REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA
ISSN 1519-5228
Volume 13 - Número 2 - 2º Semestre 2013
PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE DE CEPAS DE Mycobacterium tuberculosis
ISOLADAS NO LABORATÓRIO CENTRAL DE SAÚDE PÚBLICA DO
ESTADO DO AMAPÁ, BRASIL
Josean Silva de Jesus3; Rubens Alex de Oliveira Menezes1,2,3; Margarete do Socorro Mendonça Gomes3; Maria Cátia
Cilena da Costa Gonçalves3; Flávio Henrique Ferreira Barbosa4; Aldo Aparecido Proietii Junior5
RESUMO
Este trabalho foi realizado através da coleta de dados de análises realizadas no Laboratório Central de Saúde
Pública do Estado do Amapá (LACEN-AP). Divisão de Biologia Médica, serviço de Bacteriologia Geral, no
período de Novembro de 2009 a Março de 2010, com o objetivo de verificar a frequência da resistência de
cepas de Mycobacterium tuberculosis em amostras provenientes de indivíduos com histórico de abandono de
tratamento. No período da coleta de dados, foram realizados seis testes de sensibilidade in vitro utilizando-se
a técnica do método das proporções em meio Lowenstein Jensen (LJ), que foi descrito por Canetti, Rist e
Grosset em 1969 (teste simplificado), que utiliza em sua metodologia as seguintes drogas: Isoniazida (INH),
Rifampicina (RMP), Etambutol (BEM) e Estreptomicina (SM). Tendo-se como resultado uma amostra que
apresentou perfil de resistência para a rifampicina (RMP) e a isoniazida (INH). Sendo que destes seis testes
realizados, três foram em indivíduos do gênero feminino e três em indivíduos do gênero masculino e o único
caso de resistência a rifampicina e a isoniazida detectado no trabalho ocorreu no indivíduo pertencente ao
gênero masculino com uma frequência de 33,3%. No atual cenário contra a tuberculose, um dos aspectos
mais desafiadores é o abandono do tratamento, pois repercute no aumento dos índices de mortalidade,
incidência e multidroga resistente.
Palavras-chave: Tuberculose, Multidroga resistente, Sensibilidade, Saúde Pública.
PROFILE OF SUSCEPTIBILITY OF Mycobacterium tuberculosis STRAINS
ISOLATED IN CENTRAL LABORATORY OF PUBLIC HEALTH OF THE
STATE OF AMAPÁ, BRAZIL
ABSTRACT
This work was accomplished through the collection of data of exams done at the Central Laboratory of
Public Health of the State of Amapá (LACEN-AP). Division of Medical Biology, service of General
Bacteriology, in the period of November of 2009 the Março of 2010, with the objective of analyzing the
frequency of the resistance of stumps of Micobacterium tuberculosis in patients' coming samples with report
of treatment abandonment. In the period of the collection of data, six tests of sensibility in vitro were
accomplished being used the technique of the method of the proportions in half Lowenstein Jensen (LJ), that
it was described by Canetti, Rist and Grosset 1969 (simplified test) that uses in his/her methodology the
following drugs: Isoniazida (INH), Rifampicina (RMP), Etambutol (WELL) and Estreptomicina (SM).
Tended is as result a sample that presented resistance profile for the rifampicina (RMP) and the isoniazida
(INH). And of these six accomplished tests, three were in individuals of the feminine gender and three in
individuals of the masculine gender and the only case of resistance the rifampicina and the isoniazida
detected in the work happened in the individual belonging to the masculine gender with a frequency of
33,3%. In the present scenario against tuberculosis, one of the most challenging aspects is the abandonment
of treatment , the reflection in the Increase in mortality , incidence and multidrug resistant.
KEYWORDS: Tuberculosis, Multidrug resistant, Sensitivity, Public Health.
.
