0 SAÚDE DIAGNÓSTICO E CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS CONSULTOR: Pedro Benevenuto Junior EQUIPE DE APOIO: Ana Paula Santana Coelho Rodrigo Paris Benevenuto CARIACICA 2012 1 Lista de Figuras Figura 1. Pirâmide etária – Cariacica, 2010.................................................................................... Figura 2. Pirâmide etária - Vitória, 2010........................................................................................ Figura 3. Mortalidade proporcional por grupos de causa de óbito, Cariacica, 2010...................... Figura 4. Série histórica número de óbitos por acidentes de transporte – Cariacica, 1998-2007... Figura 5. Curva de Nelson de Moraes - Cariacica, 2007................................................................ Figura 6. Curva de Nelson de Moraes - Vitória, 2007.................................................................... Figura 7. Mortalidade proporcional (%) por faixa etária - Cariacica, 2010................................... Figura 8. Série histórica da taxa de mortalidade infantil – Cariacica, 1999-2010.......................... Figura 9. Razão de mortalidade materna (por 100 mil nascidos vivos) no estado e em Cariacica, 2000-2007...................................................................................................................... Figura 10. Série histórica do número de casos novos de tuberculose em residentes em Cariacica- 2001-2011...................................................................................................................... Figura 11. Série histórica dos casos notificados de dengue em Cariacica...................................... Lista de Tabelas 7 8 10 14 15 15 16 18 22 Tabela 1. População residente por faixa etária e sexo – Cariacica, 2009....................................... Tabela 2. Mortalidade Proporcional (%) por faixa etária, segundo grupo de causas dos residentes no município – Cariacica, 2010..................................................................................... Tabela 3. Taxa de mortalidade infantil e seus componentes por 1.000 mil nascidos vivos – Cariacica, 2008............................................................................................................................... Tabela 4. Principais causas de óbito de 0 a 4 anos, por grupo de Causas CID-10 – Cariacica, 2010................................................................................................................................................ Tabela 5. Distribuição percentual de internações hospitalares, segundo os principais Grupos de Causas dos Residentes em Cariacica, 2009.................................................................................... Tabela 6. População coberta na Atenção Básica - Cariacica, 2009 Tabela 7. Total de leitos por especialidade e esfera administrativa em Cariacica, 2009 Tabela 8. Estabelecimentos de Saúde do município de Cariacica por natureza do prestador – 2009................................................................................................................................................ Tabela 9. Distribuição das internações de residentes em Cariacica por município de internaçãoCariacica, ES-2009......................................................................................................................... Tabela 10. Distribuição das internações de residentes em Cariacica por município de internação e por causa (Cap CID-10) - Cariacica, ES-2009........................................................... Lista de Mapas Mapa 1. Distribuição das unidades de saúde no território de Cariacica......................................... Mapa 2. Distribuição das internações de residentes em Cariacica por município de internação... Lista de Quadros Quadro 1 – Principais grupos de causas de internações hospitalares (CID-10), principais diagnósticos dentro do grupo, e % sobre o total de Internações por grupo no SUS - Cariacica, 2009................................................................................................................................................ 7 10 Quadro 2: Proporção (%) de Nascidos vivos de mães residentes no município segundo algumas variáveis – Cariacica, 2009............................................................................................................. 27 25 26 18 19 22 28 29 30 34 35 32 34 24 SUMÁRIO 2 APRESENTAÇÃO......................................................................................................................... 1 1.1 1.2 2 2.1 2.2 3 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 4 5 6 6.1 6.2 7 8 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CARIACICA.......................................... Breve contexto sócio-econômico do município de Cariacica............................................... Caracterização demográfica.................................................................................................. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO.......................................................................................... Mortalidade............................................................................................................................ Morbidade e Fatores de Risco............................................................................................... REDE DE SERVIÇOS DE SAÙDE................................................................................... Indicadores de Cobertura....................................................................................................... Capacidade instalada............................................................................................................. Territorialização assistencial................................................................................................. Fluxo de atendimento (para municípios vizinhos)................................................................ Recursos Humanos.............................................................................................................. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA E ORGANIZACIONAL DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CARIACICA................................................................... O FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE............................................................................... AVALIAÇÃO DOS PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS.................................... Pontos fortes.......................................................................................................................... Pontos fracos......................................................................................................................... CENÁRIO DESEJADO...................................................................................................... REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 4 5 5 6 9 9 22 28 28 29 32 33 35 36 40 42 43 43 43 48 3 APRESENTAÇÃO O presente estudo apresenta análise situacional de saúde do município de Cariacica bem como da estrutura institucional da Secretaria Municipal de Saúde, abordando, ainda, aspectos jurídicos do tema, analisados sob a ótica de legislação municipal selecionada. O trabalho foi elaborado através de entrevistas, participações em Seminários, discussões, documentos técnicos da Secretaria Municipal de Saúde e dados dos bancos oficiais do Ministério da Saúde. Possui como objetivo subsidiar a identificação das principais demandas com vistas à construção do planejamento da área da saúde pública na cidade de Cariacica. 4 1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CARIACICA 1.1 Breve contexto sócio econômico do município de Cariacica O município de Cariacica se caracteriza por uma larga extensão territorial (285 quilômetros quadrados), além de abrigar uma população que, segundo o IBGE, em 2010 era de 348.738 habitantes. (Trezentos e quarenta e oito mil e setecentos e trinta e oito habitantes). O município possui, ainda, como característica da ocupação humana do território, o fato de uma parcela significativa de seus habitantes ser residente de áreas rurais, muitas vezes de difícil acesso. De acordo com a regionalização do IBGE, por exemplo, a chamada Região Rural é constituída de seis setores e de vinte e nove bairros, o que dá a noção da extensão e importância da área rural quando se pensa em políticas estratégicas e em serviços e ações de saúde no município, uma vez que o difícil acesso prejudica tanto a população, no sentido de “alcançar” os serviços oferecidos, quanto aos agentes de saúde em seu deslocamento a tais regiões, muitas das quais são potenciais focos de doenças e que devem receber atenção especial da vigilância epidemiológica. Além disso, o nível de escolaridade da população é majoritariamente baixo, ou seja, há pouca qualificação e acesso à informação por parte de grande parte dos habitantes do município. O fator educação é de grande relevância no que tange à prevenção de doenças e enfermidades, uma vez que, a falta de escolaridade influencia na capacidade de compreensão das mensagens transmitidas pelo poder público, por exemplo, em campanhas de conscientização. De igual modo, e de suma importância que se mencione, o nível de renda da população é consideravelmente baixo em sua maioria. Tal fato impacta diretamente no sistema público de saúde, uma vez que, dada a situação de carência econômica de boa parte dos moradores de Cariacica, essa parcela populacional (a maioria das pessoas) depende diretamente do SUS para atender suas demandas na área da saúde. Acrescenta-se a isso o fato de que o município, apesar do grande número de habitantes, não possui arrecadação vultosa, ou seja, a demanda por serviços e ações em saúde é muito grande, enquanto a arrecadação para atendê-la é baixa e insuficiente. 