Juventude: Uilian faz análise crítica dos jovens no Estado e no país PÁGINA 14 Florianópolis, Abril de 2013 Nº 188 - Ano XVII PAPA FRANCISCO Primeiro latino americano, primeiro jesuita e primeiro papa a adotar o nome de Francisco, Dom Jorge Bergoglio é conhecido pela simplicidade e humildade A eleição do Cardeal argentino, realizada no dia 13 de março, causou surpresa no mundo inteiro, já que não era cogitado entre os principais candidatos. Após apenas três votações, foi eleito com mais de dois terços dos 115 votos dos cardeais. Homem simples e humilde, Dom Jorge Mario Bergoglio, 76 anos, era cardeal de Buenos Aires. Como nome, adotou Francisco, homenagem a São Francisco de Assis. A escolha teve inspiração em Dom Cláudio Hummes, cardeal brasileiro, que lhe disse: “Não se esqueça dos pobres”, como os apóstolos em Jerusalém recomendaram a Paulo (conf. Gálatas 2,10). PÁGINAS 02 e 03 Tema do Mês Dom Jorge Mario Bergoglio é homem simples e humilde, e deve adotar essas características em seu ministério CATEDRAL 300 ANOS Edição especial resgata a história da Paróquia da Catedral Caderno especial de quatro páginas fala sobre os eventos comemorativos aos 300 anos da Paróquia Nossa Senhora do Desterro e Santa Catarina, a Catedral. Também recorda o crescimento da igreja e os eventos históricos em que esteve envolvida nesse tempo. Ainda mostra as atividades desenvolvidas na paróquia nos dias de hoje. Encontro reúne ex-alunos do Seminário de Azambuja PÁGINA 03 Participe do Jornal da Arquidiocese 193 padres e diáconos participam da Missa do Crisma PÁGINA 05 Celebração marca os 50 anos da Paróquia de Guabiruba PÁGINA 08 RESSURREIÇÃO para a Vida Eterna Por uma força especial dada pelo único Deus criador, nossos pais nos deram o corpo e a alma, enquanto geradores neste mundo, criadores na ordem da natureza terrena. Deus nos deu o corpo e a alma, enquanto Criador transcendental, fonte de toda a vida. Ele é criador na ordem da graça, mistério que só alcançamos pela fé. Criados na unidade global de corpo e alma, deixamonos, porém, marcar pelo pecado, causa de profunda divisão interna, que se manifesta em ALESC promoveu sessão especial para a CF-2013 PÁGINA 11 toda a sua força e pavor na morte, com a separação entre alma e corpo. Uma separação provisória, contudo! Pois nossa fé nos diz que a alma humana, que após o julgamento já vive no céu (ou no inferno), continua atrelada ao corpo e aguarda ansiosa a ressurreição definitiva de nossa carne para podermos – na unidade recomposta de corpo e alma, na totalidade de nosso ser – viver a vida eterna em Deus (ou a morte eterna, sem Deus). PÁGINA 04 Propedêutico ganha nova casa de formação PÁGINA 12 P O R C A R TA POR E-MAIL PELO SITE Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis [email protected] www.arquifln.org.br 2 Opinião Abril 2013 Palavra do Bispo Dom Wilson Tadeu Jönck Jornal da Arquidiocese Arcebispo de Florianópolis PAPA FRANCISCO Habemus Papam – No dia 13 de março, o Cardeal de Buenos Aires, Jorge Mário Bergoglio, eleito pelo conclave, foi anunciado como sucessor do Papa Bento XVI, que renunciou em 28 de fevereiro. Ao escolher o nome de Francisco, tornava conhecido o seu modo de ser pastor em Buenos Aires. Mostra espírito despojado e busca estar muito próximo das pessoas, sobretudo dos mais simples. Sua indicação para a sede de Pedro contrariou os prognósticos dos vaticanistas de plantão. Comprova-se mais uma vez que a eleição de um papa não segue os conchavos e disputas eleitorais dos pleitos realizados em nossas cidades. O Papa Francisco é a resposta às orações dos fiéis do mundo inteiro que pediam a Deus um papa “segundo o Seu coração”. Primeira vez – Foi a primeira vez que um cardeal sul-americano foi escolhido para dirigir a Igreja. O mundo inteiro se alegrou com o povo argentino, pela escolha do seu Cardeal. Pela primeira vez, um papa escolhe o nome de Francisco. Nunca antes um jesuíta tinha se tornado papa. A tríplice novidade nos dá a certeza de que a Igreja viverá um novo tempo, uma época de acolhida mais determinada da mensagem do Evangelho de Jesus Cristo. Experiência de regime totalitário – Esta é uma marca dos três últimos papas. O Papa João Paulo II sentiu o peso do regime comunista. Na experiência da restrição da liberdade individual, formou sua personalidade e construiu a resposta ao chamado de Deus para dirigir o seu povo. Já o Papa Bento XVI, viveu sua infância e parte da juventude sob o regime nazista. Vivenciou pessoalmente o quanto o desejo de dominar pode desfi- Palavra do Papa Francisco Páscoa: mistério central da nossa fé Feliz Páscoa a todos! Agradeçolhes por virem também hoje tão numerosos a esta praça, a fim de compartilharmos a alegria da Páscoa, mistério central da nossa fé. Que a força da Ressurreição de Cristo possa alcançar cada pessoa, especialmente quem sofre, e todas as situações mais necessitadas de confiança e esperança. Cristo venceu o mal de modo pleno e definitivo, mas toca a nós, pessoas de cada tempo, acolher esta vitória em nossa vida e nas realidades concretas da história e da sociedade. Por isso parece-me importante sublinhar o que hoje pedimos, na liturgia deste segundo dia da Páscoa: Ó Pai, que fazes crescer a tua Igreja dando-lhe sempre novos filhos pelo batismo, concede a teus fiéis a graça de exprimirem, na vida, o sacramento que receberam pela fé! É verdade: o Batismo, que nos faz filhos de Deus, e a Eucaristia, que nos une a Cristo, devem tornarse vida, isto é, devem traduzir-se em atitudes, gestos, escolhas. A graça contida nos sacramentos pascais é um potencial de renovação enorme para a existência pessoal, para a vida das famílias, para as relações sociais. Mas tudo passa através do coração humano: se eu me deixo tocar pela graça do Cristo ressuscitado, se lhe permito de mudar-me naquele aspecto que não é bom, que pode prejudicar a mim e aos outros, eu permito à vitória de Cristo que se confirme na minha vida, que alargue a sua ação benéfica. Esse é o poder da graça! Sem a graça de Deus não podemos nada. Mas com a graça do Batismo e da Comunhão eucarística posso tornar-me instrumento da misericórdia de Deus, da bendita misericórdia de Deus. Exprimir na vida o sacramento que recebemos: eis, caros irmãos e irmãs, o nosso empenho quotidiano, mas eu diria também, a nossa alegria quotidiana! Oremos juntos, em nome do Senhor ressuscitado, e pela intercessão de Maria Santíssima, para que o Mistério pascal possa atuar profundamente em nós e neste nosso tempo, a fim de que o ódio ceda lugar ao amor, a mentira à verdade, a vingança ao perdão, a tristeza à alegria. Amém. gurar o ser humano e a própria sociedade. Também o Papa Francisco enfrentou a dura realidade da ditadura militar, que atingiu a Argentina, e o nosso e outros países da América do Sul. Os três conheceram, em suas próprias vidas, de modo concreto, a realidade do mal. Suas vidas foram forjadas no enfrentamento dessa realidade. E levaram essa experiência de vida para o exercício do governo da Igreja. Presença na JMJ do Rio de Janeiro – O anúncio foi dado pelo próprio Papa durante a homilia na Missa de Ramos. Disse que quer caminhar com os jovens. Pede uma preparação espiritual, e deseja que o Encontro dos jovens no Rio de Janeiro seja um sinal de fé para o mundo inteiro. Sobre el ciel y la tierra – É o título do livro em que o cardeal Bergoglio expõe o que pensa sobre a Igreja católica, sobre pontos da doutrina e da moral. O livro mostra como governava a Arquidiocese de Buenos Aires. Apresenta-se como alguém muito próximo do povo, firme na defesa dos ensinamentos da Igreja, bem com dos valores do moral cristã. Dois pensamentos– “Podemos caminhar o quanto quisermos, podemos construir muitas coisas, mas se não proclamarmos Jesus Cristo, algo está errado. Vamos nos tornar uma ONG piedosa, e não uma Igreja que é a esposa de Cristo”. “Quando caminhamos sem a cruz, quando construímos sem a cruz e quando proclamamos Cristo sem a cruz, não somos discípulos do Senhor. Somos terrenos. Podemos ser bispos, padres, cardeais, papas, tudo isso, mas não somos discípulos do Senhor”. “ O Papa Francisco é a resposta às orações dos fiéis do mundo inteiro que pediam a Deus um papa ‘segundo o Seu coração’”. Opinião O que você espera do Papa Francisco? Que ele como o doce Cristo na terra, possa guiar a barca de Pedro, a Igreja, no Caminho do Cristo Senhor. Que ele nos ensine a amar e servir a Cristo como seus predecessores o fizeram. Que aprendamos com ele a estar a serviço da vida e da evangelização, mesmo se tivermos de passar por tribulações. Acredito que seu ministério será de continuidade com o dos últimos pontífices, e assim fará com que o Evangelho seja uma resposta aos desafios dos nossos dias. Espero que, por ser LatinoAmericano, zele de modo especial pela Igreja em nosso continente, sobretudo na questão Que o Mistério pascal possa atuar profundamente em nós e neste nosso tempo, a fim de que o ódio ceda lugar ao amor”. “ Papa Francisco, 01 de abril, na Alocução do Angelus pastoral. Que, guiado pelo Espírito Santo, una em si a simplicidade de São Francisco de Assis, a inteligência de um jesuíta, o vigor de um Latino-Americano e a primazia de São Pedro, e guie a Igreja com solicitude e amor. Já demonstrou ser um homem simples, humilde, e disposto a dar especial atenção aos mais pobres. Já nos deu fortes indícios de como será a sua ação pastoral. Emanuel Poletto, Paróquia da Santíssima Trindade Florianópolis Lucas Casimiro F. Teixeira Seminarista do segundo ano de Filosofia da Arquidiocese, Brusque Caso queira compartilhar conosco algo que deseje ser refletido nesse espaço, envie sua sugestão para [email protected]. As sugestões serão analisadas pela equipe. Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 3224-4799 E-mail: [email protected] - Site: www.arquifln.org.br 24 mil exemplares mensais Irmã Geisa Santos Irmã do Instituto N.Sra. do Bom Conselho, Florianópolis Diante da renúncia de Bento XVI, lembrei-me de uma frase que minha mãe ora ou outra citava: ‘até aqui o Senhor nos sustentou’. E é o que sinto quando olho para o Papa Francisco. Acredito, apoiado pela fé, que o mesmo Senhor continuará sustentando sua mesma Igreja. Eu não espero do Papa Francisco, mas espero com ele. Recordando um dos seus primeiros gestos como Papa, pedindo nossa oração, penso que devemos de fato rezar e rogar a Deus para que o sustente em sua missão, bem como nos sustente a nós também na nossa. Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Wilson Tadeu Jönck, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. José Ar tulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Ber toldi, Leda Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva, Carlos Martendal, Felipe Candin Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Coor. de Publicidade: Pe. Pedro José Koehler - Revisão: Pe. Ney Brasil - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense Jornal da Arquidiocese Geral 3 Abril 2013 Francisco: o Papa dos pobres Dom Jorge Bergoglio é o primeiro latino americano, primeiro jesuita e o primeiro a chamar-se Francisco São Francisco de Assis São Francisco de Assis (1182-1226) é o padroeiro dos humildes e um dos santos mais populares da Igreja Católica - provavelmente também é o melhor recebido entre os não-católicos ou não-cristãos. Era filho de uma família de comerciantes ricos da Úmbria (centro da Itália), mas que decidiu de um dia para o outro “casar-se com a Senhora Pobreza”, dedicar-se à pregação e ganhar seu pão com o trabalho manual ou esmolas. Desde então, é vinculado à paz e a um estilo de vida simples, de renúncia a privilégios terrestres. Foi o fundador da ordem dos religiosos franciscanos, que dirigem paróquias, escolas, hospitais e organizações de caridade ao redor do mundo. Divulgação/JA Humilde, simples e com uma opção real pelos pobres. Assim pode ser definido o cardeal argentino Dom Jorge Mario Bergoglio, 76 anos, que, no dia 13 de março, foi eleito Papa. Nesse dia, por volta das 15h de Brasília, a chaminé da Capela Cistina, de Roma, expelia fumaça branca anunciando aos fiéis católicos do mundo todo: “Temos Papa!”