Esta página é direcionada a informações e novidades na área do trauma no Brasil e no mundo, em parceria com a Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado Risco ocupacional no pré-hospitalar ASSES. COMUN. SOCIAL/CBMERJ Durante o atendipamentos de Proteção Inmento pré-hospitalar dividual promovem a proum dos princípios é a teção contra a contamisegurança da equipe. nação durante o atendiDentro desse aspecto, mento. a atenção volta-se paOutros fatores que pora o local do atenditencializam o perigo de mento e o risco biolótransmissão de doenças gico. A segurança do são: Atendimento dentro local consiste em uma de ambulância, o que resinalização e posicioduz eficácia de ventilação namento da viatura de e dificulta o manuseio de modo adequado, desmaterial pérfuro-cortante; Profissionais podem se expor a riscos biológicos sa forma evita-se a oIntromissão de popular corrência de um acidente com o tráfego local. Aindurante atendimento; Pouca iluminação; e Nível de da sobre o local de atendimento, pode ocorrer risestresse maior, o que favorece o descuido. Além co de agressão à equipe devido à comoção podos métodos e equipamentos para prevenir a transpular ou por ser uma área insegura e de conflitos. missão, a imunização contra certas doenças é inOs profissionais de APH durante as suas atividadispensável, por exemplo: hepatite B e tétano. Pordes estão expostos, de forma direta ou indireta, tanto, é importante que aqueles que participam do às secreções ou sangue dos pacientes, favoreAPH tenham atenção sobre a segurança, pois poscendo a contaminação pelo vírus da hepatite B suem alto risco ocupacional e muitas das ocorrênou HIV. O uso de instrumentos adequados e Equicias podem ser prevenidas. NOVIDADES Congresso Americano de Trauma No período de 24 a 27 de setembro foi realizado no Havaí o 67º Congresso da Associação Americana de Cirurgia de Trauma (AAST - www.aast.org). Esse evento científico realizado anualmente nos Estados Unidos congrega os maiores experts da área de Cirurgia do Trauma, que discutem trabalhos científicos sobre planejamento e organização dos sistemas, pré-hospitalar e condutas no intrahospitalar. Na área de pré-hospitalar, surgiram algumas novidades, que ainda merecem discussão. Estudos apresentados mostraram casuísticas com vítimas de ferimentos penetrantes, concluindo que não há necessidade de imobilização da coluna no transporte desse grupo de pacientes traumatizados. Relacionado com epidemiologia de trauma, destaque para um estudo realizado no Texas avaliando acidentes de motocicleta, que também é um sério problema OUTUBRO / 2008 de Saúde Pública em muitas cidades do Brasil. Os autores constataram que a maioria das vítimas graves estavam alcoolizadas ou eram passageiros da motocicleta. Os envolvidos, muitas vezes, não usavam capacete e a mortalidade nesse grupo foi de 6%, contra 4% naqueles com uso do dispositivo de proteção, o que foi estatisticamente significativo. Outro assunto que também foi muito debatido foi traumatismo no idoso, uma vez que tem ocorrido um aumento da incidência de traumas nessa população. LIVRO Ultra-som em emergência e trauma O livro USET (Ultra-Som em Emergência e Trauma), escrito por autores colombianos que também atuam em universidades dos EUA e publicado pela Distribuna Editorial, com certifi- cação pela SPT (Sociedade Panamericana de Trauma), acaba de ser traduzido para o português. O livro será oficialmente lançado no Brasil durante o XXI Panamerican Trauma Congress, em Campinas/SP, em novembro próximo. No Brasil o ultrasom em emergências e trauma já é utilizado em diversos serviços de urgência, na maioria das vezes, com o exame sendo realizado pelo médico radiologista, com formação específica. O objetivo da SBAIT ao publicar conjuntamente com a SPT o livro USET no Brasil é divulgar a importância da utilização desse método complementar diagnóstico, permitindo que diferentes situações no traumatizado, ou em outras afecções de urgência, tenham um pronto diagnóstico, resultando num tratamento mais rápido e eficaz. Não é objetivo da SBAIT propagar descontroladamente o uso do ultra-som em emergências e trauma, sem a capacitação dos profissionais, mas o exame pode ser realizado por outro especialista desde que adequa- damente capacitado e treinado. Pretende-se que o método esteja cada vez mais disponível nas salas de urgência em todo o Brasil, assim como já é rotina em países desenvolvidos. Além disso, ficam as perspectivas para o uso do ultra-som pelo médico no ambiente pré-hospitalar. QUEIMADURAS Cuidados às vítimas e aos emergencistas As queimaduras são provocadas por agentes físicos como eletricidade, substâncias químicas e calor. Quando o serviço de APH é acionado para uma vítima de queimadura já denota uma gravidade, pois a população tem temor de socorrer um queimado. Essas vítimas são geralmente decorrentes de acidente de trabalho ou catástrofes, como por exemplo, trabalhadores de rede elétrica. Com o APH, as vítimas apresentam maior chance de sobrevida devido aos procedimentos e cuidados instituídos, dentre eles: identificação de lesão de vias aéreas, suplementação de oxigênio, reanimação volêmica precoce, identificação de lesões associadas, remoção de material inflamável e uso de hidrogel local. Para tanto, é importante avaliar a cinemática e o local da ocorrência. Nas explosões, além das queimaduras, podem ocorrer lesões adicionais (Trauma Crânio-Encefálico, abdominal e outras). Ambientes fechados favorecem lesões de vias aéreas e intoxicação por monóxido de carbono (CO). Outro fator importante relacionado ao local é a segurança da equipe do APH, pois podem ocorrer novos incêndios e explosões, além da presença de CO. No entanto, o APH tem aumentado a sobrevida até o ambiente hospitalar, requerendo cada vez mais a presença destes profissionais especializados em atendimento ao trauma. GUSTAVO FRAGA ESPAÇO DO TRAUMA Emergência 31