Zoneamento Geoambiental e Agroecológico do Estado de Goiás Região Nordeste MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE DIRETORIA DE GEOCIÊNCIAS DIVISÃO DE GEOCIÊNCIAS DO CENTRO-OESTE Série Estudos e Pesquisas em Geociências – número 3 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico do Estado de Goiás Região nordeste Hilton Lenzi Moreira (Coordenador) Rio de Janeiro 1995 FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE Av. Franklin Roosevelt, 166 – Centro – 20021-120 – Rio de Janeiro ,RJ - Brasil ISSN 0103-7447 (série) ISBN 85-240-0447-9 n.3 IBGE Impressão EQUIPE EDITORIAL Editoração Eletrônica: Divisão de Editoração/Departamento Editoração e Gráfica – DEDIT/CDDI. de Estruturação Editorial Carmen Heloisa Pessôa Costa Ceni Maria de Paula de Souza Divisão de Gráfica/Departamento Editoração e Gráfica DEDIT/CDDI, em janeiro de 1995, 03.01.1.0014/94. de OS Capa Reginaldo Corrêa Nascimento – Divisão de Promoção/Departamento de Promoção e Comercialização – DECOP/CDDI. Elizabeth Santos da Fontoura Iracema Moreira da Silva Sônia Gonçalves da Rocha Zoneamento geoambiental e agroecológico do Estado de Goiás: região nordeste / Hilton Lenzi Moreira, coordenador – Rio de Janeiro: IBGE / Divisão de Geociências do Centro-Oeste, 1995. 178 p. (Estudos e pesquisas em geociências, ISSN 0103-7447 ; n.3). Copidesque Inclui bibliografia. Wilton de Almeida Tavares Onaldo Pedro Merísio ISBN 85-240-0447-9 Equipe de Publicações Tabulares Especiais Revisão Kátia Domingos Vieira Umberto Patrasso Filho Edição Vanda Ribeiro dos Anjos Diagramação Paulo Roberto Fiore de Castro 1. Zoneamento econômico – Brasil – Goiás, Nordeste. 2. Política ambiental – Brasil – Goiás, Nordeste. 3. Meio ambiente – Brasil – Goiás, Nordeste. 4. Goiás, Nordeste – Política econômica. 5. Goiás, Nordeste – Geografia, I. Moreira, Hilton Lenzi. II. IBGE. Divisão de Geociências do Centro-Oeste. III. Série. IBGE, CDDI. Dep. Biblioteca RJ-IBGE/94-16 De Documentação e CDU 911.9:504(817.3) GEO Impresso no Brasil/Printed in Brazil EQUIPE TÉCNICA Divisão de Geociências do Centro-Oeste Bernardo Cristóvão Colombo da Cunha Geólogo Serviço de Estudos Ambientais Maria Luiza Osório Moreira Geóloga Coordenador Hilton Lenzi Moreira Geólogo Autores Benedito Alísio da S. Pereira – DIESADRG/DF Engenheiro Florestal Diana Melo Del’Arco Geógrafa Igor Tarapanoff Geólogo Jeferson Oliveira Del’Arco Geólogo João Carlos de Arruda Pinto Geólogo José Renato Souza Costa Engenheiro Agrônomo Maria Luiza Osório Moreira Geóloga Ademir Benedito de Oliveira Engenheiro Agrônomo Roberta Cunha DRG/DF Bióloga de Mendonça – DIESA- Antônio José Wilman Rios Engenheiro Agrônomo Virlei Álvaro de Oliveira Engenheiro Agrônomo Edgard da Costa Freire Engenheiro Florestal Colaboração Externa Francisco José de Almeida Geólogo Antônio Paulo Antunes – SAGRI/GO Engenheiro Agrônomo Hilton Lenzi Moreira Geólogo José Fernandes de Moraes – SAGRI/GO Engenheiro Agrônomo Levi Makert dos Santos Geógrafo Sandro Ênio Junqueira – FEMAGO Geógrafo Luiz Alberto Dambrós Engenheiro Florestal Gitair Moreira dos Santos – EMCIDEC Geógrafo Luiz Aurélio Torres Potiguar Geólogo Francisco Ganzer Neto –EMGOPA/EMBRAPA Engenheiro Agrônomo Péricles Prado Geólogo Sérgio Alberto Simões de Lima – SEPLAN/GO Geógrafo Participação Roberto Malheiros – SEPLAN/GO Geógrafo Antônia Maria M. Ferreira – DERNA/RJ Geógrafa Marcelo Moisés de Paula – SDR Geólogo Antônio Gladstone Carvalho Fraga Engenheiro Agrônomo Maria de Lourdes Gonçalves Ramos – SDR Geógrafa José Alberto Celestino de Novais Engenheiro Agrônomo Luiz Guimarães Azevedo - SAE Biólogo Lindinalva Mamede Geógrafa Cartografia Sebastião de Souza Silva Técnico em Estudos e Pesquisas Sílvio Rogério Potier dos Santos Engenheiro Cartógrafo Colaboração Bernardete Maria Braga Lobato Geógrafa Bernardete Maria Braga Lobato Geógrafa Serviço de Documentação e Informação Heloísa Maria Martins Meira Roessing Bibliógrafa Técnicos em Estudos e Pesquisa Addemy Alves da Silva Antônio Carlos Rodrigues da Silva Aparecida da Cruz Ribeiro Claudimar Ferreira Castro Dioberto Carvalho Arantes Edison Rodrigues Plácido João Martins Lemes José Maria Tobias Neula Maria Machado Orisvaldo Gonzaga de Rezende Solange Versiani Novaes Magalhães EDITORAÇÃO ( NOVEMBRO DE 2001) AGIM – Diretoria de Mineração e Recursos Naturais Departamento de Gestão Territorial Divisão de Geoprocessamento Heitor Faria da Costa Geólogo Javan Carlos Araujo Costa Assistente de Administração Jeovah Quintino da Silva Téc. em Mineração Levindo Cardoso Medeiros Téc. em Mineração Maria Luiza Osório Moreira Geóloga Nilauder Guimarães Alves Téc. em Mineração Sérgio Pereira da Silva Téc. em Mineração Agradecimentos Durante a execução do trabalho muitas foram as colaborações recebidas, seja a nível de transferência de experiência ou no apoio logístico. Sem citar nomes para não cometer injustiças, externamos nossos agradecimentos ao Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão – CNPAF/EMBRAPA -, Centro de Pesquisa Agropecuária do Cerrado – CPAC/EMBRAPA -, Delegacia do Ministério da Agricultura em Goiás, Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica – DNAEE -, 6º Distrito Regional do Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM -, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Goiás – EMATER/GO -, Empresa Estadual de Ciências, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico Social – EMCIDEC -, Empresa Goiana de Pesquisa Agropecuária – EMGOPA -, Fundação Estadual do Meio Ambiente de Goiás – FEMAGO -, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA/GO -, Metais de Goiás S/A – METAGO -, Secretaria da Agricultura do Estado de Goiás – SAGRI/GO -, Secretaria de Desenvolvimento Regional da Presidência da República – SDR -, Universidade Federal de Goiás – UFG -, Delegacia do IBGE de Goiás, Reserva Ecológica do IBGEDRG/DF, Agência de Coleta do IBGE em Posse e demais Secretarias do Estado, Prefeituras Municipais, agricultores e pecuaristas. Apresentação O Estado de Goiás apresenta contrastes regionais marcantes, notadamente entre o sul e o carente nordeste. Tem por objetivo o desenvolvimento desta última região, através de um conjunto ordenado de ações políticas que harmonizem o ambiente natural às ações antrópicas, foi elaborado o Zoneamento Geoambiental e Agroecológico, por parte da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE -, em convênio com a Secretaria de Planejamento e Coordenação, do Governo do Estado de Goiás – SEPLAN/GO. Conduzido pela Divisão de Geociências em Goiás – DIGEO/GO – da Diretoria de Geociências, no período de fevereiro a novembro de 1990, o Zoneamento teve como finalidade principal o levantamento integrado dos recursos naturais, sendo o aproveitamento racional desses recursos, em um processo de planejamento que privilegie a proteção da natureza, o indutor para as ações governamentais diretoras do desenvolvimento regional. Os resultados alcançados foram sumariados nos mapas do Potencial Geoambiental, do Zoneamento Agroecológico e da Avaliação da Qualidade Ambiental, que representam, respectivamente, o modo como os elementos da natureza ocorrem na região, o aproveitamento que deveriam ter em função de suas potencialidades e do equilíbrio ambiental e, por último, a avaliação da qualidade ambiental em função dos elementos naturais e antrópicos. Trento Natali Filho Diretor de Geociências Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste SUMÁRIO Introdução ............................................................................................................................. 14 Localização da Área ................................................................................................................. 14 Objetivos do Trabalho ............................................................................................................... 14 Método do Trabalho ................................................................................................................... 18 Caracterização da Área ................................................................................................. 20 Clima ........................................................................................................................................... Metodologia ...................................................................................................................... Classificação do Clima ................................................................................................... Distribuição das Chuvas ................................................................................................. Distribuição das Temperaturas ...................................................................................... Balanço Hídrico................................................................................................................. Evapotranspiração Potencial ......................................................................................... Excedente Hídrico ........................................................................................................... Deficiência Hídrica ........................................................................................................... Informação Suplementar ................................................................................................ 20 20 21 21 37 38 38 38 39 40 Geologia ..................................................................................................................................... 49 Mineralizações ................................................................................................................. 51 Geomorfologia ........................................................................................................................... 56 Solos ........................................................................................................................................... 58 Critérios e Normas Adotados para a Classificação dos Solos ................................. Descrição das Classes de Solos ................................................................................... Fertilidade Natural dos Solos ......................................................................................... Avaliação da Necessidade de Calagem dos Solos ................................................... Terras para Irrigação ....................................................................................................... Predisposição à Erosão ................................................................................................. Terras para Mecanização ............................................................................................... 58 62 68 71 75 80 87 Vegetação .................................................................................................................................. 89 Formações Vegetais Naturais ....................................................................................... 89 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Zoneamento do Potencial Geoambiental ............................................................ 95 Região I – Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros........................................ 98 Geossistema 1 – Veadeiros............................................................................................ Geossistema 2 – Araí....................................................................................................... Geossistema 3 – Serra da Pedra Branca ..................................................................... Geossistema 4 – Serra do Tombador – Serra Branca ............................................... Geossistema 5 – Divisor dos Rios Tocantinzinho – Preto ......................................... Geossistema 6 – Serra da Aboboreira.......................................................................... Geossistema 7 – Serra da Boa Vista ............................................................................ Geossistema 8 – Escarpas Estruturais......................................................................... Geossistema 9 – Serra da Prata .................................................................................... Geossistema 10 – Baixos Rios Preto-Tocantinzinho.................................................. 98 99 100 102 103 104 105 107 107 108 Região II – Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba................................................................ 109 Geossistema 11 – Borda da Serra Geral do Paranã .................................................. 110 Geossistema 12 – Chapadas de São João D’Aliança-Alto Paraíso de Goiás ....... 110 Geossistema 13 – Vertentes do Rio Tocantinzinho-Ribeirão das Brancas ............ 111 Região III – Chapadas de Paracatu........................................................................................ 112 Geossistema 14 – Borda Norte das Chapadas de Paracatu..................................... 113 Região IV – Chapadão Central................................................................................................ 114 Geossistema 15 – Borda da Serra Geral de Goiás .................................................... 114 Região V – Patamares do Chapadão Central....................................................................... 115 Geossistema 16 – Cárstico-Pelítico Guarani de Goiás-Divinópolis de Goiás ........ 116 Geossistema 17 – Pelítico - Cárstico Alvorada do Norte – Damianópolis - Guarani de Goiás................................................. 118 Geossistema 18 – Vertentes da Serra Geral de Goiás.............................................. 119 Região VI – Vão do Paranã ...................................................................................................... 120 Geossistema 19 – Vão do Paranã Norte ...................................................................... 120 Geossistema 20 – Vão do Paranã Sul.......................................................................... 122 Região VII – Pediplano do Tocantins...................................................................................... 123 Geossistema 21 – Vales de Cavalcante-Rio Paranã-Aurominas ............................. Geossistema 22 – Rio Paranã-Monte Alegre de Goíás-Campos Belos.................. Geossistema 23 – Foz do Bezerra – Rio da Prata...................................................... Geossistema 24 – Rio Traíras........................................................................................ 124 125 127 127 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Região VIII – Depressões Intermontanas .............................................................................. 128 Geossistema 25 – Vão das Almas................................................................................. 128 Geossistema 26 – Depressão do Rio Claro ................................................................. 129 Região IX – Faixas Aluviais...................................................................................................... 130 Geossistema 27 – Várzeas e Terraços Aluviais.......................................................... 130 Zoneamento Agroecológico ........................................................................................ 132 Atividades Agrícolas .................................................................................................................. 133 Caracterização das Áreas para Culturas Anuais ........................................................ Indicação de Variedades das Principais Culturas Anuais ..................................... Caracterização das Áreas para Culturas Perenes...................................................... Indicação de Variedades para Culturas Perenes ................................................... Caracterização das Áreas para Pastagem Plantada.................................................. Caracterização das Áreas para Florestamento/Reflorestamento ............................. Indicação de Manejo e Espécies .............................................................................. 133 136 138 140 141 142 142 Áreas e Atividades de Conservação....................................................................................... 149 Caracterização das Áreas para Pastagem Natural..................................................... Caracterização das Áreas para Manejo Sustentado de Floresta ............................. Situação Atual (Exploração Madeireira)................................................................... Caracterização das Áreas para Extrativismo Vegetal ................................................ Situação Atual............................................................................................................... 150 150 151 157 166 Preservação ................................................................................................................................ 167 Caracterização das Áreas para preservação............................................................... 167 Dados de Produção .......................................................................................................... 190 Agricultura ................................................................................................................................... 190 Pecuária (Bovinocultura)........................................................................................................... 194 Florestamento/Reflorestamento............................................................................................... 210 Qualidade Ambiental........................................................................................................ 213 Conclusões e Sugestões ............................................................................................... 214 Bibliografia ............................................................................................................................ 226 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Relação de Tabelas 1. Títulos de lavra na Região Nordeste de Goiás ............................................................. 2. Alvarás de pesquisa em vigor na Região Nordeste de Goiás .................................... 3. Áreas de cobertura vegetal natural e antrópica da Região Nordeste de Goiás – 1988 ................................................................................................................. 4. Comparação entre nove gramíneas forrageiras tropicais, quanto à tolerância a Al e exigência em P e Ca para a fase de estabelecimento.................... 5. Comparação entre treze leguminosas forrageiras tropicais, quanto à tolerância a Al e Mn e exigência em P e Ca para a fase de estabelecimento .................................................................................................................. 6. Adaptação climática de algumas gramíneas e leguminosas tropicais....................... 7. Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras, seguindo as espécies existentes nas Florestas Estacional Semidecidual e Estacional Decidual (volume com casca) – 1990............................. 8. Número de serrarias da Região com registro no IBAMA ............................................. 9. Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações de Savana Arbórea Aberta e Savana Arbórea Densa – 1982/1990............................................... 10. Evolução da cultura temporária de algodão, em caroço, segundo/municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989............................... 11. Evolução da cultura temporária de amendoim, em casca, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 .............................................. 12. Evolução da cultura temporária de arroz de sequeiro, em casca, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989............................... 13. Evolução da cultura temporária de cana-de-açúcar, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ................................................................... 14. Evolução da cultura temporária de feijão, em grão, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ................................................................... 15. Evolução da cultura temporária de mandioca, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989......................................................................... 16. Evolução da cultura temporária de milho, em grão, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ................................................................... 17. Evolução da cultura temporária de soja, em grão, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989......................................................................... 18. Produção das culturas temporárias de abacaxi e fumo, em folha, com registros não contínuos, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989.............................................................................................................. 19. Evolução da cultura permanente de abacate, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989......................................................................... 20. Evolução da cultura permanente de banana, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989......................................................................... 21. Evolução da cultura permanente de café, em coco, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ................................................................... 22. Evolução da cultura permanente de laranja, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989......................................................................... 23. Evolução da cultura permanente de limão, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989......................................................................... 54 55 93 143 144 145 153 159 168 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 24. Evolução da cultura permanente de mamão, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ........................................................................ 25. Evolução da cultura permanente de manga, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ........................................................................ 26. Produção das culturas permanentes de goiaba e tangerina, com registros não contínuos, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989.............................................................................................................. 27. Produção das culturas permanentes de marmelo e coco-da-baía, com registros não contínuos, segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989.............................................................................................................. 28. Projetos florestamento/reflorestamento incentivados na Região Nordeste de Goiás ............................................................................................................................... 29. Evolução dos antropismos na Região Nordeste de Goiás – 1981/1988 ................... 208 209 209 210 211 218 Relação de Quadros 1. Distribuição dos Solos quanto à Fertilidade Natural...................................................... 2. Algumas Culturas e suas Variedades Atualmente Consideradas Importantes para os Solos Ácidos dos Cerrados........................................................... 3. Guia de Avaliação da Necessidade de Calagem dos Solos........................................ 4. Guia de Avaliação das Classes de Solos para Irrigação.............................................. 5. Principais Características dos Solos Utilizados para a Definição das Classes de Erodibilidade ................................................................................................... 6. Avaliação das Classes de Relevo .................................................................................... 7. Combinação dos Fatores Relevo-Solo ............................................................................ 8. Variedades de Soja Indicadas para a Chapada dos Veadeiros.................................. 9. Variedades de Soja Indicadas para o Vão do Paranã .................................................. 10. Variedades de Milho Indicadas......................................................................................... 11. Variedades de Arroz Indicadas......................................................................................... 12. Variedades de Feijão Indicadas ....................................................................................... 13. Lista Preliminar de Espécies Nativas em Uso na Região Geoeconômica de Brasília............................................................................................................................. 69 73 74 76 82 83 83 137 137 137 138 138 160 Lista de Figuras 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. Localização da Área ........................................................................................................... Rodovias e Drenagem........................................................................................................ Divisão Municipal ................................................................................................................ Pluviometria Média Anual.................................................................................................. Pluviometria Média em Janeiro......................................................................................... Pluviometria Média em Abril.............................................................................................. Pluviometria Média em Julho ............................................................................................ Pluviometria Média em Outubro ....................................................................................... Temperatura Média Anual ................................................................................................. Temperatura Média em Janeiro........................................................................................ Temperatura Média em Abril............................................................................................. Temperatura Média em Julho ........................................................................................... Temperatura Média em Outubro ...................................................................................... Evapotranspiração Potencial Anual ................................................................................. 15 16 17 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. Excedente Hídrico Anual.................................................................................................... Número de Meses com Excedente Hídrico .................................................................... Deficiência Hídrica Anual................................................................................................... Número de Meses com Deficiência Hídrica.................................................................... Comportamento Mensal e Anual da Precipitação – Flores de Goiás-São João D’Aliança..................................................................................................................... Balanço Hídrico – Flores de Goiás-São João D’Aliança .............................................. Comportamento Mensal e Anual da Precipitação-Alvorada do Norte-Alto Paraíso de Goiás................................................................................................................. Balanço Hídrico – Alvorada do Norte-Alto Paraíso de Goiás ...................................... Comportamento Mensal e Anual da Precipitação – Colinas do Sul-Monte Alegre de Goiás................................................................................................................... Balanço Hídrico – Colinas do Sul-Monte Alegre de Goiás........................................... Comportamento Mensal e Anual da Precipitação – São Domingos.......................... Balanço Hídrico – São Domingos..................................................................................... Ocorrências Minerais – Minas e Garimpos..................................................................... Possibilidades Metalogenéticas........................................................................................ Domínios Geomorfológicos ............................................................................................... Fertilidade Natural dos Solos ............................................................................................ Avaliação da Necessidade de Calagem dos Solos ....................................................... Terras para Irrigação .......................................................................................................... Predisposição à Erosão..................................................................................................... Terras para Mecanização .................................................................................................. Vegetação – Regiões Fitoecológicas .............................................................................. Regiões Geoambientais..................................................................................................... Áreas Recomendadas para Lavouras ............................................................................. Manejo Sustentado de Floresta/Exploração Madeireira............................................... Pontos de Inventário Florestal – Florístico...................................................................... Principais Culturas em Área Plantada (ha) – Região Nordeste do Estado de Goiás – 1970 .................................................................................................................. Principais Culturas em Área Plantada (ha) – Região Nordeste do Estado de Goiás – 1980 .................................................................................................................. Principais Culturas em Área Plantada (ha) – Região Nordeste do Estado de Goiás – 1989 .................................................................................................................. Teores de Mercúrio em Sedimento de Corrente (ppb) ................................................. 33 34 35 36 41 42 43 44 45 46 47 48 52 53 57 70 72 79 84 88 91 96 134 152 159 191 192 193 221 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Introdução Localização da Área A área compreendida pelo presente trabalho situa-se na parte nordeste do Estado de Goiás, abrangendo uma superfície de 38.798,7 km2 , limitada pelos Estados do Tocantins e Bahia, a norte e a leste, respectivamente. A sudeste limitase com o Estado de Minas Gerais, enquanto a oeste e a sul-sudoeste apresenta limites com áreas do próprio Estado de Goiás, constituindo, respectivamente, a região norte e a área do entorno do Distrito Federal (Figura 1). A rede de drenagem está representada pelos rios Paranã, Tocantinzinho, Maranhão e afluentes, que fazem parte da bacia hidrográfica do Tocantins. As principais rodovias que cortam a área são a BR-020, GO-118, GO-112, GO110 e GO-237, havendo também inúmeras estradas vicinais interligando cidades, lugarejos e fazendas (Figura 2). A região nordeste do Estado de Goiás abrange os seguintes Municípios: Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do Norte, Campos Belos, Colinas do Sul, Cavalcante, Damianópolis, Divinópolis de Goiás, Flores de Goiás, Guarani de Goiás, Iaciara, Monte Alegre de Goiás, Mambaí, Nova Roma, Posse, Sítio d’Abadia, São João d’Aliança, São Domingos, Simolândia e Teresina de Goiás (Figura 3). Pela proximidade com o Distrito Federal exibe influências recíprocas, notadamente as de ordem socioeconômicas. A região tem na agropecuária o seu embasamento econômico, muito embora apresente-se também como razoável pólo madeireiro e mais recentemente como pólo minerador que atualmente atravessa período de dificuldades, devido à queda do preço do estanho no mercado internacional. Objetivos do Trabalho O Projeto Zoneamento Geoambiental e Agroecológico do Estado de Goiás – Região Nordeste tem como meta o levantamento integrado e regional dos recursos naturais dessa porção do Estado de Goiás, objetivando fornecer subsídios ao governo estadual para a elaboração de uma política de ocupação territorial que aproveite de modo racional seus recursos, dentro dos limites impostos por suas potencialidades e pelo equilíbrio ambiental. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 18 Com este enfoque, procedeu-se a integração e reavaliação dos dados temáticos, tendo em vista a elaboração dos Mapas do Potencial Geoambiental, Zoneamento Agroecológico e da Avaliação da Qualidade Ambiental, na escala 1:500.000, assim como o texto que acompanha esses mapas. Esses documentos representam, respectivamente, a maneira como os elementos da natureza ocorrem na região, a forma como deveriam ser utilizados em função de suas potencialidades e do equilíbrio ambiental e por último uma avaliação da qualidade ambiental em função dos elementos naturais e antrópicos. Método do Trabalho Os procedimentos adotados para a elaboração do presente trabalho incluem uma série de estágios, iniciando-se pela compilação de dados apoiada em pesquisa bibliográfica, complementada por interpretações de imagens de radar e satélite (Landsat 5 TM, 1988) na escala 1:250.000, com a finalidade de atualizar as informações temáticas oriundas do trabalho desenvolvido pelo Projeto RADAMBRASIL. Os mapas temáticos de Geologia, Geomorfologia, Solos e Vegetação que abrangem a área nordeste do Estado de Goiás, inseridos nas Folhas SD.22 Goiás e SD.23 Brasília, recobrem parte das seguintes Folhas do corte cartográfico 1:250.000 : SD.22-X-D Porangatu, SD.22.Z-B Uruaçu, SD.23-V-A Arraias, SD.23-V-B Taguatinga, SD.23-V-C Posse e SD.23-Y-C Brasília. Após a etapa inicial, esses documentos foram atualizados com informações provenientes de trabalhos de campo realizados no período de março a julho de 1990, análises de laboratório e da reinterpretação das imagens; paralelamente foram elaboradas as bases planimétricas para a produção dos mapas de serviço (1:250.000) e mapas finais (1:500.000). Ao final desse estágio, têm-se portanto os mapas de serviço atualizados, que incluem além dos temas mencionados o Mapa de Aptidão Agrícola, elaborado a partir do Mapa de Solos, adotando critérios e normas preconizadas pelo SNLCS/EMBRAPA (1983). A etapa seguinte é caracterizada pela integração dos mapas de serviço, tendo em vista a elaboração do Mapa do Potencial Geoambiental. A metodologia adotada baseia-se nos trabalhos desenvolvidos por Silva (1987), SEPLAN-MS e IBGE (1989b) e IPEA-SC e IBGE (1990), cujos princípios fundamentam-se na Teoria dos Sistemas, conduzindo ao estudo das relações de interdependência existentes entre os componentes do meio natural, para atingir o conhecimento do seu funcionamento. Através desse enfoque a área em estudo foi dividida em arranjos espaciais, caracterizados pela convergência de semelhança dos seus componentes físicos e bióticos, considerados como geossistemas ou sistemas ambientais, conforme Silva (1987). A elaboração do Mapa do Potencial Geoambiental iniciou-se com a análise da geologia e do padrão estrutural, relacionando-os à morfologia e à rede de drenagem, proporcionando a identificação das unidades de maior abrangência espacial que constituem as regiões geoambientais. Essas regiões foram subdivididas em função das combinações dos tipos genéticos de modelados de relevo e solos, originando Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 19 associações morfopedológicas as quais se correlacionam às comunidades vegetais; tal procedimento conduz à identificação dos geossistemas, nos quais se identificam posteriormente as menores unidades de mapeamento que constituem as geofácies. Através do estudo das potencialidades e limitações inerentes aos diversos geossistemas, bem como considerando a qualidade ambiental, em função de elementos naturais (predisposição à erosão) e antrópicos, obtiveram-se dados necessários à elaboração do Zoneamento Agroecológico e Avaliação da Qualidade Ambiental, constituindo, portanto, o Mapa do Potencial Geoambiental referencial para a produção desses documentos. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 20 Caracterização da Área As informações contidas neste capítulo têm por objetivo proporcionar ao leitor uma visão global da área, sobre os diversos temas utilizados para a elaboração do Zoneamento do Potencial Geoambiental e Agroecológico. Inicialmente, apresenta-se o estudo climático da região, seguindo-se a abordagem temática, com a qual se pretende esclarecer o significado e conteúdo das distintas unidades, além de indicar os critérios e normas adotados para a classificação dos solos. Apresenta-se também estudos sobre a fertilidade natural dos solos, necessidade de calagem, terras aptas para irrigação, predisposição à erosão e terras aptas para mecanização. Dessa forma, o leitor estará familiarizado com o significado das unidades temáticas, seguidamente referidas na abordagem das unidades geoambientais e no Zoneamento Agroecológico, escopo principal do trabalho. Clima Metodologia A classificação climática adotada foi a de Köppen, por ser a mais conhecida e usada, além de permitir correlações com a maioria dos trabalhos realizados para a região. O método de trabalho consistiu no exame de cartogramas, curvas ombrotérmicas e pluviométricas, publicadas pelo Projeto RADAMBRASIL, volume 29 (Folha SD.23 Brasília) e Edmon Nimer (1989), comparados com dados normais de áreas vizinhas e dados isolados coletados na área, que forneceram as condições médias de confiabilidade, para a utilização como referencial dos traçados. Os dados de precipitação referentes as 16 localidades foram obtidos através da rede de observação do Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica – DNAEE. As cotas altimétricas das mesmas localidades foram extraídas das cartas topográficas do IBGE-1983. Os cartogramas apresentados em escala aproximada 1:2.000.000, foram ampliados do original publicado na escala 1:4.000.000 e ajustados posteriormente Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 21 de acordo com observações de campo, análise de dados mais recentes e a compartimentação do relevo (Figuras 4 a 18). Classificação do clima A área compreendida pela região nordeste do Estado de Goiás encontra-se no contexto da regionalização do espaço geográfico brasileiro, inserida em uma zona de transição entre os domínios dos climas úmidos da região amazônica (IT) e os domínios dos climas semi-áridos da região da caatinga do Nordeste brasileiro. É uma área atingida também pelo sistema de correntes perturbadas do Anticiclone Polar ou da Frente Polar (Fp). A região está sob o domínio do Clima Tropical com duas estações bem marcadas (AW), com variações para Clima Tropical de altitude (CWa). Encontra-se sujeita ao veranico, fenômeno climatológico que ocorre na região do Brasil Central. Na região nordeste de Goiás, esse fenômeno tem registrado grande irregularidade temporal e de freqüência. Resume-se a um período seco embutido dentro da estação chuvosa, podendo perdurar de uma a quatro semanas sem chuvas, com dias ensolarados. Costuma ocorrer o veranico no mês de janeiro. Segundo vários pesquisadores, tal fenômeno tem suas origens ligadas às variações e expansões da área de Baixa Pressão do Chaco. Distribuição das chuvas O nordeste goiano com seu clima tropical encontra-se sob o domínio das massas de ar Equatorial Continental (Ec) de novembro a março. Esta época caracteriza o verão por ser o período de maior radiação e insolação, provocando o calor, amenizado pela concentração das chuvas. Nesta época, a área é invadida por linhas de Instabilidade Tropical (IT), provocadas pela expansão da massa de ar quente e úmida, da Equatorial Continental (Ec), proveniente da Região Amazônica. Neste período registram-se na região os maiores índices pluviométricos do ano. O cartograma da precipitação média anual (Figura 4) mostra que as isoietas isolam dois sistemas de intensidades de precipitações superiores a 1.500 mm. Um posicionado sobre os relevos altos dos planaltos e outro mais a norte sobre os Municípios de Campos Belos e Monte Alegre de Goiás, também influenciados por relevos residuais altos. As áreas baixas, concentradas principalmente na parte leste, no Vão do Paranã e Patamares do Chapadão Central, recebem totais pluviométricos anuais inferiores a 1.300 mm. O inverno seco é resultante da entrada na região dos ventos secos e quentes de nordeste, originários do anticiclone subtropical semifixo do Atlântico Sul, responsável por tempo estável. Durante essa estação a área fica sujeita às alternâncias dos ventos da Tropical Atlântica (Ta) e às penetrações das Massas Polares (Pa), mais vigorosas nesse período, sujeitando a região a bruscas mudanças que provocam baixas temperaturas e chuvas frontais, insuficientes para amenizar o período seco. O outono reflete uma situação de transição entre o verão úmido e o inverno seco. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 37 A região fica mais exposta aos ventos secos e quentes do Nordeste, provenientes da Alta Tropical (Ta), e passa a ocupar os espaços deixados pelo recuo do fluxo úmido do oeste. A primavera caracteriza-se na região por marcar o início do período das chuvas, ocasião em que os valores das isoietas ultrapassam a 100 mm, período esse em que também se registram os mais altos valores térmicos do ano. A distribuição das chuvas ao longo do ano caracteriza-se por apresentar concentração num período de 5 meses, nas estações de primavera e verão (Figuras 5 e 8), ficando o restante do ano sob regime de estiagem e na dependência das oscilações temporais da circulação atmosférica, no outono e inverno (Figuras 6 e 7). Enquanto a circulação atmosférica assegura uma certa homogeneidade climática, o relevo com suas variações de altitudes, entre os planaltos acima de 1.200 m e as depressões abaixo de 500 m, levam a uma diversificação térmica da qual resulta uma heterogeneidade climática (microclima). Caracterizada pelo Clima Tropical (AW), com temperatura do mês mais frio superior a 18ºC, nas regiões baixas do Vão do Paranã e Clima Tropical de altitude (CWa), com temperatura do mês mais frio inferior a 18ºC, nas regiões mais elevadas dos planaltos (Figura 12). A disparidade térmica está relacionada diretamente aos diferentes níveis altimétricos, conjugados com as ações dos ventos frios provenientes das Massas Polares, mais atuantes nas áreas posicionadas em maiores altitudes. Distribuição das temperaturas Não existindo estações meteorológicas em número suficiente para se obterem dados de temperaturas representativos da região, adotou-se a técnica de estimativas dos valores médios mensais e anuais, através da equação de regressão múltipla entre os fatores estáticos que exercem influência no comportamento térmico da região nordeste do Estado de Goiás. assim, utilizou-se a mesma equação usada por Alfonsi, Pinto e Pedro Júnior (1974), que toma por base os fatores estáticos altitude e latitude. A influência dos sistemas atmosféricos e a posição geográfica da área são refletidas nas temperaturas médias mensais e anuais, que produzem valores altos o ano todo. A condição do relevo, por sua vez, influi na região, promovendo variações térmicas e de pluviosidade (Figuras 9 e 4). Nos relevos altos do Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba, e no Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros, as temperaturas chegam a ser em média até 5ºC inferiores às médias, registradas nas regiões deprimidas do Vão do Paranã, Patamares do Chapadão Central e demais depressões. Nos meses de setembro a outubro, época da primavera, registram-se as máximas térmicas e as temperaturas mantêm-se elevadas. Essas alterações são provocadas pela maior incidência dos raios solares que nessa época do ano passam perpendiculares aos paralelos, pela baixa nebulosidade e pela pequena freqüência das chuvas, que resulta um maior aquecimento (Figura 13). Durante o verão e outono, as continuadas precipitações pluviométricas alteram a temperatura regional, provocando uma queda que pode ser verificada nas médias mensais (Figuras 10 e 11). No inverno, período no qual ocorrem os menores índices de radiação solar, verifica-se uma sensível redução nas temperaturas médias mensais, sem contudo Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 38 alterar as condições nas áreas baixas como o Vão do Paranã, envoltas por relevos elevados dos planaltos, onde são registradas temperaturas médias superiores a 21ºC. As variações de temperaturas que ocorrem na região estão diretamente relacionadas aos diferentes níveis altimétricos e a sua maior exposição à ação dos ventos frios originários das frentes frias, que no inverno atingem as áreas de planalto com maior intensidade (Figura 12). Balanço hídrico O conhecimento dos totais pluviométricos médios anuais é muito importante para qualquer política de planejamento regional, por fornecer parâmetros indispensáveis para a avaliação do potencial hídrico, que é denominado Balanço Hídrico. Consiste em uma técnica de contabilização de água no solo, visando a obter conhecimentos sobre a disponibilidade de água para as comunidades vegetais, assim como para programar convenientemente projetos de irrigação dos solos e dimensionamento de reservatórios para irrigação. Essa técnica de contabilização leva em consideração a resultante do confronto entre a precipitação, que é o elemento fornecedor de água, e a evapotranspiração potencial que é o elemento quantificador teórico de água, que é retirada do solo. Evapotranspiração potencial Estando a Evapotranspiração Potencial, diretamente relacionada ao balanço de radiação solar, a mesma indica o volume de água que em teoria é necessária para que a vegetação possa manter a sua força e o verdor durante o ano todo. O cartograma da distribuição espacial de Evapotranspiração Potencial (Figura 14) mostra que a mesma oscila entre 1.200 e 1.500 mm. Observa-se que os valores menores formam uma faixa que ocupa a parte leste da região e se estende de norte para sul, onde é mais larga. Inserem-se, nessa faixa, as regiões do Vão do Paranã e dos Patamares do Chapadão Central. Os altos índices de Evapotranspiração Potencial registrados na Região Nordeste, de 1.300 a 1.500 mm (Figura 14), concentram-se de novembro a março. Neste período o maior volume de água disponível favorece a maior intensidade da evapotranspiração, apesar do maior potencial de radiação solar concentrar-se entre setembro e fevereiro. Os valores crescem à medida que se avança para oeste onde se encontram os relevos altos do Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba e do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros. A concentração dos maiores índices de Evapotranspiração Potencial na extremidade oeste da área, assim como o maior número de meses de deficiência hídrica (Figura 18), devem estar aliados à grande disponibilidade de energia e às características físicas do relevo, dos solos, em face da sua baixa capacidade de armazenamento de água. Excedente hídrico O excedente hídrico representa a quantidade de água precipitada que, por não ser absorvida pelo solo, não utilizada pelas plantas e nem evapotranspirada, escoa em superfície e é incorporada à rede de drenagem. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 39 Todo solo possui um limite específico de estocagem de água, além do qual fica saturado. Sempre que é atingido esse limite, a quantidade de água fornecida pelas chuvas é superior às necessidades de evapotranspiração. Tem-se nesse momento o excedente hídrico. As Figuras 14 e 15 indicam que os menores valores (400 mm) ocorrem nas regiões do vão do Paranã e Patamares do Chapadão Central, a leste, e na extremidade a oeste das regiões dos planaltos; o período de ocorrência dos excedentes varia entre 4 e 5 meses. Nas áreas dos Planaltos do Alto Tocantins-Paranaíba, Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros, nas regiões de Monte Alegre de Goiás e Campos Belos, os excedentes hídricos são superiores a 500 mm, com duração de 5 meses. Exceção se verifica na extremidade sul do Vão do Paranã, onde o excedente hídrico mensal é inferior a 400 mm, porém com duração em torno de 5 meses (Figura 16). Deficiência hídrica Deficiência hídrica é a diferença entre a evapotranspiração potencial e a real e reflete a falta de água no solo durante o período seco que interfere no pleno desenvolvimento dos vegetais. Observando e correlacionando o cartograma (Figura 17) de déficit hídrico anual e o cartograma (Figura 4) da pluviometria média anual, nota-se que, nas áreas do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros, destaca-se área que concentra índices pluvométricos variáveis entre 1.400 e 1.600 mm anuais. Nas regiões deprimidas do Vão do Paranã, os índices pluviométricos são inferiores a 1.300 mm anuais. O cartograma (Figura 17) de deficiência hídrica anual, por sua vez, mostra índices superiores a 400 mm no Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros e índices inferiores a 300 mm nas áreas baixas do Vão do Paranã. O cartograma (Figura 18), que indica o número de meses com deficiência hídrica, mostra que a região serrana tem de 4 a 5 meses de déficit hídrico, ao passo que as áreas deprimidas têm seu período oscilando entre 4 e 2 meses. Uma correlação pode ser feita para explicar essa anomalia. Considerando-se o déficit ou excedente hídrico como um índice exclusivamente hídrico climatológico, esses índices representam apenas a relação entre precipitação e evapotranspiração potencial. O déficit hídrico é apenas um resultado negativo nessa relação. Considerando, porém, uma certa quantidade de água utilizada pelas plantas, depois de armazenada no solo, passamos a ter um índice hidropedológico. No primeiro caso temos um índice que nos fornece estações climáticas secas ou úmidas. No segundo caso temos um índice que caracteriza de forma mais adequada estações ecologicamente secas ou úmidas. Fazendo uma análise comparativa dos citados cartogramas, pode-se deduzir que, mesmo tendo índices pluviométricos inferiores a 1.300 mm, a deficiência hídrica anual é inferior a 300 mm nas áreas baixas, ocorrendo o inverso nas áreas altas. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 40 Nestas condições conclui-se que o número de meses com deficiência hídrica anual, indica que as estações ecologicamente secas são um mês mais curtas que as estações climatologicamente secas. Informação suplementar Com o objetivo de melhor informar os usuários sobre o regime pluviométrico da região nordeste de Goiás, são apresentados sete diagramas representativos do comportamento mensal e anual da precipitação e sete gráficos do Balanço Hídrico, relativos aos anos de 1985/86, seguindo o modelo matemático de Thornthwaite, em diferentes localidades (Figuras 19 a 26). Optamos por levantar gráficos do Balanço Hídrico de apenas dois anos, por não dispormos de dados suficientes para realizar a evolução no período de 16 anos. Selecionamos 1985/86 por estarem dentro da variação média e serem considerados, por nós, representativos da dinâmica hídrica. Não utilizamos a média do período, porque a análise climatológica a nosso ver deve optar pela climatologia dinâmica e não pela climatologia tradicional, que repousa suas análises em normais ou valores médios de um longo período de observação. O clima é um fenômeno dinâmico e o balanço hídrico, por conseqüência, obedece e fundamenta sua variabilidade em médias pluvométricas e térmicas, com índices e probabilidade de variações, casadas com a dinâmica do clima. A região possui regime pluviométrico com características tropicais, com máxima no verão e mínima no inverno. Em quase toda a região, mais de 70% do total das precipitações ocorrem entre outubro e abril. Verifica-se a maior concentração no quadrimestre novembro/fevereiro. Nesse quadrimestre chove em média entre 45 e 60% do total anual. Somente na área central do Vão do Paranã, representada pela localidade de Flores de Goiás, não se constatou essa freqüência e concentração. Trata-se de área localizada a leste dos relevos altos do Complexo Montanhoso Araí-Nova RomaVeadeiros e Serra Geral do Paranã, que se interpõe às correntes provenientes de O, representadas pelo deslocamento das linhas de Instabilidade Tropical (IT). Estes relevos provocam a elevação da inversão térmica, e consequentemente a umidade contida em seu núcleo desprende-se sob a forma de chuvas que caem sobre o planalto. O restante é levado para grandes alturas, onde em contato com os sistemas perturbados de sul (Fp) e de leste (WE) dissipa-se e tem seus índices pluviométricos reduzidos, com maiores períodos de estabilidade de tempo. Pode ser detectado ainda através das figuras que o período seco está bem caracterizado nos meses de junho, julho e agosto. Porém, observa-se a ocorrência de anos em que esse período é um pouco maior. Por exemplo, na Figura 19, são João d’Aliança, nos anos de 1979 e 1982 o período seco iniciou em abril e se estendeu até outubro, com índices pluviométricos inferiores a 60 mm. Essas considerações reforçam a necessidade de essa região dispor de um maior adensamento de estações para obtenção de dados climáticos. