AÇÕES AMBIENTAIS QUE VISAM À REVITALIZAÇÃO E PRESERVAÇÃO DA LAGOA DA PAMPULHA Andréa Aparecida Batista1 RESUMO O presente trabalho aborda os principais problemas ambientais da Lagoa da Pampulha, apresentando as ações mais significativas implementadas pelas Prefeituras municipais de Belo Horizonte e Contagem, pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), além de entidades civis. Esta pesquisa mostra que a COPASA tem implementado diversas ações e obras na bacia hidrográfica da Pampulha. A Estação de tratamento de águas fluviais (ETAF), operada por essa Empresa, trata os esgotos que ainda são lançados nos Córregos Sarandi e Ressaca, contribuintes à Lagoa, com uma eficiência média de 85% na remoção da carga orgânica e de sólidos em suspensão. A inauguração da Estação Elevatória Pampulha em 2012 permitiu o aumento do atendimento de vários bairros da região. Outras três elevatórias estão previstas de ser entregues até o final de 2013. Além disso, a redução dos impactos da fonte de poluição pontual, por meio do aumento dos índices de coleta e interceptação, tanto dos esgotos domésticos, quanto dos efluentes industriais já demonstra bons resultados. As Prefeituras Municipais de Belo Horizonte (PBH) e de Contagem, tem executado também diversas obras e planos de interesse comum e de forma integrada, considerando que há uma área representativa desses municípios que estão inseridas da Bacia hidrográfica da Pampulha. Como exemplo dessas iniciativas citase a implantação do Parque Ecológico da Pampulha, urbanização de Vilas e favelas, a criação do Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (PROPAM), dentre outros. O PROPAM coordena diversas atividades que buscam a recuperação da bacia hidrográfica da Pampulha e a PBH vai realizar as obras de desassoreamento e tratamento da água da lagoa em 2013, com duração prevista para dez meses. Mediante esse trabalho pôde-se observar inúmeras atividades realizadas, porém verifica-se que, além da necessidade de concluir os projetos em andamento, compreende-se como fundamental se associar, aos empreendimentos executados e 1 Graduada em Engenharia Civil pela Faculdade Kennedy. previstos, ações de sustentabilidade para cumprimento das metas previstas e resultados a curto, médio e longo prazo. Os estudos sobre o tema deixam claro que será preciso, além da conclusão das obras de infraestrutura e saneamento propostas e outras eventualmente necessárias de serem incorporadas no futuro, se consolidar o Plano de ação único, continuado e cujas diretrizes e compromissos perpassem os próximos governos. Dentre essas diretrizes, incluem-se projetos de educação ambiental e mobilização social permanentes, com o objetivo de disseminação, engajamento, conscientização e cooperação de toda a população da região metropolitana de Belo Horizonte, visando a total recuperação da Lagoa da Pampulha, tão almejada por toda sua população. Palavras-chave: Ações ambientais. Lagoa da Pampulha. Preservação. Revitalização. ENVIRONMENTAL ACTIONS AIMED THE REVIVAL AND PRESERVATION OF LAGOA DA PAMPULHA ABSTRACT The presente work talks about the mainly enviromenmtal problems of Pampulha`s Lake, introducing the more significant actios implemented by Belo Horizonte an Contagem´s City Halls, Santation Company of Minas Gerais (COPASA) and civil organizations. This research shows that COPASA has implemented several actions and deeds in the watershed Pampulha. Station treating river water (ETAF), operated by this company, which still treats sewage are released in streams and Sarandi Hangover taxpayers to Lagoa, with an average efficiency of 85% in removal of organic matter and suspended solids . The inauguration of the Pumping Station Pampulha in 2012 allowed the increase in assistance from various districts of the region. Three other lifts are planned to be delivered by the end of 2013. Moreover, the reduction of the impact point of the source of pollution, through increased rates of collection and trapping, both domestic sewage, industrial effluents as already demonstrated good results. The Municipalities of Belo Horizonte (PBH) and Count has also performed several works and plans of common interest and in an integrated way, considering that there are representative of those municipalities that are inserted from the catchment Pampulha. As an example of these initiatives is cited deploying Ecological Park of Pampulha, urbanization of villages and slums, creating the Recovery Program and Environmental Development Pampulha Basin (PROPAM), among others. The PROPAM coordinates various activities that seek recovery of the watershed Pampulha and PBH will perform the works of dredging and water treatment pond in 2013, lasting scheduled for ten months. Through