Zoneamento Geoambiental
e
Agroecológico do Estado de Goiás
Região Nordeste
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO
FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE
DIRETORIA DE GEOCIÊNCIAS
DIVISÃO DE GEOCIÊNCIAS DO CENTRO-OESTE
Série Estudos e Pesquisas em Geociências – número 3
Zoneamento Geoambiental
e
Agroecológico do Estado de Goiás
Região nordeste
Hilton Lenzi Moreira
(Coordenador)
Rio de Janeiro
1995
FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
– IBGE
Av. Franklin Roosevelt, 166 – Centro – 20021-120 – Rio de Janeiro ,RJ - Brasil
ISSN 0103-7447 (série)
ISBN 85-240-0447-9 n.3
IBGE
Impressão
EQUIPE EDITORIAL
Editoração Eletrônica:
Divisão de Editoração/Departamento
Editoração e
Gráfica – DEDIT/CDDI.
de
Estruturação Editorial
Carmen Heloisa Pessôa Costa
Ceni Maria de Paula de Souza
Divisão
de
Gráfica/Departamento
Editoração e Gráfica
DEDIT/CDDI, em janeiro de 1995,
03.01.1.0014/94.
de
OS
Capa
Reginaldo Corrêa Nascimento – Divisão de
Promoção/Departamento de Promoção e
Comercialização – DECOP/CDDI.
Elizabeth Santos da Fontoura
Iracema Moreira da Silva
Sônia Gonçalves da Rocha
Zoneamento geoambiental e agroecológico do
Estado de Goiás: região nordeste
/ Hilton Lenzi Moreira, coordenador – Rio de
Janeiro: IBGE / Divisão de Geociências do
Centro-Oeste, 1995.
178 p. (Estudos e pesquisas em geociências,
ISSN 0103-7447 ; n.3).
Copidesque
Inclui bibliografia.
Wilton de Almeida Tavares
Onaldo Pedro Merísio
ISBN 85-240-0447-9
Equipe de Publicações Tabulares Especiais
Revisão
Kátia Domingos Vieira
Umberto Patrasso Filho
Edição
Vanda Ribeiro dos Anjos
Diagramação
Paulo Roberto Fiore de Castro
1. Zoneamento econômico – Brasil – Goiás,
Nordeste. 2. Política ambiental – Brasil –
Goiás, Nordeste. 3. Meio ambiente – Brasil –
Goiás, Nordeste. 4. Goiás, Nordeste – Política
econômica. 5. Goiás, Nordeste – Geografia, I.
Moreira, Hilton Lenzi. II. IBGE. Divisão de
Geociências do Centro-Oeste. III. Série.
IBGE, CDDI. Dep.
Biblioteca
RJ-IBGE/94-16
De
Documentação
e
CDU 911.9:504(817.3)
GEO
Impresso no Brasil/Printed in Brazil
EQUIPE TÉCNICA
Divisão de Geociências do Centro-Oeste
Bernardo Cristóvão Colombo da Cunha
Geólogo
Serviço de Estudos Ambientais
Maria Luiza Osório Moreira
Geóloga
Coordenador
Hilton Lenzi Moreira
Geólogo
Autores
Benedito Alísio da S. Pereira – DIESADRG/DF
Engenheiro Florestal
Diana Melo Del’Arco
Geógrafa
Igor Tarapanoff
Geólogo
Jeferson Oliveira Del’Arco
Geólogo
João Carlos de Arruda Pinto
Geólogo
José Renato Souza Costa
Engenheiro Agrônomo
Maria Luiza Osório Moreira
Geóloga
Ademir Benedito de Oliveira
Engenheiro Agrônomo
Roberta Cunha
DRG/DF
Bióloga
de
Mendonça
–
DIESA-
Antônio José Wilman Rios
Engenheiro Agrônomo
Virlei Álvaro de Oliveira
Engenheiro Agrônomo
Edgard da Costa Freire
Engenheiro Florestal
Colaboração Externa
Francisco José de Almeida
Geólogo
Antônio Paulo Antunes – SAGRI/GO
Engenheiro Agrônomo
Hilton Lenzi Moreira
Geólogo
José Fernandes de Moraes – SAGRI/GO
Engenheiro Agrônomo
Levi Makert dos Santos
Geógrafo
Sandro Ênio Junqueira – FEMAGO
Geógrafo
Luiz Alberto Dambrós
Engenheiro Florestal
Gitair Moreira dos Santos – EMCIDEC
Geógrafo
Luiz Aurélio Torres Potiguar
Geólogo
Francisco Ganzer Neto –EMGOPA/EMBRAPA
Engenheiro Agrônomo
Péricles Prado
Geólogo
Sérgio Alberto Simões de Lima – SEPLAN/GO
Geógrafo
Participação
Roberto Malheiros – SEPLAN/GO
Geógrafo
Antônia Maria M. Ferreira – DERNA/RJ
Geógrafa
Marcelo Moisés de Paula – SDR
Geólogo
Antônio Gladstone Carvalho Fraga
Engenheiro Agrônomo
Maria de Lourdes Gonçalves Ramos – SDR
Geógrafa
José Alberto Celestino de Novais
Engenheiro Agrônomo
Luiz Guimarães Azevedo - SAE
Biólogo
Lindinalva Mamede
Geógrafa
Cartografia
Sebastião de Souza Silva
Técnico em Estudos e Pesquisas
Sílvio Rogério Potier dos Santos
Engenheiro Cartógrafo
Colaboração
Bernardete Maria Braga Lobato
Geógrafa
Bernardete Maria Braga Lobato
Geógrafa
Serviço de Documentação e Informação
Heloísa Maria Martins Meira Roessing
Bibliógrafa
Técnicos em Estudos e Pesquisa
Addemy Alves da Silva
Antônio Carlos Rodrigues da Silva
Aparecida da Cruz Ribeiro
Claudimar Ferreira Castro
Dioberto Carvalho Arantes
Edison Rodrigues Plácido
João Martins Lemes
José Maria Tobias
Neula Maria Machado
Orisvaldo Gonzaga de Rezende
Solange Versiani Novaes Magalhães
EDITORAÇÃO ( NOVEMBRO DE 2001)
AGIM – Diretoria de Mineração e Recursos Naturais
Departamento de Gestão Territorial
Divisão de Geoprocessamento
Heitor Faria da Costa
Geólogo
Javan Carlos Araujo Costa
Assistente de Administração
Jeovah Quintino da Silva
Téc. em Mineração
Levindo Cardoso Medeiros
Téc. em Mineração
Maria Luiza Osório Moreira
Geóloga
Nilauder Guimarães Alves
Téc. em Mineração
Sérgio Pereira da Silva
Téc. em Mineração
Agradecimentos
Durante a execução do trabalho muitas foram as colaborações
recebidas, seja a nível de transferência de experiência ou no apoio
logístico. Sem citar nomes para não cometer injustiças, externamos
nossos agradecimentos ao Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e
Feijão – CNPAF/EMBRAPA -, Centro de Pesquisa Agropecuária do
Cerrado – CPAC/EMBRAPA -, Delegacia do Ministério da Agricultura
em Goiás, Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica –
DNAEE -, 6º Distrito Regional do Departamento Nacional da
Produção Mineral – DNPM -, Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural de Goiás – EMATER/GO -, Empresa Estadual de
Ciências, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico Social –
EMCIDEC -, Empresa Goiana de Pesquisa Agropecuária –
EMGOPA -, Fundação Estadual do Meio Ambiente de Goiás –
FEMAGO -, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis – IBAMA/GO -, Metais de Goiás S/A –
METAGO -, Secretaria da Agricultura do Estado de Goiás –
SAGRI/GO -, Secretaria de Desenvolvimento Regional da
Presidência da República – SDR -, Universidade Federal de Goiás –
UFG -, Delegacia do IBGE de Goiás, Reserva Ecológica do IBGEDRG/DF, Agência de Coleta do IBGE em Posse e demais
Secretarias do Estado, Prefeituras Municipais, agricultores e
pecuaristas.
Apresentação
O Estado de Goiás apresenta contrastes regionais marcantes,
notadamente entre o sul e o carente nordeste. Tem por objetivo o
desenvolvimento desta última região, através de um conjunto
ordenado de ações políticas que harmonizem o ambiente natural às
ações antrópicas, foi elaborado o Zoneamento Geoambiental e
Agroecológico, por parte da Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE -, em convênio com a Secretaria de
Planejamento e Coordenação, do Governo do Estado de Goiás –
SEPLAN/GO.
Conduzido pela Divisão de Geociências em Goiás –
DIGEO/GO – da Diretoria de Geociências, no período de fevereiro a
novembro de 1990, o Zoneamento teve como finalidade principal o
levantamento integrado dos recursos naturais, sendo o
aproveitamento racional desses recursos, em um processo de
planejamento que privilegie a proteção da natureza, o indutor para
as ações governamentais diretoras do desenvolvimento regional.
Os resultados alcançados foram sumariados nos mapas do
Potencial Geoambiental, do Zoneamento Agroecológico e da
Avaliação
da
Qualidade
Ambiental,
que
representam,
respectivamente, o modo como os elementos da natureza ocorrem
na região, o aproveitamento que deveriam ter em função de suas
potencialidades e do equilíbrio ambiental e, por último, a avaliação
da qualidade ambiental em função dos elementos naturais e
antrópicos.
Trento Natali Filho
Diretor de Geociências
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
SUMÁRIO
Introdução ............................................................................................................................. 14
Localização da Área ................................................................................................................. 14
Objetivos do Trabalho ............................................................................................................... 14
Método do Trabalho ................................................................................................................... 18
Caracterização da Área ................................................................................................. 20
Clima ...........................................................................................................................................
Metodologia ......................................................................................................................
Classificação do Clima ...................................................................................................
Distribuição das Chuvas .................................................................................................
Distribuição das Temperaturas ......................................................................................
Balanço Hídrico.................................................................................................................
Evapotranspiração Potencial .........................................................................................
Excedente Hídrico ...........................................................................................................
Deficiência Hídrica ...........................................................................................................
Informação Suplementar ................................................................................................
20
20
21
21
37
38
38
38
39
40
Geologia ..................................................................................................................................... 49
Mineralizações ................................................................................................................. 51
Geomorfologia ........................................................................................................................... 56
Solos ........................................................................................................................................... 58
Critérios e Normas Adotados para a Classificação dos Solos .................................
Descrição das Classes de Solos ...................................................................................
Fertilidade Natural dos Solos .........................................................................................
Avaliação da Necessidade de Calagem dos Solos ...................................................
Terras para Irrigação .......................................................................................................
Predisposição à Erosão .................................................................................................
Terras para Mecanização ...............................................................................................
58
62
68
71
75
80
87
Vegetação .................................................................................................................................. 89
Formações Vegetais Naturais ....................................................................................... 89
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Zoneamento do Potencial Geoambiental ............................................................ 95
Região I – Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros........................................
98
Geossistema 1 – Veadeiros............................................................................................
Geossistema 2 – Araí.......................................................................................................
Geossistema 3 – Serra da Pedra Branca .....................................................................
Geossistema 4 – Serra do Tombador – Serra Branca ...............................................
Geossistema 5 – Divisor dos Rios Tocantinzinho – Preto .........................................
Geossistema 6 – Serra da Aboboreira..........................................................................
Geossistema 7 – Serra da Boa Vista ............................................................................
Geossistema 8 – Escarpas Estruturais.........................................................................
Geossistema 9 – Serra da Prata ....................................................................................
Geossistema 10 – Baixos Rios Preto-Tocantinzinho..................................................
98
99
100
102
103
104
105
107
107
108
Região II – Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba................................................................ 109
Geossistema 11 – Borda da Serra Geral do Paranã .................................................. 110
Geossistema 12 – Chapadas de São João D’Aliança-Alto Paraíso de Goiás ....... 110
Geossistema 13 – Vertentes do Rio Tocantinzinho-Ribeirão das Brancas ............ 111
Região III – Chapadas de Paracatu........................................................................................ 112
Geossistema 14 – Borda Norte das Chapadas de Paracatu..................................... 113
Região IV – Chapadão Central................................................................................................ 114
Geossistema 15 – Borda da Serra Geral de Goiás .................................................... 114
Região V – Patamares do Chapadão Central....................................................................... 115
Geossistema 16 – Cárstico-Pelítico Guarani de Goiás-Divinópolis de Goiás ........ 116
Geossistema 17 – Pelítico - Cárstico Alvorada do Norte –
Damianópolis - Guarani de Goiás................................................. 118
Geossistema 18 – Vertentes da Serra Geral de Goiás.............................................. 119
Região VI – Vão do Paranã ...................................................................................................... 120
Geossistema 19 – Vão do Paranã Norte ...................................................................... 120
Geossistema 20 – Vão do Paranã Sul.......................................................................... 122
Região VII – Pediplano do Tocantins...................................................................................... 123
Geossistema 21 – Vales de Cavalcante-Rio Paranã-Aurominas .............................
Geossistema 22 – Rio Paranã-Monte Alegre de Goíás-Campos Belos..................
Geossistema 23 – Foz do Bezerra – Rio da Prata......................................................
Geossistema 24 – Rio Traíras........................................................................................
124
125
127
127
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Região VIII – Depressões Intermontanas .............................................................................. 128
Geossistema 25 – Vão das Almas................................................................................. 128
Geossistema 26 – Depressão do Rio Claro ................................................................. 129
Região IX – Faixas Aluviais...................................................................................................... 130
Geossistema 27 – Várzeas e Terraços Aluviais.......................................................... 130
Zoneamento Agroecológico ........................................................................................ 132
Atividades Agrícolas .................................................................................................................. 133
Caracterização das Áreas para Culturas Anuais ........................................................
Indicação de Variedades das Principais Culturas Anuais .....................................
Caracterização das Áreas para Culturas Perenes......................................................
Indicação de Variedades para Culturas Perenes ...................................................
Caracterização das Áreas para Pastagem Plantada..................................................
Caracterização das Áreas para Florestamento/Reflorestamento .............................
Indicação de Manejo e Espécies ..............................................................................
133
136
138
140
141
142
142
Áreas e Atividades de Conservação....................................................................................... 149
Caracterização das Áreas para Pastagem Natural.....................................................
Caracterização das Áreas para Manejo Sustentado de Floresta .............................
Situação Atual (Exploração Madeireira)...................................................................
Caracterização das Áreas para Extrativismo Vegetal ................................................
Situação Atual...............................................................................................................
150
150
151
157
166
Preservação ................................................................................................................................ 167
Caracterização das Áreas para preservação............................................................... 167
Dados de Produção .......................................................................................................... 190
Agricultura ................................................................................................................................... 190
Pecuária (Bovinocultura)........................................................................................................... 194
Florestamento/Reflorestamento............................................................................................... 210
Qualidade Ambiental........................................................................................................ 213
Conclusões e Sugestões ............................................................................................... 214
Bibliografia ............................................................................................................................ 226
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Relação de Tabelas
1. Títulos de lavra na Região Nordeste de Goiás .............................................................
2. Alvarás de pesquisa em vigor na Região Nordeste de Goiás ....................................
3. Áreas de cobertura vegetal natural e antrópica da Região Nordeste
de Goiás – 1988 .................................................................................................................
4. Comparação entre nove gramíneas forrageiras tropicais, quanto à
tolerância a Al e exigência em P e Ca para a fase de estabelecimento....................
5. Comparação entre treze leguminosas forrageiras tropicais, quanto à
tolerância a Al e Mn e exigência em P e Ca para a fase de
estabelecimento ..................................................................................................................
6. Adaptação climática de algumas gramíneas e leguminosas tropicais.......................
7. Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras,
seguindo as
espécies existentes nas Florestas Estacional
Semidecidual e Estacional Decidual (volume com casca) – 1990.............................
8. Número de serrarias da Região com registro no IBAMA .............................................
9. Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha,
por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações de Savana
Arbórea Aberta e Savana Arbórea Densa – 1982/1990...............................................
10. Evolução da cultura temporária de algodão, em caroço,
segundo/municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989...............................
11. Evolução da cultura temporária de amendoim, em casca, segundo
municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ..............................................
12. Evolução da cultura temporária de arroz de sequeiro, em casca,
segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989...............................
13. Evolução da cultura temporária de cana-de-açúcar, segundo municípios
da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ...................................................................
14. Evolução da cultura temporária de feijão, em grão, segundo municípios
da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ...................................................................
15. Evolução da cultura temporária de mandioca, segundo municípios da
Região Nordeste de Goiás – 1970/1989.........................................................................
16. Evolução da cultura temporária de milho, em grão, segundo municípios
da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ...................................................................
17. Evolução da cultura temporária de soja, em grão, segundo municípios da
Região Nordeste de Goiás – 1970/1989.........................................................................
18. Produção das culturas temporárias de abacaxi e fumo, em folha, com
registros não contínuos, segundo municípios da Região Nordeste de
Goiás – 1970/1989..............................................................................................................
19. Evolução da cultura permanente de abacate, segundo municípios da
Região Nordeste de Goiás – 1970/1989.........................................................................
20. Evolução da cultura permanente de banana, segundo municípios da
Região Nordeste de Goiás – 1970/1989.........................................................................
21. Evolução da cultura permanente de café, em coco, segundo municípios
da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ...................................................................
22. Evolução da cultura permanente de laranja, segundo municípios da
Região Nordeste de Goiás – 1970/1989.........................................................................
23. Evolução da cultura permanente de limão, segundo municípios da
Região Nordeste de Goiás – 1970/1989.........................................................................
54
55
93
143
144
145
153
159
168
195
196
197
198
199
200
201
202
203
204
205
206
207
208
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
24. Evolução da cultura permanente de mamão, segundo municípios da
Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ........................................................................
25. Evolução da cultura permanente de manga, segundo municípios da
Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ........................................................................
26. Produção das culturas permanentes de goiaba e tangerina, com
registros não contínuos, segundo municípios da Região Nordeste de
Goiás – 1970/1989..............................................................................................................
27. Produção das culturas permanentes de marmelo e coco-da-baía, com
registros não contínuos, segundo municípios da Região Nordeste de
Goiás – 1970/1989..............................................................................................................
28. Projetos florestamento/reflorestamento incentivados na Região Nordeste
de Goiás ...............................................................................................................................
29. Evolução dos antropismos na Região Nordeste de Goiás – 1981/1988 ...................
208
209
209
210
211
218
Relação de Quadros
1. Distribuição dos Solos quanto à Fertilidade Natural......................................................
2. Algumas Culturas e suas Variedades Atualmente Consideradas
Importantes para os Solos Ácidos dos Cerrados...........................................................
3. Guia de Avaliação da Necessidade de Calagem dos Solos........................................
4. Guia de Avaliação das Classes de Solos para Irrigação..............................................
5. Principais Características dos Solos Utilizados para a Definição das
Classes de Erodibilidade ...................................................................................................
6. Avaliação das Classes de Relevo ....................................................................................
7. Combinação dos Fatores Relevo-Solo ............................................................................
8. Variedades de Soja Indicadas para a Chapada dos Veadeiros..................................
9. Variedades de Soja Indicadas para o Vão do Paranã ..................................................
10. Variedades de Milho Indicadas.........................................................................................
11. Variedades de Arroz Indicadas.........................................................................................
12. Variedades de Feijão Indicadas .......................................................................................
13. Lista Preliminar de Espécies Nativas em Uso na Região Geoeconômica
de Brasília.............................................................................................................................
69
73
74
76
82
83
83
137
137
137
138
138
160
Lista de Figuras
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
Localização da Área ...........................................................................................................
Rodovias e Drenagem........................................................................................................
Divisão Municipal ................................................................................................................
Pluviometria Média Anual..................................................................................................
Pluviometria Média em Janeiro.........................................................................................
Pluviometria Média em Abril..............................................................................................
Pluviometria Média em Julho ............................................................................................
Pluviometria Média em Outubro .......................................................................................
Temperatura Média Anual .................................................................................................
Temperatura Média em Janeiro........................................................................................
Temperatura Média em Abril.............................................................................................
Temperatura Média em Julho ...........................................................................................
Temperatura Média em Outubro ......................................................................................
Evapotranspiração Potencial Anual .................................................................................
15
16
17
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
Excedente Hídrico Anual....................................................................................................
Número de Meses com Excedente Hídrico ....................................................................
Deficiência Hídrica Anual...................................................................................................
Número de Meses com Deficiência Hídrica....................................................................
Comportamento Mensal e Anual da Precipitação – Flores de Goiás-São
João D’Aliança.....................................................................................................................
Balanço Hídrico – Flores de Goiás-São João D’Aliança ..............................................
Comportamento Mensal e Anual da Precipitação-Alvorada do Norte-Alto
Paraíso de Goiás.................................................................................................................
Balanço Hídrico – Alvorada do Norte-Alto Paraíso de Goiás ......................................
Comportamento Mensal e Anual da Precipitação – Colinas do Sul-Monte
Alegre de Goiás...................................................................................................................
Balanço Hídrico – Colinas do Sul-Monte Alegre de Goiás...........................................
Comportamento Mensal e Anual da Precipitação – São Domingos..........................
Balanço Hídrico – São Domingos.....................................................................................
Ocorrências Minerais – Minas e Garimpos.....................................................................
Possibilidades Metalogenéticas........................................................................................
Domínios Geomorfológicos ...............................................................................................
Fertilidade Natural dos Solos ............................................................................................
Avaliação da Necessidade de Calagem dos Solos .......................................................
Terras para Irrigação ..........................................................................................................
Predisposição à Erosão.....................................................................................................
Terras para Mecanização ..................................................................................................
Vegetação – Regiões Fitoecológicas ..............................................................................
Regiões Geoambientais.....................................................................................................
Áreas Recomendadas para Lavouras .............................................................................
Manejo Sustentado de Floresta/Exploração Madeireira...............................................
Pontos de Inventário Florestal – Florístico......................................................................
Principais Culturas em Área Plantada (ha) – Região Nordeste do Estado
de Goiás – 1970 ..................................................................................................................
Principais Culturas em Área Plantada (ha) – Região Nordeste do Estado
de Goiás – 1980 ..................................................................................................................
Principais Culturas em Área Plantada (ha) – Região Nordeste do Estado
de Goiás – 1989 ..................................................................................................................
Teores de Mercúrio em Sedimento de Corrente (ppb) .................................................
33
34
35
36
41
42
43
44
45
46
47
48
52
53
57
70
72
79
84
88
91
96
134
152
159
191
192
193
221
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Introdução
Localização da Área
A área compreendida pelo presente trabalho situa-se na parte nordeste do
Estado de Goiás, abrangendo uma superfície de 38.798,7 km2 , limitada pelos
Estados do Tocantins e Bahia, a norte e a leste, respectivamente. A sudeste limitase com o Estado de Minas Gerais, enquanto a oeste e a sul-sudoeste apresenta
limites com áreas do próprio Estado de Goiás, constituindo, respectivamente, a
região norte e a área do entorno do Distrito Federal (Figura 1).
A rede de drenagem está representada pelos rios Paranã, Tocantinzinho,
Maranhão e afluentes, que fazem parte da bacia hidrográfica do Tocantins.
As principais rodovias que cortam a área são a BR-020, GO-118, GO-112, GO110 e GO-237, havendo também inúmeras estradas vicinais interligando cidades,
lugarejos e fazendas (Figura 2).
A região nordeste do Estado de Goiás abrange os seguintes Municípios: Alto
Paraíso de Goiás, Alvorada do Norte, Campos Belos, Colinas do Sul, Cavalcante,
Damianópolis, Divinópolis de Goiás, Flores de Goiás, Guarani de Goiás, Iaciara,
Monte Alegre de Goiás, Mambaí, Nova Roma, Posse, Sítio d’Abadia, São João
d’Aliança, São Domingos, Simolândia e Teresina de Goiás (Figura 3).
Pela proximidade com o Distrito Federal exibe influências recíprocas,
notadamente as de ordem socioeconômicas. A região tem na agropecuária o seu
embasamento econômico, muito embora apresente-se também como razoável pólo
madeireiro e mais recentemente como pólo minerador que atualmente atravessa
período de dificuldades, devido à queda do preço do estanho no mercado
internacional.
Objetivos do Trabalho
O Projeto Zoneamento Geoambiental e Agroecológico do Estado de Goiás –
Região Nordeste tem como meta o levantamento integrado e regional dos recursos
naturais dessa porção do Estado de Goiás, objetivando fornecer subsídios ao
governo estadual para a elaboração de uma política de ocupação territorial que
aproveite de modo racional seus recursos, dentro dos limites impostos por suas
potencialidades e pelo equilíbrio ambiental.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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Com este enfoque, procedeu-se a integração e reavaliação dos dados
temáticos, tendo em vista a elaboração dos Mapas do Potencial Geoambiental,
Zoneamento Agroecológico e da Avaliação da Qualidade Ambiental, na escala
1:500.000, assim como o texto que acompanha esses mapas. Esses documentos
representam, respectivamente, a maneira como os elementos da natureza ocorrem
na região, a forma como deveriam ser utilizados em função de suas potencialidades
e do equilíbrio ambiental e por último uma avaliação da qualidade ambiental em
função dos elementos naturais e antrópicos.
Método do Trabalho
Os procedimentos adotados para a elaboração do presente trabalho incluem
uma série de estágios, iniciando-se pela compilação de dados apoiada em pesquisa
bibliográfica, complementada por interpretações de imagens de radar e satélite
(Landsat 5 TM, 1988) na escala 1:250.000, com a finalidade de atualizar as
informações temáticas oriundas do trabalho desenvolvido pelo Projeto
RADAMBRASIL.
Os mapas temáticos de Geologia, Geomorfologia, Solos e Vegetação que
abrangem a área nordeste do Estado de Goiás, inseridos nas Folhas SD.22 Goiás e
SD.23 Brasília, recobrem parte das seguintes Folhas do corte cartográfico 1:250.000
: SD.22-X-D Porangatu, SD.22.Z-B Uruaçu, SD.23-V-A Arraias, SD.23-V-B
Taguatinga, SD.23-V-C Posse e SD.23-Y-C Brasília. Após a etapa inicial, esses
documentos foram atualizados com informações provenientes de trabalhos de
campo realizados no período de março a julho de 1990, análises de laboratório e da
reinterpretação das imagens; paralelamente foram elaboradas as bases
planimétricas para a produção dos mapas de serviço (1:250.000) e mapas finais
(1:500.000). Ao final desse estágio, têm-se portanto os mapas de serviço
atualizados, que incluem além dos temas mencionados o Mapa de Aptidão Agrícola,
elaborado a partir do Mapa de Solos, adotando critérios e normas preconizadas pelo
SNLCS/EMBRAPA (1983).
A etapa seguinte é caracterizada pela integração dos mapas de serviço, tendo
em vista a elaboração do Mapa do Potencial Geoambiental.
A metodologia adotada baseia-se nos trabalhos desenvolvidos por Silva (1987),
SEPLAN-MS e IBGE (1989b) e IPEA-SC e IBGE (1990), cujos princípios
fundamentam-se na Teoria dos Sistemas, conduzindo ao estudo das relações de
interdependência existentes entre os componentes do meio natural, para atingir o
conhecimento do seu funcionamento.
Através desse enfoque a área em estudo foi dividida em arranjos espaciais,
caracterizados pela convergência de semelhança dos seus componentes físicos e
bióticos, considerados como geossistemas ou sistemas ambientais, conforme Silva
(1987).
A elaboração do Mapa do Potencial Geoambiental iniciou-se com a análise da
geologia e do padrão estrutural, relacionando-os à morfologia e à rede de drenagem,
proporcionando a identificação das unidades de maior abrangência espacial que
constituem as regiões geoambientais. Essas regiões foram subdivididas em função
das combinações dos tipos genéticos de modelados de relevo e solos, originando
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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associações morfopedológicas as quais se correlacionam às comunidades vegetais;
tal procedimento conduz à identificação dos geossistemas, nos quais se identificam
posteriormente as menores unidades de mapeamento que constituem as geofácies.
Através do estudo das potencialidades e limitações inerentes aos diversos
geossistemas, bem como considerando a qualidade ambiental, em função de
elementos naturais (predisposição à erosão) e antrópicos, obtiveram-se dados
necessários à elaboração do Zoneamento Agroecológico e Avaliação da Qualidade
Ambiental, constituindo, portanto, o Mapa do Potencial Geoambiental referencial
para a produção desses documentos.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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Caracterização da Área
As informações contidas neste capítulo têm por objetivo proporcionar ao leitor
uma visão global da área, sobre os diversos temas utilizados para a elaboração do
Zoneamento do Potencial Geoambiental e Agroecológico.
Inicialmente, apresenta-se o estudo climático da região, seguindo-se a
abordagem temática, com a qual se pretende esclarecer o significado e conteúdo
das distintas unidades, além de indicar os critérios e normas adotados para a
classificação dos solos.
Apresenta-se também estudos sobre a fertilidade natural dos solos,
necessidade de calagem, terras aptas para irrigação, predisposição à erosão e
terras aptas para mecanização.
Dessa forma, o leitor estará familiarizado com o significado das unidades
temáticas, seguidamente referidas na abordagem das unidades geoambientais e no
Zoneamento Agroecológico, escopo principal do trabalho.
Clima
Metodologia
A classificação climática adotada foi a de Köppen, por ser a mais conhecida e
usada, além de permitir correlações com a maioria dos trabalhos realizados para a
região.
O método de trabalho consistiu no exame de cartogramas, curvas
ombrotérmicas e pluviométricas, publicadas pelo Projeto RADAMBRASIL, volume 29
(Folha SD.23 Brasília) e Edmon Nimer (1989), comparados com dados normais de
áreas vizinhas e dados isolados coletados na área, que forneceram as condições
médias de confiabilidade, para a utilização como referencial dos traçados.
Os dados de precipitação referentes as 16 localidades foram obtidos através da
rede de observação do Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica –
DNAEE.
As cotas altimétricas das mesmas localidades foram extraídas das cartas
topográficas do IBGE-1983.
Os cartogramas apresentados em escala aproximada 1:2.000.000, foram
ampliados do original publicado na escala 1:4.000.000 e ajustados posteriormente
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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de acordo com observações de campo, análise de dados mais recentes e a
compartimentação do relevo (Figuras 4 a 18).
Classificação do clima
A área compreendida pela região nordeste do Estado de Goiás encontra-se no
contexto da regionalização do espaço geográfico brasileiro, inserida em uma zona
de transição entre os domínios dos climas úmidos da região amazônica (IT) e os
domínios dos climas semi-áridos da região da caatinga do Nordeste brasileiro. É
uma área atingida também pelo sistema de correntes perturbadas do Anticiclone
Polar ou da Frente Polar (Fp).
A região está sob o domínio do Clima Tropical com duas estações bem
marcadas (AW), com variações para Clima Tropical de altitude (CWa).
Encontra-se sujeita ao veranico, fenômeno climatológico que ocorre na região
do Brasil Central. Na região nordeste de Goiás, esse fenômeno tem registrado
grande irregularidade temporal e de freqüência. Resume-se a um período seco
embutido dentro da estação chuvosa, podendo perdurar de uma a quatro semanas
sem chuvas, com dias ensolarados. Costuma ocorrer o veranico no mês de janeiro.
Segundo vários pesquisadores, tal fenômeno tem suas origens ligadas às variações
e expansões da área de Baixa Pressão do Chaco.
Distribuição das chuvas
O nordeste goiano com seu clima tropical encontra-se sob o domínio das
massas de ar Equatorial Continental (Ec) de novembro a março. Esta época
caracteriza o verão por ser o período de maior radiação e insolação, provocando o
calor, amenizado pela concentração das chuvas. Nesta época, a área é invadida por
linhas de Instabilidade Tropical (IT), provocadas pela expansão da massa de ar
quente e úmida, da Equatorial Continental (Ec), proveniente da Região Amazônica.
Neste período registram-se na região os maiores índices pluviométricos do ano.
O cartograma da precipitação média anual (Figura 4) mostra que as isoietas
isolam dois sistemas de intensidades de precipitações superiores a 1.500 mm. Um
posicionado sobre os relevos altos dos planaltos e outro mais a norte sobre os
Municípios de Campos Belos e Monte Alegre de Goiás, também influenciados por
relevos residuais altos.
As áreas baixas, concentradas principalmente na parte leste, no Vão do Paranã
e Patamares do Chapadão Central, recebem totais pluviométricos anuais inferiores a
1.300 mm.
O inverno seco é resultante da entrada na região dos ventos secos e quentes
de nordeste, originários do anticiclone subtropical semifixo do Atlântico Sul,
responsável por tempo estável. Durante essa estação a área fica sujeita às
alternâncias dos ventos da Tropical Atlântica (Ta) e às penetrações das Massas
Polares (Pa), mais vigorosas nesse período, sujeitando a região a bruscas
mudanças que provocam baixas temperaturas e chuvas frontais, insuficientes para
amenizar o período seco.
O outono reflete uma situação de transição entre o verão úmido e o inverno
seco.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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A região fica mais exposta aos ventos secos e quentes do Nordeste,
provenientes da Alta Tropical (Ta), e passa a ocupar os espaços deixados pelo
recuo do fluxo úmido do oeste.
A primavera caracteriza-se na região por marcar o início do período das
chuvas, ocasião em que os valores das isoietas ultrapassam a 100 mm, período
esse em que também se registram os mais altos valores térmicos do ano.
A distribuição das chuvas ao longo do ano caracteriza-se por apresentar
concentração num período de 5 meses, nas estações de primavera e verão (Figuras
5 e 8), ficando o restante do ano sob regime de estiagem e na dependência das
oscilações temporais da circulação atmosférica, no outono e inverno (Figuras 6 e 7).
Enquanto a circulação atmosférica assegura uma certa homogeneidade
climática, o relevo com suas variações de altitudes, entre os planaltos acima de
1.200 m e as depressões abaixo de 500 m, levam a uma diversificação térmica da
qual resulta uma heterogeneidade climática (microclima). Caracterizada pelo Clima
Tropical (AW), com temperatura do mês mais frio superior a 18ºC, nas regiões
baixas do Vão do Paranã e Clima Tropical de altitude (CWa), com temperatura do
mês mais frio inferior a 18ºC, nas regiões mais elevadas dos planaltos (Figura 12).
A disparidade térmica está relacionada diretamente aos diferentes níveis
altimétricos, conjugados com as ações dos ventos frios provenientes das Massas
Polares, mais atuantes nas áreas posicionadas em maiores altitudes.
Distribuição das temperaturas
Não existindo estações meteorológicas em número suficiente para se obterem
dados de temperaturas representativos da região, adotou-se a técnica de estimativas
dos valores médios mensais e anuais, através da equação de regressão múltipla
entre os fatores estáticos que exercem influência no comportamento térmico da
região nordeste do Estado de Goiás. assim, utilizou-se a mesma equação usada por
Alfonsi, Pinto e Pedro Júnior (1974), que toma por base os fatores estáticos altitude
e latitude.
A influência dos sistemas atmosféricos e a posição geográfica da área são
refletidas nas temperaturas médias mensais e anuais, que produzem valores altos o
ano todo. A condição do relevo, por sua vez, influi na região, promovendo variações
térmicas e de pluviosidade (Figuras 9 e 4). Nos relevos altos do Planalto do Alto
Tocantins-Paranaíba, e no Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros, as
temperaturas chegam a ser em média até 5ºC inferiores às médias, registradas nas
regiões deprimidas do Vão do Paranã, Patamares do Chapadão Central e demais
depressões.
Nos meses de setembro a outubro, época da primavera, registram-se as
máximas térmicas e as temperaturas mantêm-se elevadas. Essas alterações são
provocadas pela maior incidência dos raios solares que nessa época do ano passam
perpendiculares aos paralelos, pela baixa nebulosidade e pela pequena freqüência
das chuvas, que resulta um maior aquecimento (Figura 13).
Durante o verão e outono, as continuadas precipitações pluviométricas alteram
a temperatura regional, provocando uma queda que pode ser verificada nas médias
mensais (Figuras 10 e 11).
No inverno, período no qual ocorrem os menores índices de radiação solar,
verifica-se uma sensível redução nas temperaturas médias mensais, sem contudo
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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alterar as condições nas áreas baixas como o Vão do Paranã, envoltas por relevos
elevados dos planaltos, onde são registradas temperaturas médias superiores a
21ºC.
As variações de temperaturas que ocorrem na região estão diretamente
relacionadas aos diferentes níveis altimétricos e a sua maior exposição à ação dos
ventos frios originários das frentes frias, que no inverno atingem as áreas de planalto
com maior intensidade (Figura 12).
Balanço hídrico
O conhecimento dos totais pluviométricos médios anuais é muito importante
para qualquer política de planejamento regional, por fornecer parâmetros
indispensáveis para a avaliação do potencial hídrico, que é denominado Balanço
Hídrico. Consiste em uma técnica de contabilização de água no solo, visando a obter
conhecimentos sobre a disponibilidade de água para as comunidades vegetais,
assim como para programar convenientemente projetos de irrigação dos solos e
dimensionamento de reservatórios para irrigação. Essa técnica de contabilização
leva em consideração a resultante do confronto entre a precipitação, que é o
elemento fornecedor de água, e a evapotranspiração potencial que é o elemento
quantificador teórico de água, que é retirada do solo.
Evapotranspiração potencial
Estando a Evapotranspiração Potencial, diretamente relacionada ao balanço de
radiação solar, a mesma indica o volume de água que em teoria é necessária para
que a vegetação possa manter a sua força e o verdor durante o ano todo.
O cartograma da distribuição espacial de Evapotranspiração Potencial (Figura
14) mostra que a mesma oscila entre 1.200 e 1.500 mm. Observa-se que os valores
menores formam uma faixa que ocupa a parte leste da região e se estende de norte
para sul, onde é mais larga. Inserem-se, nessa faixa, as regiões do Vão do Paranã e
dos Patamares do Chapadão Central.
Os altos índices de Evapotranspiração Potencial registrados na Região
Nordeste, de 1.300 a 1.500 mm (Figura 14), concentram-se de novembro a março.
Neste período o maior volume de água disponível favorece a maior intensidade da
evapotranspiração, apesar do maior potencial de radiação solar concentrar-se entre
setembro e fevereiro.
Os valores crescem à medida que se avança para oeste onde se encontram os
relevos altos do Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba e do Complexo Montanhoso
Araí-Nova Roma-Veadeiros.
A concentração dos maiores índices de Evapotranspiração Potencial na
extremidade oeste da área, assim como o maior número de meses de deficiência
hídrica (Figura 18), devem estar aliados à grande disponibilidade de energia e às
características físicas do relevo, dos solos, em face da sua baixa capacidade de
armazenamento de água.
Excedente hídrico
O excedente hídrico representa a quantidade de água precipitada que, por não
ser absorvida pelo solo, não utilizada pelas plantas e nem evapotranspirada, escoa
em superfície e é incorporada à rede de drenagem.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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Todo solo possui um limite específico de estocagem de água, além do qual fica
saturado. Sempre que é atingido esse limite, a quantidade de água fornecida pelas
chuvas é superior às necessidades de evapotranspiração. Tem-se nesse momento o
excedente hídrico.
As Figuras 14 e 15 indicam que os menores valores (400 mm) ocorrem nas
regiões do vão do Paranã e Patamares do Chapadão Central, a leste, e na
extremidade a oeste das regiões dos planaltos; o período de ocorrência dos
excedentes varia entre 4 e 5 meses.
Nas áreas dos Planaltos do Alto Tocantins-Paranaíba, Complexo Montanhoso
Araí-Nova Roma-Veadeiros, nas regiões de Monte Alegre de Goiás e Campos Belos,
os excedentes hídricos são superiores a 500 mm, com duração de 5 meses.
Exceção se verifica na extremidade sul do Vão do Paranã, onde o excedente
hídrico mensal é inferior a 400 mm, porém com duração em torno de 5 meses
(Figura 16).
Deficiência hídrica
Deficiência hídrica é a diferença entre a evapotranspiração potencial e a real e
reflete a falta de água no solo durante o período seco que interfere no pleno
desenvolvimento dos vegetais.
Observando e correlacionando o cartograma (Figura 17) de déficit hídrico anual
e o cartograma (Figura 4) da pluviometria média anual, nota-se que, nas áreas do
Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros, destaca-se área que concentra
índices pluvométricos variáveis entre 1.400 e 1.600 mm anuais. Nas regiões
deprimidas do Vão do Paranã, os índices pluviométricos são inferiores a 1.300 mm
anuais. O cartograma (Figura 17) de deficiência hídrica anual, por sua vez, mostra
índices superiores a 400 mm no Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros
e índices inferiores a 300 mm nas áreas baixas do Vão do Paranã.
O cartograma (Figura 18), que indica o número de meses com deficiência
hídrica, mostra que a região serrana tem de 4 a 5 meses de déficit hídrico, ao passo
que as áreas deprimidas têm seu período oscilando entre 4 e 2 meses.
Uma correlação pode ser feita para explicar essa anomalia.
Considerando-se o déficit ou excedente hídrico como um índice exclusivamente
hídrico climatológico, esses índices representam apenas a relação entre precipitação
e evapotranspiração potencial. O déficit hídrico é apenas um resultado negativo
nessa relação.
Considerando, porém, uma certa quantidade de água utilizada pelas plantas,
depois de armazenada no solo, passamos a ter um índice hidropedológico.
No primeiro caso temos um índice que nos fornece estações climáticas secas
ou úmidas. No segundo caso temos um índice que caracteriza de forma mais
adequada estações ecologicamente secas ou úmidas.
Fazendo uma análise comparativa dos citados cartogramas, pode-se deduzir
que, mesmo tendo índices pluviométricos inferiores a 1.300 mm, a deficiência hídrica
anual é inferior a 300 mm nas áreas baixas, ocorrendo o inverso nas áreas altas.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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Nestas condições conclui-se que o número de meses com deficiência hídrica
anual, indica que as estações ecologicamente secas são um mês mais curtas que as
estações climatologicamente secas.
Informação suplementar
Com o objetivo de melhor informar os usuários sobre o regime pluviométrico da
região nordeste de Goiás, são apresentados sete diagramas representativos do
comportamento mensal e anual da precipitação e sete gráficos do Balanço Hídrico,
relativos aos anos de 1985/86, seguindo o modelo matemático de Thornthwaite, em
diferentes localidades (Figuras 19 a 26).
Optamos por levantar gráficos do Balanço Hídrico de apenas dois anos, por
não dispormos de dados suficientes para realizar a evolução no período de 16 anos.
Selecionamos 1985/86 por estarem dentro da variação média e serem considerados,
por nós, representativos da dinâmica hídrica. Não utilizamos a média do período,
porque a análise climatológica a nosso ver deve optar pela climatologia dinâmica e
não pela climatologia tradicional, que repousa suas análises em normais ou valores
médios de um longo período de observação. O clima é um fenômeno dinâmico e o
balanço hídrico, por conseqüência, obedece e fundamenta sua variabilidade em
médias pluvométricas e térmicas, com índices e probabilidade de variações, casadas
com a dinâmica do clima.
A região possui regime pluviométrico com características tropicais, com
máxima no verão e mínima no inverno. Em quase toda a região, mais de 70% do
total das precipitações ocorrem entre outubro e abril. Verifica-se a maior
concentração no quadrimestre novembro/fevereiro. Nesse quadrimestre chove em
média entre 45 e 60% do total anual.
Somente na área central do Vão do Paranã, representada pela localidade de
Flores de Goiás, não se constatou essa freqüência e concentração. Trata-se de área
localizada a leste dos relevos altos do Complexo Montanhoso Araí-Nova RomaVeadeiros e Serra Geral do Paranã, que se interpõe às correntes provenientes de O,
representadas pelo deslocamento das linhas de Instabilidade Tropical (IT).
Estes relevos provocam a elevação da inversão térmica, e consequentemente
a umidade contida em seu núcleo desprende-se sob a forma de chuvas que caem
sobre o planalto. O restante é levado para grandes alturas, onde em contato com os
sistemas perturbados de sul (Fp) e de leste (WE) dissipa-se e tem seus índices
pluviométricos reduzidos, com maiores períodos de estabilidade de tempo.
Pode ser detectado ainda através das figuras que o período seco está bem
caracterizado nos meses de junho, julho e agosto. Porém, observa-se a ocorrência
de anos em que esse período é um pouco maior. Por exemplo, na Figura 19, são
João d’Aliança, nos anos de 1979 e 1982 o período seco iniciou em abril e se
estendeu até outubro, com índices pluviométricos inferiores a 60 mm.
Essas considerações reforçam a necessidade de essa região dispor de um
maior adensamento de estações para obtenção de dados climáticos.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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Geologia
A geologia da região nordeste do Estado de Goiás, apresenta terrenos com
registros estratigráficos do Arqueano, Proterozóico, Mesozóico e Cenozóico. O
Arqueano está representado por rochas de composição granítica a tonalítica do
Complexo Goiano.
A maior parte da região é constituída por terrenos do Proterozóico, que inclui
as seguintes unidades: Formação Ticunzal, Seqüência Vulcanossedimentar de
Palmeirópolis e São Domingos, Grupo Araí, Granitos Tipo Serra Branca, Tonalito
São Domingos, Grupo Paranoá e Grupo Bambuí.
A Formação Urucuia representando deposição continental fluvioeólica, restrita
à porção oriental da área (Serra Geral de Goiás), atribuída ao Cretáceo, configura
terreno de idade mesozóica.
O Cenozóico está representado pelos depósitos fluviais atuais, depósitos
eluvionares e coluvionares arenosos e por coberturas detrítico-lateríticas.
Apresenta-se a seguir uma síntese da estratigrafia da região nordeste do
Estado de Goiás:
Cenozóico
- depósitos fluviais atuais – sedimentos arenosos com lente de silte, argila e
cascalhos na base; ocorrem nos vales e planícies de inundação dos rios que
drenam a área;
- depósitos eluvionares e secundariamente coluvionares predominantemente
arenosos; e
- depósitos detrítico-lateríticos.
Mesozóico
- sedimentos continentais fluvioeólicos, compostos por arenitos impuros finos a
médios, róseos a brancos, contendo níveis conglomeráticos (Formação Urucuia).
Proterozóico Superior
- seqüência sedimentar de rochas pelítico-areno-carbonáticas, resultantes de
deposição marinha com características epicontinentais, depositada sobre uma
plataforma relativamente estável (Grupo Bambuí); sedimentos pelíticocarbonáticos, siltitos arcoseanos e arcóseos de cor cinza-esverdeado,
intercalados com lentes de marga e calcário, são típicos de ambientes deltaico
(Formação Três Marias); no Subgrupo Paraopebas são mais freqüentes calcários
pretos a cinza, dolomitos e margas com intercalações subordinadas de folhelhos
e ardóseas; e
- metassedimentos de provável origem deltaica, pertencentes à Faixa de
Dobramentos Brasília, constituídos por metarenitos, metassiltitos, filitos e ardósias
com lentes de calcários, dolomitos e silexitos (Grupo Paranoá).
Proterozóico Médio
- rochas magmáticas: tonalito hipidiomórfico de granulação média a grossa
(Tonalito São Domingos); granitos e álcali-feldspato granitos freqüentemente
greisenizados e mineralizados a cassiterita (Granitos Tipo Serra Branca); e
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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- rochas sedimentares e metamórficas da Faixa de Dobramentos Uruaçu; xistos e
filitos grafitosos (Grupo Araxá); metassiltitos, filitos e quartzitos (Grupo Araí,
Formação Traíras); arenitos finos caulínicos, siltitos, argilitos, quartzitos,
metarcóseos e conglomerados com metavulcânicas básicas a ácidas associadas
(Grupo Araí, Formação Arraias).
Proterozóico Inferior
- seqüências vulcanossedimentares metamorfizadas compostas por micaxistos,
anfibólio gnaisses, sericita xistos, anfibolitos, calcossilicatadas, rochas
cataclásticas, quartzitos, metacherts, metavulcânicas ácidas e básicas,
metaultrabásicas (Seqüência Vulcanossedimentar de Palmeirópolis e São
Domingos); e
- metassedimentos com associações mineralógicas indicativas de metamorfismo
fácies xisto verde e localmente anfibolito; micaxistos grafitosos, muscovita xistos
entre outras (Formação Ticunzal).
Arqueano
- Complexo Cristalino – Maciço Central Goiano; rochas de composição granítica a
tonalítica, gnaisses (Complexo Goiano);
- rochas de posicionamento duvidoso; e
- rochas ígneas de composição granítica e granodiorítica. (Granodiorito São José e
granitos).
A evolução geológica da área, sinteticamente abordada, indica que a região foi
alvo de processos metamórficos, deformacionáveis e de magmatismo, sendo
recoberta por coberturas de plataformas, já em fase estabilizada, e, posteriormente,
após longo hiato sem registro (Paleozóico), depositaram-se sedimentos continentais
no final do Mesozóico, aos quais se superpõem depósitos detrítico-lateríticos,
colúvios e elúvios predominantemente arenosos e sedimentos aluviais.
De acordo com Fernandes (1982), nas áreas de ocorrência do Complexo
Goiano, no nordeste de Goiás, o desenvolvimento de expressivo processo
cataclástico teria obliterado os caracteres litoestruturais dessas rochas, não
permitindo o estabelecimento de um modelo evolutivo para o arqueano dessa área,
ou mesmo comparações com modelos estabelecidos nos Continentes Africano e
Australiano.
Segundo o autor, acima referido, durante o Proterozóico Médio a região
nordeste do Estado de Goiás ainda constituía uma faixa cratônica depressiva,
evoluindo para marginal em direção oeste, com deposição dos Grupos Araí e Araxá,
considerados como prováveis crono-correlatos. O Grupo Araxá corresponderia à
fácies distal da bacia proterozóica.
Ainda no Proterozóico Médio, a ocorrência de magmatismo originou os
Granitos Tipo Serra Branca, que na região em estudo abrange os seguintes
maciços: Serra da Pedra Branca, Mocambo, Sucuri, Serra do Mendes, Serra Branca
e Soledade; este último, estudos mais recentes indicam pertencer a uma geração
distinta de granitos.
Segue-se, no Proterozóico Superior, a deposição dos litótipos do Grupo
Paranoá e do Grupo Bambuí, constituindo coberturas de plataforma.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
51
Após a deposição do Proterozóico Superior, segue-se um hiato no Registro
geológico, culminando com depósitos continentais fluvioeólicos da Formação
Urucuia já no final do Mesozóico. Posteriormente, ocorreram a deposição de
coberturas detrítico-lateríticas e a instalação de um sistema de drenagem com
depósitos aluviais, eluviais e coluviais. A interação de condicionantes tectônicas,
fluviais, erosionais e climáticas produz o modelamento atual, esculpido nos diversos
tipos litológicos que ocorrem na área.
Mineralizações
O potencial mineral da região nordeste do Estado de Goiás está representado
por inúmeras ocorrências minerais, minas e garimpos que podem ser visualizados
na Figura 27.
Nessa região, registra-se expressivo número de ocorrências minerais
principalmente nos Municípios de Cavalcante, Monte Alegre de Goiás, Nova Roma,
São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás, São Domingos, Campos Belos e Iaciara.
Destacam-se nessa área as reservas de calcário do Grupo Bambuí,
notadamente nos Municípios de São Domingos, Divinópolis de Goiás, Iaciara,
Mambaí e Campos Belos.
No Município de São João d’Aliança há extração de manganês. Minas de ouro
em operação situam-se em Nova Roma (Aurominas) e Cavalcante, havendo
garimpos desse elemento em Monte Alegre de Goiás, São Domingos e Cavalcante.
A extração de estanho que já foi intensa na região, devido ao preço no
mercado internacional e ao esgotamento de reservas alúvio-eluvionares, atualmente
encontra-se paralisada; entretanto, continuam os trabalhos de pesquisas para
reavaliação das jazidas.
As principais possibilidades metalogenéticas da área estão relacionadas na
Figura 28, enquanto os títulos de lavra e alvará de pesquisa na região nordeste do
Estado de Goiás estão listados nas Tabelas 1 e 2, respectivamente.
A definição da real potencialidade mineral da região somente será possível
com o desenvolvimento de trabalhos mais detalhados de levantamento geológico, de
forma a permitir que grandes unidades como os Grupos Araí e Paranoá sejam
melhor conhecidos. O nível de informação geológica da região nordeste é
incompatível com o fomento da atividade mineral, uma vez que não se dispõe de
mapas geológicos em escala adequada para prospecção mineral.
Atualmente a produção mineral está restrita à lavra de calcário para corretivo
de solos, extração de manganês e ouro e possibilidades da retomada da lavra de
cassiterita. Com grande potencialidade registra-se mineralizações de fluorita,
notadamente no Maciço de Serra da Pedra Branca. Além dos empreendimentos
mencionados, ocorrem inúmeros garimpos de ouro no curso dos rios Traíras, São
Félix e do Carmo nos Municípios de Cavalcante, São Domingos, Monte Alegre de
Goiás, nas proximidades da cidade, e na localidade de Riacho dos Cavalos. Deve-se
citar, ainda, exploração esporádica de cristal de rocha e ocorrência de diamante nos
Municípios de Colinas do Sul e Posse.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
54
Tabela 1
Títulos de Lavra na Região Nordeste de Goiás
TITULAR
MUNICÍPIO
SUBSTÂNCIA
RESERVA
TEOR
PANABRA – Mineração Agropastoril Ltda
Alto Paraíso de Goiás
Manganês
Medida: 7.208 t
43% Mn
PANABRA – Mineração Agropastoril Ltda
Alto Paraíso de Goiás
Manganês
Medida: 24.518 t
46% Mn
Indicada: 4.136 t
Empresa de Mineração São Lourenço Ltda
Alto Paraíso de Goiás
Manganês
Medida: 104.622 t
42,5%
Alto Paraíso de Goiás
Manganês
Indicada: 27.164 t
...
Medida: 41.913 t
...
DOLOCAL – Dolomítico Calcário Ltda
Campos Belos
Calcário dolomítico
Registro de Licenciamento
Sabará Calcário Agrícola Ltda
Campos Belos
Calcário
Registro de Licenciamento
Sabará Calcário Agrícola Ltda
Campos Belos
Calcário
Registro de Licenciamento
Sabará Calcário Agrícola Ltda
Campos Belos
Calcário
Registro de Licenciamento
Cancelado
Sabará Calcário Agrícola Ltda
Campos Belos
Calcário
Registro de Licenciamento
Cancelado
Sabará Calcário Agrícola Ltda
Campos Belos
Calcário
Registro de Licenciamento
Cancelado
Leão Dourado Ltda
Cavalcante
Ouro
Medida: 18.864 t
Cobra Dourada Ltda
Cavalcante
Ouro
Medida: 36.450 t
Morro da Bocaina Pesquisa e Lavra Ltda
Mineração Ribeirão Cana Brava Ltda
Construtora Oliveira Maciel Ltda
Cavalcante
Cavalcante
Divinópolis de Goiás
2,17 g/t
6,3 g/t
3
1.964,6 g/m 3
Cassiterita
Medida: 11.914.352 m
Muscovita
Medida: 128.864 m3
...
Berilo
Medida: 822 t
...
