ANAIS
VII CBAA – Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura
I CIAA – Congresso Internacional de Atividades de Aventura
“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES DE AVENTURA”
De 6 a 8 de julho de 2012
Rio Claro/SP – Brasil
ORGANIZAÇÃO:
PATROCÍNIO:
APOIOS:
“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
DE 6 A 8 DE JULHO DE 2012
RIO CLARO/ SP – BRASIL
ANAIS
VII CBAA – Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura
I CIAA – Congresso Internacional de Atividades de Aventura
6 a 8 de julho de 2011 – Rio Claro /SP - Brasil
AVENTURAS... PRATIQUE ESSA EMOÇÃO!
PAIXÃO POR SALTOS MALUCOS E OUTROS ATRIBUTOS
LOUCURA COM ESPORTES RADICAIS
E MERGULHOS ANIMAIS
PESSOAS MALUCAS POR ESTE TIPO DE ESPORTE
COM ALTO GRAU DE RISCO
SÃO AS PESSOAS QUE MAIS CURTEM A VIDA
14 ANOS
VII CBAA – Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura/ I CIAA – Congresso Internacional de
Atividades de Aventura: “Tecnologias e Atividades de Aventura”
RIO CLARO/SP - BRASIL
6 A 8 DE JULHO DE 2012
“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
DE 6 A 8 DE JULHO DE 2012
RIO CLARO/ SP – BRASIL
APRESENTAÇÃO
As atividades de aventura têm merecido atenção, tanto em decorrência do
crescimento da demanda por vivências diferenciadas, quanto do forte apelo emocional
advindo das experiências nestas práticas. Assim também, o contexto acadêmico tem se
apropriado desta temática em diversos campos do conhecimento, no sentido de
compreender as inúmeras variáveis subjetivas, objetivas, de caráter técnico, de formação
profissional e de minimização de situações perigosas, entre diversos outras, as quais já
estão presentes em alguns estudos realizados. Entretanto, muitas outras possibilidades
de enfoques encontram-se ainda inexploradas, suscitando o interesse do LELLABORATÓRIO DE ESTUDOS DO LAZER, do Departamento de Educação Física da
UNESP- Campus de Rio Claro, em ampliar as perspectivas de compreensão deste
universo temático.
Para atender à necessidade de ampliação dessas reflexões acerca das atividades
de aventura, foi proposta a criação do CBAA – CONGRESSO BRASILEIRO DE
ATIVIDADES DE AVENTURA. Este evento científico, de caráter itinerante, tem como
objetivo ampliar as reflexões sobre esta temática nas diversas regiões do país,
congregando pesquisadores, estudiosos, alunos de pós-graduação e de graduação, além
de órgãos públicos municipais, estaduais e federais, empresas, terceiro setor e
praticantes diversos, interessados na disseminação de seus estudos e pesquisas.
Uma variedade de temas e um crescente número de participantes têm ratificado o
interesse destes pesquisadores sobre as atividades de aventura, fazendo a história do
CBAA. Sua criação e primeira versão se deu em 2006, com uma parceria entre o LEL e a
Federação Catarinense de Mountain Bike , sendo desenvolvido na região sul, em
Balneário Camboriú , no estado de Santa Catarina, com o tema: A aventura no Brasil, no
qual estiveram presentes cerca de 70 participantes.
A segunda versão deste evento contou com 142 participantes e foi realizada no
estado de Minas Gerais, mais precisamente, em Governador Valadares , com parceria
entre o LEL e a UNIVALE – Universidade Vale do Rio Doce, Curso de Educação Física. A
temática desenvolvida foi referente à Atividades de Aventura e Desenvolvimento
Regional.
Permanecendo na região sudeste, porém, esta terceira versão do evento se deu no
estado do Espírito Santo, o III CBAA foi realizado em uma parceria entre o LEL, o NUAr Núcleo Universitário de Ar Livre e a ESFA - Escola Superior São Francisco de Assis.
Estiveram presentes cerca de 230 participantes, sendo desenvolvida a temática:
Conquistando Novas Vias.
Para o desenvolvimento do IV CBAA, nesta quarta versão houve a parceria entre o
LEL e a Rede de Ensino FTC – Faculdade de Tecnologia e Ciências, pólo de Mucugê, na
Chapada Diamantina, estado da Bahia. O tema foi: Nas Trilhas do Conhecimento Sobre
Aventura e participaram cerca de 250 congressistas.
O tema: Entre o Urbano e a Natureza: a Inclusão na Aventura foi desenvolvido da
quinta versão do V CBAA, o qual foi realizado em São Bernardo do Campo, estado de
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Atividades de Aventura: “Tecnologias e Atividades de Aventura”
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
DE 6 A 8 DE JULHO DE 2012
RIO CLARO/ SP – BRASIL
São Paulo, com a parceria entre o LEL e a Prefeitura de São Bernardo do Campo. Este
evento recebeu cerca de 272 participantes, os quais tiveram a oportunidade, inclusive, de
ouvir David Le Breton, antropólogo francês, que enriqueceu o evento com sua presença
marcante.
Na sexta versão, o CBAA focalizou a temática: Esporte e Turismo: Parceiros da
Sustentabilidade nas Atividades de Aventura. O evento contou com a parceria do LEL e
de um mix de entidades de ensino da cidade de Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul,
entre elas a UFPEL – Universidade Federal de Pelotas, UCPEL – Universidade Católica
de Pelotas, Faculdade Anhanguera de Pelotas, FURG – Universidade Federal do Rio
Grande, IFSul – CAVG – Instituto Federal Sul-Rio-Grandense, estando presentes mais de
320 congressistas.
Uma das temáticas que vem crescendo em termos de enfoque em diversas áreas
do conhecimento é referente à evolução tecnológica e seus impactos na sociedade
contemporânea. Tendo em vista a relevância de reflexões sobre este tema e a
perspectiva de apropriação e adequação das tecnologias no contexto dos estudos sobre
as atividades de aventura no Brasil e no Exterior, esta sétima versão do CBAA tem como
tema: Tecnologias e Atividades de Aventura. Concomitante a esta sétima ediçao do CBAA
será realizado o CIAA - CONGRESSO INTERNACIONAL DE ATIVIDADES DE
AVENTURA , para o qual está prevista a ampliação da participaçao de pesquisadores
estrangeiros, como intuito de viabilizar a propagação de novas informações advindas de
outras culturas. Estes eventos são organizados pelo LEL- LABORATÓRIO DE ESTUDOS
DO LAZER, ocorrendo nas dependências do Departamento de Educação Física, Instituto
de Biociências da UNESP- Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro, estado
de São Paulo.
O interesse crescente na disseminação de estudos, pesquisas e projetos
veiculados neste evento reitera a relevância desta iniciativa, voltada a ser um pólo de
reflexões conjuntas envolvendo as atividades de aventura em âmbito científico. Sintam-se
todos convidados a serem protagonistas desta história de sucesso.
Saudações!
Gisele Maria Schwartz
LEL - LABORATÓRIO DE ESTUDOS DO LAZER
Departamento de Educação Física – Instituto de Biociências
Universidade Estadual Paulista – Campus Rio Claro, SP, Brasil
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Atividades de Aventura: “Tecnologias e Atividades de Aventura”
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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ORGANIZAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” CÂMPUS DE RIO
CLARO
PROF.DR. RICARDO SAMIH GEORGES ABI RACHED
PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO NO EXERCÍCIO DA REITORIA
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS (IB)
PROF. DR. JONAS CONTIERO
DIRETOR
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA (DEF)
PROFA. DRA. CYNTHIA YUKIKO HIRAGA
CHEFE DO DEPARTAMENTO
LEL – LABORATÓRIO DE ESTUDOS DO LAZER
GISELE MARIA SCHWARTZ
COORDENADORA
SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST) E O SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM
DO TRANSPORTE (SENAT)
CRISTIANE GOBESSO
COORDENADORA DE PROMOÇÃO SOCIAL
PATROCÍNIO
COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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COORDENAÇÃO GERAL
Gisele Maria Schwartz
COMISSÃO CIENTÍFICA
Cristiane Naomi Kawaguti (Presidente) – UNESP – Rio Claro/ UVV
Alcyane Marinho– UDESC
Ana Cristina Pimentel Carneiro de Almeida - UFPA
Ana Paula Evaristo Guizarde Teodoro - UNESP – Rio Claro
Danilo Roberto Pereira Santiago – UVV/ UNESP – Rio Claro
Giselle Helena Tavares - UNESP – Rio Claro
Gisele Maria Schwartz - UNESP – Rio Claro
Jossett Campagna - UNIDERP
Raquel Magalhães Borges - UFPA
Salvador Inácio da Silva - UVV
Sandro Carnicelli Filho - UWS University of the West of Scotland
Tereza Luiza de França - UFPE
APOIO
Carla de Oliveira Taioqui
Caroline Sanches
Felipe Abate Morgato
Fernando Carlos Rochel Corrêa
Gabriella Andreeta Figueiredo
Iara Tedeschi Novais
Maria Isabel Vicentini
Ivana de Campos Ribeiro
Murilo Eduardo dos Santos Nazário
Nara Heloisa Rodrigues
Natalia Camargo Moreira
Odair Antonio Mariano Leite
Paulo Roberto Gimenez
Priscila Botelho
Raquel Sampaio Pires Iannoni
Samira Garcia de Oliveira
Thais Maldonado Rabelo
Tiago Aquino da Costa
Tiago dias Provenzano
Vanderlei José de Oliveira
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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SECRETARIA
Ana Paula Evaristo Guizarde Teodoro
COMISSÃO DE PATROCÍNIO
Juliana de Paula Figueiredo
Danielle Ferreira Auriemo Christofoletti
Jossett Campagna
Giselle Helena Tavares
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO
Danilo Roberto Pereira Santiago
Leonardo Madeira Pereira
COMISSÃO DE CRIAÇÃO/LOGOMARCA/SITE
Danielle Ferreira Auriemo Christofoletti
Amanda Mayara do Nascimento
Tiago dias Provenzano
COMISSÃO CULTURAL
Priscila Raquel Tedesco da Costa Trevisan
Norma Ornelas Montebugnoli Catib
COMISSÃO DE AVALIAÇÃO
Amanda Mayara do Nascimento
Viviane Kawano Dias
Rodolfo Zagui
COMISSÃO DE OFICINAS
Leonardo Madeira Pereira
Dimitri Wuo Pereira
Igor Armbrust
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COMISSÃO DE CERIMONIAL
Norma Ornelas Montebugnoli Catib
Priscila Raquel Tedesco da Costa Trevisan
COMISSÃO DE RECEPÇÃO
Viviane Kawano Dias
Juliana de Paula Figueiredo
TRANSPORTE
Giselle Helena Tavares
COMISSÃO DE ALOJAMENTO
Rodolfo Zagui
Leonardo Madeira Pereira
Marcelo Fadori Soares Palhares
Danilo Roberto Pereira Santiago
AUDIOVISUAL
Marcelo Fadori Soares Palhares
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Atividades de Aventura: “Tecnologias e Atividades de Aventura”
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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PALESTRANTES
CARLOS ALBERTO TAVARES DE TOLEDO
CARMEM MARIA AGUIAR
EDMUNDO DE DRUMMOND ALVES JÚNIOR
GUSTAVO DA SILVA FREITAS
IVANA DE CAMPOS RIBEIRO
SALVADOR INÁCIO DA SILVA
SANDRO CARNICELLI FILHO
TEREZA LUIZA DE FRANÇA
VIVIANE KAWANO DIAS
MINISTRANTES DE OFICINAS
CARLOS EDUARDO FONSECA
DIMITRI WUO PEREIRA
EDILSON LAURENTINO
FLÁVIO ANTÔNIO ASCÂNIO LAURO
FULVIO RODRIGUES VALERIANO
IGOR ARMBRUST
JOSÉ RICARDO AURICCHIO
LEONARDO MADEIRA PEREIRA
SANDRA CRISTHIANNE FRANÇA
TEREZA LUIZA DE FRANÇA
ATIVIDADES CULTURAIS
CARLA BARSOTTI (VIOLINO)
COMPANHIA DE DANÇA ÉXCITON
CONSERVATÓRIO MUNICIPAL CACILDA BECKER
GRUPO CONTRATEMPO
JONATHAN FAGANELLO (HARPA)
JORGE SOARES E BANDA
NORMA ORNELAS MONTEBUGNOLI CATIB
VLADIMIR SOBRAL (SAXOFONE)
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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HOMENAGEADOS
PRÊMIO DE RECONHECIMENTO PELA DIFUSÃO DAS ATIVIDADES DE
AVENTURA
ALCYANE MARINHO
ANA CRISTINA CARNEIRO DE ALMEIDA
ANDRÉIA SILVA
DIMITRI WUO PEREIRA
EDUARDO TADEU COSTA
ENIO ARAUJO PEREIRA
GISELE MARIA SCHWARTZ
GIULIANO PIMENTEL
GUSTAVO DA SILVA FREITAS
IGOR ARMBRUST
JOSSETT CAMPAGNA
KÁSSIO VINÍCIUS CASTRO GOMES
MARIO AZEVEDO JUNIOR
RAQUEL DE MAGALHÃES BORGES
SANDRO CARNICELLI FILHO
SÉRGIO SOUZA MAGALHÃES
TEREZA LUIZA DE FRANÇA
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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HOMENAGEADOS
PRÊMIO DE RECONHECIMENTO PELO ENVOLVIMENTO E DEDICAÇÃO
À ORGANIZAÇÃO DOS EVENTOS VII CBAA/ I CIAA
AMANDA MAYARA DO NASCIMENTO
CRISTIANE NAOMI KAWAGUTI
DANIELLE FERREIRA AURIEMO CHRISTOFOLETTI
DANILO ROBERTO PEREIRA SANTIAGO
GABRIELLA ANDREETA FIGUEIREDO
GISELE MARIA SCHWARTZ
GISELLE HELENA TAVARES
JOSSETT CAMPAGNA
JULIANA DE PAULA FIGUEIREDO
LEONARDO MADEIRA PEREIRA
MARCELO FADORI SOARES PALHARES
MURILO EDUARDO DOS SANTOS NAZÁRIO
NORMA ORNELAS MONTEBUGNOLI CATIB
PRISCILA RAQUEL TEDESCO DA COSTA TREVISAN
RODOLFO ZAGUI
SALVADOR INÁCIO DA SILVA
VIVIANE KAWANO DIAS
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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PROGRAMAÇÃO
06/07 – Sexta-feira
Abertura oficial
8h30min as 9h
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:
VLADIMIR SOBRAL (SAXOFONE) CARLA BARSOTTI (VIOLINO)
CONSERVATÓRIO MUNICIPAL CACILDA BECKER
Palestra de abertura: Lazer, aventura e tecnologia na cultura popular
9h as 9h30min
- CARMEM MARIA AGUIAR (UNESP)
Coffee break
9h30min as 10h
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:
VLADIMIR SOBRAL (SAXOFONE)
CARLA BARSOTTI (VIOLINO)
ALUNAS DE DANÇA CONSERVATÓRIO MUNICIPAL CACILDA BECKER
Mesa redonda 1: Tecnologias e aventuras participativas
10h as 11h30min
- TEREZA LUIZA DE FRANÇA (UFPE)
- CARLOS ALBERTO TAVARES DE TOLEDO (SECRETARIA DE
TURISMO DE SOCORRO/SP)
Almoço
11h30min as 13h30min
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:
JORGE SOARES E BANDA
Oficinas no parque de aventura
COORDENAÇÃO GERAL: LEONARDO MADEIRA PEREIRA
13h30min as 16h30min
- OFICINA DE SLACKLINE - PROF. IGOR ARMBRUST
- OFICINA DE ESCALADA - PROF. DIMITRI WUO PEREIRA
- OFICINA DE SKATE - PROF. FLÁVIO ASCÂNIO
- OFICINA DE TÉCNICAS VERTICAIS - PROF. JOSÉ RICARDO
AURICCHIO
- OFICINA DE ORIENTAÇÃO - PROF. FULVIO RODRIGUES VALERIANO
- OFICINA DE CORRIDA DE AVENTURA - PROF. CARLOS EDUARDO
FONSECA
- OFICINA PARKOUR: CORPO VIDA URBANA E A ARTE DO
DESLOCAMENTO - PROF. EDILSON LAURENTINO DOS SANTOS
- TRILHAS ECOLÓGICO-POÉTICAS: PRÁTICAS LÚDICAS NA NATUREZA
- PROFA. TEREZA LUIZA DE FRANÇA/ PROFA. SANDRA CRISTHIANNE
FRANÇA
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Atividades de Aventura: “Tecnologias e Atividades de Aventura”
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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Coffee break
16h30min as 17h
FIXAÇÃO DE PÔSTERES
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: GRUPO CONTRATEMPO
Mesa redonda 2: Tecnologias e educação pela aventura
17h as 18h30min
- GUSTAVO DA SILVA FREITAS (FURG)
- SANDRO CARNICELLI FILHO – (UWS UNIVERSITY OF THE WEST OF
SCOTLAND)
Atividade cultural
18h30min as 20h30min
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: COMPANHIA DE DANÇA ÉXCITON
CONFRATERNIZAÇÃO
LANÇAMENTO DOS LIVROS:
LAZER EM CRUZEIROS MARÍTIMOS
Autores: Olívia Cristina Ferreira Ribeiro e Felipe Lauro Montanari
A partir das 20h30min
VI CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE AVENTURA
ESPORTE E TURISMO: PARCEIROS DA SUSTENTABILIDADE NAS
ATIVIDADES DE AVENTURA
Autores: Enio Araujo Pereira Gustavo Da Silva Freitas e Gisele Maria
Schwartz
07/07 – Sábado
Mesa redonda 3: Atividades de aventura, tecnologias e envelhecimento
8h30min as 10h
- VIVIANE KAWANO DIAS (UNIJALES)
- EDMUNDO DE DRUMMOND ALVES JÚNIOR (UFF)
Coffee break
- PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: CAMERATA DE VIOLINOS CONSERVATÓRIO MUNICIPAL CACILDA BECKER
10h as 10h30min
- APRESENTAÇÃO DE FOTOS:
TURISMO E ATIVIDADES DE AVENTURA EM SAN LUIS POSTOSI –
MÉXICO - GUILLERMO CASTRO
10h30min as 12h
COMUNICAÇÕES ORAIS
Almoço
12h as 14h
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: HARPISTA JONATHAN FAGANELLO
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Atividades de Aventura: “Tecnologias e Atividades de Aventura”
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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14h as 16h
CONVERSAS SOBRE SEGURANÇA NAS MODALIDADES DAS OFICINAS
Coffee break
16h as 17h
- APRESENTAÇÃO DE PÔSTERES
- ENTREGA DOS CERTIFICADOS DOS PÔSTERES
Mesa redonda 4: tecnologias, marketing e projetos sociais na aventura
17h as 18h30min
18h30min as 18h45min
18h45min as 19h
A partir das 19h
A partir das 23h
- IVANA DE CAMPOS RIBEIRO (IBEV – INSTITUTO BRASILEIRO DE
EDUCAÇÃO PARA A VIDA)
- SALVADOR INÁCIO DA SILVA (UVV)
Escolha da cidade sede 2014
Encerramento dos congressos científicos
Atividade cultural
Atividade social livre
08/07 – Domingo
Vivências de atividades na natureza em Rio Claro e região
7h30min as 17h
PARA TODAS AS ATIVIDADES CONTATAR DIRETAMENTE A EMPRESA
QUINTO ELEMENTO ESPORTES DE AVENTURA OU NO STAND DA
EMPRESA DURANTE O EVENTO
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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MINI-CURRÍCULO DOS PALESTRANTES E CONVIDADOS
Conferência de Abertura
Prof. Dra. Carmem Maria Aguiar (UNESP)
Graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual de Campinas -- UNICAMP (1985);
Mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas -- UNICAMP (1991); Doutorado
em Educação pela Universidade de São Paulo -- USP (1998); Livre-Docência em Sociologia do
Lazer e Cultura Popular pela Universidade Estadual Paulista -- UNESP (2007). Atualmente é
professora adjunta da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" -- UNESP. Tem
experiência na área de Educação, com ênfase em Antropologia Educacional, atuando
principalmente nos seguintes temas: cultura, educação, comunidade, arte popular e corpo
Mesa-Redonda 1
- Prof. Dra. Tereza Luiza de França (UFPE)
Possui graduação em Curso de Licenciatura Em Educação Física e Técnico pela Universidade
Federal de Pernambuco (1975), graduação em Curso de Educação Física Infantil pela
Universidade de Pernambuco (1972), mestrado em Educação Física pela Universidade Estadual
de Campinas (1990) e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (2003). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco na
graduação em Educação Física-DEF-CCS e no Programa de Pós-Graduação em Educação Núcleo de Formação de professores e Prática Pedagógica. Desenvolve e orienta pesquisas sobre
processos de profissionalização e saberes docente - formação inicial e continuada; estudos
acerca da corporeidade, lazer-lúdico e educação física; estudos com abordagem
etnometodologica; concepções e políticas de formação acerca das proposições e práticas
curriculares.
- Carlos Alberto Tavares de Toledo (Secretaria de Turismo de Socorro/SP)
Economista. Professor de Marketing da FAQ - Faculdade de Administração Quinze de Agosto.
Diretor Desenvolvimento Econômico da Cidade de Socorro, sendo responsável por: Turismo;
Cultura; Indústria e Comércio e Agricultura.
Mesa-Redonda 2
Prof. Drando.Gustavo da Silva Freitas (FURG)
Possui graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Especialização em Educação Física Escolar pela Fundação Universidade do Rio Grande (FURG),
Mestrado em Educação Física pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) na linha de Memória,
Corpo e Esporte tendo sido bolsista CAPES, e atualmente é doutorando em Educação em
Ciências (FURG). Professor Assistente no Curso de Educação Física da FURG, com ênfase em
atuação e pesquisa nos seguintes temas: Escola, Esportes, Ginásticas, Meio Ambiente, Memória
e Mídia.
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Atividades de Aventura: “Tecnologias e Atividades de Aventura”
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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Prof. Dr. Sandro Carnicelli Filho – (UWS University of the West of Scotland)
Bacharel em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2005)
- Bolsa de iniciação científica CNpq. Mestre em Pedagogia da Motricidade Humana pela
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2007) - Bolsista Mestrado CNPq. Doutor
em Filosofia (PhD) pelo Departamento de Turismo da University of Otago - New Zealand - Bolsista
de Doutorado University of Otago.
Mesa-Redonda 3
Prof. Ms. Viviane Kawano Dias (UNIJALES)
Possui graduação em Licenciatura em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista Júlio
de Mesquita Filho - UNESP, campus de Rio Claro/SP (2001), especialização em Atividade Física
e Qualidade de Vida, pela Universidade de Campinas - UNICAMP (2003) e mestrado em Ciências
da Motricidade, na área de Pedagogia da Motricidade Humana, pela Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP, Departamento de Educação Física, Instituto de
Biociências, campus de Rio Claro/SP (2006). Atualmente é Coordenadora dos Cursos de
Licenciatura e Bacharelado em Educação Fisica do Centro Universitário de Jales (UNIJALES),
onde também ministra as disciplinas de Recreação e Lazer, Metodologia do trabalho científico e
Trabalho de Conclusão de Curso; Docente da Fundação Municipal de Educação e Cultura da
Estância Turística de Santa Fé do Sul (FUNEC), do curso de Licenciatura em Educação Física,
ministrando a disciplina de Monografia. É membro pesquisador do LABORATÓRIO de estudos do
LAZER (LEL), do Departamento de Educação Física, Instituto de Biociências, da UNESP/ Rio
Claro-SP. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Lazer e Envelhecimento,
Atividade Física e Qualidade de Vida atuando principalmente nos seguintes temas: Recreação,
Lazer, Envelhecimento e Atividades de Aventura na Natureza.
- Edmundo de Drummond Alves Júnior (UFF)
Possui graduação em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1973),
Diploma de Estudos Aprofundados (Dea) Histoire Civilisations et Sociétés - Université Rennes 2
Haute Bretagne (1994), mestrado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (1991) e doutorado em Educação Física pela Universidade Gama Filho (2004). É do
quadro de professores permanentes do programa de Mestrado Acadêmico em Ciências do
Cuidado em Saúde, oferecido pela Escola de Enfermagem da UFF. Coordena tanto o grupo de
pesquisa envelhecimento e ativitade física (GPEAF) como o Grupo de pesquisa Esporte Lazer e
Natureza (GPELN). Atualmente faz parte do corpo editorial de diversas revistas e é professor
associado 4 da Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Educação Física,
com ênfase em Atividade Fisica e Envelhecimento, atuando principalmente nos seguintes temas:
envelhecimento, lazer, atividade fisica, promoção da saúde e educação física. Coordena desde o
ano de 2007 a rede CEDES de pesquisas na UFF, que é um projeto do Ministerio do Esporte.
Ainda com o Ministério do Esporte é desde o ano de 2007 o responsável técnico pelo Projeto Vida
Saudável em Niterói e São Gonçalo, atrelado ao PELC e, na gerência deste projeto, coordena
atualmente 27 bolsistas que atuam em 09 núcleos situados nos municípios. Desde o ano de 2001
é responsável pelo projeto Prev-Quedas que desenvolve estudos sobre quedas de idosos e
métodos que possam diminuir a incidencia de quedas. Neste projeto é responsável por dois
bolsistas de extensão da UFF, e desde o ano de 2008 vem sendo contemplado com bolsas PIBIC.
Atuou durante o verão de 2007 na Université du Quebec à Montreal como professor no curso de
VII CBAA – Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura/ I CIAA – Congresso Internacional de
Atividades de Aventura: “Tecnologias e Atividades de Aventura”
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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kineantropologia. Com esta universidade estabelece parcerias que possibilitam pesquisas e
intercâmbios diversos.
Mesa-Redonda 4
Ivana de Campos Ribeiro (IBEV – Instituto Brasileiro de Educação para a Vida)
Possui graduação em Jornalismo, mestre em Motricidade Humana (área de concentração:
Filosofia e Sociologia da Motricidade Humana), doutorado em Ciências (área de Ecologia e
Recursos Hídricos) e formação complementar em Abordagem de Arte Expressão Para
Intervenção Psicossocial. A proposta metodológica desenvolvida durante o mestrado, Educação
(Ambiental) de Corpo&Alma, foi premiado pela SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (1997) e considerada "inovadora" durante o VI Congresso en la Didáctica de la
Ciência (Barcelona - Espanha - 2001) . Possui larga experiência como consultora e coordenadora
de projetos socioambientais para empresas, principalmente intervenções relacionadas a formação
continuada de educadores, com vários prêmios e publicações na área de interface Educação,
Sustentabillidade e Valores Humanos, bem como nas áreas que envolvem qualidade de vida,
atividades recreativas, lazer e natureza. Desde 2000 atua como professora em cursos de pósgraduação e como palestrante em vários estados do Brasil e países como Portugal e Espanha. É
coordenadora de projetos do Instituto Brasileiro de Educação para a Vida (IBEV) e membro do
LEL - Laboratório de Estudos do Lazer, Dept. Educação Física, I.B. UNESP - Rio Claro.
- Salvador Inácio da Silva (UVV)
Possui graduação em licenciatura em educação física pela Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (1991). Especialização em psicomotricidade e pedagogia do movimento humano pela
Universidade Gama Filho, UGF, Brasil. Mestrado em Educação, Administração e Comunicação
pela Universidade São Marcos, UNIMARCO, Brasil. Atualmente é coordenador do Núcleo de
Recreação e Lazer da Universidade Vila Velha – ES e membro do LEL - Laboratório de Estudos
do Lazer, Dept. Educação Física, I.B. UNESP - Rio Claro.
OFICINAS
01- Oficina de Slackline
Prof. Ms. Igor Armbrust
Graduado em Educação Física (2005), com Especialização em Ciências Aplicadas aos Esportes
de Prancha (2008). Mestrado em Educação Física: Educação Física, Escola e Sociedade (2011).
Trabalha no Instituto Esporte e Educação com formação de professores na temática do esporte
educacional. Atua como professor universitário nas disciplinas de Esportes de Aventura,
Psicologia da Aprendizagem, Projetos Interdisciplinares, Lutas e Atividades Aquáticas. Também
coordena eventos relacionados aos Esportes de Aventura nos âmbitos do lazer, da educação e do
treinamento empresarial.
02 - Oficina de Escalada
Prof. Ms. Dimitri Wuo Pereira (UNINOVE-SP)
Mestre em Educação Física pela Universidade São Judas Tadeu, especialista em Administração
Esportiva pela FMU e graduado em Educação Física pela USP, participa do Grupo de Estudos e
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Atividades de Aventura: “Tecnologias e Atividades de Aventura”
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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Pesquisa em Educação Física Escolar da USJT, projeto Observatório da Educação - INEP.
Professor universitário com enfoque nos estudos sobre esportes radicais e de aventura.
Proprietário da Rumo Aventura, empresa que atua com esportes de aventura no campo
educacional.
03 - Oficina de Skate
Prof. Ms. Flávio Antônio Ascânio Lauro
Possui graduação de Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade de Santo Amaro
(1990), especialização em Fisiologia do Exercício pela Universidade Federal de São Paulo (1992)
e mestrado em Reabilitação pela Universidade Federal de São Paulo (1997). Tem experiência na
área de Fisiologia Humana com ênfase em Fisiologia do Exercício (principalmente em Avaliações
Funcionais) e, experiência no desenvolvimento de metodologias para o ensino de esportes de
prancha.
04 – Oficina de Técnicas Verticais
Prof. Msdo. José Ricardo Auricchio
Mestrando em Educação Física na Unimep, Especialista em Educação Física Escolar pela
Uninove-SP, Especialista em Esportes e Atividades de Aventura pela Unifmu-SP, possui
graduação em Licenciatura em Educação Física pela Universidade Nove de Julho (2009) e
também em Gestão de Clubes e Eventos Esportivos pela Universidade Nove de Julho (2009)
.Tem experiência na área de Educação Física, Esportes e Atividades de aventura, Lazer, Lutas e
Primeiros Socorros.
05 - Oficina de Orientação
Prof. Ms. Fulvio Rodrigues Valeriano
Possiu STRICTU SENSU em Psicologia 2011 (UFSJ) LATU SENSU - Treinamento Esportivo UFMG BACHARELADO e LICENCIADO - Educação Física - UFV Coordenador do curso de
Educação Física UNIPAC / NEVES (2005 a 2008). Presidente do conselho de arbitragem da
Federação Mineira de Orientação. Treinador do Esporte Orientação Pedestres da Equipe da
ACADEMIA DE POLICIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS.
06 - Oficina de Corrida de Aventura
Prof. Carlos Eduardo Fonseca
07- Oficina Parkour: corpo vida urbana e a arte do deslocamento
Prof. Edilson Laurentino dos Santos
Graduado em Educação Física (2009) - Licenciatura Plena- pela Universidade Federal de
Pernambuco - UFPE . Mestre em Educação (2012) pelo Programa de Pós-Graduação em
Educação do Centro de Educação da UFPE, junto a Linha de Pesquisa de Teoria e História da
Educação. Tem experiência na área de Educação Física Escolar e História da Educação, atuando
em temas como: Educação Física Escolar, Atividade Física de Aventura na Natureza - AFAN e
História da Educação Física. Atua na gestão de projetos sociais como Coordenador Geral da
Instituição Centro Macambira que tem como foco a Educação, a Cultura, a Saúde e Atividades de
Esporte e Lazer, com projetos aprovados no MINC e PETROBRAS.
VII CBAA – Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura/ I CIAA – Congresso Internacional de
Atividades de Aventura: “Tecnologias e Atividades de Aventura”
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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08 – Trilhas ecológico-poéticas: práticas lúdicas na natureza
Profa. Dr. Tereza Luiza de França
Possui graduação em Curso de Licenciatura Em Educação Física e Técnico pela Universidade
Federal de Pernambuco (1975), graduação em Curso de Educação Física Infantil pela
Universidade de Pernambuco (1972), mestrado em Educação Física pela Universidade Estadual
de Campinas (1990) e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (2003). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco na
graduação em Educação Física-DEF-CCS e no Programa de Pós-Graduação em Educação Núcleo de Formação de professores e Prática Pedagógica. Desenvolve e orienta pesquisas sobre
processos de profissionalização e saberes docente - formação inicial e continuada; estudos
acerca da corporeidade, lazer-lúdico e educação física; estudos com abordagem
etnometodologica; concepções e políticas de formação acerca das proposições e práticas
curriculares.
Profa. Ms. Sandra Cristhianne França
Possui graduação em Licenciatura Em Educação Física pela Universidade Federal de
Pernambuco (2004) e mestrado em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco (2007).
Atualmente é professor-pesquisador - Núcleo Interdisciplinar de Estudos do Lazer e Coordenadora
de Esporte Comunitário da Secretaria Executiva de Esporte e Lazer-Prefeitura Municipal de
Jaboatão dos Guararapes. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em
Educação Física e Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação física,
formação continuada, prática pedagógica, políticas públicas, dança, idoso, corporeidade, lazer e
yoga.
VII CBAA – Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura/ I CIAA – Congresso Internacional de
Atividades de Aventura: “Tecnologias e Atividades de Aventura”
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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SUMÁRIO
POSTER
TECNOLOGIAS E DIFUSÃO DAS EXPERIÊNCIAS SIGNIFICATIVAS, NO CONTEXTO DAS
ATIVIDADES DE AVENTURA
Jossett Campagna, Gisele M. Schwartz……………………………………………..…………...…………
1
ENDURO A PÉ: CAMINHADA E ESTRATÉGIA – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Satie Marina Watanabe…………………………….…………………...……………………............………
2
TRABALHANDO COM AVENTURA: UM ESTUDO DE CASO ENVOLVENDO PROFISSIONAIS
DO RAMO DE AVENTURA
Marcelo Guidi………………………….…………………...……………………............…….......................
3
RESPOSTA PSICOFISIOLÓGICA DA FREQUENCIA CARDÍADA EM PRATICANTES
AMADORES DE RAPEL
Sergio Vinícius Trautmann Machado, Geisse Quelle Mendes Cunha, Nathalia Maria Resende,
Anibal Monteiro de Magalhães Neto………………………….…………………...……………..................
4
REFLETINDO SOBRE MANIFESTAÇÕES DE COMPETÊNCIAS NO RAFTING
Alcyane Marinho, Priscila Mari dos Santos………………………….…………………...…………………
5
SENSAÇÕES E EMOÇÕES NO RAFTING: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Alcyane Marinho, Priscila Mari dos Santos………………………….…………………......…............……
7
ATIVIDADE DE AVENTURA NA TERCEIRA IDADE: UMA ANÁLISE DOS ANAIS DO CBAA
Raquel Sampaio Pires Iannoni, Giselle Helena Tavares, Iara Tedeschi Novais, Ana Paula Evaristo
Guizarde Teodoro, Danilo Roberto Pereira Santiago, Gisele Maria Schwartz.....................................
9
ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA, CURRÍCULO E CULTURA CORPORAL DE
MOVIMENTO: POSSIBILIDADES PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Tamires Freitas, Luiz Rufino………………………….…………………...……………………............……
10
BEM RECEBER COPA ECOTURISMO E AVENTURA: INVESTINDO NA QUALIFICAÇÃO
PROFISSIONAL DOS CONDUTORES
Juliana de Paula Figueiredo, Amanda Mayara do Nascimento, Rodolfo Antonio Zagui Filho, Raquel
Sampaio Pires Iannoni, Marcelo Fadori Soares Palhares, Gisele Maria Schwartz..............................
11
ESPORTE DE AVENTURA COMO CONTEÚDO INTERDISCIPLINAR NA EDUCAÇÃO FÍSICA
Michelli Luciana Massolini Laureano………………………….…………………...……………………......
13
APLICABILIDADE DOS ESPORTES DE AVENTURA NA ESCOLA ATRAVÉS DOS ANAIS DO
CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDAES DE AVENTURA
Danilo Silva dos Santos, Denis Rocha Gomes, Dimitri Wuo Pereira………………………….…………
15
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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EMOÇÕES DE JEEPEIROS PRATICANTES DE ESPORTE DE AVENTURA EM EVENTO OFF
ROAD EM AVARÉ
Norma Ornelas Montebugnoli Catib, Gisele Maria Schwartz, Fernando Carlos Rochel Corrêa,
Victor Hugo Aparecido de Paschoal Castro, Priscila Galvão de Almeida Leme, Marisa Cortez de
Souza………………………….…………………...……………………............……...................................
16
SEMPRE ALERTA: UMA AVENTURA PELOS JOGOS E BRINCADEIRAS ESCOTEIRAS
Marcio Ferreira de Souza, Cinthia Lopes da Silva………………………….…………………...………....
18
JOGOS ELETRÔNICOS DE ATIVIDADES DE AVENTURA
Iara Tedeschi Novais, Cristiane Naomi Kawaguti, Juliana de Paula Figueiredo, Danielle Ferreira
Auriemo Christofoletti, Leonardo Madeira Pereira, Gisele Maria Schwartz..........................................
19
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AVENTURA: ANÁLISE DOS TRABALHOS APRESENTADOS NO
CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE AVENTURA DE 2006 A 2008
Melissa de Carvalho Souza, Camila da Cruz Ramos de Araujo, Leonessa Boing, Alcyane Marinho,
Jóris Pazin………………………….…………………...……………………............……...........................
20
ESCALADA EM ROCHA E SEU IMPACTO NO AMBIENTE NATURAL: ABERTURA DE VIAS DE
ESCALADA
Bruno Alberto Severian, Victor Lopez Richard………………………….………………….......................
22
LIMITES E POSSIBILIDADES DAS PRÁTICAS DE AVENTURA EM RELAÇÃO AO LAZER: A
EXPERIÊNCIA DA ESCOLINHA DE SKATE DO GRUPO DE ESTUDOS DO LAZER (GEL) EM
MARINGÁ
Claudio Alexandre Celestino, Silvana dos Santos, Filipe Bossa Alves, Amilton Bertazo Junior,
Giuliano Gomes de Assis Pimentel………………………….…………………...…………………….........
23
MOTIVAÇÃO: ESTUDO COMPARATIVO DE AMBIENTES IN E OUTDOOR NO ESPORTE DE
AVENTURA
Luciana Botelho Ribeiro, Cláudio Gomes Barbosa, Afonso Antonio Machado....................................
24
PIBID: EXPERIÊNCIA DE UMA INTERVAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA A
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Raoni Perrucci Toledo Machado, Débora Cássia Carvalho, Fernanda de Sá Carvalho......................
25
PRÁTICAS DE ATIVIDADES DE AVENTURA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
RELATO DE VIVÊNCIA PRÁTICA EM AVENTURA NO CAMPUS
Aline da Silva Rodrigues, Ilbert Silveira de Azevedo, Carlos Roberto Teixeira Ferreira......................
26
ATIVIDADE DE AVENTURA E AS TECNOLOGIAS: ANÁLISE DAS PUBLICAÇÕES DAS
REVISTAS MOTRIZ E MOVIMENTO
Amanda Mayara do Nascimento, Viviane Kawano Dias, Juliana de Paula Figueiredo, Cristiane
Naomi Kawaguti, Priscila Raquel Tedesco da Costa Trevisan, Gisele Maria Schwartz.......................
27
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AVENTURA: ANÁLISE DOS TRABALHOS APRESENTADOS NO
CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE AVENTURA DE 2009 A 2011
28
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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Camila da Cruz Ramos de Araujo, Melissa de Carvalho Souza, Adriana Coutinho de Azevedo
Guimarães, Alcyane Marinho, Sílvia Rosane Parcias..........................................................................
ESCALADA COM SEGURANÇA NA ESCOLA
Almir Aguiar dos Santos Silva, Gustavo Ramos, Dimitri Wuo Pereira..................................................
29
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE ATIVIDADES DE AVENTURA NA CIDADE DE
ARAPONGAS
Jean Cléverson Moraes………………………….…………………...……………………............…….......
30
SLACKLINE NA ESCOLA
Jonas de Jesus Carvalho Poli, Adamor Oliveira da Silva, Anderson Alves, Carlos Gonçalves Costa,
Gustavo Ramos Monteiro de Silva………………………….…………………...…………………….........
31
NATAL DA URI : CULTURA, AVENTURA E MAGIA
Flavio Zambonato, Auria de Oliveira Carneiro Coldebella, José Luis Dalla Costa...............................
32
ATIVIDADES DE AVENTURA DISSEMINADAS PELA MÍDIA PARA ESCOLARES DOS ANOS
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ – MT
Talita Ferreira………………………….…………………...……………………............……......................
33
PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA E NA NATUREZA, PROPOSTA PARA UM CADERNO
PEDAGÓGICO NO ENSINO MÉDIO
Gabriela Araujo Goes da Mota, Edmundo Drummond Alves Junior, Cilene Lima de Oliveira, Ramon
Diniz Teixeira………………………….…………………...……………………............…….......................
34
O AUXÍLIO DA MOTIVAÇÃO NAS COMPETIÇÕES DE MOUNTAIN BIKE
Eric Matheus Rocha Lima, Lucas Ribeiro Cecarelli, Guilherme Bagni, Kauan Galvão Morão,
Renato Henrique Verzani, Afonso Antonio Machado...........................................................................
36
O TEMPO LIVRE NA MODERNIDADE
Liliane Marinho da Silva de Sousa, Carmen Maria Aguiar...................................... ............................
37
ATIVIDADES DE AVENTURA: UMA FORMA DE LAZER NO ACAMPAMENTO TOCA DO LOBO
André Eduardo Silveira Mazaron, Tatiana Iuri Yamassaki da Silva......................................................
38
A PATINAÇÃO ARTÍSTICA PODE SER ESTUDADA A PARTIR DE UMA PERAPECTIVA
CONCEITUAL DE ATIVIDADE DE AVENTURA?
André Eduardo Gobeti, Luana Mari Noda, Guilherme Arana Demitto, Nadine do Amaral Luvizetto,
Guilherme Futoshi Nakashima Amaro..................................................................................................
39
MANIFESTAÇÃO DE COMPETÊNCIAS EM UMA VIVÊNCIA DE SURFE: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Lauren Dallarosa Lima, Almir Schmitt Netto, Bruna Carli de Souza, Letícia Alves Aguiar, Caroline
Ruschel, Alcyane Marinho....................................................................................................................
40
RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA RELACIONADA
MANIFESTADAS EM UMA VIVÊNCIA DE SURFE
42
ÀS
SENSAÇÕES
E
EMOÇÕES
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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Lauren Dallarosa Lima, Priscila Mari dos Santos, Simone Teske, Micael Alexandre Jorge Godinho,
,
Caroline Ruschel Alcyane Marinho......................................................................................................
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA AO DESEMPENHO DE
SKATISTAS DE UMA CIDADE DO INTERIOR DO NORDESTE
Paulo Tiago Oliveira Alves, Cicero Emerson Da Silva Santana, Paulo Felipe Ribeiro Bandeira.........
44
ATIVIDADES DE AVENTURA NA NATUREZA E INVESTIMENTOS COM EQUIPAMENTOS DE
SEGURANÇA
Samira Garcia de Oliveira, Ana Paula Evaristo Guizarde Teodoro, Gisele Maria Schwartz................
46
ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE UM RASTREADOR PESSOAL EM EXPEDIÇÃO DE ALTA
MONTANHA: UM ESTUDO DE CASO
Marcelo José Anghinoni Nava, Juliano Jessé Anghinoni Nava............................................................
47
EMPREGO DE EQUIPAMENTO DE INCENTIVO RESPIRATÓRIO COMO TREINAMENTO
PULMONAR PARA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO EM ALTA MONTANHA
Marcelo José Anghinoni Nava..............................................................................................................
48
ATIVIDADES DE AVENTURA, QUAL A PREFERIDA?
Lucas Ribeiro Cecarelli, Eric Matheus Rocha Lima, Guilherme Bagni, Kauan Galvão Morão,
Renato Henrique Verzani, Afonso Antonio Machado...........................................................................
49
BENEFÍCIOS DO TREKKING: OLHARES DA PSICOSSOCIOLOGIA DO ESPORTE
Lucas Ribeiro Cecarelli, Gustavo Lima Isler, Matheus Ribeiro Cecarelli, Afonso Antonio Machado....
50
ATIVIDADE FÍSICA DE AVENTURA NA NATUREZA E ESTADOS EMOCIONAIS: DIFERENÇAS
ENTRE GÊNEROS NO BOIA-CROSS
Fernanda Carolina Pereira, Giselle Helena Tavares, Juliana de Paula Figueiredo, Leonardo
Madeira Pereira, Gisele Maria Schwartz..............................................................................................
52
O SKATE NA HISTÓRIA DE VIDA DE SEUS PRATICANTES
Mariana Ferreira, Caroline Ferraz Simões............................................................................................
53
A HISTÓRIA DO SLACKLINE E OS BENEFÍCIOS QUE ELE PROPORCIONA
Mariana Ferreira, Jean Miranda Euflausino..........................................................................................
54
AVENTURA, AFFORDANCES E EMOÇÕES
Pedro Fernando Viana Felicio..............................................................................................................
55
INFLUENCIA DO RAPEL NA RESPOSTA AGUDA CARDIOVASCULAR
Pedro Fernando Viana Felicio, João Marcelo de Queiroz Miranda, Rogério Brandão Wichi...............
56
UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE OS CRITÉRIOS DE JULGAMENTO NO SKATE
STREET E A INFLUÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS NO DESEMPENHO DE SKATISTAS
BAHIANOS
Leonardo Madeira Pereira, Charlene Pessoa da Silva, Patrícia Gomes Costa, José Carlos Ribeiro
Oliveira, Gisele Maria Schwartz............................................................................................................
57
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DE AVENTURA”
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AFAN, LAZER E EDUCAÇÃO FÍSICA: RELAÇÕES POSSÍVEIS NA FORMAÇÃO
PROFISSIONAL
Evandro Antonio Corrêa.......................................................................................................................
59
MOVIMENTO ESCOTEIRO: CONTRIBUIÇÕES AO DEBATE ACERCA DAS ATIVIDADES DE
AVENTURA
Fernando Azeredo Varoto, Cinthia Lopes da Silva...............................................................................
60
PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DA CIDADE DE AREIA SOBRE OS
ESPORTES DE AVENTURA COM ANIMAIS
Natália Caroline Nascimento, Edlainne Pinheiro Ferreira, Joycimary Filgueira Gomes, Maria da
Conceição Gonçalves, Thiago Siqueira Paiva de Souza......................................................................
62
NÍVEIS DE CONHECIMENTO SOBRE A PRÁTICA DE ESPORTES COM CÃES
Isadora Thalita Filgueira Bezerra, Rayene Maria da Silva Araújo, Josué Fiel da Silva, Luã Le carré
Melo Lima, Thiago Siqueira Paiva de Souza........................................................................................
63
A AVENTURA NAS DANÇAS DE UMBIGADA
Ana Carolina Sales Pacheco, Daniel Bidia Olmedo Tejera, Carmen Maria Aguiar..............................
64
A ESCALADA PARA DEFICIENTES VISUAIS: REFLEXÕES E PROPOSTAS PARA A
REALIDADE MARINGAENSE
Karina dos Santos Passarelli, Luana Mari Noda..................................................................................
65
O USO E CONSERVAÇÃO NOS ESPORTES DE AVENTURA: UM OLHAR SOB A
PERSPECTIVA DOS ESCALADORES
Pedro Alex de Sá Pereira , João Luiz Barros Torres, Allana Joyce Soares Gomes.............................
66
LAZER DE AVENTURA NO UNIVERSO ACADÊMICO
Salvador Inácio da Silva, Lívia Quirino de Melo Medeiros, Monique Fernandes Moraes, Rayra
Possatto Gaudio Barbosa.....................................................................................................................
67
O LAZER DE AVENTURA E NOVAS TECNOLOGIAS
Lívia Quirino de Melo Medeiros, Monique Fernandes Moraes, Rayra Possatto Gaudio Barbosa,
Salvador Inácio da Silva.......................................................................................................................
68
OS INTERESSES DA POPULAÇÃO VISITANTE DO PARQUE MUNICIPAL MORRO DA
PESCARIA – GUARAPARI – ES
Monique Fernandes Moraes, Lívia Quirino de Melo Medeiros, Rayra Possatto Gaudio Barbosa,
Salvador Inácio da Silva.......................................................................................................................
69
VISÃO DA POPULAÇÃO ACERCA DOS BENEFÍCIOS TRAZIDOS AOS PRATICANTES DE
ATIVIDADES DE AVENTURA
Rayra Possatto Gaudio Barbosa, Lívia Quirino de Melo Medeiros, Monique Fernandes Moraes,
Salvador Inácio da Silva.......................................................................................................................
70
ESTUDOS SOBRE SURFE: ANÁLISE TEMÁTICA A PARTIR DOS ANAIS DO CBAA
71
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DE AVENTURA”
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Vinicius Zeilmann Brasil, Valmor Ramos, Ciro Goda, Jeferson Rodrigues de Souza..........................
PSICOMOTRICIDADE E SKATE: A DESCOBERTA DE CONTRIBUIÇÕES RECÍPROCAS
Douglas Costa Ferreira.........................................................................................................................
72
PARKOUR: DO MÉTODO NATURAL À TÉCNICA DE SI
Jean Miranda Euflausino,,Amilton Bertazo Junior, Claudio Alexandre Celestino, Silvana dos Santos
73
A PRÁTICA DO MOUNTAIN BIKE NO CONTEXTO DAS AFAN
Leandro Dri Manfiolete, Marcelo Roberto Andrade Augusti, Daniel Bidia Olmedo Tejera, Carmen
Maria Aguiar..........................................................................................................................................
74
A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Newton Porfirio Moraes Soares, Thayane dos Santos Visintainer, Katia Mariele do Amaral Rolim,
Marcos Wuintt da Silva, Adiovan Marques e Rainer de Almeida Padilha.............................................
75
A CIDADE COMO AVENTURA PEDAGÓGICA
Álvaro Luís Ávila da Cunha, Vera Lúcia Gainssa Balinhas, Katia do Amaral Rolim, Newton Porfirio
Moraes Soares, Eduardo Massoco Rios, Patricia Becker Engers........................................................
76
A APRENDIZAGEM AMBIENTAL PROMOVIDA PELA CAMINHADA
Katia Mariele do Amaral Rolim, Newton Porfirio Moraes Soares, Thayane Visintainer........................
77
CONHECENDO O INTERIOR DO MUNICÍPIO DE URUGUAIANA – RS: UM POTENCIAL PARA
A PRÁTICA DE TURISMO E ATIVIDADES DE AVENTURA
Eduardo Massoco Rios.........................................................................................................................
78
A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICA VISANDO CONHECER AS BELEZAS NATURAIS DE
URUGUAIANA – RS
Eduardo Massoco Rios.........................................................................................................................
79
COMUNICAÇÃO ORAL
TURISMO RURAL X TURISMO DE AVENTURA: BREVE REFLEXÃO SOBRE A EXPERIÊNCIA
GALEGA
Luciana Pereira de Moura Carneiro, Rosângela Custódio Cortez Thomaz, Xosé Manuel Santos
Solla......................................................................................................................................................
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DE AVENTURA”
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“O SURFE DE ASFALTO” NAS ONDAS DA PRODUÇÃO ACADÊMICA: UMA REVISÃO DE
LITERATURA
Juliana Cotting Teixeira, Gustavo da Silva Freitas...............................................................................
A PSICOLOGIA DAS EXPERIÊNCIAS SAGRADAS DE AVENTURA NA NATUREZA:
EXAMINANDO OS “LIVROS DE MONTANHA”
Marcelo Guidi........................................................................................................................................
95
UMA VISÃO REAL DA PRÁTICA DE ESPORTES RADICAIS E DE AVENTURA NOS
MUNICÍPIOS DE BARRA DO GARÇAS-MT, PONTAL DO ARAGUAIA-MT E ARAGARÇAS-GO
Sergio Vinícius Trautmann Machado, Geovani Ferreira Pundrich, Cassio de Souza Chagas, Minéia
Carvalho Rodrigues, Aníbal Monteiro de Magalhães Neto, Nathália Maria Resende..........................
101
PROGRAMAS DE AVENTURA EM ATIVIDADES DE TREINAMENTO E FACILITAÇÃO:
VIVENCIAS DE ESCALADA, UM ESTUDO DE CASO
Victor Lopez Richard.............................................................................................................................
107
ATIVIDADES DE AVENTURA ASSOCIADAS A PERCEPÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA NA
TERCEIRA IDADE
Vagner Custódio, Jéssica Luz...............................................................................................................
114
FATORES DETERMINANTES NA ADERÊNCIA DE PRÁTICAS ESPORTIVAS DE AVENTURA
NA NATUREZA
Ana Cláudia Gomes de Amorim Pinto, Silvia Deutsch, Afonso Antônio Machado...............................
121
LAZER EM FOCO: CONCEPÇÕES ADOTADAS NOS ANAIS DO CONGRESSO BRASILEIRO
DE ATIVIDADES DE AVENTURA DE 2006 A 2011
Priscila Mari dos Santos, Raysa Silva Venâncio, Fabiano Augusto Teixeira, Alcyane Marinho...........
126
CAMINHAR NA MATA, CONHECER A NATUREZA E TECNOLOGIA: ALGUMAS
CONSIDERAÇÕES E REFLEXÕES
Marcelo Roberto Andrade Augusti, Carmen Maria Aguiar, Leandro Dri Manfiolete.............................
134
AS ATIVIDADES FÍSICAS NA NATUREZA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
Raoni Perrucci Toledo Machado...........................................................................................................
140
ATIVIDADES DE AVENTURA COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA PARA AS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA
Glaucia Guiulia Costa Pereira, Alex Fabiano Santos Bezerra..............................................................
146
ESPORTE DE AVENTURA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Paulo Tiago Oliveira Alves, Raimundo Erick de Sousa Agapto, Jonas Jandson Alves Oliveira,
Luciano das Neves Carvalho................................................................................................................
153
FATORES MOTIVACIONAIS PARA A PRÁTICA DE ESCALADA ESPORTIVA ENTRE ALUNOS
DO ENSINO TÉCNICO INTEGRADO DO IFCE- JUAZEIRO DO NORTE – CE
Victor Hugo Sátero Balbino, Raimundo Erick de Sousa Agapto, Francisca Liliany Feitosa Ferreira,
Grayce Gonçalves Valdevino, Luciano das Neves Carvalho................................................................
159
VII CBAA – Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura/ I CIAA – Congresso Internacional
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A COMPLEXIDADE BIOPSICOSSOCIAL DOS ESPORTES DE AVENTURA
Péricles Saremba Vieira, André Baggio................................................................................................
165
ESTADO EMOCIONAL TENSÃO E AS ATIVIDADE DE AVENTURA
Rodolfo Antonio Zagui Filho, Kleber Tüxen Carneiro, Ana Paula Evaristo Guizarde Teodoro, Gisele
Maria Schwartz.....................................................................................................................................
170
DE CORPO E ALMA NA PAREDE DE ESCALADA: DESAFIOS DE UMA PROFUNDA IMERSÃO
NA PESQUISA DE CAMPO
Gabriel Rocha Vargas, Silvia Cristina Franco Amaral..........................................................................
176
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E LAZER EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: A FOTOGRAFIA
COMO INSTRUMENTO DE AÇÃO JUNTO AO PÚBLICO ADULTO
Sara Monise de Oliveira, Haydée Torres de Oliveira............................................................................
181
ANÁLISE DO TURISMO DE AVENTURA EM ÁGUAS NA PRAIA DO LARANJAL, ATRAVÉS
DOS SITES DE PELOTAS, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
Guilherme de Oliveira Lopez de Ávila, Laura Rudzewicz, Rita Gabriela Araújo Carvalho, Jéssika
dos Santos Garcia.................................................................................................................................
189
ANÁLISE DO ÂNGULO ABSOLUTO DO TRONCO NA ESCALADA ARTIFICIAL EM
INDIVÍDUOS COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO E COM SÍNDROME DE DOWN
Isabela Gouveia Marques, Thiago Bassani Bellusci, Luisa de Oliveira Demarchi Costa, Raphael
Delfino...................................................................................................................................................
195
A PRESTAÇÃO DE SERVIÇO NA ÁREA DE ATIVIDADES NA NATUREZA PARA PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA OFERECIDAS NO ESTADO DE SÃO PAULO
Felipe Morgato, Paulo Roveri, Fernanda Salvi Santos, Jamille Berbare, Gustavo Murata, Tiago
Dias Provenzano...................................................................................................................................
202
A BOIA, O REMO E A CORDA: UM ESTUDO ANTROPOLÓGICO SOBRE BROTAS, A CAPITAL
BRASILEIRA DA AVENTURA
Marília Martins Bandeira.......................................................................................................................
206
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PRÁTICAS CORPORAIS EM AMBIENTES NATURAIS: UMA
PROPOSTA PARA SENSIBILIZAÇÃO ECOLÓGICA
Cilene Lima de Oliveira, Gabriela Araujo Goes da Mota, Edmundo Drummond Alves Junior, Ramon
Diniz Teixeira........................................................................................................................................
213
ATIVIDADES DE AVENTURA: DIFERENTES OLHARES
Fernando Azeredo Varoto, Cinthia Lopes da Silva...............................................................................
218
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PRATICANTES DE SKATE EM SÃO PAULO, PARANÁ E
RIO GRANDE DO SUL
Luana Mari Noda, Giuliano Gomes de Assis Pimentel.........................................................................
226
ESPORTES DE AVENTURA NA ESCOLA
232
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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Fernanda de Paula Diogo, Gounnersomn Luiz Fernandes, Fúlvio Rodrigues Valeriano.....................
INCLUSÃO SOCIAL NO TURISMO ACESSÍVEL DE AVENTURA NA CIDADE DE SOCORRO-SP
Márcia Danielly Cavalcanti Silva, Kerley dos Santos Alves..................................................................
239
APLICAÇÃO DAS ATIVIDADES DE AVENTURA EM ESCOLA MILITAR DE ENSINO MÉDIO:
DESAFIOS E POSSIBILIDADES
Orlando Costa Ribeiro Júnior, Alex Fabiano Santos Bezerra...............................................................
246
A AVENTURA DE CRIAR VERSOS DE IMPROVISO
Daniel Bidia Olmedo Tejera, Carmem Maria Aguiar, Ana Carolina Sales Pacheco.............................
251
TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ESTADO DO PARÁ
Raquel de Magalhães Borges...............................................................................................................
258
A PRODUÇÃO CIENTÍFICA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE AVENTURA
(2006-2011) SOB A PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Diego Ulacco Moreno, Luiz Afonso Vaz de Figueiredo.........................................................................
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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PÔSTER
TECNOLOGIAS E DIFUSÃO DAS EXPERIÊNCIAS SIGNIFICATIVAS, NO CONTEXTO
DAS ATIVIDADES DE AVENTURA
Jossett Campagna, Gisele M. Schwartz
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer/ DEF/IB/UNESP – Rio Claro/SP – Brasil
[email protected]
Na sociedade tecnológica contemporânea, as trocas de experiências e/ou informação
ganham magnitude e velocidade nunca antes constatadas ao longo do processo de
acumulação do conhecimento humano. O objetivo deste estudo qualitativo foi o de
destacar a contribuição dos relatos nacionais de experiências significativas demandadas
no contexto das atividades de aventura como veículo e objeto educativos corresponsáveis
no processo de desenvolvimento humano. A pesquisa exploratória qualitativa, ilustrada
quantitativamente, elegeu categorias de análise documental dos anais dos CBAAs de
2006 a 2011. Os resultados, revelando as mais curiosas demandas na área, apontaram
expressivo interesse no debate de idéias oportunizado pelas trocas de experiências
interpessoais acadêmicas, como também aliadas na construção, estruturação e
consolidação do conhecimento pertinente às atividades de aventura, uma dentre as
opções no universo do lazer. Na abordagem total dos 386 estudos analisados no referido
período predominaram em 119 (61,08%) os relatos, sendo 92 (31,08%) pôsteres e 27
(30,00%) comunicações orais. Com os dados coletados, esse estudo reiterou a
efervescência e inquietações existentes nas práticas de aventura instigadas pelas
tecnologias de informação e comunicação atuais, seja pela sua diversidade, orientações
sobre os locais mais adequados e próximos para vivenciá-las, seja pelos itens de
segurança e cuidados a elas necessários, seja pela socialização dos benefícios
biopsicosociopedagógicos e culturais que propiciam aos seus adeptos. Estreitar a relação
entre as experiências relatadas e oportunizar políticas públicas e/ou privadas nessa
direção foi outro desafio que se instalou.
Palavras-chave: atividades aventura, relatos de experiência, CBAA.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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ENDURO A PÉ: CAMINHADA E ESTRATÉGIA – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Satie Marina Watanabe
SESC São Caetano – São Caetano do Sul – São Paulo – Brasil
[email protected]
O enduro a pé é uma modalidade esportiva pouco conhecida e praticada. É uma prova de
regularidade realizada em equipe, composta geralmente de 3 a 6 integrantes, cujo
objetivo é passar por pontos em um percurso pré-determinado, valendo-se de uma
planilha de navegação (mapa) e bússola. O objetivo deste trabalho é relatar uma
experiência, do ponto de vista do participante que vivenciou a modalidade e registrar suas
impressões. A atividade foi realizada por uma empresa privada, em uma data única, de
forma gratuita ao participante. Na programação da atividade houve uma palestra
explicativa sobre a origem, regras e curiosidades do enduro pé, bem como informações
sobre as funções de cada integrante, como quem fica responsável pela leitura da bússola,
contagem dos passos e controle das distâncias. As equipes foram compostas de 3 a 6
pessoas, sem faixa etária pré determinada, no entanto o requisito geral foi ser
alfabetizado. Houve cerca de 35 equipes inscritas. O perfil deste público foi variado, mas
com predominância de famílias, ou seja, destaca-se uma participação intergeracional
onde o encontro de diversas gerações. Assim, podemos afirmar que o enduro a pé é um
esporte que integra pessoas, favorece a prática de atividade física em grupo, despertando
interesses variados, como questões de geografia humana, arquitetura local, topografia
urbana e cuidados com a saúde. Também estimula a cognição, uma vez que é necessário
o uso de estratégias e cálculos para melhor aproveitamento da atividade. No entanto, vale
destacar que é fundamental o acompanhamento de uma equipe de apoio para garantir a
segurança dos participantes que ficam expostos a situações diversas, como travessia de
ruas e avenidas movimentadas, bem como informações educativas como minimizar a
exposição ao sol e hidratação. Contata-se mais uma vez que o esporte é um elemento
fundamental na formação do individuo e a condução de pesquisas e divulgação de novas
práticas, diante de uma sociedade cada vez mais sedentária, é fundamental para a
melhoria da qualidade de vida dos brasileiros.
Palavras-chave: caminhada, enduro a pé, trekking.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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TRABALHANDO COM AVENTURA: UM ESTUDO DE CASO ENVOLVENDO
PROFISSIONAIS DO RAMO DE AVENTURA
Marcelo Guidi
Centro de Atividades Desenvolvimento e Estudos (CADE) - São José dos Campos – SP
[email protected]
Ao prever ou rever um caminho profissional alguns sujeitos podem recorrer a aspirações
pessoais para organizar ou reorganizar o seu rumo no mercado de trabalho. Este
(re)manejamento profissional pode ter como inspiração as atividades de lazer, onde o
prazer e a satisfação destas atividades foram marcantes. Esta pesquisa buscou
caracterizar o percurso profissional de seis sujeitos que optaram por trabalhar na área de
lazer, mais especificamente no ramo de “aventura”. Este estudo considerou que as
escolhas profissionais são mediadas por fatores pessoais, econômicos e sociais. Na
medida em que se consolidam os conceitos, valores e interesses, o efeito das
experiências de lazer podem permitir um leitura mais crítica da escolha profissional onde
o bem-estar no lazer tende a ser desejado também no trabalho, na perspectiva de um
sujeito indissociável. Especificamente o lazer de aventura permite a expressão de uma
identidade que carrega valores de exploração, desafio e superação. Todos os
entrevistados definiram o trabalho como fonte de sofrimento, obtendo no lazer um sentido
de realização. Ao repassar este sentido para o trabalho a satisfação provém do diálogo
com o cliente e das práticas em si. As condições de renda da família nuclear, as
oportunidades no mercado, o “network” e a capacidade de ousar e persistir foram
aspectos importantes na manutenção desta trajetória profissional. Entre as dificuldades
destacam-se a falta de consenso nos padrões que regulamentam a qualidade dos
serviços na área, a sazonalidade das modalidades, o elevado custo e a durabilidade dos
equipamentos e a banalização da aventura pelos próprios profissionais autônomos. Para
os entrevistados, as vivências de lazer em aventura promoveram um novo significado ao
trabalho.
Palavras-chave: Trabalho, Lazer de aventura, realização pessoal.
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RESPOSTA PSICOFISIOLÓGICA DA FREQUENCIA CARDÍADA EM PRATICANTES
AMADORES DE RAPEL
Sergio Vinícius Trautmann Machado, Geisse Quelle Mendes Cunha, Nathalia Maria
Resende, Anibal Monteiro de Magalhães Neto
Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia, Pontal do
Araguaia, Mato Grosso, Brasil
[email protected]
Introdução: O rapel é um termo que vem do francês "rappel", que significa "chamar" ou
"recuperar", para designar uma técnica do montanhismo, onde é realizado descidas de
forma controlada através de cordas ou cabos, com o uso de uma cadeirinha especial
(baudrier) e alguns acessórios como mosquetões, descensores (freio oito, ATC dentre
outros), vencendo obstáculos naturais e artificiais. Fazer rapel pode parecer
extremamente simples. E é por isso que ele se difundiu tanto. Qualquer pessoa que vença
o medo da altura, coloque o equipamento necessário e tenham alguns poucos minutos de
instrução pode realizar o rapel. As emoções são o principal determinante de como será o
desempenho nos praticantes do rapel. O impacto das emoções sobre o desempenho
atlético é tão poderoso que afeta cada aspecto da pratica de descida. Existem vários
marcadores fisiológicos capazes de mensurar alterações provocadas pelas emoções, e
uma delas é a frequência cardíaca. Porém pesquisas com enfoque nos fatores
emocionais provocados pelo rapel são escassas na literatura. Objetivo: Esse estudo teve
como objetivo principal mensurar a freqüência cardíaca de praticantes amadores de rapel
em dois momentos distintos, os quais são: (1) no estado de calmaria (repouso) e (2) no
estado de estresse (no decorrer da descida). Método: Fizeram parte desta pesquisa, 32
participantes sendo 14 do gênero feminino e 18 do gênero masculino. Para mensurar a
frequência cardíaca foi utilizado o instrumento de mensuração portátil ajustável da marca
Polar. Utilizou-se como método estatístico o t de Student para variáveis dependentes
tendo como margem de significância 0,05%, e os resultados foram expressos em média ±
erro padrão. Resultados: Após a mensuração da frequência cardíaca foi obtido às
seguintes médias no estado de repouso (86 ± 2,3 bpm). No decorrer da descida do rapel
a frequência cardíaca elevou-se em 70% tendo como média (148 ± 3,2 bpm). A variação
do componente fisiológico mostrou haver diferença significativa entre os dois momentos
avaliados neste trabalho. Conclusão: Os resultados encontrados neste trabalho
mostraram que o ato de descida é um momento de estresse emocional muito grande,
porém com características controladas. As emoções são uma parte das experiências
esportivas, tanto quanto as condições físicas. No entanto, apesar da importância do
estudo das emoções no esporte, ele ainda é pouco explorado na área dos esportes
radicais. Portanto, pode-se concluir que as emoções provocam impacto sobre o
desempenho durante a atividade do rapel, fazendo assim com que ocorram reações
psicológicas que estimulam a ocorrência de modificações fisiológicas.
Palavras-chave: Batimentos cardíacos, Esporte radical, Medo.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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REFLETINDO SOBRE MANIFESTAÇÕES DE COMPETÊNCIAS NO RAFTING
Alcyane Marinho, Priscila Mari dos Santos
Laboratório de Pesquisa em Lazer e Atividade Física (LAPLAF), Centro de Ciências da
Saúde e do Esporte (CEFID), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),
Florianópolis, Santa Catarina, Brasil
[email protected]
Este trabalho se reporta a uma das fases do projeto de ensino “Meio ambiente por inteiro:
ciclo de oficinas sobre educação ambiental e qualidade de vida” (em andamento no Curso
de Educação Física do CEFID/UDESC), o qual tem como objetivo sensibilizar a
comunidade acadêmica para questões socioambientais e suas relações com a qualidade
de vida. Trata-se de uma vivência de rafting, a qual foi oportunizada à comissão
organizadora do referido projeto, em Santo Amaro da Imperatriz (SC). Após a vivência,
nove participantes (oito mulheres e um homem) foram convidados a responder um
questionário com perguntas abertas acerca das competências manifestadas durante a
atividade. As informações coletadas foram organizadas no software NVivo 9, o qual vem
sendo empregado em estudos qualitativos. Após a organização e a leitura dos resultados,
as categorias de análise foram elaboradas por meio da técnica de análise de conteúdo.
Dois participantes identificaram que as competências mais exigidas pelo contexto da
atividade foram a flexibilidade, a capacidade de comunicação, a liderança e a criatividade.
Um participante atribuiu as manifestações de competências às próprias exigências da
atividade, e outro à rapidez em que todas as ações ocorreram. Os participantes citaram a
flexibilidade, como necessidade para a coesão do grupo; cinco citaram a capacidade de
comunicação e dois a de negociação, para facilitar a atividade, as decisões, e a sincronia;
e dois citaram a criatividade, manifestada para superar certos obstáculos. Sete não
perceberam a manifestação da liderança, atribuída a dificuldades pessoais, medo,
insegurança, e “acomodação” com a liderança do “guia” e com aqueles que estavam à
frente do bote. Neste sentido, parece que os participantes tiveram certa dificuldade em
perceber que, apesar do sucesso individual depender do desempenho e da boa
determinação do grupo, a liderança era um aspecto fundamental para o bom
desenvolvimento da atividade, não sendo restrita a manifestação por determinados
participantes. Relacionando as competências à gestão de projetos, cinco participantes
apontaram que, por meio das competências, os indivíduos estão sendo preparados e se
alertando para a importância do trabalho em grupo, do planejamento e da iniciativa, ainda
que esta seja uma tarefa difícil. Quatro participantes apontaram o contato com a natureza
como um importante fator que pode contribuir para a gestão de projetos. Além disso, o
prazer compartilhado proveniente do rafting adquiriu magnitude, atuando como elemento
de coesão do grupo e de satisfação das necessidades individuais no coletivo. Os
participantes estabeleceram referenciais comuns e, por isso, a soma das competências
individuais repercutiu positivamente na competência coletiva. Oportunidades como estas
possibilitam visualizar, estimular e potencializar competências para mobilizar, integrar e
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transferir conhecimentos, recursos e habilidades, em um contexto profissional
determinado, além de oportunizar a reflexão sobre as ações na gestão do próprio projeto
em que se está inserido.
Palavras-chave: Rafting, Competências, Projetos.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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SENSAÇÕES E EMOÇÕES NO RAFTING: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Alcyane Marinho, Priscila Mari dos Santos
Laboratório de Pesquisa em Lazer e Atividade Física (LAPLAF), Centro de Ciências da
Saúde e do Esporte (CEFID), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),
Florianópolis, Santa Catarina, Brasil
[email protected]
Este trabalho se reporta a uma das fases do projeto de ensino “Meio ambiente por inteiro:
ciclo de oficinas sobre educação ambiental e qualidade de vida” (em andamento no Curso
de Educação Física do CEFID/UDESC), o qual tem como objetivo sensibilizar a
comunidade acadêmica para questões socioambientais e suas relações com a qualidade
de vida. Trata-se de uma vivência de rafting, a qual foi oportunizada à comissão
organizadora do referido projeto, em Santo Amaro da Imperatriz (SC). Após a vivência,
nove participantes (oito mulheres e um homem) foram convidados a responder um
questionário com perguntas abertas acerca das sensações e emoções vivenciadas no
rafting e do significado de tal experiência. As informações coletadas foram organizadas no
software NVivo 9, o qual vem sendo empregado em estudos qualitativos. Após a
organização e a leitura dos resultados encontrados, as categorias de análise foram
elaboradas por meio da técnica de análise de conteúdo. No que se refere às sensações e
emoções, sete participantes relataram sentir medo e ansiedade, principalmente no início
da atividade, em que as expectativas tomavam conta dos pensamentos. Entretanto,
destes, seis apontaram que, com o passar do tempo, os sentimentos “negativos” iniciais
davam lugar a sensações prazerosas, à diversão, ao gosto pela atividade, à confiança, ao
despertar das curiosidades, à alegria, à euforia, à tranquilidade e sensação de paz, à
realização e renovação pessoal e à sensação de liberdade pelo contato direto com a
natureza. Os outros dois investigados relataram sensações e emoções “positivas”,
agradáveis, e sentimentos de satisfação por conseguir superar obstáculos (por exemplo,
as quedas na água, a correnteza), e de felicidade por estar compartilhando bons
momentos com amigos em meio à natureza. Três participantes relacionaram o significado
da experiência à sensação de bem estar e prazer; cinco relacionaram a sensações de
alegria e diversão; sete relacionaram a sentimentos de coragem, confiança, superação,
sucesso, adrenalina e emoção. Quatro participantes ainda aproximaram a experiência a
situações indescritíveis, inesquecíveis, atreladas à interdependência, à aventura e à
natureza. Principalmente a associação da vivência ao sentido de diversão, que agrupa
outros significados, indica que a atividade foi prazerosa mesmo com o cansaço físico,
percebido em alguns dos participantes. A menção aos significados da experiência,
traduzidos em palavras, permite a aproximação a um processo de ensino-aprendizagem
qualitativo, uma vez que, em seu interdito, agrega o lúdico ao conhecimento. Diante da
oportunidade de experimentar novas situações, sensações e emoções, em um contexto
diferenciado do ambiente acadêmico, em meio à natureza, com desafios a serem
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superados, bem como limites pessoais, físicos e/ou psicológicos, tal iniciativa foi
percebida como uma possibilidade fértil de desenvolvimento humano, sensibilizando os
participantes para questões socioambientais. Isto indica que a vivência foi percebida
como educativa, e, em alguns casos, transformadora.
Palavras-chave: Rafting, Sensações, Emoções.
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ATIVIDADE DE AVENTURA NA TERCEIRA IDADE: UMA ANÁLISE DOS ANAIS DO
CBAA
Raquel Sampaio Pires Iannoni, Giselle Helena Tavares, Iara Tedeschi Novais, Ana Paula
Evaristo Guizarde Teodoro, Danilo Roberto Pereira Santiago, Gisele Maria Schwartz
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer/ DEF/IB/UNESP – Rio Claro/SP – Brasil
[email protected]
Os estudos relacionados ao contexto das atividades de aventura vêm ganhando cada vez
mais espaço no Brasil e no mundo, com abordagens temáticas variadas. Com base nesse
crescimento, a partir de 2006, foi criado pelo LEL-Laboratório de Estudos do Lazer,
Departamento de Educação Física da UNESP - Campus de Rio Claro, o CBAA Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura. Este evento possui uma característica
itinerante e foi criado a fim de atender às necessidades de congregar estudiosos, sendo
um pólo de reflexões sobre esta temática, ampliando as possibilidades de gestão e
difusão das informações acerca das atividades de aventura nas diversas regiões do país.
Porém, apesar do aumento das discussões e dos estudos sobre as atividades de
aventura, é possível notar a existência de muitas possibilidades de enfoques ainda
inexplorados. Parece haver uma defasagem no que concerne à abordagem da temática
terceira idade, suscitando o interesse em se pesquisar, nos anais do CBAA, a incidência
de trabalhos que abordem esta população, ampliando as perspectivas de compreensão
deste universo temático. Para tanto, o presente estudo teve por objetivo investigar os
temas referentes à terceira idade abordados nos trabalhos apresentados no CBAA, no
período de 2006 a 2011. Este estudo, de natureza qualitativa, foi realizado por meio da
união de pesquisa bibliográfica e pesquisa exploratória, sendo esta última desenvolvida
com base na análise dos anais de todas as edições do CBAA. A busca foi feita a partir da
incidência dos termos “terceira idade” e “idosos”, presentes nos títulos dos trabalhos
apresentados. Os dados foram analisados descritivamente pela Técnica de Análise de
Conteúdo Temático. Os resultados apontam 6 (seis) trabalhos que abordam este tema no
período analisado, sendo 2 (dois) sobre as possibilidades de vivência, 2 (dois) que
trataram o aprendizado sobre aventura, 1 (um) que abordou os significados das atividades
e 1 (um) sobre o perfil dos praticantes. Com base nos resultados da pesquisa, foi possível
evidenciar que o tema da terceira idade ainda é pouco explorado nos estudos referentes
às atividades de aventura. Verifica-se um número relativamente pequeno de abordagens
sobre terceira idade, quando analisados todos os anais. A ampliação de estudos sobre
esta temática é de grande valia para o subsídio teórico dos profissionais que atuam nesta
área e, além disso, a população idosa está em alto crescimento no Brasil, merecendo
atenção dos estudiosos. Portando, torna-se importante o desenvolvimento de outros
estudos que potencializem a necessidade de abordar a temática terceira idade e
atividades de aventura, a fim de subsidiar este campo de estudos.
Palavras-chave: Terceira Idade, Atividade de Aventura, CBAA.
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ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA, CURRÍCULO E CULTURA CORPORAL DE
MOVIMENTO: POSSIBILIDADES PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR
Tamires Freitas, Luiz Rufino
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio CLARO, São Paulo, Brasil
[email protected]
A Educação Física escolar é responsável por proporcionar ao aluno o conhecimento da
cultura corporal de movimento, que é entendida como as diferentes manifestações
corporais, como lutas, ginásticas, danças, entre outras. As Atividades Físicas de Aventura
(AFAs) são realizadas em meio natural, urbano ou artificial, podem ser adaptadas para o
contexto escolar, envolvem o risco controlado e proporcionam diferentes sensações, além
de serem atividades existentes há muito tempo e que estão ganhando cada vez mais
espaço nos dias atuais. Dessa forma, o objetivo desse estudo é compreender a
importância das AFAs nas aulas de Educação Física a partir da compreensão de cultura
corporal de movimento, e tratar sobre a falta de publicações sobre o tema, por meio de
um levantamento bibliográfico em livros, artigos, sites e revistas. Concluiu-se com o
estudo que, sendo as Atividades Físicas de Aventura pertencentes à cultura corporal de
movimento, é necessário e importante que esta seja introduzida na escola,
proporcionando assim a vivência de uma nova manifestação corporal aos alunos, o
aprendizado de valores relacionados ao meio ambiente em geral, que estão atrelados a
essa prática, além de aumentar os conteúdos da Educação Física. De acordo com
Marinho (2005) é crescente o interesse de diferentes adeptos, jovens, crianças, e adultos,
de diversos níveis sociais e de diferentes ocupações. Ainda de acordo com a autora, são
poucos os estudos na área, se tornando assim um foco crescente de interesse também
nas universidades, pois se torna necessário o aprendizado das Atividades Físicas de
Aventura para que a atuação profissional seja significativa (MARINHO, 2005).
Palavras-chave: Educação Física escolar, Atividade Física de Aventura e cultura corporal
de movimento.
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BEM RECEBER COPA ECOTURISMO E AVENTURA: INVESTINDO NA
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DOS CONDUTORES
Juliana de Paula Figueiredo, Amanda Mayara do Nascimento, Rodolfo Antonio Zagui
Filho, Raquel Sampaio Pires Iannoni, Marcelo Fadori Soares Palhares, Gisele Maria
Schwartz
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer/ DEF/IB/UNESP – Rio Claro/SP - Brasil
[email protected]
Apoio financeiro: CAPES
Tendo em vista os megaeventos esportivos que ocorrerão nos próximos anos no Brasil, o
Ministério do Turismo lançou o projeto Bem Receber Copa, com o objetivo de qualificar os
profissionais que atuam na área do Turismo. A fim de fortalecer o mercado da aventura e
qualificar os profissionais atuantes neste segmento, a ABETA – Associação Brasileira das
Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura, participa deste projeto do Ministério do
Turismo e lidera o projeto Bem Receber Copa Ecoturismo e Aventura, oferecendo
diversos cursos presenciais e à distância aos envolvidos, entre eles os condutores.
Entretanto, diante do grande fluxo de turistas internacionais e da diversidade do público
que se espera, as empresas que atuam com atividades de aventura precisam investir com
mais profundidade na formação de seus profissionais. Sendo assim, este estudo, de
natureza qualitativa, teve por objetivo investigar se as empresas que atuam com
atividades de aventura estão preparadas para trabalhar com grupos especiais e se
investem na formação de condutores bilíngues. O estudo foi desenvolvido por meio de
pesquisas bibliográfica e exploratória, utilizando um questionário misto como instrumento
para a coleta de dados, aplicado online a uma amostra intencional composta por 39
empresas associadas à ABETA. Os dados foram analisados descritivamente e os
resultados indicaram que, em relação à preparação para trabalhar com os diferentes
grupos especiais, 46,15% das empresas apontam que seus condutores estão aptos a
atuarem com deficientes; 87,18% afirmam que seus condutores estão preparados para
atuarem com idosos; e 97,44% declaram que os condutores estão capacitados para
trabalharem com crianças. Algumas empresas (2,56%) ainda ressaltam que estão
preparadas para atuarem com outros grupos específicos, entre eles: grupos de turismo
pedagógico, grupos empresariais e GLBT – Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais.