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INTRODUÇÃO
A tuberculose é um problema de saúde
prioritário no Brasil, já que, juntamente com
outros 21 países em desenvolvimento, alberga
80% dos casos mundiais da doença. Estima-se
que, cerca de um terço da população mundial,
está infectada com o Mycobacterium
tuberculosis, estando sob risco de desenvolver a
enfermidade. Em torno de oito milhões de casos
novos e quase 3 milhões de mortes por
tuberculose ocorrem anualmente. (TEIXEIRA et
al., 2002).
Esta doença infecciosa é causada pela
bactéria Mycobacterium tuberculosis, um
bastonete delgado, obrigatoriamente aeróbio que
geralmente tem preferência pelos pulmões, o
que é responsável pelo nome do microrganismo
(TORTORA; FUNKE; CASE, 2005). Koneman
et al (2001), relatam que a curva de incidência
desta doença aproximou-se de zero no final da
década de 1970 e que muitos microbiologistas
tiveram a convicção de que a vitória contra a
tuberculose estava próxima. Mas na realidade
aconteceu o oposto com o surgimento de cepas
de Mycobacterium resistentes a múltiplas
drogas.
De acordo com Sá et al (2007), o risco
de abandono do tratamento da tuberculose é
elevado ao final do primeiro mês e início do
segundo,
pois
os
doentes,
estando
assintomáticos e com bom estado geral em
consequência da eficácia farmacológica, podem
acreditar que estão livres da doença e
interromper
a
tomada
da
medicação
antituberculosa o que pode ocasionar o
surgimento de cepas resistentes.
O Mycobacterium tuberculosis é
patógeno aeróbio estrito, de multiplicação lenta
e alta proporção de mutantes resistentes. Dos
quatro mecanismos conhecidos pelos quais se
dá
resistência
bacteriana
(conjugação,
transformação, transdução e mutação), o
Mycobacterium tuberculosis adquire resistência
aos fármacos apenas por mutação (DACOLMO
et al., 2007).
Para Bierrembach et al (2007), o
controle
da
tuberculose
depende
fundamentalmente que os gestores do setor
saúde realizem de maneira eficiente e rotineira
as atividades de identificação precoce dos casos
novos, rápida intervenção em grupos de maior
risco, adesão adequada ao tratamento e
prevenção do óbito, especialmente nas áreas de
maior transmissão da doença. Além disso, é
indiscutível a relevância de uma vigilância
epidemiológica efetiva para orientar decisões.
Apesar de ser uma doença infecciosa
antiga, bem conhecida e há mais de meio século
vulnerável ao tratamento medicamentoso, ela
permanece como um dos principais agravos à
saúde a ser enfrentado em âmbito global
(BARREIRA;
GRANJEIRO,
2007).
A
tuberculose (TB) tem elevada incidência no
Brasil, constituindo-se em carga social e
econômica para saúde por danos individuais e
coletivos. São notificados de 80.000 a 90.000
casos por ano, no Brasil, desde1980,
correspondendo à taxa de incidência média de
45,2 casos por 100.000 habitantes em 2003
(GONÇALVES; PENNA, 2007).
Dos 8,9 milhões de casos novos de
tuberculose (TB) no mundo, em 2004, 3,9
milhões eram referentes à forma pulmonar com
baciloscopia positiva, principal forma clínica
responsável pela transmissão de TB. No Brasil
ocorrem cerca de 80.000 casos de TB por ano,
mas especula-se que esse número possa atingir
100.000 casos. (PEREIRA et al., 2007).
Esta pesquisa objetiva analisar o perfil
de susceptibilidade de isolados bacterianos
identificados como Mycobacterium tuberculosis
pelo Laboratório Central de Saúde Pública do
Estado do Amapá, no ano de 2009 a 2010,
pertencentes ao banco de cepas do LACEN-AP,
através do teste de sensibilidade que utiliza as
seguintes drogas: Estreptomicina; Isoniazida;
Rifampicina e Etambutol esquemas terapêuticos
padronizados no Brasil.
