Ano
litúrgico
O mistério pascal
celebrado no tempo e
festas litúrgicas
Tempo Comum
• Todo o ano litúrgico gira em torno de um
único mistério: a morte e ressurreição de
Jesus em sua plenitidade. No tempo
comum, como nos demais tempos
litúrgicos, damos continuidade à
celebração desse mistério de Cristo. Em
cada domingo, fazemos memória dos
relatos da vida pública de Jesus.
Todo domingo é pascal
• Tendo como ponto de referência a
Páscoa, cada domingo é o fundamento e
o núcleo do próprio ano litúrgico (SC
106). Até porque de acordo com o
testemunho das Escrituras, a assembléia
cristã de culto acontece no primeiro dia da
semana (1Cor 16,2; At 20,7).
Domingo: festa primordial
• Falar do tempo comum, é na verdade
ressaltar cada domingo como memorial da
ressurreição. Reunindo-se no primeiro dia
da semana para celebrar o Mistério Pascal,
a comunidade expressa a essência da sua
fé e a certeza de sua esperança. Por isso,
o domingo é dia de festa primordial que
deve ser lembrado e inculcado à piedade
dos fiéis (SC 106).
O primeiro dia é o oitavo também
• Atualizando o mistério, a comunidade
celebra sua própria ressurreição na vida
nova que o Senhor lhe comunica, através
da Palavra e do Sacramento do Sacrifício
do seu corpo e Sangue. O primeiro dia da
semana é também o oitavo (Sc 106) porque
antecipa o último, a ressurreição definitiva,
colocando-nos na tensão para o futuro do
Reino e do retorno do Senhor.
O ano litúrgico nasce da Eucaristia
O Domingo
é o coração e a fonte do Ano Litúrgico
Dia do Senhor
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A instituição da Festa do Sagrado
Coração de Jesus
• Em 15 de maio de 1956 Pio XII publicou a encíclica
"Haurietis Aquas" (1): "vós tirareis com alegria
águas das fontes do Salvador" (2). "Palavras prossegue o Papa – que retornam em modo
espontâneo à nossa mente, repensando aos cem
anos que transcorreram desde que o nosso
predecessor de memória imortal Pio IX, feliz em
favorecer os votos do mundo católico, estabeleceu
que a Festa do Sacratíssimo Coração de Jesus
fosse celebrada em toda a Igreja" (3).
Um longo caminho
• A extensão da Missa do Sagrado Coração a toda a
Igreja, decretada por Pio IX, em 23 de agosto de
1856, foi o término de um longo percurso. Caminho
repleto de dores e dificuldades, que durou mais de
dois séculos, e marcado – especialmente nos
séculos XVII e XVIII – por ferventes controvérsias.
Foi também um período de crescimento em
profundidade e difusão da devoção ao Sagrado
Coração.
O simbolismo do coração
• A história desta devoção é distinta daquela da
introdução da festividade do Sagrado Coração na
liturgia universal da Igreja. Duas realidades distintas
mas intimamente ligadas e interdependentes. Tal
interdependência verificou-se em dois modos.
O simbolismo do coração
• A crescente devoção popular em honra ao
Sagrado Coração, o aprofundamento teológico,
bíblico e a benéfica utilidade pastoral da devoção
exercitaram pressão para a instituição litúrgica da
festividade. Esta, uma vez iniciada, suscitou novos
estudos, que fizeram com que fosse mais clara a
essência da devoção e o simbolismo do coração.
Além disso, a prática pastoral cresceu – pode-se
dizer - em maneira excessiva.
Uma devoção da Igreja
• A história da devoção ao Sagrado Coração ou ao
lado traspassado de Jesus é mais antiga, ampla e
atraente da correspondente instituição litúrgica com
missa e ofícios próprios. Depois do Concílio
Vaticano II não se aceita em modo decisivo a
visão dualistica entre "devoções" do povo e
"liturgia institucional". Nos séculos passados
havia um marcado dualismo cultual entre as
"devoções" do povo cristão e o culto "litúrgico
oficial-jurídico" aprovado pela autoridade
eclesiástica.