Manganês
Medida: 177.635 t
41% Mn
Indicada: 32.904 t
41% Mn
Inferida: 60.000 t
38% Mn
Calcário
Registro de Licenciamento
Cancelado
IACICAL – Calcário Iaciara Ltda
Iaciara
Calcário dolomítico
Registro de Licenciamento
Cancelado
Salomão Mineração Ltda
Mineração Araguaia
Monte Alegre de Goiás
Nova Roma
Cassiterita
Cassiterita
Medida: 1.214.790 m3
1,67 kg/m 3
Indicada: 3.735.012 m3
1,67 kg/m 3
Inferida: 4.436.792 m3
1,67 kg/m 3
Medida: 2.018.339 kg/Sn
Indicada: 5.220.267 kg/Sn
Inferida: 4.124.894 kg/Sn
Aurífera Nova Roma Ltda
Nova Roma
Ouro
Medida: 36.114 t
Cláudio Antônio Arioli
Posse
Calcário
Registro de Licenciamento
Cancelado
Mineração Campinas Ltda
Posse
Calcário dolomítico
Registro de Licenciamento
Cancelado
5,8 g/t
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
TITULAR
MUNICÍPIO
Mineração Pedra Preta Ltda
São João d’Aliança
55
SUBSTÂNCIA
Manganês
RESERVA
Medida: 4.064 t
TEOR
44% Mn
Indicada: 12.979 t
Inferida: 3.458 t
Mineração Pedra Preta Ltda
São João d’Aliança
Manganês
Medida: 17.655 t
41% Mn
Indicada: 273.887 t
Inferida: 81.600 t
Mineração Pedra Preta Ltda
São João d’Aliança
Manganês
Medida: 1.058 t
43% Mn
Indicada: 812 t
Mineração Pedra Preta Ltda
São João d’Aliança
Manganês
Inferida: 5.299 t
Fatsui do Brasil S/A
São João d’Aliança
Manganês
Inferida: 4.771 t
Fatsui do Brasil S/A
São João d’Aliança
Manganês
Inferida: 69.482 t
Empresa de Mineração São Lourenço
São João d’Aliança
Manganês
Medida: 28.485 t
Indicada: 5.000 t
Mineração São Domingos Ltda
São Domingos
Calcário dolomítico
Registro de Licenciamento
Ind. e Comércio Calcário São Domingos
São Domingos
Calcário dolomítico
Registro de Licenciamento
Cancelado
Ind. e Comércio Calcário São Domingos
São Domingos
Calcário
Registro de Licenciamento
Cancelado
FONTE: 6º Distrito Regional do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM
NOTA: Títulos de lavra ocorridos até 1990.
Tabela 2
Alvarás de Pesquisa em Vigor na Região Nordeste de Goiás
MUNICÍPIOS
Alto Paraíso de Goiás
Colinas do Sul
Cavalcante
Flores de Goiás
Guarani de Goiás
Monte Alegre de Goiás
Nova Roma
São Domingos
NÚMERO DE ALVARÁS
18
1
85
1
3
19
3
5
FONTE: 6º Distrito Regional do Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM
NOTA – Alvarás existentes até 1990.
43% Mn
34% Mn
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
56
Geomorfologia
A região nordeste do Estado de Goiás encontra-se no contato de vários domínios
geomorfológicos. Suas feições são evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou,
contrastando formas dissecadas e rebaixadas, interpostas a formas conservadas, que
representam remanescentes da topografia mais antiga. É drenada pelos rios Paranã e
Maranhão, formadores do Tocantins.
A análise das formas de relevo, calcada no estudo das similitudes das formas, na
altimetria relativa, além da interação litologia-estrutura, propiciou a confirmação e melhor
delimitação de cinco domínios geomorfológicos (Figura 29), anteriormente identificados em
mapeamentos do Projeto RADAMBRASIL, que serão descritos a seguir:
- Planalto Central Goiano
É limitado a norte e nordeste pela Depressão do Tocantins, a leste pelo Vão do Paranã e
a sul e oeste estende-se além dos limites da área. Seus limites são marcados por diferenças
litológicas, de altitude e de aspectos do relevo.
Possuindo uma grande variedade de aspectos geomorfológicos, o domínio individualizase por dispor de uma grande variedade de formas de relevo intimamente relacionados à grande
diversidade das rochas, que se encontram metamorfizadas e dobradas. Em face da sua
complexidade, o domínio foi subdividido em duas regiões: Complexo Montanhoso Araí-Nova
Roma-Veadeiros e Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba.
- Planalto Goiás-Minas
Na região nordeste de Goiás esse domínio tem apenas sua terminação norte. Seu relevo
é constituído de planos elevados, contornados por escarpas que se conectam com os relevos
rebaixados posicionados a norte.
Este domínio possui uma única região geomorfológica, que foi identificada e denominada
por Mauro, Dantas e Roso (1982) de Chapadões de Paracatu. É drenada por rios que
entalharam vales profundos, adaptados às lineações estruturais, e seus leitos apresentam
afloramentos rochosos.
- Planaltos do Divisor São Francisco-Tocantins
Distingue-se por se tratar de um conjunto de relevos altos com escarpas voltadas para
oeste que marcam os limites do Estado de Goiás com o Estado da Bahia.
Esse domínio compreende duas regiões geomorfológicas. O Chapadão Central, que
corresponde aos relevos planos, conservados em litologias do Urucuia, que constituem a parte
mais elevada. Os Patamares do Chapadão formam por sua vez um nível intermediário, entre o
Chapadão Central e o nível mais baixo do Vão do Paranã.
Predominam nesta região relevos cársticos, nos quais a rede de drenagem, aproveitando
falhas e fraturas, construiu vales estruturais, grutas e pontes cársticas dentre outras formas
comuns a esse tipo de relevo.
- Depressões do Tocantins
Definido em trabalhos anteriores do Projeto RADAMBRASIL, quando do mapeamento das
Folhas SC.22 Tocantins, SD.22 Goiás e SD.23 Brasília, esse domínio está representado por
áreas baixas com feições e relevos fracamente dissecados, que lhes conferem aspectos
homogêneo.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
58
Suas altitudes máximas são encontradas nas áreas de contato com os planaltos,
enquanto que as cotas mínimas encontram-se posicionadas junto à calha do rio Paranã nos
limites com o Estado do Tocantins.
A distribuição espacial, as diferenças litológicas e as características locais permitiram
identificar três regiões geomorfológicas peculiares: Vão do Paranã, Pediplano do Tocantins e
Depressões Intermontanas.
- Áreas Aluviais
Foi criado esse Domínio, no presente trabalho, por se tratar de uma área com
características e dinâmica próprias. A paisagem põe em evidência, dentro das áreas rebaixada
por dissecação, faixas alongadas que se caracterizam por seguirem os vales com largura
variável, diretamente relacionadas à importância do curso de água.
Essas planícies e terraços margeiam o rio Paranã e seus formadores pela margem direita.
Posicionadas junto aos cursos de água e dispondo de topografia plana, estão sujeitas a
inundações, ligadas à época das enchentes, quando ocorrem os excedentes pluviométricos na
região.
Solos
Neste capítulo serão definidas as principais características das classes de solos citados
na Legenda do Potencial Geoambiental e do Zoneamento Agroecológico, constatados em
níveis significativos e que constituem as unidades de mapeamento, bem como os critérios
usados para sua classificação e separação.
Critérios e normas adotados para classificação dos solos.
Na identificação e classificação de solos são considerados conceitos, critérios e
procedimentos metodológicos extraídos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos – 3ª
Aproximação (SNLCS, 1988), Manual de Descrição e Coleta de solo no Campo (SBCS/SNLCS,
1982), Normas e Critérios para Levantamentos Pedológicos (SNLCS, 1989), Critérios para
Distinção de Classes de Solos e de Fases de Unidades de Mapeamento (SNLCS, 1988) e
Manual Técnico de Pedologia (IBGE, 1989).
Caracteres Álico, Distrófico e Eutrófico
São identificados no horizonte B, no C quando não existe B, ou então no horizonte A de
alguns solos, sobretudo dos solos Litólicos.
Caráter álico – Indicativo de saturação por alumínio igual ou superior a 50%.
Caráter distrófico – Caracteriza solos com saturação por bases e saturação por alumínio
inferiores a 50%.
Caráter eutrófico – Utilizado para identificar saturação por bases igual ou superior a 50%.
Epi e endo – Prefixos que indicam a existência de alguma característica nos horizontes
superficiais (p. ex. epiálico e epiconcrecionário) e subsuperficiais (p. ex. endoálico e
endoconcrecionário).
Argila de atividade alta (Ta) e de atividade baixa (Tb)
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
59
- Refere-se à capacidade de troca de cátions (valor T) da fração mineral. Atividade alta (Ta)
designa valor igual ou superior a 24 meq./100 g de argila e atividade baixa (Tb) refere-se a
valor inferior a 24 meq./100 g de argila, após correção referente ao carbono. A correção pode
ser feita empregando-se o valor médio de 4,5 meq. De CTC por 1% de carbono orgânico, ou
pelo método gráfico (Bennema, 1966), estabelecido especialmente para solos bem
intemperizados.
Para essa distinção é considerada a atividade das argilas no horizonte B, ou no C quando
não existe B, sendo também levado em conta o horizonte A de alguns solos, especialmente
para os solos Litólicos.
Horizonte plíntico
Denominação referente a horizonte caracterizado fundamentalmente pela presença de
plintita 1 em quantidade igual ou superior a 15% e espessura de pelo menos 15 cm, conforme
coloração especificada no Documento SNLCS nº 11 – Critérios para Distinção de Classes de
Solos e de Fases de Unidade de Mapeamento.
Latossólico – Utilizado para indicar que o solo apresenta características intermediárias para a
classe Latossolo.
Concrecionário – Caráter utilizado para solos que apresentam petroplintitas ao longo de todo o
perfil, porém em proporções inferiores a 50% por volume da massa do solo.
Tipos de horizonte A – Levando-se em consideração suas características de cor, textura,
estrutura, consistência, espessura, teor de carbono orgânico, teor de p2 05 e saturação de
bases, foram identificados os seguintes tipos:
- turfoso: horizonte essencialmente orgânico, formado em decorrência de acumulação de
resíduos vegetais depositados superficialmente sob condições de excesso de umidade. Possui
coloração escura, constituindo camadas de acumulação relativamente espessa em solos
orgânicos ou de espessura mais reduzida sobrejacente a horizontes minerais;
- húmico: horizonte mineral superficial, rico em matéria orgânica, com teor de carbono
orgânico igual ou superior a 1,0%, com espessura superior a 100 cm, admitindo-se, porém,
menor espessura quando sobrejacente a um horizonte câmbico, e cores bastante escuras
(croma e valor iguais ou inferiores a 3);
- chernozêmico: horizonte mineral superficial, eutrófico, com estrutura suficientemente
desenvolvida, de modo que não seja simultaneamente maciço e duro ou muito duro quando
seco. Possui cores escuras, com croma inferior a 3,5 e valores iguais ou mais escuros que 3,5
quando úmido, ou 5,5 quando seco. Os teores de carbono são elevados e a espessura tem que
ser pelo menos 18 cm e maior que 1/3 da espessura do solum, se este tiver menos que 75 cm;
ou mais que 25 cm, se o solum tiver mais que 75 cm.
- proeminente: horizonte mineral superficial que apresenta as mesmas propriedades relativas
a cor, carbono orgânico, consistência, estrutura e espessura do horizonte A chernozêmico,
diferindo deste essencialmente pela saturação de bases baixas, inferior a 50;
- moderado: horizonte mineral superficial, com teores de carbono orgânico variáveis,
espessura e cor que não satisfaçam àquelas requeridas para caracterizar um horizonte A
1
Formação constituída de mistura de argila, pobre em húmus e rica em ferro, com quartzo e outros materiais. É
caráter inerente às formações dessa natureza transformarem-se irreversivelmente por consolidação, sob o efeito
de ciclos alternados de hidratação e desidratação, resultando na produção de material concrecionário ferruginoso
semiconsolidado ou consolidado – ironstone, denominado petroplintita.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
60
chernozêmico ou proeminente, além de não satisfazer também os requisitos para caracterizar
um A turfoso e fraco; e
- fraco: horizonte superficial com teores de carbono orgânico inferiores a 0,58%, cores claras,
com valores superiores a 5 quando úmido e com estrutura fracamente desenvolvida, maciça ou
em grãos simples.
Classes texturais – De acordo com a composição granulométrica da fração terra fina seca ao
ar, com diâmetro inferior a 2 mm, foram consideradas as seguintes classes texturais na região:
- textura arenosa: compreende as classes texturais areia e areia fraca;
- textura média: classes texturais que apresentam menos de 35% de argila e mais de 15% de
areia, excluindo as classes texturais areia e areia franca;
- textura argilosa: compreende classes texturais, ou parte delas, tendo na composição
granulométrica de 35 a 60% de argila; e
- textura indiscriminada: utilizada quando não foi possível indicar a qual das classes texturais
citadas anteriormente pertence o solo.
Para subdivisão das classes de solos segundo a textura, considera-se o teor de argila dos
horizontes B e/ou C, levando-se em conta também a textura do horizonte A para algumas
classes de solos, sobretudo solos Litólicos.
Para as classes de solos com grande variação textural entre os horizontes foram
consideradas as classes texturais dos horizontes superficiais e subsuperficiais, sendo as
designações feitas sob a forma de fração: Ex.: argilosa/muito argilosa.
Presença de cascalho – Foram utilizadas as seguintes denominações para indicar a presença
de cascalhos (fração grosseira com diâmetro entre 2 e 20 mm) no solo, em função de suas
percentagens:
- muito cascalhento: indica presença de cascalho em percentagem superior a 50% na maioria
dos horizontes do perfil;
- cascalhento: quando o solo apresenta de 15 a 50% de cascalho na maioria dos horizontes
do perfil; e
- com cascalho: percentagem de cascalho variando entre 8 e 15% na maioria dos horizontes
do perfil.
Profundidade do solo – Termo empregado para designar condições de solo nos quais um
contato lítico ou litóide ou nível de lençol de água permanente ocorre, conforme limites
especificados a seguir: raso ( 50 cm de profundidade); pouco profundo (>50 cm e 100 cm de
profundidade); profundo (>100 cm e 200 cm de profundidade); e muito profundo (>200 cm de
profundidade).
Classes de relevo – Com o objetivo principal de fornecer subsídios ao estabelecimento das
limitações dos solos com relação ao emprego de implementos agrícolas e à suscetibilidade à
erosão, foram usadas as seguintes classes:
- plano: desníveis pequenos, com declividades inferiores a 3%;
- suave ondulado: declives suaves entre 3 e 8%;
- ondulado: declives acentuados entre 8 e 20%;
- forte ondulado: declives fortes entre 20 e 45%;
- montanhoso: declives fortes e muito fortes de 45 a 75%; e
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
61
- escarpado: declives maiores que 75%.
Fase pedregosa – Denominação atribuída a determinadas classes de solos que apresentam
proporções significativas de calhaus (2-20 cm de diâmetro) e matacões (20-100 cm de
diâmetro) na superfície e/ou na massa do solo, funcionando como fator restritivo ao uso de
implementos agrícolas.
Classes de drenagem – Referem-se à quantidade (volume) e rapidez com que a água recebida
pelo solo se escoa por infiltração e escoamento superficial. As classes de drenagem
distinguidas são qualificadas conforme especificações a seguir:
- expressivamente drenado: a água é removida do solo muito rapidamente; os solos com esta
classe de drenagem são de textura arenosa;
- fortemente drenado: a água é removida rapidamente do solo; os solos desta classe de
drenagem são muito porosos de textura média a arenosa e bem permeáveis;
- acentuadamente drenado: a água é removida rapidamente do solo; os solos com esta classe
de drenagem são normalmente de textura argilosa a média, porém sempre muito porosos e
bem permeáveis;
- bem drenado: a água é removida do solo com facilidade, porém não rapidamente; os solos
com esta classe de drenagem comumente apresentam textura argilosa ou média, não
ocorrendo normalmente mosqueado de redução, entretanto, quando presente, o mosqueado
localiza-se a grande profundidade;
- moderadamente drenado: a água é removida do solo um tanto lentamente, de modo que o
perfil permanece molhado por uma pequena, porém significativa parte do tempo. Os solos com
esta classe de drenagem comumente apresentam uma camada de permeabilidade lenta no
solum ou imediatamente abaixo dele. O lençol freático acha-se imediatamente abaixo do solum
ou afetando a parte inferior do horizonte B, por adição de água através de translocação lateral
interna ou alguma combinação dessas condições. Podem apresentar algum mosqueado de
redução na parte inferior do B ou no topo do mesmo, associado à diferença textural acentuada
entre A e B;
- imperfeitamente drenado: a água é removida do solo lentamente, de tal modo que
permanece molhado por período significativo, mas não durante a maior parte do ano. Os solos
com esta classe de drenagem comumente apresentam uma camada de permeabilidade lenta
no solum, lençol freático alto, adição de água através de translocação lateral interna ou alguma
combinação destas condições. Normalmente apresentam algum mosqueado de redução no
perfil, notando-se na parte baixa indícios de gleização;
- mal drenado: a água é removida do solo tão lentamente que este permanece molhado por
uma grande parte do ano. O lençol freático comumente está à superfície ou próximo dela
durante uma considerável parte do ano. As condições de má drenagem são devidas ao lençol
freático elevado, camada lentamente permeável no perfil, adição de água através de
translocação lateral interna ou alguma combinação destas condições. É freqüente a ocorrência
de mosqueado no perfil e características de gleização; e
- muito mal drenado: a água é removida do solo tão lentamente que o lençol freático
permanece à superfície ou próximo dela durante a maior parte do ano. Solos com drenagem
desta classe usualmente ocupam áreas planas ou depressões, onde há freqüentemente
estagnação de água, sendo comuns nos solos desta classe características de gleização e/ou
acúmulo, pelo menos superficial, de matéria orgânica.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
62
Descrição das classes de solos
São abordadas as características principais das classes de solos ocorrentes na área em
estudo, bem como alguns aspectos considerados relevantes do ponto de vista da utilização
agropastoril.
- Latossolo Vermelho-Escuro álico e distrófico
Esta classe compreende solos minerais, não hidromórficos, muitos profundos, com
horizonte A moderado e horizonte B latossólico.
Apresentam baixo gradiente textural, mostrando a distribuição homogênea da argila ao
longo dos perfis, bem como sua pouca mobilidade por eluviação. A seqüência de horizontes é
A, B e C com diferenciação pouco nítida devido à pequena variação de suas características
morfológicas. São solos porosos, com alto grau de floculação, acentuadamente drenados,
textura argilosa e muito argilosa, ocupando relevos com declives que variam de 0 a 8% (plano
a suave ondulado). Apresentam estrutura fraca, pequena e muito pequena granular.
Como características químicas, apresentam baixa capacidade de troca de cátions (valor T
< 13 meq.) em decorrência da fração coloidal ser constituída, principalmente, de argilo-minerais
do grupo caulinita, sesquióxidos, quartzo e outros minerais resistentes ao intemperismo. Os
teores de silte são baixos, a relação silte/argila é inferior a 0,7 na maioria dos suborizontes do
B, em virtude do avançado grau de intemperismo destes solos, originados de coberturas
detrítico-lateríticas.
Os teores de ferro, provenientes do ataque sulfúrico, variam desde 8 a 18%,
apresentando cores, quando úmidas, com matriz mais vermelho que 4YR, croma 4,5 e valor
6.
Quanto à fertilidade natural, são solos álicos (saturação por alumínio
(saturação por alumínio e bases < 50%).
50%) e distróficos
Possuem forma de relevo e propriedades físicas favoráveis à utilização agrícola,
entretanto, por apresentarem problemas críticos quanto à deficiência de elementos nutritivos, o
pleno uso está condicionado ao emprego de técnicas modernas para a elevação da fertilidade
natural e correção da acidez. Outro fator limitante destes solos é a deficiência de água, pois na
região a duração do período seco oscila entre 5 e 6 meses e possui como agravante o fato de
apresentar a interrupção do período de chuvas estivais, conhecida como veranico.
São as áreas mais utilizadas na região, com culturas de soja (principalmente), arroz e
milho.
- Latossolo Vermelho-Amarelo álico e distrófico
São solos minerais, não hidromórficos, muito profundos, com B latossólico apresentando
seqüência de horizontes A, B e C e características morfológicas, físicas e químicas muito
semelhantes aos Latossolos Vermelho-Escuros, descrito anteriormente, aos quais ocorrem,
geralmente, fisiograficamente associados. Diferem, entretanto, quanto à cor, onde
predominantemente possuem cores mais claras, normalmente com matriz >2,5YR, valor >4,5 e
croma 6, quando úmido, e teores de ferro mais baixo, comumente entre 7 e 11%.
Ocupa áreas aplainadas em praticamente toda a região, apresentando textura argilosa e
média e horizonte A moderado e fraco.
As características demonstram que estes solos são formados segundo um processo que
envolve severo intemperismo do material originário, acentuada drenagem, alta lixiviação de
bases, pouca eluviação de argila e baixa acumulação de matéria orgânica nos horizontes
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
63
superficiais. Possuem viabilidade de uso agropecuário semelhante aos Latossolos VermelhoEscuros.
- Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico
Compreende solos minerais, profundos, bem drenados, não hidromórficos, com B textural
de coloração predominante vermelho-escura, com matriz 10R e valor e croma variando de 3 a
4. Assemelham-se à Terra Roxa Estruturada, diferindo desta apenas quanto ao material de
origem, pois não são derivados de rochas básicas, estando relacionados a litologias calcárias,
com possíveis influências de material coluvionar. O horizonte B caracteriza-se pelo acúmulo de
argila translocada dos horizontes superficiais, estando geralmente suas unidades estruturais
revestidas por películas de argila (cerosidade). Apresenta estrutura do tipo moderada a forte
em blocos subangulares e cerosidade comum e abundante e moderada a forte. A textura é
argilosa e argilosa/muito argilosa. De modo geral apresentam argila de atividade baixa (<24
meq./100 g de argila).
O horizonte A, do tipo moderado ou chernozêmico, é freqüentemente subdividido em A e
AB e o horizonte Bt, subdividido em Bat, Blt, B2t, B3t e BC.
Para esta classe foram constatados somente solos eutróficos (saturação por bases
50%) devido aos altos teores de cálcio + magnésio, proveniente da decomposição do calcário
do Grupo Bambuí.
A simples prática de adubação com fins de suprir o solo da carência de N, P e K e alguns
micronutrientes, pode elevar consideravelmente o seu potencial produtivo, tornando-os
capazes de apresentar excelentes resultados com qualquer tipo de agricultura. Representam a
área de maior potencial agrícola dentro da região nordeste. Quando ocorrem em relevo
ondulado, há alguns problemas no tocante à mecanização, pois para os declives mais fortes a
utilização de determinados tipos de maquinária ficará restringida, ao mesmo tempo em que
deverão ser executadas práticas conservacionistas para o controle da erosão.
Ocorrem sob relevo que varia de plano a ondulado no Vão do Paranã.
- Podzólico Vermelho-Escuro latossólico eutrófico
São profundos, bem drenados, argilosos e muito argilosos, diferindo do Podzólico
Vermelho-Escuro eutrófico, anteriormente descrito, por apresentarem subjacente ao horizonte
B textural, um horizonte B latossólico.
A parte superior do horizonte B apresenta-se com consistência firme quando úmido com
estrutura em blocos, recobertos por cerosidade variável. De maneira inversa, a parte inferior
deste horizonte apresenta-se muito friável quando úmido e a estrutura é do tipo ultrapequena
granular, sem ocorrer cerosidade.
Quanto às possibilidades de uso agropecuário, são semelhantes às descritas para a
classe Podzólico Vermelho-Escuro.
Ocorrem sob relevo plano e suave ondulado e têm pequena expressão no Vão do Paranã,
ocorrendo apenas como componente subdominante.
- Podozólico Vermelho-Amarelo distrófico e eutrófico
Esta classe compreende solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural,
apresentando significativas diferenças entre os horizontes A e Bt.
São geralmente profundos, ocorrendo alguns casos pouco profundos, com classe textural
no horizonte superficial média e argilosa sobre argilosa e muito argilosa, podendo apresentar
cascalhos no volume da massa do solo.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
64
Possuem seqüência de horizontes A, Bt e C com distinta individualização decorrente das
acentuadas diferenças de textura, cor e estrutura.
O horizonte A é freqüentemente do tipo moderado e a transição é gradual ou clara para o
horizonte Bt.
O Bt é bem estruturado, com cerosidade moderada a forte revestindo os elementos
estruturais que são constituídos por blocos subangulares e angulares de desenvolvimento
moderado a forte ocorrendo ocasionalmente estrutura do tipo granular.
Na área em estudo, compreendem solos distróficos (saturação por alumínio e bases
<50%) e eutróficos (saturação por bases 50%).
Os distróficos ocorrem sob relevo suave ondulado e ondulado no extremo oeste da área e
norte de Nova Roma, sendo sua utilização agrícola limitada pela fertilidade natural, deficiência
de água e suscetibilidade à erosão. São originados da decomposição de rochas do Grupo
Bambuí e de coberturas detrítico-lateríticas.
Os eutróficos ocorrem sob relevo que varia de plano a suave ondulado próximo às
cidades de Nova Roma, Posse, Mambaí e Damianópolis e são originados de coberturas
detrítico-lateríticas com influência da decomposição do calcário.
Para sua utilização agrícola, apresentam limitações devido à má distribuição das
precipitações; quando ocorrem em relevo ondulado dificultam a mecanização e tornam-se mais
suscetíveis à erosão, necessitando de práticas conservacionistas. As ocorrências em relevo
plano e suave ondulado são as mais indicadas para o uso intensivo na agricultura e pecuária e,
sendo de fertilidade natural elevada, necessitam de pouca adubação. A calagem é dispensável,
em decorrência da baixa acidez e baixa saturação por alumínio trocável.
- Podzólico Vermelho-Amarelo latossólico eutrófico
Diferem dos Podzólicos Vermelho-Amarelos, descritos anteriormente, por apresentarem
características intermediárias para Latossolos. Possuem estrutura fraca pequena em blocos
subangulares ou fraca pequena granular e textura muito argilosa. Apresentam um horizonte B
textural, porém são mais profundos do que os Podzólicos Vermelho-Amarelos, com menor
diferenciação de horizontes e usualmente com menor gradiente textural do que os Podzólicos
típicos.
Possuem altos valores de soma e saturação por bases, isto é, são eutróficos. O alumínio
trocável, freqüentemente é igual a zero. São utilizados, predominantemente, com pastagem
cultivada, porém, corrigidas as suas limitações quanto a alguns nutrientes (ex. N, P, K), se
prestam bem a qualquer cultura climaticamente adaptada, em virtude de suas boas condições
físicas e ocorrem sob relevo favorável à mecanização.
Ocorrem associados, em caráter de subdominância, aos Podzólicos Vermelho-Amarelos
eutróficos.
- Cambissolo álico, distrófico e eutrófico
São solos minerais não hidromórficos, bem a moderadamente drenados, pouco profundos
a profundos, caracterizados por apresentarem um horizonte B incipiente ou câmbico, em que
alguns minerais primários facilmente intemperizáveis ainda estão presentes. Não há
acumulação de argila em qualquer parte do perfil, e o teor de silte é, em alguns perfis, superior
ao teor de argila no horizonte B.
A seqüência de horizontes, com mais freqüência nestes solos é A, (B) e C, com
transições claras e graduais, com o horizonte A do tipo moderado, raras vezes chernozêmico.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
65
São solos de textura argilosa e média, concrecionários e não-concrecionários,
cascalhentos e não-cascalhentos, pedregosos e não-pedregosos.
Podem ser álicos, distróficos e eutróficos, isto é, apresentam alta saturação por alumínio
(álicos), baixa saturação por bases (distróficos) e alta saturação por bases (eutróficos). Os
eutróficos podem apresentar argila de atividade alta, isto é, possuem valor T (capacidade de
troca de cátions) > 24 meq./100 g de argila, após correção para carbono. Os álicos e distróficos
apresentam argila de atividade baixa (valor T < 24 meq./100 mg de argila).
Ocorrem em áreas de relevo variando de plano a forte ondulado distribuídos por toda a
região, sendo que os eutróficos, ricos em cálcio + magnésio provenientes da decomposição de
calcários do Grupo Bambuí, se localizam na porção leste da área, enquanto os álicos e
distróficos são originados de rochas pelíticas da mesma unidade geológica.
Possuem como limitações ao uso agrícola a fertilidade natural (caso dos álicos e
distróficos), o impedimento ao uso de implementos agrícolas (caso de presença de cascalhos,
pedras e/ou concreções), a suscetibilidade à erosão (caso de solos que ocorrem sob relevo
movimentado) e o déficit hídrico.
Estão associados geralmente aos solos Litólicos, Podzólicos Vermelho-Amarelos e
Latossolos Vermelho-Amarelos.
- Plintossolo álico
Trata-se de uma classe nova de solo, proposta e utilizada inicialmente pelo Serviço Nacional
de Levantamento e Conservação de Solos (EMBRAPA-SNLCS), que visa a incluir os solos
anteriormente classificados como Laterita Hidromórfica, parte dos Podzólicos VermelhoAmarelos plínticos e parte dos Hidromórficos Cinzentos.
São solos hidromórficos minerais, profundos e pouco profundos, imperfeitamente
drenados, de baixa permeabilidade, que se caracterizam principalmente pelas cores de
oxidação e redução, devido à oscilação do lençol fréatico, geralmente alto nas áreas de
ocorrência destes solos e pela presença de plintita, petroplintitas e cascalhos de quartzo com
aderência ferruginosa a partir de aproximadamente 40 a 50 cm da superfície dos horizontes B
e C.
A plintita apresenta consistência branda quando se encontra o solo constantemente
saturado com água, mas que endurece irreversivelmente (petroplintitas) quando em condições
especiais de umedecimento e ressecamento, ocorrendo neste caso os Plintossolos
endoconcrecionários.
São típicos de locais aplainados e baixos, próximos à planície de inundação do rio Paranã
e se originam de sedimentos quaternários.
Apresentam seqüência de horizontes A, Bpl e C de textura indiscriminada. O horizonte B
é geralmente do tipo textural, onde ocorre aumento relativo de argila, ocorrendo também o tipo
de horizonte B latossólico.
Possuem baixa fertilidade natural (são álicos) e outras limitações como excesso de água,
dificultando a mecanização e consequentemente sua exploração agrícola. Assim, a exploração
destes solos dependerá do emprego de técnicas modernas que possibilitem a diminuição ou
eliminação de suas limitações naturais. Para isso são necessárias a adição de corretivos e
fertilizantes, e principalmente, a construção de canais de drenagem com o objetivo de controlar
o nível do lençol freático e inundações temporárias, possibilitando a utilização de implementos
e máquinas agrícolas.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
66
Próximo a Flores de Goiás ocorre a utilização destes solos com o arroz irrigado por
inundação.
- Gleissolo álico
compreendem solos hidromórficos, pouco profundos a profundos, pouco desenvolvidos,
mal e muito mal drenados e pouco permeáveis. Apresentam seqüência de horizontes A e Cg.
O horizonte superficial é proeminente ou moderado, seguido de camadas minerais
estratificadas com alto grau de gleização, de coloração acinzentada ocasionada pela forte
redução de ferro, devido à presença do lençol freático próximo ou na superfície, durante alguns
meses do ano.
São álicos (saturação por alumínio 50%), possuem argila de atividade baixa e textura
média, ocorrendo em várzeas e veredas, da área, sendo desenvolvidos de sedimentos
recentes de natureza variada referentes ao Holoceno.
Estas áreas não apresentam condições favoráveis ao uso agrícola, por apresentarem
características inadequadas e constituírem, nesta região, ambientes recomendáveis à
preservação.
- Areias Quartzosas Hidromórficas álicas
Esta classe compreende solos hidromórficos minerais, areno-quartzosos, pouco
desenvolvidos, imperfeitamente ou mal drenados, que possuem na fração areia mais de 95%
de quartzo. Apresentam perfis dos tipos A e C e englobam as classes texturais, areia e areia
franca. O horizonte superficial é do tipo moderado, proeminente, turfoso ou húmico e o C
podendo ser subdividido em vários suborizontes.
Diferem das Areias Quartzosas por apresentarem o lençol freático próximo à superfície
durante algum período do ano, ou presença de hidromorfismo ao longo do perfil, como
mosqueados e indícios de gleização (redução do óxido de ferro).
São originados de depósitos aluvionares holocênicos, ocorrendo associados em caráter
de subdominância às Areias Quartzosas e aos Gleissolos. Ocorrem solos de caráter álico, que
apresentam alta saturação por alumínio 50%.
São utilizados com pastagens extensivas usando a própria vegetação natural e algumas
culturas de subsistência, aproveitando as maiores concentrações de umidade e matéria
orgânica. Por requererem altos investimentos, não são muito utilizados para fins agrícolas.
- Solos Orgânicos álicos
Compreendem solos hidromórficos, essencialmente orgânicos, constituídos por resíduos
vegetais fibrosos, apresentando coloração preta a cinza muito escuro, com elevado conteúdo
de matéria orgânica. São muito mal drenados, fortemente a extremamente ácidos, estando sob
condições permanentes de encharcamento, acarretando uma lenta decomposição da matéria
orgânica.
Apresentam um horizonte A do tipo turfoso, seguido de várias camadas constituídas por
material orgânico em diversos estágios de decomposição.
São álicos, isto é, apresentam alta saturação por alumínio. Originam-se a partir de
deposições recentes de resíduos provenientes da decomposição de vegetação hidrófila em
ambiente palustre.
Sua utilização agrícola restringe-se ao aproveitamento da própria vegetação natural como
pastagem. Para um melhor aproveitamento seriam necessárias obras de drenagem, maciça
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
67
incorporação de calcário e adubações químicas e, se bem manejados, poderão adaptar-se
muito bem à olericultura, principalmente.
Possuem pequena ocorrência na região e estão associados em caráter de subdominância
aos Gleissolos.
- Areias Quartzosas álicas e distróficas
São solos minerais, não hidromórficos, de textura arenosa, muito profundos,
excessivamente drenados, de baixa fertilidade natural com saturação por bases e alumínio <
50% (distróficos) e saturação por alumínio
50% (álicos), formados por material arenoso
virtualmente destituído de minerais facilmente imtemperizáveis. Apresentam seqüência de
horizontes A e C, apresentando horizonte superficial do tipo A fraco e moderado.
A pouca diferenciação existente entre os horizontes é devido à pequena variação das
suas características morfológicas, podendo-se salientar alguma diferença de cor, um pequeno
aumento do teor de argila com a profundidade e teores mais elevados de matéria orgânica no
horizonte superficial.
Ocorrem a leste da área, entre o Vão do Paranã e a Serra Geral de Goiás, sob relevo
plano e suave ondulado e são originados da meteorização do Arenito Urucuia.
Como limitações ao uso agrícola, além da baixa fertilidade natural, possuem baixa
retenção de umidade, são excessivamente drenados e apresentam granulometria com altos
teores de areia. Sua utilização está restrita à pecuária com aproveitamento das espécies
nativas (pastagem natural) ou plantio de brachiária, bem como extrativismo vegetal ordenado.
Estão associados com maior freqüência aos Latossolos Vermelho-Amarelos textura
média.
- Solos Aluviais eutróficos
São solos não hidromórficos, pouco desenvolvidos, originados de deposições fluviais
recentes, constituídos por camadas estratificadas sem nenhuma relação pedogenética entre si.
Suas características morfológicas tais como coloração, estrutura e textura são muito
variáveis, dependendo da natureza dos sedimentos originários.
São profundos a muito profundos, podendo apresentar mosqueado ou horizontes
gleizados em profundidade, principalmente se o sedimento for de natureza argilosa. São
predominantemente eutróficos (saturação por bases
50%) e ocorrem nas planícies de
inundação do rio Paranã e afluentes, sob relevo plano, ocorrendo associados aos Gleissolos e
Plintossolos.
Sob o ponto de vista de utilização agrícola, requerem cuidados especiais, pois estão
sujeitos à inundação; são aproveitados principalmente para cultivos de culturas básicas de ciclo
curto, bem como pastagens plantadas e pecuária extensiva em meio à vegetação natural. De
acordo com o código florestal, parte destes solos devem ser preservados com sua vegetação
natural, por estarem próximo ao leito de rios.
- Solos Litólicos álicos, distróficos e eutróficos
São solos minerais rasos (<50 cm) e muito pouco desenvolvidos, que apresentam
seqüência de horizontes A e C ou A sobre a rocha matriz. Em alguns perfis, constatou-se a
presença do início de formação de horizonte B incipiente. Apresentam o horizonte A dos tipos
fraco, moderado, proeminente e chernozêmico, com textura arenosa, média e argilosa.
Normalmente apresentam pedregosidade, cascalhos e concreções relacionados principalmente
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
68
com a natureza do material originário e estão freqüentemente associados a Cambissolos e
Podzólicos, quando em relevo montanhoso, e escarpado a afloramentos rochosos.
Na região em estudo, os solos litólicos são álicos, distróficos e eutróficos e ocorrem em
relevo variando de plano a escarpado. Os álicos e distróficos estão relacionados principalmente
aos arenitos, quartzitos, filitos e siltitos das diversas formações geológicas existentes na área.
Os eutróficos relacionam-se aos calcários do Grupo Bambuí.
Em virtude do relevo, profundidade efetiva, impedimento físico, suscetibilidade à erosão e
baixa fertilidade natural (álicos e distróficos), torna-se geralmente inviável a sua exploração
agrícola. Os eutróficos quando ocorrem em relevo pouco movimentado são utilizados com
pastagens plantadas e culturas anuais.
As áreas que apresentam as limitações citadas foram indicadas à preservação da flora e
fauna.
- Petroplínticos álicos e distróficos
Esta classe é caracterizada principalmente por solos que apresentam quantidade
significativa de materiais grosseiros, de formas e tamanhos variáveis, com predominância de
petroplintitas, além de fragmentos quartzosos e material pelítico em diferentes estágios de
decomposição, os quais constituem normalmente mais de 50% da decomposição do solo.
São de texturas variáveis (indiscriminados) apresentando horizonte B textural ou B
latossólico, argila de atividade baixa, provenientes de coberturas detrítico-lateríticas.
São solos com saturação por alumínio 50% (álicos) e saturação por base e alumínio <
50% (distróficos). Apresentam seqüência de horizontes Acn, Bcn e C ou Ccn, com horizonte A
dos tipos fraco e moderado.
São mais freqüentes ao sul da unidade mapeada, ocorrendo nas partes ligeiramente mais
altas do que as várzeas, associados aos Plintossolos e Latossolos Vermelho-Amarelos.
O termo indiscriminado foi utilizado em algumas unidades de mapeamento desta classe,
em razão da grande variedade de características, tais como: textura, tipo de horizonte B,
cascalhos, concreções, etc., encontradas dentro de uma mesma unidade e sua discriminação
não compatibiliza com o nível da escala deste trabalho.
A utilização destes solos é bastante limitada, uma vez que a natureza, quantidade e
tamanho dos materiais grosseiros constituem fator restritivo ao uso de implementos agrícolas,
penetração de raízes, retenção de água, e, considerando-se ainda a baixa fertilidade natural,
não são indicados para utilização agrícola. Na região, o uso com pastagens foi a forma de
aproveitamento constatada.
Fertilidade natural dos solos
Grande parte dos solos da região são ácidos e, como principal conseqüência, pode
ocorrer a presença de alumínio em quantidades tóxicas para as culturas. No geral, estes solos
guardam uma característica comum, ou seja a pobreza em nutrientes disponíveis às plantas,
apresentando baixa a muito baixa produtividade para a maioria das culturas, quando cultivadas
sem as devidas correções e fertilizações. Ao lado dessa deficiência nutricional generalizada,
existem solos originados do calcário que possuem altos teores de cálcio + magnésio, que no
geral não apresentam alumínio trocável, havendo ocasionalmente teores inferiores a 0,3
meq./100 g de solo.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
69
A distribuição dos solos da região quanto à fertilidade natural foi elaborada com o uso dos
parâmetros saturação por alumínio e saturação por bases, que possibilitaram classificar os
solos em álicos, distróficos ou eutróficos. Um solo é distrófico quando mais da metade de sua
capacidade de troca é saturada por alumínio2 e hidrogênio, isto é, as bases3, como cálcio,
magnésio, potássio, constituem menos de 50% da soma de cálcio, magnésio, potássio, sódio,
alumínio e hidrogênio juntos. O alumínio, por outro lado, ocupa menos de 50% da capacidade
de troca. O solo é álico quando mais de 50% da sua capacidade de troca é saturada por
alumínio. O solo é eutrófico quando as bases como cálcio + magnésio + potássio + sódio
ocupam mais de 50% da capacidade de troca.
Quadro 1
DISTRIBUIÇÃO DOS SOLOS QUANTO À FERTILIDADE NATURAL
PARÂMETROS
Saturação por
ÁLICOS
DISTRÓFICOS
EUTRÓFICOS
<50%
<50%
50%
50%
<50%
<50%
bases
Saturação
Por alumínio
Os solos da região foram enquadrados em 4 (quatro) classes de fertilidade natural (Figura
30):
1 – Média a alta fertilidade natural (solos eutróficos).
Abrange aproximadamente 8.416 km2 , correspondendo a 21,7% da área total mapeada.
2 – Baixa fertilidade natural (solos distróficos).
Abrange aproximadamente 4.654 km2 , equivalendo a 12,0% da área total mapeada.
3 – Muito baixa a baixa fertilidade natural (solos álicos e distróficos).
Abrange aproximadamente 3.956 km2 , equivalendo a 10,2% da área total mapeada.
4 – Muito baixa fertilidade natural (solos álicos).
Abrange aproximadamente 20.518 km2 , correspondendo a 52,9% da área total mapeada.
2
3
Saturação por alumínio = Al x 100/Al + S.
A soma de bases: cálcio + magnésio + potássio + sódio é chamada de S.
A saturação de bases (valor V%) = S x 100/T.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
71
- Avaliação da necessidade de calagem dos solos
A grande maioria dos solos da região nordeste do Estado de Goiás apresenta acidez
elevada, alta saturação por alumínio, baixa disponibilidade de quase todos os nutrientes
essenciais, notadamente fósforo, cálcio, magnésio, enxofre, potássio, zinco e boro. O cálcio +
magnésio estão presentes com teores altos, em parte dos solos da área (Figura 31).
Dentre as mais diversas práticas agrícolas para colocar estes solos no processo
produtivo, a calagem ocupa lugar de destaque, sendo vários os exemplos de resposta
altamente positivas ao seu emprego nos mais diferentes tipos de solos, com as mais diferentes
culturas.
Dentre os corretivos, os calcários são os mais utilizados na prática da calagem, possuindo
como constituintes químicos principais os carbonatos de cálcio e de magnésio. O mais indicado
para a região dos Cerrados, com solos deficientes em Mg, é o dolomítico, por possuir maior
teor desse nutriente. Isso não impede a utilização de calcário calcítico, desde que se adicione
magnésio ao solo, na forma de sulfato de magnésio, termofosfatos magnesianos e outros.
Para determinar a quantidade de calcário a ser adicionada para neutralizar o alumínio
trocável, doses de calcário são incorporadas aos solos com base em equivalentes químicos,
como múltiplos da quantidade de alumínio trocável (Quadro 3).
A fórmula usada no Estado de Goiás é: (meq. A /100 ml x 2) + [2 – meq. (Ca + Mg/100
ml)] = Toneladas de calcário/há. Este método é satisfatório, quando o objetivo é neutralizar o
alumínio e fornecer cálcio + magnésio para as culturas, pois o alumínio é um dos principais
componentes de acidez desses solos. Estudos indicam que, para algumas culturas a
necessidade de calcário estimada pelo método SMP, baseado em solução tamponada (em uso
nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e que recomenda o dobro da dose do
método adotado em Goiás), com o objetivo de atingir o pH em água de 5,5 ou 6,0, permite
obter maiores produtividades.
As recomendações de calcário feitas pelos laboratórios são para aqueles com Poder
Relativo de Neutralização total – PRNT – de 100%. Portanto, deve-se, calcular a quantidade
final necessária, em função de seu PRNT.
Os parâmetros que devem ser observados para avaliar a necessidade de reaplicação do
calcário são a saturação por alumínio (quando superior a 20%, deve-se proceder nova
calagem) e o teor de Ca + Mg (quando inferior a 2 meq./100 g do solo, deve-se proceder nova
calagem). A quantidade de calcário necessária, nesses casos, é, em geral, menor do que a
quantidade aplicada por ocasião da primeira calagem.
O método utilizado em Goiás é mais adequado ao nível atual de tecnologia aplicado pela
maioria dos agricultores, além de necessitar de menores investimentos a curto prazo e
propiciar menores problemas, em termos de possíveis desbalanços de micronutrientes em
solos com baixas reservas destes no material de origem e/ou altamente intemperizados, em
face das menores doses recomendadas.
Embora a calagem seja a prática recomendada para o controle da acidez do solo, há
situações em que se recomenda a prática de combinação da calagem com o cultivo de plantas
tolerantes à acidez (Goedert, EMBRAPA, 1985).
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
73
No Quadro 2 são relacionadas algumas variedades e espécies de culturas e forrageiras
consideradas adaptáveis aos solos ácidos dos Cerrados.
Quadro 2
ALGUMAS CULTURAS E SUAS VARIEDADES ATUALMENTE CONSIDERADAS
IMPORTANTES PARA OS SOLOS ÁCIDOS DOS CERRADOS
CULTURA
VARIEDADE
Andropogon gayanus
Forrageiras
Stylosanthes bracteata
Stylosanthes capitata
Brachiaria decumbens
Trigo
Soja
BH – 1146
IAC – 5
IAC – 2
V x 5.281-5
Rico pardo 896
Feijão
Rico baio 1014
Carioca 1030
Arroz
Sorgo
Pratão precoce
IAC – 47
Taylor Evans
CMS 14
Milho
CMS 153 (linhagem)
CMS 297 (linhagem)
FONTE: GOEDERT, W.J., EMBRAPA, 1986.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
74
Quadro 3
GUIA DE AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE DE CALAGEM DOS SOLOS
GRUPOS
DE
SOLOS
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DOS SOLOS
FERTILI
DADE
ÁREA
2
KM
%
Solos sem necessidade de calcário como corretivo, eventualmente
necessitando para suprimento de cálcio + magnésio. Englobam
solos eutróficos (saturação por bases 50%).
1
Alumínio trocável – normalmente 0 (zero), ocasionalmente até 0,3
mE/100 g de solo.
Saturação por alumínio – normalmente 0 (zero) %, ocasionalmente
até 25%.
Cálcio + magnésio – valores normalmente superiores a 4,0 mE/100
g de solo (ocorrendo valores >20 mE/100 g de solo),
ocasionalmente de 0,3 a 4,0 mE/100 g de solo.
Média
a
Alta
8 416
21,7
Baixa
4 654
12,0
Muito
Baixa
a
Baixa
3 956
10,2
Muito
Baixa
20 518
52,9
Solos com necessidade de calcário como corretivo e para
suprimento de cálcio + magnésio. Englobam solos distróficos
(saturação por bases <50% e saturação por alumínio <50%).
2
Alumínio trocável – normalmente de 0,3 a 0,7 mE/100 g de solo,
com valores extremos até 3,8 mE/100 g de solo, ocasionalmente 0
(zero).
Saturação por alumínio – abaixo de 50%, normalmente entre 18 e
30%, ocasionalmente 0 (zero) %.
Cálcio + magnésio – valores normalmente de 0,7 a 1,7 mE/100 g
de solo.
Solos com necessidade de calcário como corretivo e para
suprimento de cálcio + magnésio. Englobam solos álicos e
distróficos (álicos: saturação por alumínio 50% e distróficos:
saturação por alumínio e bases <50%).
3
Alumínio trocável – normalmente de 0,3 a 2,2 mE/100 g de solo,
com valores extremos até 5,0 mE/100 g de solo.
Saturação por alumínio – varia de 0% (eventualmente) a >50%,
normalmente >18%, nos solos distróficos e superior a 50% nos
solos álicos.
Cálcio + magnésio – valores normalmente de 0,1 a 1,7 mE/100 g.
Solos com necessidade de calcário como corretivo e para
suprimento de cálcio + magnésio. Englobam solos álicos
(saturação por alumínio 50%).
4
Alumínio trocável – normalmente de 0,5 a 2,2 mE/100 g de solo,
com valores extremos até 6,0 mE/100 g de solo.
Saturação por alumínio - 50%.
Cálcio + magnésio – valores normalmente de 0,1 a 1,6 mE/100 g
de solo.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
75
A aplicação de calcário é benéfica para a maioria das plantas cultivadas por um ou mais
dos seguintes fatores:
- redução da toxidez de alumínio e manganês;
- aumento na atividade microbiana;
- eliminação da deficiência de cálcio e magnésio;
- aumento na fixação simbiótica de nitrogênio;
- aumento na disponibilidade de fósforo e molibdênio; e
- auxílio na manutenção das condições físicas ideais.
Para estimativa dos parâmetros, usaram-se nos solos pouco profundos, profundos e
muito profundos os valores médios dos resultados analíticos das amostras na profundidade
entre 0-100 cm, e nos solos rasos toda a profundidade do perfil.
Os dados analíticos aqui representados fazem parte dos Levantamentos de Solos
realizados na área, efetuados pelo Projeto RADAMBRASIL, escala 1:1.000.000, Levantamento
de Reconhecimento de Média Intensidade dos Solos da Margem Direita do rio Paranã – GO,
escala 1:300.000, Convênio EMBRAPA/SNLCS-SUDECO e do Zoneamento Geoambiental e
Agroecológico da Região Nordeste do Estado de Goiás, Convênio SEPLAN/IBGE.
- Terras para irrigação
Procurando dar mais subsídios ao uso racional das terras da região nordeste de Goiás, foi
elaborada uma classificação dos solos para irrigação.
As especificações ou critérios para a classificação foram elaborados a partir dos dados do
Levantamento Exploratório de Solos da Região Nordeste do Estado de Goiás, baseando-se
como princípio de julgamento nos critérios restritivos do uso das terras. Assim, procurou-se
eliminar as áreas que não apresentem requisitos mínimos para a cultura irrigada, deixando as
outras para serem estudadas posteriormente. As restrições de uso para a agricultura irrigada
são dependentes das deficiências nas características de solos, topografia e drenagem (Quadro
04), e suas intercalações irão se refletir na capacidade de produção.
Foram estabelecidas as classes de aptidão dos solos para irrigação com base nos
seguintes critérios: declividade, profundidade efetiva, pedregosidade, caracteres cascalhento e
concrecionário, drenagem e textura (superficial e subsuperficial).
As características químicas dos solos não foram consideradas para esta classificação. A
fertilidade natural dos solos da região faz parte de estudos que se encontram no item
Fertilidade natural dos solos.
A disponibilidade de água para irrigação não foi considerada neste trabalho, haja vista
que este assunto carece de estudos específicos.
Os critérios avaliadores possuem os parâmetros definidos pelo Serviço Nacional de
Levantamento e Conservação de Solos da EMBRAPA e constam do item Critérios e normas
adotados para classificação dos solos, sendo os seguintes:
a) Declividade – foram consideradas as seguintes classes de relevo: plano, suave ondulado,
ondulado, forte ondulado, montanhoso e escarpado.
b) Profundidade efetiva – designa profundidade de solo livre de impedimentos à penetração de
raízes. Estes impedimentos podem ser de natureza diversa, tais como: presença de
petroplintitas, cascalhos, rochas, camada compactada, etc.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
76
Quadro 4
GUIA DE AVALIAÇÃO DAS CLASSES DE SOLOS PARA IRRIGAÇÃO
DECLIVI
CRITÉRIOS
DADE
E CLASSES
(%)
1 – BOA
0-8
2 – REGULAR
SUBCLASSE
2
(cm)
>120
PETROPLINTITA
CASCALHO
DRENAGEM
3A
3B
4 – MUITO RESTRITA
A
SUBCLASSE 4
0-8
TEXTURA
TEXTURA
SUPERFICIAL
SUBSTANCIAL
Ausente
Bem drenado e Argilosa e
acentuadamente Muito
drenado
Argilosa
Ausente
Bem drenado
Argilosa e
muito
argilosa
Média e
argilosa
Argilosa
e
muito
argilosa
Indiscriminada
Indiscriminada
Média
Média
Argilosa
Argilosa
>70
2B
SUBCLASSE
PEDREGOSIDADE
Podem apresentar petroplintita na camada subsu- Imperfeitamente
perficial (caráter concre- Drenado
cionário)
3 – RESTRITA
SUBCLASSE
DADE
EFETIVA
A
0 - 20
SUBCLASSE
PROFUNDI
>120
Ausente
Fortemente
Drenado
Apresentam
cascalhos
entre 15 e 50% no
volume de massa do solo Bem drenado
(cascalhamento)
3 - 20
>70
0-8
>150
Ausente
Excessivamente
Drenado
Arenosa
Arenosa
Ausente
Mal drenado
Média
Média
SUBCLASSE
4B
0-8
>100
SUBCLASSE
4C
0 - 45
>20 <100
Apresentam fase pedre- Bem drenado e Média
gosa, cascalhamento ou moderadamente e argilosa
são petroplínticos.
drenado
Média
argilosa
>45
<50
Podem apresentar casca- Bem drenado e Arenosa,
lhos entre 15 e 50% no moderadamente média
valume da massa do solo drenado
e argilosa
---
5 – NÃO IRRIGÁVEL
e
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
77
No presente trabalho foram usados limites de profundidade correspondentes às
características de cada classe de solo mapeada. Os seguintes parâmetros referentes à
profundidade efetiva, combinado com outros fatores (Quadro 4), foram considerados:
1 - >120 cm – Classe Boa para Irrigação – correspondente a solos profundos4 (100-200 cm) e
muito profundos4 (>200 cm).
2 - >70 cm – Classe Regular para Irrigação – correspondente a solos pouco profundos4 (50 –
100 cm) e profundos4 (100-200 cm).
3 - >120 cm – Classe Restrita para Irrigação – correspondente a solos profundos4 (100 – 200
cm) e muito profundos4 (>200 cm).
- >70 cm – Classe Restrita para Irrigação – correspondente a solos pouco profundos4 (50 –
100 cm).
4 - > 150 cm – Classe Muito Restrita para Irrigação – correspondente a solos profundos (100 –
200 cm) e muito profundos (>200 cm).
- >100 cm – Classe Muito Restrita para Irrigação – correspondente a solos profundos e muito
profundos.
- >20 e <100 cm – Classe Muito Restrita para Irrigação – correspondente a solos rasos4 (<50
cm) e pouco profundos (50 – 100 cm).
5 - <50 cm – Classe Não Irrigável – correspondente a solos rasos (<50 cm).
c) Fase pedregosa concrecionário e cascalhento (definições constantes no item Critérios e
normas adotadas para classificação dos solos).
d) Drenagem – refere-se à quantidade de rapidez com que a água recebida pelo solo se escoa
por infiltração e escoamento, afetando as condições hídricas do solo, sendo usadas as
seguintes classes (definidas no item Critérios e normas adotadas para classificação dos solos):
- Excessivamente drenado – como exemplo típico de solos desta classe que ocorre na área,
temos as Areias Quartzosas.
- Fortemente drenado – como exemplo típico da área, podem ser citados os Latossolos
Vermelho-Amarelos textura média.
- Acentuadamente drenado – como exemplo típico da área, temos os Latossolos VermelhoEscuros, textura argilosa e muito argilosa, e os Latossolos Vermelho-Amarelos, textura
argilosa.
- Bem drenado – como exemplo típico desses solos na área, podem ser citados os Podzólicos
Vermelho-Escuros, textura argilosa e argilosa/muito argilosa, Podzólicos Vermelho-Amarelos,
textura argilosa e média/argilosa, Cambissolos, textura média, e solos Litólicos, textura média a
argilosa.
- Moderadamente drenado – como exemplo de solos desta classe, na área temos alguns
Cambissolos, textura argilosa.
- Imperfeitamente drenado – como exemplo de solos da área nesta classe, temos os
Plintossolos álicos.
- Mal drenado – na área, ocorrem como exemplo desta classe os Gleissolos álicos.
