Instituição Beneficente “A Luz Divina”
Explicação Científica das Palavras de Jesus
Dra. Anete Guimarães
Tivemos o prazer de receber a Dra. Anete Guimarães, no dia 04 de junho de
2014, que brindou o público presente com relevantes ensinamentos acerca das
palavras de Jesus e sua explicação científica.
A palestrante iniciou relatando uma experiência vivida na Universidade, em
aula de genética.
O professor discorria a respeito da evolução das espécies, de Darwin. Ele
apresentava a teoria de que o homem, através de sucessivas melhorias genéticas,
foi ganhando as características que ele estava descrevendo, quando um dos alunos
se levantou e tomou a palavra: “Nós vamos nos retirar em protesto à heresia que
está aqui sendo veiculada. Somos crentes, e o homem, segundo a Bíblia, foi
criado à imagem e semelhança de Deus, de maneira que aquilo que está sendo
veiculado vai de encontro às palavras de Deus e nos negamos a ouvir”. O aluno
saiu da sala.
Os demais alunos ficaram paralisados e após o término da aula, começou
uma discussão entre pessoas que apoiavam aquela colocação e os outros que eram
contrários.
No Rio de Janeiro havia acontecido, naquela época, um acidente com uma
criança enferma que deu entrada no hospital. O profissional responsável aplicou
na criança uma transfusão de sangue. Porém, a família que era religiosa e
participava do grupo “Testemunhas de Jeová”, acreditava que a alma está no
sangue, e proibiu a transfusão de sangue.
O profissional responsável achou que sem este procedimento não poderia
salvar a criança e tomou a iniciativa de entrar em contato com um juiz. Obteve
uma liminar na justiça e aplicou o procedimento. Começou uma grande discussão
na mídia sobre o direito de passar por cima da autoridade da família, nessa
circunstância. O juiz deu a liminar com base no fato de que, sendo uma criança, e
não tendo condições de decidir, o profissional poderia tomar esta iniciativa. Mas,
se fosse um adulto, teria o direito de se negar ao procedimento médico.
Ainda há controvérsias na área da jurisprudência a respeito dessa iniciativa.
A Dra. Anete retornando à aula de genética, na Universidade, relatou que as
discussões entre os alunos se acirraram ainda mais. Um rapaz disse: “Também,
isso é o que dá deixar essas pessoas entrarem na Faculdade de Medicina. Quem é
religioso não tem condição intelectual de acompanhar a Ciência. Aqueles que
acreditam nessas coisas deveriam ser proibidos, porque demonstram incapacidade
intelectual de acompanhar”.
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Dra. Anete respondeu: “Não concordo. Acho que você está sendo totalitário
em relação aqueles que desrespeitaram o professor. Eu sou religiosa e não tenho
nenhuma incapacidade intelectual de acompanhar a abordagem da Universidade.”
Alguns radicalizaram, dizendo: “Então você acredita nessas coisas, que o
homem pode andar sobre as águas, multiplicar pães e peixes, curar leprosos?
Todo mundo sabe que Jesus é um personagem inventado pela Igreja Católica para
acalmar as massas”.
Dra. Anete retrucou: “Essa é sua opinião. Jesus é um personagem histórico,
está aí nos livros de história.
Um aluno continuou: “Você sabe que história é a versão dos poderosos,
aquele que está por cima inventa a história, nada disso é real. História é história.
A ciência é a física, a química, a biologia e a matemática. O resto é para ocupar
aqueles que não conseguiram passar no vestibular de medicina”.
Dra. Anete continuou: “Você está sendo radical, o radicalismo traz o germe
da ignorância.
O aluno propôs: “Vamos fazer uma coisa? Você acredita em Deus, acredita
que Jesus existiu?”
Dra. Anete respondeu firmemente: “Eu tenho certeza, existem evidências”.
E o aluno continuou: “Vamos fazer o seguinte: você acha que tem lugar
para Jesus na sociedade moderna? Você acha que tem lugar hoje em dia para essas
crenças absurdas?”
