxias já faz, concordaram com esta idéia. É claro que para
realizarmos uma sessão como esta demanda custos. Toda sessão a ser realizada fora do Legislativo deve
ter um grande motivo, como é este dos 130 anos de Ana Rech, sob pena de banalizarmos o trabalho no
interior. Temos, nos distritos de Caxias, nas regiões administrativas de Caxias, motivos importantes para
realizar sessões, como foi a alteração do Regimento Interno, a resolução para a vinda aqui para Ana Rech.
Todos os vereadores têm uma participação igual na descentralização do Poder Legislativo. (Palmas)
Gostaria, em nome das vereadoras e dos vereadores, de dizer:
Entre a lembrança de um passado de diversas legislaturas e as hipóteses de um futuro inevitável,
transitamos por este rio constante chamado presente.
A missão, a tarefa dos componentes, dos vereadores e vereadoras da Câmara de Vereadores de
Caxias do Sul é trabalhar para a comunidade.
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Samar: Sociedade Amigos de Ana Rech
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Nossa disposição é de trabalharmos como se fôssemos eternos, embora saibamos que a espada
pende sobre nossa cabeça. Esta é a arte e o dever de quem constrói o Poder Legislativo.
A instituição, Câmara de Vereadores, vai permanecer. Nós somos passageiros.
Somos feitos de carne e osso, cujo pó a terra vai consumir. Este pó será dedicado ao bem comum.
Nossa missão como Vereadores é o bem comum. Nossa fé é o bem comum.
Gastamos nosso tempo elaborando projetos, analisando processos, ouvindo pessoas,
despachando, legislando, desenvolvendo atividades e estratégias que nos levam a um único fim
que nos comanda. Realizar o melhor para o bem das comunidades. Este é o ponto determinante
do Vereador. Nós somos servidores das pessoas que habitam nosso Município.
Olhemos para frente, para daqui 10, 15, 20 anos... Como seremos? Quantos seremos? Quem
estará aqui? E será que de lá olharemos o passado e lembraremos desta sessão ordinária
realizada pela Câmara Municipal na tão querida Ana Rech?
Indiscutivelmente, creio que lembraremos, porque se trata da primeira sessão ordinária que está
sendo realizada fora da Câmara Municipal, prestigiando as comemorações dos 130 anos de Ana
Rech.
(Texto fornecido pelo orador.)
Dando continuidade ao trabalho, a palavra fica à disposição da comunidade pelo espaço de 20 minutos,
com tolerância de 10. Falará o Dr. Afrânio Basso, depois o Pe. Bruno, posteriormente o ex-vereador
Valter Susin e, por último, nosso subprefeito. A palavra está à disposição do Dr. Afrânio Basso.
SR. AFRÂNIO BASSO: Senhor presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Zoraido da Silva;
senhor vereador Chico Spiandorello, que teve a idéia de realizar esta sessão em Ana Rech numa reunião
ocorrida em Santa Bárbara; demais vereadores integrantes da Mesa Diretora; senhores vereadores; senhor
secretário de Turismo, Daniel Guerra; senhor secretário de Obras, Mauro Pereira; senhor secretário geral,
José Vanin; reverendo Pe. Barbieri; senhor subprefeito Hélio Dall’Alba; professor e ex-vereador Valter
Susin; demais autoridades já nominadas, distinto público que prestigia este ato.
Anna Pauletti Rech, uma humilde camponesa italiana, fica viúva em 1876, em meio à depressão
econômica que se abatia sobre a Itália e decide imigrar para o Brasil. Por ser viúva era impedida de
embarcar. Entretanto sua coragem e determinação foram fundamentais para vencer esse
obstáculo, pois ameaçou jogar seus filhos nas águas do rio se não lhe fosse permitido viajar, já que
não tinha como sustentar sua família.
Aqui chegando com seus sete filhos, a maioria menores de idade, não havia braços suficientes
para garantir o sustento da família com o cultivo da terra. Foi quando, mais uma vez a coragem, a
ousadia, as idéias avançadas para sua época fizeram com que Ana Rech construísse uma casa
para pouso de tropeiros e pouco depois foi ampliada com entreposto de troca de mercadorias e
centro de abasto para toda a comunidade.
A história da Sra. Anna Pauletti Rech era desconhecida pela grande parte dos anarrequenses até
bem pouco tempo. Ana Rech era apenas o nome de uma localidade. A publicação, em 1987, do
livro A História do Povo de Ana Rech, escrito pelos anarrequenses Pe. João Dall’Alba, Pe. Antonio
Tomiello, Valter Susin e Juarez Rech, foi um fato determinante para despertar o interesse pela vida
dessa senhora. Outro fato significativo é a visita a Ana Rech, em dezembro de 1995, da Sra. Clelia
Luppis, presidente da Associação Itália-Brasil. A Sra. Clelia se encanta com os presépios, toma
várias fotografias com as quais elabora cartões de Natal e passa a enviar para amigos da
Associação, autoridades italianas e amigos no Brasil, intitulando Ana Rech La citá dei presepi. A
partir daí, Dona Clelia passou a visitar periodicamente Ana Rech, tendo sido incansável em
promover a figura da fundadora e de nossa Vila, tanto na Itália quanto no Brasil, tornando-se uma
verdadeira embaixatriz de nossa localidade.
Como resultado, despertou-se um interesse muito grande por Ana Rech na região norte da Itália,
especialmente em Pedavena, de onde era originária. Em conseqüência, várias comitivas italianas
visitaram Ana Rech nos últimos anos e um grupo de anarrequenses foi hóspede da cidade de
Pedavena em agosto de 2003. Para o final do próximo mês de maio, o prefeito de Caxias do Sul e
uma delegação de anarrequenses estão convidados, como hóspedes de Pedavena, para a
solenidade de assinatura do Pacto de Amizade entre aquela comunidade e Ana Rech.
Esta é a parte italiana da nossa história. Entretanto o desenvolvimento da localidade teve a
importante participação dos tropeiros provenientes dos Campos de Cima da Serra. Essa gente que
aqui passava, trazendo e levando mercadorias, dinamizando o comércio, deixou sua marca nos
costumes, na culinária, na vestimenta, na dança, na poesia e na música. Em razão disso, em 2006
a SAMAR promoveu a Jornada do Tropeirismo, que tem como objetivo resgatar e divulgar a outra
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parte da história de Ana Rech que também é pouco conhecida. Pela grande aceitação e
receptividade que teve, a jornada se repete este ano e vem abrilhantar nossas festividades.
Senhor presidente e senhores vereadores, permitam aproveitar esta oportunidade e a presença
deste ilustre colegiado para dizer que Ana Rech vive momentos de grandes expectativa em razão
da forte pressão urbana que se move em nossa direção, tendo em vista que Ana Rech é a área
colindante entre a cidade superpovoada e os distritos de Fazenda Souza, Santa Lúcia, Vila Oliva,
Vila Seca e Criúva que constituem mais de 50% do território do município e possuem baixa
densidade populacional, portanto o desenvolvimento deverá ocorrer nessa direção.
Ana Rech é também um dos poucos locais do município que ainda conservam a característica de
vila com tradição turística. Portanto se faz necessária uma regulamentação especial do Plano
Diretor, cujo estudo já existe na Secretaria de Planejamento, para que Ana Rech não perca essas
características de local de lazer, já que aqui se encontra uma quantidade considerável de
entidades destinadas ao entretenimento como o Clube de Aeromodelismo, o Jeep Clube, o Clube
de Caça e Tiro, Clube de Golfe e a represa do Faxinal, que gostaríamos que fosse transformada
num parque ecológico para o uso e benefício de todos os caxienses. Senhor presidente e senhores
vereadores, pedimos que ao examinarem o Plano Diretor de Caxias do Sul lembrem-se de Ana
Rech e contribuam com seus conhecimentos e suas experiências, com base nos estudos já
existentes, para estabelecer mecanismos que possam preservar Ana Rech com sua característica
de vila.
Ao encerrar, desejo expressar que a comunidade anarrequense se sente muito honrada com a
distinção desta sessão solene em homenagem à Sra. Anna Pauletti Rech e a nossa localidade.
Obrigado, senhor presidente, obrigado, senhores vereadores, por esta distinção.
(Texto fornecido pelo orador.)
(Palmas)
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): A palavra está à disposição do Pe. Bruno Barbieri.
PE. BRUNO BARBIERI: Boa-noite ao senhor presidente da Câmara, vereador Zoraido Silva, meu
padrinho; aos componentes da Mesa; aos senhores vereadores, ao vereador Francisco Spiandorello a
minha gratidão. Uma saudação especial a nossa comunidade; ao Sr. Afrânio, presidente da Samar; ao
senhor subprefeito Hélio Dall’Alba; aos senhores secretários aqui presentes; a esta comunidade tão
querida de Ana Rech; à direção do Clube Atlético União. E a todos os presentes uma saudação carinhosa
por parte de Nossa Senhora de Caravaggio, nossa padroeira.
Deus determina. O homem cumpre. A história registra. Há momentos que eternizam
pessoas. E pessoas que eternizam momentos. Acredito que a instalação da Câmara de Vereadores
de Caxias do Sul aqui em Ana Rech é um desses momentos que eternizam a comemoração desses
130 anos de nossa querida comunidade anarrequense. Com este gesto profético e histórico,
percebemos que Ana Rech é bem maior que a sua história, escrita pelos seus vários autores.
Aqui está a história de Ana Rech. (Mostra o livro História do Povo de Ana Rech). Mas o que Ana Rech
vive hoje é bom maior do que está escrito aqui por este gesto que a Câmara presta hoje a esta nossa
comunidade.
A comunidade de Ana Rech pode festejar uma história construída de bravura, trabalho e
sobretudo de muita fé, pilares de uma realidade que distingue não apenas em Caxias do Sul,
município a que pertence, mas em toda a Serra Gaúcha.
E tem motivos para festejar uma trajetória que nasceu no distante abril de 1877, quando
Anna Maria Pauletti Rech e os primeiros moradores se estabeleceram na então 8ª Légua da
Colônia de Caxias e uns deixariam uma lição de vida e de fé nas páginas da imigração italiana do
Rio Grande do Sul.
A aparente aventura desses primeiros imigrantes, sobretudo da nossa fundadora, Anna
Maria Pauletti Rech, se transformou numa epopéia, numa verdadeira saga que é preciso ser
homenageada.
A religiosidade sempre foi uma característica do anarrequense.