4
Conforme parâmetros definidos pelo Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos –
SNLCS/EMBRAPA.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
78
Não ocorre na região, em caráter dominante, a classe de drenagem muito mal drenado.
e) Textura – característica distintiva de unidades de solo, diferenciadas segundo composição
granulométrica (fração <2 mm), consideradas as classes primárias de textura em nível mais
generalizado, compondo as seguintes agregações, definidas no item Critérios e normas
adotados para classificação dos solos: Textura arenosa, textura média, textura argilosa, textura
muito argilosa e textura indiscriminada.
- Descrição de Classes para Irrigação
Classe 1 – Boa
Situa-se em relevo plano e/ou suave ondulado, com declividades que variam de 0 a 8%,
sendo representada por solos com características consideradas boas para irrigação. Apresenta
profundidade efetiva do solo maior que 120 cm, é livre de pedregosidade, petroplintita e/ou
cascalho, textura superficial e subsuperficial, argilosa e/ou muito argilosa. Ocorre de forma
dispersa por toda a área, destacando-se as terras encontradas nas chapadas e parte do Vão
do Paranã (Figura 32).
Ocupa uma área de aproximadamente 5.780 km2 , correspondendo a 14,9% da área total
mapeada.
Estão enquadrados nesta classe os solos: Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo
Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Escuro, Podzólico Vermelho-Amarelo e Cambissolo.
Classe 2 – Regular
Esta classe é composta por solos com características regulares para a irrigação. Encontra-se
em relevo que varia de plano a ondulado com declividade que varia de 0 a 20%, representada
por solos com profundidade efetiva maior que 70 cm, ausência de pedregosidade, textura
superficial média e argilosa e textura subsuperficial argilosa, muito argilosa.
Foi subdividida em duas subclasses, com o objetivo de distinguir solos bem drenados,
representados, pela subclasse 2 A , dos imperfeitamente drenados, simbolizados pela subclasse
2B. Os solos subclasse 2B, apresentam textura indiscriminada.
Possui menor capacidade de produção em relação à classe 1; o seu uso com irrigação
requer maiores gastos com preparo, tratos culturais, etc. As limitações topográficas incluem a
superfície irregular que requer despesas para nivelamento.
Ocupa aproximadamente 3.413 km2, equivalendo a 8,8% da área total mapeada.
Está representada nesta região pelos solos: Podzólico Vermelho-Escuro, Podzólico
Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Plintossolo e solos Aluviais.
Classe 3 – Restrita
Representada pelos subclasses 3A e 3B com as seguintes características;
3A - Compreende solos com profundidade efetiva maior que 120 cm, sob relevo plano e suave
ondulado com declives de 0 a 8%, fortemente drenados, apresentando textura média
superficial e subsuperficial. Desta subclasse, fazem parte os Latossolos Vermelho-Amarelos.
3B - Compreende solos sob relevo suave ondulado e ondulado com declives que variam de 3
a 20%, com profundidade efetiva maior que 70 cm, bem drenados, textura superficial e
subsuperficial argilosa, apresentando quantidade significativa de cascalho no volume da massa
do solo (15 a 50%). Faz parte desta subclasse parte dos Cambissolos da área.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
80
Possui restrita adequabilidade ao desenvolvimento da irrigação, devido às deficiências
apresentadas quanto ao impedimento de uso de máquinas (cascalhos), pouca profundidade
(subclasse 3B) e altos teores de areia (subclasse 3A).
Ocupa aproximadamente uma área de 2.133 km2 , correspondendo a 5,5% da área total
mapeada.
Classe 4 – Muito Restrita
Representada pelas subclasses 4A, 4B e 4C com as seguintes características:
4A - Compreende solos com profundidade efetiva maior que 150 cm, excessivamente
drenados, textura superficial e subsuperficial arenosa, sob relevo plano e suave ondulado (0 a
8% de declive).
4B - Compreende solos sob relevo plano e suave ondulado (declives de 0 a 8%), profundidade
efetiva maior que 100 cm, mal drenados, apresentando textura média tanto superficialmente
como subsuperficialmente.
4C - Compreende solos sob relevo que varia de plano a forte ondulado, com declives que vão
de 0 a 45%, profundidade efetiva superior a 20 cm e inferior a 100 cm, petroplínticos, bem a
moderadamente drenados, com textura superficial e subsuperficial média e argilosa.
Apresentam fase pedregosa, são cascalhentos e/ou petroplínticos nas subclasses 4B e
4C.
A utilização desses solos com irrigação fica restrita a situações muito especiais,
praticamente havendo inviabilização, já que a relação custo/benefício torna-se desfavorável.
Ocupa uma área de aproximadamente 17.685 km2 , equivalendo a 45,6% da área total
mapeada.
A subclasse 4A é representada por Areias Quartzosas, a 4B por Gleissolos e a 4C por
Petroplínticos, Cambissolos e solos Litólicos.
Classe 5 – Não Irrigável
Representada por solos rasos (< 50 cm), sob relevo forte ondulado, montanhoso e/ou
escarpado com declives superiores a 45%, bem e moderadamente drenados, textura arenosa,
média e/ou argilosa, podendo apresentar fase pedregosa.
Terras pertencentes a esta classe devem ser preservadas com sua vegetação natural,
como forma de melhor conservá-las. Não apresentam os requisitos mínimos exigidos para
serem irrigadas.
Ocupa aproximadamente 8.533 km2., equivalendo a 22% da área total mapeada.
Se enquadram nesta classe os solos Litólicos. Os afloramentos rochosos presentes na
área foram inclusos nesta classe.
Predisposição à erosão
A erosão compreende os processos de desagregação de arrastamento e de deposição
das partículas constituintes do solo, produzidas, principalmente, pela ação da água das chuvas,
ou pela ação dos ventos. Está condicionada aos fatores climáticos (precipitação, temperatura,
etc.) e edáficos (tipo de solo) e à topografia local.
A erosão hídrica se processa em três etapas: a desagregação das partículas, seu
transporte e deposição, fatos que podem ocorrer sucessivas ou concomitantemente, e ser
afetados por diversos fatores (intensidade, quantidade e duração das chuvas, quantidade e
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
81
velocidade do fluxo das águas de superfície, natureza do solo, cobertura vegetal, declividade
do terreno, comprimento dos lançantes e as práticas conservacionistas).
Todos esses fatores devem ser analisados em separados e posteriormente integrados
para se ter uma avaliação completa do processo erosivo.
No presente trabalho, a metodologia utilizada baseou-se no trabalho Suscetibilidade à
Erosão da Macrorregião da Bacia do Paraná (MS/SEPLAN, 1989-a), sendo a integração
efetuada somente entre os fatores natureza do solo e declividade do terreno, com o objetivo de
delimitar áreas que possuem uma maior ou menor predisposição natural à erosão. O fator
relevo possui na área uma grande variedade de declives, sendo efetuada sua avaliação
conforme demonstra o Quadro 6 – Avaliação das Classes de Relevo, onde o mesmo se
apresenta sintetizado na forma de dígitos sequenciados de 1 a 7.
Igualmente, foi necessário sintetizar as principais características do solo relativas à
erosão em um quadro, permitindo assim sua separação em classes de erodibilidade, conforme
descritas no Quadro 5 – Principais Características dos Solos Utilizados para Definição das
Classes de Erodibilidade, onde cada classe corresponde a dígitos hierarquizados de 1 a 7,
conforme avaliação feita em quadro específico para o fator solo.
De posse desses dados, procedeu-se à integração das informações do relevo e do solo
conforme o Quadro 7 – Combinações dos Fatores Relevo-Solo. Com base nessas
combinações foram definidas, empiricamente, 8 (oito) classes de predisposição à erosão, quais
sejam: Muito Fraca, Fraca, Fraca a Moderada, Moderada a Forte, Forte, Muito Forte e Especial
(Figura 33).
Refere-se à erosão em superfície de conceituação dessas classes, abordada a seguir,
acompanhada de suas principais características.
Classe 1 – Muito Fraca
São terras que apresentam no seu estado natural muito fraco risco de erosão e que,
quando utilizadas, exigem nível baixo de emprego de práticas conservacionistas, com o uso de
técnicas simples de controle, como medida preventiva para sua conservação. Correspondem a
áreas que apresentam relevo plano e suave ondulado com declives de 0 a 8%, com presença
de solos de erodibilidade muito fraca (S1), ou seja, Latossolo Vermelho-Escuro textura muito
argilosa e argilosa e Latossolo Vermelho-Amarelo textura argilosa.
Abrange aproximadamente 2.366 km2 da área, correspondendo a 6,1% da área total
mapeada.
Classe 2 – Fraca
São terras que no seu estado natural possuem fraco risco de erosão e que, quando
utilizadas, exigem nível baixo de emprego de práticas conservacionistas, com o uso de
técnicas simples de controle, como medida preventiva para sua conservação. Correspondem a
áreas que apresentam relevo plano e suave ondulado com declives de 0 a 8%, com presença
de solos de erodibilidade fraca (S2), Latossolo Vermelho-Amarelo textura argilosa e média e
Plintossolo textura indiscriminada.
Ocorrem aproximadamente 3.219 km2 da área, equivalendo a 8,3% da área total
mapeada.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
82
Quadro 5
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS UTILIZADOS PARA A DEFINIÇÃO DAS
CLASSES DE ERODIBILIDADE
CLASSES
DE
ERODIBILIDADE
MUITO FRACA
(S1)
FRACA
(S2)
FRACA
A
MODERADA
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS
Horizonte superficial
Horizonte
Subsuperficial
EXEMPLOS
Textura muito argilosa
(>60% de argila)
Textura argilosa
(35 a 60% de argila)
B latossólico
Latossolo Vermelho-Escuro e
Latossolo Vermelho-Amarelo
textura muito argilosa e argilosa
Textura argilosa
(35 a 60% de argila) e
média (<35% de argila e
>15% de areia)
B latossólico
Latossolo Vermelho-Amarelo
textura argilosa e média
Textura média
B latossólico
Latossolo Vermelho-Amarelo
textura média
B textural, B câmbico ou
C profundo
Podzólico Vermelho-Escuro e
Podzólico Vermelho-Amarelo
textura argilosa/muito argilosa
e Cambissolo textura argilosa
Textura média
B textural, B câmbico ou
C profundo
Podzólico Vermelho-Amarelo
textura média/argilosa,
Cambissolo textura média e
Gleissolo textura média
Textura arenosa
(areia e areia fraca)
C arenoso
Areias Quartzosas
Textura argilosa
Solos rasos (< 50 cm)
Solos Litólicos
textura argilosa
Textura média e arenosa
Solos rasos (< 50 cm)
Solos Litólicos
textura arenosa e média
(S3)
Textura muito argilosa
MODERADA
(S4)
MODERADA
A
FORTE
(S5)
FORTE
(S6)
MUITO FORTE
(S7)
Textura argilosa
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
83
Quadro 6
AVALIAÇÃO DAS CLASSES DE RELEVO
RELEVO
DECLIVE DAS
VERTENTES
R1
0-8%
R2
3-20%
Suave ondulado e ondulado
R3
8-20%
Ondulado
R4
8-45%
Ondulado e forte ondulado
R5
20-45%
Forte ondulado
R6
20-75%
Forte ondulado e montanhoso
R7
>45%
CLASSES DE RELEVO
Plano e suave ondulado
Montanhoso e escarpado
Quadro 7
COMBINAÇÃO DOS FATORES RELEVO-SOLO
S
O
L
O
RELEVO
S1
S2
S3
S4
S5
S6
S7
R1
11
12
13
14
15
16
17
R2
21
22
23
24
25
26
27
R3
31
32
33
34
35
36
37
R4
41
42
43
44
45
46
47
R5
51
52
53
54
55
56
57
R6
61
62
63
64
65
66
67
R7
71
72
73
74
75
76
77
Classes existentes na área.
Classes resultantes das diferentes combinações:
Muito Fraca – 11
Fraca – 12
Fraca a Moderada – 13
Moderada - 24
Moderada a Forte – 16, 25, 34
Forte – 15, 17, 26, 27, 35, 44, 45
Muito Forte – 46, 47, 54, 56, 57, 66, 67, 77
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
85
Classe 3 – Fraca a Moderada
São terras que no seu estado natural possuem fraco a moderado risco de erosão e que,
quando utilizadas, exigem nível baixo a médio de emprego de práticas conservacionistas, com
o uso de técnicas simples mas intensivas de controle, como medida preventiva para sua
conservação, podendo exigir o uso de algumas práticas de engenharia de solo e água.
Correspondem a áreas que apresentam relevo plano e suave ondulado com declives de 0 a 8%
e solos de erodibilidade fraca a moderada (S3) e moderada (S4), Latossolo Vermelho-Amarelo
textura média, Podzólico Vermelho-Escuro textura argilosa/muito argilosa, Podzólico VermelhoAmarelo textura argilosa/muito argilosa, Cambissolo textura argilosa e Petroplínticos textura
indiscriminada.
Abrange aproximadamente 5.818 km2 da área total, correspondendo a 15,0% da área
total mapeada.
Classe 4 – Moderada
São terras que no seu estado natural possuem moderado risco de erosão e que, quando
utilizadas, exigem nível médio de emprego de práticas conservacionistas, com uso intensivo de
técnicas de controle, como medida preventiva para sua conservação, podendo exigir o uso de
alguma práticas de engenharia de solo e água. Correspondem a áreas que apresentam relevo
plano e suave ondulado, com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade moderada (S4),
Cambissolo textura argilosa.
Ocorre em aproximadamente 2.482 km2 da área, equivalendo a 6,4% da área total
mapeada.
Classe 5 – Moderada a Forte
São terras que no seu estado natural possuem moderado a forte risco de erosão e que,
quando utilizadas, exigem nível médio a alto de emprego de práticas conservacionistas, com o
uso intensivo a muito intensivo de técnicas de controle, incluindo a utilização de práticas de
engenharia de solo e água, como medida preventiva para sua conservação. Correspondem a
áreas que apresentam:
- relevo plano e suave ondulado, com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade forte (S6),
solos Litólicos textura argilosa.
- relevo suave ondulado e ondulado, com declives de 3 a 20% e solos de erodibilidade
moderada a forte (S5), Podzólico Vermelho-Amarelo textura média/argilosa e Cambissolo
textura argilosa.
- relevo ondulado, com declives que variam de 8 a 20% e solos de erodibilidade moderada
(S4), Podzólico Vermelho-Amarelo textura argilosa e muito argilosa.
Esta classe ocorre em aproximadamente 6.128 km2 , correspondendo a 15,8% da área
total mapeada.
Classe 6 – Forte
São terras que no seu estado natural possuem forte risco de erosão e que, quando
utilizadas, exigem nível alto de emprego de práticas conservacionistas, com o uso muito
intenso e complexo de técnicas de controle, inclusive práticas de engenharia de solo e água,
como medida preventiva para sua conservação. Correspondem a áreas que apresentam:
- relevo plano e suave ondulado, com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade moderada a
forte (S5), Areias Quartzosas.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
86
- relevo plano e suave ondulado com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade forte (S6),
solos Litólicos textura argilosa.
- relevo plano e suave ondulado, com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade muito forte
(S7), solos Litólicos textura média.
- relevo suave ondulado e ondulado, com declives de 3 a 20% e solos de erodibilidade forte
(S6), solos Litólicos textura argilosa.
- relevo suave ondulado e ondulado, com declives de 3 a 20% e solos de erodibilidade muito
forte (S7), solos Litólicos textura média arenosa.
- relevo ondulado, com declives de 8 a 20% e solos de erodibilidade moderada a forte (S5),
Podzólicos Vermelho-Amarelos textura média/argilosa.
- relevo ondulado e forte ondulado com declives de 8 a 45% e solos de erodibilidade
moderada (S4), Cambissolos textura argilosa e muito argilosa.
- relevo ondulado e forte ondulado, com declives de 8 a 45% e solos de erodibilidade
moderada a forte (S5), Cambissolos textura média.
Esta classe abrange 3.336 km2 da área, correspondendo a 8,6% da área total mapeada.
Classe 7 – Muito Forte
São terras que no seu estado natural possuem muito forte risco de erosão e que, por isto
mesmo, devem ser deixadas preferencialmente para a preservação da fauna e da flora.
Correspondem a áreas que apresentam:
- relevo ondulado e forte ondulado, com declives de 8 a 45% e solos de erodibilidade forte
(S6), solos Litólicos textura argilosa.
- relevo ondulado e forte ondulado, com declives de 8 a 45% e solos de erodibilidade muito
forte (S7), solos litólicos textura média e arenosa.
- relevo forte ondulado, com declives de 20 a 45% e solos de erodibilidade moderada a forte
(S5), Cambissolos textura argilosa.
- relevo forte ondulado, com declives de 20 a 45% e solos de erodibilidade forte (S6), solos
Litólicos textura argilosa.
- relevo forte ondulado, com declives de 20 a 45% e solos de erodibilidade muito forte (S7),
solos Litólicos textura média.
- relevo forte ondulado e montanhoso, com declives de 20 a 75% e solos de erodibilidade forte
(S6), solos Litólicos textura argilosa.
- relevo forte ondulado e montanhoso, com declives de 20 a 75% e solos de erodibilidade
muito forte (S7), solos Litólicos textura média e arenosa.
- relevo montanhoso e escarpado, com declives >45% e solos de erodibilidade muito forte
(S7), solos Litólicos textura arenosa e média.
Esta classe ocorre em aproximadamente 12.605 km2 da área, equivalendo a 32,5% da
área total mapeada.
Classe 8 – Especial
São terras que no seu estado natural possuem uma dinâmica geralmente vigorosa,
constantemente erodindo, transportando e depositando, fatos que se tornam mais acentuados
nas enchentes periódicas, exigindo emprego de práticas conservacionistas específicas para
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
87
cada caso, como medida preventiva para sua conservação. Correspondem a áreas próximas
às margens dos rios e córregos, com presença de solos Gleissolos textura média e solos
Aluviais indiscriminados.
Essa classe de predisposição à erosão define o potencial natural de cada unidade
mapeada, frente aos processos erosivos.
Ocorre em aproximadamente 1.590 km2 da área, correspondendo a 4,1% da área total
mapeada.
Terras para mecanização
A região possui algumas áreas propícias ao uso de máquinas e implementos agrícolas,
caracterizadas principalmente pelos solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo VermelhoAmarelo e Podzólico Vermelho-Escuro, que se encontram sob relevo que apresentam declives
suaves. Grande parte da área, notadamente na porção noroeste, não permite o emprego de
mecanização, devido às suas características limitantes.
Baseado nas características dos solos e nas condições de relevo em que se encontram,
foram definidas 4 (quatro) classes de terras para mecanização (SUPLAN/EMBRAPA-SNLCS,
1983), (Figura 34).
Classe 1 – Boa
Constituída de terras que permitem em qualquer época do ano o emprego de todos os
tipos de máquinas e implementos agrícolas, ordinariamente utilizados. É geralmente de
topografia plana e suave ondulada, com declives que variam de 0 a 8%, não oferecendo
impedimentos relevantes à mecanização. É livre de cascalho, pedregosidade e petroplintitas.
Ocorre em aproximadamente 6.904 km2 da área, equivalendo a 17,8% da área total
mapeada.
Classe 2 – Regular
Constituída de terras que não permitem o emprego de máquinas ordinariamente utilizadas
durante todo o ano. Estas terras apresentam relevo ondulado, com declives de 8 a 20% ou
topografia mais suave, no caso de outros impedimentos à mecanização (pedregosidade,
profundidade exígua, textura arenosa, drenagem imperfeita, riscos à inundação, etc.).
Ocorre em aproximadamente 4.499 km2 da área, correspondendo a 11,6% da área total
mapeada.
Classe 3 - Restrita
Constituída de terras que permitem apenas, em quase sua totalidade, o uso de
implementos de tração animal ou máquinas especiais. Caracteriza-se pelos declives
acentuados (20 a 45%) em relevo forte ondulado e presença de pedregosidade, caráter
cascalhento, petroplintitas, profundidade exígua, má drenagem, textura arenosa, etc. pode
apresentar topografia mais suave no caso de se identificarem característica(s) adversa(s)
citada(s) anteriormente.
Ocorre em aproximadamente 10.006 km2 da área, representando 25,8% da área total
mapeada.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
89
Classe 4 – Inapta
Constituída de terras que não permitem o uso de maquinaria, sendo difícil até mesmo o
uso de implementos de tração animal. Normalmente é de topografia montanhosa, com declives
superiores a 45%, com impedimentos muito fortes devido à pedregosidade, pequena
profundidade, presença de cascalhos e/ou petroplintitas no perfil do solo.
Ocorre em aproximadamente 16.135 km2 da área, equivalendo a 41,6% da área total
mapeada.
Vegetação
A vegetação natural é antrópica (sistema primário e secundário), foi definida de acordo
com a conceituação proposta pelo Projeto RADAMBRASIL em Fitogeografia Brasileira,
Classificação Fisionômica Ecológica da Vegetação Neotropical (1982), revisada e atualizada
pelo Manual Técnico de Vegetação, boletim interno, IBGE (1989).
O sistema primário destaca a ocorrência de três regiões fitoecológicas, ou seja, Savana,
Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual. Cada região ou classe de
formação foi subdividida em unidades menores de acordo com a fisionomia e o ambiente,
assim a Savana (Cerrado) compõe-se dos subgrupos de formação: Florestada ou Arbórea
Densa (Cerradão), Arborizada ou Arbórea Aberta (Campo Cerrado, Cerrado), Parque (Parquede-Cerrado, Campo Sujo) e Gramíneo-Lenhosa (Campo Limpo). Regionalmente recebem
nomes consagrados como Cerrado, Gerais, Campina, Campo Rupestre, Veredas, Campo
Inundável, etc.
A Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifólia) é subdividida em
Formação Aluvial e Submontana, enquanto que a Floresta Estacional Decidual (Floresta
Tropical Caducifólia) em Formação Submontana e Montana.
Pela escala e natureza do trabalho, estas diversas formações, de regiões fitoecológicas
diferentes, podem ocorrer conjuntamente, configurando Áreas de Tensão Ecológica ou Contato
na forma de encraves florísticos ou misturas (Figura 35).
Ainda, como natural, foram identificadas tipologias vegetais restritas, não totalmente
delimitadas, constituindo áreas de vegetação rupícola, revestindo os relevos cársticos e
Refúgios ecológicos de Savana-Estépica (Caatinga).
A vegetação antrópica existente na área destaca atividades agropecuárias em especial
pastagem plantada, seguida de agricultura com culturas cíclicas e permanentes e
florestamento/reflorestamento. Extensas áreas estão hoje em processo de revegetação, sob
diversas fases de sucessão natural, pelo abandono ou mau uso da terra, constituindo
vegetação secundária ou capoeiras (Tabela 3).
Formações vegetais naturais
- Savana Gramíneo-lenhosa (Campo Limpo, Campina, Campo Inundável)
É uma formação campestre entremeada de plantas lenhosas anãs, mas sem cobertura
arbórea a não ser quando presente a faixa de floresta-de-galeria.
Contendo floresta-de-galeria, ocorre em terrenos pré-cambrianos, principalmente na
Chapada dos Veadeiros, a oeste da cidade de Alto Paraíso de Goiás, acompanha os principais
rios, formando estreitas faixas orientadas no sentido SO-SE. Estão sempre presentes os buritis
(Mauritia vinifera) e buritiranas (M. armata); nos baixios deste ambiente, chegam a constituir
comunidades homotípicas.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
90
Longe da floresta-de-galeria, o tapete graminóide hemicriptofítico, constituído por Aristida
spp., Trachypogon spp., Axonopus spp., Andropogon spp., Tristachya spp., entre outros, no
período desfavorável praticamente desaparece, deixando à mostra o solo esbranquiçado. No
estrato graminóide desta Savana ocorrem ordinariamente Paepalanthus speciousus e várias
espécies de veloziáceas. Nos afloramentos há cactáceas.
- Savana Parque (Parque-de-Cerrado, Cerradinho, Campo Rupestre, Campo Sujo)
É uma formação essencialmente campestre, natural ou antrópica. Quando natural, tem
posição geográfica delimitada pelas áreas encharcadas das depressões, onde o tapete
graminóide está sob cobertura arbórea esparsa constituída por uma ou poucas espécies, como
nas proximidades da cidade de Flores de Goiás, onde se observa povoamentos homogêneos
de Byrsonima sp. (murici) secundadas pela Curatella americana (lixeira) que ocupa as partes
pouco mais elevadas.
A Savana Parque que ocorre no restante da área é muito pobre em nutrientes e água e
apresenta-se com árvores e arbustos distribuídos muito rareadamente, constituindo elementos
raquíticos e retorcidos. Merece destaque a parte da Chapada dos Veadeiros revestida por
Savana Parque pela sua beleza cênica, apesar de sofrer queimadas anuais. Os componentes
mais característicos desta formação são: canela-de-ema (Vellozia ssp.) de grande efeito
ornamental, várias Mimosa, gritadeira (Palicourea sp.), lixinha (Davilla sp.) murici-orelha-deburro (Byrsonima sp.) e, ainda, exemplares de açoita-cavalo (Luehea sp.), paus-terra (Qualea
spp.) e algumas palmeirinhas do gênero Allagoptera sp. e Attalea sp. Nos afloramentos são
comuns as cactáceas.
Podem ou não apresentar floresta-de-galeria.
- Savana Arbórea Aberta (Campo Cerrado, Cerrado)
É uma formação campestre, entremeada de arvoretas xeromorfas geralmente raquíticas
com altura em torno de 5 m, esparsadamente distribuídas. De modo geral, é submetida às
queimadas anuais. Podem ocorrer as subformações sem floresta-de-galeria e com floresta-degaleria.
A sua estrutura, apesar das particularidades locais, é em sua maioria composta de espécies
comuns às áreas de Savana. Configura, portanto, uma paisagem repetitiva e que observada no
rigor da estiagem mostra um aspecto amarelecido, com parte de seus elementos perdendo sua
folhagem, o que lhes empresta uma característica de fisionomia estépica.
Os inventários florísticos realizados na região evidenciaram as Qualea spp. (paus-terrafolha-larga e miúda) Kielmeyera spp. (paus-santos), Annona sp. (araticum), Sclerolobium
aureum (carvoeiro) e Eugenia dysenterica (cagaita), além de pau-jacaré (Callisthene sp.),
gonçalo-alves (Astromium franxinifolium), tingui (magonia pubescens) e goiabinha-do-campo
(Myrcia spp.), entre as espécies mais comuns.
- Savana Arbórea Densa (Cerradão)
É uma formação campestre florestada com árvores baixas e aspectos fisionômico intermediário
entre Savana e Floresta. Sua principal característica estrutural é arbórea (até 10 m), xeromorfa,
de esgalhamento profuso, providas de grandes folhas coriáceas e perenes e casca corticosa.
Sem estrato arbustivo nítido, apresenta um tapete graminoso hemicriptofítico em tufos,
entremeados de plantas lenhosas raquíticas, munidas de xilopódios e palmeiras. Sua
composição florística é heterogênea, contudo se repete numa paisagem caracterizada por
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
92
dominantes arbóreos típicos: Curatella americana (lixeira), Qualea spp. (paus-terra-folha-larga
e miúda), Kielmeyera sp. (pau.santo), Byrsonima sp. (murici), Vochysia sp. (pau-de-tucano),
Sclerolobium aureum (carvoeiro), Caryocar brasiliense (pequi) e Terminalia argentea (capitãodo-campo) entre outros.
Atualmente, entretanto, grande parte desta paisagem vegetal encontra-se alterada ou
destruída pela intensa ocupação antrópica, com utilização para a pecuária, através de práticas
de raleamento e fogo.
- Floresta Estacional Semidecidual Aluvial
É uma formação arbórea ribeirinha que ocupa as acumulações fluviais quaternárias. Sua
estrutura é semelhante à da “floresta ciliar”. Sua florística varia de acordo com a posição
geográfica que ocupa a Formação Aluvial. É observada em alguns trechos do alto curso do rio
Paranã e alguns de seus afluentes, dentre os quais se destacam os rios Corrente, Paraim,
Santa Maria e Macacos.
São espécies típicas nesta região: a mirindiba (buchenavia sp), pau-d’arco-amarelo
(Tabebuia sp.), pau-d’óleo (Copaifera sp.), jatobá (Hymenaea sp.), aroeira (Astronium
urudeuva), goiabinha (Campomanesia sp.), braúna (Shinopsis sp.), angico (Piptadenia sp.) e
tarumã (Vitex sp.).
A exploração indiscriminada de suas espécies tem contribuído para que dentro de pouco
tempo esta fisionomia deixe de existir na área em estudo.
- Floresta Estacional Semidecidual Submontana
É a formação florestal que ocupa as encosta e os planaltos em faixa altimétrica limitada a
600 m. nessa formação existe uma submata de arbustos, além de enorme quantidade de
plâtulas de reconstituição arbórea. Suas principais características são as espécies arbóreas
emergentes caducifólias, que, no auge do período seco, compõem um conjunto fisionômico
com até 50% de decidualidade foliar.
Apesar de alterada pela extração seletiva das espécies, pode-se perceber quão
exuberante foi esta floresta pelo seu porte e diversidade de sua flora. São espécies desta
floresta: aroeira, pau-d’arco, cerejeira, cedro, braúna, gonçalo-alves, açoita-cavalo, pau-ferro e
freijó, entre outras.
Destacam-se também duas barrigudas, Chorisia sp., que ocorre lado a lado com a
Cavanillesia sp., esta última bem maior e conhecida como barriguda-lisa.
Estas florestas têm sido sistematicamente substituídas por pastos de colonião e jaraguá.
O mau manejo de alguns destes pastos, notadamente a leste da cidade de Alvaroda do Norte
(GO), está favorecendo a disseminação de invasoras, principalmente de taboca, que, por ser
agressiva e dominante, já infesta severamente grandes áreas. Somente as florestas que
revestem os relevos dissecados em cristas encontram-se pouco exploradas.
- Floresta Estacional Decidual Submontana
Esta formação florestal tem estacionalidade foliar superior a 50% na época desfavorável.
Nesta situação a submata é rala e seca. Os cipós estão sempre presente e por vezes em
profusão, a ocorrência de cactáceas e bromeliáceas é usual.
Figuram entre os seus componentes arbóreos pau-d’arco roxo (Tabebuia ipe), barrigudalisa (Cavanillesia sp.), umburana-de-cambão (Bursera leptophloeos), pau-ferro (caesalpinia
ferrea), pau-d’óleo (Copaifera sp.), angico (Piptadenia sp.), tamboril (enterolobium sp.), pau-
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
93
Tabela 3
Áreas de cobertura vegetal natural e antrópica da Região Nordeste de Goiás
1988
PERCENTAGEM
COBERTURA VEGETAL
TOTAL
ÁREA
(km2)
Em relação
ao total
Em relação à
região
fitoecológica
38.785,0
100,0
---
Região da Savana (cerrado)
24.923,2
64,3
100,0
Formações
Arbórea aberta
Parque
Gramíneo-lenhosa
17.426,0
5.136,6
462,8
44,9
13,3
1,2
69,8
20,7
1,9
293,3
1.356,3
85,5
162,7
0,8
3,5
0,2
0,4
1,2
5,5
0,3
0,6
1.901,5
4,9
100,00
339,3
422,3
0,9
1,0
18,4
20,4
1.079,8
60,1
2,8
0,2
57,1
4,1
2.539,3
6,5
100,00
Formação Submontana
1.263,9
3,2
49,2
Antropismo
Pastagem plantada
Vegetação secundária
1.215,8
59,6
3,1
0,2
47,7
3,1
9.421,0
24,3
100,0
Encraves (Savana/Floresta Estacional)
5.654,4
14,6
60,1
Antropismo
Pastagem plantada
Vegetação secundária
3.732,2
34,4
9,6
0,1
39,5
0,4
Antropismo
Agricultura
Pastagem plantada
Reflorestamento
Vegetação secundária
Região da Floresta Estacional Semidecidual
Formações
Aluvial
Submontana
Antropismo
Pastagem plantada
Vegetação secundária
Região da Floresta Estacional Decidual
Áreas de tensão ecológica (contato)
FONTE – Imagens LANDSAT 5TM – CANDIS 3 e 4.
NOTA – O cálculo das áreas foi efetuado pelo método de pesagem dos ambientes na escala 1:250.000,
considerando-se a formação ou ocupação dominante e a situação de setembro de 1988. As formações vegetais
de floresta podem estar destituídas das espécies econômicas pela exploração seletiva.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
94
sangue (Pterocarpus sp.), braúna (Schinopsis brasiliensis), aroeira (Astronium urundeuva) e
cedro-verdadeiro (cedrela fissilis).
A devastação das áreas florestadas se processa de forma intensa quer pela total
substituição de floresta por patos, quer através de uma exploração seletiva, destituída de
qualquer orientação técnica, onde a espécie mais procurada é a aroeira.
- Floresta Estacional Decidual Montana
Constitui formação florestal das áreas situadas em altitudes superiores a 600 m. sua
estrutura é composta de um emaranhado de arvoretas e plantas lenhosas, baixas, caducifólias
na época seca. A submata é rala, predominantemente composta de regeneração dos
indivíduos arbóreos e cipós.
Esta formação é, vez por outra, interrompida por afloramentos de litótipos, revestidos
esparsamente por imbiruçu, angico, pau-d’arco-roxo, barriguda-lisa, imburana-cambão,
imbaúba, entre outros.
- Refúgio Ecológico de Savana-Estépica (Caatinga)
Segundo Font Quer (1970), refúgio é o lugar geralmente de reduzida extensão e de
condições excepcionalmente favoráveis para determinadas plantas, em meio que lhe é hostil.
O conceito também se aplica às comunidades relíquias, constituídas por vegetação florística,
fisionômica e ecologicamente diferentes da vegetação regional.
Entre as cidades de Alvorada do Norte, Iaciara, Nova Roma e nas imediações do povoado
de Aurominas foram identificadas ocorrências pontuais de fitofisionomias típicas de Caatinga. É
composta por espécies xerófitas, adaptadas às condições ecológicas do trópico semiárido, que
aí vivem, testemunhando que, no passado, esta região apresentava-se com clima mais severo.
Estes refúgios de vegetação denunciam ambientes periféricos altamente vulneráveis, qualquer
perturbação ambiental pode quebrar o equilíbrio ecológico do sistema.
- Vegetação Rupícola
Tipo especial de vegetação semelhante ao refúgio, e que habita rochas e em especial os
relevos cársticos da área. Neste tipo de vegetação é comum ocorrer Cactáceas Euforbiáceas,
Bromeliáceas, Orchidáceas e alguma ou outra árvore especializada como as figueiras.
As rochas são cheias de fendas e interstícios, nos quais aglomeram-se húmus que sendo
úmidos e sombrios constituem excelentes lugares para plantas anuais de sombras. Nos
paredões mais verticais e expostos ao sol, onde há pouco lugar para a vegetação, pode ocorrer
uma ou outra xerófita. Finalmente, na parte superior das rochas, onde a camada de húmus é
fina, a água desaparece com facilidade devido às fendas expondo as rochas a uma maior
quantidade de raios solares, aumentando a evaporação, tornando-se, assim, lugar propício
para Cactáceas e Aráceas.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
95
Zoneamento do Potencial Geoambiental
A análise integrada dos elementos temáticos que constituem as cartas de serviço, através
da correlação dos tipos genéticos de modelados e padrões de drenagem, em função das
condicionantes geológicas, proporciona o estabelecimento do esboço morfoestrutural,
conforme preconizado por Silva (1987), contendo dados e informações referentes ao reflexo
dos condicionamentos geológicos sobre o relevo e os materiais que originam os solos (Figura
36).
Após o estabelecimento da compartimentação morfo-estrutural, são identificadas as
combinações dos tipos genéticos de modelados e de solos, originando associações
morfopedológicas, as quais se correlacionam às comunidades vegetais, proporcionando a
definição dos geossistemas. Estabelecidos os sistemas ambientais ou geossistemas,
identificam-se as menores unidades dentro desses sistemas que constituem as geofácies.
Na área em estudo foram identificadas 9 (nove) regiões geoambientais, subdivididas em
27 (vinte e sete) geossistemas, constituindo áreas cartografáveis e representadas por sua
organização interna, que se reflete na convergência de semelhança dos seus componentes
físicos e bióticos (mapa anexo).
Na delimitação cartográfica das unidades ambientais foram adotados alguns
procedimentos que devem ser assinalados: as regiões geoambientais encontram-se limitadas
por linhas mais espessas, com numerações em algarismos romanos distribuídos
aleatoriamente na área de abrangência de cada uma, aparecendo na parte inferior do mapa a
distribuição esquemática das mesmas, com a finalidade de auxiliar a identificação da
distribuição espacial.
Os geossistemas apresentam-se delimitados através de linhas espessas e tracejadas,
numerados de 1 (um) a 27 (vinte e sete) em algarismos arábicos, de modo que na área de
domínio desses sistemas a numeração é sempre a mesma; as letras maiúsculas identificam a
geofácies, constituintes menores do mapeamento, sendo delimitadas por linhas finas e
contínuas.
Considerando situações em que os limites das distintas unidades ambientais coincidem
com a rede de drenagem, optou-se por introduzir um artifício cartográfico representado por
setas que identificam a ocorrência de tais situações.
A região nordeste do Estado de Goiás foi, através do presente estudo, subdividida nas
seguintes unidades:
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
- Região I -
97
Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros:
•
Geossistema 1
- Veadeiros
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Geossistema 2
Geossistema 3
Geossistema 4
Geossistema 5
Geossistema 6
Geossistema 7
Geossistema 8
Geossistema 9
Geossistema 10
-
Araí
Serra da Pedra Branca
Serra do Tombador-Serra Branca
Divisor dos Rios Tocantizinho-Preto
Serra da Aboboreira
Serra da Boa Vista
Escarpas Estruturais
Serra da Prata
Baixos Rios Preto-Tocantinzinho
- Região II - Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba:
•
•
•
Geossistema 11
Geossistema 12
Geossistema 13
- Borda da Serra Geral do Paranã
- Chapadas de São João d’Aliança-Alto Paraíso de Goiás
- Vertentes do Rio Tocantinzinho-Ribeirão das Brancas
- Região III - Chapada de Paracatu:
•
Geossistema 14
- Borda Norte das Chapadas de Paracatu
- Região IV - Chapadão Central:
•
Geossistema 15
- Borda da Serra Geral de Goiás
- Região V - Patamares do Chapadão Central:
•
•
Geossistema 16
Geossistema 17
•
•
Geossistema 19
Geossistema 20
- Cárstico-Pelítico Guarani de Goiás-Divinópolis de Goiás
- Pelítico-Cárstico Alvorada do Norte – Damianópolis –Guarani de
Goiás
- Região VI - Vão do Paranã:
- Vão do Paranã Norte
- Vão do Paranã Sul
- Região VII -Pediplano do Tocantins:
•
•
•
•
Geossistema 21
Geossistema 22
Geossistema 23
Geossistema 24
-
Vales de Cavalcante-Rio Paranã-Aurominas
Rio Paranã-Monte Alegre de Goiás-Campos Belos
Foz de Bezerra-Rio da Prata
Rio Traíras
- Região VIII - Depressões Intermontanas:
•
•
Geossistema 25
Geossistema 26
- Vão das Almas
- Depressão do Rio Claro
- Região IX - Faixas Aluviais:
•
Geossistema 27
- Várzea e Terraços Aluviais
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
98
Região I – Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros
Situado nas partes noroeste e oeste da região nordeste, esta unidade apresenta maior
abrangência espacial na área estudada, desenvolvendo-se nos Municípios de Cavalcante,
Teresina de Goiás, Monte Alegre de Goiás, Nova Roma, Alto Paraíso de Goiás e Colinas do
Sul.
Compartimentado em dois grandes blocos, entrecortado por penetrações do Pediplano do
Tocantins, preserva as maiores altitudes do Estado de Goiás. a geologia da região caracterizase pela presença de litologias do Grupo Araí com estruturas falhadas e dobradas, além de
litótipos do Grupo Bambuí, Complexo Goiano, Grupo Araxá, Formação Ticunzal e rochas
graníticas.
O relevo reflete a influência da estrutura e da litologia, os processos erosivos atuaram na
região dissecando e evidenciando sinclinais alçadas e esvaziadas, fraturas, dobras e falhas,
além de rampas e planos inclinados, cujas bordas em geral constituem escarpas de falha.
Esta região abrange 10 (dez) geossistemas que constituem arranjos espaciais
caracterizados pela semelhança de seus componentes físicos e bióticos; numerados de 1 (um)
a 10 (dez), apresentam a seguinte denominação:
1. Veadeiros
2. Araí
3. Serra da Pedra Branca
4. Serra do Tombador-Serra Branca
5. Divisor dos rios Tocantinzinho-Preto
6. Serra da Aboboreira
7. Serra da Boa Vista
8. Escarpas Estruturais
9. Serra da Prata
10. Baixos Rios Preto-Tocantinzinho
Geossistema 1 – Veadeiros
Possuindo forma alongada de direção geral sudoeste-nordeste, ocupa a extremidade
meridional da região do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros e guarda os níveis
mais altos do estado, 1.000 a 1.600 m.
Destacando-se nos níveis mais altos, onde se localiza o Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros, relevos planos e de topos tubulares (geofácies a, b, c, d), com fraca a moderada
densidade de canais de drenagem e declives de encosta de 0 a 3%.
A extremidade nordeste caracteriza-se por encontrar-se intensamente dissecada em
formas de topo convexo e aguçado (geofácies e, f, g), com moderada a forte densidade de
drenagem e declives de 20 a 45%.
Ocorrem nesta unidade solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solos Litólicos.
Abrangendo o Município de Alto Paraíso de Goiás os Latossolos Vermelho-Amarelos
(geofácies a, b) são álicos (saturação por alumínio
50%), profundos e muito profundos,
textura argilosa e média, ocorrendo sob relevo plano e suave ondulado. Os Cambissolos
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
99
(geofácies c) são álicos, pouco profundos, cascalhentos, de textura argilosa e relevo plano e
suave ondulado. Ocupando grande extensão neste geossistema os solos Litólicos álicos
(geofácies d, e, f, g) e distróficos (geofácies f) são cascalhentos, textura arenosa, média e
argilosa e relevo que varia de plano e suave ondulado a montanhoso e escarpado.
Fisionomias campestres arborizadas tipo Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa,
eventualmente com distribuição de árvores pouco mais adensadas constituindo Savana
Arbórea Aberta. Nas linhas de drenagem pode ocorrer vegetação mais exuberante como as
matas ciliares, quase sempre ornadas com palmeiras higrófitas onde se destaca o buriti.
A característica predominantemente cascalhenta do substrato associado a condições
climáticas especiais induz a ocorrência de uma flora pouco mais especializada ou diferenciada
das áreas de Cerrado comuns. Dentre suas espécies vegetais características citam-se várias
veloziáceas Vellozia spp., leguminosas como Mimosa cf Clausseni e M. cf. densa além de
Eriocauláceas, Convovuláceas e outras que contribuem para destacar a região como um
conjunto cênico de rara beleza. Parte do geossistema constitui o Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros. Fora dele, o uso atual prioriza as atividades de pecuária extensiva, praticada na
situação de pastagem natural e com utilização periódica de fogo, prática disseminada como de
melhoria e manutenção. Como registro vale ressaltar uma atividade extrativista vegetal, como a
coleta de flores silvestres para confecção de arranjos ornamentais, exportados principalmente
para o mercado de Brasília.
A geologia da área é representada por rochas do Grupo Araí, com a presença das
formações Arraias e Traíras.
A Formação Arraias apresenta a seguinte litologia: quartzitos médios a grosseiros
feldspáticos, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos finos, quartzitos micáceos laminados
com níveis de conglomerados basais e intraformacionais, metarcóseos e calcoalbititos.
A Formação Traíras mostra uma seqüência metassedimentar pelítica e psamítica, com as
seguintes variedades litológicas: metassiltitos micáceos, muscovita quartzitos calcíferos, biotitaclorita-muscovita-quartzo filitos, sericita filitos grafitosos metapelitos às vezes carbonosos,
xistos grafitosos e granadíferos (?), às vezes ricos em magnetita, lentes de calcário e marga.
O potencial mineral do Grupo Araí está representado por ocorrências de cristal de rocha e
manganês, inclui entretanto possibilidades metalogenéticas de ocorrerem mineralizações
auríferas e de rutilo em veios de quartzo, veios de barita e ametista em quartzitos, ferro nos
quartzitos e metapelitos e mármore em calcifilitos.
Geossistema 2 – Araí
Situado na parte centro-norte da região nordeste, o geossistema Araí desenvolve-se a
noroeste de Cavalcante abrangendo a localidade de Araí, as nascentes dos rios Claro, São
Félix e do córrego Ouro Fino.
Instalado sobre dobramentos do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros,
guarda nas partes mais altas, 1.000 a 1.400 m, denominadas de Chapada da Piteira e serra da
Forquilha, relevos de topos tabulares e planos (geofácies a, b), com densidade de canais de
drenagem fraca e declives de 0 a 3%. A área restante do sistema encontra-se intensamente
dissecada em formas de topos convexos que formam serras com flancos ravinados (geofácies
c, d, e, f) com densidade de drenagem forte, com declives de encostas entre 8 e 45%.
Representado pelos solos Latossolo Vermelho-Amarelo e solos Litólicos.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
100
Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) são álicos (alta saturação por alumínio),
profundos e muito profundos, textura argilosa e média, e ocorrem sob relevo plano e suave
ondulado. Os solos Litólicos álicos (geofácies b, c, d) e distróficos (geofácies c, e, f) possuem
baixa fertilidade natural, textura arenosa, média e argilosa e se encontram sob relevo que varia
de plano a montanhoso.
Paisagem bastante similar com a do geossistema Veadeiros, apresenta-se em sua maior
parte constituída por tipologias de Savana Parque, Savana Gramíneo-Lenhosa e Savana
Arbórea Aberta, em geral fimbriadas com buritis. Apenas em situações especiais e restritas
ocorre floresta, como nas baixas e encaixadas vertentes úmidas. O uso regional também é
baseado na exploração de pecuária extensiva em pastagem natural com baixa capacidade de
suporte.
As litologias que ocorrem nesta unidade constituem a Formação Araias e Formação
Traíras reunidas no Grupo Araí do Proterozóico, estando representadas por arenitos finos,
siltitos, argilitos, quartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos micáceos laminados com níveis de
conglomerados e metavulcânicas, além de metassiltitos de coloração esverdeada com lentes
de mármore.
Na parte leste do geossistema ocorre dobramento do tipo sinclinal, orientado segundo NS, abrangendo a região localmente conhecida como chapada da Piteira; em seu interior
encontram-se expostos metapelitos da Formação Traíras, enquanto nas bordas ocorrem
quartzitos da Formação Arraias.
O potencial mineral compreende ocorrências de ouro, rutilo e cristal de rocha
apresentando possibilidades metalognéticas de mineralizações auríferas, cristal de rocha e
rutilo em veios de quartzo; ametista relacionada a quartzitos; mármores em calcifilitos e cobre
em rochas máficas.
Geossistema 3 – Serra da Pedra Branca
Abriga a cidade de Nova Roma e as nascentes dos córregos Areias, Salobro e Água Fria.
Parte integrante do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros com cotas
altimétricas entre 500 e 1.000 m, abriga em sua maior extensão relevos dissecados em
interflúvios tabulares que envolve pequenas áreas planas (geofácies a, b, c, f), com fraca
densidade de canais de drenagem e declives da ordem de 0 a 8%.
Os relevos dissecados de topo convexo (geofácies d, e) e os relevos de topo aguçado
(geofácies d, g), com forte densidade de canais de drenagem e declives variáveis entre 20 e
75%, fazem o contato deste com o geossistema Veadeiros.
Este geossistema é representado pelos solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico
Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solos Litólicos. Ocupando pequena porção dentro desta
unidade os Latossolos Vermelho-Amarelos álicos (geofácies a) possuem baixa fertilidade
natural (alta saturação por alumínio), profundos e muito profundos, são de textura argilosa e
média e se encontram sob relevo plano e suave ondulado. Os Podzólicos Vermelho-Amarelos
(geofácies b) são eutróficos (alta saturação por bases 50%), pouco profundos e profundos, de
textura média/argilosa e argilosa, ocorrendo nas proximidades de Nova Roma sob relevo suave
ondulado e ondulado. Os Cambissolos se situam ao sul de Nova Roma (geofácies c), são
eutróficos (média e alta fertilidade natural), pouco profundos e profundos, possuem textura
argilosa e estão sob relevo suave ondulado e ondulado. Ocupando maior extensão nesta
unidade ocorrem os solos Litólicos álicos (geofácies d) e distróficos (geofácies e, f, g) com
saturação por bases < 50% e saturação por alumínio
50%, n ão-cascalhentos (maior
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
101
ocorrência) e cascalhentos, de textura arenosa, média e argilosa, sob relevo que varia de
ondulado a escarpado.
A existência de solos eutróficos, somados a feições geomorfológicas propícias, induz a
existência de um mosaico vegetacional com formações campestres e florestais; as primeiras
ocupando os solos álicos ou distróficos com uma distribuição bem mais ampla. Entre os tipos
campestre-arborizados destacam-se as fisionomias de Savana (Cerrado) constituídas por
Savana Arbórea Aberta e Parque. É interessante constatar a ocorrência neste geossistema, e
em situações localizadas, de feições e espécies vegetais típicas da Região Fitoecológica da
Caatinga numa condição que poderia ser classificada como de Refúgio Ecológico. Essa
mesma ocorrência pode ser estendida para geossistemas limítrofes, sem que se possa, dentro
desta escala, promover um delineamento mais preciso.
A ocupação e uso atual da terra destacam neste sistema a utilização primordial como
pastagem natural, seguida por pastagem plantada e localizadamente de exploração mineral
(cassiterita), muito embora esta última atividade, por questões mercadológicas, se encontre
semiparalisada.
O geossistema Serra da Pedra Branca encontra-se litologicamente constituído por rochas
das seguintes unidades: Formação Arraias do Grupo Araí, Formação Sete Lagoas do Grupo
Bambuí, Complexo Goiano Granito Serra da Pedra Branca e Coberturas Detríticas. Essas
litologias constituem registro estratigráfico do Arqueano, do Proterozóico e do TerciárioQuaternário.
A Formação Arraias configura uma faixa de exposições desenvolvendo-se ao longo do
geossistema no sentido S-N, constituindo em grande parte a borda oeste; na porção norte
apresenta a maior área de exposição, sendo representada por quartzitos, metassiltitos, filitos,
níveis de conglomerados e, no limite norte, nas proximidades do rio Paranã, ocorrem também
rochas metavulcânicas.
Constituindo a borda leste do geossistema, desde o limite sul até a área da cidade de
Nova Roma, a Formação Sete Lagoas abrange uma seqüência de calcários, dolomitos e
rochas pelíticas.
Na parte noroeste localiza-se o maciço granítico da Serra da Pedra Branca (geofácies f,
g) apresentando forma elíptica com 12 km de comprimento por 9 km de largura, exibindo
composição predominante de biotita granito a duas micas e microgranito pórfiro. O corpo
granítico é cortado por greisens filoneanos mineralizados em cassiterita.
Rochas do Complexo Goiano ocorrem na porção central da área, encontrando-se
expostas nas proximidades de Nova Roma na estrada para Aurominas (oeste); tais litologias
foram submetidas a fenômenos de metamorfismo regional, dinâmico e retrógrado e
apresentam composição que varia de granítica a tonalítica.
As coberturas cenozóicas são constituídas por material proveniente do intemperismo das
rochas subjacentes e não transportado (elúvios) e por material pouco transportado, acumulado
nos sopés das encostas dos platôs (colúvios); após a deposição a região foi submetida a uma
inversão de relevo de modo que restos de coberturas cenozóicas constituem em muitas áreas
da região chapadas ou pequenos platôs sobre as quais se desenvolvem Latossolos VermelhoAmarelos e Latossolos Vermelho-Escuros.
O potencial mineral do geossistema Serra da Pedra Branca abrange ocorrências de
calcário, dolomito, cassiterita, fluorita e possibilidades metalogenéticas de ocorrerem
mineralizações auríferas em veios de quartzo na Formação Arraias e em faixas greisenizadas
relacionadas ao granito da Serra da Pedra Branca.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
102
A mineralização mais importante contida neste geossistema relaciona-se ao maciço
granítico da Serra da Pedra Branca (geofácies f, g) que já foi alvo de intensa exploração de
cassiterita. Atualmente tal atividade encontra-se paralisada devido à queda de preço do
estanho no mercado internacional, constituindo entretanto uma reserva que poderá apresentar
economicidade em função da recuperação do preço do metal.
Geossistema 4 – Serra do Tombador-Serra Branca
Constitui uma área de transição, rampeada com caimento para oeste em direção ao rio
Maranhão. Com níveis altimétricos entre 500 e 1.000 m, interpõe-se aos geossistemas Araí a
leste e Baixos Rios Preto-Tocantins a oeste.
Drenado pelas cabeceiras dos rios São Félix, Santo Antônio e do Carmo, possui
reduzidas áreas de relevos conservados de topos tabulares (geofácies a, b, c) com densidade
de drenagem fraca e declividade de 0 a 3%. Essas áreas conservadas destacam-se no sistema
e correspondem aos topos das serras da Larguinha e do Mocambinho. Sendo essas serras
relevos estruturais resultantes de dobramentos e falhamentos, têm suas encostas dissecadas
em formas convexas e aguçadas (geofácies e, f) com muito forte densidade de canais de
drenagens e declives entre 45 e 75%.
Seus limites a sul são bem marcados por escarpas dissecadas de topo convexo e
aguçado (geofácies f, g) com densidade de canais de drenagem muito forte e declividade das
vertentes entre 45 e 75%.
O desnível entre o topo das escarpas e o pico de depressão do Rio Claro recebe as
denominações de serras do Tombador e do Ticunzal e chega a atingir 600 m.
É representado pelos solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Amarelo,
Cambissolo e solos Litólicos, estes ocupando grande área dentro da unidade.
Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) são álicos (saturação por alumínio
50%), profundos e muito profundos, de textura argilosa e média, ocorrendo sob relevo plano e
suave ondulado. Representado por uma pequena mancha na unidade, os Podzólicos
Vermelho-Amarelos (geofácies b) são distróficos (saturação por bases e por alumínio < 50%),
profundos e pouco profundos, de textura média/argilosa, com relevo ondulado. De pequena
ocorrência na unidade, ocorrem os Cambissolos (geofácies c) distróficos, pouco profundos, de
textura média, sob relevo plano e suave ondulado. Distribuídos em todo o geossistema os
solos Litólicos podem ser álicos (geofácies d, f) ou distróficos (geofácies e), não-cascalhentos e
cascalhentos, fase não pedregosa e pedregosa, textura arenosa e média, sob relevo que varia
de ondulado a escarpado.
Savana Arbórea Aberta e Savana Parque constituem as fitofisionomias predominantes
nesse geossistema. Localmente, podem ocorrer áreas de Cerradão ou Savana Arbórea Densa
e até mesmo pequenos núcleos florestais do tipo Floresta Estacional Decidual, Montana ou
Submontana, dependendo do posicionamento altimétrico. Pela classificação fitogeográfica do
Projeto RADAMBRASIL, nestas latitudes, Montanas seriam as florestas posicionadas entre 600
e 2.000 m de altitude, enquanto que as Submontanas estariam na faixa de 100 até 600 m.
Regionalmente, o uso e a ocupação são mais disseminados na pecuária extensiva em
pastos naturais, seguidos de pastagem plantada e exploração mineral através de garimpos.
Nesta unidade de paisagem ocorrem as seguintes unidades geológicas: Formação
Ticunzal, Grupo Araí (Formação Arraias e Formação Traíras) e Granito Serra Branca.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
103
A Formação Ticunzal está constituída por grafita xistos, micaxistos grafitosos, sericitaclorita xistos, micaxistos granatíferos, gnaisses grafitosos e tremolita xistos.
