ENTENDA A CRISE ECONÔMICA PELA ÓTICA DE DEUS Ageu 2.8 Introdução Em 30/01/2009 a Folha Online publicou um artigo intitulado: “Entenda a Crise Econômica pela Ótica de Karl Marx”. Foi a partir deste artigo interessante que eu tive a idéia para o título desta mensagem – “Entenda a Crise Econômica Pela Ótica de Deus”. Apesar de a opinião de economistas ser importante e relevante, afinal, é para isso que eles estudam, o que realmente vale, a palavra final para todas as coisas, é sempre a de Deus. Teria Deus algo a dizer sobre a crise econômica e financeira que ataca os mercados financeiros e, consequentemente, o bolso do consumidor ao redor do globo? Penso que sim! Que crise é essa? A crise econômica que atualmente atinge a vários países iniciou-se nos Estados Unidos, no mercado de hipotecas norte-americano (uma espécie de nota promissória garantida pela hipoteca, ou refinanciamento, da casa própria). Com o dinheiro da hipoteca em mãos, eles gastavam noutras coisas. Só que para combater a inflação, o juro voltou a crescer e daí começou o aperto – numa espécie de efeito dominó. Se você quiser entender melhor sobre o assunto, entre no site da Folha de S. Paulo, onde há matérias muito bem explicativas e esclarecedoras. Não é o meu objetivo aqui dar uma aula de economia, mas apenas nos situar diante da situação de crise que nos encontramos. O fato é que hoje os números da crise econômica estão na casa dos bilhões de dólares. Por que pregar sobre a crise econômica? Três fatores me impulsionaram a pregar sobre a crise econômica da perspectiva de Deus. 1. Retorno das férias Primeiramente, porque estou voltando de férias. Pensei em pregar mensagens avulsas, de manhã e à noite, antes de mergulharmos de volta em Gênesis (nos cultos da noite) e começarmos uma nova série para os cultos da manhã (que levarão em conta essa faze do Projeto Neemias e a expansão de nossa igreja). 2. Repetição do mesmo assunto em todos os lugares e mídias – “crise financeira” Nos últimos tempos pouca coisa tem causado tantos efeitos, positivos e negativos, na vida das pessoas como a crise financeira ao redor do globo. Nós precisamos ouvir um pouco da perspectiva de Deus sobre este assunto. 1 Pr. Leandro B. Peixoto IBCC 08/02/09 (noite) 3. Reformas e expansão da IBCC Como é que podemos falar em reforma e expansão em tempos de crise como esses? Não é hora de poupar? Então, por que gastar? Conseguiremos avançar diante de tamanha crise? Teria Deus algo a ver com toda essa crise econômica? Claro que sim! Ele é soberano sobre todas as coisas. Ele não somente antevê todas as coisas, mas ele também causa ou permite que todas as coisas aconteçam. E quando ele causa ou permite que alguma coisa aconteça, ele assim o faz com propósitos e objetivos muito bem definidos. Portanto, Deus é soberano... Provérbios 16.33 A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda decisão. Provérbios 19.21 Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do SENHOR permanecerá. Salmo 33.10-11 10 O SENHOR frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos. 11 O conselho do SENHOR dura para sempre; os desígnios do seu coração, por todas as gerações. Isaías 46.10-11 10 que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade; 11 que chamo a ave de rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, Mateus 10.29-30 29 Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. 30 E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados. Nenhuma recessão pega Deus de surpresa. Nenhuma crise econômica causa qualquer espanto no coração de Deus, por maior que seja. Nenhuma! Aliás, todos os seus propósitos para a história da redenção são milimetricamente calculados e englobam, inclusive, as crises econômicas mundiais. Deuteronômio 11.10-15 10 Porque a terra que passais a possuir não é como a terra do Egito, donde saístes, em que semeáveis a vossa semente e, com o pé, a regáveis como a uma horta; 11 mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas; 12 terra de que cuida o SENHOR, vosso Deus; os olhos do SENHOR, vosso Deus, estão sobre ela continuamente, desde o princípio até ao fim do ano. 13 Se diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que hoje vos ordeno, de amar o SENHOR, vosso Deus, e de o servir de todo o vosso coração e de toda a vossa alma, 14 darei as chuvas da vossa terra a seu tempo, as primeiras e as últimas, para que recolhais o vosso cereal, e o vosso vinho, e o vosso azeite. 15 Darei erva no vosso campo aos vossos gados, e comereis e vos fartareis. 2 Pr. Leandro B. Peixoto IBCC 08/02/09 (noite) Que propósitos teria Deus por trás de uma crise econômica? 