O povo de Ana Rech é um povo religioso. E o povo, na sua religiosidade, na sua prece, na sua volta para
Deus, gosta de falar com Deus e gosta também de ser escutado. O povo gosta de ser ouvido e sempre
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retribui quando se lhe dá atenção. Eu quero lembrar uma frase de São Leonardo Murialdo que hoje pode
ser aplicada para a nossa comunidade. São Leonardo dizia: “Não fiquem de braços cruzados, como
pessoas vencidas, vendo as transformações que estão acontecendo no mundo; subam no trem da história
com vigor e ardor e procurem conduzi-lo”. Neste exato momento a comunidade toma consciência do
grande valor que está colocado em nossas mãos. E quando alguém nos ouve, a gente se torna importante;
quando alguém nos ouve, a gente percebe que tem um carisma próprio. Ana Rech está buscando a própria
identidade nas palavras do Pe. João Leonir, de saudosa memória. Ele dizia esta frase, que eu quero
lembrar aqui hoje: “Um povo só é povo, só se mantém povo, se tem uma história. Ana Rech quer
sobreviver. Ana Rech tem que manter viva sua História”. Esta é a famosa frase do Pe. João que
gostaríamos hoje de remarcar, para que realmente ela toque o coração de cada um de nós. E ao sermos
ouvidos, ao sermos entendidos, queremos agradecer aos senhores vereadores, ao senhor presidente
Zoraido da Silva, aqui presente, e a toda esta comunidade querida pelo gesto histórico e profético de
estarem nos ouvindo. E nós não temos outro desejo, não temos outra petição, não temos nada que solicitar
a não ser que o nosso modo de falar seja entendido. E que possamos construir uma identidade única,
juntamente com nossa grande e querida Caxias do Sul, uma identidade com a qual realmente possamos
colaborar, cada um com a identidade própria, os próprios bairros, as vilas. Mas que a pujança, a grandeza
desse gigante realmente nos faça sempre mais fortes, mais compreensivos e sobretudo mais arautos,
adidos na luta, como foi Anna Pauletti Rech. Cumprimentos e felicitações à Câmara de Vereadores, a esta
nossa comunidade, que propôs, através da Samar e da subprefeitura, este grande momento, este grande
presente de Páscoa, eu diria. Nós estamos na Páscoa. E que o senhor Jesus ressuscitado abençoe todos,
que nos ilumine para que esta sessão produza grandes frutos e sejamos comprometidos com a construção
da história. Muito obrigado. (Palmas)
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Convido o ex-vereador Valter Susin, sogro do nosso
colega vereador Marcos Daneluz, para fazer sua saudação. Não poderíamos deixar um ex-colega de Ana
Rech sem fazer uma saudação aos nossos colegas vereadores e vereadoras.
SR. VALTER ANTONIO SUSIN: Senhor presidente, senhoras e senhores vereadores. Autoridades e
amigos já mencionados no protocolo, senhoras e senhores, amigos aqui presentes.
Primeiramente, eu quero agradecer a oportunidade que o senhor presidente desta Casa me
proporciona para dirigir algumas palavras nesta sessão histórica do Poder Legislativo de Caxias
do Sul, por ser a primeira sessão ordinária realizada fora da sede do Legislativo, assim
homenageando a passagem dos 130 anos da chegada de Anna Maria Pauletti Rech à 8ª Légua do
Campo dos Bugres.
É uma satisfação ocupar esta tribuna, recordando o período em que representei Ana Rech
na Câmara de Vereadores de nossa cidade por 12 anos, em duas legislaturas, de 1977 a 1988.
Saudar, com minha estima e apreço, as vereadoras e vereadores, mas de um modo
especial saudar o senhor presidente Zoraido Silva. Em anos passados nos congregamos dentro de
uma mesma sigla. Saudar o vereador Marcos Daneluz, meu genro. Muito me mergulha de ele
pertencer ao Poder Legislativo de Caxias do Sul. Vereadores Getulio Demori e Edio Elói Frizzo,
que comigo também lutarem por duas legislaturas nesta Câmara de Vereadores. Saudar o
vereador Francisco Spiandorello, que eu conheço desde os tempos do Chico da Caixa, quando
lutamos para abrir uma agência da Caixa Econômica Estadual aqui em Ana Rech, mas por
motivos alheios à nossa vontade e por burocracia do Banco Central não foi possível. Mas quero
recordar também, Sr. Francisco, a nossa visita a Pedavena, terra natal de Anna Rech, no dia 10 de
junho de 2001, quando, juntamente com V. Sa., com o prefeito municipal da época, Sr. Pepe
Vargas, o Sr. Airton de Carvalho, secretário de Turismo, a convite do prefeito de Pedavena,
visitamos aquela comunidade. E numa reunião histórica, com a presença do presidente de
Província de Belluno, Sr. Oscar De Bona; do prefeito de Pedavena, Sr. Franco Zaetta, e da Sra.
Clelia Zuliani Luppis, que tem um carinho especial com nossa Ana Rech, e outras autoridades e
convidados, foram iniciadas as tratativas de um projeto de intercâmbio cultural e de amizade entre
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as duas comunidades. Devo dizer que tive muito orgulho de representar Ana Rech naquela
oportunidade. Meu pronunciamento hoje se baseia simplesmente em nominar pessoas e entidades
desta comunidade.
Na passagem dos 130 anos de Ana Rech, quando prestamos homenagens a uma mulher,
não posso deixar de homenagear as duas mulheres que fazem parte deste Legislativo, nas pessoas
das vereadoras Geni Peteffi e Ana Corso.
(Palmas)
Homenagear o Sr. Francisco Andriolo e Clemente Barreto, os dois primeiros vereadores
naturais de Ana Rech a ocupar o Legislativo do município.
Recordar o primeiro subprefeito, Sr. Balduino Schumacher, pelos anos de 1929, homem
íntegro, estimado pela população e, na pessoa dele, homenagear a todos os subprefeitos de Ana
Rech, até chegar ao atual, Sr. Hélio Dall’Alba. Ao Sr. Afrânio Basso, presidente da Samar –
Associação Amigos de Ana Rech; ao Sr. César Turella, presidente do Clube Atlético União, local
onde se realiza esta sessão.
Homenagear os Monges Camaldulenses, que aqui se estabeleceram no ano de 1904,
construindo o Mosteiro da Santíssima Trindade e procurando melhorar o padrão de vida dos
nossos colonos imigrantes, ensinando-lhes novas técnicas de agricultura, melhorando a criação de
animais, além de dar assistência espiritual e religiosa a todos os moradores.
Com a saída dos monges para a Itália, em 1929, vieram os Josefinos de Murialdo. O
Colégio Murialdo abriu suas portas, funcionando como internato e externato e administrando o
ensino fundamental aos primeiros 29 alunos. Hoje, o Colégio Murialdo é referência na educação
como um colégio que visa à “Educação do Coração”, dentro do carisma de seu fundador São
Leonardo Murialdo. Citando a Congregação dos Josefinos, quero homenagear duas pessoas da
família de Murialdo. Refiro-me ao nosso querido e estimado pároco, Pe. Bruno Barbieri, que não
mede esforços para bem atender a toda a Paróquia de Nossa Senhora de Caravaggio e ao Pe.
Gilberto da Câmara, atual diretor do Colégio Murialdo.
Assim também destacar o trabalho desenvolvido na educação de nossos jovens pelos
Colégios Irmão Guerini e Dona Hercília Petry, que no ano passado completou 100 anos de
funcionamento. Congratular-me com suas direções, professores e funcionários.
De um modo geral, quero homenagear a todos que fazem parte de nossa história, que
lutaram e trabalharam para o engrandecimento de Ana Rech. E aos atuais moradores, nosso
chamamento para que se unam pelo progresso e desenvolvimento de nossa vila dentro do
município de Caxias do Sul. Muito obrigado.
(Texto fornecido pelo orador.)
Muito obrigado. (Palmas)
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Colocamos a palavra à disposição do subprefeito, Sr.
Hélio Dall’Alba, para a saudação. Com isso concluímos a participação da comunidade no Grande
Expediente. Depois os vereadores farão uso da palavra.
SR. HÉLIO DALL’ALBA: Senhoras e senhores, boa-noite.
Na pessoa do nosso presidente, Sr. Zoraido Silva; na pessoa do nosso pároco, padre-vigário,
saudamos a todos os presentes. Bem-vindos a Ana Rech, esta comunidade os recebe com muita
honra.
Neste mês em que iniciam as comemorações dos 130 anos de Ana Rech, quero parabenizar por
este ato o senhor presidente, os senhores vereadores e as senhoras vereadoras, pois isto é histórico
e fecha muito bem com a visão do poder público também, comandado pelo prefeito Sr. José Ivo
Sartori, que dentro dos objetivos da administração e do Plano Diretor deverá, ainda neste
mandato, iniciar a descentralização de vários serviços, em várias regiões.
Gostaria, senhor presidente e demais vereadores, de ver este exemplo que hoje acontece em Ana
Rech, que para nós anarrequenses é um ato de democracia e de cidadania, estendido aos demais
distritos de Caxias do Sul.
Ana Rech começou há 130 anos com uma hospedaria e conquistou seu espaço com muito
trabalho, com muita fé e com muita garra.
Iniciavam-se os primeiros contatos com “outra gente” que aqui estava presente e, com estes
contatos com outras raças, outras etnias, firmava-se cada vez mais o nome da pousada e comércio
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de Ana Rech, na rota dos tropeiros de Cima da Serra, que vinham pelo picadão, hoje a Rota do
Sol.
Seguindo esse exemplo de nossa fundadora, senhor presidente, senhores vereadores e senhoras
vereadoras, Ana Rech soube receber bem quem nos visita, desde o presidente da República,
vários governadores, vários senadores e ministros de estado e vários deputados tanto federais
como estaduais, bem como autoridades de outros países. Hoje recebemos vocês também, senhores
vereadores, senhor presidente, com muita honra.
Ana Rech também já foi palco, neste mesmo lugar, de um júri popular, sacramentando assim – se
posso falar isso, não é, Pe. Bruno? – a presença do poder judiciário em Ana Rech.
Estou relatando tudo isto, senhores vereadores, para medir e dizer da importância do Poder
Legislativo em marcar presença em Ana Rech nos seus 130 anos.
Isto é um presente de cidadania e democracia onde nós podemos ver de perto, embora de maneira
rápida e sem a infra-estrutura necessária, a Câmara de Vereadores funcionando.
Para nós anarrequenses, que somos parte responsável pela eleição de todos os senhores, este é um
dia muito especial.
Quero dizer mais, Sr. Presidente e demais vereadores, que, para completar estes presentes,
estamos recebendo em Ana Rech, amanhã, pela vez primeira, quando se comemora os 130 anos, o
Poder Executivo, o senhor prefeito José Ivo Sartori, o vice-prefeito e todos os secretários e
autarquias. Além de um dia de Ação Comunitária, que já é um presente, teremos um encontro da
comunidade com seu prefeito, vice, secretários e diretores de autarquias.
Quero aqui finalizar com a frase do saudoso Pe. João Leonir Dall’Alba, que está transcrita no
cartão de Páscoa, muito bem apanhada pelo nosso Pe. Bruno. Pela seqüência que nos foi
dada, vou copiar dele agora: “Um povo só é povo, só se mantém povo, se tem uma
história”.
E, se mantém viva a sua história. Pois este momento aqui é histórico. Nós esperamos, senhor presidente,
130 anos para que isso acontecesse. Portanto isso é histórico. Eu peço que todo o mundo assine o livro na
entrada. Quem não assinou, tem chance ainda. Ficará para a história este dia tão importante, 18 de abril de
2007.
