1 AS FACES DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO IFRS CÂMPUS RIO GRANDE: PERFIL PROFISSIONAL DOS DOCENTES Pâmela Perini Daniele Colembergue da Cunha Vanzin Márcia Cristina Souza Madeira Malta Pinto Patrícia Anselmo Zanotta Paulo Valério Saraçol Cleiva Aguiar de Lima Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) – Câmpus Rio Grande. RESUMO: A criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), em 2008, afirmou uma nova política para a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) que contempla uma proposta de ensino verticalizada e mais ampla ao articular ensino, pesquisa, extensão e inovação. Esta condição permitiu – e foi a própria causa da – ampliação do quadro de servidores dos IFs: técnicos e docentes. Foi o objetivo da pesquisa aqui apresentada construir um perfil dos docentes que atuam no Câmpus Rio Grande do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Os saberes específicos da EPT requerem metodologias próprias, geralmente construídas pelos professores que atuam especialmente com disciplinas vinculadas à formação técnica dos estudantes, embora não restrita a ela. A prática pedagógica, porém, não deve se restringir aos procedimentos instrumentais apenas, mas necessita estar envolvida com uma formação mais ampla e articulada com as aptidões desses profissionais. Diante disso, há que se investir em processos de formação continuada para oportunizar aos professores que atuam na EPT investigar suas práticas, problematizá-las e produzir conhecimentos sobre a especificidade do seu fazer pedagógico. E com isso, promover metodologias apropriadas para o ensino e a aprendizagem nas diferentes modalidades de ensino em que atuam. As especificidades que caracterizam os docentes do IFRS Câmpus Rio Grande foram analisadas a partir de uma abordagem exploratória de cunho quantitativo, realizada ao longo do segundo semestre de 2013 e atualizada no primeiro semestre de 2014, delimitando-se um universo de 123 servidores. Os 2 dados tiveram origem na Plataforma Lattes e nos dados da Coordenadoria de Gestão de Pessoas do Câmpus Rio Grande. As informações produzidas permitiram caracterizar o corpo docente e com isso podem auxiliar a comunidade institucional no delineamento de ações nos campos do ensino, pesquisa, extensão e inovação, permitindo a proposição de cursos de extensão ou ações de capacitação profissional, intercâmbios, entre outros. A intenção da pesquisa foi responder aos seguintes questionamentos: “Que sujeitos compõem o corpo docente que atua no Câmpus Rio Grande?” e “Quais as suas formações acadêmicas?” “Quanto tempo atuam na EPT?” Como parte dos resultados foi identificado que, do total de docentes, 99 são efetivos, sendo a maioria homens, com idade predominante entre 31 e 40 anos. Muitos deles, 43%, estão em início de carreira, com tempo de atuação entre 1 e 3 anos. A maioria dos docentes atua na área técnica dos cursos, possui formação acadêmica na área de Engenharia e nas Ciências Exatas e da Terra, com a graduação realizada na cidade de Rio Grande. Ainda, a maior parte dos doentes possui titulação em nível de mestrado e com formação pedagógica em 60% dos casos. Os IF são agentes no processo de formar sujeitos profissionais com potencial transformador, por isso, identificar como está constituído o seu quadro docente e entender os diferentes saberes que constituem as suas práticas é, em síntese conhecer as Faces da Educação Profissional do Câmpus Rio Grande, o que se apresenta com fundamental importância para ampliar a compreensão do cenário da Educação Profissional, em especial no Câmpus Rio Grande. PALAVRAS-CHAVE: Educação Profissional e Tecnológica; Caracterização Docente; Formação Docente. 1. Introdução Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) abarcam propostas de ensino verticalizadas e amplas. A articulação entre ensino, pesquisa, extensão e inovação sustenta a dinâmica das relações dos diversos níveis da EPT. Conhecer as especificidades de formação dos docentes que compõem os IFs é um desafio importante para compreender e potencializar o desenvolvimento de uma Educação Profissional transformadora. O objetivo de meramente transmitir técnicas e procedimentos de determinado ofício (profissão) há muito 3 tem sido substituído por uma proposta de ensino integrado ao mundo do trabalho. Busca-se que os egressos, além de estarem preparados para atuação profissional, possuam capacidade de agir para transformar a sua própria condição e contribuir para a construção de uma sociedade mais igualitária. Os IFs são agentes desse processo, portanto, identificar a composição do quadro profissional e entender os diferentes saberes na prática docente justifica a pesquisa apresentada neste artigo. Para isso, foi fundamental, primeiramente, conhecer as especificidades da formação dos docentes da instituição para que posteriormente suas aptidões possam ser consideradas e potencializadas. Diante disso, neste artigo, em um primeiro momento será apresentada uma contextualização histórica que situa os IFs no cenário atual da EPT, para, na sequência, apresentar o Câmpus Rio Grande, cenário da pesquisa. Em seguida, será apresentada a pesquisa realizada, considerando algumas questões metodológicas, os principais resultados e a discussão. Por fim, breves considerações são apresentadas de modo a instigar a continuidade do diálogo, com base em alguns apontamentos que a discussão dos dados possibilita apresentar neste momento. 