Brasileiro executado na Indonésia reacende discussão da pena de morte A pena de morte é uma punição extrema e irreversível O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, executado no último sábado na Indonésia por tráfico de drogas reacendeu uma discussão antiga no país: até que ponto a sociedade brasileira é a favor ou contra a pena de morte? Quais os crimes que deveriam ser punidos com a pena capital? Archer morreu com um único tiro no peito, segundo o jornal Folha de S. Paulo. Conforme manda a lei da Indonésia, o traficante foi amarrado a uma estaca e executado por volta de 0h30, no horário local. Ele foi o segundo dos cinco condenados a morrer. A pena de morte é uma punição extrema, degradante e desumana. Muito usada pela Igreja Católica na Inquisição com o objetivo de combater a heresia. As execuções eram quase sempre lentas e dolorosas. A pena de morte viola o principal bem jurídico do indivíduo, o direito à vida. Qualquer que seja o método de execução utilizado – eletrocussão, enforcamento, câmara de gás, decapitação, apedrejamento, fuzilamento ou injeção letal – constitui-se como uma forma de punição violenta que não deveria ter lugar no sistema de justiça atual. Não estou defendendo Archer. Concordo com a ex-ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário; “o sujeito era traficante”; só não concordo com a pena de morte. A reclusão por vários anos com a privação de direitos seriam suficientes para punir e talvez, ressocializar. Em muitos países, os governos justificam a utilização da pena de morte alegando que esta previne a criminalidade. Contudo, não existe qualquer prova de que este método seja mais eficaz na redução do crime do que outras punições severas. A pena de morte é irrevogável e, tendo em conta que o sistema de justiça está sujeito ao preconceito e ao erro humano, o risco de se executar uma pessoa inocente está sempre presente. - Esse tipo de erro não é reversível. Se você acha que no Brasil a pena capital não existe, você está totalmente enganado. Na Constituição Federal, o inciso XLVII do artigo 5º determina que não haverá pena de morte, salvo em casos de guerra declarada. O país que aplica a pena de morte atesta sua incapacidade de ressocializar o indivíduo que cometeu crime. No Brasil, como já estamos cansados de ver, as cadeias insalubres e desumanas estão abarrotadas de pessoas. Homicidas, traficantes, estupradores e outros criminosos estão cumprindo pena com o objetivo de se reeducar para retornar ao seio da sociedade. Sabemos que isso não vai acontecer, pois o indivíduo sai da cadeia mais criminoso do que entrou. Fonte: [email protected] http://www.informepolicial.com/site/telaprincipal.php?tela=exibe_artigopolitica&id=58