Parabéns ao senhor presidente Zoraido Silva pela idéia.
Parabéns a todos os vereadores pela unanimidade de escolherem Ana Rech por primeiro.
Parabéns a todo o pessoal de Ana Rech.
Muito obrigado!
(Texto fornecido pelo orador.)
(Palmas)
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Prosseguindo o espaço do Grande Expediente, a
primeira parte está destinada à vereadora Geni Peteffi, pelo espaço de até 10 minutos. Para conhecimento
da comunidade, neste espaço é feito um rodízio de todos os vereadores. Cada sessão tem três vereadores
para falar no Grande Expediente. A coincidência de hoje estar no Grande Expediente a vereadora Geni
Peteffi, o vereador Getulio Demori e o vereador Elói Frizzo, não fomos nós que escolhemos. Só para o
conhecimento da comunidade de como é que funciona a Câmara de Vereadores. Com a palavra a
vereadora Geni Peteffi.
VEREADORA GENI PETEFFI (PMDB): Senhor presidente Zoraido Silva; prezados colegas
vereadores; secretários Mauro, Ari Dallegrave, Gustavo Toigo, Daniel Guerra, José Carlos Vanin;
cidadãos caxienses Pe. Bruno e o nosso companheiro; autoridades aqui representadas e comunidade de
Ana Rech.
É com muita satisfação que ocupamos este espaço para saudar cada uma das
senhoras e dos senhores que aqui comparecem nesta noite.
Dentro da proposta da atual legislatura de descentralizar as atividades da Câmara de
Vereadores, levando os vereadores, funcionários e estrutura da Câmara para outros locais fora de
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sua sede, aproximando-se cada vez mais das pessoas, dos caxienses da cidade e do interior, esta
presença hoje em Ana Rech não só reafirma, como coloca em prática mais uma ação efetiva dos
vereadores.
Estar em Ana Rech no momento em que esta localidade, que carinhosamente
chamamos de Vila, completa 130 anos é algo que devemos saudar com entusiasmo. A alegria é
maior ainda ao vermos aqui pessoas de diferentes idades e classes sociais que fazem o dia-a-dia
desta localidade.
Desde o instante em que a comunidade de Ana Rech anunciou o início dos
preparativos para as comemorações dos seus 130 anos, percebemos que a pergunta que surgiu
entre as pessoas era qual a principal referência para marcar esta passagem tão significativa.
A primeira resposta, nobres colegas, senhores e senhoras presentes, moradores de
Ana Rech e da localidade, diz respeito, evidentemente, ao surgimento da vila, porém de imediato
percebemos que a data torna-se muito mais marcante quando lembramos – e isso é sintomático –
a mulher que deu nome a esta localidade.
É uma passagem de grande significado, pois registra em nossa história o momento em
que a mulher Anna Pauletti Rech, imigrante vinda da Itália, aqui chegou com sua família e, a partir
de uma casa de hospedagem e de negócios, deu início ao povoado, transformado posteriormente
na vila pujante que é hoje, com o nome dela.
Vamos voltar no tempo e imaginar o quanto foram decisivas a determinação, a fibra e a
coragem dessa mulher chamada Anna Rech.
Vamos imaginar estas terras, a necessidade de desbravá-las, os sacrifícios e as
dificuldades que se apresentavam. E, no meio da saga dos primeiros imigrantes italianos, surgir
uma mulher extraordinária que não mediu esforços para aqui chegar, aqui se instalar e lutar para
criar seus filhos e ajudar muitas outras pessoas.
Anna Rech transformou-se num exemplo de mulher que não esmoreceu, que foi em
frente e que amou a terra que ela adotou e que a recebeu.
Quantas mulheres desta vila e do seu interior, muitas já falecidas – lembro aqui a Geni
Dalle Molle e muitas outras em atividade plena como mães, como avós, profissionais das mais
diferentes áreas, agricultoras, donas-de-casa, seja qual for a condição –, tiveram ou têm em si um
pouco ou muito da extraordinária Anna Rech.
Homenagear Anna Rech e a terra que a acolheu é motivo de orgulho para todos nós,
sendo italianos, como ela foi, portugueses, alemães, gente dos Campos de Cima da Serra. Não
importa a raça, nem a origem.
Vamos lembrar que Anna Rech recebia todos, hospedava-os, servia comida, rezava,
transmitia otimismo, esperança, na sua Casa de Hospedagem, parada obrigatória e segura dos
tropeiros, muitas vezes exaustos pelas longas viagens.
Em razão disso, nada mais justo e oportuno que Ana Rech comemore esta passagem,
numa feliz iniciativa de suas lideranças, e gostaria de citar aqui, de maneira especial, o subprefeito
Hélio Dall’Alba, o presidente da Samar, Afrânio Basso, o padre vigário Bruno Barbieri e muitas
outras pessoas da comunidade, homens, mulheres, jovens e crianças da vila e das várias capelas
que constituem o nosso pujante e belo interior.
Eu gostaria de mencionar aqui o Dr. Marino Kury. Mesmo que ele não seja filho de Ana Rech, ele
morava aqui. E há uma família, um cidadão por quem eu tinha um carinho muito grande, porque por
cinco anos trabalhei aqui em Ana Rech, vivi aqui: o Ademar Bacchi.
Esta comunidade, senhor presidente e senhores vereadores, está de parabéns pelos
eventos programados para esta semana, dos quais participa e se envolve na organização.
São eventos de grande relevância, com atividades relacionadas ao surgimento, à vida
e ao cotidiano desta comunidade, formada por diferentes gerações no decorrer desses 130 anos e
enfocadas no resgate de aspectos marcantes dessa história.
Em sua segunda edição, a Jornada do Tropeirismo Regional já ganha notoriedade,
despertando o interesse de pessoas ligadas a essa área, como pesquisadores, tradicionalistas,
artistas, estudiosos do assunto e mídia nacional, sabedores da importância que a mulher Anna
Rech teve e a Vila de Ana Rech tem na história do tropeirismo, pelas razões que são de todos nós
conhecidas.
Ao ver, prezados colegas vereadores, a programação do próximo domingo, 22 de abril,
especial para comemorar os 130 anos da Vila de Ana Rech, que iniciará com uma missa celebrada
em latim e culminará com um Corso Alegórico, que está sendo organizado pela própria
comunidade, com vários carros alegóricos e outras atrações, dentro do tema “Quem Somos Nós”,
ficamos a refletir e a pensar: efetivamente, quem somos nós, o que é Ana Rech hoje?
E aí, surge o orgulho de vivermos numa terra que continua sendo fértil, assim como era
quando Anna Rech aqui chegou, constituindo uma comunidade laboriosa, que faz do seu trabalho
e de sua fé a força que a move no caminho do progresso.
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Orgulha-nos ver Ana Rech com suas indústrias, algumas exportando para o mundo
inteiro, com o seu comércio ativo e forte, com sua agricultura pujante, com sua economia se
desenvolvendo, com sua hospitalidade cada vez mais evidente, fortalecendo o turismo, com seu
artesanato, com exemplo da educação que oferece em suas escolas, com sua cultura, com sua
religiosidade e principalmente com estilo vibrante e determinado de sua gente.
Claro que Ana Rech, assim como qualquer comunidade que cresce e se desenvolve,
mesmo preservando muitas características e estilos de uma localidade no interior, já enfrentou
tantos problemas, tantas injustiças, tantos obstáculos que, 130 anos depois do seu surgimento,
ainda necessita de muitas coisas, de muitas melhorias e de atenção permanente do Poder Público
às suas necessidades.
É por isso, também, que nós vereadores aqui estamos, mais uma vez. Não só para
celebrar essa importante passagem histórica, mas também para sentir mais de perto as
necessidades e reivindicações da comunidade, com a certeza de que todos os vereadores estão
empenhados e sempre dispostos a encaminhá-las e, sempre que possível, encontrar soluções.
Amanhã mesmo, na Ação Comunitária que aqui se realizará, com a prestação de uma
série de serviços para a comunidade, através da integração voluntária de diferentes entidades e
instituições, a administração do Prefeito Sartori estará anunciando importantes obras para Ana
Rech, como – eu vou correr na frente do prefeito e vou dizer algumas:
• o início da implantação pelo Samae de redes de água e estação de tratamento de
esgoto;
• implantação da nova adutora de água bruta de Ana Rech;
• construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Ana Rech;
• melhorias na Escola Municipal Vitório Rech.
E muitas outras, essas são algumas.
Ao encerrar, desejo agradecer a Ana Rech, e estou certa de que faço isso traduzindo o
pensamento de todos os caxienses – e trago um abraço aqui também do nosso prefeito municipal –
pela acolhida que sempre tivemos aqui, pelo apoio ao trabalho que temos procurado realizar e pela
compreensão às nossas limitações.
Ao mesmo tempo, quero reiterar o desejo de que cada morador de Ana Rech possa
comemorar e vibrar com a sua vila neste momento, pois ela merece e todos vocês merecem.
Parabéns, comunidade de Ana Rech. Conte sempre com a Câmara de Vereadores.
(Texto fornecido pela oradora.)
(Palmas)
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): A segunda parte do Grande Expediente está destinada
ao vereador Getulio Paulo Demori.
VEREADOR GETULIO DEMORI (PP): Senhor presidente, senhoras e senhores vereadores; caros
secretários Daniel Guerra, José Carlos Vanin, Mauro Pereira, Ari Dallegrave e Gustavo Toigo, presentes
nesta noite. Uma saudação especial ao Pe. Bruno, pároco desta comunidade; ao presidente da Samar,
Afrânio Basso; ao subprefeito de Ana Rech, Hélio Dall’Alba; e a todos os presentes nesta sessão de hoje.
Estamos nesta data, véspera da abertura oficial das festividades dos 130 anos de Ana Rech,
realizando esta Sessão Ordinária neste espaço, gentilmente cedido pelo Clube Atlético União.
Clube, aliás, que no último sábado, dia 14 de abril, completou e comemorou seus cinqüenta anos
de fundação, fato que nos leva a deixar registrados aqui os cumprimentos a toda a diretoria, às
diretorias passadas, ao seu quadro social e a todos os que tiveram a idéia de fundar essa entidade.
Trata-se da primeira reunião do Poder Legislativo realizada fora de sua sede, dentro dos moldes
recentemente aprovados através de emenda à Lei Orgânica.
Entendemos ser plenamente justificável ter Ana Rech esta primazia e, ao mesmo tempo, esta
homenagem do Poder Legislativo, integrando-se às solenidades alusivas aos 130 anos do início do
povoamento desta localidade.
Antes de nos referirmos a outros aspectos, julgamos oportuno, porque envolve a história do
próprio Poder Legislativo caxiense, registrar que no passado tivemos as participações de ilustres
representantes desta comunidade. Para citarmos alguns, lembramos os nomes de Francisco
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Andriollo, na legislatura de 1947; Clemente Barreto, na legislatura de 1960; Valter Antonio
Susin, nas legislaturas de 1977 e 1983; Marino Kury na legislatura de 1989; e Adir Ubaldo Rech.
