EPIDEMIOLOGIA TENDÊNCIAS EPIDEMIOLÓGICAS DO CÂNCER DE HIPOFARINGE NA POPULAÇÃO DE GOIÂNIA NO PERÍODO DE 1988 A 1998 Angela Adamski da Silva Reis1*, Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva 2, Maria Paula Curado 3 , Patrícia Moreira Campos Curado Nunes 4, Katia Karina Verolli de Oliveira Moura 5 (Co - Orientadora), Aparecido Divino da Cruz 6 [email protected] (Orientador). 1, 2, 5 e 6 – Núcleo de Pesquisas Replicon – Departamento de Biologia, UCG - Goiânia/GO, 5 - Instituto de Ciências Biológicas (ICB) - Fisiologia, USP - São Paulo/SP, 3, 4 e 6 - Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG) Hospital Araújo Jorge - Registro de Câncer de Base Populacional - Goiânia /GO. (INTRODUÇÃO) O desenvolvimento do câncer segue um processo de mútiplos eventos, caracterizado pelo acúmulo de alterações genéticas na célula. As alterações interferem no controle normal do crescimento e da diferenciação celular. Tabagismo, etilismo, desnutrição, síndrome de Plummer–Vinson, infecção viral e deficiência de vitamina B12 estão relacionadas à etiologia das neoplasias da hipofaringe. Os tumores hipofaríngeos são mais comuns no sexo masculino sendo o seio piriforme a topografia mais afetada. A proporção de doenças relacionadas a etiologia viral aumentou significativamente nos últimos anos. O objetivo geral deste estudo foi avaliar as tendências epidemiológicas do câncer de hipofaringe na população de Goiânia. (METODOLOGIA) Foram analisados 38 prontuários que compõem o acervo do Registro de Câncer de Base Populacional de Goiânia englobando todos os casos diagnosticados como câncer primário de hipofaringe, atendidos no Hospital Araújo Jorge no período de 1988 a 1998. Para a estimativa dos coeficientes de incidência foram consideradas as datas do diagnóstico individual e para a determinação dos coeficientes de mortalidade foram usadas as datas de óbito.coletadas diretamente dos prontuários. (RESULTADOS) Respectivamente, os coeficientes de incidência e de mortalidade médios anuais padronizados para tumores malígnos de hipofaringe na população de Goiânia foram: 6,2/100.000 e 1,5/100.000 habitantes para os homens, e 4,1/100.000 e 2,0/100.000 habitantes para as mulheres. E cerca de 78% dos casos, os pacientes apresentavam os hábitos de tabagismo e etilismo crônicos. Aproximadamente 80% dos casos de câncer de hipofaringe foram diagnosticados nos estádios III e IV. (CONCLUSÕES) Os valores dos coeficientes de incidência e mortalidade para essa neoplasia corroboram as informações epidemiológicas contidas na literatura. Em Goiânia, o câncer de hipofaringe se mostrou 1,5 vezes mais frequente em homens que em mulheres. A maioria dos casos têm sido diagnosticados tardiamente, fazendo com que a mortalidade dos pacientes seja alta. Adicionalmente, a intensa vascularização linfática da hipofaringe contribui para progressão e metastização dos tumores hipofaríngeos, contribuindo consequentemente para o aumento da mortalidade nessa população. Assim, faz-se necessário um incremento nas campanhas de prevenção dos tumores de cabeça e pescoço no sentido de ampliar o esclarecimento da população para a procura de auxílio médico tão cedo quanto apareça os primeiros sinais e sintomas de disconforto hipofaríngeo. Agência Financiadora: UCG / ACCG / IARC / CAPES 54ª Reunião Anual da SBPC - Goiânia, GO – Julho / 2002