2. Das escolas de aprendizes aos Institutos Federais, uma nova proposta 2.1. Os Institutos Federais: reconfigurando a Educação Profissional no Brasil A história da EPT no Brasil nos remete a 1909 quando foi implementada pelo Decreto Nº. 7.566 de Nilo Peçanha, que criou as escolas de aprendizes e artífices, destinadas a meninos pobres e filhos de operários, considerados “desvalidos da sorte”. Portanto, não é uma história recente, pois tem se reinventado há um século. Mas talvez a mais profunda reconfiguração da EPT, dentro da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica (RFEPT), tenha sido por meio da Lei Nº. 11.892 (BRASIL, 2008) com a criação de 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), definidos pelo artigo 2º da referida Lei: “Os Institutos Federais são instituições de educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as suas práticas pedagógicas, nos termos desta Lei.” (BRASIL, 2008) 4 Portanto, já a denominação dessas instituições, inéditas no Brasil, indica uma intencionalidade. Os IFs como são conhecidos, não são simplesmente instituições de EPT em que o ensino privilegia e valoriza a transmissão de técnicas relativas ao mundo tecnológico. Aqui, o vocábulo Educação, amplia a visão de ensino, e pode ser entendida como um processo dinâmico e permanente de construção do conhecimento. Perspectiva que encontra respaldo em Pimenta (2008, p. 67) ao afirmar que: “Vê-se que a educação é parte do contexto social, do tempo, dos valores, das condições materiais e dos acontecimentos históricos em que se encontra e aos quais se integra”. Além disso, assume-se como um Instituto de Ciência, em que a valorização do conhecimento científico e da produção de ciência, por meio da pesquisa, passa ser também uma intencionalidade. E como não se pode deixar de mencionar, um Instituto de Tecnologia, isto é, instituto dedicado não apenas a compreensão dos procedimentos tecnológicos atuais, mas à produção de conhecimento aplicado, à produção de tecnologia que atenda aos interesses nacionais, às necessidades prementes de desenvolvimento local e regional, um desenvolvimento com vistas a sustentabilidade, o que já é consenso para a sociedade atual. Tais aspectos são contemplados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN Nº. 9394 de 1996 (BRASIL, 1996), em seu artigo Art. 39º, no qual consta: “A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva”. Diante disso, a criação dos IFs atualiza também uma intencionalidade explicitada na LDB doze anos antes. Assim, ao promover a EPT a um novo patamar, que reorganiza e valoriza a formação dos sujeitos para atuar no mundo do trabalho, também valorizaos servidores, técnicos e professores que se dedicam a formação desses sujeitos, jovens e adultos cuja qualidade profissional e pessoal já tem sido reconhecida no Brasil e no exterior. Valorização que pode ser verificada pelos inúmeros postos de trabalho ocupados, e muitos ainda vagos, por profissionais técnicos oriundos das instituições de EPT distribuídos em todas as regiões do vasto território brasileiro. Entretanto, a reconfiguração da EPT não apenas valoriza o bom ensino profissional ministrado há mais de 100 anos na RFEPT, mas amplia sua ação e propõe um novo conceito quando valoriza e estimula a realização de um trabalho educativo que articule o ensino, a pesquisa, a extensão e inovação. Nos IFs a: 5 “concepção de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) orienta os processos de formação com base nas premissas da integração e da articulação entre ciência, tecnologia, cultura e conhecimentos específicos e do desenvolvimento da capacidade de investigação científica como dimensões essenciais à manutençãoda autonomia e dos saberes necessários ao permanente exercício da laboralidade, que se traduzem nas ações de ensino, pesquisa e extensão.” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2010, p.6) Para Pacheco, os IFs podem ser considerados como uma revolução na EPT do Brasil, pois, dentre outros aspectos: “[...] agregar à formação acadêmica a preparação para o trabalho (compreendendo-o em seu sentido histórico, mas sem deixar de firmar o seu sentido ontológico) e discutir os princípios das tecnologias a ele concernentes dão luz a elementos essenciais para a definição de um propósito específico para a estrutura curricular da educação profissional e tecnológica. O que se propõem é uma formação contextualizada, banhada de conhecimentos, princípios e valores que potencializam a ação humana na busca de caminhos de vida mais dignos.” (PACHECO, 2011, p.10) Para tanto, os IFs destinam-se à preparação de trabalhadores principalmente, articulando a Educação Básica, em cursos de Ensino Médio integrados à Educação Profissional técnica de nível médio; ensino técnico em geral, como já ofertado por diversas instituições de EPT. O avanço está na ampliação e verticalização para a formação dos trabalhadores, ao ofertar com maior intensidade e levar a locais mais distantes dos grandes centros urbanos, cursos Superiores de Tecnologia; Licenciatura e Bacharelado. Este último, em áreas em que a ciência e a tecnologia são muito valorizadas, como no caso particular das engenharias. Também passa a integrar os IFs, de maneira regular, a oferta de programas de pós-graduação latoe stricto sensu. Entretanto, essa ampliação não afasta a histórica vocação dessas instituições em promover a Educação Profissional básica, que é a oferta de formação inicial e continuada para trabalhadores. Por isso, diante da diversidade e da expansão assumida pelos IFs, ao se dedicarem a diferentes níveis e modalidades de ensino, pesquisa e extensão, foi necessário uma ampliação considerável no quadro de pessoas que fazem essa educação, incluindo professores e técnicos administrativos. Até o ano de 2007, o ingresso de profissionais no quadro das Redes Federais de EPT era basicamente pela reposição de profissionais que deixavam esse quadro em virtude de aposentadorias, por exemplo. Depois da constituição dos IFs o quadro se ampliou e, proporcionalmente, o número de profissionais novos supera o número de antigos, nova 6 realidade que necessita ser conhecida. Surgiu, então, uma demanda para alguns integrantes do Grupo de Pesquisa em Educação Profissional e Tecnológica (GPEPT) do Câmpus. Essa demanda mobilizou a busca pela compreensão das características do perfil profissional do novo quadro de servidores e que continua se ampliando e se transformando. Para isso o olhar se direcionou principalmente para a formação acadêmica e a experiência profissional dos docentes que atuam no Câmpus Rio Grande. A intenção foi de que o conhecimento produzido na pesquisa realizada e apresentada neste artigo possa subsidiar ações, em especial às vinculadas com a formação continuada, uma importante estratégia de formação necessária aos objetivos dessas instituições renovadas. 2.2. Câmpus Rio Grande – um espaço/tempo para Educação Profissional na nova proposta O atual Câmpus Rio Grande tem sido um lócus privilegiado de Educação Profissional no sul do Brasil, há 50 anos. Por muito tempo foi dedicado a oferecer cursos técnicos integrados ao Ensino Médio e cursos técnicos subsequentes na área industrial, tendo iniciado suas atividades com os cursos de Eletrotécnica, e Refrigeração e Ar Condicionado. Atualmente, integrando o IFRS, o Câmpus Rio Grande disponibiliza 7 cursos técnicos e 4 de nível superior. Quanto aos cursos técnicos, 4 são oferecidos nas modalidades: Integrado, Subsequente e PROEJA (Automação Industrial, Eletrotécnica, Geoprocessamento e Refrigeração e Climatização); 1 curso técnico nas modalidades: Subsequente e PROEJA (Enfermagem), 1 curso técnico nas modalidades Integrado e Subsequente (Fabricação Mecânica) e 1 curso técnico nas modalidades: Integrado e Subsequente/EAD (Informática para Internet). Completam sua oferta, cursos de nível superior de Tecnologia (Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Construção de Edifícios e Refrigeração e Climatização), de Licenciatura para Educação Profissional e Tecnológica e de Engenharia Mecânica, este último será ofertado a partir de 2015. Além disso, vem ampliando sua ação em diferentes frentes de trabalho relacionadas à comunidade em geral, em que se destacam diversas ações de extensão, como: os Programas Vida Saudável e GeoSaúde, a atuação no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), no Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (PROMIMP) e no Programa Mulheres Mil. Também ações de pesquisa distribuídas nos cinco Grupos de Pesquisa atuantes no Câmpus são parte da nossa história 7 recente. Tais ações demonstram a potencialidade do IFRS, bem como a capacidade dessas jovens instituições se reinventarem. 2.3. A docência na Educação Profissional A ação docente não se constitui em uma tarefa fácil. Tampouco depende de vocação. A ação docente é parte de um ser docente, pois como afirma Freire: “Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro a tarde . Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática.” (1991, p. 58) Deste modo, a formação docente precisa ser entendida como um processo que requer, além da experiência, a práxis, ou seja, demanda estudos teóricos e práticas refletidas. A ausência de cursos específicos de formação de professores para atuar na EPT foi uma realidade com a qual os professores dessas instituições conviveram por muito tempo. Muitos professores “leigos” atuaram e atuam na EPT; entretanto, o consenso de que para lecionar é suficiente ter os conhecimentos específicos de determinada área do saber, está superada. A Resolução CNE/CEB Nº. 02/97 dispõe sobre os programas especiais de formação pedagógica de docentes para as disciplinas do currículo do ensino fundamental, do ensino médio e da educação profissional em nível médio. Porém, desde a LDBEN (BRASIL, 1996) para atuar na educação básica é exigida formação pedagógica. A LDBEN estabelece que a formação de docentes para atuar na educação básica deva ser feita em curso superior de Licenciatura, admitindo-se a formaçãomínima de nível médio, na modalidade Normal, para o exercício do magistério na educação infantil e no primeiro segmento do ensino fundamental. Para adocência no Ensino Médio, é pressuposto ter a formação em nível superior. Conforme constam nos artigos 61 e 62 transcritos a seguir: “Art. 61º. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço; II - aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades. Art. 62º. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.” 8 Considerando a especificidade da EP, há de se considerar que a formação docente em nível superior ainda não possui a oferta necessária, o que gera a falta de professores habilitados para essa docência. As formações pedagógicas geralmente eram oferecidas por meio de Processos de Formação Pedagógica, conhecidos como os antigos Esquemas I e II, cursos de formação com uma carga horária abreviada. As atuais licenciaturas para a Educação Profissional e Tecnológica ainda são em número reduzido e a ausência de uma legislação específica dificulta sua implantação e consolidação. Além disso, é comum que os docentes que atuem na EP, ao terem formação em nível técnico, incluindo bacharelados como as Engenharias e cursos de Tecnologia, conservem o antigo conceito de priorizar a formação tecnológica e científica. Assim, muitos não valorizam a formação pedagógica, o que pode proporcionar uma lacuna na sua formação e dos trabalhadores. Nesse sentido, para Machado: “Na formação dos docentes para a educação profissional, é fundamental trabalhar diferentes formas de realização da transposição didática dos conteúdos específicos considerando a complexa diversidade apresentada poresta modalidade educacional e pelas dimensões econômicas, sociais eculturais das demandas dos contextos profissionais para os quais se formamos alunos.” (2008, p. 29) Diante disso, entendemos a formação docente para a EPT como um desafio, tanto no que diz respeito a processos de formação inicial, quanto a processos de formação continuada. Isso em razão do avanço tecnológico, cada vez mais inserido no trabalho, e da necessidade de atualização, tendo em vista a dinamicidade da sociedade atual e do mundo do trabalho, que incluem constantes mudanças inclusive nas relações laborais. Para Kuenzer: “Mesmo quando o trabalho é simplificado, o elevado custo de um investimento tecnologicamente sofisticado e as demandas de competitividade exigem trabalhadores potencialmente capazes de intervir critica e criativamente quando necessário, não só assegurando índices razoáveis de produtividade, através da observação de normas de segurança e da obtenção de índices mínimos de desperdício, de paradas, de retrabalho e de riscos, mas também otimizando o sistema.” (2008, p. 22) A formação de profissionais que se espera dos IFs, seja em nível técnico ou tecnológico, está para além de simples treinamento de técnicas e instrumentação para ações práticas nas diferentes frentes de trabalho. Há um compromisso com a formação integral de um sujeito capaz de se reconhecer no mundo como sujeito agente de transformação, com autonomia, senso crítico, ética e responsabilidade socioambiental. Aspectos que vão ao encontro do que propõe Arroyo: 9 “Não temos dúvida que a garantia dos direitos sociais somente ocorrerá na afirmação de uma cultura pública, no reconhecimento social, coletivo desses direitos, no comprometimento da sociedade. Sabemos que a educação enquanto direito é uma empreitada tão séria que não poderá ficar apenas por conta de seus profissionais, mas também não aconteceria sem eles, sem sua perícia, seu trabalho qualificado. Seu planejamento e ação competentes são insubstituíveis. Seu ofício não é descartável.” (2000, p.21) Como afirma o autor, o papel docente é fundamental na