Dra. Anete complementou: “Não acho absurdas, é a sua visão, a sua
interpretação. Você topa uma aposta? Se você me provar cientificamente uma
frase de Jesus, eu venho aqui e retiro o que disse. Eu te dou 30 dias para pensar e
digo a frase antes: “Vinde a mim vós que estais aflitos e eu vos aliviarei, pois,
comigo, todo fardo é leve, todo jugo é suave”. Quero que você me prove como 50
arrobas com Jesus ficou mais leve”.
As pessoas, a nossa volta, riram e o aluno prosseguiu: “Não vem com
filosofia para cima de mim nem com psicologia, porque psicólogo é aquele que
não passou no vestibular para faculdade de medicina. Para mim, ciência é a física,
a química, a matemática e a medicina. O resto é resto”.
A nossa discussão ficou dessa forma. Cada um foi para sua aula. Passado
algum tempo, um grupo se aproximou e me disse: “Anete, gostaríamos de
agradecer. Soubemos que você defenderá a fé perante os ateus”.
Retruquei: “Como é que é?”
Um dos componentes do grupo me disse: “Você vai falar pelos religiosos
em um debate entre os religiosos e os ateus”.
Perguntei espantada: “Que debate?”
O aluno explicou: “Vai ter um debate na Reitoria entre religiosos e ateus, e
você vai defender os religiosos. Vai ter um seminário que vai abordar o assunto
referente a essa discussão e soubemos que você vai defender os religiosos. Nós
gostamos de saber”.
Expliquei ao grupo: “Não estou sabendo de seminário!”
Então, veio um segundo grupo e me disse: “Na nossa igreja, estamos
rezando por você, fazendo uma novena para Deus te inspirar, para que você possa
defender os religiosos contra os ateus”.
Dra. Anete continuou explicando: “Foi assim que soubemos da história.
Logo depois daquele evento, o jovem crente foi para aula. O professor ouvira
falar do incidente, perguntou o que havia acontecido e o jovem falou da aposta.
O professou, então, viu uma boa oportunidade para fazer um seminário sobre
ética médica e religião. Achou que seria bom começar com um debate. A aposta
era algo pitoresco, chamaria a atenção dos alunos, daria movimento.O rapaz
concordou. Só que se esqueceram de me avisar. E quando soubemos, não teve
jeito de sair dessa situação com elegância.
Meditando sobre o assunto, não vinha nenhuma idéia. “E aí, 50 arrobas
com Jesus ficam mais leves?” Outro grupo se aproximou para dizer que estava
rezando por nós, para que Deus nos inspirasse. Mas ainda não tinha chegado para
mim nenhuma mensagem. Eu não tinha idéia do que iria dizer.
Jesus falava por parábolas, por metáfora. Se Jesus é quem Emmanuel disse
que era, no livro A Caminho da Luz, que Jesus estava presente há cinco bilhões
de anos na formação da vida, presidindo a organização do DNA, na formação do
homem terrestre; que Jesus naquela época já era Jesus e já se passaram todos
esses milênios! Será que Ele viria a Terra para usar figura de linguagem, sabendo
que nós íamos fazer uma má interpretação?
Jesus levou mil anos se preparando para a reencarnação na Terra e ficou
muito pouco tempo entre nós, somente três anos pregando os seus ensinamentos
baseados no Amor. Com esses míseros três anos, depois de uma preparação
enorme, ele perderia tempo com figura de linguagem sabendo que no futuro
estaríamos aqui discutindo “se fica ou não fica mais leve”? Será que Ele usaria
uma linguagem que pudesse ter uma interpretação dúbia ou disse exatamente o
que queria dizer?