No que se refere ao investimento do ensino de língua estrangeira para formar condutores
bilíngues, apenas 41,03% das empresas afirmaram que se atentam a esta formação,
sendo que algumas alegam que deve ser obrigação do próprio profissional buscar esta
qualificação. Pode-se concluir que ainda existe a necessidade de maior atenção à
formação para atuação com públicos específicos, como os deficientes e idosos, a fim de
possibilitar que as atividades de aventura sejam acessíveis a todos. Além disso, torna-se
premente a preocupação com a formação em outros idiomas, para que o segmento da
aventura realmente possa se beneficiar dos megaeventos e difundir os seus produtos aos
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inúmeros turistas que virão ao Brasil durante estas ocasiões, devendo o condutor estar
efetivamente preparado para recebê-los.
Palavras-chave: Formação profissional, Atividades de Aventura, Megaeventos.
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ESPORTE DE AVENTURA COMO CONTEÚDO INTERDISCIPLINAR NA EDUCAÇÃO
FÍSICA
Michelli Luciana Massolini Laureano
Universidade Federal do Amazonas - Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia
(UFAM/ICSEZ), Parintins, Amazonas, Brasil.
[email protected]
Este relato visa apresentar a experiência vivida por uma turma de graduandos do curso
de Licenciatura em Educação Física na UFAM de Parintins, na disciplina Prática
Interdisciplinar, ministrada no terceiro período de 2010, que tinha por objetivo oportunizar,
aos estudantes em formação, a vivência e conhecimento – e talvez a descoberta – de
diferentes conteúdos para aulas de Educação Física. Na referida disciplina, foi proposto
aos discentes que pesquisassem sobre conteúdos pouco convencionais e modalidades
não hegemônicas para que, posteriormente, fosse apresentada a turma em forma de
trabalho prático. Os alunos foram orientados pela professora responsável da disciplina
durante todo o processo de desenvolvimento da pesquisa solicitada, bem como na
organização da apresentação que se caracterizava como uma aula prática, onde todos os
presentes vivenciariam a atividade proposta. Um dos grupos apresentou os esportes de
aventura e a atividade proposta foi uma minicorrida de aventura, composta por: trilha de
bike no areal, travessia a nado de uma pequena lagoa e corrida por uma trilha na mata
que cerca o areal. Os materiais utilizados foram bicicletas de cada aluno participante,
caixa de primeiros socorros, sacos plásticos para recolhimento de lixos e placas
indicadoras de percurso. A atividade foi vivenciada por 98 alunos do curso de Licenciatura
em Educação Física do ICSEZ/UFAM e teve duração de 15 dias com frequência de uma
vez na semana, sempre as quintas-feiras. A primeira prática foi apenas de conhecimento
do território e a segunda constituiu-se de uma competição dividida por grupos separados
por bandanas coloridas, onde a regra era todos os integrantes da equipe (juntos) terminar
o percurso em menos tempo. Durante toda a atividade, o grupo proponente – composto
por 10 alunos – dividiram-se pela trilha para garantir a segurança dos participantes,
ficando em pontos onde a dificuldade era maior, principalmente no lago. Além dessa
questão “risco”, a preservação do local foi trabalhada intensamente. No término da
vivência, todos deram seus depoimentos sobre o que fora realizado e o que sentiram ao
experimentar tais possibilidades. Tudo foi surpreendente já que, no Amazonas, essas
pessoas jamais tinham observado o que estava ao seu redor, vislumbrado tais
possibilidades e vivenciado a natureza local desta maneira, mesmo com tantas zonas que
oferecem o turismo de aventura nesta região, principalmente em Manaus. Com esta
atividade, conseguimos verificar o que o autor Félix Guattari (1990) chama de “ecosofia”
(relações sociais, subjetividade humana e relações com o meio ambiente), pois foram
trabalhadas questões multidisciplinares como preservação do meio ambiente, segurança
em locais de mata, orientação, solidariedade e reflexões a cerca da Amazônia e o
ecoturismo, a sustentabilidade, a formação de uma consciência ambientalista, o respeito
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ao patrimônio ambiental e sociocultural entre outros, configurando um conteúdo
riquíssimo para ser trabalhado por educadores.
Palavras- chave: esporte de aventura, conteúdo, interdisciplinaridade.
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APLICABILIDADE DOS ESPORTES DE AVENTURA NA ESCOLA ATRAVÉS DOS
ANAIS DO CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDAES DE AVENTURA
Danilo Silva dos Santos, Denis Rocha Gomes, Dimitri Wuo Pereira
UNINOVE – São Paulo, SP, Brasil
[email protected]
Os esportes de aventura são um conteúdo da Educação Física e são propostos nos PCN.
Mas será que os professores conseguem explorá-los em seu dia a dia? Será que mesmo
não tendo os materiais e formação adequada, o professor consegue aplicar em suas
aulas? E o mais importante, Será que o professor tem vontade de aprender este novo
conceito de aula para aplicá-la com seus alunos? Essa revisão literária tem como objetivo
explorar o assunto para levar os professores de Educação Física a uma relfexão.
Algumas problemáticas a serem discutidas neste trabalho são o interesse e capacidade
do professor em aplicar uma aula diferente; o espaço físico e os materiais adequados; e o
conhecimento prévio. O objetivo desse estudo é verificar como a literatura apresenta a
aplicação de aulas de esportes radicais. Mostrar quais são as modalidades de esportes
de aventura e como podem ser desenvolvidos nas aulas de educação física. A
metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica em livros, revistas, periódicos sobre os
esportes de aventura e a análise dos anais do CBAA de 2006 a 2010, para compreender
a evolução dos esportes de aventura no âmbito escolar. Os esportes de aventura podem
sim ser inseridos no contexto escolar, sendo adaptados os espaços de prática e seus
materiais. O conhecimento do professor sobre as regras de segurança das modalidades e
as técnicas adequadas também é fator preponderante. Lavoura e Silva (2008), por
exemplo, adaptaram uma aula de canoagem fora do meio liquido para que o aluno tenha
a vivencia do esporte de aventura no contexto escolar. Muitas propostas aparecem nos
anais do CBAA, apontando um grande interesse pelo assunto entre os professores de
Educação Física escolar. As dificuldades como a aceitação de atividades de risco na
escola pelos pais, professores e diretores é um fator apontado como limitante. Sugere-se
a capacitação dos professores para desenvolverem aulas com conteúdo significativo e de
forma segura nas escolas para diminuir essas barreiras.
Palavras-chave: esportes de aventura, Educação Física, escola.
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EMOÇÕES DE JEEPEIROS PRATICANTES DE ESPORTE DE AVENTURA EM
EVENTO OFF ROAD EM AVARÉ
Norma Ornelas Montebugnoli Catib1,2, Gisele Maria Schwartz1, Fernando Carlos Rochel
Corrêa2, Victor Hugo Aparecido de Paschoal Castro2, Priscila Galvão de Almeida Leme2,
Marisa Cortez de Souza2
1
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer/ DEF/IB/UNESP – Rio Claro/SP – Brasil
2
FREA/FIRA - Faculdades Integradas Regionais de Avaré
[email protected]
Na sociedade contemporânea, parece haver, cada vez mais, a necessidade de o ser
humano usufruir seu tempo disponível de modo qualitativo, juntamente com seus
inúmeros afazeres e exigências cotidianas, com intuito de encontrar, nos momentos
destinados ao lazer, diferentes elementos capazes de estimular ações e emoções que
sejam positivas em suas vidas. Assim, vivenciar experiências em atividades de aventura
automobilísticas praticadas fora da estrada pode ser uma atividade coadjuvante nesse
processo de aquisição de novos estilos de vida, merecendo a atenção nesta pesquisa.
Este estudo teve como objetivo investigar as emoções vivenciadas pelos jeepeiros
participantes do evento esportivo de aventura off road. Trata-se de um estudo de natureza
qualitativa, caracterizado por pesquisa exploratória, desenvolvida por meio de
questionário contendo questões abertas como instrumento para a coleta de dados,
aplicado após os jeepeiros terem participado do 1º Evento Off Road (4x4) promovido no
município da Avaré. A amostra intencional foi composta por 11 (onze) sujeitos adultos, de
ambos os sexos. Os dados foram analisados descritivamente, por intermédio da Técnica
de Análise de Conteúdo Temático e indicam que, entre as principais expressões
apontadas pelos indivíduos na questão referente ao que levou a prática dessa atividade
de aventura ressaltaram-se aspectos como “contato com a natureza”, “adrenalina”, “aliviar
o estresse” “diversão”, “aventura”, “companheirismo”. Os praticantes evidenciaram que a
aderência a essa atividade de aventura propicia vivenciarem com qualidade o lazer, tendo
em vista perceberem a sensação de bem-estar nos diferentes níveis social, físico e
psíquico. No que se refere ao tipo de emoção que essa atividade propicia enfatizou-se
“trabalho em equipe”, “satisfação”, “prazer”, “emoção”, “ansiedade”, “realização”,
“felicidade”, “transpor obstáculos”, “liberdade”. Nesse sentido, pode-se evidenciar a
existência de uma intensa motivação com relação à prática dessa atividade e diversas
possibilidades de manifestar espontaneamente sentimentos e emoções considerados
altamente positivos. Com base nos resultados pode-se enfatizar que as atividades de
aventura automobilísticas off road, podem culminar nas mais diferentes emoções, levando
esses praticantes a vivenciarem sentimentos significativos, ao interagirem e integrarem
coletivamente nessa prática esportiva, além da oportunidade de estarem em pleno
contato com a natureza. Sendo assim, torna-se relevante que outras reflexões sejam
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estimuladas acerca dessa temática, como forma de enriquecimento do universo da área
em questão.
Palavras-chave: Atividades de aventura, Off Road, Jeepeiros.
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SEMPRE ALERTA: UMA AVENTURA PELOS JOGOS E BRINCADEIRAS
ESCOTEIRAS
Marcio Ferreira de Souza, Cinthia Lopes da Silva
UNIMEP – Universidade Metodista de Piracicaba – SP, Brasil
[email protected]
O Movimento Escoteiro surgiu na Inglaterra no início do século XX, sendo divulgado
posteriormente por todo mundo. Os ideais políticos, patrióticos, morais e sociais presentes
no Escotismo foram os responsáveis por criar uma cultura normatizadora por meio de
seus preceitos físicos e sociais. Este estudo em andamento tem o objetivo de analisar e
compreender uma suposta versão de construção de uma educação social e disciplinadora
e destacar uma possível leitura lúdica desses jogos a partir de uma análise dos conteúdos
presentes nos jogos e brincadeiras escoteiras vivenciados principalmente pelos mais
jovens e a partir das atividades ao ar livre, além de aventuras delineadas na natureza e
por meio da arte do reconhecimento, observação e exploração do meio natural. Assim,
efetuaremos análises dos conteúdos presentes nos jogos e brincadeiras escoteiras
(realizadas ao ar livre, no meio natural ou em espaços fechados), particularmente
descritas nos manuais de escotismo e, ou publicações relacionadas. A partir dessa
proposição será possível delinear o processo de construção dessas brincadeiras e
destacar uma possível leitura lúdica desses jogos. Como procedimento metodológico será
realizada uma pesquisa bibliográfica, fundamentada em autores que recorrem a
referenciais socioculturais e do lazer, caracterizando uma discussão eminentemente
qualitativa. Dessa forma, a análise tomará por base bibliografia concernente ao lúdico,
lazer e recreação em suas diferentes expressões, assim como estudos, pesquisas e
fontes complementares que possam criar diálogos e aproximações ao tema sugerido. O
problema a ser investigado propõe a criança como criadora de um mundo próprio, onde
seu desenvolvimento físico mantém-se pelo tempo ao ar livre e pela vida em contato com
a natureza. Outro objeto de análise será a educação sugerida por meio do
desenvolvimento corporal, dos sentidos, do caráter, da lealdade, da obediência, do
respeito etc. Assim, a investigação da educação pelos jogos coletivos e outras
brincadeiras escoteiras desenvolve a inteligência e a formação do caráter e da moral e
também contribui no encontro de vestígios que permitam uma investigação vinculada ao
lúdico (ou à falta dele) nesses jogos e brincadeiras, contribuindo e trazendo elementos
novos ao campo de estudo do lúdico e do lazer.
Palavras-chave: Educação Física, Lazer, Escotismo.
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JOGOS ELETRÔNICOS DE ATIVIDADES DE AVENTURA
Iara Tedeschi Novais, Cristiane Naomi Kawaguti, Juliana de Paula Figueiredo, Danielle
Ferreira Auriemo Christofoletti, Leonardo Madeira Pereira, Gisele Maria Schwartz
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer/ DEF/IB/UNESP – Rio Claro/SP – Brasil
[email protected]
As atividades de aventura têm atraído cada vez mais adeptos, seja como forma de fuga
da realidade, seja como uma possibilidade de diversão. Entretanto, muitas vezes essa
vivência é limitada pela falta de tempo, pela dificuldade de acesso a algumas dessas
atividades, ou ainda, pela própria falta de segurança. Dessa forma, uma possibilidade de
se sanar esses empecilhos é por meio da vivência de jogos eletrônicos que simulam
essas experiências, os quais também se encontram em crescente expansão. Nesse
sentido, o objetivo deste estudo foi investigar os jogos eletrônicos com abordagem sobre
atividades de aventura, desenvolvidos para os consoles Playstation 3 e Xbox 360. Este
estudo, de natureza qualitativa, constou de uma pesquisa bibliográfica, com posterior
pesquisa exploratória, desenvolvida por meio de um levantamento dos jogos de
Playstation 3 e Xbox 360 disponibilizados em forma de imagens, vídeos e/ou descrição no
site http://jogos.uol.com.br/, encontrando-se um total de 1845 jogos, os quais foram
analisados por meio da Técnica de Análise de Conteúdo. Como critério de inclusão foram
considerados apenas os jogos com explícita comparação às atividades de aventura,
sendo excluídos aqueles os quais continham tais atividades somente como elementos de
parte de suas histórias. Assim, 52 jogos atenderam aos critérios estabelecidos, tendo sido
categorizados em aéreos (1,9%), aquáticos (13,5%) e terrestres (80,8%), havendo, ainda,
aqueles que atendiam a mais de uma categoria (3,8%). Os resultados indicam que, de
forma semelhante ao que ocorre na prática de tais vivências na natureza, no ambiente
virtual as atividades terrestres também são as mais recorrentes. Esse fato talvez possa
ser explicado pela facilidade de simulação dessas atividades por meio de acessórios,
como por exemplo, plataformas muito próximas ao próprio skate, onde as pessoas
realizam os movimentos corporais. Já os jogos aéreos não possibilitam uma sensação tão
próxima da vivência do ambiente natural, pela dificuldade de simulação de queda livre ou
voo, como em uma atividade de paraquedismo, por exemplo. Da mesma forma, nas
atividades aquáticas, a sensação da água no corpo e a execução da apneia não foram
vivenciadas como em uma atividade de mergulho em ambiente natural. Diante dos
resultados, pode-se concluir que existe um número considerável de jogos eletrônicos
relacionados à temática das atividades de aventura, refletindo um crescente mercado de
ambos os ambientes, natural e virtual, para a vivência dessas atividades. Ainda, embora
os jogos eletrônicos possam não estimular exatamente as mesmas sensações das
atividades vivenciadas no ambiente natural, eles podem apresentar-se como uma
ferramenta tecnológica para disseminar as práticas de aventura, pois permitem que as
pessoas conheçam um pouco mais sobre essas atividades, as quais, muitas vezes por
medo do desconhecido, nunca praticariam.
Palavras chave: Atividade de Aventura, Jogos Eletrônicos, Lazer.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AVENTURA: ANÁLISE DOS TRABALHOS
APRESENTADOS NO CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE AVENTURA
DE 2006 A 2008
Melissa de Carvalho Souza, Camila da Cruz Ramos de Araujo, Leonessa Boing, Alcyane
Marinho, Jóris Pazin
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Centro de Ciências da Saúde e do Esporte – CEFID
Laboratório de Pesquisa em Lazer e Atividade Física – LAPLAF
Florianópolis, SC, Brasil
[email protected]
Nos dias atuais as atividades realizadas na natureza vêm ao encontro da necessidade do
ser humano em vivenciar experiências no ambiente natural (BAHIA; SAMPAIO, 2005).
Situação esta que requer um redirecionamento referente às questões educacionais
envolvidas Neste contexto, pode-se destacar a educação ambiental, entendida como
espaço privilegiado no constante movimento de mudanças para melhores condições de
vida, reforçando a participação e o engajamento crítico e criativo dos sujeitos (MARINHO,
2004). Dessa forma, este estudo teve como objetivo investigar a concepção de educação
ambiental adotada nos trabalhos apresentados no Congresso Brasileiro de Atividades de
Aventura (CBAA) no período de 2006 a 2008. Optou-se pela pesquisa exploratória,
realizada por meio de análise documental feita nos anais do I, II e III CBAA, que
ocorreram no período de 2006 a 2008. A busca nos anais foi realizada tanto para a
modalidade pôster quanto para comunicação oral, utilizando-se a palavra-chave:
educação ambiental. Foi considerado o número total de trabalhos que apresentou no título
ou no corpo do texto o termo educação ambiental. Os dados foram analisados
descritivamente, com base na técnica de análise de conteúdo temático e classificados em
da seguinte forma: concepção implícita de educação ambiental; concepção explícita de
educação ambiental e não aborda a educação ambiental. Os resultados demonstraram
que, dos 143 trabalhos apresentados nas três primeiras edições do Congresso, ocorreram
52 incidências de concepção implícita de educação ambiental, e apenas sete para
concepção explícita de educação ambiental. Dentre os trabalhos que apresentaram
concepção explícita, um abordou a educação ambiental no contexto da educação física
escolar, dois no âmbito universitário, em projetos ou disciplinas relacionados à temática e
quatro no ambiente do lazer, seja em trilhas ecológicas, parques ou praças, corroborando
dessa forma com o tratado de educação ambiental para sociedades sustentáveis, em que
é abordada a educação ambiental como um ato político, fundamentada em valores para a
transformação social, e ainda baseada em um pensamento crítico e inovador, devendo
ser discutida em todos os espaços de educação formal, informal e não formal, para todas
as faixas etárias. Ainda 84 trabalhos não abordaram essa temática, o que permite a
constatação da necessidade de serem propiciadas novas discussões por parte do campo
acadêmico a respeito da educação voltada às questões ambientais, independentemente
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da nomenclatura adotada, uma vez que cuidados, ética e respeito aos elementos naturais
se fazem necessários para o desenvolvimento das atividades de aventura na natureza.
Palavras-chave: Educação Ambiental, CBAA, Aventura.
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ESCALADA EM ROCHA E SEU IMPACTO NO AMBIENTE NATURAL: ABERTURA DE
VIAS DE ESCALADA
Bruno Alberto Severian, Victor Lopez Richard
UFSCar – São Carlos, São Paulo, Brasil
[email protected]
Apoio financeiro: projeto 23112.000956/1999-62 – Esporte para a cidadania PROEXUFSCar
Os eventos ao ar livre ganham hoje uma dimensão importante dentro das alternativas de
lazer e descanso. Com o tempo, atividades consideradas exclusivas de poucos
montanhistas tornaram-se atrativas para um público mais heterogêneo que começou a
gravitar em direção a formas de lazer em contato com a natureza. Os conceitos de
descanso e recreação, e em particular os destinos turísticos, começaram a apropriar-se
de métodos e técnicas do montanhismo e dos marcos naturais onde estas se
desenvolvem. Assim surgiram conceitos como o turismo natural, o turismo de aventura e
o ecoturismo. O interior do Estado de São Paulo tornou-se assim um polo de
convergência de atividades de montanha e em particular de desenvolvimento e promoção
da Escalada em Rocha. A proliferação e evolução da prática da Escalada em Rocha
continua a colocar novos desafios perante os indivíduos envolvidos: tanto dos gestores,
operadores e organizadores, como dos praticantes. Desafortunadamente, devido à
rapidez em que acontece esta transformação, é possível prever fatores de descontrole
que provoquem falhas tais como o aumento de acidentes e de danos ambientais.
Certamente a gestão do impacto ambiental nos programas e eventos de aventura pode
fundamentar-se em elementos éticos, logísticos e jurídicos; todos eles imbricados. Assim,
dentro do Projeto de Extensão Universitária, “Vivências em Escalada”, da UFSCar nos
propusemos discutir os procedimentos de abertura de vias de Escalada em Rocha,
procurando entendê-los quanto à ética de mínimo impacto em ambientes naturais adotada
pela comunidade. Para isso, analisaremos o modus operandi do passado e do presente
no âmbito nacional e internacional, suas origens, sua evolução e suas ramificações,
buscando esclarecer conceitos relacionados à prática da escalada, como: segurança,
materiais empregados, ética na escalada, respeito ao ambiente natural, mínimo impacto,
técnicas e métodos de abertura de vias de escalada, e suas diversas modalidades. A
compilação do histórico regional da sistemática de abertura de vias de Escalada em
Rocha e seu potencial impacto dentro das Areas de Preservação Permanente, onde
necessariamente se executa esta modalidade esportiva, tornou-se assim um dos objetivos
deste trabalho. Tais resultados devem contribuir à elaboração de protocolos otimizados
para abertura de vias de Escalada em Rocha dentro do marco ético do mínimo impacto e
da legislação vigente.
Palavras-chave: Montanhismo, abertura de vias, ética de mínimo impacto.
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LIMITES E POSSIBILIDADES DAS PRÁTICAS DE AVENTURA EM RELAÇÃO AO
LAZER: A EXPERIÊNCIA DA ESCOLINHA DE SKATE DO GRUPO DE ESTUDOS DO
LAZER (GEL) EM MARINGÁ
Claudio Alexandre Celestino, Silvana dos Santos, Filipe Bossa Alves, Amilton Bertazo
Junior, Giuliano Gomes de Assis Pimentel
GEL - Grupo de Estudos do Lazer, UEM,Maringá, Paraná, Brasil
[email protected]
A escola de iniciação ao skate do Grupo de Estudos do Lazer (GEL) tem por finalidade,
oportunizar a vivencia do skate para crianças de toda comunidade local, especialmente na
inclusão de sujeitos (meninas, obesos, entre outros) que sofrem barreiras para aprender o
skate em sua forma naturalizada: na rua. O presente texto apresenta as experiências
direcionadas ao esporte por meio do curso semestral de iniciação à prática do skate. A
‘escolinha’ se materializou em virtude da parceria entre o GEL, o Projeto Ser Atleta,
Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI) e Associação de Skatistas de Maringá (ASKM),
em uma quadra ociosa, no Departamento de Educação Física (DEF) da Universidade
Estadual de Maringá (UEM). Em 2010, o MUDI, disponibiliza uma quadra para essas
práticas, oferecendo mais segurança às aulas. Em 27 de novembro de 2010 esse novo
local é nomeado Pista de Skate Chabelo, em homenagem a Matheus Martins Lopes dos
Santos, skatista e integrante do grupo GEL, desaparecido em acidente de carro. No início
de 2011 são construídos os primeiros obstáculos fixos pelos skatistas frequentadores,
juntamente com a ASKM e o GEL. Em abril de 2011, ocorre o primeiro campeonato de
skate Chapelo, contando com mais de 100 competidores da região. É neste ambiente
associativo entre skatistas e projeto universitário que ocorrem as aulas de iniciação ao
skate, considerando também os conflitos do GEL com esses grupos no tocante ao modo
de uso do espaço (por exemplo, aspectos como não fumar no local, manter a limpeza do
local ou reservar um espaço aos alunos). A prática do skate, em um determinado período
da história, foi muito marginalizada, pois seus praticantes eram tratados como “jovens
drogados ou de caráter desviante” (BRANDÃO, 2008). Por outro lado, esse debate se
amplia por que as preocupações direcionadas às práticas de lazer vêm crescendo (MELO
et al, 2009). Assim, as múltiplas organizações do espaço seguem uma tensão
permanente entre visões de skate. A presença dos pais nas aulas é outro fator complexo,
pois atua como fiscalização do trabalho concomitante ao incentivo ao aprendizado das
crianças. Enfim, como equipamento de lazer, a pista Chabelo representa tanto o
aprendizado pedagogicamente mediado como a possibilidade de contato com outras
experiências de aventura por meio do skate. Em conclusão, se espera que a presença de
familiares e skatistas – não obstante os embates que venham a gerar – potencializem
elementos representativos da ‘casa’ e da ‘rua’, marcando a transição do aprendizado
singular da criança por meio de processos pedagógicos (portanto, seguros) para a prática
em outros tempos e espaços.
Palavras-Chave: Lazer, skate, ensino de skate.
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MOTIVAÇÃO: ESTUDO COMPARATIVO DE AMBIENTES IN E OUTDOOR NO
ESPORTE DE AVENTURA
Luciana Botelho Ribeiro¹, Cláudio Gomes Barbosa², Afonso Antonio Machado³
1
Universidade Federal de Lavras - Lavras/MG - Brasil
2
Universidade Federal de Uberlândia - Uberlândia/MG - Brasil
3
Unesp - LEPESPE - Rio Claro/SP- Brasil
[email protected]
O trabalho busca analisar a interferência do contexto da prática da Atividade de Aventura
em ambientes in e outdoor. A motivação é um fator que proporciona mais ou menos
engajamento na atividade física proposta e favorece que outras emoções coadjuvantes
sejam manejadas com igual vigor. Dentre estas, o medo, o prazer, a ansiedade e a alegria
encontram fluxos representativos, já estudados por renomados autores, e convergem
para uma adesão mais (ou menos) motivada. Nosso resultado, de natureza qualitativa,
entrevistou 40 participantes das modalidades rapel e escalada in e outdoor, da cidade de
Uberlândia-MG, por meio de contatos da rede social Facebook, componentes de um
grupo de estudos relativo à “Motivação em Esportes de Aventura”, e os dados coletados
foram analisados por um grupamento temático. A partir disto, podemos antever que os
atletas sentem-se motivados pela atividade praticada, independente do local (in ou
outdoor); no entanto há forte indício que a aventura indoor seja preferida por grande
número de atletas devido à facilidade de acesso ao local da prática. De maneira
conclusiva podemos apontar que a motivação é um estado que flui em conjunto com o
manejo do medo, da euforia e da ansiedade.
Palavras-chave: Motivação, Esporte de Aventura, Ambiente.
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PIBID: EXPERIÊNCIA DE UMA INTERVAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Raoni Perrucci Toledo Machado, Débora Cássia Carvalho, Fernanda de Sá Carvalho
Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Lavras, Lavras, Minas
Gerais, Brasil
[email protected]
Apoio: CAPES
Durante o primeiro semestre letivo de 2011, os integrantes do grupo PIBID (Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência) do Departamento de Educação Física da
Universidade Federal de Lavras (DEF/UFLA), que tem como objetivo o incentivo a prática
pedagógica e a melhoria no ensino das escolas da rede pública do município de Lavras,
fizeram uma intervenção em uma escola da rede pública tendo como temática a interrelação entre a Educação Ambiental e a Educação Física. Para isso, estabeleceram um
cronograma dividindo as atividades em ações tais como uma palestra sobre o meioambiente proferida por um professor do DEF, uma visita à escola por funcionários da
ACAMAR que é associação dos catadores de matérias recicláveis de Lavras,
proporcionando aos estudantes um conhecimento do processo de reciclagem, assim
como sua importância, foi feita oficinas junto aos alunos para a confecção de uma árvoremural que pudesse ser nela afixadas frases sobre o meio-ambiente, e educação
ambiental, e por fim, foi feita uma caminhada ecológica nas trilhas da Universidade
Federal Lavras. Além destas ações, foi feita uma apresentação de teatro na praça pública
de Lavras durante a semana do meio-ambiente, utilizando-se de roupas confeccionadas
de materiais recicláveis, e juntamente com o teatro fizemos a exposição da árvore-mural
que foi elaborado pelos alunos. Estas atividades tiveram como meta educar as crianças
em prol de uma melhor conscientização ambiental, utilizando-se da semana do meio
ambiente como norteadora deste trabalho, e a partir da mesma procuramos levar as
crianças a vivenciar as experiências em meio a natureza para que elas entrassem em
contato direto com o meio-ambiente, fazendo com que sintam parte do ecossistema em
que vivem e tendo elas um maior conhecimento sobre Educação Ambiental, sabendo que
podem interferir nele enquanto seres vivos, daí o papel do educador físico. Nós, futuros
docentes, tivemos uma grande experiência a partir deste trabalho, pois pudemos mesclar
a prática corporal com o meio-ambiente, jogando fora a padronização que a aula de
Educação Física deve ser feita em uma quadra totalmente fechada e sim colocar as
crianças em contato com outro ambiente, ressaltando que as crianças tinham maior
entusiasmo para estar participando destas aulas do que nas aulas convencionais e as
meninas não eram discriminadas como é comum em algumas aulas de Educação Física
onde o menino é que tem o privilégio em jogar o futebol e as meninas simplesmente
olham a aula, nossa idéia era unir todos para estar participando das ações feitas no
decorrer dos meses.
Palavras-chave: Educação Física, Educação Ambiental, Escola.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
DE 6 A 8 DE JULHO DE 2012
RIO CLARO/ SP – BRASIL
PRÁTICAS DE ATIVIDADES DE AVENTURA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
RELATO DE VIVÊNCIA PRÁTICA EM AVENTURA NO CAMPUS
Aline da Silva Rodrigues, Ilbert Silveira de Azevedo, Carlos Roberto Teixeira Ferreira
Universidade Federal do Acre, Rio Branco, Acre, Brasil
[email protected]
O interesse por elaborar o presente projeto está na necessidade repassar experiências e
conhecimentos práticos em atividades de aventura. As “Práticas de Atividades de
Aventura na UFAC” caracteriza-se por ser um projeto de extensão que tem por objetivo
proporcionar aos acadêmicos de vários cursos da universidade a vivência em atividades
de contato com a natureza. Neste projeto, os acadêmicos têm a possibilidade de ampliar
seus conhecimentos em atividades que interage o homem com a natureza e de práticas
que contribuem para o desenvolvimento do ser humano. A UFAC é um lugar privilegiado
porque propicia atividades em ambientes de mata. Nesse sentido, o projeto abrange os
seguintes conteúdos: 1) estágio básico de selva; 2) orientação e navegação com bússola;
3) rapel; 4) arborismo. As práticas referentes às atividades em ambiente de selva
contaram com a parceria do 4ºBatalhão de Infantaria de Selva da capital. Através deste
projeto foi possível discutir e implantar no eixo curricular do curso de Educação Física
Bacharelado a disciplina “Esportes Radicais e Atividades de Aventura” e no curso de
Licenciatura em Educação Física da zona rural o projeto de extensão “Atividades
Interativas em Educação Física”, com um dos conteúdos, a oficina teórico e prático de
bússola e navegação. Um fato importante é que a prática dessas atividades possibilitou o
fortalecimento das relações sociais, o que é possível devido à integração entre os
praticantes nas experiências práticas. Finalmente, pudemos perceber que este projeto é
um veículo de participação e integração entre a comunidade acadêmica e o meio
ambiente, possibilitando a formação de cidadãos com atitudes e valores de preservação
do meio ambiente e na qualidade de vida.
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VII CBAA – Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura/ I CIAA – Congresso Internacional de
Atividades de Aventura: “Tecnologias e Atividades de Aventura”
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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ATIVIDADE DE AVENTURA E AS TECNOLOGIAS: ANÁLISE DAS PUBLICAÇÕES
DAS REVISTAS MOTRIZ E MOVIMENTO
Amanda Mayara do Nascimento, Viviane Kawano Dias, Juliana de Paula Figueiredo,
Cristiane Naomi Kawaguti, Priscila Raquel Tedesco da Costa Trevisan, Gisele Maria
Schwartz
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer/ DEF/IB/UNESP – Rio Claro/SP – Brasil
[email protected]
As temáticas relacionadas à prática de atividades de aventura vêm despertando interesse
crescente no Brasil e no mundo, tanto por parte da população como de estudiosos.
Entretanto, ainda que estas temáticas já sejam foco de diversos estudos, não se conhece
tem dados concretos evidenciado o impacto da evolução tecnológica para estas vivências,
merecendo a atenção nesta pesquisa. Este estudo, de natureza qualitativa tem por
objetivo investigar os temas referentes às tecnologias e as atividades de aventura nos
periódicos nacionais da área de Educação Física, classificados no Qualis-CAPES na área
21 constantes no extrato A. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica a respeito
das temáticas propostas e uma pesquisa exploratória, a qual analisou as revistas Motriz
da UNESP de Rio Claro/SP e Movimento da ESEF/UFRGS, únicas nacionais com
conceito A2. A busca foi feita a partir da incidência dos termos “atividades de aventura” e
“tecnologias”, presentes nos artigos publicados de ambos os periódicos, no período de
2006 até 2011. Os dados analisados descritivamente pela Técnica de Análise de
Conteúdo Temático apontam 07 (sete) trabalhos que abordam este tema nos periódicos
da Motriz, sendo 04 (quatro) associados às tecnologias dos equipamentos para a prática
das atividades, 03 (três) à fuga da rotina urbana. Já na revista Movimento, foram
encontrados 03 (três) trabalhos, destes 02 (dois) associados às tecnologias dos
equipamentos para a prática das atividades e 01 (um) às características das atividades de
aventura. Com base nos resultados da pesquisa, foi possível evidenciar que, embora o
tema esteja despertando interesse, os estudos nessa área ainda são escassos,
comparados ao total de publicações das revistas analisadas. Diante do exposto, observase a necessidade de ampliar os estudos que envolvam essas temáticas, promovendo
acessibilidade à informação e a gestão desse conhecimento, bem como, de instigar o
olhar da academia, no sentido de compreender melhor este universo. Espera-se, também,
o reconhecimento e valorização dessas práticas, aprimorando os aspectos que permeiam
as atividades de aventura, gerando novas perspectivas de reflexões.
Palavras-chave: Atividade de aventura, tecnologias, publicações.
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VII CBAA – Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura/ I CIAA – Congresso Internacional de
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AVENTURA: ANÁLISE DOS TRABALHOS
APRESENTADOS NO CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE AVENTURA
DE 2009 A 2011
Camila da Cruz Ramos de Araujo, Melissa de Carvalho Souza, Adriana Coutinho de
Azevedo Guimarães, Alcyane Marinho, Sílvia Rosane Parcias
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Centro de Ciências da Saúde e do Esporte – CEFID
Laboratório de Pesquisa em Lazer e Atividade Física – LAPLAF
Florianópolis, SC, Brasil
[email protected]
O quadro socioambiental que caracteriza as sociedades contemporâneas revela que o
impacto dos seres humanos sobre o ambiente tem tido consequências cada vez mais
complexas, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. Desta forma, a educação
ambiental torna-se condição necessária para modificar esta crescente degradação
(JACOBI, 2003). Com base nesse argumento, este estudo de natureza qualitativa teve por
objetivo investigar a educação ambiental como temática divulgada nos trabalhos
apresentados no Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura (CBAA). Optou-se pela
pesquisa exploratória, realizada por meio de análise documental feita nos anais do IV, V e
VI CBAA, os quais ocorreram no período de 2009 a 2011. A busca nos anais foi realizada
em pôsteres e temas livres, utilizando-se a palavra-chave educação ambiental. Foi
considerado o número total de trabalhos que apresentou no título ou no corpo do texto o
termo educação ambiental. Os dados foram analisados descritivamente, com base na
técnica de análise de conteúdo temático e classificados da seguinte forma: concepção
explícita de educação ambiental; concepção implícita de educação ambiental e não
aborda a educação ambiental. Os resultados demonstraram que dos 216 trabalhos
apresentados nas três últimas versões do congresso, ocorreram 32 incidências explícitas
com a palavra-chave educação ambiental relacionadas ao contexto do lazer, escola,
social, esportivo, formação profissional e no campo acadêmico. É importante destacar que
mesmo em diferentes contextos, os trabalhos abordaram a educação ambiental com base
no pensamento crítico e inovador, em qualquer tempo ou lugar, em seus modos formal,
não formal e informal, promovendo a transformação e a construção da sociedade,
seguindo os princípios do tratado de educação ambiental. Encontrou-se também 35
trabalhos que abordaram a educação ambiental de forma implícita e ainda 149 que não
abordaram esta temática. Desta forma, vale ressaltar a necessidade de uma maior
abordagem da educação ambiental no que diz respeito às atividades de aventura no
campo científico, pois segundo o tratado de educação ambiental, a mesma deve estimular
e potencializar o poder das diversas populações, promovendo ainda oportunidades para
as mudanças democráticas de base que estimulem os setores populares da sociedade,
incentivando as comunidades a retomarem a condução de seus próprios destinos.
Palavras-chave: Educação Ambiental, CBAA, Aventura.
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ESCALADA COM SEGURANÇA NA ESCOLA
Almir Aguiar dos Santos Silva, Gustavo Ramos, Dimitri Wuo Pereira
Universidade Nove de Julho, São Paulo-SP, Brasil
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Com aumento de praticantes da escalada e com algum apoio na divulgação pela mídia,
as crianças estão sendo atraídas para esse esporte. Apesar da prática de escalar e trepar
já fazer parte do desenvolvimento natural dessa criança, ela geralmente não é
sistematizada na escola, pois assim que começamos a engatinhar já tentamos subir em
sofás e cadeiras (PEREIRA, 2007). Toda criança utiliza a escalada para interagir com o
mundo. O objetivo desse trabalho é mostrar para o professor de educação física a
possibilidade de forma simples e segura a aplicar uma aula de escalada na escola mesmo
não tendo uma vivência em esportes de aventura, e, assim ajudar a quebrar o paradigma
de que a escalada não é uma prática segura para se aplicar dentro da aula de educação
física. Segundo (AURICCHIO, 2009) propor aulas diferentes ligada aos esportes radicais
é uma forma de atrair o interesse do grupo, mesmo que os alunos não tenham o material
próprio, a escola pode fornecer para uso coletivo, uma forma simples para realizar a
vivência para os alunos. Segundo Pereira (2007) é possível transformar paredes comuns
de tijolos em paredes de escalada apenas fazendo buracos, que servirão de agarras.
Outra forma de adaptar uma parede de escalada é também furando a parede, com
parafusos e buchas comuns, fixar agarras artificiais que podem ser feitas com pedaço de
madeira e pedras (PEREIRA, 2007). Esse trabalho esta sendo elaborado através de
revisão de literatura e de um estudo exploratório de um grupo de estudantes de educação
física que a partir do estágio em escolas pretende criar uma parede de escalada e
oportunizar os alunos a aprender sobre essa atividade. Esse trabalho pretende mostrar
para os professores que aplicar escalada na escola pode ser simples e seguro, adaptando
materiais e locais proporcionando novas vivências corporais para seus alunos. Esse
trabalho, que está em andamento, pretende juntamente com o professor da escola,
construir a parede de escalada com os alunos e ensinar as técnicas de segurança e de
movimentação para que possam desfrutar dessa modalidade. Pretende-se montar uma
parede de Boulder que segundo Pereira e Armbrust (2007) é a opção mais adequada
para a iniciação escolar. O uso de técnicas com cordas, cadeirinhas e mosquetões
também será objeto desse estudo desenvolvendo habilidades de rapel, falsa baiana, top
rope entre outras técnicas de segurança.
Palavras-chave: escalada, segurança, escola.
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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE ATIVIDADES DE AVENTURA NA CIDADE DE
ARAPONGAS
Jean Cléverson Moraes
GEL – Grupo de Estudos do Lazer
Universidade Estadual de Maringá - Maringá, Paraná, Brasil
[email protected]
As atividades de aventura apresentam notoriedade e crescimento em função do
surgimento de novas modalidades e, consequentemente, do número de adeptos a essas
práticas. De fato, há um sentimento de ampliação tanto no número de modalidades
quanto no volume de praticantes. Mas será que esse tipo de prática é algo desejado e
difundido entre todos os grupos e perfis? Este estudo abordou sujeitos da região
metropolitana da cidade de Arapongas, Paraná, com o objetivo de caracterizar a demanda
potencial e o interesse pela prática de atividades de aventura. Trata-se de uma pesquisa
exploratória, tipo survey, replicando metodologicamente o estudo de Pimentel e Saito
(2010). A amostra foi composta por 50 pessoas com idades entre 14 e 45 anos,
apresentando perfil diversificado. Destes 25% afirmaram ter experiência em, pelo menos,
uma atividade de aventura. A seleção foi de forma aleatória no centro da cidade e nos
bairros. A análise dos dados se estabeleceu através de correlações entre as respostas e
os eixos cidade/região, faixa etária, profissão e escolaridade. No campo esportivo o rapel
foi o mais lembrado com 75%, seguido pelo paraquedismo com 58%, motocross com
48%, skate e montain bike com 44%. Entre as características marcantes dos praticantes
de esporte de aventura encontra-se: pessoas entediadas com a rotina com 66% dos
entrevistados, classe social com 34%, desequilibrados/loucos/malucos com 8%,
condicionamento físico 8%, turistas e indivíduos de férias com 8%, corajosos e
aventureiros com 4%, e em busca de autoconhecimento 2%. Porém, existem diferenças
entre o perfil imaginado pelo não-praticante e aquele representado pelo praticante.
Concluiu-se por meio dos resultados obtidos que o perfil dos consumidores deste
mercado de aventura concentra-se na maioria homens, pertencentes a um grupo social
de classe média, preocupados principalmente com a qualidade de vida.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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SLACKLINE NA ESCOLA
Jonas de Jesus Carvalho Poli, Adamor Oliveira da Silva, Anderson Alves, Carlos
Gonçalves Costa, Gustavo Ramos Monteiro de Silva
Universidade Nove de Julho – São Paulo – SP – Brasil
[email protected]
Geralmente a Educação Física é vista como uma disciplina complementar, mas na
verdade ela é muito importante no currículo escolar, pois apresenta características
distintas das demais, por tratar do corpo em movimento. Mas apesar disso, muitas vezes
as aulas se concentram em esportes com bola apenas (voleibol, basquetebol, futebol e
handebol). Há necessidade de propor uma nova atividade nas aulas de Educação Física
escolar, e uma opção são os Esportes Radicais, algo que está conquistando os
brasileiros, Entre eles o slackline é uma atividade que está se popularizando no Brasil, por
isso é importante conhece-lo e inclui-lo nas aulas de Educação Física. O slackline está
ligado à natureza e essa proximidade com o meio ambiente é uma forma de atrair o
interesse dos alunos. Ele foi criado por escaladores que nos momentos de descanso
colocavam fitas de escalada entre árvores nos EUA para se divertir e treinar suas
habilidades. Com esta modalidade podemos destacar alguns benefícios físicos e mentais,
como: equilíbrio, concentração, resistência etc. O objetivo deste estudo é verificar as
dificuldades dos praticantes iniciantes de slackline e analisar as possíveis estratégias de
aprendizagem. Este estudo trata-se de uma pesquisa exploratória na qual participaram 4
indivíduos sem experiência no esporte mencionado, que praticaram por 30 minutos de
forma livre e sem orientação o slackline. Os indivíduos relataram suas dificuldades, e os
mesmos sugeriram estratégias que consideram importantes para melhorar o desempenho
no esporte. Todos os indivíduos são estudantes de Educação Física de uma Universidade
de São Paulo e usaram o diário de campo para registrar suas informações. Os resultados
encontrados foram: Dificuldades - 2 sujeitos apontaram que a grande dificuldade é se
equilibrar na fita, os outros 2, além disso, apontaram o medo de cair como bloqueador do
desempenho. Estratégias - 2 sujeitos afirmaram que com o acompanhamento de um
professor, que oferecesse informações e apoio, a aprendizagem seria facilitada, 1 sujeito
sugerir começar sentado na fita e descalço, 1 sujeito aplicaria uma atividade de equilibrarse no banco sueco e depois colocaria uma corda no chão, para depois usar a fita
propriamente dita. Conclui-se que o medo interfere na prática, e que o controle do
equilíbrio é essencial para a para permanecer na fita. As sugestões dos sujeitos mostram
a importância de um profissional para auxiliar na aprendizagem e que o uso de
estratégias variadas pode melhorar o processo de ensino aprendizagem do slackline.
Palavras-chave: educação física, escola, slackline.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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NATAL DA URI : CULTURA, AVENTURA E MAGIA
Flavio Zambonato, Auria de Oliveira Carneiro Coldebella, José Luis Dalla Costa
Universidade Regional do Alto Uruguai e das Missões URI-Campus de Erechim-RS-Brasil
[email protected]
Podemos observar que na última década o desenvolvimento das atividades de aventura
na natureza teve uma expansão considerável entre seus praticantes, impulsionando os
mesmos em suas praticas tanto em meio à natureza como também em ambientes
urbanos, promovendo assim importantes valores e atitudes. Dessa maneira buscar formas
para proporcionar aos cidadãos o conhecimento e a prática destas diferenciadas
manifestações da nossa cultura corporal apresenta-se como desafio em nossos dias.
Considerar o prazer alcançado em suas práticas, o potencial educativo implícito e o valor
que se pode agregar à qualidade de vida das pessoas, nos faz pensar na pertinência da
inclusão da população em geral nas atividades de aventura. O presente trabalho visou
apresentar alguns elementos sobre a realização de uma proposta de natal diferenciada,
desenvolvida pela Universidade Regional Integrada (URI)-Erechim-RS numa perspectiva
multidisciplinar entre os cursos de Ciências Biológicas, Educação Física e Letras,
supervisionados pela Escola de Educação Básica vinculada a URI-Erechim-RS. Esta
proposta teve contação de história “Natal: Partilha e Magia” orientada pelo curso de
Letras, visitação da Floresta Encantada junto ao Museu de Ciências sob a coordenação
do curso de Ciências Biológicas e a vivência do arvorismo e da mini tirolesa proporcionou
aventura e diversão aos participantes sob a responsabilidade da Educação Física. A nova
proposição de uma programação de Natal, centralizada na cultura e na aventura, levou
milhares de pessoas à URI-Erechim-RS. As atrações foram montadas junto à Casa de
Natal, construída nos jardins da Universidade. Com o objetivo de divulgar os esportes de
aventura escolheu-se dois esportes radicais (arvorismo e mini tirolesa) que possibilitou
aos participantes adentrarem no mundo mágico do Natal criado na Universidade: A
prática do arvorismo desenvolveu-se numa plataforma montada com postes, entre as
arvores existentes no campus, com diferentes obstáculos como escadas e pontes
suspensas. O grande final da aventura mágica do natal acontecia na mini tirolesa, essa
descida radical de um ponto a outro, suspenso através de um cabo de aço, contemplando
a paisagem em volta e muita adrenalina neste percurso. Desta forma, buscamos
aproximar a prática de esportes de aventura com a Educação Física sem a intenção de
descaracterizar o Natal, e sim visando aflorar o sentimento de uma consciência
significativa propiciada pela prática destes esportes.
Palavras-chave: Arvorismo, Cultura, Aventura.
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DE AVENTURA”
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ATIVIDADES DE AVENTURA DISSEMINADAS PELA MÍDIA PARA ESCOLARES DOS
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ – MT
Talita Ferreira
Faculdade de Educação Física/UFMT, Cuiabá-MT, Brasil
[email protected]
Na comunidade escolar atual, percebe-se que os alunos vêm sofrendo influências dos
meios de comunicação sob vários aspectos. Entretanto, nessa pesquisa, a abordagem se
deu no âmbito das atividades de aventura. Questionou-se a influência da mídia/tecnologia
nas aulas de Educação Física quanto à disseminação do conhecimento e prática das
atividades de aventura. Neste estudo procurou-se identificar o conceito de tais atividades
para escolares dos anos iniciais do Ensino Fundamental de uma escola particular no
município de Cuiabá – MT e de onde advém esse conhecimento, através de quais canais
comunicativos. Para uma melhor compreensão do assunto, através da revisão de
literatura, definiu-se o que são atividades/esportes de aventura, o que é mídia e seu papel
diante do crescente avanço tecnológico e suas contribuições na propagação da prática,
bem como uma associação entre os objetivos da Educação Física Escolar e seus
conteúdos que abrangem os esportes em geral. Quanto à metodologia, a pesquisa de
caráter descritivo, com abordagem qualitativa, utilizou um questionário aberto como
instrumento de coleta de dados para identificar a compreensão de 136 alunos sobre
atividades que envolvem a aventura e quais os meios de comunicação pelos quais as
notícias destes chegam/chegaram até eles. Constatou-se, através da análise
interpretativa dos resultados, que os alunos dessa faixa etária (07 a 10 anos)
caracterizam esse tipo de atividade através das sensações de prazer e diversão que ela
proporciona, utilizando para isso palavras e expressões, como: “legal”, “emocionante”,
“desafio”, “frio na barriga”, “aquele que se faz no mato”, “que acontece em lugares altos”,
etc. Quanto aos canais de comunicação, a televisão aparece em primeiro lugar nos meios
de propagação, seguida pela internet. Os “joguinhos de computador”, como via de acesso
ao conhecimento sobre as atividades de aventura, destacaram-se entre as respostas,
causando certa surpresa à pesquisa, ainda que seja notório o quão comum e presente
sejam esses jogos na vida dos escolares. Dessa maneira, entende-se que os meios de
comunicação contribuem de forma decisiva para fazer com que as atividades de aventura
possam chegar à escola através dos professores e dos próprios alunos, como observado
na pesquisa. Entretanto, a mídia apresenta uma visão fragmentada dessa atividade,
fazendo com que os alunos se interessem pelos esportes que estejam na moda e, muitas
vezes, não deem valor aos aspectos de sensibilização ambiental nos quais as atividades
de aventura estão inseridas. Por isso, ainda que essas atividades tragam sensações de
bem estar e satisfação apreciadas pelos alunos, é inegável que ambos devam ser objetos
de reflexão da Educação Física para que a comunidade escolar não seja movida apenas
pelo modismo das práticas esportivas de aventura.
Palavras-chave: Atividades de Aventura, Mídia, Educação Física.
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PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA E NA NATUREZA, PROPOSTA PARA UM
CADERNO PEDAGÓGICO NO ENSINO MÉDIO
Gabriela Araujo Goes da Mota, Edmundo Drummond Alves Junior, Cilene Lima de
Oliveira, Ramon Diniz Teixeira
Universidade Federal Fluminense – Niterói – Rio de Janeiro - Brasil
[email protected]
Apoio Financeiro: Universidade Federal Fluminense (UFF)
Atividades de aventura e esportes realizadas em ambientes naturais, tem se destacado
como símbolos de identificação coletiva e de cultura esportiva que se relacionam com
ecologia, aventura, e coragem. No curso de Licenciatura em Educação Física da UFF, é
ministrada a disciplina Extra Muros, que tem como objetivo fazer com que os estudantes
do curso reflitam sobre as atividades que são desenvolvidas fora do espaço formal de
uma sala de aula. O foco central desta disciplina é o de utilizar os equipamentos públicos
urbanos para a prática de suas atividades pedagógicas. Privilegiam-se espaços onde
acontecem práticas corporais como as consideradas como esportes de aventura e na
natureza e discute-se a ocupação da cidade para este tipo de prática. A geografia da
cidade do Rio de Janeiro e de Niterói propiciam um sem número de atividades e a
caminhada em trilha é uma realidade mais presente no programa da disciplina que
apresenta a cada semestre um cronograma variado. O desafio desta proposta é
transportar os conteúdos nela trabalhados para as escolas visto que se trata de um curso
de licenciatura de educação física. Assim propomos estabelecer estratégias que
possibilitem esta inclusão através da criação de ferramentas que permitam o melhor
conhecimento do que se pode fazer na educação física escolar. Neste sentido elaborar
página web destinada a discutir o que se propõe na disciplina, catalogar e colocar a
disposição material didático, através de um caderno didático denominado Esporte de
Aventura e na Natureza que contem: textos sobre o tema; possibilidades de vivências
dentro e fora do ambiente escolar; formas de avaliação. Como metodologia, revisão
bibliográfica no que toca os textos produzidos e catalogação dos registros fotográficos dos
locais que serviram de espaços pedagógicos, bem como dos relatos dos participantes das
atividades propostas, que já se encontra a disposição no endereço
www.wix.com/projetouff/esportelazerenatureza. Sua alimentação será constante,
permitindo, através dos registros coletados fazer um mapeamento dos principais locais
que possibilitam uma prática incluída na educação física escolar considerando o acesso e
o grau de esforço demandado. Entendemos que os esportes de aventura e na natureza
abrangem o conteúdo disponível pela Educação Física que acontece na escola,
engloba/trabalha com a cultura corporal de movimentos, sendo assim importante para o
desenvolvimento dos alunos. A elaboração do que pode vir a ser um caderno didático
contribuirá aos professores, pois serve como dicas e exemplos para suas aulas. Apropriar
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a cidade como equipamento de lazer, levar uma nova alternativa de vida, criar uma
consciência ambiental e formar cidadãos conscientes e responsáveis são medidas que
são trabalhadas nesta proposta.
Palavras-chave: Esporte de Aventura, Educação Física, Ensino Médio.
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O AUXÍLIO DA MOTIVAÇÃO NAS COMPETIÇÕES DE MOUNTAIN BIKE
Eric Matheus Rocha Lima, Lucas Ribeiro Cecarelli, Guilherme Bagni, Kauan Galvão
Morão, Renato Henrique Verzani, Afonso Antonio Machado
Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” – UNESP Rio Claro
Rio Claro, SP, Brasil
[email protected]
O Mountain Bike é praticado em trajetos de variados terrenos e demanda adequado grau
de condicionamento físico e força muscular, além de eficiente manuseio da bicicleta.
Trata-se de uma modalidade que, por ocorrer em ambiente natural, apresenta elevada
imprevisibilidade e inúmeros fatores que podem interferir no desempenho do atleta. Além
do tipo de terreno em que se dá a prática, os obstáculos naturais e o clima são fatores
que possibilitam interferências no rendimento, além do estado psicológico. Este esporte
de aventura proporciona diversas emoções durante seus trajetos, e caso o atleta não
esteja devidamente concentrado, deixando possíveis problemas pessoais – como
problemas matrimoniais, familiares, econômicos, de saúde, lesões anteriores e
insatisfação com o próprio rendimento - afetarem sua participação, existe a probabilidade
que sua performance regrida. Portanto, o trabalho com foco na motivação do atleta para
as competições de Mountain Bike pode ser uma alternativa interessante para auxiliá-lo na
obtenção de resultados e no afastamento dos efeitos de agentes externos. Este trabalho
tem como objetivo, obter informações sobre a interferência da motivação no desempenho
de atletas de Mountain Bike e fornecer possibilidades de intervenção, com foco na
maximização do rendimento dos mesmos. A metodologia consiste em uma revisão de
literatura, tendo como base artigos científicos, livros e tese de mestrado, com o auxílio de
relatos de experiência anteriores. A presente pesquisa encontra-se em andamento, sendo
que já foi realizado um levantamento bibliográfico acerca do tema, que já comprova a
importância do fator motivacional para atingir objetivos positivos dentro de competições,
apresentando também, inicialmente, proximidade de amigos e familiares e conversas
particulares, com o apoio de músicas e materiais audiovisuais, como adequadas e
possíveis formas de intervenção na referida modalidade esportiva.
Palavras-chave: Mountain Bike, Motivação, Rendimento.
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O TEMPO LIVRE NA MODERNIDADE
Liliane Marinho da Silva de Sousa, Carmen Maria Aguiar
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Instituto de Biociências –
UNESP, Rio Claro, São Paulo, Brasil.
[email protected]
Esse trabalho foi realizado a fim de que, a partir do movimento de perda do tempo livre,
pudéssemos refletir sobre este na sociedade em que vivemos. Sociedade essa que
disciplinou os corpos através de um conjunto de tecnologias, e transformou em
consumidores para agirem como mola propulsora para o capitalismo. Em decorrência da
visão consumista esse trabalho foi pensado como ferramenta para que possamos
repensar a prática capitalista transformadora, até mesmo do direito ao lazer, em
mercadoria. Buscou-se um resgate histórico de alguns conceitos relacionados ao tempo
livre. Tentamos fazer o levantamento de conceitos como, capitalismo, consumo e também
identificar no tempo livre o espaço de lazer e ócio. Para que essa pesquisa fosse possível,
foi elaborada uma análise bibliográfica, que pretendeu estabelecer uma reflexão acerca
do que tempo livre no mundo capitalista, e sobre as atividades de lazer sendo
transformadas em mercadorias, integrando o lazer completamente ao sistema econômico
do qual ele faz parte, ponderando pensamentos de vários estudiosos que se ocupam com
pesquisas acerca dos temas do capitalismo e a sociedade do trabalho na modernidade,
como Berman e outros. O objetivo desse trabalho era provocar o que deve ser apenas o
início de uma reflexão acerca do tempo livre, capitalismo e modernidade, e através deles
identificar como as jornadas de trabalho influenciam o crescimento da indústria do lazer, e
pensar em como o tempo livre e o lazer acabam sendo vinculados ao consumo facilmente
nesse sistema. Também se ansiou observar trabalho como o papel que a escola poderia
exercer na formação das ideias, por vezes, essa acaba por simplesmente reproduzir as
ideologias midiatizadas deixando de lado o papel fundamental da instituição, pregado por
tantos projetos político-pedagógicos, que é o de formar o cidadão crítico e participante da
sociedade em que vive. A partir da elaboração desse trabalho, o que na verdade
podemos concluir é que, a discussão acerca do Tempo Livre, seja ela onde e quando for,
está apenas começando, e a universidade, em seus cursos mais reflexivos, devia propor
discussões teóricas mais aprofundadas sobre o impacto do fenômeno do lazer em nossas
vidas e na nossa saúde, pois é esse fenômeno que na maioria das vezes vai refletir no
nosso cotidiano, em como lidamos com a família e nossas relações sociais, ou seja, é o
tratamento e a importância que damos ao nosso tempo livre que vai influenciar nossa vida
muito mais do que pensamos até aqui.
Palavras-chave: Tempo livre, Modernidade, Capitalismo.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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ATIVIDADES DE AVENTURA: UMA FORMA DE LAZER NO ACAMPAMENTO TOCA
DO LOBO
André Eduardo Silveira Mazaron, Tatiana Iuri Yamassaki da Silva
Centro Universitário de Franca (Uni-FACEF)- Franca, São Paulo
Universidade Barão de Mauá - Ribeirão Preto, São Paulo
[email protected]
Para a realização da pesquisa “Atividades de Aventura: uma forma de lazer no
Acampamento Toca do Lobo” o presente trabalho teve de estabelecer uma base teórica
sobre esportes de aventura, recreação, lazer, teorias essas que contribuíram no estudo
sobre os esportes de aventura realizado no Acampamento Toca do Lobo, próximo à
Franca – São Paulo. “Os esportes de aventura constituem um conjunto de práticas
recreativas” (Betrán, 2003), onde a maioria dessas práticas necessita da utilização de
florestas, cachoeiras, rios, montanhas. Podemos dizer que esse tipo de esporte usa certo
espaço para promover o lazer das pessoas, e não é um espaço comum, mas o próprio
meio ambiente, como citado acima, fazendo desse espaço uma área protegida. Uma
criança ou adolescente sai da sua cidade e tem como principal objetivo esquecer a vida
da cidade e dentro do acampamento utilizar os recursos lá oferecidos para se divertir e
aprender. Unindo o fugir da rotina, que podemos dizer da ‘cidade grande’ e a necessidade
de um tempo para si, às atividades de aventura, são como uma ‘válvula de escape’, elas
propiciam ao indivíduo um momento de lazer, aquele momento onde se faz o que deseja,
porém sem ter a obrigação de fazer, fazer apenas por gosto e vontade. No Acampamento
as trilhas e a tirolesa contam com o meio ambiente propício para tal realização. A Trilha
do Cascão é uma trilha radical, onde se está em contato constante e direto com a
natureza, escalando e passando por cachoeiras, rios, observando a fauna e flora local. É
uma trilha onde se passa por muitos obstáculos, isso ajuda a superar limites. A outra trilha
é a Trilha do Labirinto, uma trilha mais calma onde a criança ou adolescente passa entre
duas grandes paredes de argila, um canyon, e ao finalizar esse percurso chega a uma
grande represa onde pode se passar por uma Ponte do Rio que Cai, e uma Falsa Baiana.
Assim a pesquisa relata atividades de aventura oferecidas no Acampamento Toca do
Lobo que são atividades físicas e pedagógicas de caráter educativo como também
recreativo.
Palavras-Chave: Atividades de aventura, lazer, meio ambiente.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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A PATINAÇÃO ARTÍSTICA PODE SER ESTUDADA A PARTIR DE UMA
PERSPECTIVA CONCEITUAL DE ATIVIDADE DE AVENTURA?
André Eduardo Gobeti, Luana Mari Noda, Guilherme Arana Demitto, Nadine do Amaral
Luvizetto, Guilherme Futoshi Nakashima Amaro
GEL/DEF/UEM; Maringá; Paraná; Brasil
[email protected]
“Pode-se pensar que a patinagem sobre rodas é um desporto recente, porém, a história
desta modalidade tem tido muitos altos e baixos e caía por vezes no esquecimento
durante anos. O primeiro patinador de que se tem noticia parece ter sido um holandês
anônimo, que não quis renunciar à pratica do seu desporto favorito, a patinagem no gelo,
quando já não havia mais gelo, adaptou então rodas nos seus patins”. (CHRISTA MARIA;
KELER, 1980) Segundo Pereira (2010), a patinação começa nos países frios europeus,
nos quais as pessoas fixavam ossos de animais aos calçados para deslizar sobre o gelo.
Na Inglaterra, no século XVIII, foi criado o primeiro modelo de patins com rodas. Para
Tang (2008), a patinação artística é um esporte que integra os seguintes fatores,
competição, saúde, recreação, arte e aventura. Considerando aventura algo que não seja
tangível em um primeiro momento o que é muito comum aos praticantes de modalidades
na natureza, dessa forma, questiona-se seria possível considerarmos a patinação artística
como uma atividade de aventura? Segundo Pimentel (2010), parte do entendimento mais
abrangente de “atividades de aventura” como toda experiência invulgar de risco (real ou
imaginado) e incerteza, podendo ser procurada em diferentes ambientes, os quais estão
associados a novas descobertas. Logo, a aventura pode estar presente tanto em um
acampamento quanto em um mergulho submarino. A presente pesquisa possui natureza
qualitativa, sendo seu tipo exploratório com o procedimento de pesquisa de campo. Para
os instrumentos de coleta de dados utilizaremos a entrevista semi-estruturada, aplicação
de questionário e a observação participante. A amostra será constituída por praticantes,
atletas competidores das etapas do calendário da Liga Paulista de Patinação Artística,
pesquisadores e professores da área. A discussão dos dados será realizada mediante a
análise de conteúdos. A pesquisa atualmente encontra-se em fase de construção da
discussão teórica e na sistematização dos instrumentos que comporão as entrevistas e as
observações.
Palavras-Chave: Patinação Artística, Atividade de Aventura, Integração de Fatores.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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MANIFESTAÇÃO DE COMPETÊNCIAS EM UMA VIVÊNCIA DE SURFE: UM RELATO
DE EXPERIÊNCIA
Lauren Dallarosa Lima¹; Almir Schmitt Netto¹; Bruna Carli de Souza¹; Letícia Alves
Aguiar¹; Caroline Ruschel²; Alcyane Marinho¹
¹Laboratório de Pesquisa em Lazer e Atividade Física (LAPLAF), ²Laboratório de
Pesquisas em Biomecânica Aquática (BIOAQUA), 1,2Centro de Ciências da
Saúde e do Esporte (CEFID), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),
Florianópolis (SC), Brasil
[email protected]
Este trabalho se refere a uma vivência de surfe oportunizada a acadêmicos do curso de
Bacharelado em Educação Física de uma Universidade pública do estado de Santa
Catarina, por intermédio das disciplinas "Tópicos Especiais em Esportes de Aventura e na
Natureza", "Tópicos Especiais em Esportes Náuticos e Aquáticos" e "Empreendedorismo
Profissional e Empresarial". O objetivo deste trabalho foi identificar as competências
manifestadas pelos participantes durante a vivência do surfe. Tal vivência foi constituída
por uma sessão de 60 minutos, orientada por um profissional com experiência no ensino
do surfe, na qual foram abordadas técnicas elementares da modalidade. Após a prática
da atividade os participantes foram convidados a responder a um questionário com
perguntas acerca da manifestação de competências. Treze acadêmicos (10 do sexo
masculino e 3 do sexo feminino), com média de idade de 23±2 anos, responderam ao
questionário. As informações coletadas foram organizadas no software Microsoft Excel
2003 para a condução de uma análise estatística (frequência simples e porcentagem).
Como resultados, no que se refere às competências, sete participantes (53,8%)
consideram que manifestaram a capacidade de se relacionar em todos os momentos da
vivência, e quatro (30,8%) em muitos momentos. Sobre a competência da flexibilidade, a
maioria (61,5%) percebeu a sua manifestação em muitos momentos. A iniciativa foi
referida pela maioria dos alunos como sendo manifestada em todos (38,5%) ou em muitos
momentos (38%). Apesar disso, a competência da liderança foi percebida pela maioria
dos alunos (61,5%) somente em alguns momentos da situação de prática. Apenas dois
alunos (15,4%) consideram que foram capazes de manifestar essa competência em todos
os momentos. Da mesma forma, a competência da criatividade foi manifestada em
poucos (31%) ou em apenas alguns momentos (30,8%), pela maioria dos alunos, além
daqueles que não perceberam a manifestação dessa competência (15,4%) em si próprios
durante a vivência do surfe. Em contrapartida, a competência da persistência foi
percebida como sendo manifestada em todos (84,6%) ou em muitos dos momentos
(15,4%) da aula de surfe, o que parece indicar que os participantes dedicaram-se
efetivamente à prática proposta, buscando alcançar metas e objetivos, como por exemplo,
o de se equilibrar em pé na prancha, independentemente dos obstáculos e das
dificuldades, tais como o medo, a insegurança, a pouca afinidade com a água, etc. Para
além de oportunizar a reflexão sobre as ações relacionadas ao ambiente em que
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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atividades como o surfe são desenvolvidas, oportunidades como a aqui relatada
possibilitam a observação, o estímulo e a potencialização de competências para
mobilizar, integrar e transferir conhecimentos, recursos e habilidades, em um contexto
profissional determinado. Neste caso, enfatiza-se a existência de um recente e amplo
mercado de trabalho aberto aos profissionais, aqui, especialmente, da Educação Física.
Palavras-chave: Surfe, Competências, Experiência.
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RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA RELACIONADA ÀS SENSAÇÕES E EMOÇÕES
MANIFESTADAS EM UMA VIVÊNCIA DE SURFE
Lauren Dallarosa Lima¹; Priscila Mari dos Santos¹; Simone Teske², Micael Alexandre
Jorge Godinho³, Caroline Ruschel4; Alcyane Marinho¹
¹Laboratório de Pesquisa em Lazer e Atividade Física (LAPLAF), 4Laboratório de
Pesquisas em Biomecânica Aquática (BIOAQUA), 1,2,4Centro de Ciências da
Saúde e do Esporte (CEFID), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),
Florianópolis (SC), Brasil
3
Instituto Politécnico de Santarém (IPS), Escola Superior de Desporto de Rio Maior
(ESDRM), Rio Maior, Portugal.
[email protected]
Este trabalho se reporta a uma vivência prática de surfe oportunizada a acadêmicos do
curso de Bacharelado em Educação Física de uma Universidade pública do estado de
Santa Catarina, por intermédio das disciplinas "Tópicos Especiais em Esportes de
Aventura e na Natureza", "Tópicos Especiais em Esportes Náuticos e Aquáticos" e
"Empreendedorismo Profissional e Empresarial". O objetivo do estudo foi identificar as
sensações e emoções experimentadas pelos participantes da vivência e analisar o
significado de tal experiência. Treze acadêmicos (10 do sexo masculino e 3 do sexo
feminino), com média de idade de 23±2 anos, responderam a um questionário misto,
composto por quatro perguntas acerca da autopercepção da participação na vivência
prática do surfe. A prática consistiu de uma sessão de 60 minutos, orientada por um
profissional com experiência no ensino do surfe, na qual foram abordadas técnicas
elementares da modalidade. Após a vivência prática os participantes foram convidados a
responder ao questionário. As informações coletadas foram organizadas no software
NVivo 9 para a condução de uma análise de conteúdo (abordagem qualitativa). A maioria
dos acadêmicos (53,8%) nunca tinha participado de uma experiência prática no surfe;
quatro (30,8%) haviam praticado a modalidade como lazer; e dois (15,4%) já haviam
participado de aulas de surfe. No que se refere às sensações e emoções, aspectos
negativos como o medo (n=3), a ansiedade (n=2) e o desespero (n=1) foram pouco
citados. A maioria dos participantes relatou grande satisfação decorrente da prática,
relacionando a experiência com o bem estar, a alegria, ao prazer e à diversão. Superar o
desafio de equilibrar-se em pé sobre a prancha em movimento foi um aspecto bastante
citado pelos participantes (n=6). Além da motivação individual decorrente principalmente
do fato de se tratar de uma prática, até então, desconhecida para a maioria, dois
participantes mencionaram que o incentivo e a motivação dos colegas foram importantes
para a superação dos desafios. Um dos participantes mencionou a paciência e a força de
vontade como aspectos fundamentais para o sucesso na execução da atividade. Os
participantes relacionaram o significado da experiência as mais variadas sensações e
emoções, tais como: novas experiências, à aventura, ao prazer, à diversão, à superação,
ao aprendizado, à liberdade, entre outras. A tradução do significado da experiência em
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palavras pode se aproximar de um processo de ensino-aprendizagem qualitativo,
especialmente, por trazer em seu interdito, componentes que envolvem o lúdico ao
conhecimento. Pode-se concluir que, para além de vivenciarem situações novas, quando
comparadas ao ambiente universitário propriamente dito, a manifestação de sensações e
emoções vividas junto à natureza, oportunizou aos acadêmicos perceber diferentes
significados para as disciplinas envolvidas, multidisciplinarmente, e implementar seus
conhecimentos técnicos sobre uma nova modalidade esportiva; e conhecimentos
humanos, referentes ao aspecto coletivo e à sensibilização socioambiental.
Palavras-chave: Surfe, Sensações, Emoções.
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AVALIAÇÃO DO PERFIL DE APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA AO DESEMPENHO DE
SKATISTAS DE UMA CIDADE DO INTERIOR DO NORDESTE
Paulo Tiago Oliveira Alves¹, Cicero Emerson Da Silva Santana², Paulo Felipe Ribeiro
Bandeira¹
¹ Instituto Federal de Educação e Tecnologia do Ceará – IFCE – Campus Juazeiro do
Norte/ Ceará, Brasil
²Faculdade Ciências aplicadas Leão Sampaio – Juazeiro do Norte/ Ceará, Brasil
[email protected]
Os esportes, assim como a dança e as lutas fazem parte de uma cultura corporal
complexa. No entanto em nosso país existe a imposição midiática de uma modalidade
sobre as outras. Resumindo os esportes à monocultura do futebol. Frente a essa
realidade, o interesse dos jovens por outros esportes vem crescendo desde a segunda
metade do século XX, como o surf, skate, patins e etc. Dentre estes o esportes o mais
praticado no Brasil é o skate. Atualmente com mais de três milhões e oitocentos mil
praticantes, mesmo com essa população a quantidade de pesquisas cientificas sobre o
tema são pequenas. E diante do quadro preocupante dos níveis de aptidão física de
população em geral e principalmente as crianças e adolescentes, faz-se necessário
conhecer os níveis de aptidão física destes praticantes para poder melhor desenvolver a
prática do skate tanto para saúde quanto para o desempenho esportivo. O objetivo geral
deste trabalho é descrever perfil morfológico e de aptidão física relacionada ao
desempenho de praticantes de skate, de adolescentes do sexo masculino, de idade entre
11 a 14 anos da cidade de Juazeiro do Norte – Ceará. O estudo caracteriza-se como
descritivo exploratório, de corte transversal. Os participantes da pesquisa foram 07
praticantes de skate com um mínimo de tempo de prática de seis meses, na maioria com
nível socioeconômico baixo, freqüentadores da pista de skate da referida cidade. Os
aspectos éticos da pesquisa envolveram o preenchimento do termo de livre
consentimento esclarecido TCLE pelos pais dos skatistas. Os aspectos analisados foram:
para traçar o perfil funcional dos jovens skatistas foram utilizados os testes e classificação
da Aptidão Física Relacionada ao Desempenho (AFRD) da bateria do projeto esporte
Brasil PROESP-BR (2007). Foi feita a distribuição de freqüência, e a partir dos resultados
observou-se que Referente ao perfil desempenho motor mostrou-se com resultados
significativos para Agilidade (42,9% “Muito Bom” e 28,6% “Razoável”) e de força de
membros inferiores “FMMI” (28,6% “Bom”, 57,2% “muito bom” e 14,3% “Excelente”).
Resultados estimados por pressupor que para a realização das manobras com o skate,
são necessários determinados níveis de FMMI e agilidade, por no desenvolvimento das
manobras são realizados saltos e mudanças de direção nos gestos motores habituais. Já
os resultados de força de membros superiores, velocidade de deslocamento e resistência
aeróbica, foram abaixo dos níveis recomendados pelo protocolo do PROESP. Inferindo
que devem ser desenvolvidos trabalhos com profissionais de educação física para o
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desenvolvimento das qualidades físicas, como no caso da resistência aeróbica para o
desenvolvimento dos seus adeptos e também do esporte.
Palavras-Chave: skate, perfil, aptidão física.
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ATIVIDADES DE AVENTURA NA NATUREZA E INVESTIMENTOS COM
EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
Samira Garcia de Oliveira, Ana Paula Evaristo Guizarde Teodoro, Gisele Maria Schwartz
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer/ DEF/IB/UNESP – Rio Claro/SP – Brasil
[email protected]
Apoio financeiro: CNPq
As atividades de aventura na natureza surgiram na década de 70 atendendo à
necessidade de uma sociedade que se encontrava influenciada pelo modelo higienista, o
qual prezava pela qualidade de vida sem doenças e práticas corporais em ambientes
abertos, em contato com o ar puro. As modalidades esportivas praticadas nesse ambiente
ascendem, principalmente, em países ‘desenvolvidos’, onde características urbanas como
doenças e excesso de trabalho motivaram e encorajaram essa população a “fugir” desse
cotidiano. O avanço da tecnologia e a busca por novas sensações possibilitou que a
qualidade dos equipamentos de segurança melhorasse, contribuindo para a ampliação do
mercado das atividades de aventura na natureza. A grande quantidade e variedade de
locais naturais como praias, montanhas, chapadas, matas, cerrados e cavernas, comporta
a expansão do mercado de atividades de aventura na natureza de caráter turístico no
Brasil. Assim sendo, este trabalho buscou identificar, no ramo das atividades de aventura
na natureza, o aumento na procura por essas nas empresas de turismo da cidade de
Brotas-SP e como ocorrem os investimentos com equipamentos de segurança. Para
tanto, o estudo constitui-se da união da pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, por
meio da aplicação de uma entrevista, aplicada a uma amostra intencional de proprietários
de duas empresas de atividades de aventura da cidade de Brotas-SP, que, prontamente,
se dispuseram a responder à entrevista. Os dados foram analisados descritivamente, por
meio da Técnica de Análise de Conteúdo Temático e revelaram que existe um aumento
significativo no número de pessoas que buscam as atividades de aventura na natureza
em Brotas-SP, considerando os últimos dez anos. Contudo, devido esse crescimento, a
concorrência também aumentou, dissipando os turistas entre as agências. O investimento
anual com equipamentos de segurança é grande e isso se explica pelo fato de ser
indispensável para a prática dessas atividades e pelo alto custo dos mesmos. São
necessários maiores estudos sobre o mercado das atividades de aventura com foco nos
equipamentos de segurança, para que assim seja possível ampliar as reflexões na área.
Palavras-chave: atividade de aventura na natureza, mercado, equipamentos de
segurança.
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ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE UM RASTREADOR PESSOAL EM EXPEDIÇÃO DE
ALTA MONTANHA: UM ESTUDO DE CASO
Marcelo José Anghinoni Nava, Juliano Jessé Anghinoni Nava
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS, Brasil
Associação Caxiense de Montanhismo, Caxias do Sul (ACM), RS, Brasil
[email protected]
Sistemas de rastreamento são ferramentas indispensáveis para garantir a segurança e o
acompanhamento remoto de expedições em ambientes isolados, onde a cobertura da
telefonia móvel convencional é limitada. Como alternativa aos telefones satelitais,
relativamente caros e dispendiosos, aparelhos de rastreamento pessoal estão se
tornando mais populares com o passar dos dias. Esse trabalho analisa o emprego de um
rastreador pessoal Spot Personal Tracker, quanto aos seguintes aspectos: a) eficiência da
transmissão dos dados, demonstrando seu grau de confiabilidade como ferramenta de
rastreamento; b) a capacidade de se traçar uma rota a partir dos dados recebidos; c) a
capacidade de se construir um diagrama altimétrico de ascensão, com o uso associado
de softwares de mapeamento. Esses dados foram comparados aos coletados pelo sensor
barométrico de um GPS Garmin Etrex Vista HCx. Para isso, o equipamento foi
empregado na Cordilheira dos Andes, em uma expedição em alta montanha de 9 dias.
Foram enviadas oito amostras de sinais por dia (seis para confirmar o bom andamento da
expedição e duas para solicitar resgate), correlacionando a transmissão do sinal com as
condições ambientais do momento. Os dados transmitidos foram recebidos a mais de 4
mil quilômetros de distância, através de um computador pessoal. Resultados mostraram
diversas limitações na transmissão, não sendo uma ferramenta totalmente confiável,
principalmente quando o céu encontra-se muito encoberto ou o sinal é transmitido em
movimento. Dessa forma seu grau de confiabilidade não é alto, mesmo porque o usuário
não recebe um feedback instantâneo se o sinal foi enviado ou não. Porém, analisando-se
um grupo de pontos envolvendo uma área maior, as informações recebidas remotamente,
mesmo que incompletas, mostraram-se suficientes para traçar uma rota da expedição,
garantindo o acompanhamento em tempo real. Sinais de resgate também apresentaram
limitações sob certas condições. O diagrama de ascensão mostrou-se bastante
semelhante ao produzido pelas informações do GPS, apenas de mais incompleto e
limitado. Conclui-se que o aparelho, apesar de relativamente barato e acessível, não é
ideal para garantir a completa segurança do usuário em condições de ambiente extremo.
Da mesma forma, recomenda-se o envio de pelo menos três sinais de resgate para
garantir o recebimento. Entretanto, ele pode ser usado como ferramenta científica para
obtenção de gráficos altimétricos e traçado global de rota.
Palavras-chave: rastreamento pessoal; expedição alta montanha; tecnologia outdoor.
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EMPREGO DE EQUIPAMENTO DE INCENTIVO RESPIRATÓRIO COMO
TREINAMENTO PULMONAR PARA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO EM ALTA MONTANHA
Marcelo José Anghinoni Nava
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS, Brasil
[email protected]
O treinamento muscular Inspiratório (TMI) é um recurso fisioterapêutico que pode trazer
benefícios, como o aumento da força e da resistência muscular respiratória, resultando
em maior qualidade de vida. Trata-se de um recurso utilizado junto ao tratamento de
pacientes com insuficiência cardíaca Crônica e doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC). Além disso, o TMI pode causar atenuação do reflexo metabólico da musculatura
inspiratória e proporcionar melhora das respostas cardiovasculares ao exercício físico. O
TMI se traduz em maiores benefícios principalmente para os pacientes com fraqueza dos
músculos inspiratórios. Porém, nenhum estudo avaliou os efeitos dessa técnica junto ao
treinamento de atletas. Assim, o objetivo deste estudo será avaliar os efeitos do TMI
sobre a função pulmonar e força muscular respiratória em um montanhista. As avaliações
foram realizadas antes, durante e ao final do treinamento de quatro semanas por meio de
incentivador respiratório NCS Respiron Athtletic 3, com alto nível de resistência. Foi
analisado um estudo de caso em um indivíduo saudável, 32 anos, atleta de esportes
outdoor, não fumante, não fazendo uso de nenhuma medicação. Realiza treino de corrida
em trilha, corrida em montanha, caminhada equipada de longa distância, musculação
funcional, ioga e pedalada. O voluntário realizou o TMI 12 vezes por semana durante três
semanas, totalizando 32 sessões. O treino foi dividido em 2 sessões diárias de 5 minutos
de duração cada, o que corresponde a uma sequência ininterrupta de 30 inspirações, uma
seção pela manhã e outra pela tarde, perfazendo 10 minutos diários. A carga do
dispositivo de treino inspiratório foi reajustada semanalmente, começando com 30% da
pressão inspiratória máxima do indivíduo. O voluntário experimentou uma rápida evolução
nas primeiras sessões, passando rapidamente de 50 para 80 cmH2O. Mais tarde, porém,
percebeu-se uma dificuldade crescente em aumentar a carga em tempos curtos, exigindo
um período maior de adaptação. Na primeira fase (primeiras 10 sessões) observou-se o
primeiro ciclo de aumento rápido de carga (de 50 para 80 cmH2O) até o pico máximo (95
cmH2O), seguido de uma recuperação até cargas mais reduzidas em relação ao normal
(de 95 para 65 cmH2O). O treinamento com Respiron Athletic 3 revelou-se como um
excelente complemente aos exercícios aeróbicos. Sua principal vantagem foi proporcionar
ao atleta um exercício localizado, recrutando grupos musculares do diafragma e
intercostais que dificilmente poderiam ser devidamente exercitados através dos exercícios
convencionais.