formação de sujeitos compromissados e atuantes na sociedade atual. Com tantas transformações ao longo da história, tanto políticas, quanto econômicas, culturais e tecnológicas, a educação e, em especial, a formação de professores, incluindo seu papel, passou por diferentes paradigmas. Diante disso, se faz cada vez mais necessário que mudanças ocorram e que nesses novos paradigmas se façam presentes: o coletivo, o caráter transdisciplinar, o humano e o dialógico. Por muito tempo, os licenciados realizaram sua formação em contextos de educação caracterizados pela perda de sua identidade social, muitas vezes reduzidas às instâncias administrativas, burocratizadas e operacionais (VEIGA, 2010). Nesse contexto, os anos 80, 90 e 2000 metamorfosearam a Educação e em especial, a formação de professores que, com menos tecnicismo, mais politização, preocupam-se em uma formação mais humana, mais ética. Nesse sentido, Veiga (2010, p.19) ressalta ainda que “Não é possível pensar e construir uma proposta formativa sem ter por base uma clara concepção de formação e seus princípios fundantes”. Os IFs têm em seu Plano de Metas que 20% de suas vagas sejam destinadas para Licenciaturas. Nesta perspectiva, logo se percebe que são instituições que trabalham a EPT em um novo paradigma. Propor licenciaturas implica em uma humanização da EPT, ao valorizar os aspectos pedagógicos, tanto quanto os científicos e tecnológicos. Nesse contexto, concordamos com Severino e Fernandes quando afirmam: “E pensar em educação é pensar em vida construída em tensões e contradições, em relações indissociadas em uma implicação permanente como ato político, sócio-histórico e cultural. A educação está em todos os lugares por onde andamos, aprendemos a com-viver e a viver com ela. [...] Nessa perspectiva, a condição para compreender a Educação e também a possibilidade de reinventar a cidadania na sociedade é a própria VIDA e as pessoas que a produzem na concretude das relações do mundo da vida e do trabalho.” (2011 p. 60-61, grifo dos autores) Nessa perspectiva, a formação de professores nos IFs busca articular a teoria à prática vivenciada na própria escola. Com isso, não há um academicismo distante do contexto educacional, há um diálogo entre o que se pensa e o que acontece no cotidiano escolar de fato. 10 Portanto, a prática pedagógica passa a ser vista também como uma prática social em que o debate se amplia entre a formação específica e a formação pedagógica que necessita ser continuada, entendida como um processo permanente de si e da docência. Acredita-se que essa formação só poderá ser desenvolvida por professores que tenham promovido em si essa consciência, criticidade, ética e responsabilidade, afinal, não é possível promover nos outros algo que não se promoveu em si mesmo. Nesse sentido, conhecer as especificidades da formação dos professores permitirá a proposição de estratégias formativas que os ajudem a promover em suas práticas docentes esses pressupostos. 3. Caracterização metodológica e contexto da pesquisa 3.1. Tipo de estudo A pesquisa, cujo objetivo foi conhecer as “faces” da Educação Profissional no IFRS Câmpus Rio Grande, por meio da investigação, identificação e análise da formação acadêmica e tempo de experiência profissional dos docentes da instituição, teve caráter exploratório de cunho quantitativo e qualitativo. Para Metring, o caráter exploratório é importante porque: “Seu objetivo maior é o aprimoramento de idéias e a criação de maior familiaridade com um problema para poder torná-lo explícito, ou ainda criar novas hipóteses. Desenvolvida a partir da observação direta dos fatos, a pesquisa exploratória busca contactar algo num determinado organismo ou fenômeno para aumentar sua compreensão e explicitar seu funcionamento (relação de causa-efeito).” (2009, p.61, grifo do autor) A pesquisa exploratória, para Triviños (1987) permite flexibilidade na relação com o objeto de estudo e possibilita uma análise tantoquantitativa, quanto qualitativa, ou ambas. A partir de uma realidade específica, contribui para que o pesquisadorplaneje encontrar elementos necessários que lhe permitam encontrar os resultados que deseja. O autor ainda destaca: “Pensa-se que a realização de um estudo exploratório, por ser aparentemente simples, elimina o cuidadoso tratamento científico que todo investigador tem presente nos trabalhos de pesquisa. Este tipo de investigação, por exemplo, não exime a revisão da literatura, as entrevistas, o emprego de questionários etc. tudo dentro de um esquema elaborado com a severidade característica de um trabalho científico.” (TRIVIÑOS, 1987, p. 109) A proposta aqui apresentada envolve a análise dos dados e informações considerando as trajetórias e as especificidades de formação dos professores, não considerando apenas os 11 números