1. Expor pecados e trazer arrependimento Toda crise tem como propósito a nossa purificação. Não é punição, ainda! É amor, que prova e purifica aqueles a quem Deus ama: Zacarias 13.8-9 8 Em toda a terra, diz o SENHOR, dois terços dela serão eliminados e perecerão; mas a terceira parte restará nela. 9 Farei passar a terceira parte pelo fogo, e a purificarei como se purifica a prata, e a provarei como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: é meu povo, e ela dirá: O SENHOR é meu Deus. Crise financeira faz qualquer um rever valores e conceitos. E é assim que deve ser. Vejam, por exemplo, os exemplos de Jó (no AT) e de Paulo (no NT): I. Por mais justo que fosse Jó, e sabemos que ele era (Jó 1.1), foi a sua crise financeira, dentre tantas outras, que o fez reconhecer os seus pecados e arrepender-se deles: Jó 42.2-6 2 Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. 3 Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia. 4 Escutame, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. 5 Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. 6 Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza. II. Paulo também aprendeu com crises e sofrimentos, dentre eles os financeiros: Filipenses 4.10-13 10 Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. 11 Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. 12 Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; 13 tudo posso naquele que me fortalece. 2 Coríntios 1.8-11 8 Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. 9 Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos; 10 o qual nos livrou e livrará de tão grande morte; em quem temos esperado que ainda continuará a livrar-nos, 11 ajudando-nos também vós, com as vossas orações a nosso favor, para que, por muitos, sejam dadas graças a nosso respeito, pelo benefício que nos foi concedido por meio de muitos. 3 Pr. Leandro B. Peixoto IBCC 08/02/09 (noite) No mínimo, no mínimo, toda essa crise econômica e financeira expõe o pecado da ambição, o desejo cego de se enriquecer a qualquer custo, e de se ter sempre mais e mais, que habita no coração o homem. Veja, por exemplo, como essa crise econômica revela o coração ambicioso do ser humano. Folha de S. Paulo (06 de outubro de 2008): Em 2005, o "boom" no mercado imobiliário já estava avançado; comprar uma casa (ou mais de uma) tornou-se um bom negócio, não só para quem queria adquirir a casa própria, mas também para quem procurava em que investir. Também cresceu a procura por novas hipotecas, a fim de usar o dinheiro do financiamento para quitar dívidas e consumir. As pessoas entregavam o bem como garantia, pegavam um novo empréstimo, maior do que o anterior, quitavam a dívida e usavam a sobra de caixa para consumir. As companhias hipotecárias descobriram nessa época um nicho ainda a ser explorado no mercado: o de clientes do segmento "subprime", caracterizados, de modo geral, pela baixa renda, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovar renda (restrições cadastrais). O segmento "subprime", assim caracterizado, representa um risco maior de inadimplência que os de outras categorias de crédito. Mas justamente por ser de maior risco, as taxas de retorno são bem mais altas. A promessa de retornos altos atraiu gestores de fundos e bancos, que compraram esses títulos "subprime" das companhias hipotecárias e permitiram que uma nova quantia em dinheiro fosse emprestada, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago. Um outro gestor, interessado no alto retorno envolvido com esse tipo de papel, comprou o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de venda de títulos. Que essa crise sirva para nos fazer reconhecer o quanto somos propensos a querer ter sempre mais e mais, o quanto somos propensos à ambição e à paixão pelo dinheiro. Que essa crise sirva para nos fazer orar como o sábio de provérbios orou: Provérbios 30.7-9 7 Duas coisas te peço; não mas negues, antes que eu morra: 8 afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; 9 para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus. Que essa crise financeira nos aponte aonde reside toda fonte de lucro verdadeiro: 6 1 Timóteo 6.6-11 De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o 7 contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. 8 Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. 9 Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas 4 Pr. Leandro B. Peixoto IBCC 08/02/09 (noite) concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. 10 Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. 