Palavras-chave: incentivador respiratório, treinamento físico, alto desempenho.
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ATIVIDADES DE AVENTURA, QUAL A PREFERIDA?
Lucas Ribeiro Cecarelli, Eric Matheus Rocha Lima, Guilherme Bagni, Kauan Galvão
Morão, Renato Henrique Verzani, Afonso Antonio Machado
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, SP, Brasil
[email protected]
Apoio: Cnpq/PIBITI
As atividades de aventura foram, inicialmente, uma maneira prazerosa de estar em
contato com a natureza. Em seu princípio eram praticadas, ainda com certo
estranhamento, por pequenos grupos de pessoas espalhadas por todo o país, das mais
variadas faixas etárias e classes sociais, que começaram a desenvolver atividades junto à
natureza. A partir da década de 80 merece destaque o significativo crescimento no
número de praticantes destas atividades e, principalmente, nos dias atuais com a grande
procura pela prática de atividades físicas em meio à natureza. O objetivo deste estudo foi
decidir, juntamente com os alunos do 1º ano do Ensino Médio de uma escola particular da
cidade de Rio Claro, qual atividade de aventura seria praticada pelo grupo em uma futura
excursão. Para a realização do trabalho foi solicitado aos 34 alunos da turma que
buscassem informações e trouxessem duas atividades de sua preferência para que,
juntamente com o professor, decidissem qual faria parte das atividades na excursão. A
partir da resposta e escolha dos alunos, pode-se perceber que as atividades mais
destacadas foram: arvorismo, rafting, boia-cross, rapel e trekking (caminhada). Após a
discussão e votação, decidiu-se pela prática do trekking (caminhada) que permitiria ao
grupo uma maior gama de experiências, menor evasão, assim como uma análise mais
próxima do ambiente e reflexões acerca de valores, atitudes e fortalecimento dos laços de
união entre os componentes do grupo.
Palavras-chave: Natureza, Lazer, Atividades de aventura.
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BENEFÍCIOS DO TREKKING: OLHARES DA PSICOSSOCIOLOGIA DO ESPORTE
Lucas Ribeiro Cecarelli1, Gustavo Lima Isler2, Matheus Ribeiro Cecarelli3, Afonso Antonio
Machado1
1
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, SP, Brasil
2
Faculdades Claretianas de Rio Claro, Rio Claro, SP, Brasil
3
Fundação Hermínio Ometto, Araras, SP, Brasil
[email protected]
Apoio: Cnpq/PIBITI
Nas últimas décadas é notório o crescimento da prática de atividades físicas de aventura
e, principalmente, a busca destas em meio à natureza e fora dos centros urbanos. Uma
das modalidades que mais vem conquistando adeptos é o Trekking. Com
aproximadamente 300 equipes cadastradas na Confederação Brasileira de Trekking, mas
ainda sem uma regularização no esporte e sem registros oficiais, estudos e análises
apontam para mais de 7.000 praticantes regulares, entre o campo esportivo e a esfera do
lazer. O Trekking consiste de uma caminhada por trilhas naturais. Em sua esfera do lazer
pode ter o intuito de buscar lugares interessantes e pouco visitados, belas paisagens e
maior contato com a natureza além da auto superação, o contato social e a fuga do stress
do dia-a-dia. Os percursos variam, podendo ser longos ou curtos de acordo com o
objetivo do grupo, mas com o principal valor estando no prazer em caminhar. Este esporte
tem grande papel na difusão do turismo das regiões onde é praticado, abrangendo grande
parte dos pacotes de ecoturismo, por não exigir preparo específico, poder ser praticado
por indivíduos de diferentes sexos e faixas etárias, além de não oferecer grande risco e
permitir ser planejado de acordo com o grupo praticante. O objetivo deste estudo foi
analisar quais os benefícios notados e destacados pelos praticantes da modalidade sem
cunho competitivo. Para a realização do trabalho foi aplicado a 30 praticantes da
modalidade, de ambos os sexos, com idade entre 17 e 45 anos, um questionário com
perguntas abertas. Baseado na estrutura das pesquisas qualitativas foi feita uma análise
exploratória e descritiva dos dados. Por meio da categorização dos discursos foi possível
o agrupamento das respostas e identificação dos benefícios da prática desta atividade
física de aventura para os participantes. A partir da análise das respostas foi possível
identificar apontamentos recorrentes que podem ser divididos em psicológicos,
fisiológicos e sociológicos. Dentre os psicológicos: Redução do sentimento de depressão;
da ansiedade e do estresse; aumento do bem estar e da autoconfiança. Quanto aos
fisiológicos: aumento da capacidade cardiorrespiratória e aeróbia; fortalecimento dos
membros inferiores; melhoria do sono; do reflexo; do equilíbrio; da coordenação motora;
do senso de espaço e direção. Em relação aos sociológicos: Melhora no relacionamento
social; na integração e na iniciativa/tomada de decisões; aumento no circulo de amizades
e aumento do respeito às diferenças. Assim, nota-se que a prática desta atividade pode
ser muito importante e útil para indivíduos que apresentam alto indicie de estresse,
gostam do contato com a natureza e precisam desenvolver maior autonomia e
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DE AVENTURA”
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autoconfiança. Também destaca-se a necessidade do aprofundamento de estudos a
cerca desta modalidade para confirmar os apontamentos feitos pelos praticantes, assim
como, expor outros benefícios propiciados aos praticantes do Trekking.
Palavras-chave: Trekking, Psicologia do Esporte, Atividades de Aventura.
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ATIVIDADE FÍSICA DE AVENTURA NA NATUREZA E ESTADOS EMOCIONAIS:
DIFERENÇAS ENTRE GÊNEROS NO BOIA-CROSS
Fernanda Carolina Pereira, Giselle Helena Tavares, Juliana de Paula Figueiredo,
Leonardo Madeira Pereira, Gisele Maria Schwartz
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer/ DEF/IB/UNESP – Rio Claro/SP – Brasil
[email protected]
Ao se pensar na interferência dos estados emocionais no campo esportivo, pressupõe-se
que, nos esportes de aventura, esses mesmos sentimentos e emoções sejam mais
exacerbados, devido às características destes esportes, realizados em ambiente natural,
e diferenciados com relação ao gênero dos participantes. Entretanto estas variáveis
subjetivas não estão ainda devidamente esclarecidas na literatura, devido à escassez de
estudos que relacionem a ansiedade e Atividades Físicas de Aventura na Natureza
(AFAN). Sendo assim, o objetivo deste estudo foi o de comparar os níveis de ansiedadeestado entre gêneros de praticantes de atividades de aventura na natureza, na cidade de
Brotas-SP, focalizando o boia-cross. O estudo, de natureza qualitativa, foi desenvolvido
por meio de pesquisa exploratória, utilizando o IDATE (Inventário de Ansiedade Traço e
Estado), referente à ansiedade-estado. Participou do estudo uma amostra intencional
composta por 8 participantes, 4 do sexo masculino e 4 do sexo feminino, com idades
entre 18 e 28 anos, estudantes de graduação em Educação Física de Universidade
Pública, no estado de São Paulo, Brasil. O instrumento foi aplicado de modo bifásico,
antes (Pré) da realização da atividade e após (Pós) sua realização. Com base na Técnica
de Análise de Conteúdo Temático, as respostas foram categorizadas, de forma a agrupar
as questões com a mesma temática na mesma categoria. Os resultados apontam que
existe uma diferença na percepção da ansiedade entre homens e mulheres, quando
praticam atividades de aventura na natureza. Os homens expressam níveis mais elevados
de estados emocionais negativos, como ansiedade, tensão, preocupação e, também, de
aspectos positivos, tais como calma, confiança, descontração e alegria. As atividades
físicas de aventura na natureza são interpretadas e geram emoções voltadas aos
aspectos da ansiedade, de forma diferente em homens e mulheres. Sugerem-se novos
estudos, no sentido de se ampliar a compreensão sobre os aspectos subjetivos
envolvidos nas vivências com as atividades de aventura na natureza.
Palavras-chave: Atividades de aventura, Estados emocionais, Gênero.
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O SKATE NA HISTÓRIA DE VIDA DE SEUS PRATICANTES
Mariana Ferreira, Caroline Ferraz Simões
Grupo de Estudos do Lazer da Universidade Estadual de Maringá, Maringá/PR, Brasil
[email protected]
Desde o sidewalk surfing (surf de calçada) nos anos 1950, o skate vem passando por
fases que expressam seu desenvolvimento como prática social. Entre os aspectos mais
determinantes dessas fases estão o controle do risco, a aceitação social do skate como
esporte, o avanço da tecnologia e o desenvolvimento de novas modalidades. Mas esses
aspectos foram percebidos e vividos homogeneamente pelos praticantes? Como eles
situam-se frente aos principais aspectos de desenvolvimento do skate? O objetivo do
estudo foi situar histórias de vida de praticantes de skate em diferentes gerações em
paralelo à evolução do skate, de sua introdução até a atualidade, apontando os principais
destaques e acontecimentos. Para tanto, o estudo realizou periodização com base em
revisão bibliográfica, apontando as principais mudanças em cada década. Posteriormente,
realizou-se amostra intencional com praticantes e ex-praticantes, na perspectiva da
História Oral. Por fim, as lembranças foram organizadas por década e analisadas
comparativamente às fontes bibliográficas. A pesquisa está em desenvolvimento e vem
apontando que o skate fascina por sua capacidade adaptativa, com mudanças e
diversificações. Cada década apresenta características marcantes, que vão refletir na
evolução da modalidade e suas adaptações ao contexto urbano.
Palavras-chave: Skate, Evolução, Características.
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A HISTÓRIA DO SLACKLINE E OS BENEFÍCIOS QUE ELE PROPORCIONA
Mariana Ferreira, Jean Miranda Euflausino
Grupo de Estudos do Lazer da Universidade Estadual de Maringá, Maringá/PR, Brasil
[email protected]
O slackline é um esporte de equilíbrio, praticado sobre uma fita de nylon, estreita e
flexível, geralmente em uma altura de 30 cm do chão. A prática do slackline começou nos
anos 80, nos campos de escalada do Vale de Yosemine, na Califórnia, EUA. Alpinistas se
reuniam para praticar escalada e, passavam dias acampados, em busca de novas vias,
entre uma escalada e outra eles esticavam as suas fitas de escalada através de
equipamentos para se equilibrar e caminhar. Ou até mesmo, nas correntes dos
estacionamentos, se divertiam treinando suas técnicas de equilíbrio. O esporte surge
então, quando eles passam a amarrar as fitas em árvores para fazer a travessia, de um
lado para o outro. O slackline, também conhecido como corda bamba, significa “linha
folgada” e pode ser comparado ao cabo de aço dos circenses, entretanto, a sua
flexibilidade permite que sejam feitas manobras e saltos mais inusitados. São muitos os
benefícios de quem pratica o slackline como, a melhora do equilíbrio, o desenvolvimento
da coordenação, aumento da resistência muscular, consciência corporal, agilidade,
condicionamento cardiovascular, diminuição do percentual de gordura, além das
capacidades motoras – mais força, velocidade, resistência, flexibilidade – e, as
habilidades psicomotoras – maior velocidade de reação, velocidade de deslocação,
percepção espaço temporal e ritmo. A pesquisa tem como objetivo, obter conhecimento
sobre a história e as habilidades proporcionadas por este novo esporte que vem
conquistando cada dia mais adeptos. A metodologia usada foi uma pesquisa do tipo
exploratória em forma de resumo de pesquisa sobre o assunto em questão, em vários
meios de pesquisa disponíveis. Ao término o trabalho mostra que, o slackline foi criado a
partir da escalada, tomando as suas próprias características e se aperfeiçoando para si.
Como esporte, ele pode ser considerado muito recente, afinal ele foi realmente
denominado prática esportiva há apenas três décadas e, independente se, é praticado por
esporte, competição ou por lazer, o slackline está atraindo cada vez mais olhares.
Instigando aqueles que veem e, motivando aqueles que praticam, pelas suas várias
possibilidades de execução e benefícios proporcionados.
Palavras-chave: Slackline, esporte, habilidades.
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AVENTURA, AFFORDANCES E EMOÇÕES
Pedro Fernando Viana Felicio
Grupo de estudos do comportamento motor – GECOM - Universidade Cidade de São
Paulo (UNICID)
[email protected]
Neste estudo, a partir de uma revisão de literatura, discutiremos as implicações evolutivas
entre tarefa, ambiente e sujeito e suas relações com a felicidade. Além do pano de fundo
da neurociência, da auto-organização e das teoria cientifica do treinamento físico,
tomaremos como base os trabalhos de Gibson, 1979 e de Csikszentmihalyi, 1992 para
discutir como a intensidade e densidade das demandas ambientais podem implicar na
sensação de felicidade. Qual o envolvimento do sujeito na ação praticada quando precisa
de uma interpretação múltipla ou simples do ambiente e quando para obter sucesso
precisa usar suas amplas possibilidades motoras ou apenas movimentos simples.
Adaptar-se ao ambiente, pressupõe a analise de affordances possíveis, versus
affordances desejáveis, versus riscos, versus autonomia e energia disponível. O ser
humano assim como os demais animais apresentam um comportamento que relaciona-se
a sua interpretação da realidade e de sua motricidade. Assim uma pessoa ao executar
uma ação precisa acoplar suas possibilidades motoras as possibilidades oferecidas pelo
ambiente de acordo com suas intenções próprias. Sistemas vivos e seus habitats coevoluem juntos (Mithen, 2002; Ricklefs, 2011; Saraiva, 2003). O conjunto ser e seu habitat
chamamos de nicho. No nicho atualizam-se as complexidades envolvidas neste processo
simultâneo entre o homem e ambiente. Pakenas, Junior e Pereira, 2007 argumentam que
as atividades físicas monótonas ou de especialização podem levar a diminuição da
complexidade do organismo e leva-lo a apresentar doenças. O termo condicionamento
bastante utilizado na Educação Física, por si só já induz a ideia de diminuição da
complexidade uma vez que estaríamos condicionados a tal ação em tal situação, o
condicionamento diminui a variabilidade em relação à ação. Csikszentmihalyi, 1992
argumenta que para se obter prazer nas atividades é necessário um acoplamento ótimo
entre as habilidades e as demandas da tarefa, assim devemos optar por práticas que
estimulem a utilização de nosso amplo repertório perceptivo e motor e consideramos que
as atividades de aventura apresentam características privilegiadas para este ótimo
acoplamento, pois geralmente ocorrem em ambientes de múltiplos estímulos sensoriais,
dependem da percepção e interpretação simultânea desses estímulos e geralmente
precisam de variadas e complexas respostas motoras para uma pratica satisfatória.
Palavras-chave: Aventura, Affordances, Emoções.
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INFLUËNCIA DO RAPEL NA RESPOSTA AGUDA CARDIOVASCULAR
Pedro Fernando Viana Felicio1, João Marcelo de Queiroz Miranda1,²,; Rogério Brandão
Wichi³
1
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID) – Laboratório de Pesquisa em Fisiologia e
Metabolismo Aplicados à Atividade Física
²Universidade Nove de Julho (UNINOVE) – Grupo de Estudos em Biodinâmica do
Exercício e da Saúde
³Programa de Mestrado em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe
[email protected]
O rapel é um esporte de aventura que vem sendo bastante difundido e procurado por
pessoas que querem entrar em contato com a natureza e melhorar sua qualidade de vida.
Tal prática promove ajustes fisiológicos que ainda não são compreendidos. Assim, o
presente estudo analisou a resposta de frequência cardíaca (FC) e a modulação vagal à
uma sessão de rapel. A amostra foi composta de 13 sujeitos de ambos os sexos e
iniciantes na modalidade. A sessão experimental consistiu de uma descida de rapel na
parede de escalada com monitoramento contínuo de batimento-a-batimento da FC. A
resposta de FC e da variabilidade da FC nos seguintes momentos: cinco minutos antes,
durante e cinco minutos após a descida de rapel. Anova de um fator foi usado para
análise estatística, com p<0.05. Foi observado que a FC aumentou durante a descida de
rapel e permaneceu elevada quando comparado ao valor basal mesmo após o término da
sessão (88±4, 144±4 e 92±5 bpm antes, durante e após). A modulação vagal apresentouse diminuída durante a descida e após o término da sessão (36±4, 13±9 e 26±5 ms antes,
durante e após). Tais dados permitem concluir que a prática do rapel determina ajustes
sobre o sistema cardiovascular, com aumento da FC provavelmente modulada por menor
modulação vagal.
Palavras-chave: Rapel, Sistema Cardiovascular, Respostas agudas.
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UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE OS CRITÉRIOS DE JULGAMENTO NO SKATE
STREET E A INFLUÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS NO DESEMPENHO DE SKATISTAS
BAHIANOS
Leonardo Madeira Pereira 1,2, Charlene Pessoa da Silva 2, Patrícia Gomes Costa 2, José
Carlos Ribeiro Oliveira 2, Gisele Maria Schwartz 1
1
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer/ DEF/IB/UNESP – Rio Claro/SP – Brasil
2
Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física GEPEF/FTC, Vitória da Conquista/
BA, Brasil
[email protected]
Apoio Financeiro: CAPES, FTC
Os critérios de julgamento utilizados pelos juízes em campeonatos de skate apresentam
falhas e são, muitas vezes, desconhecidos pelos atletas, que acabam se sentindo
prejudicados. O skatista, para obter um bom resultado em campeonatos, deveria utilizar
equipamentos de boa qualidade e resistência elevada. Empiricamente, valorizam-se os
equipamentos de origem importada sob a ótica de serem mais resistentes e de melhor
qualidade quando comparado com os nacionais. Investiga-se o nível de conhecimento
dos critérios de julgamentos adotados pelos juízes em um campeonato de skate street e
verifica-se na percepção dos atletas, comparando-se os equipamentos nacionais e
importados, qual seria o melhor, em termos de resistência e qualidade. De natureza
quantitativa, a pesquisa exploratória foi realizada por meio de questionário estruturado,
aplicado em Vitória da Conquista/BA, em março de 2012, em participantes amadores,
inscritos na primeira etapa do circuito regional. A amostra foi composta por nove atletas,
com faixa etária média de 18 ± 4,8, tempo de prática no esporte de 5,9 ± 2,2, o critério de
inclusão foi ter participado de mais de três campeonatos na categoria. Os resultados
indicam que 66,7% dos atletas não conhecem os critérios de julgamento utilizados pelos
juízes em um campeonato e apenas 33,3% conhecem. Metade dos atletas já se sentiu
prejudicada com o seu resultado em um campeonato. A maioria dos atletas (77,8%)
acredita que, se houvesse uma seleção prévia, com relação ao nível técnico dos atletas,
para enquadrá-los em determinadas categorias, o nível dos campeonatos seria melhor. A
maioria dos atletas concorda que os juízes mostrem as notas ao final de cada
apresentação. Equipamentos importados são preferencialmente utilizados por 55,6% dos
atletas e 44,4% utilizam equipamentos nacionais. Em termos de qualidade e durabilidade,
os atletas consideram o shape importado melhor (88,9%) e 11,1% dizem que não faz
diferença na performance utilizar um shape nacional ou importado. Com relação aos
trucks, 77,8% consideram o importado melhor, 11,1% consideram o nacional e 11,1%
salientam não fazer diferença. As rodas importadas são consideradas por 77,8% dos
atletas como melhores que as nacionais, as quais foram consideradas melhores por
apenas 22,2%. Quanto aos rolamentos, 66,7% consideram os importados melhores,
22,2% os nacionais e 11,1% não percebem diferença. Com relação ao tênis, 77,8%
consideram os importados melhores e 22,8% não observam diferença entre importados e
nacionais. Pode-se concluir com o presente estudo que a maioria dos atletas amadores
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de Vitória da Conquista não conhece os critérios utilizados pelos juízes e considera os
equipamentos importados melhores que os nacionais. Sugere-se que os organizadores de
campeonatos se baseiem em estudos para melhorarem os critérios de avaliação, assim
como, que as empresas do setor possam investigar os motivos que levam suas marcas a
não possuírem credibilidade junto ao mercado consumidor brasileiro.
Palavras-chave: skate, equipamentos, campeonatos.
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AFAN, LAZER E EDUCAÇÃO FÍSICA: RELAÇÕES POSSÍVEIS NA FORMAÇÃO
PROFISSIONAL
Evandro Antonio Corrêa
Faculdade de Educação Física de Barra Bonita, Jaú/ SP – Brasil
[email protected]
A associação de atividade física e lazer na natureza não é nova, porém as formas atuais
como estas atividades estão se desenvolvendo tem chamado a atenção e o profissional
de Educação Física deve atentar aos acontecimentos da área. Nesse contexto, torna-se
relevante a abordagem dessas temáticas na formação dos profissionais de Educação
Física uma vez que o mercado vem oferecer possibilidades de atuação com as atividades
de aventura. Dessa forma, o presente estudo procurou identificar possíveis relações entre
as Atividade Física de Aventura na Natureza (AFAN), Lazer e Educação Física. Na busca
de respostas ao objetivo traçado escolheu-se como caminho a pesquisa de natureza
qualitativa, no trabalho de campo se utilizou como técnicas a fonte documental,
questionário e a análise de conteúdo. Na pesquisa de campo perguntou-se se há relações
entre a AFAN, o Lazer e a Educação Física. Participaram da pesquisa 14 (quatorze)
profissionais de Educação Física. As respostas apontaram para as AFAN como uma
opção de lazer de diferentes formas, enfocando, principalmente, o respeito à natureza e a
sua relação com a Educação Física. Entre as respostas destacou-se que ao praticar
atividades na natureza o campo do lazer poder estar associado enquanto manifestação
humana e a Educação Física deve estar atenta a isso, em especial ao que se refere aos
conteúdos físico-esportivos do lazer. As atividades de aventura como busca de prazer e
crescimento pessoal está intimamente ligada aos objetivos do lazer e da Educação Física
que são o desenvolvimento humano. Na formação em Educação Física passam
discussões envolvendo lazer (conceitos, políticas públicas, direito, disponibilidade de
espaços públicos), e as AFAN vem resgatar a natureza, a liberdade, o desafio, a
cooperação e a solidariedade, a beleza, a ajuda, a realização, o espírito de grupo.
Portanto, as AFAN são modalidades da Educação Física que exige o conhecimento do
profissional em relação ao movimento e seus envolvimentos. Por fim, as AFAN ganham
conotação constante no âmbito do lazer, dentro de seus conteúdos culturais (físicoesportivos e turísticos), e a Educação Física está relacionada nestas duas vertentes,
sendo necessário compreender tais atividades de aventura sob está ótica. No geral as
descrições apontam para a perspectiva de uma mediação entre a Educação Física, Lazer
e AFAN na dimensão de uma abordagem sociocultural ecológica, tendo como conteúdos
as capacidades físicas e a habilidade motora, a geografia física, o meio ambiente, a
cultura, enfim, o lúdico e o agonístico no desafio da aventura. Da mesma forma a reflexão
emergiu como prática a ser valorizada. Assim, a natureza enquanto meio deve ser
compreendida como um todo, evolvendo questões biológicas, sociais, culturais etc., pois o
ser humano carregado de comportamentos, valores e saberes está envolvido e em
constante troca com o meio ambiente.
Palavras-chave: Atividades físicas de aventura na Natureza, Educação Física, Lazer.
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MOVIMENTO ESCOTEIRO: CONTRIBUIÇÕES AO DEBATE ACERCA DAS
ATIVIDADES DE AVENTURA
Fernando Azeredo Varoto, Cinthia Lopes da Silva
UNIFAFIBE, Bebedouro/SP; UNIMEP, Piracicaba/SP, Brasil
[email protected]
Este trabalho tem objetivo analisar o Movimento Escoteiro, de modo a identificar sua
contribuição para os estudos relacionados às atividades de aventura. O Movimento
Escoteiro surgiu em 1907 na Inglaterra, como uma proposta de educação não-formal para
jovens e crianças, e essa proposta foi desenvolvida por Baden Powell (BP), que convidou
16 jovens estudantes entre 11 e 17 anos a passar alguns dias acampando na Ilha de
Brownsea, O acampamento aconteceu nos padrões militares, visto que Baden Powell era
militar e que anos anteriores havia escrito o livro “AIDS TO SCOUTING” (Auxílios para
exploradores), no qual havia diversas técnicas para sobrevivência em meios naturais,
assim, as atividades do acampamento eram simulações e atividades práticas de diversas
técnicas de sobrevivência, comunicação, nós, amarras, construções, cozinha. Após isso,
BP escreveu “Scouting for Boys” (Escotismo para Rapazes), no qual fez adaptações para
os jovens. Como procedimentos metodológicos foi realizada revisão de literatura a partir
de autores estudiosos do Movimento Escoteiro e do lazer, utilizando como ferramenta de
busca o google acadêmico. O Movimento Escoteiro tem como propósito fundamental
instituído no início do século XX, incentivar e contribuir com o desenvolvimento físico,
afetivo, intelectual, espiritual, social e, especialmente, do caráter da juventude, com o
intuito dos jovens terem uma formação humana orientada pelos princípios de cidadania e
participação. Para alcançar essa finalidade, o Escotismo tem uma metodologia,
denominada “Método Escoteiro”, que é baseada em cinco pontos fundamentais: 1)
Aceitação da Lei e da Promessa, 2) Aprender fazendo, 3) Vida em equipe, 4) Atividades
progressivas, atraentes e variadas e 5) Desenvolvimento pessoal com orientação
individual. Dizemos que o ponto alto das atividades Escoteiras são as atividades ao ar
livre, geralmente acampamentos e atividades como acantonamento, bivaques, jornadas
etc. Nessas atividades, o “Método Escoteiro” é colocado à prova, por meio de atividades
de aprendizado e vivência, sempre em forma de atividades lúdicas, podendo ser
competitivas também. No Brasil, o Escotismo é organizado pela União dos Escoteiros do
Brasil (UEB), conta com cerca de 60 mil pessoas, e estima-se que no mundo sejam 28
milhões, sendo assim, o maior movimento jovem do planeta. O “Movimento Escoteiro”,
por alcançar um número expressivo de jovens no Brasil e no mundo, e por ser um
complemento à educação formal (escola) e a informal (família, religião, entre outros)
contribui com os estudos relacionados às atividades de aventura por: 1) constituir-se em
uma ferramenta educacional que viabiliza o contato entre o ser humano e a natureza, sem
gerar danos para a mesma e 2) proporcionar aos envolvidos o desenvolvimento pessoal.
Este trabalho é uma contribuição para ampliar o debate entre o Movimento Escoteiro e os
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estudos do lazer, sendo subsídio para profissionais que terão uma atuação a partir das
atividades de aventura.
Palavras-chave: Movimento Escoteiro, atividades de aventura, educação.
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PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DA CIDADE DE AREIA SOBRE
OS ESPORTES DE AVENTURA COM ANIMAIS
Natália Caroline Nascimento, Edlainne Pinheiro Ferreira, Joycimary Filgueira Gomes,
Maria da Conceição Gonçalves, Thiago Siqueira Paiva de Souza
Universidade Federal da Paraíba – Campus II, Areia, Paraíba, Brasil
[email protected]
A prática de esportes de aventura e na natureza tem se tornado algo que as pessoas
estão buscando atualmente para uma vida mais saudável. Dentre esses, aqueles que
envolvem natureza, homem e animal estão ganhando destaque em todo mundo, inclusive
no Brasil. Objetiva-se, por meio deste, estudar a percepção de estudantes do ensino
médio do município de Areia-PB acerca dessa variante esportiva e qual o interesse destes
com essa modalidade. A pesquisa foi feita através de questionários com perguntas
subjetivas elaboradas pelos autores. Para análise dos dados, foi feita uma tabela para
organizar as respostas em discursos semelhantes e, a partir disso, analisá-las. Após
análise, contabilizou-se 89 alunos entrevistados 55% (n=49) deles possuem pelo menos
um animal de estimação e 45% (n=40) deles não possuem. Dos entrevistados, 56%
(n=50) conhecem algum esporte com animais, e os outros 44% (n=39) desconheciam.
Quando questionados se praticavam alguma atividade física com seu animal de
estimação, 36% (n=20) dos que possuem pelo menos um animal de estimação, afirmaram
que sim, e 64% (n=35) não praticam. Um resultado bastante satisfatório foi verificar que
89% (n=79) ao serem questionados sobre os cuidados básicos com a saúde de seu
animal, afirmaram que conheciam e citaram um número considerável, mas 11% (n=10)
não souberam mencionar os cuidados básicos com seus animais. Em relação ao
interesse em praticar algum esporte de aventura com seu animal de estimação, 32%
(n=18) dos que possuem um, se manifestaram negativamente a isso, e 68% (n=37)
positivamente. Sobre os esportes de aventura com animais que, podem ser praticados no
município de Areia-PB, 49% (n=44) dos alunos conheciam ao menos um e 51% (n=45)
destes não conheciam. Diante desses resultados, pode-se afirmar que, apesar dos
estudantes que possuem animais de estimação demonstrar um bom conhecimento sobre
os cuidados básicos com a saúde desses, ainda há um número muito grande que não
praticam atividade física com seu animal de estimação. Dos 55% alunos entrevistados
tinham animais de estimação. Quando nos atentamos para o considerável percentual de
indivíduos que possuem animais de estimação e tem interesse em iniciar um esporte de
aventura com este, e que, menos da metade da amostra não conhece a possibilidades de
prática dessa variante no município, nos faz recomendar uma ação de divulgação de tais
possibilidades para o público do nosso estudo.
Palavras-chaves: Esporte, aventura, animal.
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6 A 8 DE JULHO DE 2012
“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
DE 6 A 8 DE JULHO DE 2012
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NÍVEIS DE CONHECIMENTO SOBRE A PRÁTICA DE ESPORTES COM CÃES
Isadora Thalita Filgueira Bezerra, Rayene Maria da Silva Araújo, Josué Fiel da Silva, Luã
Le carré Melo Lima, Thiago Siqueira Paiva de Souza
Universidade Federal da Paraíba – Campus II, Areia, Paraíba, Brasil
[email protected]
A prática de esportes com cães, praticado em sua maioria em meio à natureza, é cada
vez mais crescente no Brasil e no mundo. Os objetivos deste trabalho foram avaliar os
níveis de conhecimento dos estudantes de medicina veterinária da Universidade Federal
da Paraíba, sobre a importância e prática de esportes que podem ser realizadas com
cães. Atividades físicas com cães mostram-se importantes para aumentar a ligação com o
dono, a socialização, a educação e a preparação física. A relação de cães com a
sociedade tem sido cada vez mais almejada, pois é comprovado que esse vínculo,
melhora a qualidade de vida, diminui os níveis de estresse e ajuda no comportamento do
animal, bem como a facilidade de adestramento, onde o cão se torna mais apto a
aprender os comandos do adestrador. A pesquisa foi realizada com 100 estudantes de
medicina veterinária da UFPB, onde foi empregada metodologia descritiva para o estudo,
na qual se utilizou questionário com perguntas abertas sobre a prática de esportes com
cães, as perguntas foram elaboradas pelos alunos pesquisadores e pelo professor
orientador. Entre os alunos entrevistados, 72% afirmaram que criam cães, dentre estes,
5% há menos de um ano, 12% de um a três anos, e 55% há mais de três anos. A respeito
do conhecimento dos alunos sobre a prática de esportes com cães, 84% afirmaram
conhecer, 16% não tem informações. Os esportes conhecidos pelos alunos entrevistados
foram: 67% Canicross, 30% Agility, 14% cãominhada (dog trekking), 13% frisbee, e 8%
citaram outras atividades físicas com cães. Quanto aos benefícios advindos dessa prática,
50% dos alunos reconheceram a importância para a saúde e bem-estar, 19% melhoria no
relacionamento (amizade, aproximação, interação) cão/dono, 25% na aptidão física
(condicionamento, melhoria física), 6% não soube opinar (em branco ou resposta
confusa). Foram citadas algumas dificuldades ao iniciar a prática de esportes com cães,
tais como: desobediência do animal (48%), falta de estrutura (33%) e a falta de
interesse/indisposição dos estudantes (19%). Sobre a prática de esportes com cães, 18%
dos alunos afirmaram que costumam praticar, 55% não praticam; dos 100 alunos
entrevistados 28 não possuem cães. Observou-se um número significativo de pessoas
que criam cães, e que conhecem esportes que podem ser praticados com animais, mas
apesar disso, apenas 18% praticam essas atividades; pois há dificuldades pela falta de
apoio e falta de estrutura física. Sendo assim, é necessário estruturar os locais,
adaptando as hospedagens e meio de transportes que aceite cães, pois são vistos os
benefícios que essa prática proporciona tanto ao animal atleta como ao dono.
Palavras-Chave: Esportes, cães, aventura.
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VII CBAA – Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura/ I CIAA – Congresso Internacional de
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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A AVENTURA NAS DANÇAS DE UMBIGADA
Ana Carolina Sales Pacheco, Daniel Bidia Olmedo Tejera, Carmen Maria Aguiar
Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, SP, Brasil
[email protected]
O Brasil comporta uma das maiores sociedades fora do continente africano cuja influência
da cultura negra é extremamente presente. Em seu território pode-se notar esta
diversidade cultural em campos variados, na vida religiosa, social, cultural, entre outras, o
que implica numa conivência clara com a presença do diverso. Dentro das danças
populares brasileiras podemos classificar as danças de umbigada ou sambas, uma
variedade de danças e ritmos afro-brasileiros está inclusos nesta classificação, derivados
do “semba” e muitas provenientes principalmente de Angola. Este ritmo normalmente está
associado a cultos á fertilidade, essas danças se caracterizam pelo forte caráter lúdico,
do choque entre os umbigos dos dois dançantes e da roda formada pelos participantes
onde normalmente no seu centro fica um casal dançando. A ausência de trabalhos que
relacionem a dança de umbigada ao ato de se aventurar motiva o presente trabalho.
Através de relatos de mestres da cultura popular e revisão de literatura propõe-se uma
idéia de aventura, que envolve o improviso na dança, a música marcante e a descoberta
de outras formas de se arriscar. Pode-se observar que o fato de dançar no centro da
roda, demonstra uma exposição para muitas pessoas, além do que, o contato com esse
tipo de manifestação abrange outras dimensões de integração e de práticas corporais
explorando o dançar particular de cada um. Essa atividade além de possibilitar a vivência
da emoção vezes podendo parecer difícil, mas agradável, possibilita uma superação de
limites. No âmbito do lazer é buscada como recompensa a satisfação provocada pela
situação. Uma dimensão da cultura constituída por meio da vivência lúdica de
manifestações culturais em um tempo/espaço conquistado pelo sujeito ou grupo social,
estabelecendo relações dialéticas com as necessidades, os deveres e as obrigações,
especialmente com o trabalho produtivo. (GOMES, 2004) Vivemos em uma sociedade
onde cada vez mais percebemos uma massificação da cultura pelos meios de
comunicação, entrar em contato com outras culturas além de possibilitar o lazer, emoção,
prazer e divertimento, possibilita através de uma experiência significativa um
questionamento da realidade e dos hábitos atuais, em fim, é o próprio ato de aventurar-se
no desconhecido. A Ação cultural para a libertação além de um ato de conhecimento é
uma forma de transformação da realidade (FREIRE, 2004). Desta forma ressalta-se a
importância do aprofundamento nas discussões desta temática, trabalhando a favor da
valorização da cultura popular ampliando o universo de trabalhos com aventura.
Palavras-chave: lazer, dança, cultura popular.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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A ESCALADA PARA DEFICIENTES VISUAIS: REFLEXÕES E PROPOSTAS PARA A
REALIDADE MARINGAENSE
Karina dos Santos Passarelli, Luana Mari Noda
GEL/DEF/UEM – Maringá – Paraná – Brasil
[email protected]
Segundo Marques (2009) et al, deficiência visual se refere a uma limitação sensorial que
anula (cego) ou reduz (baixa visão) a capacidade de ver, abrangendo vários graus de
acuidade visual. Porém, o grau de perca de visão não se torna um empecilho à pratica de
esportes de aventura. Entretanto, para que as práticas possam ocorrer são necessárias
adaptações (CRESPO, 2010). Diante de tais premissas, este estudo tem como objetivo
refletir sobre as dificuldades e possibilidades da iniciação dos deficientes visuais na
escalada. Quais as sensações dos mesmos na iniciação à prática, bem como conhecer as
características específicas dos deficientes visuais e desenvolver as adaptações para o
ensino da escalada nessa população. O método a ser utilizado no estudo é adaptado da
proposta de Montoya et. al. (2002) que será desenvolvido em uma amostra constituída
por deficientes visuais na cidade de Maringá-Paraná. O procedimento é composto por
uma primeira avaliação que será realizada antes das atividades práticas por meio de um
questionário de conhecimentos e atitudes sobre os deficientes visuais e observação
participativa, propostos pela metodologia de Montoya et. al. (2002). A segunda avaliação
é estruturada em nove sessões sendo as sete primeiras em relação direta com o que foi
considerado uma progressão lógica do conteúdo da escalada. E as duas restantes estão
intimamente ligadas ao processo de participação e reflexão. A pesquisa atualmente
encontra-se em fase de discussão teórica, revisão de bibliografia e composição de
voluntários.
Palavras-Chave: Deficientes visuais, Escalada, Atividades de aventura.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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O USO E CONSERVAÇÃO NOS ESPORTES DE AVENTURA: UM OLHAR SOB A
PERSPECTIVA DOS ESCALADORES
Pedro Alex de Sá Pereira , João Luiz Barros Torres, Allana Joyce Soares Gomes
Grupo de Pesquisa Lazer ao Extremo – Instituto Federal de educação, Ciência e
Tecnologia do Ceará/IFCE
[email protected]
O crescente aumento no número de modalidades e praticantes de esportes de aventura
tem levado a uma crescente preocupação quanto a conservação dos espaços destinados
a estas práticas. Esse estudo objetiva investigar qual a perspectiva dos escaladores do
estado do Ceará, quanto ao uso e conservação do espaço utilizado para a prática da
escalada esportiva em rocha no setor conhecido como “Pedra do Garrote”. Para tanto,
está sendo realizada uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, por meio de
questionário contendo uma pergunta dissertativa, dando oportunidade para os
escaladores escreverem abertamente sua opinião sobre o uso do espaço para a
realização de sua vivência de escalada. A amostra foi formada por escaladores cearenses
frequentadores da região onde se localiza a chamada “Pedra do Garrote”, setor localizado
a cerca de 20 km da capital, Fortaleza. Dentre os resultados analisados até o momento
destacamos que os escaladores apontam entre outros aspectos: a presença de lixo nas
trilhas, próximo as bases, pedaços de cordeletes e entre outros; consciência de
responsabilidade sobre seu lixo produzido; evitar a degradação do meio ambiente e
depredação das vias e bases; a idéia do escalador como protetor do espaço de prática do
esporte e estimular o contato com a natureza.
Palavras-chave: Conservação, uso, escalada.
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LAZER DE AVENTURA NO UNIVERSO ACADÊMICO
Salvador Inácio da Silva, Lívia Quirino de Melo Medeiros, Monique Fernandes Moraes,
Rayra Possatto Gaudio Barbosa
Universidade Vila Velha, Vila Velha/ ES, Brasil
[email protected]
O grupo de estudo lazer, ecologia e aventura (GELEA), vinculado ao núcleo de recreação
e lazer (NRL) e ao curso de educação física da Universidade Vila Velha / ES, vem ao
longo dos seis anos desenvolvendo várias atividades de lazer no âmbito pedagógico,
passando por questões ecológicas e de aventura. Acadêmicos, funcionários, professores
da universidade supracitada, inclusive alunos do ensino fundamental das escolas
adjacentes participam das atividades de aventura disponibilizadas como projeto de
extensão. Procura-se neste trabalho identificar nos relatos dos sujeitos participantes das
atividades de aventura algumas das suas percepções a cerca do trabalho desenvolvido.
Para tal trabalho foi utilizada a metodologia descritiva exploratória, caracterizada pela
abordagem qualitativa. Como ferramenta de coleta de dados aplicamos o questionário a
quarenta acadêmicos pertencentes a instituição supracitada. A partir deste, foi feita uma
categorização do discurso recorrente das falas dos sujeitos da pesquisa e um
agrupamento das respostas. Assim, identificamos que no geral, os participantes
perceberam as atividades de aventura oferecidas pelos organizadores de forma positiva e
significativa ao seu desenvolvimento pessoal. Ora voltados à busca da formação
profissional; ora voltados à busca do prazer momentâneo. De forma mais especificas as
percepções dos participantes apontam cinco olhares: o primeiro em direção à
organização, planejamento e formação profissional, ressaltando à área lazer de aventura
como fértil à intervenção profissional; o segundo em direção à válvula de escape, saída
da rotina, o contato com a natureza e a busca por novos lugares contemplativos; o
terceiro em direção à atividade como um teste físico e psicológico, ressaltando o cansaço,
as dificuldades, as derrotas e a possibilidade de superação; o quarto em direção aos
medos, aos fantasmas, ressaltando os riscos imaginários; e o quinto em direção à alegria,
felicidade, liberdade, amizade, ressaltando ainda a possibilidade de conciliar diversão com
educação.
Palavras-chave: Lazer, aventura, cotidiano acadêmico.
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O LAZER DE AVENTURA E NOVAS TECNOLOGIAS
Lívia Quirino de Melo Medeiros, Monique Fernandes Moraes, Rayra Possatto Gaudio
Barbosa, Salvador Inácio da Silva
Universidade Vila Velha, Vila Velha/ ES, Brasil
[email protected]
No interesse pelas novas tecnologias, o grupo de estudo lazer, ecologia e aventura
(GELEA) vinculado ao núcleo de recreação e lazer e ao curso de educação física da
universidade vila velha / ES vem buscando nos momentos de intervalos das aulas,
disponibilizar atividades virtuais de lazer aos acadêmicos do curso supracitado. Procurase neste trabalho identificar nos relatos dos sujeitos participantes das atividades virtuais
algumas das suas percepções acerca da atividade recreativa. Para isso utilizamos a
metodologia descritiva exploratória, tendo como ferramenta de coleta de dados uma
entrevista realizada em grupo focal. Após o primeiro contato com XBOX 360, jogo Kinect
Adventures [corredeiras / bóia cross], vinte informantes, todos acadêmicos do curso
supracitado participaram de um colóquio / entrevista acima citada. A partir desta,
analisou-se o discurso dos sujeitos agrupando as respostas, categorizando-as. Assim
identificamos que no geral os participantes perceberam a atividade virtual de aventura
oferecida pelo núcleo de recreação e lazer de forma positiva, divertida e original, diferente
dos jogos virtuais já conhecidos. De forma mais específica três categorias foram
ressaltadas: o jogo o brincar e o novo; o lazer, a aventura, as sensações e os riscos; o
movimento, o sedentarismo e o analfabetismo motor. Na primeira categoria de
identificação, destaca-se a relação do sujeito com o objeto [o aparelho], a aproximação do
jogador com o jogo e aglutinação do tripé: virtual, imaginário e real. Incluindo nas falas, a
novidade e o desconhecido. Na segunda categoria de identificação, destaca-se a relação
do lazer de aventura real e virtual a partir das sensações e do contato do homem com a
natureza. Incluindo nas falas, a ausência dos riscos e dos perigos peculiares das
atividades de aventura na natureza. E na terceira categoria de identificação, destaca-se a
relação do sujeito com o movimento corporal, as habilidades motoras globais em
detrimento das específicas. Incluindo nas falas, a possibilidade de intervenção
profissional, atividade física e o desenvolvimento motor. Consideramos a viabilidade do
jogo virtual relevante como ferramenta de lazer e educação.
Palavras-chave: Lazer, game, novas tecnologias.
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OS INTERESSES DA POPULAÇÃO VISITANTE DO PARQUE MUNICIPAL MORRO DA
PESCARIA – GUARAPARI – ES
Monique Fernandes Moraes, Lívia Quirino de Melo Medeiros, Rayra Possatto Gaudio
Barbosa, Salvador Inácio da Silva
Universidade Vila Velha, Vila Velha/ ES, Brasil
[email protected]
O Parque Municipal Morro da Pescaria, situado no município de Guarapari – ES é uma
unidade de conservação visitada por turistas brasileiros e estrangeiros, composta por uma
vegetação típica da mata atlântica. Situado numa cidade praiana e turística, este espaço
oferece possibilidades de realizar várias atividades de lazer. Buscando entender tal
dinâmica, este trabalho quer identificar as atividades de lazer realizadas pelos visitantes
do referido parque, assim como também listar os motivos desses sujeitos com as
mesmas. O trabalho desenvolveu-se dentro das abordagens quantitativa e qualitativa,
respectivamente, utilizando como tipo de pesquisa, a de campo no formato descritivo e
exploratório. Para a coleta de dados, foi aplicado um questionário a cem visitantes, num
período de duas semanas, nos horários de maior movimentação do parque. Os sujeitos
de pesquisa, oriundos da região sudeste, eram homens e mulheres e tinham idade entre
20 e 50 anos com o predomínio do público masculino. De acordo com os dados
coletados, identificamos que os visitantes na oportunidade de escolha de atividades de
lazer, optam espontaneamente por caminhada (41%), contemplação da natureza (20%),
pescaria (17%), banho de mar (13%), natação (6%) e banho de sol (3%). Quanto aos
motivos desses visitantes procurarem por essas atividades de lazer no parque, se
destacam: o descanso (65%), a diversão (25%) e o desenvolvimento pessoal (10%). No
geral os visitantes do Parque Morro da Pescaria buscam as atividades físicas para o seu
descanso físico e mental. No entanto, a partir dos dados acima, é possível também
identificar algumas questões para futuras reflexões; como: a ausência do público infantil e
idoso, a falta de atividades organizadas para o público visitante, a reduzida quantidade do
público feminino, o incentivo da prática de atividades de aventura como produto ecoturístico e a limitação dos interesses culturais do lazer se restringindo às atividades
físicas.
Palavras-chave: Lazer, parque, interesses.
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VISÃO DA POPULAÇÃO ACERCA DOS BENEFÍCIOS TRAZIDOS AOS PRATICANTES
DE ATIVIDADES DE AVENTURA
Rayra Possatto Gaudio Barbosa, Lívia Quirino de Melo Medeiros, Monique Fernandes
Moraes, Salvador Inácio da Silva
Universidade Vila Velha, Vila Velha/ ES, Brasil
[email protected]
A atividade de aventura é uma tendência no cotidiano da sociedade atual, seja no âmbito
esportivo, pedagógico ou turístico, essas atividades estão em evidência em diferentes
espaços. Entendendo a universidade como um local de encontro de diversos grupos
sociais e as atividades de aventura como benéficas aos seus praticantes, questionamos:
quais os benefícios trazidos aos praticantes das atividades de aventura na opinião dos
acadêmicos da Universidade Vila Velha? O objetivo deste trabalho é identificar na opinião
dos acadêmicos, os benefícios trazidos aos praticantes das atividades de aventura; assim
como fazer uma reflexão dos resultados obtidos. O mesmo desenvolveu-se dentro das
abordagens quantitativa e qualitativa, respectivamente, utilizando como tipo de pesquisa,
a de campo. Para a coleta de dados, foi aplicado um questionário a duzentos
universitários, num período de duas semanas, nos horários de maior movimentação do
campus universitário. Os sujeitos de pesquisa pertenciam aos diversos cursos oferecidos
pela instituição, eram homens e mulheres e tinham idade entre 15 e 45 anos. De acordo
com a opinião dos duzentos universitários, os benefícios das atividades de aventura estão
relacionados com saúde (87%), saída da rotina (70%), emoções fortes (68%) e
rejuvenescimento (58%). No geral, o questionário apontava benefícios relacionados à
qualidade de vida aos sujeitos entrevistados. No entanto, é possível perceber duas
tendências nos resultados da pesquisa na ótica da qualidade de vida: uma relacionada às
questões emocionais; psicológicas e a outra relacionada com as questões motoras;
físicas. Ambas as tendências fortalecem a ideia de que as atividades de aventura são
benéficas aos seus praticantes.
Palavras-chave: Lazer, aventura, benefícios.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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ESTUDOS SOBRE SURFE: ANÁLISE TEMÁTICA A PARTIR DOS ANAIS DO CBAA
Vinicius Zeilmann Brasil, Valmor Ramos, Ciro Goda, Jeferson Rodrigues de Souza
Laboratório de Pedagogia do Esporte e da Educação Física (LAPEF/CEFID)
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis, SC, Brasil
[email protected]
A prática do surfe tem seguido uma tendência atual do cenário desportivo, na qual impera
a busca pela auto-expressão e auto-realização através de práticas em ambientes
naturais. Devido a sua popularização e seu nível de organização institucional, tornou-se
um campo de investigação e intervenção importante para o profissional de Educação
Física. O presente estudo teve como objetivo realizar uma análise dos trabalhos sobre
surfe publicados nos anais do Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura (CBAA),
bem como identificar as temáticas que vêm sendo abordadas. Adotaram-se
procedimentos metodológicos de pesquisa bibliográfica de levantamento de dados com
caráter quali-quantitativo (MARCONI e LAKATOS, 2009). A revisão da bibliografia ocorreu
em duas etapas: a primeira consistiu na identificação e seleção dos estudos sobre a
modalidade, publicados nos anais do CBAA entre 2006 e 2011. Na segunda etapa
realizou-se a análise e classificação dos estudos em 5 categorias (Pedagógica, SócioAntropológica, Aptidão Física e Saúde, Psicológica e Administração e Gestão). Os
resultados evidenciaram que dos 390 trabalhos publicados nos anais do CBAA, entre
2006 e 2011, houve 19 (5%) publicações sobre surfe, o que corresponde a uma média de
3 estudos publicados, sobre a modalidade, por edição do evento. A maior parte das
pesquisas incidiu sobre a categoria Sócio-Antropológica (8 estudos) e abordaram as
temáticas Representações e interpretações no imaginário de surfistas (2 estudos),
História e subcultura surfe (2 estudos), Valor social do surfe (2 estudos) e Interações entre
o surfista e a natureza (2 estudos). As investigações com enfoque Pedagógico (6 estudos)
abordaram sobre o Surfe como conteúdo da Educação Física e Esporte (4 estudos) e
Fundamentos didático-pedagógicos para o ensino do surfe (2 estudos). As pesquisas no
âmbito Psicológico (2 estudos) trataram sobre a Percepção de risco relacionado a prática
da modalidade (1 estudo) e os Benefícios mentais proporcionados pela prática do surfe (1
estudo). Os trabalhos com enfoque na Aptidão Física e Saúde (2 estudos) relataram
sobre a Qualidade de vida de surfistas (1 estudo) e Controle motor na prática do surfe (1
estudo). Relativo à categoria Administração e Gestão (1 estudo) verificou-se a temática
Desenvolvimento sustentável de escolas de surfe. Concluiu-se que têm aumentado as
publicações sobre surfe, principalmente nas últimas edições do CBAA. A maioria destes
estudos tem sido realizada sob o enfoque Sócio-antropológico e Pedagógico apontando
para a consolidação desta modalidade como área de intervenção no campo da Educação
Física, o que sugere a abordagem do surfe, no âmbito da formação inicial, permitindo aos
futuros professores a sistematização de modos de ensino mais adequados aos seus
alunos.
Palavras-Chave: Surfe, Produção científica, CBAA.
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PSICOMOTRICIDADE E SKATE: A DESCOBERTA DE CONTRIBUIÇÕES
RECÍPROCAS
Douglas Costa Ferreira
Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo, São Paulo, Brasil
[email protected], [email protected]
Do ponto de vista de um profissional da Educação Física, praticante de Esportes Radicais
e consciente da importância da ciência chamada Psicomotricidade, houve uma questão: é
possível estimular o desenvolvimento psicomotor pela prática do Skate? O problema da
pesquisa foi encontrar na prática desta modalidade, abertura à estimulação psicomotora.
A pesquisa valorizou a abordagem educativa de aplicação da Psicomotricidade oferecida
por Jean Le Boulch, a qual é alicerçada nas Bases Psicomotoras, contudo, acreditando na
hipótese de que a prática de Skate possa representar uma estratégia para a tal
estimulação oferecendo uma diversidade de estímulos ao desenvolvimento do indivíduo.
A metodologia foi aplicar e analisar vivências de Skate, baseadas nos princípios
educativos da concepção psicomotora, propostas para duas turmas: uma do ensino
infantil e outra do ensino fundamental I, atendendo crianças de uma escola pública do
Município de São Bernardo do Campo - SP. Durante as atividades, as crianças
conheciam o capacete de segurança, passavam sobre rampas e por baixo de uma corda
estendida e presa em duas colunas. Pelas observações da prática da modalidade, foi
confirmada a presença de estímulos ao desenvolvimento das Bases Psicomotoras
(Tônus; Equilibração; Lateralidade; Esquema e Imagem Corporal; Orientação EspaçoTemporal e as Praxias Proximais e Distais). Contudo, constatou-se a reciprocidade de
estímulos entre Psicomotricidade e o Skate, devido à contribuição dos processos
chamados nesta pesquisa de “Olhar Psicomotor” e “Aquecimento Psicomotor”: Tal “olhar”,
baseado em teorias do Desenvolvimento Infantil, promoveu a compreensão e a
consideração das possibilidades e necessidades das crianças, norteando o professor para
a adequação do meio, a fim de que sua conduta equilibre os aspectos (físico, cognitivo e
afetivo) dos alunos, por meio de propostas iniciais que equilibrassem os já citados
aspectos, sendo a aplicação destas propostas iniciais o processo chamado “Aquecimento
Psicomotor”, o que induziu uma maior participação destes na vivência de skate – a
atividade principal - promovendo a participação de crianças que inicialmente rejeitavam as
propostas, interferindo também na qualidade desta participação. Portanto o Skate foi
considerado uma possível estratégia de estimulação ao desenvolvimento das Bases
Psicomotoras, (de acordo com o conhecimento e criatividade do profissional) e a ciência
Psicomotricidade foi compreendida como norteadora para a prática educativa.
Palavras-chave: Educação Física, Psicomotricidade e Skate.
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PARKOUR: DO MÉTODO NATURAL À TÉCNICA DE SI
Jean Miranda Euflausino,,Amilton Bertazo Junior, Claudio Alexandre Celestino, Silvana
dos Santos
GEL - Grupo de Estudos do Lazer, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná,
Brasil
[email protected]
Este trabalho objetivou aprofundar os conhecimentos em relação ao Parkour, a fim de
entender seus meios e suas finalidades. Para tanto, se recorreu à literatura geral, tanto
acadêmica quanto midiática. O Parkour foi desenvolvido pelo francês David Belle,
influenciado por seu pai, Raymond Belle, praticante de treinamento militar. O movimento
Parkour propõe a superação de si ao transpor obstáculos. Sua disseminação ocorreu via
internet favorecendo o conhecimento e interesse pela modalidade. Uma das suas
principais características é se pautar pela relação corpo-mente. Isso se dá por meio do
Método Natural, cujo primeiro passo é a concentração e o controle dos movimentos. Na
sequência, passa-se para dificuldades que simulam a realidade, tendo em vista trabalhar
maneiras de fazer os movimentos de forma segura e menos complicada possível. Embora
esta “modalidade” esteja se disseminando, há ainda pessoas que a compreendem
enquanto um ato de vandalismo. No entanto, para eles, o Parkour é uma forma de
retomada da cidade pelo cidadão, já todo local de treino deve ser conservado. Neste
sentido deve-se treinar em lugares que não haja pessoas, para não atrapalhá-las. Uma
das grandes confusões que se tem sobre o Parkour é onde essa atividade pode ser
aplicada e como classificá-la, se é esporte ou atividade, se é radical, de aventura ou de
natureza. Vários autores discutem e tentam categorizar, já que muitas lições provindas do
Parkour podem facilmente ser aplicadas ao cotidiano de seus praticantes, como o “ser e
durar”, “ser forte para ser útil” (lema vindo do Método Natural de Hébert). Diante dos
documentos analisados, tomamos o Parkour como atividade de aventura, revestida por
uma explícita filosofia de vida, na qual o domínio de si por meio da superação é a
dimensão mais difundida.
Palavras-chave: Parkour, atividade de aventura, Método natural.
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A PRÁTICA DO MOUNTAIN BIKE NO CONTEXTO DAS AFAN
Leandro Dri Manfiolete1, Marcelo Roberto Andrade Augusti2, Daniel Bidia Olmedo Tejera1,
Carmen Maria Aguiar1
1
2
Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, SP, Brasil; Escola Superior de Educação
Física de Jundiaí
[email protected]
O objetivo desse estudo foi por meio de uma revisão bibliográfica, analisar estudos
relacionados a temática AFAN no universo da prática do mountain bike na Espanha,
procurando compreender a educação para com a bicicleta em ambientes fora do urbano.
Para isso, foram relacionados três estudos realizados na Espanha. Olivera e Olivera
(1998) desenvolveram uma pesquisa que indagava sobre a demanda potencial (nãopraticantes, porém usuários potenciais) e real (usuários) das AFAN na região da Cataluna
- Espanha. Fernández-Rio (2000) procurou analisar e compreender o mountain bike
como uma atividade recreativa e de entretenimento levando assim ao aprendizado e
respeito pelo meio ambiente e ainda como uma experiência de aventura e risco. Já
Macías (2000) promoveu o uso do mountain bike no Instituto de Ensino Secundário de
Alcarras – Espanha. A partir dos estudos apresentados observa-se que as AFAN no
contexto do mountain bike na Espanha estão muito difundidas tanto na escola como na
prática profissional e que, este valor dado a este equipamento colabora para um melhor
aproveitamento da bicicleta para o usufruto do lazer e de função pedagógica. Por fim,
conclui-se que as AFAN e mountain bike são temas relacionados e que um está imerso
na totalidade do outro.
Palavras-chave: Mountain Bike, AFAN, Lazer.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Newton Porfirio Moraes Soares, Thayane dos Santos Visintainer, Katia Mariele do Amaral
Rolim, Marcos Wuintt da Silva, Adiovan Marques e Rainer de Almeida Padilha
Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana-RS, Brasil
[email protected]
A educação ambiental é um elemento essencial no processo de ensino e aprendizagem.
Esse conhecimento permite ao indivíduo construir valores sociais, criar conceitos e
compreender sua tarefa dentro de uma sociedade, seus direitos e deveres, sendo um
destes a preservação e conservação do meio em que vive. Essa temática pode ser
trabalhada em diferentes componentes curriculares, pois possibilita uma ampla variedade
de discussões. As aulas de Educação Física apresentam-se como espaços propícios a
inserção desses saberes, pois essa disciplina considera a cultura corporal do movimento
humano, no qual os corpos não são somente condutores de estrutura física, e sim,
desenvolvem a capacidade de aprender sobre si, valorizar o entorno e utilizar-se do
movimento para conhecer ou reconhecer o bairro, a vila, o centro, a cidade, o estado e
quiçá o mundo, fazendo com que o sujeito se sinta parte no meio em que habita. A
caminhada na natureza é uma bela alternativa que pode ser utilizada durante uma aula,
pois quem pratica essa atividade busca sentir-se parte daquilo que vê e necessita
interagir e admirar as belezas a sua volta, além de desfrutar da calma e da paz
transmitida por este ambiente. Isso leva ao pertencimento da localidade onde a pessoa
está inserida partindo-se dai para a sensibilização ambiental, pois verás que o ambiente
que a rodeia é vasto de beleza e precisa ser preservado. A escola é o lugar onde a
criança construirá o seu processo de socialização, portanto, nada mais justo do que
começar por ela o desenvolvimento da Educação Ambiental, as causas e consequências
sobre suas atitudes frente o seu meio. Os professores são os condutores de tais
conhecimentos e agem como exemplos para estas crianças atuarem da mesma forma
que os livros estão ensinando, na sua vida real, e fora da escola. Sendo a escola um
espaço social, local onde o aluno dará sequência ao seu processo de socialização,
aprendendo e reproduzindo na sociedade, seus comportamentos ambientalmente
corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para
a formação de cidadãos responsáveis. Com os conteúdos ambientais permeando todas
as disciplinas do currículo e contextualizados com a realidade da comunidade, a escola
ajudará o aluno a perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão holística, ou seja,
integral do mundo em que vive. Para isso a Educação Ambiental deve ser abordada de
forma sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino, assegurando a presença
da dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas disciplinas e
das atividades escolares.
Palavras-chave: Educação Física, Educação Ambiental, Interdisciplinaridade
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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A CIDADE COMO AVENTURA PEDAGÓGICA
Álvaro Luís Ávila da Cunha1, Vera Lúcia Gainssa Balinhas2, Katia do Amaral Rolim1,
Newton Porfirio Moraes Soares1, Eduardo Massoco Rios1, Patricia Becker Engers1
1
Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), campus Uruguaiana, Rio Grande do Sul
(RS) Brasil; 2Universidade Federal de Pelotas- Faculdade de Educação (UFPel/FaE),
Pelotas, Rio Grande do Sul (RS), Brasil
[email protected]
Este texto é um recorte do projeto de ensino e pesquisa em andamento no curso de
Licenciatura em Educação Física. Nosso objetivo é tornar mais visível o contexto e as
comunidades escolares envolvidas nas ações educativas dos/as licenciandos/as,
favorecendo o processo de formação e atuação profissional. Buscamos oportunizar o
contato, o conhecimento e a reflexão acerca das formas de habitar e viver a cidade,
utilizando a caminhada, a corrida e a pedalada. A cidade vem constituindo o universo
subjetivo dos/as estudantes, permitindo fazer a articulação entre o global e o local, entre a
educação básica e os cursos de licenciatura, entre o corpo e o ambiente. Acreditamos
que nesse contato com diferentes contextos, os/as estudantes poderão visualizar mais
atentamente os elementos culturais que sustentam uma possível identidade regional.
Além do estudo das comunidades escolares, lugares e ambiência, propomos o desafio de
relacionar o conhecimento local regionalizado com o macropolítico. Algumas metas
orientam nossa atuação: cartografar o município de Uruguaiana e suas fronteiras a partir
da experiência de andar, ver e registrar; apresentar a cidade como campo de estudo da
cultura local; compreender a Educação Física como componente curricular potente para
articular processos interdisciplinares; alargar o espaço pedagógico percebendo a cidade
como currículo; aproximar os cursos de licenciatura da UNIPAMPA- Uruguaiana; criar
equipes multidisciplinares para coordenação do trabalho; construir roteiros geográficohistóricos; publicar a Cartilha de Uruguaiana – os caminhos de uma cidade; elaborar
material videográfico e fotográfico das saídas de campo realizadas pelos/as estudantes;
desenvolver o hábito de andar como prática de liberdade e bem estar; problematizar o
pertencimento como cultura pedagógica necessária à docência; perceber as diversas
realidades locais, as pluralidades de modos de vida que comporta uma localidade;
identificar áreas, locais, prédios capazes de contar os caminhos trilhados pela cidade;
desenvolver a escrita a partir dos registros sistemáticos – observações e narrativas de
jornada; percorrer as distâncias do município a partir do deslocamento: andar e do
pedalar; sensibilizar os/as estudantes aos ambientes urbanizados e menos impactados
pela ação humana. Parte dos objetivos foi alcançada no ano de 2011 e cada vez mais a
cidade se torna espaço curricular e espaço de aventura, estratégia pedagógica não só na
formação dos/as licenciandos/as como também na formação continuada dos/as
professores/as da educação básica.
Palavras-chave: Formação docente; currículo; ambiente.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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A APRENDIZAGEM AMBIENTAL PROMOVIDA PELA CAMINHADA
Katia Mariele do Amaral Rolim, Newton Porfirio Moraes Soares, Thayane Visintainer
Universidade Federal do Pampa – Campus Uruguaiana – RS - Brasil
[email protected]
O Grupo de Estudos Movimento e Ambiente – GEMA, da Universidade Federal do
Pampa, composto por acadêmicos da Educação Física promove caminhadas com o
intuito de reconhecer a cidade em que a universidade está inserida, pretendendo construir
um mapa socioambiental, a fim de levar às escolas a desenvolver projetos
interdisciplinares. No 2º semestre de 2011 a atividade estendeu-se ao interior do
Município, na localidade de São Marcos, para propor uma aproximação ao meio rural. O
convite partiu da Secretaria Municipal de Indústria, Comércio, Turismo e Trabalho, que
visava desbravar a área e contemplar um futuro potencial turístico. O grupo somou os
objetivos e se dispôs ao descobrimento.
O parque possui área de 3.000há e está à
margem esquerda do Rio Uruguai, limitando-se ao norte com o Passo do Aferidor, ao sul
com a localidade do Cantão e a leste com a Ilha do Japejú. Participaram da caminhada,
servidores, acadêmicos e o coordenador do projeto. Partiu-se pela manhã, de ônibus em
direção ao Parque Natural Municipal de Uruguaiana – o Bioma Pampa, cuja vegetação é
original, sem invasão outras regiões do país. A caminhada iniciou na Associação dos
Amigos do Cantão em direção ao rio, passando pelo Passo do Aferidor, onde se pode
contemplar uma vegetação quase intacta, gado leiteiro, cavalo crioulo, banhado e
lavouras confundindo-se com a imensidão negra de pássaros executores de um balé.
Retornando ao Cantão os caminhantes seguiram para as ruínas da Estância Santiago,
nas proximidades, de imensa riqueza cultural e história. Com a explanação do historiador
Dagoberto, rumou-se vegetação adentro, realizando-se uma aula de História acerca de
nossos antepassados indígenas e sua importância para o povoamento de Uruguaiana,
São Borja, Itaqui, Alegrete e Barra do Quaraí – no Brasil; São Thomé – Argentina e Bella
Unión – no Uruguai. Segundo Dagoberto, os povos antigos, compostos por índios
Charruas, as ganaderias e as primeiras redenções da região por volta do século XVII
deram início à nossa Fronteira Oeste. Maiores detalhes foram citados em meio à
caminhada por entre as ruínas, onde há identificação sobre a sua importância e
preservação. A flora manifesta-se por ali com um imenso pomar de bergamotas e a fauna
permite reinar bugios. O GEMA foi o primeiro grupo que experimentou as trilhas
propostas, e aprovou, dando seguimento aos seus trabalhos a, não deixando de lado seu
maior objetivo: reconhecer Uruguaiana através de novos olhares. Conclui-se com esta
atividade que a caminhada possa servir de meio para que se aprenda tanto em locais
inexplorados. A interação com o ambiente serve de aprendizagens na História, Geografia,
Biologia, onde o sujeito reflete por onde passa, retém conhecimento, compreende-se
como ser atuante, e tudo através da Educação Física, tão importante para aproximar a
realidade dos alunos, que se movimentam, refletem e aprendem.
Palavras-chave: Educação Física, caminhadas, interdisciplinaridade.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
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CONHECENDO O INTERIOR DO MUNICÍPIO DE URUGUAIANA – RS: UM
POTENCIAL PARA A PRÁTICA DE TURISMO E ATIVIDADES DE AVENTURA
Eduardo Massoco Rios
Universidade Federal do Pampa – Unipampa – Uruguaiana – RS
[email protected]
Com a intenção de realizar um diagnóstico socioambiental do município de Uruguaiana RS, o Grupo de Estudos Movimento e Ambiente (GEMA), da Universidade Federal do
Pampa – UNIPAMPA, realiza várias incursões às diferentes regiões da cidade. No mês de
julho de 2011, o Grupo adentrou os distritos de São Marcos e Barragem Sanchuri a
convite da Secretaria de Turismo do Município, estes locais estão sendo trabalhados para
tornarem-se referenciais turísticos da região. Uruguaiana, a cidade mais ao oeste do Rio
Grande do Sul, tem apresentado um potencial turístico, até então pouquíssimo explorado.
Durante o trajeto os participantes observaram paisagens, vegetação, animais, habitações.
Neste dia, o destino era conhecer às margens perigosas do rio Uruguai – Praia do Cantão
– na localidade de São Marcos, muito utilizadas para a prática de atividades aquáticas;
visitamos também a Vinícola Fronteira Oeste, onde podem ser visitadas as plantações de
uva e acompanhar o processo de fabricação do vinho; as encostas do rio que levam até o
Passo do Aferidor, local que era utilizado para a transferência do gado da Argentina para
o Brasil. No distrito da Barragem Sanchuri foi realizado um passeio na Estância Santiago,
a pioneira na criação de Gado no Rio Grande do Sul, lá são encontradas as ruínas das
invernadas, das primeiras residências e da secular Capela onde foi rezada a primeira
missa no Estado. Após o dia de caminhada, são analisados os registros fotográficos e
confeccionados os diários de campo. Ao fim de mais uma atividade fica claro que nossa
terra apresenta muitos potenciais para o turismo e para a prática de atividades como
caminhadas orientadas, corridas cross coutry, além dos esportes aquáticos que precisam
ser mais divulgados.
Palavras-chave: turismo de aventura, educação ambiental, potencial turístico.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICA VISANDO CONHECER AS BELEZAS NATURAIS
DE URUGUAIANA – RS
Eduardo Massoco Rios
Universidade Federal do Pampa – Unipampa – Uruguaiana – RS
[email protected]
O Grupo de Estudos Movimento e Ambiente (GEMA), formado por acadêmicos e
professores dos cursos de Licenciatura em Educação Física e Ciências da Natureza e
demais interessados, vêm realizando, desde o ano de 2011, atividades de conhecimento
das regiões do Município de Uruguaiana – RS. A principal intenção é realizar um mapa
socioeconômico-ambiental e reconhecer locais até então pouco explorados, que podem
se tornar potenciais turísticos ou locais de práticas de atividades ao ar livre. Através de
caminhadas, corridas e passeios de bicicleta já foram percorridos os 4 pontos cardeais do
município, afim de conhecer as belezas naturais – para muitos, até então, desconhecidas
– e subsídios que possam ser usados nas aulas dos licenciandos para despertar o senso
crítico para a Educação Ambiental. Em cada caminho percorrido, o Grupo faz registros
fotográficos e elabora os diários de campo para serem utilizados em futuros trabalhos
científicos. No ano de 2012, foi apresentada a proposta de agregar à comunidade das
escolas de Educação Básica nestas atividades, para auxiliar na diversidade de conteúdos
aplicados nos alunos de Uruguaiana, pois durante as atividades são observados aspectos
como habitação, recursos hídricos, fauna, flora, além da proliferação do lixo.
Palavras-chave: atividade física, educação ambiental, educação básica.
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COMUNICAÇÃO ORAL
TURISMO RURAL X TURISMO DE AVENTURA: BREVE REFLEXÃO SOBRE A
EXPERIÊNCIA GALEGA
Luciana Pereira de Moura Carneiro1, Rosângela Custódio Cortez Thomaz, Xosé Manuel
Santos Solla1
1
Universidad Santiago de Compostela (Santiago de Compostela, A Coruña, Espanha)
Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquisa Filho” (Rosana, São Paulo, Brasil)
[email protected]
Apoio: Programa Alban (Programa de bolsas de alto nível da União Européia para a
América Latina, bolsa nº E07M401629BR)
RESUMO
Durante anos houve na Galícia um grande incentivo (inclusive financeiro) por parte do
governo para a abertura de casas de turismo rural; porém, a questão da oferta
complementar (turismo de aventura, turismo esportivo, ecoturismo, entre outras
denominações) ganhou recentemente maior atenção da iniciativa pública e privada
vinculada ao turismo nesta Comunidade Autônoma. Este artigo tem como base alguns
dos resultados encontrados pela pesquisa intitulada “Experiência galega em Turismo
Rural e as possibilidades de adaptação ao Pontal do Paranapanema (São Paulo/Brasil)”
com financiamento do Programa Alban (Programa de bolsas de alto nível da União
Européia para a América Latina, bolsa nº E07M401629BR). O principal objetivo é refletir
sobre a questão da oferta complementar, principalmente aquela relacionada às atividades
de aventura, na Comunidade Autônoma da Galícia (Espanha).
Palavras-chave: Turismo Rural, Turismo de Aventura, Galícia.
Introdução
A Comunidade Autônoma da Galícia, também conhecida como “país de los mil
ríos”, está localizada a noroeste da Península Ibérica. Sua área total é de 29.574
quilômetros quadrados, o que representa 5,84% do território espanhol, e sua população é
composta por 2.783.100 milhões de habitantes. Geograficamente, limita-se ao norte e
oeste com o Oceano Atlântico, ao sul com Portugal e a leste com o Principado de Asturias
e Castilla y León. Tem um relevo ondulado com montes e montanhas e seus idiomas
oficiais são o castelhano e o galego.
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Ao todo são 315 municípios divididos politicamente em quatro províncias (A
Coruña, Lugo, Ourense e Pontevedra) pelas quais a população encontra-se espalhada
com uma densidade de 93,6 habitantes por quilômetro quadrado, cifra ligeiramente
superior à média espanhola. Santiago de Compostela é a capital cultural e política desta
Comunidade Autônoma.
O turismo, segundo informações fornecidas pela Xunta ao jornal El País (2008),
representa 12% do PIB e 13% dos postos de trabalho da Comunidade Autônoma galega,
cifras similares ao que representa o setor na Espanha e na União Européia.
Em finais da década de 80 e começo de 90 do século passado os gestores do
turismo espanhol perceberam que o país perdia quota de mercado no segmento “sol e
praia” e começava a existir maior demanda por novos produtos turísticos. Assim, houve
uma união de esforços entre as administrações estatal e autonômicas para a criação de
alternativas aos segmentos convencionais. Um dos segmentos que passou a ser
fortemente incentivado foi o Turismo Rural.
Vale ressaltar que neste segmento a Espanha seguia na mesma linha de atuação
de toda a União Européia, incentivando inclusive financeiramente o Turismo Rural como
solução ao êxodo rural, paradoxalmente aos excessos da produção agrícola.
Na Galícia, segundo Romero (2003), foi em 1992 que o Turismo Rural passou a
formar parte de um dos quatro planos do “Programa de desarrollo turístico da Galícia”. Foi
a partir de 1990, com a criação da Secretaria Xeral para o Turismo, que se impulsionou o
apoio à recuperação e reabilitação de construções rurais galegas para a atividade
turística.
Segundo Lois e Solla (2004) os principais objetivos das iniciativas públicas com o
incentivo ao Turismo Rural foram diversificação econômica com melhoria do nível de vida,
conservação da população no campo, dinamização das sociedades rurais, incentivo ao
surgimento de líderes locais e trabalho em rede com outros territórios. Para Solla
(2007/2008), entretanto, a implantação do turismo não cumpriu como deveria seu papel
de dinamizador do meio rural galego.
Muitas propostas não foram aplicadas da forma adequada na prática já que, dentre
outros problemas, os projetos eram impostos (de cima para baixo) e a maioria dos
beneficiados não eram os agricultores menos favorecidos, mas pessoas com capacidade
econômica e acesso às fontes de informação e poder. Para Solla (2007/2008) o Turismo
Rural foi implantado num meio rural em crise e com uma população envelhecida
(conservadores e sem disposição para novos empreendimentos).
Segundo a Turgalicia (2009), existem 582 casas rurais abertas ao turismo. Para
Martínez Roget (2004) o aumento no número de estabelecimentos de Turismo Rural na
Galícia deu-se devido ao incentivo dos programas de desenvolvimento rural como Leader
e Proder e às subvenções da administração autonômica destinadas à criação, reforma,
adaptação e melhoria destes estabelecimentos. Segundo Bacariza (2007), em 60% dos
municípios galegos existe oferta de casas de Turismo Rural.
A Secretaria Geral de Turismo da Espanha (2004 APUD PELÁEZ; SANCHÉZ,
2006) estabelece que “Turismo de Natureza” é um termo bastante amplo, definido como
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aquél que tiene como principales motivaciones la realización de
actividades recreativas y de esparcimiento, la interpretación y/o
conocimiento de la naturaleza, con diferente grado de profundidad y la
práctica de actividades deportivas de diferente intensidad física y riesgo
que usen expresamente el medio natural de forma específica, garantizando
la seguridad del turista, sin degradar o agotar los recursos.
Vale ressaltar que, segundo estes mesmos autores, o Turismo de Natureza em
geral e seus segmentos (Ecoturismo, Turismo de Esparcimiento, Turismo Activo
Deportivo) estão totalmente vinculados ao Turismo Rural, já que grande parte dos turistas
que têm como principal motivação a prática de tais atividades pernoitam em casas de
Turismo Rural.
Objetivo
O principal objetivo deste artigo é, a partir de informações sistematizadas sobre a
política de apoio ao Turismo Rural na Galícia, refletir sobre a questão da oferta
complementar, ou seja, as atividades que os turistas podem desenvolver de forma
organizada quando praticam Turismo Rural nesta Comunidade Autônoma.
Método
Este artigo teve origem a partir das informações adquiridas ao longo da pesquisa
intitulada “Experiência galega em Turismo Rural e as possibilidades de adaptação ao
Pontal do Paranapanema (São Paulo/Brasil)”, desenvolvida em nível de mestrado com
financiamento do Programa Alban. Nesta pesquisa foram abordados alguns pontos
específicos da organização do Turismo Rural na Galícia; dentre eles, a oferta
complementar.
Para desenvolvê-la foram utilizados materiais bibliográficos como livros, teses,
dissertações, artigos científicos e estudos governamentais desenvolvidos por técnicos e
autores galegos ou de outras partes da Espanha que analisaram a questão do Turismo
Rural nesta Comunidade Autônoma a partir de diversos âmbitos, como econômico
(MARTÍNEZ ROGET, 2004), geográfico (SOLLA, 2007/2008; LOIS, 2007), de marketing
(HENCHE, 2006), político (LOIS, 2007; BACARIZA, 2007), entre outros. Cabe destacar a
utilização de dois documentos publicados pela Xunta de Galícia através da Turgalicia:
“Guia de Turismo Rural da Galícia 2009” e “Enquisa Turismo Rural 2005-2006”.
Para complementar as informações colhidas foram realizadas entrevistas em
profundidade com dois dos principais agentes envolvidos nesta atividade. São eles:
Santiago Bacariza Cortiñas, chefe da área de Turismo Rural e de Interior da Turgalicia e
Marisol Lorenzo, presidente da Federação Galega de Turismo Rural (FEGATUR).
No contexto desta pesquisa, realizaram-se entrevistas a agentes privados do setor
para conhecer sua opinião sobre a situação do Turismo Rural na Galícia desde uma ótica
comercial. Estas entrevistas foram aplicadas durante a “XII Feira Internacional del
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Turismo de Interior de Valladolid” a turoperadores e agentes de viagens que
comercializam Turismo Rural a nível internacional. Todos os entrevistados (diretores,
gestores de produtos, representantes de vendas e responsáveis dos departamentos de
reservas), representavam as seguintes empresas: Tee Travel, Ruraljet, Spanien
Bureaout/Portugal Bureauot, Booking.com, Donosti Rec - Mundicaminoreservas e Squirrel
Viaggi. Todos os entrevistados trabalham com casas de Turismo Rural galegas, mas
somente dois deles comercializam pacotes integrados de Turismo Rural para Galícia.
Por fim, para completar a análise, foram aplicados questionários a 65 proprietários
de casas rurais galegas a fim de conhecer suas opiniões e posicionamentos com relação
a uma série de aspectos desta atividade econômica na Galícia.
Com base nestes dados, utiliza-se deste momento para refletir sobre oferta
complementar, ou seja, aquelas atividades que os turistas que vão ao meio rural galego
podem praticar de forma organizada.
Resultados
Existem atualmente na Galícia 113 empresas de Turismo Esportivo e 18 empresas
de Turismo Ativo e de Aventura. Cabe destacar que, por definição, Turismo Ativo ou de
Aventura “suponen un riesgo advertido o peligro controlado asociado a desafíos
personales” (SUNG et. al., 1997 apud IGN, 2008, p. 116). “[...] en Galícia la oferta de
empresas de Turismo Activo no es muy elevada y se concentra fundamentalmente en las
rías Baixas, sobre todo en Arousa, Pontevedra y Vigo” (IGN, 2008, p. 117).
Cabe destacar, porém, a existência de clubes e associações que, por não se
enquadrarem como empresas privadas, não constam nas estatísticas. É bastante comum
na Galícia a promoção de atividades de aventura por tais entidades aos seus sócios.