O Grupo Araí apresenta uma seqüência de metamorfitos de baixo grau e está dividido em
duas formações: Formação Arraias e Formação Traíras.
A Formação Arraias apresenta as seguintes litologias: quartzitos médios e grosseiros
feldspáticos, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos finos, quartzitos micáceos laminados
com níveis de conglomerado, metavulcânicas ácidas, metandesitos, metabasaltos e
metadiabásios. Ocorrem lentes de conglomerados basais e intraformacionais, metarcóseos e
calcoalbititos.
A Formação Traíras apresenta metassiltitos micáceos, muscovita quartzitos calcíferos,
biotita-clorita-muscovita-quartzo filitos, sericita filitos grafitosos, metapelitos às vezes
carbonosos, xistos grafitosos e granatíferos, às vezes ricos em magnetita, lentes de calcário e
mármores.
O Granito Serra Branca, situado na parte oeste da unidade, junto ao rio Maranhão,
constitui a geofácies f, apresenta uma variedade de rochas graníticas, destacando-se biotita
álcali-granito e biotita muscovita álcali-feldspato granito. Esse maciço granítico é mineralizado a
estanho, tendo sido explorado através de empreendimentos mineiros e por garimpagem;
atualmente tais atividades encontram-se paralisadas devido à queda do preço do estanho no
mercado internacional, constituindo entretanto uma reserva marginal que poderá ser retomada
em função do mercado.
Do ponto de vista da potencialidade mineral o Grupo Araí apresenta: cobre em rochas
máficas; mineralizações auríferas em veios de quartzo; veios de barita em quartzitos; mármore
em calcifilitos; ametista relacionada a quartzitos; ferro em quartzitos e metapelitos; e rutilo,
cristal de rocha e quartzo leitoso em veios de quartzo. A Formação Ticunzal apresenta registro
de mineralizações de urânio e tório em suas unidades xistosas. O Granito Serra Branca
encerra mineralizações de estanho, além de possibilidades metalogenéticas indicativas de
mineralizações de fluorita, wolframita, columbita-tantalita e ouro.
Geossistema 5 – Divisor dos Rios Tocantinzinho-Preto
Posicionado na extremidade sudoeste da região, com altitudes variando entre 500 e 900
m, possui forma alongada com orientação geral sudeste-noroeste. É formado por relevos
dissecados em formas de topo convexo e aguçados (geofácies d, e, f) com densidade de
canais de drenagem moderada e forte e declives entre 20 e 75%.
Na extremidade norte denominada Serra Dourada desenvolvem-se relevos de topo
tabular em áreas restritas (geofácies a, b) com fraca densidade de drenagem e declives da
ordem de 0 a 3%. As formas de topo convexo e aguçado que envolvem essas áreas são
menos dissecadas (geofácies c, d) e têm densidade de drenagem moderada e forte com
declives de 3 a 45%.
Apresentam solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solos Litólicos.
Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) são álicos consequentemente ácidos e
de baixa fertilidade natural, profundos, de textura argilosa e média, ocorrendo sob relevo plano
e suave ondulado. Os Cambissolos (geofácies b, c), também álicos, são pouco profundos,
cascalhentos e não-cascalhentos, de textura argilosa e estão sob relevo plano e suave
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
104
ondulado. Os solos Litólicos (geofácies d, e, f,) são álicos e distróficos, possuem textura
arenosa, média e argilosa e se encontram sob relevo ondulado, forte ondulado e montanhoso.
Neste geossistema também predominam tipologias vegetais abertas, destacando-se a
Savana Arbórea Aberta e Savana Parque. Uma parcela reduzida, coincidente com solos férteis
e/ou colúvios, é vegetada por Floresta ou uma forma transicional de vegetação arbórea,
misturada de Cerradão (Savana Arbórea Densa) com Floresta Estacional. A ocupação e o uso
são mais destacados nas pastagens nativas para pecuária extensiva, seguida por pastos
plantados e algumas culturas de subsistência praticadas nas áreas mais férteis e úmidas onde
em geral também é encontrada a palmeira babaçu (Orbignya sp).
É constituído geologicamente pelo Grupo Paranoá; Grupo Araí, que está representado
pela Formação Arraias; e por dois corpos graníticos intrusivos de posicionamento duvidoso.
O Grupo Paranoá apresenta a seguinte litologia: quartzitos, metarenitos, metassiltitos,
argilitos e ritmitos, metapelitos e conglomerado basal.
A litologia da Formação Arraias é a seguinte: quartzitos médios a grosseiros feldspáticos,
ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos micáceos com
níveis de conglomerado,
metavulcânicas ácidas e básicas. E, ainda, ocorrem lentes de conglomerados basais e
intraformacionais, metarcóseos e calcoalbititos.
Os corpos graníticos intrusivos não têm posicionamento conclusivo. Usou-se o termo
granitóide para referência a essas massas mais ou menos homogêneas de composição
essencialmente quartzo-feldspática.
O condicionamento litoestratigráfico, junto com controles estruturais, sugere a
possibilidade de ocorrerem mineralizados de manganês no Grupo Paranoá; mineralizações
auríferas, cristal de rocha e rutilo em veios de quartzo, ametista e veios de barita em quartzitos
e mármore em calcifilito na Formação Arraias.
Geossistema 6 – Serra da Aboboreira
Abrangendo área de relevo dissecado, com cristas orientadas segundo N-S, o
geossistema Serra da Aboboreira situa-se entre as áreas deprimidas dos Vales de CavalcanteTeresina-Rio Paranã e Aurominas-Rio Paranã. A sul limita-se com o geossistema Veadeiros e
a norte as cristas de quartzitos, que caracterizam essa porção da unidade, terminam nas
proximidades do Rio Paranã.
Divisor de água entre os vales do rio das Pedras e o ribeirão dos Bois, constitui relevo
resultante de dobramentos e falhamentos, com altitude variável entre 500 e 1.000 m. possui
topo conservado e dissecado em interflúvios tabulares (geofácies a, b, c), com densidade de
drenagem moderada e forte com declives entre 8 e 75%. Suas bordas voltadas para oeste
formam escarpa de falha inversa ou de empurrão. As encostas voltadas para leste e oeste
encontram-se dissecadas em formas de topo convexo (geofácies d), e os contatos com os
níveis mais elevados do geossistema Veadeiros (geofácies e) encontram-se dissecados em
formas de topo convexo e aguçados com forte densidade de canais de drenagem e declives
entre 45% e maior de 75%.
Apresentam solos Latossolo Vermelho-Amarelo e solos Litólicos.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
105
Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) estão presentes nesta unidade com
muito baixa ocorrência. São álicos, profundos, de textura argilosa e média, com relevo plano e
suave ondulado.
Ocupando praticamente toda a extensão da unidade ocorrem os solos Litólicos álicos
(geofácies b, c, d) e distróficos (geofácies e). os distróficos estão presentes próximo a Teresina
de Goiás na direção de Alto Paraíso (geofácies e) e estão associados a solos de boa fertilidade
natural que apresentam altos teores de fósforo proveniente da decomposição do material
originário.
Constitui-se de fitofisionomias savânicas com destaque para o Campo Cerrado e Campo
Sujo, ou Savana Arbórea Aberta e Savana Parque, respectivamente. No entalhamento do
relevo pode ocorrer vegetação mais densa tipo Cerradão ou mesmo tipologia florestal de
transição. Com ocupação rarefeita, destaca-se o uso de pastagem natural para pecuária
extensiva.
A maior parte desta unidade de paisagem encontra-se esculpida em litologias da
Formação Arraias do Grupo Araí; na porção norte registra-se a presença de litologias do
Complexo Goiano em área deprimida entre cristas de quartzitos e na porção sul pequeno resto
de cobertura cenozóica. As litologias que caracterizam esta unidade estão representadas por:
arenitos finos, siltitos, argilitos, quartzitos, metarcóseos, conglomerados lenticulares,
metavulcânicas de caráter básico e ácido e rochas do Complexo Goiano com composição
variável de granítica a tonalítica e que foram submetidas a fenômenos de metamorfismo. Com
relação à cobertura cenozóica, presente na porção sul, representa restos de antigas superfícies
de aplainamento constituídas por elúvios e colúvios, sobre a qual se desenvolve Latossolo
Vermelho-Amarelo.
Sobre o aspecto litológico do geossistema Serra da Aboboreira deve ser ressaltada a
ocorrência de rocha metavulcânicas de caráter básico a ácido como se observa ao longo da
rodovia GO-118 nas proximidades de Teresina de Goiás.
Considerando que a Formação Arraias constitui a unidade de maior abrangência espacial
no geossistema, a potencialidade mineral restringe-se às possibilidades metalogenéticas a ela
atribuídas, dentre as quais se ressalta: mineralizações auríferas em veios de quartzo que
cortam quartzitos, conglomerados e rochas vulcânicas; cobre em rochas máficas e veios de
quartzo com cristal de rocha em quartzito.
Geossistema 7 – Serra da boa Vista
Localizado na parte centro-norte da região nordeste o geossistema Serra da Boa Vista
desenvolve-se a norte de Cavalcante atingindo o rio Bezerra no limite da região, distribui-se a
oeste até as nascentes dos rios da Prata e São Félix e a leste abrange a serra dos Mendes nas
proximidades da rodovia GO-118.
Englobando relevos resultantes da dissecação de bordas de sinclinal alçada,
denominadas de serras da Boa Vista e de Maquiné, com altitudes que variam entre 500 e
1.000 m. esse geossistema comporta litologias que foram dissecadas em forma de topos
convexo e aguçado (geofácies c), com densidade de canais de drenagem moderada a forte e
forte com declive de 20 a 75%.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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Os processos de pediplanação favorecidos pelos intensos fraturamento e falhamento
abriram em seu interior áreas deprimidas de dissecações variáveis, sendo a mais expressiva a
do Vão das Almas.
Na extremidade nordeste os relevos residuais em litologias graníticas e forma dômica
(geofácies f, g) encontram-se dissecados em forma de topos tabular e convexo com densidade
de drenagem moderada e moderada a forte com declives entre 20 e 75%.
Os relevos de topo tabular (geofácies a, b) se apresentam com fraca a moderada
densidade de drenagem e declive de 0 a 8%, assim como os relevos dissecados em forma de
topo convexo (geofácies c, d, h), com densidade de drenagem moderada e moderada a forte e
declives das vertentes entre 8 e 45%.
Ocupando toda a unidade (geofácies a, b, c, d, e, f, g, h) sob relevo que varia de plano e
suave ondulado a montanhoso e escarpado, ocorrem solos rasos, pouco desenvolvidos, onde
o horizonte A repousa diretamente sobre a rocha matriz ou sobre um horizonte C de pequena
espessura. Denominados de solos Litólicos, são álicos (geofácies a, b, c, d, e), distróficos
(geofácies f, g) e eutróficos (geofácies h). Os álicos (saturação por alumínio
50%) s ão
cascalhentos e não-cascalhentos, concrecionários e não-concrecionários, de textura arenosa,
média e argilosa. Os distróficos (saturação por bases e alumínio < 50%) não apresentam
cascalhos em quantidade significativa, são de textura média. Os eutróficos (alta saturação por
bases) são cascalhentos e de textura argilosa.
Apresentam-se com fisionomias essencialmente campestres com árvores baixas
distribuídas rarefeitamente. Constitui os chamados Campo Sujo e Campo Cerrado cuja
monotonia só é interrompida nos encaixamentos do relevo em situações de melhor umidade ou
de melhor teor nutricional do substrato, onde pode vegetar estreitas faixas de vegetação
arbórea tipo Cerradão ou Floresta Estacional. De uso mais ocorrente, têm-se as pastagens
naturais para pecuária extensiva, seguida por pastagens plantadas e incipientes culturas de
subsistência. Este geossistema encerra algumas das comunidades negras dos Kalungas, cuja
sobrevivência encontra-se hoje ameaçada pela especulação das terras e o projeto de
construção de uma hidrelétrica (Foz do Bezerra).
A geologia desta unidade de paisagem está representada por rochas da Formação
Arraias, do Complexo goiano e dos maciços graníticos Soledade e Serra do Mendes.
Estruturalmente, abrange dobramento do tipo sinclinal com eixo orientado segundo norte-sul
com cerca de 60 km de extensão por 20 km de largura, com exposições de rochas quartzíticas
da Formação Arraias, cortadas por rochas vulcânicas. No seu interior contém área deprimida
que constitui o geossistema Vão das Almas. O registro geológico abrange unidades atribuídas
ao Arqueano e Proterozóico, representados por arenitos, siltitos, argilitos, quartzitos,
metarcóseos, conglomerados, metavulcânicas, rochas de composição granítica a tonalítica
metamorfizadas e rochas graníticas.
O granito Soledade (geofácies h) localiza-se na parte sudeste do geossistema sendo
cortado pela rodovia GO-118 a aproximadamente 11 km a norte de Teresina de Goiás,
enquanto o Granito Serra do Mendes (geofácies f,g) posiciona-se na porção nordeste.
Exposição de rochas do Complexo Goiano ocorre a oeste da rodovia GO-118 estendendo-se
até o sopé das serras de quartzitos que constituem o flanco oriental de uma estrutura sinclinal;
também na porção noroeste do geossistema Serra da Boa Vista desenvolvem-se litótipos do
Complexo Goiano em área alongada no sentido N-S e deprimida entre exposições do Grupo
Araí.
O potencial mineral desta unidade está representado por ocorrências de cristal de rocha e
mineralizações auríferas em veios de quartzo no domínio da Formação Arraias; cassiterita e
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
107
fluorita relacionadas ao Granito Serra do Mendes e, no Complexo Goiano, estanho, ouro,
nióbio e terras-raras em gnaisses xistosos greisenizados e em pegmatitos associados a filitos
grafitosos.
Geossistema 8 – Escarpas Estruturais
Constitui uma área de transição com diferentes níveis altimétricos de 500 a 1.000 m,
posicionada na extremidade oeste entre o geossistema Veadeiros e a Depressão do Rio Claro.
Localmente, recebe o nome de Serra de Santana.
Resultante de falhamentos e dobramentos, forma uma faixa alongada de sentido
sudoeste-nordeste, correspondendo a uma escarpa estrutural com frente voltada para
noroeste, intensamente dissecada em forma de topos aguçado e convexo (geofácies a, b), com
forte densidade de canais de drenagem e declividade de 8 a 20% (a) e 45 a 75% (b).
Representada por solos Latólicos álicos (alta saturação por alumínio), cascalhentos
(geofácies a) e não-cascalhentos (geofácies b) de textura arenosa e média que se apresentam
sob relevo ondulado a montanhoso e escarpado.
Predomínio de vegetação de Savana com fisionomias
Gramíneo-Lenhosa. Nas vertentes úmidas aparecem fímbrias
contato com Cerradão. Apresenta-se com uso e ocupação
pastagem natural. A maior parcela desta geossistema constitui
como parte do Parque Nacional das Chapadas dos Veadeiros.
Arbórea Aberta, Parque e
de vegetação florestal em
parcial, basicamente como
área de produção ambiental
A geologia está representada por litologias da Formação Arraias do Grupo Araí,
constituída por quartzitos, arenitos finos, siltitos, argilitos, metarcóseos e conglomerados
lentiformes de posicionamento basal e intraformacional.
Geossistema 9 – Serra da Prata
Constituído por relevos da serra da Prata e da serra do Cubículo, com cotas altimétricas
entre 500 e 1.000 m, isola-se na extremidade nordeste da região separada pelo rio Paranã.
Estas serras são o divisor de águas das bacias hidrográficas dos rios São Domingos e Manso a
leste e do rio Atalaia a oeste.
Os relevos de formas tabulares (geofácies a), posicionados nos topos das serras, tem
densidade de drenagem fraca a moderada e declividade de 3 a 8%. As formas aguçadas
(geofácies c, e), resultantes da dissecação estrutural em rochas dobradas, posicionam-se nas
médias e altas encostas e têm forte densidade de drenagem e declividade das vertentes entre
45 e 75%.
O topo da serra do Cubículo e trechos da baixa encosta da serra da Prata encontram-se
dissecados em forma de topo convexo (geofácies b, d), com moderada densidade de canais de
drenagem e declividade das vertentes de 8 a 45%.
Relevos aguçados e ruiniformes bordejam a serra da Prata em sua borda leste (geofácies
r), com moderada a forte e forte densidade de drenagem e declives superiores a 75%.
Apresenta solos Litólicos álicos (geofácies a, b, c) e distróficos (geofácies d, e). sob relevo
plano e suave ondulado se encontram solos Litólicos álicos e distróficos, cascalhentos e não-
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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cascalhentos, textura argilosa e média (geofácies a). apresentando relevo ondulado e
montanhoso e escarpado ocorrem solos Litólicos álicos e distróficos, não-cascalhentos e
cascalhentos, fase não-pedregosa e pedregosa, de textura arenosa e média. Estes solos são
rasos e apresentam baixa fertilidade natural. Presença de afloramentos rochosos (geofácies d),
com declives > 75%.
Vegetação de contato Savana/Floresta Estacional com predomínio da fisionomia de
Savana Arbórea Aberta. A floresta do tipo Estacional Decidual Montana ocupa as vertentes e
áreas com solos eutróficos. Nas áreas de afloramentos rochosos ocorre também uma
vegetação especializada constituída de cactáceas e terófitas anuais denominada de vegetação
rupícola. Uso limitado, destacando pastagem natural e pastagem plantada.
O geossistema Serra da Prata é constituído por litologias pertencentes à Formação
Arraias do Grupo Araí, Formação Sete Lagoas do Grupo Bambuí e ao Granito Mocambo,
estratigraficamente posicionadas no Proterozóico.
As rochas da Formação Arraias apresentam a maior abrangência espacial, conformando
a porção central do geossistema, estando representadas por quartzitos, metassiltitos, filitos,
quartzitos micáceos laminados com níveis de conglomerado, arenitos finos, siltitos e argilitos.
A Formação Sete Lagoas, localizada na porção oriental da área, encontra-se ao longo de
uma faixa descontínua com orientação N-S, representa o limite oeste da bacia de deposição do
Grupo Bambuí, sendo constituída por uma seqüência de calcários, dolomitos e rochas pelíticas.
Na borda oeste do geossistema ocorre um maciço granítico denominado Mocambo
(geofácies d, e), devido à serra homônima, apresenta forma grosseiramente elíptica com
dimensões 8 x 6,5 km, com predominância de biotita granito de coloração cinza, granulação
grosseira e estrutura isotrópica.
O potencial mineral compreende ocorrências de calcário e dolomitos assim como
mineralizações de estanho, fluorita e ouro em zonas greisenizadas relacionadas ao Granito
Mocambo. As litologias da Formação Arraias apresentam possibilidades metalogenéticas de
mineralizações auríferas e cristal de rocha em veios de quartzos, além de veios de barita e
ametista em quartzitos.
Geossistema 10 – Baixos Rios Preto-Tocantinzinho
Posicionada na extremidade oeste da área, com cotas altimétricas entre 350 e 900 m,
possui relevos dissecados em forma de topos aguçados (geofácies d, e), com densidade de
drenagem moderada e forte com declives de 20 a 75%. Na maior parte da área e em
proporções menores ocorrem formas de topo aguçado (geofácies a, b), com densidade de
drenagem moderada e declives de 3 a 20%. Apresenta formas planas e de topo tabular
(geofácies c), com densidade de drenagem fraca e moderada a forte com declives de 0 a 3%.
Ocorrem nesta unidade os solos Podzólicos Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solos
Litólicos. Os Podzólicos Vermelho-Amarelo (geofácies a) são distróficos (saturação por base <
50%), cascalhentos, de textura média/argilosa, com relevo ondulado. Sob relevo plano e suave
ondulado se encontram os Cambissolos álicos (geofácies b) e distróficos (geofácies c). estes
solos podem apresentar grande quantidade de cascalhos e concreções ferruginosas na sua
massa, a textura é média e argilosa. Presentes sob relevo mais movimentado que varia de
forte ondulado a escarpado os solos Litólicos desta unidade são álicos (geofácies d) e
distróficos (geofácies e), de textura arenosa e média.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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Predominam fitofisionomias campestres do tipo Savana Arbórea Aberta e Savana Parque.
Restrito aos entalhamentos do relevo aparecem Savana Arbórea Densa e Floresta Estacional
que são os locais que permitem algum tipo de uso e ocupação, ou seja, pastagem plantada ou
agricultura de subsistência, além de pastagem natural.
Na área desenvolve-se a construção da Usina Hidrelétrica da Serra da Mesa, que deverá
inundar, quando do fechamento da Barragem, previsto para 1992 (?), uma considerável área,
sendo que parte deste alagamento atingirá a reserva indígena dos Avá-canoeiros.
A posteriori nova hidrelétrica será construída a jusante, a Usina de Canabrava.
A geologia desta unidade de paisagem é composta pelas seguintes litoestratigráficas:
Grupo Araxá, Grupo Paranoá, Grupo Araí, representado pela Formação Traíras, e ainda a
borda sul do Granito Serra da Mesa.
O Grupo Araxá de idade pré-cambriana média contribui com a seguinte variedade
litológica: micaxistos, quartzitos, filitos, anfibolitos, anfibólio xistos, mármores, rochas
calcossilicatadas, rochas cataclásticas, metacherts, metavulcânicas ácidas e básicas.
O Grupo Paranoá contribui com metarenitos, arenitos e siltitos feldspáticos, argilitos e
ritmitos; siltitos e argilitos vermelhos com marcas de ondas e níveis silicosos; lentes de
calcários, dolomitos e margas; quartzitos, metapelitos filitosos e calcoxistos.
A Formação Traíras apresenta metassiltitos micáceos, quartzitos calcíferos, sericita filitos
grafitosos; metapelitos carbonosos, xistos grafitosos e granatíferos (?), às vezes ricos em
magnetita; lentes de calcário e mármore.
O Granito Serra da Mesa abrange grande variedade de rochas graníticas, apresentando
mineralizações de estanho, fluorita e columbita-tantalita. O potencial mineral compreende
possibilidades de ocorrerem mineralizações de manganês relacionada aos Grupos Paranoá,
mineralizações de ouro, manganês, grafite e mármores no Grupo Araxá, além de ouro, rutilo e
cristal de rocha em veios de quartzo, veios de barita e ametista em quartzitos e mármores
relacionados à Formação Arraias.
Região II – Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba
Constituindo a parte sul-sudoeste da região, esta unidade apresenta correlação com a
litologia, abrangendo a área de exposição do Grupo Paranoá, desenvolvendo-se nos
Municípios de São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás, Colinas do Sul e Nova Roma.
Apresenta relevos planos basculados com inclinação para sul, entrecortados por áreas
intensamente dissecadas pelos formadores do rio Tocantinzinho, conformando um conjunto de
relevos esculpidos em litologias do Grupo Paranoá com a presença de colúvios
pedogeneizados nos chapadões.
Esta região abrange três sistemas ambientais, reunindo características comuns, a cada
um, representados pelos números 11, 12 e 13 e que receberam a seguinte denominação:
11 – Borda da Serra Geral do Paranã
12 – Chapadas de São João d’Aliança-Alto Paraíso de Goiás
13 – Vertentes do Rio Tocantinzinho-Ribeirão das Brancas.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
110
Geossistema 11 – Borda da Serra Geral do Paranã
Posicionado na extremidade oriental da região Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba, com
cotas altimétricas de 600 a 1.100 m, constituindo uma faixa de transição, alongada no sentido
norte-sul, entre os relevos altos do Planalto e o Vão do Paranã, recebe o nome de Serra Geral
do Paranã.
Forma uma escarpa de falha com formas dissecadas de topo convexo (geofácies b), com
moderada a forte densidade de drenagem e declives de 8 a 20%. Os relevos dissecados em
forma de topo aguçado (geofácies a) apresentam densidade de canais de drenagem moderada
a forte e forte com declives de 20 a 75%.
Ocorrem nesta unidade geoambiental solos Cambissolos e solos Litólicos.
Os Cambissolos (geofácies a) são eutróficos (média a alta fertilidade natural), estando
este caráter diretamente relacionado com rochas calcárias presentes na área, são pouco
profundos, podendo apresentar cascalhos em quantidade significativa na massa do solo, a
textura é argilosa e o relevo forte ondulado, estão presentes ao norte dessa unidade.
Abrangendo praticamente toda a área, os solos Litólicos são álicos (alta saturação por
alumínio), podendo apresentar (geofácies b) e não apresentar (geofácies c) cascalhos e
concreções ferruginosas em quantidade significativa. Possuem textura arenosa, média e
argilosa e se encontram sob relevo que varia de ondulado a montanhoso e escarpado.
Nos topos colinosos predominam as fisionomias campestres de Savana Parque e Savana
Gramíneo-Lenhosa. Nos entalhamentos do relevo e nas áreas de solos eutróficos (geofácies
a), predomina a Floresta. É nesta última situação que ocorre uso mais especializado como
pastagem plantada, agricultura de subsistência, vegetação secundária ou capoeira, além de
uma incipiente e decadente exploração madeireira.
Na borda oeste desta unidade há uma faixa representada pelo Grupo Paranoá e na parte
leste ocorre a Formação Três Marias do Grupo Bambuí.
O Grupo Paranoá é uma seqüência dobrada de rochas metassedimentares variadas com
predominância de arenitos brancos finos com intercalações de siltitos, argilitos e ardósias. A
base está representada por um paraconglomerado conhecido como Conglomerado São Miguel.
Mineralizações de ferro e manganês são encontradas nas fácies pelíticas do Grupo Paranoá.
A Formação Três Marias, topo do Grupo Bambuí, apresenta siltitos e arcóseos verdes a
cinza-esverdeados com pequenas lentes de calcário e marga.
Geossistema 12 – Chapadas de São João d’Aliança-Alto Paraíso de Goiás
Caracterizado por extensas áreas com relevos planos ou dissecados em interflúvios
tabulares, com altitudes oscilando entre 1.000 e 1.300 m, apresenta chapadas levemente
basculadas para sul, evidenciando perturbações tectônicas da estrutura.
A dissecação diferencial favoreceu a preservação dos planos inclinados com dissecação
fraca e moderada a forte (geofácies a, b, c, d, f) e declives de 0 a 3%. Ocorrem relevos
dissecados em forma de topo convexo e pequenas áreas de topo tabular (geofácies e, g, h),
com cobertura de material detrítico ferruginizado, remanescentes de couraças desmanteladas,
com densidade de drenagem moderada a forte e forte, com declives de 8 a 20%.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
111
As áreas dissecadas em forma de topo aguçado (geofácies i) apresentam densidade de
drenagem moderada a forte e muito forte com declives variáveis entre 45 e 75%.
Ocorrem nesta unidade solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo,
Cambissolo, Gleissolos e solos Litólicos.
Os Latossolos Vermelho-Escuros (geofácies a) são álicos (alta saturação por alumínio) e
distróficos (média saturação por bases, geralmente entre 20 e 35%), profundos e muito
profundos, possuem textura muito argilosa, ocorrendo sob relevo plano e suave ondulado em
extensão considerável (em torno de 40%) dentro da unidade.
Possuem regular potencial agrícola, a fertilidade natural baixa e a deficiência hídrica são
os fatores limitantes ao uso. Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies b) apresentam alta
saturação por alumínio álicos, textura argilosa e média, encontrando-se nas superfícies
aplainadas com declives que variam de 0 a 8%. Presentes nas geofácies c, d, e, os
Cambissolos são álicos, cascalhentos e não-cascalhentos, concrecionários e nãoconcrecionários, pouco profundos, de textura argilosa, com relevo que varia de plano a
ondulado. Sob relevo plano, ocorre isoladamente na unidade pequena depressão onde estão
presentes Gleissolos álicos (geofácies f), hidromórficos, de textura média. Nas áreas de relevo
dissecado, com declives > 8%, ocorrem os solos Litólicos (geofácies g, h, i) álicos (saturação
por alumínio
50%), podendo ocorrer presença de cascalhos e concreções ferruginosas
(geofácies h), a textura pode ser arenosa, média ou argilosa.
Fisionomias campestres englobam Savana Gramíneo-Lenhosa, Savana Parque e Savana
Arbórea Aberta, respectivamente Campo Limpo, Campo Sujo ou Cerradinho e Campo Cerrado.
Em sua ocupação e uso atual destacam-se atividades que vão desde pecuária extensiva com
utilização de pastagem nativa, passando por pastagens plantadas, agricultura tecnificada,
anual e perene, como soja, arroz, milho, café, laranja ou manga, e reflorestamento com
Eucaliptus, além de exploração mineral (manganês).
Esta unidade de paisagem está sustentada por rochas do Grupo Paranoá e apresenta
restos de cobertura detrítico-lateríticas terciário-quaternárias.
O Grupo Paranoá está constituído por uma seqüência metassedimentar continental com
características deltaicas, sendo predominantes os metarenitos brancos, finos com
intercalações de metassiltitos, siltitos, argilitos e ardósias. Ocorrem ainda ritmitos, além do
Conglomerado São Miguel na base da seqüência com seixos ritmitos, calcários, argilitos e
siltitos. As rochas Pelíticas do Grupo Paranoá podem apresentar mineralizações em ferro e
manganês, destacando-se nesta unidade a mina de manganês da Pedra Preta. As coberturas
detríticas são restos das superfícies de aplainamento, sendo constituídas por materiais arenoargilosos e argilo-arenosos inconsolidados com cores vermelho-alaranjadas e róseo-claras.
Geossistema 13 – Vertentes do rio Tocantinzinho-Ribeirão das Brancas
Dissecado pelo rio Tocantinzinho e seus tributários do alto curso, este sistema encontrase entre 500 e 1.000 m de altitude. Relevos residuais de topo plano e tabular guardam
altimetrias e características dos níveis superiores (geofácies a, b, c), com fraca a moderada e
moderada a forte densidade de drenagem com declives de 0 a 3%.
Na parte rebaixada, dominam relevos dissecados em forma de topo convexo (geofácies d,
f), com densidade de drenagem moderada e moderada a forte e declives de 3 a 20% em forma
de rampas pedimentadas, inclinadas em direção ao vale do rio Tocantinzinho.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
112
Apresenta o sistema de planos inclinados e ravinados que fazem contato com os níveis
superiores providos de cobertura coluvial (geofácies e, g, h, i), com formas aguçadas e
densidade de drenagem forte e muito forte, com declives de 8 a 75%.
Predominam nesta unidade os solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo VermelhoAmarelo, Cambissolo e solos Litólicos.
Os Latossolos Vermelho-Escuro (geofácies a) ocorrem em pequenas manchas
isoladamente, remanescentes das áreas contínuas de Latossolos da Unidade II.12. São álicos
e distróficos, profundos e muito profundos, de textura muito argilosa, com relevo plano e suave
ondulado. Sob esta mesma fase de relevo se encontram os Latossolos Vermelho-Amarelos
(geofácies b) álicos, profundos e muito profundos, de textura argilosa e média, possuindo as
mesmas limitações ao uso agrícola que os Latossolos Vermelho-Escuros (deficiência de água
e baixa fertilidade natural).
De pequena ocorrência na unidade os Cambissolos álicos (geofácies c, d) podem
apresentar os caracteres cascalhentos e concrecionário, são de textura argilosa, pouco
profundos, e se encontram sob relevo plano e suave ondulado. Onde o relevo apresenta fortes
declives, os processos físicos são mais acentuados que os pedogenéticos, não havendo
formação de horizonte B, ocorrendo os solos Litólicos álicos (geofácies e, f, g) e distróficos
(geofácies h, i). na geofácies f, estes solos são cascalhentos, podendo apresentar concreções
ferruginosas. Os álicos são de textura arenosa, média e argilosa, os distróficos de textura
média.
Savana Arbórea Aberta é a fisionomia mais comum neste geossistema, seguido do
Savana Parque. Em situações especiais e muito restritas, como nos entalhamentos do relevo,
pode vegetar o Cerradão ou fisionomias transicionais de floresta, quase sempre com a
presença de babaçu (Orbignya sp.). preponderantemente, desenvolve-se a pecuária extensiva,
aproveitando-se as pastagens naturais, seguida de pastagens plantadas e agricultura de
subsistência. Em situações de relevo e solos propícios (geofácies a, b) principalmente, também
ocorrem utilização com agricultura tecnificada e reflorestamento com Eucaliptus.
Esta unidade de paisagem está representada pelo Grupo Paranoá, constituído de
metassedimentos variados com metarenitos finos, brancos, com intercalações de metassiltitos,
argilitos, calcários, dolomitos, ritmitos, metapelitos e calcoxistos. Ocorre um paraconglomerado
denominado Conglomerado São Miguel na base da seqüência. As rochas pelíticas do Grupo
Paranoá podem apresentar mineralizações de ferro e manganês.
Região III – Chapadas de Paracatu
Restrita à porção sul-sudeste da região nordeste do Estado de Goiás e caracterizada pela
morfologia em forma de chapadas que sobressaem das áreas circundantes, sustentadas por
litologias do Grupo Bambuí, esta unidade ocorre nos Municípios de Sítio d’Abadia, Flores de
Goiás e notadamente em Alvorada do Norte, cuja sede municipal localiza-se no sopé da
chapada.
Caracteriza-se por apresentar topografia plana e homogênea nos topos e bordas
circundantes extremamente dissecadas, esculpidas em sua maior parte em litologias da
Formação Três Marias do Grupo Bambuí; apresenta nos chapadões sedimentos que
constituem colúvios pedogeneizados; corresponde a um patamar estrutural.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
113
Esta região abrange somente um sistema ambiental, caracterizado pelo número 14 e
denominado Borda Norte das Chapadas de Paracatu.
Geossistema 14 – Borda Norte das Chapadas de Paracatu
As Chapadas de Paracatu constituem uma área restrita no presente mapeamento, com
cotas altimétricas de 600 a 1.100 m. caracteriza-se por ser a terminação norte das chapadas
esculpidas em litologias da Formação Três Marias do Grupo Bambuí, onde contrasta a
topografia plana e homogênea, sustentada por couraça ferruginosa e as escarpas abruptas
dissecadas, com incisões de drenagens adaptadas às lineações estruturais, que facilitam o
desmantelamento desse relevo estrutural.
Limitado às suas bordas norte, o relevo plano das chapadas tem aí suas terminações
(geofácies a, b, e), com densidade de drenagem fraca e moderada e declives de 0 a 3%. Na
parte intermediária entre a terminação das chapadas e as escarpas, o relevo encontra-se
dissecado em forma de topo convexo (geofácies c, d, f, h), com densidade de drenagem
moderada a forte com declives de 3 a 20%.
As escarpas com desníveis de 200 m encontram-se dissecadas e ravinadas com forma de
topos aguçados (geofácies g), com densidade de drenagem forte e declives de 20 a 75%.
Ocorrem nesta unidade solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo,
Cambissolo e solos Litólicos.
Nas chapadas, sob relevo plano e suave ondulado se encontram os Latossolos VermelhoEscuros álicos (geofácies a) e os Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos (geofácies b),
estes de maior ocorrência neste geossistema. São solos profundos e muito profundos,
possuindo textura argilosa. Ocorrendo sob relevo suave ondulado e ondulado os Cambissolos
são álicos (geofácies c, d) e distróficos (geofácies e). Os álicos podem apresentar cascalhos e
concreções ferruginosas em sua parte superficial. Os distróficos estão livres de cascalhos e
concreções. São solos pouco profundos, de textura argilosa e relevo suave ondulado e
ondulado. Ocupando maior extensão nesta unidade ocorrem os solos Litólicos álicos (geofácies
f, g) e eutróficos (geofácies h), estes apresentam grande quantidade de cascalhos, são de
textura argilosa e relevo ondulado e forte ondulado. Os álicos apresentam textura arenosa e
média e relevo forte ondulado, montanhoso e escarpado.
As áreas planas conservadas apresentam fitofisionomias de Savana Arbórea Aberta
(Campo Cerrado), enquanto que as áreas dissecadas em formas convexas e aguçadas exibem
cobertura vegetal do tipo Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa, podendo ostentar
pequenas florestas-de-galeria (matas ciliares). Na primeira situação predominam hoje
atividades agrícolas tecnificadas, principalmente as lavouras de soja. Como uso generalizado
destaca-se ainda a utilização de pastagens naturais e pastagens plantadas para pecuária
extensiva.
O registro geológico desta unidade abrange em sua maior parte litologias da Formação
Três Marias do Grupo Bambuí, além de sedimentos detrítico-lateríticos e pequena área de
exposição do Grupo Paranoá, constituindo a Serra São Domingos.
As litologias mais expressivas estão representadas por uma seqüência de siltitos e
arcóseos de cores verde a cinza-esverdeado, com lentes de calcário e marga, quartzitos e
resto de coberturas detrítico-lateríticas que provavelmente representam remanescentes de
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
114
superfícies de aplainamento. O potencial mineral é inexpressivo, restrito à ocorrência de
calcários lenticulares na Formação Três Marias.
Região IV – Chapadão Central
Na área em estudo, esta unidade tem pequena expressão espacial, compreendendo o
divisor das bacias hidrográficas do Tocantins e São Francisco.
Representada pela borda ocidental, constitui escarpa monoclinal intensamente dissecada
voltada para oeste. Esculpida em litologias friáveis da Formação Urucuia, caracteriza-se pela
ocorrência de movimentos de massa que originam depósitos coluvionares ao longo do nível
inferior da escarpa.
Apresenta-se como um plano regular com caimento suave para leste, registrando
inclinações inferiores a 5º. No sentido norte-sul a superfície apresenta desníveis associados às
bordas assimétricas das veredas.
Localizada na porção oriental da região, desenvolve-se ao longo do limite estadual GoiásBahia, abrangendo parte dos Municípios de Sítio d”Abadia, Damianópolis, Mambaí, Posse,
Guarani de Goiás, São Domingos e Campos Belos.
Esta unidade compreende o geossistema 15 que constitui a Borda da Serra Geral de
Goiás.
Geossistema 15 – Borda da Serra Geral de Goiás
Trata-se de um conjunto de relevos com cotas altimétricas entre 600 e 1.200 m, que
constitui o limite do Estado de Goiás com o Estado da Bahia.
Compreende o divisor de água das bacias hidrográficas dos rios São Francisco e
Tocantins.
Na parte inferior da escarpa encontram-se relevos de topo tabular e planos (geofácies a),
com fraca densidade de drenagem e declives de 0 a 3%.
Na extremidade sul a escarpa se desfaz em uma rampa inclinada para oeste (geofácies
c), com densidade de drenagem fraca e moderada com declives de 0 a 3%. Relevos
dissecados em forma de topo convexo (geofácies b), com moderada a forte e muito forte
densidade de drenagem e declives de 8 a 20%. As escarpas e relevos residuais de recuo de
frente de cuesta têm suas bordas dissecadas e ravinadas em formas de topo convexo e
aguçado (geofácies d, e), com forte e muito forte densidade de drenagem, com declives
superiores a 45%. Nesta área (geofácies d, e) são comuns os processos de desmoronamentos
de blocos e seixos, principalmente na média encosta, onde a litologia é mais friável. Esses
deslizamentos têm características de avalanches, que deslocam o arenito síltico misturado com
material lamoso, que vai se acumular no sopé em forma de cones torrenciais. É nessa área
dissecada do sopé, na baixa encosta da Serra Geral de Goiás, que os rios perenes afluentes
do rio Paranã têm suas nascentes.
O aumento do antropismo na área irá alterar o tipo de escoamento, concentrando-o, e
esta mudança irá acelerar os processos de erosão regressiva das escarpas, intensificando os
processos de deslizamento de massa.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
115
Apresenta solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Areias Quartzosas e solos
Litólicos.
Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) ocorrem nas áreas aplainadas do
Chapadão (divisa de Goiás com a Bahia), são álicos (alta saturação por alumínio), profundos e
muito profundos, e de textura média. Os Cambissolos (geofácies b), também álicos, são pouco
profundos e apresentam fase pedregosa (presença superficial ou subsuperficial de quantidades
expressivas de calhaus e matacões interferindo no uso das terras) e não pedregosa,
encontrando-se sob relevo ondulado e forte ondulado. Nas partes baixas ocorrem as Areias
Quartzosas (geofácies c), distróficas, muito profundas, sob relevo plano e suave ondulado. Nas
bordas da Serra Geral, estão presentes os solos Litólicos álicos (geofácies d, e), de textura
arenosa e média, sob relevo forte ondulado e montanhoso.
Vegetação essencialmente campestre, isto é, com predomínio de formas herbáceas e
graminóides sobre as arbóreas, compõe fitofisionomias de Savana Arbórea Aberta, tipo Campo
Cerrado e Savana Parque (Campo Sujo). Regionalmente, a vegetação das áreas conservadas
do “Chapadão” recebe denominação de “Campina”.
No aspecto de ocupação e uso atual destacam-se as lavouras de soja na geofácies a;
pecuária extensiva, com pastos naturais e plantados, mais exploração de lenha para
carvoejamento nas geofácies b, c.
A geologia está representada por rochas sedimentares da Formação Urucuia, unidade
que engloba os sedimentos cretáceos da região. São arenitos finos a médios, róseos, impuros,
com alguns níveis conglomeráticos. Esses arenitos têm uma tendência geral de serem mais
argilosos na base e o contato inferior com o Grupo Bambuí é marcado por uma camada, às
vezes espessa, de canga laterítica manganesífera. A Formação Urucuia apresenta registros de
manganês associado a arenitos, bauxita desenvolvida sob arenitos, diamante no conglomerado
basal e salitre relacionado a arenitos.
Região V – Patamares do Chapadão Central
Esta região situa-se na porção oriental da região nordeste do Estado de Goiás,
contornando a borda ocidental do Chapadão Central, estendendo-se longitudinalmente de
norte a sul. Basculado com mergulho para leste, resulta do recuo das escarpas do chapadão,
recebendo material arenoso coluvionar.
Corresponde a uma faixa de relevos que ocupa posição intermediária em relação ao topo
do chapadão. Conecta-se com os níveis superiores através de escarpas e rebordos, denotando
acentuado trabalho da erosão; isto é evidenciado pela presença de residuais, localizados nas
frentes das escarpas.
Entre São Domingos e Guarani de Goiás, os calcários do Grupo Bambuí formam relevos
ruiniformes, sumidouros e grutas. Entre a última localidade citada e Sítio d’Abadia, mais a sul, a
drenagem provocou erosão diferencial, dando origem a canyons, pontes, sumidouros e
ressurgências cársticas.
A região foi esculpida predominantemente em litologias do Grupo Bambuí que em parte
se encontram recobertas por Coberturas Arenosas. Abrange localmente rochas das unidades
Tonalito São Domingos, Granodiorito São José, Seqüência Vulcanossedimentar de São
Domingos, Complexo Goiano e residuais da Formação Urucuia.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
116
No sentido sul-norte desenvolve-se nos Municípios de Sítio d’Abadia, Damianópolis,
Alvorada do Norte, Mambaí, Posse, Iaciara, Guarani de Goiás, São Domingos, Divinópolis de
Goiás, Monte Alegre de Goiás e Campos Belos.
Em função das características físicas e da vegetação a área abrangida por esta unidade
foi subdividida nos geossistemas 16 – Cárstico-Pelítico Guarani de Goiás-Divinópolis de Goiás,
17 – Pelítico-Cárstico Alvorada do Norte-Damianópolis-Guarani de Goiás, 18 – Vertentes da
Serra de Goiás.
Geossistema 16 – Cárstico-Pelítico Guarani de Goiás-Divinópolis de Goiás
Posicionado na extremidade norte da região dos Patamares, esse geossistema se
estende da cidade de Guarani de Goiás até atingir os limites a norte com o Estado do
Tocantins, com altitude entre 600 e 800 m.
A característica principal desse geossistema é a predominância de modelados de
dissolução, esculpindo relevos ruiniformes em rochas calcárias (geofácies r); esses relevos
cársticos em forma de corredores e rampas dissecadas de topos convexos e tabulares
(geofácies c, d, e, f, g, h), com densidade de drenagem fraca a moderada, moderada e
moderada a forte; e declives de 3 a 8%, desenvolvem-se em rochas do Grupo Bambuí.
Nos limites orientais das formas cársticas, ocorrem sumidouros dos quais se originaram
grutas cársticas como a de Terra Ronca no ribeirão da Lapa e a gruta Angélica no ribeirão do
mesmo nome. Essas grutas são de grande interesse turístico e arqueológico.
As ressurgências se dão na terminação ocidental dos relevos cársticos. Ocorrem áreas
com relevos planos e com fraca densidade de drenagem (geofácies a, b, i), declives de 0 a 3%
e relevos de topos tabulares e convexos (geofácies n, r, m), com moderada densidade de
drenagem e declives de 3 a 20%.
Ocorrem neste geossistema os solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico VermelhoEscuro, Cambissolo, Areias Quartzosas e solos Litólicos. Também estão presentes
afloramentos rochosos.
Englobando a cidade de Divinópolis de Goiás, restrito a uma única mancha, ocorrem os
Latossolos Vemelho-Amarelos álicos e distróficos (geofácies a), de baixa fertilidade natural,
profundos a muito profundos, textura média e relevo plano e suave ondulado. Ocupando
pequena área ao sul da unidade estão presentes os Podzólicos Vermelho-Escuros (geofácies
b) eutróficos (média a alta fertilidade natural), sob relevo plano e suave ondulado. Podendo
apresentar o caráter cascalhento e a fase pedregosa, ocorrem sob relevo que varia de plano a
forte ondulado os Cambissolos álicos (geofácies c, d, e, f) e eutróficos (geofácies g, h) pouco
profundos, de textura média, argilosa e muito argilosa. Os eutróficos (alta saturação por bases)
apresentam altos teores de cálcio + magnésio provenientes da decomposição de calcário. Ao
norte da unidade ocorrem as Areias Quartzosas distróficas (geofácies i), muito profundas, de
textura arenosa, com relevo plano e suave ondulado. Pouco desenvolvidos, rasos, sob relevo
variando de plano a montanhoso, ocorrem os solos Litólicos álicos e distróficos (geofácies j) e
eutróficos (geofácies l, m, n), todos cascalhentos, apresentando textura argilosa.
Os afloramentos rochosos presentes nesta unidade são constituídos de rochas calcárias.
A vegetação predominante é a de Floresta Estacional Decidual Submontana, seguida de
Savana Arbórea Aberta. Basicamente a ocorrência florestal guarda uma correspondência
marcante com litologias calcárias/pelíticas que originam solos de alta eutroficidade. Nos relevos
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
117
cársticos vegeta uma comunidade rupícola com cactáceas e plantas adaptadas. Com
ocupação considerada média a média alta destacam-se os usos atuais de pastagem plantada,
vegetação secundária (capoeira), exploração madeireira (aroeira), além de pastagem natural e
agricultura de subsistência. Mencionam-se ainda a exploração mineral (calcário) e garimpagem
(ouro) em áreas localizadas. Esse geossistema engloba a unidade de preservação ambiental
do Parque Estadual da Terra Ronca, cujo decreto de criação visa sobretudo à preservação do
rico conjunto espeleológico, considerado dos mais importantes da América do Sul.
Este geossistema apresenta como representantes geológicos rochas do Grupo Bambuí,
alguns remanescentes de sedimentos da Formação Urucuia e rochas do Complexo Goiano,
Seqüência Vulcanossedimentar de São Domingos, Tonalito São Domingos e Granodiorito São
José.
Em toda sua faixa de extensão predominam as rochas sedimentares do Grupo Bambuí
com um destaque especial para bancos de calcários pretos a cinza às vezes oolíticos com
lentes de folhelhos, siltitos, margas e bancos de calcários dolomíticos, dolomitos e dolomitos
calcíferos.
Rochas pelíticas (siltitos, argilitos, folhelhos) também ocorrem em abundância, mas, neste
geossistema, os bancos de rochas carbonáticas destacam-se nitidamente pela grande
ocorrência e pela topografia cárstica característica.
Estas rochas carbonáticas oferecem condições para uso agrícola para calagem e existem
alguns moinhos de calcários em funcionamento como em São Domingos e Divinópolis de
Goiás.
A Formação Urucuia está representada por alguns testemunhos de erosão constituídos
de arenitos róseos, finos a médios, impuros.
O Complexo Goiano apresenta rochas de composição granítica a tonalítica submetidas a
intensos processos dinâmicos e metamórficos, enquanto xistos e filitos grafitosos ocorrem na
seqüência vulcanossedimentar. O Tonalito São Domingos apresenta veios de quartzo com
mineralização aurífera. Granodiorito de cor rósea e granulação média a grosseira constitui dois
corpos que fazem parte desta unidade de paisagem, localizados entre São Domingos e
Divinópolis de Goiás.
O potencial mineral de geossistema está representado pelas enormes reservas de
calcário que aparentemente apresentam potencial inesgotável para exploração, além de
mineralizações de ouro em veios de quartzo que ocorrem no Tonalito São Domingos e na
seqüência vulcanossedimentar.
As especificações dos calcários para corretivos de solos produzidos em Divinópolis de
Goiás e São Domingos, conforme dados da Delegacia do Ministério da Agricultura em Goiânia,
são as seguintes:
Oliveira Maciel Mineração Ltda.
EP. 0831 – Av. Garrastazu s/n – Divinópolis de Goiás
Reg. De Produto nº 14.484
Garantia: Ca0.26/Mg0.16/PN.85/PRnT.61.12/Soma dos óxidos.42
Granulometria: Pen.2mm (ABNT.10)-100%.Pen.
0,84mm (ABNT.20)-80%.Pen.0,3mm (ABNT.50)-50%
Dolomítico “B”
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
118
Mineração São Domingos Ltda.
Fazenda Colinas km 15 GO.110-São Domingos.GO
EP.1139
Reg.de Produto nº 18.140
Garantia: Ca0.27/Mg0.15/PN.85.5/PRnT.61.5/Soma dos Óxidos.42
Granulometria: Pen. 2mm (ABNT.10)-100%.Pen.0,84 mm (ABNT.20)-80%
Pen.0,30 mm (ABNT.50)-50%
Dolomítico “B”
Geossistema 17 – Pelítico-Cárstico Alvorada do Norte-Damianópolis-Guarani de
Goiás
Ocupando a extremidade sul da região dos Patamares em cotas altimétricas entre 500 e
600 m, esse geossistema se estende da cidade de Guarani de Goiás para sul, até encontrar-se
com as escarpas da borda norte das Chapadas de Paracatu.
Constituído em litologias do Grupo Bambuí, os processos erosivos esculpiram formas
tabulares e convexas com trechos planos (geofácies b, c, a, e), com densidade de drenagem
fraca e moderada e declives de 0 a 8%.
Afluentes do rio Paranã com nascentes no sopé da escarpa da Serra Geral de Goiás
drenam o geossistema, dissecando e entalhando sedimentos argilo-sílticos do Grupo Bambuí.
Os rios Vermelho, Piracanjuba, dos Buritis e da Prata, entre outros, aproveitaram falhas e
fraturas subjacentes. Alargaram-se por dissolução, formando canyons, pontes cársticas,
sumidouros e ressurgências (geofácies j), ravinadas com formas de topo aguçado, densidade
de drenagem forte e declives de 20 a 45%.
Apresenta relevos de topo tabular e convexo (geofácies d, g, h, i, e), com moderada e
moderada a forte densidade de drenagem com declives de 8 a 45%.
Estão incluídos neste geossistema os solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico
Vermelho-Escuro, Podzólico Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Areias Quartzosas e solos
Litólicos.
Próximo à cidade de Alvorada do Norte, representados nesta unidade por pequena
mancha, ocorrem, apenas, Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos (geofácies a), profundos
e muito profundos, de textura argilosa e relevo plano. Possuem baixa fertilidade natural
(saturação por bases < 50%). Ocupando área expressiva neste geossistema, situados entre
Alvorada do Norte e Mambaí, se encontram os Podzólicos Vermelho-Escuros eutróficos
(geofácies b), profundos, média e alta fertilidade natural, de textura argilosa/muito argilosa, com
relevo plano e suave ondulado. Próximo à cidade de Posse ocorrem pequenas áreas esparsas
de Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico (geofácies c), saturação por bases 50%, profundos
e pouco profundos, de textura média/argilosa, com relevo suave ondulado e ondulado.
Presentes ao norte da unidade os Cambissolos são álicos (geofácies d), saturação por
alumínio 50%, e eutróficos (geofácies e, f), de saturação por bases 50%; são solos pouco
profundos, de textura média, argilosa e muito argilosa, com relevo suave ondulado, ondulado e
forte ondulado. Os álicos (geofácies d) podem apresentar fase pedregosa.
Ocupando maior extensão dentro da unidade os solos Litólicos são álicos (geofácies g) e
eutróficos (geofácies h, i, j), estes diretamente relacionados com a ocorrência de calcário. Estes
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
119
solos possuem textura média e argilosa e se encontram sob relevo que varia de plano e suave
ondulado a forte ondulado e montanhoso.
Floresta Estacional Decidual nas áreas de solos eutróficos e Savana Arbórea Aberta em
álicos e distróficos constituem a vegetação dominante. A ocupação da área pode ser
considerada média/alta, ou seja, com mais de 60% de utilização, especialmente com pastagem
plantada, seguida de longe por agricultura de subsistência, vegetação secundária (capoeiras) e
exploração de madeira e lenha. Destaca-se também a utilização das pastagens naturais das
formações savânicas para pecuária extensiva.
Esta unidade de paisagens apresenta predomínio de rochas do Grupo Bambuí,
representadas por siltitos, argilitos, margas, folhelhos, lentes e bancos calcário e calcário
dolomítico, com ampla predominância dos pelitos sobre os sedimentos químicos. A
potencialidade mineral neste sistema está representada pela exploração de calcário, para uso
agrícola, como ocorre em Mambaí, e com menor expressão em Posse e Guarani de Goiás.
Maiores estudos são necessários para definir o potencial dessas reservas de calcário para
fabricação de cimento.
A especificação do calcário para uso agrícola produzido em Mambaí conforme dados da
Delegacia do Ministério da Agricultura de Goiânia é a seguinte:
Calmassa, Calcário Mambaí
Sementes, Adubos, Pesquisa, Comércio e Indústria Ltda.
Rua Tamarineiro nº 60 – Mambaí – GO
Reg. De Produto nº 9.582.
Ca0.36/Mg0.2/PN.70
Observação: produto irregular não atende à Portaria nº 03186
Geossistema 18 – Vertentes da Serra Geral de Goiás
Esse geossistema com forma alongada no sentido sul-norte interpõe-se às fraldas da
Serra Geral de Goiás e os geossistemas Cárstico-Pelítico e Pelítico-Cárstico da Borda dos
Patamares do Chapadão, ocupando cotas de 500 a 600 m de altitude.
Sendo os patamares uma região basculada, com mergulho para leste, o geossistema em
questão forma uma área deprimida entre o sopé da escarpa e os relevos cársticos do patamar,
no contato estratigráfico entre os sedimentos da Formação Urucuia e os do Grupo Bambuí.
Espraiam-se sobre os sedimentos argilo-sílticos do Grupo Bambuí sedimentos arenosos
remobilizados das escarpas (geofácies f, a, b), com densidade de drenagem fraca e fraca a
moderada, com declives das vertentes entre 0 e 3%. Areias dispostas em faixas alongadas
altamente friáveis constituem depósitos coluviais.
Relevos mais dissecados com forma de topo convexo (geofácies c, d, e), com densidade
de drenagem moderada e moderada a forte com declives de 3 a 8%, relevos residuais de
frente de cuesta com formas de topo convexo (geofácies g) e densidade de drenagem forte e
muito forte com declives de 20 a 45% ocorrem no geossistema.
Ocorrem solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Areias Quartzosas e solos
Litólicos.
