Melhor Idade – Oficinas de Produção1
Patrícia da Silva Fonseca. Economista Doméstica e estudante não-vinculado do Programa de
Pós-Graduação em Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa. Endereço: Rua
João Valadares Gomes nº 210, bairro JK, Viçosa-MG. E-mail: [email protected].
Talita da Conceição de Oliveira Fonseca. Economista Doméstica. Endereço: Rua João
Valadares Gomes nº 210, bairro JK, Viçosa-MG. E-mail: [email protected].
RESUMO
PMTI /PRATI, Programa Municipal da Terceira Idade e Programa de Atenção
Coletiva a Terceira Idade, vem sendo desenvolvidos no Núcleo de Saúde Publica (NUSP) do
Departamento de Nutrição e Saúde (DNS) da Universidade Federal de Viçosa, através de
convenio firmado entre o DNS/NUSP/UFV e Prefeitura Municipal de Viçosa, visando
primordialmente à organização de instituições de forma compartilhada, no sentido de
enfrentar os desafios inerentes ao inicio do terceiro milênio, no que concerne ao grupo da 3°
idade.
Este projeto elaborado com o apoio da UFV, PMV, Casa do Empresário, e comércio de
Viçosa, tendo como objetivo, além da promoção da saúde física e mental do idoso, mostrar
para a sociedade que o individuo idoso é pleno em seu exercício de cidadania.
As Oficinas de Produção visam à melhoria das condições de saúde sociais, emocionais,
culturais e outra necessidades vivenciadas pelo idoso.
As atividades desenvolvidas nesta oficina deverão reforçar a coordenação motora global e
fina, a socialização, a autoconfiança, o sentimento de utilidade e auto-estima, bem como
diminuir a solidão e a agressividade, estimular a cooperação e a responsabilidade em
atividades de grupo, estimular a memória, concentração e a atenção e o cuidado com os
materiais do setor, evitando a diminuição das atividades mentais e a rotina promovendo a
melhoria do uso do tempo e a orientação nas atividades da vida diária.
Os resultados das oficinas mostram que capacidade de aprender e de observar as experiências
acumuladas leva a um desabrochar por parte dos idosos, no que se refere à aprendizagem. A
criação de oportunidades para que este processo aconteça é de grande importância, pois a
maioria dos idosos, ao se aposentar perde esta motivação, alem do seu papel social e de sua
rotina.
Palavras-Chaves: idosos, oficinas, terceira idade, PMTI, qualidade de vida.
1
Trabalho desenvolvido no Programa Municipal da Terceira Idade-Viçosa-MG
INTRODUÇÃO
O PMTI /PRATI O Programa Municipal da Terceira Idade e Programa de Atenção
Coletiva a Terceira Idade, vem sendo desenvolvidos no Núcleo de Saúde Publica (NUSP) do
Departamento de Nutrição e Saúde (DNS) da Universidade Federal de Viçosa, através de
convenio firmado entre o DNS/NUSP/UFV e Prefeitura Municipal de Viçosa, visando
primordialmente à organização de instituições de forma compartilhada, no sentido de
enfrentar os desafios inerentes ao inicio do terceiro milênio, no que concerne ao grupo da 3°
idade.
Em função das constantes mudanças demográficas que se apresentam e do aumento na
expectativa de vida, faz-se necessário o conhecimento dos problemas concretos vividos
atualmente, os quais serão sistematizados de forma a receber uma estrutura programada para a
solução dos mesmos, com pesquisas, reflexões, reuniões com grupos e outros.
O Projeto Oficinas de Produção para a Terceira Idade tem por objetivo a criação de
oficinas, visando à exteriorização das potencialidades dos idosos e o desenvolvimento da
cultura através de atividades planejadas, bem como a melhoria da saúde física e mental como
um todo.
Este projeto foi elaborado com o apoio da UFV, PMV, Casa do Empresário, e comércio
de Viçosa, tendo como objetivos além da promoção da saúde física e mental do idoso, mostrar
para a sociedade que o individuo idoso é pleno em seu exercício de cidadania.
