JP 12
POLÍTICA
Sábado e domingo,
21 e 22 de junho de 2008
CPI DA SAÚDE
CPI vai ao Respondão, mas não diz nada
Antes disso, primeira reunião da comissão serviu para vereadores solicitarem documentos à Prefeitura
FOTOS VINÍCIUS SEVERO
> VINÍCIUS SEVERO
A comissão
parlamentar
de inquérito
(CPI) instalada
na
Câmara
para averiguar
a precariedade
no atendimento nas unidades sanitárias
do Município
fez sua primeira reunião oficial nesta
sexta-feira pela manhã. Minutos antes
de decidirem participar do Respondão,
apelido do encontro onde o prefeito
Marlon Santos se dispôs a passar a
Secretaria Municipal de Saúde a limpo,
os integrantes da CPI fizeram um apanhado de denúncias relativas à pasta
que começavam a chegar à Câmara e
decidiram solicitar documentos à Prefeitura Municipal.
Apesar de terem ido ao Respondão
e escutado tudo o que o prefeito falou,
em um discurso que durou cerca de
uma hora e 20 minutos, nenhum dos
integrantes da CPI fez sequer uma pergunta. O presidente da CPI, o vereador
do PP Edson Richa, disse que “o prefeito Marlon fez um discurso que é bom
para ele e nós fomos para ouvir”, acrescentando que foi voto vencido na deci-
são tomada em cima da hora de participar do encontro. “Sabia que não tiraria nenhum proveito dessa audiência.
Temos um problema sério no SUS e o
prefeito desviou o foco. Ficou falando
do HCB”, completou. Além dos integrantes da CPI, somente o presidente
Leandro Balardin (PSDB) foi ao encontro.
DOCUMENTOS - De acordo com o
vice-presidente da CPI, Ronaldo
Trojahn (PMDB), o primeiro dia de
trabalhos serviu para que fossem solicitados relatórios de pessoal e de medicamentos disponíveis nas unidades
sanitárias do Município para que as
primeiras investigações pudessem ser
feitas. Segundo Trojahn, candidato a
vice-prefeito pelo PMDB ao lado de
Ghignatti, os vereadores ainda não
definiram ninguém que será chamado
a prestar depoimento, mas confirmou
que funcionários que detinham cargos
de chefia devem ser chamados quando
esses trabalhos começarem. Tanto
Trojahn quanto Richa voltaram a repetir que o objetivo da CPI não é prejudicar o Governo, mas servir como uma
ferramenta para ajudar no trabalho da
Saúde. Para minimizar o fato de não ter
questionado o prefeito no Respondão,
Ronaldo Trojahn disse que o local das
investigações será na CPI.
Vereadores no Respondão: discurso de Marlon ouvido, mas foco nas investigações
ATENÇÃO
A próxima reunião da CPI da Saúde acontecerá na segunda-feira, às 10h.
Apesar de não haver nada de concreto, Richa levantou a hipótese de fazer a
reunião pela manhã e convocar depoimento à tarde. É esperar para ver.
>> IMPORTANTE
Apesar de ter dito na quinta-feira que a CPI teria transparência total, o
presidente da comissão, Edson Richa, voltou atrás. O acerto feito entre os
investigadores da Saúde é de utilizar as transmissões via rádio e TV Câmara
somente nos depoimentos. “Precisamos de privacidade em certos momentos”,
justificou Richa.
Richa quer rompimento com Leiner
O presidente da CPI da Saúde, vereador Edson Richa (PP), não ficou satisfeito com a penalidade administrativa
aplicada pelo prefeito à empresa Leiner
& Leiner, que deixou o plantão do SUS
sem médico por mais de 10 horas na
última semana. O prefeito informou
que o médico não receberia pelas horas
em que não trabalhou. Richa não gostou e disse que “a punição correta seria
o rompimento do contrato com essa
empresa para que aprendam a ter responsabilidade. A prestação do serviço
de saúde não pode ter falha”, reclamou.
O vereador foi ainda mais além ao
criticar a audiência promovida por
Marlon, dizendo que “o que o prefeito
disse não melhorou em nada a Saúde”
e interpretou que há uma má administração do dinheiro aplicado no setor.
“Se o prefeito confirma investir mais do
que o repassado pelo Governo Federal
e ainda assim há problemas, como não
pode haver problema de gestão no
SUS?”, questionou.
Godoi, Richa e Trojahn: primeira providência é pedido de documentos para Marlon
PARA SABER MAIS
Os quadrinhos do Respondão
Algumas situações curiosas podem ter passado despercebidas de quem foi ao encontro que
passou a limpo a Secretaria Municipal de Saúde. Aqui o JP revela estes e outros lances.
“Eu não falei”
O presidente da Câmara, vereador Leandro Balardin (PSDB), tentou se justificar ao prefeito Marlon
Santos da frase em que mencionou
o curandeirismo na tribuna, em
uma referência à mediunidade de
Marlon. Pela cara de Marlon depois, parece que não colou. Podia
ter dito que falou no calor da hora,
mas preferiu buscar justificativa e
acabou não convencendo. Bola fora.
MUL
TIMÍDIA
MULTIMÍDIA
Acesse o site do JP e
veja mais fotos e um vídeo do Respondão.
O último
abraço
A piadinha
de Marlon
Ao final do Respondão uma
cena chama a atenção.
Discreto, meio de canto, o
presidente do PSDB, Nelson Schirmer, aguardava
para abraçar o amigo
Marlon Santos. Schirmer
luta para que o partido
retorne à coligação de reeleição do prefeito.
Depois de gargalhar ao
ouvir uma piadinha no final do Respondão, o prefeito Marlon Santos tratou
de espalhar a anedota. “Ei,
vocês souberam que eu fiz
uma cirurgia pelo SUS?
Pois é, aumento de pênis”,
contava o prefeito, se divertindo com a situação.
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CPI vai ao Respondão, mas não diz nada