this work we observed numerous activities, but it turns out that, besides the need to complete projects in progress, it is understood as fundamental to associate, to projects implemented and planned actions for sustainable achievement of the targets set and results in the short, medium and long term. Studies on the subject make it clear that you will need, in addition to the completion of the infrastructure works and sanitation and other proposals that may be necessary to be incorporated in the future to consolidate the single plan of action, and whose continued guidance and commitments pervade future governments. Among these guidelines, include environmental education projects and social mobilization permanent, with the objective of dissemination, engagement, awareness and cooperation of the entire population of the metropolitan area of Belo Horizonte, aimed at full recovery from the Pampulha Lagoon, as desired by its entire population. Keywords: Environmental actions. Revival. Preservation. Lagoa da Pampulha. 1 INTRODUÇÃO A inauguração do reservatório da Pampulha ocorreu em 1943, através do represamento do ribeirão Pampulha e foi realizada pelo, então, prefeito da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, Juscelino Kubitschek. Sua principal função seria amortecer enchentes e contribuir para o abastecimento da capital. Para compor o entorno da lagoa que se formou no local, o arquiteto Oscar Niemeyer projetou um conjunto arquitetônico que se tornou referência e influenciou toda a arquitetura moderna brasileira. A lagoa foi a parte mais importante do projeto, e se tornou o mais antigo e tradicional lago dentre os integrantes das bacias do Rio das Velhas e São Francisco. Na sua inauguração, segundo dados da prefeitura Municipal de Belo Horizonte(PBH), a lagoa possuía capacidade de acumulação de 18 milhões de metros cúbicos. Após um rompimento do vertedor, ocorrido em 1954, a lagoa sofreu grande redução na sua capacidade de acumulação, caiu para 13 milhões de metros cúbicos. Esse local de extrema importância para a cidade de Belo Horizonte começou a sofrer com a degradação a partir do início dos anos 50, devido ao processo de ocupação desordenada das regiões vizinhas às margens dos córregos e rios que compõem a sua bacia hidrográfica, do recebimento de esgoto do Centro Industrial de Contagem, das áreas de bota-fora clandestinas e dos loteamentos residenciais, que geram uma grande movimentação de terra que acaba sendo levada para a represa, além da poluição por esgotos domésticos. Também conhecida por Lagoa da Pampulha, o reservatório tinha como finalidade principal o abastecimento de água para a população belo-horizontina. No entanto, com toda a situação existente e suas implicações, na região da bacia hidrográfica da represa fez com que a Lagoa da Pampulha sofresse, desde a década de 70, um forte processo de eutrofização e assoreamento, florações de Cyanobacteria e crescimento de macrófitas aquáticas (COELHO, 1998). A partir da década de 80, após seguidas florações de Cyanobacteria (GIANI, 1998), a Lagoa da Pampulha perdeu a função de abastecimento público, permaneceu como um importante atrativo turístico e amortizador de cheias (COELHO, 1992). Ao ter em vista a situação do reservatório, os órgãos gestores da Lagoa da Pampulha realizaram três grandes obras de dragagem entre os anos 1979 e 1996, retiraram dela um volume de aproximadamente 4,6 x106 m3 de sedimentos. Entretanto, em 1999, o volume medido no reservatório indicava pouco mais de 8,5 x 106 m3 de água na represa (CDTN, 2000), valor consideravelmente aquém dos 18 x 106 m3,, aproximadamente, de água nela presentes na década de 50. Segundo informações obtidas em visita técnica ao Parque Ecológico da Pampulha, o montante de sedimentos dragados da Lagoa foi remanejado no próprio reservatório, e o resultado desse processo foi o ganho de uma área de terra às custas da perda definitiva de área de espelho d’água. O sedimento remanejado originou uma ilha, sobre a qual foi inaugurado, em 2004, o Parque Ecológico Promotor Francisco Lins do Rego. Entre os anos de 2000 e 2006, novas obras de dragagem foram realizadas no reservatório, totalizaram uma retirada de aproximadamente 1,8 x 106 m3 de sedimentos e vegetação flutuante (Superintendência de Desenvolvimento da Capital, 2013). Ao longo desse período, foram e estão sendo realizadas intervenções que visam minimizar ou resolver os problemas apresentados pela lagoa. Essas ações precisam buscar soluções que possam garantir a recuperação e preservação permanente do local envolvendo o governo de Minas Gerais, as prefeituras municipais de Belo Horizonte e Contagem, a COPASA, entidades não governamentais, órgãos ambientais e a sociedade civil, pois a Lagoa da Pampulha é um patrimônio importante para toda a comunidade. 