11 Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão. 2. Acordar-nos para o horror da pobreza mundial É impressionante e assustador o quanto a prosperidade nos cega para as misérias do mundo lá fora. Trancamo-nos em nossos redutos e centros comerciais confortáveis e nos esquecemos de que milhares e milhares sofrem, e outros tantos milhares morrem diariamente, fruto do horror da pobreza. A resseção e a crise econômica nos ferem, nos incomodam, nos entristecem. Se faz isso conosco, que temos muito mais do que o mínimo para sobreviver, imagine com aqueles que possuem nada! Deus quer usar essa recessão para nos acordar para esses fatos. Estima-se que 1 bilhão de pessoas não possui água tratada para consumir. 16 mil crianças morrem todos os dias, vítimas da fome e de doenças relacionadas a ela Há quase 18 milhões de crianças órfãs na África. Essa recessão é para nos acordar para as necessidades do mundo lá fora. 3. Relocar a fonte de nossa alegria. Colocá-la nele e não nas coisas que temos O texto bíblico que melhor revela esta verdade, encontra-se na segunda carta aos coríntios. Em meio a toda crise econômica e financeira, em meio a toda aquela recessão, Paulo nos revela onde estava a alegria dos Macedônios: 2 Coríntios 8:1-5 1 Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; 2 porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. 3 Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, 4 pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. 5 E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus; A alegria dos Macedônios, em meio a toda aquela recessão, não residia em popularidade (pois estavam sendo atribulados pela perseguição – veja Atos 17.5-9), nem em 5 Pr. Leandro B. Peixoto IBCC 08/02/09 (noite) prosperidade (pois sofriam com a profunda pobreza), mas na graça de participar da obra de Deus – contribuindo! Deus quer usar a recessão para nos render a ele e à sua obra! (v. 5). Deus quer usar a recessão para nos fazer ricos – ricos em generosidade (v. 2). Deus quer usar a recessão para nos ensinar que a fonte de nossa alegria nunca poderá ser popularidade ou prosperidade, mas a graça do Senhor derramada a nós (v. 1-2). 4. Proteger a sua glória, fazendo o seu Reino avançar justamente quando os recursos humanos (sejam eles emocionais, físicos ou financeiros) estão escassos Nós vemos essa maneira de Deus agir por toda a Bíblia. Diferentemente do que costumamos pensar, Deus faz a sua causa avançar quando os nossos recursos estão escassos! Por que? Para proteger a sua glória, revelando que é Ele a fonte de todo poder. Fez nascer o herdeiro quando Abraão e Sara já não tinham quaisquer condições físicas Abriu o Mar Vermelho quando Israel perdia as esperanças, encurralados por faraó Proveu maná, codornizes e água no meio de um deserto Abriu o Rio Jordão quando era tempo de conquistar Canaã Quando Jericó se colocou no meio do caminho, suas muralhas vieram ao chão Quando os midianitas eram inumeráveis, Deus usou apenas 300 valentes com Gideão Quando o gigante Golias desafiou o exército de Saul, Deus usou um jovem garoto, sem nenhuma armadura, com apenas um estilingue e cinco pedrinhas na mão Etc. E em 2 Coríntios 8.1-2, nós vemos que quando Deus quer levantar dinheiro para a sua obra, não é da rica igreja romana ou coríntia que ele busca os recursos, mas das pobres e perseguidas igrejas da macedônia! Por quê? Para evidenciar a sua glória! É aqui que entra o Projeto Neemias e a expansão da obra de Deus na Central e através da Central. Deus haverá de nos usar, assim como usou os macedônios: “no meio de muita prova de tribulação, manifestaremos abundância de alegria, e a profunda pobreza de muitos de nós haverá de superabundar em grande riqueza da nossa generosidade. 3 Porque a Central, testemunharão Campinas e os povos, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostrou voluntária”. Não queira prosperar ou melhorar, para só então contribuir. Você não fará assim. Lucas 16.10 Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito. Encontre alegria na graça de dar. Dar é melhor, muito melhor, do que receber. E é no pouco que se aprende a dar muito. 6 Pr. Leandro B. Peixoto IBCC 08/02/09 (noite) Que Deus derrame sobre a Central a “graça macedônia” a fim de concluirmos o Projeto Neemias, resolvermos as nossas pendências administrativas e darmos início no avanço de nossa igreja. E você que nos visita, está você em recessão? Deus quer ser o seu tesouro. Mateus 13.44 O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo. 7 Pr. Leandro B. Peixoto IBCC 08/02/09 (noite)