Ao sul da unidade os Latossolos Vermelho-Amarelos álicos (saturação por alumínio
50%) são profundos e muito profundos e de textura média, podendo ocorrer sob relevo plano
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
120
(geofácies b) e suave ondulado e plano (geofácies a). Os Cambissolos são álicos (geofácies c,
d, e), pouco profundos, cascalhentos e não-cascalhentos (geofácies c, d), fase pedregosa e
não-pedregosa (geofácies e), apresentando textura argilosa e média e relevo suave ondulado e
ondulado. De maior extensão dentro desta unidade as Areias Quartzosas (geofácies f) são
distróficas (saturação por bases de alumínio < 50%), muito profundos, textura arenosa, relevo
plano e suave ondulado. Ocorrendo esparsamente em pequenas manchas os solos Litólicos
são álicos (geofácies g), apresentam textura média e arenosa e relevo forte ondulado e
montanhoso.
A vegetação é constituída basicamente de fitofisionomias de Savana, destacando-se as
feições Arbórea Aberta e Parque. Restritamente ocorrem núcleos de Floresta Estacional
Decidual (geofácies c, d, e) em situações favoráveis de relevo e solo. A ocupação da área
destaca a utilização das pastagens naturais para pecuária extensiva. Em escala bem inferior
ocorrem pastagem plantada, exploração de lenha para carvoejamento e agricultura.
Neste sistema os representantes geológicos predominantes são os grandes depósitos de
areias provenientes da erosão das rochas da Formação Urucuia.
Estes sedimentos, depositados no Quaternário, ocorrem preenchendo as calhas das
drenagens atuais e seus interflúvios, cobrindo unidades geológicas mais antigas, ocorrendo em
toda a extensão desta unidade.
Região VI – Vão do Paranã
Circundado por relevos de planaltos e chapadas, constitui uma região deprimida com
altitudes que oscilam entre 400 m e 600 m, alongada no sentido norte-sul. Apresenta como
característica principal a sucessão na morfologia de relevos planos encouraçados.
Constitui uma depressão entre os relevos do Planalto do Divisor São Francisco-Tocantins
e o Planalto Central Goiano, desenvolvendo-se da porção centro-sul da região nordeste do
Estado de Goiás para a porção nordeste, abrangendo parte dos Municípios de Flores de
Goiás, Alvorada do Norte, São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás, Simolândia, Posse,
Iaciara, Guarani de Goiás, Nova Roma, São Domingos, Monte Alegre de Goiás, Divinópolis de
Goiás e Campos Belos.
O rio Paranã drena a área comandando o nível de base regional. Na parte sul
concentram-se áreas ainda não incorporadas à rede de drenagem atual, com predomínio de
escoamento difuso. Abrange litologias do Grupo Bambuí, coberturas detrítico-lateríticas e
coberturas arenosas.
Abrange os geossistemas 19 – Vão do Paranã Norte e 20 – Vão do Paranã Sul.
Geossistema 19 – Vão do Paranã Norte
Posiciona-se na parte norte do Vão do Paranã, drenado pelos baixos cursos dos rios
Manso, São Domingos e Água Quente, com nascentes nas bordas do Chapadão Central. Os
cursos de água com nascentes na área são temporários. Com altitude variável entre 400 e 500
m, apresenta um desnível de aproximadamente 20 m no sentido N-S e um pouco mais
acentuado no sentido oeste-leste.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
121
A característica dominante neste geossistema é a de um relevo com sucessão geomórfica
regular de relevos planos ou de topos com forma tabular, encouraçados nos interflúvios, com
material areno-argiloso avermelhado recobrindo-os (geofácies a, b, c, d, e, g, j, l, n) com
densidade de canais de drenagem fraca e declives de 0 a 3%.
No contato com os patamares do chapadão ocorrem relevos ruiniformes envoltos por
áreas baixas dissecadas em topos convexos (geofácies r, i, m, h), com densidade de drenagem
moderada com declives de 8 a 45%.
Na extremidade norte, ocorrem relevos dissecados em forma de topos convexo e tabular
(geofácies f, e), com densidade de drenagem moderada e declives de 0 a 8%.
Presentes neste geossistema os solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo VermelhoAmarelo, Podzólico Vermelho-Escuro, Cambissolo,. Solos Litólicos, Petroplínticos, Plintossolos
e afloramentos rochosos.
Próximo à cidade de Campos Belos ocorrem os Latossolos Vermelho-Escuros (geofácies
a) álicos (saturação por alumínio 50%) e distróficos (saturação por base e alumínio < 50%),
profundos e muito profundos, textura muito argilosa e relevo plano e suave ondulado. Ao sul de
Campos Belos estão presentes os Latossolos Vermelho-Escuros distróficos (geofácies b),
profundos e muito profundos, textura argilosa e relevo plano e suave ondulado. Localizados
próximo à Prata e Vazante ocorrem os Latossolos Vermelho-Amarelos álicos (geofácies c),
profundos e muito profundos, textura argilosa e média e relevo plano e suave ondulado. De
pequena extensão na unidade, os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies d) são álicos,
muito profundos, possuem textura média e relevo plano.
Ocupando grande extensão dentro da unidade ocorrem os Podzólicos Vermelho-Escuros
eutróficos (geofácies e), de saturação por bases 50%, profundos e muito profundos, textura
argilosa/muito argilosa, relevo plano e suave ondulado. Presentes nas geofácies f, g, h, i,
ocorrem os Cambissolos álicos (geofácies f) e eutróficos (geofácies g, h, i), pouco profundos e
profundos, textura argilosa e muito argilosa e relevo que varia de plano e suave ondulado a
ondulado e forte ondulado. Ocupando grande extensão neste geossistema, os solis Litólicos
eutróficos ocorrem sob relevo plano e suave ondulado (geofácies j) e forte ondulado e
montanhoso (geofácies m), com textura argilosa. Podem apresentar o caráter cascalhento na
geofácies m e não-cascalhento na geofácies j. Próximo às margens do rio Paranã ocorrem os
Plintossolos álicos (geofácies l) indiscriminados, profundos, sob relevo plano. Entre a cidade de
Iaciara e o rio Paranã se apresentam os solos Petroplínticos álicos (geofácies n)
indiscriminados, pouco profundos, sob relevo plano e suave ondulado. Afloramentos de
calcário ocorrem em alguns pontos dentro da unidade.
Ocorre área de vegetação diversificada caracterizada por encraves florestais e savânicos
em estreita correlação com solos. A Savana, principalmente a Arbórea Aberta, vegeta solos
distróficos e álicos, a Savana Arbórea Densa (Cerradão), tipo transicional para a floresta,
ocupa os solos distróficos ou epieutróficos e endoálicos, enquanto que a Floresta Estacional,
Semidecidual ou Decidual, vegeta nas porções com solos eutróficos. Em afloramentos
rochosos ocorre também vegetação rupícola associada a Floresta Decidual. A ocupação atual
da área é considerada média/alta com destaque para a utilização de pastagem plantada e de
pastagem natural para pecuária extensiva, ocorrendo ainda muita vegetação secundária tipo
capoeira e exploração madeireira, especialmente de aroeira, e agricultura incipiente.
Este geossistema tem a sua geologia representada predominantemente pelo Grupo
Bambuí, Subgrupo Paraopebas, que apresenta uma seqüência de calcários e dolomitos com
lentes de rochas pelíticas.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
122
A litologia é constituída por dolomitos, calcários dolomíticos, margas, calcários argilosos e
folhelhos subordinados, argilitos, calcilutitos dolomíticos, calcarenitos, dolarenitos, calcários
oolíticos e dolomitos brechóides.
Ocorrem ainda coberturas detrítico-lateríticas terciário-quaternárias, de forma isolada, e
que estão representadas por desagregados remanescentes de superfícies de aplainamento.
Litologicamente, são constituídas por materiais areno-argilosos e argilo-arenosos
inconsolidados, de coloração vermelho-alaranjada, às vezes róseo-clara. A granulação varia de
fina a média, sendo os grãos de quartzo, em geral, angulosos a subangulosos. Ocorrem
também, localmente, lentes de conglomerado, com seixos de quartzo e sílex, imersos em
matriz arenosa, provavelmente produtos dos depósitos de antigos canais fluviais. Registra-se
também a presença de níveis concrecionários.
O potencial mineral está representado por calcários dolomíticos, explorados para
utilização como corretivos de solos e ocorrências de fluorita em calcários que devem ser
melhor estudadas. A exploração de calcário nesta unidade de paisagem concentra-se a norte
de Iaciara, na região do rio Água Quente, em condições irregulares.
Geossistema 20 – Vão do Paranã Sul
Ocupando a parte sul do Vão do Paranã, esse geossistema caracteriza-se por apresentar
áreas arreicas.
As áreas que se estendem entre o rio Paraim a sudoeste e o rio Corrente a norte são
áreas de acumulação inundáveis, representadas por pequenas depressões fechadas,
abaciadas, com ou sem água e antigos vales preenchidos com material arenoso e argilo-siltoso
(geofácies j).
Relevos planos e de topo tabular com fraca densidade de drenagem (geofácies a, b, c, d,
e, i), com decliveis de 0 a 3%, ocorrem no geossistema.
Afloramentos rochosos em forma de cristas alongadas (geofácies r) destacam-se no
relevo regional.
Nas áreas que se estendem entre o rio Paranã e o sopé da Serra Geral do Paranã,
dominam relevos planos, com coberturas areno-argilosas ferruginizadas sobre rochas sílticas
do Grupo Bambuí (geofácies h, e, h), com densidade de drenagem fraca e declives de 0 a 3%.
Junto aos canais de drenagem temporários desenvolvem-se relevos dissecados de topos
convexos e aguçados (geofácies p, n), densidade de drenagem moderada e declives de 20 a
45%.
Localizam-se neste geossistema os solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo
Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Escuro, Podzólico Vermelho-Amarelo, Cambissolo,
Plintossolo, Areias Quartzosas, solos Litólicos, Petroplínticos e afloramentos rochosos.
Situados ao sul da unidade estão presentes os Latossolos Vermelho-Escuros (geofácies
a) álicos (alta saturação por alumínio), muito profundos, de textura argilosa, sob relevo plano e
suave ondulado. Os Latossolos Vermelho-Amarelos são distróficos (baixa saturação por bases)
na geofácies b e álicos nas geofácies c, d, profundos e muito profundos, de textura argilosa e
média e relevo plano e suave ondulado.
Os Podzólicos Vermelho-Escuros (geofácies e) são eutróficos (alta saturação por bases),
profundos de textura argilosa/muito argilosa e relevo plano e suave ondulado. Os Podzólicos
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
123
Vermelho-Amarelos (geofácies e) são eutróficos, profundos de textura argilosa/muito argilosa e
relevo plano e suave ondulado. Os Cambissolos são álicos (geofácies f, g, h) e eutróficos
(geofácies i). Os álicos podem apresentar os caracteres cascalhento e concrecionário, os
eutróficos são endoconcrecionários, isto é, apresentam concreções na sua parte superficial.
São de textura argilosa e se encontram sob relevo que varia de plano a ondulado. Nas partes
abaciadas e próximo às margens do rio Paranã ocorrem os Plintossolos álicos (geofácies j),
pouco profundos, endoconcrecionários e não-concrecionários, de textura indiscriminada, sob
relevo plano e suave ondulado. As Areias Quartzosas são distróficas (geofácies l), muito
profundas, textura arenosa, ocorrendo sob relevo plano e suave ondulado. Os solos Litólicos
são álicos e distróficos (geofácies m, n) e eutróficos (geofácies o, p). Nas geofácies m, o, p
podem apresentar cascalhos em quantidade significativa. Possuem textura argilosa, média e
arenosa e se encontram sob relevo que varia de plano e suave ondulado a forte ondulado e
montanhoso. Os Petroplínticos (geofácies q) são álicos, de textura indiscriminada e relevo
plano e suave ondulado. Presentes na unidade pequenas ocorrências de afloramentos
rochosos.
A maior parte do geossistema é vegetado por fisionomias diversas de Savana,
principalmente Arbórea Aberta (Campo Cerrado). Apresenta ainda ocorrências de Floresta
Estacional Semidecidual Submontana, na contigência de solos eutróficos bem drenados.
Com ocupação crescente a área destaca os usos de pastagens plantadas e pastagens
naturais para pecuária extensiva. Destaque ainda para lavouras de arroz, irrigadas por
inundação, especialmente no Município de Flores de Goiás (geofácies j). A extração de aroeira
guarda ainda razoável importância, bem como a extração de lenha para carvoejamento.
Este geossistema tem o seu limite com o Vão do Paranã Norte, traçado por uma linha
irregular situada pouco abaixo da cidade de Iaciara, cortando o rio Paranã, aproximadamente
na mesma latitude.
Litologicamente é constituído por rochas do Grupo Bambuí, Subgrupo Paraopebas,
coberturas detrítico-lateríticas e areias holocênicas.
Diferencia-se do geossistema Vão do Paranã Norte pela maior concentração das
coberturas e pela ocorrência de depósitos de material provavelmente de origem residual,
elúvios e colúvios, possivelmente de idade holocênica e compostos principalmente por material
arenoso e síltico-argiloso.
Região VII – Pediplano do Tocantins
No nordeste goiano esta unidade inicia-se a partir da garganta de superimposição do rio
Paranã (entre as serras da Pedra Branca e da Prata), interpenetrando a Região I – Complexo
Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros, onde se encontra embutida.
Abrange relevos pediplanados e drenados pelo baixo curso do rio Paranã. O piso regional
entalha principalmente rochas do Complexo Goiano; encontra-se retrabalhado por uma rede de
canais incipientes e sazonais em relevos com fraca dissecação. Relevos residuais esculpidos
em rochas do Grupo Araí, Grupo Paranoá, rochas graníticas, e em litologias da Seqüência
Vulcanossedimentar de Palmeirópolis encontram-se distribuídos na região.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
124
Desenvolve-se nas porções central, centro-norte e noroeste da área de abrangência do
presente trabalho, ocorrendo em parte dos Municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás, Nova
Roma, Monte Alegre de Goiás e Campos Belos, tendo sido subdividida nos seguintes
geossistemas:
21 -
Vales de Cavalcante – Rio Paranã-Aurominas
22 -
Rio Paranã-Monte Alegre de Goiás-Campos Belos
23 -
Foz do Bezerra-Rio da Prata
24 -
Rio Traíras
Geossistema 21 – Vales de Cavalcante-Rio Paranã-Aurominas
Constituem penetrações do Pediplano do Tocantins, que formam corredores com
sistemas de planos convergentes para a área norte da depressão, tendo o rio Paranã como
nível de base regional. Drenado pelo rio dos Bois, suas altitudes variam de 800 m nas
nascentes, junto ao sopé das serras, nas proximidades das cidades de Cavalcante e Teresina
de Goiás, para 500 m em seu limite norte junto ao rio Paranã.
A cidade de Cavalcante encontra-se numa área deprimida, drenada pelo rio das Almas
com relevos dissecados em forma de topos tabular e plano (geofácies a, c), com densidade de
drenagem fraca e moderada a forte, com declives de 0 a 3%.
Entre as cidades de Cavalcante e Teresina de Goiás sobressai na depressão um
truncamento no embasamento, coberto por pavimento detrítico de quartzo e quartzito,
provenientes das rochas da Formação Arraias. Relevos de formas dissecadas de topo tabular
e áreas planas se estendem para norte (geofácies a, f), com densidade de drenagem fraca e
moderada a forte com declives de 0 a 8%. O restante do geossistema, inclusive a área drenada
pelo rio das Pedras, possui relevos dissecados com formas tabulares (geofácies b, d, i), com
moderada a forte densidade de canais de drenagem, com declives de 3 a 20%. Alguns relevos
residuais isolam-se na área com relevos convexos (geofácies r), afloramento rochoso e
declives de 20 a 45%.
Estão presentes nesta unidade os solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico
Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Solos Litólicos e afloramentos rochosos. Englobando a cidade
de Teresina de Goiás e próximo a Cavalcante, sob relevo plano e suave ondulado, os
Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) são álicos, profundos e muito profundos, de
textura argilosa e média.
Entre Nova Roma e Aurominas ocorre área com presença de Podzólicos VermelhoAmarelos (geofácies b) distróficos (saturação por bases e alumínio < 50%), profundos, de
textura média/argilosa, com relevo suave ondulado e ondulado. Englobando a cidade de
Cavalcante, ocorrem os Cambissolos álicos (geofácies c), profundos e pouco profundos, nãocascalhentos e cascalhentos, de textura argilosa, com relevo suave ondulado. Ocupando
grande extensão dentro da unidade ocorrem os solos Litólicos álicos (geofácies e) e álicos e
distróficos (geofácies d, f), cascalhentos e não-cascalhentos, podendo apresentar fase
pedregosa, de textura argilosa e média, sob relevo que varia de plano e suave ondulado a
ondulado e forte ondulado. Em local isolado ocorrem afloramentos rochosos.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
125
A vegetação natural é de Savana, destacando os tipos Arbórea Aberta, Parque e
excepcionalmente Arbórea Densa (Cerradão). De uso e ocupação generalizada destacam-se
as pastagens naturais para pastoreio extensivo. Mais próximo a Cavalcante ocorrem também
muita pastagem plantada e alguma atividade agrícola de subsistência.
Esse geossistema encerra ainda importantes mineralizações de ouro.
Nessa unidade, ocorrem como representantes geológicos o Complexo Goiano, Formação
Arraias e rochas graníticas intrusivas (granito Sucuri-geofácies r).
O Complexo Goiano, unidade mais antiga de toda a região, apresenta uma variedade
ampla de tipos litológicos metamórficos, tais como migmatitos, microgranitos, biotita granitos,
granodiorito gnaisses, augen gnaisses, tonalitos, xistos, anfibolitos, charnoquitos, rochas
calcossilicatadas,
epídopo
gnaisses,
silimanita-granada
gnaisses,
protomilonito
protocataclasitos, quartzo dioritos, anfibilitos e metabasitos. No Complexo Goiano as
possibilidades de mineralizações são as seguintes: estanho, ouro, nóbio e terras-raras em
gnaisses xistosos greisenizados; estanho e ouro em gnaisses cataclasados greisenizados;
estanho e ouro em pegmatitos associados a filitos grafitosos; e pirofilita.
A Formação Arraias, unidade basal do Grupo Araí, apresenta metamorfitos de baixo grau
representados principalmente por quartzitos médios a grosseiros feldspáticos predominantes,
ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos finos, quartzitos micáceos laminados com níveis
de conglomerado. Ocorrem lentes de conglomerados basais e intraformacionais, metarcóseos
e calcoalbititos. Como indicativos para pesquisa mineral têm-se ouro em veios de quartzo;
veios de barita em quartzito; ferro em quartzitos e em metapelitos; rutilo em veios de quartzo
leitoso; veios de quartzo com cristal de rocha em quartzito; e ametista relacionada a quartzitos.
Nesta unidade de paisagem ocorre um corpo granítico (Granito Sucuri-geofácies r)
situado às margens da rodovia GO-118, entre Teresina de Goiás e o rio Paranã, considerado
como sendo do tipo Serra Branca, que apresenta importantes registros de mineralização de
cassiterita, fluorita, columbita-tantalia e ouro.
Geossistema 22 – Rio Paranã-Monte Alegre de Goiás-Campos Belos
Estende-se do rio Paranã para norte, desenvolve-se ao longo da rodovia GO-118 nos
Municípios de Monte Alegre de Goiás e Campos Belos, adentrando para o Estado do
Tocantins.
O relevo apresenta-se dissecado em forma de topos tabulares e convexos (geofácies f, g,
h), com densidade de drenagem fraca a moderada e moderada a forte, com declives de 3 a
20%, e relevos de topos convexos e aguçados (geofácies h, r), com densidade de drenagem,
moderada e moderada a forte, com declives de 45 a 75%.
Na parte norte do geossistema entre Monte Alegre de Goiás e Campos Belos, ocorrem
áreas de relevos dissecados de topo tabular (geofácies f), com densidade de drenagem fraca e
declividade de 3 a 8%, e relevos de topo convexo (geofácies e, h), com densidade de
drenagem moderada e declives de 3 a 8% e 45 a 75%.
Áreas planas e dissecadas de topo tabular com fraca densidade de drenagem (geofácies
a, b, c) e declives de 0 a 3% estendem-se a noroeste de Monte Alegre de Goiás, ultrapassando
o limite da área. Essas superfícies encontram-se recobertas por material coluvial grosseiro.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
126
Este geossistema está representado por solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo
Vermelho-Amarelo, Cambissolo, solos Litólicos e por afloramentos rochosos.
Próximo à cidade de Campos Belos estão presentes os Latossolos Vermelho-Escuros
álicos e distróficos (geofácies a) e distróficos (geofácies b), de baixa fertilidade natural,
profundos e muito profundos, textura muito argilosa e argilosa e relevo plano e suave ondulado.
Ao sul de Monte Alegre ocorrem os Latossolos Vermelho-Amarelos álicos (geofácies c),
profundos e muito profundos, possuindo textura argilosa e média e relevo plano e suave
ondulado. Ao norte da área estão presentes os Cambissolos álicos (geofácies d, e), pouco
profundos, cascalhentos e não-cascalhentos, não-concrecionários e concrecionários, de textura
argilosa e com relevo suave ondulado e plano. Presentes em grande extensão da unidade os
solos Litólicos são álicos e distróficos (geofácies f, g, h), cascalhentos e não-cascalhentos,
concrecionários e não-concrecionários, podendo apresentar fase pedregosa. A textura pode
ser arenosa, média ou argilosa e o relevo em que se encontra é plano e suave ondulado
(geofácies e), ondulado e forte ondulado (geofácies g) e montanhoso e escarpado (geofácies
h). Ocorrem na unidade afloramentos rochosos associados a solos Litólicos.
Ocorre vegetação de Savana Arbórea Aberta, Savana Parque e Savana Arbórea Densa,
localizadamente em solos mais férteis ou em encostas úmidas. O uso atual destaca as
pastagens naturais, algumas ampliadas, com introdução de gramíneas exóticas para pastoreio
extensivo. Presentemente, crescem as atividades pastoris em pastagem plantada ocorrendo
ainda pequenas lavouras de arroz, milho, feijão, banana, mandioca e cana-de-açúcar, entre
outras.
O geossistema em questão tem sua geologia representada predominantemente por
rochas arqueanas do Complexo Goiano, secundariamente pelo Grupo Araí, representado pela
Formação Arraias; ocorrem ainda um corpo intrusivo de rocha granítica e pequena área de
exposição de calcários do Grupo Bambuí.
Litologicamente, o Complexo Goiano apresenta migmatitos microgranitos, biotita-granitos,
granodiorito-gnaisses, tonalitos, xistos, anfibolitos, charnoquitos, rochas calcossilicatadas,
protomilonitos, protocataclasitos, quartzo-dioritos e metabasitos.
A Formação Arraias mostra a seguinte litologia: quartzitos médios a grosseiros
feldspáticos, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos micáceos laminados, metavulcânicas
ácidas e básicas, e ocorrem ainda lentes de conglomerados basais e intraformacionais.
O corpo intrusivo constitui pequena parte do Granito Serra do Mendes (geofácies r),
sendo composto por biotita álcali-granito, muscovita álcali-feldspato granito, microgranito
pórfiro, de coloração rósea a cinza, creme e esbranquiçada, e apresenta greisenizados e
mineralizados em cassiterita.
O potencial mineral abrange ocorrências de estanho, ouro, cristal de rocha, urânio, tório,
fosforita e calcário. A região de Monte Alegre de Goiás foi alvo de intensa atividade garimpeira
em função dos depósitos de cassiterita que se encontram paralisados; garimpos de ouro em
atividade situam-se nas proximidades da cidade e em Riacho dos Cavalos. As reservas de
estanho (cassiterita) estão sendo reavaliadas, uma vez que por condições de mercado as
atividades foram suspensas.
Nas proximidades de Campos Belos, pequena área de calcário do Grupo Bambuí é
explorada para uso como corretivo de solo, as especificações desse material, conforme dados
da Delegacia do Ministério da Agricultura em Goiânia, são as seguintes:
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
127
Dolocal Dolomítico Calcário Ltda
Fazenda Gaspar – Campos Belos-GO
EP. 1119
Reg. de produto nº 18236
Garantia: CaO. 27/MgO. 15/PN. 85/PRNT. 65.5/Soma dos óxidos. 42
Granulometria: Pen. 2 mm (ABNT. 10)-100%
Pen. 0,84 mm (ABNT. 20)-80%. Pen. 0,30 mm (ABNT. 50)-50%
Dolomítico “B”
Geossistema 23 – Foz do Bezerra-Rio da Prata
Localizado na porção norte-noroeste da região nordeste de Goiás, desenvolve-se ao
longo da margem esquerda do rio Paranã, desde a Foz do Bezerra até a confluência com o rio
da Prata.
Esse geossistema foi desmembrado do anterior por não apresentar continuidade espacial,
embora esteja contido na mesma região geoambiental. A geofácies a apresenta relevo de topo
tabular, densidade de drenagem fraca e declives de 3 a 8%, enquanto a geofácies b possui
relevo residual dissecado em forma de topo convexo, com densidade de canais de drenagem
muito forte e declives de 45 a 75%.
Desenvolve-se neste geossistema Solos Litólicos álicos (geofácies b) e álicos e distróficos
(geofácies a), estes podem apresentar o caráter cascalhento. São pouco desenvolvidos, rasos
(< 50 cm), de baixa fertilidade natural, apresentando textura arenosa, média ou argilosa e
relevo plano e suave ondulado (geofácies a), forte ondulado e montanhoso (geofácies b) e
montanhoso e escarpado (geofácies c).
Predomínio da fitofisionomia de Savana Arbórea Aberta com nuanças de Parque. Em
encostas úmidas ou “pés de serra” ocorre um savana florestada tipo Cerradão. Uso atual com
baixa ocupação, destacando pastagem natural. Nos vãos da serra do Moleque, parte da
comunidade Calunga atua com cultivos de subsistência.
A geologia desta unidade de paisagem está representada por litologias do Complexo
Goiano (geofácies a) e da formação Arraias do Grupo Araí (geofácies b). O Complexo Goiano
apresenta rochas de composição granítica a tonalítica, enquanto a Formação Arraias é
representada principalmente por quartzitos.
As possibilidades metalogenéticas atribuídas a esse geossistema incluem mineralizações
principalmente de estanho e ouro.
Geossistema 24 – Rio Traíras
Possuindo as características comuns ao Pediplano do Tocantins foi individualizado em
face do seu posicionamento geográfico junto ao rio Maranhão, nos limites noroeste da região
nordeste de Goiás.
Sobressaem do piso regional relevos residuais em forma de cristas resultantes de rochas
dobradas do Grupo Paranoá (geofácies b), com densidade de canais de drenagem muito forte
(ravinas) e declives de 45 a 75%. Envolvendo esses relevos, a superfície que forma o piso do
geossistema encontra-se dissecada em formas de topos convexos e planos (geofácies a), com
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
128
densidade de drenagem fraca e moderada, com declives de 0 a 3% recobertos por pavimento
detrítico de seixos e material grosseiro.
Esta unidade apresenta solos Litólicos e Cambissolos. Os solos Litólicos (geofácies b)
são álicos (saturação por alumínio
50%), de textura arenosa e média e se encontram sob
relevo montanhoso e escarpado. Os Cambissolos (geofácies a) são distróficos (saturação por
bases de alumínio < 50%), concrecionários e não-concrecionários, de textura média e relevo
plano e suave ondulado.
A vegetação predominante é a de Savana, destacando as fisionomias Arbórea Aberta e
Parque. Em locais restritos, na situação de colúvio pode ocorrer Floresta Estacional ou
Cerradão em fase transicional para floresta. Uso atual com pastagem natural e pastagem
plantada para pastoreio extensivo e alguma agricultura de subsistência.
A geologia está representada por rochas do Grupo Paranoá e pela Seqüência
Vulcanossedimentar de Palmeirópolis.
O Grupo Paranoá apresenta uma seqüência litológica constituída por metarenitos,
arenitos e siltitos feldspáticos, argilitos e ritmitos, siltitos e argilitos vermelhos, com estruturas
de marcas de ondas e níveis silicosos, lentes de calcários, dolomitos e margas, quartzitos,
metapelitos filitosos e calcoxistos, e ocorre ainda um conglomerado basal.
A Seqüência Vulcanossedimentar de Palmeirópolis, de idade proterozóico inferior, está
constituída litologicamente por metavulcânicas ácidas a intermediárias, representadas por
anfibólio-xistos feldspáticos e lavas ácidas.
As possibilidades metalogenéticas referidas a este geossistema incluem mineralização de
manganês nos metassedimentos do Grupo Paranoá, e de cobre, chumbo, zinco e ouro na
seqüência vulcanossedimentar.
Região VIII – Depressões Intermontanas
Esta unidade situa-se nas partes centro-norte e oeste da região nordeste do Estado de
Goiás, constituindo duas áreas descontínuas. A primeira, drenada pelo rio das Almas, abrange
parte dos Municípios de Cavalcante e Monte Alegre de Goiás, e a Segunda, pelo rio Claro,
abrange parte dos Municípios de Cavalcante e Colinas do Sul.
Compreende áreas entalhadas e rebaixadas, embutidas no Complexo Montanhoso AraíNova Roma-Veadeiros. Apresenta descontinuidade espacial, possuindo entretanto
semelhanças morfológicas, hidrográficas e altimétricas, tendo sido esculpida em litologias do
Complexo Goiano e Grupo Araí.
Abrange os geossistemas 25 – Vão das Almas e 26 – Depressão do Rio Claro.
Geossistema 25 – Vão das Almas
Localizado na parte centro-norte da região abrangida pelo presente trabalho, está
representado por uma área rebaixada com altitude em torno de 500 m, embutida no interior de
sinclinal em rochas do Grupo Araí. Seu piso encontra-se dissecado em forma de topo tabular
(geofácies a), com moderada densidade de drenagem e declividade de 0 a 3%. Pequenas
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
129
áreas (geofácies b) apresentam dissecação de topo convexo e densidade de drenagem
moderada a forte e declives de 20 a 45%.
Este geossistema está representado por solos Litólicos e Latossolos Vermelho-Amarelos.
Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) abrangem praticamente toda a unidade,
são álicos (saturação por alumínio 50%), profundos e muito profundos, de textura argilosa e
média e relevo plano e suave ondulado. Restrito a uma pequena área, os solos Litólicos
(geofácies b) são álicos, textura média e arenosa e relevo forte ondulado e montanhoso.
A vegetação é de Savana Parque e reboleiras de Savana Arbórea Aberta. Uso da
pastagem natural mais pastagem plantada para pecuária extensiva.
O geossistema Vão das Almas é constituído por rochas do Grupo Araí, Formação Arraias,
localizadas em um baixo estrutural, constituído por um dobramento sinclinal.
A litologia é representada predominantemente por quartzitos médios a grosseiros
feldspáticos, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos micáceos laminados com níveis de
conglomerado. Localmente tem-se a presença de metavulcânica ácidas, metabasaltos e
metadiabásios. Ocorrem ainda lentes de conglomerado basal.
Como possibilidades metalogenéticas atribuídas ao geossistema, registra-se
mineralizações auríferas e rutilo em veios de quartzo, veios de barita e ametista relacionados a
quartzitos e cobre em rochas máficas.
Geossistema 26 – Depressão do Rio Claro
Embutido entre os relevos alçados do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros,
situado na parte oeste da região, possui altitude média de 500 m. Forma uma área homogênea
de forma ovalada, drenada pelos médio e baixo cursos do rio Claro. Seu piso encontra-se em
litologias do Complexo Goiano, estando dissecado predominantemente em forma de topo
convexo (geofácies b), com moderada densidade de canais de drenagem e declives de 3 a 8%
recoberto por material detrítico pedregoso.
Na sua parte central e junto às escarpas da Chapada dos Veadeiros, desenvolve áreas de
relevo de topo tabular (geofácies a), com fraca a moderada densidade de drenagem e declives
de 0 a 3%.
Pequenas áreas dissecadas em forma de topo aguçado junto ao rio Claro (geofácies d)
apresentam densidade de drenagem forte e declives de 8 a 20%.
Junto ao rio Tocantinzinho, penetrações da depressão apresentam-se em forma de topo
tabular com moderada densidade de canais de drenagem e declives de 0 a 3%.
Ocorrem solos Latossolo Vermelho-Escuro, Cambissolo e solos Litólicos.
Os Latossolos Vermelho-Escuros (geofácies b) são álicos (geofácies b) e álicos e
distróficos (geofácies a), de baixa fertilidade natural, profundos e muito profundos, textura
argilosa e relevo plano e suave ondulado.
Os Cambissolos (geofácies c) ocupam grande extensão na unidade, são álicos (saturação
por alumínio 50%), cascalhentos e não-cascalhentos, concrecionários e não-concrecionários,
pouco profundos, textura argilosa e relevo suave ondulado e plano. Os solos Litólicos
(geofácies d) são álicos, cascalhentos, podendo apresentar fase pedregosa, textura média e
relevo ondulado e forte ondulado.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
130
Apresenta fisionomias campestres parcialmente arborizadas de Savana Arbórea Aberta e
Savana Parque. Uso atual para pecuária extensiva em pastos naturais e plantados.
A geologia do geossistema em questão é representada por rochas de idade arqueana, do
Complexo Goiano.
A litologia é bastante variada, apresentando principalmente: migmatitos, microgranitos,
biotita granitos, granodiorito-gnaisses, tonalitos, xistos, anfibolitos, rochas calcossilicatadas,
milonitos, cataclasitos e metabasitos.
O potencial mineral inclui possibilidades de ocorrerem mineralizações de estanho, ouro,
nióbio e terras-raras.
Região IX – Faixas Aluviais
Esta região constitui uma unidade especial, por estar relacionada com a dinâmica fluvial,
provocando simultaneamente erosão, transporte e acumulação.
Compreende áreas aluviais distribuídas ao longo das principais drenagens da área.
Devido à escala do mapeamento somente foram cartografadas áreas que apresentam
dimensões compatíveis, embora essa região ocorra, ao longo da rede de drenagem, embutida
em todas as regiões geoambientais. Sobressaem, portanto, as áreas aluviais relacionadas à
bacia do alto curso do rio Paranã, e ao longo desse rio a área entre a foz do rio Bezerra e a foz
do rio da Prata.
Abrange o geossistema 27 – Várzeas e Terraços Aluviais.
Geossistema 27 – Várzeas e Terraços Aluviais
Constituído pelas áreas aluviais mapeáveis nesta escala, ligadas à dinâmica fluvial do rio
Paranã e seus tributários do alto curso.
Composto por depósitos holocênicos que constituem planícies e terraços fluviais,
localizando-se ao longo do leito do rio Paranã, quando seu leito drena áreas da Depressão do
Vão do Paranã (geofácies c). A geofácies b encontra-se ao longo do baixo curso do rio
Bezerra. A geofácies a distribui-se ao longo das cabeceiras de drenagem posicionadas no
geossistema Vertentes da Serra Geral de Goiás.
Esses depósitos recentes são compostos em sua quase totalidade por areias finas a
médias, que formam áreas planas resultantes de acumulação fluvial. Alguns cursos de água
apresentam leito seco preenchido por material rochoso trabalhado.
Todos os rios da região possuem um alto gradiente de vazão, entre cheia e vazante. No
período das cheias as águas extravasam os limites da calha fluvial e passam a depositar
sedimentos e humos nas planícies e terraços, que chegam a ter 750 m de largura.
Desenvolvem-se neste geossistema os solos Gleissolo e os solos Aluviais.
Os Gleissolos (geofácies a) são álicos (alta saturação por alumínio), hidromórficos,
profundos, textura média, e se encontram sob relevo plano. Localizam-se a leste da região
nordeste nas várzeas e terraços aluviais. Os solos Aluviais (geofácies b, c) ocorrem nas
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
131
planícies do rio Paranã e afluentes. São eutróficos (alta saturação por bases), profundos, de
textura indiscriminada e relevo plano.
Na geofácies a, a vegetação é de Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa com
floresta-de-galeria, tipo paludosa, onde ocorrem as pindaíbas xilopia sp. e buritis Maurítia spp.,
em geral configurando formosas veredas. Nas geofácies b, c, áreas de Floresta Estacional
Semidecidual Aluvial alternam-se com fisionomias de Savana, as primeiras ocupando os
terraços mais antigos. O uso atual destaca a utilização das áreas campestres para pastoreio
extensivo, pastagem plantada e localizadamente agricultura, a exploração de madeira também
é usual.
Representado por depósitos quaternários, preenchem as calhas fluviais e se estendem
pelas planícies de inundação e terraços.
São sedimentos de natureza carbonática e terrígena, compõem-se principalmente de
areias, cascalhos, silte e argilas transportadas como carga de fundo ou depósitos nas barras
de meandros, em suspensão ou ainda como depósitos híbridos de deflação nas depressões
locais. Os depósitos das planícies de inundação, por efeito de transbordamento dos rios nos
períodos de cheia, são, nas raras incidências, de espessura e extensão lateral reduzidas, em
razão da baixa precipitação anual e o conseqüente afastamento dos cursos fluviais de seus
perfis de equilíbrio.
Este geossistema ocorre por toda a área, embora nem sempre seja cartografável.
Algumas aluviões são fontes de ouro, cassiterita e diamante, nas quais é comum a atividade
garimpeira, como ocorre nos rios Maranhão, São Félix, Traíras e do Carmo no Município de
Cavalcante, além de outros rios e córregos nos Municípios de Nova Roma, Monte Alegre de
Goiás, Teresina de Goiás, Colinas do Sul e Posse.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
132
Zoneamento Agroecológico
O Zoneamento Agroecológico tem como objetivo fornecer subsídios ao Governo do
Estado, com a finalidade de possibilitar o estabelecimento de normas de ação para o
desenvolvimento da região nordeste do Estado de Goiás, com base em análise conjunta dos
recursos naturais das diferentes unidades de paisagem, proporcionando a integração dessa
região ao processo produtivo de maneira mais racional, contribuindo para o ordenamento e
reordenamento das atividades, sem promover a degradação ambiental.
Este trabalho, resultado do inter-relacionamento de informações dos recursos naturais,
considera a potencialidade da terra e os riscos de usos, visando a estabelecer uma hierarquia
na utilização destes recursos.
Para a execução do Zoneamento Agroecológico, tomou-se como referencial o Potencial
Geoambiental que, correlacionado com informações de Aptidão Agrícola das Terras e dados
complementares de clima (Capítulo 2.1) e risco ambiental (de natureza antrópica e/ou natural),
objetivou espacializar unidades ambientais para análise, avaliação e recomendação de uso.
Com a interação destes fatores foram definidas as recomendações de categorias de uso que
melhor respondem à potencialidade da terra com menor risco ambiental, considerando que
sejam adotados os procedimentos técnicos necessários.
Para a região nordeste do Estado de Goiás, o Zoneamento Agroecológico engloba as
seguintes categorias de uso: a) Atividades Agrícolas: cultura anual, cultura perene, pastagem
plantada e florestamento/reflorestamento; b) Áreas e Atividades de Conservação: pastagem
natural, manejo sustentado de floresta e extrativismo vegetal; e c) Áreas de Preservação.
Para as unidades de mapeamento foram indicadas até 3 (três) recomendações de usos,
em virtude das unidades de solos/aptidão agrícola serem constituídas de associações de até 3
(três) componentes. A primeira recomendação está sempre relacionada ao solo dominante,
que ocupa maior extensão (> 50%) na unidade, sendo as segunda e terceira recomendações
relacionadas aos solos subdominantes que ocupam menores extensões (20 a 30%) da
unidade. Resultaram para cultura anual 6 (seis) unidades de mapeamento, CA1 a CA6; para
cultura perene, 8 (oito) unidades, CP1 a CP8; para pastagem plantada, 10 (dez) unidades, PP1
a PP10; 9 (nove) unidades para pastagem natural, PN1 a PN9; e, para preservação, 9 (nove)
unidades de mapeamento, PE1 a PE9.
No julgamento da aptidão agrícola, basicamente, terras aptas para culturas anuais (ciclo
curto) o são também para culturas perenes (ciclo longo), consideradas menos exigentes após o
primeiro ano de implantação das lavouras. As terras consideradas aptas para lavouras (anuais
e perenes) o são também para o uso agrícola menos intensivo (pastagem plantada,
florestamento/reflorestamento) e, eventualmente, para usos conservacionistas e pastagem
natural, manejo sustentado de floresta e extrativismo vegetal.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
133
As atividades conservacionistas, Manejo Sustentado de Floresta e Extrativismo Vegetal,
foram sugeridas para áreas que apresentam vegetação de Floresta e fisionomias de Savana,
respectivamente, abrangendo toda a área, não constituindo unidades de mapeamento.
Foram sugeridas 2 (duas) áreas para Proteção (Ecossistema Aroeira e Ecossistema
Veredas-Terra Ronca), representada no mapa por ornamentos (mapa anexo).
Atividades Agrícolas
Correspondem a atividades relacionadas ao aproveitamento da terra com fins agrícolas
como: o uso com cultura anual, cultura perene, pastagem plantada e
florestamento/reflorestamento, de maneira racional, capazes de assegurar a manutenção ou o
ganho de produtividade a nível comercial ou de subsistência quando adequadamente
manejados.
Caracterização das Áreas para Culturas Anuais
Compreendem áreas (Figura 37) constituídas de solos não hidromórficos, eutróficos
(saturação por base 50%, devido aos altos teores de Ca++ + Mg++ ), distróficos (saturação por
bases e alumínio < 50%) e álicos (saturação por alumínio
50%). Os eutróficos s ão
representados, em sua maioria, por solos Podzólico Vermelho-Escuro e Podzólico VermelhoAmarelo não-latossólico e latossólico, com textura média e argilosa na parte superficial e
argilosa a muito argilosa na parte superficial e solos Aluviais textura indiscriminada, os
distróficos e álicos, por Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo e Cambissolo
apresentando textura argilosa e muito argilosa.
Estes solos apresentam boas propriedades físicas, ausência de cascalhos,
pedregosidade e rochosidade, boa drenagem, são profundos e situados em relevo plano e
suave ondulado, que lhes conferem condições favoráveis ao pleno uso agrícola.
Na classificação da aptidão agrícola os Podzólicos eutróficos se enquadram na classe 2abc –
Terras que apresentam classe de aptidão Regular para lavouras nos níveis de manejo A, B e
C; os Latossolos Vermelho-Escuros distróficos e Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos
classe 2(a)bc – Regular para lavouras nos níveis de manejo B e C e restrita no nível A; os
Latossolos Vermelho-Escuros e Vermelho-Amarelos álicos na classe 2(ab)c – Regular para
lavouras no nível de manejo C e Restrita nos níveis A e B; e parte dos solos Aluviais eutróficos
e Latossolos Vermelho-Amarelos álicos na classe 3(abc) – Restrita para lavouras nos níveis de
manejo A, B e C.
São terras que no seu estado natural possuem muito fraco até fraco a moderado riscos de
erosão e quando utilizadas exigem nível baixo a médio de emprego de práticas
conservacionistas, com o uso de técnicas simples e intensivas de controle, como medida
preventiva para sua conservação. Dentre as práticas de manejo podemos citar: preparo correto
do solo (mantendo a infiltração natural do solo); cultivo mínimo (evitando a pulverização
excessiva da camada superficial e compactação com o uso intensivo de máquinas pesadas);
não fazer o preparo do solo no sentido do declive (morro abaixo); plantio direto; manejo dos
restos culturais; rotação de culturas; consorciação de culturas; enleiramento em nível;
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
135
descompactação do solo; subsolagem; cultura de cobertura; culturas em faixa; cordões de
vegetação permanente; alternância de capinas; ceifa do mato; faixa de bordadura; quebraventos; distribuição racional dos camoinhos e carreadores; plantio em contorno; terraceamento;
adubação verde (as leguminosas mais utilizadas como adubo verde nos cerrados são: a
mucuna-preta, a crotalária, o feijão-de-porco, o feijão-grande e a mucuna-anã); canais
escoadouros; controle do fogo; adubação orgânica (os principais adubos orgânicos disponíveis
na região dos cerrados são: resíduos bovinos, resíduos vegetais, adubos verdes e alguns
resíduos industriais e industrializados).
Quanto à mecanização, estas terras foram enquadradas na classe Boa, isto é, permitem
em qualquer época do ano o emprego de todos os tipos de máquinas e implementos agrícolas,
ordinariamente utilizados.
Os solos eutróficos possuem regular reserva de nutrientes disponíveis às plantas,
havendo, entretanto, escassez em outros nutrientes (P, K, N, S, B e Zn), precisando de adições
complementares desses elementos; já os álicos e distróficos possuem muito baixa a baixa
reserva de nutrientes disponíveis às plantas constituindo um fator limitante ao uso agrícola,
necessitando, portanto, de adições de nutrientes em grandes quantidades, além da aplicação
de corretivo (calcário).
Para a obtenção de maiores produtividades de culturas anuais em solos ácidos, é
necessário a correção do pH a valores entre 5,5 e 6,0. A correção desses solos com calcário,
além de fornecer cálcio e magnésio, favorece o aproveitamento mais eficiente pelas plantas de
fertilizantes adicionados ao solo. Deve-se dar preferência à utilização de calcários dolomíticos
em solos dessa região. Caso tenham sido utilizados calcários calcíticos, deve-se adicionar ao
solo adubos que contenham magnésio. Como práticas de melhoramento da fertilidade devem
ser usadas adubação verde, adubação orgânica (incorporação de esterco, uso de tortas
diversas, incorporação de restos vegetais), adubação química (NPK + micronutrientes), rotação
de cultura e cobertura morta. A simples elevação da fertilidade do solo, mediante aplicação de
corretivos e fertilizantes, não significa que o solo tem garantido seu potencial produtivo. As
características físicas que impliquem a retenção de água, permeabilidade, aeração e
profundidade, espaço radicular e erodibilidade assumem papel decisivo na capacidade
produtiva do solo.
A deficiência de água nesta área (5 a 6 meses secos) e a ocorrência de veranico (item –
Clima) constituem uma das maiores limitações ao uso agrícola; práticas de irrigação
solucionam este problema além do manejo dado ao solo, manejo este que deve ser feito com
os seguintes objetivos: 1) eliminar os fatores que inibem o crescimento normal das raízes
(baixa fertilidade natural, alta percentagem de saturação por alumínio e baixo teor de cálcio) e,
com isso, permitir à cultura explorar um volume maior de solo e, consequentemente, extrair
mais água durante os períodos secos; 2) aumentar a quantidade de água disponível no solo; 3)
evitar que apareçam restrições físicas ao desenvolvimento das raízes; e 4) melhorar as
condições globais do solo através de um manejo que combine as formas anteriores.
Na classificação de terra para irrigação a grande maioria dos solos se situa na classe
Boa. No entanto, são recomendáveis algumas práticas de manejo que favorecem a umidade
disponível nas terras, tais como cobertura morta, plantio em faixas ou construções de cordões,
plantio direto, ajustamento dos cultivos à época das chuvas e, principalmente, seleção de
culturas adaptadas às condições climáticas locais.
Ocorrem também nesta unidade áreas constituídas de solos hidromórficos, representadas
pelos Plintossolos e os Gleissolos, sendo distróficos (baixa saturação por bases de alumínio) e
álicos (alta saturação por alumínio). São imperfeitamente drenados a muito mal drenados, em
sua grande maioria com textura indiscriminada, relevo plano a suave ondulado, sujeito ao
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
136
regime de inundação periódica de curta duração e excesso de água por oscilação do lençol
freático próximo à superfície no período chuvoso.
Quanto à aptidão agrícola das terras, estes solos se enquadram nas classes 3(abc) –
Terras que apresentam classe de aptidão Restrita para lavouras nos níveis de manejo A, B e C
e 3(ab) – Restrita para lavouras nos níveis de manejo A e B. Desaconselháveis no nível C.
Possuem muito baixa a baixa reserva de nutrientes disponíveis às plantas.
Parte destes solos são cascalhentos e apresentam petroplintitas nos horizontes
subsuperficiais (endoconcrecionários).
Possuem como fatores limitantes à utilização agrícola os riscos anuais de inundação, a
oscilação do lençol freático que está próximo à superfície (caso dos Gleissolos), a baixa
fertilidade natural e a deficiência hídrica no período seco do ano.
Há inviabilização do uso desta área com culturas perenes, podendo ser usadas com
culturas anuais (principalmente arroz) adotando sistema de irrigação por inundação, prática
adotada nas proximidades de Flores de Goiás.
Os riscos de erosão desta área são controláveis com práticas conservacionistas simples.
Vários fatores indicam a viabilidade de atenuar ou não a limitação pelo excesso de água,
como drenagem interna do solo, condições climáticas, topografia do terreno e exigências das
culturas. A construção de vales e desobstrução dos drenos naturais são práticas simples e dão
bons resultados. Existem áreas em que são necessários estudos mais específicos e exigem
trabalhos intensos de drenagem para remover excesso de água.
Quanto às práticas de melhoramento à fertilidade e controle à erosão, podem ser
indicadas algumas citadas para as áreas anteriores, dependendo das circunstâncias.
Constituem 6 (seis) unidades de mapeamento, de CA1 a CA6.
Ocupam uma área aproximada de 7.175 km2 , correspondendo a 18,5% da área total
mapeada.
Indicação das Variedades das Principais Culturas Anuais
- Variedades mais plantadas: Emgopa 301, Cristalina e Doko.
- Variedades resistentes ao cancro da haste da soja: Emgopa 302, Emgopa 304, FT-Estrela,
Emgopa 305 e FT-Seriema.
- As variedades de ciclo precoce favorecem a sucessão com o trigo.
A Chapada dos Veadeiros possui grande potencial para produção de sementes de soja
(especialmente), trigo e batata-inglesa, que podem suprir não somente a região nordeste de
Goiás, mas também outras partes do estado.
A cultura da soja na Chapada dos Veadeiros apresenta comportamento climático
semelhantes à soja produzida no sul e sudoeste de Goiás, já a soja do Vão do Paranã
apresenta comportamento climático semelhante à produzida no norte de Goiás e sul do Estado
do Tocantins (Projeto Rio Formoso).
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
137
Quadro 8
VARIEDADES DE SOJA INDICADAS PARA A CHAPADA DOS VEADEIROS
CICLO PRECORE
CICLO MÉDIO
CICLO TARDIO
(até 120 dias)
(120-135 dias)
(> 135 dias)
Emgopa 302
Emgopa 304
Eureka
IAC – 8
FT – 11
FT - Estrela
Emgopa 301
Emgopa 305
Emgopa 306
Emgopa 307
Cristalina
Canarana
Paranagoiana
FT-Seriema
Doko
Nova IAC – 7
UFV – 5
FONTE: EMGOPA (Informação Verbal).
Quadro 9
VARIEDADES DE SOJA INDICADAS PARA O VÃO DO PARANÁ
CICLO MÉDIO
CICLO TARDIO
(120-135 dias)
(> 135 dias)
Doko
Emgopa 305
Aruanã
Cariri
IAC – 8
FONTE: EMGOPA (Informação Verbal).
Para o Vão do Paranã não há adaptação de variedades de ciclo curto.
Quadro 10
VARIEDADES DE MILHO INDICADAS
VARIEDADES
HÍBRIDAS
VARIEDADES
NÃO- HÍBRIDAS
Emgopa 502
BR 201
Cargil (várias)
Agroceres (várias)
Emgopa 501
FONTE: EMGOPA (Informação Verbal).
Emgopa 503 (1)
(milho branco)
(1) Lançamento previsto para safra 91/92.
As sementes híbridas da Cargil e da Agroceres são as mais indicadas.
- A variedade BR-201 é indicada para uso com aplicação de baixa tecnologia.
- A variedade Emgopa 501 é indicada para silagem.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
138
Quadro 11
VARIEDADES DE ARROZ INDICADAS
ARROZ DE SEQUEIRO
ARROZ IRRIGADO
Ciclo Curto
Ciclo Médio
IAC – 25
IAC – 164
IAC – 165
Guarani
Rio Paranaíba
Araguaia
IAC – 47
Cuiabana
(por inundação)
Metica 1
Aliança
Cica 8 (1)
FONTE: EMGOPA (Informação Verbal).
(1) Variedade tolerada para várzea úmida, por falta de outra.
- As variedades de ciclo médio são indicadas para os chapadões (Latossolos) de Alto Paraíso
e São João d’Aliança.
- A variedade Guarani é a mais plantada de ciclo curto.
- As variedades Rio Paranaíba e Araguaia são as mais plantadas de ciclo médio.
Quadro 12
VARIEDADES DE FEIJÃO INDICADAS
VARIEDADES
PREFERENCIAIS
VARIEDADES
TOLERANTES
(2ª OPÇÃO )
(1ª Opção)
Carioca
Emgopa 201 – ouro (cor creme)
Rico 23 (preto)
Jalo EEP-558 (cor creme)
Emgopa 202 – Rubi (roxo-claro)
CNF 0010 (roxo)
Carioca 80
FONTE: EMBRAPA/CNPAF (Informação Verbal).
- As variedades Carioca e Emgopa 201 – ouro são as mais plantadas.
Caracterização das áreas para culturas perenes
O alto potencial erosivo dessas áreas conduziu à opção prioritária de uso com culturas
permanentes (Figura 37), visto as mesmas requererem uma menor mobilização do solo e,
geralmente, proporcionarem um maior recobrimento da superfície (depois de formada). Mesmo
sendo usada com culturas perenes, é imprescindível a adoção de práticas conservacionistas a
partir do primeiro ano, pois o relevo, a diferença textural acentuada entre os horizontes e/ou a
pequena profundidade propiciam o processo erosivo.
São constituídas de Podzólicos Vermelho-Escuros e Podzólicos Vermelho-Amarelos
eutróficos e distróficos, com textura superficial média a argilosa e subsuperficial argilosa a
muito argilosa, sob relevo suave ondulado e ondulado, apresentando risco de erosão
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
139
moderado a forte; Cambissolos álicos, distróficos e eutróficos, com textura argilosa sob relevo
plano e ondulado, apresentando risco de erosão moderado até moderado a forte; e Latossolos
Vermelho-Amarelos álicos e distróficos, com textura média em relevo plano e suave ondulado,
com risco de erosão fraco a moderado. Nestes solos a presença de B latossólico, maior
profundidade, ausência de gradiente textural e acentuada drenagem, lhes dão um
comportamento distinto dos outros solos (Podzólicos), fazendo com que possuam uma baixa
suscetibilidade à erosão superficial (laminar), devido a suas características de baixo grau de
dispersão das partículas e de sua elevada permeabilidade. Porém, uma vez rompida a camada
superficial, há o desencadeamento do processo erosivo em profundidade (voçoroca). Em
condições naturais, os Latossolos são bem resistentes às chuvas moderadas que não
provoquem a concentração de enxurradas, mas, uma vez havendo concentração de água
(fortes enxurradas) e se rompendo a camada superficial, esses solos são facilmente erodíveis.
Ocorrem em parte dos Podzólicos e Cambissolos a presença de cascalhos em
quantidade significativa (20 a 50% do volume da massa do solo) e/ou petroplintitas, material
proveniente da plintita, que sob efeito de ciclos repetidos de umedecimento e secagem sofreu
consolidação irreversível.
Na classificação da aptidão agrícola das terras os solos destas áreas se enquadram nas
classes 2ab(c), 2a(bc), 2(ab)c, 3(abc) e 3(bc).