2 JUSTIFICATIVA A Bacia Hidrográfica da Lagoa da Pampulha está localizada nos municípios de Belo Horizonte e Contagem e possui uma área de 9.450 ha. A represa da Pampulha é a mais antiga e tradicional lagoa da região metropolitana de Belo Horizonte. Possui grande importância por pertencer ao famoso conjunto arquitetônico, que é um marco significativo para arquitetura brasileira, além de fazer parte de um patrimônio ambiental, cultural e de lazer para todos. Nas últimas décadas, o fenômeno de assoreamento da lagoa e da eutrofização de suas águas acelerou-se tanto, que, nos dias atuais, apresenta metade do seu volume inicial. A qualidade da água é ruim devido ao esgoto doméstico e industrial que recebe. Devido a diversos fatores que contribuem para a atual situação ambiental da Bacia da Pampulha, a Prefeitura de Belo Horizonte tem realizado diversas atividades como a dragagem parcial; retirada de aguapés; educação ambiental; monitoramento da qualidade das águas, dentre outros. A COPASA também tem implantado ações e obras que visam a melhoria das condições sanitárias da Lagoa da Pampulha. Este trabalho buscará aprofundar os estudos sobre o teor destas intervenções e apresentar seus resultados mais significativos, visará reunir e disseminar informações sobre a situação atual da lagoa, ações realizadas, medidas mitigadoras e previsão de implantação de novos projetos, além de investigar a existência de sugestões de soluções que possam ser usadas na sua recuperação. Pretende-se que esta pesquisa contribua para fomentar a reflexão sobre os projetos futuros e forneça dados que sirvam de subsídios para novas ações e discussões a respeito das perspectivas reais de conservação e revitalização ambiental da Lagoa da Pampulha, cartão postal da cidade. 3 OBJETIVO GERAL O objetivo deste trabalho é abordar os principais problemas ambientais da Lagoa da Pampulha, apresentar as ações mais significativas e os principais resultados obtidos com as políticas de recuperação da atualidade, visa aprofundar os estudos sobre estas ações, reunir e disseminar dados relevantes sobre a recuperação da Lagoa da Pampulha, além de buscar informações sobre projetos futuros ou em andamento para discussão e reflexão dos caminhos que precisam ser seguidos até a conquista da efetiva preservação e revitalização ambiental da Lagoa da Pampulha. 4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Apresentar os principais parâmetros da Qualidade da água; • Expor um breve histórico da Lagoa da Pampulha e identificar a sua bacia hidrográfica; • Apontar as características topográficas da região onde está localizada a lagoa; • Expor os principais parâmetros de qualidade da água e apresentar a situação da poluição da Lagoa da Pampulha na ; • Fazer um levantamento dos tipos esgotos que a lagoa recebe e verificar o grau de depuração da estação de tratamento em operação na região; • Pesquisar sobre os projetos em desenvolvimentos pela prefeitura de Belo Horizonte e COPASA; • Levantar informações sobre projetos e investimentos futuros; • Investigar a existência de sugestões de propostas que possam ser utilizadas nas políticas de recuperação da Lagoa da Pampulha. 5 REFERENCIAL TEÓRICO 5.1 A Água Doce A água doce constitui um recurso natural fundamental para a sobrevivência humana e o desenvolvimento econômico industrial e agrícola, além de ser vital para a manutenção dos ecossistemas naturais (REBOUÇAS, 2002). Para efeito de estudo consideram-se as águas que estão presentes nos domínios terrestres, continentes e ilhas como “águas interiores”; logo incluem-se neste grupo as águas dos rios, lagos, represas e aquíferos subterrâneos (REBOUÇAS, 2002). Ferreira e Brito (2009) ressaltam ainda que as águas interiores superficiais são as principais fontes deste recurso para as mais variadas demandas; como por exemplo a irrigação, o abastecimento às populações humanas, a geração de energia elétrica, a aquicultura, turismo e lazer. Em decorrência do fato da água se valer para o atendimento de usos variados sua qualidade precisa ser compatível mesmo com os usos mais exigentes, como o abastecimento humano. Entretanto, a compatibilidade entre a qualidade real da água e a qualidade demandada pelos usos pode não ocorrer, uma vez que ela é função das condições do uso/ocupação do solo das bacias hidrográficas (VON SPERLING, 2006). 