isoladamente, mas também as características que compõem a experiência profissional. Para tanto, a pesquisa contou com aspectos quantitativos que podem levar a consideração de aspectos qualitativos, pois concordando com Flick: “Os métodos qualitativos e os quantitativos podem ser associados de diversas maneiras no planejamento de um estudo. [...] Um estudo poderá incluir abordagens qualitativas e quantitativas em diferentes fases do processo de pesquisa sem concentrar-se necessariamente na redução de uma delas a uma categoria inferior [...]” (2009,p. 42-43) A pesquisa qualitativa contribuirá na exploração e compreensão do fenômeno estudado e a abordagem quantitativa na organização e apresentação dos dados obtidos e informações produzidas. 3.2. Contexto e metodologia do estudo A pesquisa foi desenvolvida no Câmpus Rio Grande do IFRS, ao longo do segundo semestre de 2013 e atualizada para os dados de abril de 2014. A busca pelas informações e dados foi feita por meio da Plataforma Lattes e consulta à Coordenadoria de Gestão de Pessoas (COGEP) do Câmpus. O universo pesquisado, constituído por 123 docentes, inclui principalmente os docentes efetivos do IFRS Câmpus Rio Grande, correspondente a 99 servidores. Um total de 6 currículos foram considerados desatualizados, isto é, anteriores a 2013. De qualquer forma, todos os currículos foram utilizados, visto que o objetivo era a formação docente, o que, por ventura, pode ter incorporado algum pequeno erro em nossos dados. Além disso, os demais dados analisados não se relacionavam diretamente a atualização do currículo, como por exemplo, idade, sexo, tempo de serviço, dentre outros parâmetros. As informações foram organizadas em planilhas eletrônicas, o que permitiu a organização e a visualização dos dados, bem como foi possível propor métodos de gerar novas informações. A partir de então, as informações foram tratadas estatisticamente e posteriormente organizadas em gráficos, proporcionando resultados que apontaram a identificação das características da formação e experiência profissional dos docentes. Segundo a compreensão do grupo de pesquisa, não houve necessidade de apreciação do projeto ao Comitê de Ética da Instituição, visto que as informações pesquisadas e apresentadas são de domínio público e estão disponíveis a qualquer pesquisador. 12 4. Resultados e construção do perfil docente Dentre os servidores que compõem o quadro atual do Câmpus Rio Grande, 123 são professores, sendo que, destes, 99 (ou 81 % de acordo com a Figura 1(a)) são docentes efetivos com regime de trabalho de 40 horas com dedicação exclusiva, com exceção de 2 docentes, com contratos de 20 horas. Os demais professores estão vinculados a vagas de professor substituto (12%) – docente, cuja vaga foi gerada pelo afastamento de professor efetivo para pós-graduação ou maternidade, por exemplo – ou temporário (7%) – docente que ocupa vaga criada por demanda de expansão do curso/câmpus, de forma provisória na expectativa de nova vaga efetiva; contudo, estas vagas são extintas ao terminar o contrato do professor. Todos os demais dados que se seguem são relacionados aos docentes efetivos do IFRS Câmpus Rio Grande. Entendemos que esses servidores compõem o quadro mais estável de apreciação para delineamento do perfil docente do Câmpus, pois os professores substitutos e os temporários estão de passagem pela instituição. Na composição do quadro de docentes efetivos, quanto à idade (Figura 1(b)), o grupo é relativamente jovem, sendo que 65% têm idade até 40 anos; 16% possuem menos de 30 anos e 11% possuem mais de 50 anos. Considerando o sexo, tem-se 35% de mulheres e 65% de homens (Figura 1(c)). Com relação ao tempo de experiência docente na RFEPT, foi identificada uma grande variação. Como já era esperado, existem professores com 40 anos de experiência em sala de aula e outros como menos de 6 meses. No Figura 1(d) fica evidente a ampliação da rede a partir de 2008, afinal, aproximadamente 50% dos professores possuem até 3 anos de tempo se serviço, e outros 19% têm até 5 anos, justamente o período de implantação dos IFs. Do total, apenas 15% dos professores tem mais de 10 anos de experiência. Isso mostra um corpo docente renovado e com pouca experiência. Por certo, esta é uma nova instituição e por isso a formação docente e a construção de uma identidade institucional deve ser priorizada. Quanto à titulação dos professores, 54% são mestres, e 33% são doutores (Figura 1(e)), ou seja, um corpo docente extremamente qualificado. Curiosamente, apenas 20% das mulheres têm formação em nível de Doutorado, índice que atinge 80% dos homens (Figura 1(f)). Outro dado interessante, é que não se percebeu diferença percentual para nível de formação dos professores considerando os diferentes tempos de serviço. Porém, entre os 13 docentes