5 Tal situação explica o fato de que mesmo o montante de 17,3% do orçamento municipal destinado para a área da saúde em 2010 (cabe ressaltar que a mínima destinação legal para os municípios é de 15%, segundo a EC 29), somado aos recursos disponibilizados pelo Ministério da Saúde e, eventualmente, do governo do estado, não foi suficiente para atender plenamente às demandas populacionais pelos serviços e ações em saúde. A porcentagem acima (17,3%) diz respeito aos recursos de receita própria (receitas de impostos e transferências constitucionais legais), e equivale ao valor de mais de R$ 133,00 por habitante em saúde em 2010, enquanto a capital Vitória teve uma despesa de R$ 495,00 com recursos próprios por habitante e aplicou 16,26% da receita própria em saúde, em 20091. Desta forma, resta evidente o imenso desafio que é o de conseguir atender à população cariaciquense na totalidade de suas necessidades de saúde, seja pelo difícil acesso dos moradores e dos Agentes de Saúde a determinadas localidades rurais, seja pala falta de acesso dos habitantes à informação (juntamente com seu baixo nível de escolaridade), ou, ainda, pela grande necessidade de saúde, ocasionada, em boa parte, pela baixa renda de grande parte da população (aliada ao problema da baixa arrecadação municipal). 1.2 Caracterização demográfica O município de Cariacica está localizado na região metropolitana do estado do Espírito Santo, composta por 07 municípios que concentra em torno de 48% do total da população do estado e 57% da população urbana. Segundo o IBGE em 2010 o município possuia uma população de 348.738 habitantes, o que representa 9,9% do total da população do estado e 20,7% da região metropolitana. Na figura 1 e na tabela 1 observa-se a distribuição populacional dos diferentes grupos etários dos residentes no município por sexo. 1 Dados obtidos por meio do SIOPS disponível em http://siops.datasus.gov.br/relindicadoresmun2.php. Último acesso em abril de 2010. 6 Figura 1 Pirâmide etária - Cariacica, 2010 Fonte: Elaborada a partir dos dados do IBGE, 2010 Tabela 1- População residente por faixa etária e sexo – Cariacica, 2009. Faixa Etária Masculino Feminino Total Total % Menor 1 2.763 2.630 5.393 1,55 1a4 10.580 10.253 20.833 5,97 5a9 14.359 13.409 27.768 7,96 10 a 14 15.571 15.372 30.943 8,87 15 a 19 15.450 15.020 30.470 8,74 20 a 29 32.396 33.316 65.712 18,84 30 a 39 27.534 28.877 56.411 16,18 7 40 a 49 22.058 23.917 45.975 13,18 50 a 59 15.829 17.925 33.754 9,68 60 a 69 8.046 10.007 18.053 5,18 70 a 79 3.891 5.460 9.351 2,68 80 e + 1.481 2.594 4.075 1,17 Total 169.958 178.780 348.738 100,00 Fonte: IBGE, Censos e Estimativas Constata-se que no geral não há grande discrepância entre o número de homens e mulheres. Observa-se que a pirâmide etária apresenta a base menor, de 0 a 19 anos, com um aumento na faixa etária de 20 a 39, e a partir dessa, um estreitamento progressivo. Essa distribuição evidencia o declínio da taxa de natalidade da população, além de indicar maior parcela populacional vivendo até idades mais avançadas. Entretanto, quando comparada à pirâmide etária de Vitória, capital do estado, verifica-se que a base está relativamente maior, indicando ainda altos índices de natalidade. Atualmente, em Cariacica, a proporção de pessoas idosas (60 anos e mais) é de 9,03% do total da população do município. Entretanto, a tendência é de aumento de acordo com o envelhecimento da população, somado à diminuição da taxa de natalidade e mortalidade 2. Já em Vitória essa proporção é de 12,05% evidenciando maior expectativa de vida nessa população. Figura 2 Pirâmide etária - Vitória, 2010 2 Essa é uma tendência mundial relacionada à mudança na estrutura etária da população, produzindo um aumento proporcional de pessoas idosas. 8 Fonte: IBGE, 2010 A população de mulher em idade fértil (de 10 a 49 anos) residente no município em 2010, segundo dados do IBGE, é de 116.502, o que corresponde a 65,17% da população feminina. Em Cariacica, a proporção de crianças menores de cinco anos corresponde a 7,52% do total da população residente. Para o planejamento dos serviços de saúde, é importante a composição etária local e distribuição por sexo, a fim de que as ações de saúde estejam em conformidade com o perfil da população, e os respectivos riscos a que estas estão sujeitas, já que o processo saúde doença difere conforme o sexo e idade. A mudança no perfil e na dinâmica demográfica em Cariacica, aprofundando a tendência de envelhecimento, incidirá na necessária reconfiguração dos serviços de saúde, readequando a oferta e qualificação de recursos humanos para atendimento das necessidades de saúde dessa população. A atenção à saúde do idoso passa a demandar a atenção de especialistas, equipamentos e serviços de média e alta densidade tecnológica, expansão de atendimento domiciliar, expansão no acesso e adequações de medicamentos na farmácia básica e imunização, dentre outros. 2 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO 2.1 Mortalidade a) Mortalidade geral 9 No ano de 2010 foram contabilizados 2336 óbitos de residentes em Cariacica. Uma das formas de avaliar a importância dos diferentes grupos de causas de morte é calcular a mortalidade proporcional de cada grupo. Os percentuais foram calculados sobre o total de causas definidas, isto é, excluindo-se do total as causas mal definidas. O gráfico abaixo mostra a importância relativa dos principais grupos de causas, para residentes no município de Cariacica, em 2010. Figura 3: Mortalidade proporcional por grupos de causa de óbito, Cariacica, 2010. Fonte: SESA; Elaboração: SEMGE/PMC Tabela 2: Mortalidade Proporcional (%) por faixa etária, segundo grupo de causas dos residentes no município – Cariacica, 2010 Causas Capítulos Menor de 1 ano 1a4 5a9 anos anos 10 a 15 a 20 a 30 a 40 a 50 a 60 a 70 a 14 19 29 39 49 59 69 79 anos anos anos anos anos anos anos anos 80 e mais Ign TOTAL 10 % Algumas doenças infecciosas e 0 0 1 0 0 6 11 17 10 14 13 6 0 78 3,34 0 1 1 2 3 2 20 41 71 84 88 51 0 364 15,59 0 0 0 0 0 2 1 0 0 1 0 0 0 4 0,17 0 0 0 1 0 0 3 10 21 24 32 23 0 114 4,88 0 0 0 0 0 1 9 17 6 4 4 6 0 47 2,01 0 3 3 3 3 1 6 3 4 1 15 17 0 59 2,53 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00 2 0 0 0 0 6 20 51 98 133 174 167 1 652 27,92 parasitária s Neoplasias (tumores) Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár Doenças endócrinas nutricionai se metabólica s Transtorno s mentais e comportam entais Doenças do sistema nervoso Doenças do ouvido e da apófise mastóide Doenças do aparelho 11 circulatóri o Doenças do aparelho respiratóri 5 0 2 1 0 1 5 8 21 35 50 80 0 208 8,91 1 1 1 0 2 5 8 27 25 20 19 19 0 128 5,48 0 0 0 0 0 0 0 1 2 2 0 2 0 7 0,30 0 0 0 0 0 1 0 3 1 1 1 2 0 9 0,39 0 0 1 0 0 3 2 1 9 11 17 11 0 55 2,36 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 4 0,17 52 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 53 2,27 16 3 1 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 22 0,94 o Doenças do aparelho digestivo Doenças da pele e do tecido subcutâneo Doenças sist osteomuscu lar e tec conjuntivo Doenças do aparelho geniturinár io Gravidez parto e puerpério Algumas afec originadas no período perinatal Malformaç ões congênitas 12 e anomalias cromossôm icas Mal Definidas 1 0 1 0 1 5 4 4 6 1 1 3 0 27 1,16 2 2 3 6 66 149 95 58 53 22 20 24 4 504 21,58 79 10 15 13 76 184 185 242 328 353 434 411 5 2335 100,00 Causas externas (acidentes, homicícios e suicídios) Total Fonte: DATASUS Fonte: SESA; Elaboração: SEMGE/PMC As Doenças do Aparelho Circulatório são as principais causas de óbito no município de Cariacica, representando quase 1/3 (652) de todos os óbitos por causas definidas ocorridos em 2010. De acordo com dados mais detalhados de 20073, disponibilizados pelo DATASUS, as doenças cerebrovasculares e as isquêmicas do coração, juntas, foram responsáveis por 52,7% dos óbitos incluídos neste capítulo e 25,29% desses óbitos ocorreram em pessoas menores de 60 anos. 23,14% dos óbitos por doenças cardiovasculares foram por doenças isquêmicas do coração e desses, 83,3% foram por infarto agudo do miocárdio e 29,6% desses óbitos ocorreram em menores de 60 anos. As Causas externas aparecem em segundo lugar na ordenação das causas de óbito, com 21,58% (504) do total de óbitos, em 2010. As Causas Externas incluem os acidentes, homicídios e suicídios. A análise detalhada das circunstâncias dos acidentes e violências mais frequentes, assim como das áreas mais atingidas é fundamental para nortear as medidas preventivas. Chama a atenção pelo fato de que o principal conjunto de problemas deste grupamento, em 20074, eram as agressões com 64,63% dos óbitos por causas externas, e desses, 81,36% são por armas de fogo. O segundo maior é 3 Para a análise detalhada das causas de óbito em cada capítulo do CID-10 foi utilizado como referencia o ano de 2007, que é o período disponibilizado pelo DATASUS até o momento do estudo. Não foi possível obter esse dado detalhado pela SESA.Vale ressaltar que os dados de 2007 apresentam a mesma tendência de 2009 na ordenação das causas de óbito. 