5.2 Os parâmetros de qualidade de água A NBR 9896/1993, define qualidade da água como o resultado de características físicas, químicas, biológicas e organolépticas de uma água, relacionado com o seu uso para um fim específico (ABNT, 1993). Segundo Von Sperling (1996), a qualidade da água é resultante de fenômenos naturais e da atuação do homem. De maneira geral, pode-se dizer que a qualidade de uma determinada água é função do uso e da ocupação do solo na bacia hidrográfica. Tal fato se deve aos seguintes fatores: • Condições Naturais: mesmo com a bacia hidrográfica preservada nas suas condições naturais, a qualidade das águas subterrâneas é afetada pelo escoamento superficial e pela infiltração no solo, resultante da precipitação atmosférica. O impacto nas mesmas é dependente do contato da água em escoamento ou infiltração com as partículas, substâncias e impurezas no solo. Assim, a incorporação de sólidos em suspensão (exemplo: partículas do solo) ou dissolvidos (exemplo: íons oriundos da dissolução de rochas) ocorre, mesmo na condição em que a bacia hidrográfica esteja totalmente preservada em suas condições naturais (exemplo: ocupação do solo com matas e florestas). Nesse caso, apresentam grandes influências a cobertura e a composição do solo; • Interferência do homem: a interferência do homem, quer de uma forma concentrada, como na geração de despejos domésticos ou industriais, quer de uma forma dispersa, como na aplicação de defensivos agrícolas no solo, contribui na introdução de compostos na água, afeta a sua qualidade. Portanto, a forma em que o homem usa e ocupa o solo tem implicação direta na qualidade da água. A qualidade da água pode ser representada através de diversos parâmetros, que indicam as suas principais características físicas, químicas e biológicas. Alguns desses parâmetros serão abordados adiante. 5.2.1 Parâmetros Físicos a) Temperatura A temperatura da água representa um parâmetro significativo no estudo de qualidade de água. Elevações da temperatura aumentam a taxa das reações químicas e biológicas, diminuem a solubilidade dos gases (exemplo: o Oxigênio Dissolvido), aumentam a taxa de transferência dos gases (VON SPERLING, 1996). A remoção da cobertura vegetal aumenta a entrada de radiação e pode promover aumento de temperatura em rios e lagos. b) Turbidez Representa o grau de interferência com a passagem da luz através da água, confere uma aparência turva à mesma. Os sólidos em suspensão são os constituintes predominantes em sua formação. Em corpos d’água, pode prejudicar a fotossíntese (VON SPERLING, 1996). c) Sólidos Em saneamento, sólidos nas águas correspondem a toda matéria que permanece como resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da amostra a uma temperatura pré-estabelecida durante um tempo fixado. Em linhas gerais, as operações de secagem, calcinação e filtração são as que definem as diversas frações de sólidos presentes na água (sólidos totais, em suspensão, dissolvidos, fixos e voláteis). Os métodos empregados para a determinação de sólidos são gravimétricos, utiliza-se balança analítica ou de precisão (CETESB, 2008). 5.2.2 Parâmetros Químicos a) pH – Potencial Hidrogeniônico O pH representa a concentração de íons hidrogênio H+ (em escala antilogarítmica), dá uma indicação sobre a condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água. A faixa de pH é de 0 a 14. No meio natural, está associado à dissolução de rochas, à absorção de gases da atmosfera, à oxidação da matéria orgânica e à fotossíntese. Pode também estar associado a efluentes domésticos e industriais (VON SPERLING, 1996). b) Oxigênio Dissolvido (OD) e Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) Utiliza-se normalmente métodos indiretos para a quantificação da matéria orgânica, ou do seu potencial poluidor. A DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) retrata, de uma forma indireta, o teor de matéria orgânica nos esgotos ou no corpo d’água, é, portanto, uma indicação do potencial de consumo do oxigênio dissolvido (VON SPERLING, 1996). O Oxigênio Dissolvido (OD) é de essencial importância para os organismos aeróbios. Durante a estabilização da matéria orgânica, as bactérias fazem uso do oxigênio nos seus processos respiratórios, pode vir a causar redução na concentração no meio. Dependendo da magnitude deste fenômeno, podem vir a morrer diversos seres aquáticos, inclusive os peixes (VON SPERLING, 1996). c) Séries Nitrogenadas Nas séries nitrogenadas, no meio aquático, o nitrogênio se encontra nas seguintes formas: (a) nitrogênio molecular (N2), escapando para a atmosfera, (b) nitrogênio orgânico (dissolvido e em suspensão), (c) amônia, (d) nitrito (NO2-) e (e) nitrato (NO3-). O nitrogênio é um elemento indispensável para o crescimento de algas e, quando em elevadas concentrações em lagos e represas, pode conduzir a um crescimento exagerado desses organismos, processo denominado eutrofização (VON SPERLING, 1996). d) Compostos de Fósforo O fósforo aparece nas águas dos rios devido principalmente às descargas de esgotos sanitários. Os fosfatos orgânicos são a forma em que o fósforo compõe moléculas orgânicas, como a de um detergente, por exemplo. De acordo com dados do Laboratório de Gestão Ambiental de Reservatórios (LGAR), 2012, o fósforo é um dos mais poderosos indicadores do processo de eutrofização. 