ingressantes, com tempo de serviço de até 3 anos, em média 63% possuem Mestrado e 23 % possuem Doutorado. Finalmente, deve-se destacar que, durante o levantamento, teve-se o registro de 21 Doutoramentos em andamento, indicando que em curto espaço de tempo, possivelmente tenhamos um corpo docente composto por aproximadamente 50% de Doutores. Com relação à área de formação no nível superior, identificou-se, pelas áreas de conhecimento, a seguinte distribuição dos professores do Câmpus: 32% possuem formação na área das Engenharias, 35% na área das Ciências Exatas e da Terra, 8% na área das Ciências Humanas e Sociais, 6% na área das Ciências da Saúde e Biológicas, 7% na área da Linguística e Artes e 12% em outras áreas. 14 Figura 1: Perfis dos docentes do IFRS – Câmpus Rio Grande em relação ao (a) vínculo empregatício, (b) idade em anos, (c) sexo, (d) tempo de serviço, (e) titulação máxima, (f) titulação e sexo, (g) local da universidade de graduação e (h) área de atuação (Ano: 2014). * F e M significam feminino e masculino, respectivamente. ** Siglas de cidade/Estado: RG: Rio Grande, PEL: Pelotas, POA: Porto Alegre, RS; Rio Grande do Sul (e) (a) (f) ** (b) (g) (c) (h) (d) 15 Com relação ao local de Graduação, (Figura 1(g)), verifica-se que a maioria (61%) realizou a sua formação na cidade do Rio Grande (RG). Isso se verifica pelo fato de termos uma universidade pública, a Universidade Federal do Rio Grande, que oportuniza diversos cursos. Além disso, em uma cidade distante cerca de 60 km de Rio Grande, também com uma universidade pública e federal, Pelotas (PEL) temos a formação de 17% dos docentes que atuam no Câmpus Rio Grande. Considerando outros locais, verifica-se o mesmo índice para graduados em universidades da capital do Rio Grande do Sul – Porto Alegre (POA), do interior do Estado ou de outros Estados (Porto Alegre = 7%, outras localidades do RS = 7 %, outros estados = 7%). E ainda, há 1 docente natural do Peru, onde realizou sua graduação (outro país = 1%). Com relação à área em que o docente atua no Câmpus, conforme (Figura 1(h)): 65% atuam na área técnica, e 35% atuam na área geral, que envolve as disciplinas básicas do ensino médio como: geografia, sociologia, matemática, física, química, biologia, entre outras. Ainda foi possível constatar que do total de homens, 77% atuam na área técnica e 23% na área geral, e, entre as mulheres, 43% atuam na área técnica, 57% na área geral. Considerando o maior porcentual de professoras atuando na área geral (57% das docentes do sexo feminino) em relação aos homens (23%), acreditamos que provavelmente este indicador ainda reflita um fator histórico, no qual, há algumas décadas atrás, era tradicional mulheres se formarem para exercer o magistério (e fazendo licenciaturas, normalmente das disciplinas da área geral) e os homens, sim, “eram aptos” a cursarem graduações da área técnica. Entretanto, os resultados também indicam que as mulheres estão revertendo esse fator histórico, uma vez que 43% do total das mulheres encontram-se atuando na área técnica. Considerando agora, o nível em que o docente atua no Câmpus (Figura 2(a)): 77% dos docentes atuam no Integrado, 49% dos docentes atuam no Subsequente, e 53% dos docentes atuam em cursos de nível Superior. Esses dados estão em consonância com o desenho curricular dos IFs em que a verticalização traz a oportunidade do docente dialogar de forma articulada desde a educação básica até a pós-graduação. No caso específico do Câmpus Rio Grande, isso já é verificado, não apenas pela oferta de cursos em diferentes modalidades, mas pelo fato dos professores atuarem em mais de um nível, incluindo a modalidade PROEJA. Quanto à formação técnica de nível médio (Figura 2(b)), 41% dos docentes possuem formação em curso técnico profissionalizante. Outras experiências semelhantes podem ser providas em cursos de Tecnologia (como ocorre para 5% dos docentes, metade dos quais já 16 apresentam também curso técnico), ou com mestrado profissionalizante (3% dos docentes todos da matemática, por coincidência, e sem curso técnico). Em se tratando de uma escola que forma, principalmente, profissionais técnicos e tecnólogos, esse tipo de vivência traz, de certa forma ao docente, uma identidade com a formação do estudante, pela sua própria experiência. Figura 2: Modalidade de ensino de atuação (a) e perfil de formação técnica (b) dos docentes do IFRS – Câmpus Rio Grande (Ano 2014). (a) (b) 17 Por outro lado, e retomando os dados da formação técnica, observou-se que, dentre os docentes da área geral, somente 11% dos professores possuem alguma formação profissionalizante de nível médio, e outros 8% possuem experiência similar pela realização de mestrado profissionalizante. Ressaltamos esses dados porque o mais interessante numa abordagem de ensino integrada