METODOLOGIA
Os dados para a realização deste trabalho
foram obtidos através de anotações dos registros
dos resultados das análises dos testes de
sensibilidade feitos em cepas de Mycobacterium
tuberculosis no Laboratório Central de Saúde
Pública do Amapá (LACEN AP), Divisão de
Biologia Médica, serviço de Bacteriologia Geral
no período de Novembro 2009 a Março de
2010.
No laboratório utiliza-se a técnica do
método das proporções em meio Lowenstein
Jensen (LJ), que foi descrito por Canetti, Rist e
80
Grosset 1969 (teste simplificado). Cujo objetivo
é de determinar se os microrganismos presentes
no paciente responderão ao tratamento com
drogas de primeira linha que são a Isoniazida
(INH), Rifampicina (RMP), Etambutol (BEM) e
Estreptomicina (SM).
O Teste de Sensibilidade é o exame
laboratorial realizado para detectar a
resistência/sensibilidade dos isolados de M.
tuberculosis às drogas utilizadas no tratamento
da tuberculose. Resistência às drogas
antituberculose é definida pelos resultados dos
testes bacteriológicos, como a diminuição da
sensibilidade in vitro de um isolado de M.
tuberculosis (SARMENTO et al., 2008).
RESULTADOS
No período do estudo que foi de
Novembro de 2009 a Março de 2010 foram
realizados seis testes de sensibilidade in vitro,
em amostras de cultura positivas para
Mycobacterium tuberculosis, oriundas de
pacientes com histórico de abandono de
tratamento, utilizando-se as seguintes drogas:
Estreptomicina; Isoniazida; Rifampicina e
Etambutol, que são drogas padronizadas pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA).
No referido trabalho, obteve-se como
resultado uma cepa de Mycobacterium
tuberculosis com perfil de resistência a
rifampicina (RMP) e a isoniazida (INH). O que
segundo dados estudados em artigos e revistas,
enquadram esta cepa como multidrogra
resistente.
Destes seis testes realizados, três foram
em indivíduos do gênero feminino e três em
indivíduos do gênero masculino, sendo que o
único caso de resistência a rifampicina e a
isoniazida ocorreu no indivíduo pertencente ao
gênero masculino, na tabela 01 têm-se os
resultados dos testes por gênero com suas
respectivas frequências.
Tabela 01 - Frequência dos testes de sensibilidade realizados em amostras positivas no período de Novembro de 2009 a
Março de 2010.
Gênero
N de Exames
Positividade
Negativo
Total
Masculino
03
01 (33,3%)
02 (66,7%)
100%
Feminino
03
0
03 (100,0%)
100%
06
01
05
100%
TOTAL
Fonte: Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Amapá (LACEN-AP), 2010.
DISCUSSÃO
Este estudo foi elaborado com o intuito
de verificar a frequência da resistência de cepas
de Mycobacterium tuberculosis no Estado do
Amapá, frente ao esquema terapêutico
padronizado pelo Ministério da Saúde do Brasil.
A Tuberculose é uma doença infecciosa crônica
que acompanha a espécie humana desde os
primórdios da história. Hoje ela se apresenta
como um dos problemas que mais têm
preocupado as autoridades sanitárias de todo o
mundo, devido à sua crescente incidência em
diferentes
grupos
populacionais
(MASCARENHAS; ARAÙJO; GOMES, 2005).
A forma clínica de TB com bacilos
resistentes à rifampicina (RMP) e à isoniazida
(INH)
foi
conceitualmente
denominada
multidrugresistant tuberculosis (MDRTB) nos
Estados Unidos, no final da década de 1980.
Entre 1982 e 1986, houve aumento expressivo
de formas multirresistentes, levando ao
reconhecimento do problema como sendo de
saúde pública e revelando o impacto da
epidemia de Aids e da desorganização dos
serviços de saúde (DACOLMO et al., 2007).