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 49 Geologia A geologia da região nordeste do Estado de Goiás, apresenta terrenos com registros estratigráficos do Arqueano, Proterozóico, Mesozóico e Cenozóico. O Arqueano está representado por rochas de composição granítica a tonalítica do Complexo Goiano. A maior parte da região é constituída por terrenos do Proterozóico, que inclui as seguintes unidades: Formação Ticunzal, Seqüência Vulcanossedimentar de Palmeirópolis e São Domingos, Grupo Araí, Granitos Tipo Serra Branca, Tonalito São Domingos, Grupo Paranoá e Grupo Bambuí. A Formação Urucuia representando deposição continental fluvioeólica, restrita à porção oriental da área (Serra Geral de Goiás), atribuída ao Cretáceo, configura terreno de idade mesozóica. O Cenozóico está representado pelos depósitos fluviais atuais, depósitos eluvionares e coluvionares arenosos e por coberturas detrítico-lateríticas. Apresenta-se a seguir uma síntese da estratigrafia da região nordeste do Estado de Goiás: Cenozóico - depósitos fluviais atuais – sedimentos arenosos com lente de silte, argila e cascalhos na base; ocorrem nos vales e planícies de inundação dos rios que drenam a área; - depósitos eluvionares e secundariamente coluvionares predominantemente arenosos; e - depósitos detrítico-lateríticos. Mesozóico - sedimentos continentais fluvioeólicos, compostos por arenitos impuros finos a médios, róseos a brancos, contendo níveis conglomeráticos (Formação Urucuia). Proterozóico Superior - seqüência sedimentar de rochas pelítico-areno-carbonáticas, resultantes de deposição marinha com características epicontinentais, depositada sobre uma plataforma relativamente estável (Grupo Bambuí); sedimentos pelíticocarbonáticos, siltitos arcoseanos e arcóseos de cor cinza-esverdeado, intercalados com lentes de marga e calcário, são típicos de ambientes deltaico (Formação Três Marias); no Subgrupo Paraopebas são mais freqüentes calcários pretos a cinza, dolomitos e margas com intercalações subordinadas de folhelhos e ardóseas; e - metassedimentos de provável origem deltaica, pertencentes à Faixa de Dobramentos Brasília, constituídos por metarenitos, metassiltitos, filitos e ardósias com lentes de calcários, dolomitos e silexitos (Grupo Paranoá). Proterozóico Médio - rochas magmáticas: tonalito hipidiomórfico de granulação média a grossa (Tonalito São Domingos); granitos e álcali-feldspato granitos freqüentemente greisenizados e mineralizados a cassiterita (Granitos Tipo Serra Branca); e Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 50 - rochas sedimentares e metamórficas da Faixa de Dobramentos Uruaçu; xistos e filitos grafitosos (Grupo Araxá); metassiltitos, filitos e quartzitos (Grupo Araí, Formação Traíras); arenitos finos caulínicos, siltitos, argilitos, quartzitos, metarcóseos e conglomerados com metavulcânicas básicas a ácidas associadas (Grupo Araí, Formação Arraias). Proterozóico Inferior - seqüências vulcanossedimentares metamorfizadas compostas por micaxistos, anfibólio gnaisses, sericita xistos, anfibolitos, calcossilicatadas, rochas cataclásticas, quartzitos, metacherts, metavulcânicas ácidas e básicas, metaultrabásicas (Seqüência Vulcanossedimentar de Palmeirópolis e São Domingos); e - metassedimentos com associações mineralógicas indicativas de metamorfismo fácies xisto verde e localmente anfibolito; micaxistos grafitosos, muscovita xistos entre outras (Formação Ticunzal). Arqueano - Complexo Cristalino – Maciço Central Goiano; rochas de composição granítica a tonalítica, gnaisses (Complexo Goiano); - rochas de posicionamento duvidoso; e - rochas ígneas de composição granítica e granodiorítica. (Granodiorito São José e granitos). A evolução geológica da área, sinteticamente abordada, indica que a região foi alvo de processos metamórficos, deformacionáveis e de magmatismo, sendo recoberta por coberturas de plataformas, já em fase estabilizada, e, posteriormente, após longo hiato sem registro (Paleozóico), depositaram-se sedimentos continentais no final do Mesozóico, aos quais se superpõem depósitos detrítico-lateríticos, colúvios e elúvios predominantemente arenosos e sedimentos aluviais. De acordo com Fernandes (1982), nas áreas de ocorrência do Complexo Goiano, no nordeste de Goiás, o desenvolvimento de expressivo processo cataclástico teria obliterado os caracteres litoestruturais dessas rochas, não permitindo o estabelecimento de um modelo evolutivo para o arqueano dessa área, ou mesmo comparações com modelos estabelecidos nos Continentes Africano e Australiano. Segundo o autor, acima referido, durante o Proterozóico Médio a região nordeste do Estado de Goiás ainda constituía uma faixa cratônica depressiva, evoluindo para marginal em direção oeste, com deposição dos Grupos Araí e Araxá, considerados como prováveis crono-correlatos. O Grupo Araxá corresponderia à fácies distal da bacia proterozóica. Ainda no Proterozóico Médio, a ocorrência de magmatismo originou os Granitos Tipo Serra Branca, que na região em estudo abrange os seguintes maciços: Serra da Pedra Branca, Mocambo, Sucuri, Serra do Mendes, Serra Branca e Soledade; este último, estudos mais recentes indicam pertencer a uma geração distinta de granitos. Segue-se, no Proterozóico Superior, a deposição dos litótipos do Grupo Paranoá e do Grupo Bambuí, constituindo coberturas de plataforma. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 51 Após a deposição do Proterozóico Superior, segue-se um hiato no Registro geológico, culminando com depósitos continentais fluvioeólicos da Formação Urucuia já no final do Mesozóico. Posteriormente, ocorreram a deposição de coberturas detrítico-lateríticas e a instalação de um sistema de drenagem com depósitos aluviais, eluviais e coluviais. A interação de condicionantes tectônicas, fluviais, erosionais e climáticas produz o modelamento atual, esculpido nos diversos tipos litológicos que ocorrem na área. Mineralizações O potencial mineral da região nordeste do Estado de Goiás está representado por inúmeras ocorrências minerais, minas e garimpos que podem ser visualizados na Figura 27. Nessa região, registra-se expressivo número de ocorrências minerais principalmente nos Municípios de Cavalcante, Monte Alegre de Goiás, Nova Roma, São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás, São Domingos, Campos Belos e Iaciara. Destacam-se nessa área as reservas de calcário do Grupo Bambuí, notadamente nos Municípios de São Domingos, Divinópolis de Goiás, Iaciara, Mambaí e Campos Belos. No Município de São João d’Aliança há extração de manganês. Minas de ouro em operação situam-se em Nova Roma (Aurominas) e Cavalcante, havendo garimpos desse elemento em Monte Alegre de Goiás, São Domingos e Cavalcante. A extração de estanho que já foi intensa na região, devido ao preço no mercado internacional e ao esgotamento de reservas alúvio-eluvionares, atualmente encontra-se paralisada; entretanto, continuam os trabalhos de pesquisas para reavaliação das jazidas. As principais possibilidades metalogenéticas da área estão relacionadas na Figura 28, enquanto os títulos de lavra e alvará de pesquisa na região nordeste do Estado de Goiás estão listados nas Tabelas 1 e 2, respectivamente. A definição da real potencialidade mineral da região somente será possível com o desenvolvimento de trabalhos mais detalhados de levantamento geológico, de forma a permitir que grandes unidades como os Grupos Araí e Paranoá sejam melhor conhecidos. O nível de informação geológica da região nordeste é incompatível com o fomento da atividade mineral, uma vez que não se dispõe de mapas geológicos em escala adequada para prospecção mineral. Atualmente a produção mineral está restrita à lavra de calcário para corretivo de solos, extração de manganês e ouro e possibilidades da retomada da lavra de cassiterita. Com grande potencialidade registra-se mineralizações de fluorita, notadamente no Maciço de Serra da Pedra Branca. Além dos empreendimentos mencionados, ocorrem inúmeros garimpos de ouro no curso dos rios Traíras, São Félix e do Carmo nos Municípios de Cavalcante, São Domingos, Monte Alegre de Goiás, nas proximidades da cidade, e na localidade de Riacho dos Cavalos. Deve-se citar, ainda, exploração esporádica de cristal de rocha e ocorrência de diamante nos Municípios de Colinas do Sul e Posse. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 54 Tabela 1 Títulos de Lavra na Região Nordeste de Goiás TITULAR MUNICÍPIO SUBSTÂNCIA RESERVA TEOR PANABRA – Mineração Agropastoril Ltda Alto Paraíso de Goiás Manganês Medida: 7.208 t 43% Mn PANABRA – Mineração Agropastoril Ltda Alto Paraíso de Goiás Manganês Medida: 24.518 t 46% Mn Indicada: 4.136 t Empresa de Mineração São Lourenço Ltda Alto Paraíso de Goiás Manganês Medida: 104.622 t 42,5% Alto Paraíso de Goiás Manganês Indicada: 27.164 t ... Medida: 41.913 t ... DOLOCAL – Dolomítico Calcário Ltda Campos Belos Calcário dolomítico Registro de Licenciamento Sabará Calcário Agrícola Ltda Campos Belos Calcário Registro de Licenciamento Sabará Calcário Agrícola Ltda Campos Belos Calcário Registro de Licenciamento Sabará Calcário Agrícola Ltda Campos Belos Calcário Registro de Licenciamento Cancelado Sabará Calcário Agrícola Ltda Campos Belos Calcário Registro de Licenciamento Cancelado Sabará Calcário Agrícola Ltda Campos Belos Calcário Registro de Licenciamento Cancelado Leão Dourado Ltda Cavalcante Ouro Medida: 18.864 t Cobra Dourada Ltda Cavalcante Ouro Medida: 36.450 t Morro da Bocaina Pesquisa e Lavra Ltda Mineração Ribeirão Cana Brava Ltda Construtora Oliveira Maciel Ltda Cavalcante Cavalcante Divinópolis de Goiás 2,17 g/t 6,3 g/t 3 1.964,6 g/m 3 Cassiterita Medida: 11.914.352 m Muscovita Medida: 128.864 m3 ... Berilo Medida: 822 t ... Manganês Medida: 177.635 t 41% Mn Indicada: 32.904 t 41% Mn Inferida: 60.000 t 38% Mn Calcário Registro de Licenciamento Cancelado IACICAL – Calcário Iaciara Ltda Iaciara Calcário dolomítico Registro de Licenciamento Cancelado Salomão Mineração Ltda Mineração Araguaia Monte Alegre de Goiás Nova Roma Cassiterita Cassiterita Medida: 1.214.790 m3 1,67 kg/m 3 Indicada: 3.735.012 m3 1,67 kg/m 3 Inferida: 4.436.792 m3 1,67 kg/m 3 Medida: 2.018.339 kg/Sn Indicada: 5.220.267 kg/Sn Inferida: 4.124.894 kg/Sn Aurífera Nova Roma Ltda Nova Roma Ouro Medida: 36.114 t Cláudio Antônio Arioli Posse Calcário Registro de Licenciamento Cancelado Mineração Campinas Ltda Posse Calcário dolomítico Registro de Licenciamento Cancelado 5,8 g/t Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste TITULAR MUNICÍPIO Mineração Pedra Preta Ltda São João d’Aliança 55 SUBSTÂNCIA Manganês RESERVA Medida: 4.064 t TEOR 44% Mn Indicada: 12.979 t Inferida: 3.458 t Mineração Pedra Preta Ltda São João d’Aliança Manganês Medida: 17.655 t 41% Mn Indicada: 273.887 t Inferida: 81.600 t Mineração Pedra Preta Ltda São João d’Aliança Manganês Medida: 1.058 t 43% Mn Indicada: 812 t Mineração Pedra Preta Ltda São João d’Aliança Manganês Inferida: 5.299 t Fatsui do Brasil S/A São João d’Aliança Manganês Inferida: 4.771 t Fatsui do Brasil S/A São João d’Aliança Manganês Inferida: 69.482 t Empresa de Mineração São Lourenço São João d’Aliança Manganês Medida: 28.485 t Indicada: 5.000 t Mineração São Domingos Ltda São Domingos Calcário dolomítico Registro de Licenciamento Ind. e Comércio Calcário São Domingos São Domingos Calcário dolomítico Registro de Licenciamento Cancelado Ind. e Comércio Calcário São Domingos São Domingos Calcário Registro de Licenciamento Cancelado FONTE: 6º Distrito Regional do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM NOTA: Títulos de lavra ocorridos até 1990. Tabela 2 Alvarás de Pesquisa em Vigor na Região Nordeste de Goiás MUNICÍPIOS Alto Paraíso de Goiás Colinas do Sul Cavalcante Flores de Goiás Guarani de Goiás Monte Alegre de Goiás Nova Roma São Domingos NÚMERO DE ALVARÁS 18 1 85 1 3 19 3 5 FONTE: 6º Distrito Regional do Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM NOTA – Alvarás existentes até 1990. 43% Mn 34% Mn Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 56 Geomorfologia A região nordeste do Estado de Goiás encontra-se no contato de vários domínios geomorfológicos. Suas feições são evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou, contrastando formas dissecadas e rebaixadas, interpostas a formas conservadas, que representam remanescentes da topografia mais antiga. É drenada pelos rios Paranã e Maranhão, formadores do Tocantins. A análise das formas de relevo, calcada no estudo das similitudes das formas, na altimetria relativa, além da interação litologia-estrutura, propiciou a confirmação e melhor delimitação de cinco domínios geomorfológicos (Figura 29), anteriormente identificados em mapeamentos do Projeto RADAMBRASIL, que serão descritos a seguir: - Planalto Central Goiano É limitado a norte e nordeste pela Depressão do Tocantins, a leste pelo Vão do Paranã e a sul e oeste estende-se além dos limites da área. Seus limites são marcados por diferenças litológicas, de altitude e de aspectos do relevo. Possuindo uma grande variedade de aspectos geomorfológicos, o domínio individualizase por dispor de uma grande variedade de formas de relevo intimamente relacionados à grande diversidade das rochas, que se encontram metamorfizadas e dobradas. Em face da sua complexidade, o domínio foi subdividido em duas regiões: Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros e Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba. - Planalto Goiás-Minas Na região nordeste de Goiás esse domínio tem apenas sua terminação norte. Seu relevo é constituído de planos elevados, contornados por escarpas que se conectam com os relevos rebaixados posicionados a norte. Este domínio possui uma única região geomorfológica, que foi identificada e denominada por Mauro, Dantas e Roso (1982) de Chapadões de Paracatu. É drenada por rios que entalharam vales profundos, adaptados às lineações estruturais, e seus leitos apresentam afloramentos rochosos. - Planaltos do Divisor São Francisco-Tocantins Distingue-se por se tratar de um conjunto de relevos altos com escarpas voltadas para oeste que marcam os limites do Estado de Goiás com o Estado da Bahia. Esse domínio compreende duas regiões geomorfológicas. O Chapadão Central, que corresponde aos relevos planos, conservados em litologias do Urucuia, que constituem a parte mais elevada. Os Patamares do Chapadão formam por sua vez um nível intermediário, entre o Chapadão Central e o nível mais baixo do Vão do Paranã. Predominam nesta região relevos cársticos, nos quais a rede de drenagem, aproveitando falhas e fraturas, construiu vales estruturais, grutas e pontes cársticas dentre outras formas comuns a esse tipo de relevo. - Depressões do Tocantins Definido em trabalhos anteriores do Projeto RADAMBRASIL, quando do mapeamento das Folhas SC.22 Tocantins, SD.22 Goiás e SD.23 Brasília, esse domínio está representado por áreas baixas com feições e relevos fracamente dissecados, que lhes conferem aspectos homogêneo. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 58 Suas altitudes máximas são encontradas nas áreas de contato com os planaltos, enquanto que as cotas mínimas encontram-se posicionadas junto à calha do rio Paranã nos limites com o Estado do Tocantins. A distribuição espacial, as diferenças litológicas e as características locais permitiram identificar três regiões geomorfológicas peculiares: Vão do Paranã, Pediplano do Tocantins e Depressões Intermontanas. - Áreas Aluviais Foi criado esse Domínio, no presente trabalho, por se tratar de uma área com características e dinâmica próprias. A paisagem põe em evidência, dentro das áreas rebaixada por dissecação, faixas alongadas que se caracterizam por seguirem os vales com largura variável, diretamente relacionadas à importância do curso de água. Essas planícies e terraços margeiam o rio Paranã e seus formadores pela margem direita. Posicionadas junto aos cursos de água e dispondo de topografia plana, estão sujeitas a inundações, ligadas à época das enchentes, quando ocorrem os excedentes pluviométricos na região. Solos Neste capítulo serão definidas as principais características das classes de solos citados na Legenda do Potencial Geoambiental e do Zoneamento Agroecológico, constatados em níveis significativos e que constituem as unidades de mapeamento, bem como os critérios usados para sua classificação e separação. Critérios e normas adotados para classificação dos solos. Na identificação e classificação de solos são considerados conceitos, critérios e procedimentos metodológicos extraídos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos – 3ª Aproximação (SNLCS, 1988), Manual de Descrição e Coleta de solo no Campo (SBCS/SNLCS, 1982), Normas e Critérios para Levantamentos Pedológicos (SNLCS, 1989), Critérios para Distinção de Classes de Solos e de Fases de Unidades de Mapeamento (SNLCS, 1988) e Manual Técnico de Pedologia (IBGE, 1989). Caracteres Álico, Distrófico e Eutrófico São identificados no horizonte B, no C quando não existe B, ou então no horizonte A de alguns solos, sobretudo dos solos Litólicos. Caráter álico – Indicativo de saturação por alumínio igual ou superior a 50%. Caráter distrófico – Caracteriza solos com saturação por bases e saturação por alumínio inferiores a 50%. Caráter eutrófico – Utilizado para identificar saturação por bases igual ou superior a 50%. Epi e endo – Prefixos que indicam a existência de alguma característica nos horizontes superficiais (p. ex. epiálico e epiconcrecionário) e subsuperficiais (p. ex. endoálico e endoconcrecionário). Argila de atividade alta (Ta) e de atividade baixa (Tb) Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 59 - Refere-se à capacidade de troca de cátions (valor T) da fração mineral. Atividade alta (Ta) designa valor igual ou superior a 24 meq./100 g de argila e atividade baixa (Tb) refere-se a valor inferior a 24 meq./100 g de argila, após correção referente ao carbono. A correção pode ser feita empregando-se o valor médio de 4,5 meq. De CTC por 1% de carbono orgânico, ou pelo método gráfico (Bennema, 1966), estabelecido especialmente para solos bem intemperizados. Para essa distinção é considerada a atividade das argilas no horizonte B, ou no C quando não existe B, sendo também levado em conta o horizonte A de alguns solos, especialmente para os solos Litólicos. Horizonte plíntico Denominação referente a horizonte caracterizado fundamentalmente pela presença de plintita 1 em quantidade igual ou superior a 15% e espessura de pelo menos 15 cm, conforme coloração especificada no Documento SNLCS nº 11 – Critérios para Distinção de Classes de Solos e de Fases de Unidade de Mapeamento. Latossólico – Utilizado para indicar que o solo apresenta características intermediárias para a classe Latossolo. Concrecionário – Caráter utilizado para solos que apresentam petroplintitas ao longo de todo o perfil, porém em proporções inferiores a 50% por volume da massa do solo. Tipos de horizonte A – Levando-se em consideração suas características de cor, textura, estrutura, consistência, espessura, teor de carbono orgânico, teor de p2 05 e saturação de bases, foram identificados os seguintes tipos: - turfoso: horizonte essencialmente orgânico, formado em decorrência de acumulação de resíduos vegetais depositados superficialmente sob condições de excesso de umidade. Possui coloração escura, constituindo camadas de acumulação relativamente espessa em solos orgânicos ou de espessura mais reduzida sobrejacente a horizontes minerais; - húmico: horizonte mineral superficial, rico em matéria orgânica, com teor de carbono orgânico igual ou superior a 1,0%, com espessura superior a 100 cm, admitindo-se, porém, menor espessura quando sobrejacente a um horizonte câmbico, e cores bastante escuras (croma e valor iguais ou inferiores a 3); - chernozêmico: horizonte mineral superficial, eutrófico, com estrutura suficientemente desenvolvida, de modo que não seja simultaneamente maciço e duro ou muito duro quando seco. Possui cores escuras, com croma inferior a 3,5 e valores iguais ou mais escuros que 3,5 quando úmido, ou 5,5 quando seco. Os teores de carbono são elevados e a espessura tem que ser pelo menos 18 cm e maior que 1/3 da espessura do solum, se este tiver menos que 75 cm; ou mais que 25 cm, se o solum tiver mais que 75 cm. - proeminente: horizonte mineral superficial que apresenta as mesmas propriedades relativas a cor, carbono orgânico, consistência, estrutura e espessura do horizonte A chernozêmico, diferindo deste essencialmente pela saturação de bases baixas, inferior a 50; - moderado: horizonte mineral superficial, com teores de carbono orgânico variáveis, espessura e cor que não satisfaçam àquelas requeridas para caracterizar um horizonte A 1 Formação constituída de mistura de argila, pobre em húmus e rica em ferro, com quartzo e outros materiais. É caráter inerente às formações dessa natureza transformarem-se irreversivelmente por consolidação, sob o efeito de ciclos alternados de hidratação e desidratação, resultando na produção de material concrecionário ferruginoso semiconsolidado ou consolidado – ironstone, denominado petroplintita. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 60 chernozêmico ou proeminente, além de não satisfazer também os requisitos para caracterizar um A turfoso e fraco; e - fraco: horizonte superficial com teores de carbono orgânico inferiores a 0,58%, cores claras, com valores superiores a 5 quando úmido e com estrutura fracamente desenvolvida, maciça ou em grãos simples. Classes texturais – De acordo com a composição granulométrica da fração terra fina seca ao ar, com diâmetro inferior a 2 mm, foram consideradas as seguintes classes texturais na região: - textura arenosa: compreende as classes texturais areia e areia fraca; - textura média: classes texturais que apresentam menos de 35% de argila e mais de 15% de areia, excluindo as classes texturais areia e areia franca; - textura argilosa: compreende classes texturais, ou parte delas, tendo na composição granulométrica de 35 a 60% de argila; e - textura indiscriminada: utilizada quando não foi possível indicar a qual das classes texturais citadas anteriormente pertence o solo. Para subdivisão das classes de solos segundo a textura, considera-se o teor de argila dos horizontes B e/ou C, levando-se em conta também a textura do horizonte A para algumas classes de solos, sobretudo solos Litólicos. Para as classes de solos com grande variação textural entre os horizontes foram consideradas as classes texturais dos horizontes superficiais e subsuperficiais, sendo as designações feitas sob a forma de fração: Ex.: argilosa/muito argilosa. Presença de cascalho – Foram utilizadas as seguintes denominações para indicar a presença de cascalhos (fração grosseira com diâmetro entre 2 e 20 mm) no solo, em função de suas percentagens: - muito cascalhento: indica presença de cascalho em percentagem superior a 50% na maioria dos horizontes do perfil; - cascalhento: quando o solo apresenta de 15 a 50% de cascalho na maioria dos horizontes do perfil; e - com cascalho: percentagem de cascalho variando entre 8 e 15% na maioria dos horizontes do perfil. Profundidade do solo – Termo empregado para designar condições de solo nos quais um contato lítico ou litóide ou nível de lençol de água permanente ocorre, conforme limites especificados a seguir: raso ( 50 cm de profundidade); pouco profundo (>50 cm e 100 cm de profundidade); profundo (>100 cm e 200 cm de profundidade); e muito profundo (>200 cm de profundidade). Classes de relevo – Com o objetivo principal de fornecer subsídios ao estabelecimento das limitações dos solos com relação ao emprego de implementos agrícolas e à suscetibilidade à erosão, foram usadas as seguintes classes: - plano: desníveis pequenos, com declividades inferiores a 3%; - suave ondulado: declives suaves entre 3 e 8%; - ondulado: declives acentuados entre 8 e 20%; - forte ondulado: declives fortes entre 20 e 45%; - montanhoso: declives fortes e muito fortes de 45 a 75%; e Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 61 - escarpado: declives maiores que 75%. Fase pedregosa – Denominação atribuída a determinadas classes de solos que apresentam proporções significativas de calhaus (2-20 cm de diâmetro) e matacões (20-100 cm de diâmetro) na superfície e/ou na massa do solo, funcionando como fator restritivo ao uso de implementos agrícolas. Classes de drenagem – Referem-se à quantidade (volume) e rapidez com que a água recebida pelo solo se escoa por infiltração e escoamento superficial. As classes de drenagem distinguidas são qualificadas conforme especificações a seguir: - expressivamente drenado: a água é removida do solo muito rapidamente; os solos com esta classe de drenagem são de textura arenosa; - fortemente drenado: a água é removida rapidamente do solo; os solos desta classe de drenagem são muito porosos de textura média a arenosa e bem permeáveis; - acentuadamente drenado: a água é removida rapidamente do solo; os solos com esta classe de drenagem são normalmente de textura argilosa a média, porém sempre muito porosos e bem permeáveis; - bem drenado: a água é removida do solo com facilidade, porém não rapidamente; os solos com esta classe de drenagem comumente apresentam textura argilosa ou média, não ocorrendo normalmente mosqueado de redução, entretanto, quando presente, o mosqueado localiza-se a grande profundidade; - moderadamente drenado: a água é removida do solo um tanto lentamente, de modo que o perfil permanece molhado por uma pequena, porém significativa parte do tempo. Os solos com esta classe de drenagem comumente apresentam uma camada de permeabilidade lenta no solum ou imediatamente abaixo dele. O lençol freático acha-se imediatamente abaixo do solum ou afetando a parte inferior do horizonte B, por adição de água através de translocação lateral interna ou alguma combinação dessas condições. Podem apresentar algum mosqueado de redução na parte inferior do B ou no topo do mesmo, associado à diferença textural acentuada entre A e B; - imperfeitamente drenado: a água é removida do solo lentamente, de tal modo que permanece molhado por período significativo, mas não durante a maior parte do ano. Os solos com esta classe de drenagem comumente apresentam uma camada de permeabilidade lenta no solum, lençol freático alto, adição de água através de translocação lateral interna ou alguma combinação destas condições. Normalmente apresentam algum mosqueado de redução no perfil, notando-se na parte baixa indícios de gleização; - mal drenado: a água é removida do solo tão lentamente que este permanece molhado por uma grande parte do ano. O lençol freático comumente está à superfície ou próximo dela durante uma considerável parte do ano. As condições de má drenagem são devidas ao lençol freático elevado, camada lentamente permeável no perfil, adição de água através de translocação lateral interna ou alguma combinação destas condições. É freqüente a ocorrência de mosqueado no perfil e características de gleização; e - muito mal drenado: a água é removida do solo tão lentamente que o lençol freático permanece à superfície ou próximo dela durante a maior parte do ano. Solos com drenagem desta classe usualmente ocupam áreas planas ou depressões, onde há freqüentemente estagnação de água, sendo comuns nos solos desta classe características de gleização e/ou acúmulo, pelo menos superficial, de matéria orgânica. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 62 Descrição das classes de solos São abordadas as características principais das classes de solos ocorrentes na área em estudo, bem como alguns aspectos considerados relevantes do ponto de vista da utilização agropastoril. - Latossolo Vermelho-Escuro álico e distrófico Esta classe compreende solos minerais, não hidromórficos, muitos profundos, com horizonte A moderado e horizonte B latossólico. Apresentam baixo gradiente textural, mostrando a distribuição homogênea da argila ao longo dos perfis, bem como sua pouca mobilidade por eluviação. A seqüência de horizontes é A, B e C com diferenciação pouco nítida devido à pequena variação de suas características morfológicas. São solos porosos, com alto grau de floculação, acentuadamente drenados, textura argilosa e muito argilosa, ocupando relevos com declives que variam de 0 a 8% (plano a suave ondulado). Apresentam estrutura fraca, pequena e muito pequena granular. Como características químicas, apresentam baixa capacidade de troca de cátions (valor T < 13 meq.) em decorrência da fração coloidal ser constituída, principalmente, de argilo-minerais do grupo caulinita, sesquióxidos, quartzo e outros minerais resistentes ao intemperismo. Os teores de silte são baixos, a relação silte/argila é inferior a 0,7 na maioria dos suborizontes do B, em virtude do avançado grau de intemperismo destes solos, originados de coberturas detrítico-lateríticas. Os teores de ferro, provenientes do ataque sulfúrico, variam desde 8 a 18%, apresentando cores, quando úmidas, com matriz mais vermelho que 4YR, croma 4,5 e valor 6. Quanto à fertilidade natural, são solos álicos (saturação por alumínio (saturação por alumínio e bases < 50%). 50%) e distróficos Possuem forma de relevo e propriedades físicas favoráveis à utilização agrícola, entretanto, por apresentarem problemas críticos quanto à deficiência de elementos nutritivos, o pleno uso está condicionado ao emprego de técnicas modernas para a elevação da fertilidade natural e correção da acidez. Outro fator limitante destes solos é a deficiência de água, pois na região a duração do período seco oscila entre 5 e 6 meses e possui como agravante o fato de apresentar a interrupção do período de chuvas estivais, conhecida como veranico. São as áreas mais utilizadas na região, com culturas de soja (principalmente), arroz e milho. - Latossolo Vermelho-Amarelo álico e distrófico São solos minerais, não hidromórficos, muito profundos, com B latossólico apresentando seqüência de horizontes A, B e C e características morfológicas, físicas e químicas muito semelhantes aos Latossolos Vermelho-Escuros, descrito anteriormente, aos quais ocorrem, geralmente, fisiograficamente associados. Diferem, entretanto, quanto à cor, onde predominantemente possuem cores mais claras, normalmente com matriz >2,5YR, valor >4,5 e croma 6, quando úmido, e teores de ferro mais baixo, comumente entre 7 e 11%. Ocupa áreas aplainadas em praticamente toda a região, apresentando textura argilosa e média e horizonte A moderado e fraco. As características demonstram que estes solos são formados segundo um processo que envolve severo intemperismo do material originário, acentuada drenagem, alta lixiviação de bases, pouca eluviação de argila e baixa acumulação de matéria orgânica nos horizontes Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 63 superficiais. Possuem viabilidade de uso agropecuário semelhante aos Latossolos VermelhoEscuros. - Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico Compreende solos minerais, profundos, bem drenados, não hidromórficos, com B textural de coloração predominante vermelho-escura, com matriz 10R e valor e croma variando de 3 a 4. Assemelham-se à Terra Roxa Estruturada, diferindo desta apenas quanto ao material de origem, pois não são derivados de rochas básicas, estando relacionados a litologias calcárias, com possíveis influências de material coluvionar. O horizonte B caracteriza-se pelo acúmulo de argila translocada dos horizontes superficiais, estando geralmente suas unidades estruturais revestidas por películas de argila (cerosidade). Apresenta estrutura do tipo moderada a forte em blocos subangulares e cerosidade comum e abundante e moderada a forte. A textura é argilosa e argilosa/muito argilosa. De modo geral apresentam argila de atividade baixa (<24 meq./100 g de argila). O horizonte A, do tipo moderado ou chernozêmico, é freqüentemente subdividido em A e AB e o horizonte Bt, subdividido em Bat, Blt, B2t, B3t e BC. Para esta classe foram constatados somente solos eutróficos (saturação por bases 50%) devido aos altos teores de cálcio + magnésio, proveniente da decomposição do calcário do Grupo Bambuí. A simples prática de adubação com fins de suprir o solo da carência de N, P e K e alguns micronutrientes, pode elevar consideravelmente o seu potencial produtivo, tornando-os capazes de apresentar excelentes resultados com qualquer tipo de agricultura. Representam a área de maior potencial agrícola dentro da região nordeste. Quando ocorrem em relevo ondulado, há alguns problemas no tocante à mecanização, pois para os declives mais fortes a utilização de determinados tipos de maquinária ficará restringida, ao mesmo tempo em que deverão ser executadas práticas conservacionistas para o controle da erosão. Ocorrem sob relevo que varia de plano a ondulado no Vão do Paranã. - Podzólico Vermelho-Escuro latossólico eutrófico São profundos, bem drenados, argilosos e muito argilosos, diferindo do Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico, anteriormente descrito, por apresentarem subjacente ao horizonte B textural, um horizonte B latossólico. A parte superior do horizonte B apresenta-se com consistência firme quando úmido com estrutura em blocos, recobertos por cerosidade variável. De maneira inversa, a parte inferior deste horizonte apresenta-se muito friável quando úmido e a estrutura é do tipo ultrapequena granular, sem ocorrer cerosidade. Quanto às possibilidades de uso agropecuário, são semelhantes às descritas para a classe Podzólico Vermelho-Escuro. Ocorrem sob relevo plano e suave ondulado e têm pequena expressão no Vão do Paranã, ocorrendo apenas como componente subdominante. - Podozólico Vermelho-Amarelo distrófico e eutrófico Esta classe compreende solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural, apresentando significativas diferenças entre os horizontes A e Bt. São geralmente profundos, ocorrendo alguns casos pouco profundos, com classe textural no horizonte superficial média e argilosa sobre argilosa e muito argilosa, podendo apresentar cascalhos no volume da massa do solo. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 64 Possuem seqüência de horizontes A, Bt e C com distinta individualização decorrente das acentuadas diferenças de textura, cor e estrutura. O horizonte A é freqüentemente do tipo moderado e a transição é gradual ou clara para o horizonte Bt. O Bt é bem estruturado, com cerosidade moderada a forte revestindo os elementos estruturais que são constituídos por blocos subangulares e angulares de desenvolvimento moderado a forte ocorrendo ocasionalmente estrutura do tipo granular. Na área em estudo, compreendem solos distróficos (saturação por alumínio e bases <50%) e eutróficos (saturação por bases 50%). Os distróficos ocorrem sob relevo suave ondulado e ondulado no extremo oeste da área e norte de Nova Roma, sendo sua utilização agrícola limitada pela fertilidade natural, deficiência de água e suscetibilidade à erosão. São originados da decomposição de rochas do Grupo Bambuí e de coberturas detrítico-lateríticas. Os eutróficos ocorrem sob relevo que varia de plano a suave ondulado próximo às cidades de Nova Roma, Posse, Mambaí e Damianópolis e são originados de coberturas detrítico-lateríticas com influência da decomposição do calcário. Para sua utilização agrícola, apresentam limitações devido à má distribuição das precipitações; quando ocorrem em relevo ondulado dificultam a mecanização e tornam-se mais suscetíveis à erosão, necessitando de práticas conservacionistas. As ocorrências em relevo plano e suave ondulado são as mais indicadas para o uso intensivo na agricultura e pecuária e, sendo de fertilidade natural elevada, necessitam de pouca adubação. A calagem é dispensável, em decorrência da baixa acidez e baixa saturação por alumínio trocável. - Podzólico Vermelho-Amarelo latossólico eutrófico Diferem dos Podzólicos Vermelho-Amarelos, descritos anteriormente, por apresentarem características intermediárias para Latossolos. Possuem estrutura fraca pequena em blocos subangulares ou fraca pequena granular e textura muito argilosa. Apresentam um horizonte B textural, porém são mais profundos do que os Podzólicos Vermelho-Amarelos, com menor diferenciação de horizontes e usualmente com menor gradiente textural do que os Podzólicos típicos. Possuem altos valores de soma e saturação por bases, isto é, são eutróficos. O alumínio trocável, freqüentemente é igual a zero. São utilizados, predominantemente, com pastagem cultivada, porém, corrigidas as suas limitações quanto a alguns nutrientes (ex. N, P, K), se prestam bem a qualquer cultura climaticamente adaptada, em virtude de suas boas condições físicas e ocorrem sob relevo favorável à mecanização. Ocorrem associados, em caráter de subdominância, aos Podzólicos Vermelho-Amarelos eutróficos. - Cambissolo álico, distrófico e eutrófico São solos minerais não hidromórficos, bem a moderadamente drenados, pouco profundos a profundos, caracterizados por apresentarem um horizonte B incipiente ou câmbico, em que alguns minerais primários facilmente intemperizáveis ainda estão presentes. Não há acumulação de argila em qualquer parte do perfil, e o teor de silte é, em alguns perfis, superior ao teor de argila no horizonte B. A seqüência de horizontes, com mais freqüência nestes solos é A, (B) e C, com transições claras e graduais, com o horizonte A do tipo moderado, raras vezes chernozêmico. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 65 São solos de textura argilosa e média, concrecionários e não-concrecionários, cascalhentos e não-cascalhentos, pedregosos e não-pedregosos. Podem ser álicos, distróficos e eutróficos, isto é, apresentam alta saturação por alumínio (álicos), baixa saturação por bases (distróficos) e alta saturação por bases (eutróficos). Os eutróficos podem apresentar argila de atividade alta, isto é, possuem valor T (capacidade de troca de cátions) > 24 meq./100 g de argila, após correção para carbono. Os álicos e distróficos apresentam argila de atividade baixa (valor T < 24 meq./100 mg de argila). Ocorrem em áreas de relevo variando de plano a forte ondulado distribuídos por toda a região, sendo que os eutróficos, ricos em cálcio + magnésio provenientes da decomposição de calcários do Grupo Bambuí, se localizam na porção leste da área, enquanto os álicos e distróficos são originados de rochas pelíticas da mesma unidade geológica. Possuem como limitações ao uso agrícola a fertilidade natural (caso dos álicos e distróficos), o impedimento ao uso de implementos agrícolas (caso de presença de cascalhos, pedras e/ou concreções), a suscetibilidade à erosão (caso de solos que ocorrem sob relevo movimentado) e o déficit hídrico. Estão associados geralmente aos solos Litólicos, Podzólicos Vermelho-Amarelos e Latossolos Vermelho-Amarelos. - Plintossolo álico Trata-se de uma classe nova de solo, proposta e utilizada inicialmente pelo Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos (EMBRAPA-SNLCS), que visa a incluir os solos anteriormente classificados como Laterita Hidromórfica, parte dos Podzólicos VermelhoAmarelos plínticos e parte dos Hidromórficos Cinzentos. São solos hidromórficos minerais, profundos e pouco profundos, imperfeitamente drenados, de baixa permeabilidade, que se caracterizam principalmente pelas cores de oxidação e redução, devido à oscilação do lençol fréatico, geralmente alto nas áreas de ocorrência destes solos e pela presença de plintita, petroplintitas e cascalhos de quartzo com aderência ferruginosa a partir de aproximadamente 40 a 50 cm da superfície dos horizontes B e C. A plintita apresenta consistência branda quando se encontra o solo constantemente saturado com água, mas que endurece irreversivelmente (petroplintitas) quando em condições especiais de umedecimento e ressecamento, ocorrendo neste caso os Plintossolos endoconcrecionários. São típicos de locais aplainados e baixos, próximos à planície de inundação do rio Paranã e se originam de sedimentos quaternários. Apresentam seqüência de horizontes A, Bpl e C de textura indiscriminada. O horizonte B é geralmente do tipo textural, onde ocorre aumento relativo de argila, ocorrendo também o tipo de horizonte B latossólico. Possuem baixa fertilidade natural (são álicos) e outras limitações como excesso de água, dificultando a mecanização e consequentemente sua exploração agrícola. Assim, a exploração destes solos dependerá do emprego de técnicas modernas que possibilitem a diminuição ou eliminação de suas limitações naturais. Para isso são necessárias a adição de corretivos e fertilizantes, e principalmente, a construção de canais de drenagem com o objetivo de controlar o nível do lençol freático e inundações temporárias, possibilitando a utilização de implementos e máquinas agrícolas. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 66 Próximo a Flores de Goiás ocorre a utilização destes solos com o arroz irrigado por inundação. - Gleissolo álico compreendem solos hidromórficos, pouco profundos a profundos, pouco desenvolvidos, mal e muito mal drenados e pouco permeáveis. Apresentam seqüência de horizontes A e Cg. O horizonte superficial é proeminente ou moderado, seguido de camadas minerais estratificadas com alto grau de gleização, de coloração acinzentada ocasionada pela forte redução de ferro, devido à presença do lençol freático próximo ou na superfície, durante alguns meses do ano. São álicos (saturação por alumínio 50%), possuem argila de atividade baixa e textura média, ocorrendo em várzeas e veredas, da área, sendo desenvolvidos de sedimentos recentes de natureza variada referentes ao Holoceno. Estas áreas não apresentam condições favoráveis ao uso agrícola, por apresentarem características inadequadas e constituírem, nesta região, ambientes recomendáveis à preservação. - Areias Quartzosas Hidromórficas álicas Esta classe compreende solos hidromórficos minerais, areno-quartzosos, pouco desenvolvidos, imperfeitamente ou mal drenados, que possuem na fração areia mais de 95% de quartzo. Apresentam perfis dos tipos A e C e englobam as classes texturais, areia e areia franca. O horizonte superficial é do tipo moderado, proeminente, turfoso ou húmico e o C podendo ser subdividido em vários suborizontes. Diferem das Areias Quartzosas por apresentarem o lençol freático próximo à superfície durante algum período do ano, ou presença de hidromorfismo ao longo do perfil, como mosqueados e indícios de gleização (redução do óxido de ferro). São originados de depósitos aluvionares holocênicos, ocorrendo associados em caráter de subdominância às Areias Quartzosas e aos Gleissolos. Ocorrem solos de caráter álico, que apresentam alta saturação por alumínio 50%. São utilizados com pastagens extensivas usando a própria vegetação natural e algumas culturas de subsistência, aproveitando as maiores concentrações de umidade e matéria orgânica. Por requererem altos investimentos, não são muito utilizados para fins agrícolas. - Solos Orgânicos álicos Compreendem solos hidromórficos, essencialmente orgânicos, constituídos por resíduos vegetais fibrosos, apresentando coloração preta a cinza muito escuro, com elevado conteúdo de matéria orgânica. São muito mal drenados, fortemente a extremamente ácidos, estando sob condições permanentes de encharcamento, acarretando uma lenta decomposição da matéria orgânica. Apresentam um horizonte A do tipo turfoso, seguido de várias camadas constituídas por material orgânico em diversos estágios de decomposição. São álicos, isto é, apresentam alta saturação por alumínio. Originam-se a partir de deposições recentes de resíduos provenientes da decomposição de vegetação hidrófila em ambiente palustre. Sua utilização agrícola restringe-se ao aproveitamento da própria vegetação natural como pastagem. Para um melhor aproveitamento seriam necessárias obras de drenagem, maciça Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 67 incorporação de calcário e adubações químicas e, se bem manejados, poderão adaptar-se muito bem à olericultura, principalmente. Possuem pequena ocorrência na região e estão associados em caráter de subdominância aos Gleissolos. - Areias Quartzosas álicas e distróficas São solos minerais, não hidromórficos, de textura arenosa, muito profundos, excessivamente drenados, de baixa fertilidade natural com saturação por bases e alumínio < 50% (distróficos) e saturação por alumínio 50% (álicos), formados por material arenoso virtualmente destituído de minerais facilmente imtemperizáveis. Apresentam seqüência de horizontes A e C, apresentando horizonte superficial do tipo A fraco e moderado. A pouca diferenciação existente entre os horizontes é devido à pequena variação das suas características morfológicas, podendo-se salientar alguma diferença de cor, um pequeno aumento do teor de argila com a profundidade e teores mais elevados de matéria orgânica no horizonte superficial. Ocorrem a leste da área, entre o Vão do Paranã e a Serra Geral de Goiás, sob relevo plano e suave ondulado e são originados da meteorização do Arenito Urucuia. Como limitações ao uso agrícola, além da baixa fertilidade natural, possuem baixa retenção de umidade, são excessivamente drenados e apresentam granulometria com altos teores de areia. Sua utilização está restrita à pecuária com aproveitamento das espécies nativas (pastagem natural) ou plantio de brachiária, bem como extrativismo vegetal ordenado. Estão associados com maior freqüência aos Latossolos Vermelho-Amarelos textura média. - Solos Aluviais eutróficos São solos não hidromórficos, pouco desenvolvidos, originados de deposições fluviais recentes, constituídos por camadas estratificadas sem nenhuma relação pedogenética entre si. Suas características morfológicas tais como coloração, estrutura e textura são muito variáveis, dependendo da natureza dos sedimentos originários. São profundos a muito profundos, podendo apresentar mosqueado ou horizontes gleizados em profundidade, principalmente se o sedimento for de natureza argilosa. São predominantemente eutróficos (saturação por bases 50%) e ocorrem nas planícies de inundação do rio Paranã e afluentes, sob relevo plano, ocorrendo associados aos Gleissolos e Plintossolos. Sob o ponto de vista de utilização agrícola, requerem cuidados especiais, pois estão sujeitos à inundação; são aproveitados principalmente para cultivos de culturas básicas de ciclo curto, bem como pastagens plantadas e pecuária extensiva em meio à vegetação natural. De acordo com o código florestal, parte destes solos devem ser preservados com sua vegetação natural, por estarem próximo ao leito de rios. - Solos Litólicos álicos, distróficos e eutróficos São solos minerais rasos (<50 cm) e muito pouco desenvolvidos, que apresentam seqüência de horizontes A e C ou A sobre a rocha matriz. Em alguns perfis, constatou-se a presença do início de formação de horizonte B incipiente. Apresentam o horizonte A dos tipos fraco, moderado, proeminente e chernozêmico, com textura arenosa, média e argilosa. Normalmente apresentam pedregosidade, cascalhos e concreções relacionados principalmente Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 68 com a natureza do material originário e estão freqüentemente associados a Cambissolos e Podzólicos, quando em relevo montanhoso, e escarpado a afloramentos rochosos. Na região em estudo, os solos litólicos são álicos, distróficos e eutróficos e ocorrem em relevo variando de plano a escarpado. Os álicos e distróficos estão relacionados principalmente aos arenitos, quartzitos, filitos e siltitos das diversas formações geológicas existentes na área. Os eutróficos relacionam-se aos calcários do Grupo Bambuí. Em virtude do relevo, profundidade efetiva, impedimento físico, suscetibilidade à erosão e baixa fertilidade natural (álicos e distróficos), torna-se geralmente inviável a sua exploração agrícola. Os eutróficos quando ocorrem em relevo pouco movimentado são utilizados com pastagens plantadas e culturas anuais. As áreas que apresentam as limitações citadas foram indicadas à preservação da flora e fauna. - Petroplínticos álicos e distróficos Esta classe é caracterizada principalmente por solos que apresentam quantidade significativa de materiais grosseiros, de formas e tamanhos variáveis, com predominância de petroplintitas, além de fragmentos quartzosos e material pelítico em diferentes estágios de decomposição, os quais constituem normalmente mais de 50% da decomposição do solo. São de texturas variáveis (indiscriminados) apresentando horizonte B textural ou B latossólico, argila de atividade baixa, provenientes de coberturas detrítico-lateríticas. São solos com saturação por alumínio 50% (álicos) e saturação por base e alumínio < 50% (distróficos). Apresentam seqüência de horizontes Acn, Bcn e C ou Ccn, com horizonte A dos tipos fraco e moderado. São mais freqüentes ao sul da unidade mapeada, ocorrendo nas partes ligeiramente mais altas do que as várzeas, associados aos Plintossolos e Latossolos Vermelho-Amarelos. O termo indiscriminado foi utilizado em algumas unidades de mapeamento desta classe, em razão da grande variedade de características, tais como: textura, tipo de horizonte B, cascalhos, concreções, etc., encontradas dentro de uma mesma unidade e sua discriminação não compatibiliza com o nível da escala deste trabalho. A utilização destes solos é bastante limitada, uma vez que a natureza, quantidade e tamanho dos materiais grosseiros constituem fator restritivo ao uso de implementos agrícolas, penetração de raízes, retenção de água, e, considerando-se ainda a baixa fertilidade natural, não são indicados para utilização agrícola. Na região, o uso com pastagens foi a forma de aproveitamento constatada. Fertilidade natural dos solos Grande parte dos solos da região são ácidos e, como principal conseqüência, pode ocorrer a presença de alumínio em quantidades tóxicas para as culturas. No geral, estes solos guardam uma característica comum, ou seja a pobreza em nutrientes disponíveis às plantas, apresentando baixa a muito baixa produtividade para a maioria das culturas, quando cultivadas sem as devidas correções e fertilizações. Ao lado dessa deficiência nutricional generalizada, existem solos originados do calcário que possuem altos teores de cálcio + magnésio, que no geral não apresentam alumínio trocável, havendo ocasionalmente teores inferiores a 0,3 meq./100 g de solo. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 69 A distribuição dos solos da região quanto à fertilidade natural foi elaborada com o uso dos parâmetros saturação por alumínio e saturação por bases, que possibilitaram classificar os solos em álicos, distróficos ou eutróficos. Um solo é distrófico quando mais da metade de sua capacidade de troca é saturada por alumínio2 e hidrogênio, isto é, as bases3, como cálcio, magnésio, potássio, constituem menos de 50% da soma de cálcio, magnésio, potássio, sódio, alumínio e hidrogênio juntos. O alumínio, por outro lado, ocupa menos de 50% da capacidade de troca. O solo é álico quando mais de 50% da sua capacidade de troca é saturada por alumínio. O solo é eutrófico quando as bases como cálcio + magnésio + potássio + sódio ocupam mais de 50% da capacidade de troca. Quadro 1 DISTRIBUIÇÃO DOS SOLOS QUANTO À FERTILIDADE NATURAL PARÂMETROS Saturação por ÁLICOS DISTRÓFICOS EUTRÓFICOS <50% <50% 50% 50% <50% <50% bases Saturação Por alumínio Os solos da região foram enquadrados em 4 (quatro) classes de fertilidade natural (Figura 30): 1 – Média a alta fertilidade natural (solos eutróficos). Abrange aproximadamente 8.416 km2 , correspondendo a 21,7% da área total mapeada. 2 – Baixa fertilidade natural (solos distróficos). Abrange aproximadamente 4.654 km2 , equivalendo a 12,0% da área total mapeada. 3 – Muito baixa a baixa fertilidade natural (solos álicos e distróficos). Abrange aproximadamente 3.956 km2 , equivalendo a 10,2% da área total mapeada. 4 – Muito baixa fertilidade natural (solos álicos). Abrange aproximadamente 20.518 km2 , correspondendo a 52,9% da área total mapeada. 2 3 Saturação por alumínio = Al x 100/Al + S. A soma de bases: cálcio + magnésio + potássio + sódio é chamada de S. A saturação de bases (valor V%) = S x 100/T. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 71 - Avaliação da necessidade de calagem dos solos A grande maioria dos solos da região nordeste do Estado de Goiás apresenta acidez elevada, alta saturação por alumínio, baixa disponibilidade de quase todos os nutrientes essenciais, notadamente fósforo, cálcio, magnésio, enxofre, potássio, zinco e boro. O cálcio + magnésio estão presentes com teores altos, em parte dos solos da área (Figura 31). Dentre as mais diversas práticas agrícolas para colocar estes solos no processo produtivo, a calagem ocupa lugar de destaque, sendo vários os exemplos de resposta altamente positivas ao seu emprego nos mais diferentes tipos de solos, com as mais diferentes culturas. Dentre os corretivos, os calcários são os mais utilizados na prática da calagem, possuindo como constituintes químicos principais os carbonatos de cálcio e de magnésio. O mais indicado para a região dos Cerrados, com solos deficientes em Mg, é o dolomítico, por possuir maior teor desse nutriente. Isso não impede a utilização de calcário calcítico, desde que se adicione magnésio ao solo, na forma de sulfato de magnésio, termofosfatos magnesianos e outros. Para determinar a quantidade de calcário a ser adicionada para neutralizar o alumínio trocável, doses de calcário são incorporadas aos solos com base em equivalentes químicos, como múltiplos da quantidade de alumínio trocável (Quadro 3). A fórmula usada no Estado de Goiás é: (meq. A /100 ml x 2) + [2 – meq. (Ca + Mg/100 ml)] = Toneladas de calcário/há. Este método é satisfatório, quando o objetivo é neutralizar o alumínio e fornecer cálcio + magnésio para as culturas, pois o alumínio é um dos principais componentes de acidez desses solos. Estudos indicam que, para algumas culturas a necessidade de calcário estimada pelo método SMP, baseado em solução tamponada (em uso nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e que recomenda o dobro da dose do método adotado em Goiás), com o objetivo de atingir o pH em água de 5,5 ou 6,0, permite obter maiores produtividades. As recomendações de calcário feitas pelos laboratórios são para aqueles com Poder Relativo de Neutralização total – PRNT – de 100%. Portanto, deve-se, calcular a quantidade final necessária, em função de seu PRNT. Os parâmetros que devem ser observados para avaliar a necessidade de reaplicação do calcário são a saturação por alumínio (quando superior a 20%, deve-se proceder nova calagem) e o teor de Ca + Mg (quando inferior a 2 meq./100 g do solo, deve-se proceder nova calagem). A quantidade de calcário necessária, nesses casos, é, em geral, menor do que a quantidade aplicada por ocasião da primeira calagem. O método utilizado em Goiás é mais adequado ao nível atual de tecnologia aplicado pela maioria dos agricultores, além de necessitar de menores investimentos a curto prazo e propiciar menores problemas, em termos de possíveis desbalanços de micronutrientes em solos com baixas reservas destes no material de origem e/ou altamente intemperizados, em face das menores doses recomendadas. Embora a calagem seja a prática recomendada para o controle da acidez do solo, há situações em que se recomenda a prática de combinação da calagem com o cultivo de plantas tolerantes à acidez (Goedert, EMBRAPA, 1985). Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 73 No Quadro 2 são relacionadas algumas variedades e espécies de culturas e forrageiras consideradas adaptáveis aos solos ácidos dos Cerrados. Quadro 2 ALGUMAS CULTURAS E SUAS VARIEDADES ATUALMENTE CONSIDERADAS IMPORTANTES PARA OS SOLOS ÁCIDOS DOS CERRADOS CULTURA VARIEDADE Andropogon gayanus Forrageiras Stylosanthes bracteata Stylosanthes capitata Brachiaria decumbens Trigo Soja BH – 1146 IAC – 5 IAC – 2 V x 5.281-5 Rico pardo 896 Feijão Rico baio 1014 Carioca 1030 Arroz Sorgo Pratão precoce IAC – 47 Taylor Evans CMS 14 Milho CMS 153 (linhagem) CMS 297 (linhagem) FONTE: GOEDERT, W.J., EMBRAPA, 1986. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 74 Quadro 3 GUIA DE AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE DE CALAGEM DOS SOLOS GRUPOS DE SOLOS CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DOS SOLOS FERTILI DADE ÁREA 2 KM % Solos sem necessidade de calcário como corretivo, eventualmente necessitando para suprimento de cálcio + magnésio. Englobam solos eutróficos (saturação por bases 50%). 1 Alumínio trocável – normalmente 0 (zero), ocasionalmente até 0,3 mE/100 g de solo. Saturação por alumínio – normalmente 0 (zero) %, ocasionalmente até 25%. Cálcio + magnésio – valores normalmente superiores a 4,0 mE/100 g de solo (ocorrendo valores >20 mE/100 g de solo), ocasionalmente de 0,3 a 4,0 mE/100 g de solo. Média a Alta 8 416 21,7 Baixa 4 654 12,0 Muito Baixa a Baixa 3 956 10,2 Muito Baixa 20 518 52,9 Solos com necessidade de calcário como corretivo e para suprimento de cálcio + magnésio. Englobam solos distróficos (saturação por bases <50% e saturação por alumínio <50%). 2 Alumínio trocável – normalmente de 0,3 a 0,7 mE/100 g de solo, com valores extremos até 3,8 mE/100 g de solo, ocasionalmente 0 (zero). Saturação por alumínio – abaixo de 50%, normalmente entre 18 e 30%, ocasionalmente 0 (zero) %. Cálcio + magnésio – valores normalmente de 0,7 a 1,7 mE/100 g de solo. Solos com necessidade de calcário como corretivo e para suprimento de cálcio + magnésio. Englobam solos álicos e distróficos (álicos: saturação por alumínio 50% e distróficos: saturação por alumínio e bases <50%). 3 Alumínio trocável – normalmente de 0,3 a 2,2 mE/100 g de solo, com valores extremos até 5,0 mE/100 g de solo. Saturação por alumínio – varia de 0% (eventualmente) a >50%, normalmente >18%, nos solos distróficos e superior a 50% nos solos álicos. Cálcio + magnésio – valores normalmente de 0,1 a 1,7 mE/100 g. Solos com necessidade de calcário como corretivo e para suprimento de cálcio + magnésio. Englobam solos álicos (saturação por alumínio 50%). 4 Alumínio trocável – normalmente de 0,5 a 2,2 mE/100 g de solo, com valores extremos até 6,0 mE/100 g de solo. Saturação por alumínio - 50%. Cálcio + magnésio – valores normalmente de 0,1 a 1,6 mE/100 g de solo. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 75 A aplicação de calcário é benéfica para a maioria das plantas cultivadas por um ou mais dos seguintes fatores: - redução da toxidez de alumínio e manganês; - aumento na atividade microbiana; - eliminação da deficiência de cálcio e magnésio; - aumento na fixação simbiótica de nitrogênio; - aumento na disponibilidade de fósforo e molibdênio; e - auxílio na manutenção das condições físicas ideais. Para estimativa dos parâmetros, usaram-se nos solos pouco profundos, profundos e muito profundos os valores médios dos resultados analíticos das amostras na profundidade entre 0-100 cm, e nos solos rasos toda a profundidade do perfil. Os dados analíticos aqui representados fazem parte dos Levantamentos de Solos realizados na área, efetuados pelo Projeto RADAMBRASIL, escala 1:1.000.000, Levantamento de Reconhecimento de Média Intensidade dos Solos da Margem Direita do rio Paranã – GO, escala 1:300.000, Convênio EMBRAPA/SNLCS-SUDECO e do Zoneamento Geoambiental e Agroecológico da Região Nordeste do Estado de Goiás, Convênio SEPLAN/IBGE. - Terras para irrigação Procurando dar mais subsídios ao uso racional das terras da região nordeste de Goiás, foi elaborada uma classificação dos solos para irrigação. As especificações ou critérios para a classificação foram elaborados a partir dos dados do Levantamento Exploratório de Solos da Região Nordeste do Estado de Goiás, baseando-se como princípio de julgamento nos critérios restritivos do uso das terras. Assim, procurou-se eliminar as áreas que não apresentem requisitos mínimos para a cultura irrigada, deixando as outras para serem estudadas posteriormente. As restrições de uso para a agricultura irrigada são dependentes das deficiências nas características de solos, topografia e drenagem (Quadro 04), e suas intercalações irão se refletir na capacidade de produção. Foram estabelecidas as classes de aptidão dos solos para irrigação com base nos seguintes critérios: declividade, profundidade efetiva, pedregosidade, caracteres cascalhento e concrecionário, drenagem e textura (superficial e subsuperficial). As características químicas dos solos não foram consideradas para esta classificação. A fertilidade natural dos solos da região faz parte de estudos que se encontram no item Fertilidade natural dos solos. A disponibilidade de água para irrigação não foi considerada neste trabalho, haja vista que este assunto carece de estudos específicos. Os critérios avaliadores possuem os parâmetros definidos pelo Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos da EMBRAPA e constam do item Critérios e normas adotados para classificação dos solos, sendo os seguintes: a) Declividade – foram consideradas as seguintes classes de relevo: plano, suave ondulado, ondulado, forte ondulado, montanhoso e escarpado. b) Profundidade efetiva – designa profundidade de solo livre de impedimentos à penetração de raízes. Estes impedimentos podem ser de natureza diversa, tais como: presença de petroplintitas, cascalhos, rochas, camada compactada, etc. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 76 Quadro 4 GUIA DE AVALIAÇÃO DAS CLASSES DE SOLOS PARA IRRIGAÇÃO DECLIVI CRITÉRIOS DADE E CLASSES (%) 1 – BOA 0-8 2 – REGULAR SUBCLASSE 2 (cm) >120 PETROPLINTITA CASCALHO DRENAGEM 3A 3B 4 – MUITO RESTRITA A SUBCLASSE 4 0-8 TEXTURA TEXTURA SUPERFICIAL SUBSTANCIAL Ausente Bem drenado e Argilosa e acentuadamente Muito drenado Argilosa Ausente Bem drenado Argilosa e muito argilosa Média e argilosa Argilosa e muito argilosa Indiscriminada Indiscriminada Média Média Argilosa Argilosa >70 2B SUBCLASSE PEDREGOSIDADE Podem apresentar petroplintita na camada subsu- Imperfeitamente perficial (caráter concre- Drenado cionário) 3 – RESTRITA SUBCLASSE DADE EFETIVA A 0 - 20 SUBCLASSE PROFUNDI >120 Ausente Fortemente Drenado Apresentam cascalhos entre 15 e 50% no volume de massa do solo Bem drenado (cascalhamento) 3 - 20 >70 0-8 >150 Ausente Excessivamente Drenado Arenosa Arenosa Ausente Mal drenado Média Média SUBCLASSE 4B 0-8 >100 SUBCLASSE 4C 0 - 45 >20 <100 Apresentam fase pedre- Bem drenado e Média gosa, cascalhamento ou moderadamente e argilosa são petroplínticos. drenado Média argilosa >45 <50 Podem apresentar casca- Bem drenado e Arenosa, lhos entre 15 e 50% no moderadamente média valume da massa do solo drenado e argilosa --- 5 – NÃO IRRIGÁVEL e Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 77 No presente trabalho foram usados limites de profundidade correspondentes às características de cada classe de solo mapeada. Os seguintes parâmetros referentes à profundidade efetiva, combinado com outros fatores (Quadro 4), foram considerados: 1 - >120 cm – Classe Boa para Irrigação – correspondente a solos profundos4 (100-200 cm) e muito profundos4 (>200 cm). 2 - >70 cm – Classe Regular para Irrigação – correspondente a solos pouco profundos4 (50 – 100 cm) e profundos4 (100-200 cm). 3 - >120 cm – Classe Restrita para Irrigação – correspondente a solos profundos4 (100 – 200 cm) e muito profundos4 (>200 cm). - >70 cm – Classe Restrita para Irrigação – correspondente a solos pouco profundos4 (50 – 100 cm). 4 - > 150 cm – Classe Muito Restrita para Irrigação – correspondente a solos profundos (100 – 200 cm) e muito profundos (>200 cm). - >100 cm – Classe Muito Restrita para Irrigação – correspondente a solos profundos e muito profundos. - >20 e <100 cm – Classe Muito Restrita para Irrigação – correspondente a solos rasos4 (<50 cm) e pouco profundos (50 – 100 cm). 5 - <50 cm – Classe Não Irrigável – correspondente a solos rasos (<50 cm). c) Fase pedregosa concrecionário e cascalhento (definições constantes no item Critérios e normas adotadas para classificação dos solos). d) Drenagem – refere-se à quantidade de rapidez com que a água recebida pelo solo se escoa por infiltração e escoamento, afetando as condições hídricas do solo, sendo usadas as seguintes classes (definidas no item Critérios e normas adotadas para classificação dos solos): - Excessivamente drenado – como exemplo típico de solos desta classe que ocorre na área, temos as Areias Quartzosas. - Fortemente drenado – como exemplo típico da área, podem ser citados os Latossolos Vermelho-Amarelos textura média. - Acentuadamente drenado – como exemplo típico da área, temos os Latossolos VermelhoEscuros, textura argilosa e muito argilosa, e os Latossolos Vermelho-Amarelos, textura argilosa. - Bem drenado – como exemplo típico desses solos na área, podem ser citados os Podzólicos Vermelho-Escuros, textura argilosa e argilosa/muito argilosa, Podzólicos Vermelho-Amarelos, textura argilosa e média/argilosa, Cambissolos, textura média, e solos Litólicos, textura média a argilosa. - Moderadamente drenado – como exemplo de solos desta classe, na área temos alguns Cambissolos, textura argilosa. - Imperfeitamente drenado – como exemplo de solos da área nesta classe, temos os Plintossolos álicos. - Mal drenado – na área, ocorrem como exemplo desta classe os Gleissolos álicos. 4 Conforme parâmetros definidos pelo Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos – SNLCS/EMBRAPA. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 78 Não ocorre na região, em caráter dominante, a classe de drenagem muito mal drenado. e) Textura – característica distintiva de unidades de solo, diferenciadas segundo composição granulométrica (fração <2 mm), consideradas as classes primárias de textura em nível mais generalizado, compondo as seguintes agregações, definidas no item Critérios e normas adotados para classificação dos solos: Textura arenosa, textura média, textura argilosa, textura muito argilosa e textura indiscriminada. - Descrição de Classes para Irrigação Classe 1 – Boa Situa-se em relevo plano e/ou suave ondulado, com declividades que variam de 0 a 8%, sendo representada por solos com características consideradas boas para irrigação. Apresenta profundidade efetiva do solo maior que 120 cm, é livre de pedregosidade, petroplintita e/ou cascalho, textura superficial e subsuperficial, argilosa e/ou muito argilosa. Ocorre de forma dispersa por toda a área, destacando-se as terras encontradas nas chapadas e parte do Vão do Paranã (Figura 32). Ocupa uma área de aproximadamente 5.780 km2 , correspondendo a 14,9% da área total mapeada. Estão enquadrados nesta classe os solos: Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Escuro, Podzólico Vermelho-Amarelo e Cambissolo. Classe 2 – Regular Esta classe é composta por solos com características regulares para a irrigação. Encontra-se em relevo que varia de plano a ondulado com declividade que varia de 0 a 20%, representada por solos com profundidade efetiva maior que 70 cm, ausência de pedregosidade, textura superficial média e argilosa e textura subsuperficial argilosa, muito argilosa. Foi subdividida em duas subclasses, com o objetivo de distinguir solos bem drenados, representados, pela subclasse 2 A , dos imperfeitamente drenados, simbolizados pela subclasse 2B. Os solos subclasse 2B, apresentam textura indiscriminada. Possui menor capacidade de produção em relação à classe 1; o seu uso com irrigação requer maiores gastos com preparo, tratos culturais, etc. As limitações topográficas incluem a superfície irregular que requer despesas para nivelamento. Ocupa aproximadamente 3.413 km2, equivalendo a 8,8% da área total mapeada. Está representada nesta região pelos solos: Podzólico Vermelho-Escuro, Podzólico Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Plintossolo e solos Aluviais. Classe 3 – Restrita Representada pelos subclasses 3A e 3B com as seguintes características; 3A - Compreende solos com profundidade efetiva maior que 120 cm, sob relevo plano e suave ondulado com declives de 0 a 8%, fortemente drenados, apresentando textura média superficial e subsuperficial. Desta subclasse, fazem parte os Latossolos Vermelho-Amarelos. 3B - Compreende solos sob relevo suave ondulado e ondulado com declives que variam de 3 a 20%, com profundidade efetiva maior que 70 cm, bem drenados, textura superficial e subsuperficial argilosa, apresentando quantidade significativa de cascalho no volume da massa do solo (15 a 50%). Faz parte desta subclasse parte dos Cambissolos da área. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 80 Possui restrita adequabilidade ao desenvolvimento da irrigação, devido às deficiências apresentadas quanto ao impedimento de uso de máquinas (cascalhos), pouca profundidade (subclasse 3B) e altos teores de areia (subclasse 3A). Ocupa aproximadamente uma área de 2.133 km2 , correspondendo a 5,5% da área total mapeada. Classe 4 – Muito Restrita Representada pelas subclasses 4A, 4B e 4C com as seguintes características: 4A - Compreende solos com profundidade efetiva maior que 150 cm, excessivamente drenados, textura superficial e subsuperficial arenosa, sob relevo plano e suave ondulado (0 a 8% de declive). 4B - Compreende solos sob relevo plano e suave ondulado (declives de 0 a 8%), profundidade efetiva maior que 100 cm, mal drenados, apresentando textura média tanto superficialmente como subsuperficialmente. 4C - Compreende solos sob relevo que varia de plano a forte ondulado, com declives que vão de 0 a 45%, profundidade efetiva superior a 20 cm e inferior a 100 cm, petroplínticos, bem a moderadamente drenados, com textura superficial e subsuperficial média e argilosa. Apresentam fase pedregosa, são cascalhentos e/ou petroplínticos nas subclasses 4B e 4C. A utilização desses solos com irrigação fica restrita a situações muito especiais, praticamente havendo inviabilização, já que a relação custo/benefício torna-se desfavorável. Ocupa uma área de aproximadamente 17.685 km2 , equivalendo a 45,6% da área total mapeada. A subclasse 4A é representada por Areias Quartzosas, a 4B por Gleissolos e a 4C por Petroplínticos, Cambissolos e solos Litólicos. Classe 5 – Não Irrigável Representada por solos rasos (< 50 cm), sob relevo forte ondulado, montanhoso e/ou escarpado com declives superiores a 45%, bem e moderadamente drenados, textura arenosa, média e/ou argilosa, podendo apresentar fase pedregosa. Terras pertencentes a esta classe devem ser preservadas com sua vegetação natural, como forma de melhor conservá-las. Não apresentam os requisitos mínimos exigidos para serem irrigadas. Ocupa aproximadamente 8.533 km2., equivalendo a 22% da área total mapeada. Se enquadram nesta classe os solos Litólicos. Os afloramentos rochosos presentes na área foram inclusos nesta classe. Predisposição à erosão A erosão compreende os processos de desagregação de arrastamento e de deposição das partículas constituintes do solo, produzidas, principalmente, pela ação da água das chuvas, ou pela ação dos ventos. Está condicionada aos fatores climáticos (precipitação, temperatura, etc.) e edáficos (tipo de solo) e à topografia local. A erosão hídrica se processa em três etapas: a desagregação das partículas, seu transporte e deposição, fatos que podem ocorrer sucessivas ou concomitantemente, e ser afetados por diversos fatores (intensidade, quantidade e duração das chuvas, quantidade e Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 81 velocidade do fluxo das águas de superfície, natureza do solo, cobertura vegetal, declividade do terreno, comprimento dos lançantes e as práticas conservacionistas). Todos esses fatores devem ser analisados em separados e posteriormente integrados para se ter uma avaliação completa do processo erosivo. No presente trabalho, a metodologia utilizada baseou-se no trabalho Suscetibilidade à Erosão da Macrorregião da Bacia do Paraná (MS/SEPLAN, 1989-a), sendo a integração efetuada somente entre os fatores natureza do solo e declividade do terreno, com o objetivo de delimitar áreas que possuem uma maior ou menor predisposição natural à erosão. O fator relevo possui na área uma grande variedade de declives, sendo efetuada sua avaliação conforme demonstra o Quadro 6 – Avaliação das Classes de Relevo, onde o mesmo se apresenta sintetizado na forma de dígitos sequenciados de 1 a 7. Igualmente, foi necessário sintetizar as principais características do solo relativas à erosão em um quadro, permitindo assim sua separação em classes de erodibilidade, conforme descritas no Quadro 5 – Principais Características dos Solos Utilizados para Definição das Classes de Erodibilidade, onde cada classe corresponde a dígitos hierarquizados de 1 a 7, conforme avaliação feita em quadro específico para o fator solo. De posse desses dados, procedeu-se à integração das informações do relevo e do solo conforme o Quadro 7 – Combinações dos Fatores Relevo-Solo. Com base nessas combinações foram definidas, empiricamente, 8 (oito) classes de predisposição à erosão, quais sejam: Muito Fraca, Fraca, Fraca a Moderada, Moderada a Forte, Forte, Muito Forte e Especial (Figura 33). Refere-se à erosão em superfície de conceituação dessas classes, abordada a seguir, acompanhada de suas principais características. Classe 1 – Muito Fraca São terras que apresentam no seu estado natural muito fraco risco de erosão e que, quando utilizadas, exigem nível baixo de emprego de práticas conservacionistas, com o uso de técnicas simples de controle, como medida preventiva para sua conservação. Correspondem a áreas que apresentam relevo plano e suave ondulado com declives de 0 a 8%, com presença de solos de erodibilidade muito fraca (S1), ou seja, Latossolo Vermelho-Escuro textura muito argilosa e argilosa e Latossolo Vermelho-Amarelo textura argilosa. Abrange aproximadamente 2.366 km2 da área, correspondendo a 6,1% da área total mapeada. Classe 2 – Fraca São terras que no seu estado natural possuem fraco risco de erosão e que, quando utilizadas, exigem nível baixo de emprego de práticas conservacionistas, com o uso de técnicas simples de controle, como medida preventiva para sua conservação. Correspondem a áreas que apresentam relevo plano e suave ondulado com declives de 0 a 8%, com presença de solos de erodibilidade fraca (S2), Latossolo Vermelho-Amarelo textura argilosa e média e Plintossolo textura indiscriminada. Ocorrem aproximadamente 3.219 km2 da área, equivalendo a 8,3% da área total mapeada. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 82 Quadro 5 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS UTILIZADOS PARA A DEFINIÇÃO DAS CLASSES DE ERODIBILIDADE CLASSES DE ERODIBILIDADE MUITO FRACA (S1) FRACA (S2) FRACA A MODERADA PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS Horizonte superficial Horizonte Subsuperficial EXEMPLOS Textura muito argilosa (>60% de argila) Textura argilosa (35 a 60% de argila) B latossólico Latossolo Vermelho-Escuro e Latossolo Vermelho-Amarelo textura muito argilosa e argilosa Textura argilosa (35 a 60% de argila) e média (<35% de argila e >15% de areia) B latossólico Latossolo Vermelho-Amarelo textura argilosa e média Textura média B latossólico Latossolo Vermelho-Amarelo textura média B textural, B câmbico ou C profundo Podzólico Vermelho-Escuro e Podzólico Vermelho-Amarelo textura argilosa/muito argilosa e Cambissolo textura argilosa Textura média B textural, B câmbico ou C profundo Podzólico Vermelho-Amarelo textura média/argilosa, Cambissolo textura média e Gleissolo textura média Textura arenosa (areia e areia fraca) C arenoso Areias Quartzosas Textura argilosa Solos rasos (< 50 cm) Solos Litólicos textura argilosa Textura média e arenosa Solos rasos (< 50 cm) Solos Litólicos textura arenosa e média (S3) Textura muito argilosa MODERADA (S4) MODERADA A FORTE (S5) FORTE (S6) MUITO FORTE (S7) Textura argilosa Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 83 Quadro 6 AVALIAÇÃO DAS CLASSES DE RELEVO RELEVO DECLIVE DAS VERTENTES R1 0-8% R2 3-20% Suave ondulado e ondulado R3 8-20% Ondulado R4 8-45% Ondulado e forte ondulado R5 20-45% Forte ondulado R6 20-75% Forte ondulado e montanhoso R7 >45% CLASSES DE RELEVO Plano e suave ondulado Montanhoso e escarpado Quadro 7 COMBINAÇÃO DOS FATORES RELEVO-SOLO S O L O RELEVO S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 R1 11 12 13 14 15 16 17 R2 21 22 23 24 25 26 27 R3 31 32 33 34 35 36 37 R4 41 42 43 44 45 46 47 R5 51 52 53 54 55 56 57 R6 61 62 63 64 65 66 67 R7 71 72 73 74 75 76 77 Classes existentes na área. Classes resultantes das diferentes combinações: Muito Fraca – 11 Fraca – 12 Fraca a Moderada – 13 Moderada - 24 Moderada a Forte – 16, 25, 34 Forte – 15, 17, 26, 27, 35, 44, 45 Muito Forte – 46, 47, 54, 56, 57, 66, 67, 77 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 85 Classe 3 – Fraca a Moderada São terras que no seu estado natural possuem fraco a moderado risco de erosão e que, quando utilizadas, exigem nível baixo a médio de emprego de práticas conservacionistas, com o uso de técnicas simples mas intensivas de controle, como medida preventiva para sua conservação, podendo exigir o uso de algumas práticas de engenharia de solo e água. Correspondem a áreas que apresentam relevo plano e suave ondulado com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade fraca a moderada (S3) e moderada (S4), Latossolo Vermelho-Amarelo textura média, Podzólico Vermelho-Escuro textura argilosa/muito argilosa, Podzólico VermelhoAmarelo textura argilosa/muito argilosa, Cambissolo textura argilosa e Petroplínticos textura indiscriminada. Abrange aproximadamente 5.818 km2 da área total, correspondendo a 15,0% da área total mapeada. Classe 4 – Moderada São terras que no seu estado natural possuem moderado risco de erosão e que, quando utilizadas, exigem nível médio de emprego de práticas conservacionistas, com uso intensivo de técnicas de controle, como medida preventiva para sua conservação, podendo exigir o uso de alguma práticas de engenharia de solo e água. Correspondem a áreas que apresentam relevo plano e suave ondulado, com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade moderada (S4), Cambissolo textura argilosa. Ocorre em aproximadamente 2.482 km2 da área, equivalendo a 6,4% da área total mapeada. Classe 5 – Moderada a Forte São terras que no seu estado natural possuem moderado a forte risco de erosão e que, quando utilizadas, exigem nível médio a alto de emprego de práticas conservacionistas, com o uso intensivo a muito intensivo de técnicas de controle, incluindo a utilização de práticas de engenharia de solo e água, como medida preventiva para sua conservação. Correspondem a áreas que apresentam: - relevo plano e suave ondulado, com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade forte (S6), solos Litólicos textura argilosa. - relevo suave ondulado e ondulado, com declives de 3 a 20% e solos de erodibilidade moderada a forte (S5), Podzólico Vermelho-Amarelo textura média/argilosa e Cambissolo textura argilosa. - relevo ondulado, com declives que variam de 8 a 20% e solos de erodibilidade moderada (S4), Podzólico Vermelho-Amarelo textura argilosa e muito argilosa. Esta classe ocorre em aproximadamente 6.128 km2 , correspondendo a 15,8% da área total mapeada. Classe 6 – Forte São terras que no seu estado natural possuem forte risco de erosão e que, quando utilizadas, exigem nível alto de emprego de práticas conservacionistas, com o uso muito intenso e complexo de técnicas de controle, inclusive práticas de engenharia de solo e água, como medida preventiva para sua conservação. Correspondem a áreas que apresentam: - relevo plano e suave ondulado, com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade moderada a forte (S5), Areias Quartzosas. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 86 - relevo plano e suave ondulado com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade forte (S6), solos Litólicos textura argilosa. - relevo plano e suave ondulado, com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade muito forte (S7), solos Litólicos textura média. - relevo suave ondulado e ondulado, com declives de 3 a 20% e solos de erodibilidade forte (S6), solos Litólicos textura argilosa. - relevo suave ondulado e ondulado, com declives de 3 a 20% e solos de erodibilidade muito forte (S7), solos Litólicos textura média arenosa. - relevo ondulado, com declives de 8 a 20% e solos de erodibilidade moderada a forte (S5), Podzólicos Vermelho-Amarelos textura média/argilosa. - relevo ondulado e forte ondulado com declives de 8 a 45% e solos de erodibilidade moderada (S4), Cambissolos textura argilosa e muito argilosa. - relevo ondulado e forte ondulado, com declives de 8 a 45% e solos de erodibilidade moderada a forte (S5), Cambissolos textura média. Esta classe abrange 3.336 km2 da área, correspondendo a 8,6% da área total mapeada. Classe 7 – Muito Forte São terras que no seu estado natural possuem muito forte risco de erosão e que, por isto mesmo, devem ser deixadas preferencialmente para a preservação da fauna e da flora. Correspondem a áreas que apresentam: - relevo ondulado e forte ondulado, com declives de 8 a 45% e solos de erodibilidade forte (S6), solos Litólicos textura argilosa. - relevo ondulado e forte ondulado, com declives de 8 a 45% e solos de erodibilidade muito forte (S7), solos litólicos textura média e arenosa. - relevo forte ondulado, com declives de 20 a 45% e solos de erodibilidade moderada a forte (S5), Cambissolos textura argilosa. - relevo forte ondulado, com declives de 20 a 45% e solos de erodibilidade forte (S6), solos Litólicos textura argilosa. - relevo forte ondulado, com declives de 20 a 45% e solos de erodibilidade muito forte (S7), solos Litólicos textura média. - relevo forte ondulado e montanhoso, com declives de 20 a 75% e solos de erodibilidade forte (S6), solos Litólicos textura argilosa. - relevo forte ondulado e montanhoso, com declives de 20 a 75% e solos de erodibilidade muito forte (S7), solos Litólicos textura média e arenosa. - relevo montanhoso e escarpado, com declives >45% e solos de erodibilidade muito forte (S7), solos Litólicos textura arenosa e média. Esta classe ocorre em aproximadamente 12.605 km2 da área, equivalendo a 32,5% da área total mapeada. Classe 8 – Especial São terras que no seu estado natural possuem uma dinâmica geralmente vigorosa, constantemente erodindo, transportando e depositando, fatos que se tornam mais acentuados nas enchentes periódicas, exigindo emprego de práticas conservacionistas específicas para Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 87 cada caso, como medida preventiva para sua conservação. Correspondem a áreas próximas às margens dos rios e córregos, com presença de solos Gleissolos textura média e solos Aluviais indiscriminados. Essa classe de predisposição à erosão define o potencial natural de cada unidade mapeada, frente aos processos erosivos. Ocorre em aproximadamente 1.590 km2 da área, correspondendo a 4,1% da área total mapeada. Terras para mecanização A região possui algumas áreas propícias ao uso de máquinas e implementos agrícolas, caracterizadas principalmente pelos solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo VermelhoAmarelo e Podzólico Vermelho-Escuro, que se encontram sob relevo que apresentam declives suaves. Grande parte da área, notadamente na porção noroeste, não permite o emprego de mecanização, devido às suas características limitantes. Baseado nas características dos solos e nas condições de relevo em que se encontram, foram definidas 4 (quatro) classes de terras para mecanização (SUPLAN/EMBRAPA-SNLCS, 1983), (Figura 34). Classe 1 – Boa Constituída de terras que permitem em qualquer época do ano o emprego de todos os tipos de máquinas e implementos agrícolas, ordinariamente utilizados. É geralmente de topografia plana e suave ondulada, com declives que variam de 0 a 8%, não oferecendo impedimentos relevantes à mecanização. É livre de cascalho, pedregosidade e petroplintitas. Ocorre em aproximadamente 6.904 km2 da área, equivalendo a 17,8% da área total mapeada. Classe 2 – Regular Constituída de terras que não permitem o emprego de máquinas ordinariamente utilizadas durante todo o ano. Estas terras apresentam relevo ondulado, com declives de 8 a 20% ou topografia mais suave, no caso de outros impedimentos à mecanização (pedregosidade, profundidade exígua, textura arenosa, drenagem imperfeita, riscos à inundação, etc.). Ocorre em aproximadamente 4.499 km2 da área, correspondendo a 11,6% da área total mapeada. Classe 3 - Restrita Constituída de terras que permitem apenas, em quase sua totalidade, o uso de implementos de tração animal ou máquinas especiais. Caracteriza-se pelos declives acentuados (20 a 45%) em relevo forte ondulado e presença de pedregosidade, caráter cascalhento, petroplintitas, profundidade exígua, má drenagem, textura arenosa, etc. pode apresentar topografia mais suave no caso de se identificarem característica(s) adversa(s) citada(s) anteriormente. Ocorre em aproximadamente 10.006 km2 da área, representando 25,8% da área total mapeada. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 89 Classe 4 – Inapta Constituída de terras que não permitem o uso de maquinaria, sendo difícil até mesmo o uso de implementos de tração animal. Normalmente é de topografia montanhosa, com declives superiores a 45%, com impedimentos muito fortes devido à pedregosidade, pequena profundidade, presença de cascalhos e/ou petroplintitas no perfil do solo. Ocorre em aproximadamente 16.135 km2 da área, equivalendo a 41,6% da área total mapeada. Vegetação A vegetação natural é antrópica (sistema primário e secundário), foi definida de acordo com a conceituação proposta pelo Projeto RADAMBRASIL em Fitogeografia Brasileira, Classificação Fisionômica Ecológica da Vegetação Neotropical (1982), revisada e atualizada pelo Manual Técnico de Vegetação, boletim interno, IBGE (1989). O sistema primário destaca a ocorrência de três regiões fitoecológicas, ou seja, Savana, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual. Cada região ou classe de formação foi subdividida em unidades menores de acordo com a fisionomia e o ambiente, assim a Savana (Cerrado) compõe-se dos subgrupos de formação: Florestada ou Arbórea Densa (Cerradão), Arborizada ou Arbórea Aberta (Campo Cerrado, Cerrado), Parque (Parquede-Cerrado, Campo Sujo) e Gramíneo-Lenhosa (Campo Limpo). Regionalmente recebem nomes consagrados como Cerrado, Gerais, Campina, Campo Rupestre, Veredas, Campo Inundável, etc. A Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifólia) é subdividida em Formação Aluvial e Submontana, enquanto que a Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical Caducifólia) em Formação Submontana e Montana. Pela escala e natureza do trabalho, estas diversas formações, de regiões fitoecológicas diferentes, podem ocorrer conjuntamente, configurando Áreas de Tensão Ecológica ou Contato na forma de encraves florísticos ou misturas (Figura 35). Ainda, como natural, foram identificadas tipologias vegetais restritas, não totalmente delimitadas, constituindo áreas de vegetação rupícola, revestindo os relevos cársticos e Refúgios ecológicos de Savana-Estépica (Caatinga). A vegetação antrópica existente na área destaca atividades agropecuárias em especial pastagem plantada, seguida de agricultura com culturas cíclicas e permanentes e florestamento/reflorestamento. Extensas áreas estão hoje em processo de revegetação, sob diversas fases de sucessão natural, pelo abandono ou mau uso da terra, constituindo vegetação secundária ou capoeiras (Tabela 3). Formações vegetais naturais - Savana Gramíneo-lenhosa (Campo Limpo, Campina, Campo Inundável) É uma formação campestre entremeada de plantas lenhosas anãs, mas sem cobertura arbórea a não ser quando presente a faixa de floresta-de-galeria. Contendo floresta-de-galeria, ocorre em terrenos pré-cambrianos, principalmente na Chapada dos Veadeiros, a oeste da cidade de Alto Paraíso de Goiás, acompanha os principais rios, formando estreitas faixas orientadas no sentido SO-SE. Estão sempre presentes os buritis (Mauritia vinifera) e buritiranas (M. armata); nos baixios deste ambiente, chegam a constituir comunidades homotípicas. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 90 Longe da floresta-de-galeria, o tapete graminóide hemicriptofítico, constituído por Aristida spp., Trachypogon spp., Axonopus spp., Andropogon spp., Tristachya spp., entre outros, no período desfavorável praticamente desaparece, deixando à mostra o solo esbranquiçado. No estrato graminóide desta Savana ocorrem ordinariamente Paepalanthus speciousus e várias espécies de veloziáceas. Nos afloramentos há cactáceas. - Savana Parque (Parque-de-Cerrado, Cerradinho, Campo Rupestre, Campo Sujo) É uma formação essencialmente campestre, natural ou antrópica. Quando natural, tem posição geográfica delimitada pelas áreas encharcadas das depressões, onde o tapete graminóide está sob cobertura arbórea esparsa constituída por uma ou poucas espécies, como nas proximidades da cidade de Flores de Goiás, onde se observa povoamentos homogêneos de Byrsonima sp. (murici) secundadas pela Curatella americana (lixeira) que ocupa as partes pouco mais elevadas. A Savana Parque que ocorre no restante da área é muito pobre em nutrientes e água e apresenta-se com árvores e arbustos distribuídos muito rareadamente, constituindo elementos raquíticos e retorcidos. Merece destaque a parte da Chapada dos Veadeiros revestida por Savana Parque pela sua beleza cênica, apesar de sofrer queimadas anuais. Os componentes mais característicos desta formação são: canela-de-ema (Vellozia ssp.) de grande efeito ornamental, várias Mimosa, gritadeira (Palicourea sp.), lixinha (Davilla sp.) murici-orelha-deburro (Byrsonima sp.) e, ainda, exemplares de açoita-cavalo (Luehea sp.), paus-terra (Qualea spp.) e algumas palmeirinhas do gênero Allagoptera sp. e Attalea sp. Nos afloramentos são comuns as cactáceas. Podem ou não apresentar floresta-de-galeria. - Savana Arbórea Aberta (Campo Cerrado, Cerrado) É uma formação campestre, entremeada de arvoretas xeromorfas geralmente raquíticas com altura em torno de 5 m, esparsadamente distribuídas. De modo geral, é submetida às queimadas anuais. Podem ocorrer as subformações sem floresta-de-galeria e com floresta-degaleria. A sua estrutura, apesar das particularidades locais, é em sua maioria composta de espécies comuns às áreas de Savana. Configura, portanto, uma paisagem repetitiva e que observada no rigor da estiagem mostra um aspecto amarelecido, com parte de seus elementos perdendo sua folhagem, o que lhes empresta uma característica de fisionomia estépica. Os inventários florísticos realizados na região evidenciaram as Qualea spp. (paus-terrafolha-larga e miúda) Kielmeyera spp. (paus-santos), Annona sp. (araticum), Sclerolobium aureum (carvoeiro) e Eugenia dysenterica (cagaita), além de pau-jacaré (Callisthene sp.), gonçalo-alves (Astromium franxinifolium), tingui (magonia pubescens) e goiabinha-do-campo (Myrcia spp.), entre as espécies mais comuns. - Savana Arbórea Densa (Cerradão) É uma formação campestre florestada com árvores baixas e aspectos fisionômico intermediário entre Savana e Floresta. Sua principal característica estrutural é arbórea (até 10 m), xeromorfa, de esgalhamento profuso, providas de grandes folhas coriáceas e perenes e casca corticosa. Sem estrato arbustivo nítido, apresenta um tapete graminoso hemicriptofítico em tufos, entremeados de plantas lenhosas raquíticas, munidas de xilopódios e palmeiras. Sua composição florística é heterogênea, contudo se repete numa paisagem caracterizada por Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 92 dominantes arbóreos típicos: Curatella americana (lixeira), Qualea spp. (paus-terra-folha-larga e miúda), Kielmeyera sp. (pau.santo), Byrsonima sp. (murici), Vochysia sp. (pau-de-tucano), Sclerolobium aureum (carvoeiro), Caryocar brasiliense (pequi) e Terminalia argentea (capitãodo-campo) entre outros. Atualmente, entretanto, grande parte desta paisagem vegetal encontra-se alterada ou destruída pela intensa ocupação antrópica, com utilização para a pecuária, através de práticas de raleamento e fogo. - Floresta Estacional Semidecidual Aluvial É uma formação arbórea ribeirinha que ocupa as acumulações fluviais quaternárias. Sua estrutura é semelhante à da “floresta ciliar”. Sua florística varia de acordo com a posição geográfica que ocupa a Formação Aluvial. É observada em alguns trechos do alto curso do rio Paranã e alguns de seus afluentes, dentre os quais se destacam os rios Corrente, Paraim, Santa Maria e Macacos. São espécies típicas nesta região: a mirindiba (buchenavia sp), pau-d’arco-amarelo (Tabebuia sp.), pau-d’óleo (Copaifera sp.), jatobá (Hymenaea sp.), aroeira (Astronium urudeuva), goiabinha (Campomanesia sp.), braúna (Shinopsis sp.), angico (Piptadenia sp.) e tarumã (Vitex sp.). A exploração indiscriminada de suas espécies tem contribuído para que dentro de pouco tempo esta fisionomia deixe de existir na área em estudo. - Floresta Estacional Semidecidual Submontana É a formação florestal que ocupa as encosta e os planaltos em faixa altimétrica limitada a 600 m. nessa formação existe uma submata de arbustos, além de enorme quantidade de plâtulas de reconstituição arbórea. Suas principais características são as espécies arbóreas emergentes caducifólias, que, no auge do período seco, compõem um conjunto fisionômico com até 50% de decidualidade foliar. Apesar de alterada pela extração seletiva das espécies, pode-se perceber quão exuberante foi esta floresta pelo seu porte e diversidade de sua flora. São espécies desta floresta: aroeira, pau-d’arco, cerejeira, cedro, braúna, gonçalo-alves, açoita-cavalo, pau-ferro e freijó, entre outras. Destacam-se também duas barrigudas, Chorisia sp., que ocorre lado a lado com a Cavanillesia sp., esta última bem maior e conhecida como barriguda-lisa. Estas florestas têm sido sistematicamente substituídas por pastos de colonião e jaraguá. O mau manejo de alguns destes pastos, notadamente a leste da cidade de Alvaroda do Norte (GO), está favorecendo a disseminação de invasoras, principalmente de taboca, que, por ser agressiva e dominante, já infesta severamente grandes áreas. Somente as florestas que revestem os relevos dissecados em cristas encontram-se pouco exploradas. - Floresta Estacional Decidual Submontana Esta formação florestal tem estacionalidade foliar superior a 50% na época desfavorável. Nesta situação a submata é rala e seca. Os cipós estão sempre presente e por vezes em profusão, a ocorrência de cactáceas e bromeliáceas é usual. Figuram entre os seus componentes arbóreos pau-d’arco roxo (Tabebuia ipe), barrigudalisa (Cavanillesia sp.), umburana-de-cambão (Bursera leptophloeos), pau-ferro (caesalpinia ferrea), pau-d’óleo (Copaifera sp.), angico (Piptadenia sp.), tamboril (enterolobium sp.), pau- Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 93 Tabela 3 Áreas de cobertura vegetal natural e antrópica da Região Nordeste de Goiás 1988 PERCENTAGEM COBERTURA VEGETAL TOTAL ÁREA (km2) Em relação ao total Em relação à região fitoecológica 38.785,0 100,0 --- Região da Savana (cerrado) 24.923,2 64,3 100,0 Formações Arbórea aberta Parque Gramíneo-lenhosa 17.426,0 5.136,6 462,8 44,9 13,3 1,2 69,8 20,7 1,9 293,3 1.356,3 85,5 162,7 0,8 3,5 0,2 0,4 1,2 5,5 0,3 0,6 1.901,5 4,9 100,00 339,3 422,3 0,9 1,0 18,4 20,4 1.079,8 60,1 2,8 0,2 57,1 4,1 2.539,3 6,5 100,00 Formação Submontana 1.263,9 3,2 49,2 Antropismo Pastagem plantada Vegetação secundária 1.215,8 59,6 3,1 0,2 47,7 3,1 9.421,0 24,3 100,0 Encraves (Savana/Floresta Estacional) 5.654,4 14,6 60,1 Antropismo Pastagem plantada Vegetação secundária 3.732,2 34,4 9,6 0,1 39,5 0,4 Antropismo Agricultura Pastagem plantada Reflorestamento Vegetação secundária Região da Floresta Estacional Semidecidual Formações Aluvial Submontana Antropismo Pastagem plantada Vegetação secundária Região da Floresta Estacional Decidual Áreas de tensão ecológica (contato) FONTE – Imagens LANDSAT 5TM – CANDIS 3 e 4. NOTA – O cálculo das áreas foi efetuado pelo método de pesagem dos ambientes na escala 1:250.000, considerando-se a formação ou ocupação dominante e a situação de setembro de 1988. As formações vegetais de floresta podem estar destituídas das espécies econômicas pela exploração seletiva. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 94 sangue (Pterocarpus sp.), braúna (Schinopsis brasiliensis), aroeira (Astronium urundeuva) e cedro-verdadeiro (cedrela fissilis). A devastação das áreas florestadas se processa de forma intensa quer pela total substituição de floresta por patos, quer através de uma exploração seletiva, destituída de qualquer orientação técnica, onde a espécie mais procurada é a aroeira. - Floresta Estacional Decidual Montana Constitui formação florestal das áreas situadas em altitudes superiores a 600 m. sua estrutura é composta de um emaranhado de arvoretas e plantas lenhosas, baixas, caducifólias na época seca. A submata é rala, predominantemente composta de regeneração dos indivíduos arbóreos e cipós. Esta formação é, vez por outra, interrompida por afloramentos de litótipos, revestidos esparsamente por imbiruçu, angico, pau-d’arco-roxo, barriguda-lisa, imburana-cambão, imbaúba, entre outros. - Refúgio Ecológico de Savana-Estépica (Caatinga) Segundo Font Quer (1970), refúgio é o lugar geralmente de reduzida extensão e de condições excepcionalmente favoráveis para determinadas plantas, em meio que lhe é hostil. O conceito também se aplica às comunidades relíquias, constituídas por vegetação florística, fisionômica e ecologicamente diferentes da vegetação regional. Entre as cidades de Alvorada do Norte, Iaciara, Nova Roma e nas imediações do povoado de Aurominas foram identificadas ocorrências pontuais de fitofisionomias típicas de Caatinga. É composta por espécies xerófitas, adaptadas às condições ecológicas do trópico semiárido, que aí vivem, testemunhando que, no passado, esta região apresentava-se com clima mais severo. Estes refúgios de vegetação denunciam ambientes periféricos altamente vulneráveis, qualquer perturbação ambiental pode quebrar o equilíbrio ecológico do sistema. - Vegetação Rupícola Tipo especial de vegetação semelhante ao refúgio, e que habita rochas e em especial os relevos cársticos da área. Neste tipo de vegetação é comum ocorrer Cactáceas Euforbiáceas, Bromeliáceas, Orchidáceas e alguma ou outra árvore especializada como as figueiras. As rochas são cheias de fendas e interstícios, nos quais aglomeram-se húmus que sendo úmidos e sombrios constituem excelentes lugares para plantas anuais de sombras. Nos paredões mais verticais e expostos ao sol, onde há pouco lugar para a vegetação, pode ocorrer uma ou outra xerófita. Finalmente, na parte superior das rochas, onde a camada de húmus é fina, a água desaparece com facilidade devido às fendas expondo as rochas a uma maior quantidade de raios solares, aumentando a evaporação, tornando-se, assim, lugar propício para Cactáceas e Aráceas. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 95 Zoneamento do Potencial Geoambiental A análise integrada dos elementos temáticos que constituem as cartas de serviço, através da correlação dos tipos genéticos de modelados e padrões de drenagem, em função das condicionantes geológicas, proporciona o estabelecimento do esboço morfoestrutural, conforme preconizado por Silva (1987), contendo dados e informações referentes ao reflexo dos condicionamentos geológicos sobre o relevo e os materiais que originam os solos (Figura 36). Após o estabelecimento da compartimentação morfo-estrutural, são identificadas as combinações dos tipos genéticos de modelados e de solos, originando associações morfopedológicas, as quais se correlacionam às comunidades vegetais, proporcionando a definição dos geossistemas. Estabelecidos os sistemas ambientais ou geossistemas, identificam-se as menores unidades dentro desses sistemas que constituem as geofácies. Na área em estudo foram identificadas 9 (nove) regiões geoambientais, subdivididas em 27 (vinte e sete) geossistemas, constituindo áreas cartografáveis e representadas por sua organização interna, que se reflete na convergência de semelhança dos seus componentes físicos e bióticos (mapa anexo). Na delimitação cartográfica das unidades ambientais foram adotados alguns procedimentos que devem ser assinalados: as regiões geoambientais encontram-se limitadas por linhas mais espessas, com numerações em algarismos romanos distribuídos aleatoriamente na área de abrangência de cada uma, aparecendo na parte inferior do mapa a distribuição esquemática das mesmas, com a finalidade de auxiliar a identificação da distribuição espacial. Os geossistemas apresentam-se delimitados através de linhas espessas e tracejadas, numerados de 1 (um) a 27 (vinte e sete) em algarismos arábicos, de modo que na área de domínio desses sistemas a numeração é sempre a mesma; as letras maiúsculas identificam a geofácies, constituintes menores do mapeamento, sendo delimitadas por linhas finas e contínuas. Considerando situações em que os limites das distintas unidades ambientais coincidem com a rede de drenagem, optou-se por introduzir um artifício cartográfico representado por setas que identificam a ocorrência de tais situações. A região nordeste do Estado de Goiás foi, através do presente estudo, subdividida nas seguintes unidades: Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste - Região I - 97 Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros: • Geossistema 1 - Veadeiros • • • • • • • • • Geossistema 2 Geossistema 3 Geossistema 4 Geossistema 5 Geossistema 6 Geossistema 7 Geossistema 8 Geossistema 9 Geossistema 10 - Araí Serra da Pedra Branca Serra do Tombador-Serra Branca Divisor dos Rios Tocantizinho-Preto Serra da Aboboreira Serra da Boa Vista Escarpas Estruturais Serra da Prata Baixos Rios Preto-Tocantinzinho - Região II - Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba: • • • Geossistema 11 Geossistema 12 Geossistema 13 - Borda da Serra Geral do Paranã - Chapadas de São João d’Aliança-Alto Paraíso de Goiás - Vertentes do Rio Tocantinzinho-Ribeirão das Brancas - Região III - Chapada de Paracatu: • Geossistema 14 - Borda Norte das Chapadas de Paracatu - Região IV - Chapadão Central: • Geossistema 15 - Borda da Serra Geral de Goiás - Região V - Patamares do Chapadão Central: • • Geossistema 16 Geossistema 17 • • Geossistema 19 Geossistema 20 - Cárstico-Pelítico Guarani de Goiás-Divinópolis de Goiás - Pelítico-Cárstico Alvorada do Norte – Damianópolis –Guarani de Goiás - Região VI - Vão do Paranã: - Vão do Paranã Norte - Vão do Paranã Sul - Região VII -Pediplano do Tocantins: • • • • Geossistema 21 Geossistema 22 Geossistema 23 Geossistema 24 - Vales de Cavalcante-Rio Paranã-Aurominas Rio Paranã-Monte Alegre de Goiás-Campos Belos Foz de Bezerra-Rio da Prata Rio Traíras - Região VIII - Depressões Intermontanas: • • Geossistema 25 Geossistema 26 - Vão das Almas - Depressão do Rio Claro - Região IX - Faixas Aluviais: • Geossistema 27 - Várzea e Terraços Aluviais Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 98 Região I – Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros Situado nas partes noroeste e oeste da região nordeste, esta unidade apresenta maior abrangência espacial na área estudada, desenvolvendo-se nos Municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás, Monte Alegre de Goiás, Nova Roma, Alto Paraíso de Goiás e Colinas do Sul. Compartimentado em dois grandes blocos, entrecortado por penetrações do Pediplano do Tocantins, preserva as maiores altitudes do Estado de Goiás. a geologia da região caracterizase pela presença de litologias do Grupo Araí com estruturas falhadas e dobradas, além de litótipos do Grupo Bambuí, Complexo Goiano, Grupo Araxá, Formação Ticunzal e rochas graníticas. O relevo reflete a influência da estrutura e da litologia, os processos erosivos atuaram na região dissecando e evidenciando sinclinais alçadas e esvaziadas, fraturas, dobras e falhas, além de rampas e planos inclinados, cujas bordas em geral constituem escarpas de falha. Esta região abrange 10 (dez) geossistemas que constituem arranjos espaciais caracterizados pela semelhança de seus componentes físicos e bióticos; numerados de 1 (um) a 10 (dez), apresentam a seguinte denominação: 1. Veadeiros 2. Araí 3. Serra da Pedra Branca 4. Serra do Tombador-Serra Branca 5. Divisor dos rios Tocantinzinho-Preto 6. Serra da Aboboreira 7. Serra da Boa Vista 8. Escarpas Estruturais 9. Serra da Prata 10. Baixos Rios Preto-Tocantinzinho Geossistema 1 – Veadeiros Possuindo forma alongada de direção geral sudoeste-nordeste, ocupa a extremidade meridional da região do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros e guarda os níveis mais altos do estado, 1.000 a 1.600 m. Destacando-se nos níveis mais altos, onde se localiza o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, relevos planos e de topos tubulares (geofácies a, b, c, d), com fraca a moderada densidade de canais de drenagem e declives de encosta de 0 a 3%. A extremidade nordeste caracteriza-se por encontrar-se intensamente dissecada em formas de topo convexo e aguçado (geofácies e, f, g), com moderada a forte densidade de drenagem e declives de 20 a 45%. Ocorrem nesta unidade solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solos Litólicos. Abrangendo o Município de Alto Paraíso de Goiás os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a, b) são álicos (saturação por alumínio 50%), profundos e muito profundos, textura argilosa e média, ocorrendo sob relevo plano e suave ondulado. Os Cambissolos Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 99 (geofácies c) são álicos, pouco profundos, cascalhentos, de textura argilosa e relevo plano e suave ondulado. Ocupando grande extensão neste geossistema os solos Litólicos álicos (geofácies d, e, f, g) e distróficos (geofácies f) são cascalhentos, textura arenosa, média e argilosa e relevo que varia de plano e suave ondulado a montanhoso e escarpado. Fisionomias campestres arborizadas tipo Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa, eventualmente com distribuição de árvores pouco mais adensadas constituindo Savana Arbórea Aberta. Nas linhas de drenagem pode ocorrer vegetação mais exuberante como as matas ciliares, quase sempre ornadas com palmeiras higrófitas onde se destaca o buriti. A característica predominantemente cascalhenta do substrato associado a condições climáticas especiais induz a ocorrência de uma flora pouco mais especializada ou diferenciada das áreas de Cerrado comuns. Dentre suas espécies vegetais características citam-se várias veloziáceas Vellozia spp., leguminosas como Mimosa cf Clausseni e M. cf. densa além de Eriocauláceas, Convovuláceas e outras que contribuem para destacar a região como um conjunto cênico de rara beleza. Parte do geossistema constitui o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Fora dele, o uso atual prioriza as atividades de pecuária extensiva, praticada na situação de pastagem natural e com utilização periódica de fogo, prática disseminada como de melhoria e manutenção. Como registro vale ressaltar uma atividade extrativista vegetal, como a coleta de flores silvestres para confecção de arranjos ornamentais, exportados principalmente para o mercado de Brasília. A geologia da área é representada por rochas do Grupo Araí, com a presença das formações Arraias e Traíras. A Formação Arraias apresenta a seguinte litologia: quartzitos médios a grosseiros feldspáticos, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos finos, quartzitos micáceos laminados com níveis de conglomerados basais e intraformacionais, metarcóseos e calcoalbititos. A Formação Traíras mostra uma seqüência metassedimentar pelítica e psamítica, com as seguintes variedades litológicas: metassiltitos micáceos, muscovita quartzitos calcíferos, biotitaclorita-muscovita-quartzo filitos, sericita filitos grafitosos metapelitos às vezes carbonosos, xistos grafitosos e granadíferos (?), às vezes ricos em magnetita, lentes de calcário e marga. O potencial mineral do Grupo Araí está representado por ocorrências de cristal de rocha e manganês, inclui entretanto possibilidades metalogenéticas de ocorrerem mineralizações auríferas e de rutilo em veios de quartzo, veios de barita e ametista em quartzitos, ferro nos quartzitos e metapelitos e mármore em calcifilitos. Geossistema 2 – Araí Situado na parte centro-norte da região nordeste, o geossistema Araí desenvolve-se a noroeste de Cavalcante abrangendo a localidade de Araí, as nascentes dos rios Claro, São Félix e do córrego Ouro Fino. Instalado sobre dobramentos do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros, guarda nas partes mais altas, 1.000 a 1.400 m, denominadas de Chapada da Piteira e serra da Forquilha, relevos de topos tabulares e planos (geofácies a, b), com densidade de canais de drenagem fraca e declives de 0 a 3%. A área restante do sistema encontra-se intensamente dissecada em formas de topos convexos que formam serras com flancos ravinados (geofácies c, d, e, f) com densidade de drenagem forte, com declives de encostas entre 8 e 45%. Representado pelos solos Latossolo Vermelho-Amarelo e solos Litólicos. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 100 Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) são álicos (alta saturação por alumínio), profundos e muito profundos, textura argilosa e média, e ocorrem sob relevo plano e suave ondulado. Os solos Litólicos álicos (geofácies b, c, d) e distróficos (geofácies c, e, f) possuem baixa fertilidade natural, textura arenosa, média e argilosa e se encontram sob relevo que varia de plano a montanhoso. Paisagem bastante similar com a do geossistema Veadeiros, apresenta-se em sua maior parte constituída por tipologias de Savana Parque, Savana Gramíneo-Lenhosa e Savana Arbórea Aberta, em geral fimbriadas com buritis. Apenas em situações especiais e restritas ocorre floresta, como nas baixas e encaixadas vertentes úmidas. O uso regional também é baseado na exploração de pecuária extensiva em pastagem natural com baixa capacidade de suporte. As litologias que ocorrem nesta unidade constituem a Formação Araias e Formação Traíras reunidas no Grupo Araí do Proterozóico, estando representadas por arenitos finos, siltitos, argilitos, quartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos micáceos laminados com níveis de conglomerados e metavulcânicas, além de metassiltitos de coloração esverdeada com lentes de mármore. Na parte leste do geossistema ocorre dobramento do tipo sinclinal, orientado segundo NS, abrangendo a região localmente conhecida como chapada da Piteira; em seu interior encontram-se expostos metapelitos da Formação Traíras, enquanto nas bordas ocorrem quartzitos da Formação Arraias. O potencial mineral compreende ocorrências de ouro, rutilo e cristal de rocha apresentando possibilidades metalognéticas de mineralizações auríferas, cristal de rocha e rutilo em veios de quartzo; ametista relacionada a quartzitos; mármores em calcifilitos e cobre em rochas máficas. Geossistema 3 – Serra da Pedra Branca Abriga a cidade de Nova Roma e as nascentes dos córregos Areias, Salobro e Água Fria. Parte integrante do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros com cotas altimétricas entre 500 e 1.000 m, abriga em sua maior extensão relevos dissecados em interflúvios tabulares que envolve pequenas áreas planas (geofácies a, b, c, f), com fraca densidade de canais de drenagem e declives da ordem de 0 a 8%. Os relevos dissecados de topo convexo (geofácies d, e) e os relevos de topo aguçado (geofácies d, g), com forte densidade de canais de drenagem e declives variáveis entre 20 e 75%, fazem o contato deste com o geossistema Veadeiros. Este geossistema é representado pelos solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solos Litólicos. Ocupando pequena porção dentro desta unidade os Latossolos Vermelho-Amarelos álicos (geofácies a) possuem baixa fertilidade natural (alta saturação por alumínio), profundos e muito profundos, são de textura argilosa e média e se encontram sob relevo plano e suave ondulado. Os Podzólicos Vermelho-Amarelos (geofácies b) são eutróficos (alta saturação por bases 50%), pouco profundos e profundos, de textura média/argilosa e argilosa, ocorrendo nas proximidades de Nova Roma sob relevo suave ondulado e ondulado. Os Cambissolos se situam ao sul de Nova Roma (geofácies c), são eutróficos (média e alta fertilidade natural), pouco profundos e profundos, possuem textura argilosa e estão sob relevo suave ondulado e ondulado. Ocupando maior extensão nesta unidade ocorrem os solos Litólicos álicos (geofácies d) e distróficos (geofácies e, f, g) com saturação por bases < 50% e saturação por alumínio 50%, n ão-cascalhentos (maior Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 101 ocorrência) e cascalhentos, de textura arenosa, média e argilosa, sob relevo que varia de ondulado a escarpado. A existência de solos eutróficos, somados a feições geomorfológicas propícias, induz a existência de um mosaico vegetacional com formações campestres e florestais; as primeiras ocupando os solos álicos ou distróficos com uma distribuição bem mais ampla. Entre os tipos campestre-arborizados destacam-se as fisionomias de Savana (Cerrado) constituídas por Savana Arbórea Aberta e Parque. É interessante constatar a ocorrência neste geossistema, e em situações localizadas, de feições e espécies vegetais típicas da Região Fitoecológica da Caatinga numa condição que poderia ser classificada como de Refúgio Ecológico. Essa mesma ocorrência pode ser estendida para geossistemas limítrofes, sem que se possa, dentro desta escala, promover um delineamento mais preciso. A ocupação e uso atual da terra destacam neste sistema a utilização primordial como pastagem natural, seguida por pastagem plantada e localizadamente de exploração mineral (cassiterita), muito embora esta última atividade, por questões mercadológicas, se encontre semiparalisada. O geossistema Serra da Pedra Branca encontra-se litologicamente constituído por rochas das seguintes unidades: Formação Arraias do Grupo Araí, Formação Sete Lagoas do Grupo Bambuí, Complexo Goiano Granito Serra da Pedra Branca e Coberturas Detríticas. Essas litologias constituem registro estratigráfico do Arqueano, do Proterozóico e do TerciárioQuaternário. A Formação Arraias configura uma faixa de exposições desenvolvendo-se ao longo do geossistema no sentido S-N, constituindo em grande parte a borda oeste; na porção norte apresenta a maior área de exposição, sendo representada por quartzitos, metassiltitos, filitos, níveis de conglomerados e, no limite norte, nas proximidades do rio Paranã, ocorrem também rochas metavulcânicas. Constituindo a borda leste do geossistema, desde o limite sul até a área da cidade de Nova Roma, a Formação Sete Lagoas abrange uma seqüência de calcários, dolomitos e rochas pelíticas. Na parte noroeste localiza-se o maciço granítico da Serra da Pedra Branca (geofácies f, g) apresentando forma elíptica com 12 km de comprimento por 9 km de largura, exibindo composição predominante de biotita granito a duas micas e microgranito pórfiro. O corpo granítico é cortado por greisens filoneanos mineralizados em cassiterita. Rochas do Complexo Goiano ocorrem na porção central da área, encontrando-se expostas nas proximidades de Nova Roma na estrada para Aurominas (oeste); tais litologias foram submetidas a fenômenos de metamorfismo regional, dinâmico e retrógrado e apresentam composição que varia de granítica a tonalítica. As coberturas cenozóicas são constituídas por material proveniente do intemperismo das rochas subjacentes e não transportado (elúvios) e por material pouco transportado, acumulado nos sopés das encostas dos platôs (colúvios); após a deposição a região foi submetida a uma inversão de relevo de modo que restos de coberturas cenozóicas constituem em muitas áreas da região chapadas ou pequenos platôs sobre as quais se desenvolvem Latossolos VermelhoAmarelos e Latossolos Vermelho-Escuros. O potencial mineral do geossistema Serra da Pedra Branca abrange ocorrências de calcário, dolomito, cassiterita, fluorita e possibilidades metalogenéticas de ocorrerem mineralizações auríferas em veios de quartzo na Formação Arraias e em faixas greisenizadas relacionadas ao granito da Serra da Pedra Branca. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 102 A mineralização mais importante contida neste geossistema relaciona-se ao maciço granítico da Serra da Pedra Branca (geofácies f, g) que já foi alvo de intensa exploração de cassiterita. Atualmente tal atividade encontra-se paralisada devido à queda de preço do estanho no mercado internacional, constituindo entretanto uma reserva que poderá apresentar economicidade em função da recuperação do preço do metal. Geossistema 4 – Serra do Tombador-Serra Branca Constitui uma área de transição, rampeada com caimento para oeste em direção ao rio Maranhão. Com níveis altimétricos entre 500 e 1.000 m, interpõe-se aos geossistemas Araí a leste e Baixos Rios Preto-Tocantins a oeste. Drenado pelas cabeceiras dos rios São Félix, Santo Antônio e do Carmo, possui reduzidas áreas de relevos conservados de topos tabulares (geofácies a, b, c) com densidade de drenagem fraca e declividade de 0 a 3%. Essas áreas conservadas destacam-se no sistema e correspondem aos topos das serras da Larguinha e do Mocambinho. Sendo essas serras relevos estruturais resultantes de dobramentos e falhamentos, têm suas encostas dissecadas em formas convexas e aguçadas (geofácies e, f) com muito forte densidade de canais de drenagens e declives entre 45 e 75%. Seus limites a sul são bem marcados por escarpas dissecadas de topo convexo e aguçado (geofácies f, g) com densidade de canais de drenagem muito forte e declividade das vertentes entre 45 e 75%. O desnível entre o topo das escarpas e o pico de depressão do Rio Claro recebe as denominações de serras do Tombador e do Ticunzal e chega a atingir 600 m. É representado pelos solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solos Litólicos, estes ocupando grande área dentro da unidade. Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) são álicos (saturação por alumínio 50%), profundos e muito profundos, de textura argilosa e média, ocorrendo sob relevo plano e suave ondulado. Representado por uma pequena mancha na unidade, os Podzólicos Vermelho-Amarelos (geofácies b) são distróficos (saturação por bases e por alumínio < 50%), profundos e pouco profundos, de textura média/argilosa, com relevo ondulado. De pequena ocorrência na unidade, ocorrem os Cambissolos (geofácies c) distróficos, pouco profundos, de textura média, sob relevo plano e suave ondulado. Distribuídos em todo o geossistema os solos Litólicos podem ser álicos (geofácies d, f) ou distróficos (geofácies e), não-cascalhentos e cascalhentos, fase não pedregosa e pedregosa, textura arenosa e média, sob relevo que varia de ondulado a escarpado. Savana Arbórea Aberta e Savana Parque constituem as fitofisionomias predominantes nesse geossistema. Localmente, podem ocorrer áreas de Cerradão ou Savana Arbórea Densa e até mesmo pequenos núcleos florestais do tipo Floresta Estacional Decidual, Montana ou Submontana, dependendo do posicionamento altimétrico. Pela classificação fitogeográfica do Projeto RADAMBRASIL, nestas latitudes, Montanas seriam as florestas posicionadas entre 600 e 2.000 m de altitude, enquanto que as Submontanas estariam na faixa de 100 até 600 m. Regionalmente, o uso e a ocupação são mais disseminados na pecuária extensiva em pastos naturais, seguidos de pastagem plantada e exploração mineral através de garimpos. Nesta unidade de paisagem ocorrem as seguintes unidades geológicas: Formação Ticunzal, Grupo Araí (Formação Arraias e Formação Traíras) e Granito Serra Branca. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 103 A Formação Ticunzal está constituída por grafita xistos, micaxistos grafitosos, sericitaclorita xistos, micaxistos granatíferos, gnaisses grafitosos e tremolita xistos. O Grupo Araí apresenta uma seqüência de metamorfitos de baixo grau e está dividido em duas formações: Formação Arraias e Formação Traíras. A Formação Arraias apresenta as seguintes litologias: quartzitos médios e grosseiros feldspáticos, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos finos, quartzitos micáceos laminados com níveis de conglomerado, metavulcânicas ácidas, metandesitos, metabasaltos e metadiabásios. Ocorrem lentes de conglomerados basais e intraformacionais, metarcóseos e calcoalbititos. A Formação Traíras apresenta metassiltitos micáceos, muscovita quartzitos calcíferos, biotita-clorita-muscovita-quartzo filitos, sericita filitos grafitosos, metapelitos às vezes carbonosos, xistos grafitosos e granatíferos, às vezes ricos em magnetita, lentes de calcário e mármores. O Granito Serra Branca, situado na parte oeste da unidade, junto ao rio Maranhão, constitui a geofácies f, apresenta uma variedade de rochas graníticas, destacando-se biotita álcali-granito e biotita muscovita álcali-feldspato granito. Esse maciço granítico é mineralizado a estanho, tendo sido explorado através de empreendimentos mineiros e por garimpagem; atualmente tais atividades encontram-se paralisadas devido à queda do preço do estanho no mercado internacional, constituindo entretanto uma reserva marginal que poderá ser retomada em função do mercado. Do ponto de vista da potencialidade mineral o Grupo Araí apresenta: cobre em rochas máficas; mineralizações auríferas em veios de quartzo; veios de barita em quartzitos; mármore em calcifilitos; ametista relacionada a quartzitos; ferro em quartzitos e metapelitos; e rutilo, cristal de rocha e quartzo leitoso em veios de quartzo. A Formação Ticunzal apresenta registro de mineralizações de urânio e tório em suas unidades xistosas. O Granito Serra Branca encerra mineralizações de estanho, além de possibilidades metalogenéticas indicativas de mineralizações de fluorita, wolframita, columbita-tantalita e ouro. Geossistema 5 – Divisor dos Rios Tocantinzinho-Preto Posicionado na extremidade sudoeste da região, com altitudes variando entre 500 e 900 m, possui forma alongada com orientação geral sudeste-noroeste. É formado por relevos dissecados em formas de topo convexo e aguçados (geofácies d, e, f) com densidade de canais de drenagem moderada e forte e declives entre 20 e 75%. Na extremidade norte denominada Serra Dourada desenvolvem-se relevos de topo tabular em áreas restritas (geofácies a, b) com fraca densidade de drenagem e declives da ordem de 0 a 3%. As formas de topo convexo e aguçado que envolvem essas áreas são menos dissecadas (geofácies c, d) e têm densidade de drenagem moderada e forte com declives de 3 a 45%. Apresentam solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solos Litólicos. Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) são álicos consequentemente ácidos e de baixa fertilidade natural, profundos, de textura argilosa e média, ocorrendo sob relevo plano e suave ondulado. Os Cambissolos (geofácies b, c), também álicos, são pouco profundos, cascalhentos e não-cascalhentos, de textura argilosa e estão sob relevo plano e suave Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 104 ondulado. Os solos Litólicos (geofácies d, e, f,) são álicos e distróficos, possuem textura arenosa, média e argilosa e se encontram sob relevo ondulado, forte ondulado e montanhoso. Neste geossistema também predominam tipologias vegetais abertas, destacando-se a Savana Arbórea Aberta e Savana Parque. Uma parcela reduzida, coincidente com solos férteis e/ou colúvios, é vegetada por Floresta ou uma forma transicional de vegetação arbórea, misturada de Cerradão (Savana Arbórea Densa) com Floresta Estacional. A ocupação e o uso são mais destacados nas pastagens nativas para pecuária extensiva, seguida por pastos plantados e algumas culturas de subsistência praticadas nas áreas mais férteis e úmidas onde em geral também é encontrada a palmeira babaçu (Orbignya sp). É constituído geologicamente pelo Grupo Paranoá; Grupo Araí, que está representado pela Formação Arraias; e por dois corpos graníticos intrusivos de posicionamento duvidoso. O Grupo Paranoá apresenta a seguinte litologia: quartzitos, metarenitos, metassiltitos, argilitos e ritmitos, metapelitos e conglomerado basal. A litologia da Formação Arraias é a seguinte: quartzitos médios a grosseiros feldspáticos, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos micáceos com níveis de conglomerado, metavulcânicas ácidas e básicas. E, ainda, ocorrem lentes de conglomerados basais e intraformacionais, metarcóseos e calcoalbititos. Os corpos graníticos intrusivos não têm posicionamento conclusivo. Usou-se o termo granitóide para referência a essas massas mais ou menos homogêneas de composição essencialmente quartzo-feldspática. O condicionamento litoestratigráfico, junto com controles estruturais, sugere a possibilidade de ocorrerem mineralizados de manganês no Grupo Paranoá; mineralizações auríferas, cristal de rocha e rutilo em veios de quartzo, ametista e veios de barita em quartzitos e mármore em calcifilito na Formação Arraias. Geossistema 6 – Serra da Aboboreira Abrangendo área de relevo dissecado, com cristas orientadas segundo N-S, o geossistema Serra da Aboboreira situa-se entre as áreas deprimidas dos Vales de CavalcanteTeresina-Rio Paranã e Aurominas-Rio Paranã. A sul limita-se com o geossistema Veadeiros e a norte as cristas de quartzitos, que caracterizam essa porção da unidade, terminam nas proximidades do Rio Paranã. Divisor de água entre os vales do rio das Pedras e o ribeirão dos Bois, constitui relevo resultante de dobramentos e falhamentos, com altitude variável entre 500 e 1.000 m. possui topo conservado e dissecado em interflúvios tabulares (geofácies a, b, c), com densidade de drenagem moderada e forte com declives entre 8 e 75%. Suas bordas voltadas para oeste formam escarpa de falha inversa ou de empurrão. As encostas voltadas para leste e oeste encontram-se dissecadas em formas de topo convexo (geofácies d), e os contatos com os níveis mais elevados do geossistema Veadeiros (geofácies e) encontram-se dissecados em formas de topo convexo e aguçados com forte densidade de canais de drenagem e declives entre 45% e maior de 75%. Apresentam solos Latossolo Vermelho-Amarelo e solos Litólicos. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 105 Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) estão presentes nesta unidade com muito baixa ocorrência. São álicos, profundos, de textura argilosa e média, com relevo plano e suave ondulado. Ocupando praticamente toda a extensão da unidade ocorrem os solos Litólicos álicos (geofácies b, c, d) e distróficos (geofácies e). os distróficos estão presentes próximo a Teresina de Goiás na direção de Alto Paraíso (geofácies e) e estão associados a solos de boa fertilidade natural que apresentam altos teores de fósforo proveniente da decomposição do material originário. Constitui-se de fitofisionomias savânicas com destaque para o Campo Cerrado e Campo Sujo, ou Savana Arbórea Aberta e Savana Parque, respectivamente. No entalhamento do relevo pode ocorrer vegetação mais densa tipo Cerradão ou mesmo tipologia florestal de transição. Com ocupação rarefeita, destaca-se o uso de pastagem natural para pecuária extensiva. A maior parte desta unidade de paisagem encontra-se esculpida em litologias da Formação Arraias do Grupo Araí; na porção norte registra-se a presença de litologias do Complexo Goiano em área deprimida entre cristas de quartzitos e na porção sul pequeno resto de cobertura cenozóica. As litologias que caracterizam esta unidade estão representadas por: arenitos finos, siltitos, argilitos, quartzitos, metarcóseos, conglomerados lenticulares, metavulcânicas de caráter básico e ácido e rochas do Complexo Goiano com composição variável de granítica a tonalítica e que foram submetidas a fenômenos de metamorfismo. Com relação à cobertura cenozóica, presente na porção sul, representa restos de antigas superfícies de aplainamento constituídas por elúvios e colúvios, sobre a qual se desenvolve Latossolo Vermelho-Amarelo. Sobre o aspecto litológico do geossistema Serra da Aboboreira deve ser ressaltada a ocorrência de rocha metavulcânicas de caráter básico a ácido como se observa ao longo da rodovia GO-118 nas proximidades de Teresina de Goiás. Considerando que a Formação Arraias constitui a unidade de maior abrangência espacial no geossistema, a potencialidade mineral restringe-se às possibilidades metalogenéticas a ela atribuídas, dentre as quais se ressalta: mineralizações auríferas em veios de quartzo que cortam quartzitos, conglomerados e rochas vulcânicas; cobre em rochas máficas e veios de quartzo com cristal de rocha em quartzito. Geossistema 7 – Serra da boa Vista Localizado na parte centro-norte da região nordeste o geossistema Serra da Boa Vista desenvolve-se a norte de Cavalcante atingindo o rio Bezerra no limite da região, distribui-se a oeste até as nascentes dos rios da Prata e São Félix e a leste abrange a serra dos Mendes nas proximidades da rodovia GO-118. Englobando relevos resultantes da dissecação de bordas de sinclinal alçada, denominadas de serras da Boa Vista e de Maquiné, com altitudes que variam entre 500 e 1.000 m. esse geossistema comporta litologias que foram dissecadas em forma de topos convexo e aguçado (geofácies c), com densidade de canais de drenagem moderada a forte e forte com declive de 20 a 75%. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 106 Os processos de pediplanação favorecidos pelos intensos fraturamento e falhamento abriram em seu interior áreas deprimidas de dissecações variáveis, sendo a mais expressiva a do Vão das Almas. Na extremidade nordeste os relevos residuais em litologias graníticas e forma dômica (geofácies f, g) encontram-se dissecados em forma de topos tabular e convexo com densidade de drenagem moderada e moderada a forte com declives entre 20 e 75%. Os relevos de topo tabular (geofácies a, b) se apresentam com fraca a moderada densidade de drenagem e declive de 0 a 8%, assim como os relevos dissecados em forma de topo convexo (geofácies c, d, h), com densidade de drenagem moderada e moderada a forte e declives das vertentes entre 8 e 45%. Ocupando toda a unidade (geofácies a, b, c, d, e, f, g, h) sob relevo que varia de plano e suave ondulado a montanhoso e escarpado, ocorrem solos rasos, pouco desenvolvidos, onde o horizonte A repousa diretamente sobre a rocha matriz ou sobre um horizonte C de pequena espessura. Denominados de solos Litólicos, são álicos (geofácies a, b, c, d, e), distróficos (geofácies f, g) e eutróficos (geofácies h). Os álicos (saturação por alumínio 50%) s ão cascalhentos e não-cascalhentos, concrecionários e não-concrecionários, de textura arenosa, média e argilosa. Os distróficos (saturação por bases e alumínio < 50%) não apresentam cascalhos em quantidade significativa, são de textura média. Os eutróficos (alta saturação por bases) são cascalhentos e de textura argilosa. Apresentam-se com fisionomias essencialmente campestres com árvores baixas distribuídas rarefeitamente. Constitui os chamados Campo Sujo e Campo Cerrado cuja monotonia só é interrompida nos encaixamentos do relevo em situações de melhor umidade ou de melhor teor nutricional do substrato, onde pode vegetar estreitas faixas de vegetação arbórea tipo Cerradão ou Floresta Estacional. De uso mais ocorrente, têm-se as pastagens naturais para pecuária extensiva, seguida por pastagens plantadas e incipientes culturas de subsistência. Este geossistema encerra algumas das comunidades negras dos Kalungas, cuja sobrevivência encontra-se hoje ameaçada pela especulação das terras e o projeto de construção de uma hidrelétrica (Foz do Bezerra). A geologia desta unidade de paisagem está representada por rochas da Formação Arraias, do Complexo goiano e dos maciços graníticos Soledade e Serra do Mendes. Estruturalmente, abrange dobramento do tipo sinclinal com eixo orientado segundo norte-sul com cerca de 60 km de extensão por 20 km de largura, com exposições de rochas quartzíticas da Formação Arraias, cortadas por rochas vulcânicas. No seu interior contém área deprimida que constitui o geossistema Vão das Almas. O registro geológico abrange unidades atribuídas ao Arqueano e Proterozóico, representados por arenitos, siltitos, argilitos, quartzitos, metarcóseos, conglomerados, metavulcânicas, rochas de composição granítica a tonalítica metamorfizadas e rochas graníticas. O granito Soledade (geofácies h) localiza-se na parte sudeste do geossistema sendo cortado pela rodovia GO-118 a aproximadamente 11 km a norte de Teresina de Goiás, enquanto o Granito Serra do Mendes (geofácies f,g) posiciona-se na porção nordeste. Exposição de rochas do Complexo Goiano ocorre a oeste da rodovia GO-118 estendendo-se até o sopé das serras de quartzitos que constituem o flanco oriental de uma estrutura sinclinal; também na porção noroeste do geossistema Serra da Boa Vista desenvolvem-se litótipos do Complexo Goiano em área alongada no sentido N-S e deprimida entre exposições do Grupo Araí. O potencial mineral desta unidade está representado por ocorrências de cristal de rocha e mineralizações auríferas em veios de quartzo no domínio da Formação Arraias; cassiterita e Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 107 fluorita relacionadas ao Granito Serra do Mendes e, no Complexo Goiano, estanho, ouro, nióbio e terras-raras em gnaisses xistosos greisenizados e em pegmatitos associados a filitos grafitosos. Geossistema 8 – Escarpas Estruturais Constitui uma área de transição com diferentes níveis altimétricos de 500 a 1.000 m, posicionada na extremidade oeste entre o geossistema Veadeiros e a Depressão do Rio Claro. Localmente, recebe o nome de Serra de Santana. Resultante de falhamentos e dobramentos, forma uma faixa alongada de sentido sudoeste-nordeste, correspondendo a uma escarpa estrutural com frente voltada para noroeste, intensamente dissecada em forma de topos aguçado e convexo (geofácies a, b), com forte densidade de canais de drenagem e declividade de 8 a 20% (a) e 45 a 75% (b). Representada por solos Latólicos álicos (alta saturação por alumínio), cascalhentos (geofácies a) e não-cascalhentos (geofácies b) de textura arenosa e média que se apresentam sob relevo ondulado a montanhoso e escarpado. Predomínio de vegetação de Savana com fisionomias Gramíneo-Lenhosa. Nas vertentes úmidas aparecem fímbrias contato com Cerradão. Apresenta-se com uso e ocupação pastagem natural. A maior parcela desta geossistema constitui como parte do Parque Nacional das Chapadas dos Veadeiros. Arbórea Aberta, Parque e de vegetação florestal em parcial, basicamente como área de produção ambiental A geologia está representada por litologias da Formação Arraias do Grupo Araí, constituída por quartzitos, arenitos finos, siltitos, argilitos, metarcóseos e conglomerados lentiformes de posicionamento basal e intraformacional. Geossistema 9 – Serra da Prata Constituído por relevos da serra da Prata e da serra do Cubículo, com cotas altimétricas entre 500 e 1.000 m, isola-se na extremidade nordeste da região separada pelo rio Paranã. Estas serras são o divisor de águas das bacias hidrográficas dos rios São Domingos e Manso a leste e do rio Atalaia a oeste. Os relevos de formas tabulares (geofácies a), posicionados nos topos das serras, tem densidade de drenagem fraca a moderada e declividade de 3 a 8%. As formas aguçadas (geofácies c, e), resultantes da dissecação estrutural em rochas dobradas, posicionam-se nas médias e altas encostas e têm forte densidade de drenagem e declividade das vertentes entre 45 e 75%. O topo da serra do Cubículo e trechos da baixa encosta da serra da Prata encontram-se dissecados em forma de topo convexo (geofácies b, d), com moderada densidade de canais de drenagem e declividade das vertentes de 8 a 45%. Relevos aguçados e ruiniformes bordejam a serra da Prata em sua borda leste (geofácies r), com moderada a forte e forte densidade de drenagem e declives superiores a 75%. Apresenta solos Litólicos álicos (geofácies a, b, c) e distróficos (geofácies d, e). sob relevo plano e suave ondulado se encontram solos Litólicos álicos e distróficos, cascalhentos e não- Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 108 cascalhentos, textura argilosa e média (geofácies a). apresentando relevo ondulado e montanhoso e escarpado ocorrem solos Litólicos álicos e distróficos, não-cascalhentos e cascalhentos, fase não-pedregosa e pedregosa, de textura arenosa e média. Estes solos são rasos e apresentam baixa fertilidade natural. Presença de afloramentos rochosos (geofácies d), com declives > 75%. Vegetação de contato Savana/Floresta Estacional com predomínio da fisionomia de Savana Arbórea Aberta. A floresta do tipo Estacional Decidual Montana ocupa as vertentes e áreas com solos eutróficos. Nas áreas de afloramentos rochosos ocorre também uma vegetação especializada constituída de cactáceas e terófitas anuais denominada de vegetação rupícola. Uso limitado, destacando pastagem natural e pastagem plantada. O geossistema Serra da Prata é constituído por litologias pertencentes à Formação Arraias do Grupo Araí, Formação Sete Lagoas do Grupo Bambuí e ao Granito Mocambo, estratigraficamente posicionadas no Proterozóico. As rochas da Formação Arraias apresentam a maior abrangência espacial, conformando a porção central do geossistema, estando representadas por quartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos micáceos laminados com níveis de conglomerado, arenitos finos, siltitos e argilitos. A Formação Sete Lagoas, localizada na porção oriental da área, encontra-se ao longo de uma faixa descontínua com orientação N-S, representa o limite oeste da bacia de deposição do Grupo Bambuí, sendo constituída por uma seqüência de calcários, dolomitos e rochas pelíticas. Na borda oeste do geossistema ocorre um maciço granítico denominado Mocambo (geofácies d, e), devido à serra homônima, apresenta forma grosseiramente elíptica com dimensões 8 x 6,5 km, com predominância de biotita granito de coloração cinza, granulação grosseira e estrutura isotrópica. O potencial mineral compreende ocorrências de calcário e dolomitos assim como mineralizações de estanho, fluorita e ouro em zonas greisenizadas relacionadas ao Granito Mocambo. As litologias da Formação Arraias apresentam possibilidades metalogenéticas de mineralizações auríferas e cristal de rocha em veios de quartzos, além de veios de barita e ametista em quartzitos. Geossistema 10 – Baixos Rios Preto-Tocantinzinho Posicionada na extremidade oeste da área, com cotas altimétricas entre 350 e 900 m, possui relevos dissecados em forma de topos aguçados (geofácies d, e), com densidade de drenagem moderada e forte com declives de 20 a 75%. Na maior parte da área e em proporções menores ocorrem formas de topo aguçado (geofácies a, b), com densidade de drenagem moderada e declives de 3 a 20%. Apresenta formas planas e de topo tabular (geofácies c), com densidade de drenagem fraca e moderada a forte com declives de 0 a 3%. Ocorrem nesta unidade os solos Podzólicos Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solos Litólicos. Os Podzólicos Vermelho-Amarelo (geofácies a) são distróficos (saturação por base < 50%), cascalhentos, de textura média/argilosa, com relevo ondulado. Sob relevo plano e suave ondulado se encontram os Cambissolos álicos (geofácies b) e distróficos (geofácies c). estes solos podem apresentar grande quantidade de cascalhos e concreções ferruginosas na sua massa, a textura é média e argilosa. Presentes sob relevo mais movimentado que varia de forte ondulado a escarpado os solos Litólicos desta unidade são álicos (geofácies d) e distróficos (geofácies e), de textura arenosa e média. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 109 Predominam fitofisionomias campestres do tipo Savana Arbórea Aberta e Savana Parque. Restrito aos entalhamentos do relevo aparecem Savana Arbórea Densa e Floresta Estacional que são os locais que permitem algum tipo de uso e ocupação, ou seja, pastagem plantada ou agricultura de subsistência, além de pastagem natural. Na área desenvolve-se a construção da Usina Hidrelétrica da Serra da Mesa, que deverá inundar, quando do fechamento da Barragem, previsto para 1992 (?), uma considerável área, sendo que parte deste alagamento atingirá a reserva indígena dos Avá-canoeiros. A posteriori nova hidrelétrica será construída a jusante, a Usina de Canabrava. A geologia desta unidade de paisagem é composta pelas seguintes litoestratigráficas: Grupo Araxá, Grupo Paranoá, Grupo Araí, representado pela Formação Traíras, e ainda a borda sul do Granito Serra da Mesa. O Grupo Araxá de idade pré-cambriana média contribui com a seguinte variedade litológica: micaxistos, quartzitos, filitos, anfibolitos, anfibólio xistos, mármores, rochas calcossilicatadas, rochas cataclásticas, metacherts, metavulcânicas ácidas e básicas. O Grupo Paranoá contribui com metarenitos, arenitos e siltitos feldspáticos, argilitos e ritmitos; siltitos e argilitos vermelhos com marcas de ondas e níveis silicosos; lentes de calcários, dolomitos e margas; quartzitos, metapelitos filitosos e calcoxistos. A Formação Traíras apresenta metassiltitos micáceos, quartzitos calcíferos, sericita filitos grafitosos; metapelitos carbonosos, xistos grafitosos e granatíferos (?), às vezes ricos em magnetita; lentes de calcário e mármore. O Granito Serra da Mesa abrange grande variedade de rochas graníticas, apresentando mineralizações de estanho, fluorita e columbita-tantalita. O potencial mineral compreende possibilidades de ocorrerem mineralizações de manganês relacionada aos Grupos Paranoá, mineralizações de ouro, manganês, grafite e mármores no Grupo Araxá, além de ouro, rutilo e cristal de rocha em veios de quartzo, veios de barita e ametista em quartzitos e mármores relacionados à Formação Arraias. Região II – Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba Constituindo a parte sul-sudoeste da região, esta unidade apresenta correlação com a litologia, abrangendo a área de exposição do Grupo Paranoá, desenvolvendo-se nos Municípios de São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás, Colinas do Sul e Nova Roma. Apresenta relevos planos basculados com inclinação para sul, entrecortados por áreas intensamente dissecadas pelos formadores do rio Tocantinzinho, conformando um conjunto de relevos esculpidos em litologias do Grupo Paranoá com a presença de colúvios pedogeneizados nos chapadões. Esta região abrange três sistemas ambientais, reunindo características comuns, a cada um, representados pelos números 11, 12 e 13 e que receberam a seguinte denominação: 11 – Borda da Serra Geral do Paranã 12 – Chapadas de São João d’Aliança-Alto Paraíso de Goiás 13 – Vertentes do Rio Tocantinzinho-Ribeirão das Brancas. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 110 Geossistema 11 – Borda da Serra Geral do Paranã Posicionado na extremidade oriental da região Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba, com cotas altimétricas de 600 a 1.100 m, constituindo uma faixa de transição, alongada no sentido norte-sul, entre os relevos altos do Planalto e o Vão do Paranã, recebe o nome de Serra Geral do Paranã. Forma uma escarpa de falha com formas dissecadas de topo convexo (geofácies b), com moderada a forte densidade de drenagem e declives de 8 a 20%. Os relevos dissecados em forma de topo aguçado (geofácies a) apresentam densidade de canais de drenagem moderada a forte e forte com declives de 20 a 75%. Ocorrem nesta unidade geoambiental solos Cambissolos e solos Litólicos. Os Cambissolos (geofácies a) são eutróficos (média a alta fertilidade natural), estando este caráter diretamente relacionado com rochas calcárias presentes na área, são pouco profundos, podendo apresentar cascalhos em quantidade significativa na massa do solo, a textura é argilosa e o relevo forte ondulado, estão presentes ao norte dessa unidade. Abrangendo praticamente toda a área, os solos Litólicos são álicos (alta saturação por alumínio), podendo apresentar (geofácies b) e não apresentar (geofácies c) cascalhos e concreções ferruginosas em quantidade significativa. Possuem textura arenosa, média e argilosa e se encontram sob relevo que varia de ondulado a montanhoso e escarpado. Nos topos colinosos predominam as fisionomias campestres de Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa. Nos entalhamentos do relevo e nas áreas de solos eutróficos (geofácies a), predomina a Floresta. É nesta última situação que ocorre uso mais especializado como pastagem plantada, agricultura de subsistência, vegetação secundária ou capoeira, além de uma incipiente e decadente exploração madeireira. Na borda oeste desta unidade há uma faixa representada pelo Grupo Paranoá e na parte leste ocorre a Formação Três Marias do Grupo Bambuí. O Grupo Paranoá é uma seqüência dobrada de rochas metassedimentares variadas com predominância de arenitos brancos finos com intercalações de siltitos, argilitos e ardósias. A base está representada por um paraconglomerado conhecido como Conglomerado São Miguel. Mineralizações de ferro e manganês são encontradas nas fácies pelíticas do Grupo Paranoá. A Formação Três Marias, topo do Grupo Bambuí, apresenta siltitos e arcóseos verdes a cinza-esverdeados com pequenas lentes de calcário e marga. Geossistema 12 – Chapadas de São João d’Aliança-Alto Paraíso de Goiás Caracterizado por extensas áreas com relevos planos ou dissecados em interflúvios tabulares, com altitudes oscilando entre 1.000 e 1.300 m, apresenta chapadas levemente basculadas para sul, evidenciando perturbações tectônicas da estrutura. A dissecação diferencial favoreceu a preservação dos planos inclinados com dissecação fraca e moderada a forte (geofácies a, b, c, d, f) e declives de 0 a 3%. Ocorrem relevos dissecados em forma de topo convexo e pequenas áreas de topo tabular (geofácies e, g, h), com cobertura de material detrítico ferruginizado, remanescentes de couraças desmanteladas, com densidade de drenagem moderada a forte e forte, com declives de 8 a 20%. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 111 As áreas dissecadas em forma de topo aguçado (geofácies i) apresentam densidade de drenagem moderada a forte e muito forte com declives variáveis entre 45 e 75%. Ocorrem nesta unidade solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Gleissolos e solos Litólicos. Os Latossolos Vermelho-Escuros (geofácies a) são álicos (alta saturação por alumínio) e distróficos (média saturação por bases, geralmente entre 20 e 35%), profundos e muito profundos, possuem textura muito argilosa, ocorrendo sob relevo plano e suave ondulado em extensão considerável (em torno de 40%) dentro da unidade. Possuem regular potencial agrícola, a fertilidade natural baixa e a deficiência hídrica são os fatores limitantes ao uso. Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies b) apresentam alta saturação por alumínio álicos, textura argilosa e média, encontrando-se nas superfícies aplainadas com declives que variam de 0 a 8%. Presentes nas geofácies c, d, e, os Cambissolos são álicos, cascalhentos e não-cascalhentos, concrecionários e nãoconcrecionários, pouco profundos, de textura argilosa, com relevo que varia de plano a ondulado. Sob relevo plano, ocorre isoladamente na unidade pequena depressão onde estão presentes Gleissolos álicos (geofácies f), hidromórficos, de textura média. Nas áreas de relevo dissecado, com declives > 8%, ocorrem os solos Litólicos (geofácies g, h, i) álicos (saturação por alumínio 50%), podendo ocorrer presença de cascalhos e concreções ferruginosas (geofácies h), a textura pode ser arenosa, média ou argilosa. Fisionomias campestres englobam Savana Gramíneo-Lenhosa, Savana Parque e Savana Arbórea Aberta, respectivamente Campo Limpo, Campo Sujo ou Cerradinho e Campo Cerrado. Em sua ocupação e uso atual destacam-se atividades que vão desde pecuária extensiva com utilização de pastagem nativa, passando por pastagens plantadas, agricultura tecnificada, anual e perene, como soja, arroz, milho, café, laranja ou manga, e reflorestamento com Eucaliptus, além de exploração mineral (manganês). Esta unidade de paisagem está sustentada por rochas do Grupo Paranoá e apresenta restos de cobertura detrítico-lateríticas terciário-quaternárias. O Grupo Paranoá está constituído por uma seqüência metassedimentar continental com características deltaicas, sendo predominantes os metarenitos brancos, finos com intercalações de metassiltitos, siltitos, argilitos e ardósias. Ocorrem ainda ritmitos, além do Conglomerado São Miguel na base da seqüência com seixos ritmitos, calcários, argilitos e siltitos. As rochas Pelíticas do Grupo Paranoá podem apresentar mineralizações em ferro e manganês, destacando-se nesta unidade a mina de manganês da Pedra Preta. As coberturas detríticas são restos das superfícies de aplainamento, sendo constituídas por materiais arenoargilosos e argilo-arenosos inconsolidados com cores vermelho-alaranjadas e róseo-claras. Geossistema 13 – Vertentes do rio Tocantinzinho-Ribeirão das Brancas Dissecado pelo rio Tocantinzinho e seus tributários do alto curso, este sistema encontrase entre 500 e 1.000 m de altitude. Relevos residuais de topo plano e tabular guardam altimetrias e características dos níveis superiores (geofácies a, b, c), com fraca a moderada e moderada a forte densidade de drenagem com declives de 0 a 3%. Na parte rebaixada, dominam relevos dissecados em forma de topo convexo (geofácies d, f), com densidade de drenagem moderada e moderada a forte e declives de 3 a 20% em forma de rampas pedimentadas, inclinadas em direção ao vale do rio Tocantinzinho. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 112 Apresenta o sistema de planos inclinados e ravinados que fazem contato com os níveis superiores providos de cobertura coluvial (geofácies e, g, h, i), com formas aguçadas e densidade de drenagem forte e muito forte, com declives de 8 a 75%. Predominam nesta unidade os solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo VermelhoAmarelo, Cambissolo e solos Litólicos. Os Latossolos Vermelho-Escuro (geofácies a) ocorrem em pequenas manchas isoladamente, remanescentes das áreas contínuas de Latossolos da Unidade II.12. São álicos e distróficos, profundos e muito profundos, de textura muito argilosa, com relevo plano e suave ondulado. Sob esta mesma fase de relevo se encontram os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies b) álicos, profundos e muito profundos, de textura argilosa e média, possuindo as mesmas limitações ao uso agrícola que os Latossolos Vermelho-Escuros (deficiência de água e baixa fertilidade natural). De pequena ocorrência na unidade os Cambissolos álicos (geofácies c, d) podem apresentar os caracteres cascalhentos e concrecionário, são de textura argilosa, pouco profundos, e se encontram sob relevo plano e suave ondulado. Onde o relevo apresenta fortes declives, os processos físicos são mais acentuados que os pedogenéticos, não havendo formação de horizonte B, ocorrendo os solos Litólicos álicos (geofácies e, f, g) e distróficos (geofácies h, i). na geofácies f, estes solos são cascalhentos, podendo apresentar concreções ferruginosas. Os álicos são de textura arenosa, média e argilosa, os distróficos de textura média. Savana Arbórea Aberta é a fisionomia mais comum neste geossistema, seguido do Savana Parque. Em situações especiais e muito restritas, como nos entalhamentos do relevo, pode vegetar o Cerradão ou fisionomias transicionais de floresta, quase sempre com a presença de babaçu (Orbignya sp.). preponderantemente, desenvolve-se a pecuária extensiva, aproveitando-se as pastagens naturais, seguida de pastagens plantadas e agricultura de subsistência. Em situações de relevo e solos propícios (geofácies a, b) principalmente, também ocorrem utilização com agricultura tecnificada e reflorestamento com Eucaliptus. Esta unidade de paisagem está representada pelo Grupo Paranoá, constituído de metassedimentos variados com metarenitos finos, brancos, com intercalações de metassiltitos, argilitos, calcários, dolomitos, ritmitos, metapelitos e calcoxistos. Ocorre um paraconglomerado denominado Conglomerado São Miguel na base da seqüência. As rochas pelíticas do Grupo Paranoá podem apresentar mineralizações de ferro e manganês. Região III – Chapadas de Paracatu Restrita à porção sul-sudeste da região nordeste do Estado de Goiás e caracterizada pela morfologia em forma de chapadas que sobressaem das áreas circundantes, sustentadas por litologias do Grupo Bambuí, esta unidade ocorre nos Municípios de Sítio d’Abadia, Flores de Goiás e notadamente em Alvorada do Norte, cuja sede municipal localiza-se no sopé da chapada. Caracteriza-se por apresentar topografia plana e homogênea nos topos e bordas circundantes extremamente dissecadas, esculpidas em sua maior parte em litologias da Formação Três Marias do Grupo Bambuí; apresenta nos chapadões sedimentos que constituem colúvios pedogeneizados; corresponde a um patamar estrutural. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 113 Esta região abrange somente um sistema ambiental, caracterizado pelo número 14 e denominado Borda Norte das Chapadas de Paracatu. Geossistema 14 – Borda Norte das Chapadas de Paracatu As Chapadas de Paracatu constituem uma área restrita no presente mapeamento, com cotas altimétricas de 600 a 1.100 m. caracteriza-se por ser a terminação norte das chapadas esculpidas em litologias da Formação Três Marias do Grupo Bambuí, onde contrasta a topografia plana e homogênea, sustentada por couraça ferruginosa e as escarpas abruptas dissecadas, com incisões de drenagens adaptadas às lineações estruturais, que facilitam o desmantelamento desse relevo estrutural. Limitado às suas bordas norte, o relevo plano das chapadas tem aí suas terminações (geofácies a, b, e), com densidade de drenagem fraca e moderada e declives de 0 a 3%. Na parte intermediária entre a terminação das chapadas e as escarpas, o relevo encontra-se dissecado em forma de topo convexo (geofácies c, d, f, h), com densidade de drenagem moderada a forte com declives de 3 a 20%. As escarpas com desníveis de 200 m encontram-se dissecadas e ravinadas com forma de topos aguçados (geofácies g), com densidade de drenagem forte e declives de 20 a 75%. Ocorrem nesta unidade solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solos Litólicos. Nas chapadas, sob relevo plano e suave ondulado se encontram os Latossolos VermelhoEscuros álicos (geofácies a) e os Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos (geofácies b), estes de maior ocorrência neste geossistema. São solos profundos e muito profundos, possuindo textura argilosa. Ocorrendo sob relevo suave ondulado e ondulado os Cambissolos são álicos (geofácies c, d) e distróficos (geofácies e). Os álicos podem apresentar cascalhos e concreções ferruginosas em sua parte superficial. Os distróficos estão livres de cascalhos e concreções. São solos pouco profundos, de textura argilosa e relevo suave ondulado e ondulado. Ocupando maior extensão nesta unidade ocorrem os solos Litólicos álicos (geofácies f, g) e eutróficos (geofácies h), estes apresentam grande quantidade de cascalhos, são de textura argilosa e relevo ondulado e forte ondulado. Os álicos apresentam textura arenosa e média e relevo forte ondulado, montanhoso e escarpado. As áreas planas conservadas apresentam fitofisionomias de Savana Arbórea Aberta (Campo Cerrado), enquanto que as áreas dissecadas em formas convexas e aguçadas exibem cobertura vegetal do tipo Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa, podendo ostentar pequenas florestas-de-galeria (matas ciliares). Na primeira situação predominam hoje atividades agrícolas tecnificadas, principalmente as lavouras de soja. Como uso generalizado destaca-se ainda a utilização de pastagens naturais e pastagens plantadas para pecuária extensiva. O registro geológico desta unidade abrange em sua maior parte litologias da Formação Três Marias do Grupo Bambuí, além de sedimentos detrítico-lateríticos e pequena área de exposição do Grupo Paranoá, constituindo a Serra São Domingos. As litologias mais expressivas estão representadas por uma seqüência de siltitos e arcóseos de cores verde a cinza-esverdeado, com lentes de calcário e marga, quartzitos e resto de coberturas detrítico-lateríticas que provavelmente representam remanescentes de Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 114 superfícies de aplainamento. O potencial mineral é inexpressivo, restrito à ocorrência de calcários lenticulares na Formação Três Marias. Região IV – Chapadão Central Na área em estudo, esta unidade tem pequena expressão espacial, compreendendo o divisor das bacias hidrográficas do Tocantins e São Francisco. Representada pela borda ocidental, constitui escarpa monoclinal intensamente dissecada voltada para oeste. Esculpida em litologias friáveis da Formação Urucuia, caracteriza-se pela ocorrência de movimentos de massa que originam depósitos coluvionares ao longo do nível inferior da escarpa. Apresenta-se como um plano regular com caimento suave para leste, registrando inclinações inferiores a 5º. No sentido norte-sul a superfície apresenta desníveis associados às bordas assimétricas das veredas. Localizada na porção oriental da região, desenvolve-se ao longo do limite estadual GoiásBahia, abrangendo parte dos Municípios de Sítio d”Abadia, Damianópolis, Mambaí, Posse, Guarani de Goiás, São Domingos e Campos Belos. Esta unidade compreende o geossistema 15 que constitui a Borda da Serra Geral de Goiás. Geossistema 15 – Borda da Serra Geral de Goiás Trata-se de um conjunto de relevos com cotas altimétricas entre 600 e 1.200 m, que constitui o limite do Estado de Goiás com o Estado da Bahia. Compreende o divisor de água das bacias hidrográficas dos rios São Francisco e Tocantins. Na parte inferior da escarpa encontram-se relevos de topo tabular e planos (geofácies a), com fraca densidade de drenagem e declives de 0 a 3%. Na extremidade sul a escarpa se desfaz em uma rampa inclinada para oeste (geofácies c), com densidade de drenagem fraca e moderada com declives de 0 a 3%. Relevos dissecados em forma de topo convexo (geofácies b), com moderada a forte e muito forte densidade de drenagem e declives de 8 a 20%. As escarpas e relevos residuais de recuo de frente de cuesta têm suas bordas dissecadas e ravinadas em formas de topo convexo e aguçado (geofácies d, e), com forte e muito forte densidade de drenagem, com declives superiores a 45%. Nesta área (geofácies d, e) são comuns os processos de desmoronamentos de blocos e seixos, principalmente na média encosta, onde a litologia é mais friável. Esses deslizamentos têm características de avalanches, que deslocam o arenito síltico misturado com material lamoso, que vai se acumular no sopé em forma de cones torrenciais. É nessa área dissecada do sopé, na baixa encosta da Serra Geral de Goiás, que os rios perenes afluentes do rio Paranã têm suas nascentes. O aumento do antropismo na área irá alterar o tipo de escoamento, concentrando-o, e esta mudança irá acelerar os processos de erosão regressiva das escarpas, intensificando os processos de deslizamento de massa. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 115 Apresenta solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Areias Quartzosas e solos Litólicos. Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) ocorrem nas áreas aplainadas do Chapadão (divisa de Goiás com a Bahia), são álicos (alta saturação por alumínio), profundos e muito profundos, e de textura média. Os Cambissolos (geofácies b), também álicos, são pouco profundos e apresentam fase pedregosa (presença superficial ou subsuperficial de quantidades expressivas de calhaus e matacões interferindo no uso das terras) e não pedregosa, encontrando-se sob relevo ondulado e forte ondulado. Nas partes baixas ocorrem as Areias Quartzosas (geofácies c), distróficas, muito profundas, sob relevo plano e suave ondulado. Nas bordas da Serra Geral, estão presentes os solos Litólicos álicos (geofácies d, e), de textura arenosa e média, sob relevo forte ondulado e montanhoso. Vegetação essencialmente campestre, isto é, com predomínio de formas herbáceas e graminóides sobre as arbóreas, compõe fitofisionomias de Savana Arbórea Aberta, tipo Campo Cerrado e Savana Parque (Campo Sujo). Regionalmente, a vegetação das áreas conservadas do “Chapadão” recebe denominação de “Campina”. No aspecto de ocupação e uso atual destacam-se as lavouras de soja na geofácies a; pecuária extensiva, com pastos naturais e plantados, mais exploração de lenha para carvoejamento nas geofácies b, c. A geologia está representada por rochas sedimentares da Formação Urucuia, unidade que engloba os sedimentos cretáceos da região. São arenitos finos a médios, róseos, impuros, com alguns níveis conglomeráticos. Esses arenitos têm uma tendência geral de serem mais argilosos na base e o contato inferior com o Grupo Bambuí é marcado por uma camada, às vezes espessa, de canga laterítica manganesífera. A Formação Urucuia apresenta registros de manganês associado a arenitos, bauxita desenvolvida sob arenitos, diamante no conglomerado basal e salitre relacionado a arenitos. Região V – Patamares do Chapadão Central Esta região situa-se na porção oriental da região nordeste do Estado de Goiás, contornando a borda ocidental do Chapadão Central, estendendo-se longitudinalmente de norte a sul. Basculado com mergulho para leste, resulta do recuo das escarpas do chapadão, recebendo material arenoso coluvionar. Corresponde a uma faixa de relevos que ocupa posição intermediária em relação ao topo do chapadão. Conecta-se com os níveis superiores através de escarpas e rebordos, denotando acentuado trabalho da erosão; isto é evidenciado pela presença de residuais, localizados nas frentes das escarpas. Entre São Domingos e Guarani de Goiás, os calcários do Grupo Bambuí formam relevos ruiniformes, sumidouros e grutas. Entre a última localidade citada e Sítio d’Abadia, mais a sul, a drenagem provocou erosão diferencial, dando origem a canyons, pontes, sumidouros e ressurgências cársticas. A região foi esculpida predominantemente em litologias do Grupo Bambuí que em parte se encontram recobertas por Coberturas Arenosas. Abrange localmente rochas das unidades Tonalito São Domingos, Granodiorito São José, Seqüência Vulcanossedimentar de São Domingos, Complexo Goiano e residuais da Formação Urucuia. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 116 No sentido sul-norte desenvolve-se nos Municípios de Sítio d’Abadia, Damianópolis, Alvorada do Norte, Mambaí, Posse, Iaciara, Guarani de Goiás, São Domingos, Divinópolis de Goiás, Monte Alegre de Goiás e Campos Belos. Em função das características físicas e da vegetação a área abrangida por esta unidade foi subdividida nos geossistemas 16 – Cárstico-Pelítico Guarani de Goiás-Divinópolis de Goiás, 17 – Pelítico-Cárstico Alvorada do Norte-Damianópolis-Guarani de Goiás, 18 – Vertentes da Serra de Goiás. Geossistema 16 – Cárstico-Pelítico Guarani de Goiás-Divinópolis de Goiás Posicionado na extremidade norte da região dos Patamares, esse geossistema se estende da cidade de Guarani de Goiás até atingir os limites a norte com o Estado do Tocantins, com altitude entre 600 e 800 m. A característica principal desse geossistema é a predominância de modelados de dissolução, esculpindo relevos ruiniformes em rochas calcárias (geofácies r); esses relevos cársticos em forma de corredores e rampas dissecadas de topos convexos e tabulares (geofácies c, d, e, f, g, h), com densidade de drenagem fraca a moderada, moderada e moderada a forte; e declives de 3 a 8%, desenvolvem-se em rochas do Grupo Bambuí. Nos limites orientais das formas cársticas, ocorrem sumidouros dos quais se originaram grutas cársticas como a de Terra Ronca no ribeirão da Lapa e a gruta Angélica no ribeirão do mesmo nome. Essas grutas são de grande interesse turístico e arqueológico. As ressurgências se dão na terminação ocidental dos relevos cársticos. Ocorrem áreas com relevos planos e com fraca densidade de drenagem (geofácies a, b, i), declives de 0 a 3% e relevos de topos tabulares e convexos (geofácies n, r, m), com moderada densidade de drenagem e declives de 3 a 20%. Ocorrem neste geossistema os solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico VermelhoEscuro, Cambissolo, Areias Quartzosas e solos Litólicos. Também estão presentes afloramentos rochosos. Englobando a cidade de Divinópolis de Goiás, restrito a uma única mancha, ocorrem os Latossolos Vemelho-Amarelos álicos e distróficos (geofácies a), de baixa fertilidade natural, profundos a muito profundos, textura média e relevo plano e suave ondulado. Ocupando pequena área ao sul da unidade estão presentes os Podzólicos Vermelho-Escuros (geofácies b) eutróficos (média a alta fertilidade natural), sob relevo plano e suave ondulado. Podendo apresentar o caráter cascalhento e a fase pedregosa, ocorrem sob relevo que varia de plano a forte ondulado os Cambissolos álicos (geofácies c, d, e, f) e eutróficos (geofácies g, h) pouco profundos, de textura média, argilosa e muito argilosa. Os eutróficos (alta saturação por bases) apresentam altos teores de cálcio + magnésio provenientes da decomposição de calcário. Ao norte da unidade ocorrem as Areias Quartzosas distróficas (geofácies i), muito profundas, de textura arenosa, com relevo plano e suave ondulado. Pouco desenvolvidos, rasos, sob relevo variando de plano a montanhoso, ocorrem os solos Litólicos álicos e distróficos (geofácies j) e eutróficos (geofácies l, m, n), todos cascalhentos, apresentando textura argilosa. Os afloramentos rochosos presentes nesta unidade são constituídos de rochas calcárias. A vegetação predominante é a de Floresta Estacional Decidual Submontana, seguida de Savana Arbórea Aberta. Basicamente a ocorrência florestal guarda uma correspondência marcante com litologias calcárias/pelíticas que originam solos de alta eutroficidade. Nos relevos Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 117 cársticos vegeta uma comunidade rupícola com cactáceas e plantas adaptadas. Com ocupação considerada média a média alta destacam-se os usos atuais de pastagem plantada, vegetação secundária (capoeira), exploração madeireira (aroeira), além de pastagem natural e agricultura de subsistência. Mencionam-se ainda a exploração mineral (calcário) e garimpagem (ouro) em áreas localizadas. Esse geossistema engloba a unidade de preservação ambiental do Parque Estadual da Terra Ronca, cujo decreto de criação visa sobretudo à preservação do rico conjunto espeleológico, considerado dos mais importantes da América do Sul. Este geossistema apresenta como representantes geológicos rochas do Grupo Bambuí, alguns remanescentes de sedimentos da Formação Urucuia e rochas do Complexo Goiano, Seqüência Vulcanossedimentar de São Domingos, Tonalito São Domingos e Granodiorito São José. Em toda sua faixa de extensão predominam as rochas sedimentares do Grupo Bambuí com um destaque especial para bancos de calcários pretos a cinza às vezes oolíticos com lentes de folhelhos, siltitos, margas e bancos de calcários dolomíticos, dolomitos e dolomitos calcíferos. Rochas pelíticas (siltitos, argilitos, folhelhos) também ocorrem em abundância, mas, neste geossistema, os bancos de rochas carbonáticas destacam-se nitidamente pela grande ocorrência e pela topografia cárstica característica. Estas rochas carbonáticas oferecem condições para uso agrícola para calagem e existem alguns moinhos de calcários em funcionamento como em São Domingos e Divinópolis de Goiás. A Formação Urucuia está representada por alguns testemunhos de erosão constituídos de arenitos róseos, finos a médios, impuros. O Complexo Goiano apresenta rochas de composição granítica a tonalítica submetidas a intensos processos dinâmicos e metamórficos, enquanto xistos e filitos grafitosos ocorrem na seqüência vulcanossedimentar. O Tonalito São Domingos apresenta veios de quartzo com mineralização aurífera. Granodiorito de cor rósea e granulação média a grosseira constitui dois corpos que fazem parte desta unidade de paisagem, localizados entre São Domingos e Divinópolis de Goiás. O potencial mineral de geossistema está representado pelas enormes reservas de calcário que aparentemente apresentam potencial inesgotável para exploração, além de mineralizações de ouro em veios de quartzo que ocorrem no Tonalito São Domingos e na seqüência vulcanossedimentar. As especificações dos calcários para corretivos de solos produzidos em Divinópolis de Goiás e São Domingos, conforme dados da Delegacia do Ministério da Agricultura em Goiânia, são as seguintes: Oliveira Maciel Mineração Ltda. EP. 0831 – Av. Garrastazu s/n – Divinópolis de Goiás Reg. De Produto nº 14.484 Garantia: Ca0.26/Mg0.16/PN.85/PRnT.61.12/Soma dos óxidos.42 Granulometria: Pen.2mm (ABNT.10)-100%.Pen. 0,84mm (ABNT.20)-80%.Pen.0,3mm (ABNT.50)-50% Dolomítico “B” Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 118 Mineração São Domingos Ltda. Fazenda Colinas km 15 GO.110-São Domingos.GO EP.1139 Reg.de Produto nº 18.140 Garantia: Ca0.27/Mg0.15/PN.85.5/PRnT.61.5/Soma dos Óxidos.42 Granulometria: Pen. 2mm (ABNT.10)-100%.Pen.0,84 mm (ABNT.20)-80% Pen.0,30 mm (ABNT.50)-50% Dolomítico “B” Geossistema 17 – Pelítico-Cárstico Alvorada do Norte-Damianópolis-Guarani de Goiás Ocupando a extremidade sul da região dos Patamares em cotas altimétricas entre 500 e 600 m, esse geossistema se estende da cidade de Guarani de Goiás para sul, até encontrar-se com as escarpas da borda norte das Chapadas de Paracatu. Constituído em litologias do Grupo Bambuí, os processos erosivos esculpiram formas tabulares e convexas com trechos planos (geofácies b, c, a, e), com densidade de drenagem fraca e moderada e declives de 0 a 8%. Afluentes do rio Paranã com nascentes no sopé da escarpa da Serra Geral de Goiás drenam o geossistema, dissecando e entalhando sedimentos argilo-sílticos do Grupo Bambuí. Os rios Vermelho, Piracanjuba, dos Buritis e da Prata, entre outros, aproveitaram falhas e fraturas subjacentes. Alargaram-se por dissolução, formando canyons, pontes cársticas, sumidouros e ressurgências (geofácies j), ravinadas com formas de topo aguçado, densidade de drenagem forte e declives de 20 a 45%. Apresenta relevos de topo tabular e convexo (geofácies d, g, h, i, e), com moderada e moderada a forte densidade de drenagem com declives de 8 a 45%. Estão incluídos neste geossistema os solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Escuro, Podzólico Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Areias Quartzosas e solos Litólicos. Próximo à cidade de Alvorada do Norte, representados nesta unidade por pequena mancha, ocorrem, apenas, Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos (geofácies a), profundos e muito profundos, de textura argilosa e relevo plano. Possuem baixa fertilidade natural (saturação por bases < 50%). Ocupando área expressiva neste geossistema, situados entre Alvorada do Norte e Mambaí, se encontram os Podzólicos Vermelho-Escuros eutróficos (geofácies b), profundos, média e alta fertilidade natural, de textura argilosa/muito argilosa, com relevo plano e suave ondulado. Próximo à cidade de Posse ocorrem pequenas áreas esparsas de Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico (geofácies c), saturação por bases 50%, profundos e pouco profundos, de textura média/argilosa, com relevo suave ondulado e ondulado. Presentes ao norte da unidade os Cambissolos são álicos (geofácies d), saturação por alumínio 50%, e eutróficos (geofácies e, f), de saturação por bases 50%; são solos pouco profundos, de textura média, argilosa e muito argilosa, com relevo suave ondulado, ondulado e forte ondulado. Os álicos (geofácies d) podem apresentar fase pedregosa. Ocupando maior extensão dentro da unidade os solos Litólicos são álicos (geofácies g) e eutróficos (geofácies h, i, j), estes diretamente relacionados com a ocorrência de calcário. Estes Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 119 solos possuem textura média e argilosa e se encontram sob relevo que varia de plano e suave ondulado a forte ondulado e montanhoso. Floresta Estacional Decidual nas áreas de solos eutróficos e Savana Arbórea Aberta em álicos e distróficos constituem a vegetação dominante. A ocupação da área pode ser considerada média/alta, ou seja, com mais de 60% de utilização, especialmente com pastagem plantada, seguida de longe por agricultura de subsistência, vegetação secundária (capoeiras) e exploração de madeira e lenha. Destaca-se também a utilização das pastagens naturais das formações savânicas para pecuária extensiva. Esta unidade de paisagens apresenta predomínio de rochas do Grupo Bambuí, representadas por siltitos, argilitos, margas, folhelhos, lentes e bancos calcário e calcário dolomítico, com ampla predominância dos pelitos sobre os sedimentos químicos. A potencialidade mineral neste sistema está representada pela exploração de calcário, para uso agrícola, como ocorre em Mambaí, e com menor expressão em Posse e Guarani de Goiás. Maiores estudos são necessários para definir o potencial dessas reservas de calcário para fabricação de cimento. A especificação do calcário para uso agrícola produzido em Mambaí conforme dados da Delegacia do Ministério da Agricultura de Goiânia é a seguinte: Calmassa, Calcário Mambaí Sementes, Adubos, Pesquisa, Comércio e Indústria Ltda. Rua Tamarineiro nº 60 – Mambaí – GO Reg. De Produto nº 9.582. Ca0.36/Mg0.2/PN.70 Observação: produto irregular não atende à Portaria nº 03186 Geossistema 18 – Vertentes da Serra Geral de Goiás Esse geossistema com forma alongada no sentido sul-norte interpõe-se às fraldas da Serra Geral de Goiás e os geossistemas Cárstico-Pelítico e Pelítico-Cárstico da Borda dos Patamares do Chapadão, ocupando cotas de 500 a 600 m de altitude. Sendo os patamares uma região basculada, com mergulho para leste, o geossistema em questão forma uma área deprimida entre o sopé da escarpa e os relevos cársticos do patamar, no contato estratigráfico entre os sedimentos da Formação Urucuia e os do Grupo Bambuí. Espraiam-se sobre os sedimentos argilo-sílticos do Grupo Bambuí sedimentos arenosos remobilizados das escarpas (geofácies f, a, b), com densidade de drenagem fraca e fraca a moderada, com declives das vertentes entre 0 e 3%. Areias dispostas em faixas alongadas altamente friáveis constituem depósitos coluviais. Relevos mais dissecados com forma de topo convexo (geofácies c, d, e), com densidade de drenagem moderada e moderada a forte com declives de 3 a 8%, relevos residuais de frente de cuesta com formas de topo convexo (geofácies g) e densidade de drenagem forte e muito forte com declives de 20 a 45% ocorrem no geossistema. Ocorrem solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Areias Quartzosas e solos Litólicos. Ao sul da unidade os Latossolos Vermelho-Amarelos álicos (saturação por alumínio 50%) são profundos e muito profundos e de textura média, podendo ocorrer sob relevo plano Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 120 (geofácies b) e suave ondulado e plano (geofácies a). Os Cambissolos são álicos (geofácies c, d, e), pouco profundos, cascalhentos e não-cascalhentos (geofácies c, d), fase pedregosa e não-pedregosa (geofácies e), apresentando textura argilosa e média e relevo suave ondulado e ondulado. De maior extensão dentro desta unidade as Areias Quartzosas (geofácies f) são distróficas (saturação por bases de alumínio < 50%), muito profundos, textura arenosa, relevo plano e suave ondulado. Ocorrendo esparsamente em pequenas manchas os solos Litólicos são álicos (geofácies g), apresentam textura média e arenosa e relevo forte ondulado e montanhoso. A vegetação é constituída basicamente de fitofisionomias de Savana, destacando-se as feições Arbórea Aberta e Parque. Restritamente ocorrem núcleos de Floresta Estacional Decidual (geofácies c, d, e) em situações favoráveis de relevo e solo. A ocupação da área destaca a utilização das pastagens naturais para pecuária extensiva. Em escala bem inferior ocorrem pastagem plantada, exploração de lenha para carvoejamento e agricultura. Neste sistema os representantes geológicos predominantes são os grandes depósitos de areias provenientes da erosão das rochas da Formação Urucuia. Estes sedimentos, depositados no Quaternário, ocorrem preenchendo as calhas das drenagens atuais e seus interflúvios, cobrindo unidades geológicas mais antigas, ocorrendo em toda a extensão desta unidade. Região VI – Vão do Paranã Circundado por relevos de planaltos e chapadas, constitui uma região deprimida com altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m, alongada no sentido norte-sul. Apresenta como característica principal a sucessão na morfologia de relevos planos encouraçados. Constitui uma depressão entre os relevos do Planalto do Divisor São Francisco-Tocantins e o Planalto Central Goiano, desenvolvendo-se da porção centro-sul da região nordeste do Estado de Goiás para a porção nordeste, abrangendo parte dos Municípios de Flores de Goiás, Alvorada do Norte, São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás, Simolândia, Posse, Iaciara, Guarani de Goiás, Nova Roma, São Domingos, Monte Alegre de Goiás, Divinópolis de Goiás e Campos Belos. O rio Paranã drena a área comandando o nível de base regional. Na parte sul concentram-se áreas ainda não incorporadas à rede de drenagem atual, com predomínio de escoamento difuso. Abrange litologias do Grupo Bambuí, coberturas detrítico-lateríticas e coberturas arenosas. Abrange os geossistemas 19 – Vão do Paranã Norte e 20 – Vão do Paranã Sul. Geossistema 19 – Vão do Paranã Norte Posiciona-se na parte norte do Vão do Paranã, drenado pelos baixos cursos dos rios Manso, São Domingos e Água Quente, com nascentes nas bordas do Chapadão Central. Os cursos de água com nascentes na área são temporários. Com altitude variável entre 400 e 500 m, apresenta um desnível de aproximadamente 20 m no sentido N-S e um pouco mais acentuado no sentido oeste-leste. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 121 A característica dominante neste geossistema é a de um relevo com sucessão geomórfica regular de relevos planos ou de topos com forma tabular, encouraçados nos interflúvios, com material areno-argiloso avermelhado recobrindo-os (geofácies a, b, c, d, e, g, j, l, n) com densidade de canais de drenagem fraca e declives de 0 a 3%. No contato com os patamares do chapadão ocorrem relevos ruiniformes envoltos por áreas baixas dissecadas em topos convexos (geofácies r, i, m, h), com densidade de drenagem moderada com declives de 8 a 45%. Na extremidade norte, ocorrem relevos dissecados em forma de topos convexo e tabular (geofácies f, e), com densidade de drenagem moderada e declives de 0 a 8%. Presentes neste geossistema os solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo VermelhoAmarelo, Podzólico Vermelho-Escuro, Cambissolo,. Solos Litólicos, Petroplínticos, Plintossolos e afloramentos rochosos. Próximo à cidade de Campos Belos ocorrem os Latossolos Vermelho-Escuros (geofácies a) álicos (saturação por alumínio 50%) e distróficos (saturação por base e alumínio < 50%), profundos e muito profundos, textura muito argilosa e relevo plano e suave ondulado. Ao sul de Campos Belos estão presentes os Latossolos Vermelho-Escuros distróficos (geofácies b), profundos e muito profundos, textura argilosa e relevo plano e suave ondulado. Localizados próximo à Prata e Vazante ocorrem os Latossolos Vermelho-Amarelos álicos (geofácies c), profundos e muito profundos, textura argilosa e média e relevo plano e suave ondulado. De pequena extensão na unidade, os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies d) são álicos, muito profundos, possuem textura média e relevo plano. Ocupando grande extensão dentro da unidade ocorrem os Podzólicos Vermelho-Escuros eutróficos (geofácies e), de saturação por bases 50%, profundos e muito profundos, textura argilosa/muito argilosa, relevo plano e suave ondulado. Presentes nas geofácies f, g, h, i, ocorrem os Cambissolos álicos (geofácies f) e eutróficos (geofácies g, h, i), pouco profundos e profundos, textura argilosa e muito argilosa e relevo que varia de plano e suave ondulado a ondulado e forte ondulado. Ocupando grande extensão neste geossistema, os solis Litólicos eutróficos ocorrem sob relevo plano e suave ondulado (geofácies j) e forte ondulado e montanhoso (geofácies m), com textura argilosa. Podem apresentar o caráter cascalhento na geofácies m e não-cascalhento na geofácies j. Próximo às margens do rio Paranã ocorrem os Plintossolos álicos (geofácies l) indiscriminados, profundos, sob relevo plano. Entre a cidade de Iaciara e o rio Paranã se apresentam os solos Petroplínticos álicos (geofácies n) indiscriminados, pouco profundos, sob relevo plano e suave ondulado. Afloramentos de calcário ocorrem em alguns pontos dentro da unidade. Ocorre área de vegetação diversificada caracterizada por encraves florestais e savânicos em estreita correlação com solos. A Savana, principalmente a Arbórea Aberta, vegeta solos distróficos e álicos, a Savana Arbórea Densa (Cerradão), tipo transicional para a floresta, ocupa os solos distróficos ou epieutróficos e endoálicos, enquanto que a Floresta Estacional, Semidecidual ou Decidual, vegeta nas porções com solos eutróficos. Em afloramentos rochosos ocorre também vegetação rupícola associada a Floresta Decidual. A ocupação atual da área é considerada média/alta com destaque para a utilização de pastagem plantada e de pastagem natural para pecuária extensiva, ocorrendo ainda muita vegetação secundária tipo capoeira e exploração madeireira, especialmente de aroeira, e agricultura incipiente. Este geossistema tem a sua geologia representada predominantemente pelo Grupo Bambuí, Subgrupo Paraopebas, que apresenta uma seqüência de calcários e dolomitos com lentes de rochas pelíticas. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 122 A litologia é constituída por dolomitos, calcários dolomíticos, margas, calcários argilosos e folhelhos subordinados, argilitos, calcilutitos dolomíticos, calcarenitos, dolarenitos, calcários oolíticos e dolomitos brechóides. Ocorrem ainda coberturas detrítico-lateríticas terciário-quaternárias, de forma isolada, e que estão representadas por desagregados remanescentes de superfícies de aplainamento. Litologicamente, são constituídas por materiais areno-argilosos e argilo-arenosos inconsolidados, de coloração vermelho-alaranjada, às vezes róseo-clara. A granulação varia de fina a média, sendo os grãos de quartzo, em geral, angulosos a subangulosos. Ocorrem também, localmente, lentes de conglomerado, com seixos de quartzo e sílex, imersos em matriz arenosa, provavelmente produtos dos depósitos de antigos canais fluviais. Registra-se também a presença de níveis concrecionários. O potencial mineral está representado por calcários dolomíticos, explorados para utilização como corretivos de solos e ocorrências de fluorita em calcários que devem ser melhor estudadas. A exploração de calcário nesta unidade de paisagem concentra-se a norte de Iaciara, na região do rio Água Quente, em condições irregulares. Geossistema 20 – Vão do Paranã Sul Ocupando a parte sul do Vão do Paranã, esse geossistema caracteriza-se por apresentar áreas arreicas. As áreas que se estendem entre o rio Paraim a sudoeste e o rio Corrente a norte são áreas de acumulação inundáveis, representadas por pequenas depressões fechadas, abaciadas, com ou sem água e antigos vales preenchidos com material arenoso e argilo-siltoso (geofácies j). Relevos planos e de topo tabular com fraca densidade de drenagem (geofácies a, b, c, d, e, i), com decliveis de 0 a 3%, ocorrem no geossistema. Afloramentos rochosos em forma de cristas alongadas (geofácies r) destacam-se no relevo regional. Nas áreas que se estendem entre o rio Paranã e o sopé da Serra Geral do Paranã, dominam relevos planos, com coberturas areno-argilosas ferruginizadas sobre rochas sílticas do Grupo Bambuí (geofácies h, e, h), com densidade de drenagem fraca e declives de 0 a 3%. Junto aos canais de drenagem temporários desenvolvem-se relevos dissecados de topos convexos e aguçados (geofácies p, n), densidade de drenagem moderada e declives de 20 a 45%. Localizam-se neste geossistema os solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Escuro, Podzólico Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Plintossolo, Areias Quartzosas, solos Litólicos, Petroplínticos e afloramentos rochosos. Situados ao sul da unidade estão presentes os Latossolos Vermelho-Escuros (geofácies a) álicos (alta saturação por alumínio), muito profundos, de textura argilosa, sob relevo plano e suave ondulado. Os Latossolos Vermelho-Amarelos são distróficos (baixa saturação por bases) na geofácies b e álicos nas geofácies c, d, profundos e muito profundos, de textura argilosa e média e relevo plano e suave ondulado. Os Podzólicos Vermelho-Escuros (geofácies e) são eutróficos (alta saturação por bases), profundos de textura argilosa/muito argilosa e relevo plano e suave ondulado. Os Podzólicos Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 123 Vermelho-Amarelos (geofácies e) são eutróficos, profundos de textura argilosa/muito argilosa e relevo plano e suave ondulado. Os Cambissolos são álicos (geofácies f, g, h) e eutróficos (geofácies i). Os álicos podem apresentar os caracteres cascalhento e concrecionário, os eutróficos são endoconcrecionários, isto é, apresentam concreções na sua parte superficial. São de textura argilosa e se encontram sob relevo que varia de plano a ondulado. Nas partes abaciadas e próximo às margens do rio Paranã ocorrem os Plintossolos álicos (geofácies j), pouco profundos, endoconcrecionários e não-concrecionários, de textura indiscriminada, sob relevo plano e suave ondulado. As Areias Quartzosas são distróficas (geofácies l), muito profundas, textura arenosa, ocorrendo sob relevo plano e suave ondulado. Os solos Litólicos são álicos e distróficos (geofácies m, n) e eutróficos (geofácies o, p). Nas geofácies m, o, p podem apresentar cascalhos em quantidade significativa. Possuem textura argilosa, média e arenosa e se encontram sob relevo que varia de plano e suave ondulado a forte ondulado e montanhoso. Os Petroplínticos (geofácies q) são álicos, de textura indiscriminada e relevo plano e suave ondulado. Presentes na unidade pequenas ocorrências de afloramentos rochosos. A maior parte do geossistema é vegetado por fisionomias diversas de Savana, principalmente Arbórea Aberta (Campo Cerrado). Apresenta ainda ocorrências de Floresta Estacional Semidecidual Submontana, na contigência de solos eutróficos bem drenados. Com ocupação crescente a área destaca os usos de pastagens plantadas e pastagens naturais para pecuária extensiva. Destaque ainda para lavouras de arroz, irrigadas por inundação, especialmente no Município de Flores de Goiás (geofácies j). A extração de aroeira guarda ainda razoável importância, bem como a extração de lenha para carvoejamento. Este geossistema tem o seu limite com o Vão do Paranã Norte, traçado por uma linha irregular situada pouco abaixo da cidade de Iaciara, cortando o rio Paranã, aproximadamente na mesma latitude. Litologicamente é constituído por rochas do Grupo Bambuí, Subgrupo Paraopebas, coberturas detrítico-lateríticas e areias holocênicas. Diferencia-se do geossistema Vão do Paranã Norte pela maior concentração das coberturas e pela ocorrência de depósitos de material provavelmente de origem residual, elúvios e colúvios, possivelmente de idade holocênica e compostos principalmente por material arenoso e síltico-argiloso. Região VII – Pediplano do Tocantins No nordeste goiano esta unidade inicia-se a partir da garganta de superimposição do rio Paranã (entre as serras da Pedra Branca e da Prata), interpenetrando a Região I – Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros, onde se encontra embutida. Abrange relevos pediplanados e drenados pelo baixo curso do rio Paranã. O piso regional entalha principalmente rochas do Complexo Goiano; encontra-se retrabalhado por uma rede de canais incipientes e sazonais em relevos com fraca dissecação. Relevos residuais esculpidos em rochas do Grupo Araí, Grupo Paranoá, rochas graníticas, e em litologias da Seqüência Vulcanossedimentar de Palmeirópolis encontram-se distribuídos na região. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 124 Desenvolve-se nas porções central, centro-norte e noroeste da área de abrangência do presente trabalho, ocorrendo em parte dos Municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás, Nova Roma, Monte Alegre de Goiás e Campos Belos, tendo sido subdividida nos seguintes geossistemas: 21 - Vales de Cavalcante – Rio Paranã-Aurominas 22 - Rio Paranã-Monte Alegre de Goiás-Campos Belos 23 - Foz do Bezerra-Rio da Prata 24 - Rio Traíras Geossistema 21 – Vales de Cavalcante-Rio Paranã-Aurominas Constituem penetrações do Pediplano do Tocantins, que formam corredores com sistemas de planos convergentes para a área norte da depressão, tendo o rio Paranã como nível de base regional. Drenado pelo rio dos Bois, suas altitudes variam de 800 m nas nascentes, junto ao sopé das serras, nas proximidades das cidades de Cavalcante e Teresina de Goiás, para 500 m em seu limite norte junto ao rio Paranã. A cidade de Cavalcante encontra-se numa área deprimida, drenada pelo rio das Almas com relevos dissecados em forma de topos tabular e plano (geofácies a, c), com densidade de drenagem fraca e moderada a forte, com declives de 0 a 3%. Entre as cidades de Cavalcante e Teresina de Goiás sobressai na depressão um truncamento no embasamento, coberto por pavimento detrítico de quartzo e quartzito, provenientes das rochas da Formação Arraias. Relevos de formas dissecadas de topo tabular e áreas planas se estendem para norte (geofácies a, f), com densidade de drenagem fraca e moderada a forte com declives de 0 a 8%. O restante do geossistema, inclusive a área drenada pelo rio das Pedras, possui relevos dissecados com formas tabulares (geofácies b, d, i), com moderada a forte densidade de canais de drenagem, com declives de 3 a 20%. Alguns relevos residuais isolam-se na área com relevos convexos (geofácies r), afloramento rochoso e declives de 20 a 45%. Estão presentes nesta unidade os solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Solos Litólicos e afloramentos rochosos. Englobando a cidade de Teresina de Goiás e próximo a Cavalcante, sob relevo plano e suave ondulado, os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) são álicos, profundos e muito profundos, de textura argilosa e média. Entre Nova Roma e Aurominas ocorre área com presença de Podzólicos VermelhoAmarelos (geofácies b) distróficos (saturação por bases e alumínio < 50%), profundos, de textura média/argilosa, com relevo suave ondulado e ondulado. Englobando a cidade de Cavalcante, ocorrem os Cambissolos álicos (geofácies c), profundos e pouco profundos, nãocascalhentos e cascalhentos, de textura argilosa, com relevo suave ondulado. Ocupando grande extensão dentro da unidade ocorrem os solos Litólicos álicos (geofácies e) e álicos e distróficos (geofácies d, f), cascalhentos e não-cascalhentos, podendo apresentar fase pedregosa, de textura argilosa e média, sob relevo que varia de plano e suave ondulado a ondulado e forte ondulado. Em local isolado ocorrem afloramentos rochosos. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 125 A vegetação natural é de Savana, destacando os tipos Arbórea Aberta, Parque e excepcionalmente Arbórea Densa (Cerradão). De uso e ocupação generalizada destacam-se as pastagens naturais para pastoreio extensivo. Mais próximo a Cavalcante ocorrem também muita pastagem plantada e alguma atividade agrícola de subsistência. Esse geossistema encerra ainda importantes mineralizações de ouro. Nessa unidade, ocorrem como representantes geológicos o Complexo Goiano, Formação Arraias e rochas graníticas intrusivas (granito Sucuri-geofácies r). O Complexo Goiano, unidade mais antiga de toda a região, apresenta uma variedade ampla de tipos litológicos metamórficos, tais como migmatitos, microgranitos, biotita granitos, granodiorito gnaisses, augen gnaisses, tonalitos, xistos, anfibolitos, charnoquitos, rochas calcossilicatadas, epídopo gnaisses, silimanita-granada gnaisses, protomilonito protocataclasitos, quartzo dioritos, anfibilitos e metabasitos. No Complexo Goiano as possibilidades de mineralizações são as seguintes: estanho, ouro, nóbio e terras-raras em gnaisses xistosos greisenizados; estanho e ouro em gnaisses cataclasados greisenizados; estanho e ouro em pegmatitos associados a filitos grafitosos; e pirofilita. A Formação Arraias, unidade basal do Grupo Araí, apresenta metamorfitos de baixo grau representados principalmente por quartzitos médios a grosseiros feldspáticos predominantes, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos finos, quartzitos micáceos laminados com níveis de conglomerado. Ocorrem lentes de conglomerados basais e intraformacionais, metarcóseos e calcoalbititos. Como indicativos para pesquisa mineral têm-se ouro em veios de quartzo; veios de barita em quartzito; ferro em quartzitos e em metapelitos; rutilo em veios de quartzo leitoso; veios de quartzo com cristal de rocha em quartzito; e ametista relacionada a quartzitos. Nesta unidade de paisagem ocorre um corpo granítico (Granito Sucuri-geofácies r) situado às margens da rodovia GO-118, entre Teresina de Goiás e o rio Paranã, considerado como sendo do tipo Serra Branca, que apresenta importantes registros de mineralização de cassiterita, fluorita, columbita-tantalia e ouro. Geossistema 22 – Rio Paranã-Monte Alegre de Goiás-Campos Belos Estende-se do rio Paranã para norte, desenvolve-se ao longo da rodovia GO-118 nos Municípios de Monte Alegre de Goiás e Campos Belos, adentrando para o Estado do Tocantins. O relevo apresenta-se dissecado em forma de topos tabulares e convexos (geofácies f, g, h), com densidade de drenagem fraca a moderada e moderada a forte, com declives de 3 a 20%, e relevos de topos convexos e aguçados (geofácies h, r), com densidade de drenagem, moderada e moderada a forte, com declives de 45 a 75%. Na parte norte do geossistema entre Monte Alegre de Goiás e Campos Belos, ocorrem áreas de relevos dissecados de topo tabular (geofácies f), com densidade de drenagem fraca e declividade de 3 a 8%, e relevos de topo convexo (geofácies e, h), com densidade de drenagem moderada e declives de 3 a 8% e 45 a 75%. Áreas planas e dissecadas de topo tabular com fraca densidade de drenagem (geofácies a, b, c) e declives de 0 a 3% estendem-se a noroeste de Monte Alegre de Goiás, ultrapassando o limite da área. Essas superfícies encontram-se recobertas por material coluvial grosseiro. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 126 Este geossistema está representado por solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo, solos Litólicos e por afloramentos rochosos. Próximo à cidade de Campos Belos estão presentes os Latossolos Vermelho-Escuros álicos e distróficos (geofácies a) e distróficos (geofácies b), de baixa fertilidade natural, profundos e muito profundos, textura muito argilosa e argilosa e relevo plano e suave ondulado. Ao sul de Monte Alegre ocorrem os Latossolos Vermelho-Amarelos álicos (geofácies c), profundos e muito profundos, possuindo textura argilosa e média e relevo plano e suave ondulado. Ao norte da área estão presentes os Cambissolos álicos (geofácies d, e), pouco profundos, cascalhentos e não-cascalhentos, não-concrecionários e concrecionários, de textura argilosa e com relevo suave ondulado e plano. Presentes em grande extensão da unidade os solos Litólicos são álicos e distróficos (geofácies f, g, h), cascalhentos e não-cascalhentos, concrecionários e não-concrecionários, podendo apresentar fase pedregosa. A textura pode ser arenosa, média ou argilosa e o relevo em que se encontra é plano e suave ondulado (geofácies e), ondulado e forte ondulado (geofácies g) e montanhoso e escarpado (geofácies h). Ocorrem na unidade afloramentos rochosos associados a solos Litólicos. Ocorre vegetação de Savana Arbórea Aberta, Savana Parque e Savana Arbórea Densa, localizadamente em solos mais férteis ou em encostas úmidas. O uso atual destaca as pastagens naturais, algumas ampliadas, com introdução de gramíneas exóticas para pastoreio extensivo. Presentemente, crescem as atividades pastoris em pastagem plantada ocorrendo ainda pequenas lavouras de arroz, milho, feijão, banana, mandioca e cana-de-açúcar, entre outras. O geossistema em questão tem sua geologia representada predominantemente por rochas arqueanas do Complexo Goiano, secundariamente pelo Grupo Araí, representado pela Formação Arraias; ocorrem ainda um corpo intrusivo de rocha granítica e pequena área de exposição de calcários do Grupo Bambuí. Litologicamente, o Complexo Goiano apresenta migmatitos microgranitos, biotita-granitos, granodiorito-gnaisses, tonalitos, xistos, anfibolitos, charnoquitos, rochas calcossilicatadas, protomilonitos, protocataclasitos, quartzo-dioritos e metabasitos. A Formação Arraias mostra a seguinte litologia: quartzitos médios a grosseiros feldspáticos, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos micáceos laminados, metavulcânicas ácidas e básicas, e ocorrem ainda lentes de conglomerados basais e intraformacionais. O corpo intrusivo constitui pequena parte do Granito Serra do Mendes (geofácies r), sendo composto por biotita álcali-granito, muscovita álcali-feldspato granito, microgranito pórfiro, de coloração rósea a cinza, creme e esbranquiçada, e apresenta greisenizados e mineralizados em cassiterita. O potencial mineral abrange ocorrências de estanho, ouro, cristal de rocha, urânio, tório, fosforita e calcário. A região de Monte Alegre de Goiás foi alvo de intensa atividade garimpeira em função dos depósitos de cassiterita que se encontram paralisados; garimpos de ouro em atividade situam-se nas proximidades da cidade e em Riacho dos Cavalos. As reservas de estanho (cassiterita) estão sendo reavaliadas, uma vez que por condições de mercado as atividades foram suspensas. Nas proximidades de Campos Belos, pequena área de calcário do Grupo Bambuí é explorada para uso como corretivo de solo, as especificações desse material, conforme dados da Delegacia do Ministério da Agricultura em Goiânia, são as seguintes: Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 127 Dolocal Dolomítico Calcário Ltda Fazenda Gaspar – Campos Belos-GO EP. 1119 Reg. de produto nº 18236 Garantia: CaO. 27/MgO. 15/PN. 85/PRNT. 65.5/Soma dos óxidos. 42 Granulometria: Pen. 2 mm (ABNT. 10)-100% Pen. 0,84 mm (ABNT. 20)-80%. Pen. 0,30 mm (ABNT. 50)-50% Dolomítico “B” Geossistema 23 – Foz do Bezerra-Rio da Prata Localizado na porção norte-noroeste da região nordeste de Goiás, desenvolve-se ao longo da margem esquerda do rio Paranã, desde a Foz do Bezerra até a confluência com o rio da Prata. Esse geossistema foi desmembrado do anterior por não apresentar continuidade espacial, embora esteja contido na mesma região geoambiental. A geofácies a apresenta relevo de topo tabular, densidade de drenagem fraca e declives de 3 a 8%, enquanto a geofácies b possui relevo residual dissecado em forma de topo convexo, com densidade de canais de drenagem muito forte e declives de 45 a 75%. Desenvolve-se neste geossistema Solos Litólicos álicos (geofácies b) e álicos e distróficos (geofácies a), estes podem apresentar o caráter cascalhento. São pouco desenvolvidos, rasos (< 50 cm), de baixa fertilidade natural, apresentando textura arenosa, média ou argilosa e relevo plano e suave ondulado (geofácies a), forte ondulado e montanhoso (geofácies b) e montanhoso e escarpado (geofácies c). Predomínio da fitofisionomia de Savana Arbórea Aberta com nuanças de Parque. Em encostas úmidas ou “pés de serra” ocorre um savana florestada tipo Cerradão. Uso atual com baixa ocupação, destacando pastagem natural. Nos vãos da serra do Moleque, parte da comunidade Calunga atua com cultivos de subsistência. A geologia desta unidade de paisagem está representada por litologias do Complexo Goiano (geofácies a) e da formação Arraias do Grupo Araí (geofácies b). O Complexo Goiano apresenta rochas de composição granítica a tonalítica, enquanto a Formação Arraias é representada principalmente por quartzitos. As possibilidades metalogenéticas atribuídas a esse geossistema incluem mineralizações principalmente de estanho e ouro. Geossistema 24 – Rio Traíras Possuindo as características comuns ao Pediplano do Tocantins foi individualizado em face do seu posicionamento geográfico junto ao rio Maranhão, nos limites noroeste da região nordeste de Goiás. Sobressaem do piso regional relevos residuais em forma de cristas resultantes de rochas dobradas do Grupo Paranoá (geofácies b), com densidade de canais de drenagem muito forte (ravinas) e declives de 45 a 75%. Envolvendo esses relevos, a superfície que forma o piso do geossistema encontra-se dissecada em formas de topos convexos e planos (geofácies a), com Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 128 densidade de drenagem fraca e moderada, com declives de 0 a 3% recobertos por pavimento detrítico de seixos e material grosseiro. Esta unidade apresenta solos Litólicos e Cambissolos. Os solos Litólicos (geofácies b) são álicos (saturação por alumínio 50%), de textura arenosa e média e se encontram sob relevo montanhoso e escarpado. Os Cambissolos (geofácies a) são distróficos (saturação por bases de alumínio < 50%), concrecionários e não-concrecionários, de textura média e relevo plano e suave ondulado. A vegetação predominante é a de Savana, destacando as fisionomias Arbórea Aberta e Parque. Em locais restritos, na situação de colúvio pode ocorrer Floresta Estacional ou Cerradão em fase transicional para floresta. Uso atual com pastagem natural e pastagem plantada para pastoreio extensivo e alguma agricultura de subsistência. A geologia está representada por rochas do Grupo Paranoá e pela Seqüência Vulcanossedimentar de Palmeirópolis. O Grupo Paranoá apresenta uma seqüência litológica constituída por metarenitos, arenitos e siltitos feldspáticos, argilitos e ritmitos, siltitos e argilitos vermelhos, com estruturas de marcas de ondas e níveis silicosos, lentes de calcários, dolomitos e margas, quartzitos, metapelitos filitosos e calcoxistos, e ocorre ainda um conglomerado basal. A Seqüência Vulcanossedimentar de Palmeirópolis, de idade proterozóico inferior, está constituída litologicamente por metavulcânicas ácidas a intermediárias, representadas por anfibólio-xistos feldspáticos e lavas ácidas. As possibilidades metalogenéticas referidas a este geossistema incluem mineralização de manganês nos metassedimentos do Grupo Paranoá, e de cobre, chumbo, zinco e ouro na seqüência vulcanossedimentar. Região VIII – Depressões Intermontanas Esta unidade situa-se nas partes centro-norte e oeste da região nordeste do Estado de Goiás, constituindo duas áreas descontínuas. A primeira, drenada pelo rio das Almas, abrange parte dos Municípios de Cavalcante e Monte Alegre de Goiás, e a Segunda, pelo rio Claro, abrange parte dos Municípios de Cavalcante e Colinas do Sul. Compreende áreas entalhadas e rebaixadas, embutidas no Complexo Montanhoso AraíNova Roma-Veadeiros. Apresenta descontinuidade espacial, possuindo entretanto semelhanças morfológicas, hidrográficas e altimétricas, tendo sido esculpida em litologias do Complexo Goiano e Grupo Araí. Abrange os geossistemas 25 – Vão das Almas e 26 – Depressão do Rio Claro. Geossistema 25 – Vão das Almas Localizado na parte centro-norte da região abrangida pelo presente trabalho, está representado por uma área rebaixada com altitude em torno de 500 m, embutida no interior de sinclinal em rochas do Grupo Araí. Seu piso encontra-se dissecado em forma de topo tabular (geofácies a), com moderada densidade de drenagem e declividade de 0 a 3%. Pequenas Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 129 áreas (geofácies b) apresentam dissecação de topo convexo e densidade de drenagem moderada a forte e declives de 20 a 45%. Este geossistema está representado por solos Litólicos e Latossolos Vermelho-Amarelos. Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) abrangem praticamente toda a unidade, são álicos (saturação por alumínio 50%), profundos e muito profundos, de textura argilosa e média e relevo plano e suave ondulado. Restrito a uma pequena área, os solos Litólicos (geofácies b) são álicos, textura média e arenosa e relevo forte ondulado e montanhoso. A vegetação é de Savana Parque e reboleiras de Savana Arbórea Aberta. Uso da pastagem natural mais pastagem plantada para pecuária extensiva. O geossistema Vão das Almas é constituído por rochas do Grupo Araí, Formação Arraias, localizadas em um baixo estrutural, constituído por um dobramento sinclinal. A litologia é representada predominantemente por quartzitos médios a grosseiros feldspáticos, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos micáceos laminados com níveis de conglomerado. Localmente tem-se a presença de metavulcânica ácidas, metabasaltos e metadiabásios. Ocorrem ainda lentes de conglomerado basal. Como possibilidades metalogenéticas atribuídas ao geossistema, registra-se mineralizações auríferas e rutilo em veios de quartzo, veios de barita e ametista relacionados a quartzitos e cobre em rochas máficas. Geossistema 26 – Depressão do Rio Claro Embutido entre os relevos alçados do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros, situado na parte oeste da região, possui altitude média de 500 m. Forma uma área homogênea de forma ovalada, drenada pelos médio e baixo cursos do rio Claro. Seu piso encontra-se em litologias do Complexo Goiano, estando dissecado predominantemente em forma de topo convexo (geofácies b), com moderada densidade de canais de drenagem e declives de 3 a 8% recoberto por material detrítico pedregoso. Na sua parte central e junto às escarpas da Chapada dos Veadeiros, desenvolve áreas de relevo de topo tabular (geofácies a), com fraca a moderada densidade de drenagem e declives de 0 a 3%. Pequenas áreas dissecadas em forma de topo aguçado junto ao rio Claro (geofácies d) apresentam densidade de drenagem forte e declives de 8 a 20%. Junto ao rio Tocantinzinho, penetrações da depressão apresentam-se em forma de topo tabular com moderada densidade de canais de drenagem e declives de 0 a 3%. Ocorrem solos Latossolo Vermelho-Escuro, Cambissolo e solos Litólicos. Os Latossolos Vermelho-Escuros (geofácies b) são álicos (geofácies b) e álicos e distróficos (geofácies a), de baixa fertilidade natural, profundos e muito profundos, textura argilosa e relevo plano e suave ondulado. Os Cambissolos (geofácies c) ocupam grande extensão na unidade, são álicos (saturação por alumínio 50%), cascalhentos e não-cascalhentos, concrecionários e não-concrecionários, pouco profundos, textura argilosa e relevo suave ondulado e plano. Os solos Litólicos (geofácies d) são álicos, cascalhentos, podendo apresentar fase pedregosa, textura média e relevo ondulado e forte ondulado. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 130 Apresenta fisionomias campestres parcialmente arborizadas de Savana Arbórea Aberta e Savana Parque. Uso atual para pecuária extensiva em pastos naturais e plantados. A geologia do geossistema em questão é representada por rochas de idade arqueana, do Complexo Goiano. A litologia é bastante variada, apresentando principalmente: migmatitos, microgranitos, biotita granitos, granodiorito-gnaisses, tonalitos, xistos, anfibolitos, rochas calcossilicatadas, milonitos, cataclasitos e metabasitos. O potencial mineral inclui possibilidades de ocorrerem mineralizações de estanho, ouro, nióbio e terras-raras. Região IX – Faixas Aluviais Esta região constitui uma unidade especial, por estar relacionada com a dinâmica fluvial, provocando simultaneamente erosão, transporte e acumulação. Compreende áreas aluviais distribuídas ao longo das principais drenagens da área. Devido à escala do mapeamento somente foram cartografadas áreas que apresentam dimensões compatíveis, embora essa região ocorra, ao longo da rede de drenagem, embutida em todas as regiões geoambientais. Sobressaem, portanto, as áreas aluviais relacionadas à bacia do alto curso do rio Paranã, e ao longo desse rio a área entre a foz do rio Bezerra e a foz do rio da Prata. Abrange o geossistema 27 – Várzeas e Terraços Aluviais. Geossistema 27 – Várzeas e Terraços Aluviais Constituído pelas áreas aluviais mapeáveis nesta escala, ligadas à dinâmica fluvial do rio Paranã e seus tributários do alto curso. Composto por depósitos holocênicos que constituem planícies e terraços fluviais, localizando-se ao longo do leito do rio Paranã, quando seu leito drena áreas da Depressão do Vão do Paranã (geofácies c). A geofácies b encontra-se ao longo do baixo curso do rio Bezerra. A geofácies a distribui-se ao longo das cabeceiras de drenagem posicionadas no geossistema Vertentes da Serra Geral de Goiás. Esses depósitos recentes são compostos em sua quase totalidade por areias finas a médias, que formam áreas planas resultantes de acumulação fluvial. Alguns cursos de água apresentam leito seco preenchido por material rochoso trabalhado. Todos os rios da região possuem um alto gradiente de vazão, entre cheia e vazante. No período das cheias as águas extravasam os limites da calha fluvial e passam a depositar sedimentos e humos nas planícies e terraços, que chegam a ter 750 m de largura. Desenvolvem-se neste geossistema os solos Gleissolo e os solos Aluviais. Os Gleissolos (geofácies a) são álicos (alta saturação por alumínio), hidromórficos, profundos, textura média, e se encontram sob relevo plano. Localizam-se a leste da região nordeste nas várzeas e terraços aluviais. Os solos Aluviais (geofácies b, c) ocorrem nas Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 131 planícies do rio Paranã e afluentes. São eutróficos (alta saturação por bases), profundos, de textura indiscriminada e relevo plano. Na geofácies a, a vegetação é de Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa com floresta-de-galeria, tipo paludosa, onde ocorrem as pindaíbas xilopia sp. e buritis Maurítia spp., em geral configurando formosas veredas. Nas geofácies b, c, áreas de Floresta Estacional Semidecidual Aluvial alternam-se com fisionomias de Savana, as primeiras ocupando os terraços mais antigos. O uso atual destaca a utilização das áreas campestres para pastoreio extensivo, pastagem plantada e localizadamente agricultura, a exploração de madeira também é usual. Representado por depósitos quaternários, preenchem as calhas fluviais e se estendem pelas planícies de inundação e terraços. São sedimentos de natureza carbonática e terrígena, compõem-se principalmente de areias, cascalhos, silte e argilas transportadas como carga de fundo ou depósitos nas barras de meandros, em suspensão ou ainda como depósitos híbridos de deflação nas depressões locais. Os depósitos das planícies de inundação, por efeito de transbordamento dos rios nos períodos de cheia, são, nas raras incidências, de espessura e extensão lateral reduzidas, em razão da baixa precipitação anual e o conseqüente afastamento dos cursos fluviais de seus perfis de equilíbrio. Este geossistema ocorre por toda a área, embora nem sempre seja cartografável. Algumas aluviões são fontes de ouro, cassiterita e diamante, nas quais é comum a atividade garimpeira, como ocorre nos rios Maranhão, São Félix, Traíras e do Carmo no Município de Cavalcante, além de outros rios e córregos nos Municípios de Nova Roma, Monte Alegre de Goiás, Teresina de Goiás, Colinas do Sul e Posse. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 132 Zoneamento Agroecológico O Zoneamento Agroecológico tem como objetivo fornecer subsídios ao Governo do Estado, com a finalidade de possibilitar o estabelecimento de normas de ação para o desenvolvimento da região nordeste do Estado de Goiás, com base em análise conjunta dos recursos naturais das diferentes unidades de paisagem, proporcionando a integração dessa região ao processo produtivo de maneira mais racional, contribuindo para o ordenamento e reordenamento das atividades, sem promover a degradação ambiental. Este trabalho, resultado do inter-relacionamento de informações dos recursos naturais, considera a potencialidade da terra e os riscos de usos, visando a estabelecer uma hierarquia na utilização destes recursos. Para a execução do Zoneamento Agroecológico, tomou-se como referencial o Potencial Geoambiental que, correlacionado com informações de Aptidão Agrícola das Terras e dados complementares de clima (Capítulo 2.1) e risco ambiental (de natureza antrópica e/ou natural), objetivou espacializar unidades ambientais para análise, avaliação e recomendação de uso. Com a interação destes fatores foram definidas as recomendações de categorias de uso que melhor respondem à potencialidade da terra com menor risco ambiental, considerando que sejam adotados os procedimentos técnicos necessários. Para a região nordeste do Estado de Goiás, o Zoneamento Agroecológico engloba as seguintes categorias de uso: a) Atividades Agrícolas: cultura anual, cultura perene, pastagem plantada e florestamento/reflorestamento; b) Áreas e Atividades de Conservação: pastagem natural, manejo sustentado de floresta e extrativismo vegetal; e c) Áreas de Preservação. Para as unidades de mapeamento foram indicadas até 3 (três) recomendações de usos, em virtude das unidades de solos/aptidão agrícola serem constituídas de associações de até 3 (três) componentes. A primeira recomendação está sempre relacionada ao solo dominante, que ocupa maior extensão (> 50%) na unidade, sendo as segunda e terceira recomendações relacionadas aos solos subdominantes que ocupam menores extensões (20 a 30%) da unidade. Resultaram para cultura anual 6 (seis) unidades de mapeamento, CA1 a CA6; para cultura perene, 8 (oito) unidades, CP1 a CP8; para pastagem plantada, 10 (dez) unidades, PP1 a PP10; 9 (nove) unidades para pastagem natural, PN1 a PN9; e, para preservação, 9 (nove) unidades de mapeamento, PE1 a PE9. No julgamento da aptidão agrícola, basicamente, terras aptas para culturas anuais (ciclo curto) o são também para culturas perenes (ciclo longo), consideradas menos exigentes após o primeiro ano de implantação das lavouras. As terras consideradas aptas para lavouras (anuais e perenes) o são também para o uso agrícola menos intensivo (pastagem plantada, florestamento/reflorestamento) e, eventualmente, para usos conservacionistas e pastagem natural, manejo sustentado de floresta e extrativismo vegetal. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 133 As atividades conservacionistas, Manejo Sustentado de Floresta e Extrativismo Vegetal, foram sugeridas para áreas que apresentam vegetação de Floresta e fisionomias de Savana, respectivamente, abrangendo toda a área, não constituindo unidades de mapeamento. Foram sugeridas 2 (duas) áreas para Proteção (Ecossistema Aroeira e Ecossistema Veredas-Terra Ronca), representada no mapa por ornamentos (mapa anexo). Atividades Agrícolas Correspondem a atividades relacionadas ao aproveitamento da terra com fins agrícolas como: o uso com cultura anual, cultura perene, pastagem plantada e florestamento/reflorestamento, de maneira racional, capazes de assegurar a manutenção ou o ganho de produtividade a nível comercial ou de subsistência quando adequadamente manejados. Caracterização das Áreas para Culturas Anuais Compreendem áreas (Figura 37) constituídas de solos não hidromórficos, eutróficos (saturação por base 50%, devido aos altos teores de Ca++ + Mg++ ), distróficos (saturação por bases e alumínio < 50%) e álicos (saturação por alumínio 50%). Os eutróficos s ão representados, em sua maioria, por solos Podzólico Vermelho-Escuro e Podzólico VermelhoAmarelo não-latossólico e latossólico, com textura média e argilosa na parte superficial e argilosa a muito argilosa na parte superficial e solos Aluviais textura indiscriminada, os distróficos e álicos, por Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo e Cambissolo apresentando textura argilosa e muito argilosa. Estes solos apresentam boas propriedades físicas, ausência de cascalhos, pedregosidade e rochosidade, boa drenagem, são profundos e situados em relevo plano e suave ondulado, que lhes conferem condições favoráveis ao pleno uso agrícola. Na classificação da aptidão agrícola os Podzólicos eutróficos se enquadram na classe 2abc – Terras que apresentam classe de aptidão Regular para lavouras nos níveis de manejo A, B e C; os Latossolos Vermelho-Escuros distróficos e Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos classe 2(a)bc – Regular para lavouras nos níveis de manejo B e C e restrita no nível A; os Latossolos Vermelho-Escuros e Vermelho-Amarelos álicos na classe 2(ab)c – Regular para lavouras no nível de manejo C e Restrita nos níveis A e B; e parte dos solos Aluviais eutróficos e Latossolos Vermelho-Amarelos álicos na classe 3(abc) – Restrita para lavouras nos níveis de manejo A, B e C. São terras que no seu estado natural possuem muito fraco até fraco a moderado riscos de erosão e quando utilizadas exigem nível baixo a médio de emprego de práticas conservacionistas, com o uso de técnicas simples e intensivas de controle, como medida preventiva para sua conservação. Dentre as práticas de manejo podemos citar: preparo correto do solo (mantendo a infiltração natural do solo); cultivo mínimo (evitando a pulverização excessiva da camada superficial e compactação com o uso intensivo de máquinas pesadas); não fazer o preparo do solo no sentido do declive (morro abaixo); plantio direto; manejo dos restos culturais; rotação de culturas; consorciação de culturas; enleiramento em nível; Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 135 descompactação do solo; subsolagem; cultura de cobertura; culturas em faixa; cordões de vegetação permanente; alternância de capinas; ceifa do mato; faixa de bordadura; quebraventos; distribuição racional dos camoinhos e carreadores; plantio em contorno; terraceamento; adubação verde (as leguminosas mais utilizadas como adubo verde nos cerrados são: a mucuna-preta, a crotalária, o feijão-de-porco, o feijão-grande e a mucuna-anã); canais escoadouros; controle do fogo; adubação orgânica (os principais adubos orgânicos disponíveis na região dos cerrados são: resíduos bovinos, resíduos vegetais, adubos verdes e alguns resíduos industriais e industrializados). Quanto à mecanização, estas terras foram enquadradas na classe Boa, isto é, permitem em qualquer época do ano o emprego de todos os tipos de máquinas e implementos agrícolas, ordinariamente utilizados. Os solos eutróficos possuem regular reserva de nutrientes disponíveis às plantas, havendo, entretanto, escassez em outros nutrientes (P, K, N, S, B e Zn), precisando de adições complementares desses elementos; já os álicos e distróficos possuem muito baixa a baixa reserva de nutrientes disponíveis às plantas constituindo um fator limitante ao uso agrícola, necessitando, portanto, de adições de nutrientes em grandes quantidades, além da aplicação de corretivo (calcário). Para a obtenção de maiores produtividades de culturas anuais em solos ácidos, é necessário a correção do pH a valores entre 5,5 e 6,0. A correção desses solos com calcário, além de fornecer cálcio e magnésio, favorece o aproveitamento mais eficiente pelas plantas de fertilizantes adicionados ao solo. Deve-se dar preferência à utilização de calcários dolomíticos em solos dessa região. Caso tenham sido utilizados calcários calcíticos, deve-se adicionar ao solo adubos que contenham magnésio. Como práticas de melhoramento da fertilidade devem ser usadas adubação verde, adubação orgânica (incorporação de esterco, uso de tortas diversas, incorporação de restos vegetais), adubação química (NPK + micronutrientes), rotação de cultura e cobertura morta. A simples elevação da fertilidade do solo, mediante aplicação de corretivos e fertilizantes, não significa que o solo tem garantido seu potencial produtivo. As características físicas que impliquem a retenção de água, permeabilidade, aeração e profundidade, espaço radicular e erodibilidade assumem papel decisivo na capacidade produtiva do solo. A deficiência de água nesta área (5 a 6 meses secos) e a ocorrência de veranico (item – Clima) constituem uma das maiores limitações ao uso agrícola; práticas de irrigação solucionam este problema além do manejo dado ao solo, manejo este que deve ser feito com os seguintes objetivos: 1) eliminar os fatores que inibem o crescimento normal das raízes (baixa fertilidade natural, alta percentagem de saturação por alumínio e baixo teor de cálcio) e, com isso, permitir à cultura explorar um volume maior de solo e, consequentemente, extrair mais água durante os períodos secos; 2) aumentar a quantidade de água disponível no solo; 3) evitar que apareçam restrições físicas ao desenvolvimento das raízes; e 4) melhorar as condições globais do solo através de um manejo que combine as formas anteriores. Na classificação de terra para irrigação a grande maioria dos solos se situa na classe Boa. No entanto, são recomendáveis algumas práticas de manejo que favorecem a umidade disponível nas terras, tais como cobertura morta, plantio em faixas ou construções de cordões, plantio direto, ajustamento dos cultivos à época das chuvas e, principalmente, seleção de culturas adaptadas às condições climáticas locais. Ocorrem também nesta unidade áreas constituídas de solos hidromórficos, representadas pelos Plintossolos e os Gleissolos, sendo distróficos (baixa saturação por bases de alumínio) e álicos (alta saturação por alumínio). São imperfeitamente drenados a muito mal drenados, em sua grande maioria com textura indiscriminada, relevo plano a suave ondulado, sujeito ao Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 136 regime de inundação periódica de curta duração e excesso de água por oscilação do lençol freático próximo à superfície no período chuvoso. Quanto à aptidão agrícola das terras, estes solos se enquadram nas classes 3(abc) – Terras que apresentam classe de aptidão Restrita para lavouras nos níveis de manejo A, B e C e 3(ab) – Restrita para lavouras nos níveis de manejo A e B. Desaconselháveis no nível C. Possuem muito baixa a baixa reserva de nutrientes disponíveis às plantas. Parte destes solos são cascalhentos e apresentam petroplintitas nos horizontes subsuperficiais (endoconcrecionários). Possuem como fatores limitantes à utilização agrícola os riscos anuais de inundação, a oscilação do lençol freático que está próximo à superfície (caso dos Gleissolos), a baixa fertilidade natural e a deficiência hídrica no período seco do ano. Há inviabilização do uso desta área com culturas perenes, podendo ser usadas com culturas anuais (principalmente arroz) adotando sistema de irrigação por inundação, prática adotada nas proximidades de Flores de Goiás. Os riscos de erosão desta área são controláveis com práticas conservacionistas simples. Vários fatores indicam a viabilidade de atenuar ou não a limitação pelo excesso de água, como drenagem interna do solo, condições climáticas, topografia do terreno e exigências das culturas. A construção de vales e desobstrução dos drenos naturais são práticas simples e dão bons resultados. Existem áreas em que são necessários estudos mais específicos e exigem trabalhos intensos de drenagem para remover excesso de água. Quanto às práticas de melhoramento à fertilidade e controle à erosão, podem ser indicadas algumas citadas para as áreas anteriores, dependendo das circunstâncias. Constituem 6 (seis) unidades de mapeamento, de CA1 a CA6. Ocupam uma área aproximada de 7.175 km2 , correspondendo a 18,5% da área total mapeada. Indicação das Variedades das Principais Culturas Anuais - Variedades mais plantadas: Emgopa 301, Cristalina e Doko. - Variedades resistentes ao cancro da haste da soja: Emgopa 302, Emgopa 304, FT-Estrela, Emgopa 305 e FT-Seriema. - As variedades de ciclo precoce favorecem a sucessão com o trigo. A Chapada dos Veadeiros possui grande potencial para produção de sementes de soja (especialmente), trigo e batata-inglesa, que podem suprir não somente a região nordeste de Goiás, mas também outras partes do estado. A cultura da soja na Chapada dos Veadeiros apresenta comportamento climático semelhantes à soja produzida no sul e sudoeste de Goiás, já a soja do Vão do Paranã apresenta comportamento climático semelhante à produzida no norte de Goiás e sul do Estado do Tocantins (Projeto Rio Formoso). Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 137 Quadro 8 VARIEDADES DE SOJA INDICADAS PARA A CHAPADA DOS VEADEIROS CICLO PRECORE CICLO MÉDIO CICLO TARDIO (até 120 dias) (120-135 dias) (> 135 dias) Emgopa 302 Emgopa 304 Eureka IAC – 8 FT – 11 FT - Estrela Emgopa 301 Emgopa 305 Emgopa 306 Emgopa 307 Cristalina Canarana Paranagoiana FT-Seriema Doko Nova IAC – 7 UFV – 5 FONTE: EMGOPA (Informação Verbal). Quadro 9 VARIEDADES DE SOJA INDICADAS PARA O VÃO DO PARANÁ CICLO MÉDIO CICLO TARDIO (120-135 dias) (> 135 dias) Doko Emgopa 305 Aruanã Cariri IAC – 8 FONTE: EMGOPA (Informação Verbal). Para o Vão do Paranã não há adaptação de variedades de ciclo curto. Quadro 10 VARIEDADES DE MILHO INDICADAS VARIEDADES HÍBRIDAS VARIEDADES NÃO- HÍBRIDAS Emgopa 502 BR 201 Cargil (várias) Agroceres (várias) Emgopa 501 FONTE: EMGOPA (Informação Verbal). Emgopa 503 (1) (milho branco) (1) Lançamento previsto para safra 91/92. As sementes híbridas da Cargil e da Agroceres são as mais indicadas. - A variedade BR-201 é indicada para uso com aplicação de baixa tecnologia. - A variedade Emgopa 501 é indicada para silagem. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 138 Quadro 11 VARIEDADES DE ARROZ INDICADAS ARROZ DE SEQUEIRO ARROZ IRRIGADO Ciclo Curto Ciclo Médio IAC – 25 IAC – 164 IAC – 165 Guarani Rio Paranaíba Araguaia IAC – 47 Cuiabana (por inundação) Metica 1 Aliança Cica 8 (1) FONTE: EMGOPA (Informação Verbal). (1) Variedade tolerada para várzea úmida, por falta de outra. - As variedades de ciclo médio são indicadas para os chapadões (Latossolos) de Alto Paraíso e São João d’Aliança. - A variedade Guarani é a mais plantada de ciclo curto. - As variedades Rio Paranaíba e Araguaia são as mais plantadas de ciclo médio. Quadro 12 VARIEDADES DE FEIJÃO INDICADAS VARIEDADES PREFERENCIAIS VARIEDADES TOLERANTES (2ª OPÇÃO ) (1ª Opção) Carioca Emgopa 201 – ouro (cor creme) Rico 23 (preto) Jalo EEP-558 (cor creme) Emgopa 202 – Rubi (roxo-claro) CNF 0010 (roxo) Carioca 80 FONTE: EMBRAPA/CNPAF (Informação Verbal). - As variedades Carioca e Emgopa 201 – ouro são as mais plantadas. Caracterização das áreas para culturas perenes O alto potencial erosivo dessas áreas conduziu à opção prioritária de uso com culturas permanentes (Figura 37), visto as mesmas requererem uma menor mobilização do solo e, geralmente, proporcionarem um maior recobrimento da superfície (depois de formada). Mesmo sendo usada com culturas perenes, é imprescindível a adoção de práticas conservacionistas a partir do primeiro ano, pois o relevo, a diferença textural acentuada entre os horizontes e/ou a pequena profundidade propiciam o processo erosivo. São constituídas de Podzólicos Vermelho-Escuros e Podzólicos Vermelho-Amarelos eutróficos e distróficos, com textura superficial média a argilosa e subsuperficial argilosa a muito argilosa, sob relevo suave ondulado e ondulado, apresentando risco de erosão Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 139 moderado a forte; Cambissolos álicos, distróficos e eutróficos, com textura argilosa sob relevo plano e ondulado, apresentando risco de erosão moderado até moderado a forte; e Latossolos Vermelho-Amarelos álicos e distróficos, com textura média em relevo plano e suave ondulado, com risco de erosão fraco a moderado. Nestes solos a presença de B latossólico, maior profundidade, ausência de gradiente textural e acentuada drenagem, lhes dão um comportamento distinto dos outros solos (Podzólicos), fazendo com que possuam uma baixa suscetibilidade à erosão superficial (laminar), devido a suas características de baixo grau de dispersão das partículas e de sua elevada permeabilidade. Porém, uma vez rompida a camada superficial, há o desencadeamento do processo erosivo em profundidade (voçoroca). Em condições naturais, os Latossolos são bem resistentes às chuvas moderadas que não provoquem a concentração de enxurradas, mas, uma vez havendo concentração de água (fortes enxurradas) e se rompendo a camada superficial, esses solos são facilmente erodíveis. Ocorrem em parte dos Podzólicos e Cambissolos a presença de cascalhos em quantidade significativa (20 a 50% do volume da massa do solo) e/ou petroplintitas, material proveniente da plintita, que sob efeito de ciclos repetidos de umedecimento e secagem sofreu consolidação irreversível. Na classificação da aptidão agrícola das terras os solos destas áreas se enquadram nas classes 2ab(c), 2a(bc), 2(ab)c, 3(abc) e 3(bc). 2ab(c) – Terras que apresentam classe de aptidão Regular para lavouras nos níveis de manejo A e B e Restrita no nível C (correspondem aos Podzólicos Vermelho-Escuros eutróficos e Podzólicos Vermelho-Amarelos eutróficos; 2a(bc) – Regular para lavouras no nível A e Restrita nos níveis B e C (Cambissolos eutróficos); 2(ab)c – Regular para lavouras no nível C e Restrita nos níveis A e B (Cambissolos distróficos e álicos); 3 (abc) – Restrita para lavouras nos níveis de manejo A, B e C (Podzólicos Vermelho-Amarelos distróficos); 3(bc) – Restrita para lavouras nos níveis de manejo B e C, sendo desaconselháveis no nível A (Latossolos Vermelho-Amarelos álicos e distróficos). Os solos eutróficos (saturação por bases 50%) possuem média a alta reserva de nutrientes disponíveis às plantas; os álicos (saturação por alumínio 50%) e distróficos (saturação por bases e alumínio < 50%) possuem muito baixa a baixa reserva de nutrientes disponíveis às plantas, sendo a fertilidade para esses solos um dos fatores limitantes ao uso agrícola, havendo necessidade do uso de fertilizantes e corretivos. O déficit hídrico constitui outro fator limitante ao uso agrícola, sendo mais acentuado nos solos que possuem alta permeabilidade, consequentemente baixa retenção de umidade, como é o caso do solo Latossolo Vermelho-Amarelo textura média, sendo este fator agravado pelo veranico que sempre ocorre nesta região (item – Clima). Na classificação de terras para irrigação (item – Terras para Irrigação) se situam na classe Regular (Podzólicos e Cambissolos) e Restrita (latossolos). Quanto à mecanização (item – Terras para Mecanização), os solos que ocorrem nestas áreas se enquadram nas classes Boa e Regular, sendo que na Regular não permitem o emprego de máquinas ordinariamente utilizadas durante todo o ano, pois ocorrem em relevo ondulado (8 a 20% de declive) ou em topografia mais suave, no caso dos solos pouco profundos, que podem apresentar cascalhos e/ou petroplintitas no volume da massa do solo em quantidades significativas. As práticas de melhoramento, quanto à fertilidade e déficit hídrico, são as mesmas indicadas para culturas anuais em função da situação que se encontra a área ou do tipo de cultura que se pretende instalar. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 140 Em relação à erosão, cuidados maiores devem ser tomados, visto que essas áreas possuem relevo mais movimentado em relação às áreas indicadas para culturas anuais. Em vista disso, quando utilizadas, requerem a adoção intensiva de práticas conservacionistas, como a construção de terraços especiais em patamar, banquetas individuais, cordões em contorno, diques, interceptadores (obstáculos) e controle de voçorocas. Constituem 8 (oito) unidades de mapeamento, de CP1 a CP8. Ocupam 2.056 km2 da área, correspondendo a 5,3% do total mapeado. Indicação de Variedades para Culturas Perenes De uma maneira geral, climaticamente a área indicada para estes fins apresenta condições favoráveis para o desenvolvimento da fruticultura e da cafeicultura, desde que sejam observadas as exigências de cada cultura e suas variedades correspondentes, para evitar insucessos, com implantação de culturas com variedades não adaptadas às condições reais da área (solo, clima e altitude). - Para a Chapada dos Veadeiros (EMGOPA, Informação verbal). Manga: Tommy atkins, Keit e Van dyke Figo: Roxo de Valinho Pêssego: Talismã e Rei da Conserva Abacate: Fortunas, Geada, Turco e Pollock Laranja (para fins industriais): Pêra, Valencia, Natal e Hamlim Laranja (para consumo natural): Pêra, Westin, Baianinha, Valencia, Natal e Piralima Tangerina: Poncã e Cravo Limão: Taiti e Galego Outros tipos de frutas, como jabuticaba, banana, goiaba, mamão e mesmo algumas destas acima mencionadas, se prestam para ser utilizadas no restante da área, desde que sejam observadas suas exigências quanto ao clima, solo e altitude. Quanto ao café é indicada a espécie Coffea arabica, variedades Catuaí e Mundo Novo para a Chapada dos Veadeiros, especialmente nos Municípios do Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, São João d’Aliança e parte do Município de Nova Roma (SAGRIA-GO, informação verbal). A variedade Catuaí apresenta maiores produções nas primeiras safras, possuindo, entretanto, menores exigências nutricionais. A variedade Mundo Novo possui menor produção nos primeiros anos, no entanto é mais exigente em relação às propriedades do solo. A partir dos 10 anos a produção de ambos se equiparam. Segundo estudos elaborados pelo extinto IBC, sobre um zoneamento para a cultura do café (IBC, 1977), a espécie Coffea arabica possui as seguintes exigências: - altitude: aproximadamente 750 m. precipitação pluviométrica > 1.200 mm. temperatura média anual: 18º-23ºC (apta) e entre 19º-22º (ideal) déficit hídrico: suporta até 150 mm. De acordo com este estudo, todos os municípios da Microrregião Vão do Paranã se encontram fora da área indicada para a espécie Cofrea arabica. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 141 Conforme este zoneamento, a espécie Coffea canephora, denominada Café robusta, variedade Conilon, é adaptada para temperaturas mais altas e áreas de menores altitudes, possuindo as seguintes exigências: - temperatura média anual: 22º-26ºC. - déficit hídrico < 200 mm (apto); entre 200-400 mm (marginal) e > 400 mm (inapto). Para esta espécie são aptas as áreas situadas ao sul do Estado de Goiás. A região nordeste não possui aptidão para esta espécie, muito provavelmente devido ao déficit hídrico, sendo aconselhável que as empresas de pesquisas realizem estudos na Microrregião Vão do Paranã, com o objetivo de detectar áreas aptas à implantação do Coffea canephora. Como pode ser observado na Tabela 21, o café possui produtividade em torno de uma tonelada/ha nos Municípios de Cavalcante, Alto Paraíso de Goiás e São João d’Aliança para o ano de 1989, enquanto que nos Municípios de São Domingos e Posse a produtividade é de 400 e 500 kg/ha, respectivamente, o que demonstra o acerto deste estudo referente ao zoneamento do café, não indicando estas áreas para a cafeicultura. Caracterização das áreas para pastagem plantada Compreendem áreas que apresentam características desfavoráveis ao uso agrícola com lavouras, ora pelas características físicas e morfológicas dos solos, ora pela feição do relevo, ou simultaneamente; sendo representadas por solos Litólicos, Cambissolos, Podzólicos Vermelho-Escuros, Podzólicos Vermelho-Amarelos e Petroplínticos. São álicos, distróficos e eutróficos, bem e moderadamente drenados, rasos e pouco profundos, textura superficial média a argilosa e subsuperficial argilosa, sob relevo que varia de suave ondulado a forte ondulado, com grande parte apresentando os caracteres cascalhentos e concrecionários e fase pedregosa. Nos Petroplínticos, devido à alta concentração de concreções, a textura foi denominada indiscriminada. Também fazem parte dessas áreas os Latossolos VermelhoAmarelos álicos de textura média e Areias Quartzosas álicas e distróficas, acentudamente e excessivamente drenadas, profundas a muito profundas, sob relevo plano a suave ondulado. O impedimento de uso à mecanização (pela presença abundante de cascalhos e/ou petroplínticos, profundidade do solo, ou pelo relevo movimentado ou associados), a suscetibilidade à erosão (devido ao relevo movimentado ou pela pequena profundidade dos solos ou ainda pela textura arenosa ou associados) e a baixa fertilidade natural (para os álicos e distróficos) constituem os fatores mais limitantes ao uso agrícola, aliados ao déficit hídrico (5 a 6 meses secos). Esta unidade necessita de cuidados especiais de práticas de manejo de solos, em caso de serem usadas com lavouras; como atividade agrícola as pastagens são as mais indicadas, pois não necessitam de todas as etapas que são necessárias para condução e manutenção de uma lavoura e também são eficientes no controle da erosão quando bem manejadas, oferecendo uma boa cobertura ao solo. Quanto à aptidão agrícola das terras esta unidade está enquadrada como 4p e 4(p) – Terras que apresentam classe de aptidão Regular e Restrita, respectivamente, para Pastagem Plantada. Desaconselháveis para lavouras nos níveis de manejo A, B e C. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 142 Os solos eutróficos (saturação por bases 50%) possuem média a alta fertilidade natural e os álicos e distróficos (saturação com alumínio 50% e saturação de bases e alumínio < 50%) contêm muito baixa a baixa fertilidade natural. Referente à fertilidade natural e ao déficit hídrico, há que se considerar que existem várias espécies de forrageiras que são adaptadas aos mais diversos tipos de solos, com as mais diversas exigências nutricionais e condições climáticas; no entanto, é sabido que o uso de fertilizantes e corretivos eleva a produção das pastagens, consequentemente eleva o potencial para produção animal. As Tabelas 4, 5 e 6 mostram as exigências nutricionais e hídricas de algumas forrageiras. Constituem 10 (dez) unidades de mapeamento, de PP1 a PP10. Abrangem 7.563 km2 , correspondentes a 19,5% da área total mapeada. Caracterização das áreas para florestamento / reflorestamento Compreendem áreas constituídas de Latossolos Vermelho-Amarelos e Areias Quartzosas sob relevo plano e suave ondulado. Os Latossolos Vermelho-Amarelos são álicos (saturação por alumínio 50%) e distróficos (saturação por bases e alumínio < 50%), fortemente drenados, muito profundos e de textura média, ocorrendo próximo à borda da Serra Geral de Goiás. Possuem muito baixa a baixa reserva de nutrientes disponíveis às plantas, alta permeabilidade a consequentemente baixa retenção de umidade. A alta deficiência hídrica é acentuada pela baixa precipitação pluviométrica. Essa limitação ocorre de modo mais marcante no ano de implantação da cultura; após o enraizamento das mesmas estas condições são atenuadas. As condições de relevo, profundidade, morfologia, ausência de cascalhos, calhaus e matacões favorecem as práticas agrícolas. O florestamento/reflorestamento, indicados para esta área, objetiva proteger o solo contra os processos erosivos que são acentuados na borda do Chapadão Central. Apresentam classe de aptidão agrícola 5n – Regular para silvicultura. As Areias Quartzosas são distróficas, excessivamente drenadas, muito profundas, apresentando textura arenosa (areia e areia franca). Praticamente não possuem capacidade de reter os elementos nutritivos adicionados, quer pela sua baixa capacidade de troca de cátions ou pela sua alta permeabilidade, havendo uma percolação muito rápida da água. Apresentam forte predisposição à erosão; após iniciar o processo erosivo o controle é muito difícil. As principais limitações destas áreas são o déficit hídrico, fertilidade natural baixa e altos teores de areia. Há necessidade de instalação de unidades experimentais com fins de avaliar a real adaptação de espécies vegetais de florestamento. Apresentam classe de aptidão agrícola 5(n) – Restrita para silvicultura. Ocupam aproximadamente 427 km2, equivalendo a 1,1% da área mapeada. Indicação de manejo e espécies Apesar das dificuldades encontradas, a racionalização desta atividade na região nordeste do Estado de Goiás pode contribuir decisivamente para sua pretendida redenção econômica. A indicação específica de áreas para a execução desta atividade não exclui a possibilidade de sua exiguidade nas áreas recomendadas para usos mais intensivos (Atividades Agrícolas), tornando-se mera decisão econômica. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 143 Os programas de reflorestamento/florestamento devem visar a diferentes objetivos, como os de: produzir madeira para serraria, construções rurais, celulose, lenha, carvão, etc.; proteger as bacias hidrográficas regulando regimes de rios, reduzindo e atenuando efeitos de enchentes, erosão e assoreamento; produzir forragem perene para o gado, sob a forma de folhas ou frutos; enriquecer com espécies adequadas as áreas que se prestam para extrativismo vegetal, além do objetivo paisagístico e de abrigo para a fauna, entre outros. Por sua vez, os sistemas silviculturais a serem adotados também podem ser variados, ficando na dependência de experimentação e viabilidade econômica, podendo ser: - plantios puros em talhões homogêneos; - plantios mistos ou em consorciação; - plantios em bosquetes (puros ou mistos); e - plantios de enriquecimento em capoeira ou matas degradadas, etc. Para um reflorestamento econômico há a necessidade de se escolher o local certo, a espécie mais apropriada, empregando-se sementes ou material propagativo de qualidade e práticas silviculturais racionais. Em geral, deve-se dar preferência a solos profundos, evitandose terrenos que, à pouca profundidade, se apresentam com horizontes duros ou compactados e que dificultariam o enraizamento. Para plantios com exóticas nas áreas de cerrado em geral, a adubação pelo menos na fase inicial é imprescindível. Fertilização à base de fosfatos, em dosagens adequadas, faz aumentar substancialmente a produção. Tabela 4 Comparação entre nove gramíneas forrageiras tropicais, quanto à tolerância a A e exigência em P e Ca para a fase de estabelecimento ESPÉCIE TOLERÂNCIA EXIGÊNCIA (2) A A (1) Em P Em Ca Brachiaria humidicola 1 1 1 Andropogon gayanus 1 2 2 Melinis minutiflora 1 2 2 Brachiaria decumbens 1 2 2 Brachiaria brizantha ... 2 2 Panicum maximum 1 3 ... Hyparrhenia rufa 2 3 ... Pennisetum purpureum 2 3 ... Cenchrus ciliaris 3 ... ... FONTE – Spain & Andrew (s.d.) e Salinas & Delgadillo, citados por Sanchez & Salinas (1982), CIAT (1977, 1982); Siqueira et al. (1980) e Salinas & Delgadillo, citados por Sanchez & Salinas (1982), apud Carvalho (1985). NOTA – Sinal convencional utilizado: ... Dado numérico não disponível. (1) Tolerância a A :1 = alta; 2 = média; e 3 = baixa. (2) Exigência em P e Ca:1 = baixa; 2 = média; e 3 = alta. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 144 Tabela 5 Comparação entre treze leguminosas forrageiras tropicais, quanto à tolerância a A e Mn e exigências em P e Ca para a fase de estabelecimento ESPÉCIE EXIGÊNCIA (2) TOLERÂNCIA A A (1) A Mn (2 ) Em P (2) Em Ca (2) Stylosanthes capitata 1 1 1 1e2 Lotononis bainesii 1 1 1 1 Stylosanthes guianensis 1 1 1 1 Centrosema pubescens 1 1 2 2 Galactia striata 1 ... 2 2 Desmodium ovalifolium 1 1 2 2 Calopogonium mucunoides 1 1 2 2 Pueraria phaseoloides 1 1 2 2 Macroptilium atropurpureum 1 3 2 2 Desmodium uncinatum 2 2 2 2 Desmodium intortum 2 2 2 2 Leucaena leucocephala 2 2 2 2 Neonotonia wightii 3 3 2 3 FONTE – CIAT (1977, 1982); EMBRAPA/CPAC (1981); Andrew (1978) e Sanchez & Salinas (1982), apud Carvalho (1985). NOTA – Sinal convencional utilizado: ... Dado numérico não disponível. (1) Tolerância em A e Mn: 1 = alta; 2 = média; e 3 = baixa. (2) Exigência em P e Ca: 1 = baixa; 2 = média; e 3 = alta. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 145 Tabela 6 Adaptação climática de algumas gramíneas e leguminosas tropicais GRAU DE TOLERÂNCIA ESPÉCIE Seca Geada Inundação Periódica PRECIPITAÇÃO MÍNIMA REQUERIDA (mm) GRAMÍNEAS Andropogon gayanus B R F 400 Brachiaria decumbens R F R 1.000 Brachiaria humidicola F R R 1.000 Hyparrhenia rufa (Jaraguá) F F R 800 Melinis minutiflora (Gordura) R F F 1.000 Panicum maximum (Colonião) R F F 1.000 Panicum maximum (Makueni) B F F 750 Panicum maximum (Green panic) B B F 600 Pennisetum purpureum (Elefante) F F F 1.000 Setaria sphacelata B B B 750 LEGUMINOSAS Calopogonium mucunoides F F R 1.200 Centrosema pubescens R F R 1.200 Desmodium intortum R R B 900 Galactia satriata B B R 800 Macroptilium satropurpureum B F R 600 Neonotonia wightii (Soja perene) R R R 750 Pueraria phaseoloides (Kudzu) R F B 1.250 Stylosanthes guianensis B F R 850 FONTE – Mattos & Alcântara (1976); Bogdan (1977) e Whiteman (1980), apud Cruz Filho (1985). NOTA – Grau de tolerância: B = boa; R = razoável; e F = fraca Entre os ambientalistas, é consenso que os reflorestamentos devam ser conduzidos preferencialmente com espécies nativas. Porém, a introdução de Eucalyptus e outras essências exóticas, além de qualidades reconhecidas como sua precocidade e diversidade de uso, tem a seu favor o fato de que com a utilização de maciços florestais artificiais diminui sensivelmente a pressão sobre os recursos das áreas nativas remanescentes. Dentro dessas premissas, procuraremos listar e discorrer sobre algumas espécies, reconhecidamente de valor e já tradicionamente empregadas no Brasil, tanto nativas como exóticas, e que, teoricamente por analogias ecológicas, seriam indicadas para a região, conforme Golfari (1975), Golfari, Caser (1977), Golfari, Caser e Moura (1978), EMBRAPACPAC (1983) e Albino, Tomazello Filho (1985). Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 146 Eucalyptus camaldulensis Dehnh Espécie de rápido crescimento em solos pobres, tem alta capacidade de rebrota, com tolerância a inundações periódicas e salinidade. Em contrapartida, é intolerante a solos altamente calcários, de coloração escura e inferior a outras para produção de polpa e papel. Usos principais: Carvão, lenha, postes e moirões, polpa, tacos e conglomerados. Obs.: Pelas suas características, a espécie teria melhores condições de ser introduzida na região do Vale do Paranã, em solos álicos e distróficos e com problemas de hidromorfismo. Eucalyptus Citriodora Hook Espécie tolerante a uma grande variedade de solos, cresce bem em solos pedregosos residuais, lateríticos, preferindo os bem drenados. No Brasil é indicada para clima subtropical e tropical subúmido, com precipitação acima de 800 mm por ano e estação seca de 4 a 5 meses, em altitudes mais altas. Usos: espécie consagrada como produtora de óleos essenciais, possui madeira de primeira classe, admitindo grande variedade de empregos. No norte de São Paulo e no Triângulo Mineiro é muito usada para moirões e postes tratados, móveis, além da extração de óleo. Obs.: É espécie recomendada para a região, podendo ser plantada em solos Litólicos e Cambissolos, que apresentam substratos friáveis (sem contato lítico), que permitam a penetração de raízes. Eucalyptus cloeziana F. Muell Com introdução relativamente recente no Brasil, esta espécie se destacou em situações de solos pobres como no Vale do Jequitinhonha (MG) e próximo a Cristalina (GO). Própria para áreas de precipitação anual entre 1.000 a 1.500 mm, tolera estação seca de 4 a 5 meses. Usos: É madeira pesada, forte e bastante durável; limitada para uso geral, mas excelente como dormente, escoramentos de minas, postes e moirões. Pode ser usada também no fabrico de conglomerados. Eucalyptus grandis Hill ex Maiden É a espécie mais disseminada no Brasil e também na região, principalmente pela sua plasticidade e rápido crescimento em relação a outras espécies. Tolerante em situações de precipitação anual na faixa de 1.000 a 1.800 mm, concentradas no verão, mas com pouca seca estacional. Prefere solos profundos e bem drenados. Usos: Por ser madeira leve, mais macia e físsil que a maioria das espécies do gênero, é muito usada em construção civil e compensados; quando jovem é excelente para caixotaria, polpa e papel. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 147 Obs.: É indicada com restrições, visto que não é recomendada para áreas com elevada seca estacional, onde não apresenta boa rebrota, além do que a espécie nesta situação se torna muito vulnerável ao ataque do fungo Diaporthe cubensis. Esta mesma situação pode ocorrer com o Eucalyptus saligna Sm. Eucalyptus maculata Hook Cresce melhor em solos úmidos ou bem drenados, de textura argilosa, não tolerando solos arenosos em seu habitat natural. É portanto mais indicada para regiões de matas. Tem-se mostrado promissor em algumas parcelas experimentais no Brasil na situação de elevada seca estacional. Obs.: Considerada como madeira de boa qualidade é muito usada em construção civil, assoalhos e dormentes, constituindo uma das melhores madeiras para postes com preservativos; é ótima para cabo de ferramentas e é também usada para compensados. Eucalyptus pellita F. Muell Em seu local de origem, vegeta em situações de precipitações anuais entre 900 a 2.300 mm, concentradas no verão, com temperaturas médias de até 21ºC e altitudes máxima de 1.000 m. prefere solos arenosos, pobres e bem drenados. No Brasil, tem-se adaptado bem em algumas áreas de Cerrado e, em Niquelândia (GO), tem-se comportado como uma espécie das mais promissoras. Usos: Madeira pouco atacada por insetos e fungos; é indicada para diferentes fins, incluindo construção de casas, postes e dormentes. Eucalyptus pilularis Sm Espécie tolerante a solos de baixo teor nutricional, não se adapta, porém, a solos mal drenados. No Brasil esta espécie desenvolve-se melhor em altitudes em torno de 1.000 m como na região do Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, que se apresenta com algumas características similares à da região nordeste de Goiás. Usos: Considerada uma das mais importantes madeiras na Austrália, é boa para construção em geral, é aceitável como dormente, prestando-se também para papel e polpa. Eucalyptus tereticornis Sm No Brasil, os dados das pesquisas existentes indicam esta espécie para regiões de Cerrado e Mata em áreas com solos arenosos, quentes e úmidos no verão e com secas de 4-5 meses no inverno. No distrito florestal do Mato Grosso do Sul (eixo Campo Grande – Três Lagoas) é a espécie que tem apresentado os melhores resultados. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 148 Obs.: A madeira é utilizada como combustível, carvão, papel, postes, moirões, escoras, placas prensadas e conglomerados. Eucalyptus urophylla S.T. Blacke O interesse pelo Eucalyptus urophylla surgiu com a sua comprovada resistência ao cancro do eucalipto, provocado pelo Diaporthe cubensis que tem atacado principalmente as espécies Eucalyptus Saligna e Eucalyptus grandis nas regiões tropicais. Em experimentos recentes algumas procedências têm-se destacado pelo elevado incremento e boa forma do fuste. Usos: Especialmente indicada para serraria, celulose, chapas e aglomerados. Outras espécies de Eucalyptus que merecem ser testadas na região: E. acmenioides Schan E. brassiana S.T. Blake E. drepanophylla F. Muell ex Benth E. exserta F. Muell E. tessellaris F. Muell E. tetrodonta F. Muell Além dos Eucalyptus, boas perspectivas são esperadas também para as espécies: Pinus caribaea Mor. Var. caribaea Pinus caribaea var. bahamensis Barr. et Golf. Pinus caribaea var. hondurensis Barr. et Golf. Estas três variedades de coníferas possuem boas possibilidades na região. Para produção de madeira para serraria a variedade caribaea é superior, pois produz fustes mais ricos e madeira mais densa. Para celulose a variedade hondurensis é mais indicada, além do mais tem incremento maior. A variedade bahamensis tem características intermediárias, com vantagem de tolerar solos de baixadas, mal drenados. Pinus oocarpa Shiede Outra espécie considerada promissora para o Cerrado, é indicada especialmente para áreas com mais de 600 m de altitude. Sua madeira é considerada muito boa tanto para celulose como para serraria. Leucena glauca (L) Benth – Leucena Nativa das Antilhas e México, naturalizada no Brasil, é espécie pioneira, pode ser ótima coadjuvante em plantios consorciados, pois recupera fertilidade de solos erodidos, podendo fornecer sombra e forragem. Em Java é plantada em consorciação com a teca. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 149 Tectona grandis L. – teca Espécie também indicada para a região e que produz madeira muito valiosa, utilizada para construções navais e móveis finos. Mimosa caesalpiniaefolia Benth – sabiá De forma arbustiva, fornece madeira para estacas, lenha e carvão, além de forragem. Com incremento rápido é uma espécie excelente para atuar como coadjuvante em plantios consorciados, como por exemplo o mogno. Prosopis juliflora (Sw) DC. – algaroba Espécie naturalizada no Brasil, é muito difundida no Nordeste brasileiro. Constitui planta muito resistente à seca, sendo suas vagens excelente alimento para o gado. Sua madeira também se presta para construções, móveis, lenha e carvão. É considerada também como importante planta melífera. A seguir são enumeradas algumas espécies nativas brasileiras produtoras de madeira, com crescimento relativamente rápido, experimentadas e aprovadas em locais e situações com alguma similaridade com as da região: Aspidosperma polyneuron Muell. Arg – (peroba-rosa) Astronium fraxinifolium Scoth – (gonçalo-alves) A. urundeuva (Fr. All) Engl. – (aroeira) Caesalpinia peltophoroides Bent – (sibipiruna) Cariniana legalis (Mart.) O. Ktze – (jequitibá-branco) Cedrela angustifolia S. & Moc – (cedro) C. fissilis Vell – (cedro) Centrolobium robustum (Vell.) Mart. – (araribá) Dalbergra nigra (Vell) Fr. All. – (jacarandá-da-baía) Copaífera langsdorfii Desf. – (copaíba, pau-d’óleo) Hymenaea stibocarpa Hayne – (jabotá) Piptadenia macrocarpa Benth – (angico-vermelho) Plathymenia foliolosa Benth – (vinhático) P. reticulata Benth (vinhático) Schizolobium parahyba (Vell.) Blake – (guapuruvu) Sterculia chicha St. Hil. – (axixá) Swietenia macrophylla Harms – (mogno) Obs.: Para programas conservacionistas, as listagens de espécies úteis do Cerrado, bem como as relacionadas nos inventários efetuados na região, merecem a primazia, pois são espécies plenamente adaptadas às condições locais. Áreas e Atividades de Conservação Compreendem áreas onde se deve aplicar a utilização racional de um recurso qualquer, de modo a se obter um rendimento considerado bom, garantindo-se, entretanto, sua renovação ou auto-sustentação. Este uso deverá estar dentro dos limites capazes de manter sua Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 150 qualidade e seu equilíbrio em níveis aceitáveis, sem alterações significativas no ecossistema (ACIESP, 180 apud. FEEMA, 1990). Caracterização das áreas para pastagem natural Compreendem terras com aptidão agrícola para pastagem natural e que apresentam limitações fortes, para tornar desaconselhável o uso com agricultura e/ou pastagem plantada. São representadas pelos solos Litólicos, Cambissolos, Areias Quartzosas e Plintossolos. Os Solos Litólicos e Cambissolos são álicos e distróficos, rasos e pouco profundos, textura média e argilosa e em sua grande maioria cascalhamentos e/ou concrecionários, ocorrendo sob relevo que varia de suave ondulado a forte ondulado. Nestas áreas, o impedimento ao uso de implementos agrícolas, a suscetibilidade à erosão, a fertilidade natural e o déficit hídrico são os fatores limitantes ao uso agrícola. As Areias Quartzosas são distróficas, profundas e muito profundas, textura arenosa e ocorrem sob relevo plano e suave ondulado. Possuem muito baixa reserva de nutrientes disponíveis às plantas, que associada à deficiência hídrica são as maiores limitações à utilização agrícola. A granulometria com teores de areia superiores a 85% não possui capacidade para reter os elementos nutritivos adicionados, além de permitir uma percolação muito rápida da água, condicionando um período de deficiência hídrica muito prolongado, com sérios prejuízos no desenvolvimento normal das plantas cultivadas. Os Plintossolos são álicos, pouco profundos e muito profundos, textura indiscriminada, podendo apresentar o caráter endoconcrecionário (presença de petroplintitas na parte subsuperficial). Apresentam drenagem imperfeita, estando sujeitos ao regime de inundação periódica ou submetidos ao excesso de água, resultante da elevação do lençol freático, que aliados à baixa fertilidade natural e à deficiência hídrica (no período seco) constituem as limitações ao uso agrícola. Estas terras se encontram sob vegetação de Savana e seu aproveitamento mais adequado é com pastagem natural e extrativismo vegetal racional. Possuem classes de aptidão agrícola 5n (Regular) e 5(n) (Restrita) para pastagem natural, sendo desaconselháveis para lavouras nos níveis de manejo A, B e C. Constituem 9 (nove) unidades de mapeamento, de PN1 a PN9. Ocupam 9.075 km2, correspondentes a 23,4% da área total mapeada. Caracterização das áreas para manejo sustentado de floresta Compreendem áreas que contêm parte das últimas reservas florestais nativas de Goiás; dentro deste contexto destacam-se algumas ocorrências contínuas de Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual (Tropical Subcaducifólia e Caducifólia), onde predomina a aroeira, considerada a espécie madeireira economicamente mais importante do Estado de Goiás. a manutenção e perpetuação dessa e outras espécies devem ser preocupação prioritária para a economia local e regional. Esta categoria de uso, ou seja, o manejo sustentado, preconiza a utilização dos recursos de forma paulatina e ordenada, com a Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 151 retirada de árvores com porte predeterminado, resguardando-se matrizes e as regenerações que, num futuro previsível, estarão fornecendo novas árvores para abate e usufruto. Iniciado em 1987, os Planos de Manejo Sustentado de Florestas – PMS – já somam dezenas de projetos na região, alguns ainda em fase de análise de viabilidade técnica pela IBAMA, que é o órgão responsável pela sua aprovação. Para a prática do manejo sustentado, muitas indagações e problemas precisam ser equacionados. Principalmente, para a aroeira, deve-se buscar, no mais breve espaço de tempo, respostas positivas visando a sua propagação e perpetuação. Para tanto, é sugerido neste trabalho que se instituam áreas de preservação e experimentação com esta e outras espécies, devidamente acompanhadas por instituições de pesquisas. Conforme já se pode constatar, a aroeira é considerada espécie de crescimento lento, no entanto o valor inquestionável de sua madeira, além do fato de se encontrar em seu “optimum ecológico”, justifica todos os esforços visando a torná-la prioritária em programas de reflorestamento na região. É tida como espécie pioneira, extremamente agressiva. Entretanto, o que parece ser uma virtude torna-se um problema, pois, na situação de campo aberto, a pleno sol, a aroeira perfila intensamente, vindo a constituir verdadeira praga de pastagens. Nesta situação, raramente consegue formar bons fustes. Segundo a experiência de moradores locais, para adquirir uma boa forma, a aroeira precisa ser conduzida na situação de mata sombreada até o 6.0 ou 8.0 ano, quando então poderá deixar de ser tutorada. Estima-se que, com cerca de 14-15 anos, já produza bom cerne e que, com 35-40 anos, poderá ser considerada árvore clímax. Situação atual (exploração madeireira) As tipologias florestais ocorrentes destacam fisionomias de Floresta Estacional Semidecidual e Decidual, localizadas preferencialmente em áreas com solos eutróficos, ou em situações especiais e restritas propiciadas pelo maior teor de umidade em encaixamentos de relevo ou margens de rios (Figura 38). Com a exploração intensiva, principalmente na última década, seu potencial madeireiro vem sendo paulatinamente depauperado e exaurido de forma predatória, cedendo lugar para pastagens e capoeiras degradadas. Teme-se que em curto espaço de tempo toda esta riqueza florestal estará comprometida irremediavelmente, se não for propagada a utilização racional desses recursos. Inventários florestais denunciaram uma situação bastante preocupante, haja vista que raríssimas amostragens puderam ocorrer em áreas ainda não submetidas à exploração seletiva. Somente em locais de difícil acesso persistem hoje formações naturais virgens ou intocadas (Tabela 7). Na região, as atividades do setor madeireiro vêm apresentando sintomas de desaquecimento gradual, demonstrado pelo número de estabelecimentos como as serrarias que paulatinamente deixam de operar. No ano de 1986, os estabelecimentos do setor apresentavam o seguinte perfil quando comparado com dados de 1990 (Tabela 8). A maioria dos estabelecimentos industriais constituem unidades com produção limitada e sazonal, operando basicamente com a lavra de aroeira, braúna e ipê para confecção de palanques para curral, ou madeiras em geral para construções civis, estas últimas para atender basicamente o mercado local e regional. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 153 Tabela 7 Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras, segundo as espécies existentes nas Florestas Estacional Semidecidual e Estacional Decidual (volume com casca) - 1990 (Continua) DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME POTENCIAL DE MADEIRA NOME NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES VULGAR DAS ESPÉCIES Amostras Total Fs (2) 1 Lunea divaricata Guettarda sp. Piptadenia sp. Bursera leptopholeos Astronium urundeuva Stercullia chicha Dipteryx alata Chorisia sp. Cavanillesia sp. Schinopsis brasiliensis Protium sp. Machaerium angustifolium Rhamnidium elaeocarpum Eugenia dysenterica Terminalia angentea Acacia sp. Spondias sp. Jacaranda sp. Alseis sp. (5) Cedrela fissilis Amburana cearensis Xylopia sp. Prumus sp. Parapiptadenia sp. Poeppigia sp. Lonchocarpus sp. Cordia sp. Astronium fraxinifolium Myrcia sp. Aspidosperma sp. Guarea sp. Tabebuia serratifolia Tabebuia ochraceae Tabebuia caraiba Tabebuia ipe Pseudobombax sp. Chlorophora tinctoria Machaerium sp. Hymenaea stibocarpa Hymenaea sp. Açoita-cavalo Angélica Angico-vermelho Amburana-de-cambão Aroeira Axixá Baru Barriguda Barriguda-lisa Brauna Breu Bico-de-pato Cabrito Cagaita Capitão Capa-bode Cajá Carobinha,moela-de-galinha Castelo (5) Cedro, cedro-vermelho Cerejeira Envira Pêssego-do-mato Fava-amarela Fava-de-espinho Feijão-cru Freijó Gonçalo-Alves Goiabinha Guatambu Guarea, marinheiro Ipê-amarelo Ipê-cachorro Ipê-caraiba Ipê-roxo, pau-d’arco-roxo Imbiruçu Inharé Jacarandá Jatobá Jatobai (m 3/ha) (1) 0,73 0,05 9,62 5,63 65,89 13,68 0,34 22,13 88,17 22,06 0,12 0,64 0,13 0,16 2,17 1,17 16,25 0,99 1,02 9,55 2,89 0,56 0,26 0,23 0,44 13,52 0,24 15,23 0,50 14,24 0,17 0,33 0,40 0,63 47,38 57,09 0,97 3,35 4,27 0,06 Cs (3) 2 3 4 Fs (2) 5 6 7 8 0,46 2,01 1,52 1,23 2,86 0,64 1,05 2,13 10,33 7,20 0,61 1,09 0,14 1,90 2,83 1,57 1,80 0,30 2,90 0,51 0,90 7,08 11,42 7,45 1,32 6,96 6,20 0,09 7,41 2,09 0,06 0,20 3,82 2,71 0,08 0,26 1,24 1,59 0,08 0,34 6,70 9 0,27 1,37 0,17 1,84 6,70 1,57 1,64 0,08 0,07 0,57 1,19 0,52 0,05 0,78 0,85 0,11 3,28 1,33 0,80 0,43 0,74 0,45 0,36 0,80 1,56 0,67 0,54 0,55 0,74 0,11 0,85 0,28 1,38 2,51 0,82 0,38 1,55 5,33 7,49 0,19 4,52 1,36 3,25 8,90 5,70 5,34 3,10 3,96 0,62 0,46 0,25 0,08 0,06 1,56 1,21 2,54 4,93 1,09 7,27 0,47 0,20 0,52 5,44 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 154 Tabela 7 Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras, segundo as espécies existentes nas Florestas Estacional Semidecidual e Estacional Decidual (volume com casca) - 1990 (Continua) DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME POTENCIAL DE MADEIRA NOME NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES VULGAR DAS ESPÉCIES (m 3/ha) (1) Amostras Total Fs (2) 1 Cs (3) 2 3 4 Fs (2) 5 6 7 Randia armata Limãorana 0,26 Curatella americana Lixeira 0,12 Dilodendron bipinnatum Maria-pobre, mamonila Simaruba sp. Marupá 0,38 Bauhinia sp. Mão-de-vaca 0,04 Buchenavia sp. Mirindiba 3,11 Erythrina sp. Mulungu 1,01 0,42 Guazuma ulmifolia Mutamba 0,30 0,04 Byrsonima sp. Murici 0,08 0,08 Diospyrus sp. Olho-de-boi 0,06 0,06 Lafoensia pacari Pacari 0,77 Caesalpinia ferrea Pau-ferro 7,22 Callisthene sp. Pau-jacaré 9,04 Copaifera sp. Pau-d’óleo 3,46 Pterocarpus sp. Pau-sangue 1,28 Qualea sp. Pau-terra 0,16 Aspidosperma sp. Peroba-branca 0,11 Aspidosperma sp. Peroba-rosa 3,66 Caseria sp. Pimenta-de-galinha 0,17 Cassia sp. Pingo-de-ouro 0,20 Matayba sp. Pitomba 1,49 Enterolobium sp. Tamboril 13,47 Fagara sp. Tamanqueira 0,26 Caraiba sp. Tamaquaré 0,09 Vitex sp. Tarumã 0,61 Magonia pubescens Tingui 1,98 Thiloa sp. Vaqueta 4,89 19,61 Tocos de aroeira Toco de feijão-cru Toco de ipê-roxo VOLUME COMERCIAL DE MADEIRA COM CAS – CA – 0,5 ha ....................................................................... 