A oficialização da festa
• A introdução de uma Missa e Ofício na liturgia
universal foi sempre antecedida por um longo
processo. Não levando em consideração
experiências de almas elevadas, iniciemos a história
deste processo com o aparecimento de sinais, que
se tornaram públicos, que dizem respeito à devoção
ao Sagrado Coração.
Nasce no Brasil
• O primeiro "sinal" público de devoção ao Sagrado
Coração não se deu na Europa. Verificou-se no
Brasil no início da evangelização deste imenso país.
Foi São José de Anchieta (4), apóstolo do Brasil,
jesuíta que dedicou ao Sagrado Coração uma
modesta igreja em Guarapari, no Espírito Santo,
em 1552.
São Pedro Canísio
• A surpresa cresce conhecendo a experiência
mística de São Pedro Canísio (5),
contemporâneo de Anchieta. Canísio teve uma
experiência mística com o Sagrado Coração 40
anos antes da construção da igrejinha no Brasil.
Ele narra nas notas espirituais que no dia da
profissão solene em Roma,foi rezar diante da
tomba dos apóstolos no Vaticano. Na oração,
entre outras experiências, teve esta:
Oração de S. Pedro Canísio
• "Tu, o Salvador, enfim, como se me tivesse aberto o
Coração do teu sacratíssimo Corpo, que parecia ver
diante de mim, ordenou-me de beber daquela fonte,
convidando, por assim dizer, a abeberar-me nas
águas da minha salvação, das Tuas fontes, ó meu
Salvador" (6).
A difusão pelos jesuitas
• No início do século XVII a devoção ao Sagrado
coração de Jesus difundiu-se especialmente por
meio dos padres jesuítas. Recordamos alguns
dentre os mais conhecidos. Na Espanha Luis De La
Puente (7) tratou desta devoção nas suas
numerosas publicações.
A difusão pelos jesuitas
• Na Hungria Matyas Hajnal (8) escreveu em língua
húngara um livro de orações, no qual expõe "A
devoção para os corações que amam o Coração de
Jesus". Na Polônia Kasper Druzbicki (9) compôs o
tratado "Meta cordium Cor Jesu". Na França Vicent
Huby (10) propagou esta devoção nas missões
paroquiais na Bretanha e nos cursos de exercícios
a grupos de dezenas de pessoas.
São João Eudes
• A atividade dos padres jesuítas e de outros
propagou a devoção ao Sagrado Coração em
âmbito público, mas não muito vasto. Um grande
passo adiante verificou-se mediante S. João Eudes
(1601-1680). Grande foi a sua obra na difusão da
devoção ao Sagrado Coração de Jesus e de Maria.
A ele devemos a primeira composição da Missa e
do ofício em honra ao Sagrado Coração. Leão
XIII – que conhecia muito bem a história desta
devoção – considerou-o "autor do culto litúrgico dos
Sacratíssimos Corações".
As Visões de Santa Margaria
Maria de Alacoque
• Cinco anos depois da aprovação da missa
verificaram-se as revelações de S.Margarida Maria.
Alacoque (1647-1690) em Paray-le-Monial, de
1673 a 1675. S.Cláudio de la Colombière, jesuíta,
confessor da vidente, considerou verdadeiras as
revelações. Pouco depois, em 1676, ele foi enviado
à Inglaterra. Devido a acusações falsas foi preso e
adoeceu gravemente.
S. Claudio de la Colombiere
• Foi mandado novamente à França em 1679, o seu
estado de saúde não o permitiu de difundir a
devoção ao Sagrado Coração. Inculcou-a aos
estudantes jesuítas, dos quais era diretor espiritual.
Morreu em 1681.
Giseppe Gallifet
• Entre aqueles estudantes havia Giuseppe Gallifet
s.j. (1663-1749), que assimilou fortemente a
mensagem das revelações. Ordenado sacerdote
dedicou uma atenção extraordinária em ilustrar e
difundir as revelações e a devoção ao Sagrado
Coração.