4 Idem 3. 13 por acidentes de transporte, que representam 16,6% das mortes neste grupamento de acordo com os dados de 2007. Figura 4: Série histórica número de óbitos por acidentes de transporte – Cariacica, 1998-2007. 120 100 80 60 40 20 0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM/SUS A terceira maior causa dos óbitos do município são as Neoplasias, com 15,59% (364) dos óbitos em 2010. No ano de 2007, dentre as neoplasias, 11,38% foram por neoplasia maligna da traquéia, brônquios e pulmões, 9,41% por CA de estômago, e 8,28 por CA de próstata. As neoplasias malignas de mama e colo do útero foram responsáveis por 5,94% e 2,94% do total dos óbitos de 20075. Ao considerar-se as causas de mortalidade por faixa etária em 2010, verifica-se que dentre os de até 14 anos, a mortalidade é maior nas crianças de até um ano e causada principalmente por algumas afecções originadas no período perinatal, que é o período que começa na 22ª semana de gestação e se termina sete dias completos depois no nascimento e também por malformações congênitas e anomalias cromossômicas (tabela 2). Já os indivíduos localizados nas faixas etárias que iniciam a partir de 15 anos até 39 anos, morrem principalmente por causas externas que abrangem acidentes, homicídios e suicídios. Por outro lado, 5 Idem 3. 14 os indivíduos a partir de 40 anos até mais de 80 anos tem as mortes causadas principalmente por neoplasias (tumores), doenças do aparelho circulatório e respiratório. (tabela 2) Abaixo segue a figura com a curva de Nelson de Moraes que é a representação gráfica dos valores da mortalidade proporcional por idade e permite avaliar o nível de saúde. Quanto mais próxima do formato de um J, melhor o nível de saúde. A Curva de Nelson Moraes pode assumir a forma de N invertido, L (ou J invertido), V (ou U) e J. Estas formas correspondem, respectivamente, a condições de vida e saúde muito baixas, baixas, regulares ou elevadas. A figura 3 apresenta a Curva de Nelson de Moraes construída para Cariacica com os dados referentes ao ano de 2007 e figura 4 apresenta os mesmo dados para o município de Vitória. Evidencia-se que 61,¨% dos óbitos em Cariacica ocorrem na faixa etária de 50 e mais enquanto em Vitória essa proporção é de 70,66%. Em relação à mortalidade em menores de um ano, em Cariacica a proporção é de 3,53% e em Vitória é de 2,70%, demonstrando um melhor nível de saúde na capital. Figura 5: Curva de Nelson de Moraes - Cariacica, 2007. 70,00 61,65 60,00 50,00 40,00 30,00 28,99 20,00 10,00 0,00 3,53 <1 5,06 0,57 1-4 5-19 20-49 50 e + Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM/SUS Figura 6: Curva de Nelson de Moraes - Vitória, 2007. 15 80,00 70,66 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 23,25 20,00 10,00 2,70 0,00 <1 0,42 1-4 2,91 5-19 20-49 50 e + Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM/SUS Entretanto, fazendo uma análise mais detalhada da mortalidade proporcional por idade dos residentes em Cariacica, verifica-se um acentuado aumento no número de óbitos na faixa etária de 15 a 29 anos, e somado aos dados de mortalidade proporcional por causas e determinação dessas doenças e agravos, sugere-se que esses tenham ocorrido por causas externas. Figura 7: Mortalidade proporcional (%) por faixa etária - Cariacica, 2010. Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM/SUS – Cadernos municipais de saúde - Cariacica 16 Dessa forma, analisando os dados sobre mortalidade em Cariacica, em 2010, evidencia-se que as principais causas de óbitos de residentes no município são aquelas relacionadas ao envelhecimento da população e à violência. Chama a atenção o grande número óbitos de pessoas menores de 60 anos de idade por doenças do aparelho cardiocirculatório6. Mostrando a necessidade de se adotar medidas preventivas, como hábitos saudáveis de alimentação, atividade física, e também de diagnóstico precoce, pronto-atendimento e assistência especializada para a população a fim de reduzir a morbimortalidade por essas causas. As doenças cardiovasculares são bastante vulneráveis a ações públicas de baixa tecnologia e alta eficácia. Chama a atenção, ainda, o grande número de jovens que morrem por conta da violência e acidentes de trânsito. Nesse sentido, vele ressaltar a limitação do setor saúde na superação desses problemas sendo necessário, nesse caso, a adoção de políticas intersetoriais para a solução desse grave problema que necessita de estratégias que extrapolam o campo de atuação da saúde. b) Mortalidade em crianças A taxa de mortalidade infantil estima o risco de morte dos nascidos vivos durante o seu primeiro ano de vida. Ela reflete, de maneira geral, as condições de desenvolvimento socioeconômico e infraestrutura ambiental, bem como o acesso e a qualidade dos recursos disponíveis para atenção à saúde materna e da população infantil (RIPSA, 2002). Costuma-se classificar o valor da taxa como alto (50 por mil ou mais), médio (20 a 49) e baixo (menos de 20), parâmetros esses que necessitam revisão periódica, em função de mudanças no perfil epidemiológico. Valores abaixo de 10 por mil são encontrados em vários países, mas deve-se considerar que taxas reduzidas podem estar encobrindo más condições de vida em segmentos sociais específicos7. Nos países como o Canadá, Cuba, e em muitos países europeus os coeficientes de mortalidade infantil estão abaixo de 10 por mil nascidos vivos, e na Suécia esse coeficiente é de apenas 3 por mil nascidos vivos (OMS, 2006). 6 De acordo com a Organização Mundial de Saúde, são classificados como idosos, pessoas com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos e com mais de 60 anos de idade em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. 7 PEREIRA, M. G. Epidemiologia Teoria e Prática. Ed. Guanabara, Koogan S.A., Rio de Janeiro, 1995) 17 A figura 8 apresenta a série histórica da taxa de mortalidade infantil em Cariacica demonstrando tendência de queda no período de 1999 a 2009 e um aumento em 2010. A tabela 3 apresenta a taxa de mortalidade infantil (TMI) em Cariacica e seus componentes: neonatal precoce, neonatal tardia e pós-neonatal em 20088. Figura 8: Serie histórica da taxa de mortalidade infantil – Cariacica, 1999-2010. Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM/SUS – Cadernos municipais de saúde - Cariacica. Nota: Os dados de 2010 estão sujeitos a revisão. Foram considerados para fins de cálculo apenas os óbitos e nascimentos coletados pelo SIM/SINASC A taxa de mortalidade infantil no município é considerada um valor baixo, 11,22 óbitos por mil nascidos vivos, estando abaixo da média da região metropolitana do estado que é de 11,36, e a TMI em Vitória é de 11,25 óbitos por 1000 nascidos vivos9. Para fins de comparação foi utilizado os dados de 2009, que estão disponíveis também para Vitória e a Região Metropolitana. Tabela 3: Taxa de mortalidade infantil e seus componentes por 1.000 nascidos vivos – Cariacica, 2008. n Taxa Neonatal precoce 54 9,33 Neonatal tardia 13 2,25 8 Para a análise dos componentes da mortalidade infantil foram utilizados os dados de 2008 que são os disponíveis no DATASUS. Essa análise detalhada de 2009 não foi possível ser realizada por meio dos dados disponibilizados pela SESA através dos cadernos municipais. 9 Fundão, Serra e Vila Velha são os municípios da região metropolitana que apresentam maior taxa de mortalidade infantil, 12,88; 11,88 e 11,46 por 1000 nascidos vivos, respectivamente. 18 Pós-neonatal 21 3,63 Taxa mortalidade Infantil 88 15,20 Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM/SUS, 2008. A mortalidade infantil é composta pela mortalidade neonatal, que compreende os óbitos de menores de 28 dias e pela Mortalidade pós-neonatal, correspondente aos óbitos ocorridos entre o 28º dia de vida e 1 ano. A Mortalidade Neonatal, ainda se subdivide em Neonatal Precoce (até 6 dias) e Neonatal Tardia (de 7 a 27 dias). Constata-se que o componente neonatal é o que apresenta o maior índice. As mortes neonatais refletem, de maneira geral, as condições socioeconômicas e de saúde da mãe, bem como a inadequada assistência pré-natal, ao parto e ao recém-nascido. São, na quase totalidade, devidas às chamadas causas perinatais e às anomalias congênitas. A mortalidade infantil tardia (pós-neonatal) deve-se fundamentalmente a causas ligadas a fatores ambientais, tais como as doenças infecciosas e a desnutrição. A mortalidade infantil tende a concentrar-se no período neonatal, à medida que decresce a proporção de causas evitáveis por ações básicas de saúde e saneamento10. A tabela abaixo mostra o número de óbitos de 0 a 4 anos, especificado pelas faixas etárias menor de um ano e de 1 a 4 anos por grupo de causas dos residentes em Cariacica. As duas principais causas de mortalidade infantil (< 1 ano) são as Afecções Originadas no Período Perinatal e as doenças do aparelho respiratório. Na faixa etária de 1 a quatro anos, as principais causas de óbito foram neoplasias, seguidas das doenças infecciosas e parasitárias que corresponde a 11,1% do total dos óbitos nessa faixa etária. Vale salientar a alta mortalidade por essa última causa na faixa etária