8 9 1,23 1,62 0,08 0,40 1,84 4,54 2,12 0,79 0,54 0,04 0,72 0,54 0,17 0,61 0,68 0,54 0,21 2,45 0,79 0,44 3,17 0,67 0,16 0,11 0,30 0,30 0,15 0,64 0,22 0,58 0,08 0,57 1,35 1,12 0,15 5,96 0,13 0,13 0,06 10 07 1,34 10 02 0,12 1,21 0,34 0,35 05 01 0,52 02 01 01 37,82 29,24 39,39 34,92 26,11 30,02 25,10 24,48 18,44 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 155 Tabela 7 Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras, segundo as espécies existentes nas Florestas Estacional Semidecidual e Estacional Decidual (volume com casca) - 1990 (Continua) (m3/ha) (1) Número Volume de Médio Fs (2) árvores Por por indivíduo 16 espécie 09 0,08 01 0,05 59 0,16 35 0,16 11,99 216 0,30 0,82 49 0,27 02 0,17 0,93 13 1,70 20 4,40 7,59 29 0,76 01 0,12 0,25 05 0,12 01 0,13 02 0,08 10 0,21 0,05 11 0,10 0,60 37 0,43 05 0,19 0,24 06 0,17 2,33 24 0,39 09 0,32 04 0,14 01 0,26 01 0,23 02 0,22 0,78 63 0,21 02 0,12 0,38 45 0,33 05 0,10 1,52 80 0,17 01 0,17 03 0,11 03 0,13 05 0,12 3,32 168 0,28 0,61 143 0,39 09 0,10 13 0,25 1,05 08 0,53 01 0,06 DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME POTENCIAL DE MADEIRA NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES NOME VULGAR DAS ESPÉCIES Amostras Fs(2) 10 Lunea divaricata Guettarda sp. Piptadenia sp. Bursera leptopholeos Astronium urundeuva Stercullia chicha Dipteryx alata Chorisia sp. Cavanillesia sp. Schinopsis brasiliensis Protium sp. Machaerium angustifolium Rhamnidium elaeocarpum Eugenia dysenterica Terminalia angentea Acacia sp. Spondias sp. Jacaranda sp. Alseis sp. (5) Cedrela fissilis Amburana cearensis Xylopia sp. Prumus sp. Parapiptadenia sp. Poeppigia sp. Lonchocarpus sp. Cordia sp. Astronium fraxinifolium Myrcia sp. Aspidosperma sp. Guarea sp. Tabebuia serratifolia Tabebuia ochraceae Tabebuia caraiba Tabebuia ipe Pseudobombax sp. Chlorophora tinctoria Machaerium sp. Hymenaea stibocarpa Hymenaea sp. Açoita-cavalo Angélica Angico-vermelho Amburana-de-cambão Aroeira Axixá Baru Barriguda Barriguda-lisa Brauna Breu Bico-de-pato Cabrito Cagaita Capitão Capa-bode Cajá 0,29 2,55 Cm (4) 11 12 0,13 3,44 4,95 0,92 Fs (2) 13 0,05 2,03 4,59 1,94 0,17 0,70 1,70 21,85 11,56 1,96 0,12 0,31 0,13 Cs (3) 14 15 1,44 0,25 9,66 9,74 4,32 1,23 0,17 0,08 0,08 1,01 0,51 0,29 0,15 4,01 0,26 0,70 4,73 0,17 1,52 0,67 0,75 0,11 5,62 0,08 Carobinha,moela-de-galinha Castelo (5) Cedro, cedro-vermelho Cerejeira Envira Pêssego-do-mato Fava-amarela Fava-de-espinho Feijão-cru Freijó Gonçalo-Alves Goiabinha Guatambu Guarea, marinheiro Ipê-amarelo Ipê-cachorro Ipê-caraiba Ipê-roxo, pau-d’arco-roxo Imbiruçu Inharé Jacarandá Jatobá Jatobai Cs (3) 2,89 0,26 0,23 0,44 0,47 1,17 1,01 0,13 1,07 0,68 0,27 2,39 0,26 0,50 0,83 1,13 4,67 0,51 0,17 0,97 0,33 0,16 1,51 0,60 0,55 0,23 1,05 6,18 2,86 4,78 0,09 0,33 0,11 0,39 5,45 0,13 2,67 0,40 0,13 2,64 3,94 0,08 1,14 0,74 1,87 0,61 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 156 Tabela 7 Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras, segundo as espécies existentes nas Florestas Estacional Semidecidual e Estacional Decidual (volume com casca) - 1990 (Conclusão) DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME POTENCIAL DE MADEIRA NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES NOME VULGAR DAS ESPÉCIES Amostras Fs(2) 10 Randia armata Limãorana Curatella americana Lixeira 0,44 Dilodendron bipinnatum Simaruba sp. Maria-pobre, mamonila Marupá 0,64 Bauhinia sp. Mão-de-vaca Buchenavia sp. Erythrina sp. Mirindiba Mulungu Guazuma ulmifolia Mutamba Byrsonima sp. Diospyrus sp. Murici Olho-de-boi Lafoensia pacari Pacari Caesalpinia ferrea Callisthene sp. Pau-ferro Pau-jacaré Copaifera sp. Pau-d’óleo Pterocarpus sp. Qualea sp. Pau-sangue Pau-terra Aspidosperma sp. Peroba-branca Aspidosperma sp. Caseria sp. Peroba-rosa Pimenta-de-galinha Cassia sp. Pingo-de-ouro Matayba sp. Enterolobium sp. Pitomba Tamboril Fagara sp. Tamanqueira Caraiba sp. Vitex sp. Tamaquaré Tarumã Magonia pubescens Tingui Thiloa sp. Vaqueta Tocos de aroeira Cs (3) Cm (4) 11 12 Fs (2) 13 14 Cs (3) Fs (2) 15 16 0,26 1,19 0,34 2,48 1,00 1,80 02 0,06 107 02 0,18 0,19 0,04 01 0,04 0,59 09 05 0,34 0,20 04 0,07 01 01 0,08 0,06 06 0,12 26 41 0,27 0,22 12 0,28 09 01 0,14 0,16 0,42 2,11 0,10 0,10 0,06 0,77 0,82 0,92 0,67 0,26 1,87 0,73 3,46 0,96 0,32 01 0,11 0,59 0,33 21 02 0,17 0,08 0,20 01 0,20 0,22 1,86 08 13 0,18 1,03 0,26 01 0,26 0,09 01 01 0,09 0,61 15 0,13 42 0,11 0,55 0,09 0,44 0,26 0,99 1,79 0,25 0,61 05 0,04 01 (m3/ha) (1) Número Volume de Médio árvores Por por indivíduo espécie 01 0,26 0,19 0,10 0,52 0,21 01 1,61 09 Toco de feijão-cru Toco de ipê-roxo VOLUME COMERCIAL DE MADEIRA COM CASCA – 41,99 35,90 21,79 24,69 43,79 25,80 05 ha ............................................................................. 37,61 FONTE: Projeto RADAMBRASIL, Inventários Florestais de 1990, durante serviço de campo. 3 NOTA – Volume médio = 62,13 m /ha e número médio de indivíduos = 179,37 ind./ha. (1) Árvore com circunferência 50cm a CAP (circunferência a altura do peito = 1,30 cm). (2) Floresta Estacional Semidecidual Submontana. (3) Floresta Estacional Decidual Submontana. (4) Floresta Estacional Decidual Montana. (5) Determinação duvidosa. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 157 Tabela 8 Número de serrarias da região com registro no IBAMA MUNICÍPIOS Alto Paraíso de Goiás Alvorada do Norte Campos Belos Cavalcante / Colinas do Sul Damianópolis Divinópolis de Goiás Flores de Goiás Guarani de Goiás Iaciara Mambaí Monte Alegre de Goiás Nova Roma Posse / Simolândia São Domingos São João d’Aliança Sítio d’Abadia NÚMERO DE SERRARIAS 1986 2 6 3 3 7 3 10 3 4 9 9 1 1990 3 4 6 2 1 1 6 2 6 2 3 3 3 6 2 - FONTE: IBAMA/GO. NOTA – Sinal convencional utilizado: - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. A maior parte da madeira explorada não passa por estabelecimentos de beneficiamento, sendo exportada para os mercados de Goiânia, Paraná e São Paulo, principalmente, sob a forma de lascas, moirões, palanques e roliços de aroeira ou, mais raramente, braúna (Schinopsis brasiliensis). Estas atividades concentram-se nos Municípios de Iaciara, Flores de Goiás, Guarani de Goiás, Nova Roma, São Domingos, Divinópolis de Goiás e Posse. Ultimamente, o Município de Posse desponta como importante pólo moveleiro, utilizando matéria-prima regional e, já na maior parte, tendo que importar de outras Unidades da Federação. Caracterização das áreas para extrativismo vegetal Compreendem áreas de um modo geral representadas por fisionomias de Savana, comportando nesta categoria de uso as atividades de extração de lenha (carvoejamento), frutos e palmitos comestíveis, plantas e flores ornamentais, plantas medicinais, oleaginosas; madeiras e palhas para construções rurais e afins como moirões, palanques, cabos de ferramentas, utensílios diversos e para cobertura de casas, obras de artesanato, etc.. Em geral, esta atividade se torna rendosa para determinada região, dependendo da concentração da espécie a ser explorada, contribuindo para aumentar a renda familiar. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 158 Entre as atividades extrativistas destaca-se a exploração madeireira, em especial da aroeira, e a extração de lenha para carvoejamento. Sobre a primeira atividade, optou-se, neste trabalho, por um tratamento diferenciado, comentado no capítulo referente ao Manejo Sustentado de Florestas (Figura 39). A região do Cerrado, tida como uma flora pobre, pelo seu aspecto fisionômico vulgar, é desmistificada por diversos trabalhos, que comprovam uma surpreendente riqueza de espécies vegetais úteis, mas com somente algumas poucas sendo usadas presentemente (Quadro 13). Ainda, como potencialmente úteis, Benedito Alísio de S. Pereira, da Reserva Ecológica do IBGE em Brasília, em seu trabalho – Os Cerrados como Fonte de Plantas Úteis ao Homem – complementa a listagem como: Plantas alimentícias Orbygnia oleifera – babaçu (frutos) Acrocomia sclerocarpa – macaúba (frutos) Butia capitata – coco-cabeçudo (frutos) Syagrus oleracea – guariroba (palmito) Syagrus comosa – camargo (palmito) Euterpe sp. – açaí (palmito) Inga spp. – ingá (frutos) Plantas condimentares, aromatizantes e corantes Xylopia aromatica – primenta-de-macaco, pindaíba X. emarginata – idem X. sericea – idem Cryptocaria aschersoniana-noz-moscada, canela-batalha Vanilla sp. – baunilheira Croton adenodontus – arcussu Escobedia grandiflora – açafrão-do-campo Periandra mediterranea – alcaçuz-da-terra (adoçante) Stevia spp. – (possivelmente c/propr. Adoçantes) Plantas têxtis Chorisia speciosa – barriguda, paineira (paina) Pseudobombax spp. – imbiruçu (paina) Eriotheca spp. – paineira-do-cerrado (paina) Mauritia vinifera – buriti (fibra de folhas) Attalea sp. – piaçava (fibra de folhas) Typha dominguensis – taboa (fibra e paina) Xylopia spp. Embiras (fibras de entrecasca) Guatteria sellowiana – embira (fibras de entrecasca) Trema micrantha – candiúba (fibras de entrecasca) Luetea spp. – açoita-cavalo (fibras de entrecasca) Helicteris brevispira – saca-rolha (fibras de entrecasca) Guazuma ulmifolia – mutamba (fibras de entrecasca) Cariniana estrellensis – jequitibá (fibras de entrecasca) Pseudobombax martianum – embiruçu (fibras de entrecasca) Ocorrências Cdão, MG, MM Cdão, MM Cdo, CC MM, Cdão Cdo, CC, CS MG MG, Cdão Ocorrências Cdo, Cdão, MM MG, VE Cdo, Cdão, MM MG MM, MG Cdo, CC Cdo, CC Cdo, CC Cdo, CC Ocorrências MM Cdo, Cdão, MM CC, Cdo MG, VE CC, Cdo charcos Cdo, Cdão, MG Cdão, MG ruderal Cdo, Cdão, MM CC, Cdo Cdo, Cdão, MM MM, MG Cdo, Cdão, MM Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Quadro 13 LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA (Continua) NOME CIENTÍFICO TIPO FISIONÔMICO DA VEGETAÇÃO NOME POPULAR ÉPOCA Floração Frutificação USO ATUAL POR TE Aeschynomene brasiliana - Cdão, Cdo, CC e CL Abr.-Set. Ago.-Set. For Her Agonandra brasiliensis Cerveja-de-pobre, pau-marfim-tatu MG, MM, Cdão e Cdo Ago.-Out. Out.-Nov. Mad-Ali Arv Alibertia lanceolata Marmelada-de-cachorro MG, Cdão e Cdo - Abr.-Jun. Ali Arv Anacardium humile Cajuí, caju-do-cerrado Cdão, Cdo, CC, CS e CL Set.-Out. Out.-Dez. Ali-Med Her A. othonianum Cajuí, caju-do-cerrado Cdão, Cdo e CC Set.-Out. Out.-Dez. Ali-Med Arv A. pumilum Cajuí, caju-do-cerrado Cdo, CC, CS e CL Ago.-Set. Set.-Out. Ali-Med Her Andira humilis Ago.-Set; Jan.-Mar. Med Her Anemopaegna arvense Mata-barata, angelim-do-campo, angelim- Cdo e CC rasteiro Catuaba, catuabinha Cdo, CC, CS e CL Jul.-Set. Jan.-Mar. Med Her Annanas ananassoides Gravatá, abacaxi-do-cerrado Cdão e Cdo Ago.-Out. Nov.-Abr. Ali Her Annona coriacea Ata-do-cerrado, araticum, bruto Cdão e Cdo Nov.-Jan. Nov.-Jan. Ali Arv Annona crassiflora Ata-do-cerrado, araticum, marlo, pinha Cdão, Cdo e CC Dez.-Jan. Mar.-Abr. Ali Arv Apeiba tibourbou Pente-de-macaco, pau-de-jangada MG, MM, Cdão e Cdo Nov.-Mar. Jun.-Jul. Mad Arv Arachis glabrata Amendoim-bravo CS Out.-Nov. - For Her Aspidosperma Cilindrocarpon Peroba-do-calcário MG, MM e Cdão Jul.-Ago. Jul.-Ago. Mad Arv A. dasycarpum Peroba-do-campo Cdão e Cdo Ago.-Set. Set.-Out. Orn Arv A. macrocarpum Bolsinha Cdão, Cdo e CC Ago.-Out. Out.-Dez. Orn-Med Arv A. olivaceum Guatambu-branco, pereiro MM Set.-Nov. Dez.-Fev. Mad Arv A. tomentosum Bolsinha Cdão, Cdo e CC Ago.-Set. Set.-Out. Orn Arv Astronium fraxinifolium Gonçalo-alves, gonçalo, chibatã, ubatã MG, MM, Cdão e Cdo Jul.-Ago. Set.-Dez. Mad Arv A. urundeuva Aroeira, aroeira-do-sertão MM, Cdão e Cdo Ago.-Set. Set.-Out. Mad-Med Arv Belangera blabra Piquirana MG e MM Ago.-Out. Set.-Nov. Mad Arv B. tomentosa Salgueiro-vermelho, salgueiro-da-mata MG, Cdão e Cdo. Set.-Out. - Mad Arv Bombax tomentosa Paineira-do-cerrado Cdão e Cdo Jul.-Ago. Set.-Out. Orn Arv Bowdichia virgiloides Sucupira-preta MG, MM, Cdão e Cdo Jul.-Ago. Set.-Nov. Mad-Med Arv 160 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Quadro 13 LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA (Continua) ÉPOCA NOME CIENTÍFICO TIPO FISIONÔMICO DA VEGETAÇÃO NOME POPULAR USO ATUAL FrutiFloração ficação POR TE Brosimum gaudichaudii Apê, amoreira, mama-cadela, Pt Inharé Cdão,Cdo, CC e CS Ago.-Set. Out.-Dez. Ali-Med Arb Byrsonima basiloba Murici-de-ema Cdo, CC e CS Dez.-Mar. Jan.-Maio Ali-Med arb B. coccolobifolia Murici Cdão, Cdo e CC Set.-Nov. Jun.-Jul. Ali Arv B. verbascifolia Murici-de-anta Cdão e Cdo Ago.-Out. Out.-Jan. Ali Arv Callistene fasciculata Jacaré MG, MM, Cdão e Cdo Set.-Jan. Mar.-Jul. Mad Arv Callistene major Tapicuru MG, MM, Cdão e Cdo Out. Fev.-Jun. Mad Arv Callophylum brasiliense Landim, jacareúba MG Ago.-Out. Dez.-Jan. Mad Arv Campomanesia cambessediana Gabiroba Cdão e Cdo Ago.-Set. Out.-Nov. Ali Her Cariniana estrellensis Jequitibá, jequitibá-branco MG e MM Out. Maio-Jul. mad Arv Caryocar brasiliense Pequi, pequi Cdão, Cdo, CC e CS Set.-Jan. Nov.-Jan. Ali-Mad Arv Cassia ferruginea Canafístula-preta MM, Cdão e Cdo Nov.-Fev. Ago.-Set. Mad Arv Cedrela odorata Cedro-rosa, acaju MG Out.-Nov. - Mad Arv Centrolobium tomentosum Araribá MG, MM Jan. Ago.-Set. Mad Arv Chorisia speciosa Barriguda, paineira MM Abr.-Maio Ago.-Set. Orn Arv Copaifera langsdorfii Copaíba, pau-d’óleo MG, MM, Cdão e Cdo - Jun.-Ago. Mad-Med Arv Dalbergia violacea Cabiúna, vinhático, jacarandá-do-cerrado Cdo e CC Jan.-Mar. Mar.-Jul. Mad Arv Didymopanax macrocarpum Mandiocão-do-cerrado, tucaneiro Maio-Jul. Jul.-Out. Mad Arv Dilodendron bipinnatum Mulher-pobre, mamonila Jun.-Jul. Ago.-Set. Mad Arv fruto-de-tucano, Cdão e Cdo MG, MM e Cdão 161 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Quadro 13 LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA (Continua) ÉPOCA NOME CIENTÍFICO TIPO FISIONÔMICO DA VEGETAÇÃO NOME POPULAR USO ATUAL FrutiFloração ficação POR TE Dimorphandra mollis Canafístula, faveira, barbatimão-de-folha- Cdão, Cdo e CC miúda Jul.-Ago. Set.-Out. For-Tox-Med Arv Dipladenia ilustris Jalapa Cdo, CC e CS Set.-Nov. Fev.-Mar. Med Her Dipterix alata Baru, cumaru e coco-feijão MG, MM e Cdão Set.-Jan. Abr.-Jul. For-Ali-Mad Arv Echynolaena inflexa Capim-flexinha Cdo, CC, CS e CL Dez.-Jan. Jan.-Mar. For Her Emmotum nitens Sobre, carvalho MG, MM e Cdão Fev.-Mar. Set.-Nov. Mad Arv Enterolobium ellipticum Orelha-de-negro Cdão e Cdo Nov.-Dez. - Mad Arv Erytrina mulumgu Mulumgu MG Jul.-Ago. Set. Orn Arv Eugenia dysenterica Cagaita MM, Cdão e Cdo Ago.-Set. Out.-Nov. Ali-Med Arv Eugenia klostzchiana Pêra-do-cerrado Cdão, Cdo e CC Nov.-Jan. Nov.-Dez. Ali Her Galactia Glaucescens - Cdo e CC Mar.-Abr. Abr.-Jun. For Her Hancornia speciosa Mangaba Cdão e Cdo Ago.-Set. Out.-Jan. Ali-Med Arv Hymenaea stigonocarpa Jatobá-do-campo Cdão e Cdo Dez.-Mar. Jul.-Ago. Ali-Mad-Med Arv Hymenaea stibocarpo Jatobá-da-mata MG e MM Jan.-Fev. Out.-Nov. Ali-Mad-Med Arv Kielmeyera coriacea Pau-santo Cdão, Cdo e CC Out.-Dez. Ago.-Out. Orn, Cor Arv Luehea paniculata Açoita-cavalo MM, Cdão e Cdo Ago-Set. Nov.-Dez. Mad Arv Lychynophora ericoides Arnica CR - - Med Arb Machaerium acutifolium Jacarandá-muchiba MG, Cdão e Cdo Jan.-Abr. Jun.-Jul. Mad Arv M. opacum Jacarandá-muchiba MG e Cdo Out.-Nov. Jan.-Jul. Mad Arv Magonia pubescens Tingui, andiroba MM, Cdão e Cdo Jul.-Set. Jul.-Out. Orn-Tox Arv 162 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Quadro 13 LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA (Continua) ÉPOCA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR TIPO FISIONÔMICO DA VEGETAÇÃO USO ATUAL FrutiFloração ficação POR TE Mauritia vinifera Buriti MG e VE Nov.-Dez. Nov.-Dez. Ali-Orn-Mad Arv Paepalanthus spp. Palipalã, sombrero CL e CR - - Orn Her Physocalymma scaberrina Pau-rosa, grão-de-porco, cega-machado, MM, Cdão e Cdo angelim Jun.-Ago. Jan.-Fev. Mad-Orn arv Piptadenia falcata Angico-do-cerrado, angico-preto MG, MM, Cdão e Cdo Nov.-Dez. Set.-Out. Mad Arv P. macrocarpa Angico, angico-branco, angico-preto MG, MM e Cdo Nov.-Dez. Jul.-Set. Mad Arv Platycyanus regnelli Folha-de-bolo, boleiro, pau-pereira MG e MM Mar.-Maio Jul.-Ago. Mad Arv Platymenia foliolosa Vinhático-da-mata MM e Cdo Out.-Dez. Out.-Nov. Mad. Arv P. reticulata Vinhático Cdão e Cdo Set.-Nov. Mar.-Jul. Mad. Arv Platypodium elegans Jacarandá-canzil, bico-de-pato MG, MM e Cdão Out.-Fev. Maio-Ago. Mad Arv Pouteria ramiflora Bacupari, curriola, grão-de-galo Cdão e Cdo Maio-Jul. Nov. Ali Arv P. torta Bacupari, curriola, grão-de-galo Cdão, Cdo e CS Jun.-Out. - Ali Arv Psidium firmum Araçá Cdo Ago.-Set. Out.-Nov. Ali Her Pterodon pubescens Sucupira-branca, faveiro MG, MM, Cdão e Cdo Set.-Nov. Jul.-Set. Mad-Med Arv P. polygalaeflorus Sucupira-branca MM, Cdão e Cdo Set.-Nov. Jul.-Set. Mad-Med Arv Qualea dichotoma Pau-terra, jacaré, carvalho-brasileiro MG, MM, Cdão e Cdo Out.-Dez. - Mad-Med Arv Q. gradiflora Pau-terra-folha-larga MM, Cdão, Cdo e CC Set.-Dez. Jun.-Ago. Mad-Med Arv Q. multiflora Pau-terra-liso, pau-terra-vermelha Cdão, Cdo e CC Set.-Dez. Jan.-Mar. Mad-Med Arv Q. parviflora Pau-terra-folha-miúda, pau-terra-roxa Cdo e CC Out.-Mar. Abr.-Jul. Mad-Orn Arv Roupala montana Fruto-de-morcego, carne-de-vaca Cdão e Cdo Jun.-Jul. Ago.-Set. Orn Arv Salacia crassifolia Bacupari Cdo Jul.-Ago. - Ali Arv Sclerolobium aureum Carvoeiro, utim MG, MM, Cdão e Cdo Set.-Fev. Out.Dez. Mad Arv 163 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Quadro 13 LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA (Conclusão) ÉPOCA NOME CIENTÍFICO TIPO FISIONÔMICO DA VEGETAÇÃO NOME POPULAR USO ATUAL FrutiFloração ficação POR TE Solanum lycocarpum Lobeira, fruto-de-lobo Cdão e Cdo Mar.-Abr. Set.-Out. Ali-For-Med Arb Strychnos pseudoquina Quina-do-cerrado MG, MM, Cdão e Cdo Fev.-Mar. Jun.-Ago. Ali-Med Arv Stryphnodendron adstringens Barbatimão Cdão, Cdo e CC Ago.-Out. Abr.-Jun. Cor-Tan Arb Stylosanthes bracteata - Cdo Jul.-Out. Dez.-Jan. For Her Stylosanthes capitada - Cdo, CC e CS Mar.-Maio Jul.-Ago. For Her Stylosanthes guianensis - Cdão, Cdo, CC e CS Jan.-Jul. Jul.-Set. For Her Stylosanthes scabra - Cdo, CC e CS Jan.-Maio Maio-Jul. For Her Stylosanthes viscosa - Cdo, CC e CS Maio-Ago. Ago.-Set. For Her Tabebuia caraiba Caraíba, paratudo, ipê-cachorro MM, Cdão, Cdo e CC Jun.-Ago. Ago.-Set. Med-Orn Arv Tabebuia ochracea Ipê MM, Cdão e Cdo Ago.-Out. Set.-Out. Orn Arv Tabebuia roseo-alba Pau-d’arco-branco, ipê-branco, taiporoca MM, Cdão e Cdo Jul.-Out. - Orn Arv Talauma ovata Ata-brava, fruta-de-conde MG Set.-Out. Jul.-Ago. Mad-Orn Arv Tapirira guianensis Pau-pombo, canela, pororoca MG, MM e Cdão Ago.-Out. Dez.-Jan. Mad Arv Vellozia flavicans Canela-de-ema Cdão, Cdo e CC Mar.-Maio Jun.-Ago. Ali-Med-Orn Arb Vochysia elliptica Pau-doce Cdão e Cdo Fev.-Set. Set.-Nov. Med-Orn Arb Vochysia thyrsoidea Gomeira, pau-de-goma, pau-de-tucano Cdão, Cdo e CC Ago.-Set. Out.-Mar. Lac Arb Xylopia aromatica Pimenta-de-macaco, pindaíba, pimenta- MM, Cdão e Cdo de-negro Out.-Dez. Maio-Ago. Mad-Med Arb FONTE – EMBRAPA – CPAC. NOTAS – 1. LEGENDA: VEGETAÇÃO: Cdão-Cerradão, Cdo-Cerrado, CC-Campo Cerrado, CL-Campo Limpo, CR – Campo Rupestre, CS-Campo Sujo, MG-Mata Galeria, MM-Mata Mesofítica e VE-Vereda; USO ATUAL: ALI-Alimentação, COR-Cortiça, FOR-Forrageira, MAD-Madeira, MED-Medicinal, ORN-Ornamental, TAN-Tanif. E TOX-Tóxica; PORTE: ARB-Arbusto, ARV-Árvore, HER-Herva. 2 – O dado não existe. 164 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Plantas Corticeiras Kielmeyera coriacea – pau-santo Agonandra brasiliensis – pau-marfim, cervejinha Aegiphila lhotskyana – fruta-de-papagaio Aspidosperma tomentosum – peroba-do-campo, bolsinha A. macrocorpon – bolsinha, peroba-do-campo Erythrina mulungu – mulungu E. dominguezii – mulungu Enterolobium gummiferum – tamboril-do-cerrado Pisonia tomentosa – pau-de-lepra Fagara cinerea – mama-de-porca Symplocos lanceolata Terminalia fagifolia – capitão Eugemia dysenterica – cagaiteira Plantas taníferas Anadenanthera spp – angico Piptadenia spp. – angico Hymenaea Stigonocarpa – jatobá-do-campo Sclerolobium paniculatum – carvoeiro Dimorphandra mollis – faveira Cassia ferruginosa – canafístula-preta Byrsonima spp. – murici Astronium urundeuva – aroeira Tapirira guianensis – pau-pombo Dilodendron bibinnatum – maria-pobre, mamonila Luehea spp. – açoita-cavalo Myrsine spp. – canjiquinha Curatella americana – lixeira Terminalia argentea – capitão-do-campo Plantas com exudatos no tronco Hymenaea spp. – jatobá (resina) Protium brasiliensis – breu, almécega (resina) Styrax ferrugineus – laranjinha-do-campo (resina) Vochysia thyrsoidea – gomeira, pau-de-goma (goma) Anadenanthera macrocarpa – angico (goma) Anacardium curatellifolium – cajueiro-do-campo (goma) Astronium urundeuva – aroeira (goma) Myroxylon balsamum – cabreúva, bálsamo (bálsamo) Copaifera langsdorffii – copaíba, pau-d’óleo (bálsamo) Hancornia speciosa – mangabeira (látex) Himatanthus obovatus – sucuuba (látex) Sapium obovatum – leiteiro (látex) Ficus spp. – figueiras (látex) 165 Ocorrência Cdão, Cdo, CC MG, MM, Cdão, Cdo Cdo, CC, Cdão Cdão, Cdo, CC Cdão, Cdo, CC MG MG Cdão, Cdo Cdo, CC, Cdão Cdo, CC CC, Cdo, Cdão Cdão, Cdo Cdão, Cd, MM Ocorrências Cdo, Cdão, MG, MM Cdo, Cdão, MG, MM Cdão, Cdo Cdo, Cdão, MM, MG Cdão, Cdo, CC MM, Cdão, Cdo Cdo, Cdão, CC MM, Cdão, Cdo MG, MM, Cdão MG, MM, Cdão Cdo, Cdão, MM Cdo, CC, Cdão Cdo, CC, Cdão Cdo, Cdão, CC Ocorrências Cdo, Cdão, CC, MG, MM Cdão, MG, MM Cdo, CC, Cdão Cdão, Cdo, CC Cdão, Cdo, MM Cdo, CC, Cdão MM, Cdão, Cdo MM MM, Cdão, Cdo Cdo, CC, Cdão Cdo, CC, Cdão MM, Cdão MM, MG, Cdão Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Plantas produtoras de óleos e gorduras Orbynia oleifera – babaçu (sementes) Acroconia sclerocarpa – macaúba (sementes) Mauritia vinifera – buriti (sementes e mesocarpo) Caryocar brasiliense – pequi (sementes e mesocarpo) Aegiphila sellowiana – fruta-de-papagaio (sementes) Dilodendron bipinnatum – maria-pobre (sementes) Jatropha gossypiifolia – pinhão-de-purga (sementes) Virola sebifera – bicuíba (sementes) Talauma ovata – pinha-do-brejo (sementes) 166 Ocorrência Cdão, MG, MM Cdão MG, VE CC, Cdo, Cdão, CS CC, Cdo, Cdão MG, MM, Cdão MG MG Localmente são usadas como medicamento, mas têm aplicação industrial. A listagem de Pereira B. A. da S. (no prelo) inclui ainda as Plantas Medicinais, algumas de comprovada ação terapêutica e outras utilizadas popularmente e encontradas regularmente em bancas de feiras, ervários e farmácias; as Plantas Ornamentais onde se destacam as famílias Leguminosae, Bignomiaceae e Rubiaceae, além da Melastomataceae na qual se incluem as quaresmeiras; as Plantas Empregadas no Artesanato, para fabricação de cestos, redes, esteiras, cordas e vassouras; objetos utilitários em madeira; confecção de arranjos florais, entre outras. Cita ainda numerosas Plantas Apícolas, destacando pela excelência do mel produzido o assa-peixe (Vernonia spp.), angico (Anadenanthera spp.), freijó (Cordiatrichotoma), vassourinha (Braccharis intermixta) e o carvoeiro (Sclerolobium paniculatum), entre as mais conhecidas. Encerrando a listagem, enumera diversos gêneros botânicos ocorrentes no Cerrado, como Aparentadas com Cultivares Comerciais, às quais sugere estudos de preservação e melhoramento, entre eles inclui caju, mandioca, abacaxi, ata (pinha), cará, caqui, goiaba, maracujá, amendoim e guaraná. Situação atual Esta categoria de uso apresenta-se com potencial expressivo, apesar do declínio paulatino e redução da área em decorrência da expansão das atividades agropastoris e do extrativismo aleatório, com a retirada de plantas inteiras e material reprodutivo, sem nenhum programa de reposição ou de perpetuação dos recursos (Tabela 9). A produção de carvão vegetal, principalmente nesta categoria, é generalizada com matéria-prima oriunda dos desmatamentos dos cerrados e restos de exploração madeireira localizada e incipiente em áreas de reflorestamento de Eucalyptus. O destino do carvão são as indústrias metalúrgicas e cimenteiras, especialmente de Minas Gerais, Goiás e Brasília. Pelo levantamento de Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura – IBGE (1987), o volume produzido na região neste ano foi de 78.929 t, correspondendo a cerca de 20% do total produzido no estado, com lenha proveniente das formações naturais. Os municípios que mais se destacaram nesta atividade foram: Flores de Goiás, Posse, Sítio d’Abadia, Iaciara e S. João d’Aliança, que responderam com mais de 90% da produção regional. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 167 Esta atividade contribui substancialmente para manutenção do nível de emprego na região, bem como na arrecadação de impostos. Apesar disso, com algumas exceções, é praticada de forma predatória e em áreas não adequadas. É uma atividade que merece ser incentivada, no entanto, para se evitar o esgotamento das reservas naturais e consequentemente maiores danos ao ambiente, o carvoejamento deveria priorizar a utilização dos florestamentos e reflorestamentos, instituídos com esta finalidade. Nesta situação, além da maior produtividade, o carvão produzido apresenta qualidade muito superior. Em média, o rendimento ou a conversão lenha/carvão com utilização de matéria-prima do Cerrado é de 3/1, melhorando com material proveniente de matas e chegando próximo a 1 com a utilização de adequadas espécies de Eucalyptus. O extrativismo de flores silvestres tem alguma importância na região de Alto Paraíso de Goiás, voltado prioritariamente ao mercado de Brasília, para confecção de suas famosas “flores secas”. Preservação É a ação de proteger, contra a destruição e qualquer forma de dano ou degradação, um ecossistema, uma área geográfica definida ou espécies animais e vegetais, adotando-se as medidas preventivas legalmente necessárias (FEEMA, 1990). Constituem ambientes ecológicos únicos, onde é recomendável a preservação da flora e da fauna. Caracterização das áreas para preservação Compreendem áreas constituídas de solos sem aptidão para uso agrícola, sendo indicadas para preservação da flora e da fauna, para recreação ou algum outro tipo de uso não agrícola. Fazem parte dessas áreas os solos Litólicos álicos, distróficos e eutróficos, textura arenosa, média e argilosa, e os Cambissolos álicos, distróficos e eutróficos, rasos e pouco profundos, textura média e argilosa. Esses solos ocorrem sob relevo que varia de suave ondulado a escarpado, geralmente apresentam grande quantidade de cascalho e apresentam fase pedregosa, possuindo forte a muito forte predisposição à erosão que, acompanhada do impedimento de uso de implementos agrícolas, constitui as principais limitações ao uso agrícola. Também fazem parte dessas áreas os afloramentos rochosos, parte dos solos Aluviais eutróficos, textura indiscriminada, relevo plano, os Gleissolos álicos, textura média, relevo plano e parte dos Latossolos Vermelho-Amarelos álicos, textura média, relevo plano e algumas áreas com presença de Areias Quartzosas, relevo plano e suave ondulado. Os solos aluviais e os Gleissolos ocorrem ao longo dos rios e cursos de água e abrangem o ecossistema veredas e as matas ciliares. Compreendem áreas sujeitas ao regime de inundações periódicas de curta duração ou submetidas ao excesso de água, resultante da elevação do lençol freático, não Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES Pouteria spp. Luhea spp. Piptadenia spp. Guettarda spruceana Andira humilis Psidium spp. Annona spp. Astronium urundeuva Vernonia sp. Sterculia chicha Salvertia convallariodora Dipteryx alata NOME VULGAR DAS ESPÉCIES Stryphnodendron adstringens abio-curriola açoita-cavalo Angico angélica angelim-de-morcego araçá araticum aroeira assa-peixe axixá bananeira-do-campo baru barbatimão Salacia crassifolia Não determinado Connarus sp. Psychotria sp. Eugenia dysenterica Ocotea sp. Eugenia sp. Cabralea sp. Terminalia argentea Spondias sp. Anacardium spp. Sclerolobium spp. Jacaranda sp. bacupari buraim brinco-de-princesa cafezinho cagaita caneleira cambuí canjerana capitão-do-campo cajá caju carvoeiro Caroba 17 18 04 19 20 10 01 21 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 22 23 24 25 26 27 28 01 01 12 07 01 01 02 29 30 18 31 32 01 02 01 33 01 01 01 01 01 03 02 06 04 03 02 01 01 01 04 03 01 10 02 01 07 01 08 04 02 04 01 01 01 02 01 01 168 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES Qualea sp. Agonandra brasiliensis Cordia sp. Não determinado Xylopia sp. Spondia tuberosa Bursera leptophoeos Roupala sp. Dimorphandra mollis Não determinado Lonchocarpus sp. Solanum lycocarpum Tocoyena formosa Astronium fraxinifolium Myrcia spp. Palicourea rigida Aspidosperma spp. Pseudobombax sp. Tabebuia spp. Tabebuia caraiba Zehyera sp. Platypodium elegans Dalbergia violacea Machaerium spp. Hymenaea stigonocarpa NOME VULGAR DAS ESPÉCIES cascudo corticeiro, pau-marfim claraíba, freijó croadinho envira-pindaíba embu embu-de-anta faeira, carne-de-vaca faveira, barbatimão-dafolha miúda farinha-seca feijão-cru fruto-de-lobo jenipapo-de-cavalo gonçalo-alves goiabinha gritadeira guatambu, pereiro imbiruçu ipê, pau-d’arco ipê-caraíba ipê-tabaco jacarandá-canzil jacarandá-caviúna jacarandá jatobá-do-campo 17 18 19 20 21 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 22 23 24 25 26 27 28 01 29 30 31 32 06 01 01 05 02 33 04 06 01 01 01 01 01 02 01 01 01 01 03 03 01 01 05 02 02 05 01 06 02 08 06 01 03 02 01 04 05 03 01 01 01 05 01 01 03 02 01 169 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES Mimosa sp. Callophyllum brasiliense Não determinado Randia armata Curatella americana Brosimum gaudichaudii NOME VULGAR DAS ESPÉCIES jurema landim leite-de-banha limãorana lixeira, sambaíba mamacadela mamoninha, mulherDilodendron bipinnatum pobre Fagara sp. mama-de-porca Apeiba tibourbou macaqueira Terminalia sp. maria-preta Alibertia sp. marmelada-de-cachorro Simaruba versicolor marupá Hancornia speciosa mangaba Erythroxylum sp. mercúrio Buchenavia sp. mirindiba Didymopanax sp. morototó Guazuma almifolia mutamba Byrsonima spp. murici Não determinado mussambé nó-de-porco, quebraPhysocalymma scaberrima foice Licania humilis oiti Diospyros sp. olho-de-boi Kielmeyera spp. pau-santo Vochysia rufa pau-doce 17 18 01 05 19 01 20 05 03 04 21 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 22 23 24 25 26 27 28 01 04 02 01 11 12 01 29 30 31 03 02 03 32 33 02 02 01 02 01 02 01 01 01 01 01 06 07 01 03 01 03 02 07 10 06 03 01 01 16 02 02 02 07 170 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES Callisthene fasciculata Ouratea sp. Tapirira guianensis Vochysia thyrsoidea Qualea sp. Qualea parviflora Qualea grandiflora Qualea multiflora Lafoensia pacari Bombax sp. Aspidosperma spp. Cochlospermum sp. Não determinado Cariocar brasiliense Matayba sp. Miconia spp. Strychnos pseudoquina Não determinado Davilla sp. Não determinado Emmotum nitens Vatairea macrocarpa Acosmium dasycarpum Pterodon pubescens Bowdichia virgiloides NOME VULGAR DAS ESPÉCIES pau-jacaré pau-de-cobra pau-pombo pau-de-tucano pau-terra-folha-fina pau-terra-folha-miúda pau-terra-folha-larga pau-terra-vermelho pacari paineira peroba-do-campo periquiteira piabinha pequi pitomba quaresmeira quina-do-campo remela-de-cachorro sambaibinha são-joão sobre sucupira-amargosa sucupira-amarela sucupira-branca sucupira-preta 17 02 06 18 19 03 03 02 03 20 21 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 22 23 24 25 26 27 28 03 07 01 15 04 29 30 31 05 03 01 06 02 02 04 32 33 01 12 01 03 02 26 02 01 03 02 04 01 01 07 01 02 03 02 02 02 02 01 171 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES NOME VULGAR DAS ESPÉCIES 03 05 10 02 TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha 59 29 37 48 29 43 41 37 23 44 46 36 23 41 43 28 28 TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRA 7.45 02 6.69 15 6.18 02 9.10 01 4.62 01 7.32 01 7.83 Não determinadas 01 8.88 Não determinado 02 11.24 veludo vinhático 33 02 02 02 32 9.14 Guettarda sp. Plathymenia reticulata 06 31 5.36 vaqueta 05 30 10.59 Thiloa sp. 02 29 8.82 tingui unha-de-vaca 21 7.53 tento Magonia pubescens Bauhinia sp. 20 6.46 Ormosia sp. 19 6.34 tamboril tatarema 18 8.97 Enterolobium sp. Couratari sp. 17 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 22 23 24 25 26 27 28 St (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ. 30 cm, no colo) 172 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES NOME VULGAR DAS ESPÉCIES Pouteria spp. Luhea spp. Piptadenia spp. Guettarda spruceana Andira humilis Psidium spp. Annona spp. Astronium urundeuva Vernonia sp. Sterculia chicha Salvertia convallariodora Dipteryx alata abio-curriola açoita-cavalo Angico angélica angelim-de-morcego araçá araticum aroeira assa-peixe axixá bananeira-do-campo baru Stryphnodendron adstringens barbatimão Salacia crassifolia Não determinado Connarus sp. Psychotria sp. Eugenia dysenterica Ocotea sp. Eugenia sp. Cabralea sp. Terminalia argentea Spondias sp. Anacardium spp. Sclerolobium spp. Jacaranda sp. bacupari buraim brinco-de-princesa cafezinho cagaita caneleira cambuí canjerana capitão-do-campo cajá caju carvoeiro Caroba 34 35 09 36 06 37 38 01 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 39 40 41 42 43 44 45 06 09 06 18 46 02 47 48 04 01 49 50 01 08 01 06 01 01 02 01 01 03 01 01 02 01 01 01 01 01 01 01 02 01 01 01 05 01 01 01 03 173 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES Qualea sp. Agonandra brasiliensis Cordia sp. Não determinado Xylopia sp. Spondia tuberosa Bursera leptophoeos Roupala sp. Dimorphandra mollis Não determinado Lonchocarpus sp. Solanum lycocarpum Tocoyena formosa Astronium fraxinifolium Myrcia spp. Palicourea rigida Aspidosperma spp. Pseudobombax sp. Tabebuia spp. Tabebuia caraiba Zehyera sp. Platypodium elegans Dalbergia violacea Machaerium spp. Hymenaea stigonocarpa NOME VULGAR DAS ESPÉCIES cascudo corticeiro, pau-marfim claraíba, freijó croadinho envira-pindaíba embu embu-de-anta faeira, carne-de-vaca faveira, barbatimão-dafolha miúda farinha-seca feijão-cru fruto-de-lobo jenipapo-de-cavalo gonçalo-alves goiabinha gritadeira guatambu, pereiro imbiruçu ipê, pau-d’arco ipê-caraíba ipê-tabaco jacarandá-canzil jacarandá-caviúna jacarandá jatobá-do-campo 34 35 36 01 01 04 02 37 38 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 39 40 41 42 43 44 45 46 01 47 48 49 50 01 01 02 02 02 03 01 04 08 01 01 07 01 02 02 01 01 02 01 02 01 01 02 01 02 01 06 02 01 01 01 01 03 01 02 03 01 01 01 01 02 01 174 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES NOME VULGAR DAS ESPÉCIES Mimosa sp. Callophyllum brasiliense Não determinado Randia armata Curatella americana Brosimum gaudichaudii jurema landim leite-de-banha limãorana lixeira, sambaíba mamacadela Dilodendron bipinnatum mamoninha, mulherpobre Fagara sp. Apeiba tibourbou Terminalia sp. Alibertia sp. Simaruba versicolor Hancornia speciosa Erythroxylum sp. Buchenavia sp. Didymopanax sp. Guazuma almifolia Byrsonima spp. Não determinado mama-de-porca macaqueira maria-preta marmelada-de-cachorro marupá mangaba mercúrio mirindiba morototó mutamba murici mussambé nó-de-porco, quebraPhysocalymma scaberrima foice Licania humilis oiti Diospyros sp. olho-de-boi Kielmeyera spp. pau-santo Vochysia rufa pau-doce 34 35 36 37 38 01 01 01 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 39 40 41 42 43 44 45 05 01 01 11 46 02 01 47 48 49 50 01 20 01 04 01 06 01 02 01 01 01 02 01 01 01 01 14 03 03 02 05 01 02 01 02 01 03 01 03 01 11 01 01 04 175 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES Callisthene fasciculata Ouratea sp. Tapirira guianensis Vochysia thyrsoidea Qualea sp. Qualea parviflora Qualea grandiflora Qualea multiflora Lafoensia pacari Bombax sp. Aspidosperma spp. Cochlospermum sp. Não determinado Cariocar brasiliense Matayba sp. Miconia spp. Strychnos pseudoquina Não determinado Davilla sp. Não determinado Emmotum nitens Vatairea macrocarpa Acosmium dasycarpum Pterodon pubescens Bowdichia virgiloides NOME VULGAR DAS ESPÉCIES pau-jacaré pau-de-cobra pau-pombo pau-de-tucano pau-terra-folha-fina pau-terra-folha-miúda pau-terra-folha-larga pau-terra-vermelho pacari paineira peroba-do-campo periquiteira piabinha pequi pitomba quaresmeira quina-do-campo remela-de-cachorro sambaibinha são-joão sobre sucupira-amargosa sucupira-amarela sucupira-branca sucupira-preta 34 35 36 01 11 01 07 37 38 05 01 03 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 39 40 41 42 43 44 45 09 01 14 05 04 04 04 03 02 01 01 03 04 01 03 04 02 05 46 11 12 47 02 48 49 50 16 24 08 02 01 20 02 02 04 02 03 01 05 02 01 01 01 02 01 01 01 01 01 176 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) tento tingui Bauhinia sp. unha-de-vaca Thiloa sp. Guettarda sp. vaqueta veludo Plathymenia reticulata vinhático Não determinado Não determinadas 38 01 06 06 01 02 01 05 01 02 01 03 01 02 08 03 TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha 19 31 25 53 38 41 44 41 37 27 38 TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRA 4.85 3.46 4.65 9.54 7.12 7.26 8.67 7.50 8.59 8.51 30 cm, no colo) 48 49 50 01 02 06 01 01 St (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ. 47 03 6.37 04 05 46 05 01 26 54 39 41 43 34 5.52 Ormosia sp. Magonia pubescens 37 8.05 tatarema 36 9.07 tamboril Couratari sp. 35 8.17 Enterolobium sp. 34 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 39 40 41 42 43 44 45 7.40 NOME VULGAR DAS ESPÉCIES 4.88 NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES 01 01 177 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES NOME VULGAR DAS ESPÉCIES Pouteria spp. Luhea spp. Piptadenia spp. Guettarda spruceana Andira humilis Psidium spp. Annona spp. Astronium urundeuva Vernonia sp. Sterculia chicha Salvertia convallariodora Dipteryx alata abio-curriola açoita-cavalo angico angélica angelim-de-morcego araçá araticum aroeira assa-peixe axixá bananeira-do-campo baru Stryphnodendron adstringens barbatimão Salacia crassifolia Não determinado Connarus sp. Psychotria sp. Eugenia dysenterica Ocotea sp. Eugenia sp. Cabralea sp. Terminalia argentea Spondias sp. Anacardium spp. Sclerolobium spp. Jacaranda sp. bacupari buraim brinco-de-princesa cafezinho cagaita caneleira cambuí canjerana capitão-do-campo cajá caju carvoeiro Caroba 51 52 53 02 54 02 55 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 56 57 58 59 60 61 62 03 01 02 63 64 65 02 01 01 66 67 02 01 01 02 01 02 02 01 01 02 02 01 02 01 02 06 01 02 02 178 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES Qualea sp. Agonandra brasiliensis Cordia sp. Não determinado Xylopia sp. Spondia tuberosa Bursera leptophoeos Roupala sp. Dimorphandra mollis Não determinado Lonchocarpus sp. Solanum lycocarpum Tocoyena formosa Astronium fraxinifolium Myrcia spp. Palicourea rigida Aspidosperma spp. Pseudobombax sp. Tabebuia spp. Tabebuia caraiba Zehyera sp. Platypodium elegans Dalbergia violacea Machaerium spp. Hymenaea stigonocarpa NOME VULGAR DAS ESPÉCIES cascudo corticeiro, pau-marfim claraíba, freijó croadinho envira-pindaíba embu embu-de-anta faeira, carne-de-vaca faveira, barbatimão-dafolha miúda farinha-seca feijão-cru fruto-de-lobo jenipapo-de-cavalo gonçalo-alves goiabinha gritadeira guatambu, pereiro imbiruçu ipê, pau-d’arco ipê-caraíba ipê-tabaco jacarandá-canzil jacarandá-caviúna jacarandá jatobá-do-campo 51 52 53 54 55 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 56 57 58 59 60 61 62 02 63 04 01 02 01 05 01 01 02 64 65 66 02 67 01 01 03 01 01 01 04 03 02 01 02 01 03 01 02 02 01 02 01 08 01 01 01 01 179 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES NOME VULGAR DAS ESPÉCIES jurema landim leite-de-banha limãorana lixeira, sambaíba mamacadela mamoninha, mulherDilodendron bipinnatum pobre Fagara sp. mama-de-porca Apeiba tibourbou macaqueira Terminalia sp. maria-preta Alibertia sp. marmelada-de-cachorro Simaruba versicolor marupá Hancornia speciosa mangaba Erythroxylum sp. mercúrio Buchenavia sp. mirindiba Didymopanax sp. morototó Guazuma almifolia mutamba Byrsonima spp. murici Não determinado mussambé Physocalymma scaberrima nó-de-porco, quebrafoice Licania humilis oiti Diospyros sp. olho-de-boi Kielmeyera spp. pau-santo Vochysia rufa pau-doce 51 Mimosa sp. Callophyllum brasiliense Não determinado Randia armata Curatella americana Brosimum gaudichaudii 52 53 54 55 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 56 57 58 59 60 61 62 01 06 63 64 65 66 67 01 01 02 01 07 05 04 03 01 05 02 03 01 01 01 01 02 02 01 01 03 01 01 06 01 01 01 02 01 01 02 02 05 01 02 03 01 02 02 01 09 04 05 03 02 02 01 180 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES Callisthene fasciculata Ouratea sp. Tapirira guianensis Vochysia thyrsoidea Qualea sp. Qualea parviflora Qualea grandiflora Qualea multiflora Lafoensia pacari Bombax sp. Aspidosperma spp. Cochlospermum sp. Não determinado Cariocar brasiliense Matayba sp. Miconia spp. Strychnos pseudoquina Não determinado Davilla sp. Não determinado Emmotum nitens Vatairea macrocarpa Acosmium dasycarpum Pterodon pubescens Bowdichia virgiloides NOME VULGAR DAS ESPÉCIES pau-jacaré pau-de-cobra pau-pombo pau-de-tucano pau-terra-folha-fina pau-terra-folha-miúda pau-terra-folha-larga pau-terra-vermelho pacari paineira peroba-do-campo periquiteira piabinha pequi pitomba quaresmeira quina-do-campo remela-de-cachorro sambaibinha são-joão sobre sucupira-amargosa sucupira-amarela sucupira-branca sucupira-preta 51 52 53 54 55 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 56 57 58 59 60 61 62 02 03 13 10 14 02 01 17 05 01 03 03 04 04 04 02 01 13 04 10 09 10 05 13 03 02 05 63 64 01 08 02 01 01 03 02 04 14 01 03 01 65 01 66 67 05 07 12 01 05 01 02 04 01 03 07 02 02 19 03 01 03 181 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES NOME VULGAR DAS ESPÉCIES Enterolobium sp. tamboril Couratari sp. tatarema Ormosia sp. Magonia pubescens tento tingui Bauhinia sp. unha-de-vaca Thiloa sp. Guettarda sp. vaqueta veludo Plathymenia reticulata vinhático Não determinado Não determinadas 51 52 53 54 55 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 56 57 58 59 60 61 62 01 10 03 03 63 01 04 02 TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha 33 37 28 39 43 49 53 18 48 38 58 41 48 32 24 26 26 TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRA 6.40 6.97 9.55 5.34 6.09 7.17 4.53 4.58 6.61 01 3.04 11 9.39 09 6.60 02 5.84 02 5.26 01 3.58 05 02 8.70 43 67 8.25 04 66 01 01 03 65 11 03 01 64 St (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ. 30 cm, no colo) 182 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES NOME VULGAR DAS ESPÉCIES Pouteria spp. Luhea spp. Piptadenia spp. Guettarda spruceana Andira humilis Psidium spp. Annona spp. Astronium urundeuva Vernonia sp. Sterculia chicha Salvertia convallariodora Dipteryx alata abio-curriola açoita-cavalo angico angélica angelim-de-morcego araçá araticum aroeira assa-peixe axixá bananeira-do-campo baru Stryphnodendron adstringens barbatimão Salacia crassifolia Não determinado Connarus sp. Psychotria sp. Eugenia dysenterica Ocotea sp. Eugenia sp. Cabralea sp. Terminalia argentea Spondias sp. Anacardium spp. Sclerolobium spp. Jacaranda sp. bacupari buraim brinco-de-princesa cafezinho cagaita caneleira cambuí canjerana capitão-do-campo cajá caju carvoeiro Caroba 68 69 70 71 01 72 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 73 74 75 76 77 78 79 01 80 81 82 83 84 02 01 01 01 03 01 20 04 01 03 03 01 01 01 183 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES Qualea sp. Agonandra brasiliensis Cordia sp. Não determinado Xylopia sp. Spondia tuberosa Bursera leptophoeos Roupala sp. Dimorphandra mollis Não determinado Lonchocarpus sp. Solanum lycocarpum Tocoyena formosa Astronium fraxinifolium Myrcia spp. Palicourea rigida Aspidosperma spp. Pseudobombax sp. Tabebuia spp. Tabebuia caraiba Zehyera sp. Platypodium elegans Dalbergia violacea Machaerium spp. Hymenaea stigonocarpa NOME VULGAR DAS ESPÉCIES cascudo corticeiro, pau-marfim claraíba, freijó croadinho envira-pindaíba embu embu-de-anta faeira, carne-de-vaca faveira, barbatimão-dafolha miúda farinha-seca feijão-cru fruto-de-lobo jenipapo-de-cavalo gonçalo-alves goiabinha gritadeira guatambu, pereiro imbiruçu ipê, pau-d’arco ipê-caraíba ipê-tabaco jacarandá-canzil jacarandá-caviúna jacarandá jatobá-do-campo 68 69 70 71 72 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 73 74 75 76 77 78 79 02 80 81 82 83 84 01 01 01 01 01 01 01 03 02 01 01 02 184 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES Mimosa sp. Callophyllum brasiliense Não determinado Randia armata Curatella americana Brosimum gaudichaudii NOME VULGAR DAS ESPÉCIES jurema landim leite-de-banha limãorana lixeira, sambaíba mamacadela mamoninha, mulherDilodendron bipinnatum pobre Fagara sp. mama-de-porca Apeiba tibourbou macaqueira Terminalia sp. maria-preta Alibertia sp. marmelada-de-cachorro Simaruba versicolor marupá Hancornia speciosa mangaba Erythroxylum sp. mercúrio Buchenavia sp. mirindiba Didymopanax sp. morototó Guazuma almifolia mutamba Byrsonima spp. murici Não determinado mussambé Physocalymma scaberrima nó-de-porco, quebrafoice Licania humilis oiti Diospyros sp. olho-de-boi Kielmeyera spp. pau-santo Vochysia rufa pau-doce 68 01 69 70 71 72 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 01 01 02 03 01 01 02 01 01 01 01 05 04 185 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES Callisthene fasciculata Ouratea sp. Tapirira guianensis Vochysia thyrsoidea Qualea sp. Qualea parviflora Qualea grandiflora Qualea multiflora Lafoensia pacari Bombax sp. Aspidosperma spp. Cochlospermum sp. Não determinado Cariocar brasiliense Matayba sp. Miconia spp. Strychnos pseudoquina Não determinado Davilla sp. Não determinado Emmotum nitens Vatairea macrocarpa Acosmium dasycarpum Pterodon pubescens Bowdichia virgiloides NOME VULGAR DAS ESPÉCIES pau-jacaré pau-de-cobra pau-pombo pau-de-tucano pau-terra-folha-fina pau-terra-folha-miúda pau-terra-folha-larga pau-terra-vermelho pacari paineira peroba-do-campo periquiteira piabinha pequi pitomba quaresmeira quina-do-campo remela-de-cachorro sambaibinha são-joão sobre sucupira-amargosa sucupira-amarela sucupira-branca sucupira-preta 68 02 69 70 71 72 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 01 01 03 03 03 11 09 01 01 04 11 10 01 02 01 01 01 04 07 03 02 13 01 186 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 (Continua) NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES NOME VULGAR DAS ESPÉCIES Enterolobium sp. tamboril Couratari sp. Ormosia sp. tatarema tento Magonia pubescens tingui Bauhinia sp. Thiloa sp. unha-de-vaca vaqueta Guettarda sp. veludo Plathymenia reticulata Não determinado vinhático Não determinadas 68 69 70 71 72 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 73 74 75 76 77 78 79 01 80 81 82 83 84 05 01 07 TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha 29 31 36 37 36 23 31 22 20 54 25 28 25 39 33 35 33 TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRA 3.61 4.80 4.19 33 4.61 35 2.50 33 2.90 39 2.56 25 9.36 28 3.80 25 2.90 54 7.37 20 3.14 22 3.39 05 6.97 01 6.53 02 3.52 01 4.62 16 St (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ. 30 cm, no colo) 187 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste Tabela 9 Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990 85 86 87 88 13 20 27 21 19 26 40 12 29 38 52 46 26 31 47 TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha 13 20 27 21 19 26 40 12 29 38 52 46 26 31 47 TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRA 4.08 2.58 2.84 2.40 1.99 3.19 5.00 2.54 4.45 6.06 8.08 6.06 6.75 3.71 7.53 (Conclusão) DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES Amostras 89 90 91 92 93 94 95 NOME CIENTÍFICO DAS ESPÉCIES NOME VULGAR DAS ESPÉCIES Guettarda sp. Veludo Plathymenia reticulata Vinhático Não determinado Não determinadas St (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ. 30 cm, no colo) 96 97 98 99 FONTE – Projeto RADAMBRASIL, Inventários Florestais e de Fitomassa de 1982, 1984 e 1990, durante serviço de campo. NOTA – Volume médio = 60.78 st/ha e número médio de indivíduos = 345/ha. 188 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 189 havendo riscos de erosão, porém grande parte delas estão condicionadas ao processo de dinâmica fluvial (retirada e deposição de sedimentos). Os Latossolos se localizam no chapadão próximo à borda da Serra Geral (área de alta instabilidade). Muitas dessas áreas são de preservação por imposição legal (Lei nº 4.471/65, do Código Florestal); devido à escala de trabalho foram incluídas algumas áreas inseridas na unidade de mapeamento que possuem características favoráveis ao uso agrícola, como certos vales, áreas próximas a cursos de água, que quando utilizadas racionalmente não oferecem agressão significativa ao meio ambiente, como a agricultura de subsistência, pastagem natural, manejo sustentado de floresta e extrativismo vegetal, indicados como 2ª e 3ª recomendações de usos; neste caso a unidade não constitui áreas de preservação plena. Grande parte destas áreas que não apresentam aptidão para o uso agrícola podem apresentar um potencial mineral significativo, e sua exploração deve ser acompanhada de estudos mais detalhados de viabilidade econômica e de preservação ambiental. Constituem 9 (nove) unidades de mapeamento, de PE1 a PE9. Abrangem 9.075 km2 , representando 29% da área total mapeada, sendo 18,2% (7.059 km2) correspondentes à preservação plena (sem outras recomendações). Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 190 Dados de Produção Agricultura As Figuras 40, 41 e 42 apresentam a distribuição espacial das principais culturas em área plantada da região nordeste de Goiás e sua evolução num período de 19 anos, de 1970 a 1989. A área plantada em 1970, que era de 38.895 ha, passou para 91.276 ha em 1989, havendo no período uma evolução de 135%, tendo sido incorporados 52.381 ha em 19 anos. Este aumento substancial se deve principalmente à soja, que em até 1980 praticamente inexistia na região. A partir da safra 85/86, a cultura da soja teve início na área, particularmente nos Municípios de Alto Paraíso, Flores de Goiás, Sítio d’Abadia e São João d’Aliança. De 2 ha de área plantada em 1980, passou para 22.910 ha em 1989, sendo que a tendência é aumentar. A produtividade dessa cultura na Chapada dos Veadeiros (2.027 kg/ha) é comparada com a obtida na região sudoeste do estado, porém, no Vão do Paraná, ela é menor (1.345 kg/ha), registrando para a região nordeste uma produtividade de 1.686 kg/ha (relacionada com a área colhida). O arroz e o milho também tiveram suas áreas plantadas aumentadas; o milho, de 12.674 ha em 1980, passou para 22.610 ha em 1989. O arroz de sequeiro teve pequeno incremento em 1989 se comparado a 1980, de 22.950 ha para 24.200 ha, porém, em 1989, registrou-se uma área plantada de 6.740 ha de arroz irrigado, mais notadamente no Município de Flores de Goiás. O feijão e a cana-de-açúcar tiveram um relativo aumento na área plantada (Figuras 40, 41 e 42); em 1989 há registro de áreas com feijão irrigado (3ª safra) com substancial aumento de produtividade em comparação ao não irrigado. Houve também alterações quanto à fruticultura e cafeicultura, com considerável aumento de área plantada. Há uma relação direta entre a ocupação de áreas com soja e solos sem impedimento ao uso de implementos agrícolas, isto é, solos profundos e muito profundos, livres de cascalhos e pedregosidade e que se encontram sob relevo plano e suave ondulado (Exemplo: Latossolos). Estes solos, entretanto, possuem baixa e muito baixa fertilidade natural (Figura 30), havendo a necessidade de aplicação de fertilizantes e corretivos. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 194 Com a cultura da soja, os agricultores da região tiveram um contato maior com novas tecnologias (uso de sementes melhoradas, melhor manejo dos solos, etc.), daí obtendo uma maior produtividade. Nas Tabelas 10 a 27 estão relacionados os dados de produção das culturas anuais e perenes, respectivamente, por município, contendo a área plantada, área colhida, produção e produtividade de cada cultura no ano de 1989. Pecuária (Bovinocultura) A pecuária na região, praticada essencialmente de forma extensiva, é atividade em franca expansão, com utilização crescente de pastagens plantadas, incorporadas progressivamente de áreas florestais e savânicas bem como de áreas agrícolas, principalmente de lavouras de subsistência. Apesar disso, a maioria dos criadores ainda se utiliza dos campos naturais para alimentar o seu rebanho, o que justifica a carência alimentar como um dos principais problemas da pecuária regional. A bovinocultura, explorada empiricamente em pastagens naturais, atinge índices de produção insatisfatórios, tendo em média uma capacidade de suporte de 0,2 cabeças por hectare por ano (INDUR – P.D.I. ALTO PARAÍSO). A utilização do fogo, contrariamente à crença generalizada de que se presta à limpeza e manutenção das pastagens naturais, é prática nociva que deveria ser evitada. A rebrotação dos capins forrageiros se dá naturalmente a partir das primeiras chuvas, ao fim do período seco. O ideal seria aplicar técnicas de roçadas permitindo que a matéria seca morta pudesse ser incorporada ao solo, naturalmente, diminuindo deste modo o seu empobrecimento. Outras técnicas para melhorar a capacidade de suporte das pastagens naturais seriam a introdução ou plantio de enriquecimento com promissoras forrageiras nativas ou adaptadas, algumas já identificadas e propagadas pelos órgãos de pesquisas agrostológicas como a EMBRAPA-CPAC e EMGOPA. Segundo dados do IBGE, em 1987 o rebanho bovino era cerca de 80% maior quando comparado com o ano de 1975, isto representando um incremento anual de 5%, superior à média estadual do período que se situou na faixa de 3,4%. Neste mesmo ano, os maiores rebanhos se concentraram nos Municípios de Flores de Goiás, Posse, São Domingos, Campos Belos e Monte Alegre de Goiás, com mais de 50% do efetivo regional, de aproximadamente 700.000 cabeças. Presentemente, o panorama geral da pecuária vem se alterando com a difusão de práticas introduzidas por produtores de outras regiões, onde se inclui a formação de pastagens com diversificados sistemas e tipos de forrageiras, além da introdução de novas raças, tanto de linhagem leiteira (Holandesa, Jersey e Girolanda), como de corte (Cimental e Nelore) (SEPLAN – PRONORDESTE). Outro problema constatado na região refere-se ao praguejamento excessivo e à degradação relativamente rápida das pastagens formadas, em áreas inadequadas, ou com práticas de formação mal conduzidas. É comum verificarem-se na região de Iaciara e Alvorada do Norte, principalmente, grandes áreas nesta situação, caracterizando pastagens abandonadas, com agressiva vegetação secundária ou Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 195 Tabela 10 Evolução da cultura temporária de algodão, em caroço, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 1980 1989 MUNICÍPIOS Área (ha) TOTAL Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área colhida (ha) Produção (t) Produtividade média (t/ha) 179 52 6 1 17 19 1,118 1 0 - - - - - Alvorada do Norte 40 9 - - - - - Campos Belos 11 4 - - - - - Cavalcante 32 13 - - - - - Damianópolis 5 1 - - - - - Divinópolis de Goiás 2 1 - - - - - Guarani de Goiás 1 0 - - - - - Iaciara 3 2 4 1 17 19 1,118 Mambaí 47 7 1 0 - - - 6 1 - - - - - 30 11 - - - - - Alto Paraíso de Goiás Nova Roma Posse São Domingos - - 1 0 - - - São João d'Aliança 1 3 - - - - - FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinais convencionais utilizados: 0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente positivo. - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 196 Tabela 11 Evolução da cultura temporária de amendoim, em casca, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 1980 1989 MUNICÍPIOS Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área colhida (ha) Produção (t) Produtividade média (t/ha) TOTAL 49 29 ... 