Ana Rech sempre teve a virtude e a disposição para o pioneirismo. A maior evidência está no fato
de ter sido uma mulher a pioneira do povoamento e desenvolvimento do lugar: a imigrante Anna
Maria Pauletti Rech, isso no já distante ano de 1877.
Esta manifestação de bravura é a demonstração, desde o início da imigração italiana, da coragem
e capacidade de luta da mulher, em todas as atividades e empreendimentos.
Interessante o que o futuro reservou para a localidade de Ana Rech: foi pioneira no ponto de
apoio para o tropeirismo, para as carreteadas, ligando Caxias do Sul aos campos de Cima da Serra
e ao comércio de Santo Antônio da Patrulha. Intercâmbio comercial desenvolvido pelas trilhas
como que a sinalizar que esta terra e sua gente abririam caminho para vencer maiores distâncias e,
ao mesmo tempo, aproximar diferentes culturas.
Como não lembrar a vocação turística de Ana Rech, período de seus famosos veraneios, com
ações que serviram de inspiração para grandes empreendimentos e investimentos em regiões e
comunidades próximas? É importante destacar a determinação da comunidade de Ana Rech em
oferecer sua capacidade de manter a vocação turística com eventos como o “Encanto de Natal”
com sua “Vila dos Presépios”.
Que saudade das exposições de produtos agrícolas e animais, no espaço do Instituto Leonardo
Murialdo. Documento sobre a Quarta Exposição, realizada de 25 de maio a 3 de junho de 1968,
nos remete a toda grandeza do evento.
Exposição de apicultura; ovinocultura, avicultura. As presenças de expositores de todos os
distritos. A exposição de coelhos, exposição de bovinos, exposição de eqüinos. De suínos. De
pássaros das mais diferentes espécies, além de equipamentos para uso da área.
Com tamanha diversidade de exposições é possível imaginar a grandeza e a importância da
mesma para a história e a economia de Caxias do Sul.
A influência das presenças dos religiosos, como os frades camaldulenses, com o progresso
introduzido na área agrícola, com seus campos experimentais; a presença dos Josefinos de
Murialdo, que até hoje mantêm sua estrutura e infatigável atuação, seja na parte religiosa, seja na
área educacional.
Ana Rech sempre buscou valorizar sua história, sua raiz e sua gente. Marcou sua atuação com a
celebração do gemelaggio com Pedavena, município na Itália de onde é proveniente a pioneira
Anna Rech. Intenso intercâmbio é mantido entre as duas comunidades num exemplo de garantia
da manutenção de suas tradições e de suas raízes.
Ana Rech tem tantos feitos e tantas ações que demandaria expressivo tempo para citar como
exemplo.
Importante é que a comunidade sempre foi à luta, sempre teve iniciativas de buscar concretizar
seus planos; mantém uma luta constante no planejamento do seu futuro.
Isto fica comprovado quando se constata na proposta de reformulação da Praça Pedavena e na
ampliação do prédio da subprefeitura para se adequar ao previsto no projeto do Plano Diretor do
Município.
Com a previsão da descentralização dos serviços, Ana Rech está indicada como a primeira região
administrativa a viver essa nova realidade.
Ana Rech tem todas as características de se tornar um pólo turístico. Já está em andamento o
Inventário de Bens Turísticos, elaborado pelo curso de turismo da UCS; há o projeto do memorial
a Anna Rech.
A promoção “Encanto de Natal”, com a vila dos presépios conquistando, a cada ano, mais
expressão e visitantes.
Ana Rech possui um grande tesouro, que é a nossa bacia do Faxinal, em cuja área pode ser
desenvolvido o turismo ambiental.
Pela força que esta comunidade possui; pelo dinamismo de sua gente, Ana Rech chega aos 130
anos com a imagem de quem engrandece e valoriza nossa história e garante um futuro do qual
todos só terão de se orgulhar.
(Texto fornecido pelo orador.)
Era isso, senhor presidente, senhoras e senhores vereadores. (Palmas)
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PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): A terceira parte do Grande Expediente está destinada ao
vereador Elói Frizzo.
VEREADOR ELÓI FRIZZO (PPS): Meu caro presidente, senhoras e senhores vereadores; meu
querido amigo, Pe. Bruno; essa pessoa fantástica da comunidade de Ana Rech, o Afrânio; nosso
subprefeito Dall’Alba; meu querido amigo Valter Susin. Dá alegria te ver ocupando de novo esta tribuna,
não é, vereadora Geni? De vez em quando o vereador Daneluz vem com alguma coisa escrita, a gente
desconfia: acho que isso é coisa do Valter. Brincadeira, vereador Daneluz. Autoridades todas que nos
prestigiam nesta noite, comunidade de Ana Rech, nossos parceiros da Câmara de Vereadores que
propiciaram que a nossa Casa se reunisse aqui nesta noite. Eu disse ao vereador Zoraido que iria falar de
improviso, até para propiciar que os colegas vereadores possam apartear a temática que pretendo abordar
nesta noite. Vim preparado para falar de um assunto que eu sei que é muito apaixonante, especialmente
para a comunidade de Ana Rech, que é a segurança pública. Especialmente nós estamos vinculados à 3ª
Companhia instalada no Bairro Cruzeiro, que atende também a comunidade de Ana Rech. Esse assunto já
foi abordado especialmente pelo vereador Daneluz várias vezes na Câmara. Nós teremos a oportunidade
de voltar a ele, mas tenho convicção e certeza de que esse é um tema que interessa muito à comunidade
de Ana Rech, porque a sensação de insegurança, a violência que campeia em nossa cidade, especialmente
nas comunidades mais afastadas do centro da cidade, merece uma análise, merece uma ação concreta de
parte da Câmara de Vereadores. Também acho, meu caro subprefeito Hélio Dall’Alba, que nesta noite
estamos fazendo história. Não me recordo – talvez o Valter possa nos ajudar –, nos três mandatos que
ocupo na Câmara – este é o terceiro – que esta Casa tivesse se reunido em sessão ordinária fora do recinto
normal, junto à Câmara de Vereadores. Não me recordo nem de sessões festivas. Então, acho que estamos
efetivamente fazendo história. E Ana Rech, nos seus 130 anos, está merecendo e merece esta homenagem
da Câmara de Vereadores. Mas quero aceitar o desafio do nosso presidente da Samar, Afrânio Basso.
Estamos também, neste ano, discutindo na Câmara de Vereadores um tema que mexe essencialmente com
a comunidade de Ana Rech. No ano passado votamos uma lei que também veio ao encontro dos
interesses da comunidade de Ana Rech, que é a Lei das Águas, que mexia de forma grandiosa com esta
comunidade em razão de que grande parte dela está sobre a Bacia do Faxinal. Está aqui a nossa represa,
que abastece 63%, quase 65% da nossa comunidade. Houve uma participação efetiva da comunidade de
Ana Rech participando das discussões que fizemos até a aprovação da lei. Acreditamos que fizemos uma
boa lei, que pode ser aperfeiçoada, que pode ser melhorada. Está em discussão na Câmara de Vereadores
o novo Plano Diretor Urbano e Rural do Município de Caxias do Sul, vindo ao encontro das
determinações da nova lei chamada Estatuto da Cidade, que determina que os planos diretores
obrigatoriamente devem ser planejados, devem ter aprovadas as suas leis tendo em conta todo o
município e não mais a área urbana. A proposta em discussão na Câmara de Vereadores efetivamente
mexe com esta comunidade. Posso pegar alguns aspectos: ampliação do perímetro urbano. Nós estamos
trazendo o perímetro urbano, pela proposta em tramitação na Casa, por proposta do Executivo,
praticamente até a Parada Cristal, quase chegando nas divisas com São Marcos. Se pegarmos para o outro
lado, estamos efetivamente na divisa com Flores da Cunha. Portanto a área urbana de Caxias do Sul,
pegando na área de Pedancino, vai hoje até a divisa de Flores da Cunha. Descendo pela BR-116, adentra
na Parada Cristal. Isso vai implicar um aspecto fundamental, especialmente o da vocação industrial desta
região, principalmente a partir da vinda da Marcopolo na Encruzilhada de Ana Rech e toda a cadeia de
empresas sistemistas que prestam serviços à Marcopolo. Essa empresa vem se expandido e cada vez mais
deixa de ser uma indústria e passa a ser uma montadora, portanto trabalhando com empresas agregadas ao
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redor. Isso significa dizer que esses espaços onde está sendo ampliado o perímetro urbano rapidamente
vão ser ocupados especialmente por pequenas empresas que passarão – algumas já prestam – a prestar
serviços a empresas do porte da Marcopolo, da San Marino e outras, da própria Eberle, e assim por
diante, as empresas que estão localizadas na entrada de Ana Rech. Isso implica também que vindo a
indústria, vindo mais empresas, mais pessoas trabalhar, mais pessoas vão procurar residir também
proximamente à comunidade de Ana Rech. Portanto teremos mais problemas de segurança, mais
problemas na área da saúde, mais problemas em nível de infra-estrutura, meu caro subprefeito Hélio
Dall’Alba, problemas para os quais obrigatoriamente a prefeitura de Caxias do Sul vai ter que dar
respostas. Isso implica, secretário Mauro, que vai ter que ter patrola, vai ter que ter trator, vai ter que ter
escola, vai ter que ter posto saúde, vai ter que ter área de lazer. Essas questões mexem, portanto, com uma
comunidade antiga como Ana Rech – 130 anos –, mexem com costumes, porque as pessoas que vêm
vindo vêm trazendo e somando outras características que não são da comunidade tradicional dos
fundadores, daqueles que aqui estão por meio dos seus familiares, desde o início da fundação da vila.
Isso, portanto, muda grandemente os aspectos relacionados à comunidade. Nós temos aqui um grande
problema que mexe com toda a cidade, que é a preservação das áreas da Bacia do Faxinal. Fico muito
feliz que um projeto a que dei início, enquanto diretor do Samae, hoje vem sendo tocado pela atual
administração. Logo, logo nós teremos, meu caro Afrânio Basso, uma estação de tratamento concluída.
Vai ser atendida toda a parte, especialmente do meio da vila para lá, que deságua em direção ao Faxinal.
Esse esgoto todo vai ser tratado. Isso significa qualidade de vida não só para a região de Ana Rech, mas
especialmente para toda a comunidade de Caxias do Sul, que continuará bebendo uma água limpa, de
excelente qualidade. Essas questões que estamos trazendo para vocês estarão sendo abordadas a partir da
próxima semana. Na terça-feira – é importante que o pessoal tenha presente –, haverá a primeira
audiência pública, às 2 horas da tarde, na Câmara Municipal de Vereadores, onde estaremos discutindo o
projeto de lei do novo Plano Diretor. E na próxima quinta-feira, depois nos dias 2 e 3 de agosto.
Convidamos toda a comunidade para participar dessas discussões na Câmara de Vereadores. (Esgotado o
tempo regimental, prossegue em Declaração de Líder.) A gente pede uma Declaração de Líder para
propiciar que o nosso tempo se estenda um pouco no tempo regimental.