Quando falamos de um personagem importante, damos importância à sua
biografia e as suas palavras. As últimas palavras de Jesus foram: “Perdoa Pai! Em
tuas mãos entrego meu espírito”. Nos Evangelhos, um diz: “Jesus subiu”, em
outro, “Jesus desceu”, “Jesus estava bem ali”. Há muitas controvérsias. O
importante é o conteúdo da mensagem, sua penetração, o que Ele esperava dos
discípulos, o que esperava dos futuros cristãos. Se Jesus era quem Emmanuel
disse que era, não pode ser figura de retórica. Tem que ter uma fundamentação.
Dra. Anete retornando ao seminário que deveria acontecer na Universidade,
disse: “Bom, passaram-se semanas, eu me perguntava como enfrentar o assunto
proposto”. Fui participar de uma aula de Farmacologia, que falava a respeito de
medicamentos. O professor ia falar sobre analgésicos, medicamentos para
controle da dor. Ele disse que não poderia falar de analgésicos sem antes explicar
o que é dor. Colocou no quadro: “a dor é um sinal fisiológico que caracteriza uma
injúria celular, visando a intensidade do organismo pelo reflexo de retirada”.
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Mas, dor não é sinal de doença? Se for, é um sinal patológico. Sinal
fisiológico a gente usa para sinais vitais, significa que você tem taquicardia,
temperatura, pressão. Enquanto você tem esses sintomas, está vivo. Quando há
alteração, alguma coisa está errada, é o sinal patológico. Têm leucopenia,
inflamação, sinais patológicos. Dor é sinal de que você está doente.
O professor disse que dor é sinal de saúde. É um alarme que toca quando as
células morrem em determinado número que coloca em risco o organismo. Tem o
objetivo de fazer cessar qualquer estímulo ameaçador. Se você não sentisse
nenhuma dor, morreria. Então é um sinal vital, fisiológico, e não de doença. A
doença é a morte da célula que ocasionou a dor.
Existem pessoas que sentem mais dor do que outras, diante de um mesmo
estímulo. Isso é ocasionado por uma região na medula, chamada portão de
controle. O portão abre e fecha. Quando totalmente aberto, a totalidade do
estímulo doloroso se procede. Se o portão estiver 30% mais fechado, você sente
30% menos dor, 50%, 50% menos dor. Se estiver totalmente fechado, “nossa, me
machuquei e nem notei”. O que faz com que o portão de alguns seja mais
fechado é a área do cérebro que controla os chamados analgésicos endógenos, de
nome, sistema analgésico central. Quando o sistema libera mais desses
analgésicos, mais fecha o portão. No limite máximo, o portão se fecha
inteiramente, e não há a percepção dolorosa. Quanto menos liberadas as
substâncias, mais aberto é o portão. O que faz com que o sistema analgésico de
alguns seja mais eficiente do que de outros, é a localização. Este sistema fica
numa região do cérebro chamada arquicórtex. É a parte mais interna, o cérebro
primitivo comum ao homem e aos animais. A parte externa, mais moderna, é o
neocórtex, onde está tudo o que diferencia o homem do animal. Por exemplo: a
música, a matemática, a física, a química. Tudo o que o homem faz e o animal
não pode fazer, está no neocórtex.
Quando o arquicórtex está muito ativo, inibe o sistema analgésico central,
produz menos substância, abre mais o portão, você sente mais dor. Menos
atividade elétrica no arquicórtex significa que você está trabalhando mais o
neocórtex, fecha mais o portão, você sente menos dor.
O que significa concentrar atividades do arquicórtex? Quando se comporta
como animal, você sente mais dor do que quando se comporta como ser humano.
Perdoar os inimigos fica no neocórtex, bem como a caridade. Praticando
estas coisas, por exemplo, você vai trabalhar mais o neocórtex, fechando o portão,
sentindo menos dor.
Retornando às palavras de Jesus: “Vinde a mim vós que estais aflitos e eu
vos aliviarei, pois, comigo, todo fardo é leve, todo jugo é suave”. O que significa
estar com Jesus? Ele mesmo definiu: “Meus discípulos serão reconhecidos por
muitos se amarem”.