O setor de Turismo Activo ou Turismo de Aventura na Espanha
ofrece numerosas oportunidades porque aún está en pleno desarrollo. Su
expansión en España comenzó a mediados de los años 80, y desde
entonces ha recibido diferentes denominaciones: turismo alternativo, de
aventura, de ocio y tiempo libre, deportivo, etc. Su auge coincidió con el del
turismo rural, momento en que comenzó a extenderse por todo el país.
(EMPREENDEDORES ONLINE, 2008).
Sparrer (2005) entende que as normativas galegas referentes ao Turismo Rural até
pouco tempo atrás se centravam na recuperação do edifício para transformação em
alojamento, deixando de estabelecer normas e diretrizes referentes aos serviços
prestados, formação do capital humano, promoção e difusão. Além disso, faziam
referência somente aos equipamentos de hospedagem, deixando de lado atividades e
serviços complementares.
Segundo alguns turoperadores e agentes de viagens entrevistados, atualmente os
turistas que vão ao meio rural buscam, além de alojamento, atividades complementares.
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Para atraí-lo e fidelizá-lo é importante que haja uma variada oferta de casas rurais, ou
seja, uma oferta diversificada e de qualidade.
Perguntou-se aos proprietários rurais sobre como valoram uma série de aspectos
do Turismo Rural galego. A escala utilizada estava composta por elementos gráficos
exprimindo satisfação (☺), normalidade ( ) e insatisfação ( ). Com relação à oferta de
empresas de atividades complementares, 35% dos entrevistados estão insatisfeitos com
esta questão, 54% acredita que a oferta está dentro de um parâmetro normal e somente
11% está plenamente satisfeito.
Para Solla (2007/2008), corroborado por Lois (2007), houve na Galícia uma
excessiva preocupação com a criação de alojamentos, deixando de lado a oferta
complementar, desenvolvimento territorial e promoção dos recursos, serviços e valores
turísticos. Cabe destacar, porém, que atualmente começam a existir ações que visam à
formação de um sistema turístico integrado na área rural galega.
O então conselheiro de Inovação e Indústria da Galícia, Fernando Blanco,
concorda com essa visão acrescentando que nas políticas anteriores não houve
preocupação com o planejamento das zonas, facilitando assim um crescimento da oferta
de forma desigual (saturando algumas comarcas e deixando outras com espaços para
novas casas) e com forte carência de ofertas turísticas complementares na zona rural.
(BLANCO, 2007).
Um dos fatores que atingirá o meio rural galego nos próximos anos é a importância
dada à paisagem, à gastronomia e à contemplação do mundo rural como uma experiência
de conhecimento e aprendizagem (ciclos agrícolas, obtenção de alimentos, criação de
gado, etc.). Daí a necessidade de ser desenvolvido no meio rural o verdadeiro
Agroturismo. Ou seja, o campo deve permanecer vivo, e não como um museu somente
recebendo aos visitantes dos meios urbanos. (LOIS, 2007).
Para Lois (2007) são necessários o acondicionamento, melhora e/ou sinalização
dos roteiros turísticos de base patrimonial ou natural, além da criação de roteiros de
senderismo a pé ou a cavalo, pacotes turísticos específicos, infra-estrutura para
realização de atividades hípicas, atividades relacionadas aos acampamentos de verão,
campos de golf e esportes náuticos e fluviais. Ou seja, é preciso dinamizar e enriquecer a
oferta turística rural da Galícia.
Segundo Bacariza (2007) a consolidação da oferta de casas de Turismo Rural na
Galícia, sua alta qualidade e o apoio dos órgãos públicos à construção desta oferta
podem ser entendidas como fortalezas desse setor. Como oportunidades, este autor cita
a identidade, singularidade e as raízes presentes em algumas casas rurais, que são
capazes de atrair visitantes em busca de autenticidade.
Como debilidades, cita a pouca visão empresarial, escassa capacidade financeira
dos proprietários para investir, seus diferentes perfis profissionais (heterogeneidade) e a
fragmentação e atomização da oferta. Nas ameaças ressalta a aculturação e falseamento
da realidade rural tradicional e conseqüente perda de identidade (“matar a galinha dos
ovos de ouro”), além do consumo irresponsável dos recursos.
Em entrevista realizada com Santiago Bacariza, quando perguntado se acredita
que a oferta turística do meio rural galego tem suficiente diversidade, respondeu
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afirmativamente explicando que acredita que existe uma boa base de alojamentos
turísticos, entretanto a oferta complementar não é suficiente. Esclarece que há quatro
anos era muito difícil uma propriedade rural viver do turismo na Galícia; entretanto,
atualmente, é mais comum. Acredita que existe ainda campo para o crescimento desse
setor e cita como exemplo o caso da Montanha de Pena Trevinca, área com grande
potencial turístico que atualmente está começando a ser organizada para a recepção de
visitantes.
Considerações finais
Por uma questão histórica e de mercado existe hoje na Galícia uma oferta de
casas de Turismo Rural quantitativamente superior às empresas de Turismo Activo ou de
Aventura. Entretanto, é consenso que atualmente os turistas estão mais informados,
experientes e exigentes; buscam não somente uma boa casa de Turismo Rural para se
hospedar e apreciar a arquitetura, hospitalidade e gastronomia, mas querem mais.
Nos últimos anos o governo galego fez um grande esforço em desenvolvimento de
produtos turísticos, com programas como Outono Gastronômico, ofertas especiais para
jovens, etc. Porém, os dados evidenciam que os índices de ocupação continuam
diminuindo, chegando a menos de 20% anual. Esta questão nos remete a uma reflexão
sobre o atrativo do modelo de Turismo Rural que foi construído e a como a oferta de
atividades complementares pode contribuir para minimizar este problema.
As atividades complementares (esportivas, de aventura) permitem que o visitante
conheça e vivencie a região que escolheu para passar parte de suas férias, criando uma
identidade com o território e aumentando o tempo de permanência nos destinos. Assim,
acredita-se que o desenvolvimento de um sistema turístico integrado na área rural galega
seja uma medida importante para o aumento da competitividade do Turismo Rural e de
Aventura na Galícia.
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Moura Carneiro. Santiago de Compostela: USC, 2009.
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“O SURFE DE ASFALTO” NAS ONDAS DA PRODUÇÃO ACADÊMICA: UMA
REVISÃO DE LITERATURA
Juliana Cotting Teixeira, Gustavo da Silva Freitas
Universidade Federal do Rio Grande - FURG
Rio Grande, RS, Brasil
[email protected]
RESUMO
O que se diz sobre a presença do skate no Brasil? Quem – menos no sentido autoral e
mais próximo à noção de área do conhecimento – vem se autorizando a tratar dessa
prática? Que trajetória(s) acerca do skate no Brasil vem sendo constituída(s) por aquilo
que falam dele? Quais as perspectivas de análise apresentadas por estas produções?
Partindo não exclusivamente, mas, sobretudo destas inquietações, o presente estudo vem
apresentar os primeiros resultados de uma revisão de literatura que, ainda que em
processo e provisória, visa produzir um cenário e uma reflexão acerca da presença do
skate no Brasil. Neste momento, a análise recai sobre as produções publicadas em
periódicos indexados na base de dados Scielo, assim como àquelas encontradas em
outros veículos como livros, alguns artigos oriundos das revistas online Ciência do Skate,
História do Esporte, Movimento e Fronteiras, trabalho de dissertação e também
documentários sobre o skate no Brasil – Vida sobre Rodas – e, nos Estados Unidos –
Dogtown and Z-boys.
Pelas primeiras impressões, é possível dizer que o “surf de
asfalto”, como é comumente mencionada a prática do skate em sua gênese pelos
pesquisadores e produções anunciadas caracteriza-se por ser um recente investimento
de pesquisa, pois as publicações encontradas que se debruçam a discorrer sobre o tema
datam da virada do século XX para o XXI em diante, vislumbrando contemplar múltiplas
facetas desse universo. Embora tenhamos encontrado publicações que analisam os
aspectos fisiológicos implicados no andar de skate, é notório o grande número de
produções articuladas no campo da História, da Sociologia do Esporte e da Antropologia,
assim como oriundas da Educação física. Fica evidente também que, enquanto uma
prática cultural, o skate historicamente aparece vinculado à juventude, a movimentos de
contestação – como a cultura punk –, e a outras práticas corporais ditas californianas das
décadas de 60 e 70, encontradas em solo carioca, como o surfe. O pequeno e recente
número de produções encontradas possibilitou o diagnóstico de uma tendência em se
construir uma história do skate no Brasil marcada por uma trajetória de esportivização,
narrada muitas vezes pelo viés heróico de skatistas que se tornaram profissionais e
obtiveram visibilidade pelas lentes midiáticas sobre o skate. A leitura desses trabalhos
incita a pensar a produção de conhecimento sobre skate como um investimento
embrionário, pois ainda que se tenha certo conjunto de saberes vinculados a essa prática,
discutindo conceitos como juventude, localismo, tribo, identidade, sociabilidade, gênero,
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arte, poder e risco, há uma abertura que possibilita ampliar o espectro de narrativas e
perspectivas ao movimento de anunciar, refletir e problematizar o universo cultural do
skate.
Palavras-chave: skate; produção do conhecimento; saberes.
Introdução
No Brasil, o skate tem se constituído como recente empreendimento à
investigação científica, com produções publicadas que datam da virada do século XX para
o XXI, alicerçadas sobre diferentes áreas de conhecimento e articuladas com a discussão
de múltiplos conceitos e saberes. No âmbito dos livros em cenário nacional, temos as
publicações de Britto e Bollota (2000) sob o título “A onda dura: 3 décadas de skate no
Brasil” como um dos trabalhos pioneiros na direção de narrar uma história do skate para o
país. Já no âmbito das produções culturais - veículos significativos na disseminação
dessa prática no Brasil e no mundo – temos o lançamento do documentário-filme Dog
Town and Z-boys, em 2001, de Stacy Peralta, o qual se consolidou como referência aos
trabalhos acadêmicos acerca da gênese do skate no mundo, mais especificamente, na
região de Dogtown, na Califórnia (EUA) na década de 60 e o documentário Vida sobre
Rodas (2010) de Daniel Baccaro, trazendo parte do aparecimento e trajetória dessa
prática no Brasil.
Essas produções inauguraram um esforço explicativo sobre o skate num
movimento diferente da modalidade de enunciados que, até então, imaginavam e
apresentavam essa prática, os quais se encontravam inseridos em revistas
especializadas e nos discursos de alguns skatistas que apareciam em reportagens
televisionadas e/ou jornalísticas. As revistas norte-americanas da década de 60, como a
Surfer e a Surfing caracterizaram-se como principais veículos de apresentação do skate
no país, sendo mencionadas por grande parte das publicações de Brandão (2009, 2010)
como precursoras dessa prática em solo nacional. Mais tarde, especialmente nas
décadas de 70 e 80, com a popularização do skate pelo Rio de Janeiro e regiões de São
Paulo, algumas revistas nacionais como a Pop, Yeah!, Overall, entre outras, são lançadas
ao publico jovem com o intuito de atribuir uma particularidade imaginária sobre o skate,
utilizando-se de elementos da moda, da arte e da música para anunciar e relacionar essa
prática a seus leitores. As lentes midiáticas da publicidade e do marketing puderam ver
nesses movimentos de jovens um potencial alvo de investimento na produção de leitores
e adeptos de suas edições, sendo essa relação uma dinâmica notadamente caracterizada
tanto nessas obras literárias e cinematográficas apontadas, quanto nos artigos e
publicações acadêmicas que acabaram por se expandir pós sec. XXI.
Muitos são os olhares sobre essa prática e inúmeras são as possibilidades de
pesquisa e investigação de seus elementos. Nesse sentido, empreender um estudo que
analisa esse objeto através de uma revisão de literatura contribui não só para a produção
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de um panorama que visa compreender parcialmente a presença do skate no Brasil, mas
também a ampliação do nosso entendimento sobre as relações e implicações existentes
na produção desse conhecimento, sobretudo em relação as fontes utilizadas, as
perspectivas teóricas e os campos de atuação em que falam os pesquisadores que o
produzem. Investimentos como esse, oriundos da Educação física, não almejam
contemplar a construção de cenários completos e acabados, de histórias absolutas e
globais, mas sim, de se agarrar aquilo que foge ao comum e as descontinuidades da
história.
Objetivos
Esse estudo objetiva produzir, a partir de algumas produções culturais e
acadêmicas, um cenário e uma reflexão – mesmo que em processo e provisória – sobre a
presença do skate no Brasil. As considerações realizadas buscam analisar quais
perspectivas estas produções tratam e ou/ se autorizam a tratar, o que elas têm narrado
sobre o skate e ainda quais são as implicações políticas dessas narrativas na produção
de conhecimento sobre skate no Brasil.
Metodologia
Para constituir esse cenário acerca da presença do skate no Brasil, um primeiro
movimento de pesquisa foi a busca de artigos em base de dados, em especial, na Scielo.
Para tal, utilizando as palavras skate, skateboard e skateboarding como descritores,
foram encontrados dois artigos nacionais, os quais são: As possibilidades educacionais
do skate, de Armbrust e Ascânio (2010) publicado na Revista Motriz; e, Skate enquanto
esporte radical de ação, de Brandão (2010) publicado na Revista Brasileira de Ciência do
Esporte – RBCE. Na busca de encontrar mais trabalhos, recorremos à lista de periódicos
científicos disponível na Scielo, inclusive, às revistas as quais fomos redirecionados,
pesquisando através dos mesmos descritores. Encontramos na RBCE a produção de
Figueira e Goellner (2009) sobre skate feminino; na Revista História do Esporte estudos
de Brandão (2008, 2009) na direção de uma Historia cultural do skate e, na Revista
Movimento, o trabalho de Bastos (2009) no âmbito da Sociologia do Esporte.
Na leitura dessas publicações, através de suas referências, foi possível encontrar
outros estudos, como o de Honoratto (2004, 2008) numa pesquisa jornalística sobre o
skate; Silva (2006) sobre a biomecânica da manobra ollie; demais produções de Brandão
(2010) na Revista Ciência do skate; e dissertações de Bastos (2006) e Ascânio (2011). É
sobre esse escopo, ainda em construção, que identificamos, analisamos e discutimos o
que vem sendo tratado sobre skate no Brasil, tendo ciência que este tema não se esgota
nestas produções, mas que a partir delas já é possível tecer primeiros esboços acerca
desse universo.
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Resultados
O que se diz sobre a presença do skate no Brasil? Quem – menos no sentido
autoral e mais próximo à noção de área do conhecimento – vem se autorizando a tratar
dessa prática? Que trajetória(s) acerca do skate no Brasil vem sendo constituída(s) por
aquilo que falam dele? Quais as perspectivas de análise apresentadas por estas
produções? Retomamos as nossas inquietações iniciais como forma de consolidar esse
momento de visibilizar resultados como um movimento, um processo, que se move a
cada nova tentativa de resultá-lo, no qual incitaremos mais a apontar pistas do que a
materializar teorias, mais a instigar novas dúvidas do que a tentar torná-las respondidas.
Sob diferentes autorias auto-nominadas como de pesquisadores-skatistas, ou vice
versa, a produção de conhecimento identificada acerca do skate, tem se constituído pós
séc. XXI numa notável aproximação com a História, com a Sociologia do Esporte e com a
Antropologia. As próprias produções culturais que caracterizam essa prática, como, por
exemplo, o filme “Vida sobre rodas” (2010) de Daniel Baccaro, que consolidou em vídeo
uma possibilidade de trajetória do skate no Brasil, e as próprias revistas especializadas
que acabaram por difundir essa prática no campo da visibilidade publicitária pós década
de 90 – como a Tribo Skate, a Cemporcento Skate, entre outras – narram o skate no país
utilizando-se de uma perspectiva histórica.
Nas produções acadêmicas que formam o corpus de análise é possível identificar
que são discutidos conceitos como juventude, tribos, localismos, esportivização e
sociabilidade no âmbito da história cultural, sociologia do esporte e antropologia; skate
feminino e esportivização sobre o escopo dos estudos de gênero e história oral; poder e
risco no skate em perspectivas teórico-educacionais e multidisciplinares. Também foram
encontrados, em menor número, trabalhos alicerçados na biomecânica e fisiologia
visando analisar o skate sobre esse pano de fundo.
As produções em questão muito se distinguem em suas múltiplas escolhas de
análise e de conceitos, que vão desde etnografias discutindo sociabilidades a estudos
sociológicos debatendo a esportivização da prática, como já apontado. Embora todas
apresentem em diferentes perspectivas a complexidade da prática do skate, uma
característica comum parece atravessar todas essas produções, a ser uma tendência em
discorrer sobre uma historia do skate no Brasil ao tratar dele mesmo, isto é, como uma
necessidade consentida em trazer para os estudos uma versão histórica, de preferência
mais comprovada e indiscutível possível, do skate e suas relações ao longo do tempo.
Nesse processo, podemos identificar diferentes versões, em que algumas não
encontramos nem mesmo a possibilidade de suspeita de seus usos pelos autores, e
outras que já anunciam a escassez de fontes e produções historiográficas sobre as
mesmas caracterizando sua instabilidade ou provisoriedade (há um forte apelo dos
pesquisadores aos enunciados midiáticos e publicitários das revistas especializadas por
terem se constituído por muitos anos como os únicos registros antigos sabidos sobre a
prática do skate).
Se o uso de versões de história tem sido primordiais ao
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desenvolvimento das pesquisas sobre skate no país, como têm sido produzidas essas
histórias? Quê perspectivas de histórias estão implicadas nesses estudos sobre skate?
As trajetórias trazidas pelas publicações marcam um movimento que coloca o
skate como uma prática corporal esportivizada, emergindo como o surf de asfalto
(BRANDÃO, 2010), com a difusão do skate pelo surf ocorrido das praias cariocas para o
deslizar sobre as ladeiras de concreto em meados da década de 60. Também vinculam
essa pratica a cultura punk, a música e a moda street wear dos anos 70, caracterizando-a
como uma prática de contestação ou contracultura (BRANDÃO, 2008).
Muitos dos autores já consideram o skate na sua configuração nacional atual
como um esporte radical, que estabeleceu fortes rupturas com o imaginário de
marginalização juvenil, como aponta Honoratto (2004), e que se encontra em crescente
apropriação esportiva e burocratização, como também aponta Bastos (2006) – ainda vale
ressaltar a criação da Confederação Brasileira de skate, a CBSKT, em 1999. Um dos
estudos de Brandão (2010) buscou evidenciar um período da trajetória do skate no Brasil
o qual esteve marcado pela significação do skate como forma de lazer juvenil,
caracterizado nas páginas da revista Pop (1972-1979). Nesse momento, essa prática
ainda não era mencionada enquanto esporte radical, o que nos provoca a pensar sobre o
aparecimento do skate como uma prática cultural ainda não esportiva – década de 60 – e
vinculada a “deslizares” e “bailares” de corpos jovens em pranchas, segundo trecho da
Revista Veja de 1979 (BRANDÃO, 2010, p. 39).
Ainda em Leonardo Brandão (2009), em seu artigo Histórias esquecidas do
esporte, o autor se inclina a um momento da trajetória do skate no Brasil, em meados da
década de 60 e 70, dotado de elementos significativos para se pensar outras
possibilidades de verdade sobre a presença dessa prática no país. Nesse período e em
determinados espaços midiáticos, como a revista brasileira Manchete (1976) e a norte
americana Life Magazine (1965), o skate foi imaginado e utilizado de forma diferente
daquela anunciada pelas revistas especializadas nos esportes californianos. Mulheres
eram as protagonistas na prática, as competições eram sua forma mais notável de
aparecimento e caracterizava-se como “uma ramificação do patins sem conotações
transgressivas” (BRANDÃO, 2009, p.18). Nessa modalidade da prática, o equipamento e
o nome dado ao esporte eram os mesmos, porém, com significados atribuídos de maneira
distinta que lembravam muito mais o patins in door feminino do que as deslizadas de pés
descalços e posteriormente as manobras radicais e hegemonicamente masculinas
apresentadas pelas revistas especializadas nesse imaginário.
Essas trajetórias são contadas e analisadas através de um certo conjunto de
saberes que estiveram em evidencia ao longo do tempo no universo do skate. Saberes
inseridos em revistas, reportagens e trabalhos jornalísticos produzidos ao consumo de um
público jovem emergente que se forjava numa relação marcada pela invenção de uma
representação de skatista através de signos da moda, da música e mais tarde, do
esporte.
Como apontam os estudos, a ampliação de fontes as quais narram essa prática
caracteriza a ampliação de espaços, de protagonismos e de versões, potencializando as
possibilidades de ambivalência desse objeto. As referências utilizadas à escrita dessas
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trajetórias e dessas historias, mesmo que significativas, mostram apenas suas
possibilidades de verdade, narram somente suas versões de história e não dão conta de
extrapolar o que foi eleito a ser publicado em suas páginas ou editado em suas
reportagens.
Conclusão
Concluímos para esse trabalho que os estudos sobre skate no Brasil são
significativos, porém, ainda embrionários no que tange a sua produção e problematização
por outras áreas de conhecimento e outras perspectivas teóricas. Problematizamos o uso
das fontes publicitárias e midiáticas, oriundas de revistas especializadas e entrevistas
heróicas, como fontes privilegiadas e oficiais ao movimento de historiografar sobre o skate
e mencionar o seu passado recente, e que implicações políticas e regimes de verdade se
produzem nessa relação entre objeto de estudo e produção de conhecimento.
A escrita de histórias globais e o uso privilegiado das fontes publicitárias e
heroicas tradicionais, implicam na produção de uma trajetória de sujeitos ilustres e visíveis
pelas lentes dos espaços de referência constituídos historicamente junto a essa prática,
como o skate das capitais e metrópole (mais especificamente São Paulo e Rio de Janeiro)
e o skate apresentado em vídeos, reportagens e revistas especializadas. A consideração
de outras fontes e narrativas possibilita ampliar o espectro de estudos sobre essa prática,
visibilizar trajetórias, dar voz a sujeitos ainda obscurecidos e fomentar um quadro de
registros históricos que compartilham uma prática cultural transitória e ambivalente.
Embora tenhamos concluído tal revisão, vale anunciar que muitos trabalhos não
analisados e/ou encontrados podem conter outras narrativas e outras verdades e que
essa condição constitui-se enquanto inspiração a continuidade dessa revisão que se
encontra (e talvez sempre esteja) em processo e em estado de provisoriedade.
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A PSICOLOGIA DAS EXPERIÊNCIAS SAGRADAS DE AVENTURA NA NATUREZA:
EXAMINANDO OS “LIVROS DE MONTANHA”
Marcelo Guidi
Clínica PAEEON / UNISAL - São José dos Campos – SP
[email protected]
RESUMO
Refletir a relação do homem com a natureza é uma das prioridades mundiais. A idéia de
sustentabilidade interroga o paradigma entre cultura e natureza, exigindo síntese. Longe
dos propósitos racionais, algo acontece quando o homem moderno, em seu tempo livre,
visita a natureza em busca de aventura. Abdicando voluntariamente da proteção social,
este homem se atira ao desconhecido. Munido de instrumentos e técnicas ele enfrenta os
limites e desafios da natureza, mas não busca o que os olhos enxergam. Ele busca
"sentir-se vivo". Ele busca a conexão anímica com a natureza. O propósito dessa jornada
não precisa ser consciente, pois tudo na aventura é imprevisível mas, se ocorrer, será
uma experiência avassaladora. O objetivo desta pesquisa foi verificar a presença de
experiências numinosas através de registros efetuados em seis livros de montanha. A
categorização dos livros demonstrou que 9,52% dos registros se referiam ao numinoso.
Esses registros se distribuíram em três diferentes formas de expressão do vislumbre
sagrado: comentários sobre Deus, frases e comentários filosóficos, numa aproximação,
cada vez mais específica dos aspectos do numinoso. Cada registro constituía uma parte
desse sagrado e só o livro compunha o todo. Considera-se, junto a outras bibliografias,
que a prática de aventura na natureza, devidamente assimilada em termos simbólicos,
gera a possibilidade de despertar uma nova relação do homem com a natureza, pois o
que ele busca fora é uma experiência interna de Deus, um religare com aquilo que foi
esquecido.
Palavras-chave: psicologia, aventura, sagrado.
Introdução
Na contramão do desenvolvimento tecnológico a alma almeja por insumos
relacionados à ética, ao cuidado e à sacralidade humana. Não se trata de negar os
benefícios obtidos pela tecnologia, mas reorganizar o seu uso para atender de forma
sustentável as necessidades negligenciadas pelo "império da razão". Neste sentido o
lazer de aventura pode contribuir como prática que gera possibilidades reflexivas na
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direção de superar a oposição entre cultura e natureza viabilizando o caminho de uma
síntese.
Enquanto a grande maioria visita a natureza em busca de adrenalina, outros voltam
com mais do que isto. Os riscos e as surpresas escondidos da natureza podem despertar
algumas questões mais profundas de nosso ser. Neste sentido o desconhecido de fora
torna-se metaforicamente o desconhecido de dentro e o que se descobre fora pode ser a
justa expressão de um mundo interno (psique). É nesta perspectiva que as experiências
de aventura na natureza podem representar, de forma condensada, alguns elementos da
dinâmica psíquica. Não se trata de reduzir o desenvolvimento a uma prática, mas de
verificar que este emparelhamento, pode aproximar a pequena distância o mundo externo
e o mundo interno; e numa conjunção de esforços (físicos e psíquicos), surge a
possibilidade de se erguer uma ponte que viabilize o fluxo de elementos simbólicos a
partir desta experiência de lazer. Segundo Bruhns (2009, p.67) as atividades de aventura
na natureza "... são colocadas em um mesmo cenário físico e em um mesmo universo
simbólico[...] Há um amplo leque de valores simbólicos associados às práticas muito
diversas,[...]"
Mais do que equipamento, precisamos “equipar a mente”, para captar e lidar com os
sentidos dos múltiplos desafios propostos pela natureza (humana). Afinal quem cria a
necessidade de superar os obstáculos naturais é o homem e não a natureza. O espírito
de aventura não é uma invenção racional, mas uma fonte repleta de significados que
remonta a época das grandes aventuras e dos personagens mitológicos.
Os motivos que levam o indivíduo contemporâneo à aventura podem ser os mais
variados possíveis, mas é importante ressaltar que a grande maioria deles o pratica
durante o seu tempo livre. Dessa forma, o lazer de aventura é definido pelos estudiosos
como uma prática com caráter liberatório, desinteressado, hedonístico e pessoal
caracterizada pelo deslocamento físico num sentido de explorar o mundo (DUMAZEDIER,
1999; MARCELLINO, 2004). Psicologicamente interessa-nos o caráter pessoal deste
lazer e o sentido de exploração que ele gera. Embora essa decisão pessoal seja
inevitavelmente influenciada por diversas outras perspectivas a impressão de uma
liberdade maior conduz o individuo a um sentimento de maior controle e responsabilidade
diante das escolhas que faz. Uma escolha onde o sujeito que deixa o conforto de sua
casa, a "segurança" urbana e parte em direção ao território inóspito e misterioso da
natureza, em seus mais diferentes arranjos (mar, floresta, deserto, gelo, montanha, etc.)
A noção de deslocamento e exploração, que caracteriza a aventura, revela insígnias
de um sujeito de certa forma descontente com sua inércia, sua rotina, sua mesmice
(COSTA, 2000). Ao movimentar-se para fora do mundo conhecido o sujeito arrisca tudo
que ele é. Ao partir em direção ao desconhecido é preciso que ele implemente a si
mesmo mais coragem e ousadia que faria normalmente, evocando condições para a
emergência do "herói interior", ou psicologicamente falando do arquétipo do herói.
Arquétipo é um conceito psicológico definido por Jung como um conjunto de "...
impressões superpostas deixadas por certas vivências fundamentais, comuns a todos os
seres humanos, repetidas incontavelmente através dos milênios.” (SILVEIRA, 1978, p.77).
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Em paralelo com a herança genética, seria uma herança anímica; tendências que
influenciam a formação dos símbolos.
Com o arquétipo do herói constelado o individuo adquire um significado profundo em
sua jornada e as características como força, disciplina, determinação, perseverança e
astúcia superam os objetivos racionais de empreitada. Se não fosse essa “animação
irracional”, ninguém se atreveria a escalar o Everest. "O ser humano é capaz de realizar
coisas espantosas, desde que tenham um sentido para ele. Mas difícil é criar esse
sentido.” (JUNG, 1987b, p.83). Não se trata sucesso a qualquer custo (ameaçando a vida
de si e da equipe); o herói que aprendeu a dosar ousadia e cautela também sabe o
momento de desistir e recuar, quando, por exemplo, "a montanha não lhe permite
escalar".
Quando uma pessoa atribui características humanas aos elementos da natureza ele
está deslocando muitas características da alma para o mundo exterior; ele está
projetando a alma. Segundo Jung (2008a, p.72) a projeção “é um processo inconsciente
automático, através do qual um conteúdo inconsciente [...] é transferido para um objeto,
fazendo com que este conteúdo pareça pertencer ao objeto.”
Simbolicamente "a montanha, enquanto espaço sagrado, implica uma hierofania,
uma irrupção do sagrado, o que a torna um território de qualidade diferente para aqueles
que se permitem senti-la." (COSTA, 2000, p.47). A montanha configura uma proposta
simbólica de ascensão para o encontro com o divino.
Psicologicamente o divino constitui na psique um outro arquétipo, chamado por Jung
de Self. O Self seria identificado pela impressão de que existe algo maior que nós
mesmos, de um elemento organizador que rege os princípios da vida. Essa "imagem
interna de Deus", independe do culto ou religião, pois não se trata de provar a existência
de Deus, mas de encontrar o significado desta imagem numa experiência natural e
imediata. Segundo Campbell (1990) o que os indivíduos buscam não é só um sentido
para a vida, mas uma experiência de estar vivo; algo que possa ressoar no interior de
uma realidade mais íntima, provocando o enlevo de estar vivo.
A consagração do herói enquanto possibilidade, não escolhe hora ou lugar, apenas
irrompe a consciência trazendo o ungido divino. Entretanto, algumas condições podem
favorecer essa "aparição". Jung (2002a) coloca que a emoção pode gerar maiores ou
menores flutuações no estado de consciência e é quanto existe um rebaixamento deste
nível mental o inconsciente fica mais propício à se expressar. Esse rebaixamento pode
ocorrer durante os extremos emocionais, por isso tanto um medo extremo como uma
entrega total ao momento tendem a facilitar a eclosão do material inconsciente. Nos
contos de fada esta sensibilidade não é característica do herói mas do feminino que o
acompanha ou ele tem que resgatar. Externamente Otto (2007) verificou que as
condições de imensidão solene, penumbra e silêncio representam marcas recorrentes na
percepção do sagrado. Acrescentando toda multiplicidade de valor simbólico presente na
natureza, seria fácil entender porque o pôr do sol evoca tanto a presença como o mistério
do sagrado. Alinhada a este mistério Bruhns (2009, p.154) escreve: "Muitos lugares nos
parecem belos não unicamente com base em critérios estéticos, mas em critérios
psicológicos, porque encarnam um valor ou uma emoção que nos afetam."
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Não se trata, pois, de atingir o cume, se trata, paradoxalmente daquilo que não se
busca, daquilo com o qual podemos nos deparar por sua súbita presença e pelo que se
revela desta estado de surpresa: o encontro com algo maior que nós mesmos, gerando
segundo Otto (2007) sentimento de criatura, mistério tremendo, fascínio, assombro e
augusto (devoção). É descobrir que o sentido das coisas (inclusive do sofrimento) se
amplia para além da sua condição imediata, literal, proporcionando o contato com
instâncias ocultas em nós mesmos.
Objetivo
O propósito da pesquisa foi examinar o conteúdo de alguns livros de montanha,
buscando nos registros, indícios que revelassem este estado de experiência sagrada.
Método
A partir dos objetivos esta pesquisa é classificada como exploratória e considerando
o sistema de coleta é classificada como documental. Estes registros se comportam como
um diário, recebendo daqueles que alcançam o cume, os mais variados tipos de registro.
Segundo Lakatos e Marconi (1996, p.64) esta espécie de documento, em aproximação
com uma carta, é importante “principalmente por seu conteúdo não oferecer apenas fatos,
mas o significado que estes tiveram para aqueles que os viveram, descritos em sua
própria linguagem.” É portanto considerada uma fonte primaria de informações já que
relaciona-se diretamente com o acontecimento de conquista do cume.
Para ter acesso aos livros foram planejadas seis expedições a seis cumes
diferentes. A maioria dos livros teve suas páginas fotografadas para posterior análise.
Resultados
Embora o foco da pesquisa estivesse ligado a experiência sagrada, a riqueza de
conteúdo e a falta de pesquisas semelhantes, conduziram a necessidade de estabelecer
uma categorização para todas as anotações do livro; disto pudemos, por exemplo,
comprovar cientificamente que a pratica do montanhismo nestas montanhas geram uma
forte reação emocional nestes visitantes e muitos deles se autoafirmam em seus
registros, demonstrando certa surpresa por sua capacidade de superar aquele desafio
(herói).
Um total de 1479 indivíduos geraram 2405 registros cujas categorias se dividiram
em: expressão emocional, autoafirmação, assinatura, agradecimento, descrição do
esforço, elogio a natureza, declarações, frases, diário, descrição do ambiente,
comentários sobre Deus, descrição do ambiente, companhias, desenhos, outros
comentários, outras classificações e comentários filosóficos. Em itálico estão as
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categorias que constituíram o foco de nossa pesquisa, representando 9,52% do montante
de registros.
Na categoria comentários sobre Deus fica evidente a relação sagrada da montanha
e sua proximidade com o reino dos céus. Os sujeitos parecem nomear Deus como
representante do sentimento de grandiosidade provocado pela presença no cume e na
vista que alcança locais muito distantes.
Na categoria frases, seus conteúdos parecem sinalizar algo por detrás da vivência
de aventura, envolvendo as reações à paisagem, um sentimento de pequenez, de
sacrificio, de loucura, de ousadia, de solidão para encontrar algo de grandioso. O
percurso é visto como um peregrinação e a atitude de se aventurar o faz descobrir a
verdade em si mesmos.
Na categoria comentários filosóficos, encontra-se registros de impressões que
sintetizam com mais elaboração cada aspecto do encontro com o numinoso, descrevendo
impressões mais poéticas do esforço na natureza e da descoberta de outros valores em si
mesmo. A poética traduz uma aproximação maior com o mundo simbólico.
De forma geral os registros do livro não implicam que cada sujeito tenha vivido todas
as características daquilo que compõem o numinoso, pois cada parece captar (ou
registrar) somente uma parte da experiência sagrada. Neste sentido quem acaba
representando o numinoso em sua totalidade é o próprio livro, pois nele são acolhidas
todas as percepções, sensações, sentimentos e impressões de se ter feito uma jornada e
ter estado no cume. O valor de todo esse significado parece captado intuitivamente pelo
"guardião do livro" - (pessoa responsável por recolher todos os livros preenchidos).
Conclusão
A coragem do praticante de aventura na natureza que atravessa regiões inóspitas
não está completa se com isso não enfrenta os próprios desafios do desenvolvimento
interior. O externo é também uma fonte para o interno. Parafrazeando Lao Tsé, o objetivo
que urge nos tempos de hoje não é atingir a montanha mais alta, mas o significado
profundo nela incutido. A busca por si mesmo está na aventura da vida; a natureza é mais
um palco rico em significados, que pode despertar o arquétipo do herói, o contato com a
sensibilidade e o arquétipo do Self, numa jornada que não tem fim, pois o objetivo do
homem é sempre buscar a Si-mesmo, tornando -se a cada dia mais pleno de seu ser.
Enquanto não cultivarmos uma mudança interna, um desenvolvimento para
enfrentar aquilo que escondemos de nós mesmos, poucas chances teremos de revitalizar
nosso contato com o mundo. E numa medida que envolve preservação ambiental e
sustentabilidade, os praticantes de aventura na natureza podem contribuir de forma
genuína, pelos apelos simbólicos que esta prática traz, pois representam o potencial
híbrido no exercício da fronteira entre o passado e o presente, entre o profano e o
sagrado, entre o físico e o psíquico, entre o pensamento e o sentimento, entre o racional e
o irracional e é nesse jogo dialético que apostamos alguns caminhos para que o homem
possa desenvolver novas relações consigo mesmo e com a natureza.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUHNS, Heloisa Turini. A busca pela natureza: turismo e aventura. Barueri: Manole,
2009. 191 p.
CAMPBELL. O poder do mito. São Paulo: Palas Athena, 1990. 242 p.
COSTA, Vera Lúcia Menezes da. Esporte de Aventura e Risco na Montanha: Um
Mergulho no Imaginário. São Paulo: Manole, 2000. 217 p.
DUMAZEDIER, Joffre. Sociologia Empírica do Lazer. São Paulo: Perspectiva; SESC,
1999. 244p.
JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. 6.ed. Petrópolis: Vozes,
2008a. 447 p.
_______. Sincronicidade. Petrópolis: Vozes, 2002a. 109 p.
_______. Psicologia e religião. Petrópolis: Vozes, 1987b. 129 p.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de pesquisa. 3.ed. São
Paulo: Atlas, 1996. 231p.
MARCELLINO, Nelson. Carvalho. Lazer e Humanização. 8.ed. Campinas: Papirus, 1983.
88p.
OTTO, Rudolf. O sagrado. São Leopoldo: Sinodal/EST; Petrópolis: Vozes, 2007.
SILVEIRA, Nise. Jung, vida e obra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
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UMA VISÃO REAL DA PRÁTICA DE ESPORTES RADICAIS E DE AVENTURA NOS
MUNICÍPIOS DE BARRA DO GARÇAS-MT, PONTAL DO ARAGUAIA-MT E
ARAGARÇAS-GO
Sergio Vinícius Trautmann Machado, Geovani Ferreira Pundrich, Cassio de Souza
Chagas, Minéia Carvalho Rodrigues, Aníbal Monteiro de Magalhães Neto, Nathália Maria
Resende
Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia, Pontal do
Araguaia, Mato Grosso, Brasil
[email protected]
RESUMO
Os Esportes Radicais e de Aventura são considerados como práticas desportivas que
envolvem fatores como o risco, a aventura e a natureza. Apesar de existir a muito tempo, foi
no final do século XX que a área da Educação Física se consolidou em ver nestes esportes
uma alternativa de trabalho para melhor desenvolvimento da sua prática. Essas iniciativas
ocorreram devido a mudanças sociais, econômicas, ambientais e culturais de nossos
tempos. O objetivo desse estudo foi verificar como se configura os Esportes Radicais e de
Aventura nas cidades de Barra do Garças-MT, Pontal do Araguaia-MT e Aragarças-GO.
Após o decorrer das entrevistas, realizadas com praticantes dos esportes Mountain Bike,
Bicicross, Triathlon, Canoagem, Rapel e Slackline, observamos que os três municípios
promovem eventos esportivos periódicos exclusivamente pela iniciativa privada que por sua
vez apoia financeiramente alguns atletas. Esse estudo abre não só uma visão turística da
região, mas também uma visão política na qual o real entendimento do que é lazer e sua
amplitude por parte do poder público local encontram-se destorcidas. Uma estrutura política
adequada voltada para os esportes, assim como o investimento financeiro é indicado para
se obter resultados positivos não só nas práticas citadas, mas também no desenvolvimento
sóciocultural da região.
Palavras-Chave: Política Pública, Lazer, Natureza.
Introdução
As mudanças sociais ocorridas em todos os campos das relações humanas, tais
como a globalização, tecnologia, meio ambiente, comportamento, entre outras, se refletem
na Educação Física. Atualmente um aspecto que tem chamado a atenção são as atividades
de risco praticadas como lazer e esporte em que o movimento é o elemento central dessa
cultura (CHEMIN, 2007). A busca por atividades radicais e de aventura em ambientes
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naturais apresentou um forte crescimento nos últimos 15 anos (MINISTÉRIO DO TURISMO,
2005).
O crescimento no turismo de aventura resulta do cruzamento de duas tendências
atuais, a expansão dos Esportes Radicais e de Aventura, e a valorização do consumo de
cenários naturais, por meio da atividade turística. A superação de limites juntamente com a
busca por novas emoções e adrenalina são objetivos comuns entre os adeptos (PEREIRA et
al., 2008).
O mercado do turístico promove a prática de atividades radicais e de aventura e
esporte recreacional ao ar livre, envolvendo emoções, riscos controlados e exigindo o uso de
técnicas e equipamentos específicos, adoção de procedimentos para garantir segurança
pessoal e de terceiros, além do respeito ao patrimônio ambiental e sociocultural (BRANDÃO
e MACHADO, 2008).
O esporte radical é sem dúvida um fenômeno cultural bastante complexo e estudado
por diversos autores com opiniões diferentes acerca de suas influências na sociedade atual.
Além disso, recebe em cada época uma significação específica referente ao momento
vivido. Atualmente as atividades ditas como radicais e de aventuras, estão associadas ao
movimento humano. No Brasil, estas práticas têm ganhado novos significados podendo
inclusive influenciar o conceito de esporte radical que temos hoje (MORETTI, 2009).
Quando nos referimos aos esportes radicais, nos deparamos com a problemática da
conceituação, sendo importante o esclarecermos de algumas questões, conflitos e
contradições necessárias ao crescimento dessas práticas, para propiciar um ambiente de
discussão produtiva que eleve as concepções das atividades corporais de risco, tomando
como referência o campo de conhecimento da Educação Física.
Neste contexto, é interessante investigar a inclusão dos Esportes Radicais e de
Aventura nos municípios de Barra do Garças e Pontal do Araguaia localizados no estado de
Mato Grosso, e Aragarças, no estado de Goiás. Esses municípios fazem partes da região
denominada de Médio Araguaia, que é composta por inúmeras formações naturais que
facilitam a prática dos Esportes de Radical e de Aventura. Nestas formações naturais
podemos destacar duas serras, a Serra Azul e a Serra do Roncador, belos rios, o Araguaia e
o Garças, um parque termal, inúmeras praias de água doce, sem falar das diversas trilhas e
cachoeiras que são de fácil acesso (IBGE, 2010).
Diante disso, nesse estudo mostra que os esportes antes praticados por pessoas
dotados de heroísmo e coragem, agora estão se difundindo às novas experiências e
culturas, podendo inclusive ser utilizados como ferramentas educacionais para a formação
de cidadãos, principalmente nas aulas de Educação Física (ZAIM-DE-MELO E SOARES,
2010). Mas a discussão sobre o tema é recente e os conceitos são debatidos sem que
definições estejam enraizadas.
Portanto, é dentro da complexidade contemporânea que deve ser discutida a
relação do esporte, da atividade física e da aventura radical. E será a partir dessa reflexão
sobre o conceito, as idéias e a interpretação que poderemos realmente compreendê-las e
participar delas sem descaracterizá-las e transformá-las no mesmo objeto que
tradicionalmente conhecemos somente como esporte.
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Objetivo
O presente estudo tem como objetivo realizar uma investigação a respeito do tema
Esportes Radicais e de Aventura, partindo da hipótese de que seu conceito, denominação,
classificação e caracterização, necessitam de reflexão crítica baseada nos aspectos do
movimento e das relações sociais próprias das suas práticas. Analisamos os locais onde
ocorrem a prática do esporte, a estrutura e opiniões dos praticantes sobre perspectivas
futuras dos Esportes Radicais e de Aventura nas cidades de Barra do Garças-MT, Pontal do
Araguaia-MT e Aragarças-GO.
Método
O presente trabalho tem como base a pesquisa qualitativa exploratória (TRIVINÕS,
2000), a qual foi realizada nos meses de agosto à dezembro do ano de 2011, nas cidades
de Barra do Garças-MT, Pontal do Araguaia-MT e Aragarças-GO.
Para a realização do estudo, foi feito previamente um trabalho de observação dos
locais e dos praticantes dos mais variados Esportes Radicais e de Aventura. Foram
definidos para serem entrevistados, os praticantes dos Esportes Radicais e de Aventura
mais procurados na região estudada, os quais são: Mountain Bike, Bicicross, Triathlon,
Canoagem, Rappel e Slackline.
Os sujeitos da pesquisa foram praticantes de Esportes Radicais e de Aventura,
totalizando 20 pessoas, sendo 18 do gênero masculino e 2 do gênero feminino, dividas da
seguinte forma: 12 do Mountain Bike sendo 10 indivíduos do gênero masculinos e 2 do
gênero femininos, 4 do Bicicross sendo todos do gênero masculino, 1 do Triathlon sendo
este do gênero masculino, 2 da Canoagem sendo ambos do gênero masculino, 1 do Rappel
sendo este do gênero masculino, e 1 do Slackline sendo este do gênero masculino.
As entrevistas realizadas foram no formato aberta semi-estruturada através de um
roteiro flexível em torno dos interesses da pesquisa, as quais, as respostas foram gravadas
em áudio para melhor análise do material fornecido pelos entrevistados. E nas questões
abordamos: (1) Qual esporte radical ou de aventura você pratica?, (2) Onde pratica este
esporte?, (3) A quanto tempo você pratica o esporte?, (4) O que levou você a praticar o
esporte?, (5) Com que frequência você pratica o esporte?, (6) O gasto para a pratica do
esporte é alto?, (7) O município oferece estrutura básica para a pratica do esporte? Obs:
Caso positivo, onde? Caso negativo, o que poderia ser oferecido?, (8) O local é adequado?,
(9) Há manutenção do local?, (10) Há promoção de eventos periódicos?, (11) Você recebe
algum apoio financeiro para pratica do esporte?, (12) O que motiva você hoje a continuar
praticando o esporte?, e (13) Que mudanças você propõe para melhoria da pratica esportiva
no seu município e quais suas perspectivas para o futuro no esporte?
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Resultados
Sobre as respostas dos entrevistados podemos observar muitas divergências. No
esporte Mountain Bike foram entrevistados 12 pessoas, sendo 10 do gênero masculino e 2
do gênero feminino. Quando questionados sobre onde praticam o esporte e a quanto tempo
a grande maioria apontou que as trilhas na região são seus locais de treinamentos, 8 dos
entrevistados tem menos de 5 anos no esporte e 4 deles tem 5 anos ou mais no esporte. A
maioria dos atletas disseram que a influência de amigos e familiares, assim como a
promoção da própria saúde se pôs como fator fundamental para a prática esportiva.
A maioria dos entrevistados de Mountain Bike apresentam uma frequência diária de
treinamentos, visando competições periódicas realizadas apenas pela iniciativa privada,
sendo que se querem competir a nível estadual deve sair dos municípios do foco da
pesquisa. Nove atletas apontaram que dificilmente competem fora do município devido ao
alto custo das viagens e manutenção dos seus equipamentos, mesmo sendo 4 deles
patrocinados. E apesar das dificuldades muitos deles apontam a paixão pelo esporte como
principal arma para continuarem a praticar o mesmo e apontam que o poder público
municipal os esqueceram e ajudaria muito se eles tivesse um apoio mínimo financeiro e
estruturas adequadas.
No esporte Bicicross foram entrevistados 4 praticantes do gênero masculino que
tinham em média 1 ano de prática. A pista do Bicicross se localiza no município de
Aragarças-GO e apresenta a estrutura mínima que é o terreno com a pista montada e
obstáculos, mas sem os devidos cuidados como a manutenção do local, que é realizada
pelos próprios praticantes.
Esses praticantes de Bicicross, ao serem questionados sobre o que levou eles a
praticarem o esporte, 2 apontaram que a participação de um patrocinador foi fundamental e
os outros 2 apontaram motivos como a influência de amigos e a paixão por bike. Todos têm
uma frequência diária de treinamentos, pois segundo eles há uma promoção periódica de
eventos no local, porém somente pela iniciativa privada. Quando questionados sobre os
gastos, 3 deles disseram que o custo para a prática esportiva é alta e apenas um apontou
como um custo médio. E sobre as suas perspectivas futuras eles foram unânimes em sugerir
uma melhoria na estrutura já existente, assim como um maior incetivo financeiro,
principalmente aos iniciantes do esporte.
O praticante de Triathlon foi bem objetivo na pesquisa, dizendo que está no esporte
por uma realização pessoal, que pratica á cerca de 1 ano diariamente em piscinas e nas
ruas da cidade de Barra do Garças-MT. Apontou que o gasto é alto e que nos últimos 6
meses aconteceram duas competições por mês oriundas da iniciativa privada. Apontou que
o Triathlon não tem apoio nenhum do poder público e muito menos o oferecimento de uma
estrutura básica.
No esporte Canoagem, os entrevistados foram 2, e ambos do gênero masculino que
apresentam uma frequência de 3 a 6 dias da semana de treinamentos, no encontro dos rios
Garças e Araguaia. Quando questionados sobre o tempo no esporte, 1 deles apontou que já
está há 7 anos, enquanto o outro há 1 ano. Obtivemos respostas bem diferentes também em
relação ao que o levou a praticar o esporte, um deles aponta que é apenas uma questão de
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promoção de saúde mesmo, enquanto o outro diz que estar em contato com a natureza, faz
com que ele trabalhe a mente e se sinta relaxado para suas obrigações diárias. Ambos
apontaram que não existem eventos esportivos relacionados a canoagem e que não
recebem ajuda financeira e que a manutenção dos seus equipamentos é mínima, pois é
necessário apenas a aquisição dos caiaques. Para encerrar questionamos sobre as suas
perspectivas futuras e ambos apontaram que uma estruturação política voltada para o
esporte, assim com um maior investimento financeiro seria o mínimo para se obter
resultados positivos no esporte.
O praticante de Rapel, do gênero masculino, descreveu que pratica seu esporte
geralmente em cachoeiras, torres, caixa d’água ou qualquer parede vertical que tiver como
descer. Está nesse esporte a cerca de 12 anos e que o prazer pela adrenalina fez com que
ele se apaixonasse pelo Rapel. Relatou também que não tem uma frequência exata de
prática esportiva, pois depende necessariamente do tempo e da estação do ano. Aponta
também que o gasto financeiro é alto e que o município não trás nenhum incentivo financeiro
e nem ao menos se preocupa com a realização de turismo voltada para a prática desse e de
demais Esportes Radicais e de Aventura. Para encerrar sua entrevista ele aponta que uma
política voltada ao lazer se faria necessária aos municípios da pesquisa, pois existem os
recursos naturais, falta apenas o incentivo financeiro e a política pública voltada a esses
esportes.
O praticante do Slackline é um dos praticantes de Canoagem e aponta os mesmos
fatores abordado anteriormente na entrevista, com excessão ao tempo de pratica que é de
apenas 1 mês e fatores como a socialização da pratica do Slackline que aponta ser muito
grande.
Conclusão
Esse estudo abre não só uma visão turística da região, mas também uma visão
política, na qual espera um comprometimento dos governantes. Além de mostrar uma
deficiência sobre o real entendimento do que é lazer e sua amplitude por parte do poder
público local, fazendo assim com que não haja a valorização turística dos Esportes Radicais
e de Aventura na região estudada.
Desta forma, acreditamos que nos Esportes Radicais com nível competitivo, deve
haver primeiramente um compromisso com o profissionalismo, tanto do atleta como do
treinador, obtendo e construindo resultados para uma posterior cobrança de incentivo
financeiro e estrutural. Já nos Esportes de Aventura, como o Rapel, que não visa a
competição, mas sim um contato com a natureza e sensação de adrenalina, deveria existir
uma política de “turismo esportivo aventureiro”, voltada ao incentivo de um respeito ao
patrimônio ambiental e sociocultural da região, através da valorização do uso dos seus bens
naturais.
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REFERÊNCIAS
BRANDÃO, M. R. F., MACHADO, A. A. Aspectos psicológicos do rendimento esportivo.
São Paulo: Editora Abreu, 2008.
CHEMIN, B. F. Políticas Públicas de Lazer: o papel dos Municípios na sua implementação.
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PROGRAMAS DE AVENTURA EM ATIVIDADES DE TREINAMENTO E FACILITAÇÃO:
VIVÊNCIAS DE ESCALADA, UM ESTUDO DE CASO
Victor Lopez Richard
Universidade Federal de São Carlos
São Carlos, São Paulo, Brasil
[email protected]
Apoio financeiro: projeto 23112.000956/1999-62 – Esporte para a cidadania PROEXUFSCar
RESUMO
Um rápido crescimento da oferta de eventos de treinamento ao ar livre tem sido
constatado nos últimos anos. As vantagens dos programas de aventura como elementos
facilitadores no aprendizado durante estes eventos de treinamento serão analisadas neste
trabalho. O processo de aprendizado a partir da experiência e da dissonância adaptativa
será detalhado. Como resultado do Projeto de Extensão Universitária da UFSCar
"Vivências de Escalada", foi possível realizar um estudo de caso dos elementos destas
atividades que permitem tais processos de aprendizagem e evolução individual. Reflexões
sobre o papel do facilitador e sobre os principais desafios para a execução de técnicas de
facilitação ao ar livre serão destacadas. Serão analisados os elementos e paradigmas
fundamentais dos programas de aventura evidenciados nas vivências de escalada
esportiva visando sua inserção como programas educativos.
Introdução
A melhor maneira de tornar-se inteligente, corajoso, sóbrio e justo é, sem dúvidas,
praticando atos inteligentes, corajosos, sóbrios e justos que potencializem as virtudes
pessoais. Por sua vez, o perigo, o risco e a segurança são elementos importantes no
crescimento do ser humano. Segundo Wurdinger (1995), a experiência direta proporciona
um dos melhores meios de aprendizagem e a formação do caráter, elemento que
pressupomos desejável.
Qualquer tipo de conhecimento, teoria ou experiência ganha valor quando é capaz
de ajudar o indivíduo a testar e aplicar o aprendizado na vida cotidiana. No processo de
aprendizagem, quando realizado a través do envolvimento na experiência prática, é
possível tirar enorme vantagem da motivação. O aprendizado será potencializado sempre
que o indivíduo estiver envolvido naquilo que está sendo ensinado e quando o que é
apreendido resulte de relevância imediata, podendo ser adaptado de maneira flexível a
varias experiências do presente e do futuro. Com tais objetivos, nos anos recentes, tem
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sido constatado um crescimento vertiginoso dos programas de treinamento ao ar livre. No
presente trabalho pretendemos avaliar as principais qualidades que fazem dos Programas
de Aventura marcos apropriados para o desenvolvimento de atividades educacionais e de
treinamento. Em particular, faremos ênfase nas técnicas de facilitação que potencializam
os efeitos positivos destas vantagens. A discussão está baseada na análise das
experiências de facilitação dentro do Projeto de Extensão Universitária da UFSCar
“Vivências de Escalada” (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, 2011). Foi
possível realizar um estudo de caso dos elementos destas atividades que permitem tais
processos de aprendizagem e evolução individual. Reflexões sobre o papel do facilitador
e sobre os principais desafios para a execução de técnicas de facilitação ao ar livre serão
destacadas.
Foram analisados também os elementos e paradigmas fundamentais dos
Programas de Aventura (LOPEZ-RICHARD et al. 2007) nas vivências de escalada
esportiva visando sua inserção como programas educativos. Os principais conceitos e
questões relativas à segurança na concepção, planejamento, monitoramento e execução
de Programas de Aventura e eventos na natureza foram expostos. Balancear risco e
segurança é o paradoxo principal de qualquer experiência de aventura. O gerenciamento
do risco, que inclui as políticas, práticas procedimentos usados pelo Programa de
Aventura para garantir os níveis de precaução adequados (LOPEZ-RICHARD et al. 2007)
vincula-se à evolução pessoal a partir da experiência. Esta evolução acontece a partir do
processo de dissonância adaptativa e da evolução da percepção sobre as competências
individuais (LOPEZ-RICHARD, CHINAGLIA, 2004). A compreensão da relação entre os
conceitos de risco aparente e de competência permite analisar o comportamento e as
adaptações da percepção dos participantes em Programas de Aventura. Estas
experiências, assim analisadas, constituem um espaço para o desenvolvimento de
programas efetivos de educação, treinamento e terapia.
Diferenças entre o aprendizado Cognitivo e Experiencial
O aprendizado cognitivo enfatiza a aquisição, análise e retenção de símbolos
abstratos e sua efetividade depende da capacidade de absorção e memorização da
informação. Em contraste o aprendizado experiencial vincula o processo cognitivo ao
comportamento a través da percepção e reflexão consciente sobre determinada
experiência. A sequencia de processos que intervêm em ambos os tipos de aprendizado é
diferente. Durante o processo do aprendizado cognitivo, o indivíduo recebe primeiramente
dados na forma de símbolos (palavras, números, imagens), posteriormente esta
informação será assimilada e processada como conhecimento. Nesta etapa acontecem
correlações das informações adquiridas com outras previamente armazenadas de
maneira a não serem simplesmente memorizadas. Na próxima etapa o indivíduo infere
uma aplicação específica a partir do conceito geral aprendido e finalmente, na última
etapa, pode aplica-lo de forma prática, demonstrando sua utilidade.
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O aprendizado experiencial reverte esta sequencia. Neste caso o indivíduo
primeiramente atua e depois observa as causas e efeitos de suas ações. Ao compreender
a relação causa–efeito será capaz de predizer situações baseadas nas mesmas
circunstâncias. Desta maneira o indivíduo pode entender o principio geral no qual a
observação é baseada sem ter necessariamente que conhecê-lo e formar hipóteses de
trabalho que poderão ser aplicadas a novas situações. A partir desta etapa as hipóteses
poderão ser testadas em outras ações de maneira a ampliar e aprofundar a generalização
de princípios e, consequentemente, determinar as limitações das próprias hipóteses.
Segundo Coleman (1979) o aprendizado cognitivo pode ser muito mais eficiente já
que o indivíduo e capaz de assimilar informações rapidamente e com pouco esforço,
porém sua desvantagem radica na baixa retenção do conhecimento assim adquirido.
Além disso, ao estar baseada em um marco simbólico, sua efetividade depende da
capacidade de indivíduo de dominar corretamente o sistema de símbolos (por exemplo
habilidade na leitura, matemáticas, etc.). Outro problema no aprendizado cognitivo, que se
reflete, por exemplo, no ensino institucional, constitui a dificuldade de generalizar e aplicar
o conhecimento. Claro que consideramos o aprendizado cognitivo como insubstituível,
pois somente ele garante a assimilação de informações acumuladas durante séculos de
experiência humana. Porém, em contraste, o aprendizado experiencial pode ser mais
efetivo, com a desvantagem de tratar um volume mais reduzido de informação. Neste
caso, as emoções envolvidas no processo, ajudam em grande medida na retenção. O
indivíduo está intrinsecamente motivado durante todo o processo, já que a ação do
aprendizado acontece antes da reflexão sobre a informação adquirida. No aprendizado
experiencial, ao igual que no cognitivo, pode resultar difícil generalizar e aplicar o
conhecimento, assim a reflexão sobre a experiência permitirá, em princípio, vencer esta
dificuldade. Resulta evidente que ambos os sistemas de aprendizado são
complementares, mas para os fins determinados em programas de treinamento, a
efetividade do processo experiencial é insubstituível.
A educação experiencial está baseada na certeza que o indivíduo aprende melhor
em contato direto e propositado com a experiência do aprendizado. Tal experiência requer
que o indivíduo aceite a responsabilidade por suas ações durante a solução de problemas
e aprenda a partir da reflexão orientada sobre ela (KRAFT, 1985). Sem esta reflexão
sobre a experiência o processo de aprendizado pode perder seu objetivo.
Programas de Educação ao ar livre
Os programas ao ar livre usados com finalidades educativas e de aprendizado
utilizam os fundamentos do aprendizado experiencial. Nestes programas a ênfase é
colocada nas relações concernentes às pessoas e nos recursos do ambiente. Priest
(1986) identifica duas ramificações dos programas de educação ao ar livre: educação
ambiental e educação de aventura. O primeiro está vinculado fundamentalmente à
interação entre a sociedade e os recursos naturais do meio ambiente, à interdependência
entre os elementos do ecossistema, à maneira que as pessoas influenciam a qualidade
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do ambiente, e por sua vez, à forma em que o meio ambiente determina a qualidade de
vida. Já a educação de aventura tem a ver com as relações inter e intrapessoais. As
primeiras se referem ao auto-conceito, auto-confiança, auto-eficácia; as segundas se
referem à maneira como as pessoas se relacionam em grupo e incluem aspectos como
diálogo, cooperação, confiança, solução de conflitos, solução de problemas, entre outros.
O processo de educação de aventura envolve o uso de atividades de aventura que
proporcionam o marco emocional adequado para cumprir tarefas que envolvem a tomada
de decisões, bom juízo, comunicação e cooperação ao mesmo tempo em que desafiam a
competência pessoal para vencer riscos mentais, sociais ou físicos. Estes riscos são
estruturados pelos organizadores do programa de maneira que sejam percebidos pelos
participantes como sendo altos, quando na realidade são riscos calculados para produzir
mudanças funcionais e induzir uma evolução. Como resposta a tais tarefas, percebidas
como grandes desafios, o participante aprende a vencer percepções preconcebidas sobre
sua capacidade de se impor e ter sucesso. Eles serão capazes assim de transformar
supostas limitações em habilidades e, como resultado, poderão reavaliar atitudes,
aprenderão sobre si mesmos e sobre as maneiras como se relacionar com os outros para
tirar proveito da parceria na solução de problemas. Porém, antes de continuar, devemos
introduzir o conceito de experiência de aventura.
Para uma determinada experiência classificar como de aventura ela deve ser
(NEULINGER, 1981) um estado da mente, voluntária, e intrinsecamente motivadora ao
mesmo tempo em que envolve a percepção de risco, entendido como o potencial para
perder alguma coisa de valor, que pode aparecer em diferentes graus de intensidade
(PRIEST 1992, MITCHELL 1983). O risco pode ser subjetivo, mas deverá estar presente,
pois ele impele o indivíduo a engajar ao máximo sua competência para vencer o desafio,
rompe a barreira dos “comportamentos produzidos” e traz a tona o espírito das pessoas, a
essência de cada um. Sem usar algum elemento de competência a experiência de
aventura não resultaria desafiadora.
A competência é uma combinação de habilidade,
atitude, conhecimento, confiança e experiência. Já a percepção de risco será sempre uma
característica pessoal que pode ser mais o menos precisa, de acordo com a experiência
do indivíduo.
O objetivo da educação de aventura é fomentar o aprendizado manipulando os
valores de risco e competência percebidos e enquanto os valores reais são mantidos em
níveis aceitáveis. Assim os participantes poderão aprender a reconhecer níveis relativos
de risco e competência a partir da reflexão sobre a experiência. Esta faz com que a
pessoa perceba a partir de uma atividade lúdica as reações mais naturais e mais internas
e possa transpor isso para o dia-a-dia. A equipe se percebe de forma diferente, tendo a
possibilidade de conectar-se com as pessoas da forma como elas “são”, facilitando o
reconhecimento das grandezas de outras pessoas e trabalhar suas próprias franquezas.
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Técnicas de Facilitação
Pessoas envolvidas em programas de aventura podem, com certeza, experimentar
um desenvolvimento, mas este será mais efetivo se for orientado a partir de técnicas de
facilitação. Estas são aquelas técnicas usadas para aumentar a qualidade do processo de
aprendizado, orientando o participante a encontrar as fontes para mudanças de atitude e
desvendar os paralelismos com situações da vida quotidiana. Assim, um fator importante
em um programa de treinamento é o guia ou facilitador. Este ajuda o participante a
interpretar e refletir sobre a experiência, ensina habilidades técnicas e os condiciona para
as dificuldades que deverá encarar, deve manter altos os níveis de motivação, é
responsável pela segurança do grupo e proporciona um padrão de comportamento
exemplar.
Uma das maneiras como acontece a evolução do indivíduo a partir de uma
experiência de aventura pode ser explicada a partir da chamada dissonância adaptativa
que não é mais do que a adaptação da percepção do indivíduo sobre sua competência e
sobre a avaliação do nível real de risco. Durante este processo adaptativo indivíduos
tímidos e medrosos o destemidos e arrogantes deverão evoluir à condição de astutos. Isto
é possível apresentando tarefas de aparência difícil para o participante tímido o medroso
onde, com bastante certeza, este poderá ter sucesso e tarefas de aparência fácil para o
participante arrogante induzindo-o a falhar. Desta maneira, após a devida reflexão, o
participante será capaz de avaliar de maneira mais realista sua própria competência e sua
percepção sobre os riscos tomados poderá se aproximar da realidade. A astúcia
geralmente vem acompanhada de melhoria do auto-conceito e das relações intra e
interpessoais.
O outro, e tal vez mais importante papel das técnicas de facilitação, é a
transferência do conhecimento adquirido no programa de aventura a outros ambientes.
Esta transferência pode acontecer entre atividades semelhantes. Por exemplo, as
habilidades apreendidas de trabalho com nós em um curso de técnicas verticais poderão
ser usadas em outras tarefas que envolvam o uso de cordas. Também pode ocorrer
transferências de princípios mais gerais adquiridos durante a experiência de aventura, tais
como a confiança em outra pessoa, à vida quotidiana, por exemplo: ao confiar um
segredo ou emprestar dinheiro. Porém, a forma mais especial de transferência de
conhecimento entre a experiência de aventura e a vida quotidiana, e a mais útil em
programas de treinamento é a metafórica.
A transferência metafórica acontece quando existem paralelos ou semelhanças
entre atividades em diferentes ambientes de aprendizado. Serve de exemplo a metáfora
do indivíduo no extremo do precipício durante um descenso de rapel. O impulso interno
para dar o primeiro passo no descenso é análogo a qualquer outra tentativa de juntar
coragem para começar algum novo empreendimento na vida (começar um novo emprego,
começar um programa de recuperação, etc.). Quanto maior for a força dos paralelos, mais
clara será a conexão entre eles. O papel do facilitador será o de potencializar tais
conexões.
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Um aspecto crítico no processo de facilitação é a criação de marcos metafóricos
apropriados ao perfil do participante. Os objetivos do programa podem não ser atingidos
de forma ótima se o marco metafórico usado na experiência de aventura, fazendo sentido
para o facilitador, não possui conexões isomórficas com a realidade do cliente.
Conclusões
Os resultados no desenvolvimento das características intrapessoais do participante
a partir de programas de treinamento ao ar livre são: aumento da autoconfiança, aumento
do desejo de encarar riscos, melhor auto-conceito, aumento das habilidades de liderança,
incremento das habilidades de raciocínio lógico e reflexivo; já as qualidades interpessoais
atingidas serão: o aumento da cooperação, habilidades mais efetivas de comunicação,
maior confiança nos outros, maior compartilhamento da tomada de decisões, descoberta
de novas maneiras de resolver conflitos. O grande ganho nessas atividades é a ampliação
da capacidade de diálogo entre as pessoas através da percepção diferenciada dos outros
e de si mesmo.
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ATIVIDADES DE AVENTURA ASSOCIADAS A PERCEPÇÃO DE
QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE
Vagner Custódio, Jéssica Luz
UNESP, Rosana, SP, Brasil
[email protected]
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de atividades de aventura, e a
analise dessas atividades como formas alternativas de melhoria na qualidade de vida,
alem da adaptação dos esportes de aventura ao publico da terceira idade. Como
metodologia, foram aplicados questionários de Escala de Qualidade de Vida de Flanagan
aos participantes do projeto de extensão universitária – Universidade Aberta a Terceira
Idade (UNATI), posterior a isso, houve a participação dos mesmos nas atividades de
aventura adaptadas e uma reaplicação de questionário com questões abertas e fechadas,
o que propiciou uma melhor analise quantitativa e qualitativa dessas informações. A partir
da analise dos resultados, percebeu-se que a atividade de aventura influenciou
positivamente na percepção da qualidade de vida provocando melhorias na maioria dos
participantes.
Palavras-chave: Atividades de Aventura; Terceira Idade; Qualidade de Vida.
Introdução
O presente trabalho tem como participantes, os alunos da UNATI – Universidade
Aberta a Terceira Idade, da UNESP – Campus de Rosana. A opção por estudar este
publico deu-se em detrimento do crescimento da população idosa, que segundo IBGE
(2010) subiu de 3,9% (1999) para 5,1% (2009). O que aumenta a demanda por novas
atividades turísticas para suprir as necessidades desse publico que requer maior atenção,
maiores cuidados, e adaptações nos espaços, equipamentos e produtos. Outro fator
relevante é a ausência significativa de estudos sobre turismo de aventura e qualidade de
vida para essa população. Sendo assim, este trabalho permite a realização de atividades
de aventura ao público da terceira idade adaptando-as e possibilitando desafios, lazer,
contato com a natureza, e dessa forma contribuir para uma maior auto estima, poder de
realização, bem-estar, interação social, e consequentemente um aumento na melhoria de
qualidade de vida dessas pessoas. Sendo uma proposta de adaptação para ser
implementada em outros grupos de terceira idade.
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Estudo
Este estudo visou a criação de novas estratégias de atividades de aventura e a
adaptação para pessoas da terceira idade, e analisar se essas atividades melhoram a
percepção de qualidade de vida dos participantes.
Método
Participantes
Participaram desse estudo nove pessoas, sendo um homem e oito mulheres, com
idade media de 69,1 anos, que não possuem o habito de praticar atividades de aventura,
Todos eram alunos da UNATI (Universidade Aberta a Terceira Idade) da UNESP,
Campus de Rosana e foram voluntarias e não pagas, e assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido, conforme as normas vigentes para execução de
pesquisas com seres humanos no Brasil.
Instrumentos
Para execução do estudo foram utilizados os seguintes equipamentos:
Maquina fotográfica digital, 10 varas de bambu, ração para peixe, 2 canoas canadenses
Ariranha, 4 remos, 4 coletes salva-vidas, 4 snorkels, 4 pares de nadadeiras, 4 capacetes
Montana, 4 cadeirinhas para rappel Kailash, 4 mosquetões de rosca para rappel, 4 freios
oito, 1 parede de escalada com 25 metros de altura, 35 metros de corda dinâmica para
rappel.
Ambientes do estudo
As atividades foram realizadas no município de Rosana,nos seguintes locais: Horto
Florestal da CESP (Companhia Energética de São Paulo, Rio Parana, Balneário Municipal
de Rosana, e a parede de escalada da Cia Esportes de Aventura.
Procedimentos
O programa de atividades de aventura ocorreu no período da tarde e foram
realizadas durante 15 dias. No primeiro dia foi aplicado o questionário Escala de
Qualidade de Vida, Flanagan (1976). Ao aplicar os questionários, pode-se observar que
muitos possuíam dificuldades na interpretação das questões, alegando problemas
relacionados a visão e também a diminuição da capacidade de entender explicações
muito complicadas, provocado pelo próprio envelhecimento.
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Figura 1 – Participantes preenchendo o formulário de Flanagan.
Após o preenchimento dos questionários, realizou-se alongamentos, aplicação de
filtro solar e repelente para realização do hiking, que segundo ABETA (2008), “é a
realização de passeios e percursos a pé, geralmente realizados em ambientes naturais
com pouca infraestrutura de apoio e diferentes graus de dificuldade, tendo como objetivo
a superação dos limites pessoais ou a simples contemplação”. Essa atividade foi
realizada no Horto Florestal da CESP, e buscou incentivar o contato com a natureza.
Figura 2 – Participantes fazendo alongamento caminhando e manipulando sementes e
árvores durante hiking no horto florestal.
Nessa atividade, os participantes realizaram visita ao bosque contemplando e
tocando diversas variedades de arvores, e visitaram também o laboratório do horto, onde
manipularam varias sementes utilizadas no reflorestamento das margens do Rio Paraná.
A adaptação nessa atividade foi com relação ao ritmo da caminhada que foi mais lento e o
auxílio por parte dos pesquisadores com relação a transposição de obstáculos. Outro fator
relevante foi a escolha do trajeto que necessita equalizar a situação do desafio, da
aventura, e as condições físicas dos participantes. Nesse programa utilizou-se uma trilha
de 2400 metros com poucas oscilações de relevo e poucos obstáculos naturais, mas com
contemplação de flora e fauna, e com locais de descanso, onde foi ofertado água.
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No segundo dia do programa de atividades, foi realizada uma escalada na parede
artificial da Cia de Esportes de aventura de Rosana, que possui 25 metros de altura por 2
metros de largura com um desafio negativo a cerca de 4 metros do topo.
Figura 3 – Participantes realizando atividade de escalada.
Nessa atividade, a adaptação foi no sentido de modificar a linguagem das
instruções de certa forma a propiciar o entendimento da tarefa da escalada, e a
percepção de segurança, outro situação é ter cuidado com as pessoas idosas na descida
sendo mais lento para evitar quedas no contato com o solo.
No terceiro dia do programa de atividades os participantes realizaram uma
atividade de pesca esportiva no pier do balneário municipal de Rosana, para isso utilizouse varas de bambu, iscas de lambari e ração para peixes.
Figura 4 – Participantes realizando atividade de pesca esportiva.
Na pesca esportiva, a adaptação necessária foi o pesquisador ter que colocar a
isca no anzol porque os participantes alegaram ter dificuldades de visão para realizar
essa ação.
No quarto dia do programa de atividades os participantes realizaram a atividade de
canoagem. Essa atividade foi realizada no balneário municipal de Rosana e foram
utilizadas canoas canadenses modelo ariranha.
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Figura 5 – Participantes realizando atividade de canoagem.
Na canoagem, utilizou-se uma faixa do rio próximo à margem no sentido de
transmitir mais segurança aos participantes, além da obrigatoriedade do colete salva
vidas.
No quinto dia do programa de atividades, realizou-se a atividade de mergulho no
balneário municipal de Rosana, onde utilizou-se Snorkel, nadadeiras e colete salva vidas
para participantes que não sentiram segurança em realizar o mergulho poderem fazer a
flutuação.
Tanto no mergulho como na flutuação, um cuidado necessário é a retirada de
próteses dentarias para utilização do Snorkel, e o pesquisador teve que estar ao lado do
participante no sentido de transmitir segurança visto que alegavam não saber nadar.
Figura 6 – Participante realizando atividade de flutuação.
Após a realização da atividade de flutuação os participantes responderam
novamente o questionário Escala de Qualidade de Vida, Flanagan (1976).
Análise das informações
Foram comparados os resultados do primeiro teste Flanagan aplicado antes do
programa e que teve um objetivo diagnóstico, com os resultados da segunda aplicação
que teve o objetivo de verificar se o programa de atividades modificou a percepção de
qualidade de vida dos participantes.
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Resultados
Ao analisar as respostas das questões abertas do teste Flanagan pode-se notar
que a maioria dos participantes tem a concepção de que qualidade de vida esta
associada a saúde e lazer. Sendo assim, pode-se enquadrar as atividades de aventura
como meio de promover qualidade de vida para essa população.
O teste de Flanagan gera um índice numérico de percepção de qualidade de vida
que é classificado numa escala da seguinte forma: Muito Insatisfeito, Pouco Insatisfeito,
Insatisfeito, Indiferente, Pouco Satisfeito, Satisfeito e Muito Satisfeito.
Nessa perspectiva pode-se afirmar que cinco participantes da pesquisa tiveram
aumento de pontuação ao responder o formulário final, sendo que, três sujeitos tiveram
como resultado do teste inicial maior que o final e um sujeito igualou a pontuação. A
media do formulário inicial foi de 76,4, e a media do formulário final foi de 80,5, tendo um
aumento na pontuação de 4,1. Dessa forma, apesar do aumento de pontuação ser baixo,
pode se afirmar que houve uma melhoria na percepção de qualidade de vida da maioria
dos participantes desse estudo.
Figura 7 – Resultados individuais da aplicação inicial e final do teste de Flanagan e
gráfico ilustrativo, onde azul representa o teste inicial e amarelo o final.
Conclusão
A adaptação das atividades de aventura para os participantes da UNATI/Rosana,
foi efetuada de forma com que os sujeitos da pesquisa se sentissem a vontade para
realização das mesmas. Nessa perspectiva, acaba-se por desmistificar uma questão que
acompanhou esse estudo desde o inicio da realização do programa, que diz respeito a
restrição do idoso, em praticar atividades de aventura, notou-se que, os participantes não
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tiveram problemas em relação a saúde, bem-estar, e motivação. Ao contrario disso,
notou-se que houve uma melhora na qualidade de vida desses indivíduos, que não pode
ser mensurada em nenhum tipo de teste de percepção, pois é fruto da observação do
pesquisador e das pessoas que nos auxiliaram nesse estudo, ao percebem a alegria e a
felicidade dos participantes em realizar as atividades.
Outro ponto que deve ser ressaltado é a questão da resistência ao novo, que é um
comportamento recorrente em pessoas da terceira idade, e que não ocorreu nesse
estudo. Isso mostra o poder que as atividades de aventura possuem pois diferente de
outros esportes onde o adversário é outra pessoa, no esporte de aventura o adversário é
próprio limite físico e principalmente psicológico do sujeito praticante, e quando ocorre a
conclusão da atividade, isso gera uma sensação de realização que é muito importante
principalmente para pessoas estigmatizadas como os idosos que a todo momento são
julgados como sendo incapazes. Dessa forma esse trabalho prestou-se ao papel de
contribuir como proposta para ser implementada em grupos de terceira idade e
Universidade Aberta para a Terceira Idade, nas diversas regiões do Brasil.
REFERÊNCIAS
ABETA – Associacao Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura.
Diagnóstico do turismo de aventura no Brasil. 2008. Disponivel em:
<http://www.abeta.com.br/pt-br/pgn.asp?id_pg=61&nivel=1>. Acesso em: 02/08/2011.
EMBRATUR. Plano nacional de desenvolvimento sustentável de turismo de
aventura:relatório da oficina de planejamento. Caete: EMBRATUR, 2001.
FLANAGAN, J. C. Measurement of quality of life: current state of the art. Arch Phys
Med Rehabil 1982; 63:56-59.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA – Indicadores
Sociodemográficos e de Saúde no Brasil. v.25, 2009 p. 1-154. Disponivel em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/indic_sociosaude/2009/indicsaude.pdf.
Acesso em 20/09/11
SOUZA, Heloisa Maria Rodrigues de; JACOB FILHO, Wilson; SOUZA, Romeu Rodrigues
de. Turismo e qualidade de vida na terceira idade. Barueri – Sp : Manole, 2006.
SWARBROOKE, John et al. Turismo de Aventura: Conceitos e Estudos de Casos. 4a ed.
Rio de Janeiro: Editora Campus, 2003. 361 p. Traducao Marise Philbois Toledo.
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA (UNESP). Guia da Extensão Universitária da
UNESP/Universidade Estadual Paulista, Pro-Reitoria de Extensao Universitaria. 2 ed. Sao
Paulo: UNESP, PROEX, 2007.
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FATORES DETERMINANTES NA ADERÊNCIA DE PRÁTICAS ESPORTIVAS DE
AVENTURA NA NATUREZA
Ana Cláudia Gomes de Amorim Pinto, Silvia Deutsch, Afonso Antônio Machado
UNESP – Rio Claro, SP – Brasil
[email protected]
RESUMO
Com o ritmo acelerado que a vida moderna exige, é cada vez mais evidente a
necessidade do ser humano em buscar novas experiências para que os façam sentir
emoções e sensações inéditas, não existentes em sua rotina diária. Com isso a busca por
esportes de risco vem crescendo constantemente, visto que muitos destes esportes
satisfazem os desejos por novas experiências. Acredita-se que haja inúmeros fatores
atrativos que levam os indivíduos a aderirem a essas práticas e o objetivo deste estudo foi
identificá-las. Utilizou-sequestionário de natureza quantitativa com escala tipo Likert,
emjovens de 18 a 25 anos, de ambos os sexos praticantes de esportes de aventura na
natureza. Foi verificado que fatores psicológicos como o medo e a ansiedade mostram-se
como fortes atrativos, assim como o desejo de conhecer lugares novos o que aponta para
uma ligação direta com o turismo. A sensação de bem estar, satisfação, superação de
desafios, alegria e orgulho foi afirmada pela maioria das pessoas, o medo e a
ansiedademostram-se presentes como fator positivo, além do alívio do estresse. Estes
fatores combinados contribuem para a escolha dos diversos esportes de risco na
natureza, favorecendo a aderência a essas modalidades e a permanência nas mesmas.
Palavras-chave: atividade de aventura, esportes de risco, aventura na natureza, atração
pelo risco.
Introdução
Acredita-se que haja inúmeros fatores atrativos que levam os indivíduos a aderirem
a essas práticas e o objetivo deste estudo foi identificá-las
Este estudo pretende identificar os inúmeros fatores psicológicos que levam
indivíduos a buscarem as práticas de esportes de aventura na natureza. Com isso
pretende-se ver quais sensações e sentimentos os indivíduos buscam ao vivenciar com
essas atividade popularmente conhecida como “esportes radicais”.
O ritmo de vida de grande parte da população, mesmo que muito acelerado, tende
a cair numa rotina, o que desencadeia desmotivação e pode contribuir para a procura de
atividades de riscos. Na tentativa de romper com o cotidiano, busca estar em contato com
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a natureza e experimentar novas e fortes sensações através de intensas emoções e até
da vertigem.
A buscade significados em sua vida, o homem tenta provar novos limites pessoais
aproximando-se de novos desafios físicos e buscando a superação de seus medos.