de 0 a 4 anos, a qual se constitui em uma causa de óbito altamente evitável, refletindo as condições de vida e atuação do setor saúde nessa população. Tabela 4: Principais causas de óbito de 0 a 4 anos, por Grupos de Causas CID 10 – Cariacica, 2010. Grupo de Causas 10 Menor 1 1a4 Op. Cit. PEREIRA, 1995 19 Algumas doenças infecciosas e parasitárias 0,0 0,0 Neoplasias (tumores) 0,0 10,0 Doenças do aparelho circulatório 2,6 0,0 Doenças do aparelho respiratório 6,4 0,0 Algumas afec originadas no período perinatal 66,7 0,0 Causas externas (acidentes,homicícios e suicídios) 2,6 20,0 Demais causas definidas 20,5 70,0 Total 98,7 100,0 Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM/SUS – Cadernos municipais de saúde - Cariacica. Os dados sobre mortalidade infantil e em crianças nas demais faixas etárias refletem as condições dos serviços de pré-natal e parto sob as quais estão submetidas as mulheres e recém-natos residentes em Cariacica- visto que 66,7% dos óbitos em menores de um ano foram causados por afecções originadas do período perinatal- e assistência na puericultura, além das condições de vida dessa população, pois algumas dessas causas de óbito são influenciadas fortemente pelas condições de moradia e alimentação. Dessa forma, faz-se necessária a melhoria da atenção ao pré-natal, parto, assistência ao recém-nascido e puericultura, e nesse contexto, a presença de pediatras fez-se de fundamental importância para redução desses óbitos. b) Mortalidade materna O coeficiente de mortalidade materna (ou razão de mortalidade materna) estima a freqüência de óbitos femininos atribuídos a causas ligadas à gravidez, ao parto e ao puerpério, em relação ao total de nascidos vivos, ocorridos até 42 dias após o término da gravidez. É calculado pelo número de óbitos maternos, por 100 mil nascidos vivos de mães residentes em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Cabe ressaltar, que pelo fato de não haver base de dados referente ao número exato de mulheres grávidas, utiliza-se o número de nascidos vivos (captado pelo SINASC) como uma aproximação do total de mulheres grávidas. Esse indicador reflete a qualidade da atenção à saúde da mulher, e é considerado um dos indicadores mais sensíveis e importantes da qualidade dos serviços de atenção materno-infantil, permitindo não só uma avaliação qualitativa dos serviços, mas também a cobertura desses serviços. Taxas elevadas 20 de mortalidade materna estão associadas à insatisfatória prestação de serviços de saúde a esse grupo, desde o planejamento familiar e a assistência pré-natal, até a assistência ao parto e ao puerpério (RIPSA, 2002). No ano de 2009, segundo as informações do MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM, foram registrados 08 óbitos maternos em Cariacica (segundo maior número de óbitos maternos dentre os municípios capixabas), correspondendo a um coeficiente de mortalidade materna de 136 por 100.000 nascidos vivos. Esse valor está acima da média do estado que é de 85,4 por 100 mil nascidos vivos (44 óbitos maternos em 2009). Foram utilizados como base para o cálculo do coeficiente de mortalidade materna, os dados registrados no SIM/SISNAC constantes no Caderno de Saúde estadual e municipal. No Brasil, em 2008, a razão de mortalidade materna foi de 67,8 por 100 mil nascidos vivos. Por ser geralmente aceita como morte evitável, especialmente para o contingente de mortes maternas diretas, a mortalidade materna tem sido considerada tanto um indicador de qualidade quanto um evento sentinela da assistência obstétrica (Silva & Russomano, 1996). O gráfico abaixo demonstra a evolução da razão de mortalidade materna no estado e em Cariacica no período de 2000 a 2008. A inconsistência dos dados evidenciada pela grande variação dessa taxa no período pode estar refletindo a baixa qualidade da informação no município, somado a isso é comum encontrar um sub-registro importante dos óbitos nessa população. 21 Figura 9: Razão de mortalidade materna (por 100 mil nascidos vivos) no estado e em Cariacica, 2000-2007. 140 120 100 80 ES 60 Cariacica 40 20 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM/SUS Nota: Não foi possível obter números para o ano de 2006 2.2 Morbidade e Fatores de risco a) Principais causas de internações hospitalares A tabela abaixa mostra os principais motivos das internações realizadas no Sistema Único de Saúde dos residentes em Cariacica no ano de 2009. Em primeiro lugar, aparecem a Gravidez parto e puerpério, que representam 26,49% do total de internações. Em segundo, aparecem as doenças do aparelho circulatório, com 8,93%. Em terceiro lugar na ordenação, estão as internações decorrentes de doenças do aparelho respiratório (8,87%). Verifica-se, ainda a grande proporção de internações por lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas, mostrando que esse se configura em um importante problema social no município de Cariacica. Tabela 5: Distribuição percentual de Internações Hospitalares, segundo principais Grupos de Causas dos residentes em Cariacica –2009. 22 Causa (capítulo CID10) n % XV. Gravidez parto e puerpério 4.877 26,49 IX. Doenças do aparelho circulatório 1.645 8,93 X. Doenças do aparelho respiratório 1.633 8,87 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 1.626 8,83 XI. Doenças do aparelho digestivo 1.595 8,66 XIX. Lesões enven e alg out conseq causas externas 1.312 7,13 V. Transtornos mentais e comportamentais 1.179 6,40 XIV. Doenças do aparelho geniturinário 1.161 6,30 II. Neoplasias (tumores) 1.086 5,90 Demais causas 2.300 12,49 Total 18.414 100,00 Fonte: Sistema de Informações Hospitalares – SIH O quadro 1 detalha os principais diagnósticos de cada um dos 6 principais grupos de causas de internações de residentes de Cariacica, permitindo ainda analisar seu peso (%) sobre cada grupo de causa. Com relação aos motivos de internação hospitalar, no grupo das doenças do aparelho circulatório, a insuficiência cardíaca é o segundo motivo de internação mais frequente, sendo o primeiro as causa relacionadas as veias varicosas dos membros inferiores. Em relação às doenças do aparelho respiratório, as pneumonias, outras doenças do aparelho respiratório e asma são as principais causas de internação. Em relação às doenças infecciosas vale destacar o grande número de internações por dengue e diarréia, que são causas que se tratadas corretamente podem ser resolvidas em nível de Atenção Básica. A Fratura de outros ossos e membros e traumatismo craniano lideram o grupo de “lesões envenenamento e algumas outras consequências de causas externas” e as hérnias, junto com colelitíase e colecistite, as causas de doenças do aparelho digestivo. 23 Quadro 1 – Principais grupos de causas de internações hospitalares (CID-10), principais diagnósticos dentro do grupo, e % sobre o total de Internações por grupo no SUS - Cariacica, 2009. Grupos de causas (CID-10) Gravidez parto e puerpério Principais diagnósticos % Parto único espontâneo 52,32 Outras complicações da gravidez e do parto 32,41 Aborto espontâneo 7,44 Edema protein transt hipertens grav parto puerp 2,48 Outras gravidezes que terminam em aborto 1,89 Veias varicosas das extremidades inferiores 27,35 Insuficiência cardíaca 13,16 Hemorragia intracraniana 12,13 Outras doenças isquêmicas do coração 10,86 Outras doenças das artérias arteríolas e capil 8,73 Infarto agudo do miocárdio 6,06 Pneumonia 69,99 Outras doenças do aparelho respiratório 8,07 Asma 6,60 Doenças crônicas das amígdalas e das adenóides 6,23 Bronquite enfisema e outr doenç pulm obstr crôn 3,12 Outras doenças bacterianas 34,89 Restante de outras doenças bacterianas 34,52 Outras febre p/arbovírus e febr hemorr p/vírus 15,33 Dengue [dengue clásssico] 13,73 Diarréia e gastroenterite origem infecc presum 12,94 Hanseníase [lepra] 7,36 Colelitíase e colecistite 21,21 Hérnia inguinal 20,40 Outras hérnias 17,83 Doenças do apêndice 9,70 Outras doenças do aparelho digestivo 7,26 Doenças do aparelho circulatório Doenças do aparelho respiratório Algumas doenças infecciosas e parasitárias Doenças do aparelho digestivo 24 Lesões enven e alg out conseq causas externas Fratura de outros ossos dos membros 35,30 Traumatismo intracraniano 21,92 Outr traum reg espec não espec e múltipl corpo 9,15 Fratura do fêmur 6,58 Cert compl prec traum compl cirúrg ass méd NCOP 6,50 Fonte: Sistema de Informações Hospitalares – SIH b) Doenças de notificação compulsória No ano de 2008 foram notificados 190 casos de tuberculose no município o que confere a uma taxa de incidência de 51,34 por 100 mil habitantes, de acordo com os dados do DATASUS. Estando acima da média do Brasil que é de 43,8. Para o ano de 2011 houve um aumento no número de notificações, fechando em 199 casos. Entretanto, nota-se que o número de casos novos de tuberculose em Cariacica tem apresentado tendência de queda no período de 2001 a 2011, conforme demonstra o gráfico abaixo. Figura 10: Série histórica do número de casos novos de tuberculose em residentes em Cariacica2001-2011 Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN Net 25 Em relação aos casos de hanseníase, em 2008 foram notificados 135 nos casos em residentes em Cariacica, correspondendo a uma taxa de detecção de 3,7 casos novos por 10 mil habitantes. Essa taxa no Brasil é de 2,1 e no sudeste é de 0,9. Em 2009 foram notificados 2870 casos de dengue em residentes em Cariacica, segundo