2ab(c) – Terras que apresentam classe de aptidão Regular para lavouras nos níveis de
manejo A e B e Restrita no nível C (correspondem aos Podzólicos Vermelho-Escuros eutróficos
e Podzólicos Vermelho-Amarelos eutróficos; 2a(bc) – Regular para lavouras no nível A e
Restrita nos níveis B e C (Cambissolos eutróficos); 2(ab)c – Regular para lavouras no nível C e
Restrita nos níveis A e B (Cambissolos distróficos e álicos); 3 (abc) – Restrita para lavouras nos
níveis de manejo A, B e C (Podzólicos Vermelho-Amarelos distróficos); 3(bc) – Restrita para
lavouras nos níveis de manejo B e C, sendo desaconselháveis no nível A (Latossolos
Vermelho-Amarelos álicos e distróficos).
Os solos eutróficos (saturação por bases
50%) possuem média a alta reserva de
nutrientes disponíveis às plantas; os álicos (saturação por alumínio
50%) e distróficos
(saturação por bases e alumínio < 50%) possuem muito baixa a baixa reserva de nutrientes
disponíveis às plantas, sendo a fertilidade para esses solos um dos fatores limitantes ao uso
agrícola, havendo necessidade do uso de fertilizantes e corretivos.
O déficit hídrico constitui outro fator limitante ao uso agrícola, sendo mais acentuado nos
solos que possuem alta permeabilidade, consequentemente baixa retenção de umidade, como
é o caso do solo Latossolo Vermelho-Amarelo textura média, sendo este fator agravado pelo
veranico que sempre ocorre nesta região (item – Clima).
Na classificação de terras para irrigação (item – Terras para Irrigação) se situam na
classe Regular (Podzólicos e Cambissolos) e Restrita (latossolos).
Quanto à mecanização (item – Terras para Mecanização), os solos que ocorrem nestas
áreas se enquadram nas classes Boa e Regular, sendo que na Regular não permitem o
emprego de máquinas ordinariamente utilizadas durante todo o ano, pois ocorrem em relevo
ondulado (8 a 20% de declive) ou em topografia mais suave, no caso dos solos pouco
profundos, que podem apresentar cascalhos e/ou petroplintitas no volume da massa do solo
em quantidades significativas.
As práticas de melhoramento, quanto à fertilidade e déficit hídrico, são as mesmas
indicadas para culturas anuais em função da situação que se encontra a área ou do tipo de
cultura que se pretende instalar.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
140
Em relação à erosão, cuidados maiores devem ser tomados, visto que essas áreas
possuem relevo mais movimentado em relação às áreas indicadas para culturas anuais. Em
vista disso, quando utilizadas, requerem a adoção intensiva de práticas conservacionistas,
como a construção de terraços especiais em patamar, banquetas individuais, cordões em
contorno, diques, interceptadores (obstáculos) e controle de voçorocas.
Constituem 8 (oito) unidades de mapeamento, de CP1 a CP8.
Ocupam 2.056 km2 da área, correspondendo a 5,3% do total mapeado.
Indicação de Variedades para Culturas Perenes
De uma maneira geral, climaticamente a área indicada para estes fins apresenta
condições favoráveis para o desenvolvimento da fruticultura e da cafeicultura, desde que sejam
observadas as exigências de cada cultura e suas variedades correspondentes, para evitar
insucessos, com implantação de culturas com variedades não adaptadas às condições reais da
área (solo, clima e altitude).
- Para a Chapada dos Veadeiros (EMGOPA, Informação verbal).
Manga: Tommy atkins, Keit e Van dyke
Figo: Roxo de Valinho
Pêssego: Talismã e Rei da Conserva
Abacate: Fortunas, Geada, Turco e Pollock
Laranja (para fins industriais): Pêra, Valencia, Natal e Hamlim
Laranja (para consumo natural): Pêra, Westin, Baianinha, Valencia, Natal e Piralima
Tangerina: Poncã e Cravo
Limão: Taiti e Galego
Outros tipos de frutas, como jabuticaba, banana, goiaba, mamão e mesmo algumas
destas acima mencionadas, se prestam para ser utilizadas no restante da área, desde que
sejam observadas suas exigências quanto ao clima, solo e altitude.
Quanto ao café é indicada a espécie Coffea arabica, variedades Catuaí e Mundo Novo
para a Chapada dos Veadeiros, especialmente nos Municípios do Alto Paraíso de Goiás,
Cavalcante, São João d’Aliança e parte do Município de Nova Roma (SAGRIA-GO, informação
verbal). A variedade Catuaí apresenta maiores produções nas primeiras safras, possuindo,
entretanto, menores exigências nutricionais. A variedade Mundo Novo possui menor produção
nos primeiros anos, no entanto é mais exigente em relação às propriedades do solo. A partir
dos 10 anos a produção de ambos se equiparam.
Segundo estudos elaborados pelo extinto IBC, sobre um zoneamento para a cultura do
café (IBC, 1977), a espécie Coffea arabica possui as seguintes exigências:
-
altitude: aproximadamente 750 m.
precipitação pluviométrica > 1.200 mm.
temperatura média anual: 18º-23ºC (apta) e entre 19º-22º (ideal)
déficit hídrico: suporta até 150 mm.
De acordo com este estudo, todos os municípios da Microrregião Vão do Paranã se
encontram fora da área indicada para a espécie Cofrea arabica.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
141
Conforme este zoneamento, a espécie Coffea canephora, denominada Café robusta,
variedade Conilon, é adaptada para temperaturas mais altas e áreas de menores altitudes,
possuindo as seguintes exigências:
- temperatura média anual: 22º-26ºC.
- déficit hídrico < 200 mm (apto); entre 200-400 mm (marginal) e > 400 mm (inapto).
Para esta espécie são aptas as áreas situadas ao sul do Estado de Goiás.
A região nordeste não possui aptidão para esta espécie, muito provavelmente devido ao
déficit hídrico, sendo aconselhável que as empresas de pesquisas realizem estudos na
Microrregião Vão do Paranã, com o objetivo de detectar áreas aptas à implantação do Coffea
canephora.
Como pode ser observado na Tabela 21, o café possui produtividade em torno de uma
tonelada/ha nos Municípios de Cavalcante, Alto Paraíso de Goiás e São João d’Aliança para o
ano de 1989, enquanto que nos Municípios de São Domingos e Posse a produtividade é de
400 e 500 kg/ha, respectivamente, o que demonstra o acerto deste estudo referente ao
zoneamento do café, não indicando estas áreas para a cafeicultura.
Caracterização das áreas para pastagem plantada
Compreendem áreas que apresentam características desfavoráveis ao uso agrícola com
lavouras, ora pelas características físicas e morfológicas dos solos, ora pela feição do relevo,
ou simultaneamente; sendo representadas por solos Litólicos, Cambissolos, Podzólicos
Vermelho-Escuros, Podzólicos Vermelho-Amarelos e Petroplínticos. São álicos, distróficos e
eutróficos, bem e moderadamente drenados, rasos e pouco profundos, textura superficial
média a argilosa e subsuperficial argilosa, sob relevo que varia de suave ondulado a forte
ondulado, com grande parte apresentando os caracteres cascalhentos e concrecionários e fase
pedregosa. Nos Petroplínticos, devido à alta concentração de concreções, a textura foi
denominada indiscriminada. Também fazem parte dessas áreas os Latossolos VermelhoAmarelos álicos de textura média e Areias Quartzosas álicas e distróficas, acentudamente e
excessivamente drenadas, profundas a muito profundas, sob relevo plano a suave ondulado.
O impedimento de uso à mecanização (pela presença abundante de cascalhos e/ou
petroplínticos, profundidade do solo, ou pelo relevo movimentado ou associados), a
suscetibilidade à erosão (devido ao relevo movimentado ou pela pequena profundidade dos
solos ou ainda pela textura arenosa ou associados) e a baixa fertilidade natural (para os álicos
e distróficos) constituem os fatores mais limitantes ao uso agrícola, aliados ao déficit hídrico (5
a 6 meses secos).
Esta unidade necessita de cuidados especiais de práticas de manejo de solos, em caso
de serem usadas com lavouras; como atividade agrícola as pastagens são as mais indicadas,
pois não necessitam de todas as etapas que são necessárias para condução e manutenção de
uma lavoura e também são eficientes no controle da erosão quando bem manejadas,
oferecendo uma boa cobertura ao solo.
Quanto à aptidão agrícola das terras esta unidade está enquadrada como 4p e 4(p) –
Terras que apresentam classe de aptidão Regular e Restrita, respectivamente, para Pastagem
Plantada. Desaconselháveis para lavouras nos níveis de manejo A, B e C.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
142
Os solos eutróficos (saturação por bases 50%) possuem média a alta fertilidade natural
e os álicos e distróficos (saturação com alumínio 50% e saturação de bases e alumínio <
50%) contêm muito baixa a baixa fertilidade natural.
Referente à fertilidade natural e ao déficit hídrico, há que se considerar que existem várias
espécies de forrageiras que são adaptadas aos mais diversos tipos de solos, com as mais
diversas exigências nutricionais e condições climáticas; no entanto, é sabido que o uso de
fertilizantes e corretivos eleva a produção das pastagens, consequentemente eleva o potencial
para produção animal. As Tabelas 4, 5 e 6 mostram as exigências nutricionais e hídricas de
algumas forrageiras.
Constituem 10 (dez) unidades de mapeamento, de PP1 a PP10.
Abrangem 7.563 km2 , correspondentes a 19,5% da área total mapeada.
Caracterização das áreas para florestamento / reflorestamento
Compreendem áreas constituídas de Latossolos Vermelho-Amarelos e Areias Quartzosas
sob relevo plano e suave ondulado.
Os Latossolos Vermelho-Amarelos são álicos (saturação por alumínio 50%) e distróficos
(saturação por bases e alumínio < 50%), fortemente drenados, muito profundos e de textura
média, ocorrendo próximo à borda da Serra Geral de Goiás. Possuem muito baixa a baixa
reserva de nutrientes disponíveis às plantas, alta permeabilidade a consequentemente baixa
retenção de umidade. A alta deficiência hídrica é acentuada pela baixa precipitação
pluviométrica. Essa limitação ocorre de modo mais marcante no ano de implantação da cultura;
após o enraizamento das mesmas estas condições são atenuadas. As condições de relevo,
profundidade, morfologia, ausência de cascalhos, calhaus e matacões favorecem as práticas
agrícolas. O florestamento/reflorestamento, indicados para esta área, objetiva proteger o solo
contra os processos erosivos que são acentuados na borda do Chapadão Central. Apresentam
classe de aptidão agrícola 5n – Regular para silvicultura.
As Areias Quartzosas são distróficas, excessivamente drenadas, muito profundas,
apresentando textura arenosa (areia e areia franca). Praticamente não possuem capacidade de
reter os elementos nutritivos adicionados, quer pela sua baixa capacidade de troca de cátions
ou pela sua alta permeabilidade, havendo uma percolação muito rápida da água. Apresentam
forte predisposição à erosão; após iniciar o processo erosivo o controle é muito difícil. As
principais limitações destas áreas são o déficit hídrico, fertilidade natural baixa e altos teores de
areia. Há necessidade de instalação de unidades experimentais com fins de avaliar a real
adaptação de espécies vegetais de florestamento. Apresentam classe de aptidão agrícola 5(n)
– Restrita para silvicultura.
Ocupam aproximadamente 427 km2, equivalendo a 1,1% da área mapeada.
Indicação de manejo e espécies
Apesar das dificuldades encontradas, a racionalização desta atividade na região nordeste
do Estado de Goiás pode contribuir decisivamente para sua pretendida redenção econômica.
A indicação específica de áreas para a execução desta atividade não exclui a
possibilidade de sua exiguidade nas áreas recomendadas para usos mais intensivos
(Atividades Agrícolas), tornando-se mera decisão econômica.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
143
Os programas de reflorestamento/florestamento devem visar a diferentes objetivos, como
os de: produzir madeira para serraria, construções rurais, celulose, lenha, carvão, etc.; proteger
as bacias hidrográficas regulando regimes de rios, reduzindo e atenuando efeitos de
enchentes, erosão e assoreamento; produzir forragem perene para o gado, sob a forma de
folhas ou frutos; enriquecer com espécies adequadas as áreas que se prestam para
extrativismo vegetal, além do objetivo paisagístico e de abrigo para a fauna, entre outros.
Por sua vez, os sistemas silviculturais a serem adotados também podem ser variados,
ficando na dependência de experimentação e viabilidade econômica, podendo ser:
- plantios puros em talhões homogêneos;
- plantios mistos ou em consorciação;
- plantios em bosquetes (puros ou mistos); e
- plantios de enriquecimento em capoeira ou matas degradadas, etc.
Para um reflorestamento econômico há a necessidade de se escolher o local certo, a
espécie mais apropriada, empregando-se sementes ou material propagativo de qualidade e
práticas silviculturais racionais. Em geral, deve-se dar preferência a solos profundos, evitandose terrenos que, à pouca profundidade, se apresentam com horizontes duros ou compactados
e que dificultariam o enraizamento. Para plantios com exóticas nas áreas de cerrado em geral,
a adubação pelo menos na fase inicial é imprescindível. Fertilização à base de fosfatos, em
dosagens adequadas, faz aumentar substancialmente a produção.
Tabela 4
Comparação entre nove gramíneas forrageiras tropicais, quanto à tolerância a A e
exigência em P e Ca para a fase de estabelecimento
ESPÉCIE
TOLERÂNCIA
EXIGÊNCIA (2)
A A (1)
Em P
Em Ca
Brachiaria humidicola
1
1
1
Andropogon gayanus
1
2
2
Melinis minutiflora
1
2
2
Brachiaria decumbens
1
2
2
Brachiaria brizantha
...
2
2
Panicum maximum
1
3
...
Hyparrhenia rufa
2
3
...
Pennisetum purpureum
2
3
...
Cenchrus ciliaris
3
...
...
FONTE – Spain & Andrew (s.d.) e Salinas & Delgadillo, citados por Sanchez & Salinas (1982), CIAT (1977, 1982);
Siqueira et al. (1980) e Salinas & Delgadillo, citados por Sanchez & Salinas (1982), apud Carvalho (1985).
NOTA – Sinal convencional utilizado:
... Dado numérico não disponível.
(1) Tolerância a
A :1 = alta; 2 = média; e 3 = baixa. (2) Exigência em P e Ca:1 = baixa; 2 = média; e 3 = alta.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
144
Tabela 5
Comparação entre treze leguminosas forrageiras tropicais, quanto à tolerância a A e Mn
e exigências em P e Ca para a fase de estabelecimento
ESPÉCIE
EXIGÊNCIA (2)
TOLERÂNCIA
A A (1)
A Mn (2 )
Em P (2)
Em Ca (2)
Stylosanthes capitata
1
1
1
1e2
Lotononis bainesii
1
1
1
1
Stylosanthes guianensis
1
1
1
1
Centrosema pubescens
1
1
2
2
Galactia striata
1
...
2
2
Desmodium ovalifolium
1
1
2
2
Calopogonium mucunoides
1
1
2
2
Pueraria phaseoloides
1
1
2
2
Macroptilium atropurpureum
1
3
2
2
Desmodium uncinatum
2
2
2
2
Desmodium intortum
2
2
2
2
Leucaena leucocephala
2
2
2
2
Neonotonia wightii
3
3
2
3
FONTE – CIAT (1977, 1982); EMBRAPA/CPAC (1981); Andrew (1978) e Sanchez & Salinas (1982), apud
Carvalho (1985).
NOTA – Sinal convencional utilizado:
... Dado numérico não disponível.
(1) Tolerância em A e Mn: 1 = alta; 2 = média; e 3 = baixa. (2) Exigência em P e Ca: 1 = baixa; 2 = média;
e 3 = alta.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
145
Tabela 6
Adaptação climática de algumas gramíneas e leguminosas tropicais
GRAU DE TOLERÂNCIA
ESPÉCIE
Seca
Geada
Inundação
Periódica
PRECIPITAÇÃO
MÍNIMA
REQUERIDA
(mm)
GRAMÍNEAS
Andropogon gayanus
B
R
F
400
Brachiaria decumbens
R
F
R
1.000
Brachiaria humidicola
F
R
R
1.000
Hyparrhenia rufa (Jaraguá)
F
F
R
800
Melinis minutiflora (Gordura)
R
F
F
1.000
Panicum maximum (Colonião)
R
F
F
1.000
Panicum maximum (Makueni)
B
F
F
750
Panicum maximum (Green panic)
B
B
F
600
Pennisetum purpureum (Elefante)
F
F
F
1.000
Setaria sphacelata
B
B
B
750
LEGUMINOSAS
Calopogonium mucunoides
F
F
R
1.200
Centrosema pubescens
R
F
R
1.200
Desmodium intortum
R
R
B
900
Galactia satriata
B
B
R
800
Macroptilium satropurpureum
B
F
R
600
Neonotonia wightii (Soja perene)
R
R
R
750
Pueraria phaseoloides (Kudzu)
R
F
B
1.250
Stylosanthes guianensis
B
F
R
850
FONTE – Mattos & Alcântara (1976); Bogdan (1977) e Whiteman (1980), apud Cruz Filho (1985).
NOTA – Grau de tolerância: B = boa; R = razoável; e F = fraca
Entre os ambientalistas, é consenso que os reflorestamentos devam ser conduzidos
preferencialmente com espécies nativas. Porém, a introdução de Eucalyptus e outras
essências exóticas, além de qualidades reconhecidas como sua precocidade e diversidade de
uso, tem a seu favor o fato de que com a utilização de maciços florestais artificiais diminui
sensivelmente a pressão sobre os recursos das áreas nativas remanescentes.
Dentro dessas premissas, procuraremos listar e discorrer sobre algumas espécies,
reconhecidamente de valor e já tradicionamente empregadas no Brasil, tanto nativas como
exóticas, e que, teoricamente por analogias ecológicas, seriam indicadas para a região,
conforme Golfari (1975), Golfari, Caser (1977), Golfari, Caser e Moura (1978), EMBRAPACPAC (1983) e Albino, Tomazello Filho (1985).
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
146
Eucalyptus camaldulensis Dehnh
Espécie de rápido crescimento em solos pobres, tem alta capacidade de rebrota, com
tolerância a inundações periódicas e salinidade. Em contrapartida, é intolerante a solos
altamente calcários, de coloração escura e inferior a outras para produção de polpa e papel.
Usos principais:
Carvão, lenha, postes e moirões, polpa, tacos e conglomerados.
Obs.: Pelas suas características, a espécie teria melhores condições de ser introduzida na
região do Vale do Paranã, em solos álicos e distróficos e com problemas de hidromorfismo.
Eucalyptus Citriodora Hook
Espécie tolerante a uma grande variedade de solos, cresce bem em solos pedregosos
residuais, lateríticos, preferindo os bem drenados.
No Brasil é indicada para clima subtropical e tropical subúmido, com precipitação acima
de 800 mm por ano e estação seca de 4 a 5 meses, em altitudes mais altas.
Usos: espécie consagrada como produtora de óleos essenciais, possui madeira de
primeira classe, admitindo grande variedade de empregos. No norte de São Paulo e no
Triângulo Mineiro é muito usada para moirões e postes tratados, móveis, além da extração de
óleo.
Obs.: É espécie recomendada para a região, podendo ser plantada em solos Litólicos e
Cambissolos, que apresentam substratos friáveis (sem contato lítico), que permitam a
penetração de raízes.
Eucalyptus cloeziana F. Muell
Com introdução relativamente recente no Brasil, esta espécie se destacou em situações
de solos pobres como no Vale do Jequitinhonha (MG) e próximo a Cristalina (GO). Própria para
áreas de precipitação anual entre 1.000 a 1.500 mm, tolera estação seca de 4 a 5 meses.
Usos: É madeira pesada, forte e bastante durável; limitada para uso geral, mas excelente
como dormente, escoramentos de minas, postes e moirões. Pode ser usada também no fabrico
de conglomerados.
Eucalyptus grandis Hill ex Maiden
É a espécie mais disseminada no Brasil e também na região, principalmente pela sua
plasticidade e rápido crescimento em relação a outras espécies.
Tolerante em situações de precipitação anual na faixa de 1.000 a 1.800 mm,
concentradas no verão, mas com pouca seca estacional. Prefere solos profundos e bem
drenados.
Usos: Por ser madeira leve, mais macia e físsil que a maioria das espécies do gênero, é
muito usada em construção civil e compensados; quando jovem é excelente para caixotaria,
polpa e papel.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
147
Obs.: É indicada com restrições, visto que não é recomendada para áreas com elevada
seca estacional, onde não apresenta boa rebrota, além do que a espécie nesta situação se
torna muito vulnerável ao ataque do fungo Diaporthe cubensis. Esta mesma situação pode
ocorrer com o Eucalyptus saligna Sm.
Eucalyptus maculata Hook
Cresce melhor em solos úmidos ou bem drenados, de textura argilosa, não tolerando
solos arenosos em seu habitat natural. É portanto mais indicada para regiões de matas.
Tem-se mostrado promissor em algumas parcelas experimentais no Brasil na situação de
elevada seca estacional.
Obs.: Considerada como madeira de boa qualidade é muito usada em construção civil,
assoalhos e dormentes, constituindo uma das melhores madeiras para postes com
preservativos; é ótima para cabo de ferramentas e é também usada para compensados.
Eucalyptus pellita F. Muell
Em seu local de origem, vegeta em situações de precipitações anuais entre 900 a 2.300
mm, concentradas no verão, com temperaturas médias de até 21ºC e altitudes máxima de
1.000 m. prefere solos arenosos, pobres e bem drenados.
No Brasil, tem-se adaptado bem em algumas áreas de Cerrado e, em Niquelândia (GO),
tem-se comportado como uma espécie das mais promissoras.
Usos: Madeira pouco atacada por insetos e fungos; é indicada para diferentes fins,
incluindo construção de casas, postes e dormentes.
Eucalyptus pilularis Sm
Espécie tolerante a solos de baixo teor nutricional, não se adapta, porém, a solos mal
drenados. No Brasil esta espécie desenvolve-se melhor em altitudes em torno de 1.000 m
como na região do Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, que se apresenta com algumas
características similares à da região nordeste de Goiás.
Usos: Considerada uma das mais importantes madeiras na Austrália, é boa para
construção em geral, é aceitável como dormente, prestando-se também para papel e polpa.
Eucalyptus tereticornis Sm
No Brasil, os dados das pesquisas existentes indicam esta espécie para regiões de
Cerrado e Mata em áreas com solos arenosos, quentes e úmidos no verão e com secas de 4-5
meses no inverno. No distrito florestal do Mato Grosso do Sul (eixo Campo Grande – Três
Lagoas) é a espécie que tem apresentado os melhores resultados.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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Obs.: A madeira é utilizada como combustível, carvão, papel, postes, moirões, escoras,
placas prensadas e conglomerados.
Eucalyptus urophylla S.T. Blacke
O interesse pelo Eucalyptus urophylla surgiu com a sua comprovada resistência ao
cancro do eucalipto, provocado pelo Diaporthe cubensis que tem atacado principalmente as
espécies Eucalyptus Saligna e Eucalyptus grandis nas regiões tropicais. Em experimentos
recentes algumas procedências têm-se destacado pelo elevado incremento e boa forma do
fuste.
Usos: Especialmente indicada para serraria, celulose, chapas e aglomerados.
Outras espécies de Eucalyptus que merecem ser testadas na região:
E. acmenioides Schan
E. brassiana S.T. Blake
E. drepanophylla F. Muell ex Benth
E. exserta F. Muell
E. tessellaris F. Muell
E. tetrodonta F. Muell
Além dos Eucalyptus, boas perspectivas são esperadas também para as espécies:
Pinus caribaea Mor. Var. caribaea
Pinus caribaea var. bahamensis Barr. et Golf.
Pinus caribaea var. hondurensis Barr. et Golf.
Estas três variedades de coníferas possuem boas possibilidades na região. Para
produção de madeira para serraria a variedade caribaea é superior, pois produz fustes mais
ricos e madeira mais densa. Para celulose a variedade hondurensis é mais indicada, além do
mais tem incremento maior. A variedade bahamensis tem características intermediárias, com
vantagem de tolerar solos de baixadas, mal drenados.
Pinus oocarpa Shiede
Outra espécie considerada promissora para o Cerrado, é indicada especialmente para
áreas com mais de 600 m de altitude. Sua madeira é considerada muito boa tanto para
celulose como para serraria.
Leucena glauca (L) Benth – Leucena
Nativa das Antilhas e México, naturalizada no Brasil, é espécie pioneira, pode ser ótima
coadjuvante em plantios consorciados, pois recupera fertilidade de solos erodidos, podendo
fornecer sombra e forragem. Em Java é plantada em consorciação com a teca.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
149
Tectona grandis L. – teca
Espécie também indicada para a região e que produz madeira muito valiosa, utilizada
para construções navais e móveis finos.
Mimosa caesalpiniaefolia Benth – sabiá
De forma arbustiva, fornece madeira para estacas, lenha e carvão, além de forragem.
Com incremento rápido é uma espécie excelente para atuar como coadjuvante em plantios
consorciados, como por exemplo o mogno.
Prosopis juliflora (Sw) DC. – algaroba
Espécie naturalizada no Brasil, é muito difundida no Nordeste brasileiro. Constitui planta
muito resistente à seca, sendo suas vagens excelente alimento para o gado. Sua madeira
também se presta para construções, móveis, lenha e carvão. É considerada também como
importante planta melífera.
A seguir são enumeradas algumas espécies nativas brasileiras produtoras de madeira,
com crescimento relativamente rápido, experimentadas e aprovadas em locais e situações com
alguma similaridade com as da região:
Aspidosperma polyneuron Muell. Arg – (peroba-rosa)
Astronium fraxinifolium Scoth – (gonçalo-alves)
A. urundeuva (Fr. All) Engl. – (aroeira)
Caesalpinia peltophoroides Bent – (sibipiruna)
Cariniana legalis (Mart.) O. Ktze – (jequitibá-branco)
Cedrela angustifolia S. & Moc – (cedro)
C. fissilis Vell – (cedro)
Centrolobium robustum (Vell.) Mart. – (araribá)
Dalbergra nigra (Vell) Fr. All. – (jacarandá-da-baía)
Copaífera langsdorfii Desf. – (copaíba, pau-d’óleo)
Hymenaea stibocarpa Hayne – (jabotá)
Piptadenia macrocarpa Benth – (angico-vermelho)
Plathymenia foliolosa Benth – (vinhático)
P. reticulata Benth (vinhático)
Schizolobium parahyba (Vell.) Blake – (guapuruvu)
Sterculia chicha St. Hil. – (axixá)
Swietenia macrophylla Harms – (mogno)
Obs.: Para programas conservacionistas, as listagens de espécies úteis do Cerrado, bem
como as relacionadas nos inventários efetuados na região, merecem a primazia, pois são
espécies plenamente adaptadas às condições locais.
Áreas e Atividades de Conservação
Compreendem áreas onde se deve aplicar a utilização racional de um recurso qualquer,
de modo a se obter um rendimento considerado bom, garantindo-se, entretanto, sua renovação
ou auto-sustentação. Este uso deverá estar dentro dos limites capazes de manter sua
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
150
qualidade e seu equilíbrio em níveis aceitáveis, sem alterações significativas no ecossistema
(ACIESP, 180 apud. FEEMA, 1990).
Caracterização das áreas para pastagem natural
Compreendem terras com aptidão agrícola para pastagem natural e que apresentam
limitações fortes, para tornar desaconselhável o uso com agricultura e/ou pastagem plantada.
São representadas pelos solos Litólicos, Cambissolos, Areias Quartzosas e Plintossolos.
Os Solos Litólicos e Cambissolos são álicos e distróficos, rasos e pouco profundos,
textura média e argilosa e em sua grande maioria cascalhamentos e/ou concrecionários,
ocorrendo sob relevo que varia de suave ondulado a forte ondulado. Nestas áreas, o
impedimento ao uso de implementos agrícolas, a suscetibilidade à erosão, a fertilidade natural
e o déficit hídrico são os fatores limitantes ao uso agrícola.
As Areias Quartzosas são distróficas, profundas e muito profundas, textura arenosa e
ocorrem sob relevo plano e suave ondulado. Possuem muito baixa reserva de nutrientes
disponíveis às plantas, que associada à deficiência hídrica são as maiores limitações à
utilização agrícola. A granulometria com teores de areia superiores a 85% não possui
capacidade para reter os elementos nutritivos adicionados, além de permitir uma percolação
muito rápida da água, condicionando um período de deficiência hídrica muito prolongado, com
sérios prejuízos no desenvolvimento normal das plantas cultivadas.
Os Plintossolos são álicos, pouco profundos e muito profundos, textura indiscriminada,
podendo apresentar o caráter endoconcrecionário (presença de petroplintitas na parte
subsuperficial). Apresentam drenagem imperfeita, estando sujeitos ao regime de inundação
periódica ou submetidos ao excesso de água, resultante da elevação do lençol freático, que
aliados à baixa fertilidade natural e à deficiência hídrica (no período seco) constituem as
limitações ao uso agrícola.
Estas terras se encontram sob vegetação de Savana e seu aproveitamento mais
adequado é com pastagem natural e extrativismo vegetal racional. Possuem classes de aptidão
agrícola 5n (Regular) e 5(n) (Restrita) para pastagem natural, sendo desaconselháveis para
lavouras nos níveis de manejo A, B e C.
Constituem 9 (nove) unidades de mapeamento, de PN1 a PN9.
Ocupam 9.075 km2, correspondentes a 23,4% da área total mapeada.
Caracterização das áreas para manejo sustentado de floresta
Compreendem áreas que contêm parte das últimas reservas florestais nativas de Goiás;
dentro deste contexto destacam-se algumas ocorrências contínuas de Floresta Estacional
Semidecidual e Floresta Estacional Decidual (Tropical Subcaducifólia e Caducifólia), onde
predomina a aroeira, considerada a espécie madeireira economicamente mais importante do
Estado de Goiás. a manutenção e perpetuação dessa e outras espécies devem ser
preocupação prioritária para a economia local e regional. Esta categoria de uso, ou seja, o
manejo sustentado, preconiza a utilização dos recursos de forma paulatina e ordenada, com a
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
151
retirada de árvores com porte predeterminado, resguardando-se matrizes e as regenerações
que, num futuro previsível, estarão fornecendo novas árvores para abate e usufruto.
Iniciado em 1987, os Planos de Manejo Sustentado de Florestas – PMS – já somam
dezenas de projetos na região, alguns ainda em fase de análise de viabilidade técnica pela
IBAMA, que é o órgão responsável pela sua aprovação.
Para a prática do manejo sustentado, muitas indagações e problemas precisam ser
equacionados. Principalmente, para a aroeira, deve-se buscar, no mais breve espaço de
tempo, respostas positivas visando a sua propagação e perpetuação. Para tanto, é sugerido
neste trabalho que se instituam áreas de preservação e experimentação com esta e outras
espécies, devidamente acompanhadas por instituições de pesquisas.
Conforme já se pode constatar, a aroeira é considerada espécie de crescimento lento, no
entanto o valor inquestionável de sua madeira, além do fato de se encontrar em seu “optimum
ecológico”, justifica todos os esforços visando a torná-la prioritária em programas de
reflorestamento na região. É tida como espécie pioneira, extremamente agressiva. Entretanto,
o que parece ser uma virtude torna-se um problema, pois, na situação de campo aberto, a
pleno sol, a aroeira perfila intensamente, vindo a constituir verdadeira praga de pastagens.
Nesta situação, raramente consegue formar bons fustes. Segundo a experiência de moradores
locais, para adquirir uma boa forma, a aroeira precisa ser conduzida na situação de mata
sombreada até o 6.0 ou 8.0 ano, quando então poderá deixar de ser tutorada. Estima-se que,
com cerca de 14-15 anos, já produza bom cerne e que, com 35-40 anos, poderá ser
considerada árvore clímax.
Situação atual (exploração madeireira)
As tipologias florestais ocorrentes destacam fisionomias de Floresta Estacional
Semidecidual e Decidual, localizadas preferencialmente em áreas com solos eutróficos, ou em
situações especiais e restritas propiciadas pelo maior teor de umidade em encaixamentos de
relevo ou margens de rios (Figura 38). Com a exploração intensiva, principalmente na última
década, seu potencial madeireiro vem sendo paulatinamente depauperado e exaurido de forma
predatória, cedendo lugar para pastagens e capoeiras degradadas. Teme-se que em curto
espaço de tempo toda esta riqueza florestal estará comprometida irremediavelmente, se não
for propagada a utilização racional desses recursos.
Inventários florestais denunciaram uma situação bastante preocupante, haja vista que
raríssimas amostragens puderam ocorrer em áreas ainda não submetidas à exploração
seletiva. Somente em locais de difícil acesso persistem hoje formações naturais virgens ou
intocadas (Tabela 7).
Na região, as atividades do setor madeireiro vêm apresentando sintomas de
desaquecimento gradual, demonstrado pelo número de estabelecimentos como as serrarias
que paulatinamente deixam de operar. No ano de 1986, os estabelecimentos do setor
apresentavam o seguinte perfil quando comparado com dados de 1990 (Tabela 8).
A maioria dos estabelecimentos industriais constituem unidades com produção limitada e
sazonal, operando basicamente com a lavra de aroeira, braúna e ipê para confecção de
palanques para curral, ou madeiras em geral para construções civis, estas últimas para atender
basicamente o mercado local e regional.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
153
Tabela 7
Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras, segundo as espécies
existentes nas Florestas Estacional Semidecidual e Estacional Decidual
(volume com casca) - 1990
(Continua)
DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME POTENCIAL DE MADEIRA
NOME
NOME
CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
VULGAR
DAS ESPÉCIES
Amostras
Total
Fs (2)
1
Lunea divaricata
Guettarda sp.
Piptadenia sp.
Bursera leptopholeos
Astronium urundeuva
Stercullia chicha
Dipteryx alata
Chorisia sp.
Cavanillesia sp.
Schinopsis brasiliensis
Protium sp.
Machaerium angustifolium
Rhamnidium elaeocarpum
Eugenia dysenterica
Terminalia angentea
Acacia sp.
Spondias sp.
Jacaranda sp.
Alseis sp. (5)
Cedrela fissilis
Amburana cearensis
Xylopia sp.
Prumus sp.
Parapiptadenia sp.
Poeppigia sp.
Lonchocarpus sp.
Cordia sp.
Astronium fraxinifolium
Myrcia sp.
Aspidosperma sp.
Guarea sp.
Tabebuia serratifolia
Tabebuia ochraceae
Tabebuia caraiba
Tabebuia ipe
Pseudobombax sp.
Chlorophora tinctoria
Machaerium sp.
Hymenaea stibocarpa
Hymenaea sp.
Açoita-cavalo
Angélica
Angico-vermelho
Amburana-de-cambão
Aroeira
Axixá
Baru
Barriguda
Barriguda-lisa
Brauna
Breu
Bico-de-pato
Cabrito
Cagaita
Capitão
Capa-bode
Cajá
Carobinha,moela-de-galinha
Castelo (5)
Cedro, cedro-vermelho
Cerejeira
Envira
Pêssego-do-mato
Fava-amarela
Fava-de-espinho
Feijão-cru
Freijó
Gonçalo-Alves
Goiabinha
Guatambu
Guarea, marinheiro
Ipê-amarelo
Ipê-cachorro
Ipê-caraiba
Ipê-roxo, pau-d’arco-roxo
Imbiruçu
Inharé
Jacarandá
Jatobá
Jatobai
(m 3/ha) (1)
0,73
0,05
9,62
5,63
65,89
13,68
0,34
22,13
88,17
22,06
0,12
0,64
0,13
0,16
2,17
1,17
16,25
0,99
1,02
9,55
2,89
0,56
0,26
0,23
0,44
13,52
0,24
15,23
0,50
14,24
0,17
0,33
0,40
0,63
47,38
57,09
0,97
3,35
4,27
0,06
Cs (3)
2
3
4
Fs (2)
5
6
7
8
0,46
2,01
1,52
1,23
2,86
0,64
1,05 2,13
10,33 7,20
0,61 1,09
0,14
1,90
2,83
1,57
1,80
0,30
2,90
0,51
0,90
7,08 11,42 7,45
1,32
6,96
6,20
0,09
7,41
2,09
0,06
0,20
3,82
2,71
0,08
0,26
1,24
1,59
0,08
0,34
6,70
9
0,27
1,37
0,17
1,84
6,70
1,57
1,64
0,08
0,07
0,57
1,19
0,52
0,05
0,78
0,85
0,11
3,28
1,33
0,80
0,43
0,74
0,45
0,36
0,80
1,56
0,67
0,54
0,55
0,74
0,11
0,85
0,28
1,38
2,51
0,82
0,38
1,55
5,33
7,49
0,19
4,52
1,36
3,25
8,90
5,70
5,34
3,10
3,96
0,62
0,46
0,25
0,08
0,06
1,56
1,21
2,54
4,93
1,09
7,27
0,47
0,20
0,52
5,44
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
154
Tabela 7
Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras, segundo as espécies
existentes nas Florestas Estacional Semidecidual e Estacional Decidual
(volume com casca) - 1990
(Continua)
DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME POTENCIAL DE MADEIRA
NOME
NOME
CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
VULGAR
DAS ESPÉCIES
(m 3/ha) (1)
Amostras
Total
Fs (2)
1
Cs (3)
2
3
4
Fs (2)
5
6
7
Randia armata
Limãorana
0,26
Curatella americana
Lixeira
0,12
Dilodendron bipinnatum
Maria-pobre, mamonila
Simaruba sp.
Marupá
0,38
Bauhinia sp.
Mão-de-vaca
0,04
Buchenavia sp.
Mirindiba
3,11
Erythrina sp.
Mulungu
1,01
0,42
Guazuma ulmifolia
Mutamba
0,30
0,04
Byrsonima sp.
Murici
0,08
0,08
Diospyrus sp.
Olho-de-boi
0,06
0,06
Lafoensia pacari
Pacari
0,77
Caesalpinia ferrea
Pau-ferro
7,22
Callisthene sp.
Pau-jacaré
9,04
Copaifera sp.
Pau-d’óleo
3,46
Pterocarpus sp.
Pau-sangue
1,28
Qualea sp.
Pau-terra
0,16
Aspidosperma sp.
Peroba-branca
0,11
Aspidosperma sp.
Peroba-rosa
3,66
Caseria sp.
Pimenta-de-galinha
0,17
Cassia sp.
Pingo-de-ouro
0,20
Matayba sp.
Pitomba
1,49
Enterolobium sp.
Tamboril
13,47
Fagara sp.
Tamanqueira
0,26
Caraiba sp.
Tamaquaré
0,09
Vitex sp.
Tarumã
0,61
Magonia pubescens
Tingui
1,98
Thiloa sp.
Vaqueta
4,89
19,61
Tocos de aroeira
Toco de feijão-cru
Toco de ipê-roxo
VOLUME COMERCIAL DE MADEIRA COM CAS –
CA – 0,5 ha .......................................................................
8
9
1,23
1,62
0,08
0,40
1,84
4,54
2,12
0,79
0,54
0,04
0,72
0,54
0,17
0,61
0,68
0,54
0,21
2,45
0,79
0,44
3,17
0,67
0,16
0,11
0,30
0,30
0,15
0,64
0,22
0,58
0,08
0,57
1,35
1,12
0,15
5,96
0,13
0,13
0,06
10
07
1,34
10
02
0,12
1,21
0,34
0,35
05
01
0,52
02
01
01
37,82 29,24 39,39 34,92 26,11 30,02 25,10 24,48 18,44
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
155
Tabela 7
Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras, segundo as espécies
existentes nas Florestas Estacional Semidecidual e Estacional Decidual
(volume com casca) - 1990
(Continua)
(m3/ha) (1)
Número Volume
de
Médio
Fs (2)
árvores
Por
por
indivíduo
16
espécie
09
0,08
01
0,05
59
0,16
35
0,16
11,99
216
0,30
0,82
49
0,27
02
0,17
0,93
13
1,70
20
4,40
7,59
29
0,76
01
0,12
0,25
05
0,12
01
0,13
02
0,08
10
0,21
0,05
11
0,10
0,60
37
0,43
05
0,19
0,24
06
0,17
2,33
24
0,39
09
0,32
04
0,14
01
0,26
01
0,23
02
0,22
0,78
63
0,21
02
0,12
0,38
45
0,33
05
0,10
1,52
80
0,17
01
0,17
03
0,11
03
0,13
05
0,12
3,32
168
0,28
0,61
143
0,39
09
0,10
13
0,25
1,05
08
0,53
01
0,06
DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME POTENCIAL DE MADEIRA
NOME
CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
NOME
VULGAR
DAS ESPÉCIES
Amostras
Fs(2)
10
Lunea divaricata
Guettarda sp.
Piptadenia sp.
Bursera leptopholeos
Astronium urundeuva
Stercullia chicha
Dipteryx alata
Chorisia sp.
Cavanillesia sp.
Schinopsis brasiliensis
Protium sp.
Machaerium angustifolium
Rhamnidium elaeocarpum
Eugenia dysenterica
Terminalia angentea
Acacia sp.
Spondias sp.
Jacaranda sp.
Alseis sp. (5)
Cedrela fissilis
Amburana cearensis
Xylopia sp.
Prumus sp.
Parapiptadenia sp.
Poeppigia sp.
Lonchocarpus sp.
Cordia sp.
Astronium fraxinifolium
Myrcia sp.
Aspidosperma sp.
Guarea sp.
Tabebuia serratifolia
Tabebuia ochraceae
Tabebuia caraiba
Tabebuia ipe
Pseudobombax sp.
Chlorophora tinctoria
Machaerium sp.
Hymenaea stibocarpa
Hymenaea sp.
Açoita-cavalo
Angélica
Angico-vermelho
Amburana-de-cambão
Aroeira
Axixá
Baru
Barriguda
Barriguda-lisa
Brauna
Breu
Bico-de-pato
Cabrito
Cagaita
Capitão
Capa-bode
Cajá
0,29
2,55
Cm (4)
11
12
0,13
3,44
4,95
0,92
Fs (2)
13
0,05
2,03
4,59
1,94
0,17
0,70 1,70
21,85 11,56
1,96
0,12
0,31
0,13
Cs (3)
14
15
1,44
0,25
9,66
9,74
4,32
1,23
0,17
0,08
0,08
1,01
0,51
0,29
0,15
4,01
0,26
0,70
4,73
0,17
1,52
0,67
0,75
0,11
5,62
0,08
Carobinha,moela-de-galinha
Castelo (5)
Cedro, cedro-vermelho
Cerejeira
Envira
Pêssego-do-mato
Fava-amarela
Fava-de-espinho
Feijão-cru
Freijó
Gonçalo-Alves
Goiabinha
Guatambu
Guarea, marinheiro
Ipê-amarelo
Ipê-cachorro
Ipê-caraiba
Ipê-roxo, pau-d’arco-roxo
Imbiruçu
Inharé
Jacarandá
Jatobá
Jatobai
Cs (3)
2,89
0,26
0,23
0,44
0,47
1,17
1,01
0,13
1,07
0,68
0,27
2,39
0,26
0,50
0,83
1,13
4,67
0,51
0,17
0,97
0,33
0,16
1,51
0,60
0,55
0,23
1,05
6,18
2,86
4,78
0,09
0,33
0,11
0,39
5,45
0,13
2,67
0,40
0,13
2,64
3,94
0,08
1,14
0,74
1,87
0,61
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
156
Tabela 7
Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras, segundo as espécies
existentes nas Florestas Estacional Semidecidual e Estacional Decidual
(volume com casca) - 1990
(Conclusão)
DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME POTENCIAL DE MADEIRA
NOME
CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
NOME
VULGAR
DAS ESPÉCIES
Amostras
Fs(2)
10
Randia armata
Limãorana
Curatella americana
Lixeira
0,44
Dilodendron bipinnatum
Simaruba sp.
Maria-pobre, mamonila
Marupá
0,64
Bauhinia sp.
Mão-de-vaca
Buchenavia sp.
Erythrina sp.
Mirindiba
Mulungu
Guazuma ulmifolia
Mutamba
Byrsonima sp.
Diospyrus sp.
Murici
Olho-de-boi
Lafoensia pacari
Pacari
Caesalpinia ferrea
Callisthene sp.
Pau-ferro
Pau-jacaré
Copaifera sp.
Pau-d’óleo
Pterocarpus sp.
Qualea sp.
Pau-sangue
Pau-terra
Aspidosperma sp.
Peroba-branca
Aspidosperma sp.
Caseria sp.
Peroba-rosa
Pimenta-de-galinha
Cassia sp.
Pingo-de-ouro
Matayba sp.
Enterolobium sp.
Pitomba
Tamboril
Fagara sp.
Tamanqueira
Caraiba sp.
Vitex sp.
Tamaquaré
Tarumã
Magonia pubescens
Tingui
Thiloa sp.
Vaqueta
Tocos de aroeira
Cs (3)
Cm (4)
11
12
Fs (2)
13
14
Cs (3)
Fs (2)
15
16
0,26
1,19
0,34
2,48
1,00
1,80
02
0,06
107
02
0,18
0,19
0,04
01
0,04
0,59
09
05
0,34
0,20
04
0,07
01
01
0,08
0,06
06
0,12
26
41
0,27
0,22
12
0,28
09
01
0,14
0,16
0,42
2,11
0,10
0,10
0,06
0,77
0,82
0,92
0,67
0,26
1,87
0,73
3,46
0,96
0,32
01
0,11
0,59
0,33
21
02
0,17
0,08
0,20
01
0,20
0,22
1,86
08
13
0,18
1,03
0,26
01
0,26
0,09
01
01
0,09
0,61
15
0,13
42
0,11
0,55
0,09
0,44
0,26
0,99
1,79
0,25
0,61
05
0,04
01
(m3/ha) (1)
Número Volume
de
Médio
árvores
Por
por
indivíduo
espécie
01
0,26
0,19
0,10
0,52
0,21
01
1,61
09
Toco de feijão-cru
Toco de ipê-roxo
VOLUME COMERCIAL DE MADEIRA COM CASCA –
41,99 35,90 21,79 24,69 43,79 25,80
05 ha .............................................................................
37,61
FONTE: Projeto RADAMBRASIL, Inventários Florestais de 1990, durante serviço de campo.
3
NOTA – Volume médio = 62,13 m /ha e número médio de indivíduos = 179,37 ind./ha.
(1) Árvore com circunferência 50cm a CAP (circunferência a altura do peito = 1,30 cm). (2) Floresta Estacional
Semidecidual Submontana. (3) Floresta Estacional Decidual Submontana. (4) Floresta Estacional Decidual
Montana. (5) Determinação duvidosa.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
157
Tabela 8
Número de serrarias da região com registro no IBAMA
MUNICÍPIOS
Alto Paraíso de Goiás
Alvorada do Norte
Campos Belos
Cavalcante / Colinas do Sul
Damianópolis
Divinópolis de Goiás
Flores de Goiás
Guarani de Goiás
Iaciara
Mambaí
Monte Alegre de Goiás
Nova Roma
Posse / Simolândia
São Domingos
São João d’Aliança
Sítio d’Abadia
NÚMERO DE SERRARIAS
1986
2
6
3
3
7
3
10
3
4
9
9
1
1990
3
4
6
2
1
1
6
2
6
2
3
3
3
6
2
-
FONTE: IBAMA/GO.
NOTA – Sinal convencional utilizado:
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
A maior parte da madeira explorada não passa por estabelecimentos de
beneficiamento, sendo exportada para os mercados de Goiânia, Paraná e São Paulo,
principalmente, sob a forma de lascas, moirões, palanques e roliços de aroeira ou, mais
raramente, braúna (Schinopsis brasiliensis). Estas atividades concentram-se nos
Municípios de Iaciara, Flores de Goiás, Guarani de Goiás, Nova Roma, São Domingos,
Divinópolis de Goiás e Posse.
Ultimamente, o Município de Posse desponta como importante pólo moveleiro,
utilizando matéria-prima regional e, já na maior parte, tendo que importar de outras
Unidades da Federação.
Caracterização das áreas para extrativismo vegetal
Compreendem áreas de um modo geral representadas por fisionomias de Savana,
comportando nesta categoria de uso as atividades de extração de lenha (carvoejamento),
frutos e palmitos comestíveis, plantas e flores ornamentais, plantas medicinais,
oleaginosas; madeiras e palhas para construções rurais e afins como moirões, palanques,
cabos de ferramentas, utensílios diversos e para cobertura de casas, obras de artesanato,
etc.. Em geral, esta atividade se torna rendosa para determinada região, dependendo da
concentração da espécie a ser explorada, contribuindo para aumentar a renda familiar.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
158
Entre as atividades extrativistas destaca-se a exploração madeireira, em especial da
aroeira, e a extração de lenha para carvoejamento. Sobre a primeira atividade, optou-se,
neste trabalho, por um tratamento diferenciado, comentado no capítulo referente ao
Manejo Sustentado de Florestas (Figura 39).
A região do Cerrado, tida como uma flora pobre, pelo seu aspecto fisionômico
vulgar, é desmistificada por diversos trabalhos, que comprovam uma surpreendente
riqueza de espécies vegetais úteis, mas com somente algumas poucas sendo usadas
presentemente (Quadro 13).
Ainda, como potencialmente úteis, Benedito Alísio de S. Pereira, da Reserva
Ecológica do IBGE em Brasília, em seu trabalho – Os Cerrados como Fonte de Plantas
Úteis ao Homem – complementa a listagem como:
Plantas alimentícias
Orbygnia oleifera – babaçu (frutos)
Acrocomia sclerocarpa – macaúba (frutos)
Butia capitata – coco-cabeçudo (frutos)
Syagrus oleracea – guariroba (palmito)
Syagrus comosa – camargo (palmito)
Euterpe sp. – açaí (palmito)
Inga spp. – ingá (frutos)
Plantas condimentares, aromatizantes e corantes
Xylopia aromatica – primenta-de-macaco, pindaíba
X. emarginata – idem
X. sericea – idem
Cryptocaria aschersoniana-noz-moscada, canela-batalha
Vanilla sp. – baunilheira
Croton adenodontus – arcussu
Escobedia grandiflora – açafrão-do-campo
Periandra mediterranea – alcaçuz-da-terra (adoçante)
Stevia spp. – (possivelmente c/propr. Adoçantes)
Plantas têxtis
Chorisia speciosa – barriguda, paineira (paina)
Pseudobombax spp. – imbiruçu (paina)
Eriotheca spp. – paineira-do-cerrado (paina)
Mauritia vinifera – buriti (fibra de folhas)
Attalea sp. – piaçava (fibra de folhas)
Typha dominguensis – taboa (fibra e paina)
Xylopia spp. Embiras (fibras de entrecasca)
Guatteria sellowiana – embira (fibras de entrecasca)
Trema micrantha – candiúba (fibras de entrecasca)
Luetea spp. – açoita-cavalo (fibras de entrecasca)
Helicteris brevispira – saca-rolha (fibras de entrecasca)
Guazuma ulmifolia – mutamba (fibras de entrecasca)
Cariniana estrellensis – jequitibá (fibras de entrecasca)
Pseudobombax martianum – embiruçu (fibras de entrecasca)
Ocorrências
Cdão, MG, MM
Cdão, MM
Cdo, CC
MM, Cdão
Cdo, CC, CS
MG
MG, Cdão
Ocorrências
Cdo, Cdão, MM
MG, VE
Cdo, Cdão, MM
MG
MM, MG
Cdo, CC
Cdo, CC
Cdo, CC
Cdo, CC
Ocorrências
MM
Cdo, Cdão, MM
CC, Cdo
MG, VE
CC, Cdo
charcos
Cdo, Cdão, MG
Cdão, MG
ruderal
Cdo, Cdão, MM
CC, Cdo
Cdo, Cdão, MM
MM, MG
Cdo, Cdão, MM
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Quadro 13
LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
TIPO FISIONÔMICO
DA VEGETAÇÃO
NOME POPULAR
ÉPOCA
Floração
Frutificação
USO
ATUAL
POR
TE
Aeschynomene brasiliana
-
Cdão, Cdo, CC e CL
Abr.-Set.
Ago.-Set.
For
Her
Agonandra brasiliensis
Cerveja-de-pobre, pau-marfim-tatu
MG, MM, Cdão e Cdo
Ago.-Out.
Out.-Nov.
Mad-Ali
Arv
Alibertia lanceolata
Marmelada-de-cachorro
MG, Cdão e Cdo
-
Abr.-Jun.
Ali
Arv
Anacardium humile
Cajuí, caju-do-cerrado
Cdão, Cdo, CC, CS e CL
Set.-Out.
Out.-Dez.
Ali-Med
Her
A. othonianum
Cajuí, caju-do-cerrado
Cdão, Cdo e CC
Set.-Out.
Out.-Dez.
Ali-Med
Arv
A. pumilum
Cajuí, caju-do-cerrado
Cdo, CC, CS e CL
Ago.-Set.
Set.-Out.
Ali-Med
Her
Andira humilis
Ago.-Set;
Jan.-Mar.
Med
Her
Anemopaegna arvense
Mata-barata, angelim-do-campo, angelim- Cdo e CC
rasteiro
Catuaba, catuabinha
Cdo, CC, CS e CL
Jul.-Set.
Jan.-Mar.
Med
Her
Annanas ananassoides
Gravatá, abacaxi-do-cerrado
Cdão e Cdo
Ago.-Out.
Nov.-Abr.
Ali
Her
Annona coriacea
Ata-do-cerrado, araticum, bruto
Cdão e Cdo
Nov.-Jan.
Nov.-Jan.
Ali
Arv
Annona crassiflora
Ata-do-cerrado, araticum, marlo, pinha
Cdão, Cdo e CC
Dez.-Jan.
Mar.-Abr.
Ali
Arv
Apeiba tibourbou
Pente-de-macaco, pau-de-jangada
MG, MM, Cdão e Cdo
Nov.-Mar.
Jun.-Jul.
Mad
Arv
Arachis glabrata
Amendoim-bravo
CS
Out.-Nov.
-
For
Her
Aspidosperma Cilindrocarpon
Peroba-do-calcário
MG, MM e Cdão
Jul.-Ago.
Jul.-Ago.
Mad
Arv
A. dasycarpum
Peroba-do-campo
Cdão e Cdo
Ago.-Set.
Set.-Out.
Orn
Arv
A. macrocarpum
Bolsinha
Cdão, Cdo e CC
Ago.-Out.
Out.-Dez.
Orn-Med
Arv
A. olivaceum
Guatambu-branco, pereiro
MM
Set.-Nov.
Dez.-Fev.
Mad
Arv
A. tomentosum
Bolsinha
Cdão, Cdo e CC
Ago.-Set.
Set.-Out.
Orn
Arv
Astronium fraxinifolium
Gonçalo-alves, gonçalo, chibatã, ubatã
MG, MM, Cdão e Cdo
Jul.-Ago.
Set.-Dez.
Mad
Arv
A. urundeuva
Aroeira, aroeira-do-sertão
MM, Cdão e Cdo
Ago.-Set.
Set.-Out.
Mad-Med
Arv
Belangera blabra
Piquirana
MG e MM
Ago.-Out.
Set.-Nov.
Mad
Arv
B. tomentosa
Salgueiro-vermelho, salgueiro-da-mata
MG, Cdão e Cdo.
Set.-Out.
-
Mad
Arv
Bombax tomentosa
Paineira-do-cerrado
Cdão e Cdo
Jul.-Ago.
Set.-Out.
Orn
Arv
Bowdichia virgiloides
Sucupira-preta
MG, MM, Cdão e Cdo
Jul.-Ago.
Set.-Nov.
Mad-Med
Arv
160
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Quadro 13
LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA
(Continua)
ÉPOCA
NOME CIENTÍFICO
TIPO FISIONÔMICO
DA VEGETAÇÃO
NOME POPULAR
USO
ATUAL
FrutiFloração
ficação
POR
TE
Brosimum gaudichaudii
Apê, amoreira, mama-cadela,
Pt
Inharé
Cdão,Cdo, CC e CS
Ago.-Set.