. Surpresa para muitos, já que apenas na manhã do dia anterior os 115 cardeais estavam reunidos e era apenas a terceira vez que a chaminé expelia fumaça (duas vezes antes com a fumaça preta indicando a falta de consenso). Isso significava que o novo papa já havia conseguido pelo menos dois terços dos votos dos cardeais. Depois de quase duas horas de ansiosa espera, era anunciado o nome do sucessor de Pedro, bispo de Roma e líder da Igreja no Mundo: Dom Jorge Mario Ber- Vai acontecer... Encontro dos Ex-Alunos de Azambuja - AESA Papa Francisco: nome teve inspiração em Dom Claudio Hummes goglio, cardeal arcebispo de Buenos Aires, na Argentina, era eleito o novo Papa. E assumiu o nome de Francisco. É o primeiro latino americano, o primeiro pertencente a Ordem dos Jesuítas. Na Argentina, o Cardeal Bergoglio era conhecido por ser um intenso defensor da ajuda aos pobres. Também costuma apoiar programas sociais e desafiar publicamente políticas de livre mercado. Embora se mostre preocupado com a população de baixa renda, o papa não é conhecido como adepto da Teologia da Libertação, corrente bastante prestigiada na Igreja do Brasil. Ele foi um dos redatores do Documento de Aparecida, em 2007. Inspiração brasileira No dia 16 de março, três dias depois de sua eleição, ele explicou que escolheu o nome de São Francisco de Assis após uma re- comendação feita pelo arcebispo emérito de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, que estava ao seu lado no momento da eleição. “Quando os votos chegaram a dois terços, aconteceu o aplauso esperado, pois afinal eu havia sido eleito papa. E Dom Cláudio me abraçou e me beijou, e me disse: ‘Não se esqueça dos pobres’. Eu me lembrei imediatamente de São Francisco de Assis”, contou, saindo do script para revelar a história da escolha de seu nome. Segundo o papa, seu desejo é o de “uma igreja pobre, para os pobres”. “O nome apareceu no meu coração. Francisco é o homem da pobreza, o homem da paz, o homem que ama e protege os seres da criação”. O papa comentou ainda que considera Dom Cláudio Hummes um “grande amigo”. “Quando a coisa começou a ficar um pouco perigosa, ele começou a me tranquilizar”, contou. Serviços realizados nos jesuítas O jesuíta nasceu na capital argentina e, depois de cursar o seminário no bairro Villa Devoto, entrou para a Companhia de Jesus, aos 19 anos, em 1958. Foi ordenado padre anos depois da longa formação a que se submetem os jesuítas. De 1973 a 1979, Bergoglio foi provincial na Argentina e a partir de 1980, reitor da faculdade de San Miguel, cargo que ocupou por seis anos. Ele obteve o título de doutor em Teologia na Alemanha. Em 1992, foi nomeado bispo e promovido a arcebispo em 1997, passan- do a chefiar a arquidiocese de Buenos Aires desde então. Distinguido por João Paulo II, ingressou no Colégio dos Cardeais em 2001. Na Santa Sé, participava de diversos discatérios: era membro da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos, da Congregação para o Clero e da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e das Sociedades da Vida Apostólica, além do Conselho Pontifício para a Família e da Comissão Pontifícia para a América Latina. A Associação dos Ex-Alunos do Seminário de Azambuja – AESA, através do seu Presidente, Ernesto de Souza, promove, nos dias 19 e 20 de abril (sexta e sábado), a 17ª edição do encontro entre os ex-estudantes do Seminário. Durante o encontro, que inicia no fim da tarde do dia 19, haverá coquetel de confraternização nas dependências da piscina; e, no dia 20, asssembleia geral ordinária, prestação de contas, eleição da diretoria de 2013 a 2015, Missa de Ação de Graças e almoço festivo. Há possibilidade de hospedagem no Seminário: reservar com o Reitor, Pe. Pedro Schlichting. Mais informações pelos fones (48) 3228-4649, ou (48) 9915-4132, ou ainda pelo e-mail [email protected] Hino celebra a Anunciação do Senhor A Catedral Metropolitana de Florianópolis, juntamente com o Coral Santa Cecília, realizará no dia 25 de abril, às 20h, a tradicional Celebração Mariana da Solenidade da Anunciação do Senhor, com o hino “AKÁTHISTOS”, em honra da Mãe de Deus. A celebração será presidida por nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. “AKÁTHISTOS”, palavra grega que significa “não sentado”, indica a forma como o Hino deve ser cantado: de pé. Ele salienta o momento em que Maria recebeu o anúncio de que fora escolhida para gerar o Salvador, permanecendo Virgem. A data cor- reta é 25 de março, que ocorre exatamente nove meses antes do nascimento de Jesus Cristo, no Natal, 25 de dezembro. Mas como essa data, este ano, ocorreu na Semana Santa, a Celebração foi transferida. Em 1987, Ano Mariano, quis o Papa João Paulo II, que esse “poderoso e dulcíssimo hino” fosse cantado em todas as catedrais do mundo. Desde então, por iniciativa de Dom Murilo Krieger, então Bispo-Auxiliar, e graças ao Coral Santa Cecília, o “Akáthistos” tem sido cantado em nossa Catedral, estando também gravado em CD. Encontro acolhe casais em segunda união Paróquia São Vicente, em Itajaí, sediará nos dias 13 e 14 de abril mais um encontro de formação para casais em segunda união. Está será a 10ª vez que a paróquia realiza o evento. A formação é promovida pelo Casos Especiais da Pastoral Familiar. Novamente o evento contará com a assessoria do Pe. Roberto Aripe (Padre Chiru), da Diocese de São Leopoldo, RS, e sua equipe. Ele é o criador da metodologia “O Senhor é o meu Pastor”, que orienta os casais em segunda união. A formação tem a finalidade de acolher os casais nessa situação e trazê-los para a Igreja, para que se sintam membros da comunidade como todo cristão. Todos os casais da Arquidiocese são convidados a participar. Os filhos, independente da idade, também podem ir. Os participantes de outras cidades serão acolhidos para pernoitar em casas de família. Os interessados devem entrar em contato com a paróquia pelo fone (47) 3241-2742 ou com o casal referencial Lieje e Rogério, pelos fones (47) 3241-2455 ou 9983-2556, ou ainda pelo e-mail [email protected]. 4 Tema do Mês Abril 2013 Jornal da Arquidiocese RESSURREIÇÃO PARA A VIDA ETERNA Não se pode ser cristão sem a fé na ressurreição de Cristo e em nossa própria ressurreição. Ressurreição de Nossa Totalidade O credo cristão se serve de duas fórmulas para afirmar essa verdade de fé: ressurreição dos mortos e ressurreição da carne. Ressurreição dos mortos significa que, mesmo passando pelo poder da morte, dela seremos libertados pela força criadora e regeneradora de Deus. Ele, que um dia nos criou ex nihilo (a partir do nada), também nos recriará ex morte (a partir da morte) (2 Mac 7,14.28). A morte não tem poder sobre Deus. Ao contrário, sendo o Senhor dos vivos (Mc 12,27), ele vence o poder da morte e garante-nos a força da vida. Ressurreição da carne significa que mesmo na fragilidade de nossa carne mortal, na materialidade caduca de nossa existência, própria de todas as criaturas, nós seremos, se formos fiéis a Deus, glorificados, transformados, transfigurados. Nossa realidade material – químico-físico-biológica – será transfigurada. No fim dos tempos Divulgação/JA No Tempo Pascal confessamos a fé na ressurreição para a vida eterna. O dogma da nossa ressurreição é núcleo central na fé cristã. Não se pode ser cristão sem a fé na ressurreição de Cristo e em nossa própria ressurreição. Como Cristo ressuscitou, nós também ressuscitaremos. O Espírito Santo, que ressuscitou Jesus, também há de nos ressuscitar (Rm 8,11). O ser humano é uma unidade indissolúvel de alma e corpo, espírito e matéria. No momento em que começamos a existir, já fomos formados nessa unidade composta. Não existia uma alma anterior, que viesse depois a entrar no corpo. Nem um corpo anterior, que viesse a receber uma alma proveniente das alturas. Sempre existimos como alma e corpo inseparáveis. Por uma força especial dada pelo único Deus criador, nossos pais nos deram o corpo e a alma, enquanto geradores neste mundo, criadores na ordem da natureza terrena. Deus nos deu o corpo e a alma, enquanto Criador transcendental, fonte de toda a vida. Ele é criador na ordem da graça, mistério que só alcançamos pela fé. Criados na unidade global de corpo e alma, deixamo-nos, porém, marcar pelo pecado, causa de profunda divisão interna, que se manifesta em toda a sua força e pavor na morte, com a separação entre alma e corpo. Uma separação provisória, contudo! Pois nossa fé nos diz que a alma humana, que após o julgamento já vive no céu (ou no inferno), continua atrelada ao corpo e aguarda ansiosa a ressurreição definitiva de nossa carne para podermos – na unidade recomposta de corpo e alma, na totalidade de nosso ser – viver a vida eterna em Deus (ou a morte eterna, sem Deus). receberemos um corpo glorioso, celestial, como o de Cristo ressuscitado (1 Cor 15,44; Fil 3,21). Num dos prefácios da missa dos mortos, professamos: “desfeito o nosso pobre corpo mortal, nos é dado nos céus um corpo imperecível”. Fé na Vida Eterna “ Ressurreição da carne significa: mesmo na fragilidade de nossa carne mortal seremos, se formos fiéis a Deus, glorificados, transformados, transfigurados”. Deus nos criou para o amor, para a comunhão com ele. Em nosso nascimento, saímos do ventre cálido de nossa mãe para podermos viver de modo mais consciente nesta terra. Na morte deixaremos o ventre da mãe terra, para poder experimentar a plenitude da vida. A morte é uma passagem, um parto. É um momento – mais ou menos trágico, conforme as circunstâncias e a preparação de cada um – de um complexo maior da existência. Após a morte, nos será dada a vida eterna. Ela é dom de Deus; não é obrigação, peso; nem é conquista ou merecimento nosso. É merecimento só na medida em que Deus quer que seja mérito nosso o que provém de sua graça e bondade. Como um embrião, feto ou bebê, já vive neste mundo e nesta vida terrena, também nós já vivemos na vida eterna. Estamos envolvidos pela eternidade, que é o próprio Deus. Mas o diafragma do tempo e do espaço e da realidade material nos impede de experimentar a beleza da eternidade. Isto só nos será possível após o parto da morte e o juízo particular pelo qual Cristo, juiz dos vivos e dos mortos, nos fará passar, cada qual individualmente, mas sempre na relação com os irmãos. Na vida eterna todos seremos um em Cristo, na totalidade do Cristo cósmico, o Pleroma, a plenitude de todas as coisas. No julgamento particular, cada qual recebe de Deus a retribuição imediata de salvação ou condenação, em relação à sua fé e às suas obras. Tal retribuição consiste no acesso à bem-aventurança do céu, imediatamente ou depois de uma adequada purificação, ou à condenação eterna no inferno. Faça seu Orçamento sem compromisso. Consulte-nos (048) 3248-1222 Rua Profº Sofia Quint de Souza, 544 Capoeiras - Florianópolis - SC Paralela a Via Expressa Site: www.mvsseguros.com.br E-mail: [email protected] Suprema Felicidade ou Eterna Condenação O céu é o estado de felicidade suprema e definitiva realização. Não é um lugar físico, pois na vida eterna não haverá mais tempo, espaço e realidade material. É um estilo de vida totalmente aberto à comunhão. Os que morrem na plena graça de Deus são reunidos à Igreja triunfante, onde vêem Deus face a face (1Cor 13,12). Vivem em comunhão de amor com a Santíssima Trindade e, na rede de relações que a todos nos envolve, eles intercedem por nós. Os que morrem sem estar devidamente preparados para o abraço eterno do Pai, morrem na amizade de Deus, que lhes assegura a salvação eterna. Mas precisam ser ainda queimados na palha dos egoísmos, vícios e manias, para poder entrar na glória do céu sem mancha alguma de pecado. Formam a Igreja padecente. A esse estado, que também não é um lugar, mas uma predisposição de correção e purificação, a Igreja católica chama de purgatório. Um estado purificatório, ao mesmo tempo marcado pela dor do arrependimento e do remorso e pela certeza e alegria da salvação. Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2,4). Ele tudo faz para que sua vontade salvífica universal realmente aconteça. Mas não impõe a salvação. Amor não se impõe; se propõe. Deus não pode forçarnos a aceitar seu amor. Se o fizesse, seria contraditório consigo mesmo. Deus criou o homem livre e responsável. Por isso, apesar de querer que todos tenham modo de se arrepender (2Pd 3,9), respeita as suas decisões. Portanto, o próprio homem, em plena autonomia, pode querer autoexcluirse voluntariamente da comunhão com Deus. Se alguém, até o momento da morte e do julgamento, persistir no pecado mortal, recusar o amor misericordioso de Deus, fechar-se em seu orgulho e não quiser aceitar o perdão de Deus, essa pessoa estará assumindo para si um estado de vida – que na verdade é morte – de total afastamento de Deus. A pena principal do inferno é a eterna separação de Deus. É, por isso, morte eterna, pois, separando-se de Deus, o único em quem se encontra a vida e a felicidade, ninguém pode viver, ninguém pode ser feliz. Que o Deus dos vivos e dos mortos nos dê a graça de uma permanente e persistente conversão, a fim de podermos ressuscitar com Cristo para a glória eterna! Pe. Vitor Galdino Feller Vigário Geral da Arquidiocese, Professor de Teologia e Diretor da FACASC/ITESC Email: [email protected] Jornal da Arquidiocese Geral 5 Abril 2013 Missa do Crisma é realizada na Catedral Durante a celebração, os 124 padres presentes fizeram a renovação das promessas sacerdotais Foto JA Na manhã da Quinta-Feira Santa (27/03), Dom Wilson Tadeu Jönck, arcebispo de Florianópolis, Dom Vito Schlickmann, bispo auxiliar emérito, 124 padres e 69 diáconos permanentes, estiveram reunidos na Catedral de Florianópolis, às 9h, para participar da Missa do Crisma e da renovação das promessas sacerdotais, um dos grandes momentos da Semana Santa. Esta liturgia solene, que o Bispo diocesano celebra com o seu presbitério e seu diacônio, é uma das principais manifestações da plenitude do sacerdócio episcopal e é, também, sinal da estreita união dos presbíteros e diáconos entre si e com seu Bispo. A celebração da instituição do sacramento da Ordem, é oportunidade única para os Presbíteros, com os Diáconos, renovarem, solenemente, seu compromisso diante de Deus e da Igreja. A esta celebração eucarística se associa o povo fiel, representando as comunidades católicas de toda a Arquidiocese, para comemorar festivamente, em Cristo, a participação no sacerdócio real, comum a todos os batizados. Foi o que aconteceu mais uma vez, na Catedral, que este ano está comemorando o 3º centenário de criação da paróquia de Paróquia Santa Inês – Baln. Camboriú Celebração, presidida por Dom Wilson, contou com a participação de 124 padres e 69 diáconos da Arquidiocese N.Sra. do Desterro, a igreja-mãe da Arquidiocese. Em sua homilia, nosso arcebispo lembrou que, ao assumirem sua missão, os padres e diáconos se comprometem aos desafios correspondentes. “Que neste dia possamos reviver os momentos felizes do nosso sacerdócio, mas também reencorajar-nos para os momentos difíceis pelos quais passamos”, disse. Dom Wilson propôs ainda algumas pistas de comportamento: “Somos convidados a relativizar as coisas do mundo que nos cercam e ser fiéis a Cristo e a segui- Lo. É preciso saber acolher o sofrimento e compadecer-nos do sofrimento do outro”, orientou o arcebispo. No final da celebração, Dom Wilson solicitou que todos os seminaristas da Arquidiocese – do Propedêutico, do Menor, da Filosofia e da Teologia - fossem até o altar, para serem conhecidos e incentivados pelos presentes. Também apresentou Wellington Silva e Deivide Tiago Tomasi, que concluíram a Teologia no ano passado e que, com a graça de Deus, “em breve integrarão o nosso presbitério”. Retiro Feminino de Emaús O Movimento de Emaús realizará nos dias 25 a 28 de abril, o “92º Retiro de Emaús Feminino”. Como é tradição, o retiro será realizado na Casa de Encontros Vila Fátima, no Morro das Pedras, em Florianópolis. Serão abordados temas relacionados aos valores humanos e cristãos, estimulando as jovens a se tornarem lideranças participati- Plano de Pastoral vas na sua comunidade, trabalho, faculdade e, especialmente, na sua própria família. O Retiro está em consonância com o que pede a Campanha da Fraternidade de 2013, que os jovens sejam protagonistas na Igreja e na sociedade. Para participar, as jovens devem ser maiores de 18 anos. A ficha de inscrição pode ser preenchida no site do Emaús - www.emaus. org.br/florianopolis ou no Centro Arquidiocesano de Pastoral (CAP), localizado no Largo São Sebastião, na Beira-Mar, em Florianópolis nas seguintes datas: 11/04 das 19h30 às 21h30, 13/04 das 10h às 12h30 e 16/04 das 19h30 às 21h30. Mais informações pelo site ou pelo e-mail [email protected]. A Igreja tem como finalidade exercer o pastoreio de Jesus Cristo. Isto significa ter a mesma solicitude, o mesmo cuidado, que Ele tinha e tem para com as pessoas. “Vinde a mim” e eu vos conduzirei à vida. Para poder exercer essa prioridade, há necessidade de buscar, sempre de novo, os meios adequados. É com esse sentido que nossa Arquidiocese elaborou o Plano de Pastoral. É um Plano estratégico para pastorear, reunir, formar e conduzir a porção do Povo de Deus a ela confiada. A Paróquia Santa Inês, seguindo as orientações da Assembléia Arquidiocesana, elaborou o seu Plano de Pastoral, tendo em vista as pessoas que participam e freqüentam a Paróquia. Embora sejam apenas duas comunidades eclesiais, o território é vasto e o número é sempre oscilante e as pessoas se apresentam com necessidades as mais variadas. Para elaborar o Plano Paroquial de Pastoral, seguimos o seguinte esquema: a partir da disponibilização do material, pela Arquidiocese e pela Comarca de Itajaí, foi entregue, a cada membro do CPP, uma cópia para conhecimento e para se começar a pensar num Plano Pastoral para a Paróquia. No dia 27 de novembro de 2012, houve a Assembléia paroquial, com mais de cem lideranças para discutir e elaborar o Plano, dando um rosto paroquial ao Plano que já tinha o rosto da Arquidiocese e da Comarca. Após a explicação da missão que aguardava a todos, os participantes foram divididos em cinco grupos. Cada grupo ficou encarregado de elaborar uma Ur- gência. Houve, em seguida, um momento de plenário apenas para ouvir o relatório. Três meses depois, em 26 de fevereiro p.p., o CPP se reuniu, com mais de quarenta pessoas, quando se tomou conhecimento, mais de perto, do conteúdo e das tarefas que deveriam ser executadas por todos. O material foi apresentado na sua formatação final. O Plano Pastoral recebeu então a aprovação e, desde então, começou-se a pô-lo em prática, priorizando a ação social e a formação das lideranças. Confiados na boa vontade de todos/as, queremos ser sal, luz e fermento numa sociedade com tantas sombras, tantos desafios e numa Igreja que precisa ter a coragem de saber escolher o que convém para poder responder melhor aos anseios das pessoas. Confiamos na organização, mas de modo especial na graça de Deus, para poder realizar essa missão. Pe. Frei Ladí Antoniazzi, OFM, pároco da Paróquia Santa Inês, Balneário Camboriú Capa do Plano Paroquial 6 Bíblia Abril 2013 Jornal da Arquidiocese Conhecendo o livro dos Salmos (58) Salmo 79 (78): Intervém, Senhor! Súplica intensa, apaixonada, com ela o salmista dá voz aos sobreviventes da maior catástrofe nacional da história judaica: a destruição de Jerusalém e do Templo pelos babilônios, no ano 586 antes de Cristo. Cerca de dez anos antes, em 597, a cidade já fora tomada pelos mesmos babilônios, chefiados por Nabucodonosor, mas não fora destruída. Agora, reincidindo na revolta contra os dominadores, apesar das advertências de Jeremias, Jerusalém não escapa da destruição, e do massacre quase total do seu povo. É esta a situação que é descrita nos primeiros quatro versículos. No v. 5, a pergunta angustiada “Até quando?” é seguida por clamores de vingança contra os inimigos, ao mesmo tempo que por brados de socorro e de ajuda em favor dos que sobreviveram. O versículo final, praticamente sem preparação, já canta vitória e promete agradecimento para sempre. Invadiram tua herança 1. Ó Deus, os pagãos invadiram tua herança, / profanaram teu santo Templo, / reduziram Jerusalém a um montão de ruínas! 2. Abandonaram os corpos dos teus servos como alimento às aves do céu, / e a carne dos teus santos, às feras da terra. A invocação inicial a Deus não lhe dá títulos nem qualificativos, p. ex., “Deus do universo”, “Deus de Israel”, “Deus santo” etc, nem o chama pelo nome de “Javé/Senhor”, revelado a Moisés no Êxodo. O salmista entra direto no assunto: a denúncia, ou acusação formal, contra os “pagãos”. O que é que eles fizeram? Atentaram contra as posses de Deus: sua propriedade (“herança”), sua morada (Jerusalém e o Templo), seus súditos (“servos”, “santos”). Eles “profanaram” o Templo, crime enunciado mais vezes na Lei (cf Lv 19,13) e denunciado pelos profetas (cf Jr 7,30). Os “santos” são os membros do povo “santo”, isto é, consagrado ao Senhor. Deixar seus corpos insepultos, como pasto dos abutres e das feras, era o cúmulo da humilhação. O sangue derramado 3. Derramaram o sangue deles como água em torno de Jerusalém / e não havia quem o encobrisse. “Derramar sangue” é a conhecida metáfora para indicar morte violenta. A comparação “como água” indica a banalidade e a violência do crime. O sangue “não encoberto”, lit. “não enterrado”, clama ao céu, como o sangue de Abel (Gn 4,10). É nesse sentido que Miqueias 7,10; e Sl 115,2. No Sl 42,4.11, o salmista a retoma numa situação pessoal: “As lágrimas são meu pão dia e noite, enquanto me repetem o dia inteiro: Onde está o teu Deus?” Quanto à “vingança do sangue”, é um costume tribal, que impunha ao parente próximo a obrigação de vingar-se do assassino (cf Nm 35,19). Esse “vingador”, em hebraico go’el, também traduzido por “redentor”, é um dos títulos dados no livro de Isaías ao próprio Deus, “vingador/redentor” do seu povo: “Não temas, vermezinho de Jacó,...o teu redentor é o Santo de Israel, o Senhor!” (Is 41,14) Mas que isso realize-se quanto antes, em nossos dias, “aos nossos olhos”, insiste ainda o salmista. clama Jó, o sofredor; “Ó terra, não encubras o meu sangue, e não se esconda em ti o meu clamor”. Escárnio dos vizinhos 4. Tornamo-nos o escárnio dos nossos vizinhos, / zombaria e ludíbrio de quem nos rodeia. O escárnio dos vizinhos não atinge apenas os sobreviventes, mas o próprio Deus, que teria sido incapaz de livrar o seu povo, como explicita a seguir, neste mesmo salmo, o v. 10: “Onde está o Deus deles?” Até quando, Senhor? 5. Até quando, Senhor? Ficarás irado para sempre? / Vai arder como fogo o teu ciúme? O salmista aqui ousa expressar a impaciência diante do que lhe parece o endurecimento de Deus. E chega a provocá-lo, acusando-o de um “ciúme devorador”, como aliás preveniu Moisés, no livro do Deuteronômio: “O vosso Deus é um fogo abrasador, é um Deus ciumento” (Dt 4,24). “Ciumento” de quê? Do amor e da fidelidade do seu povo! Teu furor, contra os pagãos! 6. Derrama teu furor contra os pagãos que não te conhecem / e sobre os reinos que não invocam o teu nome, 7. pois devoraram Jacó / e devastaram sua morada. Sentindo que o “furor” de Deus não cessa, o orante procura alcançar que Ele o derrame sobre “os pagãos”, que não O conhecem, e sobre “os reinos”, que não invocam o Seu nome. Pois esses inimigos, certamente pelo fato de não reconhecerem o Senhor, tornaram-se réus de um imperialismo devastador que não conhece limites, e o Deus justo não pode deixar de reprimi-los. De nós, tem compaixão! O gemido dos cativos 8. Não relembres contra nós as culpas de nossos pais. / Pelo contrário, venha logo ao nosso encontro a tua misericórdia, / pois estamos reduzidos à miséria extrema. 