O SHARE realiza-se pela 1ª vez em Portugal, graças ao financiamento do Alto Comissariado da Saúde e da União Europeia e sob a responsabilidade científica da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa e do Centro de Investigação em Ciências Sociais da Universidade do Minho, cabendo à Gfk a execução do projecto de recolha de informação. “O SHARE tornou-se um pilar da investigação sobre o Envelhecimento na Europa” James Heckman, Prémio Nobel Perguntas? Por favor, entre em contacto connosco telefone: 21 380 16 00 * Ext. 1138 http://www.share-project.org/portugal Desde o nascimento até aos dias de hoje: as histórias de vida da população europeia com 50 e mais anos The Survey of Health, Ageing and Retirement in Europe Desde o nascimento até aos dias de hoje: as histórias de vida da população europeia com 50 e mais anos SHARE, o Estudo sobre Envelhecimento, Saúde e Reforma na Europa, é um projecto de investigação de grande escala, em Ciências Sociais, que se centra na vida de pessoas com 50 e mais anos em toda a Europa, de Norte a Sul e de Oriente a Ocidente. Em 2004 e 2006 foram realizados inquéritos sobre as condições de vida de 45.000 cidadãos europeus. Mais tarde, em 2008, os entrevistadores do projecto SHARE recolheram informações sobre os seus percursos de vida (SHARELIFE), colocando-lhes questões como as seguintes: - Como cresceu? Que escola frequentou? Como evoluiu a sua carreira e vida familiar? Era uma criança saudável? Quando se reformou? Estes dados permitem agora aos investigadores abordar um campo totalmente novo e muito importante da pesquisa demográfica: é finalmente possível avaliar como é que as condições do início de vida influenciam mais tarde a vida das pessoas e como é que o Estado e as políticas sociais estão relacionados com as tomadas de decisão dos cidadãos. Este conhecimento permite que os políticos ajustem as suas decisões às necessidades das pessoas com mais de 50 anos na Europa. Tudo isto não teria sido possível sem a disponibilidade, dedicação e informações prestadas por cada um dos nossos 45 mil participantes! Antes de iniciar uma quarta vaga de entrevistas este ano, que será a primeira a ser feita também em Portugal, gostaríamos de partilhar consigo algumas conclusões interessantes do SHARELIFE. Desde o nascimento ... Na Europa somos todos diferentes mas também somos bastante semelhantes. Desigualdades ao longo da vida É ainda lamentável: as crianças de famílias pobres têm mais propensão a ser carenciadas durante toda a vida. Mas nem tudo é negativo, políticas sociais bem estruturadas podem fazer a diferença! Uma vez quebrado este ciclo, graças a um apoio estatal bem orientado, muitas acabam por conseguir levar uma vida independente e satisfatória até a velhice. Oportunidades desiguais? Quando as mulheres que têm hoje 50 ou mais anos eram jovens, o mundo era muito diferente do actual. A implementação, reestruturação e o desenvolvimento do Estado Providência teve grande influência nas suas vidas: durante o século passado, cada vez mais mulheres passaram a ter carreiras flexíveis, saindo e entrando no mercado de trabalho ao longo da vida. Esta situação é visível em toda a Europa mas ainda se percebe uma distribuição desigual que acompanha, aliás, o desenvolvimento das políticas do Estado Providência. Vestígios de guerra Quase 5% dos europeus com idade igual ou superior a 50 anos sofreram perseguições durante e após a II Guerra Mundial. Estes períodos de opressão e stress no início de vida prejudicaram gravemente a saúde e a satisfação laboral no decorrer de toda a vida. Este facto coloca responsabilidades acrescidas aos governos, no tratamento destas pessoas que sofreram perseguições. Deixar o lar parental Há diferenças enormes entre os vários países no que respeita à idade em que os nossos participantes deixaram a casa dos pais: a média situa-se nos 20 anos de idade, nos países do Norte da Europa e nos 25 anos, nos países do Sul e Este. Mais uma vez, as políticas estatais estão relacionadas com esta situação. Em países com rendas de habitação a valores controlados ou com incentivos fiscais para aquisição de casa própria, a idade de saída de casa dos pais é mais elevada, ao passo que, nos países onde há políticas de apoio à habitação social, esta saída ocorre mais cedo. Não receie o dentista! A ausência ou insuficiência de assistência odontológica ao longo da vida afecta a saúde na velhice e reduz a qualidade de vida. No entanto, muitas pessoas ainda não visitam o dentista com regularidade. Nos países onde os cuidados dentários eram pagos principalmente pelos pacientes e havia pouca oferta de médicos dentistas, mais de metade da população, enquanto jovem, não consultava o dentista regularmente e muitos também não o fazem numa idade mais avançada, com consequências consideráveis para a sua saúde geral. Desemprego pouco saudável O desemprego é um evento de ruptura e tem efeitos negativos sobre a saúde ao longo da vida. O SHARELIFE mostra, porém, que as políticas de desemprego podem minorar os seus efeitos na saúde, a longo prazo. Assim, especialmente em tempos de crise económica, quando inúmeras empresas abrem falência e os números do desemprego aumentam, os subsídios ao desemprego e políticas activas do mercado de trabalho são ferramentas importantes para prevenir problemas de saúde dos trabalhadores em causa. Actividade durante a reforma Há uma variação notável nas actividades de voluntariado dos idosos em toda a Europa. Em especial, as pessoas que tiveram más condições de trabalho na meia-idade são menos susceptíveis de exercer trabalho voluntário depois de se reformarem. Assim, nos países em que se verifica um maior investimento na melhoria das condições de trabalho e do emprego, o voluntariado é muito mais popular entre os reformados do que nos restantes países. ....aos dias de hoje