VEREADOR MARCOS DANELUZ (PSB): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Vereador
Frizzo, o senhor traz com muita propriedade nesta sessão esse assunto do novo Plano Diretor,
amplamente discutido pelo Executivo, por muitas entidades. De fato, não podemos deixar de acreditar que
o desenvolvimento desta região passa necessariamente por aqui. Sabemos que o perímetro urbano será
ampliado em nome do desenvolvimento, em nome da exigência econômica também, em nome, enfim, de
uma característica muito forte desta região. Tenho também algumas preocupações, e por isso temos que
debater profundamente essa ampliação do perímetro urbano. Automaticamente esse novo perímetro vai
entrar em muitas propriedades rurais, em pequenos minifúndios extremamente produtivos, desenvolvidos,
principalmente pela passagem histórica do Colégio Técnico Murialdo aqui nesta região. Nós temos que
preservar, dar garantias a esses proprietários de que não terão impostos majorados e que tenham, aqueles
que quiserem continuar com a própria atividade no setor primário, no setor rural, a mesma tranqüilidade
daqueles que querem investir, que querem desenvolver. Acho que esse é um problema que temos que
enfrentar de frente, em debates com as associações, com o Sindicato dos Produtores Rurais, com a
comunidade de Ana Rech e de outros distritos também. Tenho certeza de que o novo Plano Diretor deve
garantir, acima de qualquer coisa, o bem-estar daqueles que aqui residem, daqueles que aqui estão
fazendo a própria vida, como é o caso de muitos e muitos agricultores. Obrigado, vereador Elói.
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VEREADOR ELÓI FRIZZO (PPS): Muito obrigado, vereador Daneluz, pela sua contribuição. A
preocupação do Executivo com relação à ampliação do perímetro urbano efetivamente pode ser de que
uma ou outra pequena propriedade rural de fato seja atingida. Mas hoje, pegando da Encruzilhada de Ana
Rech até a Parada Cristal, especialmente os senhores, que conhecem muito mais do que todos nós, sabem
que essas áreas hoje já estão, na sua grande maioria, nas mãos de proprietários com vista à expansão
industrial, já prevendo até que Caxias só tem esses espaços para crescer. Se pegarmos pelo lado de
Farroupilha, praticamente também incorporamos à cidade. Hoje ela está praticamente toda conurbada
com Farroupilha. Tirando a parte que fica sobre as bacias de captação do Samuara, o restante daquele
trecho, especialmente na RS que vai de Caxias a Farroupilha, praticamente já se conurbou todo. Existe
toda uma ligação entre Caxias e Farroupilha praticamente transformando isso numa situação só. Para
onde a cidade poderia ir? Para o lado do Faxinal não tem como, nós temos que preservar as bacias de
captação. Então, ia em direção a São Marcos, colando em Flores da Cunha. Portanto a cidade tem mais
um fôlego do ponto de vista de poder se expandir. Futuramente nós vamos ter que pensar e trabalhar,
porque a cidade vai acabar, até em razão da proposta da criação do futuro aeroporto na região de Vila
Oliva, expandindo-se para os lados de Vila Oliva, fugindo um pouco da bacia de captação do Marrecas e
mesmo do Piaí, mas também indo para os lados de Vila Oliva. Portanto, no Plano Diretor em análise na
Câmara Municipal, são importantes também os aspectos relacionados às edificações. Temos que
aproveitar melhor os espaços que temos. Descendo para o lado de Galópolis, não tem como ir, já são
áreas basicamente de preservação ambiental, além de termos ali a Bacia do Moschen e a Bacia do
Galópolis. Então, temos que aproveitar melhor. Eu acho que o espírito que deve nortear o novo Plano
Diretor deve ir nesse sentido de fazer com que a cidade fique mais compacta. Nós estamos chegando a
quase 500 mil habitantes, rapidamente estaremos em 500 mil habitantes, de acordo com as informações
do IBGE. Já ultrapassamos possivelmente 430 mil habitantes. Quem viu neste ano os problemas
habitacionais, especialmente as ocupações que aconteceram, percebeu que Caxias hoje está atraindo como
nunca pessoas das mais diversas regiões. Antes vinha para cá o pessoal dos Campos de Cima da Serra,
São Francisco, Vacaria, Cambará do Sul, um que outro lá de Lages, os catarinas ali de Praia Grande.
Agora, o que estamos vendo? Basicamente o pessoal da fronteira, do sul do Estado do Rio Grande do Sul
vindo em massa para a região de Caxias do Sul. É pessoal de São Gabriel, Sant’Ana do Livramento,
Uruguaiana, inclusive gente muitas vezes do Paraná. E essa é uma situação que o Plano Diretor vai ter
que prever. Fica o convite a todos vocês que acompanhem essa discussão. Meus cumprimentos aos 130
anos de Ana Rech, esta comunidade laboriosa, esta comunidade que representa tanto para a nossa cidade
de Caxias. Foi uma satisfação poder estar aqui e ter tido a felicidade de, no dia em que eu usaria o Grande
Expediente, a sessão ter sido realizada aqui na comunidade de Ana Rech. Um abraço a todos. Boa-noite.
(Palmas)
VEREADOR MARCOS DANELUZ (PSB): Para uma Declaração de Líder. (Assentimento da
presidência) Senhor presidente, senhores vereadores, senhoras vereadoras. Não vou cumprimentar de
forma individual todos os componentes da Mesa e as autoridades aqui presentes desta comunidade,
porque elas já foram anunciadas. Mas me permitam cumprimentar principalmente a comunidade de Ana
Rech nesta noite, cumprimento de uma forma muito afetiva e emotiva o Seu Valter, meu sogro, avô dos
meus filhos, pessoa por quem tenho profunda admiração, além do laço afetivo familiar. O Seu Valter sabe
que, se muitas vezes não combinamos muito bem na política, é a correção, é a seriedade, é o trabalho dele
que procuro ter como exemplo todos os dias na minha atuação na Câmara de Vereadores e na vida
principalmente. Permita também, comunidade, cumprimentar um representante muito importante para
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mim desta comunidade, com muito orgulho, meu assessor Bassanessi, ex-subprefeito desta localidade,
que tem também um grande carinho pela administração pública desta região. Eu venho aqui nesta noite
muito rapidamente para dizer que algumas coisas muito profundas aconteceram na minha vida aqui nesta
comunidade e que me marcaram. A primeira delas foi quando meu pai, um agricultor do interior de Santa
Lúcia do Piaí, com muito esforço conseguiu me colocar no colégio técnico para estudar e para me formar
técnico-agrícola. Aquele era um sonho da minha família, não era fácil naquela época. Eu vim para uma
escola que, acima dos conhecimentos técnicos, me ensinou muito para a vida. É com orgulho, professor
Omar, meu querido professor, meu professor de três anos no Colégio Murialdo, que eu digo sempre:
Aquilo que o Murialdo fez, com a administração dos padres josefinos, ultrapassou muito as fronteiras
desta cidade. Lideranças construídas em todos os recantos deste Estado e muitas fora do Estado tiveram a
marca desses estudantes que por aqui passaram. Eu sou um deles, um orgulhoso de ter sido aluno do
Murialdo e, por conseqüência, aluno da vila de Ana Rech. Outro fato muito marcante para mim é que
naquele período de estudante conheci a Cláudia, filha do Seu Valter, hoje mãe dos meus filhos. Mas
talvez o fato mais marcante, senhor presidente, que eu pude presenciar – e vou falar sem nenhum
constrangimento e sem provocar boas ou más recordações – foi a luta pela emancipação de Ana Rech. Vi
esse povo chorando na rua, vi esse povo clamando por liberdade, vi esse povo numa época muito próxima
do período da ditadura tendo coragem e discernimento para pedir a própria independência. Esse povo
sofreu, na época, por não ter conseguido independência. Mas digo que isso foi um grande exemplo pela
história e pela formação de luta desta comunidade. Mas o maior exemplo veio depois. Nem por isso, nem
pelas feridas Ana Rech deixou de reconhecer a importância da cidade-mãe. Continua sendo receptiva aos
poderes públicos, continua desenvolvendo com muita força as administrações públicas de Caxias do Sul.
E foi assim que desenvolveu com muita força o Encanto de Natal, transformou-se na Vila dos Presépios,
reconhecida pelo Brasil afora. Comemora os seus 130 anos com toda essa tranqüilidade, recebendo um
dos poderes constituídos do nosso poder público com toda essa alegria, com todo esse espírito
democrático. Esse foi um grande exemplo de uma verdadeira comunidade que fez sua luta, que
desenvolveu sua tarefa naquele momento, mas que continuou sua vida comunitária dando exemplo. Isto é
muito importante. Isso foi marco para o interior de Caxias do Sul, não só para Ana Rech. Já passou
bastante tempo, não importa mais quem era a favor e quem era contra, hoje estamos todos juntos na
construção desta grande cidade, somos parceiros do desenvolvimento. Tenho certeza, senhor presidente e
Mesa Diretora do nosso Legislativo, que atitudes como essa, de trazer uma sessão aqui para debater
assuntos nesta comunidade, vai fortalecer ainda mais esses laços importantes que Ana Rech precisa ter e
continua tendo em prol do desenvolvimento. Parabéns pelo que vocês estão construindo na história, na
educação, pelos exemplos. É um orgulho ser vereador de uma cidade que tem tanta referência histórica,
cultural e, acima de qualquer coisa, política e que abrange esta querida vila. Muito obrigado. (Palmas)
VEREADOR PEDRO INCERTI (PDT): Para uma Declaração de Líder. (Assentimento da presidência)
Senhor presidente, pretendo dividir o espaço com meu colega de bancada, vereador Vinicius Ribeiro.
Uma saudação especial aos moradores de Ana Rech. Às autoridades todas já mencionadas pelo protocolo
a minha saudação. Quero dizer ao Pe. Bruno, o subprefeito Dall’Alba, ao presidente Basso que, se o
Poder Legislativo está hoje em Ana Rech... Eu tenho dito que o Poder Legislativo é a expressão da
representação da nossa comunidade, dos quase 500 mil habitantes de Caxias do Sul. Aqui estão os
vereadores representando os mais variados segmentos da nossa comunidade. Se o Poder Legislativo está
aqui hoje, é porque reconhece nesta comunidade a importância cultural que tem. O senhor falou muito
bem sobre o último evento promovido, fazendo parte da cultura de Ana Rech, que foi a Jornada do
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Tropeirismo2 no ano que passou, foi muito importante. Aqui está o patrão Ivan Machado, um grande
colaborador. Nós temos o reconhecimento da importância econômica de Ana Rech para o município de
Caxias do Sul na indústria, no comércio, no agronegócio e especialmente naquilo que é a maior riqueza
da nossa grande Caxias: a água. A maior parte da água que Caxias do Sul consome vem de Ana Rech.