Se pesquisarmos as definições daqueles que estão com Jesus, vamos
encontrar uma intensa atividade no nível do neocórtex, concentrando ali sua
atividade elétrica cerebral, e aqueles que estão com Jesus fecham a portão de
controle, na região da medula, e sentem menos dor.
Dra. Anete apresentou um exemplo: Você começa a subir uma ladeira
íngreme com uma sacola pesada. No meio da ladeira, com o cansaço, vem a dor.
Com a dor, a percepção do peso se torna maior. No alto da ladeira, o peso fica
insuportável e você não é mais capaz de suportar a sacola.
Lembremos de Jesus, na passagem de Emaús, em que discípulos chegados
de outra cidade contaram que o Messias estava morto. Havia neles desespero e
angústia, e na caminhada para Emaús percebem alguém lhes acompanhando, e
que lhes pergunta por que estavam tão tristes. Eles falam sobre a morte do
Messias. E Jesus lhes fala sobre o reino de Deus, do significado da vida. O
assunto vai empolgando de tal maneira que a noite vai caindo e eles não querem
se separar. E o convidam: “Já é tarde, fica conosco”. Ele aceita. Chega o
momento em que Jesus parte o pão. Então é reconhecido. Os discípulos,
envergonhados, se dão conta de que se esqueceram totalmente do desespero e da
angústia.
Isso acontece com qualquer um que conhece Jesus. Nossa intensidade
muda, a temperatura, os interesses, tudo fica diferente. Até a dor perde o sentido.
As pessoas não conseguiam entender como os cristãos iam cantando para o
martírio de serem queimados na fogueira ou devorados pelos leões na arena. Para
muitas pessoas, isso é inconcebível. Realmente, para quem não conhece Jesus, é.
Quem conhece, tem outra atitude para com a vida.
Quando você tem mais atividade cerebral no neocórtex, libera menos
substâncias, sente menos dor. Assim diz a mais moderna tendência da
neurofisiologia. Jesus disse, mais ou menos, a mesma coisa.
A Dra. Anete concluiu, então, que “aquele negócio das 50 arrobas” podia
estar certo.
E perguntou: “Mas, sentimento, dói?” E concluiu: - Não na alma, pois,
dor, só quando morre célula. Então, onde dói? Quando você tem uma decepção
profunda e está gripado, vira pneumonia. Porque as células morrem em grande
quantidade no rim, no fígado, no baço, pulmão, corrente sanguínea, entre as
células imunológicas, em toda parte. Porque o stress compromete o
funcionamento de todas as células. Você não sabe onde dói, mas é tão intensa que
pode vir um infarto no miocárdio, queda da imunologia ou uma doença
oportunista surgir durante esse sofrimento.
Dra. Anete continuou perguntando: “Comer muito ou não comer nada, dói?
Trabalhar muito ou não trabalhar nada, dói?” E explicou: “A dor é uma bússola
para o seu comportamento. Indica que você está fazendo alguma coisa errada.
Não existe dor natural. Se é a emoção que está causando a dor, você está errando
em algum lugar”.
Por exemplo: “A ingratidão dói? Você faz algo a alguém e a pessoa não te
paga! Ou seja, não foi favor, você vendeu algo. Foi egoísmo! Eu tenho que ter
retorno de tudo que dou. Entra a amizade. Vou à sua casa se você for à minha.
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Isso dói. Decepção, orgulho e vaidade doem. A traição, muitas vezes, dói mais no
traído do que no traidor. Somos orgulhosos, às vezes, e não notamos. O orgulho
de ser humilde é algo muito perigoso, por exemplo: “Olha esta criatura como é
orgulhosa!... Eu não. Eu sou humilde.” Outro exemplo: “Essa aí não faz nada! Eu
sim, sou caridosa”. Uma criatura assim acaba se tornando fiscal da vida alheia.
Se você julgar as atitudes dos outros, vai doer!