9. Socorre-nos, ó Deus, nosso Salvador, pela glória do teu nome! / Livra-nos, e perdoa nossos pecados por amor do teu nome. 11. “Chegue à tua presença o gemido dos cativos; / com o poder do teu braço, livra os condenados à morte. Depois de ter invocado a justiça punitiva de Deus contra os inimigos, o salmista agora suplica, para o seu povo, a misericórdia que perdoa... Mas não é isso usar de “dois pesos e duas medidas”, na oração? Como posso pedir que Deus me perdoe, se peço ao mesmo tempo que Ele não perdoe ao inimigo? Rezando assim, como fica o ensinamento do Senhor Jesus no Pai-nosso: “Perdoai-nos, assim como nós perdoamos” (Mt 6,12)? Além disso, rezando assim, não estou seguindo a “regra de ouro”, que resume “a Lei e os Profetas”: “Tudo o que quereis que os outros vos façam, fazei-o vós a eles!” É verdade que a motivação do salmista é humilde, em nome do seu povo: “Não relembres contra nós as culpas...” A propósito, um detalhe interessante, que nos faz lembrar a parábola do Pai misericordioso correndo ao encontro do filho pródigo (Lc 15,20), é o que lemos no v. 8: “Venha logo ao nosso encontro a tua misericórdia...” A vingança do sangue 10. Por que haveriam os povos de dizer: “Onde está o seu Deus?” / Seja conhecida entre os povos, aos nossos olhos, a vingança do sangue dos teus servos, por eles derramado. A pergunta sarcástica dos povos vizinhos, já comentada acima, no v. 4, nós a encontramos também, literalmente em Joel 2,17; Como se tem ampliado, na história humana, o doloroso eco desse “gemido dos cativos”, desses “condenados à morte”! Basta lembrar o horror dos campos de concentração da segunda guerra mundial, e de tantas outras guerras, antes e depois, ainda hoje... E a humanidade não aprende! No Salmo 102, lemos a resposta divina a esse clamor: “O Senhor se inclinou do seu alto santuário, dos céus olhou para a terra, para ouvir os gemidos dos cativos e livrar os condenados à morte” (Sl 102,20-21). Devolve sete vezes 12. Mas aos nossos vizinhos devolve sete vezes, em seu regaço, a afronta com que te afrontaram, Senhor. Novamente, o irreprimido anseio por desforra, agora motivado teologicamente: a “afronta” dos nossos vizinhos, os povos limítrofes, não atingiu propriamente a nós, mas a ti, Senhor: “a afronta com que te afrontaram”. Quanto à devolução “sete vezes”, é uma punição que excede em muito a “lei do talião”, a qual estabelecia a igualdade entre delito e castigo (cf Ex 21,24). Ora, se já a lei do talião foi superada por Jesus, no sermão da Montanha (cf Mt 5,38), mais ainda a devolução “sete vezes”, que Jesus transforma em perdão, repetido tantas vezes quanto necessário: “Não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete vezes” (Mt 18,21-22), isto é, sempre! Quanto aos “vizinhos”, que se aproveitaram da derrota dos judeus, o Sl 137,7 os identifica como os “filhos de Edom”, os idumeus, contra os quais também levantou-se o profeta Abdias. Ovelhas do teu rebanho 13. Quanto a nós, teu povo e ovelhas do teu rebanho, eternamente te daremos graças; / de geração em geração proclamaremos o teu louvor. Este versículo final, inesperadamente tranquilo e confiante, após queixas e preces tão dramáticas, brota de uma fé viva que já se compromete em agradecer, disposta a proclamar um louvor eterno, “de geração em geração”. E o “nós” do salmista é identificado como “teu povo e ovelhas do teu rebanho”, identificação que aparece também no Sl 74,1, no Sl 95,7 e, ainda, no Sl 100,3: “Ficai sabendo que o Senhor é Deus, Ele nos fez e somos seus, seu povo e ovelhas do seu rebanho”. Isto, sem esquecermos o conhecido Salmo 23, numa dimensão pessoal que certamente não exclui a coletiva (“O Senhor é o pastor que me conduz...”). De resto, o pastoreio divino é ressaltado pelos textos proféticos contra os “maus pastores”, “que perdem e dispersam as ovelhas do meu rebanho” (Jr 23,1) e “se apascentam a si mesmos” (Ez 34,31). A propósito, ainda em Ezequiel, temos a proclamação final do cap. 34: “E vós, minhas ovelhas, sois o rebanho humano da minha pastagem, e Eu sou o vosso Deus, oráculo do Senhor” (Ez 34.31). Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica na Faculdade de Teologia de SC - FACASC email: [email protected] Para refletir: 1) Quais são as posses de Deus, contra as quais os pagãos atentaram? 2) Como entender o “ciúme” de Deus contra o seu povo? E por que “arde para sempre”? 3) Como o salmista pede a compaixão de Deus para seu povo, enquanto invoca o furor divino contra os inimigos? 4) O que era a “vingança do sangue”, e como entender Deus como “vingador/redentor” do seu povo? 5) Que diz nosso Senhor Jesus sobre “devolver sete vezes” a afronta dos adversários? 6) Como é possível o versículo final, tão confiante, após queixas e pedidos tão dramáticos? Caderno Especial Catedral de Florianópolis Jornal da Arquidiocese Florianópolis, Abril de 2013 Nº 188 - Ano XVII 300 anos de fé no coração da cidade São 300 anos de criação da Paróquia de N.Sra. do Desterro, a Igreja-Mãe dos acontecimentos eclesiais vividos no Estado nesses três séculos Uma Celebração Eucarística, realizada na noite do dia 05 de março, marcou as comemorações dos 300 anos de criação da Paróquia Nossa Senhora do Desterro e Santa Catarina, a nossa Catedral. Essa foi mais uma das celebrações comemorativas ao terceiro centenário. Presidida pelo Pe. Vitor Galdino Feller, vigário geral da Arquidiocese, a celebração foi concelebrada por vários padres e diáconos. Durante a missa, houve a entrada das imagens de Nossa Senhora do Desterro e de Santa Catarina de Alexandria, respectivamente padroeira e co-padroeira da Catedral. Em sua homilia, Pe. Vitor lembrou que foi ali que surgiu a fé de todos os catarinenses. “Hoje celebramos 300 anos da construção da primeira igreja nesta cidade. Da vila que aqui se constituiu e, junto com ela, da criação da paróquia nossa fé católica se estendeu por toda a ilha, toda a diocese e todo o Estado. Aqui nasceu a nossa fé. A fé de todos os desterrenses, depois florianopolitanos, de todos os diocesanos, de todos os catarinenses. Por isso cantamos ‘louvai o Senhor porque ele é bom’”. “O Evangelho de Deus aqui se fez história. Quantos batizados, casamentos, sepultamentos, ordenações, anúncios da Palavra, Celebrações Eucarísticas, foram realizados aqui nesses 300 anos. O Evangelho se fez história nas nossas construções arquitetônicas, pinturas, esculturas, em quantas obras de arte. Impossível contar a história desta cidade, diocese e Estado, sem referência à paróquia que aqui surgiu”, acrescentou Pe. Vitor. Durante as oferendas, lideranças da paróquia levaram até o altar símbolos das pastorais, organismos e serviços existentes na paróquia, e que constituem as Forças Vivas da igreja. Ao final da celebração, todos foram convidados a participar de um coquetel de confraternização realizado no auditório da Catedral. Programação A Celebração do dia 05 de março, foi um dos eventos alusivos aos 300 anos da Catedral. A programação iniciou em novembro de 2012, quando no dia 25 Dom Wilson presidiu a Celebração do Dia de Santa Catarina, e se encerra em novembro deste ano. Ainda no dia 26 de fevereiro, todos os bispos das dez dioceses da CNBB - Regional Sul IV, reunidos em Florianópolis para seu primeiro encontro anual, participaram de uma celebração na Igreja-Mãe do Estado. No decorrer do ano, outros eventos marcarão os 300 anos. Todo dia 17 de cada mês, até novembro deste ano, será celebrado o Dia de Nossa Senhora do Desterro (que é festejada no dia 17 de fevereiro), e serão convidadas as paróquias da Comarca da Ilha para conduzirem e animarem as celebrações. Toda quarta-feira, às 9h e às 15h, é celebrada a Novena em honra a Nossa Senhora do Desterro pelas famílias em virtude de na última Assembleia de Pastoral ter sido definida a família como prioridade pastoral. “Em novembro haverá o encerramento das festividades dos 300 anos com um show religioso nacional em frente à Catedral”, disse Pe. Ewerton Gerent, vigário da Catedral e responsável pela organização do evento ainda sem data definida. Bispos, padres e diáconos da Arquidiocese diante da Catedral, a nossa Igreja-Mãe 2 Jornal da Arquidiocese Abril 2013 Abril 2013 Jornal da Arquidiocese 3 Catedral Coral Santa Cecília de própria do Coral Santa Cecília da Catedral é, como não podia deixar de ser, litúrgica, cabendo-lhe solenizar as celebrações litúrgicas na própria Catedral. Fiel a esse objetivo, o Coral tem sempre solenizado a Missa nos domingos à noite, bem como em todas as solenidades religiosas do ano. Anualmente o Coral Santa Cecília tem promovido, desde 1986, com crescente sucesso, em abril, este ano pela 28ª vez, o CONESPA, “Concerto Espiritual da Páscoa”, envolvendo outros Corais da Grande Florianópolis. Depois de várias gravações em fita k-7, o Coral gravou, em 1998, o seu primeiro CD e depois vieram outros quatro CDs. Atualmente conta com 40 músicos entre sopranos, baixos, contraltos e tenores. Alguns deles já faziam parte da primeira formação de 1950. Arquivo/JA Coral Santa Cecília é o responsável por solenizar as celebrações litúrgicas Irmandades da Catedral A Catedral conta ainda com quatro irmandades. No passado, os leigos homens não tinham o hábito de participar das celebrações eucarísticas, que contavam com a participação das mulheres. Então, formavam irmandades, que tinham como objetivo ajudar os seus membros e a própria comunidade. São quatro as irmandades: Irmandade Senhor Bom Jesus dos Passos; Irmandade Divino Espírito Santo; Irmandade Ordem Terceira; Irmandade NSra. do Rosário e São Benedito. Irmandade Divino Espírito Santo - fundada em 1773, em 1910 iniciou suas atividades sociais, com o abrigo denominado Lar São Vicente de Paulo. Em 1977, criou o Jardim de Infância Girassol e nesse mesmo ano incorporou a Sociedade Promocional do Menor Trabalhador - PROMENOR. Ordem Terceira de São Francis- co da Penitência - fundada em 1745, funcionou por alguns anos na igreja da Catedral. Em 1803, com a construção de sua igreja própria, mudou para lá a sua sede. Sua finalidade é a promoção de trabalhos sociais para os pobres. Irmandade NSra. do Rosário e São Benedito – fundada em 1750, está localizada na igreja mais próxima da Catedral. Antes funcionou em uma pequena capela no mesmo local. Anos depois, em 1787, deu-se início a construção da atual igreja. Sua finalidade era acolher os fiéis negros da cidade. Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos - criada em 1764, pode não ser a mais antiga, mas é certamente a mais conhecida. A procissão que antecede a Semana Santa, costuma reunir milhares de fiéis no entorno da Catedral. A Irmandade é responsável pelo Imperial Hospital de Caridade. A Paróquia de Nossa Senhora do Desterro 300 anos de História presenciando e vivendo os principais eventos que definiram os rumos do município e do Estado Celebrar os 300 anos da paróquia de Nossa Senhora do Desterro de Florianópolis é celebrar também os 213 anos anteriores à vida paroquial. Isso é mais importante ainda quando se refere a uma instituição religiosa pois a formalização jurídica coroa o trabalho anterior das populações. Deus sempre age nos povos: precisamos levar em conta o que Deus fez antes da chegada da fé cristã. O Espírito age em toda a criação e por toda parte lança sementes da verdade, razão pela qual em todos os povos brota a fé em Deus. A Ilha de Santa Catarina, situada no Atlântico Sul, num ponto estratégico a quem demandava a Ásia pelo Oeste e, depois de 1492, o Rio da Prata, teve o povoamento iniciado cerca de 2.500 aC., estendendo-se praticamente até a chegada dos europeus. Tudo indica que os europeus vieram interromper o fluxo dos povoadores indígenas, de tradição tupi-guarani, que estavam a demandar as terras do litoral. Esses povos foram chamados de “carijó” em razão de sua pele mais clara. Deles a Ilha recebeu o nome de Meiembipe, e dos brancos nela chegados a partir de 1500, Ilha dos Patos e, logo, Ilha de Santa Catarina. Seus primeiros moradores após a Conquista portuguesa foram náufragos, desertores, degredados e padres. O primeiro encontro com os carijós foi pacífico, mas transformou-se em destruição e massacre quando as plantações de canade-açúcar em São Vicente, São Paulo, Rio, necessitaram de mão-de-obra. Os missionários Frei Bernardo de Armenta e Alonso Lebrón intentaram fundar uma Igreja livre do peso do apoio governamental, mas fracassaram porque, desde 1494, pelo Tratado de Tordesilhas, o papa Alexandre VI entregava ao Rei de Portugal o Padroado, isto é, todos os assuntos religiosos ficaram sob o domínio político. Depois de 1549 chegaram os primeiros padres jesuítas, como os franciscanos também recebidos com festa. O conflito com os bandeirantes paulistas, que queriam escravos a morrerem de cansaço e não almas a serem salvas, provocou a destruição dos carijós da Ilha e do litoral catarinense. Podemos dizer que, pelo ano de 1620, eram pouquíssimos os sobreviventes, e antes eram dezenas de milhares. Paulistas, vicentistas, açorianos, negros – novo povoamento Esvaziada pela violência, em 1673 Arquivo/JA O Coral Santa Cecília é o responsável por solenizar as celebrações litúrgicas realizadas na Catedral. Foi fundado oficialmente, com sua primeira Diretoria, em 1950, embora a Catedral tenha tido há muito mais tempo o seu Coral. Estabelecida como paróquia desde 1713, a Matriz de Nossa Senhora do Desterro deve ter tido a sua música coral desde os tempos coloniais, no século XVIII, no período imperial, no século XIX, e até nossos dias. A partir de 1953, contou com a regência do Pe. Agostinho Staehelin, que conduziu o Coral ao longo de quase duas décadas. Nesse período, até 1960, o Coral Santa Cecília era praticamente o Coral da cidade. Desde 1973, assumiu a regência Pe. Ney Brasil Pereira, levando adiante o ideal dos fundadores. A finalida- A pequena igreja até o início do século XX, em um dia