CORREIO Salvador, sábado, 11 de janeiro 2014 ALMIRO LOPES/REPRODUÇÃO Foi um ato de desespero. Eu só queria ela pra mim. Mas nada justifica o que eu fiz Sou consciente do que fiz e tenho que pagar. Acabei com minha vida e da família dela Hoje, o pai dela e tios querem me matar. Quero pedir perdão à família. Rezo por eles Jéssica deixou filho de 2 anos Jeã da Silva Marques Souza, negando ter premeditado o crime Jeã da Silva Marques Souza, sobre os reflexos do crime Jeã da Silva Marques Souza, pedindo perdão afirmou que mereceu a agressão do tio de Jéssica, que na quinta-feira deu um murro em sua cara no DHPP. “Mereci. Isso não foi nada se comparado com o que fiz. Hoje, o pai dela e os tios querem me matar. Quero pedir perdão a eles, à família dela. Rezo por todos eles”. Ao saber do pedido, a mãe de Jéssica, a diarista Gildete Silva Ramos, disparou: “Quinze facadas é de quem estava com ódio. Não vou perdoar ele nunca!”. Ainda durante a entrevista, Jeã repetia que amava Jéssica e que o sentimento era recíproco. “Quando ela me viu com outra mulher, teve um surto de ciúmes e partiu para cima. Aquela outra mulher não significava nada para mim”, explicou, referindo-se a uma jovem com quem ele circulou no bairro de Parque São Cristóvão — onde ele e Jéssica moravam — no dia anterior ao crime. Perguntado então sobre as agressões contra Jéssica — que em dezembro registrou queixa na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) depois de ter os cabelos cortados e rosto marcado com uma faca — o motorista respondeu: “Todos os casais brigam, mas sei que passei dos limites”. Ele disse ainda que não para de pensar na situação do filho. “É o que me deixa mais no chão. Ele faz 3 anos no dia 14 deste mês. Meu plano era formar uma família. Tudo que fazia era em prol a eles”, disse ele, que trabalhava como motorista no Polo Industrial de Camaçari. De acordo com familiares, a criança será cuidada pelo pai de Jéssica, Aílton Oliveira dos Santos. controlados. “Ele já tinha cortado o cabelo dela, desfigurado o rosto dela, sendo que em uma das agressões, ele contou que o filho deles estava presente”, lembrou a delegada. Segundo ela, Jeã disse não lembrar onde jogou a faca usada no crime, mas relatou que tinha conhecimento da medida protetiva expedida pela Justiça depois das agressões denunciadas na Deam e que o obrigava a ficar a 300 metros de Jéssica e seus parentes. “Ele disse que sabia que não podia se aproximar dela, mas, para ele, isso não fazia diferença”, avaliou a delegada. 35()(,785$ 081,&,3$/ '( -8$=(,52 35(*2 35(6(1&,$/ 1 3$ Q 2%- &RQWUDWDomR GH HPSUHVD HVSHFLD OL]DGD SDUD SUHVWDomR GH VHUYLoRV UHODWLYRV D %XIIHW FRIIHH EUHDFN H ODQFKH SDUD DWHQGHU DV QHFHVVLGDGHV GDV 'LYHUVDV 6HFUHWDULDV $EHUWXUD jV K (GLWDLV ± )RQH ± GDV jV K 9DORU 5 RX QR VLWH ZZZMXD]HLUREDJRYEU -XD]HLUR%$ 0 9HU{QLFD % 0HOR /HDO ± 3UHJRHLUD !"#"$! %& '"()*$( + ,! $-& .../0!12"(,&-/3!4/5"/ %$-(* %$2!,)4&* ,! $-&6 --26.../125(/12/5"*$0$-(0!&2&/(2 17%8*! 9$0$-(:;& %! $,$-<"$! =5*$0!> & .../0!12"(,&-/3!4/5"/ ,?!"1(:;& 0!1 ( !!"%&,(:@! %& $0$-(:@! 2&*! -&*&?(A B+ / (*4(%!"C / *4("! &%&$"! $*! "&3!&$"! 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Procurado pelo CORREIO, o advogado criminalista Vivaldo Amaral acredita que a condenação do criminoso seja menor. “O cidadão é réu primário, sem antecedentes. O juiz leva em consideração o mínimo de 12 anos (por homicídio) e vai acrescentando um percentual relativo a cada qualificadora. No caso, seria motivo torpe e a emboscada. A pena deve regular entre 16 a 21 anos”. Ele acrescenta ainda que, com dois quintos da pena cumprida, se tiver bom comportamento, o acusado pode passar do regime fechado para o semiaberto. Segundo a delegada, Jeã passou a noite de quinta-feira no Presídio Salvador e seria, ontem, novamente levado para a unidade, mas o presídio onde ele ficará custodiado não foi definido.