Água é vida para todos nós e sem ela ninguém sobrevive. Então, para mim é a maior riqueza. Por isso a
Câmara está aqui hoje reconhecendo a importância de Ana Rech. Trago os cumprimentos a todos os
organizadores do grande evento que comemora os 130 anos de Ana Rech e quero dizer também que este
dia é histórico para mim. Quero lembrar a deferência feita de forma carinhosa pelo sempre vereador
Valter Susin ao seu genro, nosso colega vereador. Não poderia deixar de registrar, neste momento
histórico em que a Câmara vem ouvir a comunidade, vem discutir os problemas da comunidade, que neste
local, no Clube Atlético União de Ana Rech, eu conheci minha esposa, Elisa, num grande baile, num
grande fandango animado pelos Serranos. Então, é um momento marcante para mim. Quando ouvi a
deferência do vereador Valter Susin ao seu genro e vice-versa, lembrei-me disso, a gente não esquece.
Para mim é um fato marcante; afinal, essa união me deu muita alegria.
VEREADOR VINICIUS RIBEIRO (PDT): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Vereador
Pedro Incerti, o que dá para notar com a manifestação de V. Exa. e dos vereadores que o antecederam é
que, se Ana Rech pergunta “quem somos nós?”, é possível afirmar que nós somos filhos de Ana Rech.
Vários vereadores têm, em alguma passagem da vida pública, uma passagem importante dentro de Ana
Rech. Dá para notar que esta sessão, além de ser especial para a comunidade e para nós, porque está
sendo pedagógica, não deixa de ser uma sessão nostalgia, porque vários parlamentares de alguma forma
tiveram algum tipo de história em Ana Rech. Pelo jeito, o que eu tenho de idade alguns vereadores têm de
história em Ana Rech. Para mim é muito importante, porque está sendo um aprendizado, como vereador
jovem na cidade, de participar também dessas discussões, que também me cativam, que também me
inflamam, principalmente nas discussões, vereador Frizzo, a respeito do Plano Diretor. Se V. Exa., com
orgulho, teve participação no Plano Diretor e se orgulha de algumas medidas que estão sendo
encaminhadas pela atual gestão, com muito orgulho afirmo que participei da coordenação do Plano
Diretor da Câmara. Inclusive participei de uma audiência pública em Ana Rech para discutir o futuro
desta vila. Todas as lideranças participaram. O Plano Diretor mexe, sim, com Ana Rech. Mas esta
comunidade, junto com a prefeitura, sugeriu uma série de ações para regulamentar a expansão industrial,
tanto no início de Ana Rech, ao longo da BR-116, até o limite de Caxias do Sul com São Marcos,
procurando manter as características da identidade que Ana Rech possui. Porque Ana Rech tem núcleo
urbano, tem bacia de captação, tem área de preservação ambiental, tem uma agrovila industrial, tem sedes
de comunidades e sedes de propriedades, loteamentos e chácaras, estruturas viárias que são fontes
impulsionadoras do desenvolvimento. Por conseqüência, eu resumiria que três leis criadas disciplinaram
até hoje Ana Rech: a Lei nº 3.6693, de 1991; a Lei nº 3.4974, de 1990; e o decreto que instituiu a APA
Faxinal, Decreto nº 8.630, de 19965, e a lei aprovada que disciplinou o uso do solo nas áreas da bacia de
captação. E o interessante de Ana Rech é como o Plano Diretor pode compatibilizar a agricultura, os
loteamentos, a Vila dos Pinheiros, o núcleo histórico, o núcleo institucional, o lazer privado e os núcleos
de serviços voltados à rodovia. Como compatibilizar esses usos, permanecendo a identidade histórica de
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2ª Jornada do Tropeirismo Regional
Lei nº 3.669, de 12 de junho de 1991. Dispõe sobre a criação de áreas especiais e de locais de interesse turístico.
Lei nº 3.497, de 25 de junho de 1990. Cria a Reserva Ecológica denominada Parque Ecológico do Faxinal e proíbe o abate, a retirada e a comercialização de espécies
nativas, vegetais e animais, em sua área de jurisdição.
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Cria a Área de Proteção Ambiental – APA
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Ana Rech, sem inibir o desenvolvimento desta região. E o Plano Diretor, como o vereador Frizzo
colocou, sugere algumas medidas que visam manter a identidade cultural e histórica dessa região, sem
inibir o desenvolvimento. Ana Rech é uma área especial, porque, ao contrário de outros núcleos que
existem ao redor da nossa cidade ou fora do processo de desenvolvimento normal, mantém uma
característica de desenvolvimento cultural. Portanto, essa discussão é muito interessante. Mexe não só
com a minha geração, que é uma geração que surgiu, nasceu, está participando desse processo, mas
também com as gerações que nos antecederam e viram desenvolver Ana Rech da maneira como está hoje.
Acredito que este debate do Plano Diretor é muito propício e todos devem participar das discussões. No
Poder Executivo foram feitos inúmeros debates e agora o Poder Legislativo, por meio das comissões,
propõe esse debate com a comunidade. Todos devem participar, porque a resposta que queremos para o
futuro é uma resposta coletiva. (Palmas)
VEREADOR PEDRO INCERTI (PDT): Senhor presidente, mais uma vez eu gostaria de parabenizar
os promotores e organizadores das comemorações dos 130 anos de Ana Rech. Parabéns. Era isso, senhor
presidente, senhoras e senhores vereadores. Obrigado.
VEREADOR ALAOR DE OLIVEIRA (PMDB): Para uma Declaração de Líder. (Assentimento da
presidência) Senhor presidente, senhoras e senhores vereadores. Nosso presidente da Samar, Afrânio
Basso; nosso subprefeito, Hélio Dall’Alba; nosso querido cidadão caxiense e pároco, Pe. Bruno; nosso
querido cidadão caxiense Ivan Machado; secretário Geral do município de Caxias, José Vanin; secretário
de Turismo, Daniel Guerra; secretário Mauro Pereira; secretário Toigo; César Turella, presidente do
Clube União, que nos recebe tão bem. Quero parabenizá-lo pelos 50 anos do clube. Secretário do Meio
Ambiente, Ari Dallegrave; ex-vereador Pedro Rech; nosso sempre vereador Valter Susin, que bom tê-lo
conosco e que bom ouvi-lo nesta tribuna; senhoras e senhores presentes neste momento. Eu, como líder
da bancada do PMDB, sinto-me extremamente feliz em começar essa nova caminhada pelo interior do
nosso município, pela querida Ana Rech. Até porque, nobre vereador Edson, eu também tenho minha
pitada de saudosismo em relação a Ana Rech. Jamais esqueço, meu querido Pe. Bruno, quando em 1965,
ainda menino, eu iria completar no dia 26 de maio, dia de Nossa Senhora de Caravaggio, seis anos de
vida. Meu pai, cinco dias antes, acorda e diz: “Teu presente neste ano será uma viagem para Ana Rech”.
Pelo amor de Deus, Pe. Bruno, eu passei cinco dias sem dormir. Parece que eu estava indo para Pedavena.
Ana Rech, para ele, era algo de mais lindo que já viu na vida. Naquele 26 de maio, pela manhã,
acordamos cedo e embarcamos numa velha Land Rover, aqueles jipes velhos, antigos, que mais pareciam
um camelo, pois a cada 10 quilômetros tinha que dar água para o jipe. Demoramos um bom tempo e
chegamos a Ana Rech. Eu me apaixonei por Ana Rech. Recentemente, quando eu morava em Gramado,
volta e meia, em reuniões da CIC de Gramado, reuniões de entidades sociais, falava-se de Gramado, de
Canela, e eu levantava o braço: Olha, Gramado é bom, Canela é bom, mas em Ana Rech o turismo é
diferente. A gente passa a se apaixonar por Ana Rech. Eu noto que, quando vocês falam de Ana Rech,
falam com amor, falam com carinho profundo. A gente se apega muito a esta terra. E o vereador Vinicius
tem razão, nós somos todos um pouco anarrequenses. Sinceramente, por onde vou, por onde passo,
quando se fala de lugar bonito, de lugar de viver – não sei se aprendi com o Chicão ou com o Dall’Alba –,
eu falo de Ana Rech. Passei a ser bairrista. Como eu quero que Ana Rech cresça e cresça muito, Susin.
Não quero que Ana Rech perca esse glamour, essa coisa bonita, essa coisa diferente que outras
localidades não têm. Quero evidentemente que essa pressão urbana venha até esse local, que esse local
cresça, mas que não se perca a paz, a tranqüilidade e que as pessoas possam continuar andando pela rua,
tomando chimarrão na calçada, falando bem de Ana Rech. Portanto, todos nós temos um pouquinho de
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saudosismo em relação a esta região. Eu jamais vou esquecer, Pe. Bruno, aquela entrada de Ana Rech em
1965: uma pequena estradinha e as hortênsias dos dois lados. Juro para o senhor que hoje, muitas vezes,
quando não consigo dormir à noite – uns contam carneiros –, eu me inspiro naquela entrada de Ana Rech,
e o sono vai tomando conta vagarosamente. Então, Ana Rech tem essa coisa poética, Ana Rech tem essa
coisa bonita que não pode se perder de jeito nenhum.
VEREADOR EDSON DA ROSA (PMDB): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Não
poderíamos deixar de nos manifestar nesta sessão em que estamos fazendo história. Eu também tenho
uma ligação muito forte, espiritual com Ana Rech, com esta vila, com o Pe. Bruno, que foi meu instrutor
no curso de teologia para leigos. Nós estivemos bem próximos, quando me deu instrução da história da
Igreja. O vereador Zoraido, na abertura, falou da nossa finitude. Isso é sempre bom termos presente,
porque as instituições permanecem, nós passamos. O mais importante disso tudo é a proximidade da
Câmara de Vereadores com o povo. Desde o início desta legislatura eu falei sobre a importância da
participação, de o povo estar conosco lá na Câmara de Vereadores. Estamos tomando essa iniciativa.
Inclusive temos, eu e o vereador Felipe Gremelmaier, um projeto de resolução6 que é o “Cobra
Comunidade”. Nós propomos fazer reuniões diferentes desse rito que estamos tendo aqui, porque são
sessões ordinárias que seguem todo um ritual a que não se pode fugir muito. Essas reuniões que
propomos irão ao encontro das comunidades para definir qual é o verdadeiro papel da Câmara de
Vereadores. Hoje, infelizmente, ainda muitos munícipes não conseguem distinguir a diferença do
Executivo e do Legislativo. Como presidente da Comissão de Educação, eu tive a oportunidade de ir para
várias escolas, juntamente com o Poder Executivo e o Legislativo. Então, esta nossa vinda para Ana
Rech, hoje marcando história, tem a finalidade de dirimirmos um pouco a dúvida das pessoas que
compõem o nosso município a respeito do funcionamento da Câmara de Vereadores.