tranquilo da então provinciana Desterro é iniciado um projeto de colonização da Ilha por mandado do bandeirante Francisco Dias Velho, que veio pessoalmente em 1675 e tratou em 1678 de adquirir o título de posse. Nesse ano estava concluída uma igreja de Nossa Senhora do Desterro, mas pode-se conjeturar que já existiria uma igrejinha, pois não haveria cristãos sem sua igreja para orações e sepultamentos. Era pequena ermida de pedra e cal, coberta de palhas, na mesma colina onde hoje se encontra a catedral. Dias Velho trouxe cento e poucos trabalhadores e escravos, muitos deles descendentes dos carijós aprisionados no século anterior. Esse povoamento fracassou quando, em 1687, Dias Velho foi assassinado por piratas dentro da igreja. Então a Ilha tornou-se importante não pela população, mas por ser ótimo porto de abastecimento dos navios europeus que iam para o Rio da Prata ou para o Oriente, a quem os ilhéus vendiam madeira, carne e produtos da terra. A pobreza era grande nessa população, constituída de índios, negros, negros escravos e brancos. A assistência religiosa era oferecida por padres que percorriam o litoral des- de Cananéia até Laguna, ou por capelães dos navios. Era facilitada a criação de freguesias (paróquias), bastando pequena povoação desejar ter padre vigário. Assim, em 1665 tinha sido criada a freguesia de Nossa Senhora da Graça do rio São Francisco e tem-se como certa a existência da freguesia de Nossa Senhora do Desterro em 1713, com o primeiro casamento celebrado em 7 de janeiro de 1714, quando o carmelita Frei Agostinho da Trindade assina “Vigário desta Matriz”. Uma freguesia pequena, com não mais de 400 moradores, mas felizes por terem a sua igreja. Frei Agostinho foi o grande padre missionário do período que vai até 1731. Sua obra missionária se estendia até Laguna. Preocupado com o povoamento da Ilha, foi a Portugal solicitar o envio de moradores, o que aconteceu entre 1748 e 1756, quando Dom João V promoveu o envio dos casais açorianos provenientes principalmente do grupo central do Arquipélago dos Açores (Ilhas Terceira, Pico, São Jorge, Faial e Graciosa). Foram 6 mil, dos quais 1.500 se transferiram para o Rio Grande. Fixaram raízes culturais e religiosas profundas que até hoje constituem a essência cul- tural da Ilha de SC e litoral do Continente. A Ilha teve em 1750 a criação das freguesias de Santo Antônio de Lisboa e da Lagoa da Conceição. A paróquia pedia nova igreja matriz e essa foi desenhada pelo governador e engenheiro José da Silva Paes. A construção foi iniciada em 1753 e completada pelo ano de 1773, e esteve sempre sujeita a reformas e adaptações. Em 1908, com a criação da diocese de Florianópolis, a matriz de Nossa Senhora do Desterro foi elevada a Catedral. Para as comemorações do centenário da Independência em 1922, Dom Joaquim Domingues de Oliveira (1914-1967) promoveu alteração arquitetônica que lhe deu o visual de hoje, com duas torres e ampliação lateral. Dotou-a de carrilhão de sinos e de órgão de tubos alemão. A Matriz de Nossa Senhora do Desterro e sua Praça A Capitania de Santa Catarina foi criada em 11 de agosto de 1738, tornando-se Província em 1822, com a Independência, e Estado em 1889, com a República. Uma vila ou cidade necessitava de um desenho urbano, e a tradição portuguesa estabelecia o local da matriz, ao lado direito a câmara e cadeia, à esquerda o palácio do governo. No meio, a praça onde se processava a vida dos encontros, comércio, festejos, recepções públicas, brigas. A Praça da Matriz, hoje Praça XV de Novembro, dava no mar, visível a todos os que chegavam embarcados. A igreja matriz era o centro da vida religiosa e também política da cidade. A administração pública promovia e financiava os festejos de Corpus Christi, festa oficial do Império português. Por muito tempo a matriz sediou a Irmandade dos Homens Pretos, a do Divino Espírito Santo e a Ordem Terceira da Penitência, que depois receberam suas igrejas. As grandes datas eram nela comemoradas, com sermão proferido por orador sacro e o canto do Te Deum, hino litúrgico de ação de graças. A vitória nos campos de batalha, a chegada de novo governador, o nascimento e casamento dos príncipes, a morte de reis, eram ali comemorados. Com a proclamação da República, decretou-se a separação entre Igreja e Estado, mas nem por isso a Praça da Matriz, depois Praça da Catedral, deixou de ser o centro maior da vida pública. Dentro da Catedral ou em sua praça foram comemorados os grandes acontecimentos públicos: o envio de soldados para a guerra, a Páscoa dos militares, as vitórias das forças armadas na Guerra do Contestado e nas duas grandes Guerras de 1914 e 1939, chegadas de bispos e arcebispos, posse de governadores e prefeitos, seus eventuais sepultamentos. No Largo e escadarias da Catedral aconteceram as marchas das mulheres em defesa da família e contra o comunismo, contra a ditadura de 1964, as passeatas pela redemocratização, os protestos contra tudo e contra todos, grandes comícios pelas Diretas, apresentações musicais e, principalmente, os encontros dos jovens, dos amigos, do povo que sente a Catedral como sua casa e as escadarias como sua varanda. A Matriz-Catedral continua a contemplar e a ser contemplada: é impossível não parar e agradecer a Deus pela história desfiada a seu redor. Ela não é apenas uma construção: é um pulmão vivo oxigenando os corações felizes, necessitados, agradecidos, o povo. Pe. José Artulino Besen Igrejas da Catedral A Paróquia de Nossa Senhora do Desterro e Santa Catarina de Alexandria, criada no dia 05 de março de 1713, se estende por quase todo Centro de Florianópolis. Atualmente ela é composta por sete igrejas e quatro capelas que se localizam em hospitais e colégios da região. - Igreja N. Sra. do Rosário e de São Benedito - 1756 - Capela Menino Deus – Hospital de Caridade – 1765 - Igreja São Francisco de Assis – 1803 - Igreja São Sebastião – 1876 - Capela Sagrado Coração de Jesus 1908 - Igreja do Divino Espírito Santo – 1910 - Igreja Nossa Senhora do Monte Serrat - 1927 - Capela São José (Asilo) – 1950 - Capela Menino Jesus de Praga (Colégio) - 1999 - Igreja Nossa Senhora Aparecida – 2002 - Igreja da Santíssima Trindade (Provincialado) - Capela N. Sra. das Graças - Capela do Hospital Carmela Dutra Igreja N. Sra. do Rosário e de São Benedito é a comunidade mais antiga da Catedral Diácono Maneca A Arquidiocese de Florianópolis é a diocese brasileira com maior número de diáconos. E a Catedral também teve o seu. Por quase 20 anos, Manoel Vidal Pereira realizou esse serviço na Igreja-Mãe do Estado. Natural de Palhoça, Maneca - como era conhecido - veio morar em Florianópolis aos 17 anos. E aqui viveu a sua vida. Foi motorista de táxi por décadas, atuando no centro da capital. Vangloriava-se por ser um motorista cuidadoso e, por isso, nunca ter recebido uma multa. Era ele que buscava e levava os bispos na residência episcopal para celebrar na Catedral. No diaconato, serviu a Igreja como diácono durante 23 anos. O ‘sim’ a Deus começou quando a Igreja Santa Terezinha, na Prainha, ainda era uma capela da Catedral. Convidado pelo Pe. Pedro Martendal, ingressou na Escola Diaconal e foi ordenado por Dom Afonso Niehues. Há 62 anos era casado com Célia Francisca Pereira, sua companhia inseparável, com quem teve sete filhos, catorze netos e nove bisnetos. Durante sua trajetória como diácono, contabilizou quase quatro mil batizados e mais de 300 casamentos. Todos devidamente anotados. A esposa foi a sua maior incentivadora. “Quando mais jovem, ele estava mais preocupado em dar uma vida mais confortável a mim e aos filhos. Assim, não participava da vida da Igreja. Só mais tarde, depois de eu muito rezar, é que ele começou a participar mais ativamente”, disse Célia. Diácono Manoel faleceu no dia 09 de dezembro de 2011. Abril 2013 4 Jornal da Arquidiocese Uma igreja viva e atuante Pastorais, movimentos e trabalhos sociais são forças vivas que dinamizam a paróquia tricentenária Pastorais da Catedral Para o melhor atendimento e organização existem algumas pastorais que auxiliam na vida cotidiana da paróquia tricentenária. A Pastoral litúrgica quer ser um sinal de unidade nas celebrações, especialmente da Eucaristia. Dela participam os Ministros da Comunhão, da Palavra, e do Canto. O Coral da Catedral existe oficialmente, com Diretoria própria, desde 1950. A Pastoral Vocacional tem como objetivo conduzir os fiéis ao descobrimento de sua verdadeira vocação, religiosa ou laical. Iniciou há pouco tempo, e é sinal de uma igreja que reza, e zela pelas vocações. Catequizar e preparar crianças, jovens e adultos, para receberem os sacramentos da Igreja, é tarefa da Pastoral da Catequese. Na Catedral, além CPP reúne as lideranças das Forças Vivas presentes na Catedral da Catequese para a Primeira Comunhão e a Crisma, dedicada a crianças e adolescentes, existe também a Catequese para os Adultos, que está sendo bastante procurada na paróquia. A Pastoral do Dízimo está mostrando aos fieis que somos uma comunidade unida. E que vive da ajuda e da união de todos os que, nesta paróquia, alimentam a sua fé. Ação Social na Paróquia A Paróquia da Catedral possui um amplo trabalho social. Semanalmente atende dezenas de pessoas que vem à Catedral pedir ajuda. Atendendo duas vezes por semana, a Ação Social e Cultural da Catedral se preocupa com os que estão àa margem da sociedade, auxiliando nas necessidades básicas de cada um (alimento, roupa, etc.) Em união com a Ação Social Paroquial temos algumas associações beneficientes: - Associação de Proteção ao Berço: produz enxovais para recém-nascidos, distribuídos mensalmente, através de um cadastro prévio. - Associação Beneficente Santa Zita: trabalha com as empregadas domésticas, dando suporte a elas. - Associação das Vicentinas: ajuda as pessoas carentes que aparecem com frequência. Também está presente na paróquia a Pastoral do Migrante, que objetiva zelar pela dignidade aos migrantes que chegam a Florianópolis. Esta pastoral é coordenada pelos padres da Congregação dos Missionários de São Carlos – Scalabrianos. Com o Carisma “onde estão os imigrantes ali deve estar a Igreja”, os missionários Scalabrianos, com seus voluntários, levam o sorriso da Pátria e o consolo da Fé aos imigrantes que os procuram. Associações religiosas Entre tantas Associações, feminina e masculinas, que floresceram na Catedral, por exemplo as “Filhas de Maria” e os “Congregados Marianos”, destacamos duas, ainda atuantes: o Aposto- lado da Oração, e a Legião de Maria. Criado no dia 03 de dezembro de 1895, no tempo de Mons. Topp, o Apostolado da Oração tem como padroeiro São Francis- co Xavier. Criado na França pelos Jesuítas, em meados do séc. XIX, o “Apostolado” espalhou-se pelo mundo. Como o nome o sugere, sua marca é o “oferecimento diário de si mesmo”, em espírito de reparação e desagravo ao Sagrado Coração de Jesus. A Legião de Maria está presente na Catedral desde o ano de 1958. Este grupo é composto por cristãos que, sob a proteção de Maria, desejam participar mais das atividades evangelizadoras da Igreja. Para isso, dedicam duas horas por semana, saindo em duplas, como o Senhor determina no evangelho (Mc 6,7). Na foto acima, encontro da Pastoral do Migrante com pessoas vindas de outros países. Na foto ao lado, confraternização das voluntárias da Associação das Vicentinas Jornal da Arquidiocese GBF 7 Abril 2013 Notícias – GBFs e CEBs Celebração dos Mártires - Compromisso das CEBs Foto JA Na comunidade N.Sra. Aparecida do Alto da Caeira, em Florianópolis, foi realizada a celebração de Ramos, dia em que a Igreja inicia a semana santa, a caminhada da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, centro da nossa fé. Nesse dia também foi celebrada a vida dos Mártires, compromisso assumido no 11º Encontro Estadual das CEBs que aconteceu em setembro de 2012. Para a Igreja, os mártires são homens e mulheres que profetizaram sem medo, preferindo morrer a renunciar à sua fé. Lutaram pela justiça, igualdade e liberdade do povo oprimido e marginalizado. Já dizia o mártir D. Hélder: “Não deixem cair a profecia”. E continua a nos dizer: “Deus deu ao ser humano o poder e a responsabilidade de não GBFs - formação paroquial Neste mês os Grupos Bíblicos em Família realizam suas atividades de formação nas paróquias e comarcas. Os momentos de formação aconteceram em três paróquias: São Judas – Barreiros; São João Batista - Itajaí e São João Bosco - Itajaí, refletindo sobre os temas Campanha da Fraternidade e Ano da Fé. Nesta edição queremos destacar a paróquia São João Bosco, Itajaí. Paróquia São João Bosco, Itajaí Caminhada homenageou os mártires da fé católica, compromisso assumido no 11º Encontro Estadual das CEBs, realizado em setembro de 2012 se conformar com o sofrimento e a dor do inocente, mas combater o mal e a injustiça. E esta é a tarefa de todos nós, cristão/as Foto JA Os quadros dos 20 mártires estão expostos na igreja da comunidade Motivação para o 13º Intereclesial das CEBs Neste ano, a coordenação regional das Comunidades Eclesiais de Base têm o compromisso de motivar as coordenações diocesanas das 10 dioceses do Regional Sul4 para a participação no 13º Intereclesial das CEBs, que acontecerá em Janeiro de 2014, em Juazeiro do Norte, Ceará. A primeira Ampliada das CEBs/GRF aconteceu nos dias 22 a 24 de março em Rio do Oeste, com a presença de todas as 10 dioceses. Foi um fim de semana muito rico e produtivo, pois no mesmo local estava acontecendo também o seminário das Pastorais Sociais, e em alguns momentos os dois grupos juntaram suas atividades. Percebemos o quanto foram bons esses momentos em comum. Durante este ano, os dois grupos (CEBs-GR/F e Pastorais Sociais) assumiram fazer algumas atividades em conjunto. Em todas as dioceses haverá vários momentos de preparação para o 13º Intereclesial e para a participação na 5ª Semana Social Brasileira. batizados, pois “grande graça é persistir na caminhada certa. Mas, graça das graças é não desistir nunca”. A Celebração foi bem participada, tendo sido presidida pelo Pe. Vilson Groh. Não deixemos nunca de ser profetas do Reino, pois o próprio Jesus nos diz: “Bemaventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem, amaldiçoarem o vosso nome por causa do Filho do Homem! Alegrai-vos, neste dia, e exultai, porque será grande a vossa recompensa no céu, pois era assim que os seus antepassados tratavam os profetas” (Lc 6, 22-23). Coord. Arquidioc. das CEBs Animadores participaram do primeiro encontro de formação do ano Os animadores/as dos Grupos Bíblicos em Família de São João Bosco, Itajaí, participaram, na noite de 18 de março, do primeiro encontro de formação deste ano, que foi conduzido pelo pároco Pe. Izidoro Paula da Silva. O encontro foi organizado pela equipe de coordenação paroquial. Foi refletido sobre a Fé, uma vez que vivenciamos o Ano da Fé. Citando o lema atual da paróquia “Somos pedras vivas” (1Pd 2,5), Pe. Izidoro enfatizou a importância da atuação silenciosa e eficaz dos Grupos Bíblicos em Família dentro do contexto que engloba todas as paróquias e comarcas, e é a força atuante na Igreja arqui- diocesana há muitos anos. Também falou da necessidade de alimentarmos nossa fé através de instrumentos formais e informais, sobretudo através da Palavra contida na Bíblia e da experiência do encontro entre as pessoas nas casas, como ocorria nas primeiras comunidades cristãs. Conclamou os GBF a visitarem todos os lares, com a segurança de serem “fermento na massa”, e concluiu assim: “Jesus Cristo ontem, hoje e sempre!”.Os GBFs agradecem por mais essa oportunidade de formação. Angeli Schmitt Reinhardt Paróquia São João Bosco - GBF – Nossa Senhora do Rosário Historia dos GBFs da paróquia da Azambuja – Brusque Grupo Bíblico – “Somos Missão” Nosso grupo bíblico começou no ano de 1985. O Padre que acompanhou o grupo foi o Pe. Márcio da Silva, que dedicou-se muito a motivar os participantes e a visitar as casas das famílias carentes. O Padre e as pessoas do nosso grupo se dispuseram a ajudar uma família que vivia em um barraco de lona, pois não tinha condições de construir a sua casa própria. Fizemos um mutirão, compramos o terreno e construímos uma casa simples, com a documentação legalizada. Em nosso grupo bíblico também fazemos sempre corrente de oração para pessoas ou famílias que necessitam de intercessão, e muitas graças já foram alcançadas. Também arrecadamos alimentos e distribuimos para as famílias carentes de nossa comunidade. Entendemos que missão é um pouco isso: “Somos Missão”. Margit – Animadora do grupo 8 Geral Abril 2013 Guabiruba celebra 50 anos Lançado livro que resgata a história da vida católica na comunidade Foto JA Uma Celebração Eucarística, realizada na noite do dia 19 de março, marcou o Jubileu de Ouro de criação da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Guabiruba. Durante a solenidade, realizada na Igreja Matriz, foi lançado o livro “História da Igreja Católica em Guabiruba – cinqüentenário da Paróquia”, de autoria do seminarista Eder Cláudio Celva. A missa, presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, foi concelebrada por 17 padres e diáconos, filhos da terra, dehonianos ou que ajudaram a construir os 50 anos de história. A solenidade teve início com a entrada dos padroeiros das sete comunidades que compõem a paróquia. Em seguida, uma liderança fez a leitura de breve histórico da comunidade, da construção da primeira igreja, do trabalho realizado pelos padres do Sagrado Coração de Jesus, até a construção da nova igreja e criação da paróquia, dando especial destaque ao trabalho do Pe. Pedro Mathias Engel, SCJ. No início da celebração, Dom Wilson lembrou as coincidências daquela data: 105 anos de criação da Diocese de Florianópolis; primeira missa do Papa Francisco, “que estamos aprendendo a conhecer”; e dia de São José. Em sua homilia, nosso arcebispo falou da missão que cada um de nós assumiu e da responsabilidade que temos com ela. Após a comunhão, foram lembradas as pessoas que trabalharam no processo de criação da paróquia. Algumas delas estavam presentes. Dom Wilson presidiu a celebração jubilar que contou com a presença de padres que construíram a história da Paróquia, nascidos no município Pe. Donizete Queiroz, superior provincial da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, lembrou a origem da presença dos padres dehonianos na região. “Estamos aqui desde muito antes desses 50 anos de paróquia. Desejamos felicidades a todos, neste dia tão importante”, disse. Ao final da celebração, houve queima de fogos e foi descerrada uma placa comemorativa aos 50 anos, homenageando a memória do Pe. Pedro Mathias Engel, o primeiro pároco. Em seguida, houve um jantar por adesão no salão paroquial. Livro resgata história da Paróquia Ainda durante a solenidade, o seminarista de Teologia da Arquidiocese, Eder Cláudio Celva, filho da terra, apresentou uma síntese do seu livro “História da Igreja Católica em Guabiruba”. O livro começa com a chegada dos primeiros imigrantes alemães, em 1861, até os tempos mais recentes. Fala dos 32 filhos e filhas da terra, dedicados à vida religiosa. “Com a publicação da obra, creio ter colaborado para a descoberta de uma Guabiruba até agora desconhecida”, disse. Para o prefeito Matias Kohler, também presidente do CPP, a obra é de fundamental importância para a comunidade. “Toda família de Guabiruba deveria ter um exemplar da obra para ler e conhecer os eventos da nossa história”, disse. O livro pode ser adquirido na secretaria paroquial, pelo fone (47) 3354-0115 ou pelo e-mail [email protected] Mais fotos no site da Arquidiocese (www.arquifln. org.br), clicar em “Álbum de fotos” no alto da página. Colônia Alemã, Italiana e Polonesa A localidade de Guabiruba está intimamente ligada à colonização de Brusque, constituindo uma das mais antigas ocupações da ex-colônia Itajahy. Foi em 1861 que chegaram as primeiras famílias de imigrantes, vindas de Baden, sul da Alemanha. Mais tarde vieram os imigrantes italianos. Em fins de 1865, foi erguida no local uma primeira capela, dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Nela, a 17 de novembro de 1866, o Pe. Alberto Gattone cantou a primeira missa solene em Brusque. O atendimento espiritual dos moradores do local passou a ser feito pelos padres de Brusque. Quase cem anos depois, em 1962, pela lei nº 821, Guabiruba foi elevada à categoria de município. No ano seguinte, 1963, um abaixo assinado de pessoas da comunidade pedia ao Arcebispo Metropolitano, Dom Joaquim Domingues de Oliveira, que elevasse a capela à categoria de paróquia e nomeasse como pároco Pe. Pedro Mathias Engel SCJ, que já atendia a comunidade. A reivindicação foi aceita e confirmada através de correspondência datada de 16 de fevereiro do mesmo ano. A oficialização foi feita em 19 de março de 1963, quando Dom Joaquim assinou decreto criando a paróquia. Na mesma data foi assinado convênio, confiando aos cuidados da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos – SCJ) a administração da paróquia. Trabalho que permanece ainda hoje. Jornal da Arquidiocese Estado para uma sociedade do Bem viver Nos últimos anos, diante da crise, vimos os governos dos países gastarem bilhões de recursos públicos para “socorrer” o sistema financeiro ou para incentivar o consumo. De outro lado, sentimos o Estado ausente quando ficamos nas filas do SUS, por exemplo. Percebemos aí sua deficiência em áreas sociais, mas competência nos projetos econômicos. “Estado” diz respeito ao conjunto das instituições políticas e administrativas que administram um território (Texto-Base da 5ª SSB, p.12). O Estado nasceu nas sociedades tributárias, onde o poder está nas “cidades-estado”. Através de tributos ou trabalho escravo, sustentam-se os reis e seus funcionários. Em troca, garante-se proteção ao território e seu povo frente a ataques. Anteriormente, nas sociedades primitivas, não havia Estado, mas o coletivo: o clã, a tribo. Havia exemplos também de poder exercido por mulheres. Enfim, ao longo da história da humanidade, aconteceram mudanças na forma de organizar o Estado. Os principais fundamentos do Estado atual foram construídos depois da revolução industrial e francesa, no final do século XVIII. Nesse período surgiu a ideia de que o soberado é o povo, e não o rei. É o povo que tem o direito de eleger quem deve ser seu dirigente e como deve governar; de fiscalizar (poder legislativo) e de julgar (poder judiciário). E qualquer membro do povo pode ser escolhido como governante (sufrágio universal). Consolidou-se a democracia representativa e formal. Também esse Estado, dito moderno, surgiu numa sociedade dividida entre os grandes proprietários (burgueses) e os trabalhadores. E os trabalhadores ficaram fora de seu comando. É o Estado capitalista, cuja organização e atuação está a serviço do capital. Porém os trabalhadores, através de muitas lutas, ao longo dos anos, conquistaram algumas leis que defendem seus direitos, mesmo nesse Estado não feito para eles. Assim, a aposentadoria, o seguro desemprego... é o Estado do Bem-Estar social. Isso conduziu à falsa ideia de um Estado neutro, que favorece a todos igualmente. No tempo de Jesus havia o Estado, subordinado ao Império Romano. O Templo religioso era também o poder político de Israel. A proposta de Jesus é o Reino de Deus, onde o poder é serviço aos pobres, órfãos, doentes. O Ensino Social da Igreja, um conjunto de encíclicas e documentos oficiais, propõe que o Estado tenha como princípio básico o bem comum. Onde a pessoa é fim, e o poder público é meio A proposta da 5ª Semana Social Brasileira é refletir sobre a dúvida atual: Estado para quê e para quem? E propõe um Estado a serviço do Bem-Viver: “ Os trabalhadores, através de muitas lutas, conquistaram algumas leis que defendem seus direitos, mesmo nesse Estado não feito para eles”. uma vida em harmonia: consigo mesmo, com a comunidade, com a Mãe-Terra e seus filhos, e com Deus. A proposta desta sociedade não é a de apenas consumir para viver. Para isso, a CNBB está convocando a participar da 5ª Semana Social Brasileira. São encontros de debates com as comunidades, pastorais e organizações sociais e com lideranças políticas, para encontrar alternativas para um Estado a serviço da vida e dos direitos de todos. Pe. Roque Ademir Favarin Secretário Regional Caritas SC Jornal da Arquidiocese Ação Social 9 Abril 2013 Assembleia discute a Dimensão Social na Arquidiocese Fortalecimento da dimensão social nas comarcas foi uma de suas deliberações Divulgação/JA A 41ª Assembleia Ordinária da Ação Social Arquidiocesana - ASA realizou-se no dia 02 de março na Paróquia Santo Antônio, no município de São José, e contou a presença de 18 ações sociais paroquiais filiadas, todas filiadas a ASA. No início dos trabalhos, Dom Wilson Tadeu Jönck, Arcebispo Metropolitano, fez uma reflexão sobre