5.2.3 Parâmetros Biológicos a) Coliformes Fecais Os indicadores de contaminação fecal incluem os coliformes fecais, grupo de bactérias encontradas no trato intestinal humano e de animais de sangue quente. Os coliformes fecais passaram a serem denominados coliformes termotolerantes, recentemente, pelo fato de resistirem a elevadas temperaturas do teste para coliformes fecais, não sendo necessariamente fecais. A bactéria Escherichia coli é a principal pertencente a este grupo. Ela é a única que dá garantia de contaminação exclusivamente fecal. (VON SPERLING, 2006). 5.3 Padrões de Qualidade da Água Superficial A resolução do CONAMA Nº 357, de 17 de março de 2005, dispõe sobre a classificação dos corpos de água e fornece diretrizes ambientais para o seu enquadramento. Nessa resolução, define-se que as águas doces, salobras e salinas do Território Nacional são classificadas, segundo a qualidade requerida para os seus usos preponderantes, em treze classes de qualidade. Para as águas doces, tem-se quatro classes de qualidade que são citadas a seguir: I - Classe especial: águas destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral. II - Classe 1: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas. III - Classe 2: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e) à aqüicultura e à atividade de pesca. IV - Classe 3: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) à pesca amadora; d) à recreação de contato secundário; e) à dessedentação de animais. V - Classe 4: águas que podem ser destinadas: a) à navegação; b) à harmonia paisagística. 6 A LAGOA DA PAMPULHA 6.1 Um breve Histórico da Lagoa da Pampulha Segundo informações em site oficial da Prefeitura de Belo Horizonte, em 1936, na administração do prefeito Otacílio Negrão de Lima, iniciaram-se as obras do represamento do ribeirão Pampulha, objetivando a construção de uma lagoa artificial, cujo objetivo principal seria diminuir enchentes e contribuir para o abastecimento da capital, além de proporcionar lazer para a população. Sua inauguração ocorreu em 1943, recebeu o nome de Lagoa da Pampulha. O prefeito da cidade, que, nesta época, era Juscelino Kubitschek, construiu importantes obras para a região, a que chamou de complexo arquitetônico da Pampulha (FIG 1). Tal projeto idealizou também a construção de um futuro aeroporto que fosse capaz de interligar a capital mineira ao Rio de Janeiro e a São Paulo, emergentes capitais do país, e um hotel, mas este não chegou a ser construído. Figura 1 − Represa da Pampulha 1948 Fonte: (www.Google.com.br). Projetada em área rural, a represa foi estruturada para ser um reservatório de abastecimento, agregava ainda a função hidrológica de amortecer as ondas de cheias e reduzir a vazão de pico dos cerca de 40 cursos de água que compõem a sua bacia hidrográfica, para evitar inundações à jusante. Em 1954, ocorreu o rompimento do vertedouro da barragem, sua reconstrução foi iniciada no mesmo ano e teve sua conclusão e reinauguração em 1958. Devido a diversos problemas ambientais sofridos ao longo dos anos, a Lagoa perdeu, nas últimas três décadas, parte considerável de sua capacidade de retenção. A seguir, a figura 2 mostra a recente foto da vista aérea da Represa da Pampulha. Figura 2 − Vista aérea da Lagoa da Pampulha Fonte: (www.google.com.br) 6.2 A bacia Hidrográfica da Lagoa da Pampulha Em visita ao Centro de Educação Ambiental da Pampulha, foi possível obter informações a respeito da Bacia hidrográfica da Pampulha. Essa compõe a Bacia hidrográfica do Rio das Velhas, que, por sua vez, é parte da bacia hidrográfica do rio São Francisco. A bacia de drenagem do reservatório está dividida entre os municípios de Belo Horizonte (44,9%) e Contagem(55.1%). Sua fluviografia inclui 40 córregos, dos quais, 19 estão em Belo Horizonte e 21 no município de Contagem. O ribeirão Pampulha, onde está construído o reservatório, possui oito tributários diretos, com destaque para os afluentes Ressaca e Sarandi, que juntos respondem por mais de 70% do aporte de água na Lagoa da Pampulha. A bacia hidrográfica da Pampulha possui uma área de aproximadamente 2 97Km , a área original do espelho d’água da represa era de 2,1Km2, com acumulação de 11 milhões de m3 de água. Hoje, o volume acumulado pelo lago central é de aproximadamente de 9 milhões de m3 e a área alagada está reduzida a 1,82Km2. A Bacia da Pampulha é, na verdade, é uma sub-bacia hidrográfica localizada dentro da