informações da secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo. Isso corresponde a uma incidência de 784,45 casos por 100 mil habitantes. Cariacica se encontra em 22º lugar no ranking dos municípios que apresentam maior incidência de dengue no estado. Figura 11: Série histórica dos casos notificados de dengue em Cariacica. Fonte: SEMUS/PMC. Dados consolidados até a semana epidemiológica 47. Em 2010 observou –se um aumento da incidência de dengue, com 3.726 casos, o que elevou a taxa para 1.070 por 100 mil habitantes, taxa acima do recomendado pelo Programa Nacional de controle as Dengue (PNCD) que é de 300/ 100 mil habitantes. c) Fatores de risco no nascimento 26 A tabela abaixo mostra a proporção de nascidos vivos de mães residentes em Cariacica ocorridos durante o ano de 2009, segundo variáveis que podem ser consideradas fatores de risco no nascimento. Quadro 2: Proporção (%) de Nascidos vivos de mães residentes no município segundo algumas variáveis – Cariacica, 2009. Fator de risco % Baixo peso 8,2 Mães adolescentes (menor de 18 anos) 18,6 Cesáreas 52,9 7 ou mais consultas pré-natal 57,4 Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC Os dados do SINASC, para o ano de referencia de 2009, indicam que a proporção de baixo peso ao nascer em Cariacica é 8,2% do total de nascidos vivos, estando próximo da média nacional que é de 8,4%, e acima da média estadual que foi de 7,9%. Como se observa na tabela, a proporção de partos cesáreos no município é de 53,0% do total de nascidos vivos e se encontra acima da média do país que é de 50,0%, porém abaixo da média da região sudeste que é de 56,7% e do estado, 58,2%. A cobertura de consultas de pré-natal contribui na análise das condições de acesso e qualidade da assistência pré-natal, em associação com outros indicadores, tais como a mortalidade materna e infantil (RIPSA, 2002). A portaria n.º 570, de 1º de junho de 2000 do Ministério da Saúde estabelece que a gestante deva realizar no mínino seis consultas de pré-natal, esse parâmetro é ancorado em diversos estudos de cunho científico na área. No entanto, utilizar esse parâmetro de comparação é difícil em função do agrupamento do número de consultas no formulário de Declaração de Nascido Vivo que prevê as seguintes categorias nenhuma, 1 a 3, 4 a 6, 7 e mais consultas. Portanto, será utilizado aqui a realização de 7 ou mais consultas de pré-natal, que mais se aproxima com o parâmetro estabelecido pelo Ministério da Saúde. A tabela indica que em Cariacica 57,8% das mães de nascidos vivos realizou 7 ou mais consultas de pré-natal11, estando abaixo da média do 11 Esse indicador foi calculado com os dados de 2009 disponíveis no DATASUS, pois não foi possível coletar esse dado da SESA. 27 estado (64,2%), e abaixo da média da região sudeste (70,4%) e praticamente igual a média nacional 57,9%. A gravidez na adolescência, além de trazer como consequências uma série de implicações sociais é, reconhecidamente, outro importante fator de risco para a mortalidade infantil e materna. As adolescentes menores de 15 anos têm de cinco a sete vezes mais probabilidade de morrer durante a gravidez e no parto do que as mulheres que estão entre 20 e 24 anos, que são as menos expostas. As meninas menores de 15 anos, que não alcançaram seu pleno desenvolvimento, frequentemente apresentam a pélvis demasiado estreita para permitir a fácil passagem do bebê. Essas jovens mães podem sofrer complicações e morrer (BRASIL, 2000). Os resultados mostram que este problema tem uma importância relativa menor do que em algumas regiões do estado, como na macrorregião norte que apresentou uma média em 2006 de 23,06% de nascidos vivos de mães menores de 18 anos, estando próximo à média do estado (9,3%). Entretanto, quando comparada à região metropolitana, apresenta taxa maior, em 2007 a região apresentou uma média de 8,83% de mães menores de 18 anos. Nesse sentido, a implementação dos programas de planejamento familiar e a garantia de acesso aos métodos anticoncepcionais a toda população é fundamental para reverter a situação. 3 REDE DE SERVIÇOS DE SAÚDE 3.1 Indicadores de cobertura De acordo com os dados do Sistema de Informação da Atenção Básica, no ano de 2009, 18,88% da população de Cariacica estava coberta pela Estratégia saúde da família e 22,7% pelo Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Tabela 6: População coberta na Atenção Básica, Cariacica- 2009. Município PACS PSF Total Pop Resid Cob PSF Cob PACS Cob total Cariacica 83066 69050 152116 365859 18,87 22,70 41,58 Fundão 0 15697 15697 16431 95,53 0,00 95,53 Guarapari 31253 27623 58876 104534 26,42 29,90 56,32 Serra 42357 71044 113401 404688 17,56 10,47 28,02 Viana 24341 36847 61188 60829 60,57 40,02 100,59 28 Vila Velha 8936 109640 118576 413548 26,51 2,16 28,67 Vitória 19236 218179 237415 320156 68,15 6,01 74,16 Total 209189 548080 757269 1686045 32,51 12,41 44,91 Fonte: SIAB, 2009. Em relação à cobertura de planos de saúde, verifica-se um baixo número de beneficiários em Cariacica, apenas 24,67% dos cariaciquenses possuem assistência médica privada. Esse dado demonstra o grande número de pessoas que são dependentes do SUS no município e, somado aos dados de cobertura de atenção básica, infere-se que grande parte da população não está coberta em nenhum dos dois segmentos do sistema, apontando a necessidade de investimentos e aprimoramento dos processos de gestão para garantir o cuidado e assistência à saúde dessa população no Sistema Único de Saúde. 3.2 Capacidade instalada Em Cariacica existem 402 leitos, dos quais somente 269 são disponíveis para o SUS, o que corresponde a 0,74 leitos por mil habitantes. Verifica-se, por meio da tabela 7 que a maioria dos leitos SUS está sob gestão estadual. Tabela 7 – Total de leitos por especialidade e esfera administrativa em Cariacica em 2009* Federal Estadual Municipal Privada Total SUS Existente SUS Existente SUS Existente SUS Existente SUS Existente 0 0 0 0 8 8 2 50 10 58 Clínico 0 0 10 10 2 2 4 40 16 52 Complementar 0 0 0 0 0 0 2 29 2 29 Obstétrico 0 0 0 0 45 45 0 11 45 56 Pediátrico Outros Especialidades 0 0 0 0 1 1 0 11 1 12 0 0 195 195 0 0 0 0 195 195 Total 0 0 205 205 56 56 8 141 269 402 Leitos p/ 1000 hab.* 0 0 0,57 0,57 0,15 0,15 0,02 0,39 0,74 1,11 Especialidade Cirúrgico *até novembro de 2009 29 Fonte: Ministério da Saúde- SMS/PMC. De acordo com as informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) de dezembro de 2009, a rede assistencial do município de Cariacica é composta por 136 estabelecimentos de saúde, entre públicos, privados e filantrópicos. Por meio da tabela abaixo, verifica-se que existe um predomínio de estabelecimentos de natureza privada do prestador. Tabela 8: Estabelecimentos de Saúde do município de Cariacica por Natureza do prestador - 2009 Tipo de Estabelecimento Público Filantrópico Privado Total Centro de Atenção Psicossocial 2 0 0 2 Centro de Saude/Unidade Básica de Saúde 34 0 0 34 Clinica Especializada/Ambulatório Especializado 3 1 36 40 Consultório Isolado (PA infantil) 1 0 33 34 Farmácia Medic Excepcional e Prog Farmácia Popular 2 0 0 2 Hospital Especializado 1 0 0 1 Hospital Geral 1 0 2 3 Policlínica 2 0 3 5 Posto de Saúde (Programa de Saúde Bucal) 1 0 0 1 Unid Mista - atend 24h: atenção básica, intern/urg 1 0 0 1 Unidade de Serviço de Apoio de Diagnose e Terapia 0 0 11 11 Unidade de Vigilância em Saúde 2 0 0 2 Total 50 1 85 136 Fonte: Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde – CNES. Em relação aos estabelecimentos públicos, existem 01 CAPS (Moxuara) e uma Unidade de Saúde IASES12 - onde, de acordo com as informações do CNES, funciona um CAPS infanto-juvenil- que prestam serviços de atenção psicossocial. Nos 34 centros de Saúde/Unidade Básica de saúde contidos na tabela estão contabilizados: 30 Unidades Básicas de Saúde, sendo uma exclusivamente saúde da Família, 1 Centro Estadual de Saúde do Trabalhador (CEREST), sob gestão estadual, 1 Unidade de Saúde do presídio feminino de Tucum, também sob gestão estadual, 1 hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, sob gestão estadual da Secretaria de Estado de Justiça. Cariacica conta com 16 Equipes de Programa de Agentes Comunitários de Saúde e 14 Equipes de Saúde da Família, distribuídas em 16 das 30 Unidades de Saúde. 12 Instituto de Atendimento Sócio Educativo do Espírito Santo - ligado à Secretaria de Estado da Justiça. 