Diário DIVERSÃO & ARTE SANTA MARIA SEXTA-FEIRA, 4 DE SETEMBRO DE 2009 2 SONY PICTURES, DIVULGAÇÃO ‘BRÜNO’ É UMA DAS ESTREIAS HOJE NO CINEMA Página 3 Editor: Francisco Dalcol ☎ 3220.1872 ✉ [email protected] Revezando-se nos instrumentos, os Titãs voltam a Santa Maria depois de 12 anos para o lançamento do álbum ‘Sacos Plásticos’ De volta à essência SILMARA CIUFFA, DIVULGAÇÃO HOMERO PIVOTTO JR. N o passado, eles já quiseram tudo ao mesmo tempo agora, profetizaram que Jesus não tem dentes no país dos banguelas e até foram a melhor banda dos últimos tempos da última semana. Os títulos de alguns álbuns dos Titãs ajudam a explicar o ecletismo do trabalho dos caras. Agora, o grupo está de volta com Sacos Plásticos, seu novo disco, lançado este ano. Se o nome sugere uma embalagem descartável, o conteúdo agrada. A mistura ritmos – da baladinha ao rock mais pegado –, característica sempre presente no trabalho dos paulistas, está em dia. O show desta noite, em Santa Maria, no complexo Show de Bola, marca ainda a volta aos palcos da Região Central após 12 anos. O evento faz parte da programação do projeto 40 Espetáculos RBS 40 anos. Com mudanças na formação (primeiro a saída de Arnaldo Antunes e, mais recentemente, a de Nando Reis), somadas à morte de Marcelo Fromer, o conjunto teve de dividir o palco com músicos contratados. Mesmo sendo profissionais qualificados, não foi a mesma coisa. Por isso, resolveram que, de agora em diante, seriam somente os cinco Titãs originais que restaram em ação. Paulo Miklos, Sérgio Britto, Branco Mello, Charles Gavin e Tony Bellotto se revezam entre vozes, guitarra, bateria, teclado e baixo. – Essa coisa de tocar com músicos contratados, os caras não são da banda. Não tem aquela química. Às vezes, o cara pode não tocar tão bem, mas tem aquela coisa que a banda precisa, que é estilo, tocar de um jeito que combine – revela Sérgio Britto, em entrevista por telefone ao Diário. Na tela – No ano passado, parte da memória dos Titãs foi resgatada com o documentário Titãs – A Vida Até Parece Uma Festa, dirigido por Branco Mello e pelo diretor Oscar Rodrigues Alves. São cerca de 100 minutos com imagens captadas também por Branco durante os 25 anos de existência do grupo. Há cenas de backstage, programas de auditório, bastidores, reuniões, EM RESUMO ■ O quê: Titãs ■ Quando: hoje, às 23h59min ■ Onde: Show de Bola (Faixa Nova, entrada pela rua de calçamento da sede campestre das Dores). Informações: (55) 9994-3521 e 96379727. Antecipados na Colombo (Calçadão), na Ótica Santamariense (Calçadão) e no Dutra Auto Posto ■ Quanto: R$ 25 (pista), R$ 40 (área VIP) e R$ 70 (camarote) diariosm com.br Confira no Blog do Zoom mais detalhes sobre a infraestrutura do show MAIS Chuva O evento ocorre mesmo com mau tempo. Se a chuva continuar, haverá cobertura para abrigar o público Bellotto (a partir da esq.), Britto, Mello, Gavin e Miklos são tema de filme que será exibido na MTV ensaios, gravações e dias de folga. O documentário, que já está disponível em DVD, será exibido pela MTV sábado, às 23h30min, com reapresentação domingo, às 18h30min. Na entrevista a seguir, feita por telefone, confira o que a própria banda acha do filme e também a expectativa para o show em Santa Maria. Diário – Álbuns como o Tudo ao Mesmo Tempo Agora (1991) e Titanomaquia (1993) eram mais agressivos. Depois, o som deu uma certa amenizada. Agora, pode-se dizer que rola uma espécie de volta a esse tom mais cru, como em músicas tipo Amor Por Dinheiro, e até pelo fato de ser somente vocês tocando? Sérgio Britto – Acho que a principal característica dos Titãs sempre foi a diversidade. Em alguns momentos, a gente fez alguma coisa mais pop, em outros mais pesada, mas acho que a nossa grande virtude é a diversidade. Acho que é cas. Acho que a gente funciona bem isso que nos garante credibilidade. tocando música pesada. Talvez seja mais difícil fazer o outro (tocar sons Diário – E o público entende mais pops). Essa coisa de tocar uma música de três acordes com vontade bem isso? Sérgio – A gente toca em casa de e mandar um recado claro e direto é hardcore e em feira de agropecuá- a nossa praia. ria, e o público nos recebe bem. Esse Diário – Um pouco da trajetótrânsito pode parecer fácil, mas não é. No começo, as pessoas tinham di- ria da banda pode ser conferida ficuldade para entender. Hoje, elas no documentário Titãs – A Vida reconhecem isso. Nos nossos dis- até Parece Uma Festa. São cenas cos, até nos mais recentes, sempre de diversas épocas da carreira. teve músicas pesadas. Mas as que a Muitas captadas pelo Branco gente encontra mais facilidade para Melo. Qual a sensação de assistir tocar no rádio são as mais melódi- a esse material? Sérgio – Foi muito legal. Até porque o Branco fez um grande filme. A gente toca em O trabalho é bacana, divertido, não casa de hardcore cansa. A gente sempre teve contato com essas imagens. Ele ia mostrane em feira de do, consultando a gente. Não é uma agropecuária, e coisa que nunca mais vimos. Meso público nos mo assim, quando você vê tudo, vê recebe bem tua vida passando na frente, dá um tremendo barato. Não foi algo cha- “ pa branca. Não ficamos querendo esconder problemas, nem altos e baixos.Acho que tem tudo ali. É isso que faz o filme ser bom. Diário – Para o show em Santa Maria, o repertório deve ser baseado no mais recente registro ou rolará um apanhado geral da carreira, com composições antigas e sucessos? Sérgio – É um repertório que a gente preparou especialmente para essa turnê, que acontece nesse fim de ano e no ano que vem. Acho que vai ser algo especial. Vai rolar sons que não costumamos fazer, como Porrada, Disneylândia e Televisão. Também vamos tocar os grandes sucessos como Polícia, Bichos Escroto e Marvin, que as pessoas cantam e pedem. Tem ainda faixas do disco novo como Amor Por Dinheiro, Sacos Plásticos, Deixa Eu Entrar e Porque Eu Sei que é Amor. [email protected]