Bacia hidrográfica do Onça. O córrego do Onça não alimenta a Lagoa da Pampulha, visto que, as águas da Pampulha, depois que saem pelo vertedouro, vão para o córrego do Onça. O mapa 1 mostra a Bacia hidrográfica da Pampulha. Figura 3 – Bacia hidrográfica da Pampulha Fonte: (SUDECAP, 2012). Nota: Os principais tributários da represa são: Mergulhão(A), Tijuco(B), Ressaca (C), Sarandi(D), Água Suja(E), Barúnas(F), Córrego de AABB e microbacias do Córrego do Céu Azul (G,H). A tabela 1 mostra a hidrografia dos principais córregos tributários da Bacia da Pampulha. TABELA 1 – Principais córregos da Bacia da Pampulha HIDROGRAFIA DA BACIA DA PAMPULHA CÓRREGOS TRIBUTÁRIOS ÁREA DE DRENAGEM 2 (km ) VAZÃO MÉDIA CURSOS D’ÁGUA, 3 (m /s) AFLUENTES Período MUNICÍPIO DE OBS. INSERÇÃO chuvoso Córrego Tapera Ressaca/Sarandi 61,52 1,6320 Córrego João Gomes O Córrego Córrego da Av. das Sarandi Alterosas Contagem e nasce em Córrego da Av. Ghandi BH Contagem e Córrego do Cincão ou continua em Ribeirão do Cabral BH Córrego Flor D’água CÓRREGOS ÁREA DE CURSOS D’ÁGUA, MUNICÍPIO OBS. TRIBUTÁRIOS DRENAGEM 2 (km ) VAZÃO AFLUENTES MÉDIA DE INSERÇÃO 3 (m /s) Período chuvoso Mergulhão 3,40 0,0406 - BH Tijuco 1,77 0,0293 - BH Braúnas 1,90 0,0353 - BH AABB 0,71 0,0045 - BH Olhos d’água 2,91 0,0446 - BH Fonte: (www.pbh.gov.br, abril 2013) 6.3 Características topográficas da região da Bacia hidrográfica da Pampulha. O site oficial da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte informa que a topografia da região onde se encontra a Bacia hidrográfica da Pampulha é pouco acidentada e o relevo é semiplano, com a altitude da região variando entre 751 a 850 metros. A área dessa apresenta duas porções de terra com características diferentes, a primeira é a parte mais alta de onde ocorre a distribuição das águas através de escoamento até os pontos de menores cotas (partes mais baixas da superfície do terreno), a segunda porção de terra são os fundos de vales, onde estão localizadas as zonas de aeração (parte do solo que está parcialmente preenchida por água). Grande parte da área é formada por vales, que apresentam alta vulnerabilidade e são sensíveis em relação às atividades urbanas. 6.4 A situação ambiental da atualidade O reservatório da Pampulha vem apresentando diversos problemas ambientais durante as últimas décadas. A degradação desse ambiente não está relacionada somente à qualidade da água, mas sim a diversos outros fatores que são prejudiciais à fauna, flora e a todos os cidadãos da cidade de Belo Horizonte. A seguir serão abordados os principais problemas ambientais da represa da Pampulha que são: assoreamento, eutrofização esgotos clandestinos, deposição inadequada do lixo e ocupação desordenada. 6.4.1 Assoreamento O Guia de Avaliação de Assoreamento de Reservatórios (AANEL, 2000), aponta que a construção de uma barragem e a formação do seu reservatório normalmente modificam as condições naturais do curso d’água. Em relação ao aspecto sedimentológico, as barragens geram uma redução das velocidades da corrente, provoca a deposição gradual dos sedimentos carreados pelo curso d’água, ocasiona o assoreamento, diminuindo gradativamente a capacidade de armazenamento do reservatório e pode vir a inviabilizar a operação do aproveitamento, além de gerar problemas ambientais de diversas naturezas. Na represa da Pampulha, segundo informações da COPASA(2013), a partir de 1950, começou a ocorrer a ocupação desordenada da bacia de contribuição, com a criação de diversos bairros novos, surgimento de loteamentos clandestinos e de conjuntos habitacionais. Esse processo foi bastante ampliado e de forma acelerada, com o início da rodovia BR-040 e da implantação da CEASA (CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DE MINAS GERAIS S.A). O assoreamento da represa se intensificou devido à redução da cobertura vegetal, depósitos de bota-fora das mais diversas naturezas e a limpeza e escavação de áreas para abertura de ruas e construções imobiliárias, ocupações às margens dos rios, que proporcionaram condições favoráveis à erosão, o que possibilitou o carreamento de materiais sólidos pelos córregos tributários. O aporte do assoreamento na represa está estimado hoje em mais de 380 mil toneladas por ano, isso significa mais de 1 mil tonelada por dia, ou seja, 86 viagens diárias de caminhões de 12 toneladas durante os 365 dias do ano, o que faz com que a quantidade acumulada possa constituir-se em uma grande ameaça para o lago (SUDECAP, 2012). Segundo Bezerra-Neto e Pinto-Coelho (2010), a represa perdeu pelo menos 20% do seu volume nos últimos trinta anos. Através da carta batimétrica2 da Lagoa da Pampulha mostrada (FIG.1), verifica-se a existência de duas regiões distintas com diferentes profundidades e se pode perceber que o assoreamento compromete de forma direta a parte mais rasa da lagoa. 