Qual é o maior amor? O amor de mãe ou o de esposa? O de mãe é mais
profundo, todos concordamos.
E entre o marido e o filho, a quem se ama mais? Para darmos uma
resposta, atentemos para a seguinte situação: Em uma viagem de carro estão o
marido, a mulher e o filho. Acontece um acidente e todos morrem. Reencarnam
todos. Seu marido reencarna como seu filho e seu filho reencarna como seu
marido. Qual dos dois você amará mais? Se fosse amor incondicional, não faria
diferença.
Por que você ama mais o filho do que o marido? Porque o filho é seu. O
marido é da mãe dele. A diferença é causada pelo egoísmo.
A respeito do sentimento da inveja, lembramos de uma historia que explica
perfeitamente esse sentimento negativo: o vaga-lume e a serpente.
O vaga-lume estava de bobeira na lagoa, quando apareceu uma serpente e
deu o bote, mas ele escapou. A serpente deu outro bote, ele escapou. Começou a
fugir e a serpente ia atrás dele. O vaga-lume começou a ficar cansado e, quando
estava encurralado, vendo que não tinha chance de escapar e que ia morrer, disse
à serpente:
- Posso fazer uma pergunta?
- Perfeitamente!
- Eu faço parte da sua cadeia alimentar?
- Não!
- Eu te fiz alguma coisa?
- Não!
- Por que você quer me comer?
- Porque você brilha!
Neste exemplo que não havia nada de pessoal. Basta que façamos alguma
coisa diferente ou venhamos a nos sobressair para ganharmos um inimigo,
gratuitamente. Se não quisermos ter inimigos, não façamos nada, não chamemos
a atenção, não brilhemos e não teremos inimigos.
Se nos preocuparmos com a opinião alheia, não faremos nada. Precisamos
entender isso.
Há um ensinamento de Santo Agostinho, importantíssimo para nossa
reflexão: “As pessoas não são o que parecem. As pessoas não são o que deveriam
ser. As pessoas não são como gostaríamos que fossem. As pessoas são exatamente
como são, e não há nada que você possa fazer a respeito”.
Então, do que adianta sofrermos por inveja?
Se há dor, significa que estamos criando sofrimento.
Saudade dói? Se doer é porque estamos fazendo alguma coisa errada.
Sofremos quando sentimos a falta de alguém. Está errado sentir a falta de
alguém? Não, mas, vejamos outro exemplo. Seu filho está muito doente e está na
UTI. Se você o ama de verdade, qual deve ser o seu comportamento? Se você é
espírita e sabe que a morte não existe, mas que ao desencarnar seu filho somente
vai mudar para um plano de vida diferente, onde não encontrará você, qual é a
situação? Você pensa: “O que vai ser de mim sem ele”. Você deveria pensar: “O
que vai ser dele sem mim”. Entendemos a dificuldade da passagem, da
separação, mas manter a integridade é uma questão de amor, quando amamos
tranquilamente.
O homem vive como se fosse imortal. Quando a morte vem, se desespera.
Mas, se você pensa que a morte pode acontecer a qualquer momento, você vive
intensamente e não deixa a solução das coisas para depois. De repente, aquele que
está ao seu lado, morre, e você não lhe disse que o amava, não o abraçou e beijou
suficientemente e agora não tem mais tempo.
Temos outro exemplo. Temos dois amigos presos em um calabouço.
Ficaram amigos porque conviveram muito tempo juntos no calabouço. Em dado
momento, vem a notícia de que um deles será libertado. Qual será o sentimento
do verdadeiro amigo? Ficar infeliz porque perdeu um companheiro de infortúnio
ou feliz porque o outro foi libertado? Se sentir-se infeliz será mesmo amor pelo
amigo? O verdadeiro amor liberta.
Temos uma experiência bastante estarrecedora. Uma companheira de
doutrina, que é presidente de uma instituição, estava visitando uma determinada
cidade. Pediram a ela que fosse visitar uma mãe que tinha perdido o filho em um
acidente de motocicleta. Era um jovem muito querido e atuante que participava
de um centro espírita. Era filho único, e a mãe, que era viúva, estava depauperada.