Out.-Dez.
Ali-Med
Arb
Byrsonima basiloba
Murici-de-ema
Cdo, CC e CS
Dez.-Mar.
Jan.-Maio
Ali-Med
arb
B. coccolobifolia
Murici
Cdão, Cdo e CC
Set.-Nov.
Jun.-Jul.
Ali
Arv
B. verbascifolia
Murici-de-anta
Cdão e Cdo
Ago.-Out.
Out.-Jan.
Ali
Arv
Callistene fasciculata
Jacaré
MG, MM, Cdão e Cdo
Set.-Jan.
Mar.-Jul.
Mad
Arv
Callistene major
Tapicuru
MG, MM, Cdão e Cdo
Out.
Fev.-Jun.
Mad
Arv
Callophylum brasiliense
Landim, jacareúba
MG
Ago.-Out.
Dez.-Jan.
Mad
Arv
Campomanesia cambessediana
Gabiroba
Cdão e Cdo
Ago.-Set.
Out.-Nov.
Ali
Her
Cariniana estrellensis
Jequitibá, jequitibá-branco
MG e MM
Out.
Maio-Jul.
mad
Arv
Caryocar brasiliense
Pequi, pequi
Cdão, Cdo, CC e CS
Set.-Jan.
Nov.-Jan.
Ali-Mad
Arv
Cassia ferruginea
Canafístula-preta
MM, Cdão e Cdo
Nov.-Fev.
Ago.-Set.
Mad
Arv
Cedrela odorata
Cedro-rosa, acaju
MG
Out.-Nov.
-
Mad
Arv
Centrolobium tomentosum
Araribá
MG, MM
Jan.
Ago.-Set.
Mad
Arv
Chorisia speciosa
Barriguda, paineira
MM
Abr.-Maio
Ago.-Set.
Orn
Arv
Copaifera langsdorfii
Copaíba, pau-d’óleo
MG, MM, Cdão e Cdo
-
Jun.-Ago.
Mad-Med
Arv
Dalbergia violacea
Cabiúna, vinhático, jacarandá-do-cerrado
Cdo e CC
Jan.-Mar.
Mar.-Jul.
Mad
Arv
Didymopanax macrocarpum
Mandiocão-do-cerrado,
tucaneiro
Maio-Jul.
Jul.-Out.
Mad
Arv
Dilodendron bipinnatum
Mulher-pobre, mamonila
Jun.-Jul.
Ago.-Set.
Mad
Arv
fruto-de-tucano, Cdão e Cdo
MG, MM e Cdão
161
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Quadro 13
LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA
(Continua)
ÉPOCA
NOME CIENTÍFICO
TIPO FISIONÔMICO
DA VEGETAÇÃO
NOME POPULAR
USO
ATUAL
FrutiFloração
ficação
POR
TE
Dimorphandra mollis
Canafístula, faveira, barbatimão-de-folha- Cdão, Cdo e CC
miúda
Jul.-Ago.
Set.-Out.
For-Tox-Med
Arv
Dipladenia ilustris
Jalapa
Cdo, CC e CS
Set.-Nov.
Fev.-Mar.
Med
Her
Dipterix alata
Baru, cumaru e coco-feijão
MG, MM e Cdão
Set.-Jan.
Abr.-Jul.
For-Ali-Mad
Arv
Echynolaena inflexa
Capim-flexinha
Cdo, CC, CS e CL
Dez.-Jan.
Jan.-Mar.
For
Her
Emmotum nitens
Sobre, carvalho
MG, MM e Cdão
Fev.-Mar.
Set.-Nov.
Mad
Arv
Enterolobium ellipticum
Orelha-de-negro
Cdão e Cdo
Nov.-Dez.
-
Mad
Arv
Erytrina mulumgu
Mulumgu
MG
Jul.-Ago.
Set.
Orn
Arv
Eugenia dysenterica
Cagaita
MM, Cdão e Cdo
Ago.-Set.
Out.-Nov.
Ali-Med
Arv
Eugenia klostzchiana
Pêra-do-cerrado
Cdão, Cdo e CC
Nov.-Jan.
Nov.-Dez.
Ali
Her
Galactia Glaucescens
-
Cdo e CC
Mar.-Abr.
Abr.-Jun.
For
Her
Hancornia speciosa
Mangaba
Cdão e Cdo
Ago.-Set.
Out.-Jan.
Ali-Med
Arv
Hymenaea stigonocarpa
Jatobá-do-campo
Cdão e Cdo
Dez.-Mar.
Jul.-Ago.
Ali-Mad-Med
Arv
Hymenaea stibocarpo
Jatobá-da-mata
MG e MM
Jan.-Fev.
Out.-Nov.
Ali-Mad-Med
Arv
Kielmeyera coriacea
Pau-santo
Cdão, Cdo e CC
Out.-Dez.
Ago.-Out.
Orn, Cor
Arv
Luehea paniculata
Açoita-cavalo
MM, Cdão e Cdo
Ago-Set.
Nov.-Dez.
Mad
Arv
Lychynophora ericoides
Arnica
CR
-
-
Med
Arb
Machaerium acutifolium
Jacarandá-muchiba
MG, Cdão e Cdo
Jan.-Abr.
Jun.-Jul.
Mad
Arv
M. opacum
Jacarandá-muchiba
MG e Cdo
Out.-Nov.
Jan.-Jul.
Mad
Arv
Magonia pubescens
Tingui, andiroba
MM, Cdão e Cdo
Jul.-Set.
Jul.-Out.
Orn-Tox
Arv
162
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Quadro 13
LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA
(Continua)
ÉPOCA
NOME CIENTÍFICO
NOME POPULAR
TIPO FISIONÔMICO
DA VEGETAÇÃO
USO
ATUAL
FrutiFloração
ficação
POR
TE
Mauritia vinifera
Buriti
MG e VE
Nov.-Dez.
Nov.-Dez.
Ali-Orn-Mad
Arv
Paepalanthus spp.
Palipalã, sombrero
CL e CR
-
-
Orn
Her
Physocalymma scaberrina
Pau-rosa, grão-de-porco, cega-machado, MM, Cdão e Cdo
angelim
Jun.-Ago.
Jan.-Fev.
Mad-Orn
arv
Piptadenia falcata
Angico-do-cerrado, angico-preto
MG, MM, Cdão e Cdo
Nov.-Dez.
Set.-Out.
Mad
Arv
P. macrocarpa
Angico, angico-branco, angico-preto
MG, MM e Cdo
Nov.-Dez.
Jul.-Set.
Mad
Arv
Platycyanus regnelli
Folha-de-bolo, boleiro, pau-pereira
MG e MM
Mar.-Maio
Jul.-Ago.
Mad
Arv
Platymenia foliolosa
Vinhático-da-mata
MM e Cdo
Out.-Dez.
Out.-Nov.
Mad.
Arv
P. reticulata
Vinhático
Cdão e Cdo
Set.-Nov.
Mar.-Jul.
Mad.
Arv
Platypodium elegans
Jacarandá-canzil, bico-de-pato
MG, MM e Cdão
Out.-Fev.
Maio-Ago. Mad
Arv
Pouteria ramiflora
Bacupari, curriola, grão-de-galo
Cdão e Cdo
Maio-Jul.
Nov.
Ali
Arv
P. torta
Bacupari, curriola, grão-de-galo
Cdão, Cdo e CS
Jun.-Out.
-
Ali
Arv
Psidium firmum
Araçá
Cdo
Ago.-Set.
Out.-Nov.
Ali
Her
Pterodon pubescens
Sucupira-branca, faveiro
MG, MM, Cdão e Cdo
Set.-Nov.
Jul.-Set.
Mad-Med
Arv
P. polygalaeflorus
Sucupira-branca
MM, Cdão e Cdo
Set.-Nov.
Jul.-Set.
Mad-Med
Arv
Qualea dichotoma
Pau-terra, jacaré, carvalho-brasileiro
MG, MM, Cdão e Cdo
Out.-Dez.
-
Mad-Med
Arv
Q. gradiflora
Pau-terra-folha-larga
MM, Cdão, Cdo e CC
Set.-Dez.
Jun.-Ago.
Mad-Med
Arv
Q. multiflora
Pau-terra-liso, pau-terra-vermelha
Cdão, Cdo e CC
Set.-Dez.
Jan.-Mar.
Mad-Med
Arv
Q. parviflora
Pau-terra-folha-miúda, pau-terra-roxa
Cdo e CC
Out.-Mar.
Abr.-Jul.
Mad-Orn
Arv
Roupala montana
Fruto-de-morcego, carne-de-vaca
Cdão e Cdo
Jun.-Jul.
Ago.-Set.
Orn
Arv
Salacia crassifolia
Bacupari
Cdo
Jul.-Ago.
-
Ali
Arv
Sclerolobium aureum
Carvoeiro, utim
MG, MM, Cdão e Cdo
Set.-Fev.
Out.Dez.
Mad
Arv
163
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Quadro 13
LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA
(Conclusão)
ÉPOCA
NOME CIENTÍFICO
TIPO FISIONÔMICO
DA VEGETAÇÃO
NOME POPULAR
USO
ATUAL
FrutiFloração
ficação
POR
TE
Solanum lycocarpum
Lobeira, fruto-de-lobo
Cdão e Cdo
Mar.-Abr.
Set.-Out.
Ali-For-Med
Arb
Strychnos pseudoquina
Quina-do-cerrado
MG, MM, Cdão e Cdo
Fev.-Mar.
Jun.-Ago.
Ali-Med
Arv
Stryphnodendron adstringens
Barbatimão
Cdão, Cdo e CC
Ago.-Out.
Abr.-Jun.
Cor-Tan
Arb
Stylosanthes bracteata
-
Cdo
Jul.-Out.
Dez.-Jan.
For
Her
Stylosanthes capitada
-
Cdo, CC e CS
Mar.-Maio
Jul.-Ago.
For
Her
Stylosanthes guianensis
-
Cdão, Cdo, CC e CS
Jan.-Jul.
Jul.-Set.
For
Her
Stylosanthes scabra
-
Cdo, CC e CS
Jan.-Maio
Maio-Jul.
For
Her
Stylosanthes viscosa
-
Cdo, CC e CS
Maio-Ago.
Ago.-Set.
For
Her
Tabebuia caraiba
Caraíba, paratudo, ipê-cachorro
MM, Cdão, Cdo e CC
Jun.-Ago.
Ago.-Set.
Med-Orn
Arv
Tabebuia ochracea
Ipê
MM, Cdão e Cdo
Ago.-Out.
Set.-Out.
Orn
Arv
Tabebuia roseo-alba
Pau-d’arco-branco, ipê-branco, taiporoca
MM, Cdão e Cdo
Jul.-Out.
-
Orn
Arv
Talauma ovata
Ata-brava, fruta-de-conde
MG
Set.-Out.
Jul.-Ago.
Mad-Orn
Arv
Tapirira guianensis
Pau-pombo, canela, pororoca
MG, MM e Cdão
Ago.-Out.
Dez.-Jan.
Mad
Arv
Vellozia flavicans
Canela-de-ema
Cdão, Cdo e CC
Mar.-Maio
Jun.-Ago.
Ali-Med-Orn
Arb
Vochysia elliptica
Pau-doce
Cdão e Cdo
Fev.-Set.
Set.-Nov.
Med-Orn
Arb
Vochysia thyrsoidea
Gomeira, pau-de-goma, pau-de-tucano
Cdão, Cdo e CC
Ago.-Set.
Out.-Mar.
Lac
Arb
Xylopia aromatica
Pimenta-de-macaco, pindaíba, pimenta- MM, Cdão e Cdo
de-negro
Out.-Dez.
Maio-Ago. Mad-Med
Arb
FONTE – EMBRAPA – CPAC.
NOTAS – 1. LEGENDA: VEGETAÇÃO: Cdão-Cerradão, Cdo-Cerrado, CC-Campo Cerrado, CL-Campo Limpo, CR – Campo Rupestre, CS-Campo Sujo,
MG-Mata Galeria, MM-Mata Mesofítica e VE-Vereda; USO ATUAL: ALI-Alimentação, COR-Cortiça, FOR-Forrageira, MAD-Madeira, MED-Medicinal,
ORN-Ornamental, TAN-Tanif. E TOX-Tóxica; PORTE: ARB-Arbusto, ARV-Árvore, HER-Herva.
2 – O dado não existe.
164
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Plantas Corticeiras
Kielmeyera coriacea – pau-santo
Agonandra brasiliensis – pau-marfim, cervejinha
Aegiphila lhotskyana – fruta-de-papagaio
Aspidosperma tomentosum – peroba-do-campo, bolsinha
A. macrocorpon – bolsinha, peroba-do-campo
Erythrina mulungu – mulungu
E. dominguezii – mulungu
Enterolobium gummiferum – tamboril-do-cerrado
Pisonia tomentosa – pau-de-lepra
Fagara cinerea – mama-de-porca
Symplocos lanceolata Terminalia fagifolia – capitão
Eugemia dysenterica – cagaiteira
Plantas taníferas
Anadenanthera spp – angico
Piptadenia spp. – angico
Hymenaea Stigonocarpa – jatobá-do-campo
Sclerolobium paniculatum – carvoeiro
Dimorphandra mollis – faveira
Cassia ferruginosa – canafístula-preta
Byrsonima spp. – murici
Astronium urundeuva – aroeira
Tapirira guianensis – pau-pombo
Dilodendron bibinnatum – maria-pobre, mamonila
Luehea spp. – açoita-cavalo
Myrsine spp. – canjiquinha
Curatella americana – lixeira
Terminalia argentea – capitão-do-campo
Plantas com exudatos no tronco
Hymenaea spp. – jatobá (resina)
Protium brasiliensis – breu, almécega (resina)
Styrax ferrugineus – laranjinha-do-campo (resina)
Vochysia thyrsoidea – gomeira, pau-de-goma (goma)
Anadenanthera macrocarpa – angico (goma)
Anacardium curatellifolium – cajueiro-do-campo (goma)
Astronium urundeuva – aroeira (goma)
Myroxylon balsamum – cabreúva, bálsamo (bálsamo)
Copaifera langsdorffii – copaíba, pau-d’óleo (bálsamo)
Hancornia speciosa – mangabeira (látex)
Himatanthus obovatus – sucuuba (látex)
Sapium obovatum – leiteiro (látex)
Ficus spp. – figueiras (látex)
165
Ocorrência
Cdão, Cdo, CC
MG, MM, Cdão, Cdo
Cdo, CC, Cdão
Cdão, Cdo, CC
Cdão, Cdo, CC
MG
MG
Cdão, Cdo
Cdo, CC, Cdão
Cdo, CC
CC, Cdo, Cdão
Cdão, Cdo
Cdão, Cd, MM
Ocorrências
Cdo, Cdão, MG, MM
Cdo, Cdão, MG, MM
Cdão, Cdo
Cdo, Cdão, MM, MG
Cdão, Cdo, CC
MM, Cdão, Cdo
Cdo, Cdão, CC
MM, Cdão, Cdo
MG, MM, Cdão
MG, MM, Cdão
Cdo, Cdão, MM
Cdo, CC, Cdão
Cdo, CC, Cdão
Cdo, Cdão, CC
Ocorrências
Cdo, Cdão, CC, MG, MM
Cdão, MG, MM
Cdo, CC, Cdão
Cdão, Cdo, CC
Cdão, Cdo, MM
Cdo, CC, Cdão
MM, Cdão, Cdo
MM
MM, Cdão, Cdo
Cdo, CC, Cdão
Cdo, CC, Cdão
MM, Cdão
MM, MG, Cdão
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Plantas produtoras de óleos e gorduras
Orbynia oleifera – babaçu (sementes)
Acroconia sclerocarpa – macaúba (sementes)
Mauritia vinifera – buriti (sementes e mesocarpo)
Caryocar brasiliense – pequi (sementes e mesocarpo)
Aegiphila sellowiana – fruta-de-papagaio (sementes)
Dilodendron bipinnatum – maria-pobre (sementes)
Jatropha gossypiifolia – pinhão-de-purga (sementes)
Virola sebifera – bicuíba (sementes)
Talauma ovata – pinha-do-brejo (sementes)
166
Ocorrência
Cdão, MG, MM
Cdão
MG, VE
CC, Cdo, Cdão, CS
CC, Cdo, Cdão
MG, MM, Cdão
MG
MG
Localmente são usadas como medicamento, mas têm aplicação industrial.
A listagem de Pereira B. A. da S. (no prelo) inclui ainda as Plantas Medicinais,
algumas de comprovada ação terapêutica e outras utilizadas popularmente e encontradas
regularmente em bancas de feiras, ervários e farmácias; as Plantas Ornamentais onde se
destacam as famílias Leguminosae, Bignomiaceae e Rubiaceae, além da
Melastomataceae na qual se incluem as quaresmeiras; as Plantas Empregadas no
Artesanato, para fabricação de cestos, redes, esteiras, cordas e vassouras; objetos
utilitários em madeira; confecção de arranjos florais, entre outras. Cita ainda numerosas
Plantas Apícolas, destacando pela excelência do mel produzido o assa-peixe (Vernonia
spp.), angico (Anadenanthera spp.), freijó (Cordiatrichotoma), vassourinha (Braccharis
intermixta) e o carvoeiro (Sclerolobium paniculatum), entre as mais conhecidas.
Encerrando a listagem, enumera diversos gêneros botânicos ocorrentes no Cerrado,
como Aparentadas com Cultivares Comerciais, às quais sugere estudos de preservação e
melhoramento, entre eles inclui caju, mandioca, abacaxi, ata (pinha), cará, caqui, goiaba,
maracujá, amendoim e guaraná.
Situação atual
Esta categoria de uso apresenta-se com potencial expressivo, apesar do
declínio paulatino e redução da área em decorrência da expansão das atividades
agropastoris e do extrativismo aleatório, com a retirada de plantas inteiras e material
reprodutivo, sem nenhum programa de reposição ou de perpetuação dos recursos
(Tabela 9).
A produção de carvão vegetal, principalmente nesta categoria, é generalizada
com matéria-prima oriunda dos desmatamentos dos cerrados e restos de exploração
madeireira localizada e incipiente em áreas de reflorestamento de Eucalyptus. O
destino do carvão são as indústrias metalúrgicas e cimenteiras, especialmente de
Minas Gerais, Goiás e Brasília.
Pelo levantamento de Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura – IBGE
(1987), o volume produzido na região neste ano foi de 78.929 t, correspondendo a
cerca de 20% do total produzido no estado, com lenha proveniente das formações
naturais. Os municípios que mais se destacaram nesta atividade foram: Flores de
Goiás, Posse, Sítio d’Abadia, Iaciara e S. João d’Aliança, que responderam com
mais de 90% da produção regional.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
167
Esta atividade contribui substancialmente para manutenção do nível de
emprego na região, bem como na arrecadação de impostos. Apesar disso, com
algumas exceções, é praticada de forma predatória e em áreas não adequadas. É
uma atividade que merece ser incentivada, no entanto, para se evitar o esgotamento
das reservas naturais e consequentemente maiores danos ao ambiente, o
carvoejamento deveria priorizar a utilização dos florestamentos e reflorestamentos,
instituídos com esta finalidade. Nesta situação, além da maior produtividade, o
carvão produzido apresenta qualidade muito superior. Em média, o rendimento ou a
conversão lenha/carvão com utilização de matéria-prima do Cerrado é de 3/1,
melhorando com material proveniente de matas e chegando próximo a 1 com a
utilização de adequadas espécies de Eucalyptus.
O extrativismo de flores silvestres tem alguma importância na região de Alto
Paraíso de Goiás, voltado prioritariamente ao mercado de Brasília, para confecção
de suas famosas “flores secas”.
Preservação
É a ação de proteger, contra a destruição e qualquer forma de dano ou
degradação, um ecossistema, uma área geográfica definida ou espécies animais e
vegetais, adotando-se as medidas preventivas legalmente necessárias (FEEMA,
1990).
Constituem ambientes ecológicos únicos, onde é recomendável a preservação
da flora e da fauna.
Caracterização das áreas para preservação
Compreendem áreas constituídas de solos sem aptidão para uso agrícola,
sendo indicadas para preservação da flora e da fauna, para recreação ou algum
outro tipo de uso não agrícola. Fazem parte dessas áreas os solos Litólicos álicos,
distróficos e eutróficos, textura arenosa, média e argilosa, e os Cambissolos álicos,
distróficos e eutróficos, rasos e pouco profundos, textura média e argilosa. Esses
solos ocorrem sob relevo que varia de suave ondulado a escarpado, geralmente
apresentam grande quantidade de cascalho e apresentam fase pedregosa,
possuindo forte a muito forte predisposição à erosão que, acompanhada do
impedimento de uso de implementos agrícolas, constitui as principais limitações ao
uso agrícola.
Também fazem parte dessas áreas os afloramentos rochosos, parte dos solos
Aluviais eutróficos, textura indiscriminada, relevo plano, os Gleissolos álicos, textura
média, relevo plano e parte dos Latossolos Vermelho-Amarelos álicos, textura
média, relevo plano e algumas áreas com presença de Areias Quartzosas, relevo
plano e suave ondulado. Os solos aluviais e os Gleissolos ocorrem ao longo dos rios
e cursos de água e abrangem o ecossistema veredas e as matas ciliares.
Compreendem áreas sujeitas ao regime de inundações periódicas de curta duração
ou submetidas ao excesso de água, resultante da elevação do lençol freático, não
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
Pouteria spp.
Luhea spp.
Piptadenia spp.
Guettarda spruceana
Andira humilis
Psidium spp.
Annona spp.
Astronium urundeuva
Vernonia sp.
Sterculia chicha
Salvertia convallariodora
Dipteryx alata
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
Stryphnodendron adstringens
abio-curriola
açoita-cavalo
Angico
angélica
angelim-de-morcego
araçá
araticum
aroeira
assa-peixe
axixá
bananeira-do-campo
baru
barbatimão
Salacia crassifolia
Não determinado
Connarus sp.
Psychotria sp.
Eugenia dysenterica
Ocotea sp.
Eugenia sp.
Cabralea sp.
Terminalia argentea
Spondias sp.
Anacardium spp.
Sclerolobium spp.
Jacaranda sp.
bacupari
buraim
brinco-de-princesa
cafezinho
cagaita
caneleira
cambuí
canjerana
capitão-do-campo
cajá
caju
carvoeiro
Caroba
17
18
04
19
20
10
01
21
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
22
23
24
25
26
27
28
01
01
12
07
01
01
02
29
30
18
31
32
01
02
01
33
01
01
01
01
01
03
02
06
04
03
02
01
01
01
04
03
01
10
02
01
07
01
08
04
02
04
01
01
01
02
01
01
168
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
Qualea sp.
Agonandra brasiliensis
Cordia sp.
Não determinado
Xylopia sp.
Spondia tuberosa
Bursera leptophoeos
Roupala sp.
Dimorphandra mollis
Não determinado
Lonchocarpus sp.
Solanum lycocarpum
Tocoyena formosa
Astronium fraxinifolium
Myrcia spp.
Palicourea rigida
Aspidosperma spp.
Pseudobombax sp.
Tabebuia spp.
Tabebuia caraiba
Zehyera sp.
Platypodium elegans
Dalbergia violacea
Machaerium spp.
Hymenaea stigonocarpa
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
cascudo
corticeiro, pau-marfim
claraíba, freijó
croadinho
envira-pindaíba
embu
embu-de-anta
faeira, carne-de-vaca
faveira, barbatimão-dafolha miúda
farinha-seca
feijão-cru
fruto-de-lobo
jenipapo-de-cavalo
gonçalo-alves
goiabinha
gritadeira
guatambu, pereiro
imbiruçu
ipê, pau-d’arco
ipê-caraíba
ipê-tabaco
jacarandá-canzil
jacarandá-caviúna
jacarandá
jatobá-do-campo
17
18
19
20
21
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
22
23
24
25
26
27
28
01
29
30
31
32
06
01
01
05
02
33
04
06
01
01
01
01
01
02
01
01
01
01
03
03
01
01
05
02
02
05
01
06
02
08
06
01
03
02
01
04
05
03
01
01
01
05
01
01
03
02
01
169
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
Mimosa sp.
Callophyllum brasiliense
Não determinado
Randia armata
Curatella americana
Brosimum gaudichaudii
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
jurema
landim
leite-de-banha
limãorana
lixeira, sambaíba
mamacadela
mamoninha, mulherDilodendron bipinnatum
pobre
Fagara sp.
mama-de-porca
Apeiba tibourbou
macaqueira
Terminalia sp.
maria-preta
Alibertia sp.
marmelada-de-cachorro
Simaruba versicolor
marupá
Hancornia speciosa
mangaba
Erythroxylum sp.
mercúrio
Buchenavia sp.
mirindiba
Didymopanax sp.
morototó
Guazuma almifolia
mutamba
Byrsonima spp.
murici
Não determinado
mussambé
nó-de-porco, quebraPhysocalymma scaberrima
foice
Licania humilis
oiti
Diospyros sp.
olho-de-boi
Kielmeyera spp.
pau-santo
Vochysia rufa
pau-doce
17
18
01
05
19
01
20
05
03
04
21
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
22
23
24
25
26
27
28
01
04
02
01
11
12
01
29
30
31
03
02
03
32
33
02
02
01
02
01
02
01
01
01
01
01
06
07
01
03
01
03
02
07
10
06
03
01
01
16
02
02
02
07
170
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
Callisthene fasciculata
Ouratea sp.
Tapirira guianensis
Vochysia thyrsoidea
Qualea sp.
Qualea parviflora
Qualea grandiflora
Qualea multiflora
Lafoensia pacari
Bombax sp.
Aspidosperma spp.
Cochlospermum sp.
Não determinado
Cariocar brasiliense
Matayba sp.
Miconia spp.
Strychnos pseudoquina
Não determinado
Davilla sp.
Não determinado
Emmotum nitens
Vatairea macrocarpa
Acosmium dasycarpum
Pterodon pubescens
Bowdichia virgiloides
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
pau-jacaré
pau-de-cobra
pau-pombo
pau-de-tucano
pau-terra-folha-fina
pau-terra-folha-miúda
pau-terra-folha-larga
pau-terra-vermelho
pacari
paineira
peroba-do-campo
periquiteira
piabinha
pequi
pitomba
quaresmeira
quina-do-campo
remela-de-cachorro
sambaibinha
são-joão
sobre
sucupira-amargosa
sucupira-amarela
sucupira-branca
sucupira-preta
17
02
06
18
19
03
03
02
03
20
21
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
22
23
24
25
26
27
28
03
07
01
15
04
29
30
31
05
03
01
06
02
02
04
32
33
01
12
01
03
02
26
02
01
03
02
04
01
01
07
01
02
03
02
02
02
02
01
171
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
03
05
10
02
TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha
59
29
37
48
29
43
41
37
23
44
46
36
23
41
43
28
28
TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRA
7.45
02
6.69
15
6.18
02
9.10
01
4.62
01
7.32
01
7.83
Não determinadas
01
8.88
Não determinado
02
11.24
veludo
vinhático
33
02
02
02
32
9.14
Guettarda sp.
Plathymenia reticulata
06
31
5.36
vaqueta
05
30
10.59
Thiloa sp.
02
29
8.82
tingui
unha-de-vaca
21
7.53
tento
Magonia pubescens
Bauhinia sp.
20
6.46
Ormosia sp.
19
6.34
tamboril
tatarema
18
8.97
Enterolobium sp.
Couratari sp.
17
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
22
23
24
25
26
27
28
St (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ.
30 cm, no colo)
172
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
Pouteria spp.
Luhea spp.
Piptadenia spp.
Guettarda spruceana
Andira humilis
Psidium spp.
Annona spp.
Astronium urundeuva
Vernonia sp.
Sterculia chicha
Salvertia convallariodora
Dipteryx alata
abio-curriola
açoita-cavalo
Angico
angélica
angelim-de-morcego
araçá
araticum
aroeira
assa-peixe
axixá
bananeira-do-campo
baru
Stryphnodendron adstringens
barbatimão
Salacia crassifolia
Não determinado
Connarus sp.
Psychotria sp.
Eugenia dysenterica
Ocotea sp.
Eugenia sp.
Cabralea sp.
Terminalia argentea
Spondias sp.
Anacardium spp.
Sclerolobium spp.
Jacaranda sp.
bacupari
buraim
brinco-de-princesa
cafezinho
cagaita
caneleira
cambuí
canjerana
capitão-do-campo
cajá
caju
carvoeiro
Caroba
34
35
09
36
06
37
38
01
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
39
40
41
42
43
44
45
06
09
06
18
46
02
47
48
04
01
49
50
01
08
01
06
01
01
02
01
01
03
01
01
02
01
01
01
01
01
01
01
02
01
01
01
05
01
01
01
03
173
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
Qualea sp.
Agonandra brasiliensis
Cordia sp.
Não determinado
Xylopia sp.
Spondia tuberosa
Bursera leptophoeos
Roupala sp.
Dimorphandra mollis
Não determinado
Lonchocarpus sp.
Solanum lycocarpum
Tocoyena formosa
Astronium fraxinifolium
Myrcia spp.
Palicourea rigida
Aspidosperma spp.
Pseudobombax sp.
Tabebuia spp.
Tabebuia caraiba
Zehyera sp.
Platypodium elegans
Dalbergia violacea
Machaerium spp.
Hymenaea stigonocarpa
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
cascudo
corticeiro, pau-marfim
claraíba, freijó
croadinho
envira-pindaíba
embu
embu-de-anta
faeira, carne-de-vaca
faveira, barbatimão-dafolha miúda
farinha-seca
feijão-cru
fruto-de-lobo
jenipapo-de-cavalo
gonçalo-alves
goiabinha
gritadeira
guatambu, pereiro
imbiruçu
ipê, pau-d’arco
ipê-caraíba
ipê-tabaco
jacarandá-canzil
jacarandá-caviúna
jacarandá
jatobá-do-campo
34
35
36
01
01
04
02
37
38
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
39
40
41
42
43
44
45
46
01
47
48
49
50
01
01
02
02
02
03
01
04
08
01
01
07
01
02
02
01
01
02
01
02
01
01
02
01
02
01
06
02
01
01
01
01
03
01
02
03
01
01
01
01
02
01
174
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
Mimosa sp.
Callophyllum brasiliense
Não determinado
Randia armata
Curatella americana
Brosimum gaudichaudii
jurema
landim
leite-de-banha
limãorana
lixeira, sambaíba
mamacadela
Dilodendron bipinnatum
mamoninha, mulherpobre
Fagara sp.
Apeiba tibourbou
Terminalia sp.
Alibertia sp.
Simaruba versicolor
Hancornia speciosa
Erythroxylum sp.
Buchenavia sp.
Didymopanax sp.
Guazuma almifolia
Byrsonima spp.
Não determinado
mama-de-porca
macaqueira
maria-preta
marmelada-de-cachorro
marupá
mangaba
mercúrio
mirindiba
morototó
mutamba
murici
mussambé
nó-de-porco, quebraPhysocalymma scaberrima
foice
Licania humilis
oiti
Diospyros sp.
olho-de-boi
Kielmeyera spp.
pau-santo
Vochysia rufa
pau-doce
34
35
36
37
38
01
01
01
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
39
40
41
42
43
44
45
05
01
01
11
46
02
01
47
48
49
50
01
20
01
04
01
06
01
02
01
01
01
02
01
01
01
01
14
03
03
02
05
01
02
01
02
01
03
01
03
01
11
01
01
04
175
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
Callisthene fasciculata
Ouratea sp.
Tapirira guianensis
Vochysia thyrsoidea
Qualea sp.
Qualea parviflora
Qualea grandiflora
Qualea multiflora
Lafoensia pacari
Bombax sp.
Aspidosperma spp.
Cochlospermum sp.
Não determinado
Cariocar brasiliense
Matayba sp.
Miconia spp.
Strychnos pseudoquina
Não determinado
Davilla sp.
Não determinado
Emmotum nitens
Vatairea macrocarpa
Acosmium dasycarpum
Pterodon pubescens
Bowdichia virgiloides
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
pau-jacaré
pau-de-cobra
pau-pombo
pau-de-tucano
pau-terra-folha-fina
pau-terra-folha-miúda
pau-terra-folha-larga
pau-terra-vermelho
pacari
paineira
peroba-do-campo
periquiteira
piabinha
pequi
pitomba
quaresmeira
quina-do-campo
remela-de-cachorro
sambaibinha
são-joão
sobre
sucupira-amargosa
sucupira-amarela
sucupira-branca
sucupira-preta
34
35
36
01
11
01
07
37
38
05
01
03
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
39
40
41
42
43
44
45
09
01
14
05
04
04
04
03
02
01
01
03
04
01
03
04
02
05
46
11
12
47
02
48
49
50
16
24
08
02
01
20
02
02
04
02
03
01
05
02
01
01
01
02
01
01
01
01
01
176
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
tento
tingui
Bauhinia sp.
unha-de-vaca
Thiloa sp.
Guettarda sp.
vaqueta
veludo
Plathymenia reticulata
vinhático
Não determinado
Não determinadas
38
01
06
06
01
02
01
05
01
02
01
03
01
02
08
03
TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha
19
31
25
53
38
41
44
41
37
27
38
TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRA
4.85
3.46
4.65
9.54
7.12
7.26
8.67
7.50
8.59
8.51
30 cm, no colo)
48
49
50
01
02
06
01
01
St (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ.
47
03
6.37
04
05
46
05
01
26
54
39
41
43
34
5.52
Ormosia sp.
Magonia pubescens
37
8.05
tatarema
36
9.07
tamboril
Couratari sp.
35
8.17
Enterolobium sp.
34
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
39
40
41
42
43
44
45
7.40
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
4.88
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
01
01
177
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
Pouteria spp.
Luhea spp.
Piptadenia spp.
Guettarda spruceana
Andira humilis
Psidium spp.
Annona spp.
Astronium urundeuva
Vernonia sp.
Sterculia chicha
Salvertia convallariodora
Dipteryx alata
abio-curriola
açoita-cavalo
angico
angélica
angelim-de-morcego
araçá
araticum
aroeira
assa-peixe
axixá
bananeira-do-campo
baru
Stryphnodendron adstringens
barbatimão
Salacia crassifolia
Não determinado
Connarus sp.
Psychotria sp.
Eugenia dysenterica
Ocotea sp.
Eugenia sp.
Cabralea sp.
Terminalia argentea
Spondias sp.
Anacardium spp.
Sclerolobium spp.
Jacaranda sp.
bacupari
buraim
brinco-de-princesa
cafezinho
cagaita
caneleira
cambuí
canjerana
capitão-do-campo
cajá
caju
carvoeiro
Caroba
51
52
53
02
54
02
55
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
56
57
58
59
60
61
62
03
01
02
63
64
65
02
01
01
66
67
02
01
01
02
01
02
02
01
01
02
02
01
02
01
02
06
01
02
02
178
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
Qualea sp.
Agonandra brasiliensis
Cordia sp.
Não determinado
Xylopia sp.
Spondia tuberosa
Bursera leptophoeos
Roupala sp.
Dimorphandra mollis
Não determinado
Lonchocarpus sp.
Solanum lycocarpum
Tocoyena formosa
Astronium fraxinifolium
Myrcia spp.
Palicourea rigida
Aspidosperma spp.
Pseudobombax sp.
Tabebuia spp.
Tabebuia caraiba
Zehyera sp.
Platypodium elegans
Dalbergia violacea
Machaerium spp.
Hymenaea stigonocarpa
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
cascudo
corticeiro, pau-marfim
claraíba, freijó
croadinho
envira-pindaíba
embu
embu-de-anta
faeira, carne-de-vaca
faveira, barbatimão-dafolha miúda
farinha-seca
feijão-cru
fruto-de-lobo
jenipapo-de-cavalo
gonçalo-alves
goiabinha
gritadeira
guatambu, pereiro
imbiruçu
ipê, pau-d’arco
ipê-caraíba
ipê-tabaco
jacarandá-canzil
jacarandá-caviúna
jacarandá
jatobá-do-campo
51
52
53
54
55
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
56
57
58
59
60
61
62
02
63
04
01
02
01
05
01
01
02
64
65
66
02
67
01
01
03
01
01
01
04
03
02
01
02
01
03
01
02
02
01
02
01
08
01
01
01
01
179
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
jurema
landim
leite-de-banha
limãorana
lixeira, sambaíba
mamacadela
mamoninha, mulherDilodendron bipinnatum
pobre
Fagara sp.
mama-de-porca
Apeiba tibourbou
macaqueira
Terminalia sp.
maria-preta
Alibertia sp.
marmelada-de-cachorro
Simaruba versicolor
marupá
Hancornia speciosa
mangaba
Erythroxylum sp.
mercúrio
Buchenavia sp.
mirindiba
Didymopanax sp.
morototó
Guazuma almifolia
mutamba
Byrsonima spp.
murici
Não determinado
mussambé
Physocalymma scaberrima nó-de-porco, quebrafoice
Licania humilis
oiti
Diospyros sp.
olho-de-boi
Kielmeyera spp.
pau-santo
Vochysia rufa
pau-doce
51
Mimosa sp.
Callophyllum brasiliense
Não determinado
Randia armata
Curatella americana
Brosimum gaudichaudii
52
53
54
55
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
56
57
58
59
60
61
62
01
06
63
64
65
66
67
01
01
02
01
07
05
04
03
01
05
02
03
01
01
01
01
02
02
01
01
03
01
01
06
01
01
01
02
01
01
02
02
05
01
02
03
01
02
02
01
09
04
05
03
02
02
01
180
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
Callisthene fasciculata
Ouratea sp.
Tapirira guianensis
Vochysia thyrsoidea
Qualea sp.
Qualea parviflora
Qualea grandiflora
Qualea multiflora
Lafoensia pacari
Bombax sp.
Aspidosperma spp.
Cochlospermum sp.
Não determinado
Cariocar brasiliense
Matayba sp.
Miconia spp.
Strychnos pseudoquina
Não determinado
Davilla sp.
Não determinado
Emmotum nitens
Vatairea macrocarpa
Acosmium dasycarpum
Pterodon pubescens
Bowdichia virgiloides
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
pau-jacaré
pau-de-cobra
pau-pombo
pau-de-tucano
pau-terra-folha-fina
pau-terra-folha-miúda
pau-terra-folha-larga
pau-terra-vermelho
pacari
paineira
peroba-do-campo
periquiteira
piabinha
pequi
pitomba
quaresmeira
quina-do-campo
remela-de-cachorro
sambaibinha
são-joão
sobre
sucupira-amargosa
sucupira-amarela
sucupira-branca
sucupira-preta
51
52
53
54
55
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
56
57
58
59
60
61
62
02
03
13
10
14
02
01
17
05
01
03
03
04
04
04
02
01
13
04
10
09
10
05
13
03
02
05
63
64
01
08
02
01
01
03
02
04
14
01
03
01
65
01
66
67
05
07
12
01
05
01
02
04
01
03
07
02
02
19
03
01
03
181
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
Enterolobium sp.
tamboril
Couratari sp.
tatarema
Ormosia sp.
Magonia pubescens
tento
tingui
Bauhinia sp.
unha-de-vaca
Thiloa sp.
Guettarda sp.
vaqueta
veludo
Plathymenia reticulata
vinhático
Não determinado
Não determinadas
51
52
53
54
55
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
56
57
58
59
60
61
62
01
10
03
03
63
01
04
02
TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha
33
37
28
39
43
49
53
18
48
38
58
41
48
32
24
26
26
TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRA
6.40
6.97
9.55
5.34
6.09
7.17
4.53
4.58
6.61
01
3.04
11
9.39
09
6.60
02
5.84
02
5.26
01
3.58
05
02
8.70
43
67
8.25
04
66
01
01
03
65
11
03
01
64
St (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ.
30 cm, no colo)
182
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
Pouteria spp.
Luhea spp.
Piptadenia spp.
Guettarda spruceana
Andira humilis
Psidium spp.
Annona spp.
Astronium urundeuva
Vernonia sp.
Sterculia chicha
Salvertia convallariodora
Dipteryx alata
abio-curriola
açoita-cavalo
angico
angélica
angelim-de-morcego
araçá
araticum
aroeira
assa-peixe
axixá
bananeira-do-campo
baru
Stryphnodendron adstringens
barbatimão
Salacia crassifolia
Não determinado
Connarus sp.
Psychotria sp.
Eugenia dysenterica
Ocotea sp.
Eugenia sp.
Cabralea sp.
Terminalia argentea
Spondias sp.
Anacardium spp.
Sclerolobium spp.
Jacaranda sp.
bacupari
buraim
brinco-de-princesa
cafezinho
cagaita
caneleira
cambuí
canjerana
capitão-do-campo
cajá
caju
carvoeiro
Caroba
68
69
70
71
01
72
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
73
74
75
76
77
78
79
01
80
81
82
83
84
02
01
01
01
03
01
20
04
01
03
03
01
01
01
183
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
Qualea sp.
Agonandra brasiliensis
Cordia sp.
Não determinado
Xylopia sp.
Spondia tuberosa
Bursera leptophoeos
Roupala sp.
Dimorphandra mollis
Não determinado
Lonchocarpus sp.
Solanum lycocarpum
Tocoyena formosa
Astronium fraxinifolium
Myrcia spp.
Palicourea rigida
Aspidosperma spp.
Pseudobombax sp.
Tabebuia spp.
Tabebuia caraiba
Zehyera sp.
Platypodium elegans
Dalbergia violacea
Machaerium spp.
Hymenaea stigonocarpa
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
cascudo
corticeiro, pau-marfim
claraíba, freijó
croadinho
envira-pindaíba
embu
embu-de-anta
faeira, carne-de-vaca
faveira, barbatimão-dafolha miúda
farinha-seca
feijão-cru
fruto-de-lobo
jenipapo-de-cavalo
gonçalo-alves
goiabinha
gritadeira
guatambu, pereiro
imbiruçu
ipê, pau-d’arco
ipê-caraíba
ipê-tabaco
jacarandá-canzil
jacarandá-caviúna
jacarandá
jatobá-do-campo
68
69
70
71
72
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
73
74
75
76
77
78
79
02
80
81
82
83
84
01
01
01
01
01
01
01
03
02
01
01
02
184
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
Mimosa sp.
Callophyllum brasiliense
Não determinado
Randia armata
Curatella americana
Brosimum gaudichaudii
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
jurema
landim
leite-de-banha
limãorana
lixeira, sambaíba
mamacadela
mamoninha, mulherDilodendron bipinnatum
pobre
Fagara sp.
mama-de-porca
Apeiba tibourbou
macaqueira
Terminalia sp.
maria-preta
Alibertia sp.
marmelada-de-cachorro
Simaruba versicolor
marupá
Hancornia speciosa
mangaba
Erythroxylum sp.
mercúrio
Buchenavia sp.
mirindiba
Didymopanax sp.
morototó
Guazuma almifolia
mutamba
Byrsonima spp.
murici
Não determinado
mussambé
Physocalymma scaberrima nó-de-porco, quebrafoice
Licania humilis
oiti
Diospyros sp.
olho-de-boi
Kielmeyera spp.
pau-santo
Vochysia rufa
pau-doce
68
01
69
70
71
72
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
01
01
02
03
01
01
02
01
01
01
01
05
04
185
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
Callisthene fasciculata
Ouratea sp.
Tapirira guianensis
Vochysia thyrsoidea
Qualea sp.
Qualea parviflora
Qualea grandiflora
Qualea multiflora
Lafoensia pacari
Bombax sp.
Aspidosperma spp.
Cochlospermum sp.
Não determinado
Cariocar brasiliense
Matayba sp.
Miconia spp.
Strychnos pseudoquina
Não determinado
Davilla sp.
Não determinado
Emmotum nitens
Vatairea macrocarpa
Acosmium dasycarpum
Pterodon pubescens
Bowdichia virgiloides
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
pau-jacaré
pau-de-cobra
pau-pombo
pau-de-tucano
pau-terra-folha-fina
pau-terra-folha-miúda
pau-terra-folha-larga
pau-terra-vermelho
pacari
paineira
peroba-do-campo
periquiteira
piabinha
pequi
pitomba
quaresmeira
quina-do-campo
remela-de-cachorro
sambaibinha
são-joão
sobre
sucupira-amargosa
sucupira-amarela
sucupira-branca
sucupira-preta
68
02
69
70
71
72
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
01
01
03
03
03
11
09
01
01
04
11
10
01
02
01
01
01
04
07
03
02
13
01
186
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
(Continua)
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
Enterolobium sp.
tamboril
Couratari sp.
Ormosia sp.
tatarema
tento
Magonia pubescens
tingui
Bauhinia sp.
Thiloa sp.
unha-de-vaca
vaqueta
Guettarda sp.
veludo
Plathymenia reticulata
Não determinado
vinhático
Não determinadas
68
69
70
71
72
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
73
74
75
76
77
78
79
01
80
81
82
83
84
05
01
07
TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha
29
31
36
37
36
23
31
22
20
54
25
28
25
39
33
35
33
TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRA
3.61
4.80
4.19
33
4.61
35
2.50
33
2.90
39
2.56
25
9.36
28
3.80
25
2.90
54
7.37
20
3.14
22
3.39
05
6.97
01
6.53
02
3.52
01
4.62
16
St (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ.
30 cm, no colo)
187
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
Tabela 9
Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nas
Formações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990
85
86
87
88
13
20
27
21
19
26
40
12
29
38
52
46
26
31
47
TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha
13
20
27
21
19
26
40
12
29
38
52
46
26
31
47
TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRA
4.08
2.58
2.84
2.40
1.99
3.19
5.00
2.54
4.45
6.06
8.08
6.06
6.75
3.71
7.53
(Conclusão)
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORES
Amostras
89
90
91
92
93
94
95
NOME CIENTÍFICO
DAS ESPÉCIES
NOME VULGAR
DAS ESPÉCIES
Guettarda sp.
Veludo
Plathymenia reticulata
Vinhático
Não determinado
Não determinadas
St (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ.
30 cm, no colo)
96
97
98
99
FONTE – Projeto RADAMBRASIL, Inventários Florestais e de Fitomassa de 1982, 1984 e 1990, durante serviço de campo.
NOTA – Volume médio = 60.78 st/ha e número médio de indivíduos = 345/ha.
188
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
189
havendo riscos de erosão, porém grande parte delas estão condicionadas ao
processo de dinâmica fluvial (retirada e deposição de sedimentos). Os Latossolos se
localizam no chapadão próximo à borda da Serra Geral (área de alta instabilidade).
Muitas dessas áreas são de preservação por imposição legal (Lei nº 4.471/65,
do Código Florestal); devido à escala de trabalho foram incluídas algumas áreas
inseridas na unidade de mapeamento que possuem características favoráveis ao
uso agrícola, como certos vales, áreas próximas a cursos de água, que quando
utilizadas racionalmente não oferecem agressão significativa ao meio ambiente,
como a agricultura de subsistência, pastagem natural, manejo sustentado de floresta
e extrativismo vegetal, indicados como 2ª e 3ª recomendações de usos; neste caso
a unidade não constitui áreas de preservação plena.
Grande parte destas áreas que não apresentam aptidão para o uso agrícola
podem apresentar um potencial mineral significativo, e sua exploração deve ser
acompanhada de estudos mais detalhados de viabilidade econômica e de
preservação ambiental.
Constituem 9 (nove) unidades de mapeamento, de PE1 a PE9.
Abrangem 9.075 km2 , representando 29% da área total mapeada, sendo 18,2%
(7.059 km2) correspondentes à preservação plena (sem outras recomendações).
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
190
Dados de Produção
Agricultura
As Figuras 40, 41 e 42 apresentam a distribuição espacial das principais
culturas em área plantada da região nordeste de Goiás e sua evolução num período
de 19 anos, de 1970 a 1989.
A área plantada em 1970, que era de 38.895 ha, passou para 91.276 ha em
1989, havendo no período uma evolução de 135%, tendo sido incorporados 52.381
ha em 19 anos. Este aumento substancial se deve principalmente à soja, que em
até 1980 praticamente inexistia na região. A partir da safra 85/86, a cultura da soja
teve início na área, particularmente nos Municípios de Alto Paraíso, Flores de Goiás,
Sítio d’Abadia e São João d’Aliança. De 2 ha de área plantada em 1980, passou
para 22.910 ha em 1989, sendo que a tendência é aumentar. A produtividade dessa
cultura na Chapada dos Veadeiros (2.027 kg/ha) é comparada com a obtida na
região sudoeste do estado, porém, no Vão do Paraná, ela é menor (1.345 kg/ha),
registrando para a região nordeste uma produtividade de 1.686 kg/ha (relacionada
com a área colhida).
O arroz e o milho também tiveram suas áreas plantadas aumentadas; o milho,
de 12.674 ha em 1980, passou para 22.610 ha em 1989. O arroz de sequeiro teve
pequeno incremento em 1989 se comparado a 1980, de 22.950 ha para 24.200 ha,
porém, em 1989, registrou-se uma área plantada de 6.740 ha de arroz irrigado, mais
notadamente no Município de Flores de Goiás.
O feijão e a cana-de-açúcar tiveram um relativo aumento na área plantada
(Figuras 40, 41 e 42); em 1989 há registro de áreas com feijão irrigado (3ª safra)
com substancial aumento de produtividade em comparação ao não irrigado.
Houve também alterações quanto à fruticultura e cafeicultura, com considerável
aumento de área plantada.
Há uma relação direta entre a ocupação de áreas com soja e solos sem
impedimento ao uso de implementos agrícolas, isto é, solos profundos e muito
profundos, livres de cascalhos e pedregosidade e que se encontram sob relevo
plano e suave ondulado (Exemplo: Latossolos). Estes solos, entretanto, possuem
baixa e muito baixa fertilidade natural (Figura 30), havendo a necessidade de
aplicação de fertilizantes e corretivos.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
194
Com a cultura da soja, os agricultores da região tiveram um contato maior com
novas tecnologias (uso de sementes melhoradas, melhor manejo dos solos, etc.),
daí obtendo uma maior produtividade.
Nas Tabelas 10 a 27 estão relacionados os dados de produção das culturas
anuais e perenes, respectivamente, por município, contendo a área plantada, área
colhida, produção e produtividade de cada cultura no ano de 1989.
Pecuária (Bovinocultura)
A pecuária na região, praticada essencialmente de forma extensiva, é atividade
em franca expansão, com utilização crescente de pastagens plantadas,
incorporadas progressivamente de áreas florestais e savânicas bem como de áreas
agrícolas, principalmente de lavouras de subsistência.
Apesar disso, a maioria dos criadores ainda se utiliza dos campos naturais para
alimentar o seu rebanho, o que justifica a carência alimentar como um dos principais
problemas da pecuária regional. A bovinocultura, explorada empiricamente em
pastagens naturais, atinge índices de produção insatisfatórios, tendo em média uma
capacidade de suporte de 0,2 cabeças por hectare por ano (INDUR – P.D.I. ALTO
PARAÍSO).
A utilização do fogo, contrariamente à crença generalizada de que se presta à
limpeza e manutenção das pastagens naturais, é prática nociva que deveria ser
evitada. A rebrotação dos capins forrageiros se dá naturalmente a partir das
primeiras chuvas, ao fim do período seco. O ideal seria aplicar técnicas de roçadas
permitindo que a matéria seca morta pudesse ser incorporada ao solo, naturalmente,
diminuindo deste modo o seu empobrecimento.
Outras técnicas para melhorar a capacidade de suporte das pastagens naturais
seriam a introdução ou plantio de enriquecimento com promissoras forrageiras
nativas ou adaptadas, algumas já identificadas e propagadas pelos órgãos de
pesquisas agrostológicas como a EMBRAPA-CPAC e EMGOPA.
Segundo dados do IBGE, em 1987 o rebanho bovino era cerca de 80% maior
quando comparado com o ano de 1975, isto representando um incremento anual de
5%, superior à média estadual do período que se situou na faixa de 3,4%. Neste
mesmo ano, os maiores rebanhos se concentraram nos Municípios de Flores de
Goiás, Posse, São Domingos, Campos Belos e Monte Alegre de Goiás, com mais de
50% do efetivo regional, de aproximadamente 700.000 cabeças.
Presentemente, o panorama geral da pecuária vem se alterando com a difusão
de práticas introduzidas por produtores de outras regiões, onde se inclui a formação
de pastagens com diversificados sistemas e tipos de forrageiras, além da introdução
de novas raças, tanto de linhagem leiteira (Holandesa, Jersey e Girolanda), como de
corte (Cimental e Nelore) (SEPLAN – PRONORDESTE).
Outro problema constatado na região refere-se ao praguejamento excessivo e
à degradação relativamente rápida das pastagens formadas, em áreas inadequadas,
ou com práticas de formação mal conduzidas. É comum verificarem-se na região de
Iaciara e Alvorada do Norte, principalmente, grandes áreas nesta situação,
caracterizando pastagens abandonadas, com agressiva vegetação secundária ou
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
195
Tabela 10
Evolução da cultura temporária de algodão, em caroço, segundo municípios da
região nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
1980
1989
MUNICÍPIOS
Área
(ha)
TOTAL
Produção
(t)
Área
(ha)
Produção
(t)
Área
colhida
(ha)
Produção
(t)
Produtividade
média
(t/ha)
179
52
6
1
17
19
1,118
1
0
-
-
-
-
-
Alvorada do Norte
40
9
-
-
-
-
-
Campos Belos
11
4
-
-
-
-
-
Cavalcante
32
13
-
-
-
-
-
Damianópolis
5
1
-
-
-
-
-
Divinópolis de Goiás
2
1
-
-
-
-
-
Guarani de Goiás
1
0
-
-
-
-
-
Iaciara
3
2
4
1
17
19
1,118
Mambaí
47
7
1
0
-
-
-
6
1
-
-
-
-
-
30
11
-
-
-
-
-
Alto Paraíso de Goiás
Nova Roma
Posse
São Domingos
-
-
1
0
-
-
-
São João d'Aliança
1
3
-
-
-
-
-
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinais convencionais utilizados:
0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico
originalmente positivo.
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
196
Tabela 11
Evolução da cultura temporária de amendoim, em casca, segundo municípios
da região nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
1980
1989
MUNICÍPIOS
Área
(ha)
Produção
(t)
Área
(ha)
Produção
(t)
Área
colhida
(ha)
Produção
(t)
Produtividade
média
(t/ha)
TOTAL
49
29
...
4
-
-
-
Campos Belos
Divinópolis de Goiás
Flores de Goiás
Guarani de Goiás
Iaciara
Mambaí
Monte Alegre de Goiás
Nova Roma
Posse
São Domingos
Sítio d’Abadia
8
10
2
10
10
6
2
1
6
4
1
5
8
4
1
0
...
...
...
...
...
...
-
0
0
2
1
1
0
-
-
-
-
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinais convencionais utilizados:
0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico
originalmente positivo.