Sabe-se que pessoas infectadas pelo
Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), são
particularmente suscetíveis à tuberculose, tanto
por reativação de uma infecção latente quanto
por rápida progressão de uma infecção recente
para doença ativa. A tuberculose permanece
como um importante problema de saúde pública
no Brasil, e em particular no Rio de Janeiro,
segunda maior cidade do país, com uma
população de 5,8 milhões de habitantes
(SOARES et al., 2006).
Os resultados do estudo evidenciam que
a tuberculose persiste como um importante
problema de saúde pública, não tendo sido
81
alcançadas as metas de cura do Ministério da
Saúde. O atendimento aos pacientes ainda não
está efetivamente descentralizado, e as
Unidades mostram-se muito diferentes quanto à
responsabilização do atendimento.
As estratégias para controle da doença
necessitam considerar os fatores associados ao
abandono, que estão intimamente relacionados
aos hábitos do paciente e à maneira como o
mesmo se apodera das informações sobre sua
doença e é motivado a completar seu tratamento
(PAIXÃO; GONTIJO, 2007).
A vulnerabilidade dos usuários a droga
aponta a necessidade de intervenções
prioritárias, ignorar as diferenças de perfil dos
pacientes significa distanciar-se de bons
resultados no tratamento e de um efetivo
controle da transmissão da tuberculose.
(PAIXÃO; GONTIJO, 2007).
O controle da tuberculose depende de
melhoria dos fatores relacionados aos serviços
de saúde: sistema de informação confiável,
ampliação dos atendimentos descentralizados
que possibilitam a implementação do tratamento
supervisionado, capacitação dos profissionais e
fortalecimento do trabalho em equipe, buscando
tornar os usuários co-responsáveis pelo
enfrentamento de sua enfermidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho reflete a importância da
realização periódica de testes de sensibilidade
em todos os indivíduos com histórico de
abandono de tratamento anti-tuberculose com o
intuito de isolar cepas resistentes e manter os
portadores destas em observação durante todo o
período de tratamento, para que estes indivíduos
não
se
transformem
em
portadores
disseminadores de cepas multidroga-resistentes
na comunidade.
Porém, este trabalho não reflete a real
frequência dos casos de tuberculose resistente
no Estado do Amapá, devido aos casos de subnotificação existentes nas Unidades Mistas de
Saúde dos Municípios do Estado, onde os
profissionais lotados nestes setores fazem o
registro dos resultados de baciloscopia, para que
se tenha o controle de indivíduos portadores da
micobactéria responsável pela doença.
A tuberculose, embora prevenível e
tratável com medicamentos de baixo custo e alta
eficácia vem apresentando recrudescência, com
repercussões nos níveis de saúde e mortalidade.
No atual cenário da luta contra a tuberculose,
um dos aspectos mais desafiadores é o
abandono do tratamento, pois repercute no
aumento dos índices de mortalidade, incidência
e multidrogarresistência.
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(Série A. Normas e Manuais Técnicos) ISBN
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Correspondência: Rubens Alex de Oliveira Menezes –
Laboratório Central de Saúde Pública de Macapá –
LACEN(AP). Endereço: Avenida Tancredo Neves, 1118.
Bairro: São Lázaro, CEP - 68908-530, Setor de
Bacteriologia,
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32126175⁄81311306⁄32235534,
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__________________________________
1 - Unidade Básica de Saúde Congos (UBS-Congos) Macapá (AP), Brasil.
2 - Mestrado pelo Programa de Pós Graduação em
Ciência da Saúde da Universidade Federal do Amapá,
UNIFAP - Macapá (AP), Brasil.
3 - Laboratório Central de Saúde Pública do Amapá LACEN-AP, Macapá, Amapá, Brasil.
4 - Docente do Programa de Pós Graduação em ciência da
saúde da Universidade Federal do Amapá, UNIFAP Macapá (AP), Brasil.
5 - Docente da Universidade Federal do Amapá, UNIFAP
- Macapá (AP), Brasil.
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