Estas práticas estariam surgindo junto aos novos paradigmas centrados na autorealização e melhora da qualidade de vida, os quais querem substituir os de competição,
esforço e tensão. Pelas suas características de incerteza e liberdade, as atividades de
aventura podem sugerir uma crítica ao racionalismo da modernidade. Por outro lado, o
potencial econômico destas práticas relacionadas ao turismo e à mídia é outra questão a
ser considerada. Termos como aventura, emoção, ecologia, natureza e adrenalina são
veiculados massivamente por campanhas publicitárias, revistas e artigos.
(ZIMMERMANN, 2006).
De acordo com Betrán (1995) as Atividades Físicas de Aventura na Natureza
(AFAN) são práticas recreativas que surgiram em países desenvolvidos na década de
1970, desenvolveram-se e se estabeleceram na década seguinte, e se consolidaram sob
o abrigo de novos hábitos e gostos da sociedade pós-industrial.
No que concerne à aderência às diversas vivências de aventura realizadas em
meio natural, tal temática tem conhecido um forte crescimento nos últimos anos, uma vez
que essa (re)aproximação aos ambientes naturais pode surgir, inclusive, como
contraponto a um estilo de vida sedentário e a uma sociedade cada vez menos ―natural
(TAHARA et al. 2006).
As atividades de aventura, como são praticadas atualmente, são estudadas como
manifestações recentes, com pouco mais de 20 anos, já representadas por um bom
número de adeptos.
Quinn (1990) em busca de uma resposta do “por que aventurar-se?”, comenta
sobre a experiência da aventura em subjetividade, incerteza, descoberta, desejo,
excitação, diversão, euforia e crescimento, e diz ainda que o mundo pode ser um lugar
limitado e estreito caso não nos empenhemos em explorá-lo.
Bruhns (1999) reforça que as atividades físicas de aventura na natureza podem
representar mais do que a busca pela sensação de vertigem, características deste tipo de
prática. A autora salienta que o contato com a natureza é um importante elemento a ser
considerado.
Os riscos presentes nos esportes de aventura na natureza costumam ser riscos
controlados, os quais dependem de equipamentos de seguranças específicos, monitores
e do próprio praticante.
Objetivo
O estudo teve como objetivo identificar e analisar se os aspectos vivenciados por
praticantes dos esportes de aventura na natureza são fatores que influenciam na escolha
dessas modalidades.
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Método
Instrumento
A pesquisa exploratória foi desenvolvida por meio de questionário de natureza
quantitativa. Foram feitas afirmações e ao lado de cada uma delas, havia uma numeração
de 1 a 5 que condizia ao grau de intensidade que aquela afirmação representava na vida
dos participantes em relação à prática de esportes de aventura. Foi pedido aos
participantes para não deixarem nenhuma questão sem resposta.
A chave de respostas foi explicada desta maneira:
Participantes
A amostra se constituiu de jovens de 18 a 25 anos, de ambos os sexos que
praticavam esportes de aventura na natureza.
Resultados
O prazer pela prática foi considerado essencial para a escolha das atividades de
risco na natureza. A maioria afirmou gostar de desafios, a possibilidade de vencê-losinduz
o indivíduo a sentir-se orgulhoso e satisfeito por ter feito essa escolha, o que o levaria a
voltar a praticar determinado esporte e até experimentar outros.
Os praticantes de esportes de aventura afirmaram sentir medo, porém que o medo
sentido não era limitante e chegava a ser motivacional e agradável. Conclui-se que a
atração pelo risco está presente nessas atividades, mesmo que de forma oculta e é
considerado um atrativo por algo desconhecido que pode desencadear uma emoção não
normalmente vivida no dia a dia. Ainda afirmaram que a sensação de medo não os
deixam desconfortáveis.
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De acordo com Duarte (2001) o desconhecimento de como será uma experiência
pode ser mais assustador do que o resultado momentâneo da prática, e com a
familiarização da prática, esse medo tende a diminuir. O autor ainda salienta para algo
que chama de “medo divertido”, que acontece em situações onde existe risco, mas que
proporcionam excitação.
O incentivo de amigos e família não mostrou ser muito relevante para que o
indivíduo busque a prática, e que o intuito na escolha dessas atividades nada tem a ver
com o desejo de conhecer novas pessoas e reafirmar um status social, amotivação
acontece por fatores extrínsecos e intrínsecos diferentes, ligados a ele e o que aquele
esporte em questão pode proporcionar ao mesmo.
A ansiedade também se mostrou presente, a maioria em intensidades moderadas,
porém, diferente do medo, a ansiedade não foi apontada como uma sensação
extremamente positiva.
O turismo está presente nessas atividades, os participantes acresceram grande
valor à possibilidade de viajar e conhecer lugares novos, como forma de ocupar o tempo
livre, e que o contato com a natureza é também um importante fator motivacional.
Conclusão
Com as respostas dos entrevistados, fica claro que a fuga do cotidiano é fator
importante na decisão de praticar esportes de aventura na natureza, visto que as
sensações e emoções vividas nessas atividades proporcionam prazer e novidade à seus
praticantes.
Característica interessante nos resultados foi a presença da emoção de medo
tratado como algo positivo. Os sujeitos afirmaram sentir medo, porém acham esse medo
agradável e muitos praticam esportes de risco em busca desse atrativo. Há uma clara
evidência da atração pelo medo.
Os participantes afirmaram por fim, que se sentem bem com a prática dessas
modalidades e que a satisfação proporcionada é grande, e que se sentem muito
orgulhosos por terem enfrentado o risco.
Os resultados apresentados neste estudo evidenciam o crescente interesse da
população por vivências novas, de vertigens. Os esportes de aventura tendem a crescer e
despertar o interesse de mais e mais pessoas no lazer, turismo, conquista pessoal e
muitas vezes como modo de vida.
REFERÊNCIAS
BETRÁN, J. O. Rumo a um Novo Conceito de Ócio Ativo e Turismo na Espanha: As
Atividades Físicas de Aventura na Natureza. In: MARINHO, A., BRUHNS, H.T.(orgs) –
Turismo, Lazer e Natureza. 1:1-28, São Paulo: Manole, 2003.
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BRUNHS, H. T. Lazer e meio ambiente: reflexões sobre turismo de aventura. Revista
Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas: 21 (1), pg. 727-731, set. 1999.
DUARTE, L.H. O medo da Ginástica Artística. 2001. 68 f. Trabalho de Conclusão de
curso (Licenciatura em Educação Física) – Instituto de biociências, Universidade Estadual
Paulista.
QUINN, B. – The Essence of Adventure. In: MILES, J.C.., PRIEST, S. – Adventure
Education, State College: Venture Publishing, 1990.
TAHARA, A. K. ; CARNICELLI FILHO S.; SCHWARTZ G. M. Meio ambiente e atividades
de aventura: significados de participação. Rio Claro: Motriz, v.12 n.1 p.59-64, jan/abr
2006.
ZIMMERMANN, A. C. - Atividades de aventura e qualidade de vida. Um estudo sobre
a aventura, o esporte e o ambiente na Ilha de Santa Catatina. Revista Digital - Buenos
Aires - Año 10 - N° 93 - Febrero de 2006. disponíve l em: http://www.efdesportes.com
Acesso em: 2 de ago 2010.
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LAZER EM FOCO: CONCEPÇÕES ADOTADAS NOS ANAIS DO CONGRESSO
BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE AVENTURA DE 2006 A 2011
Priscila Mari dos Santos¹, Raysa Silva Venâncio¹, Fabiano Augusto Teixeira²,
Alcyane Marinho¹,²
¹Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Centro de Ciências da Saúde e do
Esporte (CEFID), Laboratório de Pesquisa em Lazer e Atividade Física (LAPLAF),
Florianópolis (SC), Brasil
²Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Centro de Educação Física e Desportos
(CDS), Laboratório de Pedagogia do Esporte (LAPE), Florianópolis (SC), Brasil
[email protected]
RESUMO
Este estudo teve como objetivo investigar as concepções de lazer presentes na produção
científica dos anais do Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura (CBAA), no
período de 2006 a 2011. Para tanto, realizou uma pesquisa de levantamento, por meio de
um estudo descritivo exploratório, com abordagem quantitativa e qualitativa dos dados.
Foram encontrados 389 trabalhos, dentre os quais, 352 (90,5%) estavam no formato
resumo, oito (2,1%) no formato de resumo expandido e 29 (7,5%) no formato de trabalho
completo. Entre os trabalhos, 198 (50,9%) não apresentaram a palavra lazer em seu
conteúdo; 148 (38,1%) mencionaram uma ou mais vezes a palavra lazer, porém não
apresentaram explicitamente a concepção de lazer adotada; e 43 (11%) abordaram o
lazer apresentando concepções explícitas sobre o tema. Esses últimos trabalhos foram
agrupados da seguinte forma: 24 (55,8%) trabalhos que se remeteram ao lazer como uma
possibilidade pedagógica ou aspecto educativo ou como um veículo e objeto de
desenvolvimento humano; nove (20,9%) que se reportaram ao lazer como um direito
social ou fenômeno social de caráter multidisciplinar; cinco (11,6%) que abordaram o lazer
a partir de uma perspectiva prática; três (7%) que apresentaram uma abordagem
reflexivo-teórica e dois (4,7%) que evidenciaram dois tipos de abordagens, sendo um
abordagem reflexiva-teórica e como prática e outro como direito social e possibilidade
pedagógica, simultaneamente. Pode-se concluir que, entre o total de trabalhos
apresentados nos anais do CBAA de 2006 a 2011, a maioria ocorreu no formato resumo,
o que pode justificar o fato de terem sido encontrados poucos trabalhos que remetessem
à concepção explícita de lazer, haja vista que o número de palavras e/ou caracteres
permitido neste formato de apresentação pode restringir o desenvolvimento da ideia
global do autor. Entretanto, os trabalhos que apresentaram explicitamente uma
concepção sobre o lazer remeteram-se principalmente aos aspectos educativos, culturais
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e sociais, além de posicionamentos reflexivos, para entender o fenômeno. Dessa forma,
acredita-se que o trabalho ora apresentado possa trazer contribuições aos estudos do
lazer no sentido de sistematizar quais e quantas concepções sobre a temática estão
sendo utilizadas por diferentes autores que relacionam seus estudos à área da aventura,
em nível nacional; para além de servir como referencial para novos levantamentos e
estudos nos segmentos do lazer e da aventura.
Palavras-chave: Lazer, CBAA, Anais.
Introdução
Atualmente, pode-se observar que o lazer tem sido foco de vivências, pesquisas e
intervenções, sob diferentes abordagens, enfatizando a visibilidade que tem recebido nos
últimos anos, por meio da produção científica, das iniciativas de políticas públicas e
privadas, da inserção em diferentes esferas da vida social, entre outros fatores
(MARINHO et al., 2011).
As discussões conceituais sobre o lazer são apresentadas nesse campo de
estudos por vários autores (DUMAZEDIER, 1980; CAMARGO, 1998; MARCELLINO,
2000; GOMES, 2004), os quais, por sua vez, defendem sua concepção sobre a temática
baseando-se em aspectos históricos, sociológicos, filosóficos, culturais, educacionais,
profissionais, dentre outros. Tais concepções estão sendo utilizadas como subsídio para
fundamentar vários estudos científicos relacionados especificamente à temática do lazer,
ou relacionados a outras áreas do conhecimento que possam estar associadas ao lazer,
como por exemplo, a educação, o trabalho, a econômica, o ambiente, a aventura, entre
outras.
De acordo com Isayama (2009), o lazer pode ser compreendido como um campo
multidisciplinar que possibilita a concretização de propostas interdisciplinares, por meio da
participação em estudos e intervenções de profissionais com diferentes formações. Basta
observar a diversidade de grupos de pesquisa cadastrados no Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), atrelados às diferentes áreas do
conhecimento, os quais desenvolvem pesquisas sobre o lazer, seja de forma direta ou
indireta, seja na Educação Física, na Educação, no Turismo, na Antropologia, na
Psicologia, na Sociologia, entre outras (MARINHO et al., 2011).
Nesse sentido, pode-se observar que muitos trabalhos estão sendo apresentados e
publicados em anais de eventos científicos utilizando-se de concepções de lazer para
abordar outras temáticas, como por exemplo, as atividades de aventura e na natureza.
Tais atividades vêm ganhando destaque nos últimos tempos, tanto por decorrência do
crescimento da demanda por vivências diferenciadas, como pelo aumento da inserção da
temática em diversas áreas do conhecimento observado no contexto acadêmico.
Um evento científico que direciona suas discussões especificamente a este
universo da aventura, e que vem congregando múltiplos olhares sobre a temática do
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lazer, é o Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura (CBAA), realizado desde 2006,
com periodicidade anual. Este congresso está consagrado por ampliar as reflexões
acerca da temática das atividades de aventura nas diversas regiões do país, envolvendo
pesquisadores, alunos de pós-graduação e de graduação, além de diversos órgãos
públicos, empresas do terceiro setor e praticantes diversos.
Neste ano de 2012, será realizada a sétima edição do CBAA, a qual ampliará ainda
mais este universo de estudos com a realização, pela primeira vez, do Congresso
Internacional de Atividades de Aventura (CIAA), para o qual está prevista a participação
de pesquisadores estrangeiros com o intuito de viabilizar a propagação de novas
informações advindas de outras culturas. Assim, o estudo ora apresentado busca
contribuir com os estudos na área do lazer, no sentido de retratar como o lazer está sendo
abordado em um evento científico como o CBAA.
Percebe-se a evidência no interesse em análises de trabalhos publicados em anais
de eventos científicos (TAHARA; SCHWARTZ, 2002; SCHWARTZ; De GÁSPARI, 2003;
INÁCIO, 2006; PEIXOTO, 2007; COLAVOLPE, 2009; CORTE; NETO, 2009), uma vez
que, por meio de estudos deste teor, é possível retratar-se um perfil de determinada
produção ou de determinado segmento.
Objetivos
Este estudo tem como objetivo geral investigar as concepções de lazer presentes
na produção científica dos anais do Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura
(CBAA), no período de 2006 a 2011.
Possui, ainda, como objetivos específicos: 1) verificar a quantidade de trabalhos
(resumos, resumos expandidos e trabalhos completos) publicados nos anais do CBAA,
apresentados nas modalidades pôster e comunicação oral; e 2) investigar a quantidade
de trabalhos que não abordam o lazer; que abordam o lazer, mas apresentam uma
concepção implícita sobre a temática; e que abordam o lazer, apresentando uma
concepção explícita sobre o tema.
Metodologia
A presente pesquisa se caracterizou como um estudo descritivo exploratório, com
abordagem quantitativa e qualitativa dos dados. Os dados foram coletados nos anais
elaborados pelo CBAA, desde seu surgimento, em 2006, até a sua última edição, em
2011. A busca textual foi realizada por meio da palavra “lazer” no contexto de todos os
trabalhos publicados nos anais do evento, sejam eles apresentados na modalidade de
pôster ou de comunicação oral, considerando-se títulos, palavras-chaves (quando
existiam), objetivos e corpo do texto propriamente dito. Foram elencadas três categorias
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para a organização dos trabalhos investigados, quais sejam: “concepção explícita de
lazer”; “concepção implícita de lazer” e “não aborda o lazer”. Trabalhos com até quatro
páginas foram classificados como resumos; de quatro a sete páginas como resumos
expandidos; e com mais de sete páginas como trabalhos completos.
Esses dados foram organizados em uma planilha do Programa Office Excel for
Windows 2010, o qual também foi utilizado para a análise quantitativa dos dados, por
meio da aplicação da estatística descritiva (frequência simples e porcentagem). Para a
análise qualitativa, foram elaboradas categorias de análise, seguindo as orientações de
Bardin (1997), que norteiam a técnica de análise de conteúdo.
Resultados e discussão
Foram encontrados nos anais do CBAA, de 2006 a 2011, 389 trabalhos, dentre os
quais, 352 (90,5%) estavam no formato resumo (até quatro páginas), oito (2,1%) no
formato de resumo expandido (de quatro a sete páginas) e 29 (7,5%) no formato de
trabalho completo (mais que sete páginas), podendo-se observar um equilíbrio entre as
formas de apresentação, conforme mostra a tabela 1. Não foram encontrados trabalhos
sob a forma de resumos expandidos nos anais de 2006, 2009 e 2010, bem como, não
foram encontrados trabalhos completos nos anais dos anos 2007, 2008 e 2009.
Na Tabela 1 é possível observar, também, que do total de trabalhos investigados
neste estudo, 198 (50,9%) não apresentaram a palavra lazer em seu conteúdo (seja no
título, nas palavras-chave, nos objetivos ou no corpo do texto propriamente dito). Outros
148 (38,1%) trabalhos mencionaram uma ou mais vezes a palavra lazer, porém não
apresentaram explicitamente a concepção de lazer adotada. Por fim, observou-se que 43
(11%) trabalhos abordaram o lazer apresentando concepções explícitas sobre o tema.
É importante destacar que, dentre os 198 trabalhos que não abordaram a
concepção de lazer, 193 (97,5%) foram apresentados sob forma de resumos, tendo,
portanto, limitações de espaço para informações mais detalhadas sobre o trabalho.
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Tabela 1 - Distribuição dos trabalhos encontrados conforme o ano e a modalidade de
apresentação.
Ano
2006
2007
2008
2009
Tipo
Concepção explícita de
lazer
n
%
%
Resumo
39
19,7
15
10,1
6
14
Trabalho
completo
0
0
0
0
1
2,3
Resumo
24
12,1
23
15,5
5
11,6
Resumo
expandido
0
0
2
1,4
1
2,3
Resumo
30
15,2
22
14,9
4
9,3
Resumo
expandido
0
0
2
1,4
0
0
Resumo
20
10,1
27
18,2
6
14
19,2
20
13,5
6
14
1
12
8,1
7
16,3
21,2
20
13,5
5
11,6
0
0
3
2
0
0
3
1,5
2
1,4
2
4,6
198
100
148
100
43
100
Trabalho
completo
Resumo
2011
Concepção implícita de
lazer
n
%
N
Resumo
2010
Não aborda lazer
Resumo
expandido
Trabalho
completo
Total
38
2
42
Dentre os 43 trabalhos encontrados que apresentaram concepções explícitas de
lazer, de acordo com a figura 1, é possível notar as concepções de lazer adotadas, tendo
sido agrupadas da seguinte forma: 24 (55,8%) trabalhos se remeteram ao lazer como
uma possibilidade pedagógica ou aspecto educativo ou como um veículo e objeto de
desenvolvimento humano; nove (20,9%) trabalhos se reportaram ao lazer como um direito
social ou fenômeno social de caráter multidisciplinar; cinco (11,6%) trabalhos abordaram o
lazer a partir de uma perspectiva prática; três (7%) trabalhos apresentaram uma
abordagem reflexivo-teórica e dois (4,7%) trabalhos evidenciaram dois tipos de
abordagens, sendo um abordagem reflexiva-teórica e como prática e outro como direito
social e possibilidade pedagógica, simultaneamente.
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Figura 1 - Concepções de lazer adotadas nos anais do CBAA (2006-2011).
Possibilidade pedagógica
2
3 4,7%
7%
Direito social
5
11,6%
Prática
24
55,8%
9
20,9%
Abordagem reflexiva
Trabalhos que apresentaram
duas concepções
Com esses resultados, pode-se notar que a maioria dos trabalhos, cujas
concepções de lazer estão evidentes, remete-se ao entendimento do lazer em uma
perspectiva eminentemente voltada à educação. Melo e Alves Júnior (2003) afirmam que
existem, efetivamente, pontos de confluência entre as teorias da pedagogia e as do lazer,
uma vez que acreditam que o profissional do lazer deve promover uma intervenção
pedagógica no campo da cultura.
Nesse sentido, Marcellino (2000) defende sua concepção de lazer baseada no
duplo aspecto educativo do mesmo. Trata-se de um posicionamento baseado em duas
contestações: a primeira que o lazer é um veículo privilegiado para a educação
(“educação pelo lazer”); a segunda que para a prática das atividades de lazer é
necessário o aprendizado, o estímulo, a iniciação aos componentes culturais procurando
superar o conformismo, pelo espírito crítico e pela criatividade (“educação para o lazer”).
Em contrapartida, poucos trabalhos apresentaram uma visão restrita de lazer,
reduzindo-o apenas a sua possibilidade prática, como defendia a concepção de lazer de
Dumazedier (1980), a qual considerava o fenômeno como um conjunto de ocupações ou
atividades praticadas no tempo livre, na qual o indivíduo entrega-se por livre e espontânea
vontade, em oposição ao conjunto das necessidades e obrigações da vida cotidiana,
especialmente do trabalho profissional.
Esse entendimento de lazer é hoje passível de questionamentos, principalmente
por estudiosos da área como Marcellino (2000) e Gomes (2004) que apresentam suas
concepções sobre o tema, considerando o seu aspecto multidisciplinar e as inter-relações
estabelecidas entre o lazer e o trabalho, a educação, a cultura, etc. Para esses autores, o
lazer não pode ser entendido de forma isolada; é considerado um direito social; e uma
importante dimensão da cultura vivenciada por meio de manifestações culturais em um
tempo/espaço conquistado pelo sujeito ou grupo social, privilegiado para a manifestação
do lúdico e para a vivência de valores que possibilitem um redimensionamento no estilo
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de vida das pessoas, assumindo, assim, um papel fundamental no pleno exercício da
cidadania.
Alguns trabalhos levantados nesse estudo abordaram o lazer baseando-se nesse
tipo de concepção de forma explícita. Entretanto, dentre os 148 trabalhos que
mencionaram o lazer, mas não apresentaram uma concepção explícita sobre o tema, 76
(51,4%) relacionaram o lazer a alguma modalidade prática, como por exemplo, ao surfe,
ao skate, à escalada, à canoagem, dentre outras; além de, em alguns casos, esta relação
ter sido feita com as atividades e esportes de aventura e na natureza de uma maneira
geral, o que permite a especulação do entendimento do lazer a partir do viés
eminentemente prático defendido por Dumazedier (1980).
É pertinente destacar novamente o problema do limite de espaço disponível para a
confecção dos trabalhos, interferindo no desenvolvimento de ideias que poderiam melhor
contextualizar a compreensão das práticas propriamente ditas. Apesar disso, percebeu-se
que a maioria de trabalhos que mencionou o lazer, manifestando uma concepção sobre o
tema de forma explícita, apresentou o fenômeno a partir de concepções reflexivas,
baseadas especialmente em aspectos relacionados à educação, à cultura e à sociedade.
Considerações Finais
Pode-se concluir que, entre o total de trabalhos apresentados nos anais do CBAA
de 2006 a 2011, a maioria ocorreu no formato resumo, o que pode justificar o fato de
terem sido encontrados poucos trabalhos que remetessem à concepção explícita de lazer,
haja vista que o número de palavras e/ou caracteres permitido neste formato de
apresentação pode restringir o desenvolvimento da ideia global do autor. Entretanto, os
trabalhos que apresentaram explicitamente uma concepção sobre o lazer remeteram-se
principalmente aos aspectos educativos, culturais e sociais, além de posicionamentos
reflexivos, para entender o fenômeno.
Dessa forma, acredita-se que o trabalho ora apresentado possa trazer
contribuições aos estudos do lazer no sentido de sistematizar quais e quantas
concepções sobre a temática estão sendo utilizadas por diferentes autores que
relacionam seus estudos à área da aventura, em nível nacional; para além de servir como
referencial para novos levantamentos e estudos nos segmentos do lazer e da aventura.
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CAMINHAR NA MATA, CONHECER A NATUREZA E TECNOLOGIA: ALGUMAS
CONSIDERAÇÕES E REFLEXÕES
Marcelo Roberto Andrade Augusti, Carmen Maria Aguiar, Leandro Dri Manfiolete
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Instituto de Biociências de Rio Claro, São Paulo, Brasil
Departamento de Educação Física
[email protected]
Apoio financeiro: Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)
RESUMO
Caminhar na mata tornou-se uma prática cultural das mais difundidas atualmente.
Utilizada como meio para se conhecer a natureza, busca despertar a consciência
ecológica dos participantes. Na sociedade contemporânea, a relação do indivíduo com a
natureza é mediada pela Ciência e pela Tecnologia, desvalorizando o conhecimento
subjetivo do mundo natural. A proposta do artigo é proporcionar a reflexão crítica sobre o
impacto da tecnologia nas relações que se estabelecem entre o indivíduo, a caminhada e
a apreensão do mundo natural.
Palavras-chave: Caminhada na Natureza, Subjetividade, Tecnologia.
Introdução
Quando os homens não olham para a natureza,
julgam sempre poder melhorá-la. (John Ruskin)
Para os seres humanos caminhar sempre foi uma questão de necessidade. Nos
primórdios de sua existência, realizavam longos percursos em busca de alimentos.
Resistentes, vigorosos e aptos para as longas travessias, andavam 40, 50, 60 km diários nômades errantes, diriam alguns – mas, cujo único propósito era sobreviver. Embora já
tenham se passado milhares de anos desde os seus primeiros passos no planeta Terra,
ainda hoje, mesmo com todas as suas invenções motorizadas que os transportam num
instante daqui para acolá, a caminhada é um recurso fundamental para a sua
sobrevivência.
O ser humano é considerado, dentre todos os animais, aquele que dispõem de
menos recursos biológicos e capacidade física para enfrentar o ambiente natural. Ao
longo de sua jornada terrestre, do “primitivo” ao “civilizado”, a sobrevivência do ser
humano e a sua adaptação ao mundo natural foi pautada pela necessidade de
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estabelecer uma nova ordem no mundo, a cultura, que, por meio da elaboração de um
sistema simbólico criado a partir de um universo imaginário, permitiu a ampliação e a
transformação do mundo natural a um mundo humano. O ser humano, pois, não escapa
ao ambiente sociocultural constituído, tecido gradativamente pelo imaginário e o
simbólico, que provoca com seus mitos, crenças e “verdades”, um relacionamento com o
ambiente natural cada vez mais engendrado por significações complexas e multifacetadas
e que são as condições de sua própria existência (CASSIRER, 2005).
É assim que o ato de caminhar, um recurso biológico, adquiriu diversos significados
culturais. Caminha-se para trabalhar, para se exibir, para homenagear, para penitenciar,
para consagrar, para divertir, para lutar por direitos cívicos, para esquecer, recordar,
solucionar questões existenciais e, enfim, dentre tantos usos e abusos do ato de
caminhar, caminha-se para conhecer a si mesmo e ao mundo circundante.
Os usos da caminhada não apenas mudaram ao longo da nossa história como
também são e foram distintos entre as diversas culturas. Se para alguns a caminhada é o
único meio de locomoção que os conduz até a água ou o alimento, para outros, ela é um
estilo de vida; se para alguns ela representa a fadiga do esforço físico de um rude
cotidiano, para outros, ela é sinônimo de prazer e bem-estar. Caminhar, pois, pode ser
uma questão de sobrevivência, fé, saúde, lazer e tudo o mais que a cultura, o imaginário e
o simbólico possam inventar. Caminhar, enfim, pode ser sinônimo de aventura, aquilo que
impulsiona o ser humano rumo ao desconhecido e que se situa na fronteira entre o
sagrado e o profano, assim por ele estabelecido.
Na sociedade urbana contemporânea e complexa, a caminhada representa muito
mais que uma válvula de escape eficiente contra as agruras da vida cotidiana nas cidades
ou a busca pelo conhecimento interior. A caminhada, apropriada pela cultura
mercantilista, tornou-se mais um produto exposto à venda, um atrativo a mais dentre as
inúmeras opções propagandeadas pelo mercado do turismo, do lazer e da atividade
física. O sistema econômico cultural que rege a vida diária, aproveitando-se da imanência
da relação do ser humano com o mundo natural, transformou o “passeio no mato” em
uma “caminhada ecológica”, cujos sentidos não remetem mais às antigas significações
que provocavam percepções de uma experiência da existência e, com isso, davam
sentido e significado à própria vida, ao universo e ao mundo “real”.
Nessa perspectiva, caminhar na mata, pelas montanhas, em trilhas na natureza,
enfim, é uma “aventura” forjada na superficialidade de uma natureza domesticada pelos
meandros econômico-culturais da contemporaneidade.
Observamos que, em tal
sociedade, os contextos e oportunidades que se apresentam aos indivíduos para
situarem-se junto à natureza, não lhes permitem a completa interação com a
complexidade do ambiente natural. A relação do indivíduo com a natureza é mediada pela
ciência e pela tecnologia, uma relação que se faz objetiva, relativizada, de riscos
calculados e com uma infinidade de instrumentos, aparelhos e utilitários que cercam o
indivíduo para que ele não olhe com seus próprios olhos, não toque com as suas próprias
mãos, não pisem com seus próprios pés e não perceba a natureza com seus próprios
sentimentos.
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Se considerarmos que o significado social da prática de atividades físicas na
natureza é pautado em aspectos emocionais suscitados por experiências sensíveis com o
mundo natural (BRUHNS, 1999), em que medida esse contato com a natureza é capaz de
provocar, espontaneamente, a sensibilização humana, se o mesmo é mediado por
elementos que retiram desse encontro o que mais poderia lhe proporcionar uma
experiência sensível, qual seja, a intencionalidade do ato de interação ser humano e
mundo natural? Seriam, portanto, as emoções suscitadas pelo modo contemporâneo de
relacionar-se com a natureza apenas uma parte do ‘pacote’ de uma cultura mercantilizada
que, invariavelmente, tenta inculcar seus valores por meio de políticas públicas e das
mídias?
O contato do ser humano contemporâneo com a natureza se faz em meio a
ambientes dispostos em cenários culturalmente significativos. O espaço “natural” é
organizado para promover uma “encenação autêntica” entre a paisagem e o próprio olhar
dos indivíduos (URRY, 2001). Em tais cenários, elaborados pelos agentes culturais, e
que podem ser uma montanha, uma cachoeira, uma trilha pela mata, enfim, a interação
ser humano-natureza torna-se um ritual de teatralização ordenado conforme os ditames
da racionalidade científica e tecnológica ocidental, o que, unicamente, é capaz de garantir
a segurança e o desfrute dos indivíduos nessas atividades.
Interagir com a natureza, para além dos significados e ressignificações culturais, é
perceber a natureza em todas as suas minúcias. A observação da natureza e das
circunstâncias da vida animal que, efetivamente poderiam provocar sensibilidades, não se
faz em um poucas horas de caminhada na mata e com a utilização de tecnologias que
substituem os recursos naturais do ser humano (seus sentidos) que o tornam apto a
percebê-la e apreendê-la. Faz-se necessário um laço mais estreito entre o ser humano e
a natureza, do que estes propagados pelas mídias, para a promoção de uma plena
comunhão com o mundo natural, pois, é da harmonia entre o homem e a natureza que se
faz na intimidade desse contato, que se pode, de fato, decifrá-la. Tais particularidades,
entretanto, ainda não desapareceram totalmente do mundo contemporâneo. Assim, podese observar que “onde a civilização não embotou de todo a vivacidade dos sentidos que
caracteriza as populações rústicas nas brenhas incultas” (HOLANDA, p.67, 1994), a
natureza é fonte de conhecimento subjetivo e espontâneo.
Deste modo, caminhar na mata para apreender a natureza, necessita da
intencionalidade do indivíduo como ponto de partida dessa empreitada. Ele deve
despojar-se de todo o supérfluo tecnológico e da objetividade. A caminhada na mata pode
representar um espaço de interação com a natureza, local de aprendizado, surpresas e
descobertas para além do protocolo comercial e da agenda cultural estipulada. Tal
atividade pode “levar cada pessoa a vários tipos de saber, ao inusitado, ao desconhecido
(...) uma maneira de atentar para o mundo (...) buscando identificar novos parceiros para
a vida na natureza, novas explicações para a dureza do cotidiano (...) respostas a tantas
indagações que rodeiam as mentes” (AGUIAR, p.41, 2010).
A caminhada ecológica é uma invenção cultural que, para além de promover uma
suposta educação ambiental, direciona-se para suprir as necessidades culturais impostas
pelos imperativos da pós-modernidade aos indivíduos de uma determinada camada
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socioeconômica, ávidos por aventuras no mundo natural. A adoção de um estilo de vida
saudável é uma dessas demandas da economia cultural contemporânea que se impõem à
sociedade como algo a ser perseguido. Caminhar na mata, coletivamente, com orientação
profissional e uma parafernália de equipamentos, tornou-se sinônimo de aventura para
pessoas bem educadas e “cultas”, uma prática esportiva não competitiva das mais
valorizadas que promove a sociabilidade entre os pares.
Ao pesquisar alguns sites que promovem ou organizam tal prática cultural,
encontramos uma série de preceitos que devem ser seguidos pelos indivíduos para serem
bem-sucedidos em suas aventuras ecológicas. Destacam-se, dentre as normas, o aparato
tecnológico “necessário” para a realização de uma caminhada de meio período do dia.
Cada participante deve fazer o check list tecnológico, que vai desde o tipo de vestimenta
e calçado considerados adequados, até mochilas, bebidas isotônicas, bonés, filtro solar,
protetor labial, óculos de sol, repelente de insetos, capa de chuva, barras de cereais,
máquina fotográfica, celular e filmadora. Tudo isso na companhia de um guia nativo, de
preferência, é o que confere que tal atividade seja extremamente segura para os
participantes.
Mas tudo isso tem a sua razão de ser. O discurso do risco está na superfície de
algo mais profundo, quais sejam, os pressupostos teórico-filosóficos e metodológicos da
economia política contemporânea que fez da cultura e da ecologia parceiras em um
mercado dos mais atrativos. A ideia de risco na sociedade de consumidores extrapola o
bom senso. Afinal, inevitavelmente, viver implica em riscos. Risco aqui é entendido como
a probabilidade da ocorrência de um evento fatal. Entretanto, o discurso do risco na
atualidade provocou um ambiente social ‘riscofóbico’, onde o comportamento dos
indivíduos é limitado e suas atitudes restritas por padrões de condutas que geram
ansiedade e insegurança. A Ciência, a tecnologia da informática e as estatísticas formam
um complexo harmônico que, exploradas pela economia política que se expressa pelo
consumismo como fonte de felicidade, gerou uma “indústria do risco” com o consequente
estabelecimento de um círculo ‘vicioso’ entre as mídias e o público. Configurou-se, deste
modo, um sistema econômico cultural que visa à comercialização de produtos de
prevenção e proteção aos riscos à sobrevivência (prestação de serviços, práticas e bens
de consumo), tudo baseado em probabilidades estatísticas que, todavia, não considera o
imponderável em seus cálculos (CASTIEL, 2010).
O paradigma da objetividade preconizado pela Ciência moderna é o modelo oficial
e hegemônico que norteia as ações dos indivíduos e da coletividade no mundo
contemporâneo. Por este modelo cultural de ver e pensar o mundo, exclusivamente
racionalista, a forma de conhecimento valorizada socialmente é aquela apregoada pelo
materialismo científico e a sua filosofia positivista. Assim, apreender o mundo, significa
tomar dele distância e afastá-lo da subjetividade. Para conhecer, portanto, retira-se não
apenas a subjetividade do mundo, como a do próprio indivíduo, a ponto de não se ter
mais uma postura intencional nas relações com o mundo (SZTUTMAN; MARRAS;
NASCIMENTO; CASTRO, 1999). Conhecer objetivamente, portanto, é a questão
primordial do paradigma filosófico da Ciência moderna que caminha ao lado da
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tecnologia. Seria, pois, obra do acaso que nos referimos ao conjunto de lentes de uma
máquina fotográfica como ‘objetiva’?
A falta de intencionalidade, acompanhada de uma cosmologia unicamente pautada
no objetivismo científico – o mundo torna-se um objeto de perscrutação para constatação
de evidências – deixou os indivíduos órfãos de espiritualidade. Esse mundo desanimizado
e esse conhecimento dessubjetivizado não permite espaço a nenhuma “intencionalidade
oculta”, caso contrário, o projeto da modernidade – o Progresso – jamais se cumpriria
(MARRAS, 1999). Em tal perspectiva, o contato com a natureza tornou-se fragmentado,
tecnologizado e manipulado por políticas públicas e ideologias que fundamentam seus
pressupostos na economia liberal.
Para o indivíduo contemporâneo se aproximar da natureza, portanto, ele precisa
cercar-se de inúmeros artificialismos. Apesar de ser ele mesmo a natureza e dela fazer
parte, isto assim não é mais entendido. Necessário se faz afastar-se dela para contemplála, e cercar-se de cuidados para poder retomá-la objetivamente. A natureza é bela,
porém, perigosa e plena de riscos à integridade física dos indivíduos. Ela não representa
apenas os banhos de cachoeira, mas a fúria das águas e a morte por afogamento. A
intencionalidade cede lugar à ação meticulosamente dirigida a eliminar qualquer suspeita
de risco que ponha em perigo o indivíduo. Qualquer passeio pela mata, pois, torna-se
algo custoso e que exige a compra de equipamentos especiais para conforto e segurança
do indivíduo. Qualquer pessoa que desafie a ‘verdade dos riscos’ e se dê mal, será notícia
de jornal e um exemplo a não ser seguido.
Desde as épocas mais remotas da sua existência, o ser humano buscou interpretar
os “sinais” da natureza como algo fundamental para a sua sobrevivência. As águas, as
rochas e as matas influenciaram o imaginário e a visão de mundo de diferentes culturas.
Cada ‘pedaço’ da natureza, pois, possui uma ‘história ancestral’, e o seu legado é deixado
a cada geração de humanos que darão novos sentidos e significados. A natureza tem
duplo sentido: ela é, ao mesmo tempo, bela e perigosa; representa a vida (o berço) e a
morte (o túmulo) dos seres humanos (SCHAMA, 1996). Talvez seja este paradoxo que,
quando em meio à natureza, causa as alterações sensíveis nas percepções humanas que
provocam uma experiência significativa da existência, que leva o indivíduo a refletir sobre
si mesmo e o mundo circundante.
A perda desta ‘totalidade da experiência’ é a consequência desse processo
histórico-social onde a fragmentação do mundo ocidental, engendrada pela racionalização
científica, pela valorização do conhecimento objetivo e pelo avanço tecnológico,
promoveram o suposto controle da natureza e o controle do humano. A percepção
subjetiva do mundo natural deixou de ter significado e o indivíduo contemporâneo não
enxerga mais nenhum vínculo entre o seu corpo biológico e a natureza, como se ele não
mais pertencesse ao mundo natural (MARRAS, 1999).
A natureza, com suas paisagens ‘fantásticas e paradisíacas’, é a razão de ser da
existência humana. Na natureza, os desejos e as dúvidas do ser humano misturam-se
aos seus sonhos mais sublimes e aos seus pesadelos mais tenebrosos. Por ser
‘fantástica’ e, ao conhecê-la, a natureza torna-se ameaçadora, uma realidade implacável
a todo e qualquer ser humano que ouse desafiá-la (TORGA, 1996). A natureza é, pois, o
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cenário “real” onde o drama da história se desenrola, enquanto os seres humanos – que
se arrogam dominá-la – surgem e desaparecem na efemeridade dos acontecimentos
mundanos. Mas a natureza, apesar de tudo, persiste.
Não pretendemos fazer apologia ao ‘retorno à natureza selvagem’ como o melhor
modo de viver; tampouco execrar a Ciência e a Tecnologia. Porém, de refletir criticamente
sobre a relação do indivíduo contemporâneo com o mundo natural que, cada vez mais, é
marcada tanto quanto pelo objetivismo científico como pela exploração do mercantilismo
cultural expressos pela utilização crescente da tecnologia que, ao mediar tal relação,
contribui para retirar a intencionalidade desse contato.
O padrão de atividades, os papéis sociais e as relações interpessoais vivenciados
pelos indivíduos no ambiente natural, portanto, não provoca mais o convite a uma
interação com a natureza de modo espontâneo e criativo. A qualquer tentativa de
“experimentar por si” a complexidade do mundo natural, logo um conjunto de normas
estão prontos para inibirem o comprometimento do indivíduo com a natureza, sufocando o
seu pleno desenvolvimento enquanto ser humano (BROFENBRENNER; 2002). Tudo se
passa de um modo superficial, direcionado e controlado, de modo a não causar maiores
consequências ao indivíduo ou à sociedade. Em muitas dessas “aventuras ecológicas”, o
máximo que se permite de ‘intencionalidade’ é colocar os pés na água... Desde que no
riacho certo.
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RIO CLARO/ SP – BRASIL
AS ATIVIDADES FÍSICAS NA NATUREZA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
Raoni Perrucci Toledo Machado
Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, Brasil
[email protected]
RESUMO
A cidade de Lavras, localizada no sul de Minas Gerais, possui ao seu redor muitas
localidades ainda pouco exploradas tanto em relação as atividades físicas na natureza,
quanto ao potencial ecoturistico da região. Dado esta importante característica regional, o
Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Lavras (DEF/UFLA)
procura oferecer aos seus graduandos oportunidades para que desenvolvam
conhecimentos e experiências nesta área, o que os incentivaria a desenvolver atividades
visando este mercado de trabalho, carente por profissionais. Para tanto, como
componente curricular obrigatório para os cursos de Bacharelado e Licenciatura em
Educação Física, o DEF oferece uma disciplina de dois créditos denominada “Esportes
Individuais IV- Atividades Físicas na Natureza”, cujo objetivo é dar conhecimento das
possibilidades destas atividades aos graduandos através da apresentação das
características especificas destas atividades, do desenvolvimento de conceitos envolvidos
e de experiências práticas em algumas modalidades. Para os alunos do Bacharelado,
ainda existe a disciplina obrigatória de “Aprofundamento em Esportes Individuais IVAtividades Físicas na natureza”, onde o objetivo principal é refletir sobre as características
das atividades físicas na natureza, desde o contexto sociocultural da época em que
começaram a se desenvolver até a compreensão das variadas formas que ela pode ser
encarada, culminando com uma intervenção livre e criativa apresentada ao final do
semestre. O DEF oferece também aos seus alunos o Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação a Docência (PIBID), o qual dentro de suas atividades faz parte do programa a
Educação Ambiental, que foi trabalhada pelos graduandos do DEF em escolas publicas
da cidade, levando aos estudantes do ensino fundamental um pouco do conhecimento
que adquiriram na Universidade, ao mesmo tempo em que desenvolveram atividades
criativas de intervenção, aproximando as atividades físicas na natureza e a educação
ambiental das escolas publicas de Lavras. Associado a isso, temos dentro da
Universidade um grupo de praticantes de Slack Line, que além de praticarem suas
habilidades, oferecem ela como atividade livre e voluntária aos estudantes na hora do
almoço e no final da tarde. Temos também dois muros de escalada indoor que são
utilizados pelos alunos como atividade livre, e por um grupo regular de alunos e
professores que desejam treinar especificamente esta modalidade. Temos também uma
trilha de mountain bike de 2,6km, uma trilha de terra de cerca de 7 km para corrida e
caminhada ecológica, com algumas variações de percurso. Acreditamos que o
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oferecimento destas vivências dentro das varias possibilidades de sua prática dentro do
próprio campus universitário, o DEF/UFLA está contribuindo de uma forma bastante
positiva para o desenvolvimento de profissionais envolvidos com as atividades físicas na
natureza.
Palavras-chave: Atividades físicas, Natureza, Educação.
Introdução
A cidade de Lavras, localizada no sul de Minas Gerais, possui ao seu redor um
ambiente bastante propicio às praticas de atividades físicas na natureza, quer seja sob
uma forma mais competitiva, ou simplesmente de lazer. Existem na região algumas
cidades próximas, que possuem um rico patrimônio natural ainda pouco explorado. Em
Carrancas, por exemplo, uma pequena cidade com cerca de 4.000 habitantes, distante
pouco mais de 50 quilômetros de Lavras, temos cerca de 60 pontos de atrativos naturais,
tais como cachoeiras, serras, grutas e poços, que além das variadas opções de lazer,
permitem a pratica de diversas modalidades esportivas. Luminárias, outra cidade
localizada a menos de 40 quilômetros de Lavras, com pouco mais de 5.000 habitantes, é
também bastante privilegiada em seu patrimônio natural, contando com trilhas e
cachoeiras de relativo fácil acesso aos ecoturistas e aventureiros que queiram conhecer a
região. A cidade de Lavras em si, é bastante rica em trilhas que cortam suas serras,
oferecendo muitas possibilidades de atividades para os moradores e estudantes da
região.
Por conta dessa característica bastante peculiar da região, a Universidade Federal
de Lavras (UFLA), através do seu Departamento de Educação Física (DEF), procura
oferecer condições para que seus alunos possam ocupar de forma profissional essa
demanda de mercado, que hoje se encontra pouco explorada. As possibilidades de
formação vão desde duas disciplinas obrigatórias até vivências de atividades voluntárias
realizadas por grupos de praticantes dentro do próprio campus universitário.
Objetivos do estudo
Este relato de experiência tem como objetivo mostrar o que tem sido feito pelo
DEF/UFLA em relação as atividades físicas na natureza, com o intuito de contribuir para o
incentivo de outras ações semelhantes, e principalmente de montar uma rede de
comunicação que permita o intercambio de informações com pesquisadores de diferentes
localidades, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento de pesquisas e ações
práticas relacionados a esta área.
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Método
Este trabalho será um relato de experiência, descrevendo as ações relacionadas
com as atividades físicas na natureza na Universidade Federal de Lavras.
Resultados
Os cursos de Bacharelado e Licenciatura em Educação Física possuem uma
disciplina obrigatória de 2 créditos chamada “GFD160 – Esportes Individuais IV –
Atividades Físicas na Natureza” que é oferecida no 6º e 8º período respectivamente, e
que procura desenvolver nos alunos vivencias práticas de algumas modalidades, e
conhecimento dos principais conceitos envolvidos, possibilitando que os alunos
visualizem de forma bem clara a intersecção entre o educador físico e as atividades
físicas na natureza. Realizamos caminhadas ecológicas em Carrancas e Luminárias, além
de uma trilha de 7km localizada em um parque da cidade, organizamos uma prova de
orientação de regularidade na trilha de aproximadamente 6km dentro do campus
universitário, assim como o arvorismo, o rapel e o slack line, e agora também a escalada
indoor dentro da própria Universidade. Associado a isso, procuramos mostrar as politicas
públicas relacionadas ao Ecoturismo e a Educação Ambiental, assim como a
interiorização de seus conceitos para que sejam aplicados nas aulas práticas.
O DEF também oferece uma outra disciplina de 2 créditos, chamada “GFD186 –
Aprofundamento em Esportes Individuais IV – Atividades Físicas na Natureza”, que é
obrigatória para os alunos do Bacharelado no 8º período, mas que pode ser cursada
como eletiva para os alunos da Licenciatura. Nesta, como os alunos já estão quase se
formando, procuramos desenvolver uma capacidade de visão critica em relação as
atividades físicas na natureza, estimulada através de resenhas de filmes que ilustram o
contexto sociocultural em diferentes momentos da pratica do surf (Riding Giants e Step
into Liquid), e por uma caminhada noturna na trilha dentro da UFLA. Além das discussões
sobre os pontos centrais destes dois filmes, os alunos no final do semestre apresentam
em grupo uma proposta de aula livre relacionada ao tema, cada qual desenvolvendo uma
atividade dentro do assunto que tenha mais afinidade.
Associado a estas disciplinas obrigatórias contidas na grade curricular, os alunos
ainda tem uma ampla gama de possibilidades para desenvolverem interesses e
competências nas atividades físicas na natureza. Em uma outra ação, realizada através
do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência) durante o primeiro
semestre de 2011, o tema escolhido para ser trabalhado entre os alunos do DEF e
estudantes do ensino fundamental de uma escola da rede pública do município de Lavras
foi o de Educação Ambiental. Para isso, realizamos uma palestra inicial para despertar o
interesse dos estudantes, e foi pedido para que montassem uma árvore-mural com frases
sobre a temática ambiental, que foi sendo desenvolvida durante o semestre. Durante esse
processo, levamos o pessoal da ACAMAR, que é a empresa responsável pela coleta
seletiva de lixo na cidade, para conscientizar as crianças sobre essa atividade, inclusive
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demonstrando utilidades para estes materiais o que culminou com a manufatura de
utensílios para uma peça de teatro que foi apresentada na praça central da cidade
durante um evento da semana do meio ambiente, juntamente com a arvore-mural
produzida pelos alunos. Além disso, os alunos em pequenos grupos realizaram uma
caminhada ecológica na trilha da UFLA, na qual foram desenvolvidos alguns conceitos
pelos graduandos do DEF, ajudando estas crianças e se sentirem mais pertencentes ao
meio ambiente em que vivem. Além de termos tidos um resultado bastante positivo com
as crianças, os alunos do DEF tiveram uma oportunidade bastante interessante de
desenvolver sua criatividade com essa temática dentro da escola, podendo levar isso a
diante em suas vidas profissionais.
No final de 2011, foi aprovada a construção de dois muros de escalada indoor, que
tiveram suas inaugurações no principio de 2012. Um deles está localizado no prédio do
DCE com aproximadamente 8 metros de altura por 5 de largura, sendo de
responsabilidade desta instituição, possuindo sempre um monitor para que quem quiser
possa ir lá e, sem custos, praticar a escalada em seus horários livres. O outro está
localizado dentro do ginásio do DEF, com 6,50 metros de altura por 4,70 de largura, e
outra parte com a mesma altura, mas com uma largura de apenas 1,50 metros, possuindo
diferentes graus de dificuldades, o que incentivou a criação de um grupo de escalada
esportiva constituídos por alunos do DEF, que além de realizar treinamentos específicos,
auxiliam outros alunos e professores para que possam conhecer e desenvolver interesse
pela modalidade, assim como na elaboração de pesquisa e de uso dentro de programas
de extensão universitária, favorecendo a formação de profissionais bem preparados para
trabalhar com esta modalidade.
Temos também um grupo de alunos que pratica o Slack Line regularmente na hora
do almoço e no final da tarde, montando a fita em arvores localizadas em frente a cantina
central de Universidade, de fácil acesso e de grande visibilidade para todos os alunos e
professores que manifestem curiosidade e queiram experimentar esta modalidade. O
grande numero de praticantes, regulares ou não, incentivou a realização de duas
pesquisas de iniciação científica, o que certamente contribuirá para os conhecimentos que
temos desta nova modalidade, ainda pouco conhecida no Brasil, mas bastante divulgada
na UFLA.
Outro grupo de alunos pratica o Mountain Bike propriamente dito, e para
melhorarem suas habilidades desenvolveram uma trilha de 2,6 quilômetros bastante
técnica, que além de servir para a pratica e treinamento para estes atletas, recebe
algumas competições regionais, sendo aberta para quem quiser experimentar.
Dentro do campus ainda, existe uma trilha, denominada “Trilha das Lagoas”, que
possui aproximadamente 7 quilômetros e contém algumas variações de percurso que
podem aumentar essa distancia. Essa trilha é bastante agradável de ser feita, é
relativamente aberta (pode-se andar de carro por ela), e é usada para caminhadas,
corridas, mountain bike, e para a realização de corridas de orientação. É ideal para quem
gosta de contato com a natureza e não possui uma grande aptidão física.
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Considerações Finais
A UFLA recebe alunos provenientes de diferentes cidades da região sul-mineira
que possuem um rico patrimônio natural, propício ao ecoturismo e às praticas de
atividades físicas na natureza, que no entanto, ainda são pouco exploradas. Acreditamos
que o oferecimento de vivências, tanto teórico como práticas, relacionadas às suas varias
possibilidades dentro do próprio campus universitário nos níveis de pesquisa, ensino e
extensão, o DEF/UFLA está contribuindo de uma forma bastante positiva para o
desenvolvimento de profissionais envolvidos com as atividades físicas na natureza.
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ATIVIDADES DE AVENTURA COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA PARA AS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA
Glaucia Guiulia Costa Pereira, Alex Fabiano Santos Bezerra
Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Maranhão, Brasil
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RESUMO
A pesquisa Atividades de aventura como prática pedagógica para as aulas de Educação
Física, objetivou analisar a prática das atividades de aventura como conteúdo das aulas
de Educação Física Escolar para alunos do Ensino Fundamental. Especificamente,
caracterizou-se a aplicação de atividades de aventura como conteúdo das aulas de
Educação Física Escolar, fomentando a consciência sócio ambiental nos alunos, e
proporcionando atividades de aventura na natureza como conteúdos do lazer e educação
nas aulas de Educação Física. A metodologia envolveu uma abordagem qualitativa
utilizando-se o método da pesquisa-ação com alunos de uma turma de Ensino
Fundamental da Escola UEB Artur Azevedo. Como instrumento utilizou-se a observação
participante, pois o pesquisador desempenhou um papel ativo na situação investigada,
documentada através de fotos, vídeos, um diário de práticas e questionário aplicado aos
alunos. Os resultados apontaram que o desenvolvimento do tema despertou nos alunos
grande interesse em participar das atividades propostas, e que segundo eles tais práticas
contribuíram para fomentar uma reflexão a cerca da consciência ambiental, considerando
também, serem práticas relacionadas com o lazer. Conclui-se que o desenvolvimento de
novos temas nas aulas de Educação Física causam um enriquecimento no aprendizado
de forma geral (motor, cognitivo e social), proporcionando novas descobertas aos alunos.
Palavras-chave: Educação Física Escolar. Esporte. Aventura.
Introdução
O esporte de forma geral é um fenômeno que se manifesta entre os povos de
diferentes classes sociais, raças e culturas, tornando-se um importante agente
socializador, lúdico e de aprendizagem ao longo de sua trajetória (VIEGAS, 2011, p. 9).
Dentre uma das dimensões do esporte, esta pesquisa intitulada Atividades de
aventura como prática pedagógica para as aulas de Educação Física aborda uma que
vem ganhando cada vez mais espaço, enganando-se quem a considera ser recente - a
prática de esportes na natureza. Discussões como sua relação com o meio ambiente,
lazer e turismo tem permeado essa prática.
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Além das possibilidades citadas, as modalidades de aventura mostram-se
como grande ferramenta para a educação como conteúdo das aulas de Educação Física
Escolar, tornando-se sua inserção possível nas mais diversas realidades escolares
encontradas atualmente.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS, 1998) reforçam que através do
tema transversal Meio Ambiente para a Educação Básica torna-se possível a transmissão
de comportamentos de respeito e de preservação do meio natural, assim como a
aprendizagem e vivências diferenciadas do esporte convencional, que ainda, mantém sua
hegemonia nas aulas de Educação Física escolar no país.
A partir desses pressupostos, o referente estudo desenvolvido por meio do
método da pesquisa-ação, realizado com uma turma do 9º ano do Ensino Fundamental,
no qual através da observação participante considerou-se o comportamento dos alunos
frente o oferecimento do conteúdo atividades de aventura, tanto prático quanto teórico,
inseridos nas aulas de Educação Física. Tais procedimentos foram baseados na
relevância em mostrar que é possível o trabalho do conteúdo esporte de aventura no
âmbito escolar e que os professores podem lançar mão desta prática pelo seu grande
valor educativo.
A partir da pesquisa foi possível detectar os pontos positivos da inserção desse
conteúdo e quais os aspectos que devem se tomar cuidado, o que facilitará o modo de
trabalho e o oferecimento das modalidades esportivas de aventura na escola.
Objetivos
Analisar a prática das atividades de aventura como conteúdo das aulas de
Educação Física Escolar para alunos do Ensino Fundamental.
Objetivos específicos
Caracterizar a aplicação de atividades de aventura como conteúdo das aulas
de Educação Física Escolar;
Fomentar a consciência sócio ambiental nos alunos através das atividades de
aventura,
Proporcionar atividades de aventura na natureza como conteúdos do lazer e
educação nas aulas de Educação Física.
Metodologia
A pesquisa foi realizada na Escola UEB Artur Azevedo do Ensino Fundamental,
localizada no bairro de Pedrinhas, zona rural da cidade de São Luís – Maranhão no
período de setembro a novembro de 2011.
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O estudo envolveu uma abordagem a pesquisa qualitativa com uso do método
da pesquisa-ação. Na pesquisa-ação há uma ampla e explícita interação entre
pesquisadores e pessoas implicadas na situação investigada. (THIOLLENT, 2008).
Os sujeitos investigados foram todos os 24 alunos pertencentes ao 9º ano, da
Escola UEB Artur Azevedo. Tais sujeitos foram escolhidos devido às características
contextuais da escola, já que a mesma situa-se na zona rural e seus integrantes mantêm
contato constante com a natureza e praticam a agricultura de subsistência. Além disso, a
escola está situada em um espaço natural propício a prática de esportes de aventura.
Os dados da pesquisa foram coletados através da observação participante,
pois o pesquisador desempenhou um papel ativo na situação investigada, já que esteve
presente no desenvolvimento das ações trabalhadas nas aulas de Educação Física.
Tais aulas foram documentadas, através de fotos, vídeos e um diário de
práticas, material este que serviu para analisar as respostas ao estímulo dos alunos frente
à participação em tais atividades. Também, foi aplicado ao final de todo trabalho
desenvolvido um questionário semiestruturado direcionado aos alunos.
Resultados
A análise e discussão dos resultados pautaram-se nas observações
participantes da pesquisadora realizadas durante as aulas do tema atividades de aventura
e nas respostas dos alunos adquiridas através do questionário aplicado.
Caracterização das Atividades de Aventura na Escola
As atividades desenvolvidas no campo de pesquisa compreenderam visitas
diagnósticas a escola objetivando conhecer seus alunos, sua estrutura física e a
comunidade que a cerca. Logo, estabeleceu-se contato com a turma escolhida - 9º ano da
escola Artur Azevedo. Os alunos ficaram animados com a ideia de terem a oportunidade
de conhecerem e praticarem algumas atividades de aventura, pois seria uma experiência
diferente do que eles já haviam vivenciado nas aulas de Educação Física.
Realizado este primeiro contato, deu-se inicio a aplicação das atividades
propostas, sendo a primeira delas uma aula expositiva explicando sobre o conteúdo
atividade de aventura que seria trabalhado nas aulas de Educação Física, suas
definições, classificações, objetivos, valores empregados na prática das atividades de
aventura e relacionar atividades de aventura com a natureza e com lazer. Nesta aula
percebeu-se que os poucos alunos que tinham conhecimento a cerca do que seria as
atividades de aventura, souberam apenas associar essas atividades a sensações de
perigo, medo, adrenalina e emoção. De fato, Teixeira (2005, p. 20) afirma que “a prática
dos esportes de aventura permitem que o praticante confronte-se com ele próprio,
superando limites, ultrapassando barreiras e vencendo desafios”.
A segunda atividade proposta foi à exposição de vídeos que mostravam
diferentes atividades de aventura, com relatos de pessoas que são praticantes e
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indivíduos iniciantes no esporte, objetivando proporcionar aos alunos o conhecimento de
como é a prática de algumas dessas atividades e para instigar a vontade de realizar tais
atividades demonstradas. Em todas as exibições, comentários e questionamentos eram
proferidos pelos alunos o que demostrava as expectativas dos mesmos a respeito das
atividades de aventura e das aulas que seriam realizadas posteriormente. Aguçou o
imaginário, mostrando que já estavam envolvidos com o trabalho que estava sendo
proposto. Percebe-se também que despertou conflitos internos.
Ministradas as aulas teóricas a respeito do conteúdo, ocorreu a realização das
vivências práticas que foram pensadas de acordo com a realidade da escola e os espaços
arredores disponíveis e seguros. As atividades de aventura escolhidas foram um trekking,
uma corrida de orientação e atividades aquáticas.
Os trekkings são caminhada em contato com a natureza, realizadas em trilhas,
que também são conhecidas como backpacking e hiking. (PAIXÃO; COSTA, 2009). Ao
trekking proposto aos alunos da escola pesquisada, denominou-se trekking informativo,
com o objetivo de fomentar a reflexão dos alunos a respeito do lugar onde habitam e
quanto à preservação dos ambientes naturais que cercam as proximidades de suas
residências. O maior desafio da pesquisadora ao propor esta atividade foi o fato das
trilhas escolhidas para o percurso serem de conhecimento dos alunos, pois é nelas que
realizam a maioria de suas atividades diárias. Por esse motivo, a princípio houve
relutância dos alunos em realizar a atividade. Como este tipo de comportamento já era
esperado, para a superação desse desafio foi lançado mão no planejamento da atividade
que seriam realizados questionamentos ao longo do percurso, levando aos alunos uma
reflexão acerca da utilização daquela trilha e a importância da mesma para o cotidiano
deles. Adotando este tipo de estratégia para tornar a atividade diferente, prazerosa e
capturar a atenção dos alunos, percebeu-se ao longo da atividade que a turma estava
envolvida, fazendo questionamentos e comentários que contribuíam para a proposta
lançada que era de refletir. Houve muita troca de informações e de experiências.
A outra atividade proposta foi uma corrida de orientação, que consiste em uma
corrida realizada em ambiente natural, apenas com os pontos de partida e chegada
definidos. Postos de controle são espalhados pelo percurso. Utiliza-se mapa e bússola
para orientação (PAIXÃO; COSTA, 2009). Para tornar a atividade mais lúdica denominouse de caça ao tesouro. A tarefa teve a utilização de mapas confeccionados pela
professora, nele estavam contidos lugares de referência, onde seriam realizadas provas.
Tal atividade teve por objetivo proporcionar aos alunos a vivência de uma modalidade de
aventura utilizando os recursos naturais disponíveis no bairro.
O comportamento dos alunos foi além do esperado, era nítida toda a atenção
e concentração destinada à execução das provas. Os alunos elaboraram grito de guerra,
deram nomes as equipes o que mostravam o entusiasmo deles com a atividade.
Percebeu-se que apesar da competitividade, estavam todos instigados a participar, pois
as tarefas estavam acessíveis a todos, não precisou que os alunos tivessem nenhuma
habilidade especifica para realizá-las. A equipe reunia-se para bolar estratégias e
desvendar as pistas, não há dúvida de que houvesse diversão.
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Para a ultima vivência foi escolhida uma atividade no lago que se localizava
nas proximidades da escola pesquisada, objetivando permitir aos alunos a vivência de
atividades de aventura no ambiente aquático. Adaptou-se técnicas de amarração de
cordas em árvores, para que os alunos realizassem travessia sobre elas tentando se
transpor de uma borda a outra do lago. As tarefas foram a preguiça e a do cabo
submerso. Por ser uma atividade aquática, todos os alunos tiveram vontade de participar,
apesar do medo de alguns, estavam dispostos a executar a proposta das atividades.
Após o desenvolvimento do trabalho das atividades tanto teóricas quanto
práticas, um questionário foi aplicado aos alunos para debaterem sobre o que
vivenciaram.
Através do discurso dos alunos percebeu-se que apesar dos mesmos
estarem acostumados com o ambiente natural, devido às características do bairro onde
os alunos moram (cercados por áreas verdes), as atividades foram atrativas o suficiente
para motivar a participação nas atividades propostas. Tendo despertado um olhar
diferente para os espaços que o cercam, mostrando possibilidades de praticas nesses
espaços localizados próximo de onde tais alunos residem. O que proporciona a fuga da
rotina de uma sala de aula ou de uma quadra, ou seja, atingindo suas expectativas.
.
Atividade de Aventura e sua Relação com o Meio Ambiente
Observou-se através do discurso dos alunos que 100% dos participantes da
pesquisa consideraram que a prática de atividade de aventura na natureza, permite ao
praticante o incentivo a construção de uma consciência sócio ambiental.
As atividades de aventura por serem práticas realizadas geralmente no
ambiente natural podem levar para as aulas de Educação Física, a discussão de temas
relacionados à Educação Ambiental.
Essas discussões permitem que o aluno reflita quanto as suas atitudes em
relação ao meio ambiente. O que dependerá da prática do professor, do modo como ele
conduz a atividade.
Nessa perspectiva, o potencial educativo dessas atividades de aventura junto à
natureza parece ser muito extenso, principalmente porque facilita situações
educativas em experiências pouco habituais para os participantes, possuindo um
forte caráter motivador, carregadas de emoção, de significado e de intenção.
(PEREIRA; MONTEIRO, 1995 apud MARINHO; SCHWARTZ, 2005, p. 6).
Os alunos do 9º ano puderam perceber através das práticas de atividades de
aventura, a importância do ambiente natural para os indivíduos e que essas se tornam
muito mais prazerosa devido serem realizadas nesse ambiente natural.
Atividades de Aventura enquanto Conteúdo das Aulas de Educação Física
A proposta do trabalho de atividades de aventura nas aulas de Educação
Física permitiu aos alunos da escola pesquisada ampliar ainda mais seus conhecimentos
a cerca da Educação Física. Na maioria das vezes percebe-se que os alunos resumem
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esta área de conhecimento a práticas de esportes tais como futebol, handebol, e a outras
práticas corporais realizadas em quadra. Supõe-se que este fato ocorre devido a
condutas dos professores em privilegiarem o ensino do esporte nas aulas de Educação
Física ou por essas práticas estarem geralmente em destaque na mídia, incutindo nos
alunos o desejo de praticar somente essas.
Sabe-se da dificuldade de se incluir novos conteúdos, tendo que superar barreiras,
como o enraizamento das práticas esportivas, havendo dúvidas se as praticas incluídas
serão aceitas ou não pelos alunos. Porém, não resta dúvidas em se dizer que o
aprendizado é pautado nas descobertas, estando os alunos dispostos a adquirir novos
conhecimentos.
Conclusão
Constatou-se na pesquisa que as práticas de atividades de aventura obtiveram
aceitação notória por parte dos alunos da escola pesquisada, por terem um caráter
inovador, despertando um novo olhar há novas possibilidades de prática esportiva e
estando os alunos sempre dispostos a realizarem as atividades. Este fato se alega devido
às atividades de aventura possuir o caráter de atividades praticadas em um ambiente que
foge aos parâmetros tradicionais das aulas de Educação Física, possibilitando aos alunos
interesses diversificados em conhecer a proposta enquanto conteúdo.
Os alunos observaram que por serem práticas realizadas, em sua maioria na
natureza, promovem a aproximação do homem com meio, fazendo com que ele reflita a
respeito das suas atitudes para com os ambientes naturais, fomentando consciências
ecológicas através das atividades.
Os alunos detectaram que mais um motivo para se inserir as atividades de
aventura nas aulas de Educação Física, é propor novas práticas de lazer aos alunos,
permitindo a eles reflexão quanto às atividades realizadas no seu momento livre.
Considera-se importante a presença das atividades de aventura na escola, por
essas práticas serem permeada de valores intrínsecos, tais como: respeito às diferenças
e limites do outro, cooperação, desenvolvimento de diversas habilidades motoras,
superação dos próprios limites, entre outros. Por fim, conclui-se, que o desenvolvimento
do conteúdo atividade de aventura apresenta muitas possibilidades pedagógicas de
trabalho aos professores de Educação Física em suas aulas. E que são passíveis de
serem adaptados a qualquer realidade escolar.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério Da Educação E Do Desporto Secretaria do Ensino Fundamental. PCN
- Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física - MEC/SEF, 1998. Disponível
em: <www.portal.mec.gov.br>. Acesso em: 02 jul. 2011.
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MARINHO, Alcyane; SCHWARTZ, Gisele Maria. Atividades de aventura como
conteúdo da educação física: reflexões sobre seu valor educativo. Revista Digital Buenos Aires - Ano 10 - N° 88 - Setembro de 2005. D isponível em:
<www.efdeportes.com>. Acesso em: 06 jul. 2011.
PAIXÃO, Jairo Antônio da; COSTA, Vera Lucia de Menezes. Esporte de aventura e
turismo de aventura: aproximações e distanciamentos. Buenos Aires - Ano 14 - Nº 139,
dez/2009. Disponível em: <www.efdeportes.com/efd139/esporte-de-aventura-e-turismo-de
aventura.htm>. Acesso em: 28 set. 2011.
TEIXEIRA, Joanna Pitombo. Esporte de aventura e meio ambiente: Tematizando esses
conhecimentos na educação física. 2005. 37 f. Monografia (Licenciatura) - Curso de
Educação Física, Departamento de Educação Física, Faculdade Social da Bahia,
Salvador, 2005.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa ação. 16. Ed. São Paulo: Cortez, 2008.
VIÉGAS, Saniely Lumena. Esporte Participação na comunidade universitária UFMA.
2011. 58 f. Monografia (Licenciatura) - Curso de Educação Física, Departamento de
Educação Física, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2011.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
DE 6 A 8 DE JULHO DE 2012
RIO CLARO/ SP – BRASIL
ESPORTE DE AVENTURA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Paulo Tiago Oliveira Alves, Raimundo Erick de Sousa Agapto, Jonas Jandson Alves
Oliveira, Luciano das Neves Carvalho
Instituto Federal de Educação e Tecnologia do Ceará – IFCE – Campus Juazeiro do Norte
[email protected]
RESUMO
O presente estudo tem como OBJETIVO descobrir a opinião de escolares acerca da
inclusão dos esportes na natureza nas aulas de Educação Física, mais precisamente do
tema Montanhismo, enfatizando fatores como o grau de importância que os discentes
atribuem a tal conteúdo. A pesquisa caracteriza-se como um estudo descritivoexploratório, onde se busca descrever o fenômeno. Tipo de campo. Foi composta por
onze alunos do ensino técnico de uma instituição federal da cidade de Juazeiro do Norte.
O questionário utilizado para obtenção de dados foi desenvolvido por Franco (2008)
constando de 20 questões relacionadas ao Montanhismo. a maior parte dos discentes
“concorda” com a presença do montanhismo nas aulas de educação física escolar na
questão 2 por exemplo (45,5%) referente a importância do montanhismo nas aulas. Foi
perceptível que quanto a estrutura para as praticas os alunos responderam em sua maior
parte considerar “regular” q9 quanto ao espaço, o qual a escola dispunha para aquelas
atividades. Concluiu-se a partir dos resultados, a ampla aceitação de atividades físicas de
aventura na educação física escolar, através dos conteúdos do montanhismo. Mesmo
sabendo que nem todas as escolas têm infra-estrutura necessária para desenvolver
vivencias sobre o montanhismo é muito importante destacar que a juventude anseia por
novas práticas, novos conceitos mais do que somente esportes com bolas. Sobrepondo a
monocultura do futebol imposta pelos meios de comunicação de “massa”. De forma geral
os discentes afirmaram, 54,5% na q15 responderam que o professor consegui fazer
ligações dos conteúdos propostos com outras disciplinas.
Palavras-Chave: Aventura, Inclusão, Educação Física.
Introdução
A Educação Física no que diz respeito ao contexto escolar atua de maneira geral
numa abordagem onde os esportes coletivos, até mesmo por uma questão cultural, são
os conteúdos predominantemente contemplados nas aulas, o que acaba colaborando
para a falta de motivação de parte dos alunos não tão habilidosos, ocasionando uma
evasão nas aulas práticas.
Segundo Peixoto & Ulasowicz (2004), Ainda hoje, apesar do surgimento de novas
abordagens para a Educação Física (desenvolvimentista, crítico superadora,
cinesiológica), persiste o modelo esportivizado, e parece muito difícil desvencilhar-se
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desse legado. Ao mesmo tempo que o esporte está fortemente arraigado à vida escolar,
as discussões sobre outros modelos de Educação Física acontecem somente no plano
acadêmico, não alcançado os professores nas salas de aula efetivamente.
“A principal conseqüência desse modelo esportivizado da Educação Física
é que, ao não atingir os objetivos propostos (melhorar a aptidão física dos
estudantes), torna-se uma disciplina obsoleta e desinteressante, levando à
grande evasão, sobretudo dos alunos das últimas séries do ensino
fundamental e de todo o ensino médio”. (Peixoto & Ulasowicz, 2004)
No entanto, nos últimos anos nota-se o crescimento das modalidades de Esportes
relacionados à natureza, como a Escalada, Rapel e Caminhadas em trilhas, e a Educação
Física também foi incluída nesse contexto, uma vez que as práticas esportivas com
características de aventura e realizadas junto à natureza exigem, como enfatiza Costa
(2000), de seus participantes certo nível de aptidão física, bem como a expressão de
saúde e bem estar.
De acordo com Agapto & Pereira, (2011) atualmente os cursos de Licenciatura em
Educação Física no Brasil, como também alguns países da Europa e América Latina têm
em sua grade curricular a disciplina de Esportes de Aventura, que trazem nas ementas
conteúdos do montanhismo que geralmente são adaptados as regiões em que os cursos
são ofertados. Demonstrado assim um inicio de aceitação pelo ambiente acadêmico.
Temos até então desconhecidos como “Montanhismo de Mínimo Impacto” e
atividades como rapel e escalada, previamente conhecidas apenas por um público restrito
de praticantes, passaram a figurar com mais freqüência nas aulas dessa disciplina,
permitindo, segundo Pimentel (2010) uma fuga da concepção do esporte centrado nos
moldes olímpicos, aproximando-o de práticas corporais variadas e relacionadas à
natureza. A presente pesquisa discute a inclusão do montanhismo como conteúdo da
Educação Física Escolar, tomando por base a experiência em sala de aula realizada
durante o período de Janeiro à Julho de 2011, com os alunos do Curso Técnico Integrado
em Eletrotécnica do Instituto Federal do Ceará, campus Juazeiro do Norte. Dentre os
conhecimentos do montanhismo, foram abordados durante as aulas os conteúdos de
Trekking (Caminhada em Trilhas Ecológicas), Escalada, Rapel e Corrida de Aventura.
Diante dos fatos expostos, o presente estudo tem como OBJETIVO descobrir a
opinião de escolares acerca da inclusão dos esportes na natureza nas aulas de Educação
Física, mais precisamente do tema Montanhismo, enfatizando fatores como o grau de
importância que os discentes atribuem a tal conteúdo, a forma como ele é trabalhado pelo
professor, além de questões relacionadas à disponibilidade de espaços e equipamentos
apropriados para a prática desses esportes, bem como o reflexo que tais vivências
proporcionaram na vida dessas pessoas.
No âmbito escolar, mas precisamente nas aulas de Educação Física, o
Montanhismo pode ser trabalhado também nesse sentido de promover uma sensação de
bem – estar, onde “corpo e mente devem ser entendidos como componentes que
integram um único organismo” (FREIRE, 2006) através da vivência de esportes com teor
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aventureiro como Rapel, Escalada, Trekking, Mountain Bike, Camping, quando se dispõe
de equipamentos e materiais necessários para estas práticas, e a existência de
profissionais especialistas nesse assunto.
Materiais e Métodos
A pesquisa caracteriza-se
caracteriza
como um estudo descritivo-exploratório,
exploratório, onde se busca
descrever o fenômeno. Tipo de campo. O estudo assume essas características por
explorar um fenômeno de difícil controle sobre as variáveis. Do tipo de corte transversal.
(THOMAS e NELSON, 2007). Foi composta por onze alunos do ensino técnico de uma
instituição federal da cidade de Juazeiro do Norte – CE. Todos os discentes envolvidos na
amostra já tiveram o conteúdo Montanhismo contemplados nas
nas aulas de Educação Física,
sendo este fator considerado como critério de inclusão no trabalho.
O questionário utilizado para obtenção de dados foi desenvolvido por Franco
(2008) constando de 20 questões relacionadas ao Montanhismo. Com escala de 1 a 4
indo
do desde “discorda” à “concorda plenamente”. O questionário teve o intuito de abordar
três temas: 1º sobre a presença do montanhismo na educação física escolar. 2º sobre a
infra-estrutura
estrutura da escola para a prática dos conteúdos. E 3º sobre a utilização do
montanhismo
ontanhismo para outros ambientes fora da escola. Confeccionou-se
Confeccionou
um banco de
dados no programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 16.0 for
Windows para análise descritiva e inferencial.
Resultados e Discussões
IMPORTANCIA DO MONTANHISMO.
80,0
63,6
63,6
63,6
54,5
60,0
40,0
63,6
45,5
45,5
45,5
36,4
27,3
27,3 27,3
27,3
27,3
18,2
20,0
45,5
9,1
0,0
9,1
0
9,1
0
0
27,3
27,3
18,2
9,1
18,2
9,1
9,19,1
6
7
8
0,0
0,0
1
DISCORDA
2
3
4
CONCORDA EM PARTE
5
CONCORDA
CONCORDA PLENAMENTE
Figura.01 com a respostas das questões 01 a 08, resultados em (%)
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De acordo com o questionário, as respostas foram divididas em três campos:
inclusão do conteúdo para os alunos¹, estrutura para realização das práticas², utilização
dos conteúdos aprendidos na vida do discente³. Nesta primeira figura podem ser
observados oss resultados do campo 1.
Destacando-se
se que a maior parte dos discentes “concorda” com a presença do
montanhismo nas aulas de educação física escolar na questão 2 por exemplo (45,5%)
referente a importância do montanhismo nas aulas.
Já (63,6%) concordam que o professor aborda princípios da cidadania nas aulas. E assim
se repetindo nas diversas questões. E ainda evidencia mais marcante q1 63,6% q3 63,3%
q6 45,5% q7 45,5% e q8 54,5% “concordam plenamente” demonstrando assim que a
experiência de vivenciar conteúdos
onteúdos do montanhismo como conteúdo na educação física
escolar demonstram-se
se importantes na visão dos principais interessados, os discentes.
Nosso estudo encontra apoio no trabalho de Ferreira apud Franco,(2008) com 43 alunos
do ensino médio, e 47% “concordaram
“concordaram plenamente” com a presença do conteúdo do
montanhismo nas aulas. Se repetindo valores semelhantes nas outras questões como
exemplo: q2 42% q3 56% q4 58% citando apenas a porcentagem dos que “concordaram
plenamente”, ou seja, a maior parte da amostra.
amostr
90,9
100,0
63,6
50,0
63,6
54,5
27,3
9,1
0,0
18,2
27,3
0
0 0
9,1
0
27,3
9,1
0,0
Q9
Q10
RUIM
REGULAR
Q11
BOM
Q12
OTIMO
Figura. 02: Resposta em porcentagem (%) da infra-estrutura
infra estrutura para a realização das
práticas.
Foi perceptível que quanto a estrutura para as praticas os alunos responderam em
sua maior parte considerar “regular” q9 quanto ao espaço, o qual a escola dispunha para
aquelas atividades.Tal resultado pode ter sido fortemente influenciado, por motivo que a
instituição de ensino no referido estudo, fazer parte de uma rede federal de ensino, e
também deter um curso de licenciatura em educação física, logo trazendo
trazendo uma estrutura
privilegiada para atividades relacionadas ao “rapel” “treecking”, e “escalada”. Para os
estudantes do ensino médio. Q10 quanto a qualidade dos materiais, 54,5% consideraram
“bom”. E ainda os melhores resultados referem-se
referem
ao domínio dos conteúdos pelo
professor da disciplina.
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Na Europa, por exemplo, já são abordadas as atividades físicas de aventura como
na Espanha, de acordo com Sanches apud Franco (2008) já são tratados como uma
tendência da Educação Física na escola há vários anos.
anos
100
50
72,7
90,9
72,7
54,5
54,5
27,3 36,4
27,3 27,3
18,2
9,1 0 0
0 0
0
0
0 0 9,1
72,7
27,3
0 0,0
63,6
36,4
0 0
0
Q14
JAMAIS
Q15
Q16
DIFICILMENTE
Q17
Q18
PROVAVELMENTE
Q19
Q20
CERTAMENTE
Figura 04. Utilização dos conteúdos de montanhismo para a vida.
De forma geral os discentes afirmaram, 54,5% na q15 responderam que o
professor consegui fazer ligações dos conteúdos propostos com outras disciplinas,
objetivos estes propostos nos parâmetros
parâmetros curriculares nacionais (PCN,1998.) Que no
entanto é de difícil cumprimento, fazer as conexões entre os diversas disciplinas, pois
cada vez mais muitos professores aprofundam seus conhecimentos, e acabam por não
relacionar tais conteúdos. E sobre os aspectos da superação presentes no montanhismo
q18 a maioria 90,9% afirmou “certamente” haver a superação dos limites, nestas praticas.
Tais respostas encontram suporte nas afirmações de (TAHARA; SCHWARTZ, 2003, s/p.)
“A busca pelo prazer, pela emoção e pela aventura podem
representar importantes elementos potenciais na perspectiva de
alterações de atitudes e valores, características fundamentais
ligadas ao hábito destas práticas, capazes de interferir na
perspectiva de mudanças de estilos almejada no mundo
mun
contemporâneo.”
Considerações Finais
Este trabalho mostra a importância de novos conteúdos a serem inseridos na
educação física escolar, pois quando bem desenvolvidos, com valores e princípios de
acordo com a educação podem trazer grandes benefícios, não somente para os
estudantes, mas também para a sociedade.
A partir dos resultados, podemos considerar a ampla aceitação de atividades
físicas de aventura na educação física escolar, através dos conteúdos do montanhismo.
Mesmo sabendo que nem todas as escolas terão infra-estrutura
infra estrutura necessária para
pa
desenvolver vivencias sobre o montanhismo é muito importante destacar que a juventude
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anseia por novas práticas, novos conceitos mais do que somente esportes com bolas.
Sobrepondo a monocultura do futebol imposta pelos meios de comunicação de “massa”.
Segundo os próprios alunos, e os resultados do questionário, exemplos como o da
instituição na qual eles estudam deveriam ser seguidos por outras escolas, com a
inclusão de novas modalidades, refletindo sobre o que realmente é importante para os
discentes.