30 Dos ambulatórios/clínicas especializadas somente 3 são de natureza pública que são o centro de referência em DST/AIDS do município, o Núcleo de Assistência Domiciliar (NEAD) que presta serviços de fisioterapia e conta somente com 1 fisioterapeuta, e um estabelecimento de programas especiais, que conta com serviços médicos de ginecologia (2 profissionais), serviços de fonoaudiologia, assistência social, terapia ocupacional e atendimento de enfermagem. No município existem 02 Pronto-Atendimentos públicos, sendo 1 infantil e outro geral (Policlínica de Itacibá), um hospital especializado em psiquiatria, sob gestão estadual, e 01 maternidade municipal sob gestão privada13. Em Cariacica também há um Centro de Referência de Especialidades (CRE metropolitano) sob gestão e de referência estadual, e uma Unidade Mista (Hospital Dr. Pedro Fontes) com atendimento 24 horas contanto com 6 médicos. No que tange aos serviços complementares ao SUS, recentemente Cariacica assinou um contrato com um prestador privado do município para oferta de serviços diagnósticos, que incluem basicamente exame de ultrassonografia. Dessa forma, no município só existe 01 estabelecimento privado que presta serviço para o SUS. A realização de preventivos e mamografias atualmente ocorre em todas as unidades de saúde com entregas semanais de exames nas próprias unidades. As especialidades são ofertadas pelo estado, predominantemente pelo CRE. Em relação aos sistemas de apoio e logísticos, verifica-se em Cariacica grande deficiência. Os sistemas de apoio e logísticos apresentam-se como componentes verticais da rede de atenção à saúde. Os sistemas de apoio incluem o sistema de apoio diagnóstico e terapêutico e o sistema de assistência farmacêutica. Os sistemas logísticos organizam os fluxos e contra-fluxos das pessoas e das coisas na rede de atenção à saúde através de sistemas estruturados com base em tecnologias de informação eficazes, que incluem o cartão dos usuários, o prontuário eletrônico, os sistemas de acesso regulado de atenção à saúde e os sistemas de transportes sanitários14. 13 A maternidade municipal no CNES está contabilizada como hospital geral. Desde 2007 a maternidade está sob gestão privada, passando por uma importante reforma física e administrativa. 14 Minas Gerais. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Mendes, E.V. A Modelagem das Redes de Atenção à Saúde. Belo Horizonte, 2007. 31 Em 2010 contavam duas Farmácias Populares em Cariacica, oferecendo medicamentos a baixo custo. São oferecidos 107 tipos de medicamentos, de acordo com a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). Tais medicamentos são para tratamento de hipertensão, diabetes, ulcera gástrica, depressão, asma, infecções, verminoses, cólicas, enxaquecas, queimaduras, inflamações, alcoolismo e anticoncepcionais. No que tange aos serviços de apoio, constatam-se ainda debilidades, no que se refere à distribuição de medicamentos, o que compromete o atendimento, resolutividade e integralidade na atenção aos usuários. Já em relação à logística, os veículos para transporte de insumos, os sistemas de transporte sanitário e o sistema de regulação se destacam como principais problemas. Os fluxos para marcação de consultas principalmente no CRE são bastante confusos e muitas vezes acabam sobrando as cotas de alguns exames diagnósticos como a mamografia evidenciando problemas na acessibilidade a esses serviços. Somado a isso, verifica-se a deficiência de processos de regulação relacionados à ordenação dos casos para marcação de exames e consultas. É necessário, portanto, a reestruturação desses sistemas e processos a fim de otimizar os recursos disponíveis e garantir a melhor alternativa assistencial frente às necessidades de atenção à saúde da população. 3.3 Territorialização assistencial O mapa abaixo ilustra as divisões do município em regiões de saúde bem como a distribuição de alguns desses estabelecimentos de saúde no território. Mapa 1: Distribuição das unidades de saúde no território de Cariacica. 32 3.4 Fluxo de atendimento (para municípios vizinhos) Os dados abaixo demonstram os municípios nos quais os munícipes de Cariacica são internados. A tabela evidencia a frequência de internação por todas as causas e o mapa ilustra a localização e sua intensidade. 33 Tabela 9: Distribuição das internações de residentes em Cariacica por município de internaçãoCariacica, ES-2009. Município internação Freqüência (%) Vitória 57,48 Cariacica 21,36 Vila Velha 18,53 Serra 1,11 Cachoeiro de Itapemirim 0,82 Outros 0,7 Total 100,00 Fonte: Sistema de Informações Hospitalares- SIH/SUS. Mapa 2.: Distribuição das internações de residentes em Cariacica por município de internação. Com o exposto, evidencia-se que a maior parte das internações (57,48%) são realizadas em Vitória, capital do estado, superando o número de internações no próprio município (21,36%). O município de Vila Velha também recebe um importante número de usuários de Cariacica (18,53%). Quando analisado por causa, esse quadro não se modifica (tabela). Os municípios de Vitória e Vila Velha são os que mais realizam internação de moradores de Cariacica. 34 Tabela 10: Distribuição das internações de residentes em Cariacica por município de internação e por causa (Cap CID-10)- Cariacica, ES-2009. Município de internação Doenças do Doenças do Gravidez, Lesões enven e Ap. Ap. parto e alg out conseq Circulatório Respiratório puerpério causas externas Neoplasias Total Vitória 81,58 49,36 86,90 34,41 79,04 57,48 Vila Velha 13,81 47,54 10,96 11,75 16,01 18,53 Cariacica 3,68 0,18 0,00 52,72 0,00 21,36 Serra 0,28 0,61 0,98 0,86 4,27 1,11 Outros 0,64 2,31 1,16 0,27 0,69 1,52 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Fonte: Sistema de Informações Hospitalares- SIH/SUS. Esse quadro, juntamente com as informações de capacidade instalada, reflete a restrição de acesso aos serviços e ações de saúde no município, relacionada à escassez de recursos e serviços de saúde, fazendo com que seus munícipes procurem os serviços dos municípios vizinhos para atendimento. Faz-se necessário, portanto, uma política efetiva de investimento em infra-estrutura, equipamentos e pessoal, para que seja possível atender as necessidades de saúde dos cariaciquenses. 3.5 Recursos Humanos A adoção de uma política permanente e efetiva de gestão do trabalho em saúde é um quesito fundamental para a qualificação e fortalecimento do SUS. Essa política inclui os aspectos relacionados a vínculo empregatício, estabilidade no emprego, plano de cargos e salários até a formação e aperfeiçoamento dos funcionários do setor, para que hajam profissionais comprometidos e em quantidade suficiente para garantir uma atenção à saúde de boa qualidade. Uma pesquisa desenvolvida pelo Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo realizou um diagnóstico da situação da estrutura organizacional e dos recursos humanos no município de Cariacica a fim de conhecer a realidade da gestão do trabalho existente no município. 35 Os dados levantados mostram que no ano de 2008 havia no município 1.909 trabalhadores na Secretaria Municipal de Saúde. Desses, 9,5% (182) eram servidores municipalizados ou cedidos com diversos vínculos incluindo Secretaria Estadual de Saúde, Ministério da Saúde, FUNASA e outras prefeituras municipais; 1,04% (20) eram funcionários terceirizados, 1,57 % (30) eram celetistas, 3,8% eram cargos comissionados, 80,4% eram contratos temporários não celetistas e somente 3,45% eram estatutários. Como se vê, a grande maioria dos trabalhadores acima (80,4%) são contratados temporários, sem possuir vínculo celetista ou estatutário, ou seja, não são destinatários de uma série de direitos trabalhistas, dentre eles a estabilidade. Esse quadro evidencia a grande precariedade dos vínculos de trabalho no município, resultando em grande rotatividade e baixa valorização desses profissionais. A grande quantidade de trabalhadores temporários inviabiliza a continuidade das ações executadas e o desenvolvimento de uma política permanente em saúde. Na assistência direta ao paciente a alta rotatividade de profissionais dificulta a formação de vínculo, responsabilização e a atenção integral, tão importantes para o atendimento de qualidade. Dessa forma, é fundamental a estruturação da política de recursos humanos, priorizando a admissão mediante concurso público a fim de se manterem os quadros de profissionais para que seja possível dar continuidade às ações e projetos constituintes da política de Estado, não restringindo apenas a projetos de governo que não têm sustentabilidade e consequentemente, efetividade. Os trabalhadores do SUS, por possuírem uma tripla dimensão política (usuários, cidadãos e trabalhadores), possuem um papel fundamental na consolidação do sistema. É necessário, assim uma política efetiva de gestão do trabalho para que seja possível o enfrentamento da realidade exposta nesse documento. 4 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA E ORGANIZACIONAL DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CARIACICA O Sistema Único de Saúde (SUS) institucionalizado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis Federais 8.080/90 e 8.142/90, define a saúde como um processo decorrente 36 e dependente de políticas públicas das mais diversas áreas, sendo grandemente influenciada não apenas pelo componente biológico, mas também e principalmente pela alimentação, pela moradia, pelo saneamento básico, pelo meio ambiente, pelo trabalho, pela renda, pela educação, pelo transporte, pelo lazer e pelo acesso a bens e serviços essenciais, expressando a organização social, política e econômica do País. Neste sentido, na maior parte das vezes, boas políticas nestas áreas, tem mais e melhores impactos epidemiológicos que as ações específicas do campo da saúde. Mas isto não significa dizer que as ações específicas são destituídas de importância, muito pelo contrário. Mostra-nos isto sim, a necessidade de se compreender a importância vital de que o poder público institua cada vez mais, políticas integradas e integradoras para dar conta de melhorar a quantidade e qualidade de vida dos cidadãos. A pluralidade de contextos vivenciados por nossos municípios e regiões exige a implementação de políticas públicas capazes de responder adequadamente às diferentes necessidades advindas dessa diversidade. A estrutura administrativa atual, apesar de ter sido melhorada recentemente, reflete algumas adaptações que foram introduzidas, para dar conta de Programas e Projetos desenhados e induzidos ou pelo Ministério da Saúde ou pela Secretaria de Estado da Saúde, o que acarretou ao longo dos anos o aumento da responsabilidade da Secretaria Municipal, sem que houvesse um processo de reflexão que a adequasse às necessidades próprias do Município. Isto fez com que atualmente funcione baseada em adequações da estrutura para garantir uma certa funcionalidade. Em que pese a vontade e compromisso da equipe que trabalha na Secretaria Municipal de Cariacica, a organização não dará conta de todos os compromissos para com o SUS e está formatada de forma compartimentalizada, ora por atividades, ora por funções, ora por serviços. Seria adequado que se estabelecesse um processo de debates e reflexões entre o executivo e o legislativo, com apoio de outras instituições envolvidas com novos modelos de Gestão Pública na área da saúde para elaborar uma proposta mais consistente que pudesse lidar não só com o agora, mas também olhando para o futuro. 