4 - - - Campos Belos Divinópolis de Goiás Flores de Goiás Guarani de Goiás Iaciara Mambaí Monte Alegre de Goiás Nova Roma Posse São Domingos Sítio d’Abadia 8 10 2 10 10 6 2 1 6 4 1 5 8 4 1 0 ... ... ... ... ... ... - 0 0 2 1 1 0 - - - - FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinais convencionais utilizados: 0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente positivo. - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. ... Dado numérico não disponível. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 197 Tabela 12 Evolução da cultura temporária de arroz de sequeiro, em casca, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 1989 1980 (1) (2) MUNICÍPIOS Área (ha) TOTAL Produção (t) 14.737 Área (ha) 9.471 22.950 Produtividade média (t/ha) Produção (t) Área colhida (ha) Produção (t) 20.700 19.480 19.480 1,000 Alto Paraíso de Goiás 426 490 373 351 1.000 1.120 1,120 Alvorada do Norte 710 408 610 473 180 110 0,611 Campos Belos 316 280 3.920 4.283 400 400 1,000 1.217 955 2.832 2.867 2.230 2.680 1,202 - - - - 700 840 1,200 1.622 915 396 234 200 180 0,900 556 510 1.355 1.394 650 500 0,769 1.538 649 758 845 1.800 2.340 1,300 Guarani de Goiás 612 275 820 407 300 250 0,833 Iaciara 630 488 1123 864 500 150 0,300 1.568 948 794 418 1.600 1.440 0,900 Monte Alegre de Goiás 408 426 2.116 1.596 1.100 900 0,818 Nova Roma 271 266 578 527 1.400 1.010 0,721 Posse 2.660 1.454 2.876 1.938 450 340 0,756 São Domingos 1.325 779 2.122 2.345 700 500 0,714 594 491 2.074 1.982 3.200 3.840 1,200 - - - - 120 90 0,750 284 137 203 176 2.500 2.250 0,900 - - - - 450 540 1,200 Cavalcante Colinas de Sul Damianópolis Divinópolis de Goiás Flores de Goiás Mambaí São João d’Aliança Simolândia Sítio d”Abadia Teresina de Goiás FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinal convencional utilizado: - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. (1) A área perdida (plantada mas não colhida) foi de 4.720 ha. (2) A área de arroz irrigado foi de 6.740 ha, com produção de 33.676 t e produtividade média de 4,996 t/ha, em 3 municípios da região. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 198 Tabela 13 Evolução da cultura temporária de cana-de-açúcar, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 1989 1980 (1) MUNICÍPIOS Área (ha) TOTAL Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área colhida (ha) Produção (t) Produtividade média (t/ha) 1.699 15.582 611 6.996 1.677 56.110 33,450 Alto Paraíso de Goiás 71 553 8 156 200 8.000 40,000 Alvorada do Norte 21 111 - - 60 1.700 28,333 8 132 21 563 100 3.800 38,000 123 1.076 93 929 67 2.010 30,000 - - - - 63 1.890 30,000 195 2.142 42 472 125 3.700 29,600 57 1.101 4 49 40 1.200 30,000 6 48 - - 85 3.400 40,000 104 504 0 4 40 1.200 30,000 Iaciara 27 371 4 31 80 2.400 30,000 Mambaí 256 2.007 47 447 100 3.100 31,000 4 152 2 58 70 2,800 40,000 Nova Roma 112 1.244 55 861 150 4.600 30,666 Posse 395 3.463 139 1.517 120 3.800 31,666 São Domingos 178 1.707 47 827 80 2.800 35,000 93 570 140 985 170 5.100 30,000 - - - - 10 320 32,000 49 401 9 97 97 3.690 38,041 - - - - 20 600 30,000 Campos Belos Cavalcante Colinas do Sul Damianópolis Divinópolis de Goiás Flores de Goiás Guarani de Goiás Monte Alegre de Goiás São João d’Aliança Simolândia Sítio d”Abadia Teresina de Goiás FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinais convencionais utilizados: 0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente positivo. - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. (1) A área plantada foi de 260 ha e, a erradicada, foi de 1.102 ha. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 199 Tabela 14 Evolução da cultura temporária de feijão, em grão, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 1989 1980 (1) (2) MUNICÍPIOS Área (ha) TOTAL Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área colhida (ha) Produção (t) Produtividade média (t/ha) 6.747 1.590 5.164 1.995 5.532 1.599 0,289 Alto Paraíso de Goiás 465 114 310 146 900 270 0,300 Alvorada do Norte 215 33 57 10 20 5 0,250 Campos Belos 190 59 288 99 180 52 0,288 Cavalcante 706 195 1.225 709 50 5 0,100 - - - - 30 3 0,100 Damianópolis 855 191 130 42 82 20 0,244 Divinópolis de Goiás 196 134 248 93 150 40 0,266 Flores de Goiás 175 37 63 21 700 280 0,400 Guarani de Goiás 260 43 56 21 190 50 0,263 Iaciara 232 40 164 31 130 22 0,169 Mambaí 969 212 305 82 150 41 0,273 76 63 238 75 200 50 0,250 Nova Roma 163 78 236 74 190 57 0,300 Posse 931 132 639 159 460 172 0,373 São Domingos 464 62 256 118 230 70 0,304 São João d’Aliança 642 125 703 248 900 180 0,200 - - - - 50 10 0,200 208 72 246 67 900 270 0,300 - - - - 20 2 0,100 Colinas do Sul Monte Alegre de Goiás Simolândia Sítio d”Abadia Teresina de Goiás FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTAS – 1. Dados referentes à cultura sem irrigação (1ª + 2ª safras). 2. Sinal convencional utilizado: - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. (1) A área perdida (plantada mas não colhida) na 1ª e 2ª safras foi de 2.345 ha. (2) A 3ª safra, com irrigação, produziu 124 t, numa área de 181 ha, com produtividade média de 0,685 t/ha,, em 6 municípios da região. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 200 Tabela 15 Evolução da cultura temporária de mandioca, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 1989 1980 (1) MUNICÍPIOS Área (ha) TOTAL Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área colhida (ha) Produção (t) Produtividade média (t/ha) 1.210 4.666 524 3.313 1.354 17.250 12,740 32 96 9 68 130 1.300 10,000 1 9 0 6 30 400 13,333 42 397 11 70 80 1.000 12,500 311 1.218 253 1.105 85 850 10,000 - - - - 20 200 10,000 Damianópolis 87 280 7 61 100 1.300 13,000 Divinópolis de Goiás 48 352 16 137 30 360 12,000 Flores de Goiás 26 68 2 20 40 600 15,000 Guarani de Goiás 76 186 - - 40 500 12,500 Iaciara 34 338 18 101 150 2.200 14,666 Mambaí 188 446 28 224 120 2.000 16,667 1 2 4 32 40 480 12,000 53 141 32 165 150 2.100 14,000 112 290 50 310 70 900 12,857 São Domingos 91 389 63 854 80 1.000 12,500 São João d’Aliança 55 146 22 105 130 1.300 10,000 - - - - 4 50 12,500 53 308 9 55 40 560 14,000 - - - - 15 150 10,000 Alto Paraíso de Goiás Alvorada do Norte Campos Belos Cavalcante Colinas do Sul Monte Alegre de Goiás Nova Roma Posse Simolândia Sítio d’Abadia Teresina de Goiás FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinais convencionais utilizados: 0 Dado numérico igual a zero de arredondamento de um dado numérico originalmente positivo. Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. (1) A área plantada foi de 1.064 ha. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 201 Tabela 16 Evolução da cultura temporária de milho, em grão, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 1989 1980 (1) MUNICÍPIOS Área (ha) TOTAL Produção (t) 13.707 Área (ha) 7.809 12.674 Produtividade média (t/ha) Produção (t) Área colhida (ha) Produção (t) 11.280 20.730 28.030 1,352 Alto Paraíso de Goiás 612 628 346 355 1.000 1.500 1,500 Alvorada do Norte 612 380 269 128 400 530 1,325 Campos Belos 289 179 906 979 600 660 1,100 Cavalcante 959 761 1.660 1.778 1.640 2.460 1,500 - - - - 500 750 1,500 1.609 845 282 229 350 420 1,200 260 224 695 471 900 900 1,000 1.187 374 415 472 1.000 2.400 2,400 Guarani de Goiás 625 264 395 191 350 350 1,000 Iaciara 599 340 848 1.276 1.700 1.220 0,718 1.603 1.033 887 576 700 840 1,200 Monte Alegre de Goiás 247 222 1.279 619 1.500 1.800 1,200 Nova Roma 338 339 518 529 1.800 2.160 1,200 Posse 2.412 774 1.790 1.182 1.500 1.650 1,100 São Domingos 1.254 377 1.100 1.224 1.200 1.200 1,000 793 872 789 703 3.180 5.720 1,799 - - - - 250 230 0,920 308 197 495 568 1.800 2.700 1,500 - - - - 360 540 1,500 Colinas do Sul Damianópolis Divinópolis de Goiás Flores de Goiás Mambaí São João d’Aliança Simolândia Sítio d’Abadia Teresina de Goiás FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinal convencional utilizado: - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. (1) A área perdida (plantada mas não colhida) foi de 1.900 ha. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 202 Tabela 17 Evolução da cultura temporária de soja, em grão, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 1989 1980 (1) MUNICÍPIOS Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área colhida (ha) Produção (t) Produtividade média (t/ha) TOTAL 2 2 2 3 22.810 43.348 1,900 Alto Paraíso de Goiás 2 2 - - 2.000 3.200 1,600 Alvorada do Norte - - - - 530 890 1,679 Campos Belos - - - - 120 130 1,083 Cavalcante - - - - 150 270 1,800 Flores de Goiás - - - - 1.500 3.150 2,100 Mambaí - - 2 3 500 130 0,260 Monte Alegre de Goiás - - - - 290 430 1,483 Posse - - - - 120 108 0,900 São João d’Aliança - - - - 16.000 33.600 2,100 Sítio d’Abadia - - - - 1.600 1.440 0,900 FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinal convencional utilizado: - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. (1) A área perdida (plantada mas não colhida) foi de 100 ha. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 203 Tabela 18 Evolução da cultura temporária de abacaxi e fumo, em folha, com registros não contínuos, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 P R O D U Ç Ã O MUNICÍPIOS 1970 Abacaxi (fruto) TOTAL 1980 Fumo (t) Abacaxi (fruto) 1989 Fumo (t) Abacaxi (fruto) Fumo (t) 31.000 17 - - - - 6.000 1 - - - - 0 0 - - - - Cavalcante 7.000 13 - - - - Damianópolis 1.000 - - - - - - 0 - - - - 1.000 1 - - - - Guarani de Goiás 0 - - - - - Iaciara 0 0 - - - - Mambaí 0 - - - - - Nova Roma - 0 - - - - 1.000 0 - - - - 0 2 - - - - 11.000 0 - - - - 4.000 0 - - - - Alto Paraíso de Goiás Campos Belos Divinópolis de Goiás Flores de Goiás Posse São Domingos São João d’Aliança Sítio d’Abadia FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinais convencionais utilizados: 0 Dado número igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente positivo. - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 204 Tabela 19 Evolução da cultura permanente de abacate, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 MUNICÍPIOS 1980 Produção (1.000 frutos) Área (ha) Área (ha) 1989 Produção (1.000 frutos) Área colhida (ha) Produção (1.000 frutos) Produtividade média (fruto/ha) TOTAL ... 115 ... 151 - - - Alto Paraíso de Goiás ... 22 - - - - - - - ... 5 - - - Campos Belos ... 17 ... 4 - - - Cavalcante ... 36 - - - - - - - ... 2 - - - Flores de Goiás ... 1 - - - - - Guarani de Goiás ... 3 ... 7 - - - - - ... 2 - - - ... 1 ... 60 - - - - - ... 11 - - - Nova Roma ... 2 ... 19 - - - Posse ... 2 ... 24 - - - São Domingos ... 21 ... 16 - - - São João d’Aliança ... 8 - - - - - Sítio d’Abadia ... 2 ... 1 - - - Alvorada do Norte Divinópolis de Goiás Iaciara Mambaí Monte Alegre de Goiás FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinais convencionais utilizados: - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. ... Dado numérico não disponível. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 205 Tabela 20 Evolução da cultura permanente de banana, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 1989 1980 (1) MUNICÍPIOS Área (ha) TOTAL Produção (cachos) Área (ha) Produção (cachos) Área colhida (ha) Produção (cachos) Produtividade média (cachos/ha) 424 177.700 313 203.000 1.035 844.000 815,459 Alto Paraíso de Goiás 17 6.514 3 4.000 90 108.000 1.200,000 Alvorada do Norte 36 14.510 5 2.000 20 10.000 500,000 4 3.600 34 20.000 100 80.000 800,000 45 11.484 9 9.000 70 56.000 800,000 - - - - 100 106.000 1.060,000 57 21.868 2 1.000 20 10.000 500,000 9 2.280 - - 20 10.000 500,000 Flores de Goiás 19 6.220 1 0 14 15.000 1.071,429 Guarani de Goiás 26 6.388 8 4.000 30 20.000 666,667 Iaciara 19 9.153 20 10.000 50 40.000 800,000 Mambaí 17 3.348 29 14.000 30 18.000 600,000 Monte Alegre de Goiás 12 16.750 8 2.000 70 50.000 714,286 7 1.624 29 34.000 130 90.000 692,308 105 47.971 118 77.000 140 90.000 642,858 39 15.978 42 22.000 15 10.000 666,667 São João d’Aliança 4 3.900 5 4.000 97 97.000 1.000,000 Sítio d’Abadia 8 6.112 - - 14 14.000 1.000,000 Teresina de Goiás - - - - 25 20.000 800,000 Campos Belos Cavalcante Colinas do Sul Damianópolis Divinópolis de Goiás Nova Roma Posse São Domingos FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinais convencionais utilizados: 0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente positivo.. - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. (1) A área plantada foi de 95 ha e a erradicada foi de 175 ha. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 206 Tabela 21 Evolução da cultura permanente de café, em coco, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 1989 1980 (1) MUNICÍPIOS Área (ha) TOTAL Produção (t) Área (ha) Produção (t) Área colhida (ha) Produção (t) Produtividade Média (t/ha) 140 78 180 95 386 334 0,860 20 24 24 14 45 41 0,911 Cavalcante 4 1 11 6 50 50 1,000 Damianópolis 3 4 - - - - - Divinópolis de Goiás 1 0 - - - - - Iaciara - - - - 6 1 0,166 21 6 13 11 - - - - - 1 0 - - - 87 41 68 37 40 20 0,500 São Domingos 3 1 2 1 5 2 0,400 São João d’Aliança - - 61 26 240 220 0,917 Sítio d”Abadia 1 1 - - - - - Alto Paraíso de Goiás Mambaí Nova Roma Posse FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinais convencionais utilizados: 0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente positivo.. - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. (1) A área plantada foi acrescida de 75 ha. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 207 Tabela 22 Evolução da cultura permanente de laranja, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 1989 1980 (1) MUNICÍPIOS Produção (1.000 frutos) Área (ha) Área (ha) Produção (1.000 frutos) Área colhida (ha) Produção (1.000 frutos) Produtividade Média (fruto/ha) TOTAL 1 465 9 1.476 55 4.000 72,728 Alto Paraíso de Goiás 1 56 - - - - Alvorada do Norte - - 0 6 - - - Campos Belos - - 0 26 - - - Cavalcante 0 131 2 320 - - - Damianópolis 0 4 - - - - - Flores de Goiás 0 9 0 4 - - - Guarani de Goiás - - 0 1 - - - Iaciara 0 21 1 167 - - - Mambaí 0 1 0 100 - - - Nova Roma 0 45 - - - - - Posse 0 4 4 338 25 2.500 100,000 São Domingos 0 21 2 439 - - - São João d’Aliança 0 63 0 74 30 1.500 50,000 Sítio d’Abadia 0 110 0 1 - - - FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinais convencionais utilizados: 0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente positivo.. - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. (1) A área plantada foi acrescida de 490 ha e a erradicada foi de 5 ha. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 208 Tabela 23 Evolução da cultura permanente de limão, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 MUNICÍPIOS Área (ha) TOTAL 1980 Produção (1.000 frutos) ... 1 Área (ha) 1989 Produção (1.000 frutos) Área colhida (ha) Produção (1.000 frutos) 42 - - ... Produtividade Média (fruto/ha) - Alvorada do Norte 5 Guarani de Goiás ... ... 0 Iaciara ... 1 ... 25 Posse ... 12 FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinais convencionais utilizados: 0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente positivo.. - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. ... Dado numérico não disponível Tabela 24 Evolução da cultura permanente de mamão, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 MUNICÍPIOS Área (ha) TOTAL ... 1980 Produção (1.000 frutos) 100 Área (há) ... 1989 Produção (1.000 frutos) Área Colhida (ha) Produção (1.000 frutos) 15 - - Produtividade Média (fruto/ha) Alto Paraíso de Goiás ... 38 Alvorada do Norte ... 2 Cavalcante ... 14 Flores de Goiás ... 2 Iaciara ... 10 ... 3 Posse ... 8 ... 4 São Domingos ... 20 ... 6 Sítio d’Abadia ... 8 FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinais convencionais utilizados: - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. ... Dado numérico não disponível - Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 209 Tabela 25 Evolução da cultura permanente de manga, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 E V O L U Ç Ã O 1970 MUNICÍPIOS Produção (1.000 frutos) Área (ha) TOTAL 1980 ... Área (ha) 1 2 1989 Produção (1.000 frutos) Área colhida (ha) Produção (1.000 frutos) 401 300 3.000 Produtividade Média (fruto/ha) 10.000,000 Alvorada do Norte 0 4 Damianópolis 0 2 Guarani de Goiás 0 2 Iaciara ... 1 0 47 Mambaí 0 136 Posse 2 160 São Domingos 0 50 São João d’Aliança 300 3.000 10.000,000 FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinais convencionais utilizados: 0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente positivo.. - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. Tabela 26 Evolução da cultura permanente de goiaba e tangerina, com registros não contínuos, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 P R O D U Ç Ã O (fruto) MUNICÍPIOS 1970 Goiaba 1980 Tangerina Goiaba 1989 Tangerina Goiaba Tangerina TOTAL - - 24.000 4.000 - - Alvorada do Norte - - - 1.000 - - Iaciara - - 21.000 2.000 - - Mambaí - - - 1.000 - - Posse - - 3.000 - - - FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinal convencional utilizado: - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 210 Tabela 27 Evolução da cultura permanente de marmelo e coco-da-baía, com registros não contínuos, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989 P R O D U Ç Ã O (fruto) MUNICÍPIOS 1970 Marmelo 1980 Coco-dabaía Marmelo 1989 Coco-dabaía Marmelo Coco-dabaía TOTAL 47.000 - - 83.000 - - Alto Paraíso de Goiás 25.000 - - - - - Mambaí - - - 3.000 - - São Domingos - - - 80.000 - - 22.000 - - - - - São João d’Aliança FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989. NOTA – Sinal convencional utilizado: - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. capoeira. Aparentemente, como conseqüência direta dos desmatamentos e repetidas queimadas, a área vem sofrendo lenta alteração climática, com reflexos no regime de chuvas e aumento do período seco. Deduz-se daí que os capins exóticos introduzidos perdem a concorrência para as espécies nativas locais ou mesmo introduzidas, mas com muito melhor adaptação à situação atual. Na contingência de plantas agressivas e invasoras, encontram-se o miroró (Bauhinia sp.), a vaqueta (Thiloa sp.) e várias leguminosas como Acácia farnesiana, a conhecida esponjeira e várias espécies de Mimora, tidas como espécies preferenciais da região da Caatinga do Nordeste brasileiro ou de áreas similares. Florestamento/Reflorestamento A experiência do Setor Florestamento/Reflorestamento na região deu-se quase exclusivamente sob a ótica dos incentivos fiscais, hoje extintos. A par de projetos e talhões bem conduzidos, observaram-se insucessos que podem ser atribuídos à má escolha do sítio, espécie, semente ou mudas, além da falta de práticas silviculturais. No total, a região foi contemplada com a aprovação de uma área de 12.239,29 ha em projetos incentivados, especialmente com as espécies florestais: Eucalyptus grandis, E. Saligna e E. Citriodora, implantados entre 1974 e 1985, (Tabela 28). A experiência extra-incentivo fiscal pode ser buscada fora da área, como na região de Niquelândia (GO), onde as empresas Codemin e Níquel Tocantins desenvolvem projetos visando ao auto-abastecimento de suas indústrias, com carvão vegetal e, também, próximo a Posse, na região do Chapadão Central, onde a Floryl desenvolve grande empreendimento com o objetivo de produzir celulose e aglomerado, ambas utilizando basicamente espécies de Eucalyptus. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 211 Tabela 28 Projetos de florestamento/reflorestamento incentivados, aprovados na região nordeste de Goiás (contínua) DENOMINAÇÃO PROTOCOLO MUNICÍPIO ÁREA (ha) ESSÊNCIA MUDAS Sanoli IV 2824/85 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 833.400 Brasenf VIII 3183/84 São João d’Aliança 277,78 Eucalipto 463.059 Brasenf IX 3184/84 São João d’Aliança 222,22 Eucalipto 370.441 Recifra XVII 2621/84 Alto Paraíso 315,79 Eucalipto 526.422 Recifra XVIII 2694/84 Alto Paraíso 210,53 Eucalipto 350.954 Paraíso 3453/84 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 333.400 Santa Maria III 3053/84 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 333.400 Terplan III 2792/84 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 333.400 Sanoli III 2946/84 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 333.400 Santa Mônica II 3034/83 Cavalcante 200,00 Eucalipto 333.400 Santa Mônica II 3035/83 Cavalcante 210,53 Eucalipto 350.954 Terplan II 3036/83 Cavalcante 210,53 Eucalipto 350.954 Brasenf VI 3472/83 São João d’Aliança 210,52 Eucalipto 350.937 Brasenf VII 3471/83 São João d’Aliança 263,15 Eucalipto 438.671 Sanoli II 3658/83 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 333.400 Brasenf V 1933/82 São João d’Aliança 500,00 Eucalipto 833.500 Brasenf IV 1934/82 São João d’Aliança 500,00 Eucalipto 833.500 Recifra XV 1908/82 Alto Paraíso 350,00 Eucalipto 583.450 Recifra XVI 1909/82 Alto Paraíso 350,00 Eucalipto 583.450 Santa Mônica I 2297/82 Cavalcante 300,00 Eucalipto 500.100 Santa Maria I 2295/82 Cavalcante 300,00 Eucalipto 500.100 Terplan I 2296/82 Cavalcante 300,00 Eucalipto 500.100 Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 212 Tabela 28 Projetos de florestamento/reflorestamento incentivados, aprovados na região nordeste de Goiás (conclusão) DENOMINAÇÃO PROTOCOLO MUNICÍPIO ÁREA (ha) ESSÊNCIA MUDAS Sanoli I 2234/82 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 333.400 Brasenf III 1391/81 São João d’Aliança 250,00 Manga 25.000 Araflora III 1725/81 São João d’Aliança 100,00 Eucalipto 166.700 Recifra XIV 1727/81 Alto Paraíso 570,00 Eucalipto 950.150 Recifra XIII 1728/81 Alto Paraíso 180,00 Eucalipto 300.000 Brasenf II 3413/80 São João d’Aliança 250,00 Manga 25.000 Recifra X 3825/80 Alto Paraíso 257,03 Manga 25.703 Recifra IX 3826/80 Alto Paraíso 367,19 Manga 36.719 Recifra XII 3943/80 Alto Paraíso 50,00 Goiaba 5.000 Recifra XIII 2824/79 São João d’Aliança 500,00 Eucalipto 833.500 Brasenf I 2644/79 São João d’Aliança 500,00 Manga 50.000 Nova Veneza I 2690/79 São João d’Aliança 350,00 Manga 35.000 Recifra VII 2823/79 São João d’Aliança 500,00 Eucalipto 833.500 Recifra V 2821/79 Alto Paraíso 50,00 Manga 5.000 Recifra VI 2822/79 Alto Paraíso 94,00 Manga 9.400 Nova Veneza III 0424/78 São João d’Aliança 50,00 Manga 5.000 Nova Veneza II 0425/78 São João d’Aliança 50,00 Manga 5.000 Recifra IV 3095/78 Alto Paraíso 700,00 Eucalipto 1.166.200 Recifra III 3094/78 Alto Paraíso 300,00 Eucalipto 499.800 Recifra II 3047/77 Alto Paraíso 600,00 Eucalipto 999.600 Recifra I 4947/74 Alto Paraíso 400,00 Eucalipto 666.800 FONTE – IBAMA, Goiás, 1990 Com o advento da instituição dos Planos de Manejo Sustentado de Floresta, iniciado por volta de 1987, a região passa a contar com experiências isoladas, mas que poderão ser de grande valia no futuro, no que tange ao reflorestamento com nativas. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 213 Qualidade Ambiental A situação atual da qualidade ambiental da área é retratada, experimentalmente, em mapa anexo na escala de 1:500.000. o cruzamento dos atributos naturais com os usos ocorrentes propiciou um diagnóstico ambiental com a classificação das áreas em Estável, Alerta e Crítica. A situação cartografada referese aos impactos ambientais configurados e observados no decorrer dos trabalhos de campo, podendo ter ocorrido omissões, pela falta de observações mais acuradas ou mesmo pela própria escala de mapeamento. A base do mapeamento foi o zoneamento do Potencial Geoambiental, também utilizada para o Zoneamento Agroecológico. As unidades de mapeamento definem a vegetação natural em seus diversos tipos fisionômicos, o índice atual de cobertura em percentagem e as classes naturais de predisposição à erosão. Os usos foram cartografados com a utilização de símbolos nas áreas consideradas de concentração, tendo sido constatado: agricultura, com lavouras de subsistências ou de pequenas parcelas, lavouras irrigadas por inundação, lavouras tecnificadas anuais e lavouras perenes; pecuária, em pastagem natural e pastagem plantada; vegetação secundária ou capoeiras; florestamento/reflorestamento com Eucalyptus; exploração madeireira em áreas de Floresta Estacional; extração de lenha para carvoejamento e atividades de mineração e garimpo. Localizadamente, ainda ocorre extrativismo vegetal (flores silvestres) e utilização de áreas para recreação, lazer e turismo. Entre os impactos ambientais configurados destacam-se problemas de erosão superficial e em subsuperfície, com voçorocamento e desbarrancamento; comprometimento da qualidade de água pelo uso de mercúrio e agrotóxicos e a descaracterização fitoecológica. Procurou-se, também, listar os fatores e processos envolvidos e, sempre que possível, relacionando-os como causa ou efeito. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 214 Conclusões e Sugestões De acordo com os estudos realizados na região, cabe ressaltar as seguintes considerações: 1) Quanto às recomendações de uso: - 7.175 km2 da área (18,5%) foram recomendados para culturas anuais; - 2.056 km2 da área (5,3%) foram recomendados para culturas perenes; - 7.563 km2 da área (19,5%) foram recomendados para pastagem plantada; - 427 km2 da área (1,1%) foram recomendados para florestamento / reflorestamento; - 9.075 km2 da área (23,4%) foram recomendados para pastagem natural; e - 11.248 km2 da área (29,0%) foram recomendados para serem preservados. 2) Quanto à fertilidade natural: - 8.416 km2 da área, correspondendo a 21,7% da área total mapeada, apresentam solos possuidores de média e alta fertilidade natural (eutróficos), devido aos altos teores de cálcio + magnésio; - 4.654 km2 da área, equivalendo a 12,0% da área total mapeada, apresentam baixa fertilidade natural (solos distróficos); - 3.956 km2 da área, correspondendo a 10,2% da área total mapeada, apresentam muito baixa a baixa fertilidade natural (solos álicos e distróficos); e - 20.518 km2 da área, equivalendo a 52,9% da área total mapeada, apresentam muito baixa fertilidade natural (solos álicos). 3) Quanto às terras para irrigação: - 5.780 km2 da área, correspondendo a 14,9% da área total mapeada, apresentam terras consideradas Boas para irrigação; - 3.413 km2 da área, equivalendo a 8,8% da área total mapeada, apresentam terras consideradas Regulares para irrigação; Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 215 - 2.133 km2 da área, correspondendo a 5,5% da área total mapeada, apresentam terras consideradas Restritas para irrigação; - 17.685 km2 da área, correspondendo a 45,6% da área total mapeada, apresentam terras consideradas Muito Restritas para irrigação; e - 8.533 km2 da área, equivalendo a 22% da área total mapeada, apresentam terras consideradas Não Irrigáveis. 4) Quanto à predisposição à erosão: - 2.366 km2 da área (6,1%) correspondem a terras que apresentam Muito Fraca predisposição à erosão; - 3.219 km2 da área (8,3%) correspondem a terras que apresentam Fraca predisposição à erosão; - 5.818 km2 da área (15,0%) correspondem a terras que apresentam Fraca a Moderada predisposição à erosão; - 2.482 km2 da área (6,4%) correspondem a terras que apresentam Moderada predisposição à erosão; - 6.128 km2 da área (15,8%) correspondem a terras que apresentam Moderada a Forte predisposição à erosão; - 3.336 km2 da área (8,6%) correspondem a terras que apresentam Forte predisposição à erosão; - 12.605 km2 da área (32,5%) correspondem a terras que apresentam Muito Forte predisposição à erosão; e - 1.590 km2 da área (4,1%) correspondem a terras que apresentam uma predisposição Especial à erosão. 5) Quanto à mecanização: - 6.904 km2 da área, equivalendo a 17,8% da área total mapeada, apresentam terras consideradas Boas para mecanização; - 4.499 km2 da área, equivalendo a 11,6% da área total mapeada, apresentam terras consideradas Regulares para mecanização; - 10.006 km2 da área, equivalendo a 25,8% da área total mapeada, apresentam terras consideradas Restritas para mecanização; e - 16.135 km2 da área, equivalendo a 41,6% da área total mapeada, apresentam terras consideradas Inaptas para mecanização. 6) De acordo com os dados mencionados nos itens 1 a 5, conclui-se: - Devido às limitações que apresentam (baixa fertilidade natural, deficiência de água, predisposição à erosão e/ou impedimento à mecanização), 20.323 km2 da área, correspondendo a 52,4% da área total, não são recomendados para o uso agrícola (culturas anuais e perenes, pastagem plantada e florestamento / reflorestamento), sendo indicados à manutenção de sua vegetação natural, Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 216 permitindo o seu aproveitamento com pastagem natural, no extrato graminoso e arbustivo (9.075 km2/23,4%) e à preservação de sua flora e fauna (11.248 km2/29,0%); - 8.416 km2 da área (21,7%) apresentam solos sem necessidade de calcário como corretivo, eventualmente necessitando para suprimento de cálcio + magnésio (englobam solos eutróficos, possuidores de saturação por bases > 50%); - 29.128 km2 da área (75,1%) apresentam solos com necessidade de calcário como corretivo e para suprimento de cálcio + magnésio (englobam solos álicos, saturação por alumínio > 50%, e/ou distróficos, saturação por bases de alumínio < 50%; e - 5.780 km2 da área (14,9%) apresentam terras que estão incluídas na classe boa para irrigação. Fazem parte dessa classe, solos profundos e muito profundos, bem a acentuadamente drenados, ocorrendo em relevo plano e suave ondulado, que permite a utilização de máquinas, e não apresentam impedimentos físicos para o desenvolvimento dos vegetais. Ocorrem solos álicos, distróficos e/ou eutróficos. 7) A região nordeste do Estado de Goiás é ocupada por solos que apresentam pelo menos um fator limitante ao uso agrícola. Com o objetivo de aumentar a capacidade produtiva dos solos, têm sido enfatizadas excessivamente a elevação dos níveis de fertilidade e a correção da acidez. Entretanto, as práticas de manejo que preservam ou melhoram as propriedades físicas que implicam a retenção de água, permeabilidade, aeração e profundidade efetiva não são enfocadas com a necessária ênfase. A expansão da fronteira agrícola fez com que nos últimos 5 anos houvesse um substancial aumento da cultura de soja (vide Figuras 40, 41 e 42) na região, e com ela o uso excessivo de máquinas agrícolas que podem provocar pulverização, compactação e adensamento e consequentemente a erosão dos solos. Dessa maneira, são recomendáveis para essas áreas práticas que minimizem os efeitos negativos da mecanização excessiva, além de diminuir o efeito do impacto da chuva sobre o solo e o escoamento superficial da água. 8) A região apresenta um período seco que varia de 5 a 6 meses, sendo esta deficiência de água um fator limitante ao uso agrícola, acentuado pela ocorrência de veranico (período seco que ocorre durante a estação chuvosa) que, em função de sua intensidade e duração, provoca maior ou menor redução na produtividade das culturas, sendo imprevisível o período de ocorrência do fenômeno, tornando, com isso, difícil a tomada de medidas destinadas a minimizar os seus efeitos. Recomenda-se cultivar variedades que tenham comprovada tolerância à deficiência hídrica e maior eficiência no aproveitamento de água. 9) Na Microrregião Vão do Paranã, unidade de mapeamento CA1, ocorre solo Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico, sob relevo plano e suave ondulado, constituindo a área de maior potencial agrícola da região. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 217 Nessa área, há o crescimento da pecuária com o uso do solo com pastagem plantada, não havendo nesse caso o aproveitamento mais intensivo do potencial agrícola que essas terras oferecem. Nesta unidade, ocorre parte das últimas reservas florestais nativas de Goiás. objetivando a manutenção de parte dessa reserva, a exploração agrícola deverá ser acompanhada com obediência ao Código Florestal, que estabelece normas para a preservação das florestas e demais formas de vegetação, bem como a exploração baseada nas modernas técnicas de manejo sustentado de florestas. 10) Qualquer tipo de exploração do solo deve ser efetuado por meio de critérios que permitam a continuidade a longo prazo, do processo produtivo, visando ao bem estar das gerações futuras e, principalmente, a curto prazo, do uso racional do solo, em suas atividades agropecuárias. Há necessidade de planejar e implementar os tipos de usos recomendados, tendo como base as bacias hidrográficas, com o fim de facilitar o manejo dos solos. A Chapada dos Veadeiros, nas áreas indicadas para lavouras, na região de Alto Paraíso de Goiás, apresenta condições favoráveis para implantação de projetos com culturas temperadas, desde que sejam tomadas todas as providências no sentido de usar variedades climaticamente adaptadas às condições locais. 11) O conhecimento dos recursos naturais da região e os estudos sobre o Zoneamento Agroecológico deverão servir de subsídios para a implementação de políticas de ordenamento territorial com o uso racional do solo. Para implantação de projetos específicos nos moldes de empresas rurais ou mesmo de nicho de colonização, recomendam-se estudos mais detalhados da área do empreendimento. 12) A situação da cobertura vegetal natural superior a 60% confere à região nordeste o maior índice percentual de todo o Estado de Goiás. Esta situação, aparentemente de equilíbrio, é atribuída à existência de extensas áreas não agricultáveis devido a fatores impeditivos de solo e relevo (Tabela 29). 13) Visando à preservação e à perpetuação da explotação da aroeira recomenda-se: - agilizar a fiscalização – permitindo o desmatamento e retirada de madeira, apenas dentro do estritamente autorizado; - pesquisar seu comportamento, cultivo e exploração; e utilizar manejo exploratório resguardando matrizes (manejo positivo). 14) Criação de Reserva Biológica ou equivalente, para a aroeira. Ao ritmo desenfreado que se processa a exploração da aroeira, técnicos preocupados com o problema estimam o esgotamento desta atividade em prazo inferior a 10 anos. É consenso entre a comunidade científica a necessidade da pesquisa visando a obter dados, principalmente quanto ao seu comportamento, cultivo e exploração. Neste sentido, a criação de uma Reserva ou Área de Proteção Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 218 Tabela 29 Evolução dos antropismos na região nordeste de Goiás – 1981/1988 S I T U A Ç Ã O Em 1981 MUNICÍPIOS Percentagem em Relação ao total Área 2 (km ) TOTAL Em 1988 Área 2 (km ) Percentagem em Relação ao total 38.785,0 100,0 38.785,0 100,0 17.825,2 46,0 17.426,0 44,9 5.139,1 13,3 5.136,6 13,2 Savana gramíneo-lenhosa 506,9 1,3 462,8 1,2 Floresta estacional semidecidual aluvial 345,2 0,9 339,3 0,9 1.957,2 5,0 1.263,9 3,3 6.489,0 16,7 5.654,4 14,6 20,0 0,1 293,3 0,8 3.978,1 10,2 7.384,1 19,0 36,1 0,1 85,5 0,2 - - 316,8 0,8 Vegetação natural (formações) Savana arbórea aberta Savana parque Floresta estacional decidual submontana Áreas de tensão ecológica (contato savana-floresta) Uso (antropismos) Agricultura Pastagem plantada Reflorestamento Vegetação secundária FONTE – Projeto RADAMBRASIL, 1981, adaptado e Imagens LANDSAT 5 TM, 1988. NOTAS – 1. Cálculo das áreas efetuado pelo método de pesagem dos ambientes na escala 1:250.000, considerando-se a formação ou ocupação dominante. 2. Sinal convencional utilizado: - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. em seu ecossistema mais representativo, dentro do Estado de Goiás e talvez do Brasil, seria altamente positivo e desejável, pois aí estaria sendo perpetuado um banco de germoplasma para a espécie, bem como o local ideal para se proceder a tais pesquisas. A área sugerida está localizada dentro do que se pode chamar de centro de dispersão da espécie ou sua área core, constituindo razoável porção de Floresta Estacional, teoricamente em seu estado natural ou, ainda, muito pouco explorada. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 219 15) Ampliação do Parque Estadual da Terra Ronca A criação do Parque Estadual da Terra Ronca, visando à proteção do mais rico sistema espeleológico da América do Sul, constitui iniciativa altamente elogiável. Entretanto, a plena preservação das cavernas e grutas depende também da manutenção e equilíbrio dos diversos fatores ambientais envolvidos, sejam físicos, bióticos ou químicos. Uma alteração, porventura provocada nas cabeceiras da rede hidrográfica que banha o sistema, pode ocasionar aceleração ou retardamento no processo de dissolução do calcário, provocando, a longo prazo, danos imprevisíveis ao conjunto. A sugestão para ampliar a Área de Proteção Integral se prende também à necessidade da preservação do ecossistema das Veredas, constituído por uma fauna e flora, rica e bastante singular. 16) Para o fortalecimento da silvicultura regional, seria conveniente instalar-se em cada Região Geoambiental um sistema de experimentação com parcelas de competição, em princípio, com as diversas espécies indígenas ou exóticas indicadas. A instalação e a coordenação destes experimentos poderão se dar na forma de convênios de cooperação com entidades de pesquisas afins, como a EMBRAPA, através do CPAC; IBAMA com o seu Centro de Pesquisa Florestal da Região dos Cerrados, ou, ainda, através do órgão estadual, responsável pela implementação da Política Florestal, recentemente aprovada. Recomenda-se que, quando possível, sejam aproveitadas áreas e instalações de empresas reflorestadoras locais. 17) Para salvaguardar rico patrimônio cultural da região, a criação e delimitação de uma área destinada à proteção das comunidades negras (kalungas), dos vãos de serras, próximo à foz do rio Bezerra no Paranã, envolvendo parte dos Municípios de Monte Alegre de Goiás, Cavalcante e Teresina de Goiás, é enfatizada como medida emergencial. Ressalta-se que estudos neste sentido estão sendo produzidos e promovidos pelo Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia – IGPA. A par das ameaças presentes, de caráter socioeconômico, representadas pela especulação de terras e outras formas de pressão, configura-se a possibilidade da construção de uma usina hidrelétrica que inundaria parte destas terras. Dados obtidos com Furnas – Centrais Elétricas S/A – mostram que a construção da Usina de Foz do Bezerra é objeto de estudo de viabilidade em fase de conclusão, e prevista no plano 2010 da ELETROBRÁS e cujo início de geração se daria em março de 1999. Esta hidrelétrica, cuja construção prevê a instalação de três (3) unidades geradoras de 100 MW cada, terá o seu reservatório represado na Cota 412 e formará um espelho de água com cerca de 651 km2 . 18) Com relação ao setor mineral, embora o potencial mineiro necessite de estudos de maior detalhe para definir com segurança as possibilidades metalogenéticas da área, cabem as seguintes considerações: - a cassiterita, cuja extração, outrora intensa, está penalizada devido à falta de rentabilidade, embora continue sendo objeto de trabalhos de pesquisa para Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 220 dimensionamento de reservas que, em função da recuperação do preço no mercado internacional, deverão ser lavradas; - o beneficiamento de calcário para corretivo de solos, de modo geral, apresenta caráter sazonal, atendendo a demanda proporcionada pela agricultura praticada no Estado da Bahia. Nas áreas de mineração observadas na região, verificou-se que, mesmo nos empreendimentos de maior porte, como em São Domingos e Campos Belos, não há recuperação do pó proveniente do beneficiamento, material que, por apresentar granulometria pequena, possui elevado poder de reatividade quando utilizado para calagem; - deve-se ressaltar também que algumas dessas áreas de extração não possuem registro com a especificação do material, que deve ser feito junto à delegacia do Ministério da Agricultura, além de adotarem práticas de mineração incompatíveis com a preservação ambiental, contribuindo para o assoreamento de córregos, com lançamento de rejeitos da lavra, como ocorre em Mambaí; - com relação ao beneficiamento de manganês em jazidas situadas no Município de São João d’Aliança (Pedra Preta, Buritizinho), deve-se ressaltar a inexistência de barragens de contenção dos resíduos provenientes da lavagem do minério; - a extração de ouro na região nordeste do Estado de Goiás é feita através de empresas, como em Cavalcante e Aurominas, e por meio de garimpagem. Em Aurominas, a lavra inicialmente foi feita a céu aberto, estando atualmente em processo de lavra subterrânea, com vida útil prevista de dois anos no nível das reservas atuais; em Cavalcante a lavra também é subterrânea. Enquanto na primeira empresa o processo de recuperação do ouro é feito através de amalgamação, na segunda é adotado o processo de flotação em coluna; - a atividade garimpeira desenvolve-se em áreas aluvionares como em Cavalcante (rios Traíras, São Félix, do Carmo e Maranhão) e em material primário como filões de quartzo em São Domingos e em veios de quartzo e grafita-xistos em Monte Alegre de Goiás (Morro do Borges e Tucano). Nas áreas em que ocorre atividade garimpeira e que futuramente serão inundadas, devido à construção das usinas hidrelétricas de Serra da Mesa e Cana-Brava, situadas na parte nordeste da região, tal atividade poderia ser liberada, condicionada à não-utilização de mercúrio. O desenvolvimento de sistemas de recuperação do ouro sem o uso do mercúrio para utilização em garimpos poderia ser dimensionado através da METAGO. 19) Durante os trabalhos de campo foram coletadas vinte (20) amostras de sedimento de corrente para dosagem de mercúrio, tendo em vista a atividade de garimpagem que se desenvolve na área, assim como para obter dados referentes a resíduos de mercúrio provenientes de plantas de beneficiamento de minério de Ouro (Figura 43). A descrição dos pontos amostrados, situação e localização encontram-se listados a seguir. A amostragem não foi sistemática, apenas alguns córregos foram alvo desse trabalho. Observando-se os valores obtidos, verifica-se que, na área de São Domingos, a quantidade de mercúrio lançada no lago da represa constitui o maior valor encontrado, isto em parte é devido ao fato de ter sido amostrado material da calha de lavagem de ouro que ali se encontra. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 222 O levantamento de dados referentes ao teor de mercúrio pretende mostrar a situação que se configura na área, sendo necessários estudos mais detalhados no sentido de delimitar as áreas de dispersão desse elemento, a partir dos locais em que é lançado na rede de drenagem. A legislação ambiental fixa padrões de qualidade para as distintas classes de água, assim como define os padrões de emissão de poluentes. O Decreto 1.745, de 6 de dezembro de 1979, aprovou o regulamento da Lei nº 8.544, de 17 de outubro de 1978, que dispõe sobre a preservação e o controle da poluição do meio ambiente. Com relação ao mercúrio, o padrão de qualidade para água das classes 2 e 3 não permite teor de mercúrio superior a 0,002 mg/l (dois milésimos de miligrama por litro), o mesmo se aplica à classe 4, quando utilizada para abastecimento público, enquanto para a água da classe 1 não serão tolerados lançamentos de efluentes mesmo tratados. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados na rede de drenagem com teor máximo de mercúrio de 0,01 mg/l (um centésimo de miligrama por litro). Na região nordeste do Estado de Goiás, a Curadoria do Meio Ambiente suspendeu a atividade de garimpagem nos rios Traíras, Maranhão, Carmo e São Félix, no Município de Cavalcante, apoiando-se na Lei nº 7.805 que considera a atividade garimpeira não regularizada, como crime ecológico. Esse procedimento evitará que aumentem os danos ao meio ambiente, como o assoreamento dos córregos e o uso indiscriminado de mercúrio; entretanto, não somente as áreas de maior concentração de garimpeiros devem ser alvo dessa iniciativa, mas também os focos de garimpagem localizada e a emissão de efluentes por empresas mineradoras devem ser controlados. Através dos dados apresentados, pretende-se levantar o problema referente ao uso indiscriminado do mercúrio em áreas onde a atividade garimpeira é localizada e envolve número reduzido de pessoas, mas que mesmo nessas condições constitui fator de comprometimento da qualidade da água. Amostragem de sedimento de corrente para análise de Hg-localização (Figura 43). 1 - Córrego com nascente no local onde é moído e lavado material para extração de ouro. Localizado dentro da cidade de Monte Alegre de Goiás, em uma rua, local em que há vegetação do tipo junco. 2 - Córrego anterior nas proximidades da lavagem do material, onde é colocado o mercúrio. 3 - Córrego Sucuri, a 3,6 km de Monte Alegre de Goiás (GO-118). Nesse córrego, é feita a captação da água da cidade de Monte Alegre de Goiás. Há moagem e lavagem de material para extração de ouro nas cabeceiras do córrego, segundo informações. 4 - Córrego Riacho dos Cavalos (na saída do povoado em direção oeste). Local em que há extração de ouro com utilização de mercúrio (garimpo mecanizado Tucano). Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 223 5 - Auromas – Córrego Lambedor, na área da Mina de Ouro da Toniolo Busnello S.A. 6 - Nascente de córrego dentro da Mina da Toniolo no povoado de Aurominas. O ponto de coleta está próximo da planta de tratamento da Mina, onde é usado mercúrio. 7 - Margem esquerda do rio das Pedras, na localidade de Aurominas, junto à ponte. 8 - Rio São João, 2,8 km a norte de Teresina de Goiás na GO-118. 9 - Córrego Lava Pés, no limite (chegada) da cidade de Cavalcante, efluentes do beneficiamento de Au da mina, uso de mercúrio. 10 - Rio das Almas, 5 km de Cavalcante indo para Teresina de Goiás, margem esquerda a montante da ponte. 11 - Córrego Mosquito, divisa de Municípios Cavalcante-Teresina de Goiás, a jusante da ponte, margem direita. 12 - Córrego Ouro Fino, São Domingos, garimpo de ouro. O córrego está seco. 13 - Morro do Capote, São Domingos, nascente do córrego que drena o morro onde houve extração de ouro. O material continua sendo extraído, mas é lavado em outro local. 14 - Rio São José, Município de São garimpagem de ouro. Domingos, na cabeceira do rio houve 15 - Amostra coletada na saída da bica de lavagem de material do Sr. Geraldinho, nas margens do lago de São Domingos. O material (veio de quartzo) é extraído no Ouro Fino e no Morro do Capote, sendo moído e lavado junto ao lago da represa de São Domingos. 16 - Mesmo local da amostra 15, material mais grosseiro depositado após a calha de lavagem. 17 - Córrego Fundo, afluente da Grota Seca, vicinal secundária saindo da estrada Cavalcante-Colinas em direção à Serra do Tombador. 18 - Rio Piau, na estrada de Cavalcante-Colinas, garimpagem na cabeceira. 19 - Rio Montes Claros (São Domingos), estrada Cavalcante-Colinas. 20 - Rio São Bartolomeu, 3 km de Cavalcante na saída para Colinas. Houve atividade de garimpagem na área. 20) O estudo do clima da região nordeste de Goiás é de suma importância para subsidiar o desenvolvimento socioeconômico regional. A normalidade, freqüência e acúmulo de dados, num espaço considerável de anos, assim como a densidade das Estações Meteorológicas, se fazem necessários para o conhecimento da dinâmica do clima. Com base nos dados existentes e canalizados para o presente trabalho, foi possível chegar-se a algumas conclusões diretamente relacionadas ao desenvolvimento socioeconômico. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 224 Os maiores índices pluviométricos ocorrem nas áreas mais movimentadas e com maiores cotas altimétricas. O mesmo se verifica com relação ao excedente hídrico, deficiência hídrica e evapotranspiração potencial. Esta situação é uma das que caracterizam a grande vulnerabilidade do ambiente à degradação. Os fatores que contribuem para os extremos estão ligados às características físicas da área, geologia, relevo e solo. Essa tríade condiciona a baixa capacidade de armazenamento de água, que junto a um forte e rápido aquecimento diuturno, devido aos elevados níveis de radiação a que fica sujeita a região pela sua posição geográfica, provoca um ressecamento acelerado, aliado a um alto índice de evapotranspiração potencial. A constatação de índices hídricos com baixas médias anuais de pluviosidade, déficit hídrico, entre outros, onde se verificam as maiores médias térmicas, pode ser interpretada como sendo uma situação de dependência dos fatores físicos dos solos como textura, estrutura e profundidade dos diferentes tipos de solos que ocorrem na região. Esse aspecto deve influir na capacidade de campo, que consequentemente pode alterar o tempo de duração do período de excedentes hídricos nessas áreas. Considere-se também que as áreas baixas do Vão do Paraná são protegidas dos ventos secos e constantes do SE e NE, e que os aquíferos perenes da região têm como fonte de abastecimento o lençol freático do Planalto do Divisor São FranciscoTocantins. Esse fenômeno pode não ter importância para a identificação de variações climáticas regionais, mas sem dúvida tem importância na identificação da dinâmica ambiental, através da influência que provoca nos processos morfoclimáticos atuais e nos regimes das cheias dos rios. Um cuidadoso estudo desses fenômenos pode fornecer importantes informações aos projetos de desenvolvimento e aproveitamento agrícola da região, principalmente se este desenvolvimento contemplar a utilização do potencial hídrico para irrigação. 21) Considerações sobre a infra-estrutura da região nordeste devem ser assinaladas, uma vez que procedimentos visando ao desenvolvimento dessa área necessariamente irão exigir rodovias para o escoamento de safras e disponibilidade de energia elétrica para a implantação de agroindústrias. A região apresenta dois eixos principais de escoamento da produção, constituídos pela BR-020, na porção sudeste da área, interligando o nordeste goiano com Brasília e com o Estado da Bahia; e na parte central, a GO-118 que liga o Distrito Federal aos Municípios de São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás, Teresina de Goiás, Monte Alegre de Goiás e Campos Belos. A interligação da BR-020 com a GO-118, cortando transversalmente a área no sentido leste-oeste, é feita através de estradas sem pavimentação que na época de chuvas apresentam condições precárias, como na ligação Posse-Iaciara-Nova Roma-Aurominas-GO-118 ou São Domingos-Divinópolis de Goiás-Vazante-PrataGO-118 e Alvorada do Norte-Flores de Goiás-Alto Paraíso de Goiás. A melhoria nas condições de tráfego entre a BR-020 e a GO-118 inclui a conclusão da ponte sobre o rio Paranã entre Iaciara e Nova Roma, cujos trabalhos encontram-se paralisados, embora as fundações tenham sido concluídas, além da pavimentação dos trechos mencionados e da ligação Flores de Goiás-BR-020. A ligação rodoviária da região nordeste com a região norte do Estado de Goiás, através dos municípios de Colinas de Sul e Cavalcante, se reveste de grande Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 225 importância, uma vez que essa conexão dará acesso à futura ferrovia Norte-Sul, prevista como eixo de escoamento da produção do Brasil Central. Com a entrada em operação da usina hidrelétrica de São Domingos, a população da região nordeste viu atendida uma antiga reivindicação, que incluiu a melhoria da rede de transmissão, proporcionando energia sem as constantes oscilações e interrupções que freqüentemente ocorriam. A geração de São Domingos (12.000 KVA) não será suficiente para atender o aumento de demanda proveniente do fomento à industrialização, irrigação e empreendimentos mineiros. Entretanto, a construção das hidrelétricas de Serra da Mesa e Cana-Brava (FURNAS) poderá proporcionar à CELG energia suficiente para atender o desenvolvimento do nordeste goiano. Com o desenvolvimento da agricultura mecanizada em grande escala no Estado da Bahia, ao longo da divisa com Goiás, municípios como Alvorada do Norte, Posse e, em menor escala, São Domingos e Campos Belos, constituíram-se em fornecedores de insumos (calcário, defensivos agrícolas, autopeças, pneus, oficinas, implementos agrícolas) e de mão-de-obra a tal atividade. Cabe ressaltar que, embora a região nordeste não possua áreas aptas à mecanização de lavouras com as dimensões existentes no oeste da Bahia, possui terras mais férteis e com características físicas melhores, situadas na região do Vão do Paranã. Com a adoção de políticas voltadas ao desenvolvimento da região, grande parte do Vão do Paranã poderá suportar empreendimentos agrícolas e de reflorestamento, conforme comentário descrito anteriormente no item 9. Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 226 Bibliografia ALBINO, J. C., TOMAZELLO FILHO, M. 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