REFERÊNCIAS
AGAPTO, R. S. PEREIRA, D. M. M. NOS PERCURSOS DA MEMÓRIA: RELATO DE
EXPERIÊNCIA SOBRE O MAPEAMENTO E A CONDUÇAO DE TRILHAS NA
FLORESTA NACIONAL DO ARARIPE. Anais do VIII encontro de História Oral do
Nordeste, Teresina-PI, 2011.
FEIXA, C. La aventura imaginaria: una visión antropológica actividades físicas de
aventura em la naturaleza. Apunts: Educacion Física y Deportes, v.41, p. 36-43, 1995.
FRANCO, L. C. P. ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA NA ESCOLA: uma proposta
pedagógica nas três dimensões do conteúdo. Rio Claro - SP, 2008.
FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São
Paulo: Scipione, 2006.
PEIXOTO, João Raimundo Pereira. ULASOWICZ, Carla. Conhecimentos conceituais e
procedimentais na educação física escolar: A Importância Atribuída Pelo Aluno. Revista
Mackenzie de Educação Física e Esporte, v.3, n.3, p.63-76, 2004,. Disponivel em:
http://www3.mackenzie.com.br/editora/index.php/remef/article/viewFile/1320/1017. Acesso
em 29 Ago. 2011.
PIMENTEL, G. G. A. Lazer, esporte e natureza na Educação Física. I Congresso
Internacional de Educação Física, esporte e lazer, 2010.
SÁNCHEZ MARTÍN, R. Los usos sociales del riesgo: El deporte de aventura como
configurador de una ética de la contingencia. In: La actividad física y el deporte em um
contexto democrático (1976-1996). Pamplona, 1996.
TAHARA, A. K.; SCHWARTZ, G. M._Atividades de aventura na natureza: investindo na
qualidade de vida. Revista Digital efdeportes.com, Buenos Aires, v. 8, n. 58, Março,
2003.
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FATORES MOTIVACIONAIS PARA A PRÁTICA DE ESCALADA ESPORTIVA ENTRE
ALUNOS DO ENSINO TÉCNICO INTEGRADO DO IFCE- JUAZEIRO DO NORTE - CE
Victor Hugo Sátero Balbino, Raimundo Erick de Sousa Agapto, Francisca Liliany Feitosa
Ferreira, Grayce Gonçalves Valdevino, Luciano das Neves Carvalho
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE
Campus Juazeiro do Norte
[email protected]
RESUMO
A pesquisa teve como objetivo analisar os fatores motivacionais para a aderência e
prática da escalada esportiva, tendo como amostra os estudantes do segundo semestre
da turma de Eletrotécnica do Ensino Técnico-integrado do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Ceará, Campus Juazeiro do Norte. Os envolvidos na pesquisa
praticaram a escalada durante três meses, sendo duas vivências em ambiente outdoor, e
quatro práticas em ambiente indoor. Para a coleta de dados foi elaborado um questionário
com intuito de coletar informações sobre a motivação e as sensações do praticante
durante a escalada. Os dados foram analisados através do programa SPSS versão 16.0
para Windows, mostrando que as questões relacionados a superação de desafios e
limites físicos e psicológicos são os fatores mais importantes para a prática da escalada
esportiva.
Introdução
A relação do homem com natureza se da através da exploração seja para suprir
necessidades, ou para contemplação e relaxamento. A montanha sempre teve um forte
significado para o homem desde as mais antigas civilizações podendo ter diversos
objetivos: busca de alimentos, uso militar, recreação ou uso da montanha para fim
religioso que é uma prática milenar (FARIAS, 2006).
De acordo com Costa (2000),
Embora se tenha conhecimento da prática do montanhismo desde 1942
(com a escalada do Monte Aiguille, nos Alpes), e das primeiras
associações esportivas para este fim datarem de 1857, a ampliação desta
modalidade esportiva ocorreu somente no ano de 1970. Seguindo com
mais força nas décadas seguintes, até que mais recentemente assistimos
a um aumento das práticas de aventura e risco, inclusive no campo da
recreação, intensificando o espírito aventureiro.
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A relação homem-montanha pode significar o surgimento da escalada,
modalidade derivada do montanhismo. Segundo Pereira & Piccolo (2010) afirma que, ao
longo do processo evolutivo a escalada passou de uma atividade de exploração da
natureza no século XVIII para assumir as características de esporte moderno com regras
e competições no final do século XX, vinculando-se as normas da sociedade que modula
seus componentes através de relações comerciais.
O objetivo principal da escalada é subir paredes com uma determinada altura e de
grande ou média dificuldade técnica, essa atividade tanto pode ser praticada em rochas
como em paredes artificiais, nessa opção se garante maior conforto e comodidade
facilitando a prática em regiões onde as montanhas são extintas. (PEREIRA & PICCOLO,
2010).
Muitos são os aspectos motivacionais para a realização desse esporte, a técnica, a
coragem, a adrenalina, juntamente com a força, são os fatores que fazem da escalada um
esporte apaixonante.
Nessa perspectiva, a escalada se torna cada vez mais conhecida e praticada
pelos jovens que o buscam pelos desafios que a modalidade oferece, onde dentro de
suas peculiaridades procuram motivar-se para alcançar um objetivo em comum: alcançar
o topo.
Segundo Samulski (2002), a motivação é caracterizada como um processo ativo,
intencional e dirigido a uma meta, o qual depende da interação de fatores pessoais
(intrínsecos) e ambientais (extrínsecos), ou seja, cada indivíduo busca motivação através
de um objetivo (meta) já sistematizado por ele.
A motivação para a prática depende da interação entre a personalidade
(expectativas, motivos, necessidades, interesses) e fatores do meio ambiente como
facilidades, tarefas atraentes, desafios e influências sociais. É através dessa afirmação
que o presente trabalho objetiva analisar quais são os fatores motivacionais para a prática
de Escalada Esportiva entre os alunos do Ensino Técnico Integrado de Eletrotécnica do
IFCE campus Juazeiro do Norte.
A prática da escalada esportiva foi ofertada aos participantes da pesquisa através
da Disciplina Educação Física. Durante as aulas os alunos tiveram acesso aos conteúdos
teóricos que contemplavam desde o histórico às técnicas de escalada e os nós básicos
para o desenvolvimento da mesma.
Métodos
A referida pesquisa se caracteriza como sendo descritiva, de campo, transversal,
com dados primários e quantitativos. A amostra foi composta por 17 alunos, sendo 14
meninos (76,5%) e 03 meninas (23,5%), com idade entre 14 e 17 anos (15,7±0,7 anos),
do 2° semestre do Ensino Técnico Integrado em Eletr otécnica do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará campus Juazeiro do Norte.
Para a coleta dos dados foi aplicado um Questionário de Motivação para a Prática
de Escalada Esportiva, elaborado pelo professor de Educação Física, que aborda a
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motivação e as sensações inerentes ao praticante durante a escalada. Os critérios de
seleção da amostra obedeceram ao pré-requisito da participação dos alunos em todas as
atividades práticas do conteúdo Esportes da Natureza da disciplina de Educação Física,
visto que as aulas práticas eram facultativas.
Os alunos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) de
pesquisas envolvendo seres humanos segundo as Diretrizes e Normas
Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos (Resolução nº 196, de 10
de outubro de 1996) do Conselho Nacional de Saúde.
Para estatística descritiva foi realizada a freqüência relativa das respostas, média e
desvio padrão da idade. O pacote estatístico utilizado foi o Statistical Package for Social
Sciences (SPSS) versão 16.0 para Windows.
Resultados
A tabela 01 apresenta a frequência relativa das respostas para as fontes de
interesse pela escalada esportiva.
Tabela 01. Meios de interesse pela escalada (n=17).
Meios de Estímulo pela
Percentual N (%)
Escalada Esportiva
TV
4 (23,5%)
Amigos
10 (58,8%)
Literatura (revistas, livros)
1 (5,9%)
Cinema
2 (11,8%)
Analisando a tabela 01, foi constatado que os amigos (58,8%) serviram como fator
determinante no estímulo ao interesse pela escalada esportiva.
A motivação para a prática esportiva pode surgir por meios intrínsecos ou
extrínsecos, fatores do meio ambiente que alimentam o imaginário dos praticantes
levando-os a experimentar novas modalidades. (SAMULSKI, 2002)
Isso pode ser explicado pela proximidade dos indivíduos em algumas práticas
esportivas, onde geralmente estes estimulam os amigos a terem novas experiências em
modalidades até então pouco comuns nas aulas de Educação Física.
A tabela 02 expõe os valores para os fatores de aderência à escalada esportiva.
Tabela 02. Motivos para aderência à escalada esportiva (n=17).
Fatores que motivaram a aderência
Percentual N (%)
à escalada esportiva
Praticar atividade física ao ar livre
5 (29,4%)
A sensação de adrenalina
4 (23,5%)
Superar desafios
8 (47,1%)
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Na tabela 02, notou-se que o maior fator para os alunos se motivarem na prática da
escalada esportiva está diretamente ligado a superar desafios (47,1%), que confirma um
fator bastante inerente aos praticantes, devido os desafios impostos da modalidade em
quaisquer circunstâncias.
De acordo com Costa (2000), a eleição de práticas de risco calculado pelos
aventureiros se apresenta como uma escolha deliberada do sujeito que as pratica,
gerando sentimentos fortes de coragem e superação dos próprios limites.
A tabela 03 apresenta os motivos pelos quais os alunos dão continuidade à prática
da escalada.
Tabela 03. Motivos para continuar a prática da escalada (n=17).
Motivos para continuidade à prática
Percentual N (%)
da escalada
Aprender novas técnicas
4 (23,5%)
Estar em contato com a natureza
2 (11,8%)
Testar seus limites
9 (52,9%)
1 (5,9%)
Estar entre amigos
Outros
1 (5,9%)
Analisando a tabela 03, notou-se que a motivação dos alunos para dar
continuidade à prática da escalada está voltado a testar seus próprios limites (52,9%), o
que indica um fator bastante relevante na atividade.
Para Costa (2000), a aventura e o risco, construídos nas práticas esportivas junto a
natureza, imbricam num jogo de perseguição da incerteza e da vertigem, pautados pelo
desafio dos próprios limites.
A tabela 04 mostra a frequência das respostas para as sensações mais fortes que
os alunos sentem no início da escalada.
Tabela 04. Sensações no início da escalada (n=17).
Sensações
Medo
Tensão
Desafio
Tranquilidade
Percentual N (%)
1 (5,9%)
5 (29,4%)
9 (52,9%)
2 (11,8%)
Verificando os dados da tabela 04, pôde constatar que o desafio (52,9%) está
intimamente ligado às sensações dos alunos na fase inicial da escalada. A escalada em si
propõe uma série de desafios durante todo o percurso, instigando o praticante a chegar
cada vez mais alto e por fim ao topo.
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A superação dos próprios limites, na ousadia de desafiar-se, também é outro fator
que atrai, visto que toda transgressão bem sucedida potencializa o poder sobre o limite de
superação. (COSTA, 2011).
A tabela 05 mostra os valores para as sensações mais fortes vistas ao alcance final
na escalada pelos alunos.
Tabela 05. Sensações mais fortes ao conseguir escalar a rocha (n=17).
Sensações após a escalada
Percentual N (%)
Liberdade
2 (11,8%)
Sensação de Poder
1 (5,9%)
Auto Satisfação
10 (58,8%)
Outro
4 (23,5%)
Foi constatado na tabela 05 que a auto satisfação (58,8%) foi a sensação mais
forte vista nos alunos ao alcance final da rocha na escalada. Isto pode ser explicado pelo
fato das dificuldades impostas no decorrer do percurso de escalada obter um grau
elevado e ao chegar ao pico da rocha, o objetivo alcançado vem como forma de
satisfação pela execução da atividade.
A satisfação, nesse sentido pode ser compreendida de acordo com a definição de
Neugarten, Havighurst e Tobin apud Siqueira e Padovam (2008) como um estado
psicológico que guarda estreita relação com bem-estar mais do que avaliações objetivas
da qualidade de vida pessoal.
A tabela 06 apresenta os dados correspondentes às sensações mais fortes
percebidas quando os alunos não concluem de forma integral a escalada.
Tabela 06. Sensações mais fortes em não conseguir escalar a rocha (n=17).
Fatores Emocionais
Percentual N (%)
Frustração
6 (35,3%)
Raiva
2 (11,8%)
Insegurança
1 (5,9%)
Desmotivado
4 (23,5%)
Outros
4 (23,5%)
Analisando a tabela 06, notou-se que os alunos se sentiram frustrados (35,3%)
porque não conseguiram escalar a rocha. Isto pode ser argumentado devido ao desejo
inicial de alcançar os objetivos da escalada, sendo que a não obtenção do sucesso na
modalidade faz com que os indivíduos sintam-se momentaneamente fracassados.
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Conclusão
Difundir a prática da Escalada Esportiva como conteúdo da Educação Física
Escolar é um forma de diversificarmos as modalidades esportivas, proporcionando aos
alunos novas experiências motoras que se traduzem em autoconhecimento e consciência
corporal.
Através dessa pesquisa pode-se perceber que para os alunos, os fatores
motivacionais para a praticada da escalada estão relacionados a superação de desafios e
transgressão dos próprio limites, sejam eles físicos ou psicológicos.
A parede de escalada, ou rocha, representa algo a ser vencido, conquistado,
superado pela própria força, podendo ser considerado um fracasso não conseguir chegar
ao topo.
Diante dessas questões sugere-se uma maior divulgação do esporte no contexto
escolar, aproximando os estudantes de práticas que proporcionem experiências novas e
impactantes para sua formação pessoal.
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Janeiro-RJ, 2006.
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SAMULSKI, D. M. Psicologia do Esporte. Manole, Barueri, 2002.
SIQUEIRA, Mirlene Maria Matias; PADOVAM, Valquiria Aparecida Rossi. Bases Teóricas
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Teoria e Pesquisa, v. 24, n. 2, p. 201-209, 2008. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ptp/v24n2/09.pdf. Acesso em: 22 Mar. 2012.
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A COMPLEXIDADE BIOPSICOSSOCIAL DOS ESPORTES DE AVENTURA
Péricles Saremba Vieira, André Baggio
Universidade de Passo Fundo – RS
[email protected], [email protected]
RESUMO
O quê exatamente ocorre no organismo humano quando é confrontado com situações
imprevisíveis, perigosas e desconhecidas, deliberadamente procuradas? O que leva o
indivíduo correr riscos e transgredir? Impulsividade biológica? Busca por recompensa? De
que natureza? Porque os esportes de aventura exercem tanto fascínio sobre os
praticantes? As forças que definem e moldam as características das pessoas são várias
e em muitos aspectos pouco conhecidas, mas não há dúvida que agimos, pensamos e
sentimos como um todo indivisível. Nessa perspectiva chama atenção a existência de
poucos estudos sobre as interelações entre os aspectos biológicos, psicológicos e sociais
envolvidos nos esportes de aventura. O objetivo deste estudo é trazer contribuições para
o esclarecimento de questões que envolvem a complexidade biopsicossocial dos esportes
de aventura.
Palavras-chave: Esportes de Aventura, Risco assumido, Cultura.
Introdução
Uma das características das espécies extintas, ou ameaçadas de extinção, é a da
concentração em um único habitat. Sendo assim, a vida que funciona melhor, que
sobreviveu melhor, é a vida que se expande, que transgride. Uma bactéria ou um vírus
que não se alastra, que não contamina e que não invade outros seres não teria nenhuma
chance de sobreviver. Nesse sentido, um dos princípios da vida é o de “pular as cercas”,
transgredir. Desde os tempos remotos saímos mar adentro sem saber bem onde iríamos
parar. Agora estamos indo para além da atmosfera terrestre. Isso significa que nossa
espécie herdou esse princípio vital: a transgressão que implica em risco e prazer. Essas
coisas dão sentido as narrativas mitológicas e poéticas que falam de fatores existenciais.
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Se estivéssemos no “paraíso” não comeríamos o fruto proibido? E por que a frase de
Fernando Pessoa faz tanto sentido? “Navegar é preciso, viver não é preciso”.
Quais os dois principais cuidados que se deve ter com as crianças? O primeiro é o
de não deixar ao seu alcance pequenos objetos que ela possa botar na boca. Isso porque
somos mamíferos, nascemos com prazer oral indispensável para a sobrevivência. O
segundo, quando a criança começa a se locomover, é o cuidado para que ela não saia
para a rua, não caia da janela, não mexa no fogão, não coloque um grampo na tomada de
eletricidade etc.
Se considerarmos a teoria antropológica de que somos um ser biopisiquicossocial,
a criança tem mais de bio do que se social. Com o passar dos anos vamos tendo que
viabilizar essas impulsões naturais em conformidade com as imposições culturais.
A cultura oferece certos tipos de atividade que possibilitam dar vazão a loucura
transgressora de nossos mais profundos instintos, mas, ao mesmo tempo, elas também
funcionam como limite, como “válvula de escape” estabelecendo certo controle.
Atividades esportivas de um modo geral parecem atender o desejo humano de aventura,
porém as regras e normas criadas definem os limites entre o permitido e o proibido.
Quando as atividades culturalmente organizadas deixam de responder ao desejo
de submeter-se ao risco, ao perigo, logo são criadas outras formas para dar vazão à
impulsividade biológica.
Os esportes de aventura parecem surgir como resposta à necessidade de “ir além”
do já conhecido, da segurança e da tranqüilidade proporcionado pela mesmice. Nesse
caso o comportamento de transgressão além de funcionar com válvula de escape, contem
a dimensão de busca de outro tipo de recompensa. Provavelmente a adrenalina e o
prazer façam parte desse tipo de busca.
Alguns estudos parecem demonstrar essas relações pois conforme Pesquisa
realizada pela University College of London, na Inglaterra em 2010,
“Os jovens optam pelo risco não por inconseqüência mas por
prazer”. demonstra que adolescentes tem uma tendência bem maior
para o risco e procuram este tipo de atividade porque gostam da
sensação de satisfação com os resultados de suas decisões
arriscadas”. A pesquisa ainda indica que a adolescência é marcada
pela explosão de atividades de risco, quer seja em manobras
perigosas de carro, no sexo irresponsável, na experimentação de
álcool e drogas até maus hábitos alimentares. Isso contribui para o
chamado paradoxo da saúde da adolescência em que o pico de
saúde física na vida é, ao mesmo tempo acompanhado pelo risco e
pela alta mortalidade”. (Ciência Diária.com.br. acessado em
29/05/2010) .
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Na mesma linha de pensamento Le Bretton (2019, p 37) afirma que
“Se for encarado como um confronto deliberado a si mesmo, o risco
deixa de ser um elemento nefasto da existência, uma ameaça
insidiosa e má da qual o homem precisa fugir. Não é mais fonte de
medo e angústia mas um ingrediente para o desenvolvimento de si.
Ele é, então, o fato de uma paixão singular, de gozo que se
transforma em modo de vida. As atividades físicas e desportivas de
risco não são somente uma maneira de se colocar fisicamente em
jogo com o prazer da prova, elas contribuem para a construção
contemporânea da identidade. (...)” (p. 37)
Em outra passagem o autor afirma:
“A intensidade dos sentimentos, a mistura de medo e júbilo, que
caracterizam as atividades físicas e esportivas de risco, constitui
uma via de acesso a uma versão mais propícia de si. O desempenho
nessas atividades é primeiramente paixão de ser si mesmo, ela é
uma busca de sentido, de valores, uma busca do seu lugar no
mundo. O fato de recorrer às sensações proporcionadas pelas
práticas físicas de risco torna-se necessidade vital ao indivíduo tal
como a respiração”. (idem, p 38).
Afirmação contida nos Anais do V Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura
(2010) chama atenção para a relevância social e pessoal que hoje assume os esportes de
aventura na sociedade. Destaca igualmente o importante papel dos profissionais que
atuam nesta área
“Refletir sobre as diversas possibilidades de manifestação da
aventura, seja no contexto do lazer, do turismo ou do esporte, seja
em ambientes artificiais, urbanos ou naturais, é uma tarefa
importante e emergente na atualidade, a qual foi incumbida a
importantes professores do segmento (...)” (Contra-capa)
As afirmações acima referidas parecem suficientemente eloqüentes para
demonstrar o fascínio e implicações que as atividades físicas e esportivas de risco
exercem sobre as pessoas, em especial os jovens. Swarbrooke (2003, p 9) ao estudar a
questão afirma que a natureza da aventura não se resume a um ou outro aspecto mas a
um conjunto de qualidades ou características que são interligadas e interdependentes.
Apresenta como fundamentais, a incerteza dos resultados, o perigo e o risco, o desafio, o
inesperado, a expectativa de recompensa, a gratificação, o prazer, a novidade, o estímulo
e o entusiasmo, a exploração e a descoberta, a atenção e concentração e emoções
contrastantes. Para o autor do estudo, nenhuma destas qualidades em si representa
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aventura se tomadas separadamente. No entanto, quando todas, em algum grau estão
presentes, é possível afirmar que a aventura está praticamente garantida.
A prática de atividades esportivas de risco além da possibilidade de dar vazão a
impulsionalidade biológica, provoca mudança de comportamento e o resultado se traduz
pela sensação de bem estar, de prazer, euforia, de autoconfiança de conhecimento de
limites e possibilidades.
Diferentemente do cotidiano seguro, quando o indivíduo se defronta com situações
que envolvam o aleatório, o incerto, o desconhecido, o imprevisível, o acaso, ele muda de
comportamento. Essa mudança que inicia no plano fisiológico tem implicações cognitivas,
afetivas, emocionais, culturais que ocorrem de forma simultânea, por essa razão que a
filosofia contemporânea (Morim, 1990, p 13) afirma que o homem é uma unidade ou seja,
é ao mesmo tempo biológico, psicológico, cultural, histórico e social.
Considerações finais
Produzir conhecimentos sobre o papel que desempenham os esportes de aventura
na sociedade pode contribuir para desmistificar visões estereotipadas e inconseqüentes
de pessoas que vêem perigo em tudo aquilo que escapa à sensação de segurança de
estar com os pés no chão (controle).
Nos esportes de aventura, há riscos, tanto quanto em outros como no
automobilismo, no hipismo, nas lutas, em especial aquelas tão eficazmente exploradas
pela mídia, como MCF cuja violência é banalizada e apresentada como espetáculo, além
é claro das lamentáveis cenas de barbárie existentes dentro e fora dos campos de futebol.
A bem da verdade situações de risco estão presentes em todas as instâncias da
vida cotidiana. O que nos impede de viver enclausurado por medo de correr riscos é ter
consciência e controle sobre eles. Dito por outras palavras, ao identificar, conhecer e
adotar medidas preventivas contra os riscos eminentes, nos tornamos capazes de realizar
atividades com relativa segurança vivendo menos ansiosos. Por outro lado, a
impulsividade biológica, que nos faz sair de um mundo já pronto e acabado, que nos
instiga a sair do conforto, segurança e passividade de idéias preconcebidas, não deixa de
ser uma tarefa extremamente difícil aventura-se rumo ao desconhecido. Entretanto,
impelidos biologicamente que somos em direção ao comportamento de aventura as
recompensas e gratificação superam os riscos e perigos.
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actividad física. Barcelona Espanã: Editorial JIMS, 1976.
MENEZES COSTA, Vera Lucia de. Esportes de Aventura e Risco na Montanha. Um
mergulho no imaginário. São Paulo: Editora Manole Ltda, 2000.
MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Lisboa Potugual: Sociedade
Astória Ltda, 1990. – (Coleção Epistemologia e Sociedade).
MARINHO, Alcyane, COSTA, Eduardo Tadeu, SCHWARTZ, Gisele Maria. V Congresso
Brasileiro de Atividades de Aventura. Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo.
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SWARBROOKE, John, BEARD, Colin, LECKIE, Suzanne. Turismo de aventura:
conceitos e estudos de casos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
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ESTADO EMOCIONAL TENSÃO E AS ATIVIDADES DE AVENTURA
Rodolfo Antonio Zagui Filho1, 2, Kleber Tüxen Carneiro2, Ana Paula Evaristo Guizarde
Teodoro1, Gisele Maria Schwartz1
1
LEL - Laboratório de Estudos do Lazer, Dept. Educação Física, I.B. UNESP –SP - Brasil;
2
Faculdades Network -SP – Brasil
[email protected]
RESUMO
A busca pelas atividades de aventura vem apresentando um considerável crescimento,
em especial nos últimos anos. Isto pode ser evidenciado por inúmeros fatores, tais como:
ambientais, sociais/psicológicos, mercadológicos, entre outros. Nestas atividades estão
presentes diversos estados emocionais que ainda não foram elucidados na literatura,
tornando-se importante compreender os fatores que transcendem os limites da prática da
atividade em si e considerando os aspectos subjetivos envolvidos. Para tanto, o objetivo
do estudo foi analisar a relação entre a prática da atividade de aventura e seus
desdobramentos no que se refere às emoções, em especial, a tensão presente na
atividade de aventura surf. Este estudo, de natureza qualitativa, foi dividido em duas
partes, em que a primeira se referiu a uma revisão bibliográfica e a segunda a uma
pesquisa exploratória. Como instrumento para a coleta de dados foi aplicado o POMS
(Profile of Mood State), desenvolvido por Mc Nair, Loor e Droppleman (1971), antes e
após as atividades. Participou do estudo uma amostra intencional composta por 16
sujeitos de ambos os sexos, com média de idade de 33,2 anos, todos com nível
universitário, sendo que a coleta ocorreu na praia de Bóra-Bóra, localizada na cidade de
Boracéia/SP. Os dados foram analisados descritivamente, por meio da Técnica de Análise
de Conteúdo e os resultados sinalizaram alterações significativas no funcionamento das
emoções, com substancial melhoria nos estados emocionais dos participantes, em
especial, na Tensão. Torna-se importante que mais estudos sejam realizados, ampliandose a possibilidade de compreensão sobre a complexidade dos estados subjetivos
presentes nas atividades de aventura.
Palavras-chave: atividades de aventura, estados emocionais, desenvolvimento humano.
Introdução
A busca pelas atividades de aventura vem apresentando um considerável
crescimento, em especial nos últimos anos. Entretanto, os impactos dessas atividades
ainda não estão devidamente esclarecidos no contexto acadêmico, merecendo atenção
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de novos estudos. Existe uma complexidade de fatores que envolvem estas práticas que
ainda necessitam ser elucidados, tanto em relação à perspectiva ambiental, quanto social,
psicológica, mercadológica, entre outras.
No que se refere aos fatores ambientais, estes podem ser associados à
degradação dos espaços naturais e, com isso, restando poucas alternativas para o
contato com esses ambientes. Isto reitera a necessidade de se repensar sobre os
impactos dessas práticas na natureza e do reforço premente na disseminação da conduta
pró-ambiental.
Com o desenvolvimento da sociedade moderna, constata-se uma hiper-valorização
ao imediatismo e à busca do prazer momentâneo, ou seja, uma sociedade marcada pelo
hedonismo, representando, este, um dos possíveis fatores sociais envolvendo a busca
pela aventura. Os aspectos subjetivos e que permeiam o universo psíquico e emocional
envolvendo essas práticas representam ainda desafios a serem elucidados, para que se
consiga apreender toda a complexidade das subjetividades.
Já na vertente mercadológica, pode ser observado um grande desenvolvimento
tecnológico dos materiais utilizados na prática de atividades de aventura, aumentando,
tanto a qualidade, quanto a quantidade da apropriação das atividades de aventura pelas
empresas em treinamentos e suas novas perspectivas. Marinho (2004) aponta que a
tecnologia embutida no campo da recreação e do lazer, impulsionada também pelo desejo
de experimentação segura, de algo novo e de emoções prazerosas, desperta ainda mais
o crescimento e a busca por essas atividades.
Bruhns e Marinho (2003), ao fazerem considerações sobre o significado das
sensações e emoções relacionadas às atividades de aventura na natureza, admitem que,
na atualidade, há uma possibilidade de configuração de um novo estilo de vida,
caracterizado pela aquisição de novos hábitos e valores na forma de viver o
desenvolvimento humano. Mas, quando se trata de desenvolvimento humano, a questão
é complexa, ambígua, e, sobretudo arriscada. Complexa, pelas muitas facetas da
composição humana, ambígua por conta das diferentes leituras (teorias) que circundam
tais dimensões, e arriscada, por se incorrer no perigo dos discursos reducionistas tão
presentes nas análises superficiais.
Ainda discorrendo sobre os impactos das mudanças no comportamento social,
pode-se notar, cotidianamente, um acúmulo de afazeres em curto espaço de tempo,
produzindo um aumento no estado de tensão, como alerta Zagui Filho (2004):
[...] a tensão é característica dos dias atuais, a sobrecarga de trabalho, a
insegurança, as muitas responsabilidades, a frenesi pela prosperidade
material (própria da sociedade capitalista) produz indivíduos extremamente
tensos (ZAGUI FILHO, 2004, p.37).
O estado de tensão pode ser percebido pela tenacidade músculo-esquelético,
maior rigidez muscular, dores no estomago, transpiração e tremor. Essas respostas são
denominadas reações autônomas, porque são realizadas pelo Sistema Nervoso
Autônomo (SNA). Ainda que se assemelhem bastante, existem diferenças entre tensão e
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ansiedade, uma vez que a ansiedade pode ser definida como uma emoção caracterizada
por sentimentos de antecipação de perigo, tensão, sofrimento e por tendência de esquiva
ou fuga complementa (DAVIDOFF, 2001).
Para este estudo, tomou-se como foco a tensão e, considerando a afirmação de
Leventhal apud FIAMENGHI (1994) de que a prática constante de respostas emocionais,
como a forma do sujeito se observar, poderia auxiliar no controle das reações, algumas
inquietações se fazem presentes, quando se associa o estado de tensão e as práticas de
atividades de aventura: será que existe a possibilidade de as atividades de aventura
servirem como válvula de escape para minimizar o estado de tensão? Ou, ao contrário, as
atividades ditas de risco apenas causam uma potencialização no estado de tensão de
seus praticantes?
Para tanto foi proposto analisar a relação entre a prática da atividade de aventura e
seus desdobramentos no funcionamento das emoções, em especial, a tensão na
atividade de aventura surf.
Método
Este estudo, de natureza qualitativa, foi dividido em duas partes, onde a primeira
referiu-se a uma revisão bibliográfica e a segunda, a uma pesquisa exploratória. Para a
realização da pesquisa bibliográfica foram consultados artigos científicos, livros e revistas
especializadas. A pesquisa exploratória foi realizada por intermédio da aplicação de um
instrumento para coleta de dados.
Utilizou-se na pesquisa exploratória o POMS (Profile of Mood State), o qual foi
desenvolvido por Mc Nair, Loor e Droppleman (1971) e adaptado ao português por Viana;
Almeida; Santos (2001), sendo este aplicado de modo bifásico, antes e após a vivência da
atividade de aventura referente ao surf. Para a coleta que antecedia a atividade, os
pesquisados relatavam as emoções sentidas no cotidiano dos últimos 7 dias e os dados
coletados posteriormente à vivência foram colhidos ainda no local onde a prática foi
desenvolvida. A aplicação do instrumento de coleta de dados ocorreu na praia de BóraBóra, localizada na cidade de Boracéia, município que compõe a região norte, do litoral
paulistano.
O estudo contou com uma amostra intencional composta por 16 sujeitos de ambos
os sexos, com média de idade de 33,2 anos. Após a aplicação do instrumento, os dados
foram analisados descritivamente, por meio da Técnica de Análise de Conteúdo (Bardin,
2009) e os resultados expressos por intermédio de gráficos, para melhor ilustrar os
resultados.
Resultados e Discussão
Os resultados obtidos pelo presente estudo sinalizaram alterações significativas no
funcionamento das emoções, com substancial melhoria nos estados emocionais dos
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participantes, em especial, a Tensão. Para melhor elucidação, o Gráfico 1, evidencia uma
comparação
aração geral da pontuação anterior à prática da atividade e o resultado posterior a
ela.
Gráfico 1 – Estado emocional – Tensão (antes e após a atividade).
O estado emocional Tensão obteve uma pontuação anterior à prática equivalente a
110 pontos e em seguida, após a prática, a pontuação diminui para 39 pontos, com uma
considerável diferença de 71 pontos. Em estudo realizado por Machado;
Machado Barboza;
Pereira,, (2008) realizado com um grupo de 60 indivíduos, sendo 35 mulheres e 25
homens, com faixa etária média de 27,3 anos, participantes de um treinamento
experiencial ao ar livre com atividades de arvorismo, no final do percurso começava uma
tirolesa de 165 metros
tros de comprimento a 27 metros de altura, demonstra-se
demonstra
os níveis de
tensão após as atividades de aventura não apresentaram níveis significativos.
Carnicelli Filho e Schwartz (2005) em uma exploração do perfil emocional de guias
de rafting da cidade de Brotas,
otas, com faixa etária de 17 à 45 anos,, com ambos os sexos, foi
observado que antes das descidas de rafting,, eles apresentavam um nível de tensão
elevado, e, após a descida, apresentavam outras emoções positivas mais evidenciadas,
do que a tensão.
Como pode
de ser observado em todos os estudos descritos anteriormente, os estados de
tensão apresentaram diminuição considerável antes das atividades, se comparado com
os níveis após as vivências das atividades de aventura, como constatamos em nossa
pesquisa.
Conclusão
Ao buscar analisar as emoções produzidas a partir da vivência dos esportes e
atividades de aventura, especificamente, a tensão, pode ser verificado que tais
experiências proporcionam um ambiente fecundo como uma alternativa plausível de
transformações pessoais, tendo repercussão no estado de tensão. Até as emoções
tratadas tão categoricamente como subjetivas, estão sujeitas ao desenvolvimento do
aprendizado e não somente "reféns" de sistemas inatos e pré-concebidos
pré
ao
determinismo biológico.
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Com base no resultado do estudo pode-se reafirmar a possibilidade de treinar o
controle das emoções. Esse processo educativo implica na maior e mais complexa
viagem empreendida pelo ser humano a percorrer para dentro de si, aprimorando seu
desenvolvimento e consciência.
As atividades de aventura podem, ser uma considerável ferramenta para expandir
as experiências positivas para as práticas prosaicas do cotidiano tão conturbado na
atualidade, como revelaram os dados apresentados neste estudo. Mesmo assim, torna-se
importante que mais estudos sejam realizados, ampliando-se assim, as discussões em
relação a este tema, relevante para inúmeros profissionais.
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Perfil de Estado de Humor – POMS. Análise Psicológica. v.19, p.77-92, 2001.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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ZAGUI FILHO, R. A. Um estudo sobre a relação entre esporte e atividade de aventura
(surf) e as alterações emocionais. Dissertação (Especialização em Esporte e Atividade
de Aventura) Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo, 2011.
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DE CORPO E ALMA NA PAREDE DE ESCALADA: DESAFIOS DE UMA PROFUNDA
IMERSÃO NA PESQUISA DE CAMPO
Gabriel Rocha Vargas, Silvia Cristina Franco Amaral
Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil
[email protected]
Apoio: CNPq
RESUMO
A entrada no mundo social da escalada, objetivando discutir empiricamente aspectos do
lazer sério (STEBBINS, 1982; 2007), trouxe-nos apreensões metodológicas em relação
ao trabalho de campo. A abordagem aprofundada na observação participante viria a
encontrar suporte no extenso trabalho etnográfico de Loïc Wacquant, relatado de maneira
detalhada na obra Corpo e alma: notas etnográficas de um aprendiz de boxe. Em
discussões posteriores, outros autores e o próprio Wacquant realizam considerações
sobre a maneira imersiva com que seu trabalho de campo se desdobrou, salientando a
necessidade de conferir à etnografia um caráter reflexivo. Traço, com isso, algumas
aproximações entre a observação participante realizada junto ao grupo de escalada e a
abordagem de Wacquant. Deste autor, trago para o presente texto a importância do
habitus tanto como foco da pesquisa como ferramenta para o desenvolvimento desta, em
um duplo uso que só se apresenta possível a partir de uma profunda aproximação no
trabalho de campo, fazendo uso do próprio pesquisador como vetor de apropriação e
transformação das disposições culturais colocadas pelo microcosmo em estudo.
Palavras-chave: Etnografia, habitus, lazer sério.
Introdução
O título deste trabalho faz uma analogia proposital à obra Corpo e alma: notas
etnográficas de um aprendiz de boxe, do sociólogo francês Loïc Wacquant (2002). Em
sua pesquisa, Wacquant revela alguns dos mais intrincados aspectos sociais de um
segregado gueto de Chicago, tomando como base para suas observações a Woodlawn
Gym, uma tradicional academia de boxe local. Mais do que isso, Wacquant nos
apresenta, em seu texto, uma maneira sensivelmente aprofundada de se fazer etnografia.
Ao realizar o que o próprio autor chamou de etnografia experimental, Wacquant usou
suas próprias experiências como guia para apreender, descrever e compreender as
experiências dos outros participantes de sua mesma atividade, o boxe. O título do livro de
Wacquant, sem dúvida, faz jus à profunda imersão do autor no trabalho de campo.
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Ao desenvolver uma observação participante junto ao Grupo de Escalada Esportiva
e Montanhismo da Unicamp1 (GEEU), que objetivava discutir aspectos do Lazer Sério
(STEBBINS, 1982; 2007) em uma pesquisa empírica para uma dissertação de mestrado,
relutei inicialmente em admitir o caráter etnográfico do trabalho. Leigo na área da
antropologia, eu estaria aberto à possibilidade de erros conceituais graves, o que
aparentemente apenas seria contornável ao evitar o emprego de termos e conceitos
específicos da área. Em abril de 2011 dei início, então, ao trabalho de campo sob a égide
de uma observação participante, sem maiores diálogos com a etnografia, realizando os
primeiros contatos com o GEEU e tornando eu mesmo um iniciante da escalada e um
novato do grupo. Evitando revelar as minhas reais motivações em relação ao grupo e à
escalada, assumi o papel de “participante completo” (JUNKER apud MANNING, 2009, p.
763), ou seja, me entreguei cada vez mais à participação da modalidade, porém sempre
mantendo em segredo minhas finalidades de pesquisa. Embora alguns poucos
participantes soubessem, à época, que minha aproximação ao grupo se deu com o
objetivo de realizar observações, esse fato logo foi esquecido por estes, talvez devido ao
grande fluxo de iniciantes e novatos que o grupo recebe2.
Ao engajar na prática habitual da modalidade, dei sequência ao trabalho de campo
sem maiores entraves. A escalada era uma prática totalmente nova para mim e durante
os primeiros meses cumpri todos os passos que os iniciantes geralmente seguem: um
primeiro contato desastrado com a escalada, braços doloridos no fim do dia e a vontade
de retornar para experimentar um pouco mais daquilo que essa prática aparenta oferecer.
Com o tempo, interagi com vários integrantes do grupo, estabeleci uma frequência de
visitas ao muro de escalada, adquiri o equipamento básico e fiz as primeiras saídas para
escalar em rocha, fora do ambiente artificializado do muro de escalada. Durante esse
período, gradualmente comecei a ter contato com aquilo que chamo de os três valores
acumuláveis do lazer sério: experiência, habilidade e conhecimento. Esses três aspectos
são citados por Stebbins (2007), embora não amplamente discutidos pelo autor. Ao
progredir no desenvolvimento como praticante da escalada, o participante tem a
oportunidade de adquirir, acumular e expressar esses valores, “negociando” com outros
praticantes as experiências marcantes, as aptidões e habilidades cruciais e o
conhecimento necessário. Esse intercâmbio é permeado por uma linguagem particular
aos praticantes de escalada, que é estranha e muitas vezes incompreensível aos neófitos.
Após doze meses de observações, passei também por outros estágios na
estruturação da minha “carreira de lazer” (STEBBINS, 2007), construindo uma identidade
cunhada no seio do grupo, identificável pelos outros praticantes, mas apenas brevemente
reconhecível por leigos. A escalada tornou-se, para mim, uma atividade prazerosa e
1
O fácil acesso ao GEEU foi determinante na escolha do grupo para o desenvolvimento da
pesquisa.
2
Em uma estimativa rápida, o GEEU recebeu em média duas centenas de novatos a cada
semestre, durante minhas observações. Desses, apenas uma pequena parte adere à prática
habitual da escalada junto ao grupo. Nos dias de maior movimento, a parede de escalada chegou
a receber cerca de quarenta pessoas em uma única noite, entre participantes efetivos e novatos.
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desafiadora, em que assumi um comprometimento com a prática que parecia extrapolar
as necessidades da pesquisa de campo como fora inicialmente concebida. Em todos os
sentidos, verifiquei empiricamente a validade dos conceitos básicos do lazer sério
(STEBBINS, 1982; 2007), e, ainda, considerei que um dos aspectos mais marcantes
observados é a maneira com que o "muro" é o centro de um grupo organizado, autônomo
e que representa um espaço de convívio em torno de uma atividade de interesse central.
Nesse ponto, encontramos o fulcro da discussão do presente trabalho: minha imersão
junto ao locus da pesquisa se deu de maneira tão aprofundada que, em dado momento, já
não era possível delimitar quais eram os momentos em que eu estava “em campo” e
quais eram os momentos em que eu estava em minha rotina alheia à pesquisa. Isso
aconteceu por motivos semelhantes àqueles relatados por Wacquant: movi de outra
região para instalar-me próximo ao local da pesquisa, um lugar novo para mim, e a maior
parte das pessoas com quem estive próximo eram os próprios praticantes de escalada.
Some a isso o fato de o GEEU estar baseado dentro do campus, na Faculdade de
Educação Física, e que muitos de seus integrantes são estudantes da Unicamp. Por isso,
tornou-se comum estar na presença de outros escaladores fora dos momentos da prática
em si. Essa entrega de corpo e alma fez com que eu considerasse minha atuação
metodológica um desastre, pois acreditei que a credibilidade das minhas observações
poderia ser colocada em risco devido a uma possível falta de distanciamento do meu
objeto de pesquisa. Wacquant (2011) revela detalhes de sua trajetória em campo que em
dados momentos distinguem ações que ultrapassam as fronteiras metodológicas:
Durante três anos, misturei-me à paisagem local. Aprendi a boxear e
cumpri todas as fases da preparação do pugilista, percorri todo o caminho
até a esperada luta no grande torneio amador Golden Gloves. Segui meus
parceiros da academia de boxe em suas peregrinações pessoais e
profissionais [...]. Assim, fui sugado pela lógica sensual e moral do boxe,
chegando ao ponto em que seriamente considerei interromper minha
trajetória acadêmica para tornar-me pugilista profissional (p. 873).
Contudo, se retornamos à obra de Wacquant e também observarmos as
discussões dirigidas ao seu fazer etnográfico4, veremos que entender essa tamanha
imersão como inapropriada é um equívoco. Villela (2002) sintetiza a experiência de
Wacquant:
[...] o observador que descreve se insere ele próprio como objeto e sujeito
da observação. As notas etnográficas são, ao mesmo tempo, as de um
antropólogo em trabalho de campo e as de um aprendiz de boxeador.
Além disso, o etnógrafo elimina a tradicional clivagem entre o "estar lá" da
observação e o "estar aqui" da redação descritiva/tradutora. Ao lançar mão
de longas passagens de seu caderno de campo, o autor simultaneamente
3
4
As citações de textos em idioma estrangeiro são de tradução livre do autor.
Cf. Villela, 2002; Manning, 2009; Wacquant, 2011.
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impede-se de falar em nome dos outros e transforma a observação em ato
descritivo. Inverte a fórmula tradicional "observação participante", tornando
método a já levantada hipótese de uma "participação observante".
Portanto, o observador torna-se um experimentador; a experimentação, um
meio a serviço da observação (p. 221).
De fato, como afirma Manning (2009), essa abordagem coloca o observador
participante em uma posição arriscada, ou, como afirma o autor, um “tomador de riscos”
(p. 754). Para que esses riscos possam ser efetivamente transformados em dados úteis e
passíveis de discussões, o observador deverá atentar para a manutenção de uma
permanente reflexão aprofundada. O próprio Wacquant (2011) descreve essa
incorporação como o exercício de uma etnografia carnal, ou seja, o uso do corpo
(disciplinado) do próprio pesquisador não apenas como sujeito ou agente, mas também
como ferramenta para a compreensão do habitus. No trabalho de Wacquant (2002), o
habitus assume um duplo papel. Por um lado, Wacquant explorou as entranhas do
habitus do pugilismo ao expor as categorias cognitivas, os usos do corpo e os anseios
que, juntos, definem as competências e apetências específicas ao boxeador. Por outro
lado, o autor lançou mão do habitus como um dispositivo metodológico, ou seja, colocouse como vortex da ação visando adquirir através da prática, e em tempo real, as
disposições do boxeador com o foco de elucidar o característico cosmos pugilístico
(WACQUANT, 2011, p. 87).
Além disto, podemos tecer uma comparação estrutural entre o GEEU e a
Woodlawn Gym a partir do entendimento dessas pequenas organizações como
possuidoras, cada uma à sua maneira, de um complexo microcosmo com história, cultura
e uma intensa e rica vida social, estética, emocional e moral próprias (WACQUANT, 2011,
p. 84). Isso reforça a noção de que, em suas idiossincrasias, o grupo de escala construiu
e permanece a moldar o seu habitus. Ao analisar as disposições culturais particulares a
este mundo social, podemos também contribuir para a compreensão das manifestações
do lazer sério e do lazer em geral.
Considerações finais
Wacquant (2011) relembra que a tradição da antropologia anglo-americana alerta
sobre a necessidade de evitar tornar-se um nativo; porém, o autor sugere: torne-se nativo,
mas torne-se um nativo equipado com suas ferramentas teóricas e metodológicas,
mantendo a capacidade de refletir e analisar. Ao penetrar no mundo social do GEEU, as
observações realizadas nos primeiros meses provocaram profundas reformulações do
foco da pesquisa, conduzidas não por incongruências da fundamentação teórica utilizada,
mas sim pelos novos entendimentos que vieram a ser explicitados a partir das entranhas
do microcosmo da escalada e que têm potencial para ampliar alguns conceitos
fundamentais da perspectiva do lazer sério. Como exemplo, observei que o grupo de
praticantes cumpre a função de um locus de sociabilidade, construção de identidade e
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estilo de vida, sendo isso tão ou até mais significativo do que os próprios desafios e
prazeres oferecidos pela prática da modalidade esportiva em si, conferindo ao pequeno
grupo social uma importância que vai ainda além daquela afirmada inicialmente por
Stebbins (2007). Dotado de seus próprios significados e sentidos, o grupo (como um todo)
é enxergado do ponto de vista da concepção teórica, mas também implica em um papel
fundamental como permanente e constante reconceitualizador teórico e metodológico,
porém sem que essas influências ultrapassem um limite que deve ser imposto pelo
pesquisador. Essa via de mão dupla é evidenciada por Wacquant (2011), que em seu
trabalho teve o habitus como foco da investigação, mas também como ferramenta para
tal. Para o autor, a aquisição das disposições serve como meio para o pesquisador intimar
naquele mundo social.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VILLELA, Jorge Mattar. Corpo e alma: notas etnográficas de um aprendiz de boxe. Mana,
v. 8, n. 2, p. 220-222, 2002.
WACQUANT, Loïc. Corpo e alma: notas etnográficas de um aprendiz de boxe. Rio de
Janeiro: Relume Dumará, 2002.
MANNING, Philip. Three Models of Ethnographic Research: Wacquant as Risk-Taker.
Theory & Psychology, v. 19, n. 6, p. 756-777, 2009.
STEBBINS, Robert. Serious leisure: a perspective for our time. New Brunskwick:
Transaction Publishers, 2007.
STEBBINS, Robert. Serious leisure: a conceptual statement. Pacific Sociological
Review, v. 25, n. 2. p. 251-272, 1982.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E LAZER EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: A
FOTOGRAFIA COMO INSTRUMENTO DE AÇÃO JUNTO AO PÚBLICO ADULTO
Sara Monise de Oliveira, Haydée Torres de Oliveira
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo, Brasil
[email protected]
Apoio: CNPq – FAPESP
RESUMO
As atividades de lazer e saúde são potenciais para a educação ambiental com o público
adulto em unidades de conservação. Algumas unidades, como a Estação Experimental de
Itirapina, permitem a visitação pública e são utilizadas pela comunidade local para
atividades físicas e de lazer. Assim, a questão de pesquisa deste estudo é: quais
elementos de uma trilha em uma unidade de conservação são atrativos para o público
adulto e podem ser registrados em fotografias para a construção de materiais educativos
que visem potencializar o uso deste espaço? O objetivo é conhecer os usuários da trilha
da unidade e o que os motiva para realizar as atividades físicas e de lazer neste espaço.
Os dados foram coletados por meio de entrevistas e de registros fotográficos e a análise
foi de conteúdo. Os resultados indicam que o público adulto utiliza a unidade com
frequência para atividades como caminhada e corrida. Foram citados nove elementos
atrativos, sendo a represa a mais mencionada. Os elementos bióticos foram citados, mas
as/os participantes disseram não conhecer muito a respeito da fauna e flora local. Este é,
portanto, um aspecto importante de ser trabalhado nas ações educativas. Um guia da
trilha pode contribuir, trazendo informações sobre a biodiversidade local, sugestões de
práticas de lazer e saúde e orientações para observação da natureza. Oficinas de
fotografia com a comunidade do entorno da unidade também podem contribuir com a
atuação em conflitos e aspectos importantes para garantir a qualidade de vida dos
moradores e os objetivos de conservação da unidade.
Palavras-chave: Educação Ambiental, Lazer, Unidades de Conservação.
Introdução
As unidades de conservação são espaços com grande potencial para o
desenvolvimento de ações de educação ambiental para a biodiversidade (SILVA, 2004;
BRASIL, 2005). Nesses locais é possível realizar atividades educacionais como vivências
na natureza (MENDONÇA, 2007), atividades contemplativas (MARIN et al., 2003), de
ecomotricidade (RODRIGUES; GONÇALVES – JUNIOR, 2009) e de ecoturismo
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(NEIMAN; RABINOVICH, 2008), por meio de estruturas como trilhas interpretativas
(MENGHINI et al., 2007). O uso das unidades para fins educativos e de lazer varia de
acordo com a categoria, sendo permitida visitação pública apenas nos parques, categoria
uso integral, e nas unidades da categoria uso sustentável (BRASIL, 2000).
Nos últimos anos, os programas e políticas públicas de comunicação e educação
Ambiental nas unidades de conservação vêm se fortalecendo (BRASIL, 2010). Contudo,
algumas pesquisas indicam desafios a serem enfrentados (SILVA, 2004; VALENTI, 2010).
Um deles é a atuação junto ao público adulto, pouco presente em estudos realizados com
programas educativos em unidades de conservação. Uma opção é a atuação junto a
adultos em momentos de lazer ou atividades físicas na perspectiva da ecomotricidade de
Rodrigues e Gonçalves-junior (2009), em que as aprendizagens se dão na natureza que
vivenciamos dia-a-dia, pelas nossas experiências, na qual ser e mundo estão
dialeticamente sendo. Neste sentido, as unidades de conservação e áreas verdes
urbanas que permitem a visitação pública e possuem atrativos para atividades físicas e de
lazer são espaços interessantes para se conhecer melhor possibilidades de atuar com
educação ambiental junto ao público adulto.
Para estimular a maior utilização dos espaços naturais e o maior conhecimento de
seus atributos pelos seus usuários, os folhetos informativos, cartilhas, placas e materiais
de comunicação e divulgação são estratégias importantes. Além da linguagem escrita, o
uso da fotografia nestes materiais é fundamental para ilustrar as informações, valores e
atitudes que se busca difundir, deixando o material mais atrativo. Somando-se a isso, a
fotografia vem sendo usada em diversas ações e pesquisas socioeducativas visando a
construção de um novo olhar sobre a realidade e sua transformação (MONTEIRO, 2004;
SILVEIRA; ALVES, 2008; FERREIRA; COSTA, 2009). Como ferramenta metodológica
para trabalhar com a percepção ambiental, tem potencial para processos de
ressignificação do lugar, favorecendo o uso público de áreas verdes, principalmente em
comunidades com pouco acesso a espaços de lazer (GUIMARÃES; SANTOS, 2009).
Diante disto, elaborou-se a seguinte questão de pesquisa: quais elementos de uma
trilha em uma unidade de conservação são atrativos para o público adulto e podem ser
registrados em fotografias para a construção de materiais educativos que visem
potencializar o uso deste espaço? Para se responder a esta questão, foi realizado uma
pesquisa na Estação Experimental de Itirapina, junto ao público adulto que frequenta uma
trilha existente na área de uso público para atividades físicas e de lazer.
Objetivos
O objetivo geral foi caracterizar o uso público da trilha existente na Estação Experimental
de Itirapina relacionado a atividades de lazer e saúde. Seus objetivos específicos foram:
• Caracterizar os usuários da trilha;
• Caracterizar o uso que fazem desta estrutura e suas motivações;
• Levantar os atrativos existentes nessa área que podem ser utilizados para
potencializar o uso para o lazer, saúde e educação na trilha;
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•
Definir categorias para elaboração de material fotográfico dos elementos atrativos
existentes para a produção de material educativo sobre a unidade.
Método
Área de Estudo
A Estação Experimental de Itirapina é uma unidade de conservação do Estado de
São Paulo, da categoria Uso Sustentável (BRASIL, 2000). Ela está inserida no território
aa Área de Proteção Ambiental de Corumbataí – Botucatu – Tejupá, perímetro
Corumbataí (uso sustentável) (SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE, 1998) e é adjacente
à Estação Ecológica de Itirapina (categoria Proteção Integral), estando o seu plano de
manejo integrado com o desta unidade (SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE, 2006). Na
Estação Experimental de Itirapina, a visitação pública é permitida, o que não ocorre na
Estação Ecológica, sendo permitidas atividades apenas com fins educacionais
(SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE, 2006). Neste sentido apesar te ter um plano de
manejo integrado, as atividades e estruturas do programa de uso público das unidades
são diferenciadas.
A trilha utilizada para atividades físicas e de lazer estudadas localiza-se na zona de
uso intensivo na Estação Experimental. A área de estudo envolveu uma região que vai
desde a entrada principal da unidade até a o final da trilha, incluindo um bosque próximo à
entrada da unidade com equipamentos de esporte; uma via de acesso à margem da
represa; um outro bosque com uma trilha que possui áreas com equipamentos de esporte
e um parquinho.
Procedimentos de coleta e análise de dados
A abordagem desta pesquisa foi qualitativa do tipo descritiva. Neste sentido, a
optou-se pela elaboração de um corpus para a análise (BAUER; AARTS, 2003), utilizando
como instrumento de coleta a entrevista estruturada e a fotografia. Estipulou-se um
número entre 5 e 10 entrevistas, presumindo-se a que fosse uma quantidade razoável
para se obter um número de elementos suficiente para um diagnóstico inicial dos atrativos
da Estação Experimental. Foram realizadas 9 entrevistas, sendo selecionadas 6 para a
construção do corpus de pesquisa.
A coleta de dados foi realizada entre os dias 20 e 22 de outubro de 2011. Durante
a coleta de dados, buscou-se balancear o número de entrevistados do sexo masculino e
feminino. Como em alguns casos as pessoas estavam em grupos, a entrevista foi feita
com uma pessoa principal do grupo, mas podendo ser complementada pelas demais. O
roteiro de entrevista foi composto de 8 questões, com o objetivo de levantar informações
sobre: os participantes (questão 1); o uso do espaço (questões 2 a 4); e os elementos
atrativos do espaço (questões de 5 à 7) (Quadro 1). Cada entrevista durou cerca de 25
minutos e foi realizada acompanhando a/o participante em sua atividade, sendo feitas
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anotações em caderno de campo sobre a resposta da/o entrevistada/o. No momento da
questão de número 8, era oferecida uma máquina digital de fácil utilização1 e posicionada
no modo automático para a/o entrevistada/o fazer o registro. Se a/o entrevistado não
tivesse ficado com o resultado, o procedimento era repetido.
•
•
•
•
•
•
•
1) Participantes (nome, faixa, etária, gênero e parentesco)
2) Você costuma vir aqui? Com que frequência? Qual o horário?
3) Que atividade (o quê) você vem fazer?
4) Por que você vem fazer esta atividade aqui e não em outros lugares?
5) Você costuma ir a outros lugares naturais?
6) O que mais te chama a atenção neste lugar? (paisagem, animais, plantas, etc)
7) Se você fosse viajar e quisesse mostrar esse lugar para uma pessoa que não
conhece utilizando fotografias, o que você acha que seria interessante mostrar?
O que você fotografaria?
• 8) Você pode fazer três fotos deste ponto ou de pontos próximos que ilustrem
esse lugar?
Quadro 1. Roteiro de questões da entrevista.
A organização dos dados para a análise foi feita em conjuntos de acordo com o
objetivo. Os resultados foram organizados em categorias. A análise do material fotográfico
foi feita com base nas questões 6,7 e 8, buscando reorganizar os elementos citados em
categorias aglutinadoras, que podem direcionar a produção de material fotográfico para
ilustrar os elementos citados em materiais educativos.
Resultados e Discussão
As/os entrevistados principais foram 4 mulheres e 2 homens, com idade variando
de 45 a 63 anos, mantendo as características previstas na metodologia. Com isso,
conseguiu-se obter dados do público de interesse. Os/as participantes costumam vir à
Estação Experimental para fazer atividades físicas com frequência, sendo que o horário
varia e em alguns casos depende do horário de trabalho. A atividade mais comumente
citada foi a caminhada. O motivo da preferência pelo local esteve principalmente
relacionado à arborização do local, à estrutura que permite a prática de atividades físicas
e à possibilidade de trazer cachorro.
Nas respostas da questão 6, sobre o que chama a atenção, os elementos atrativos
focam aspectos da paisagem, bióticos e socioculturais. Com relação à paisagem, os
elementos foram mencionados apenas elementos naturais que são os que mais
predominam no local, que mesmo tendo grande grau de alteração, possui um ambiente
1
Máquina utilizada: Kodak Easyshare LS 743, de 4 migapixels, com zoom de 8x, macro de 10 cm,
com tela de LCD e visor.
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que se aproxima ao natural. Com relação ao componente biótico, as aves, as árvores e
as flores foram os elementos mais citados. Apesar de as/os entrevistadas/os indicarem
estes grupos como os mais vistos e que mais os chamam a atenção, afirmaram saber
pouco a respeito dos mesmos. Em termos socioculturais, o sentimento de pertença foi
mencionado por cinco entrevistas/os, pois muitas/os conhecem o local desde a infância.
Ao serem questionadas/os sobre que elementos que fotografariam, a resposta
quase unânime foi a represa. Elementos físicos da trilha e os bióticos também foram
mencionados, tais como: aves aquáticas, bosque da trilha, trilha, flores, árvores, bosque
antigo e meio. Em todas as fotos feitas pelas/os entrevistadas/os elementos relacionados
à água (represa e córrego) à vegetação (bosque e árvores) e à estrutura para atividades
físicas e de saúde (trilha) estão presentes. Esse registro está coerente com a motivação
de vir fazer a atividade física e de lazer neste espaço em função de sua arborização
(sombreamento) e da sensação de bem estar (paz) que transmite. Esses são os
elementos atrativos mais significativos.
Com relação ao tema da biodiversidade, o desconhecimento relatado pelas/os
entrevistados sobre os elementos relacionados às aves e às plantas indica a necessidade
de abordar estes temas em ações e materiais educativos. De acordo com Schwartz
(2006)2 apud Rodrigues e Gonçalves-Junior (2009) a simples ação de realizar práticas
corporais na natureza não gera, por si só, uma sensibilização das pessoas para com o
meio natural, pois toda ação implica no tratamento educativo que o indivíduo ou o grupo
recebe quando inicia a atividade, bem como suas atividades e comportamentos
posteriores a ela. Assim, dada a diversidade da vegetação local e de aves, esses
elementos representam um grande potencial para tratar também relações ecológicas, pois
são facilmente visíveis na trilha e são percebidas pelas/os usuárias/os.
A partir deste levantamento dos elementos atrativos do espaço de uso público da
Estação Experimental de Itirapina, foi possível construir categorias aglutinadoras que
reúnem os elementos mencionados e que podem orientar a produção de material
fotográfico para esse guia. São elas: bosque de entrada, bosque com trilha, represa,
córrego, aves, árvores, flores e uso. Com base nas categorias elaboradas, pode-se então
elaborar a proposta de um material educativo, fazer um piloto e discutir esse material com
as/os usuárias/os e funcionárias/os da unidade. Um guia da trilha é uma possibilidade de
material educativo que pode despertar o interesse das pessoas que utilizam o lugar para
o tema da biodiversidade. Pode trazer informações sobre a fauna e flora local e abordar
questões relacionadas à importância das unidades de conservação, da conservação da
biodiversidade e da relação do ser humano com a natureza para uma melhor qualidade
de vida, com a prática de atividades físicas e de saúde junto a espaços naturais.
Para a produção de um material deste tipo, será necessária a elaboração de um
banco de imagens com um esforço de coleta de material fotográfico bem maior. Parte do
material fotográfico pode ser produzido por fotógrafos profissionais e parte pode ser
2
SCHWARTZ, G. M. Aventuras na natureza: consolidando significados. Jundiaí: Fontoura, 2006.
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produzido em oficinas de fotografia com as/os usuários e moradores/as do entorno. Esta
pode ser uma temática atrativa para o público jovem e adulto e pode ser realizada
também na área da Estação Ecológica, por meio de visitas monitoradas, que contribuíam
para o maior conhecimento e apropriação destes espaços pela comunidade local. Ao
trabalhar com imagens de um determinado lugar produzidas pelas/os educandas/os, o/a
educador/a pode abordar conteúdos teóricos de maneira contextualizada, mostrando que
a atuação das pessoas envolvidas é fundamental para a construção do conhecimento,
praticando o princípio da participação presente na Educação Ambiental (SILVEIRA;
ALVES, 2008). Neste sentido as oficinas podem contribuir também com processos de
organização e comunicação comunitária, atuando em questões socioambientais mais
amplas e conflituosas na comunidade, como as relatadas por Dutra-Lutgens (2010), que
afetam a qualidade de vida das pessoas e os objetivos de conservação da biodiversidade
das unidades de Itirapina. Exemplo registrado em foto na tese da autora é foi o
aparecimento de uma onça parda (Puma concolor) no bairro Nova Itirapina, no entorno
das unidades, no ano de 2010.
Conclusões
Com este estudo pode-se concluir que ações educativas sobre o tema da
biodiversidade são uma potencialidade para fortalecer as atividades de visitação do
programa de uso público da unidade. Para dar suporte a essas ações, um material
educativo do tipo guia poderia contribuir ao trazer informações sobre a unidade, suas
estruturas e atrativos para atividades físicas e de lazer e a biodiversidade existente no
local. Neste sentido, a fotografia é uma ferramenta muito interessante tanto para ilustrar
esse material, quanto para levantar informações sobre a relação das pessoas com o local
e planejar ações educativas junto às/aos usuárias/os e outros moradoras/es do município
e visitantes.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao professor Antonio Carlos de Freitas e à professora Marcia Franco pela
orientação para a execução deste trabalho em campo. À Marina Telles pela identificação
das aves registradas nesta pesquisa. Ao Gustavo Rincon Mazão pelo auxílio no trabalho
de campo. Ao CNPq pela bolsa de doutorado e à FAPESP por com recursos financeiros
para execução do projeto, que está relacionada à rede de Pesquisa SISBIOTA –
Predadores de topo de cadeia.
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ANÁLISE DO TURISMO DE AVENTURA EM ÁGUAS NA PRAIA DO LARANJAL,
ATRAVÉS DOS SITES DE PELOTAS, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
Guilherme de Oliveira Lopez de Ávila, Laura Rudzewicz, Rita Gabriela Araújo Carvalho,
Jéssika dos Santos Garcia
Universidade Federal de Pelotas, Pelotas-RS, Brasil
[email protected]
RESUMO
Este estudo teve como objetivo apresentar um panorama sobre o segmento de Turismo
de Aventura na Praia do Laranjal, localizada no município de Pelotas, no estado do Rio
Grande do Sul. Utilizando a pesquisa bibliográfica e os sites locais, foi analisado o
conteúdo das informações sobre atividades de aventura, as potencialidades do Turismo
de Aventura em águas e a importância da internet como um meio de disseminação das
informações referentes a esse segmento. Por meio desta pesquisa, notou-se a falta de
material e informações focadas na questão do Turismo de Aventura no município, e
também, a falta de exploração desses recursos hídricos da região associados a esta
prática.
Palavras-chave: Turismo de Aventura, Águas, Internet.
Introdução
O turismo de aventura surgiu na contemporaneidade, com manifestações lúdicoesportivas, entre as quais, aquelas vinculadas à ideia de aventura. Tais manifestações
propiciam ao turista/visitante de uma determinada região o encontro com diferentes
ambientes naturais, como o terrestre, através de práticas como arvorismo, caminhada,
cicloturismo, bungee jump e motanhismo, o aquático com as práticas de canoagem,
kitesurfe e windsurfe e o aéreo que inclui o balonismo, paraquedismo, voo livre, entre
outros.
O turista procura, através desse segmento, diversas práticas e experiências,
conseguindo extrair o prazer das atividades de aventura com segurança. O Turismo de
Aventura é uma prática de caráter não competitivo, pois os praticantes, geralmente, não
tem aptidão no esporte a ser praticado e necessitam de um acompanhamento da
atividade, através de guias ou condutores especializados. Essas práticas corporais, como
muitos autores se referem, movimentam toda uma atividade econômica voltada ao
entretenimento que inclui o lazer e o turismo.
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Com isso, o setor depende de investimentos em recursos tecnológicos, em
equipamentos de segurança, na realização de eventos competitivos, na disponibilização
de infraestrutura turística adequada (meios de hospedagem, serviços de alimentação,
agencias receptivas e especializadas, etc.) e em campanhas publicitárias com o enfoque
na experiência da aventura, adrenalina e fortes emoções.
Nesse segmento, a preocupação com a preservação do ambiente natural, urbano
e patrimonial, surge como uma premissa necessária, disseminando os aspectos da
sustentabilidade aos praticantes, operadores e pessoas envolvidas. Segundo Uvinha
(2009), “tal atividade simboliza uma rica experiência de reafirmação da identidade para
seus praticantes, sendo fundada em elementos como proximidade com a natureza,
desafio, cooperação e sentimento de liberdade que perduram muitas vezes para além da
mera participação naquele momento do pacote turístico”.
No cenário brasileiro, é um segmento que vem se consolidando, compreendendo
uma variedade de elementos sociais, culturais e econômicos que influenciam o turista a
buscar esse tipo específico de atividade. O Turismo de Aventura é um segmento recente
e que atrai um público bastante diversificado.
Abordando o aspecto do Turismo de Aventura em águas, foi no final do século
XIX e início do século XX que os turistas começam a mostrar interesse pelas praias, rios e
lagos. Estas passam a ser exploradas por sua beleza natural, possibilitando a fuga das
cidades e um maior contato do homem com a natureza. Diante do grande potencial
hídrico do Brasil, é notável que o uso turístico e de lazer dos ambientes aquáticos
desenvolveu-se rapidamente, já que muitos dos rios e lagoas situam-se nas proximidades
de grandes e pequenas cidades, facilitando, assim, o acesso das pessoas.
Segundo Beni (2007), a hidrografia de uma região pode apresentar diversos
atrativos de interesse para o turismo, seja por meio dos seus rios, lagos, lagoas, represas,
praias fluviais, deltas, além de pântanos, quedas d’agua, fontes hidrotermais, e outros.
Quando entendidos como atrativos turísticos, esses representam lugares, objetos ou
acontecimentos de interesse turístico, capazes de motivar o deslocamento de grupos
humanos para conhecê-los e experimentá-los, demonstrando o grande potencial existente
no desenvolvimento do turismo mediante o uso da água.
Porém, a ação do homem sobre o ambiente natural tem provocado a perda da
qualidade dos recursos naturais em muitos ecossistemas. Swarbrooke (2000) nos diz que
o uso intensivo dos recursos hídricos pelos turistas, por exemplo, podem causar diversos
impactos sobre esse recurso natural como: desvio da água da comunidade local para os
equipamentos de hospedagem usados pelos turistas, a poluição das águas pelo despejo
de resíduos sólidos ou combustível de embarcações, além da destruição da fauna e da
flora a partir da instalação de infraestrutura turística nas margens.
O município de Pelotas, Rio Grande do Sul, está situado às margens do canal
São Gonçalo, que liga a Laguna dos Patos à Lagoa Mirim, representando uma região que
congrega diversos dos principais corpos d´água do Brasil. Pelotas atualmente possui,
segundo o IBGE (CENSO, 2010), 328.275 habitantes em uma área de 1.610 Km²,
localizando-se a 253 km ao sul de Porto Alegre, capital do estado. Diante dessa riqueza
de águas, este trabalho apresenta uma reflexão sobre as práticas de aventura existentes
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na Praia do Laranjal, praia de água doce localizada na Laguna dos Patos, localizada a
14km do centro de Pelotas, e o seu potencial para o desenvolvimento do Turismo de
Aventura.
Objetivos do estudo
Este trabalho tem como principal objetivo analisar as atividades de aventura em
águas, identificando, através dos sites, as práticas existentes, o conteúdo das
informações encontradas e as potencialidades do turismo de aventura na Praia do
Laranjal, localizada no município de Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul.
Metodologia
A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi a pesquisa exploratória,
de base qualitativa, com foco na pesquisa bibliográfica e documental. Verificou-se,
através dos sites locais, as informações referentes às práticas das atividades de aventura
e do Turismo de Aventura realizadas na Praia do Laranjal, Pelotas/RS.
Na pesquisa aos sites de escolas, associações ou entidades que realizam
práticas de aventura na água, ou ainda de órgãos públicos representantes do turismo
municipal, foi observado quais seriam as principais práticas desenvolvidas na Praia do
Laranjal, incluindo-se a análise sobre a sua comercialização como produtos turísticos. A
internet é vista como importante ferramenta das tecnologias da informação no turismo,
promovendo a disseminação de informações e a divulgação e comercialização dos
produtos e serviços turísticos disponíveis aos turistas/visitantes em uma determinada
região.
A análise bibliográfica teve foco em livros e artigos científicos sobre o Turismo de
Aventura e as atividades de aventura, suas definições e o potencial turístico hídrico
identificado na Região Turística da Costa Doce, ao qual pertence o município de Pelotas.
Esta pesquisa apresenta-se em fase preliminar, a qual terá andamento no sentido
de contribuir para uma discussão aprofundada no que se refere às especificidades do
Turismo de Aventura em águas, já que se verificou uma grande lacuna sobre este tema
nas pesquisas científicas sobre Turismo.
Resultados
Primeiramente partiu-se do referencial bibliográfico de autores que descrevem o
segmento do Turismo de Aventura, identificando-se conceitos relacionados com os
esportes de aventura, o risco eminente da prática desse tipo de turismo, a questão do
prazer com segurança e as potencialidades do Turismo de Aventura especialmente em
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lagoas. Com isso, passou-se, então, para a pesquisa dos sites relacionados com as
atividades de aventura com uso dos recursos hídricos do município de Pelotas/RS.
A região da Costa Doce, possui uma bela paisagem e grande potencial turístico
nas proximidades da maior Laguna do Estado, segundo Machado (2005 p.149) “a Laguna
dos Patos apresenta suas margens recortadas em sacos, criando ambientes próprios
para a utilização em termos turísticos”.
A Praia do Laranjal sofre com os efeitos negativos da sazonalidade turística
provenientes do segmento de sol e praia e turismo de lazer. Além disso, nos dias atuais,
já há práticas de esportes de aventura na região, no entanto isso não ocorre para fins
turísticos. Conforme explica Larri Machado, um dos proprietários da Escola Prowind, que,
há 15 anos, forma novos praticantes dessas modalidades: “Essa praia tem uma posição
singular. Lá, sopra o vento nordeste, que é ideal para esses esportes (Kitesurfe e
Windsurfe), pois empurra de dentro da lagoa para a margem. Além disso, ela é rasa e
suas águas são calmas, o que facilita para os que estão começando.” (MAZZA, 2010).
Isso demonstra a existência de atividades de aventura em águas já praticadas na Praia do
Laranjal.
Na pesquisa online pouca informação foi encontrada no que se refere à
comercialização destas atividades como parte do segmento do Turismo de Aventura.
Encontraram-se apenas dois sites de escolas de Kitesurfe e Windsurfe com informações,
contatos e preços das atividades oferecidas para o público interessado em desfrutar da
atividade.
Portanto, nota-se a falta de material e informações focadas na questão da
aventura no município, e também, a falta de exploração desses recursos hídricos da
região associados a prática do Turismo de Aventura. O município e as atividades de
aventura são apenas citados em projetos particulares. Em relação ao site do órgão
público municipal de turismo, não foram encontradas informações sobre esse tipo de
segmento, verificando-se, que ainda não está sendo explorado pelo município, apesar do
grande potencial existente para o Turismo de Aventura em águas, representado
principalmente pela Praia do Laranjal e pelas possibilidades trazidas pela Laguna dos
Patos e suas belezas naturais.
Conclusão
Nesse trabalho foram abordadas questões, como conceitos sobre atividades de
Aventura e Turismo de Aventura em águas, com o foco na Praia do Laranjal, localizada na
zona urbana do município de Pelotas, Rio Grande do Sul. Essa apresenta um grande
potencial para o turismo de aventura, principalmente por suas águas rasas e ventos ideais
para a prática de Kitsurfe e Windsurfe. Além disso, a prática da canoagem é outra
atividade de aventura, hoje trabalhada com foco competitivo ou lazer, que demonstra
grande potencial no município para o seu desenvolvimento como Turismo de Aventura.
Com a análise dos sites foi possível perceber a ausência de informações referentes a
esse segmento no município de Pelotas.
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Portanto, conclui-se que faltam empresas especializadas na implementação desse
segmento de mercado. Também se verificou que há falta de apoio por parte do poder
público local, no que se refere ao incentivo do desenvolvimento do Turismo de Aventura
em águas, de forma a explorar turisticamente o grande potencial natural e geográfico de
Pelotas, localizada entre águas. Além disso, há necessidade de entendimento da
importância das tecnologias de informação como a internet, na promoção das atividades
de aventura e do turismo local, já que ficou evidente a falta de informações disponíveis.
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ANÁLISE DO ÂNGULO ABSOLUTO DO TRONCO NA ESCALADA ARTIFICIAL EM
INDIVÍDUOS COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO E COM SÍNDROME DE DOWN
Isabela Gouveia Marques, Thiago Bassani Bellusci, Luisa de Oliveira Demarchi Costa,
Raphael Delfino
Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná, Brasil
[email protected]
RESUMO
O presente estudo pretende relatar situações não-usuais em atividades de aventura,
como a escalada com pessoas com síndrome de Down. O objetivo do trabalho é analisar
o ângulo absoluto do tronco de indivíduos com desenvolvimento típico e outro com
Síndrome de Down, durante a prática da escalada artificial. Os indivíduos foram filmados
durante a progressão em duas vias de escala distintas, em quatro subidas, com
marcações no tronco (C7 e L4). A variação do ângulo absoluto do tronco influencia a
performace do indivíduo durante a prática da escalada. Devido aos movimentos exigidos
nas vias, era necessário a compensação do tronco para economia de energia na
execução do movimento, utilizando a técnica adequada. Pode-se observar que a
participante com SD realiza menos movimentos compensatórios do tronco que a
participante com desenvolvimento típico.
Palavras-chave: Escalada, síndrome de Down, ângulo absoluto.
Introdução
Afirma-se que a escalada é uma modalidade que não possui muitas exigências
para sua prática, podendo ser considerada uma atividade inclusiva para pessoas com
desenvolvimento típico e atípico, pois “[...] mesmo sendo um esporte radical pode ser
praticado por qualquer pessoa, estando ciente e dentro de suas limitações” (SILVA et al.,
2007, p. 52). A partir desse pressuposto, pessoas com síndrome de down podem praticar
a escalada dentro de suas características e limitações.
Há estudos sobre pessoas com necessidades especiais e escalada (MARQUES et
al., 2011; COSTA, 2009; CARVALHO, 2005; COBÊRO et al., s/d), no entanto há carência
de bibliografia sobre pessoas com síndrome de down e escalada, sendo a maioria dos
estudos já produzidos sobre inclusão e desevolvimento motor, e não foram encontrados
estudos biomecânicos de escalada para pessoas com síndrome de down. Quanto à
análise biomecânica na escalada, há estudo do bote vertical na escalada (HASHIGUCHI e
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MEDEIROS, 2007) mas não sobre análise de postura em pessoas com síndrome de
down.
A síndrome afeta várias capacidades físicas dos sujeitos. Segundo Kozma (2007) a
síndrome de Down tem como característica a hipotonia, ou seja, baixo tônus muscular. A
hipotonia causa a impressão de que a musculatura é flácida, ou que não possue muita
força. Ainda, para o autor, o tônus muscular baixo pode afetar o desenvolvimento e os
movimentos que exigem força nas pessoas que possuem a síndrome, entretanto se o
indivíduo é estimulado fisicamente, tais características podem ser reduzidas. Pensando
assim, a escalada seria uma atividade de difícil execução para essa população.
Objetivos
Geral
Analisar o ângulo absoluto do tronco de indivíduos com desenvolvimento típico e
outro com Síndrome de Down, durante a prática da escalada artificial em duas vias com
diferentes graus de dificuldade.
Específico
Comparar a variação do ângulo absoluto entre sujeitos com e sem sindrome de
Down nos cinco momentos da via A.
Comparar a variação do ângulo absoluto entre sujeitos com e sem sindrome de
Down nos cinco momentos da via B.
Métodos
A pesquisa é do tipo descritiva, que considera que “o valor está baseado na
premissa de que os problemas podem ser resolvidos e as práticas melhoradas por meio
da observação, análise e descrição objetivas e completas” (THOMAS e NELSON, 2002,
p. 280).
Amostra foi constituída por duas pessoas do gênero feminino, uma com síndrome de
down, idade de 31 anos, estatura 1,41m e massa 52kg, e outra com desenvolvimento
típico, idade de 22 anos, 1,68m de estatura e 60kg de massa, participante do projeto de
extensão “Atividades Alternativas para Pessoas com Necessidades Especiais” do
Departamento de Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá.
A pessoa com desenvolvimento típico não pratica regularmente, porém tem experiência
com escalada há um ano, e é professora das aulas de escalada no projeto, considerada
“sujeito 01”. A mulher com síndrome de down participa há oito meses das aulas de
escalada semanais oferecidas no projeto, entretanto a apenas um mês foi possível
observar melhoras no desempenho, ou seja, está conseguindo completar a via, “sujeito
02”.
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Para a análise foram utilizados os procedimentos da cinemetria bidimensional,
sistema de referência bidimensional de 3m de altura por 1,60m de largura, foram
colocados marcadores na cervical (C7) e na região lombar (L4) dos indivíduos, de forma a
demarcar o tronco.
A câmera foi posicionada perpendicularmente no ponto médio da parede de
escalada, a distância de 4,10 m, e 1,60 de altura do chão, de forma que fosse possível
observar os quatro pontos do sistema de referência.
Foram demarcadas duas vias de diferentes graus de dificuldade na parede de
escalada, sendo ambas do nível A0, “pontos de apoio sólidos [...] isolados ou em uma
curta seqüência com pouca exposição; pêndulos; uso da proteção para equilíbrio ou
descanso; e tensionamento da corda para auxílio na progressão” (CBME, s/d).
Para determinação do grau de dificuldade de uma via são consideradas duas
partes, a “central” que consiste nos movimentos básicos, e a opcional, que são os
detalhes acrescidos para aumentar a dificuldade da progressão sem alterar o nível
(CBME, s/d).
A via “A” era de movimentos básicos, pernas alternadas; e a via “B”, com pernas
alternadas e mudança de direção de perna para a diagonal, exigindo mais técnica das
participantes. Nas vias estavam determinados os locais em que mãos e pés poderiam ser
apoiados, padronizando assim, os movimentos de tronco durante os momentos.
Os sujeitos foram filmados durante a execução da subida, sendo realizada quatro
subidas em cada via, totalizando oito subidas de cada indivíduo. Os testes foram
realizados na parede de escalada 4,50m de altura por 4,80m de largura do Grupo de
Estudos do Lazer (GEL/UEM/CNPq) na Universidade Estadual de Maringá.
A filmagem foi realizada com a câmera digital Sony cyber-shot DSC-S950
SteadyShot. O vídeo foi desentrelaçado, compactado e editado no VirtualDub sendo
amostrado em 60Hz, de forma que foi considerado o momento em que um dos pés
apoiava na agarra, constituindo então, um novo movimento. Para cada subida, foram
editados cinco momentos.
Via B
Via A
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Os pontos foram digitalizados pelo Software SkillSpector, foi realizada
reconstrução 2D, marcados os pontos da coluna (C7) e (L4), definido o segmento
tronco, para verificação e comparação do ângulo absoluto do tronco. Foram obtidos
valores dos pontos “x” e “y” em um documento de texto (txt).