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
... Dado numérico não disponível.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
197
Tabela 12
Evolução da cultura temporária de arroz de sequeiro, em casca, segundo
municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
1989
1980
(1) (2)
MUNICÍPIOS
Área
(ha)
TOTAL
Produção
(t)
14.737
Área
(ha)
9.471 22.950
Produtividade
média
(t/ha)
Produção
(t)
Área
colhida
(ha)
Produção
(t)
20.700
19.480
19.480
1,000
Alto Paraíso de Goiás
426
490
373
351
1.000
1.120
1,120
Alvorada do Norte
710
408
610
473
180
110
0,611
Campos Belos
316
280
3.920
4.283
400
400
1,000
1.217
955
2.832
2.867
2.230
2.680
1,202
-
-
-
-
700
840
1,200
1.622
915
396
234
200
180
0,900
556
510
1.355
1.394
650
500
0,769
1.538
649
758
845
1.800
2.340
1,300
Guarani de Goiás
612
275
820
407
300
250
0,833
Iaciara
630
488
1123
864
500
150
0,300
1.568
948
794
418
1.600
1.440
0,900
Monte Alegre de Goiás
408
426
2.116
1.596
1.100
900
0,818
Nova Roma
271
266
578
527
1.400
1.010
0,721
Posse
2.660
1.454
2.876
1.938
450
340
0,756
São Domingos
1.325
779
2.122
2.345
700
500
0,714
594
491
2.074
1.982
3.200
3.840
1,200
-
-
-
-
120
90
0,750
284
137
203
176
2.500
2.250
0,900
-
-
-
-
450
540
1,200
Cavalcante
Colinas de Sul
Damianópolis
Divinópolis de Goiás
Flores de Goiás
Mambaí
São João d’Aliança
Simolândia
Sítio d”Abadia
Teresina de Goiás
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinal convencional utilizado:
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
(1) A área perdida (plantada mas não colhida) foi de 4.720 ha. (2) A área de arroz irrigado foi de
6.740 ha, com produção de 33.676 t e produtividade média de 4,996 t/ha, em 3 municípios da região.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
198
Tabela 13
Evolução da cultura temporária de cana-de-açúcar, segundo municípios da
região nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
1989
1980
(1)
MUNICÍPIOS
Área
(ha)
TOTAL
Produção
(t)
Área
(ha)
Produção
(t)
Área
colhida
(ha)
Produção
(t)
Produtividade
média
(t/ha)
1.699
15.582
611
6.996
1.677
56.110
33,450
Alto Paraíso de Goiás
71
553
8
156
200
8.000
40,000
Alvorada do Norte
21
111
-
-
60
1.700
28,333
8
132
21
563
100
3.800
38,000
123
1.076
93
929
67
2.010
30,000
-
-
-
-
63
1.890
30,000
195
2.142
42
472
125
3.700
29,600
57
1.101
4
49
40
1.200
30,000
6
48
-
-
85
3.400
40,000
104
504
0
4
40
1.200
30,000
Iaciara
27
371
4
31
80
2.400
30,000
Mambaí
256
2.007
47
447
100
3.100
31,000
4
152
2
58
70
2,800
40,000
Nova Roma
112
1.244
55
861
150
4.600
30,666
Posse
395
3.463
139
1.517
120
3.800
31,666
São Domingos
178
1.707
47
827
80
2.800
35,000
93
570
140
985
170
5.100
30,000
-
-
-
-
10
320
32,000
49
401
9
97
97
3.690
38,041
-
-
-
-
20
600
30,000
Campos Belos
Cavalcante
Colinas do Sul
Damianópolis
Divinópolis de Goiás
Flores de Goiás
Guarani de Goiás
Monte Alegre de Goiás
São João d’Aliança
Simolândia
Sítio d”Abadia
Teresina de Goiás
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinais convencionais utilizados:
0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico
originalmente positivo.
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
(1) A área plantada foi de 260 ha e, a erradicada, foi de 1.102 ha.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
199
Tabela 14
Evolução da cultura temporária de feijão, em grão, segundo municípios da
região nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
1989
1980
(1) (2)
MUNICÍPIOS
Área
(ha)
TOTAL
Produção
(t)
Área
(ha)
Produção
(t)
Área
colhida
(ha)
Produção
(t)
Produtividade
média
(t/ha)
6.747
1.590
5.164
1.995
5.532
1.599
0,289
Alto Paraíso de Goiás
465
114
310
146
900
270
0,300
Alvorada do Norte
215
33
57
10
20
5
0,250
Campos Belos
190
59
288
99
180
52
0,288
Cavalcante
706
195
1.225
709
50
5
0,100
-
-
-
-
30
3
0,100
Damianópolis
855
191
130
42
82
20
0,244
Divinópolis de Goiás
196
134
248
93
150
40
0,266
Flores de Goiás
175
37
63
21
700
280
0,400
Guarani de Goiás
260
43
56
21
190
50
0,263
Iaciara
232
40
164
31
130
22
0,169
Mambaí
969
212
305
82
150
41
0,273
76
63
238
75
200
50
0,250
Nova Roma
163
78
236
74
190
57
0,300
Posse
931
132
639
159
460
172
0,373
São Domingos
464
62
256
118
230
70
0,304
São João d’Aliança
642
125
703
248
900
180
0,200
-
-
-
-
50
10
0,200
208
72
246
67
900
270
0,300
-
-
-
-
20
2
0,100
Colinas do Sul
Monte Alegre de Goiás
Simolândia
Sítio d”Abadia
Teresina de Goiás
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTAS – 1. Dados referentes à cultura sem irrigação (1ª + 2ª safras).
2. Sinal convencional utilizado:
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
(1) A área perdida (plantada mas não colhida) na 1ª e 2ª safras foi de 2.345 ha. (2) A 3ª safra, com
irrigação, produziu 124 t, numa área de 181 ha, com produtividade média de 0,685 t/ha,, em 6
municípios da região.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
200
Tabela 15
Evolução da cultura temporária de mandioca, segundo municípios da região
nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
1989
1980
(1)
MUNICÍPIOS
Área
(ha)
TOTAL
Produção
(t)
Área
(ha)
Produção
(t)
Área
colhida
(ha)
Produção
(t)
Produtividade
média
(t/ha)
1.210
4.666
524
3.313
1.354
17.250
12,740
32
96
9
68
130
1.300
10,000
1
9
0
6
30
400
13,333
42
397
11
70
80
1.000
12,500
311
1.218
253
1.105
85
850
10,000
-
-
-
-
20
200
10,000
Damianópolis
87
280
7
61
100
1.300
13,000
Divinópolis de Goiás
48
352
16
137
30
360
12,000
Flores de Goiás
26
68
2
20
40
600
15,000
Guarani de Goiás
76
186
-
-
40
500
12,500
Iaciara
34
338
18
101
150
2.200
14,666
Mambaí
188
446
28
224
120
2.000
16,667
1
2
4
32
40
480
12,000
53
141
32
165
150
2.100
14,000
112
290
50
310
70
900
12,857
São Domingos
91
389
63
854
80
1.000
12,500
São João d’Aliança
55
146
22
105
130
1.300
10,000
-
-
-
-
4
50
12,500
53
308
9
55
40
560
14,000
-
-
-
-
15
150
10,000
Alto Paraíso de Goiás
Alvorada do Norte
Campos Belos
Cavalcante
Colinas do Sul
Monte Alegre de Goiás
Nova Roma
Posse
Simolândia
Sítio d’Abadia
Teresina de Goiás
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinais convencionais utilizados:
0 Dado numérico igual a zero de arredondamento de um dado numérico originalmente
positivo.
Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
(1) A área plantada foi de 1.064 ha.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
201
Tabela 16
Evolução da cultura temporária de milho, em grão, segundo municípios da
região nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
1989
1980
(1)
MUNICÍPIOS
Área
(ha)
TOTAL
Produção
(t)
13.707
Área
(ha)
7.809 12.674
Produtividade
média
(t/ha)
Produção
(t)
Área
colhida
(ha)
Produção
(t)
11.280
20.730
28.030
1,352
Alto Paraíso de Goiás
612
628
346
355
1.000
1.500
1,500
Alvorada do Norte
612
380
269
128
400
530
1,325
Campos Belos
289
179
906
979
600
660
1,100
Cavalcante
959
761
1.660
1.778
1.640
2.460
1,500
-
-
-
-
500
750
1,500
1.609
845
282
229
350
420
1,200
260
224
695
471
900
900
1,000
1.187
374
415
472
1.000
2.400
2,400
Guarani de Goiás
625
264
395
191
350
350
1,000
Iaciara
599
340
848
1.276
1.700
1.220
0,718
1.603
1.033
887
576
700
840
1,200
Monte Alegre de Goiás
247
222
1.279
619
1.500
1.800
1,200
Nova Roma
338
339
518
529
1.800
2.160
1,200
Posse
2.412
774
1.790
1.182
1.500
1.650
1,100
São Domingos
1.254
377
1.100
1.224
1.200
1.200
1,000
793
872
789
703
3.180
5.720
1,799
-
-
-
-
250
230
0,920
308
197
495
568
1.800
2.700
1,500
-
-
-
-
360
540
1,500
Colinas do Sul
Damianópolis
Divinópolis de Goiás
Flores de Goiás
Mambaí
São João d’Aliança
Simolândia
Sítio d’Abadia
Teresina de Goiás
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinal convencional utilizado:
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
(1) A área perdida (plantada mas não colhida) foi de 1.900 ha.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
202
Tabela 17
Evolução da cultura temporária de soja, em grão, segundo municípios da
região nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
1989
1980
(1)
MUNICÍPIOS
Área
(ha)
Produção
(t)
Área
(ha)
Produção
(t)
Área
colhida
(ha)
Produção
(t)
Produtividade
média
(t/ha)
TOTAL
2
2
2
3
22.810
43.348
1,900
Alto Paraíso de Goiás
2
2
-
-
2.000
3.200
1,600
Alvorada do Norte
-
-
-
-
530
890
1,679
Campos Belos
-
-
-
-
120
130
1,083
Cavalcante
-
-
-
-
150
270
1,800
Flores de Goiás
-
-
-
-
1.500
3.150
2,100
Mambaí
-
-
2
3
500
130
0,260
Monte Alegre de Goiás
-
-
-
-
290
430
1,483
Posse
-
-
-
-
120
108
0,900
São João d’Aliança
-
-
-
-
16.000
33.600
2,100
Sítio d’Abadia
-
-
-
-
1.600
1.440
0,900
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinal convencional utilizado:
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
(1) A área perdida (plantada mas não colhida) foi de 100 ha.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
203
Tabela 18
Evolução da cultura temporária de abacaxi e fumo, em folha, com registros não
contínuos, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989
P R O D U Ç Ã O
MUNICÍPIOS
1970
Abacaxi
(fruto)
TOTAL
1980
Fumo
(t)
Abacaxi
(fruto)
1989
Fumo
(t)
Abacaxi
(fruto)
Fumo
(t)
31.000
17
-
-
-
-
6.000
1
-
-
-
-
0
0
-
-
-
-
Cavalcante
7.000
13
-
-
-
-
Damianópolis
1.000
-
-
-
-
-
-
0
-
-
-
-
1.000
1
-
-
-
-
Guarani de Goiás
0
-
-
-
-
-
Iaciara
0
0
-
-
-
-
Mambaí
0
-
-
-
-
-
Nova Roma
-
0
-
-
-
-
1.000
0
-
-
-
-
0
2
-
-
-
-
11.000
0
-
-
-
-
4.000
0
-
-
-
-
Alto Paraíso de Goiás
Campos Belos
Divinópolis de Goiás
Flores de Goiás
Posse
São Domingos
São João d’Aliança
Sítio d’Abadia
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinais convencionais utilizados:
0 Dado número igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico
originalmente positivo.
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
204
Tabela 19
Evolução da cultura permanente de abacate, segundo municípios da região
nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
MUNICÍPIOS
1980
Produção
(1.000
frutos)
Área
(ha)
Área
(ha)
1989
Produção
(1.000
frutos)
Área
colhida
(ha)
Produção
(1.000
frutos)
Produtividade
média
(fruto/ha)
TOTAL
...
115
...
151
-
-
-
Alto Paraíso de Goiás
...
22
-
-
-
-
-
-
-
...
5
-
-
-
Campos Belos
...
17
...
4
-
-
-
Cavalcante
...
36
-
-
-
-
-
-
-
...
2
-
-
-
Flores de Goiás
...
1
-
-
-
-
-
Guarani de Goiás
...
3
...
7
-
-
-
-
-
...
2
-
-
-
...
1
...
60
-
-
-
-
-
...
11
-
-
-
Nova Roma
...
2
...
19
-
-
-
Posse
...
2
...
24
-
-
-
São Domingos
...
21
...
16
-
-
-
São João d’Aliança
...
8
-
-
-
-
-
Sítio d’Abadia
...
2
...
1
-
-
-
Alvorada do Norte
Divinópolis de Goiás
Iaciara
Mambaí
Monte Alegre de Goiás
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinais convencionais utilizados:
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
... Dado numérico não disponível.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
205
Tabela 20
Evolução da cultura permanente de banana, segundo municípios da região
nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
1989
1980
(1)
MUNICÍPIOS
Área
(ha)
TOTAL
Produção
(cachos)
Área
(ha)
Produção
(cachos)
Área
colhida
(ha)
Produção
(cachos)
Produtividade
média
(cachos/ha)
424
177.700
313
203.000
1.035
844.000
815,459
Alto Paraíso de Goiás
17
6.514
3
4.000
90
108.000
1.200,000
Alvorada do Norte
36
14.510
5
2.000
20
10.000
500,000
4
3.600
34
20.000
100
80.000
800,000
45
11.484
9
9.000
70
56.000
800,000
-
-
-
-
100
106.000
1.060,000
57
21.868
2
1.000
20
10.000
500,000
9
2.280
-
-
20
10.000
500,000
Flores de Goiás
19
6.220
1
0
14
15.000
1.071,429
Guarani de Goiás
26
6.388
8
4.000
30
20.000
666,667
Iaciara
19
9.153
20
10.000
50
40.000
800,000
Mambaí
17
3.348
29
14.000
30
18.000
600,000
Monte Alegre de Goiás
12
16.750
8
2.000
70
50.000
714,286
7
1.624
29
34.000
130
90.000
692,308
105
47.971
118
77.000
140
90.000
642,858
39
15.978
42
22.000
15
10.000
666,667
São João d’Aliança
4
3.900
5
4.000
97
97.000
1.000,000
Sítio d’Abadia
8
6.112
-
-
14
14.000
1.000,000
Teresina de Goiás
-
-
-
-
25
20.000
800,000
Campos Belos
Cavalcante
Colinas do Sul
Damianópolis
Divinópolis de Goiás
Nova Roma
Posse
São Domingos
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinais convencionais utilizados:
0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico
originalmente positivo..
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
(1) A área plantada foi de 95 ha e a erradicada foi de 175 ha.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
206
Tabela 21
Evolução da cultura permanente de café, em coco, segundo municípios da
região nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
1989
1980
(1)
MUNICÍPIOS
Área
(ha)
TOTAL
Produção
(t)
Área
(ha)
Produção
(t)
Área
colhida
(ha)
Produção
(t)
Produtividade
Média
(t/ha)
140
78
180
95
386
334
0,860
20
24
24
14
45
41
0,911
Cavalcante
4
1
11
6
50
50
1,000
Damianópolis
3
4
-
-
-
-
-
Divinópolis de Goiás
1
0
-
-
-
-
-
Iaciara
-
-
-
-
6
1
0,166
21
6
13
11
-
-
-
-
-
1
0
-
-
-
87
41
68
37
40
20
0,500
São Domingos
3
1
2
1
5
2
0,400
São João d’Aliança
-
-
61
26
240
220
0,917
Sítio d”Abadia
1
1
-
-
-
-
-
Alto Paraíso de Goiás
Mambaí
Nova Roma
Posse
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinais convencionais utilizados:
0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico
originalmente positivo..
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
(1) A área plantada foi acrescida de 75 ha.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
207
Tabela 22
Evolução da cultura permanente de laranja, segundo municípios da região
nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
1989
1980
(1)
MUNICÍPIOS
Produção
(1.000
frutos)
Área
(ha)
Área
(ha)
Produção
(1.000
frutos)
Área
colhida
(ha)
Produção
(1.000
frutos)
Produtividade
Média
(fruto/ha)
TOTAL
1
465
9
1.476
55
4.000
72,728
Alto Paraíso de Goiás
1
56
-
-
-
-
Alvorada do Norte
-
-
0
6
-
-
-
Campos Belos
-
-
0
26
-
-
-
Cavalcante
0
131
2
320
-
-
-
Damianópolis
0
4
-
-
-
-
-
Flores de Goiás
0
9
0
4
-
-
-
Guarani de Goiás
-
-
0
1
-
-
-
Iaciara
0
21
1
167
-
-
-
Mambaí
0
1
0
100
-
-
-
Nova Roma
0
45
-
-
-
-
-
Posse
0
4
4
338
25
2.500
100,000
São Domingos
0
21
2
439
-
-
-
São João d’Aliança
0
63
0
74
30
1.500
50,000
Sítio d’Abadia
0
110
0
1
-
-
-
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinais convencionais utilizados:
0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico
originalmente positivo..
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
(1) A área plantada foi acrescida de 490 ha e a erradicada foi de 5 ha.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
208
Tabela 23
Evolução da cultura permanente de limão, segundo municípios da região
nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
MUNICÍPIOS
Área
(ha)
TOTAL
1980
Produção
(1.000
frutos)
...
1
Área
(ha)
1989
Produção
(1.000
frutos)
Área
colhida
(ha)
Produção
(1.000
frutos)
42
-
-
...
Produtividade
Média
(fruto/ha)
-
Alvorada do Norte
5
Guarani de Goiás
...
...
0
Iaciara
...
1
...
25
Posse
...
12
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinais convencionais utilizados:
0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico
originalmente positivo..
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
... Dado numérico não disponível
Tabela 24
Evolução da cultura permanente de mamão, segundo municípios da região
nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
MUNICÍPIOS
Área
(ha)
TOTAL
...
1980
Produção
(1.000
frutos)
100
Área
(há)
...
1989
Produção
(1.000
frutos)
Área
Colhida
(ha)
Produção
(1.000
frutos)
15
-
-
Produtividade
Média
(fruto/ha)
Alto Paraíso de Goiás
...
38
Alvorada do Norte
...
2
Cavalcante
...
14
Flores de Goiás
...
2
Iaciara
...
10
...
3
Posse
...
8
...
4
São Domingos
...
20
...
6
Sítio d’Abadia
...
8
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinais convencionais utilizados:
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
... Dado numérico não disponível
-
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
209
Tabela 25
Evolução da cultura permanente de manga, segundo municípios da região
nordeste de Goiás – 1970/1989
E V O L U Ç Ã O
1970
MUNICÍPIOS
Produção
(1.000
frutos)
Área
(ha)
TOTAL
1980
...
Área
(ha)
1
2
1989
Produção
(1.000
frutos)
Área
colhida
(ha)
Produção
(1.000
frutos)
401
300
3.000
Produtividade
Média
(fruto/ha)
10.000,000
Alvorada do Norte
0
4
Damianópolis
0
2
Guarani de Goiás
0
2
Iaciara
...
1
0
47
Mambaí
0
136
Posse
2
160
São Domingos
0
50
São João d’Aliança
300
3.000 10.000,000
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinais convencionais utilizados:
0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico
originalmente positivo..
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
Tabela 26
Evolução da cultura permanente de goiaba e tangerina, com registros não
contínuos, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989
P R O D U Ç Ã O
(fruto)
MUNICÍPIOS
1970
Goiaba
1980
Tangerina
Goiaba
1989
Tangerina
Goiaba
Tangerina
TOTAL
-
-
24.000
4.000
-
-
Alvorada do Norte
-
-
-
1.000
-
-
Iaciara
-
-
21.000
2.000
-
-
Mambaí
-
-
-
1.000
-
-
Posse
-
-
3.000
-
-
-
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinal convencional utilizado:
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
210
Tabela 27
Evolução da cultura permanente de marmelo e coco-da-baía, com registros
não contínuos, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989
P R O D U Ç Ã O
(fruto)
MUNICÍPIOS
1970
Marmelo
1980
Coco-dabaía
Marmelo
1989
Coco-dabaía
Marmelo
Coco-dabaía
TOTAL
47.000
-
-
83.000
-
-
Alto Paraíso de Goiás
25.000
-
-
-
-
-
Mambaí
-
-
-
3.000
-
-
São Domingos
-
-
-
80.000
-
-
22.000
-
-
-
-
-
São João d’Aliança
FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.
NOTA – Sinal convencional utilizado:
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
capoeira. Aparentemente, como conseqüência direta dos desmatamentos e
repetidas queimadas, a área vem sofrendo lenta alteração climática, com reflexos no
regime de chuvas e aumento do período seco. Deduz-se daí que os capins exóticos
introduzidos perdem a concorrência para as espécies nativas locais ou mesmo
introduzidas, mas com muito melhor adaptação à situação atual. Na contingência de
plantas agressivas e invasoras, encontram-se o miroró (Bauhinia sp.), a vaqueta
(Thiloa sp.) e várias leguminosas como Acácia farnesiana, a conhecida esponjeira e
várias espécies de Mimora, tidas como espécies preferenciais da região da Caatinga
do Nordeste brasileiro ou de áreas similares.
Florestamento/Reflorestamento
A experiência do Setor Florestamento/Reflorestamento na região deu-se quase
exclusivamente sob a ótica dos incentivos fiscais, hoje extintos. A par de projetos e
talhões bem conduzidos, observaram-se insucessos que podem ser atribuídos à má
escolha do sítio, espécie, semente ou mudas, além da falta de práticas silviculturais.
No total, a região foi contemplada com a aprovação de uma área de 12.239,29 ha
em projetos incentivados, especialmente com as espécies florestais: Eucalyptus
grandis, E. Saligna e E. Citriodora, implantados entre 1974 e 1985, (Tabela 28).
A experiência extra-incentivo fiscal pode ser buscada fora da área, como na
região de Niquelândia (GO), onde as empresas Codemin e Níquel Tocantins
desenvolvem projetos visando ao auto-abastecimento de suas indústrias, com
carvão vegetal e, também, próximo a Posse, na região do Chapadão Central, onde a
Floryl desenvolve grande empreendimento com o objetivo de produzir celulose e
aglomerado, ambas utilizando basicamente espécies de Eucalyptus.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
211
Tabela 28
Projetos de florestamento/reflorestamento incentivados, aprovados na região
nordeste de Goiás
(contínua)
DENOMINAÇÃO
PROTOCOLO
MUNICÍPIO
ÁREA
(ha)
ESSÊNCIA
MUDAS
Sanoli IV
2824/85
Alto Paraíso
200,00
Eucalipto
833.400
Brasenf VIII
3183/84
São João d’Aliança
277,78
Eucalipto
463.059
Brasenf IX
3184/84
São João d’Aliança
222,22
Eucalipto
370.441
Recifra XVII
2621/84
Alto Paraíso
315,79
Eucalipto
526.422
Recifra XVIII
2694/84
Alto Paraíso
210,53
Eucalipto
350.954
Paraíso
3453/84
Alto Paraíso
200,00
Eucalipto
333.400
Santa Maria III
3053/84
Alto Paraíso
200,00
Eucalipto
333.400
Terplan III
2792/84
Alto Paraíso
200,00
Eucalipto
333.400
Sanoli III
2946/84
Alto Paraíso
200,00
Eucalipto
333.400
Santa Mônica II
3034/83
Cavalcante
200,00
Eucalipto
333.400
Santa Mônica II
3035/83
Cavalcante
210,53
Eucalipto
350.954
Terplan II
3036/83
Cavalcante
210,53
Eucalipto
350.954
Brasenf VI
3472/83
São João d’Aliança
210,52
Eucalipto
350.937
Brasenf VII
3471/83
São João d’Aliança
263,15
Eucalipto
438.671
Sanoli II
3658/83
Alto Paraíso
200,00
Eucalipto
333.400
Brasenf V
1933/82
São João d’Aliança
500,00
Eucalipto
833.500
Brasenf IV
1934/82
São João d’Aliança
500,00
Eucalipto
833.500
Recifra XV
1908/82
Alto Paraíso
350,00
Eucalipto
583.450
Recifra XVI
1909/82
Alto Paraíso
350,00
Eucalipto
583.450
Santa Mônica I
2297/82
Cavalcante
300,00
Eucalipto
500.100
Santa Maria I
2295/82
Cavalcante
300,00
Eucalipto
500.100
Terplan I
2296/82
Cavalcante
300,00
Eucalipto
500.100
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
212
Tabela 28
Projetos de florestamento/reflorestamento incentivados, aprovados na região
nordeste de Goiás
(conclusão)
DENOMINAÇÃO
PROTOCOLO
MUNICÍPIO
ÁREA
(ha)
ESSÊNCIA
MUDAS
Sanoli I
2234/82
Alto Paraíso
200,00
Eucalipto
333.400
Brasenf III
1391/81
São João d’Aliança
250,00
Manga
25.000
Araflora III
1725/81
São João d’Aliança
100,00
Eucalipto
166.700
Recifra XIV
1727/81
Alto Paraíso
570,00
Eucalipto
950.150
Recifra XIII
1728/81
Alto Paraíso
180,00
Eucalipto
300.000
Brasenf II
3413/80
São João d’Aliança
250,00
Manga
25.000
Recifra X
3825/80
Alto Paraíso
257,03
Manga
25.703
Recifra IX
3826/80
Alto Paraíso
367,19
Manga
36.719
Recifra XII
3943/80
Alto Paraíso
50,00
Goiaba
5.000
Recifra XIII
2824/79
São João d’Aliança
500,00
Eucalipto
833.500
Brasenf I
2644/79
São João d’Aliança
500,00
Manga
50.000
Nova Veneza I
2690/79
São João d’Aliança
350,00
Manga
35.000
Recifra VII
2823/79
São João d’Aliança
500,00
Eucalipto
833.500
Recifra V
2821/79
Alto Paraíso
50,00
Manga
5.000
Recifra VI
2822/79
Alto Paraíso
94,00
Manga
9.400
Nova Veneza III
0424/78
São João d’Aliança
50,00
Manga
5.000
Nova Veneza II
0425/78
São João d’Aliança
50,00
Manga
5.000
Recifra IV
3095/78
Alto Paraíso
700,00
Eucalipto
1.166.200
Recifra III
3094/78
Alto Paraíso
300,00
Eucalipto
499.800
Recifra II
3047/77
Alto Paraíso
600,00
Eucalipto
999.600
Recifra I
4947/74
Alto Paraíso
400,00
Eucalipto
666.800
FONTE – IBAMA, Goiás, 1990
Com o advento da instituição dos Planos de Manejo Sustentado de Floresta,
iniciado por volta de 1987, a região passa a contar com experiências isoladas, mas
que poderão ser de grande valia no futuro, no que tange ao reflorestamento com
nativas.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
213
Qualidade Ambiental
A situação atual da qualidade ambiental da área é retratada,
experimentalmente, em mapa anexo na escala de 1:500.000. o cruzamento dos
atributos naturais com os usos ocorrentes propiciou um diagnóstico ambiental com a
classificação das áreas em Estável, Alerta e Crítica. A situação cartografada referese aos impactos ambientais configurados e observados no decorrer dos trabalhos de
campo, podendo ter ocorrido omissões, pela falta de observações mais acuradas ou
mesmo pela própria escala de mapeamento.
A base do mapeamento foi o zoneamento do Potencial Geoambiental, também
utilizada para o Zoneamento Agroecológico.
As unidades de mapeamento definem a vegetação natural em seus diversos
tipos fisionômicos, o índice atual de cobertura em percentagem e as classes naturais
de predisposição à erosão.
Os usos foram cartografados com a utilização de símbolos nas áreas
consideradas de concentração, tendo sido constatado: agricultura, com lavouras de
subsistências ou de pequenas parcelas, lavouras irrigadas por inundação, lavouras
tecnificadas anuais e lavouras perenes; pecuária, em pastagem natural e pastagem
plantada; vegetação secundária ou capoeiras; florestamento/reflorestamento com
Eucalyptus; exploração madeireira em áreas de Floresta Estacional; extração de
lenha para carvoejamento e atividades de mineração e garimpo. Localizadamente,
ainda ocorre extrativismo vegetal (flores silvestres) e utilização de áreas para
recreação, lazer e turismo.
Entre os impactos ambientais configurados destacam-se problemas de erosão
superficial e em subsuperfície, com voçorocamento e desbarrancamento;
comprometimento da qualidade de água pelo uso de mercúrio e agrotóxicos e a
descaracterização fitoecológica. Procurou-se, também, listar os fatores e processos
envolvidos e, sempre que possível, relacionando-os como causa ou efeito.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
214
Conclusões e Sugestões
De acordo com os estudos realizados na região, cabe ressaltar as seguintes
considerações:
1) Quanto às recomendações de uso:
- 7.175 km2 da área (18,5%) foram recomendados para culturas anuais;
- 2.056 km2 da área (5,3%) foram recomendados para culturas perenes;
- 7.563 km2 da área (19,5%) foram recomendados para pastagem plantada;
- 427 km2 da área (1,1%) foram recomendados para florestamento /
reflorestamento;
- 9.075 km2 da área (23,4%) foram recomendados para pastagem natural; e
- 11.248 km2 da área (29,0%) foram recomendados para serem preservados.
2) Quanto à fertilidade natural:
- 8.416 km2 da área, correspondendo a 21,7% da área total mapeada,
apresentam solos possuidores de média e alta fertilidade natural (eutróficos), devido
aos altos teores de cálcio + magnésio;
- 4.654 km2 da área, equivalendo a 12,0% da área total mapeada, apresentam
baixa fertilidade natural (solos distróficos);
- 3.956 km2 da área, correspondendo a 10,2% da área total mapeada,
apresentam muito baixa a baixa fertilidade natural (solos álicos e distróficos); e
- 20.518 km2 da área, equivalendo a 52,9% da área total mapeada, apresentam
muito baixa fertilidade natural (solos álicos).
3) Quanto às terras para irrigação:
- 5.780 km2 da área, correspondendo a 14,9% da área total mapeada,
apresentam terras consideradas Boas para irrigação;
- 3.413 km2 da área, equivalendo a 8,8% da área total mapeada, apresentam
terras consideradas Regulares para irrigação;
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
215
- 2.133 km2 da área, correspondendo a 5,5% da área total mapeada,
apresentam terras consideradas Restritas para irrigação;
- 17.685 km2 da área, correspondendo a 45,6% da área total mapeada,
apresentam terras consideradas Muito Restritas para irrigação; e
- 8.533 km2 da área, equivalendo a 22% da área total mapeada, apresentam
terras consideradas Não Irrigáveis.
4) Quanto à predisposição à erosão:
- 2.366 km2 da área (6,1%) correspondem a terras que apresentam Muito Fraca
predisposição à erosão;
- 3.219 km2 da área (8,3%) correspondem a terras que apresentam Fraca
predisposição à erosão;
- 5.818 km2 da área (15,0%) correspondem a terras que apresentam Fraca a
Moderada predisposição à erosão;
- 2.482 km2 da área (6,4%) correspondem a terras que apresentam Moderada
predisposição à erosão;
- 6.128 km2 da área (15,8%) correspondem a terras que apresentam Moderada a
Forte predisposição à erosão;
- 3.336 km2 da área (8,6%) correspondem a terras que apresentam Forte
predisposição à erosão;
- 12.605 km2 da área (32,5%) correspondem a terras que apresentam Muito
Forte predisposição à erosão; e
- 1.590 km2 da área (4,1%) correspondem a terras que apresentam uma
predisposição Especial à erosão.
5) Quanto à mecanização:
- 6.904 km2 da área, equivalendo a 17,8% da área total mapeada, apresentam
terras consideradas Boas para mecanização;
- 4.499 km2 da área, equivalendo a 11,6% da área total mapeada, apresentam
terras consideradas Regulares para mecanização;
- 10.006 km2 da área, equivalendo a 25,8% da área total mapeada, apresentam
terras consideradas Restritas para mecanização; e
- 16.135 km2 da área, equivalendo a 41,6% da área total mapeada, apresentam
terras consideradas Inaptas para mecanização.
6) De acordo com os dados mencionados nos itens 1 a 5, conclui-se:
- Devido às limitações que apresentam (baixa fertilidade natural, deficiência de
água, predisposição à erosão e/ou impedimento à mecanização), 20.323 km2 da
área, correspondendo a 52,4% da área total, não são recomendados para o uso
agrícola (culturas anuais e perenes, pastagem plantada e florestamento /
reflorestamento), sendo indicados à manutenção de sua vegetação natural,
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
216
permitindo o seu aproveitamento com pastagem natural, no extrato graminoso e
arbustivo (9.075 km2/23,4%) e à preservação de sua flora e fauna (11.248
km2/29,0%);
- 8.416 km2 da área (21,7%) apresentam solos sem necessidade de calcário
como corretivo, eventualmente necessitando para suprimento de cálcio + magnésio
(englobam solos eutróficos, possuidores de saturação por bases > 50%);
- 29.128 km2 da área (75,1%) apresentam solos com necessidade de calcário
como corretivo e para suprimento de cálcio + magnésio (englobam solos álicos,
saturação por alumínio > 50%, e/ou distróficos, saturação por bases de alumínio <
50%; e
- 5.780 km2 da área (14,9%) apresentam terras que estão incluídas na classe
boa para irrigação. Fazem parte dessa classe, solos profundos e muito profundos,
bem a acentuadamente drenados, ocorrendo em relevo plano e suave ondulado,
que permite a utilização de máquinas, e não apresentam impedimentos físicos para
o desenvolvimento dos vegetais. Ocorrem solos álicos, distróficos e/ou eutróficos.
7) A região nordeste do Estado de Goiás é ocupada por solos que apresentam pelo
menos um fator limitante ao uso agrícola. Com o objetivo de aumentar a capacidade
produtiva dos solos, têm sido enfatizadas excessivamente a elevação dos níveis de
fertilidade e a correção da acidez. Entretanto, as práticas de manejo que preservam
ou melhoram as propriedades físicas que implicam a retenção de água,
permeabilidade, aeração e profundidade efetiva não são enfocadas com a
necessária ênfase.
A expansão da fronteira agrícola fez com que nos últimos 5 anos houvesse um
substancial aumento da cultura de soja (vide Figuras 40, 41 e 42) na região, e com
ela o uso excessivo de máquinas agrícolas que podem provocar pulverização,
compactação e adensamento e consequentemente a erosão dos solos. Dessa
maneira, são recomendáveis para essas áreas práticas que minimizem os efeitos
negativos da mecanização excessiva, além de diminuir o efeito do impacto da chuva
sobre o solo e o escoamento superficial da água.
8) A região apresenta um período seco que varia de 5 a 6 meses, sendo esta
deficiência de água um fator limitante ao uso agrícola, acentuado pela ocorrência de
veranico (período seco que ocorre durante a estação chuvosa) que, em função de
sua intensidade e duração, provoca maior ou menor redução na produtividade das
culturas, sendo imprevisível o período de ocorrência do fenômeno, tornando, com
isso, difícil a tomada de medidas destinadas a minimizar os seus efeitos.
Recomenda-se cultivar variedades que tenham comprovada tolerância à deficiência
hídrica e maior eficiência no aproveitamento de água.
9) Na Microrregião Vão do Paranã, unidade de mapeamento CA1, ocorre solo
Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico, sob relevo plano e suave ondulado,
constituindo a área de maior potencial agrícola da região.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
217
Nessa área, há o crescimento da pecuária com o uso do solo com pastagem
plantada, não havendo nesse caso o aproveitamento mais intensivo do potencial
agrícola que essas terras oferecem.
Nesta unidade, ocorre parte das últimas reservas florestais nativas de Goiás.
objetivando a manutenção de parte dessa reserva, a exploração agrícola deverá ser
acompanhada com obediência ao Código Florestal, que estabelece normas para a
preservação das florestas e demais formas de vegetação, bem como a exploração
baseada nas modernas técnicas de manejo sustentado de florestas.
10) Qualquer tipo de exploração do solo deve ser efetuado por meio de critérios que
permitam a continuidade a longo prazo, do processo produtivo, visando ao bem
estar das gerações futuras e, principalmente, a curto prazo, do uso racional do solo,
em suas atividades agropecuárias. Há necessidade de planejar e implementar os
tipos de usos recomendados, tendo como base as bacias hidrográficas, com o fim de
facilitar o manejo dos solos.
A Chapada dos Veadeiros, nas áreas indicadas para lavouras, na região de
Alto Paraíso de Goiás, apresenta condições favoráveis para implantação de projetos
com culturas temperadas, desde que sejam tomadas todas as providências no
sentido de usar variedades climaticamente adaptadas às condições locais.
11) O conhecimento dos recursos naturais da região e os estudos sobre o
Zoneamento Agroecológico deverão servir de subsídios para a implementação de
políticas de ordenamento territorial com o uso racional do solo.
Para implantação de projetos específicos nos moldes de empresas rurais ou
mesmo de nicho de colonização, recomendam-se estudos mais detalhados da área
do empreendimento.
12) A situação da cobertura vegetal natural superior a 60% confere à região
nordeste o maior índice percentual de todo o Estado de Goiás. Esta situação,
aparentemente de equilíbrio, é atribuída à existência de extensas áreas não
agricultáveis devido a fatores impeditivos de solo e relevo (Tabela 29).
13) Visando à preservação e à perpetuação da explotação da aroeira recomenda-se:
- agilizar a fiscalização – permitindo o desmatamento e retirada de madeira,
apenas dentro do estritamente autorizado;
- pesquisar seu comportamento, cultivo e exploração; e utilizar manejo
exploratório resguardando matrizes (manejo positivo).
14) Criação de Reserva Biológica ou equivalente, para a aroeira.
Ao ritmo desenfreado que se processa a exploração da aroeira, técnicos
preocupados com o problema estimam o esgotamento desta atividade em prazo
inferior a 10 anos. É consenso entre a comunidade científica a necessidade da
pesquisa visando a obter dados, principalmente quanto ao seu comportamento,
cultivo e exploração. Neste sentido, a criação de uma Reserva ou Área de Proteção
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
218
Tabela 29
Evolução dos antropismos na região nordeste de Goiás – 1981/1988
S I T U A Ç Ã O
Em 1981
MUNICÍPIOS
Percentagem
em Relação ao
total
Área
2
(km )
TOTAL
Em 1988
Área
2
(km )
Percentagem
em Relação ao
total
38.785,0
100,0
38.785,0
100,0
17.825,2
46,0
17.426,0
44,9
5.139,1
13,3
5.136,6
13,2
Savana gramíneo-lenhosa
506,9
1,3
462,8
1,2
Floresta estacional semidecidual aluvial
345,2
0,9
339,3
0,9
1.957,2
5,0
1.263,9
3,3
6.489,0
16,7
5.654,4
14,6
20,0
0,1
293,3
0,8
3.978,1
10,2
7.384,1
19,0
36,1
0,1
85,5
0,2
-
-
316,8
0,8
Vegetação natural (formações)
Savana arbórea aberta
Savana parque
Floresta estacional decidual
submontana
Áreas de tensão ecológica (contato
savana-floresta)
Uso (antropismos)
Agricultura
Pastagem plantada
Reflorestamento
Vegetação secundária
FONTE – Projeto RADAMBRASIL, 1981, adaptado e Imagens LANDSAT 5 TM, 1988.
NOTAS – 1. Cálculo das áreas efetuado pelo método de pesagem dos ambientes na escala
1:250.000, considerando-se a formação ou ocupação dominante.
2. Sinal convencional utilizado:
- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
em seu ecossistema mais representativo, dentro do Estado de Goiás e talvez do
Brasil, seria altamente positivo e desejável, pois aí estaria sendo perpetuado um
banco de germoplasma para a espécie, bem como o local ideal para se proceder a
tais pesquisas. A área sugerida está localizada dentro do que se pode chamar de
centro de dispersão da espécie ou sua área core, constituindo razoável porção de
Floresta Estacional, teoricamente em seu estado natural ou, ainda, muito pouco
explorada.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
219
15) Ampliação do Parque Estadual da Terra Ronca
A criação do Parque Estadual da Terra Ronca, visando à proteção do mais rico
sistema espeleológico da América do Sul, constitui iniciativa altamente elogiável.
Entretanto, a plena preservação das cavernas e grutas depende também da
manutenção e equilíbrio dos diversos fatores ambientais envolvidos, sejam físicos,
bióticos ou químicos. Uma alteração, porventura provocada nas cabeceiras da rede
hidrográfica que banha o sistema, pode ocasionar aceleração ou retardamento no
processo de dissolução do calcário, provocando, a longo prazo, danos imprevisíveis
ao conjunto. A sugestão para ampliar a Área de Proteção Integral se prende também
à necessidade da preservação do ecossistema das Veredas, constituído por uma
fauna e flora, rica e bastante singular.
16) Para o fortalecimento da silvicultura regional, seria conveniente instalar-se em
cada Região Geoambiental um sistema de experimentação com parcelas de
competição, em princípio, com as diversas espécies indígenas ou exóticas
indicadas. A instalação e a coordenação destes experimentos poderão se dar na
forma de convênios de cooperação com entidades de pesquisas afins, como a
EMBRAPA, através do CPAC; IBAMA com o seu Centro de Pesquisa Florestal da
Região dos Cerrados, ou, ainda, através do órgão estadual, responsável pela
implementação da Política Florestal, recentemente aprovada. Recomenda-se que,
quando possível, sejam aproveitadas áreas e instalações de empresas
reflorestadoras locais.
17) Para salvaguardar rico patrimônio cultural da região, a criação e delimitação de
uma área destinada à proteção das comunidades negras (kalungas), dos vãos de
serras, próximo à foz do rio Bezerra no Paranã, envolvendo parte dos Municípios de
Monte Alegre de Goiás, Cavalcante e Teresina de Goiás, é enfatizada como medida
emergencial.
Ressalta-se que estudos neste sentido estão sendo produzidos e promovidos
pelo Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia – IGPA.
A par das ameaças presentes, de caráter socioeconômico, representadas pela
especulação de terras e outras formas de pressão, configura-se a possibilidade da
construção de uma usina hidrelétrica que inundaria parte destas terras. Dados
obtidos com Furnas – Centrais Elétricas S/A – mostram que a construção da Usina
de Foz do Bezerra é objeto de estudo de viabilidade em fase de conclusão, e
prevista no plano 2010 da ELETROBRÁS e cujo início de geração se daria em
março de 1999. Esta hidrelétrica, cuja construção prevê a instalação de três (3)
unidades geradoras de 100 MW cada, terá o seu reservatório represado na Cota 412
e formará um espelho de água com cerca de 651 km2 .
18) Com relação ao setor mineral, embora o potencial mineiro necessite de estudos
de maior detalhe para definir com segurança as possibilidades metalogenéticas da
área, cabem as seguintes considerações:
- a cassiterita, cuja extração, outrora intensa, está penalizada devido à falta de
rentabilidade, embora continue sendo objeto de trabalhos de pesquisa para
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
220
dimensionamento de reservas que, em função da recuperação do preço no mercado
internacional, deverão ser lavradas;
- o beneficiamento de calcário para corretivo de solos, de modo geral, apresenta
caráter sazonal, atendendo a demanda proporcionada pela agricultura praticada no
Estado da Bahia. Nas áreas de mineração observadas na região, verificou-se que,
mesmo nos empreendimentos de maior porte, como em São Domingos e Campos
Belos, não há recuperação do pó proveniente do beneficiamento, material que, por
apresentar granulometria pequena, possui elevado poder de reatividade quando
utilizado para calagem;
- deve-se ressaltar também que algumas dessas áreas de extração não
possuem registro com a especificação do material, que deve ser feito junto à
delegacia do Ministério da Agricultura, além de adotarem práticas de mineração
incompatíveis com a preservação ambiental, contribuindo para o assoreamento de
córregos, com lançamento de rejeitos da lavra, como ocorre em Mambaí;
- com relação ao beneficiamento de manganês em jazidas situadas no Município
de São João d’Aliança (Pedra Preta, Buritizinho), deve-se ressaltar a inexistência de
barragens de contenção dos resíduos provenientes da lavagem do minério;
- a extração de ouro na região nordeste do Estado de Goiás é feita através de
empresas, como em Cavalcante e Aurominas, e por meio de garimpagem. Em
Aurominas, a lavra inicialmente foi feita a céu aberto, estando atualmente em
processo de lavra subterrânea, com vida útil prevista de dois anos no nível das
reservas atuais; em Cavalcante a lavra também é subterrânea. Enquanto na primeira
empresa o processo de recuperação do ouro é feito através de amalgamação, na
segunda é adotado o processo de flotação em coluna;
- a atividade garimpeira desenvolve-se em áreas aluvionares como em
Cavalcante (rios Traíras, São Félix, do Carmo e Maranhão) e em material primário
como filões de quartzo em São Domingos e em veios de quartzo e grafita-xistos em
Monte Alegre de Goiás (Morro do Borges e Tucano). Nas áreas em que ocorre
atividade garimpeira e que futuramente serão inundadas, devido à construção das
usinas hidrelétricas de Serra da Mesa e Cana-Brava, situadas na parte nordeste da
região, tal atividade poderia ser liberada, condicionada à não-utilização de mercúrio.
O desenvolvimento de sistemas de recuperação do ouro sem o uso do mercúrio para
utilização em garimpos poderia ser dimensionado através da METAGO.
19) Durante os trabalhos de campo foram coletadas vinte (20) amostras de
sedimento de corrente para dosagem de mercúrio, tendo em vista a atividade de
garimpagem que se desenvolve na área, assim como para obter dados referentes a
resíduos de mercúrio provenientes de plantas de beneficiamento de minério de Ouro
(Figura 43).
A descrição dos pontos amostrados, situação e localização encontram-se
listados a seguir.
A amostragem não foi sistemática, apenas alguns córregos foram alvo desse
trabalho. Observando-se os valores obtidos, verifica-se que, na área de São
Domingos, a quantidade de mercúrio lançada no lago da represa constitui o maior
valor encontrado, isto em parte é devido ao fato de ter sido amostrado material da
calha de lavagem de ouro que ali se encontra.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
222
O levantamento de dados referentes ao teor de mercúrio pretende mostrar a
situação que se configura na área, sendo necessários estudos mais detalhados no
sentido de delimitar as áreas de dispersão desse elemento, a partir dos locais em
que é lançado na rede de drenagem.
A legislação ambiental fixa padrões de qualidade para as distintas classes de
água, assim como define os padrões de emissão de poluentes. O Decreto 1.745, de
6 de dezembro de 1979, aprovou o regulamento da Lei nº 8.544, de 17 de outubro
de 1978, que dispõe sobre a preservação e o controle da poluição do meio
ambiente. Com relação ao mercúrio, o padrão de qualidade para água das classes 2
e 3 não permite teor de mercúrio superior a 0,002 mg/l (dois milésimos de miligrama
por litro), o mesmo se aplica à classe 4, quando utilizada para abastecimento
público, enquanto para a água da classe 1 não serão tolerados lançamentos de
efluentes mesmo tratados.
Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados na
rede de drenagem com teor máximo de mercúrio de 0,01 mg/l (um centésimo de
miligrama por litro).
Na região nordeste do Estado de Goiás, a Curadoria do Meio Ambiente
suspendeu a atividade de garimpagem nos rios Traíras, Maranhão, Carmo e São
Félix, no Município de Cavalcante, apoiando-se na Lei nº 7.805 que considera a
atividade garimpeira não regularizada, como crime ecológico.
Esse procedimento evitará que aumentem os danos ao meio ambiente, como o
assoreamento dos córregos e o uso indiscriminado de mercúrio; entretanto, não
somente as áreas de maior concentração de garimpeiros devem ser alvo dessa
iniciativa, mas também os focos de garimpagem localizada e a emissão de efluentes
por empresas mineradoras devem ser controlados.
Através dos dados apresentados, pretende-se levantar o problema referente ao
uso indiscriminado do mercúrio em áreas onde a atividade garimpeira é localizada e
envolve número reduzido de pessoas, mas que mesmo nessas condições constitui
fator de comprometimento da qualidade da água.
Amostragem de sedimento de corrente para análise de Hg-localização (Figura
43).
1 - Córrego com nascente no local onde é moído e lavado material para extração
de ouro. Localizado dentro da cidade de Monte Alegre de Goiás, em uma rua,
local em que há vegetação do tipo junco.
2 - Córrego anterior nas proximidades da lavagem do material, onde é colocado o
mercúrio.
3 - Córrego Sucuri, a 3,6 km de Monte Alegre de Goiás (GO-118). Nesse córrego,
é feita a captação da água da cidade de Monte Alegre de Goiás. Há moagem e
lavagem de material para extração de ouro nas cabeceiras do córrego,
segundo informações.
4 - Córrego Riacho dos Cavalos (na saída do povoado em direção oeste). Local
em que há extração de ouro com utilização de mercúrio (garimpo mecanizado
Tucano).
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
223
5 - Auromas – Córrego Lambedor, na área da Mina de Ouro da Toniolo Busnello
S.A.
6 - Nascente de córrego dentro da Mina da Toniolo no povoado de Aurominas. O
ponto de coleta está próximo da planta de tratamento da Mina, onde é usado
mercúrio.
7 - Margem esquerda do rio das Pedras, na localidade de Aurominas, junto à
ponte.
8 - Rio São João, 2,8 km a norte de Teresina de Goiás na GO-118.
9 - Córrego Lava Pés, no limite (chegada) da cidade de Cavalcante, efluentes do
beneficiamento de Au da mina, uso de mercúrio.
10 - Rio das Almas, 5 km de Cavalcante indo para Teresina de Goiás, margem
esquerda a montante da ponte.
11 - Córrego Mosquito, divisa de Municípios Cavalcante-Teresina de Goiás, a
jusante da ponte, margem direita.
12 - Córrego Ouro Fino, São Domingos, garimpo de ouro. O córrego está seco.
13 - Morro do Capote, São Domingos, nascente do córrego que drena o morro onde
houve extração de ouro. O material continua sendo extraído, mas é lavado em
outro local.
14 - Rio São José, Município de São
garimpagem de ouro.
Domingos, na cabeceira do rio houve
15 - Amostra coletada na saída da bica de lavagem de material do Sr. Geraldinho,
nas margens do lago de São Domingos. O material (veio de quartzo) é extraído
no Ouro Fino e no Morro do Capote, sendo moído e lavado junto ao lago da
represa de São Domingos.
16 - Mesmo local da amostra 15, material mais grosseiro depositado após a calha
de lavagem.
17 - Córrego Fundo, afluente da Grota Seca, vicinal secundária saindo da estrada
Cavalcante-Colinas em direção à Serra do Tombador.
18 - Rio Piau, na estrada de Cavalcante-Colinas, garimpagem na cabeceira.
19 - Rio Montes Claros (São Domingos), estrada Cavalcante-Colinas.
20 - Rio São Bartolomeu, 3 km de Cavalcante na saída para Colinas. Houve
atividade de garimpagem na área.
20) O estudo do clima da região nordeste de Goiás é de suma importância para
subsidiar o desenvolvimento socioeconômico regional. A normalidade, freqüência e
acúmulo de dados, num espaço considerável de anos, assim como a densidade das
Estações Meteorológicas, se fazem necessários para o conhecimento da dinâmica
do clima.
Com base nos dados existentes e canalizados para o presente trabalho, foi
possível chegar-se a algumas conclusões diretamente relacionadas ao
desenvolvimento socioeconômico.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
224
Os maiores índices pluviométricos ocorrem nas áreas mais movimentadas e
com maiores cotas altimétricas. O mesmo se verifica com relação ao excedente
hídrico, deficiência hídrica e evapotranspiração potencial.
Esta situação é uma das que caracterizam a grande vulnerabilidade do
ambiente à degradação. Os fatores que contribuem para os extremos estão ligados
às características físicas da área, geologia, relevo e solo. Essa tríade condiciona a
baixa capacidade de armazenamento de água, que junto a um forte e rápido
aquecimento diuturno, devido aos elevados níveis de radiação a que fica sujeita a
região pela sua posição geográfica, provoca um ressecamento acelerado, aliado a
um alto índice de evapotranspiração potencial.
A constatação de índices hídricos com baixas médias anuais de pluviosidade,
déficit hídrico, entre outros, onde se verificam as maiores médias térmicas, pode ser
interpretada como sendo uma situação de dependência dos fatores físicos dos solos
como textura, estrutura e profundidade dos diferentes tipos de solos que ocorrem na
região. Esse aspecto deve influir na capacidade de campo, que consequentemente
pode alterar o tempo de duração do período de excedentes hídricos nessas áreas.
Considere-se também que as áreas baixas do Vão do Paraná são protegidas dos
ventos secos e constantes do SE e NE, e que os aquíferos perenes da região têm
como fonte de abastecimento o lençol freático do Planalto do Divisor São FranciscoTocantins.
Esse fenômeno pode não ter importância para a identificação de variações
climáticas regionais, mas sem dúvida tem importância na identificação da dinâmica
ambiental, através da influência que provoca nos processos morfoclimáticos atuais e
nos regimes das cheias dos rios. Um cuidadoso estudo desses fenômenos pode
fornecer importantes informações aos projetos de desenvolvimento e aproveitamento
agrícola da região, principalmente se este desenvolvimento contemplar a utilização
do potencial hídrico para irrigação.
21) Considerações sobre a infra-estrutura da região nordeste devem ser
assinaladas, uma vez que procedimentos visando ao desenvolvimento dessa área
necessariamente irão exigir rodovias para o escoamento de safras e disponibilidade
de energia elétrica para a implantação de agroindústrias.
A região apresenta dois eixos principais de escoamento da produção,
constituídos pela BR-020, na porção sudeste da área, interligando o nordeste goiano
com Brasília e com o Estado da Bahia; e na parte central, a GO-118 que liga o
Distrito Federal aos Municípios de São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás,
Teresina de Goiás, Monte Alegre de Goiás e Campos Belos.
A interligação da BR-020 com a GO-118, cortando transversalmente a área no
sentido leste-oeste, é feita através de estradas sem pavimentação que na época de
chuvas apresentam condições precárias, como na ligação Posse-Iaciara-Nova
Roma-Aurominas-GO-118 ou São Domingos-Divinópolis de Goiás-Vazante-PrataGO-118 e Alvorada do Norte-Flores de Goiás-Alto Paraíso de Goiás. A melhoria nas
condições de tráfego entre a BR-020 e a GO-118 inclui a conclusão da ponte sobre
o rio Paranã entre Iaciara e Nova Roma, cujos trabalhos encontram-se paralisados,
embora as fundações tenham sido concluídas, além da pavimentação dos trechos
mencionados e da ligação Flores de Goiás-BR-020.
A ligação rodoviária da região nordeste com a região norte do Estado de
Goiás, através dos municípios de Colinas de Sul e Cavalcante, se reveste de grande
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
225
importância, uma vez que essa conexão dará acesso à futura ferrovia Norte-Sul,
prevista como eixo de escoamento da produção do Brasil Central.
Com a entrada em operação da usina hidrelétrica de São Domingos, a
população da região nordeste viu atendida uma antiga reivindicação, que incluiu a
melhoria da rede de transmissão, proporcionando energia sem as constantes
oscilações e interrupções que freqüentemente ocorriam. A geração de São
Domingos (12.000 KVA) não será suficiente para atender o aumento de demanda
proveniente do fomento à industrialização, irrigação e empreendimentos mineiros.
Entretanto, a construção das hidrelétricas de Serra da Mesa e Cana-Brava
(FURNAS) poderá proporcionar à CELG energia suficiente para atender o
desenvolvimento do nordeste goiano.
Com o desenvolvimento da agricultura mecanizada em grande escala no
Estado da Bahia, ao longo da divisa com Goiás, municípios como Alvorada do Norte,
Posse e, em menor escala, São Domingos e Campos Belos, constituíram-se em
fornecedores de insumos (calcário, defensivos agrícolas, autopeças, pneus, oficinas,
implementos agrícolas) e de mão-de-obra a tal atividade. Cabe ressaltar que,
embora a região nordeste não possua áreas aptas à mecanização de lavouras com
as dimensões existentes no oeste da Bahia, possui terras mais férteis e com
características físicas melhores, situadas na região do Vão do Paranã. Com a
adoção de políticas voltadas ao desenvolvimento da região, grande parte do Vão do
Paranã poderá suportar empreendimentos agrícolas e de reflorestamento, conforme
comentário descrito anteriormente no item 9.
Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste
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Ademir Benedito de Oliveira