37 Sem uma reestruturação que vise melhorias na capacidade de gestão, haverá um descompasso entre a crescente demanda e a velocidade de implementação de ofertas de bens e serviços de saúde, os quais ainda são de qualidade abaixo da necessária. A nova proposta tem que contemplar um perfil de Gestão Democrática e Participativa, que permita haver interação entre as áreas da própria Secretaria de Saúde, de forma matricial, onde cada um dos setores tenham a dimensão do todo e de cada parte da Política de Saúde local, que permita a definição coletiva do Modelo de Gestão mais adequado, facilitando a integração e o conhecimento intra e intersetorial. Segue abaixo organograma com a atual estruturação administrativa organizacional da Secretaria de Saúde do município: 38 GABINETE DO SECRETÁRIO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE SUBSECRETARIA PARA ATENÇÃO E SAÚDE COORDENADORIA ESPECIAL DO PSF GERÊNCIA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE COORDENAÇÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE SUBSECRETARIA PARA ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS ASSESSORIA ESPECIAL EM SAÚDE GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA COORDENAÇÃO DE ASSISTÊNCIA FARMACEUTICA GERÊNCIA DE REGULAÇÃO, CONTROLE, AVALIAÇÃO E AUDITORIA INTERNA COORDENAÇÃO DE CONTAS E AVALIAÇÃO COODENAÇÃO DE REGULAÇÃO E AUDITORIA UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO PA ASSESSORIA TÉCNICA GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA E ZOONOSE COORDENAÇÃO DE AGRAVOS E ENDEMIA GERÊNCIA DE PROGRAMAS ESPECIAIS GERÊNCIA ADMINISTRATIVA FINANCEIRA COORDENAÇÃO COORDENAÇÃO DOS DE GESTÃO DE MATERIAIS PROGRAMAS NORMATIZADOS PELO MINISTÉRIO DA COORDENAÇÃO DE GESTÃO DE SAÚDE PESSOAL E DE CENTRAL DE COORDENAÇÃO AMBULÂNCIAS DO CENTRO DE REFERÊNCIA EM COORDENAÇÃO DST/AIDS DO FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE - UBS NÚCLEO DE APOIO ADMINISTRATIVO, ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO 39 5 O FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE A lei 4.758/09, publicada em 05 de janeiro de 2010, trata de maneira específica do fundo municipal de saúde em suas diversas nuances. No bojo da norma, já em seu artigo 1º, prescreve-se a instituição de tal fundo no município de Cariacica, porém deve ser ressaltado o fato de que o fundo municipal já existia anteriormente à norma em questão. Na realidade, o novo instituto legal trouxe inovações de bom alvitre, modificando alguns dos dispositivos anteriores à sua entrada em vigor. Não obstante, cabem algumas considerações a respeito do texto legal contido na lei 4.758/09, principalmente no que tange a certos conceitos da área de saúde coletiva. Trata-se de imprecisões conceituais que podem gerar diferentes interpretações e abrir verdadeiras “brechas” no sistema público de saúde, que podem vir a impedir, por fim, o alcance de seu precípuo objetivo, que é o do atendimento universal, integral e equitativo prestado com dignidade à população. Tecidas tais considerações passemos aos comentários relativos a alguns específicos dispositivos da lei que aqui se trata. Com relação aos incisos do art. 1º: Art. 1º (...) I – O atendimento à saúde universalizado, integral, regionalizado e hierarquizado; Comentário: Seria mais adequada uma redação que contemplasse ações e serviços de saúde respeitados os princípios do SUS (constantes da lei 8080/90, lei orgânica da saúde). II – A vigilância sanitária; Comentário: É importante que se ressalte, na verdade, a vigilância em saúde, nela compreendida a vigilância sanitária, a vigilância epidemiológica, a 40 vigilância ambiental, as ações de proteção à saúde do trabalhador, os laboratórios de saúde pública e os sistemas de informação em saúde. V – O estímulo ao exercício físico orientado como forma de prevenir doenças, controlar e recuperar a saúde; Comentário: Atividades e serviços de promoção, proteção e reabilitação da saúde, incluídos aí, o estímulo à prática dos exercícios físicos. VI – a capacitação dos recursos humanos da saúde para garantia de padrão de qualidade de assistência. Comentário: Mais adequada redação trataria da gestão e desenvolvimento da força de trabalho do SUS no âmbito do município. O art. 7º, III, por sua vez, traz a seguinte redação: Art. 7º - Constituem ativos do Fundo Municipal de Saúde: III - Bens móveis e imóveis que forem destinados ao Sistema de Saúde do Município; Comentário: É imperativa a interpretação de que se trata do Sistema PÚBLICO de Saúde, uma vez que o sistema municipal de saúde é, também, composto pela iniciativa privada. Cabe ressaltar que tal expressão equivocada aparece novamente no art. 13, caput, da norma em questão. Em seu art. 15º prescreve a lei 4.759/09: Art. 15º - A despesa do Fundo Municipal de Saúde se constituirá de: I – Financiamento total ou parcial de programas integrados de saúde desenvolvidos pela Secretaria ou com ela conveniados; Comentário: Como anteriormente dito, a expressão programas não tem a abrangência da expressão ações e serviços (tal imprecisão terminológica 41 consta também no inciso IV deste mesmo artigo). Além disso, deveria a lei prescrever, além dos convênios, o financiamento para as contratações. Restam demonstradas, portanto, algumas imprecisões contidas no texto legal em referência. Além disso, há outros elementos contextuais que representam entrave para a observância plena do objetivo da lei do fundo municipal de saúde. Este fundo, como se sabe, visa dar maior autonomia à gestão da área de saúde, agilizar e dar maior eficiência à mesma, otimizando a utilização de tempo e de recursos em prol do destinatário final dos serviços e ações de saúde. Ocorre, porém, que, na prática, a secretaria municipal de saúde não é dotada de autonomia suficiente para o exercício eficiente de suas atribuições. A título exemplificativo, detecta-se o fato de as compras relativas à saúde encontrarem-se centralizadas na secretaria de administração e não na própria secretaria de saúde. A extensão desnecessária do percurso a ser efetuado para os procedimentos relativos à área da saúde (compras, convênios, contratações, etc.) é prejudicial, podendo acarretar, inclusive, como, de fato vem ocorrendo, a falta de execução orçamentária de convênios firmados com o Ministério da Saúde e, eventualmente, com o governo do estado. Acrescente-se a isso, a instabilidade de gestão que tem caracterizado o município nos últimos anos, que se manifesta, por exemplo, na freqüente troca do secretário de saúde municipal. Ressalte-se que a falta de continuidade representa um imenso empecilho a projeção e execução de um planejamento estratégico capaz de superar o desafio de atender as demandas por serviços e ações de saúde em Cariacica. 6 AVALIAÇÃO DOS PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS Em face do que foi exposto, resta, nesse momento, detectar as potencialidades e desafios encontrados no município de Cariacica, bem como, ainda que de maneira não taxativa, elencar algumas sugestões e propostas direcionadas ao ente federativo objeto do presente estudo. 42 6.1 Pontos fortes - Crescimento econômico do município; - Organização popular traduzida por movimentos comunitários e participação no Conselho Municipal de Saúde; 6.2 - Orçamento participativo. Pontos fracos Apesar de o percentual de recursos próprios destinados pelo Município à saúde ser superior ao estipulado pela EC 29 (17,3% e 15%, respectivamente), tal montante, em face da baixa arrecadação municipal, mesmo quando acrescido dos recursos de União e Estado, não é suficiente para o financiamento do sistema público de saúde do município; - Baixa captação de recursos externos; - Investimentos insuficientes em políticas públicas e sociais; - Desarticulação entre as diversas secretarias do município; - Deficiências estruturais (áreas físicas, equipamentos e pessoal); - Ausência de política de recursos humanos, direcionada a fixação dos profissionais no município e ao desenvolvimento dos trabalhadores do setor; - Deficiências na informatização do sistema municipal de saúde; - Dificuldades em se construir sistemas regionais de atenção integral a saúde; - Ineficiência nos atuais mecanismos de referência e contra-referência; - Aliado aos fatores acima elencados, o crescente aumento da violência urbana e dos bolsões de pobreza sobrecarregam o sistema de saúde; 7. CENÁRIO DESEJADO Diante do exposto, muitas características relacionadas ao município de Cariacica podem ser destacadas e são fundamentais para o planejamento e o estabelecimento de estratégias de ações direcionadas a saúde. 