Os dados coletados pelo SkillSpector foram tabulados no Excel utilizando
fórmulas do ângulo absoluto:
 y − yd
Θ abs = a tan  p
x −x
d
 p
a
do
os
as




Os dados
ados serão apresentados em média (mínimo e máximo). A partir dos
resultados, foram comparados os momentos e realizados gráficos para melhor
compreensão do fenômeno.
Resultados
O gráfico abaixo representa a subida de dois sujeitos em uma via da escalada prédeterminada, onde nesta consideramos a via B, com cinco momentos. Considerando 90°
o ângulo perpendicular ao solo, a inclinação do tronco para a esquerda é apresentada por
um ângulo superior a 90°, e para a direita, inferio r a 90°.
A média do sujeito 01 no primeiro momento foi 92,11° (88,72; 93,81); do segundo
momento foi 81,17° (78,45; 85,57); no terceiro mome nto, 89,65° (87,22; 90,50); quarto
momento, 73,24° (64,69; 78,43); e do último momento , 84,21° (80,72; 87,08). Já a média
do sujeito 02 na mesma via, no primeiro momento foi de 99,20° (94,85; 100,90); no
segundo momento foi 89,38° (75,61; 94,64); terceiro momento foi 92,03° (90,57; 94,44);
quarto momento foi 68,68° (60,61; 75,44); e do últi mo momento foi 80,11° (70,81; 94,39).
Gráfico 1. Comparação do ângulo absoluto do tronco durante a progressão na via B.
B
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O gráfico 02 representa a escalada na via A. O sujeito 01 no primeiro momento
teve a média de 88,25° (86,27; 91,08); no segundo m omento 94,36° (90,81; 98,69); no
terceiro momento 85,67° (83,34; 90,78); no quarto m omento 94,09° (90,67; 99,74) e no
último momento 89,72° (86,53; 93,76). O sujeito 02 teve a sua média no primeiro
momento 89,67° (83,44; 98,95); no segundo momento 9 7,53° (92,84; 101,12); no terceiro
momento
mento 106,99° (103,73; 111,28); no quarto momento 1 04,99° (101,06; 110,52); e no
último momento 86,60° (81,81; 90,91).
Gráfico 2. Comparação do ângulo absoluto do tronco durante a progressão na via A.
A
Não existem estudos teóricos que discutem o posicionamento do tronco durante a
prática da escalada, entretanto empiricamente percebe-se
percebe se que o tronco oscila para o
mesmo lado que a perna que realiza o movimento ascendente.
No gráfico 1 foi possível analisar que o sujeito 02, não se mantém tão estável,
estável
sendo que o valor máximo do ângulo foi de 100,90 e do mínimo foi de 60,61. No sujeito 01
o valor máximo do ângulo foi de 93,81 e o mínimo 64,69.
Na análise do gráfico 2, foi possível perceber que o sujeito 02 varia nos ângulos
mais que o sujeito 01. O ângulo
gulo máximo apresentado pelo sujeito 02 foi de 111,28, e o
ângulo mínimo foi de 81,81. Já no sujeito 01 o ângulo máximo foi de 99,74 e o ângulo
mínimo foi de 83,34.
Conclusão
Com base nas análises biomecânicas, foram encontradas diferenças de angulação,
angulação
e diferentes padrões de movimento entre as duas mulheres analisadas. O sujeito 01, de
forma geral, apresenta-se
se mais estável que o sujeito 02, sendo que a diferença entre os
ângulos máximos e mínimos do sujeito 02 é maior se comparado ao sujeito 01.
O sujeito
ujeito 02 apresentava falta de compensação de tronco durante a subida, ou
seja, teoricamente nessas vias que necessitavam de movimentos alternados de pernas, o
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tronco alternaria para os dois lados, realizando assim, a compensação. Porém nos
movimentos observados no sujeito 02 o tronco não realizava a compensação para o lado
direito e, assim, o quadril estava sempre para o mesmo lado.
Não foi possível identificar o motivo de haver mais diferença na angulação do
tronco na via A, somente de movimentos básicos. Provavelmente devido à via B exigir
maior técnica, obriga que o indivíduo realize os movimentos de tronco apropriados para
realizar a progressão, e na via A, não houve a necessidade da compensação de tronco
para a realização da tarefa.
Acreditamos que essa grande variância pode ter sido devido à baixa tonicidade
muscular característica da Síndrome de Down. Pode ser também pela falta de técnica,
pois o sujeito 02 consegue completar vias há apenas um mês, ou então pela baixa
estatura que este sujeito possui.
Sugerimos mais estudos com pessoas com síndrome de down com e sem prática
na escalada, de forma a descartar a variável técnica. Pensa-se ainda em estudos com
mais sujeitos, de estaturas semelhantes, para evidenciar se a síndrome de down é um
fator que limita a prática, de que forma isso se manifesta e quais os procedimentos
pedagógicos para sua resolução.
REFERÊNCIAS
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para pessoas com deficiência visual. 2005.192f. Dissertação (Mestrado em Educação
Física) – Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas, Campinas
– SP, 2005.
COBÊRO, C.; PEIXOTO, L. H.; FRANCESCONI, K; TAFNER, K. Implantação de
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http://www.convibra.com.br/upload/paper/adm/adm_872.pdf> Acesso em: 30 nov. 2011.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE MONTANHISMO E ESCALADA. Sistema Brasileiro
de Graduação de Vias de Escalada. s/d Disponível em:
<http://www.brasilvertical.com.br/antigo/BV4/SBG.pdf> Acesso em: 14 de fevereiro de
2012.
COSTA, V. B. da. Inclusão social nos esportes de aventura na natureza: vivências e
experiências de um pesquisados deficiente visual. Efdeportes.com: revista digital. Ano
14. N. 136, Buenos Aires, setembro de 2009.
FERREIRA, J. S. ; SILVA, D. R. Intervenções na educação física em crianças com
Sindrome de Down. Revista da Educação Física, v. 12, p. 69-76, Maringá – PR, 2001.
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HASHIGUCHI, D.; MEDEIROS, L.G. Análise biomecânica do bote vertical na
escalada, 2010. Diponível em:<
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KOZMA, Chahira. O que é síndrome de Down. In: STRAY-GUNDERSEN, Karen (Org.).
Crianças com syndrome de Down: guia para pais e educadores. Tradução Maria
Regina Lucena. Borges-Osório. Porto Alegre: Artmed, 2007, p. 14-42.
MARQUES, I. G.; BELLUSCI, T. B.; NODA, L. M.; CORREDEIRA, R.; BASTOS, T. L.;
PIMENTEL, G. G. A. Escalada para Amputados: Um Estudo Exploratório. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE AVENTURA. 2011. Pelotas. Anais.
Pelotas. 201. p. 87-94.
SILVA, G. A., FERREIRA, R. de P., NAVARRO, F., SANTOS, C.F. Suplementação de
carboidrato não influencia na diminuição da perda de força na escalada indoor. Revista
Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v.1, n. 3, p. 51-64, Mai./Jun. 2007
Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício. São
Paulo, 2007. Disponível em:
<http://ibpefex.com.br/site/images/stories/PFEX_03_MAI_JUN_2007_pdf/PFEX_26_06_N
3V1_PP_51_64.pdf> Acesso em: 21 de novembro de 2010.
THOMAS, Jerry R.; NELSON, Jack K. Método de pesquisa em atividade física. Trad.
Ricardo Petersen... [et al] 3° ed. – Porto Alegre – Artimed – 2002.
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A PRESTAÇÃO DE SERVIÇO NA ÁREA DE ATIVIDADES NA NATUREZA PARA
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA OFERECIDAS NO ESTADO DE SÃO PAULO
Felipe Morgato, Paulo Roveri, Fernanda Salvi Santos, Jamille Berbare, Gustavo Murata,
Tiago Dias Provenzano
Universidade Estadual Paulista - UNESP – Rio Claro - Brasil
[email protected]
RESUMO
Tendo em vista a crescente procura por atividades na natureza, esse estudo tem como
objetivo fazer um levantamento de quantas empresas, cadestradas no web site da
Associação Brasileira das Empresas Ecoturismo de Aventura (ABETA), que atuam na
área dentro do estado de São Paulo, e tem se empenhado em oferecer Atividades de
Aventura voltadas para pessoas com deficiência. Mesmo que tenha se encontrado poucas
empresas que ofereçam atividades de aventura, estas oferecem aos seus praticantes
diversos momentos com características inovadoras e diferenciadas dos esportes
tradicionais. Verificou-se a falta de investimento e de uma cultura de prestação de
serviços para os deficientes no estado de São Paulo, e ainda os indivíduos se deparam
com discriminação pois ao buscar atividades adequadas á sua condição, encontram-nas,
geralmente, segregadas das atividades dos grupos considerados “normais”, esse fato
gera desmotivação quanto a pratica desse tipo de atividade. A avaliação dessa
prestadoras de serviço é importante para que assim possa se avaliar a condição da
acessibilidade dentro da prática de atividades na natureza, de modo a permitir que
qualquer indivíduo possa desfrutar desta vertente do lazer.
Palavras-Chave: Atividade na natureza, Pessoas com deficiência, ABETA.
Introdução
Atualmente há uma crescente procura pela prática de atividades de aventura
como forma de lazer, e práticas esportivas, buscando prazer e diversão (MARINHO E
SCHWARTZ, 2005). Porém quando analisamos a participação de pessoas com
deficiência nessas práticas, nos deparamos com problemas de acessibilidade presentes
em nosso país.
Evidenciando uma defasagem do nosso país quando comparado com países
mais desenvolvidos. Segundo os dados do IBGE (2000), 14,5% da população do nosso
país possui alguma deficiência. Muitos destes desconhecem a oportunidade de vivenciar
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alguma atividade na natureza, seja por falta de divulgação, investimento em infraestrutura ou em acessibilidade.
Para Mauerberg-deCastro (2005, p.497) “a natureza é uma ferramenta com
recursos ilimitados para todos os indivíduos e, mais importante, não descrimina, mais,
antes, oferece oportunidades iguais”. Acreditamos que qualquer individuo possa desfrutar
dessa aventura, porém sempre respeitando suas condições e adequando o local da
atividade.
O numero de organizações não-governamentais que realizam atividades com o
intuito de melhorar a vida das pessoas deficientes vem crescendo (NUNES et al 2008).
Um desses exemplos é a Associação Aventura Especial, que visa a inclusão das pessoas
com deficiência dentro das opções de esporte, turismo e lazer na natureza, tendo como
objetivo incentivar as pessoas com deficiência a ter contato com a natureza; sensibilizar a
indústria do turismo quanto à necessidade de adaptar pessoal, minimizando assim o
preconceito que ainda se encontra em nossa sociedade.
Com esse trabalho pretendemos identificar quantas empresas do estado de São
Paulo, cadastradas no site da ABETA, oferecem atividades voltadas para deficientes e
apresentam informações das mesmas em seus web sites. A partir então das constatações
desta pesquisa, indagar qual a situação do deficiente que quer participar de uma atividade
de aventura. Se este consegue se inserir sem dificuldades, ou passa por dificuldades. O
estado de São Paulo foi escolhido por ser o mais desenvolvido financeiramente da
federação e ter maior número de empresas cadastradas no campo de atividade de
aventura.
Objetivo
A partir da web site da Associação Brasileira das Empresas Ecoturismo de
Aventura (ABETA), o presente estudo tem como objetivo realizar um levantamento de
quantas empresas, que atuam na área dentro do estado de São Paulo, tem se
empenhado em oferecer Atividades de Aventura voltadas para pessoas com deficiência.
Metodologia
O procedimento metodológico realizado no estudo foi baseado em uma base de
dados especifica, buscando dados sobre empresas de turismo que possuem atividades
e/ou serviços de esportes de aventura voltada para pessoas com deficiência. Utilizamos
os dados da ABETA, restringindo a pesquisa ao estado de São Paulo, para saber das
empresas que estão cadastradas quantas possuem atividades adaptadas e que tipos de
atividades são oferecidas para a população com deficiência.
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Resultados
Em nossa busca encontramos 80 web sites cadastrados no sistema ABETA para
o estado de São Paulo. Porém destes 80 sites 15 apresentavam-se fora do ar, e por isso
foram excluídos da pesquisa. Sobraram então 65 web sites de empresas. Destes
pesquisados apenas 4 apresentavam atividades especiais para deficientes, dentre elas:
mergulho para deficientes físicos e mentais, oficina sensorial, caminhada, boiacross,
escalada, raffiting, cascading, cavalgada, trekking, paraquedismo, tirolesa, paraglider, off
road, aqua ride, ciclismo, parasail, arvorismo e cavalgada no campo e na montanha.
Mesmo que tenha se encontrado poucas empresas que ofereçam atividades de
aventura, estas oferecem aos seus praticantes diversos momentos com características
inovadoras e diferenciadas dos esportes tradicionais, por propor condições diferentes das
práticas esportivas (MARINHO E SCHWARTZ, 2005).
A própria motivação e os meios utilizados para o seu desenvolvimento são
outros e, além disso, há também a presença de inovadores equipamentos tecnológicos
permitindo uma fluidez entre o praticante e o espaço destinado a essas práticas - terra,
água ou ar.
Conclusão
A partir dos resultados encontrados pode-se verificar a falta de investimento e de
uma cultura de prestação de serviços para os deficientes no estado de São Paulo. Poucas
empresas estão preocupadas em fornecer uma atividade desenvolvida especificamente
para pessoas com necessidades especiais, mostrando que a maioria não possui infraestrutura organizada para a acessibilidade para todas as pessoas.
As empresas não foram questionadas se tem alguma atividade além das que
estão evidenciadas nos seus web sites, isso não exclui a possibilidade da mesma se
adequar se algum grupo de deficientes busque alguma atividade.
Mesmo a empresa apresentando acessibilidade, é necessário verificar o grau de
segurança, pois sabemos que os deficientes são mais vulneráveis a condições de
atenção á saúde. Contudo, o simples fato das pessoas com deficiência terem que buscar
as atividades adequadas que, geralmente, são segregadas dos grupos considerados
“normais”, já demonstra discriminação e geram desmotivação no momento de procurar
esse tipo de atividade.
REFERÊNCIAS
ABETA. Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura.
Disponível em: <http://www.abeta.com.br/>. Acesso em: 28 mar. 2012.
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ALVES, L. S.; NAZARI, J. Atividades de Aventura e deficiência: limites e possibilidades.
Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd138/atividades-de-aventura-edeficiencia.htm>. Acesso em: 28 mar. 2012.
BRASIL. Ministério do Turismo. Turismo Acessível: Bem Atender no Turismo de
Aventura Adaptada. Volume IV. Brasília: Ministério do Turismo, 2009, p. 88.
NUNES, Erica et al. Inclusão social de portadores de necessidades especiais. Disponível
em: <http://www.sbe.com.br/ptpc/ptpc_v1_n1_077-088.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2012.
MAUERBERG-DECASTRO, E. Esportes, atividades na natureza e as pessoas com
deficiências. In: MAUERBERG-DECASTRO, E. Atividade Física Adaptada. Tecmedd.
Ribeirão Preto, 2005, p.485-497.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2000. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/universo.php?tipo=31&pagi
naatual=1&uf=35&letra=E . Acessado em: 28 mar. 2012.
Marinho, A.; Schwartz, G. M. Atividades de aventura como conteúdo da educação
física: reflexões sobre seu valor educativo, 2005. Disponível em:
<http://www.efdeportes.com/efd88/avent.htm >. Acesso em: 28 mar. 2012.
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A BOIA, O REMO E A CORDA: UM ESTUDO ANTROPOLÓGICO SOBRE BROTAS, A
CAPITAL BRASILEIRA DA AVENTURA
Marília Martins Bandeira
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo, Brasil
[email protected]
apoio: CAPES
RESUMO
Este trabalho apresenta os resultados finais de minha pesquisa de mestrado que teve
como objetivo principal problematizar a noção de aventura e demonstrar como ela pode
ser um tema de interesse antropológico mais amplo, não apenas da antropologia do
esporte ou do turismo, na medida em que é um fato social total para determinadas
pessoas e em certas comunidades. Para tanto, o recorte de pesquisa foi a aventura assim
como é operada na cidade de Brotas, São Paulo, local onde se constitui como conceito
síntese e campo abrangente, perpassado pelo esporte, o turismo e o lazer, mas que
prescinde deles e implica não só formas de divertir-se, exercitar-se e competir, como um
tipo de ofício pra significativa parcela da população, uma maneira de relacionar-se com o
mundo e até de pensar a existência humana. Procurei, então, primeiro investigar como
surgiu o interesse da cidade por aquilo que se convencionou chamar aventura e encontrei
processos econômicos, políticos e disputas conceituais que levaram o município a se
reconstruir em sua função vindo a se divulgar como a capital brasileira da aventura. E, ao
mesmo tempo, como sua construção como cidade de aventura influenciou a construção
da própria ideia de aventura no Brasil e de sua caracterização como prática turísticoesportiva. Os dados foram obtidos através de uma etnografia – vivi na cidade e
acompanhei os trabalhadores da aventura de Brotas para apreender suas rotinas
corporais, dinâmicas sociais e condições materiais e simbólicas de vida durante
aproximadamente seis meses. Este processo revelou narrativas sobre a relação dos
brotenses não só com a natureza, mas também com as diferentes tecnologias que
permitiram que esta relação fosse estabelecida a partir de determinadas técnicas
corporais, mutáveis conforme a experimentação tecnológica. Explicitar como as
tecnologias corroboraram para a conformação atual da aventura em Brotas é o objetivo
específico desta comunicação, portanto. É marcante nesse cenário a organização das
pessoas, instituições e serviços em torno da bóia, do remo e da corda e a forma como seu
uso moldou um sistema de aventura baseado em dois conjuntos de técnicas distintos: as
técnicas verticais e as técnicas de águas brancas. Em especial as narrativas sobre a
criação do bóia-cross, seu desenvolvimento como prática e equipamento característico da
cidade e as mais distintas combinações de outros equipamentos e tecnologias, que de
sua exploração resultaram, culminando com o rafting como detentor de uma posição de
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prestígio na hierarquia das técnicas e equipamentos e com a conquista do bicampeonato
mundial na modalidade.
Palavras-chave: aventura, técnicas, tecnologias, Brotas.
Introdução
Brotas, segundo seu “website” oficial1, está localizada na região central do estado
de São Paulo, a 208 quilômetros, em linha reta, a noroeste da capital do estado e a 60
quilômetros a sudoeste de São Carlos. A cidade pode ser acessada por terra, desde São
Paulo, através das Rodovias Anhanguera ou Bandeirantes seguidas da Rodovia
Washington Luiz e da Rodovia Paulo Nilo Romano.
Ainda nas rodovias, nota-se placas sinalizadoras e de propaganda que demarcam
os contornos simbólicos que impõem a singularidade da cidade, expressa em seu slogan:
Brotas: naturalmente divertida. Após passar o portal da cidade, o ginásio e a rodoviária e
chegar às avenidas principais encontra-se dois tipos peculiares de pessoas. São
encontrados na cidade: aqueles que são identificados, além do capacete, pelo uso das
cadeirinhas e cordas de dezenas de metros, os condutores de vertical; e aqueles que são
vistos circulando pela avenida principal e em ônibus de traslado de capacete, colete
salva-vidas e remo na mão, os condutores de rafting.
Além das praças e casarões do século XIX, heranças do passado cafeeiro do
município, restaurantes, sorveterias, mercados, bancos e demais estabelecimentos
comerciais correspondentes ao centro da cidade, inúmeros estabelecimentos de nomes
peculiares chama atenção: Brotas Aventura, Águas Radicais, Território Aventura, Alaya
Expedições, EcoAção, Vaca Náutica, Terra de Aventura, H2Omem, entre outros. Ouvir os
transeuntes permite compreender que estes nomes tratam de estabelecimentos de
agências de turismo.
No caso de Brotas, as atividades e passeios turísticos estão muito relacionados às
formas de visitar e desfrutar do rio Jacaré Pepira, ou seja, de sua apropriação lúdica. Há
muitas narrativas sobre como a população antiga caçava, pescava e coletava frutas às
margens do rio Jacaré Pepira, o que de fato continua acontecendo em menor escala com
a amora, a mexerica e a manga, e também sobre os clubes de natação.
Uma dessas narrativas diz que os meninos desciam trechos do rio nadando e que
instigados pelas águas brancas, pontos em que as pedras e desníveis formam corredeiras
- ou seja, locais em que a água agitada pela geografia produz espuma que confere a
referida cor - ousaram atravessá-las sobre tábuas de madeira e quaisquer outros
materiais que permitissem essa experimentação. Finalmente, perceberam que câmaras
de ar de pneus de caminhão permitiam deslizar sobre corredeiras ainda maiores. Essa
brincadeira de meninos foi batizada de bóiacross quando passou a ser caracterizada
1
http://www.brotas.sp.gov.br
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como um esporte improvisado, mas se tornou atrativa para os visitantes e paulatinamente
oferecida como passeio ao passo que eventuais turistas a identificavam como uma “típica”
experiência de Brotas.
Métodos
Este estudo é uma etnografia, método que consiste em transformar uma
experiência pessoal, o contato direto do pesquisador com aqueles que estuda em
produção de conhecimento. Para tanto, vivi em Brotas entre Junho e Dezembro de 2010 e
procurei observar e experimentar os modos de vida daqueles que tem na aventura seu
trabalho, esporte e lazer, ou seja, que a concebem de forma totalizante. Durante o tempo
em que estive na cidade confeccionei um caderno de campo, no qual realizava o registro
escrito de dados diários para posterior análise e também utilizei um gravador para
registrar o áudio de conversas e entrevistas em profundidade que são citadas para
demonstrar os argumentos da dissertação. Estes dados foram posteriormente analisados
em diálogo com outros estudos sobre os contextos de trabalho e prática de aventura e,
em específico, de rafting. Em específico os dados utilizados nesta comunicação foram
pensados à luz da teoria antropológica a partir do texto seminal As Técnicas do Corpo de
Marcel Mauss.
Objetivos do estudo
O objetivo primeiro deste estudo foi problematizar a noção de aventura de modo a
demonstrar como ela pode ser um campo de interesse antropológico mais amplo, visto
que caracteriza modos muito peculiares de viver e morrer. O objetivo específico desta
comunicação é explorar os dados que falam sobre a relação com a tecnologia e como ela
é determinante na configuração de distintas versões de aventura.
Resultados
Brotas reivindica para si a “invenção” do que se chama descer o rio de bóia2. O
bóia-cross brotense teria sido um marco para o que entendem como um tipo de vocação
esportiva da cidade e o impulso para a implantação de outras atividades de contato com o
rio, principalmente sua descida: outras experimentações, desafios corporais e tecnologias.
A gente já tinha a experiência de descer o rio de bóia de caminhão, nós
freqüentávamos o rio, ele fazia parte da infância de todo mundo. E a gente queria
2
As populações do Parque Estadual do Alto Ribeira (PETAR) rivalizam com Brotas e afirmam que o
bóiacross surgiu da necessidade dos paleontólogos em explorar suas cavernas e o Rio Betary, na década
de 1970.
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explorar isso, uma coisa nossa, inventada aqui, mas sabíamos que não ia ser uma
boa idéia dar uma bóia preta pra um turista e mandar ele descer como a gente
descia. Então, encapamos essas bóias pra elas não estourarem e importamos o
capacete do skate, colocamos o colete salva-vidas junto e começamos
desenvolvendo a atividade que chamamos de bóiacross. E depois pro rafting a
gente foi ver onde conseguir o bote. A gente sabia que tinha rafting em Juquitiba e
no Rio de Janeiro, mas que os botes eram importados e que em Bonito eles
usavam aquele bote bem grande, o River Dragon, pra passeios, e ele era
produzido no Brasil. Aí a gente foi na fábrica do River Dragon, que chamava Flex
Boat e disse: olha, a gente quer um desses só que pequeno. E eles fabricaram pra
nós. Nós trouxemos e começamos a atividade. Assim nós vimos que não era o
equipamento ideal, que precisava melhorar. Então, importamos um de rafting
mesmo, levamos na fábrica e dissemos pra eles: pode picar, pra descobrir como
fazer um igual. E foi assim que eles produziram o primeiro bote de rafting nacional.
E aí fomos trazendo gente aqui, fazendo curso ali, visitando outros lugares. E
assim começou. E hoje já existem cinco fabricantes de bote no Brasil, vários de
colete e capacete e nossos meninos, os primeiros a fazer nossos cursos de guia,
que eram crianças naquela época, quando a gente começou e não sabia nada,
são hoje os campeões mundiais (José Carlos Di Francisco Junior, sócio
proprietário da Mata D´entro).
Este excerto diz respeito à história da Mata D´entro, primeira agência de turismo
de aventura de Brotas, que foi criada em 1993 por jovens da cidade vinculados à
organização não governamental Movimento Rio Vivo, como alternativa à não instalação
de um curtume às margens do Rio Jacaré Pepira.
Em 1986 já havia surgido em São Paulo a Canoar, uma pequena fábrica de
caiaques. José Pupo, canoísta competidor e um de seus sócios, trouxe para o Brasil um
bote de rafting que conheceu em uma viagem internacional. Segundo ele, para possibilitar
descidas acompanhado de amigos e familiares. Ao saber desta brincadeira de fim de
semana - que acontecia no rio Juquiá, em Juquitiba, à uma hora de São Paulo - o clube
do qual era sócio o contratou para realizar uma descida com leigos. Outros interessados o
procuraram com o mesmo fim e a freqüência das descidas com não esportistas
caracterizou uma transição em sua empresa da produção de equipamentos para a
promoção desses eventos. Em 1989 surge então a Canoar, operadora de descida de rios
de corredeira.
Segundo o website da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa)3, a primeira
operadora de rafting brasileira, a TY-Y Expedições, iniciou suas atividades em 1982, no
Rio Paraíba do Sul e Rio Paraibuna, ambos em Três Rios, estado do Rio de Janeiro. Mas,
3
Segundo o site da CBC, o primeiro registro de descida de rafting no mundo data de 1869. Nesta época,
John Wesley Powel - um dos expedicionários mais conceituados da história americana - organizou uma
expedição no rio Colorado/EUA, em barcos de madeira com remo central. Já o rafting com finalidade
comercial foi realizado somente em 1909 pela Julio's Stone's Grand Canyon, mas os botes ainda eram
rígidos, de madeira. Os primeiros botes infláveis apareceram nos EUA, em 1936. Durante os anos 60 e 70 o
esporte passou por um período de estagnação, retomando o impulso a partir de 1980 com o surgimento do
bote "self bailer", confeccionado com materiais mais leves e resistentes.
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segundo argumento da CBCa, sua iniciativa focava turistas estrangeiros e por isso não
houve repercussão da modalidade no Brasil.
Além disso, o rafting era feito com um remo central controlado pelo guia. A Canoar,
então, teria sido a primeira empresa a introduzir botes feitos para que todos os clientes
participassem na movimentação do bote com remos individuais, o que trazia para a
atividade a noção de esporte no lugar da de passeio o que corroborou com o ethos de
busca por lazer ativo que se vivia e incentivou a disseminação da atividade.
Além do rafting turístico, a Canoar também teve importância capital para o rafting
competitivo, na medida em que, devido ao envolvimento de José Pupo com o esporte,
tanto como atleta, como técnico de canoagem da seleção brasileira nas olimpíadas de
Barcelona, ele incentivou campeonatos internos anuais na empresa, organizou
competições oficiais e incentivou a vinculação do rafting à Confederação Brasileira de
Canoagem. Neste contexto, alunos de canoagem e dos cursos de guia ou turistas que se
interessavam pelo treinamento e prática competitiva eram convidados ou instruídos a
montar ou completar equipes para estes campeonatos.
Assim, e pela iniciativa de outras escolas de canoagem, mas principalmente de
outras operadoras turísticas, cada qual com sua equipe de rafting competitivo, formada
por seus guias, o cenário competitivo se ampliou. Em 1996 foi realizado o primeiro
Campeonato Brasileiro de Rafting, no qual a Canoar iniciou uma série de vitórias. Já no
âmbito das expedições e conquistas de rios, em 1998 a Canoar introduziu seu rafting no
Jacaré-pepira (Brotas) e firmou parceria com uma nova agência local que surgia.
A participação de equipes brasileiras em campeonatos internacionais proporcionou
também maior troca tecnológica. Os rafteiros brasileiros sem patrocínio compravam
remos e coletes usados de seus adversários, em tempos melhores, as competições
tornaram-se ocasiões para adquirir equipamentos de ponta, não produzidos no Brasil.
Além da Canoar em 1989 surgia o “projeto H2Omem”, idealizado por Nelson
Barreta, Marisa Góes e liderado por Carlos Zaith, um grupo de espeleólogos
(exploradores de cavernas) paulistas - que se dedicou a uma atividade, supostamente,
nova no Brasil, a exploração e inventário de quedas d’água, rios em garganta e cânions
com uso de técnicas verticais: o cachoeirismo e canionismo. Em 1994, após mais de uma
centena de locais explorados e uma extensa lista de divulgação na mídia impressa e
eletrônica, a pedidos, decidiu criar cursos e saídas para leigos na região central paulista e
passou a realizar a condução de turistas nas cachoeiras de Brotas. As atividades verticais
deste tipo caracterizadas pela transposição de obstáculos naturais, relação com abismos
e a altura passou a se firmar em Brotas e compor com as técnicas de navegação do rio
um duo para o turista.
Depois do período inicial em que as agências se dividiam em especialidades
técnicas cada uma com seus equipamentos peculiares, com o aumento da concorrência
surgiram agências híbridas que procuravam dispor de todo tipo de equipamento e
especialistas para oferecer ao turista as atividades mais variadas possível, de forma a
oferecer serviços em forma de pacotes.
A Mata D´entro passou a oferecer também tirolesa, rapel em cachoeira, e
arvorismo quando um guia de montanha francês radicado no Brasil entrou em sua
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sociedade. Posteriormente ele comprou toda a empresa que se tornou a Alaya
Expedições, conhecida por implantar em Brotas um novo equipamento para arvorismo,
que popularizaria sua prática, assim como os remos individuais para o rafting. O
arvorismo consiste em deslocar-se entre copas de árvores com auxílio de cordas,
mosquetões, e quaisquer outros instrumentos de técnicas verticais julgados convenientes.
O vagão, a então nova tecnologia incorporada, é uma peça metálica que engloba o cabo
de aço ou corda ao qual a pessoa permanece atrelada através de mosquetões, ele corre
na corda permitindo o deslocamento do praticante, mas não precisa ser removido e
reposicionado quando é preciso passar de uma plataforma à outra porque ele é
construído com uma fenda estreita que passa pela base do suporte do cabo de aço
apenas com uma leve inclinação. Isto facilitou a manutenção da segurança do leigo e
agilizou as dinâmicas com clientes.
Percebi que a partir destes dois conjuntos de técnicas, em quase todas as
agências turísticas há atualmente uma divisão em departamentos, cada qual com seus
especialistas e coordenador, a partir deste critério: um para as chamadas técnicas
verticais (rapel, cachoeirismo, canionismo, arvorismo e tirolesa: altura, portanto). E outro
para técnicas de navegação e canoagem em rios de corredeira (bóiacross, acquaride,
duck, rafting e kayak-rafting ou KR), correspondentes ao termo águas brancas.
Além disso, os equipamentos tem significativa importância na construção das
identidades sociais que orbitam em torno destas práticas. O condutor de águas brancas é
um mestre em navegação, na leitura de correntezas, ondas e outros comportamentos da
água e no manejo de remos e embarcações ao passo que o condutor de técnicas verticais
é mestre em administração de nós, manipulação de cordas e cálculos físicos sobre
quedas, pesos e impactos.
Conclusão
O mercado da aventura em Brotas passou a proporcionar aos seus habitantes a
aproximação de tecnologias que seriam dificilmente acessadas em outro contexto. Surge,
então, um novo modelo de equipe competitiva no esporte. Nem mais as equipes clube,
nem as equipes fábrica: as equipes agência. Para aqueles que se interessam por estas
práticas, mas não tem como arcar com o alto custo da tecnologia que demandam, o
trabalho em uma agência turismo e a participação na equipe que a representa foi a
alternativa encontrada, não sem implicações nas conseqüentes relações de poder, claro.
Entretanto participar do trabalho com aventura também proporciona uma experimentação
técnica que pode levar a inovação tecnológica.
Além disso – e da relação deste fato com a influência da tecnologia no contexto
esportivo e competitivo, nas alterações significativas nos resultados, no doping
tecnológico - a influência da tecnologia nos outros processos ligados à aventura é deveras
importante e precisa ser melhor explorada. Novas tecnologias constroem e são
construídas por quebras de paradigmas, por novas formas de ver o mundo, relacionar-se
com a natureza e construir corpos. Como demonstrei, as mudanças tecnológicas podem
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tornar-se dispositivos de potencialização de dada prática ou disseminação de dada
modalidade, assim como aconteceu com o uso do remo individual em detrimento do remo
central no rafting ou do vagão na popularização do arvorismo no Brasil.
Técnicas que revelam estéticas e políticas que precisam ser melhor investigadas.
Embora Mauss enfoque o fato de que há técnica também quando não há instrumento, os
objetos técnicos, seu estudo e sua inovação são imprescindíveis à aventura, são sua
condição de possibilidade, levam o corpo humano onde jamais iria nu, expande a
existência.
REFERÊNCIAS
MAUSS, Marcel. As técnicas do corpo. In: _______. Sociologia e Antropologia. São
Paulo: Cosac &. Naify, 2003 [1935].
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PRÁTICAS CORPORAIS EM AMBIENTES NATURAIS:
UMA PROPOSTA PARA SENSIBILIZAÇÃO ECOLÓGICA
Cilene Lima de Oliveira, Gabriela Araujo Goes da Mota, Edmundo Drummond Alves
Junior, Ramon Diniz Teixeira
Universidade Federal Fluminense – Niterói – Rio de Janeiro - Brasil.
[email protected]
Apoio Financeiro: Universidade Federal Fluminse
RESUMO
As atividades de aventura bem como os esportes realizados em ambientes naturais são
recheadas de significados e sentidos. Estes sentidos passam pela válvula de escape da
rotina, afirmação da vida, negação da morte, e vão até a integração homem-natureza, o
reconhecimento de sua própria identidade como porção integrante da natureza. Tais
práticas corporais podem contribuir para educação dos indivíduos de maneira que estes
apresentem uma consciência ecológica que considera a importância de uma relação
equilibrada entre homem/natureza e da sustentabilidade. Com a preocupação de uma
formação mais ampla dos indivíduos, que permita refletir objetiva, científica e criticamente
sobre as práticas esportivas e de expressão fora do ambiente escolar criou-se, no curso
de Licenciatura em Educação Física da UFF, a disciplina Extra-Muros, que faz um
percurso pelos tais ambientes informais de educação, sejam eles: centros culturais,
parques municipais e estaduais, onde se encontram a maioria destes espaços que
consideramos como de prática dos esportes na natureza e das atividades de aventura.
Esta ação articula-se também com a extensão e a pesquisa através dos projetos:
Educando Através das Atividades na Natureza e Observatório dos esportes na natureza:
o curso básico de montanhismo (CBM) do Clube dos Excursionistas do Rio de Janeiro
(CERJ). A crescente busca pelos esportes de aventura trouxe consigo um vasto número
de impactos ambientais. Portanto o objetivo deste trabalho se consiste em integrar à
prática de atividades físicas e esportivas na natureza a preocupação ambiental. Como
metodologia inicialmente ocorre a revisão de literatura, num segundo momento, já de
posse dos elementos eleitos para serem trabalhados durante as atividades, ocorrem
abordagens com temáticas variadas, onde a questão ambiental apresenta-se voltada para
uma sensibilização ecológica. Os resultados se apresentam através da recorrente
presença de alunos ou ex alunos acompanhados de seus familiares, inclusive pais, o que
mostra a relevância da proposta intergeracional e a compreensão destes do que estamos
chamando de educar pelo e para o lazer, e também de compreender a importância de
ocupar a cidade , sendo esta um equipamento de lazer. Em relação às questões
ambientais abordadas durante as atividades, nota-se um engajamento dos praticantes às
discussões apresentadas. Logo, acredita-se que através deste projeto têm-se colaborado
para a formação de indivíduos mais críticos e participantes na sociedade onde estão
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inseridos, preocupados não apenas em praticar atividades físicas, mas em preservar e
conservar o meio ambiente no qual elas ocorrem.
Palavras-chave: educação ambiental, atividades de aventura, extra-muros.
Introdução
As atividades de aventura bem como os esportes realizados em ambientes
naturais, tem se destacado como símbolos de identificação coletiva e de consumo da
cultura esportiva que se relacionam com ecologia, aventura, coragem, audácia e
jovialidade (DIAS; ALVES JUNIOR, 2009).
Além disso, estas atividades são recheadas de significados e sentidos (COSTA,
2009). A mesma autora reforça que estes sentidos passam pela válvula de escape da
rotina, afirmação da vida, negação da morte, e vão até a integração homem-natureza, o
reconhecimento de sua própria identidade como porção integrante da natureza. Ela diz
ainda que estas práticas corporais podem contribuir para educação dos indivíduos de
maneira que estes apresentem uma consciência ecológica que considera a importância
de uma relação equilibrada entre homem/natureza e da sustentabilidade.
Com a preocupação de uma formação mais ampla dos indivíduos, que permita
refletir objetiva, científica e criticamente sobre as práticas esportivas e de expressão fora
do ambiente escolar criou-se, no curso de Licenciatura em Educação Física da UFF, a
disciplina Extra-Muros, que faz um percurso pelos tais ambientes informais de educação,
sejam eles: centros culturais, parques municipais e estaduais, onde se encontram a
maioria destes espaços que consideramos como de prática dos esportes na natureza e
das atividades de aventura.
A disciplina tem como proposta realizar caminhadas pelos ambientes supracitados.
Essas caminhadas fomentam a prática da atividade física utilizando a cidade como
equipamento de lazer, e, neste sentido, preocupa-se também em promover uma
sensibilização destes praticantes para as questões ambientais; sendo oferecida não
apenas ao curso de Educação Física, mas também nos cursos de Geografia,
Enfermagem, Turismo e Nutrição. Desta forma reforça-se a relação entre atividade física
e natureza, despertando assim, não apenas interesses das áreas da saúde e do meio
ambiente. As abordagens estão diretamente interligadas às ciências do turismo, da
política, do lazer, da sociologia dentre outras.
Dentro do mesmo Instituto de Educação Física da Universidade Federal
Fluminense (IEF), desenvolve-se junto a esta disciplina, Extra-Muros, uma ação de
extensão intitulada – Educando Através das Atividades na Natureza, que se articula
também com o interesse investigativo que marca o Grupo de Pesquisa Esporte Lazer e
Natureza (GPELN). Assim podemos afirmar que os três pilares de uma Universidade,
ensino, pesquisa e extensão são contemplados na junção desta proposta. O GPELN se
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amplia com o desenvolvimento do projeto Observatório dos esportes na natureza: o
curso básico de montanhismo (CBM) do Clube dos Excursionistas do Rio de
Janeiro (CERJ), que se consiste numa pesquisa com a finalidade de identificar os
sentidos e significados atribuídos à prática do montanhismo, a identidade dos praticantes
dessa atividade. Já o projeto de extensão possibilita a participação da comunidade, exalunos, familiares e amigos de alunos, na disciplina e assim podemos atingir a um público
diversificado que extrapola os que freqüentam academicamente a universidade.
Como observado, todos estes projetos se articulam verificando as relações que os
indivíduos mantêm com o meio ambiente, este têm sido o foco central, já que esta
temática nos parece bastante pertinente com a realidade que é vivida na cidade, no
estado, país e no mundo. Neste momento é importante mostrar a centralização destas
preocupações a nível mundial em nosso país quando passaremos a abrigar a Conferencia
Rio + 20.
A crescente busca pelos esportes de aventura trouxe consigo um vasto número de
impactos ambientais. Interessante ressaltar que esse crescimento deu-se, também, por
meio do surgimento do ecoturismo. Alves (2009), sobre ecoturismo, diz que esse conceito
está ligado ao uso sustentável do patrimônio, tanto cultural, quanto ambiental. E que ele
pode promover uma nova consciência ambiental. Entretanto, a solidificação dessa
estrutura só será efetiva quando o ecoturismo for condizente com as diretrizes de
mercado e discutido abertamente.
Sobre isso, o mesmo autor (2009, p.157) faz o seguinte questionamento: ‘Mas
porque, mesmo sentido essa forte conexão, as pessoas degradam o ambiente que ama?’.
O autor responde seu próprio questionamento dizendo que, embora ele não seja tão fácil
de ser esclarecido, o primeiro apontamento que se pode fazer é o desconhecimento.
Neste aspecto, se reconhece a importância de aprofundarmo-nos em responder esta
pergunta.
Esse questionamento esbarra na crise ecológica que estamos vivendo. Essa crise,
por sua vez, é consequência de uma crise não apenas ambiental, mas uma crise da
sociedade moderna (DIAS, 2009). Isso significa dizer que a questão das práticas
corporais realizadas na natureza, não é isolada do contexto geral (político, econômico e
cultural) em que estamos inseridos.
Esta retomada sobre ecoturismo leva em conta a exploração dos recursos naturais,
sejam para fins comerciais, sejam para fins de lazer. O que se nota na prática de
atividades de aventura é que estes fins tem se entrelaçado, criando um mercado que
explora novos símbolos culturais que podem surgir decorrentes das atividades na
natureza (DIAS; ALVES JUNIOR, 2009). Portanto, neste sentido, o projeto revela-se
fundamental no entendimento da percepção e consciência ambiental que os indivíduos,
envolvidos nessa trama, apresentam. Tanto a percepção quanto a consciência apontam
para uma educação ambiental por meio da prática de atividades das mais diversas. Não
se entende com isso que essas atividades, e consequentemente as que têm profissionais
das mais diversas áreas atuando como por exemplo os que são os de educação física,
são meros instrumentos para alcançar objetivos de sensibilização ecológica. Antes de
mais nada entende-se que essas atividades são a própria forma com que os sujeitos
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estão e são no mundo, ou seja, como eles se colocam frente aos novos valores da
sociedade e como se propõem a interferir e transformar a mesma.
Objetivos
Integrar à prática de atividades físicas e esportivas na natureza a preocupação
ambiental.
Dentre os objetivos específicos estão:
• Compreender como a partir destas atividades, profissionais de diversos campos
são capazes de atuar com a questão ambiental de forma que estas práticas façam
parte do cotidiano incluindo fortemente durante suas atividades do tempo de lazer,
e neste sentido, compreender o sentido de se educar pelo e para o lazer.
Metodologia
A metodologia deste trabalho constitui-se inicialmente em realizar um levantamento
bibliográfico sobre a relação dos esportes de aventura e na natureza e a partir disto,
alimentar com estes documentos os meios de comunicação acessíveis aos praticantes e
envolvidos na atividade prática proposta no projeto Educando Através das Atividades na
Natureza
(ORKUT,
Facebook
e
o
site:
http://www.wix.com/projetouff/esportelazerenatureza)
Num segundo momento, já de posse dos elementos eleitos para serem trabalhados
durante as atividades, ocorrem abordagens com temáticas variadas, onde a questão
ambiental apresenta-se voltada para uma sensibilização ecológica.
Resultados
Este é o segundo ano da proposta na forma extensionista e alguns resultados
podem ser analisados subjetivamente. Têm sido bastante recorrente a presença de
alunos ou ex alunos acompanhados de seus familiares, inclusive pais, o que mostra a
relevância da proposta intergeracional e a compreensão destes do que estamos
chamando de educar pelo e para o lazer, e também de compreender a importância de
ocupar a cidade , sendo esta um equipamento de lazer. É muito interessante perceber
que os locais escolhidos para serem visitados são bem acessíveis, entretanto a grande
maioria desconhecia como poderiam acessá-los e percebê-los de forma diferente. Assim
ao ocupar a cidade e seus equipamentos de lazer, mostramos alternativas de
preenchimento deste tempo carregado de aspectos culturais, mas nem sempre
reconhecido como tal.
Em relação às questões ambientais abordadas durante as atividades, nota-se um
engajamento dos praticantes aos discursos apresentados, que giram em torno de:
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impactos ambientes das atividades de aventura na natureza, poluição ambiental, uso
público de Unidades de Conservação e o tempo de lazer e significados e resignificados
dos esportes de aventura na modernidade e a relação com a exploração de recursos
naturais.
No segundo semestre de 2011, trabalhou-se com a proposta na forma
extensionista e com os três meios de divulgação eletrônicos devidamente atualizados. As
redes sociais e o blog muito têm contribuído para o projeto e destacam-se duas
colaborações: a primeira delas é a promoção e divulgação das atividades a serem
realizadas, essa divulgação permite uma interação dos praticantes das atividades
desenvolvidas na disciplina Extra-muros bem como daqueles que não estão regularmente
inscritos; além de possibilitar que os mesmos se programem quanto à horários, percursos
que serão realizados, datas, locais a serem visitados, etc. O segundo motivo para a
importância dessas redes é a divulgação e compartilhamento do que se tem produzido,
sejam recursos literários ou áudio-visuais, na área dos esportes de aventura, que
extrapola aos que participam das atividades propostas, já que o acesso é livre.
Conclusão
Grande parte dos frequentadores das atividades, mesmo habitando há algum
tempo nas cidades de Niterói e Rio de Janeiro, como em seus arredores, nunca
frequentaram os espaços por nós sugeridos. A disciplina tem contribuído, portanto, para
que os indivíduos apropriem-se da cidade como um equipamento de lazer. Os objetivos
propostos são alcançados a cada semestre, e a metodologia de uma educação física que
se preocupe não apenas com os aspectos físicos das atividades, mas também com os
aspectos políticos, sociais, ambientais, sociais e culturais das mesmas, têm gerado nos
alunos uma nova consciência, novos símbolos e significados relacionados aos espaços
de lazer, à cidade e a prática de atividades físicas. O conceito de ‘empoderamento’
reforça que é através da apropriação destes significados, valores e novos conhecimentos
que o indivíduo toma consciência de seu papel transformador na sociedade (MEIRELLES;
PEREIRA, 2006), logo, acredita-se que através deste projeto têm-se colaborado para a
formação de indivíduos mais críticos e participantes na sociedade onde estão inseridos,
preocupados não apenas em praticar atividades físicas, mas em preservar e conservar o
meio ambiente no qual elas ocorrem.
REFERÊNCIAS
ALVES, F. D. Impacto e Conservação: prós e contras da prática esportiva em unidades de
conservação. In.: Em busca da aventura: multiplos olhares sobre esporte lazer e
natureza. Niterói: EDUFF, 1. ed., v. 1, 2009. 166 p.
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COSTA, V. L. M., O imaginário da Aventura. In.: Em busca da aventura: multiplos
olhares sobre esporte lazer e natureza. Niterói: EDUFF, 1. ed., v. 1, 2009. 166 p.
DIAS, Cleber Augusto; ALVES JUNIOR, Edmundo de Drummond. Em busca da
Aventura, Niterói, RJ: EdUFF, 2009.
DIAS, Cleber Augusto Gonçalves. Para uma história do lazer na natureza. In.: Em busca
da aventura: multiplos olhares sobre esporte lazer e natureza.. 1. ed. Niterói: EDUFF,
2009. v. 1. 166 p.
MEIRELLES, M.; PEREIRA, T. I. Perspectivas teóricas acerca do empoderamento de
classe social. Revista Eletrônica do Fórum Paulo Freire, Ano 2, 2006. Disponível em:
<http://www.forumpaulofreire.com.br>.
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ATIVIDADES DE AVENTURA: DIFERENTES OLHARES1
Fernando Azeredo Varoto, Cinthia Lopes da Silva
Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba- São Paulo, Brasil
[email protected]
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar os diferentes conceitos utilizados no meio
acadêmico relacionados às Atividades de Aventura. Nota-se que é crescente o interesse
dos profissionais e pesquisadores atuantes no âmbito do lazer pelo debate acerca de
práticas denominadas como atividades de aventura ou atividades de aventura na
natureza, esportes radicais, esportes de aventura, atividades físicas de aventura na
natureza, dentre outros. Esses conceitos têm sido discutidos em todos os níveis da
academia, de modo interdisciplinar, visto as diversas áreas nas quais tem sido objeto de
estudo – educação física, turismo, psicologia, sociologia etc. Apesar desse tema já fazer
parte do interesse acadêmico há alguns anos, há poucos estudos que tratam
especificamente da sistematização e análise de tais conceitos. Como procedimentos
metodológicos foi realizada pesquisa bibliográfica e utilizamos como palavras-chave:
lazer, atividades de aventura, mercado e contemporaneidade. Aqui não apresentamos
todas as definições para as Atividades de Aventura, apenas escolhemos as mais
representativas e as mais citadas nos textos. Ao término de nossa análise chegamos à
conclusão que o conceito de Atividades de Aventura é o que mais expressa uma relação
com as manifestações de lazer dos sujeitos. A discussão acerca das atividades de
aventura é um tema da atualidade e o conhecimento dos diferentes conceitos poderá
viabilizar aos profissionais e pesquisadores uma intervenção efetiva junto a sociedade,
assim como aumentar as possibilidades de diálogo no meio acadêmico.
Palavras-chave: atividades de aventura, lazer, conceitos.
Introdução
Nota-se que é crescente o interesse dos profissionais e pesquisadores atuantes no
âmbito do lazer pelo debate acerca de práticas denominadas como atividades de aventura
ou atividades de aventura na natureza, esportes radicais, esporte de aventura, atividades
físicas de aventura na natureza, dentre outros. Esses conceitos têm sido discutidos em
todos os níveis da academia, de modo interdisciplinar, visto as diversas áreas nas quais
1
Este trabalho é parte de uma dissertação de mestrado defendida na Universidade Metodista de Piracicaba
no ano de 2011, sob orientação da Profa. Dra. Cinthia Lopes da Silva.
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tem sido objeto de estudo – educação física, turismo, psicologia, sociologia etc. Apesar
desse tema já fazer parte do interesse acadêmico há alguns anos, há carência de estudos
que tratem especificamente da sistematização e análise de tais conceitos.
Neste trabalho apresentamos uma análise dos conceitos e definições mais
representativas e citadas nos produções acadêmicos relacionadas às Atividades de
Aventura. Espera-se com isso que os profissionais e pesquisadores atuantes no âmbito
do lazer possam rever seus conceitos e valores.
Objetivo
Este trabalho tem como objetivo analisar os diferentes conceitos e definições
utilizados no meio acadêmico relacionados às Atividades de Aventura.
Método
Esse estudo caracteriza-se por pesquisa bibliográfica (SEVERINO, 2002). Para a
obtenção dos dados, foi utilizada leitura de livros, artigos científicos, teses e dissertações,
relacionados às Atividades de Aventura, e essa pesquisa se deu nos sistemas de
bibliotecas da Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP, Universidade Estadual de
Campinas – UNICAMP e das Faculdades Integradas UNIFAFIBE de Bebedouro/SP.
Para a leitura, análise e interpretação dos textos fizemos o uso do recurso
metodológico de Delimitação da Unidade de Leitura (SEVERINO, 2002), que é
compreendido pelas seguintes fases: 1) Análise Textual, por ser a primeira leitura, tem a
finalidade de um contato com o todo do texto de uma forma panorâmica, buscando o
raciocínio do autor, além de seu estilo e método de escrita; 2) Análise Temática, se baseia
em ouvir, aprender o conteúdo da mensagem sem intervir; trata de fazer ao texto as
perguntas necessárias para fornecerem o conteúdo da mensagem; 3) Análise
Interpretativa, busca abordar o texto de forma a interpretá-lo mediante a situação das
idéias do autor; 4) Problematização, visa levantar os problemas que o texto traz para a
discussão; 5) Síntese Pessoal, que se baseia na reelaboração da mensagem com base
na reflexão pessoal.
Resultados
Um ponto de questionamento em relação ao modo como o meio acadêmico trata
as Atividades de Aventura são os termos ou nomes das Atividades que a academia
definiu e que hoje se tornaram produtos que as empresas utilizam para venda. Essas
empresas acabaram utilizando diversos nomes para denominar as atividades oferecidas,
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seja ele Esportes Radicais, Esportes de Aventura, Atividades Físicas de Aventura na
Natureza, Atividades de Aventura na Natureza ou apenas Atividades de Aventura, sendo
que essa variedade de denominações surge com diversos autores que estudam o tema.
Iremos analisar os mais difundidos, além de seus principais autores.
a) Esportes Radicais e Esportes de Aventura
O termo Esportes Radicais é utilizado por Uvinha (2001), em seu livro Juventude,
Lazer e Esportes Radicais. Nessa obra o autor investigou um grupo específico de
indivíduos, na maioria jovens e da região do ABC paulista (que engloba as cidades de
Santo André, São Bernardo e São Caetano), e que tinham o Skate como algo em comum.
Uvinha (2001) realizou um estudo sobre a faixa etária dos praticantes, além de evidenciar
como o lazer tem certa importância na vida desses indivíduos, fazendo com que eles
sejam identificados pelas roupas, linguajar, pelo gosto musical, dentre outros elementos.
Assim, Uvinha (2001, p.26) afirma que Esporte Radical está relacionado com a
cultura adolescente a partir de duas formas, a primeira como atividades que evocam a
busca pela inovação, pela quebra do tradicional, e a segunda, tal modalidade pode se
constituir para o adolescente “em uma ferramenta importante na busca de sua identidade,
como um espaço extremamente significativo no qual ele pode experimentar a vida em
grupo”.
Como exemplo de esportes radicais podemos identificar skate, patins, patins in line,
surf, kite surf, paraquedismo, Bunge jump, Base jump, bicicross Down Hill, dentre outros,
por serem exemplos impregnados do elemento “radical”, que considera o alto risco que
seus praticantes encontram nessas práticas, além de serem modalidades características
do público jovem, mas não são exclusivas a esse público, uma vez que é normal, em
grandes centros encontrarmos adultos que praticam essas modalidades em praças ou
pistas específicas para esse fim.
Costa, Marinho e Passos (2007) definem Esportes Radicais como:
(...) o conjunto de práticas esportivas formais e não formais, vivenciadas a partir
de sensações e de emoções, sob condições de risco calculado. Realizadas em
manobras arrojadas e controladas, como superação de habilidades de desafio
extremo. Desenvolvidas em ambientes controlados, podendo ser artificiais, quer
seja em manifestações educacionais, de lazer e de rendimento, sob controle das
condições de uso dos equipamentos, da formação de recursos humanos e
comprometidas com a sustentabilidade socioambiental.
Aqui podemos notar uma preocupação desde a formação de recursos humanos
para atuar nessas atividades, até preocupações de ordem socioambiental e de que essas
atividades podem ser atividades educacionais, do contexto do lazer e de rendimento, ou
seja, a possibilidade de seus praticantes serem profissionais da modalidade.
Essa conceituação de Esporte Radical dos autores Costa, Marinho e Passos
(2007) foi decorrente do processo que envolveu a formação da Comissão de Esportes de
Aventura (CEAV), sendo essa uma comissão que faz parte do Conselho Nacional do
Esporte, do Ministério do Esporte (ME). O objetivo geral desse grupo foi trabalhar na
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elaboração de uma política nacional para o Esporte de Aventura, e tiveram como objetivo
específico investigar as normatizações, as conceituações e as confederações, federações
e associações existentes acerca do tema no Brasil. A CEAV é composta por membros
dos Ministérios do Esporte, do Meio Ambiente e do Turismo, além de representantes do
Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE), do Conselho Federal de Educação
Física (CONFEF), de confederações e associações de diferentes modalidades de
Atividades de Aventura e de representantes do esporte nacional.
Para as autoras o conceito de Esportes Radicais e Esportes de Aventura se
diferenciam pelo fato desse último ocorrer em ambientes naturais e, assim, ficam
passíveis das incertezas que os ambientes naturais oferecem, como as condições
meteorológicas (chuva, sol, vento) e também de condições próprias do local em que as
atividades acontecem (terra, ar, água, neve, gelo), onde elas também apresentam um
risco calculado na sua realização.
b) Atividades Físicas de Aventura na Natureza – AFAN
Já as AFAN, ou Atividades Físicas de Aventura na Natureza, é um termo
mencionado pelo autor espanhol Betrán (2003, p.164), que o define como:
[...] Entende-se que o conjunto de práticas considerado correspondente ao desejo,
à natureza e à oportunidade histórica em uma nova era, denominada, pela maioria
como pós-modernidade, a qual propiciou a chegada da sociedade pós-industrial,
caracterizada por sua base no consumo e nos serviços. O período precedente,
com o qual a pós-modernidade coexiste, é conhecido como modernidade e o seu
equivalente sociocultural é a sociedade industrial, sendo que o esporte é a prática
social mais relevante desse período e o símbolo cultural que o identifica.
Essa conceituação surgiu após uma análise das diversas conceituações existentes
para esse tipo de atividades na Espanha. O referido autor observou que a maioria dos
conceitos utilizados se baseava em características e na natureza do tipo de prática e tinha
uma visão distinta e complementar das mesmas “[...] o termo composto corresponde
apenas a uma denominação provisória, ainda sem um núcleo semântico definitivo, assim
como ocorre no ‘esporte’, cuja utilização léxica é universal e seu significado quase
unânime [...]” (BETRÁN, 2003, p. 164-165).
Javier Betrán continua dizendo que a população faz a eleição do termo, pois ela é
influenciada pela divulgação dos meios de comunicação, subsidiados por entidades
privadas e oficiais, que são decisivas para um consenso definitivo do termo a ser utilizado,
assim como seu significado.
Ainda segundo Betrán (2003), o elemento risco é muito aparente e ele depende da
expectativa que o praticante tem na atividade e na incerteza que a natureza apresenta à
prática. Como as AFAN se tornaram produtos a serem vendidos por empresas
especializadas, as quais fazem uso dessas atividades de modo a gerar uma “prática
social massificada”, as diversas modalidades acabaram sendo domesticadas e vendem
uma imagem de “risco controlado” ou de um “descontrole controlado”. Dessa forma, a
aventura produzida pelas atividades de aventura se torna “mais fictícia que real”, ou seja,
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o risco existe e ele é assumido e faz parte do produto a ser vendido, mas ele é controlado,
visto a enorme quantidade de recursos tecnológicos existentes no mercado.
Vemos que essa ligação profunda com o meio natural, o tempo livre e as emoções
vivenciadas por seus praticantes são os elementos característicos dessas atividades, as
quais podemos citar: rafting2, bóia cross3, rapel4, cachoeirismo5, trekking,6
espéleoturismo7, canionismo8, dentre inúmeras outras modalidades. Betrán (2003) afirma
que as pessoas fazem essa prática por livre adesão e em seu tempo livre, sendo que a
busca por atividades que as tirem da rotina é tamanha, que fazem do corpo elemento
principal e sensorial (sensação de emoções e “adrenalina”) e não mais apenas como um
meio para nos transportar de um lado para o outro.
c) Atividades de Aventura na Natureza
Marinho (2003, p.4) nos traz essa terminologia, onde a autora sustenta o seguinte:
Tais atividades são, aqui, entendidas como as diversas práticas esportivas
manifestadas, privilegiadamente nos momentos de lazer, com
características inovadoras e diferenciadas dos esportes tradicionais, pois as
condições de prática, os objetivos, a própria motivação e os meios utilizados
para o seu desenvolvimento são outros e, além disso, há também a
presença de inovadores equipamentos tecnológicos que permitem uma
fluidez entre o praticante e o espaço de prática – terra, água ou ar [...].
Essa conceituação surge após uma discussão sobre a expansão do turismo frente
ao meio ambiente, na qual Marinho (2003), baseada em Ruchmann (2000), comenta que
essa expansão teve quatro fases ao longo da história, na qual a primeira, denominada de
“relacionamento”, foi no século XVII, que se caracterizou pela descoberta da natureza e
houve o surgimento dos primeiros equipamentos, e essa procura se deu em descobrir
locais onde a industrialização ainda não tinha chegado. A segunda fase, o “turismo
dirigido”, ocorreu ao longo do século XIX e início do século XX, onde não havia a
preocupação com as degradações ambientais de hoje, e isso gerou o crescimento e
especulação imobiliária dos centros turístico antigos da Europa.
Por volta de 1950, começa a terceira fase, que teve seu apogeu nas décadas de
1970 e 1980 e foi a fase do “turismo de massa”, na qual houve uma grande degradação
do meio ambiente, por causa dos excessos (crescimento desordenado, saturação e locais
sem infraestrutura, construção de porto e marinas sem estudos, entre outros). E, por
último, em meados de 1970, com o surgimento de questionamentos de problemas e da
2
Rafting: descida de rios com corredeiras em botes infláveis.
Boia cross: descida de rios com pequenas corredeiras em botes infláveis.
4
Rapel: técnica de descida em cordas utilizando equipamentos específicos.
5
Cachoeirismo: descida de quedas d’água, seguindo ou não o curso d’água, usando técnicas verticais.
6
Trekking: atividade que se configura por caminhar por terrenos variados e em meio à natureza, utilizando
uma bússola para orientar-se.
7
Espéleoturismo: atividades desenvolvidas em cavernas, oferecidas comercialmente, em caráter recreativo
e de finalidade turística.
8
Canionismo: descida de cursos d’água, usualmente em cânions, sem embarcação, com transposição de
obstáculos aquáticos verticais.
3
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degradação do meio ambiente, sendo a fase onde o meio ambiente “[...] torna-se pretexto
para a descoberta, a educação ambiental e o espírito aventureiro, dando origem a um
novo mercado – o turismo ecológico ou ecoturismo” (MARINHO, 2003 p. 4).
Com base em Marinho (2003), vemos um ponto interessante, que é o de
equipamentos tecnológicos de última geração que muitas dessas modalidades utilizam, a
ponto de termos bicicletas que custam o preço de um carro novo, pois esses
equipamentos utilizam tecnologias de ponta e materiais extremamente eficientes, pois
conciliam durabilidade e leveza, além do surgimento de novos equipamentos
proporcionarem novas modalidades ou outras possibilidades de práticas, quando
comparadas com as já existentes. De novo vemos a citação do lazer como tempo de
ocorrência dessas práticas, além de podermos notar que se tratam de modalidades
esportivas bem diferentes das mais praticadas, exceto o skate que é a segunda
modalidade esportiva mais praticada na grande São Paulo (CEV, 2002).
De acordo com a definição de Marinho (2003), entendemos que o termo Atividade
de Aventura na Natureza ou apenas Atividade de Aventura é o que mais expressa uma
relação com as manifestações de lazer dos sujeitos. Também concordamos com Marinho
(2003) pelo fato de que os objetivos, condições e a motivação dos praticantes são
diferenciadas, ao nosso ver, isso também vale para todas as demais formas de
manifestação corporal. Além disso, os próprios locais onde ocorrem muitas dessas
práticas, com algumas exceções – skate, patins, entre outros, são locais naturais, onde,
em alguns casos, o principal da prática é o contato “virgem”, ou seja, o local é a própria
natureza, não tendo sofrido nenhuma ação do homem.
Conclusão
Diante dos resultados apresentados, entendemos que o conceito de Atividades de
Aventura é o que mais expressa uma relação com as manifestações de lazer dos sujeitos.
O estudo realizado nos mostra quão rico tem sido o debate no meio acadêmico.
Esse interesse nas Atividades de Aventura pela academia não se baseia apenas nos
conceitos, mas em inúmeros temas, como seu envolvimento com o lazer, o fator risco e
como seus praticantes convivem com ele, questões sobre o impacto ambiental gerado e
como as Atividades de Aventura podem ser utilizadas como forma de educação
ambiental, formas de treinamento com vistas à performance na vertente competitiva,
dentre outros.
A discussão acerca das atividades de aventura é um tema da atualidade e o
conhecimento dos diferentes conceitos poderá viabilizar aos profissionais e
pesquisadores uma intervenção efetiva junto a sociedade, assim como aumentar as
possibilidades de diálogo no meio acadêmico.
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REFERÊNCIAS
BETRÁN, J.O. Rumo a um novo conceito de ócio ativo e turismo na Espanha: as
atividades físicas de aventura na natureza. In: MARINHO, A.; BRUHNS, H.T.(Orgs.).
Turismo, lazer e natureza. São Paulo: Manole, 2003.
COSTA, V.L.M.; MARINHO, A.; PASSOS, K.C.M. Esportes de Aventura e esportes
radicais: propondo conceitos. Revista Motriz. Anais do V Congresso Internacional de
Educação Física e Motricidade Humana e XI Simpósio Paulista de Educação Física.
UNESP, Rio Claro (SP), v.13, n.2 (suplemento), mai/ago, 2007. p.189.
MARINHO, A. Da aceleração ao pânico de não fazer nada: corpos aventureiros como
possibilidade de resistência. In: MARINHO, A.; BRUHNS, H.T.(Orgs.). Turismo, lazer e
natureza. São Paulo: Manole, 2003.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23ed, São Paulo: Cortez, 2002.
UVINHA, R.R. Juventude, lazer e esportes radicais.1ª ed. Barueri,SP: Ed. Manole,
2001.
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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PRATICANTES DE SKATE EM SÃO PAULO,
PARANÁ E RIO GRANDE DO SUL
Luana Mari Noda, Giuliano Gomes de Assis Pimentel
GEL/DEF/UEM; Maringá; Paraná; Brasil
[email protected]
RESUMO
Entre os esportes de aventura em locais artificiais, o skate se destaca como um dos mais
praticados e tradicionais. Para compreender melhor a prática o objetivo da pesquisa foi
analisar a percepção de skatistas sobre as próprias características e a forma como
vivenciam e representam o skate. A amostra foi constituída por 184 skatistas de 16 à 60
anos de idade. O questionário “Questionário GEL 2009 - Definição e Caracterização das
Atividades de Aventura”, foi aplicado em Maringá-PR, Porto Alegre- RS e São Bernardo
do Campo- SP. No geral, 52% possuem pelo menos a formação de Ensino Médio
completo e superior incompleto. Cerca de 47,37% da amostra é de skatistas amadores,
de nível recreativo e competitivo em Maringá já em Porto Alegre (71%) e São Bernardo
(44%) categoria mais citada foi de amador, nível recreativo. Dentre os motivos que levam
a prática a mais citada é a diversão com 78% da população total entrevistada.
Acreditamos que os dados e as discussões impulsionam questionamentos de diferentes
dimensões. A influência dos fatores regionais na caracterização da prática e as limitações
que a partir deste estudo possam ser superadas para maior compreensão do skate no
Brasil.
Palavras-chave: Atividade de aventura, skate, características.
Introdução
O skate dentre as atividades de aventura é uma das mais praticadas e conhecidas
(PIMENTEL, SAITO, 2010). Sendo uma atividade presente na realidade cultural no país,
entender como o próprio skatista visualiza, denomina e compreende sua prática elucida
características acerca da modalidade no Brasil.
Assim o presente estudo tem como problemática: qual o perfil dos praticantes de
skate e como ele caracteriza sua prática?
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Objetivo
A pesquisa teve como objetivo analisar a percepção de skatistas sobre as próprias
características deles e a forma como vivenciam e representam o skate.
Aspectos metodológicos
A amostra foi composta por 184 skatistas, sendo 177 do gênero masculino, com
idades entre 16 e 60 anos. Estes foram selecionados de forma não-probabilística, pois
não houve organização estatística para distribuição da amostra nas diferentes localidades
de coleta.
O instrumento utilizado foi “Questionário GEL 2009 - Definição e Caracterização
das Atividades de Aventura”, adaptado ao skate, sendo composto por trinta e duas
questões divididas em dois blocos. O primeiro bloco possui 9 questões objetivas, da
primeira a sétima questões de respostas únicas a oitava e nona questões são de múltipla
escolha. Que buscam estabelecer informações a respeito do sujeito. O segundo bloco é
composto de 23 questões objetivas em que as respostas são divididas em 5 graus de
concordância: 1- Discordo plenamente, 2- Discordo em parte, 3- Não concordo nem
discordo ou Não tenho opinião, 4- Concordo parcialmente e 5 - Concordo plenamente.
A matriz analítica foi construída a partir de outros estudos e literatura vigente,
sendo posteriormente apresentada a especialistas para juízo crítico. O instrumento foi
validado e objetivado em coletas pilotos nas cidades de Paranavaí e Maringá, ambas no
Paraná (BALBIM et al, 2009).
Entre os limites do trabalho destacamos: a) não foi realizada correlação estatística
quanto à proporcionalidade populacional das cidades para o ‘n’ de instrumentos; b) houve
seleção por conveniência e não se realizou a estratificação ou randomização da amostra,
c) as coletas se efetivaram em épocas diferentes: Maringá (Junho de 2010), São
Bernardo (Julho de 2010), Porto Alegre (Maio de 2011), d) logo, a distribuição de
praticantes por modalidade/cidade não possui representatividade, mas é, sobretudo,
resultado dos locais onde os dados foram coletados, no sistema de amostra por
conveniência.
Os participantes consentiram em responder ao questionário e os resultados foram
tabulados e remetidos aos sujeitos que, optativamente, escreveram o endereço eletrônico.
Resultados
No geral, 52% possuem pelo menos a formação de Ensino Médio completo e
superior incompleto. Entre praticantes de Maringá a renda familiar líquida mais citada
pelos praticantes é de até quatro salários mínimos, segundo a Pesquisa DataFolha
requisitado pela Confederação Brasileira de Skate realizado em 2006 há predominância
das classes “B” e “C” entre os praticantes de skate.
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O maior número de praticantes (47,37%) da amostra é de skatistas amadores, de
nível recreativo e competitivo em Maringá já em Porto Alegre (71%) e São Bernardo
(44%) categoria mais citada foi de amador, nível recreativo.
Em São Bernardo do Campo a faixa etária mais representativa dentre os
entrevistados foi de 21 a 30 anos (51%) seguido de 31 a 40 anos (24%) enquanto em
Maringá e Porto Alegre a faixa mais significativa ficou de 16 até 20 anos com 46% e 54%
respectivamente. Somando todas as cidades pesquisadas 52% afirmam praticar a
modalidade semanalmente o que pode estar relacionado à facilidade de transporte e local
para a prática.
Em Maringá 50% dos entrevistados afirmou já ter sofrido algum tipo de preconceito
por praticar skate e em Porto Alegre 31%, uma porcentagem relativamente menor quando
comparados aos estudos de Galliano (2009) em que 88% dos entrevistados paranaenses
e 70% da mostra gaúcha afirmaram que o skate é um esporte que sofre preconceito.
Outros resultados (expressos em freqüência e percentual) estão expressos nas
tabelas abaixo. Dizem respeito à concordância com teses numa escala de Licket,
Tabela 1. Motivação à prática.
Maringá
Porto Alegre
Diversão
Gosto pelo risco
Sociabilidade
Desenvolvimento pessoal
42/87%
46/48%
25/52%
70/49%
73/79%
63/34%
41/44%
74/26%
São
Bernardo
29/74%
27/34%
16/41%
33/28%
Total
144
136
82
177
Tabela 2. Grau de concordância quanto a afirmações sobre o skate e seus praticantes.
Maringá
Porto Alegre São
Total
Bernardo
No skate a mulher é mais 6/6%
10/20%
5/13%
21
frágil
Você sente atração pelo 45/49%
20/39%
22/56%
87
lazer de risco
Sua modalidade pode ser 50/54%
27/52%
29/74%
48
ensinada na escola
É importante a mídia 64/70%
31/62%
29/76%
124
abordar sua prática
O
skate
não
está 13/14%
8/16%
6/15%
27
associado
a
causas
sociais ou ambientais
Você faz parte de alguma 14/16%
7/14%
9/23%
30
‘tribo’ de praticantes.
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Análises
Dentro do limite da revisão bibliográfica do estudo, este é o trabalho acadêmico
com maior distribuição geográfica (três unidades da federação) e número de sujeitos (177
homens e 6 mulheres) sobre skate no Brasil. Diante dos resultados, é possível refutar
afirmações mitificadas sobre essa atividade de aventura, bem como descortinar alguns
aspectos ainda inéditos na literatura.
Em pesquisa realizada por Pereira em 2006 também em São Bernardo do Campo
82% dos entrevistados afirmam que a principal influência para o início da prática são os
amigos. Porém, quando a questão da motivação para a prática cotidiana é levantada, os
respondentes colocam a diversão como aspecto principal da prática, corroborando
observações etnográficas de Uvinha (2001).
Quanto ao modo como os praticantes veem o skate, aspectos como a
pedagogização da modalidade na escola ainda dividem opiniões, enquanto a percepção
da idéia de tribo, contrariando hipóteses na literatura, é algo rejeitado pela maioria.
O skate é ainda uma prática vista com reservas? Segundo Pereira e Armbrust
(2010, p. 91), “o skate passou por diversos períodos de recriminação e contestações que,
muitas vezes, ficou arraigada na sociedade uma visualização dessa prática associada à
marginalidade e pessoas desocupadas”.
Em pesquisa survey junto à população da região metropolitana de Maringá, as
pessoas comuns do cotidiano em geral demonstram conhecimento do skate como uma
atividade de aventura, mas, quando não há o mesmo interesse em praticá-lo. Ainda, em
relação ao skate se verificou à época que a polícia não possuia perfis criminais que
discriminem essa prática concomitante ao crescimento de lojas especializadas para venda
de produtos ligados ao estilo de vida skatista (Pimentel e Saito, 2010).
Historicamente, até por instigar a ocupação do espaço urbano para práticas lúdicas
não-usuais, o skate, em seu início, gerou desconfiança, especialmente porque vem
associado à irreverência, contestação e subversão. Como toda nova prática, conforme
cada contexto regional e momento histórico, dois estratagemas concorreram para seu
‘tratamento’: a sedução, seguida da incorporação a algum sistema estatal ou paraestatal,
com regulamentação das práticas; ou a disciplina, com a exclusão sob a forma de
recriminação ou até sua criminalização. No caso do skate, nos parece que de forma
articulada, o biopoder (estatal e de mercado) cuidou para domesticar o skate por meio de
sua esportivização, o que foi endossado por grande parte dos praticantes, tendo em vista
o imaginário das grandes competições, da profissionalização e das coberturas
jornalísticas.
Esse aspecto foi bem captado por Uvinha (2001) entre skatistas do grande ABC
paulista. Ao mesmo tempo em que o mass media, ao cobrirem o novo ‘esporte radical’,
conclamava os praticantes ao consumo de novos produtos, o próprio skate se tornara um
produto imaginário, dócil à venda de uma “imagem jovem” no sentido subjetivado de
juventude em potência. Por outro lado, resistências e não-adesões ingênuas são
observadas, especialmente na forma como os praticantes mantém a prerrogativa do skate
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como estilo de vida, no qual esporte, brincadeira, transporte, sociabilidade e arte são
possíveis, tanto em versões mais pasteurizadas quanto, especialmente, naquelas tidas
como underground e/ou não-usuais.
Três inferências concorrem e se complementam para pensar essa disparidade nos
resultados. Primeiro, a óbvia carência de uma pesquisa de âmbito nacional ou de uma
revisão sistemática da produção nacional a fim de apontar a influência dos fatores
regionais nas dimensões analisadas para caracterizar a prática e o praticante de skate no
Brasil.
Segundo, o próprio limite metodológico dos estudos, ainda tateando sobre um
objeto cujo tamanho e repercussão é underground, favorecendo estimativas infladas ou
subdimensionadas de sua representatividade. Para exemplificar, no Atlas do Esporte do
Brasil, Bitencourt e Amorim (2005), não obstante a realização de uma pesquisa
panorâmica, cometem erro sistêmico ao captar a realidade gaúcha de forma
subdimensionada frente à fluminense. Conforme estimativa de mercado citada pelas
autoras, Porto Alegre é a capital com maior número de skatistas, estando Rio de Janeiro
em quinta posição. Entretanto, apenas duas referências ao Rio Grande do Sul são
marcadas no atlas contra sete para o Rio de Janeiro (vide BITENCOURT & AMORIM,
2005, p. 421).
Por fim, é forçoso reconhecer – diante dos fatos – que o skate não só é uma prática
com variação regional, mas, especialmente, de mutabilidade celerada, conforme se
evidencia nas suas fases cíclicas de declínio e florescimento e, também, na diversificação
de modalidades frente à conjugação das características dos praticantes e do
desenvolvimento tecnológico de novos modelos (para variados terrenos e performances)
e espaços de prática.
Conclusões
Os dados fornecidos pelo estudo e a comparação com os resultados obtidos por
outros estudos, lembram a célebre poesia de Drummond (meias verdades). Três
inferências concorrem e se complementam para pensar essa disparidade nos resultados.
Primeiro, a óbvia carência de uma pesquisa de âmbito nacional ou de uma revisão
sistemática da produção nacional a fim de apontar a influência dos fatores regionais nas
dimensões analisadas para caracterizar a prática e o praticante de skate no Brasil.
Segundo, o próprio limite metodológico dos estudos, ainda tateando sobre um objeto cujo
tamanho e repercussão é underground, favorecendo estimativas infladas ou
subdimensionadas de sua representatividade. Por fim, é forçoso reconhecer – diante dos
fatos – que o skate não só é uma prática com variação regional, mas, especialmente, de
mutabilidade celerada, conforme se evidencia nas suas fases cíclicas de declínio e
florescimento e, também, na diversificação de modalidades frente à conjugação das
características dos praticantes e do desenvolvimento tecnológico de novos modelos (para
variados terrenos e performances) e espaços de prática.
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REFERÊNCIAS
BITENCOURT,V.; AMORIM, S. Skate. In: DaCosta, L. P. (org.). Atlas do esporte no
Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2005.
PEREIRA, D.; AMBRUST, I. Pedagogia da aventura: o esportes radicais, de aventura e
de ação na escola. Jundiaí-SP: Fontoura, 2010.
PEREIRA, D. W. Perfil de skatista do parque da juventude em São Paulo. IN: I
CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE AVENTURA, 2008, Balneário
Camboriú/SC. Anais... I CBAA, SC, 2006.
UVINHA, R. R. Juventude, lazer e esportes radicais. São Paulo: Manole, 2001
Tese da Márcia.
GALLIANO, Leony Morgana; MAYER, Sandra Mara. Motivos que levam os skatistas à
prática do esporte: um estudo comparativo entre os estados do Paraná e Rio Grande do
Sul. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Anais... FIEP
BULLETIN, 2009.
Agradecimentos: aos integrantes do Grupo de Estudos do Lazer (GEL/UEM/CNPq) pela
participação na coleta dos dados.
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ESPORTES DE AVENTURA NA ESCOLA
Fernanda de Paula Diogo, Gounnersomn Luiz Fernandes, Fúlvio Rodrigues Valeriano
Fundação Helena Antipoff, Ibirité, MG, Brasil
[email protected]
RESUMO
Ministrar os esportes de aventura na escola não é um desafio fácil de alcançar, mas
também não é um conteúdo impossível de se introduzir no ambiente escolar. O Esporte
de Aventura tem uma importância significativa no âmbito escolar, trazendo para o aluno
variedades e conteúdos diferenciados, é papel do professor se atualizar e se informar
para que essa prática seja ministrada dentro das aulas de Educação Física. O objetivo da
pesquisa foi identificar os motivos da não aceitação do tema esporte de aventura como
conteúdo curricular nas aulas de Educação Física escolar. O método utilizado foi uma
entrevista semi estruturada com dez professores de Educação Física da rede municipal e
estadual de ensino do bairro Água Branca Contagem/MG. Conclui-se que os esportes de
aventura não estão inseridos dentro do ambiente escolar estudado por falta de
capacitação dos professores entrevistados, receio dos professores em ministrar uma
atividade que prevalece o risco e falta de recursos tecnológicos necessários para a prática
da atividade.
Palavras-chave: Aventura; Educação Física, Escola.
Introdução
Os esportes de aventura é uma atividade nova dentro da cultura esportiva,
ganhando muitos praticantes a partir da década de 1990 com o apoio e divulgação da
mídia. Porém alguns estudos na área do lazer segundo Melo (2007) apontam que essa
prática já era realizada antigamente. Os esportes de aventura é uma prática de atividade
física em que se prevalece o risco controlado e consciente do praticante.
Schwartz (2006), acredita nessa prática como possibilidades educacionais e
formadoras de cidadãos, onde o aluno irá aprimorar seus conhecimentos sobre os
esportes de aventura trazendo novas possibilidades de aprendizado e incorporando o
medo juntamente com o novo, trazendo desafios e perspectivas diferenciadas para os
alunos. O que remete aos profissionais se aprimorarem a essa nova cultura
contextualizando os conteúdos a nova realidade da Educação Física, onde se vê uma
prática inovadora. Os esportes de aventura vêm a partir de agora com um sentido de
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responder algumas questões, gerar conflitos e contradições ao crescimento referenciando
o estudo da Educação Física.
Empiricamente observa-se que a prática de esporte de aventura ou atividades de
aventura não ocorre dentro do contexto escolar, ela é trabalhada em ambientes com uma
estrutura especializada, ou seja, com aparatos tecnológicos que supostamente oferecem
ao praticante maior proteção durante sua prática. A escola pode proporcionar essas
atividades aos seus alunos fora do contexto escolar para que eles possam vivenciar tais
práticas como alternativas de experiências corporais fora das práticas institucionalizadas.