O perfil da população mundial tem apresentado visíveis alterações nas últimas décadas,
dada à expansão da expectativa de vida e dado o conseqüente aumento do número de idosos
na população (Ferreira, 2000).
Seguindo a tendência mundial, o Brasil, à semelhança dos demais países latinoamericanos, também está passando por um processo de envelhecimento populacional muito
rápido e intenso (Ferreira, 2000).
Paschoal (1996) afirmou que a maior parte da literatura geriátrica e geriontológica aceitam
um ponto de corte aos 65 anos, a partir dos quais os indivíduos seriam considerados idosos.
Segundo esse autor, este é o corte etário adotado pela Organização das Nações Unidas para os
países desenvolvidos, enquanto para países em desenvolvimento, onde a expectativa media de
vida é menor, considera-se que a idade de 60 anos seja de transição das pessoas para o
segmento idoso da população.
De acordo com NETTO (1996), o aumento da população idosa se deve à diminuição da
taxa de mortalidade e da taxa de fecundidade e à migração. A diminuição da taxa de
mortalidade, principalmente depois do surgimento das terapias e dos antibióticos, leva ao
aumento da expectativa de vida, resultando no envelhecimento populacional em quase todos
os países.
Ainda de acordo com o mesmo autor, o aumento da proporção de idosos está relacionado
também com a diminuição da taxa de fecundidade, dado à adoção maciça de métodos
contraceptivos, especialmente a esterilização feminina, o que resulta em menor número de
filhos por mulher em idade fértil. Essa redução de filhos por mulher, associada à elevação da
expectativa de vida, pode resultar no aumento na proporção de idosos, comparados à
população jovem.
A migração, segundo Netto (1996), apesar de não ser um fator constante no Brasil e não
interferir na pirâmide etária tem importância relativa e pode alterar a distribuição de dada
população a ela submetida, visto que quem migra, geralmente, é os jovens a procura de
melhores condições de vida, com maiores e melhores opções de trabalho; no entanto, quando
migram, deixam os mais velhos, aumentando, assim, o número de idosos na área de
emigração.
San Martin e Pastor, citados por PASCHOAL (1996), afirmam que, desde a antiguidade, a
velhice tem sido associada à dependência e à perda do controle sobre a própria vida, mesmo
para os atos mais corriqueiros e banais de sobrevivência. As teorias médicas, biológicas e
psicológicas, na maioria das vezes, tendem a considerar o envelhecimento como tempo de
declínio e decadência. Assim, a velhice tem sido vista, quase sempre, como um processo
degenerativo, oposto a qualquer progresso ou desenvolvimento; parece até que, nessa etapa da
vida, deixa de existir o potencial de desenvolvimento humano.
Fratczac, citado por PASCHOAL (1996), afirmou que, envelhecimento significa um
processo, um estágio que é definido de maneiras diferentes, dependendo do campo de
pesquisa e do objeto de interesse. Biologistas definem este processo como um conjunto de
alterações experimentadas por um organismo vivo, do nascimento à morte. Sociólogos e
psicólogos chamam atenção para o fato de que, além das alterações biológicas, os processos
de desenvolvimento social e psicológico de um indivíduo e alterações em suas funções podem
ser observados. Problemas de integração e adaptação social do indivíduo a essas alterações
tornam-se objeto de interesse também.
OBJETIVOS
GERAL:
• Promover atividades relacionadas à área de produção, estimulando o desenvolvimento
de novas habilidades, respeitando potencialidades e culturas, favorecendo o exercício
da participação social e melhoria da saúde.
ESPECIFICOS
• Promover exposições anuais dos trabalhos confeccionados pelos idosos, visando à
valorização dos mesmos;
• Tornar Viçosa cartão de visitas da região, estimulando assim, trabalhos direcionados
aos idosos;
• Estimular o uso de matérias recicláveis, preservando a natureza e estimulando a
sustentabilidade dos sistemas produtivos.