Dom. Francesco de Lomènie
• Em tempo razoavelmente breve as revelações de S.
Margarida concorreram enormemente ao
movimento extraordinário de devoção. Ele
sustentou S. Margarida e compôs a Missa em
honra ao Sagrado Coração "Venite, exultemus", e
o ofício correspondente. O bispo de Coutances,
Don. Francesco de Lomènie de Briene, em 1688
aprovou o formulário da missa e permitiu a
celebração da festa litúrgica do Sagrado Coração
na sexta-feira depois da oitava de Corpus Christi.
Pedidos a Roma
• Depois da morte de S.Margarida Maria Alacoque,
(1690), as Visitandinas da França, encorajadas pela
difusão da devoção, apresentaram vários pedidos à
Santa Sé: a aprovação da festa litúrgica do
Sagrado Coração; a sua celebração na sexta-feira
depois da festa de Corpus Christi; a faculdade, para
todos os sacerdotes que naquele dia tivessem
celebrado nos mosteiros da Visitação, de rezar a
Missa "Venite", composta por pe. Gallifet.
Rejeição da Festa
• Os padres jesuítas apoiaram a moção; houve também o
patrocínio da rainha Maria, esposa de Jaime II Stuart, rei
da Inglaterra. O cardeal Tousaint foi nomeado
"ponente"desta causa. Durante a discussão da mesma,
o promotor da fé, Don Bottini opôs-se resolutamente à
aprovação. As razões alegadas foram sobretudo duas: a
Igreja no culto público não se baseia em revelações
privadas; a questão fisiológica do coração humano em
relação às sensações passionais (amor, dor, etc.) não
tinha sido esclarecida. Em 30 de maio de 1697 foi
conhecido o êxito negativo da causa.Os formulários da
Missa "Venite" também foram rejeitados.
Segunda negativa
• As Visitandinas pela segunda vez apresentaram o
pedido de aprovação da festividade. O Papa Bento XIII
era conhecido pela sua piedade. Às Visitandinas uniramse os bispos franceses, o rei Augusto da Polônia e
Felipe V da Espanha. O Pe. Gallifet, postulador,
apresentou uma obra sobre o culto ao Sagrado Coração
e a sua difusão, que tinha sido publicada em Roma no
ano anterior (11). Na "causa" o Promotor da Fé era
Prospero Lambertini (que se tornou Bento XIV). A
decisão final foi: "Non proposita", que no estilo da Cúria
Romana significava que a festividade não se aprovava.
Dois anos depois (1729) foi reproposta e obteve um
terceiro amargo e seco: "Negative".
Pedido dos Bispos poloneses e
europeus
• Pela quarta vez, em 1763, foi apresentado o
pedido de aprovação ao S.C. dos Ritos. A iniciativa
partiu dos bispos poloneses. Alguns príncipes da
Polônia e da França deram apoio ao pedido. O
apoio mais imponente veio de 148 bispos da
Europa que assinaram a petição, entre eles, S.
Afonso Maria de Liquori.
Pedido de Portugal
• Em meio a esta acre polêmica, a rainha Maria
Francisca de Portugal pediu ao Papa Pio VI, em
1777, o indulto de celebrar a festa litúrgica em
Portugal e em todos os seus domínios. Pio VI
"benigne annuit" ao pedido de indulto e a outros
pedidos que diziam respeito à festividade do
Sagrado Coração.
A festa se expande pelo mundo
• A revolução francesa e o período napoleônico
derrubaram as polêmicas jansenistas e a devoção,
por sua vez, desenvolveu-se ainda mais. Na
metade do século XIX não havia quase nenhuma
diocese que não tivesse obtido da Santa Sé o
indulto de celebrar a liturgia do Sagrado Coração.
