51º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005 Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4 gusfi[email protected] palavras-chave: linfócitos T citotóxicos, reatividade cruzada, TCR Vieira, GF; Delgado-Cañedo, A; Chies, JAB Instituto de Biociências, Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS. Peptídeos virais imunodominantes como determinantes de reatividade cruzada no sistema imune Alguns dos mecanismos de interação sistema imune:patógeno já se encontram em avançado estágio de esclarecimento. Em sistemas virais, entretanto, o assunto não está totalmente resolvido, principalmente devido ao alto poder de mutabilidade destes organismos, o que pressupõe um sistema de defesa com certo grau de especialização e complexidade. Muitas células do sistema imune estão envolvidas na erradicação de infecções virais, especialmente os linfócitos T citotóxicos (CTLs) CD8+, embora se saiba da importância dos linfócitos B na resposta antígeno-específica a infecções virais. O receptor de células T (TCR) reconhece peptídeos entre 8 e 12 aa complexados ao MHC-I. Considerando a idéia clássica que cada célula T CD8+ reconhece apenas um simples peptídeo de um dado patógeno, o repertório de células T de memória deveria ser maior que 1012, o número total de linfócitos em humanos. Assim, o mecanismo de reconhecimento de seqüências peptídicas virais pelo sistema imune deve ser extremamente adaptável, ou seja, deve ter uma certa plasticidade, porém sem perder a especificidade. A reatividade cruzada é um dos indícios dessa flexibilidade. Um único TCR pode reconhecer peptídeos de diferentes vírus ou de diferentes proteínas de um mesmo vírus, o que pressupõe que estas sequências compartilhem características. Para testar essa hipótese, nós montamos um banco de dados incluindo 70 epitopos virais, provenientes de diversos vírus, representando sequências imunodominantes reconhecidas e/ ou que tenham sido descritas como indutoras de reatividade cruzada com outras sequências. Foram efetuadas diferentes análises utilizando ferramentas de bioinformática (BLAST e BioEdit) para verificar se estas são sequências peptídicas tipicamente virais e/ou se apresentam algum grau de identidade com peptídeos derivados de proteínas humanas (fato este que poderia explicar o desenvolvimento de alguns distúrbios autoimunes). Outra abordagem utilizada foi a comparação de características físico-químicas (hidrofobicidade e carga dos aa, etc) compartilhadas entre essas sequências. Os resultados preliminares indicam que sequências de origem viral são preferencialmente similares a sequências derivadas de outros vírus e em sua maioria não apresentam grau de identidade significante (>70%) com peptídeos de origem humana. Também foi verificado nos epitopos analisados uma preferência por grupos R não-polares (M,L,I e V) nos aas de ancoragem embora ainda não tenha sido possível estabelecer um padrão consenso nos aas centrais de contato. Estes primeiros resultados corroboram nossa hipótese de trabalho, em que epitopos virais compartilham determinadas características de tal forma que estas as caracterizam diferenciando-as de sequências de outros organismos, principalmente de proteínas de origem humana. Apoio financeiro: CAPES. 1142