A companheira visitante ao entrar na casa sentiu um impacto negativo muito forte
e estranhou, já que o rapaz era uma pessoa muito boa. A mãe a recebeu, chorosa:
“Eu vi tudo, o acidente foi ali, na esquina! Mantive o quarto dele do mesmo jeito
que ele deixou. Todo dia abro a porta e fico relembrando o que aconteceu. Fico
pensando onde e com quem ele estará. E grito: Monstro! Por que você me deixou,
por que fez isso comigo? Por quê?”.
E Isso acontecia dia após dia. É amor ou egoísmo? O meu sofrimento, a
minha dor, o meu, o meu, o meu...
A dor é a bússola, não um castigo. Temos que descobrir qual é a causa.
Criamos as circunstâncias e vamos atrás do sofrimento, na maior parte das vezes.
Temos um amigo que é considerado o quinto melhor homeopata do mundo.
Além de homeopata, é doutor em psicologia e, no pós-doutorado, fez o perfil
psicológico de algumas doenças. Entre elas, o câncer, afecções renais e
reumáticas. Ele percebeu que estas doenças têm um paralelo direto com
determinados perfis. Por exemplo, não há câncer ou mágoa sem ódio. Quem não
tem ciúme, não tem problemas renais. Quem não tem orgulho, não tem problemas
reumáticos.
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Se formos capazes de nos libertar da prisão que criamos, encontraremos a
cura. A dor é produzida por nós mesmos, daí a necessidade de nos superarmos, de
não nos preocuparmos. É muito difícil? Mas devemos lutar para nos libertar da
prisão do sofrimento.
Allan Kardec perguntou qual era o meio prático mais eficaz para se
melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal (questão 919, de O Livro
dos Espíritos), e a resposta recebida foi: Um sábio da Antiguidade vos disse:
“Conhece-te a ti mesmo”. E Kardec complementou, dizendo: ”Compreendemos
toda a sabedoria dessa máxima, mas a dificuldade está precisamente em se
conhecer a si próprio. Qual o meio de chegar a isso?” (questão 919-a, de O Livro
dos Espíritos).
E Santo Agostinho deu a resposta: “Fazei o que eu fazia quando vivi na
Terra: no fim de cada dia interrogava a minha consciência, passava em revista o
que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao
cumprimento de algum dever, se ninguém teria tido motivo para se queixar de
mim... O conhecimento de si mesmo é portanto a chave do melhoramento
individual...
A “receita de bolo” está em O Livro dos Espíritos.
O que é necessário para a nossa libertação? O primeiro passo é admitir que
você tem um problema. Se não admitir, não terá como se melhorar.
Estamos sempre vendo o problema nos outros: “Ela me irrita!”
Ela tem o poder mágico de mexer com seu humor ou é você que permite se
irritar, enraivecer ou sofrer? Não podemos obrigar outra pessoa a nos amar, mas
podemos amar a nós mesmos, nos tratarmos bem, sentirmo-nos bem e felizes em
nossa própria companhia. Não dependemos de outra pessoa para a nossa
felicidade, porque ela está dentro de nós. Buscar a felicidade é um processo que
depende de nós mesmos. Se a pessoa está no céu, não vai mudar nada, a não ser a
dor. Por isso, o Terapeuta Divino espera pacientemente que nos lembremos das
palavras dele:
“Vinde a mim, todos os que andais em sofrimento e vos achais carregados,
eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso
e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas, porque o meu
jugo é suave e o meu fardo é leve”.
(Mateus, 11:28-30). O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo VI.
Anete Guimarães
Palestra proferida em 04 de junho de 2014,
na Instituição Beneficente “A Luz Divina”.
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EXPLICAÇÃO CIENTÍFICA DAS PALAVRAS DE JESUS