METODOLOGIA
A oficina terá participação dos idosos no planejamento, implantação e execução destas
atividades.
Os trabalhos confeccionados pelos idosos serão expostos em praça publica, na época
do natal, com divulgação programada, tendo como finalidade motivar a participação e
valorização pessoal, bem como o reconhecimento dos esforços desprendidos na realização dos
mesmos.
As oficinas serão divididas em quatro:
- guirlandas para ornamentação das lojas;
- confecção de flores para ornamentar a árvore de natal;
- caixas decorativas para compor terno;
- soldar peças e colocação de microlampadas.
Cada oficina contará com materiais específicos, necessários para realização destas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As Oficinas de Produção visam à melhoria das condições de saúde sociais, emocionais,
culturais e outra necessidades vivenciadas pelo idoso.
Participaram dessas oficinas 30 idosos cadastrados no Programa Municipal da Terceira
Idade (PMTI) – Viçosa- MG, de ambos os sexos com idades entre 60 e 75 anos.
As variáveis socioeconômicas foram avaliadas por meio de entrevista utilizando-se
questionário que foi aplicado a cada idoso. Verificou-se que a população em estudo é
predominante de baixa renda e que 96% destes possuem ensino médio incompleto. Todos os
entrevistados, porém possuem casa própria e relatam que as oficinas é um lugar agradável,
uma vez que permitem aos participantes interagirem entre si e com os estagiários do
programa, além de adquirem novos conhecimentos e habilidades através de um sistema de
troca de informações e experiências, melhorando a auto-estima e conseqüentemente a
qualidade de vida desses.
CONCLUSÃO
Projetos como esse é importante uma que mostra que o envelhecimento ocorre de
maneira natural e saudável. Esta naturalidade acontece quando o individuo é preparado
através de métodos educativo-preventivos, que proporcionem oportunidades de se sentir parte
integrante da comunidade, aproveitando suas experiências adquiridas, fortalecendo suas
condições de saúde, estimulando as condições mentais, proporcionando a volta ao convívio
social através dos trabalhos em grupo e mostrando o valor de suas experiências acumuladas
através dos anos.
A preservação da autonomia dos idosos é a ocasião de aperfeiçoamento em atividades,
considerando as preferências individuais.
O idoso tem que voltar a ser importante e ter seu valor social. O idoso tem um lugar a
ocupar, a partir do equilíbrio entre os valores e padrões morais e da adaptação às mudanças do
mundo moderno. É um processo de integração da vida, com a finalidade não só de prolongála, mas proporcioná-la qualidade. O idoso possui o controle e a experiência de vida, podendo,
portanto, usufruí-la, construí-la e reconstruí-la. É forte no idoso o sentimento de que ele é um
indivíduo que pertence à humanidade e, como tal, tem que dar sua contribuição. É, portanto,
um período de muita doação, que tem que ser canalizado para o valor da vida.
A capacidade de aprender e de observar as experiências acumuladas leva a um
desabrochar por parte dos idosos, no que se refere à aprendizagem. A criação de
oportunidades para que este processo aconteça é de grande importância, pois a maioria dos
idosos, ao se aposentar perde esta motivação, alem do seu papel social e de sua rotina.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FERREIRA, E. F. Identificação de barreiras arquitetônicas na percepção de idosos,
Viçosa-MG.2000. 84p. Dissertação (Mestrado em Economia Doméstica) – Departamento de
Economia Doméstica, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
NETTO, M.P., PONTE, J.R. Envelhecimento: desafio na transição do século. In: NETTO
M.P. (Org). Gerentologia. São Paulo: Atheneu, 1996. p. 3-12.
PASCHOAL, S.M.P. Autonomia e independência. In: NETTO, M.P. (Org.). Gerentologia.
São Paulo: Atheneu, 1996. p. 313-323.
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