VEREADOR FELIPE GREMELMAIER (PMDB): Permite um aparte? (Assentimento do orador) O
vereador Demori, que nos antecedeu, foi extremamente feliz quando falou em pioneirismo. Nós hoje
estamos sendo pioneiros em trazer esta sessão da Câmara de Vereadores para a comunidade, assim como
o foi Anna Rech há 130 anos. E Anna Rech, até hoje, é a única mulher imigrante que deu nome a uma
localidade. Então, ela também é pioneira, e a gente está aqui aprendendo muito. Na comemoração desses
130 anos de Ana Rech, muito mais do que se possa imaginar, estamos buscando o resgate e, mais do que
isso, estamos homenageando todas as pessoas que de alguma forma colaboraram para o crescimento não
só de Ana Rech, como de Caxias também. Transformaram Ana Rech hoje num orgulho para Caxias não
só na área do turismo, mas na geração de emprego, que é de extrema importância e de extrema
necessidade para toda a cidade de Caxias do Sul. Tenho certeza de que a cada dia que passa Caxias sente
mais orgulho de ter Ana Rech a seu lado e a cada dia que passa Caxias tem Ana Rech mais viva na
própria história. Quero cumprimentar todos. Tenho certeza de que a gente está fazendo história junto com
Ana Rech hoje. (Palmas)
VEREADOR DEOCLECIO DA SILVA (PMDB): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Este
misto de alegria e orgulho que sentimos, sem dúvida nenhuma, é fruto dessa iniciativa da Mesa Diretora
da Câmara, que descentraliza uma ação restrita ao âmbito da Câmara de Vereadores. A presença nossa
aqui hoje nos alegra muito mais e nos aproxima da comunidade. Eu quero lembrar a todos que, apesar do
tom festivo, apesar da solenidade deste momento, é uma sessão normal. Portanto neste momento podemos
prestar contas das nossas ações enquanto legisladores, das nossas ações enquanto Poder Legislativo, dos
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Projeto de Resolução nº 13/2005. Institui o “Programa Cobra Comunidade” na Câmara Municipal de Caxias do Sul e dá outras providências.
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assuntos que aqui foram tratados, da pauta que nós temos ainda para discutir. Sem dúvida nenhuma, esta
ação é histórica, e nós estamos muito orgulhosos de fazer parte disso. É a nossa presença junto da
comunidade que vai fortalecer o trabalho do Legislativo e vai nos ajudar, junto com o Poder Executivo, a
efetivamente fazer as ações necessárias para o desenvolvimento, enfim, para toda a vocação que tem a
comunidade de Ana Rech. A alegria é da comunidade de Ana Rech, mas a alegria maior, com certeza, é
dos vereadores de Caxias do Sul de poderem estar aqui hoje. Muito obrigado. (Palmas)
VEREADOR ALAOR DE OLIVEIRA (PMDB): Obrigado, vereador Deoclecio.
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Vereador Alaor, dá gosto de ouvi-lo, juntamente com os
demais colegas, mas lamento informar que o tempo da bancada do PMDB está esgotado.
VEREADOR ALAOR DE OLIVEIRA (PMDB): Agradeço sua tolerância. Espero que muito em breve
eu tenha esta mesma tolerância no Zona Azul, de no mínimo alguns minutos para que possamos
estacionar o carro tranquilamente. Vereador Tatto, vereador Daneluz, vereadora Geni, vereador Alencar,
vereador Edson, Frizzo, meu presidente Zoraido, Chico Spiandorello, grande vereador; Renato Oliveira,
Felipe, Demori, vereador Incerti, Vinicius, Ana e Deoclecio, agradeço a vocês por terem votado esta
proposta tão importante de trazer a sessão da Câmara para Ana Rech. Muito obrigado por terem me dado
esta chance de estar aqui. Mas agradeço, acima de tudo, ao meu pai, que no dia 26 de maio de 1965 me
deu a alegria de conhecer Ana Rech. E todos nós, Pe. Bruno, estamos aqui de passagem. E, se um dia eu
pudesse voltar, depois da passagem, eu pediria ao meu Pai: Deixa eu nascer em Ana Rech! Obrigado.
(Palmas)
VEREADORA ANA CORSO (PT): Para uma Declaração de Líder. (Assentimento da presidência)
Senhor presidente, senhores vereadores, senhora vereadora. Comunidade aqui presente, em especial
nossas autoridades que já foram nominadas: Pe. Bruno, subprefeito, Afrânio, da Samar; ex-vereador
Valter Susin, que muito gentilmente nos fez uma homenagem. Nós queremos dizer que também estamos
muito felizes por estar aqui nesta comunidade. Acho que a Câmara de Vereadores, depois desta alteração
no Regimento, fazer sua primeira sessão nesta comunidade é um orgulho para todos nós. A fundadora
desta comunidade conseguiu impregnar em todos os moradores seu determinismo, sua garra, sua luta. Eu
entendo que a Câmara nada mais faz do que a obrigação de estar próxima da comunidade e poder acolher
as reivindicações e tentar, juntamente com a comunidade, alterar para melhor a vida dos seus moradores.
Acho que o vereador Elói e o vereador Vinicius foram muito felizes na fala quando resgatam essa questão
da elaboração do Plano Diretor Urbano. É o momento propício de a comunidade poder participar, poder
fazer com que o potencial turístico, a parte que tem que crescer, o desenvolvimento da cidade, enfim, toda
essa riqueza desta localidade possa estar contemplada. Que os anseios de vocês possam estar
contemplados nessa discussão que a Câmara começa a fazer a partir de terça-feira em audiências públicas.
É para ter claro aquilo que a gente vai votar e ter a participação da comunidade nesta elaboração tão
importante de um plano, como é o Plano Físico Urbano para a cidade. Nada mais é do que dizer que
cidade nós queremos para a nossa comunidade. Então, a gente faz novamente este convite. Eu acho
importante que o meu colega Tatto fale, porque tem outra questão que a Câmara também votou que é
muito importante. Já que nós estamos aqui e a comunidade tem que saber, esta legislatura criou a
Comissão de Participação Legislativa, que é mais um espaço de integração com a comunidade. Ela pode
se agregar – o Tatto vai poder falar com maior propriedade, porque vai presidir esta comissão –, acolher
projetos de lei de iniciativa da comunidade. Eu quero aqui mais uma vez, em nome da bancada do PT,
cumprimentar todos, desejar felicidades por esses 130 anos tão gloriosos, por ver todo um potencial sendo
desenvolvido nesta localidade, que muito nos orgulha. Eu quero dizer que meu contato maior com esta
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comunidade se deu quando a gente ganhou a prefeitura de Caxias, quando, juntamente com o prefeito
Pepe Vargas, eu vim para cá conhecer o Encanto de Natal, na abertura da Semana do Encanto de Natal.
As reuniões do Orçamento Participativo sempre muito participativas. Então, estendi mais essa relação a
partir da minha participação enquanto legisladora mesmo. E sempre tive muito orgulho de saber que as
pessoas têm o espírito que a Anna Rech plantou: garra, determinismo, empreendedorismo. Parabéns a
todos vocês.
VEREADOR ALFREDO TATTO (PT): Permite um aparte? (Assentimento da oradora) Vereadora
Ana, eu muito provavelmente seja, dos 17 vereadores e vereadoras, o único que tem ligação com o outro
lado da cidade. Eu, infelizmente, não tenho de infância, tampouco de casamento, qualquer ligação com
Ana Rech. Meu caminho é o das colônias, meu caminho é em direção a Nova Pádua, enfim, porque é de
lá que a minha família, quando veio da província de Belluno – e esta é a coincidência que temos com Ana
Rech –, estabeleceu-se em Nova Pádua. Comemoramos no ano passado 120 anos da família Tatto no
Brasil. Temos em comum, portanto, Ana Rech e Nova Pádua, o fato de ambos sermos belluneses nel
mondo. De Ana Rech eu tenho a falar que esta parte de Caxias do Sul, caxiense por convicção, tem a
responsabilidade de zelar pela qualidade e pela quantidade de água de que a nossa população, não
residente nesta região, tem necessidade. Eu tenho certeza de que a vocação de Ana Rech, não por
obrigação, mas por vontade própria, de manter intocadas as áreas que captam a água, tão necessária à vida
na cidade, vai continuar. Não por obrigação, repito, mas por convicção da necessidade e por compreensão
do seu papel histórico, do seu papel na vida de Caxias do Sul. Mais do que tudo, vereadora Ana, eu sou
daqueles que advogam pela manutenção da APA7 Faxinal absolutamente intocada e que garantamos às
gerações futuras, já que discutimos Ana Rech neste momento e prestamos homenagens a ela e a todos
aqueles que junto com ela construíram esta civilização... Tem obrigação a atual geração de manter essa
área de uma forma tal, que garanta aos nossos filhos e netos a possibilidade de que tenhamos, daqui a 130
anos, uma outra sessão tal qual estamos realizando neste momento. Se não fizermos este papel,
seguramente não teremos Caxias, porque Caxias não existirá sem água em quantidade e em qualidade.
Muito obrigado, vereadora Ana. Minha homenagem ao povo laborioso de Ana Rech e adjacências.
VEREADORA ANA CORSO (PT): Eu quero finalizar esta minha intervenção deixando um abraço
carinhoso para a minha ex-colega de trabalho, Silvana Tódero. Há 20 anos nos conhecemos na Pettenati,
quando éramos funcionárias dessa empresa. Ela é moradora de Ana Rech. Um grande abraço para você.
Obrigada, senhor presidente. (Palmas)
VEREADOR FRANCISCO SPIANDORELLO (PSDB): Para uma Declaração de Líder.
(Assentimento da presidência) Senhor presidente, senhores vereadores, senhoras vereadoras. Eu creio que
Ana Rech tem uma viabilidade de nos inspirar. Hoje tivemos aqui pronunciamentos maravilhosos.