43 Trata-se de um município com um importante crescimento econômico e populacional, o que o projeta para ser um dos mais importantes da Região Metropolitana da Grande Vitória nos próximos 20 anos. Ainda no quadro demográfico, vem apresentando ao longo dos últimos anos, queda das taxas de fecundidade e natalidade, redução da mortalidade infantil e progressivo envelhecimento da população. Assim, com o aumento da participação da população idosa e diminuição da população infantil, vamos encontrar repercussões no comportamento dos agravos e doenças prevalentes, trazendo com isso elementos importantes que devem ser considerados para a contextualização do território. Os processos de transição demográfica e epidemiológica refletem de modo sinérgico nas causas de morte: aumenta-se o número das doenças crônicas não transmissíveis e predominam, entre os principais grupos de causas, as mortes por doenças do aparelho circulatório; as causas externas (acidentes, homicídios e suicídios) assumem o segundo lugar, revelando o crescimento da violência principalmente entre os jovens e adultos jovens marcadamente do sexo masculino. Em seguida, surgem as neoplasias, nas quais o envelhecimento populacional, dentre outros fatores, assume considerável relevância. Esta cadeia de elementos e agravos envolve uma complexa trama de soluções e atenção, e remetem a constantes desafios de gestão e de organização para os sistemas de saúde. Mais especificamente demandam custos de atenção e implicam em potenciais estados de crise para as relações entre os atores envolvidos. De modo geral, os projetos para Cariacica objetivam garantir o direito à saúde e a resolutividade do sistema. Os desafios que se apresentam coadunam com aqueles do SUS, ou seja, o desafio da universalização, do financiamento, do modelo institucional, do modelo de atenção à saúde, da gestão do trabalho e da participação social. A rede pública municipal, cabe ressaltar, presentemente encontra-se em expansão, com a perspectiva de inauguração de 02 novos PA’s e 03 Unidades de Saúde da Família. O município deverá recuperar a sua capacidade de investimento e integrar intersetorialmente as suas ações com a adoção de Políticas Públicas e Sociais que irão refletir na melhoria da qualidade de vida da população, possibilitando a formação de regiões saudáveis. 44 Em primeira análise, é fundamental que seja implementada uma reforma na estrutura administrativa, particularmente no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde, para que se garanta o provimento de cargos necessários ao planejamento, gerenciamento, avaliação e desenvolvimento das ações de saúde. Além disso, deve-se levar em consideração a necessidade de uma área física compatível com as necessidades e exercício de suas funções. Tal fato sugere a efetivação de uma política de recursos humanos que permita a fixação dos profissionais no município e, além disso, que permita a localização dos trabalhadores como atores ativos dos processos de gestão, atenção e de participação social, propiciando a estes o aperfeiçoamento tanto da capacidade técnica quanto da capacidade de promover mudanças nos processos de trabalho cotidianos com enfoque nos problemas de saúde da população. Em face da complexidade do setor saúde, não se pode conceber uma abordagem dos problemas que se realize de forma fragmentada por estruturas setorializadas. Para enfrentar de forma eficiente os problemas de saúde em que vive a população, somente ações coletivas, intersetoriais, podem apresentar resultados satisfatórios. Nesse sentido, é imperativo integrar as Secretarias que tenham interface com a saúde no planejamento, desenvolvimento e execução das ações. Ainda como desafio está a participação social dos cidadãos de Cariacica nas questões pertinentes à saúde. Processo este de caráter fundamental, que deve ser garantido pelos gestores à luz do Pacto de Gestão através do fortalecimento, do aprimoramento e da qualificação dos mecanismos de participação social para o pleno exercício de sua competência prevista na legislação. Destaca-se aqui a necessidade de apoio aos processos de mobilização social em defesa do SUS, estimulando o processo de discussão e controle social, provendo as condições materiais, técnicas e administrativas necessárias ao funcionamento do Conselho Municipal de Saúde, à realização das Conferências de Saúde; apoiando o processo de formação dos conselheiros, promovendo ações de informação e conhecimento acerca do SUS junto à população em geral e apoiando os processos de educação popular em saúde. Em se tratando do sistema de saúde em Cariacica, observa-se a permanência de velhos e repetidos agravos que afloram falhas na integralidade da atenção e, em especial, importante falta de ações articuladas de educação para a saúde, proteção contra riscos e agentes agressores conhecidos, prevenção de agravos, recuperação e reabilitação da saúde das pessoas. 45 De outro modo, a atenção básica também permanece influenciada pelo modelo assistencial, com ações “preventivas e programáticas”, em detrimento do acolhimento e atendimento de cidadãos acometidos por quadros agudos de baixa complexidade, cuja resolução poderia perfeitamente se dar nesse nível de atenção, trazendo como consequência uma baixa vinculação da clientela que acaba recorrendo sistematicamente às unidades de urgência, onde recebem tratamento meramente sintomático, com graves prejuízos ao acompanhamento de doenças crônicas com alto potencial de morbidade. Convive-se ainda com um número de leitos hospitalares insuficiente, deficiências estruturais (áreas físicas, equipamento e pessoal), dificuldades em se construir sistemas regionais de atenção integral a saúde, fragilidade nas políticas de pactuações, ineficiência nos mecanismos de referência e contrareferência, dentre outros. Diante da complexidade deste cenário, ressalta-se que o enfoque sobre a assistência à saúde deve considerar como seus participantes um conjunto de atores que incluem os prestadores individuais e organizacionais, o governo, os fornecedores de equipamentos e insumos médico-farmacêuticos, os financiadores, a academia e os usuários. Vislumbra-se com isso a implantação de um novo modelo de atenção à saúde voltado para promoção da saúde e prevenção, fortalecendo o papel da atenção primária e desenvolvendo redes de cuidados progressivos à saúde. É indiscutível, neste ponto, a necessidade de reorganização da demanda e entrada no sistema através da Estratégia de Saúde da Família, haja vista seus princípios de territorialização, adscrição de clientela e formação de vínculos entre as equipes e os usuários. Nesse sentido, as ações geradas a partir da Estratégia de Saúde da Família devem ser estruturadas com base no perfil epidemiológico do território, na necessidade de RH que respondam a demanda da população, na garantia do acesso ao serviço, do direito ao acolhimento humanizado e na capacidade resolutiva na sua complexidade tecnológica, assegurando a referência e contra-referência com os diferentes níveis do sistema quando é requerida maior complexidade para resolução dos problemas identificados. Espera-se, portanto, que sejam realizados investimentos no sistema, que possibilitem a criação de uma rede de cuidados integrais à saúde de modo que se consolide uma atenção básica resolutiva e 46 uma rede de referência e contra-referência com serviços de média e alta complexidade sob gestão municipal. Não obstante à organização do sistema, é preciso instaurar uma discussão que perpasse o âmbito municipal, considerando Cariacica como integrante da Região Metropolitana da Grande Vitória. Entende-se com isso, a necessidade de metropolização da saúde por meio de consórcios intermunicipais para que, de forma solidária, todos os indivíduos que circulam pelo território, independente das considerações geográficas, tenham acesso aos serviços de saúde conforme suas necessidades. Embora sejam muitas as dificuldades também são muitas as possibilidades. Desse modo, o município de Cariacica deverá, através de uma agenda da saúde, avançar na efetivação dos Pactos pela Saúde, fundamentados nos princípios constitucionais do SUS e direcionados às necessidades de saúde da população. Os compromissos assumidos implicam o exercício simultâneo de definição de prioridades articuladas e integradas nos três componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS. Obviamente que tal compromisso é uma dentre muitas atitudes que o município deverá tomar rumo à consolidação do direito à saúde em seu conceito ampliado e que no futuro, a realidade seja a efetivação do SUS, dos seus princípios e suas diretrizes. 47 8 REFERÊNCIAS 8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE. 1986. Distrito Federal. Brasília: Ministério da Saúde, 1987. BRASIL. Constituição [da] República Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2007. BRASIL. Leis Federais 8080/90 e 8142/90. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br> BRASIL. Ministério da Saúde. 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