32 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SEXTA-FEIRA, 05 DE DEZEMBRO DE 2014 Economia União garante a 1ª vitória para aprovar manobra fiscal ARQUIVO/AT O texto-base do projeto que flexibiliza a meta fiscal foi aprovado ontem. Mas a validação final depende de sessão na próxima semana Leonardo Heitor anhou, mas ainda não levou. Pode-se traduzir assim o sentimento do governo em relação à aprovação, na madrugada de ontem, do Projeto de Lei 36/2014, de autoria do governo federal, que flexibiliza a meta fiscal. O projeto que prevê a manobra fiscal, enviado ao Congresso no dia 11 de setembro, era o quarto item da pauta da sessão iniciada às 10h30 da manhã de quarta-feira e só começou a ser apreciado pouco mais de 12 horas depois, às 23 horas. O texto-base foi aprovado por volta de 3h45 de ontem, mas quatro destaques ficaram pendentes. Três deles foram rejeitados em votações sem a contagem de votos. No momento em que o último estava sendo discutido, parlamentares da oposição pediram votação nominal. Foi quando se detectou que não havia o quórum mínimo de 257 deputados. A essa altura, já eram 5 horas da manhã, quando a sessão foi, enfim, encerrada. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, anunciou que uma nova sessão para discutir o texto e a aprovação final do projeto de lei deverão ocorrer na próxima terça-feira. A alteração no projeto de lei, proposta pelos oposicionistas, quer limitar as despesas correntes discricionárias (que o governo pode escolher se executa ou não) ao montante executado no ano anterior. A ideia deve ser rejeitada pela maioria governista na sessão da próxima semana. O projeto enviado permite que desonerações tributárias e gastos do Programa de Aceleração do Crescimento sejam abatidos. A aprovação, libera a presidente Dilma Rousseff de eventualmente responder por crime de responsabilidade fiscal, como quer a oposição, por descumprir a meta fiscal. G SAIBA MAIS O que é meta fiscal? > PELA LEGISLAÇÃO, o governo é obri- gado a fazer uma poupança para pagar os juros da dívida pública, o chamado superávit primário, para assim, cumprir a chamada meta fiscal. > PARA 2014, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2013, a meta era economizar R$ 116,1 bilhões, equivalentes a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). > A REGRA atual permite “descontar ” esse valor até R$ 67 bilhões referentes ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), reduzindo a economia a R$ 49,1 bilhões. > O PROJETO de lei enviado ao Congresso pelo governo não muda oficialmente a meta de superávit, mas altera esse “desconto” determinado na LDO. Caso a proposta não seja aprovada integralmente, na próxima semana, pelo Legislativo, o governo descumprirá a meta fiscal deste ano. > PARLAMENTARES da oposição afirmam que, com isso, a presidente Dilma Rousseff cometeria crime de responsabilidade fiscal. > O FUTURO ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao ser anunciado, na semana passada, prometeu que o superávit primário para o ano de 2015 será equivalente a 1,2% do PIB e que para 2016, o governo quer chegar a pelo menos 2%. Fonte: Pesquisa A Tribuna. ANÁLISE CONGRESSO votou projeto de autoria do governo, mas quatro destaques ficaram pendentes Bruno Funchal, OPINIÕES professor de finanças da Fucape ANTONIO MOREIRA - 22/03/1013 ARQUIVO/AT ARQUIVO/AT Brasil vai ser visto com desconfiança Não concordo com o projeto, mas é a única alternativa. Não vejo outra solução. Sem ele, 2015 seria pior “ ” José Lino Sepulcri, presidente da Federação do Comércio do Estado Quando você traça metas numa empresa, têm de cumprir. O mesmo vale para o governo “ ” João Carlos Devens, presidente da Associação Capixaba de Supermercados O Congresso legalizou um grande erro de gestão. O poder público tem que dar exemplo “ ” Lucas Izoton, conselheiro da Confederação Nacional da Indústria O não cumprimento da meta fiscal é contornável, desde que o governo fizesse todo o possível para tentar cumpri-la. Esse superávit é feito para reduzir os riscos do País e baratear a dívida. Isso gera uma credibilidade no pagamento deste débito. O grande problema é o precedente que se abre com esta manobra, relativa à Lei de Responsabilidade Fiscal. Os credores não vão ter mais aquela crença de que você vai cumprir com suas dívidas e, com isso, o risco do País aumenta muito. Os investidores vão olhar com outros olhos para o Brasil, com um ar de incerteza e de desconfiança, por causa da manobra. GIRO RÁPIDO ARQUIVO/AT Itaú, Bradesco e Skol são as marcas mais valiosas O mercado financeiro dominou mais uma vez o topo do ranking das marcas brasileiras mais valiosas, segundo edição de 2014 divulgada ontem pela Interbrand. O Itaú permaneceu na liderança, com valor de marca estimado em R$ 21,68 bilhões. Na vice-liderança permanece o Bradesco (R$ 1 5, 1 2 b i ) , s e g u i d o p e l a S ko l (R$ 11,6 bi), Banco do Brasil (R$ 10,4 bi) e Brahma (R$ 9,4 bilhões). Claro é multada por insistir em ligações A operadora Claro foi multada em R$ 2 milhões por violar norma que protege o consumidor contra o chamado marketing direto ativo e insistir em ligações para clientes. A multa foi aplicada pela Segunda Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Poços de Caldas. A empresa tem 10 dias para recorrer da decisão. LIGAÇÕES violaram normas Banda larga da GVT é eleita a melhor do País Petrobras tem nota de crédito rebaixada O serviço de banda larga da GVT foi eleito pelo sexto ano consecutivo o melhor do País, em pesquisa realizada com os leitores da revista Info e do portal Info Online, da Editora Abril. As marcas, indicadas pela redação da revista nos critérios de relevância no mercado e inovação, foram escolhidas em votação realizada de 15 de setembro a 30 de outubro por mais de 17 mil pessoas. A Petrobras teve a sua nota (rating) de crédito individual rebaixado pela agência de classificação de risco Moody's. A nota de gestão, que reflete o crédito individual, sem suporte do governo, foi rebaixada de baa3 para ba1. Segundo a agência, o motivo foi “a fragilidade da governança corporativa da petroleira e sua capacidade de evitar prejuízo aos investidores causados por fraudes”.