a quinta urgência das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, que é “Igreja a serviço da vida plena para todos”, tendo presente os indicativos do Plano Pastoral da Arquidiocese. Durante sua exposição, Dom Wilson enfatizou a importância do trabalho social desenvolvido pelas ações sociais, pastorais e organismos nas paróquias da Arquidiocese. Para Dom Wilson, a Igreja precisa dos leigos e voluntários e conta com os trabalhos que realizam nas suas comunidades. Eles demonstram sua fé, colocando-se a serviço das pessoas que mais sofrem. Em seguida, os membros da equipe executiva da ASA apresentaram o relatório de Atividades do ano de 2012, que demonstra as Participação da sociedade na Gestão de Risco e Desastre é tema de Seminário Com a participação de nosso arcebispo Dom Wilson, Assembleia da ASA referenda nova presidente, Sra. Sandra A. Schlichting ações desenvolvidas pela ASA nas suas quatro diretrizes; a prestação de contas, com o parecer do conselho fiscal aprovando as contas do exercício anterior; o planejamento de 2013; e a carta de renúncia do presidente da ASA. No momento final foi discutida a vacância do cargo de Presidente da ASA diante a renúncia do então Presidente Pe. Mário Sérgio do Nascimento. Conforme o estatuto da ASA e aprovação da assembleia, Sandra Aparecida Schlichting, até então vice-presidente, assumiu a presidência da entidade até a próxima assembleia eletiva que ocorrerá em maio/2014. O desafio para o ano de 2013 será o fortalecimento da Dimensão Social na Arquidiocese através da organização por comarcas, onde o espaço que até então era composto somente pelas Ações Sociais será ampliado para os demais atores sociais das paróquias. Participação e Controle Social em debate Conselho Estadual de Assistência Social – CEAS realiza Plenária Descentralizada A Cáritas Brasileira Regional de Santa Catarina é integrante do Conselho Estadual de Assistência Social, CEAS, e sua representação é feita pela Ação Social Arquidiocesana, ASA, sua entidade filiada. Com a intenção de aproximar o Conselho Estadual da realidade dos Conselhos Municipais e fortalecer o espaço de controle social, realizar-se-á nos dias 23 e 24 de abril uma Plenária Descentralizada e Ampliada com a presença dos 295 municípios, através dos Conselhos Municipais, gestores e entidades que compõem a Rede Socioassistencial. A Plenária contará com a presença da Presidente do Conselho Nacional de Assistência Social, CNAS, Luziele Tapajós, que jun- NUDEC´s de Guabiruba e Botuverá realizam Seminários Municipais tamente com os participantes discutirá propostas de aprimoramento do trabalho e efetivação da Política de Assistência Social através do Sistema Único de Assistência Social, SUAS, no estado de Santa Catarina. Destacamos que o exercício do Controle Social se dá através da participação política, e é nesse espaço que a sociedade orga- nizada intervém nas políticas públicas, interagindo com o Estado na definição de prioridades e na elaboração dos planos de ação das esferas de governo (municipal, estadual ou federal). Para as entidades interessadas estão previstas 50 vagas, e a inscrição pode ser feita através do site www.sst.sc.gov.br onde também está disponível toda programação. Nos dias 16 e 23 de março realizaram-se em Botuverá e Guabiruba seminários municipais sobre gestão de risco e desastre, destacando a importância da participação da comunidade. O evento foi realizado pela Ação Social Arquidiocesana e pelos Núcleos Comunitários de Defesa Civil (NUDECs) das respectivas cidades, contando com a participação dos gestores municipais (prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, técnicos da defesa civil) e lideranças comunitárias. Para trabalhar a temática, foi convidado o psicólogo social Dr. Marcos Ferreira, professor universitário e ex-assessor da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. Dentre os diversos temas abordados pelo assessor, foi destacada a importância de a comunidade estar organizada, e a atuação nos espaços de controle social nos períodos de normalidade (sem catástrofes ambientais), a fim de melhorar a resposta das políticas públicas locais. A partir da organização dos NUDECs, é possível contribuir para uma política de Proteção e Defesa Civil mais organizada em cada município, obtendo-se assim uma melhor resposta em situações de desastres naturais. Como indicativo para este ano, foi reafirmada a importância do envolvimento com as etapas municipal e estadual da II Conferência Nacional de Proteção e Defesa Civil, prevista para acontecer em junho, contribuindo para a consolidação da Política Nacional de Defesa Civil. No encerramento do seminário, no sentido de despertar um olhar dos participantes para a preservação do meio ambiente, foram plantadas duas árvores: em Botuverá foi um Ipê, e em Guabiruba, uma Gabiroba, símbolo do município. Divulgação/JA DATA 23 e 24/04/2013 LOCAL Centreventos Cau Hansen – Bairro América – Joinville/SC INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES (048) 3229 3782 www.sst.sc.gov.br Lideranças locais de Botuverá e Guabiruba debateram o tema de gestão de risco e desastres em suas comunidades 10 Geral Abril 2013 Foto JA Protagonismo juvenil Coordenador regional da juventude analisa a situação dos jovens no ano em que eles estão em evidência Neste ano, vários eventos promovidos pela Igreja colocam os jovens em evidência. Entre eles, a Campanha da Fraternidade, que tem como tema “Fraternidade e Juventude”, e a Jornada Mundial da Juventude(JMJ), que será realizada no Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho. Para falar sobre os jovens, sua importância na sociedade e na Igreja, conversamos com Uilian Dalpiaz, coordenador da juventude da CNBB-Regional Sul 4 (SC). Nesta entrevista, ele fala do fato de a juventude estar em foco este ano e da preocupação da Igreja com os jovens. Também comenta a participação dos jovens na Igreja e na sociedade, a colaboração que os jovens podem dar na evangelização através das mídias sociais, e a importância do Setor Juventude e da JMJ como um espaço de comunhão e unidade, para celebrar, refletir, e agir. Jornal da Arquidiocese Neste ano, várias atividades colocam a juventude em foco. Você acha que só agora a Igreja acordou para a importância da juventude? Uilian Dalpiaz - Acredito que, especialmente por conta da JMJ, a juventude está mais no foco e no centro das discussões. Porém, é fundamental que possamos olhar para a memória histórica e com carinho para todo o bonito “acúmulo” que a Igreja do Brasil – e da América Latina – possui com relação ao trabalho com a juventude. São frutos que vêm desde a Ação católica especializada (com a JAC, JEC, JIC, JOC e JUC), com todo o trabalho que existe na Igreja do Brasil. Nas Conferências de Medellín (1968) e Puebla (1979), na América Latina, a Igreja voltou seus olhos de maneira especial aos jovens. Foi a partir desses olhares que se constituíram ao longo dos anos bonitas experiências no trabalho de evangelização da juventude: as Pastorais da Juventude e outros movimentos e expressões juvenis que temos hoje. O momento em que vivemos agora é tempo de potencializar e ampliar essas ações. JA - A CF-2013 é mais um desses eventos. Entre suas preocupações está a de os jovens serem mais protagonistas na Igreja e na sociedade. Na sua opinião, a que se deve a pouca participação da juventude? Uilian - Tenho a impressão de que é um pouco mito essa aversão à participação e ao gosto dos/as jovens pela política e pelas questões sociais. A partir deste início de milênio, temos as conferências municipais, estaduais e nacionais de juventude, a criação de diversos conselhos paritários, bem como o envolvimento dos jovens em diversas esferas da sociedade. Há muitos desafios e conquistas pela frente, especialmente em nosso Esta- Uilian é coordenador da Juventude na CNBB-Regional Sul IV e tem uma visão aprofundada e crítica dos jovens no Estado e no país Os/as jovens podem e desejam ser protagonistas. O que falta é acreditar efetivamente nessa sua capacidade”. “ do, porém vejo que os/as jovens podem e desejam ser protagonistas. O que falta é acreditar efetivamente nessa sua capacidade. JA - Uma das propostas da CF-2013 é a criação dos Conselhos Estaduais e Municipais da Juventude. Que contribuições eles darão para os jovens? Uilian - Sem dúvida, eles alavancarão as políticas públicas para a juventude. Os conselhos, conferências, secretarias, são espaços legítimos que devem ser assegurados. Em Santa Catarina, ainda batalhamos por esse reconhecimento e conquista. Uma vez possibilitados, a grande contribuição é a busca por autonomia e para assegurar melhores condições de vida digna aos jovens. Tão logo, com as oportunidades alcançadas, se expurgarão pré-conceitos que estigmatizam o/a jovem como proble- Retalhos do Cotidiano Divulgação/JA As folhas do outono não caem porque querem; caem porque chegou a hora! Forte “O esquecimento mata as injúrias; a vingança multiplica-as” (Benjamin Franklin)! Este é o caminho: esquecer as injúrias, amar o que injuria. A vingança não parte da nobreza, nem da dignidade, nem da honra. Vinga-se quem é fraco e pensa ser forte; perdoa o que, sendo forte, parece fraco! Como a alma se sente livre, quando se esquece das ofensas! Carranca Nem o amor nem a bondade são carrancudos! des sociais, a grande oportunidade de mostrar e fazer ressoar o jeito de ser, crer e viver de um/a jovem cristão. JA - Nos últimos anos, a Igreja tem trabalhado mais fortemente na questão do Setor Juventude. Como você está vendo esse trabalho e quais as suas perspectivas? Uilian - O Setor Juventude procura congregar as diversas expressões juvenis presentes dentro da Igreja. Vejo como oportunidade, quando bem trabalhada. Alguns riscos podem aparecer quando se tenta homogeneizar o trabalho. Deve-se respeitar a organicidade e a espiritualidade nas diversas expressões – pastorais, movimentos, congregações e novas comunidades. Algumas dessas ações, visando a unidade, são a própria Campanha da Fraternidade e a Jornada Mundial da Juventude. JA - De que forma a JMJ contribuirá para conscientizar os jovens da sua presença e importância na vida da Igreja? Uilian – A JMJ passará a contribuir na medida em que não fique apenas no evento em si, mas que se faça um caminho, pré, durante e pós-JMJ. Já temos bonitos sinais de envolvimento e participação que aconteceram durante a peregrinação da cruz e ícones da JMJ pelo nosso Estado; teremos ainda a Semana Missionária e a JMJ como tal, que serão um grande sinal de celebração, comunhão e encontro. A Jornada deve enviar cada jovem em missão, sabendo e destacando que, como cristãos, somos sinais de Cristo, enviados/as para além das nossas realidades, especialmente àquelas mais sofridas, como nos pede Francisco, o novo Papa. Carlos Martendal Outono Liberdade ma e não como solução. JA - Os jovens, de modo geral, utilizam muito bem as mídias sociais para se comunicar. De que forma se pode aproveitar essa habilidade para chamá-los a uma presença mais efetiva nas decisões da sociedade ou, ainda, na evangelização? Uilian - São meios crescentes e que vieram para somar em nossa sociedade. As tecnologias, devidamente aproveitadas, podem ser – e são – um diferencial. E isso os/as jovens fazem bem. Tanto no campo eclesial como no social. Em se tratando de evangelização, vejo que o principal foco e força vêm sendo buscar atingir aqueles que ainda não estão no meio eclesial. Devemos ser presença e fazer-nos ver onde o grande público juvenil está. E hoje, em grande parte, está na internet. Vejo, por isso, nas re- Jornal da Arquidiocese Bento XVI Eleito num dia em que a Palavra nos apresentava os Atos dos Apóstolos e, referindo-se a Barnabé, classificava-o como “um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé” (11,24), Bento XVI apresentou sua renúncia no dia em que a Igreja lia o livro do Gênesis, relatando que “Deus viu que era bom” (1,10)! Que belo gesto, o da renún- cia: no Vigário de Cristo, o reflexo da humildade, do desapego, da simplicidade e do amor dAquele que o escolhera para o Pontificado! “Agora, de um modo novo o Romano Pontífice permanece ao lado do Senhor na cruz, nunca abandonado no percurso de uma vida longa e extraordinariamente frutuosa.” (G. Vian) tantas mulheres procuram uma criança para adoAborto Quando tar, tantas outras abortam as crianças que Deus lhes dá... Francisco Bem-vindo, querido Papa