CEEQ
Centro de Estudos de Engenharia Química
PREPARAÇÃO DE UM SABÃO A PARTIR DE
GORDURAS ANIMAIS E SUA CARACTERIZAÇÃO
ISEL
Beatriz F. P. F. Martinsa; Teresa M. Cordovilb; Susana F. R. Gouveiac
aEscola
Secundária de Dona Luísa de Gusmão, Rua da Penha de França, 193, 1199-030 Lisboa
bEscola
cEscola
Secundária de Pedro Nunes, Av. Álvares Cabral, 1269-093 Lisboa
Secundária Camilo Castelo Branco, Rua Luz Veloso, 2790-096 Carnaxide
Objectivo
Preparação de um sabão a partir de uma gordura animal (banha de porco) por hidrólise em meio alcalino.
Introdução1,2,3
Os sabões e os detergentes são constituídos por moléculas que contêm grupos hidrófobos (sem afinidade pela
água), e um ou mais grupos polares, os grupos hidrófilos (com afinidade pela água). As partes não-polares de tais
moléculas dissolvem-se em gorduras e óleos e as porções polares são solúveis em água. A capacidade de limpeza
dos sabões e detergentes depende da sua capacidade de formar emulsões com materiais solúveis nas gorduras.
Na emulsão, as moléculas de sabão ou detergente envolvem a sujidade de modo a colocá-la numa “cavidade”
solúvel em água designada micela (Fig. 1).
Os sabões são produzidos a partir de
óleos e gorduras (triésteres de ácidos
O
H2C
O
gordos de C12 a C20, sendo os mais
comuns os ácidos em C16 e C18) através
Um subproduto da produção de sabões é
o glicerol (glicerina), a partir da qual se
Fig.1 – Micela3
pode
sintetizar
a
nitroglicerina,
um
R1
O
HC
O
de reacções de saponificação (reacções
de hidrólise em meio alcalino) (Fig.2).
C
C
R2
NaOH/H2O
∆
O
H2C
O
C
R3
R1COO
Na
H2C
OH
R2COO
Na
HC
OH
R3COO
Na
H2C
OH
Sabão
Triéster
R1, R2, R3 = alquilo sat. (C4-C18)
R1, R2, R3 = alquilo insat. (C16-C18)
R1=R2=R3 e/ou R1≠R2 ≠R3
poderoso explosivo.
Fig. 2 – Hidrólise de um triéster2
Resultados
Do tratamento de banha de porco com hidróxido de sódio (25% em
EtOH:H2O, 1:1) a quente, foi obtido um sólido pastoso de cor
“marfim”. Na presença de uma solução saturada de NaCl precipitou
um sólido – o sabão.
Foram adicionadas essências de limão e canela ao sabão e conferida
cor recorrendo a pigmentos naturais obtidos da extracção de
espinafres.4
Ensaios paralelos foram realizados utilizando como matéria-prima
uma gordura vegetal – o azeite.
As massas sólidas obtidas foram moldadas a quente e a frio (Fig.3).
Conclusões
Fig. 3 – Moldagem do Sabão
Foram observadas texturas distintas nos sabões em função do tipo de gordura utilizada na saponificação.
A indústria de sabões poderá servir para reciclar os óleos provenientes da área alimentar.
Referências
1. Palleros, D.R., Experimental Organic Chemistry, John Wiley & Sons, Inc., New York, 2000.
2. Pavia, D. L., Lampman, G. M., Kriz, G. S. Jr., Química Orgânica Experimental – Productos Naturales. Compuestos de Interés
Farmacológico e Industrial, Eunibar, Editorial Universitária, Barcelona, 1978.
3. Solomons, T. W.G., Organic Chemistry, 6th, John Wiley & Sons, Inc., New York, 1996.
4. Martins, B. F., Cordovil, T. M., Gouveia, S. R., Isolamento e Caracterização dos Pigmentos do Espinafre – Comunicação em
painel, Secção de Química Orgânica, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Lisboa, 2005.
Agradecimentos
À Ciência Viva (Agência Nacional pela Cultura Científica e Tecnológica), ao Centro de Estudos de Engenharia Química - Instituto
Superior de Engenharia de Lisboa (CEEQ-ISEL), ao Prof. José Prata, às Engas Célia Constâncio e Alexandra Costa e à Técnica
Rosa Amorim (Secção de Química Orgânica).
Estágio realizado em Julho de 2005.
Glicerol
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preparação de um sabão a partir de gorduras