O professor pode promover excursões em locais onde aconteça à prática de esporte de
aventura. Essas atividades valorizam nos alunos a convivência com a natureza, que
segundo Costa (2000), proporciona o lazer e incentiva o praticante a interagir de forma
consciente, adquirindo respeito à natureza e respeito ao próximo.
Visualizar os esportes e ou atividades de aventura no ambiente escolar talvez não
seja uma tarefa fácil, uma vez que as suas práticas muitas vezes estão bem atreladas á
equipamentos com alta tecnologia, que na maioria das vezes possuem um valor agregado
considerável. Além disso, existem certos paradigmas que necessitam ser quebrados ao
introduzir esse conteúdo no contexto escolar. Os esportes de aventura lida com o
desconhecido e com a imprevisibilidade proporcionando ao praticante um ambiente rico e
estimulante para o seu imaginário podendo então aprimorar suas capacidades cognitiva,
físicas e motoras tendo em vista as exigências para suas práticas. No dia-dia observa-se
que muitos professores não ministram os esportes de aventura por falta de conhecimento
e por medo da reação da escola, pois estas geralmente apresentam certa resistência a
tais práticas por falta de um conhecimento mais aprofundado.
Atualmente a Educação Física trata da cultura corporal de movimento em um
caráter amplo, onde seu objetivo é introduzir o aluno a uma grande esfera onde ele ira
reproduzir o conhecimento adquirido juntamente com sua bagagem cultural. O aluno
devera aperfeiçoar suas habilidades nos esportes trazendo benefícios e melhoria para
sua qualidade de vida. (BRASIL, 1998, p.139). A cultura corporal no contexto escolar tem
características diferenciadas, onde ela desenvolve uma reflexão e uma representação
pedagógica sobre a forma de utilizar expressões corporais.
Na cultura existe um conjunto de códigos que são executados pelo homem, estes
códigos são utilizados e aprendidos destes as primeiras manifestações (infância) até os
dias atuais, onde se aprende normas e valores. A Educação Física incorpora a produção
da cultura corporal em seus conteúdos, onde são feitas representações corporais na
cultura humana, utilizando o sentido do lúdico. (BRASIL, 1997). Os esportes de aventura
assim como as atividades de aventura podem proporcionar tais experiências de forma
diferenciada das práticas institucionalizadas tirando os alunos da “monotonia” oferecendo
outra visão simbólica da cultura do homem. Por tanto os Esportes de Aventura são
conteúdos vinculados a Cultura Corporal de Movimento e o seu ensino nas aulas de
Educação Física escolar é um direito dos alunos.
A produção de conhecimento sobre tal assunto pode auxiliar no processo de
formação de professores e vencer algumas barreiras impostas pela sociedade desde que
a sua prática seja baseada na compreensão dos conteúdos para que se tornem
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indivíduos capazes de construir e desenvolver competências que segundo Zabala (1998)
pode se compor em três aspectos: os procedimentais, os atitudinais e os conceituais.
Segundo os PCN´s da Educação Física eles mostram que as atitudes, conceitos e
procedimentos sejam englobados na dimensão cultural envolvendo todos os
conhecimentos expressivos do corpo. (BRASIL, 1998). Portanto a utilização das
atividades de aventura ou esportes de aventura pode ser uma importante ferramenta para
a construção do cidadão.
Objetivo
Investigar a opinião dos professores de Educação Física sobre o ensino de
atividades ou esportes de aventura nas escolas públicas no bairro Água Branca –
Contagem/MG.
Método
No presente estudo lançou mão de uma abordagem qualitativa. Com relação aos
fins é exploratória e descritiva e com relação aos meios trata-se de uma pesquisa de
campo.
A amostra foi composta por dez professores de Educação Física, que lecionam
Educação Física para turmas de alunos (as) do Ensino Fundamental, em escolas da rede
pública estadual e municipal localizadas no bairro Água Branca, Contagem/MG.
O levantamento de informações junto aos professores aconteceu por meio de
entrevistas realizadas a partir do roteiro desenvolvido especialmente para este estudo. Os
equipamentos utilizados para realizar as entrevistas com os professores foram dois
gravadores digitais (Panasonic RR-US450) – sendo que um serviu de Backup para o
entrevistado, para eventuais necessidades. Foi utilizado um notebook (HP PAVILON
DVD4 – 1620BR ENTERTERIMENT PC), além do software para utilização/manipulação
dos arquivos de áudio. Inicialmente foi realizado um contato com as escolas do bairro
para se expor o objetivo da pesquisa, tendo o consentimento da mesma, assinou se um
termo de consentimento por parte da escola. Tendo as referidas escolas concordado em
participar deste estudo passou então a informar os professores destas escolas que por
sua vez consentiram em participar voluntariamente do estudo,assinando o termo de
consentimento livre e esclarecido.
A análise dos dados foi conduzida seguindo-se os passos: transcrição,
organização, interpretação por análise de discurso (Bardin, 2002) e classificação e
organização. Foi realizada a transcrição literária das gravações. O conteúdo das
entrevistas foi considerado fidedigno, a partir de uma resposta enviada pelos voluntários
por e-mail, após a leitura de todos os roteiros, mantendo, acrescentando ou retirando
itens, autenticando as transcrições de suas entrevistas.
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A gravação das entrevistas ocorreu em torno de 6 horas e meia. Os dados foram
transcritos em letra Times New Roman 12, com espaçamento de 1,5 durante quatro dias
totalizando 20 páginas.
Resultados
Sobre a utilização de atividades ou esporte de aventura na escola dos 10
professores entrevistados, nove nunca os trabalhou na escola. Os motivos apontados
pelos professores foram:
Tabela 2. Os motivos pelos quais os professores de Educação Física não ministram as
Atividades ou Esportes de Aventura na escola.
MOTIVOS APONTADOS
Nº DE PROF.
Falta de Conscientização dos alunos
10%
Falta de Capacitação do professor
40%
Falta de Recursos Tecnológicos
90%
Cronograma da escola a ser seguido
40%
Falta de espaço físico
90%
Fonte: Dados de Pesquisa
Os motivos pelos quais os professores de Educação Física não ministram as
Atividades os Esportes de Aventura na escola variam bastante. Eles mostram que existe
bastante receio em se trabalhar o esporte de aventura na escola, pois existe uma falta de
conscientização do aluno do que é a atividade ou esporte de aventura, a maioria dos
professores entrevistados não se sente capacitado em ministrar o conteúdo, existe
também à precariedade dos recursos tecnológicos necessários para execução da prática
e não deixando de falar que toda escola existe um cronograma a ser seguido imposto
pela escola e o grande ponto para não se trabalhar os esportes de aventura e a falta de
espaço físico dentro da escola.
Quanto ao interesse em introduzir as atividades ou Esportes de Aventura na
escola, sete dos dez professores entrevistados disseram não ter interesse em introduzir
esta prática na escola, pois eles acreditam que essa atividade deve ter um
acompanhamento mais especifico e qualificado. Como as turmas têm um numero elevado
de alunos eles não têm segurança em aplicar uma atividade que englobe “riscos
contínuos”.
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Tabela 3. Interesse em Introduzir os Esportes de Aventura na escola.
INTERESSES EM INTRODUZIR
Nº DE PROF.
Sim
30%
Não
70%
Fonte: Dados de Pesquisa
Três professores falaram que tem curiosidade de ministrar a prática atividades ou
esporte de aventura na escola e que não tinham pensado na possibilidade de programar
esse conteúdo para as aulas de educação física escolar, mas que acreditam no sucesso
do conteúdo dentro das aulas.
Sobre o entendimento sobre as atividades ou esporte de Aventura oito dos dez não
tem entendimento sobre as atividades ou esportes de aventura e apenas dois
mencionaram o contrário como pode ser percebido nas citações abaixo.
humm... Sim. Um entendimento básico sobre o que é conheço algumas
modalidades, porém a que acho aplicável na escola é a escalada, mas
fico surpreso em ver pesquisa neste campo dentro da escola. (P1)
Sei alguns conceitos sobre esporte de aventura mas nada muito amplo,
esse esporte é visto pouco se falar ele é mais visto em locais onde se tem
locais apropriados e na mídia, nunca vi nada dentro da escola. (P7)
Quanto às dificuldades de ministrar as Atividades ou Esportes de Aventura na
Escola os pesquisados apontam as seguintes dificuldades citadas no quadro abaixo:
Tabela 5. Motivos que dificultam a prática das Atividades ou Esportes de Aventura na
Escola.
DIFICULDADES
Nº DE PROF.
Falta de recursos: (materiais, espaço físico)
50%
Capacitação dos professores
90%
Falta de incentivo da escola
100%
Falta de verbas financeiras
100%
Fonte: Dados de Pesquisa
De Acordo com Uvinha (2001), as barreiras encontradas para se vivenciar os
esportes de aventura nas aulas de educação física escolar podem ser superadas
utilizando materiais já composto dentro da escola como a quadra, bancos suecos e
plintos, é importante considerar que os professores pesquisados se sentem pouco
capacitados para o trabalho com esportes de aventura em suas aulas de educação física
e na escola em termos gerais. Neste caso, cabe a reflexão se há o indicativo da
necessidade da capacitação, por parte dos professores para suas respectivas escolas,
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mas há um bom indicativo que é o entendimento do professor de sua necessidade de
formação continuada.
Quanto a prática adaptada das Atividades e esportes de Aventura na escola para
introduzir os esportes de aventura na escola é necessário promover ajustes ou
adaptações ao ambiente escolar, valorizando e ampliando o espaço físico e trabalhando
atividades condizentes com a realidade especifica da escola. Dois dos professores
entrevistados discordaram e acham que as Atividades e Esportes de Aventura não devem
ser adaptados ao contexto escolar, pois geram muito risco.
Tabela 7. Adaptação dos Esportes de Aventura na escola
ADAPTAÇÃO DOS ESPORTES DE AVENTURA
Sim, não dá para introduzir o esporte sem adaptação na escola
Sim, se fosse adaptado seria viável, seria mais uma opção
Não, tem que ter uma segurança 100%
Fonte: Dados de Pesquisa
Nº DE PROF.
80%
80%
20%
Conclusão
Ao pesquisar o ensino dos Esportes de Aventura nas aulas de Educação Física de
escolas publicas da região do bairro Água Branca – Contagem/MG ficou evidenciado que
os professores entrevistados não têm um conhecimento amplo que possibilite a
abordagem dos Esportes de Aventura em suas aulas regulares.
Nas entrevistas ganharam destaque os aspectos dificultadores do ensino desse
conteúdo da cultura corporal de movimento foram à falta de espaço físico para o trabalho
com as Atividades ou Esportes de Aventura, o risco que os alunos podem estar expostos
em aulas voltadas para os Esportes de Aventura, sob a alegação de um elevado número
de alunos por turma.
Viu-se que os Esportes de Aventura, por não ser um conteúdo obrigatório, tornamse uma prática corporal de movimento excluída das aulas de Educação Física e do acervo
cultural do aluno. Os professores devem valorizar as práticas que a Educação Física
proporciona trazendo disciplinas diferenciadas ampliando o repertorio de conhecimento
dos alunos.
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro.
Lisboa: Edições 70, 2002.
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BRASIL, Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais.
Educação Física_ Brasília MEC 1997.
BRASIL, Secretaria da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação
Física_ Brasília MEC 1998 p.139.
BRASIL, Secretária da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação Física
_ Brasília MEC 1998.
COSTA, V.L.M. Esportes de aventura e risco na montanha: Um mergulho no
imaginário. Manole. São Paulo 2000.
MELO C, K; ALMEIDA, A, C, P, C. Nas Trilhas da Relação Educação Física – Meio
Ambiente: Meio Ambiente, Esporte, lazer e Turismo. Rio de Janeiro: Editora Gama Filho,
2007.
SCHWARTZ, G, M. Aventuras na Natureza: Consolidando Significados. Jundiaí – São
Paulo Fontoura, 2006.
UVINHA, R, R. Juventude, Lazer e Esportes Radicais. São Paulo: Manole 2001.
ZABALA, A. A. A Prática Educativa: Como Ensinar. Porto Alegre, Artmed 1998.
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INCLUSÃO SOCIAL NO TURISMO ACESSÍVEL DE AVENTURA NA CIDADE DE
SOCORRO-SP
Márcia Danielly Cavalcanti Silva, Kerley dos Santos Alves
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto-MG, Brasil
[email protected]
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo discutir como as empresas voltadas ao Turismo de
Aventura do Município de Socorro, localizado no estado de São Paulo, por meio do uso
de equipamentos específicos e tecnologias estratégicas, pode obter vantagem competitiva
a partir do posicionamento inclusivo de sua oferta para um segmento específico, pessoas
com deficiência. Para aprofundar a reflexão e exemplificar as discussões, realizou-se um
estudo descritivo com caráter qualitativo com pesquisa de campo na cidade de SocorroSP. Foi possível observar os investimentos em serviços de lazer diferenciados para que o
destino turístico realmente conseguisse vantagens competitivas, integrados em parceria
entre governo e empresas turísticas de maneira a diferenciar o posicionamento para uma
orientação estratégica voltada para o atendimento de pessoas com deficiência de
segmento pouco explorado por outros destinos turísticos no Brasil. Como resultados
preliminar pode-se constatar que a cidade de Socorro-SP, encontra-se em fase de
estruturação para o desenvolvimento e inclusão social por meio do turismo, contudo pode
investir em novas tecnologias para esse fim ainda que tenha se posicionado no mercado
nacional como modelo em Turismo de Aventura e acessibilidade.
Palavras-chave: Turismo de Aventura, Inclusão Social, Acessibilidade.
Introdução
O turismo é entendido como um fenômeno social, que abre espaço para que se
possa examiná-lo sob o enfoque da acessibilidade e da viabilização de práticas inclusivas.
A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas, ainda
excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre
soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos.
Segundo Sassaki (1999), conceitua-se a inclusão social como o processo pelo
qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas
com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus
papéis na sociedade. Nestes termos o lazer turístico é apontado como oportunidade para
possibilitar a inclusão social de pessoas com deficiências.
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Assim, acredita-se que o turismo pode, efetivamente, contribuir para a inclusão
social porque agrega um conjunto de dimensões favoráveis à solidariedade e à integração
social, propiciando o contato e interações entre diferentes. Tal crença representa
juntamente com a legislação e as novas tecnologias, um estímulo para inseri-lo aos
debates sobre desenho universal e pensar sua operacionalização enquanto uma
demanda do mercado bem como, sua relevância social.
Em especial, no que tange o segmento de aventura, é crescente o rol de empresas,
que buscam proporcionar aos indivíduos com barreiras à mobilidade, experiências de
aventura, adrenalina de indução que poderiam estar fora do alcance desta demanda, a
ser incluída na oferta de esporte, lazer e entretenimento.
A lei brasileira (7853/89) diz que o governo tem que tratar a pessoa com deficiência
com prioridade garantindo a acessibilidade. Nos termos do art. 2º da Lei n.º 10.098/2000,
acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e
autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos
transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiência
ou com mobilidade reduzida.
O turismo de aventura acessível centra-se no uso de equipamentos e tecnologia para
aprimorar o planejamento e gestão dos prestadores de serviços de viagens, transporte,
alojamento, lazer e turismo para atender aos hóspedes com deficiência e mobilidade
reduzida. Pascarella e Fontes Filho (2008) defendem que é necessário investir em
serviços diferenciados para que um destino turístico realmente obtenha vantagem
competitiva. No caso de Socorro, a diferenciação ocorreu em função de investimentos em
serviços de turismo de lazer para atender as pessoas com deficiência, segmento ainda
pouco explorado por outros destinos turísticos no Brasil.
A despeito disso, a Estância de Socorro é hoje umas das principais cidades do
Circuito das Águas Paulista, é destaque como uma das melhores cidades para prática dos
esportes de Aventura: Bóia-Cross, Aqua-Ride, Caminhada, Cannoing, entre outros.
Socorro está entre os dez destinos turísticos brasileiros que fazem parte do projeto
Destinos Referência em Segmentos Turísticos1. Por meio do projeto, a Estância está em
fase de estruturação para se tornar referência no segmento Aventura Especial. De acordo
com o site oficial2 da prefeitura, entre 2006 e 2008, o Ministério do Turismo destinou R$
1,73 milhão para obras de infraestrutura turística, cursos de qualificação profissional,
adaptações em passeios, dentre outros. Além disso, a cidade também está inserida no
1
O projeto “Destinos Referência em Segmentos Turísticos” é uma iniciativa do Ministério do Turismo em parceria com
o Instituto Casa Brasil de Cultura – ICBC e operacionalizado por várias entidades representativas dos segmentos
turísticos, que executaram o projeto em âmbito local. O projeto teve como premissa a participação efetiva dos
representantes locais, levando à formação de um Grupo Gestor que assume o papel de líder do processo, buscando
assim garantir a continuidade da ação e a sustentabilidade do projeto. Propôs desenvolver a gestão do turismo local com
foco na estratégia de segmentação de produtos turísticos, procurando envolver de forma participativa toda a cadeia
produtiva relacionada com o segmento elencado. Entre seus resultados, obteve-se a consolidação de modelos
referenciais que podem servir de base para outros destinos com a mesma vocação turística.
2
http://www.estanciadesocorro.com.br/noticias/destaques.asp?numero_noticia=387
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programa Aventura Segura3, desenvolvido em parceria com a Associação Brasileira das
Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (ABETA) e o Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). É voltado para o fortalecimento, qualificação e
estruturação do Ecoturismo e Turismo de Aventura no Brasil.
Objetivo(s) do estudo
O presente estudo tem como objetivo discutir como as empresas voltadas ao
Turismo de Aventura do Município de Socorro, localizado no estado de São Paulo, por
meio do uso de equipamentos específicos e tecnologias estratégicas, pode obter
vantagem competitiva a partir do posicionamento inclusivo de sua oferta para um
segmento específico. E destacar como do ponto de vista da organização municipal via
Conselho, as organizações públicas e privadas que compõem o setor turístico da cidade
submeteram-se a um processo sistemático de reposicionamento dos produtos
formatados.
Método
A metodologia aplicada consiste em estudo descritivo, com caráter qualitativo da
oferta, apresentado sobre o método de estudo de caso. Os procedimentos foram pesquisa
bibliográfica e aplicação de questionários. Para tanto, a coleta de dados foi dividida em
etapas, a primeira etapa visou fornecer alguns insights teóricos e conceituais em relação
à temática inclusão no turismo e em especial no turismo de aventura e o uso de
tecnologias podem auxiliar nessa finalidade, com base bibliografia disponível. A segunda
etapa irá fornecer informações empíricas sobre as causas e conseqüências da inovação e
desenvolvimento de produtos no setor do turismo de aventura com base em pesquisa
empírica recente, realizado à partir de visita técnica ao Município de Socorro, e aplicação
de questionários aos visitantes dos emprendimentos turisticos e entrevistas realizadas
pelos autores com os gerentes das empresas: Parque dos Sonhos, Parque Monjolinho e
o Kango Jango. Finalmente, a última etapa visou discutir resultados de pesquisa com
relação às questões e perspectivas no que se refere ao uso de tecnologias e a
perpesctiva inclusão do turismo de Aventura.
3
O Programa Aventura Segura é uma iniciativa do Ministério do Turismo em parceria institucional com o SEBRAE
Nacional e execução da ABETA – Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura. O mesmo
abrange um conjunto de ações de fortalecimento institucional, geração e disseminação de conhecimento, qualificação de
pessoas e empresas, subsídio à certificação para condutores e empresas e formação de grupos voluntários de busca e
salvamento (GVBS), além de iniciativas de disseminação de práticas socioambientais responsáveis de uma campanha
de conscientização do consumidor.
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Resultados
O estudo de caso tornou-se possível após pesquisa bibliográfica e uma primeira
visita realizada à cidade de Socorro-SP, no período de 22 e 23 de outubro de 2011, sendo
presumível ponderar de informações, conhecer e vivenciar a acessibilidade dos
equipamentos turísticos da cidade.
Percebeu-se que foram empreendidos na cidade de Socorro-SP, mecanismos de
desenvolvimento econômico como fator indutor de inclusão social, sendo feitas pelo meio
de diversas iniciativas públicas através da governança local estabelecida, representativa e
atuante baseada no Conselho Municipal de Turismo (COMTUR), que teve o objetivo de
atuar nas politicas de adaptações arquitetônicas e uso das novas tecnologias para facilitar
o acesso das pessoas com deficiência, comprometimento da iniciativa privada,
viabilizando a realização das adaptações em prol da acessibilidade nos empreendimentos
da cidade, além dos empresários locais como donos de hotéis e de agências de turismo,
acreditarem que o investimento em acessibilidade traria retorno e o engajamento das
esferas públicas e privadas em uma mesma direção. Entre as iniciativas, houve a
adaptação de mais de 50 estabelecimentos de serviços, tais como bares, lanchonetes e
restaurantes, com a inclusão de cardápios em Braille e estruturas reformadas para
atender o deficiente físico. Além disso, nos hotéis e pousadas da região, foram realizadas
adaptações em diversas instâncias: sinalizações em Braille, acesso apropriado,
espaçamento adequado entre o mobiliário, adaptação dos banheiros, ajuste das áreas de
lazer – com brinquedos que podem ser utilizados por crianças cadeirantes – e até quartos
modificados para acomodar cães-guias. Nos três empreendimentos visitados foi possível
destacar algumas forças com relação ao ambiente interno de forma que origina um
diferencial estratégico. O Hotel Fazenda Parque dos Sonhos foi criado para que as
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida também pudesse realizar as atividades
oferecidas pelo hotel, assim como desfrutar da infraestrutura do local. As atividades
oferecidas são executadas com equipamentos de acessibilidade, como a cadeirinha
adaptada a pessoas paraplégicas e tetraplégicas usadas na tirolesa, selas de cavalo para
pessoas com deficiência, suporte para a tirolesa voadora e cadeirinha aquática para
atividades feitas nas piscinas e na cachoeira, bicicletas, triciclos e quadriciclos que podem
ser usados por todos, as atividades não está presente somente nas atividades ou
estruturas físicas, o site do parque4 é adaptado, permitindo ao usuário aumentar as letras
do conteúdo escrito, ou mudança das cores do layout para alto-contraste para os casos
de daltonismo, e o atendimento possui telefone exclusivo para pessoas com deficiência
auditiva. Já no Parque Kango Jango dispõe de funcionários capacitados, que possuem
treinamentos para que em situações de risco possam agir com eficácia, porém são
treinamentos preventivos, não há relatos sobre acidentes no estabelecimento e por fim o
Parque Monjolinho que agrega maiores opções de diversão diferencias em relação aos
demais empreendimentos de mesma categoria com atividade diversificada em seus
esportes de aventura e os procedimentos de segurança padrão seguindo as normas
4
http://www.parquedossonhos.com.br/hotel-fazenda/acessibilidade-do-hotel
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estabelecidas pela ABNT, além de monitores capacitados para o bom e seguro
atendimento ao visitante. Foi possível perceber, durante a visita que a infraestrutura é
satisfatória. O local é conservado e apresenta manutenção constante. Isso proporciona
segurança aos visitantes e hóspedes principalmente no que se refere à pratica de
esportes de aventura. Além disso, o Hotel Fazenda Parque dos Sonhos é sinalizado, com
acessibilidade para cegos tendo placas em braile e calçadas táteis. Também há
adaptações nos quartos para acomodar cães guia para deficientes visuais. Os deficientes
físicos também são atendidos com as rampas e as portas com largura suficiente para
cadeiras de roda. Segundo o proprietário, José Fernandes Franco do investimento, essas
adaptações proporcionam a visita constante de grupos de pessoas com algum tipo de
deficiência, além de gerar mídia espontânea para o parque devido à esses diferenciais
presentes no Hotel Fazenda Parque dos Sonhos e em outros empreendimentos da região
de Socorro.
Conclusões
A cidade de Socorro é renomada na questão da acessibilidade, visto pelos prêmios
estaduais e nacionais já agraciados. O trabalho do Conselho Municipal de TurismoCOMTUR, de caráter deliberativo, viabilizou a ocorrência desses avanços, tendo em vista
que seus membros fazem parte da Associação Comercial da cidade, além é claro, de
serem donos de grandes empreendimentos turísticos na região. A Prefeitura apoiou o
projeto, mostrando assim, que trabalhos em parcerias consolidadas são a garantia de
sucesso para todos os envolvidos. Desde o guia que recepciona grupos de todas as
idades e regiões, até os grandes empresários que muitas vezes já tem seu faturamento
satisfatório, mas acreditam que o crescimento de toda a cidade é importante para os seus
empreendimentos. Outro fator relevante é a sua localização geográfica dentro do Circuito
das Águas Paulistas, que compreende um ponto de fácil acesso para turistas que moram
na capital, ou mesmo em suas proximidades que, muitas vezes, possuem um perfil
socioeconômico relativamente alto, e não se importam reduzir gastos quando de trata de
divertimento, descanso, lazer e fruição. A mídia espontânea gerada pelo diferencial da
adaptação da cidade e de seus atrativos à diversos tipos de limitações e a união desse
fator à possibilidade de uma prática inclusiva de turismo de aventura também devem ser
destacados. A análise dos questionários aplicados mostra a satisfação dos visitantes,
bem como a influência dessa satisfação nas indicações feitas à amigos que trazendo
assim, mais visitantes para a cidade.
Diante do que foi discutido na presente pesquisa, o caso da cidade de Socorro
parece demonstrar que é possível que prestadores de serviços turísticos obtenham
ganhos estratégicos a partir do posicionamento de suas ofertas para turistas com
deficiência, desde que algumas medidas sejam adotadas. Adaptações arquitetônicas,
mudanças no atendimento e principalmente à integração entre governo e empresas
parecem ser fundamentais para que esse posicionamento responda por vantagens
competitivas sustentáveis. O engajamento das iniciativas publica e privada vem
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contribuindo com a responsabilidade social e fomentando o crescimento do turismo social
de modo a proporcionar a inclusão das pessoas com deficiências no segmento do turismo
de aventura com um cenário diversificando a oferta através de atividades recreativas que
envolvem desafios e riscos proporcionando sensações e novidades diversas explorando
os limites físicos e psicológicos de seus praticantes. E nesse sentido, Socorro está
ganhando projeção nacional e até mesmo visibilidade internacional como referencial de
cidade acessível. Enquanto geração de emprego e renda, concomitantemente é capaz
de abarcar as possibilidades de valorização da diversidade de lugares, culturas e pessoas
primando pelo atendimento personalizado com equipamentos especializados e
treinamento.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TURISMO DE AVENTURA. Diagnóstico do Turismo de
Aventura no Brasil. Disponível em: http://www.abeta.com.br>. Acesso em 20 de mar. 2012
CHURCHILL, G.; PETER, J. Marketing: criando valores para os clientes. 2 ed. Rio de
Janeiro: Editora Saraiva, 2005.
GUIMARÃES, Marcelo Pinto. Acessibilidade: Diretriz para Inclusão. Revista USP, v.1,
pp. 1-9, 2000.
LINDBERG, Kreg; HAWKINS, Donald E. Ecoturismo: um guia para planejamento e
gestão. 2. ed. São Paulo: Ed. Senac Nacional, 1999. 292p
KRIPPENDORF, Jost. Sociologia do turismo: para uma nova compreensão do lazer e
das viagens. São Paulo: Aleph, 2001.
MANUAL DE RECEPÇÃO E ACESSIBILIDADE DE PESSOAS PORTADORAS DE
DEFICIÊNCIA A EMPREENDIMENTOS E EQUIPAMENTOS TURÍSTICOS. Brasília, DF:
Embratur/Ministério do Turismo. Disponível em:<http://www.turismo.gov.br>. Acesso em:
20 de mar. de 2012.
PASCARELLA, R.; FONTES FILHO, J. Modelo de avaliação competitiva de destinos
turísticos com base nas capacidades dinâmicas e suas implicações para as políticas
públicas. In: ENCONTRO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNANÇA DA
ANPAD, 3, 2008. Anais... Salvador: Anpad, 2008.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 3 ed. Rio de
Janeiro: WWA, 1999.
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SASSAKI, R. Inclusão e no lazer e turismo: em busca da qualidade de vida. São Paulo:
Áurea, 2003
SASSAKI, Romeu Kazumi. 2007. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão.
Disponível em: <http://www.ubcbrasil.org.br/artigos/artigo2.htm> Acesso em 20 mar. 2012.
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APLICAÇÃO DAS ATIVIDADES DE AVENTURA EM ESCOLA MILITAR DE ENSINO
MÉDIO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES
Orlando Costa Ribeiro Júnior, Alex Fabiano Santos Bezerra
Universidade Federal do Maranhão – São Luis-MA – Brasil
[email protected]
RESUMO
O estudo versa sobre a possibilidade de implantação das atividades de aventura como
conteúdo permanente das aulas de educação física de uma escola militar de ensino
médio. As atividades de aventura: trekking, rapel, corrida de orientação, e tirolesa se
constituem as atividades previstas para implantação nos conteúdos das aulas de
Educação Física para o primeiro semestre de 2012. Como objetivo geral pretende-se
analisar a aplicação das atividades de esporte de aventura enquanto conteúdo das aulas
de Educação Física. Especificamente pretende-se caracterizar as informações que os
alunos possuem sobre atividades de aventura; levantar as expectativas dos alunos sobre
a possibilidade de aplicação de atividades de aventura enquanto conteúdos das aulas de
Educação Física; vivenciar atividades de aventura no meio escolar criando possibilidades
de práticas em escolas do ensino médio. A pesquisa está em fase de andamento e
aplicação na Escola Militar 2 de Julho, uma escola pública estadual administrada pelo
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Maranhão. Participam da pesquisa os alunos
dos 1º, 2º e 3º ano do ensino médio, e três professores de Educação Física. Os
resultados possíveis de analisar aponta para uma expectativa muito grande dos alunos
em relação às atividades de ventura. Além disso, diagnosticou-se que os alunos possuem
informações mínimas sobre as atividades de aventura nas aulas de Educação Física. No
entanto, com o desenvolvimento das primeiras aulas práticas percebeu-se uma motivação
considerável dos alunos para engajar-se na proposta das atividades de aventura para o
primeiro semestre de 2012.
Palavras-chave: Educação Física, Ensino Médio, Atividades de Aventura.
Introdução
As atividades físicas de aventura já são uma realidade, fruto de um grande
desenvolvimento ocorrido principalmente nas duas últimas décadas. São eventos
relacionados ao Surf, Skate, Ralis, Corridas de Aventura, entre muitos outros, vivenciados
em várias faixas etárias.
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Para Schwartz (2006, p.12)
Atividades de aventura são atividades físicas as quais permitem que o homem se
aproxime dele próprio e do meio ambiente natural, de maneira mais consistente e
permeada por sensações que transpassam a simples atividade no contexto do
lazer, promovendo, inclusive, estilos de vida diferenciados.
Para que as atividades de aventura sejam propostas como conteúdo programático
da Educação Física Escolar no Ensino Fundamental e Médio, o primeiro passo deve ser
uma análise do conteúdo educativo dessas práticas, como pressuposto preliminar para a
sua utilização como prática de desenvolvimento programático, uma vez que em muitas
escolas a área de Educação Física atua como coadjuvante quando uma turma de alunos
vai estudar fora da escola, os chamados “estudos do meio” ou “estudos de campo”.
Pereira e Monteiro, (1995), afirmaram que:
Nessa perspectiva, o potencial educativo dessas atividades de aventura junto à
natureza parece ser muito extenso, principalmente porque facilita situações
educativas em experiências pouco habituais para os participantes, possuindo um
forte caráter motivador, carregadas de emoção, de significado e de intenção.
Na perspectiva de área de conhecimento, a Educação Física Escolar pode atuar
também como progenitora desses “estudos do meio”, pois possui conteúdos significativos
para isso. São pouquíssimos utilizados na escola e conseguem abordar especificamente
os temas relacionados ao meio ambiente e à natureza.
Este estudo apresenta motivos para a inserção das atividades de Aventura como
conteúdo programático das aulas de Educação Física Escolar. Acredita-se na
possibilidade de trabalhar um conhecimento a mais nas escolas de ensino médio, cujas
vivências podem proporcionar sensações e experiências que atingem significativamente o
jovem estudante. Assim, as atividades de aventura podem proporcionar sensações que
estimulam as emoções dos adolescentes a desafios e superação de seus limites. Essas
emoções são baseadas no risco calculado, provocado e imaginado como características
típicas das atividades de aventura que mexem com o simbolismo da maioria dos alunos
nas aulas de Educação Física que propiciam tais atividades.
O conjunto de temas propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs
(Ética, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Saúde e Orientação Sexual) recebeu o título
geral de Temas Transversais, indicando a metodologia proposta para sua inclusão no
currículo e seu tratamento didático (BRASIL, 1998).
Diante desses aspectos questiona-se: por que as atividades de aventura não são
trabalhadas como conteúdo programático nas aulas de Educação Física no Ensino
Fundamental e médio das escolas públicas da cidade de São Luís - Ma? O que os alunos
poderiam aprender se essas atividades fossem trabalhadas como conteúdo programático
nas aulas de Educação Física? Quais as dificuldades enfrentadas pelos professores de
Educação Física para incluírem essas atividades em suas aulas?
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Objetivo Geral
Analisar a aplicação das atividades de aventura enquanto conteúdo das aulas de
Educação Física aplicadas em salas de aula do ensino médio de uma Escola Militar da
Rede Estadual de Educação.
Objetivos Específicos
Caracterizar as informações que os alunos possuem sobre os esportes de aventura;
Levantar as expectativas dos alunos sobre a possibilidade de aplicação de atividades
de aventura enquanto conteúdos das aulas de Educação Física;
Vivenciar atividades de aventura no meio escolar criando possibilidades de práticas
em escolas do ensino médio da Rede Estadual de Educação.
Metodologia
A pesquisa que está em fase de aplicação está sendo realizada na Escola Militar
2 de Julho, que está localizada no bairro da Vila Palmeira na cidade de São Luís do
Maranhão, mantida pela Secretaria de Educação do Estado do Maranhão e administrada
pelo Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão. A escola oferece os Ensinos Fundamental
e Médio, distribuídos nos período matutino e vespertino.
O estudo envolve uma abordagem qualitativa de pesquisa com uso do método da
pesquisa-ação. A pesquisa-ação que é definida por Thiollent (2008) como:
[...] um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em
estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no
qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema
estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (THIOLLENT, 2008 p.16).
De acordo com o autor anteriormente citado, no planejamento da pesquisa-ação
estabelecem-se fases, que são de natureza flexível, haja vista a ação dos pesquisadores
em diversos momentos da pesquisa. Daí por que se torna difícil apresentar seu
planejamento a partir de fases ordenadas temporalmente.
Na pesquisa-ação ocorre um constante vai e vêm entre as fases, que é
determinado pela dinâmica do pesquisador e do seu relacionamento com a situação
pesquisada. Segundo Thiollent (2008) há uma ampla e explícita interação entre
pesquisadores e pessoas implicadas na situação investigada. Assim, o método da
pesquisa-ação encaixa-se perfeitamente na pretensão do estudo realizado com as
atividades de aventura, haja vista, o pesquisador possuir larga experiência com o contexto
e com o fenômeno investigado.
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Os sujeitos participantes do estudo são os alunos e professores de Educação
Física do ensino médio da Escola Militar 2 de Julho. Tais sujeitos foram escolhidos
intencionalmente devido às características próprias da escola.
Os dados da pesquisa estão sendo coletados através de uma observação
participante, pois o pesquisador vem desempenhando um papel ativo na situação
investigada, já que encontra-se presente na aplicação das ações planejadas para as
aulas de Educação Física. Outro instrumento será a construção de uma entrevista semiestruturada endereçada aos alunos participantes da pesquisa. Além disso, tais atividades
estão sendo documentadas, através de vídeos, fotos, e um anedotário de observação
seguido de relatórios diários.
Resultados
Como as atividades estão em fase de aplicação, haja vista, estarmos no inicio do
ano letivo, e aguardarmos o estabelecimento da rotina pedagógica da escola para
procedermos o planejamento das atividades de aventura junto com o corpo docente da
escola, os resultados ainda são efêmeros diante das possibilidades que se espera
alcançar. Porém, com o desenvolvimento das ações espera-se na apresentação deste
estudo, mostrar resultados mais significativos encontrados até a presente data.
As ações
Quando foi proposto junto ao corpo docente da escola a possibilidade de aplicar
atividades de aventura em uma escola do ensino médio de natureza militar, dois
sentimentos foram percebidos: um de alegria e outro de desconfiança.
Muitos professores de Educação Física estão sempre prontos para novas
descobertas e novas possibilidades em suas aulas de Educação Física. Isso só é possível
quando o profissional tem um compromisso que vai além do aspecto pedagógico, indo
numa direção de compromisso direto como aluno por uma aula de educação Física
significativa para todos os alunos da sala.
No entanto, uma parcela significativa de professores, que não são só os de
Educação Física, temem a possibilidade de oferecer prática pedagógicas reflexivas e
significativas para seus alunos.
Em se tratando das atividades de aventura essa tendência pode aumentar, haja
vista, muitos profissionais alegarem o despreparo para ministrar tais práticas “perigosas”.
Esse sentimento foi vivido na aplicação desse estudo, no entanto, a superação dessa
fase, qual seja: a de aceitação tem propiciado ao corpo docente o qual aceitou a proposta
da aplicação das atividades de aventura na escola, um desafio animador de propiciar uma
aula de Educação Física significativa para os alunos do ensino médio.
Os alunos que participaram das primeiras ações: duas aulas teóricas com uso de
recurso de vídeos com as atividades de aventura e noções básicas de segurança e
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responsabilidades; e uma aula prática de corrida de aventura, criou a expectativa de um
semestre letivo diferente, mas, significativo para as aulas de Educação Física Escolar.
Considerações Finais
Entende-se até o momento da pesquisa que as práticas das atividades de aventura
possibilitam o envolvimento significativo dos alunos. Percebe-se que eles se interessam
em participar de qualquer maneira, sejam tirando fotos, filmando, organizando, ou
participando ativamente.
Os professores de Educação Física precisam envolver-se ativamente nas
atividades de aventura para que possam “perder o medo” do novo, pois o fato de não
saber detalhes técnicos de uma modalidade de aventura, não significa dizer que este
profissional não possa aplicar esse conhecimento em suas aulas de Educação Física.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais/ Secretaria de Educação
Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998.
GERMIGNANI, P.S. Esportes de aventura: o trekking. Monografia, Escola de
Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo. USP, São Paulo, 2004.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas,
1995.
MARINHO, Alcyane; SCHWARTZ, Gisele Maria. Atividades de aventura como conteúdo
da educação física: reflexões sobre seu valor educativo. Revista Digital, Buenos Aires,
v.10, n. 88, Setembro de 2005. Disponível em: <www.efdeportes.com>. Acesso em: 06 jul.
2011.
NOVA ESCOLA. Esta aula é o máximo! São Paulo, n. 194, p.12-12, ago. 2006. Mensal.
Disponível em: <www.revistaescola.abril.com.br>. Acesso em: 04 jul. 2011.
PEREIRA, J.M.; MONTEIRO, L.RActividades Físicas de exploração da natureza - em
defesa do seu valor educativo. Revista Horizonte, v. 69, p.111-116, 1995.
SCHWARTZ, Gisele M. (Org.). Aventuras na natureza: consolidando significados.
Jundiaí, SP: Fontoura, 2006.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa ação. 16. Ed. São Paulo: Cortez, 2008.
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A AVENTURA DE CRIAR VERSOS DE IMPROVISO
Daniel Bidia Olmedo Tejera, Carmem Maria Aguiar, Ana Carolina Sales Pacheco
DEF - IB - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rio Claro, São Paulo,
Brasil
[email protected]
Apoio: CNPq
RESUMO
Abordaremos nesse estudo, as batalhas de mc`s como uma atividade lúdica praticada por
jovens nas horas das obrigações, como uma forma de aliviar as tensões do cotidiano, e
uma forma de buscar a excitação através da aventura de expor habilidades retóricas e de
combinação de palavras que rimam dentro de uma roda contra um desafiante. Surgido
num contexto de desemprego, crise de industrialização e aumento da violência, as
batalhas de mc´s emergem no contexto do surgimento do hip-hop, que por sua vez, nasce
no âmbito urbano. Criado por jovens negros e imigrantes caribenhos, é uma forma de
expressão cultural, seu berço é o distrito do Bronx, Nova Iorque, Estados Unidos, tudo se
passa na década de 60. O intuito desse trabalho é Identificar características e elementos
que fazem dos duelos de verso do evento “Batalha Central” uma possível atividade de
lazer e aventura. É uma pesquisa de natureza qualitativa caracterizada por ser um estudo
de caso e exploratório. Assim como outras atividades miméticas, o duelo de versos na
Batalha Central tem a sua excitação dinamizada pelas situações de tensão que são
criadas no momento da disputa. Pessoas que costumam ser contidas e tímidas em outros
grupos sociais como o da escola ou trabalho, aventuram-se no ato de lidar com as
palavras e expor seus pensamentos.
Palavras-chave: Rap, aventura, lazer.
Introdução
Iremos aqui abordar os duelos de rimas praticado por jovens integrantes do
movimento hip-hop de Piracicaba, a Batalha Central, na qual o confronto e a
competitividade são bastante representativos.
Abordaremos nesse estudo, as batalhas de mc`s como uma atividade lúdica
praticada por jovens nas horas livres das obrigações,, como uma forma de aliviar as
tensões do cotidiano, e uma forma de buscar a excitação através da aventura de expor
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habilidades retóricas, e de combinar palavras que rimam, dentro de uma roda contra um
desafiante.
Surgido num contexto de desemprego, crise de industrialização e aumento da
violência, as batalhas de mc´s emergem no contexto do surgimento do hip-hop, que por
sua vez, nasce no âmbito urbano. Criado por jovens negros e imigrantes caribenhos, é
uma forma de expressão cultural, seu berço é o distrito do Bronx, Nova Iorque, Estados
Unidos na década de 60 (SILVA, 1999).
A fim de transformar a violência das gangues em disputas sadias, Afrika
Bambaataa – um dos principais organizadores das festas de rua – passou a organizar tais
festas, objetivando converter as “rixas” em duelos que envolviam expressões artísticas
divididas em quatros elementos: Mc (que faz as rimas), Dj (que toca o som), Break (a
dança) e Grafite (artes plásticas). A fusão entre o MC e o DJ originou o Rap (Rythm and
Poetry), em português Ritmo e Poesia (SOUZA e NISTA-PICCOLO, 2006). O rap é uma
manifestação da linguagem falada incorporada a uma melodia que trabalha uma base
rítmica repetitiva. Pires (2007), se refere ao rap como o pilar central do hip-hop, esse
estilo musical usa a forma básica de expressão: a voz.
Embora o rap tenha sido aderido pelo mercado fonográfico, a sua prática enquanto
arte de rua consistia em desafios improvisados, sem escrita ou elaboração prévia. Desta
forma, a modalidade de rap que abordaremos nesse estudo é o rap de improviso, espécie
de poesia oral baseada no desafio e improviso, mecanismo parecido com o encontrado no
repente. Partimos aqui o pressuposto, que as batalhas de rap de improviso, tal como
acontecem, podem se enquadrar no que Elias (1992) chamou de atividade mimética,
definido como um confronto realizado por meio de jogo num contexto que pode
proporcionar uma excitação agradável, desencadeada pelo combate, com o mínimo de
ferimentos nos seres humanos. Toda sociedade humana tem a sua forma lúdica de
extravasar as emoções num determinado tempo e espaço para tal feito, sem sofrer
preconceito do grupo (ELIAS e DUNNING, 1985).
Foi a partir do surgimento da sociedade industrial que a fluência da relação entre o
espaço/tempo de lazer e o de trabalho sofreram grandes transformações (BRUHNS, 1997
apud CAPI, 2006):
Em nossas sociedades altamente industrializadas e urbanizadas, as relações
entre a alternância das estações e as divisões do calendário são cada vez mais
indiretas e soltas; com muita frequência, coma na relação entre os meses e as
lunações, elas chegaram até, mais ou menos, a desaparecer. Em larga medida, os
homens vivem dentro de um mundo de símbolos que eles mesmos criaram. A
relativa autonomia dos enclaves sociais aumentou consideravelmente, sem nunca
se tornar absoluta (ELIAS, 1998).
Ao comparar os confrontos realizados nas atividades de lazer contemporâneas
com a dos primeiros estágios de sociedades antigas, só perduraram aquelas que se
adaptaram a aversão dos seres humanos a possibilidades de ferimentos físicos. Durante
séculos, combate entre gladiadores, ou entre pessoas e animais ferozes, constituíram um
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divertimento pelas populações urbanas do Império Romano. Entre as diversões
medievais, era comum a queima de gatos, suspensão pública na forca e luta de galos.
Todas essas práticas teriam provavelmente, desencadeado um diminuto prazer à
audiência dos dias atuais, sendo provavelmente sentido pela maioria das pessoas como
manifestações intoleráveis e horríveis (ELIAS e DUNNING, 1985).
Os modelos sociais de conduta – particularmente em alguns círculos de classe
sociais altas – sofreram drásticas e específicas transformações a partir do século XVI
(ELIAS, 1994)
Tempos depois, o deporto mostrou que existia uma transformação global do código
de conduta e de sensibilidade nessa mesma direção. Exemplo disso são as formas mais
antigas de pugilato (pugilismo), maneira popular de resolver conflitos entre os homens,
que, embora não fosse completamente desprovida de regras, continham regras bastante
permissivas. Quando esta modalidade assumiu as características de um desporto, na
Inglaterra, foi sujeita a regras rigorosas. Elias e Dunning (1985) denominaram essa
transformação do pugilato em boxe, e de outras práticas realizadas no tempo livre que se
transformaram em desporte, de desportivização. Para o autor, é uma maneira de avanço
de civilização.
Bambaataa se apropriou das práticas de rua que jovens realizavam nas ruas dos
bairros , para resolver os conflitos, antes resolvidos através da violência física. A proposta
dele era substituir os confrontos físicos e até armados por disputas lúdicas em que a
predominância do embate estivesse na arte de dançar, tocar, pintar e improvisar versos.
Objetivo
Identificar características e elementos que fazem dos duelos de versos do evento
“Batalha Central” uma possível atividade de lazer e aventura.
Metodologia
É uma pesquisa de natureza qualitativa caracterizada por ser um estudo de caso e
exploratório. A pesquisa exploratória teria como intuito “desenvolver, esclarecer e
modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou
hipóteses passíveis de investigação para estudos posteriores, dando continuidade a este
processo, o presente modelo de pesquisa envolve “levantamento bibliográfico,
documental e observação” elementos estes cabíveis de acordo com o propósito do estudo
(GIL, 1999, p43).
Para a coleta de dados, utilizamos da observação. Anotamos o maior número de
informações num diário de campo. A execução de um levantamento bibliográfico é
fundamental para a eficácia do processo.
Após a coleta, os dados foram organizados e divididos de acordo com tendências e
padrões neles identificados. Numa segunda instância os padrões foram reavaliados,
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buscando relações e inferências num nível de abstração mais elevado (LUDKE e ANDRÉ,
1986).
Resultados
Na Batalha Central reúnem-se aqueles que fazem rap, bem como os que exercem
qualquer outra expressão musical, e claro, há um fator primordial nesse tipo de encontro,
o público, que aprecia e motiva os artistas, funciona como uma espécie de combustível do
evento, além de serem eles os que decidem em cada duelo, por meio de gritos, quem é o
vencedor.
Estando os dois rimadores da vez prontos para o início, eles ficam de frente um
para o outro, enquanto os apreciadores se organizam em volta deles em forma de roda.
Os duelos de os mc`s tem um tempo cronometrado de 30 segundos, este tempo
passa a ser validado a partir do momento em que o rimador inicia seus versos.
Geralmente são oito competidores, e o sistema é eliminatório, cada batalha é uma disputa
no estilo “melhor de três”, quem ganha dois “rounds” passa para próxima fase e o
perdedor é eliminado, até restar apenas o campeão da noite.
Aqueles que fazem rap de improviso se expressam através do canto, com base nas
suas vivências e conhecimentos. No momento da criação dos versos “os temas são
variados, são de acordo com o local e o ambiente”. O rapper vivencia os fatos históricos,
sociais, econômicos e políticos, os quais, através da emoção e da imaginação, recriam
esse real em forma de versos (BARROS, 2002).
Para Elias e Dunning (1985) é esperado dos adultos, para serem considerados
normais em nossa sociedade, que eles controlem o seu nível de excitação, em geral,
aprendendo a se conter, não se expondo em demasia. A Batalha Central, claramente,
proporciona um momento em que é permitida a excitação fora da rotina, sem que isso
seja considerado motivo de constrangimento.
Um dos grandes chamarizes desse tipo de evento é a adequação do espaço e do
momento para serem expostas ideias, bem como conhecer criação de outras pessoas
que também participam. Aos que não disputam, porém gostam da prática de exposição de
ideias, ao final da competição podem disfrutar de um tempo para pessoas declamarem
seus poemas, textos, letras de músicas, entre outras coisas. Esse momento é chamado
de “Rapoesia”. Devido as fato da “Batalha” ser uma manifestação aberta e em grupo,
contem um teor ainda mais agradável e libertador do que se fosse uma atividade de
caráter individual. Para Elias e Dunning (1985), na sociedade de um modo geral, as
pessoas estão mais isoladas e tem poucas possibilidades para manifestações coletivas
de sentimentos intensos.
Quem tem cara e coragem – além de o mínimo de técnica para participar do jogo –
assim como quem quer desfrutar de uma partida de basquete no seu tempo livre, tem que
ter o mínimo de conhecimento do esporte – se aventura no meio da roda, expondo suas
ideias e expondo-se também. Nesse desafio em o que o importante é ter a melhor
habilidade de criar versos instantâneos, o modo utilizado para vencer o adversário é
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expondo-o ao ridículo. O rimador que detém o poder da voz no momento satiriza os
defeitos físicos, a personalidade, entre outras características do oponente, que quando
ganha a palavra, busca devolver as ofensas. Tudo é encarado como uma brincadeira que
termina quando o jogo chega ao fim, sem levar mágoas para a “vida real”. Assim com em
outras atividades de lazer, os participantes da Batalha Central:
[...] são capazes de desafiar a rigorosa ordem da vida rotineira das pessoas sem
colocar em perigo os meios de subsistência ou o seu estatuto. Permitem as
pessoas tornar mais fáceis ou ridicularizar as normas da sua vida de não lazer, e
todos o fazem sem ofender a consciência ou a sociedade. Envolvem «brincar com
as normas» como um «brincar com o fogo» (ELIAS e DUNNING, 1985).
Do mesmo modo do que outras atividades miméticas, o duelo de versos tem a sua
excitação dinamizada pelas situações de tensão que são criadas no momento da disputa.
Os principais meios de se atingir essa tensão são através dos versos elaborados contra o
adversário, a reação da plateia, a expectativa do oponente e o público que em uma
silenciosa ansiedade, quer saber de que maneira será feita a réplica, e se haverá uma
tréplica.
Perigo imaginário, medo, prazer, tristeza e alegria são produzidos e em geral e
resolvidos dentro das possibilidades de divertimento. Diferentes estados de espíritos são
evocados e às vezes colocados em contraste, esses sentimentos dinamizados nessa
situação imaginária de lazer, têm afinidades com os que são desencadeadas na vida real,
porém sem risco, é o que a expressão “mimética” indica (ELIAS e DUNNING, 1985).
Independente das pessoas terem vindo especificamente para assistir o evento, ou
ter visto por acaso e parado pra prestigiar, a plateia se diverte tanto quanto os
participantes do jogo. O que mais proporciona a diversão dos espectadores é o clima de
tensão, surpresa e sátira que ocorrem simultaneamente nessa modalidade de confronto.
Quase todas as sociedades humanas – se não todas – possuem atividades lúdicas
equivalentes ao que chamamos de lazer, como: danças, confronto simulados, exibições
acrobáticas, musicais, cerimônias diversas, etc. Em suma, atividades sociais que
proporcionam uma espécie de renovação emocional através do equilíbrio em contraponto
aos esforços e as pressões da vida cotidiana, com suas lutas e desafios reais, incluindo
seus perigos, riscos, e constrangimentos (ELIAS e DUNNING, 1985).
Conclusão
Através das leituras realizadas e das observações feitas, pudemos notar que o
evento “Batalha Central”, além de carregar fortes características de uma atividade de
lazer, é um momento das pessoas se reunirem no coletivo para vivenciar emoções
lúdicas, e pra quem participa, é uma verdadeira aventura. Aventura de se expor, de falar o
que pensa, de ouvir coisas imprevistas, e lidar com tudo isso simultaneamente e em
grupo, sabendo que trata-se de um momento enriquecido pela fantasia e pelo imaginário,
cujo misto de sentimentos é diversos é intencional.
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Pessoa que costumam ser contidas e tímidas em outros grupos sociais como o da
escola ou trabalho, se aventuram no ato de lidar com as palavras e expor seus
pensamentos. Quem ainda não tem essa “coragem” assiste, e aos poucos, vai
manifestando suas opiniões, crenças e interagindo com o grupo de formas diversas, seja
torcendo para aqueles que participam rimando, ou então dividindo uma composição
autoral recitando um poema ou uma música ao final da noite.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Maria Lindamir de Aguiar. A literatura popular para além da Modernidade. In:
Anuário de literatura, no. 10. Florianópolis/SC, 2002.
CAPI, André Henrique Chabaribery. Lazer e esporte nos clubes social-recreativos de
Araraquara. 2006. 109p. Dissertação (Mestrado em Educação Física) Universidade
Metodista de Piracicaba, Piracicaba, 2006.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas,
1999.
LUDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens
qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
ELIAS, Norbert. Sobre o tempo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1998
_______. O processo civilizador. 2.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1994.
ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. A busca da excitação. Lisboa: Difusão Editorial, 1985.
PIRES, João Rodrigo Xavier. Da tropicália ao hip-hop: contracultura, repressão e alguns
diálogos possíveis. 2007. 62p (Trabalho de conclusão de curso – Departamento de
História) PUC-Rio, 2007.
ROSA, Celso Martins. Cultura rap nas conexões das linguagens artísticas. In: Arte em
Pesquisa: especificidades / Anpap, 2004, Brasília. Questões do corpo e da cena. Brasília:
Pós-Graduação em Artes da Universidade de Brasília / anpap, 2004. v.1 p. 384-291.
SOUZA, I. C. e NISTA-PICCOLO, V. L. Hip Hop e Educação Física Escolar:
Possibilidades de Novas Tematizações In: I CONGRESSO BRASILEIRO CIENTÍFICO
POPULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA, CAEF, FCT/ UNESP, 2006.
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ANDRADE, E. N. A. (Org.) Rap e educação, rap é educação. São Paulo: Summus,
1999, cap. 2, p. 23-38.
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A PRODUÇÃO CIENTÍFICA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE
AVENTURA (2006-2011) SOB A PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Diego Ulacco Moreno, Luiz Afonso Vaz de Figueiredo
Centro Universitário Fundação Santo André (FSA)
Laboratório de Estudos do Lazer (LEL/UNESP Rio Claro)
Santo André, São Paulo, Brasil
[email protected]
RESUMO
Pode-se dizer que o meio urbano proporciona uma diversidade de estímulos agressivos
aos sentidos humanos, visual, auditivo, olfativo, tátil; o contato diário com essa gama de
informações, de forma invasiva, direciona as pessoas que encontram-se nesse meio a
buscarem novas sensações, diferentes das sentidas diariamente. Nos momentos de lazer,
essas pessoas buscam então o contato com ambientes de pouca interferência humana no
espaço. Uma das opções para vivenciar emoções diferentes das sentidas no meio
urbano, em áreas naturais, são as atividades de aventura. O aumento na procura por
essas atividades proporcionou um maior número de estudos na área, estimulando a
criação de um espaço dedicado para os pesquisadores interessados, originando então o
Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura (CBAA). Concomitantemente ao
crescimento de atividades de aventura na natureza, cresce a preocupação com a forma
que o espaço utilizado para as práticas é desenvolvido. Motivado pelo interesse em
analisar a perspectiva da educação ambiental nessa relação homem-natureza e as
atividades de aventura, este trabalho busca investigar a perspectiva da educação
ambiental nos CBAA, de forma quanti-qualitativa. Foram coletados materiais das seis
edições do CBAA. A pesquisa analisou trabalhos que abordavam diretamente o termo
Educação Ambiental na sua pesquisa; também investigou os trabalhos que abordavam
um ou mais princípios da Educação Ambiental, descritos no Programa Internacional de
Educação Ambiental (PIEA). Os resultados quantitativos obtidos pela busca da palavra
chave totalizaram 47 trabalhos nas seis edições do CBAA; enquanto na leitura de todos
os artigos e pôsteres das seis edições, baseado nos princípios do PIEA, gerou um
resultado de 135 trabalhos. A pesquisa proporcionou uma reflexão a respeito da
perspectiva que a Educação Ambiental é abordada nas atividades de aventura. Esta
investigação demonstrou uma preocupação dos pesquisadores mais direcionada para
preservação ambiental e sensibilização do praticante, porém a pesquisa abordando o
tema educação ambiental está em uma crescente, trabalhando os princípios do PIEA
direta ou indiretamente.
Palavras-chave: Atividades de aventura, Educação Ambiental, Cienciometria.
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Introdução
A busca do homem em superar desafios e enfrentar riscos, sejam eles reais ou
imaginários, transformando-os em riscos calculados (COSTA, 2000), mergulhar em uma
pseudo aventura, como cita Marinho (2001) e (SCHWARTZ, 2006), levam os praticantes
para as atividades na natureza, cujas características são diferentes dos esportes
tradicionais, tais como condições de prática, objetivos, a própria motivação e os meios
utilizados para o seu desenvolvimento (MARINHO, 2004).
O que desperta a curiosidade é a forma como esses ambientes naturais utilizados
para as práticas de esportes de aventura são tratados, pois este meio constitui-se como o
locus em que o corpo se põe em movimento, dele faz parte e, com ele interage em seu
processo de autoconstrução (MELO; ALMEIDA, 1999).
A UNESCO (United Nation Educational, Scientific and Cultural Organization
/Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas) por meio do
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), reagindo conjuntamente à
recomendação 96 da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano
realizada em Estocolmo no ano de 1972, lançam no ano de 1975, em Belgrado o
Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), em resposta cooperativa, de nível
internacional, à preocupação das nações frente a progressiva degradação da qualidade
do meio ambiente (UNESCO, 1985).
Conforme a UNESCO (1985), a interação entre a humanidade e o meio ambiente é
um aspecto intrínseco do desenvolvimento humano; uma vez que o papel da educação na
resposta que exigem os problemas e perturbações do meio ambiente se escreve
claramente no pensamento social, a chave da solução são a educação e formação
relativas ao meio ambiente, na busca pelo desenvolvimento eficaz, racional, equitativo e
compatível com o meio ambiente.
Analisando o tema atividades de aventura, e buscando a perspectiva da educação
ambiental, nota-se a carência de trabalhos que abordem essa vertente dentro das
atividades de aventura. Embora exista uma publicação sobre a produção científica
brasileira em atividades de aventura (TEIXEIRA; MARINHO, 2010), mas ela não aborda o
aspecto da educação ambiental, o que torna necessário a busca dessas informações e
aglutinação das mesmas.
A escolha do CBAA deve-se justamente por ser o único congresso brasileiro
voltado especificamente para a temática atividades de aventura, considerando que outros
eventos abordam o tema, como o Adventure Sports Fair e o Congresso de Ecoturismo,
porém nenhum de forma específica como CBAA.
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Objetivos
Identificar de que forma os princípios da Educação Ambiental do Programa
Internacional de Educação Ambiental (PIEA) tem sido abordados nos trabalhos
apresentados no Congresso Brasileiro de Atividade de Aventura (CBAA), realizados no
período de 2006 a 2011.
Metodologia
Foram coletados materiais através de diversas fontes, e direcionados para uma
revisão bibliográfica, embasada pela cienciometria, que pode ser definida como a
aplicação de técnicas bibliométricas para a ciência (SPINAK, 1998).
O estudo é orientado para uma abordagem quali-quantitativa, devido à
subjetividade que o tema educação ambiental incita e a forma que é tratada pelos
diferentes autores, conforme seus conhecimentos e vivências sócio-culturais.
A proposta foi realizar um levantamento identificando a quantidade de trabalhos
publicados nas seis edições do CBAA, contemplando pôsteres, resumos expandidos ou
artigos completos. Selecionou-se a palavra chave “Educação Ambiental” e esta foi
buscada nos artigos de cada edição do CBAA, utilizando o localizador de palavras do
Adobe Reader 9 e conferidas pelo localizador do Office/Word 2007. Uma segunda leitura
foi realizada, tendo como parâmetro identificar um ou mais princípios do PIEA na
elaboração do trabalho, fosse de forma direta ou indireta.
Resultados
Com o levantamento realizado foram identificados nas seis edições do CBAA,
um total de 390 trabalhos que foram analisados; quando buscada a palavra chave
educação ambiental foram identificados um total de 47 trabalhos e quando analisados se
possuíam de forma direta ou indireta um ou mais princípios do PIEA, totalizou-se 135
trabalhos, ilustrado na figura 01, quantificados por edição.
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100
Comparativo do estudo das seis edições do CBAA
85
77
80
61
57
56
60
54
47
35
40
22
18
20
8
1
5
5
4
9
12
10
0
1º CBAA
(2006)
2º CBAA
3º CBAA
4º CBAA
5° CBAA
(2007)
(2008)
(2009)
(2010)
Total de trabalhos publicados
Busca pela palavra chave educação ambiental
Trabalhos que possuíam um ou mais princípios do PIEA
6° CBAA
(2011)
FIGURA 1. Comparativo das seis edições do CBAA.
Os dados obtidos revelam uma produção tímida referente a educação ambiental
quando comparadas ao total de trabalhos publicados; em contrapartida pode-se
pode
perceber
uma crescente preocupação com o tema devido ao aumento no número de publicações
em cada edição do CBAA.
Conclusão
Em alguns artigos os princípios do PIEA aparecem de forma bem explícita; em
outros apenas como assunto secundário. Emoção, contemplação, descobertas, lazer e
proteção ambiental estão totalmente imbricados (FIGUEIREDO; MORENO, 2011).
Por tratar-se
se de um tema bem subjetivo, com diversas interpretações,
interpretações, aspectos
culturais, pela construção do indivíduo e sua vivência, foram realizadas a leitura de todos
os trabalhos, baseada nos princípios da educação ambiental elaborados para o PIEA.
Assim, a análise tem um parâmetro que pode ser seguramente aplicado, pela importância
que o documento apresenta.
O pesquisador da área de aventura deve procurar conhecer mais a fundo a forma
de educar, conscientizar e sensibilizar o praticante. Deve observar de forma holística em
qual contexto está inserido seu objeto
objeto de estudo, as relações geradas e suas implicações
locais e globais. O modo de trabalho interdisciplinar exige dos pesquisadores um
aprofundamento no conhecimento disciplinar, ao mesmo tempo que exige uma habilidade
para dialogar e construir com outros
outros campos disciplinares (TEIXEIRA; MARINHO, 2010).
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A área acadêmica deve procurar contribuir cada vez mais com pesquisas que
colaborem para uma evolução qualitativa; estudar e compreender os possíveis caminhos
dentro de cada prática realizada em meios naturais, sejam elas esportivas ou de lazer; e
permeando todos esses possíveis caminhos, a educação ambiental, seja na ponta final,
na prática direta da atividade de aventura, ou na elaboração da pesquisa.
A construção do cidadão que participa da (des)construção do meio em que está
inserido começa a partir do momento em que ele entende seu corpo no espaço e pratica
ações que o modificam. Conforme sua orientação e vivência sócio-cultural, ele constrói
sua visão do espaço.
A produção de materiais científicos na área de esportes de aventura, sob a
perspectiva da educação ambiental, necessita de mais produções que direcionem para
uma reflexão a respeito de condutas pró-ambientais, trabalhos que relacionem educação
ambiental e atividades de aventura, em âmbito escolar, e não apenas utilizar da atividade
de aventura como ferramenta de ensino.
REFERÊNCIAS
COSTA, Vera Lúcia de Menezes Esportes de aventura e risco na montanha: um
mergulho no imaginário. São Paulo: Manole, 2000.
FIGUEIREDO, Luiz Afonso Vaz; MORENO, Diego Ulacco. Processos colaborativos e
mídias interativas em atividades de aventura na natureza: produção científica e princípios
da educação ambiental. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE
AVENTURA, 5, 2011, Pelotas. Anais... Pelotas: LEL – Laboratório de Estudos do
Lazer/DEF/IB/UNESP-RC, 2011.
MARINHO, Alcyane. Da busca pela natureza aos ambientes artificiais: reflexões sobre
a escalada esportiva. 2001. 122f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.
2001.
MARINHO, Alcyane. Atividades na natureza, lazer e educação ambiental: refletindo sobre
algumas possibilidades. Motrivivência. Santa Catarina. Ano XVI, n. 22, p. 47-70, jun.,
2004.
MELO, Cristiane Ker de; ALMEIDA, Ana Cristina P.C. Nas trilhas da relação educação
física-meio ambiente.In: ENCONTRO NACIONAL DE RECREAÇÃO E LAZER, 11, 1999,
Foz do Iguaçu. Anais... Foz do Iguaçu, PR:1999 p. 144-152.
SPINAK, Ernesto. Indicadores cienciométricos. Ciência da Informação, Brasília. v.27, n.
2, p.141-148, mai/ago. 1998.
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SCHWARTZ, Gisele Maria. A aventura no âmbito do lazer: as afan em foco. In:______.
(Org). Aventuras na natureza: consolidando significados. Jundiaí: Fontoura, 2006.
TEIXEIRA, Fábio Augusto; MARINHO, Alcyane Atividades de aventura: reflexões sobre a
produção científica brasileira. Motriz, Rio Claro, v.16 n. 3 p. 536-548, jul./set. 2010.
UNESCO. El programa internacional de educación ambiental. Paris, Francia,
UNESCO, 1985.
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TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE NA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ESTADO DO PARÁ
Raquel de Magalhães Borges
Universidade Federal do Pará /Campus Castanhal / Faculdade de Educação Física
Castanhal, Pará, Brasil
[email protected]
RESUMO
Este artigo relata uma experiência do desenvolvimento teórico-metodológico da disciplina
“Teorias do Desenvolvimento e Meio Ambiente” no curso de Licenciatura em Educação
Física da Universidade Federal do Pará – UFPA/ Campus Universitário de Castanhal.
Objetiva-se ampliar o debate em torno das possibilidades metodológicas de introdução
dos conceitos básicos de desenvolvimento e meio ambiente na formação do professor de
Educação Física. A metodologia de ensino desta disciplina envolveu a exibição de filme,
pesquisas exploratórias de campo, desenvolvimento de atividades recreativas na natureza
e de consciência ambiental, leitura e debate de textos. Esta opção metodológica propiciou
o alcance dos objetivos da disciplina, de forma dinâmica, sendo perceptível o
amadurecimento teórico e político dos discentes frente às questões abordadas, rompendo
com as noções iniciais de desenvolvimento existentes entre a turma que ainda eram
permeadas pelos valores capitalistas expressos nas palavras “progresso”, “crescimento”,
“competitividade”.
Palavras-Chave: Desenvolvimento, Meio ambiente, Educação Física.
Introdução
Este artigo consiste num relato de experiência didática vivenciada como docente da
disciplina “Teorias do Desenvolvimento e Meio Ambiente” no curso de Licenciatura em
Educação Física da Universidade Federal do Pará – UFPA, no campus universitário
situado no município de Castanhal. Esta disciplina foi ofertada no primeiro semestre de
2011 para uma turma de sétimo período do curso de Licenciatura em Educação Física,
contendo uma carga horária de sessenta horas/aula.
A temática “Meio Ambiente” tem sido abordada com mais freqüência no meio
escolar desde a definição da mesma, como tema transversal dos Parâmetros Curriculares
Nacionais (1997). Desta forma, os cursos de formação de professores, ainda que de
forma incipiente, também tem assumido em suas propostas curriculares esta abordagem.
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Associado a este fato, no caso da área da Educação Física, o início deste século
tem sido marcado por um interesse crescente em pesquisas e intervenções pedagógicas
que discutam o meio ambiente relacionado a vivências de lazer e esportivas.
Dentre as motivações para esta aproximação teórica e pedagógica da Educação
Física com a temática “meio ambiente”, é possível identificar, para além das motivações
relacionadas à consciência ambiental, outras como: a necessidade do homem urbano de
usufruir dos espaços naturais como forma de compensação do caos vivido em seu
cotidiano e como reforço do sentimento de juventude (COSTA & TUBINO, 1999)
A denominação da disciplina citada acima possui o termo “meio ambiente”
antecedido pelo termo “desenvolvimento”. Portanto, o plano de curso da disciplina foi
organizado de forma que os discentes pudessem conectar tais termos direcionando seu
olhar para a realidade vivida em sua região, o nordeste paraense, que compõem a
Amazônia Legal. Assim, houve a preocupação em explicitar a diversidade cultural e
socioambiental do território brasileiro, ressaltando a natureza como invenção humana
expressa em sua paisagem, que deixa de ter um conceito singular, para ser reconhecido
em sua pluralidade. (MARINHO, 1999)
Sobre a região onde se localiza o município de Castanhal, tem-se que,
Enquanto em algumas regiões do país a predominância da paisagem é
constituída por montanhas, vales, planaltos, florestas, a região nordeste
paraense constitui-se num espaço de planície, permeado pela presença
abundante da água que brota em nascentes e conforma igarapés que
deságuam em efluentes de rios. A água fria dos igarapés contrasta com o
calor intenso, típico do clima equatorial. Região de antiga exploração, com
escassa presença de floresta nativa, e predominância de pastagens.
(BORGES, et al, 2011)
Objetivo
O relato aqui apresentado tem o intuito de ampliar o debate em torno das
possibilidades metodológicas de introdução dos conceitos básicos de desenvolvimento e
meio ambiente na formação do professor de Educação Física. Pretende-se apontar
metodologias de sensibilização e reflexão pedagógica que possibilitem ao futuro professor
de Educação Física abordar a temática “Meio Ambiente” em sua atuação na escola.
Metodologia
O programa da disciplina considerou os seguintes conteúdos: Introdução aos
conceitos de Desenvolvimento e Meio Ambiente; uso recreativo das unidades de
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conservação; práticas corporais na natureza na Amazônia; lazer e esporte na natureza na
Educação Física Escolar.
As aulas consistiram em leitura de textos seguida de debates, sessões de cinema
comentado, realização de pesquisas exploratórias em grupo que abordavam
problemáticas relacionadas às áreas naturais existentes na região nordeste paraense e
aulas em ambientes naturais para elaboração de vivências lúdicas na natureza para
grupos de escolares.
A introdução do conceito de Desenvolvimento foi realizada a partir da exibição do
filme brasileiro da diretora Eliane Caffé, intitulado “Narradores de Javé”. Este filme trata de
forma bem humorada da história de um povoado situado no sertão do Estado da Bahia
que será inundado pela construção de uma barragem hidrelétrica. Ao debater o filme, a
noção de “Desenvolvimento” atrelado ao “Crescimento econômico”, tal como preconizava
a construção da hidrelétrica no Vale do Javé, foram contrastadas com a noção de
“Envolvimento” e “Sustentabilidade”, conceitos discutidos a partir dos textos de Carlos
Taibo (2010) publicados em “Decrescimento, Crise e Capitalismo” e do texto de autoria de
Virgílio Viana (2004) intitulado “Envolvimento Sustentável e Conservação das Florestas
Brasileiras”.
Após os debates em aula, a turma elegeu um conceito que melhor explicitasse as
necessidades do homem contemporâneo para a organização da sociedade e uso racional
dos recursos naturais. Assim, o conceito de “envolvimento sustentável” desenvolvido por
Viana (2004), passou a expressar também a preocupação dos alunos da disciplina, pois é
compreendido como:
conjunto de políticas e ações direcionadas para fortalecer o envolvimento
das sociedades com os ecossistemas locais, fortalecendo e expandindo os
seus laços sociais, econômicos, culturais, espirituais e ecológicos, com o
objetivo de buscar a sustentabilidade em todas essas dimensões. (p.25)
Ao pensar desta forma, a turma também se apropriou dos sentidos conferidos
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) ao trato pedagógico do tema transversal
“Meio Ambiente”, que afirma “que o ambiente é também uma construção humana, sujeito
a determinações de ordem não apenas naturais, mas também sociais” (p.201).
Assim, passou-se a discutir a preservação ambiental e sua importância para a
sociedade, identificando os tipos de áreas protegidas e buscando localizar a presença
destas áreas no Pará. Posteriormente, a identificação das entidades sociais locais que
atualmente disseminam e atuam pela relação do homem com a natureza em busca de
uma consciência de preservação dos recursos naturais.
Os alunos da disciplina participaram de um Seminário promovido pela UFPA em
parceria com o SENAC- PA (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) sobre “Ética e
meio ambiente: a formação do ecocidadão”, realizado no Campus de Castanhal. Entre os
palestrantes, lideranças locais e docentes da UFPA explanaram sobre a temática
relacionada com a realidade local.
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“TECNOLOGIAS E ATIVIDADES
DE AVENTURA”
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A relação Desenvolvimento, Meio Ambiente e Educação Física foi sendo delineada
pelo significado das Atividades Físicas de Aventura na Natureza (AFANs) definido por
Betrán & Betrán (2006). Para estes autores,
As Afans constituem um bloco de atividades recreativas capaz de
engendrar por si mesmo uma série de situações motoras de grande
importância pedagógica por conta da transmissão eficiente de valores,
atitudes e normas, da aprendizagem de conceitos integrados em diferentes
âmbitos do conhecimento, mediante um processo interdisciplinar, e da
realização de diversas experiências motoras de notável impacto emocional
(com fortes elevações de adrenalina), pelas características intrínsecas
dessas práticas em estreito contato com seu meio natural. (p.181)
Durante o planejamento da disciplina, foram levantados os textos científicos que
discutem as atividades físicas na natureza no Estado do Pará. Estes consistem em
reflexões direcionadas para o turismo de aventura e papel das políticas públicas (BAHIA &
SAMPAIO, 2005; NASCIMENTO, 2005; ALMEIDA, 2005) e para motivações e perfil dos
praticantes de esportes na natureza (ALMEIDA, 2005). No entanto, com referência à
região do município de Castanhal, percebemos uma carência de referenciais que
registrem tais atividades, em especial nos momentos de lazer, tratando a cultura local.
Este fato inspirou uma atividade de caráter avaliativo que consistia numa pesquisa
exploratória de campo realizada por grupos de alunos da disciplina. Os grupos deveriam
identificar elementos presentes na relação de comunidades locais com um determinado
espaço natural que compõe seu entorno. Em sala de aula cada grupo selecionou uma
comunidade considerando o espaço natural e definiu uma pergunta geradora para
investigação. Ao todo quatro trabalhos foram desenvolvidos, e as comunidades
envolvidas foram:
1)
agrovila do Itaqui: situada na zona rural do município de Castanhal,
próxima ao centro urbano, possui muitos igarapés frequentados nos fins
de semana pela comunidade e visitantes. Alguns igarapés em área
privada foram adaptados como balneários e outros são de livre acesso. O
grupo de alunos preocupou-se em se informar com os moradores locais,
sobre o destino do lixo da comunidade do Itaqui;
2)
Comunidade do Bairro Jaderlândia: o bairro mais populoso do município
de Castanhal, situado no entorno do Campus Universitário da UFPA,
possui um igarapé numa área privada, conhecida como Parque das
Águas, que foi constituída como um clube de lazer. O grupo buscou
identificar como a comunidade percebe o espaço após ter sido
transformado em clube;
3)
Praia da Aldeia: situada à beira do Rio Tocantins no município de
Cametá. A comunidade local vive da pesca e desenvolveu diversas
técnicas desta atividade. O grupo buscou registrar os tipos de pesca que
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4)
ainda são praticadas pelos pescadores, como formas de pescar com a
rede, pesca de mergulho, pesca com vara, entre outras;
Inhangapi: pequeno município (aproximadamente dez mil habitantes)
que possui uma área pública conhecida como Espaço Cultural, às
margens do Rio Inhangapi, frequentado diariamente pela população em
busca de lazer (banho no rio, caminhada) e pesca. Anualmente ocorre na
área o “Festival do Açaí”, evento popular de repercussão em toda região
do nordeste paraense. O grupo buscou registrar a técnica da prática da
peconha, ou seja, a subida no pé de açaí. O momento mais aguardado no
Festival de Açaí é o campeonato da peconha, competição de velocidade
para alcançar determinada altura do açaizeiro.
Na última unidade da disciplina os alunos desenvolveram atividades recreativas e
de consciência ambiental, adaptadas para ambientes naturais. Estas atividades foram
realizadas no Parque das Águas, local onde um dos grupos realizou seu trabalho de
campo. O texto de subsídio para esta atividade foi “Propostas de Animação para a
valorização do meio ambiente”, de autoria de Mirleide Bahia (2007).
Resultados
O uso do filme e seu debate a partir dos textos selecionados favoreceram a
compreensão dos discentes sobre a relação entre desenvolvimento e meio ambiente.
A ida ao campo para as atividades de pesquisa exploratória possibilitaram a
sensibilização necessária dos discentes para a realidade local, sendo que em sala de aula
foi possível conferir olhar crítico às percepções captadas no campo. Também possibilitou
o reconhecimento da importância das práticas educativas ambientais.
Através das aulas práticas os discentes elaboraram diversos jogos pedagógicos
que exigiam a vivência corporal em contato com a natureza, com ênfase na experiência
lúdica e cooperativa. Assim, perceberam o potencial de intervenção da Educação Física
para abordagem do tema em questão.
A avaliação da disciplina foi realizada de duas maneiras: inicialmente numa roda de
reflexão com todos os alunos freqüentes e a professora; e, posteriormente, através de um
questionário de avaliação sem identificação pessoal.
Estas avaliações revelaram a satisfação dos discentes com relação à disciplina,
expressa principalmente pela maior parte deles, por tê-los surpreendido com a
responsabilidade que o professor de Educação Física deve ter com o desenvolvimento
sustentável e o meio ambiente.
Foi registrada a sugestão dos discentes de ampliação da carga horária da
disciplina, para que as vivências práticas perdurem mais tempo.
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DE AVENTURA”
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Conclusões
A opção metodológica adotada propiciou o alcance dos objetivos da disciplina. Foi
perceptível o amadurecimento teórico e político dos discentes frente às questões
abordadas, pois as noções iniciais de desenvolvimento existentes entre a turma eram
ainda permeadas pelos valores capitalistas expressos nas palavras “progresso”,
“crescimento”, “competitividade”.
Perceberam também o quanto estão distanciando de sua cultura ao distanciar-se
do meio ambiente, e que sustentabilidade relaciona-se a um estado ambiental, cultural e
econômico definido por um estilo de vida social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Pará. Tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento
sustentável do Trópico Úmido da Universidade Federal do Pará. 2005.
BAHIA, M.C. Propostas de Animação para a valorização do meio ambiente. In:
MARCELLINO, Nelson C. (org.) Lazer e Recreação: repertório de atividades por
ambientes. Campinas: Papirus, volume I, 2ª edição, 2007.
BAHIA, M.C; SAMPAIO, T. Turismo de Aventura na Região amazônica: desafios e
potencialidades. In: UVINHA, Ricardo Ricci (org). Turismo de Aventura - reflexões e
tendências. SP: ALEPH, 2005.
BETRÁN, J; BETRÁN, A. Proposta Pedagógica para as Atividades Físicas de Aventura na
Natureza (AFAN) na Educação Física do Ensino Médio. In: MARINHO, A. & BRUHNS,
Heloisa (orgs). Viagens, Lazer e Esporte: o espaço da natureza. SP: Editora Manole,
2006.
BORGES, R.M. et al. Núcleo Pedagógico de Atividades Aquáticas: aproximações com a
cultura corporal no nordeste do Pará. In: SEMINÁRIO NACIONAL CORPO E CULTURA.
Anais... São Luis do Maranhão: UFMA, 2011.
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Transversais – Meio Ambiente. 1997.
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natureza. Motus Corporis. Rio de Janeiro, v.6, n.2, p.96-112, nov. 1999.
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MARINHO, A. Do Bambi ao Rambo ou vice-versa? As relações humanas com a (e na)
natureza. Conexões: educação, esporte e lazer. Campinas: UNICAMP, v.1, n.3, p.3341, 1999.
MORAIS, Leandro; BORGES, Adriano (orgs.) Novos paradigmas de produção e
consumo – experiências inovadoras. SP: Instituto Polis, 2010.
NASCIMENTO, J.L. Turismo de aventura no Estado do Pará: um enfoque no surfe de
pororoca. In: UVINHA, Ricardo Ricci (org). Turismo de Aventura - reflexões e
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em: http://estaleiroeditora.blogaliza.org/files/2010/09/descrecimento_web.pdf. Acesso em:
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naturais da Mata Atlântica. SP: Hucitec, 2004.
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