2 Carta batimétrica - apresenta a medição das profundidades de mares, rios e lagos. Figura 4 − Carta batimétrica do Reservatório da Pampulha Fonte: (Bezerra-Neto e Pinto-Coelho, 2010). Nota: Medição realizada a partir de profundidades em agosto de 2010. 6.4.2 Eutrofização A eutrofização é um processo normalmente de origem antrópica (provocado pelo homem) ou raramente de ordem natural. Quando se fala em eutrofização, Braga (2005, p.38) explica que: “a eutrofização é o crescimento excessivo das plantas aquáticas, tanto planctônicas quanto aderidas, a níveis tais que sejam considerados como causadores de interferências com os usos desejáveis do corpo d’água”. A eutrofização ocorre, na maioria das vezes, em corpos d`água lênticos como represas e lagos. Em águas lóticas, como em rios, o processo é mais difícil de ocorrer, pois, devido ao processo de autodepuração, as chances de crescimento de algas e acúmulo de poluentes são menos favoráveis. (SPERLING, 2005). Durante esse processo, a quantidade excessiva de minerais (fosfato e nitrato) provoca a multiplicação de micro-organismos (as algas) que habitam a superfície da água, formam uma camada densa, impedem a penetração da luminosidade. Esse fato implica na redução da taxa fotossintética nas camadas inferiores, ocasionam o déficit de oxigênio suficiente para atender a demanda respiratória dos organismos aeróbios (os peixes e mamíferos aquáticos), que, em virtude das condições de baixo suprimento, não conseguem sobreviver e aumentam ainda mais o teor de matéria orgânica no meio. Em consequência, o número de agentes decompositores também se eleva a concentração das bactérias anaeróbias facultativas, bactérias que usam o oxigênio para obter a energia, mas podem crescer sem o oxigênio, e atuam, portanto, na degradação de matéria morta, liberam toxinas que agravam ainda mais a situação dos ambientes atingidos, assim comprometem toda a cadeia alimentar, além de alterar a qualidade da água, que fica imprópria ao consumo humano (SPERLING, 2005). No Atlas da Qualidade de Água da Pampulha do Laboratório de Gestão ambiental de Reservatórios (LGAR,2012) está exposto que o elemento químico fósforo é importante nutriente para a manutenção de vida nos ecossistemas, porém é um dos principais elementos responsáveis pela eutrofização. O aumento da concentração de fósforo em um reservatório se dá devido a vários tipos de efluentes, como esgotos tratados parcialmente, esgotos sem tratamento e efluentes industriais. As ações do homem influenciam diretamente no aumento da concentração de fósforo no ambiente devido ao uso excessivo de fetilizantes e detergentes domésticos. O gráfico 1 mostra as concentrações desse nutriente presente no Reservatório da Pampulha medidas em 2011. GRÁFICO 1 − Concentrações sub-superficiais(0,5m) de fósforo total(µg.L-1) Fonte: (LGAR, 2012). Nota: Medição no Reservatório da Pampulha em maio de 2011. O reservatório da Pampulha age como armazenador do fósforo, pois grande quantidade de fósforo que a represa recebe fica retido pela biota (conjunto de seres vivos de um ecossistema, o que inclui a flora, a fauna, os fungos e outros organismos) ou nos sedimentos. Um estudo conduzido por integrantes do LGAR (2012) determinou qual a contribuição relativa de cada um dos principais tributários da represa em termos de aporte de fósforo. O gráfico 2 demonstra que os ribeirões Ressaca e Sarandi são o principais responsáveis pelo aporte de fósforo que chegam à lagoa. GRÁFICO 2 − Balanço de massa de fósforo na Lagoa da Pampulha Fonte: (LGAR, 2012). Nota: A contribuição relativa de cada tributário é fornecida em termos reais (toneladas por ano) e relativos (% sobre o aporte total). O nitrogênio também contribui para o processo de eutrofização. Suas principais fontes inorgânicas são os íons amônio, nitrito e nitrato. No caso do reservatório da Pampulha, os índices maiores de concentração desses íons estão próximos à entrada do Córrego Mergulhão, que sofreu canalização celular (tubos de concreto de seção quadrada ou retangular abertos ou fechados) com cobertura que impede a entrada de luz. Essa escuridão aparentemente tem favorecido o processo de concentração dessas formas de nitrogênio na água, como mostra o gráfico 3. -1 GRÁFICO 3 − Concentrações sub-superficiais (0,5m) de nitrogênio total (µg.L ) Fonte: (LGAR, 2012) Nota: Medição no Reservatório da Pampulha, em 23 de maio de 2011. 