seria podermos ter, enquanto professores, uma efetiva inter-relação entre conhecimento técnico – aquele da atuação do estudante – e formação pedagógica. Finalmente, em relação à formação pedagógica (Figura 3(a)), foi identificado que, dentre os docentes efetivos, 60% são licenciados ou apresentam algum tipo de formação pedagógica. Um índice alto, 40%, não possui qualquer formação na área de educação, embora servidor em carreira EBTT, atuando em educação profissional de nível médio. Esse índice se comporta em padrões diferentes quando identificado por sexo: entre as mulheres, 85% possuem formação pedagógica, entre os homens apenas 15%. Quando sobrepostos os dados de formação pedagógica e área de atuação, observa-se que mais de 90% dos professores da área geral, que ministram disciplinas propedêuticas apresentam formação pedagógica. O déficit está, particularmente, nos docentes de áreas técnicas, onde mais de 50% não apresentam qualquer tipo de formação pedagógica. Figura 3: Perfil dos docentes do IFRS – Câmpus Rio Grande em relação à sua formação pedagógica (Ano: 2014). Neste sentido, é importante destacar que os IFs, ao proporem que 20% de suas vagas se destinem a cursos de Licenciatura, vislumbrem, não apenas a carência de cursos de formação pedagógica, quanto apostam na formação docente. 18 A implantação de licenciaturas nos IFs tem importância para a comunidade em geral, mas também para a própria comunidade acadêmica, ao mobilizar discussões e ações com relação ao fazer pedagógico. Por exemplo, ao propor aulas abertas, em que os servidores são convidados a participar da discussão de alguns temas próprios do curso de Licenciatura do Câmpus Rio Grande, o debate sobre questões pedagógicas se amplia. Da mesma forma, quando licenciandos procuram docentes dos diferentes cursos e modalidades para realizar o estágio, ou realizar alguma pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso, muitas questões educacionais são trazidas a tona. Questões que indubitavelmente provocam reflexões nos envolvidos sejam discentes ou docentes. Além disso, ter um núcleo de professores envolvidos com formação inicial, mobiliza a pensar e realizar ações de formação continuada. 5. Considerações Finais Conhecer o perfil dos docentes que atuam no IF foi o principal objetivo da pesquisa apresentada. Foi possível observar, através da análise dos dados levantados, que há uma diversidade de formações e um corpo docente com diferentes tempos de experiência. Colegas com mais idade, com maior tempo de docência, convivem e atuam com docentes jovens, muitos recém-formados e em início de carreira. Além disso, há diferentes formações acadêmicas que incluem tanto formação de nível técnico, quanto formação em nível superior em diferentes áreas. Áreas que muitas vezes, não se restringem às áreas de EPT ofertadas no Câmpus. Essas informações possibilitam apresentar à comunidade institucional um cenário capaz de auxiliar no delineamento de ações nos campos do ensino, pesquisa, extensão e inovação. Para a proposição de cursos de extensão ou de ações de capacitação profissional, intercâmbios, entre outros, os resultados obtidos com a pesquisa apresentada, podem contribuir com os gestores dos setores de ensino e pedagógicos. Em paralelo a este projeto, foi desenvolvido no Câmpus o projeto “Avaliação da qualidade de vida no trabalho dos servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul Campus Rio Grande”, cujos resultados podem ser articulados aos que obtivemos com o perfil dos docentes para contribuírem com as propostas de intervenção. 19 Responder aos seguintes questionamentos: “Quem são os docentes que atuam no Câmpus Rio Grande?” “Quais as suas formações acadêmicas?” e “Quanto tempo atuam na EPT?” permite refletir sobre outras questões. Desse modo, entender como as trajetórias anteriores dos docentes podem mobilizar novas ações, de que modo é possível valorizar os saberes oriundos de suas formações acadêmicas, como estes saberes influenciam os discentes, são aspectos igualmente relevantes. Tais questionamentos poderão ser respondidos com a continuidade das ações do Grupo de Pesquisa e que têm nas respostas, já obtidas pela presente pesquisa, subsídios necessários. 6. Referências ARROYO, Miguel G. Ofício de mestre: imagens e auto-imagens. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. BRASIL. Lei Nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de 1996. ______. Conselho Nacional de Educação. Resolução Nº. 02, de 26 de junho de 1997. Diário Oficial da União, Brasília, 15 de julho de 1997. ______, Lei Nº. 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Diário Oficial da União, Brasília, 30 de dezembro de 2008. FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009. FREIRE, Paulo. 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