Francisco! Escutamos suas palavras: “Podemos caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não confessarmos Jesus Cristo, está errado. Tornar-nos-emos uma ONG sociocaritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. Quando não se caminha, ficamos parados. Quando não se edifica sobre as pedras, o que acontece? Acontece o mesmo que às crianças na praia quando fazem castelos de areia: tudo desmorona, não tem consistência”. Sepultura É preciso esquecer o que passou para poder viver a vida que está pela frente. Deixemos morrer em nossos corações as desatenções sofridas, as palavras que nos feriram. Para fazer o sepultamento, nem precisamos da presença de outras pessoas. E, sobre a sepultura, colocaremos lápide libertadora: “Aqui jazem as ofensas que recebi”, “Aqui estão sepultadas as palavras que me feriram”. Que sepultura libertadora, a sepultura das coisas ruins! Jornal da Arquidiocese Geral 11 Abril 2013 Sessão Especial prestigiou a CF-2013 “Carta da Juventude” solicitou a criação do Conselho Estadual da Juventude já previsto em lei Foto JA A Assembleia Legislativa de Santa Catarina promoveu, na noite do dia 04 de março, sessão especial sobre a Campanha da Fraternidade 2013. A solenidade foi proposta pelo deputado Padre Pedro Baldissera, e contou com a presença de nosso arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, de Dom João Francisco Salm, bispo de Tubarão, e representantes da juventude na Arquidiocese e no Estado. A CF-2013 tem como tema “Fraternidade e Juventude”. Em seu pronunciamento, o deputado lembrou os jovens são as principais vítimas da sociedade. “Os jovens são os mais atingidos por muitas das contradições sociais e econômicas de um país. Mais de 60% da população carcerária brasileira tem entre 18 e 29 anos e ainda temos 1 milhão de jovens analfabetos. Isto é um sinal de alerta para agir hoje, e agir principalmente de forma coletiva, ouvindo e participando junto dos jovens”, afirmou Padre Pedro. Dom Wilson, em sua fala, mostrou preocupação pela pouca participação dos jovens nos eventos decisórios e de mobilização. “O jovem tem um lugar especial e é também sujeito de uma preocupação especial. Fazer com que assuma seu papel na igreja e na sociedade é Coordenadores e coordenadoras de Coroinhas participam de retiro Realizado pelo segundo ano consecutivo, foi a primeira vez que muitos deles fizeram um retiro Dom Orani agradecerá ao Papa pela escolha do Rio para sede da JMJ Sessão Especial contou com participação de representantes das 10 dioceses do Estado, que foram homenageados durante solenidade o objetivo da campanha”, afirmou. Felipe Candin, coordenador do Setor de Juventude da Arquidiocese, fez a leitura da Carta da Juventude, documento no qual os jovens ligados à igreja destacam a importância do debate dentro da Campanha da Fraternidade e listam temas que consideram fundamentais no Estado. Entre as questões, aparece a “criação efetiva do Conselho Estadual da Juventude”, previsto na Lei 14.872/2009. O documento foi entregue ao deputado Padre Pedro Baldissera que se encarregou de levar às mãos do governador. Ainda durante a sessão, jovens entraram com uma réplica da Cruz da Jornada Mundial da Juventude, que será realizada em julho no Rio de Janeiro, e houve a execução do Hino da CF-2013 pela banda “Ressoar em Deus”. Em seguida, representantes dos jovens foram homenageados com uma placa comemorativa. Ao final, a Pastoral da Juventude de encenou uma denúncia dos problemas pelos quais passam os jovens e o anúncio de coisas positivas, como inclusão, paz, saúde, educação e preservação da vida, buscadas por eles. A Pastoral de Coroinhas da Arquidiocese promoveu, nos dias 08 a 10 de março, o Retiro para Coordenações de Coroinhas. Realizado pelo segundo ano consecutivo, o evento teve como sede a Casa de Encontros e Retiros Divina Providência, em Florianópolis. Participaram do encontro formativo 40 coordenadores e coordenadoras comarcais, paroquiais e de comunidade, representando as oito comarcas da Arquidiocese. Durante os três dias, eles contaram com a assessoria do Pe. Vânio da Silva, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional. Ele adotou como tema “O Caminho de Emaús”, enfocando o nosso encontro com Jesus na Palavra e na Eucaristia. “Procuramos mostrar a arte da oração e como ensinar os nossos coroinhas a crescer na comunhão com Jesus através da oração e da leitura orante da Bíblia”, disse Pe. Vânio. Para a Irmã Clea Fuck, coordenadora arquidiocesana da Pas- toral de Coroinhas, o encontro novamente foi uma experiência marcante. “A beleza foi, como no ano passado, a presença de um bom grupo de jovens que já coordenam grupos em suas paróquias”, lembrou. Segundo ela, muitos participantes realizaram um retiro pela primeira vez na vida e, embora fosse um retiro espiritual, também foi mesclado com formação da prática do dia a dia vivido pelos coordenadores e coordenadoras. Letícia Fernanda Ceccato Waier, da Paróquia N.Sra. do Perpétuo Socorro, em Guabiruba, foi uma das que participou de um retiro pela primeira vez na vida. Com apenas 14 anos, ela foi coroinha por quatro anos e pelo segundo ano ajuda na coordenação paroquial. “O retiro foi muito importante, porque deu uma noção mais exata do que é ser coroinha e do que passar para os novos coroinhas”, disse. Segundo ela, a partir do trabalho, pretende conhecer melhor a vocação religiosa. Foto JA Florianópolis cria Conselho Municipal da Juventude Na tarde do dia 14 de março, foram empossados os primeiros membros do Conselho Municipal da Juventude de Florianópolis. A solenidade realizou-se no gabinete do Prefeito. São 18, os membros titulares do Conselho. Eles terão como missão acompanhar, sugerir e fiscalizar as políticas públicas do município voltada aos jovens. Metade dos membros repre- sentantes da sociedade civil e a outra metade, do governo. No segmento religioso, Tiago Teles foi eleito para representar as religiões. Ele é membro do Movimento Emaús há oito anos. “É uma oportunidade de buscarmos projetos para os jovens e mostrar a cara da juventude religiosa, além de proporcionar articulação entre as diferentes religiões do nosso município”, dis- se Tiago. Segundo Guilherme Pontes, Coordenador de Políticas Públicas de Juventude de Florianópolis, o Conselho havia sido instituído em 2010, através da lei 8.452, porém até hoje ela não havia sido colocada em prática e o Conselho não existia. “Agora teremos a missão de juntos construirmos a política de juventude de Florianópolis”, afirmou. Retiro reuniu 40 participantes de todas as comarcas da Arquidiocese 12 Geral Abril 2013 Jornal da Arquidiocese Propedêutico tem nova casa de formação Seminário é transferido para São José com espaço mais adequado para a formação dos seminaristas Foto JA O Seminário Propedêutico recebeu, na manhã do dia 14 de março, os formadores dos seminários da Arquidiocese e o nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. O evento marcou a apresentação, para os formadores, da nova casa de formação do Propedêutico, agora localizado na Casa Santa Maria, na Ponta de Baixo, em São José. Antes estava em Camboriú. O evento teve início às 8h30, com a Celebração Eucarística presidida por Dom Wilson. Em sua homilia, ele relacionou os jovens com Moisés, que foi escolhido para uma missão. “Assim como ele, vocês também estão sendo chamados para cumprir uma missão. E devemos responder com Fé. Acreditar que Deus nos fala nesse desejo de vivermos a fé”, disse. O Seminário Propedêutico, destinado aos jovens que já tem o segundo grau, para um período de formação antes de ingressar no Seminário Maior, estava em Camboriú, ocupando um espaço da paróquia, desde 2010. Segundo Dom Wilson, a Paróquia Divino Espírito Santo estava precisando do local. “Então tivemos que procurar outro local. Como temos a Casa Santa Maria, que estava sub-aproveitada, resolvemos destiná-la à formação dos jovens do Propedêutico”, disse. Ele Pascom ministra oficina Durante a formação, participantes aprenderam o conceito de Pastoral da Comunicação e como aplicá-lo Os seis seminaristas do Propedêutico ganharam um local com as condições ideais para a sua formação, com área de lazer e uma bela vista esclareceu que a casa foi doada a Arquidiocese para servir como espaço de formação para lideranças, encontros, retiros e espiritualidade. Para Pe. Josemar Silva, reitor do Propedêutico, os seminaristas ganharam com a mudança. “O local tem as condições ideais para acolher os propedeutas. Também a proximidade com Florianópolis contribui com mais pessoas para ajudar na formação. Além disso, eles podem participar dos eventos realizados pela FACASC e outros eventos na sede da Arquidiocese”, informou. Mesmo tendo mudado de lo- cal, não mudou o nome do Seminário, que permanece como “Seminário Propedêutico Mons. Valentim Loch”. As atividades iniciaram no dia 04 de março, com seis seminaristas: três novos; dois vindos do Menor; e um que já estava no propedêutico. O programa de formação também permanece o mesmo. Eles terão aulas pela manhã com o Pe. Isaltino Dias, contando com o auxílio do Welington Cristiano da Silva, que será ordenado diácono, que ministrará aulas de catecismo, e da Professora Silvia Togneri, com a parte bíblica. A Pastoral da Comunicação da Arquidiocese promoveu no dia 16 de março uma tarde de formação na Paróquia Santa Cruz, em Areias, São José. Realizada na Igreja Matriz, a formação reuniu seis membros da equipe da Pastoral da Comunicação paroquial. A formação foi ministrada por Zulmar Faustino, jornalista e membro da equipe arquidiocesana da Pascom. Durante o encontro, ele falou sobre o que é, finalidade e objetivos da Pastoral, e como organizála na paróquia. Também esclareceu dúvidas dos participantes. A paróquia tem Pastoral da Comunicação há três anos e conta com cerca de 30 lideranças. A Pastoral está presente também em seis das nove comunidades. É a segunda vez que a equipe recebe formação. A primeira foi em outubro de 2011, sobre fotografia, que foi eleita pela equipe com a necessidade mais presente. Para Gabriela Fernandes, coordenadora da Pascom paroquial, a equipe busca formação para otimizar o trabalho. Segundo ela, a oficina foi muito boa e deu as diretrizes de como o trabalho deve ser conduzido. “Tínhamos uma visão diferente, agora sabemos o conceito e vamos buscar trabalhar com ele”, disse. O trabalho conta com o total apoio do pároco Pe. Kelvin Konz. Na avaliação de Zulmar, o trabalho realizado pela equipe é muito bom e estão seguindo os passos corretos. Segundo ele, “é uma equipe jovem, interessada, que está buscando se especializar e realizar um bom trabalho na comunidade. Tem tudo para dar certo”. Outras formações Além da Oficina de Pastoral da Comunicação, a equipe arquidiocesana também ministra as oficinas de Fotografia, Texto Jornalístico, planejamento em comunicação e blog/hot site. Todas as oficinas são gratuitas e ministradas em um período, manhã ou tarde. Os interessados em uma das oficinas podem entrar em contato pelo fone (48) 8405-6578 ou pelo e-mail [email protected]. Foto JA Legião de Maria realiza festa da “Acies” A Legião de Maria promoveu no dia 10 de março, na Catedral de Florianópolis, a festa da “Acies”. O evento é realizado anualmente no dia 25 de março ou em outro dia conveniente. Nela, os legionários se consagram, individual ou coletivamente, a Nossa Senhora, numa cerimônia que tem o nome de “Acies”. Esta palavra latina, que significa um exército em ordem de batalha, designa com razão, a cerimônia, em que os legionários, como um só corpo, se reúnem para renovar a sua fidelidade a Maria, Rainha da Legião, e dela receber a força e benção para mais um ano de combate contra o exercito do mal. Com um roteiro próprio, a cerimônia iniciou com as orações da Téssera (Oração dirigida ao Espírito Santo), uma alocução feita pelo Diretor Espiritual, Pe. Pedro Martendal. Depois, seguiu-se a consagração coletiva, as orações da Catena Legionis, Santa Missa, orações finais e o Hino da Legião de Maria. Durante toda a cerimônia houve cantos marianos. A Acies também foi realizada em outras paróquias da Arquidiocese onde a Legião de Maria está presente: Curiae “Imaculada Conceição”, Capoeiras; “N.Sra. da Boa Viagem”, Saco dos Limões; “Mãe dos Caminhantes”, Agronômica; “Rainha dos Apóstolos”, Estreito – todas em Florianópolis, e “Medianeira de todas as Graças”, em Biguaçu. Equipe paroquial da Pascom recebeu a segunda formação