Sentimos o que é mais importante: a construção da alma do povo desta gente de Ana Rech. Saúdo a
presença aqui dos secretários municipais Mauro Pereira, que é vereador e secretário; Daniel Guerra, Ari
Dallegrave, Gustavo Toigo, José Carlos Vanin; do ex-vereador Pedro Rech, do subprefeito Hélio
Dall’Alba, que representa o Executivo, caracteriza a importância desses 130 anos, a importância dos 58
anos da Samar, presidida pelo Afrânio Basso, que tem no seu sangue a saga dos pioneiros, a saga dos que
viram o turismo e que, antes dos outros, trabalharam para que esta cidade de Caxias do Sul tivesse, em
Ana Rech, seu primeiro ponto de referência no Rio Grande e no Brasil. Estamos vivendo os 130 anos no
Clube Atlético União, fundado em 1957, e que está completando 50 anos, sob a presidência do César
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APA: Área de preservação ambiental
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Turella. Um clube com histórias marcantes, algumas delas que ouvimos, como a do vereador Pedro
Incerti, que designou o futuro da própria vida. Eu estava atentamente olhando e observando o interesse
dos anarrequenses, dos que estão aqui nesta noite, de todas as comunidades. Se pudessem falar, se
pudessem dizer o que estão sentindo, quanto nós iríamos captar, quanto nós iríamos ter de subsídios para
as nossas vidas e para a própria história. Mas eu quero dizer, especialmente, que Ana Rech consegue, na
sua raiz, ser um pólo de miscigenação. Aqui estão ítalos, lusos, alemães, porque é justamente aqui a
última fronteira entre a Colônia de Caxias e os Campos de Cima da Serra e a primeira de vigilância da
nossa cidade. Quando falamos de tropeirismo, lembramos historiadores como Luiz Antônio e Sandra
Alves, responsáveis pela 2ª Jornada do Tropeirismo. Falamos aqui dos desfiles temáticos. O presidente
mencionou no início e muitos falaram: Quem somos nós? Ana Rech – 130 anos. A museóloga Tânia
Tonet talvez tenha respondido e irá responder no desfile temático que Ana Rech conseguiu uma coisa
extraordinária. Quem vivenciou as reuniões em cada comunidade, em cada capela sentiu que os 130 anos
efetivamente estão representando a vontade, o desejo de todos os que vivem aqui. Foi uma coisa
extraordinária, maravilhosa o encontro e a possibilidade de comemorarmos juntos o tema Quem somos
nós? Eu vejo bem aqui na frente aqueles que são encarregados da tropeada que lembra nossos
antepassados e o presente: Frank Toss, Ivan Machado, irmão Valderez. As capelas e comunidades, os
CTGs que estão aqui, os padres josefinos, que desde 1888, com o primeiro vigário Giovanni Argenta aqui
vieram... Tem hoje uma figura mística, uma figura que é amada, que é carismática, que é querida de todos
e que representa o pensamento, a idéia e, acima de tudo, o grau de integração com a comunidade, que é
esse cidadão caxiense Pe. Bruno Barbieri. Quero dizer também que vi nesta noite a presença do Enor
Wartha e lembrei, Enor, que os caminhos de Ana Rech passavam por onde vivemos a nossa infância. Lá,
quando teve início, em 1876, 1877, era Estrada Conselheiro Dantas. E nós vivíamos na Rua Conselheiro
Dantas, que era a ligação que nós tínhamos com Ana Rech e com o mundo. Eu quero mencionar também
uma coisa importante que o querido amigo Valter Susin, vereador de sempre, mencionou. O Valter Susin
disse que esta é uma sessão histórica que nós haveremos de lembrar, com a fisionomia de cada um. Os
que estão aqui haverão de lembrar este ato, este gesto, este momento como uma homenagem do
Legislativo de Caxias do Sul nesses 130 anos. Mas eu quero dizer que Anna Rech era uma pioneira, que
Anna Rech, que tinha o símbolo e a saga daquelas que acreditam, que enfrentam dificuldades, que
enfrentam lutas, que sabem o que querem e que caminham para isso, terá certeza de que nós temos em
nosso Legislativo a presença, Valter – cumprimentos por ter mencionado –, para sempre de duas
vereadoras: Geni Peteffi e Ana Corso. Essa presença é uma homenagem às mulheres de Ana Rech. Nós
haveremos sempre de saber ter forças com a presença das mulheres em todas as atividades, em todos os
momentos como símbolo de representação e de fidelidade aos princípios em que acreditam. O Valter
Susin mencionou o dia 10 de junho de 2001. Lá em Pedavena, em 2001, foi dado o nome de Ana Rech a
uma escola, a uma entidade. E lá estava o professor Valter Susin representando a comunidade toda, junto
com o prefeito, com a Câmara de Vereadores de Caxias, com todos lá, caracterizando a integração que
existe e o afeto indissolúvel da cultura que tem, que marca Ana Rech com a sua educação e a história.
Essa presença é importante. A partir daquele momento, Pedavena e norte da Itália, quando vêm a Caxias,
vêm a Ana Rech. Formam-se comitivas e delegações. E hoje, quem foi lá sabe – o vereador Tatto
mencionou Belluno, aquela região toda do norte da Itália, Pádua, Treviso, Trento – que toda aquela região
conhece Ana Rech. Ana Rech é a portadora, a mensageira da imagem de Caxias do Sul. Quero concluir,
senhor presidente, dizendo da emoção que tive em participar da reunião de Santa Bárbara, quando o
Afrânio Basso, nosso subprefeito querido Hélio Dall’Alba e a professora Tânia Tonet mencionaram a
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importância que teria a Câmara de Vereadores em Caxias do Sul. Nós assumimos o compromisso de falar
com o presidente, foi encaminhado com a partilha geral de todos. E hoje, por unanimidade, estamos aqui
prestando nossa homenagem e dizendo a todos os contemporâneos, aos pósteros e aos futuros que
certamente nosso Legislativo se sentiu honrado e deseja corresponder a esta região administrativa de Ana
Rech, que tem 42 mil habitantes, 104 indústrias, 213 pontos comerciais, que tem a sua agricultura,
hortifrutigranjeiros, tem a tradição do Colégio Murialdo, mas, acima de tudo, tem uma população que vai
saber responder à questão do Plano Diretor de Caxias. Esta comunidade se reúne, sabe trabalhar e haverá
de optar por aquilo que é mais importante. Tenho certeza de que nós, nesta noite, saímos gratificados, de
alma lavada. Nós desejamos efetivamente dar um grande viva a Ana Rech e a Caxias do Sul. Muito
obrigado. (Palmas)
VEREADOR ALENCAR TAVARES (PR): Para uma Declaração de Líder. (Assentimento da
presidência) Senhor presidente, senhoras e senhores vereadores; autoridades que fazem parte da Mesa,
pessoas que nos acompanham e secretários que já foram mencionados pelo protocolo. Já foram citadas
todas as autoridades que passaram por Ana Rech – presidente, deputado estadual, federal –, mas não
podemos nos esquecer de registrar nos Anais da Casa o nome de uma das figuras dentro do nosso meio
legislativo por quatro mandatos, não tenho certeza se é filho de Ana Rech, que é o Dr. Adir Ubaldo Rech.
Ele fez muito por Caxias e tenho certeza de que fez muito por Ana Rech também. É uma das figuras que
não podem ser esquecidas, pelo que ele fez e pelo que ele representou para Caxias. Inclusive, num de seus
mandatos, ele foi também secretário e criador do Plano Físico Urbano de Caxias do Sul. Tenho certeza de
que não deixou Ana Rech excluída de certas propostas que foram reedificadas para isso. Quero agradecer,
senhor presidente, porque mais homenagens, mais dizeres do que já foram ditos nesta noite não precisa
mais. Tenho a honra de participar desta sessão de 130 anos aqui em Ana Rech. Subprefeito, uma figura
ilustre para Ana Rech; padre; senhor presidente da Samar, tenho certeza de que Ana Rech nunca vai ser
esquecida, porque sempre vai ter alguém que vai levar a história de Ana Rech. Era isso, senhor
presidente, senhoras e senhores vereadores.
VEREADOR RENATO OLIVEIRA (PCdoB): Para uma Declaração de Líder. (Assentimento da
presidência) Senhor presidente, senhores vereadores, senhoras vereadoras; comunidade de Ana Rech;
padre presente, que também ocupou a tribuna; subprefeito; presidente da Samar; Sr. Valter. Quero dizer
que me sinto também bastante honrado. Posso dizer que o primeiro trabalho meu eu comecei em Ana
Rech. Morador do Bairro Fátima, trabalhei numa empresa onde hoje está a FAS. Tinha uma empresa que
vendia picolé, a Milk Mone. As pessoas mais velhas sabem disso. Essa empresa sempre me deixava na
praça de Ana Rech com aquele carrinho. Então, em 1973, 1974 e 1975 fiz esta região, conheci muito esta
região fazendo esse trabalho, que não muda muito do trabalho que faço hoje como vereador. Também me
orgulho muito por ter feito esse trabalho. Também posso dizer que hoje, paralelamente a este trabalho,
sou funcionário da empresa Eberle, hoje empresa Mundial, onde trabalho como mecânico. Um colega
meu, Domingos Vidor, morador desta localidade – quero citá-lo como exemplo –, quantas vezes deixou
de trabalhar para ir à luta pela emancipação de Ana Rech. Lembro disso como se fosse hoje, quando
estávamos trabalhando na Eberle. Domingos Vidor é irmão do Paulo Vidor, presidente do PP até pouco
tempo. Lembro do Domingos, que até há menos de um ano era morador do Loteamento Primavera. Várias
vezes tive a oportunidade de filar café na casa dele. Então, gente, para mim também não deixa de ser uma
noite de orgulho fazer parte desta legislatura, que este ano se deslocou para esta comunidade. Também
não poderia deixar de dizer, com tristeza, que estive aqui nos últimos dias do Dr. Marino Kury. Estive na
casa dele, conversando com ele. O Dr. Norberto Gubert, que está presente, esteve comigo quando ele
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esteve adoentado. Eles lembravam, vereadora Geni, uma outra pessoa, a Geni Dalle Molle. As pessoas da
comunidade conhecem bem ela. Quando eu estava, naquela época, ainda vendendo picolé, a Geni estava
na Comai nos orientando. Quero dizer que muito aprendi com isso. Tenho muito orgulho dessas pessoas
com quem a gente aprendeu um pouco, caminhando nessa trajetória. Então, eu me lembro do que o
saudoso Marino Kury dizia a respeito de Ana Rech. Ele dizia que queria que o nome de Avenida Rio
Branco fosse só aqui, não lá em São Pelegrino. Então, senhor presidente, tenho muita honra de poder
fazer parte desta legislatura e ver hoje a Câmara de Vereadores descentralizada. Para nós desta legislatura
nos orgulha bastante poder levar este trabalho também à comunidade, nos apresentar para a comunidade.
Quero dizer também que tenho vários amigos, principalmente colegas que trabalharam na Metalcorte.
Posso citar a família do Seu Andriollo, que mora ali perto da família do Adir Rech. O Adir Rech também
é um dos... Hoje o irmão dele, o Geroni, é meu superior lá dentro da Eberle, é o encarregado do setor. Até
na semana passada estive trabalhando lá, da meia-noite às seis, como mecânico, que é uma tarefa que
muito me orgulha também. No final de ano, sempre que posso, venho às festividades do Encanto de Natal
em Ana Rech, com minha família. Também compro aqueles pães caseiros muito bem feitos pela
comunidade para a gente saborear em casa, com mel da região. Quero dizer que me sinto muito orgulhoso
de ser funcionário da Eberle desde 1985, e conheço um pouco também esta região. Eu me sinto orgulhoso
em fazer parte desta legislatura, que hoje não é só de segunda a sexta; dá para dizer que é a qualquer
horário que a comunidade quiser, dentro do que o presidente já disse no começo. O que interessa para a
comunidade esta Câmara de Vereadores vem fazendo e continuará fazendo. Tem muito ainda para lutar
por Caxias. Este é o caminho. Eu sei que outros já lutaram em outras épocas, mas não foi possível. Nesta
legislatura quero dizer que me sinto muito orgulhoso em fazer parte desta Mesa Diretora, do grupo de 17
vereadores que está implementando este modo diferente de trabalhar junto à comunidade. Senhor
presidente, senhoras e senhores vereadores, e todo o povo presente aqui, muito obrigado. (Palmas)
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Encerrado o Grande Expediente.
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