Extensão universal da Festa
• Com o passar de quase um século depois da
aprovação romana (em 1765), Pio IX considerou
que os tempos eram maduros para a extensão da
festa à Igreja Universal e promulgou o decreto em
23 de agosto de 1856. Foi adotada a missa
"Miserebitur" com o seu ofício na categoria de
"duplex maius", segundo os graus da liturgia de
então
Liturgia e fé orante
• extensão universal da liturgia do Sagrado Coração teve
uma difícil gestação. As respostas "negativas" de Roma,
o exame dos textos litúrgicos, a atenção em distinguir
entre revelações privadas e o depósito da Fé, os
quesitos não teológicos que dizem respeito às relações
entre o coração e os sentimentos de amor, dor, etc.,
mostram quanto a Igreja seja cautelosa no que diz
respeito ao culto público. A liturgia é a Fé orante. Se
nada de ilegítimo pode entrar no Depósito da Fé, do
mesmo modo nada de inseguro pode sobrepor-se ao
esplendor da liturgia.
O coração e a história do homem
• Uma das características da liturgia é espelhar-se
nas diversas idades históricas, nos vários
comportamentos de povos e nas diferentes
espiritualidades de fundadores de ordens religiosas.
Algo de semelhante ocorreu na formulação dos
numerosos textos litúrgicos para as missas do
Sagrado Coração anteriores a 1856.
‘Caritas humana e divina’
• Nessas emergem um contínuo e intenso trabalho
que coloca em relevo numerosos aspectos da
"caritas" humana e divina do Verbo-Homem:
amor misericordioso, ternura de sentimentos,
imolação, reparação, peso da ingratidão... Uma
vasta "concórdia discórdia" de um grandioso coro,
que comunica ao peregrino, nas estradas semi
obscuras da história, serenidade e uma misteriosa
energia para servir.
Permissão para a Polônia
• A "causa" foi discutida por muito tempo. Em 2 de
janeiro de 1765 a S.C. dos ritos aprovaria a festa
do Sagrado Coração "pro regno Poloniae, pro
catholicis Hispaniarum regnis, necnon pro
archiconfraternitate sub titulo eiusdem santissimi
cordis in Urbe". A decisão foi confirmada pelo Papa
Clemente XIII no dia 6 de fevereiro do mesmo ano,
que porém omitiu a frase "pro catholicis
Hispaniarum regnis".
Permissão para a Polônia
• A festa litúrgica era limitada à Polônia e à Arqui
Confraria do Sagrado Coração de Roma. Para a
festividade litúrgica estabeleceu-se a sexta-feira
após Corpus Christi. A partir deste momento,
iniciou-se na Igreja o culto público ao Sagrado
Coração.
ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA
• Coordenador da Pastoral Catequética:
Evandro Rodrigues da Silva
• Coordenadora da Pastoral da Crisma
Cláudia Aparecida Souza Silva de Paula
• Email da Animação Bíblico-Catequética
[email protected]
• Orkut da Animação Bíblico-Catequética
[email protected]
• Fotolog da Animação Bíblico-Catequética
http://fotolog.terra.com.br/animacaobiblicocatequetica
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ORAÇÃO PARA O ANO
CATEQUÉTICO
Senhor,
como os discípulos de Emaús, somos peregrinos.
Vem caminhar conosco!
Dá-nos teu Espírito, para que façamos da catequese
caminho para o discipulado.
Transforma nossa Igreja em comunidades orantes e
acolhedoras,
testemunhas de fé, de esperança e caridade.
Abre nossos olhos para reconhecer-te
nas situações em que a vida está ameaçada.
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Aquece nosso coração,
para que sintamos sempre a tua presença.
Abre nossos ouvidos para escutar a tua Palavra,
fonte de vida e missão.
Ensina-nos a partilhar e comungar do Pão,
alimento para a caminhada.
Permanece conosco!
Faz de nós discípulos missionários,
a exemplo de Maria, a discípula fiel,
sendo testemunhas da tua Ressurreição.
Tu que és o Caminho para o Pai. Amém!
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09-AnoLiturgico - Animação Bíblico