6.4.3. Esgotos clandestinos, deposição inadequada do lixo e ocupação desordenada: A COPASA apresenta dados que indicam que em grande parte da bacia ocorre a ocupação desordenada, com invasões, às margens dos córregos, de casas que não possuem ligação de esgoto sanitário. A falta de espaço entre as casas e os córregos dificulta a implantação dos interceptores pela Companhia. O Adensamento populacional desordenado, que resulta no crescimento dos municípios em áreas não previstas, além de ocupações indevidas (invasões), também contribuem para o aumento da produção de lixo, pois, em muitas destas regiões, a coleta de lixo não chega ou atende de forma insuficiente. Atualmente, reside na Bacia da Pampulha uma população de aproximadamente 500.000 pessoas, segundo dados da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte, cujos esgotos ainda não se encontram totalmente coletados e interceptados. Por ano, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) tira 1.360 caminhões de lixo da Lagoa da Pampulha, num total de 5,4 mil toneladas. A COPASA estima que dejetos produzidos por 90 mil pessoas sejam lançados diretamente no espelho d'água. De acordo com a Sudecap, em 1998, foram realizadas cinco operações de limpeza na Lagoa da Pampulha, pois se aproveitou o rebaixamento do nível das águas para obras de recuperação no sistema de vazão e no corpo da barragem. Entre as mais de 200 toneladas de lixo retiradas do local, foram encontrados objetos como pneus velhos, garrafas, animais mortos, sofás, colchões, armários e até carcaça de veículos. Em 2004, cerca de 2000 toneladas de lixo foram retiradas. Há ainda a coleta de lixo diária feita na água, com o recurso de dois botes e uma balsa (FOT.3). Figura 5 − Retirada de lixo da Lagoa da Pampulha através de balsa Fonte: (MUNDOGEO, 2010). A seguir, as fotos 4 e 5 mostra a ocupação às margens de córregos e nascentes. Figura 6 – Ocupação às margens de nascentes da Lagoa da Pampulha Fonte: (MUNDOGEO, 2010). . Figura 7 – Ocupação às margens do Córrego Ólhos D’água Fonte: (MUNDOGEO, 2010). 6.4.4 Dados relativos à situação da água no reservatório. No Estado de Minas Gerais, o monitoramento das águas é realizado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), por meio do Projeto Águas de Minas, em execução desde 1997. Os quinze anos de operação da rede de monitoramento vêm demonstrando a sua importância no fornecimento de informações básicas necessárias para a definição de estratégias e da própria avaliação da efetividade do Sistema de Controle Ambiental, sob responsabilidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável(SEMAD). Esse órgão é responsável pelo planejamento e gestão integrada dos recursos hídricos, subsidiando a formação e atuação dos Comitês e Agências de Bacias a cargo do IGAM. Os principais objetivos desse programa de monitoramento são: • Conhecer e avaliar as condições da qualidade das águas superficiais em Minas Gerais; • Divulgar a situação de qualidade das águas para os usuários e apoiar o estabelecimento de metas de qualidade; • Fornecer subsídios para o planejamento da gestão dos recursos hídricos; • Verificar a efetividade de ações de controle ambiental implementadas e propor prioridades de atuação. A rede básica de monitoramento (macrorrede) conta com 448 estações de amostragem distribuídas nas bacias hidrográficas de Minas Gerais. As amostragens e análises laboratoriais são realizadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)/Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC). Na bacia da Lagoa da Pampulha, as campanhas de amostragem são trimestrais, com um total anual de quatro campanhas por estação de monitoramento. No quadro 1, são apresentados os parâmetros de qualidade de água analisados na Bacia hidrográfica da Pampulha no terceiro trimestre de 2012. QUADRO 1 - Variáveis analisadas nas águas da bacia da Lagoa da Pampulha Fonte: (CETEC, 2012) Para avaliar a situação da qualidade dos recursos hídricos no estado de Minas Gerais, o Projeto Águas de Minas utiliza, além dos parâmetros monitorados, utilizam os indicadores:), Contaminação por Tóxicos(CT), Índice de Estado Trófico(IET) e Densidade de Cianobactérias, sendo que esse último é realizado apenas em alguns pontos específicos, que são assim definidos: O IQA reflete a contaminação das águas em decorrência da matéria orgânica e fecal, sólidos e nutrientes e sumariza os resultados de nove parâmetros (oxigênio dissolvido, coliformes termotolerantes, pH, demanda bioquímica de oxigênio, nitrato, fosfato total, variação da temperatura da água, turbidez e sólidos totais). A CT avalia a presença de treze substâncias tóxicas nos corpos de água: arsênio total, bário total, cádmio total, chumbo total, cianeto livre, cobre dissolvido, cromo total, fenóis totais, mercúrio total, nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal total e zinco total. Ao considerar a frequência de ocorrência do IQA no 4º trimestre de 2012 (GRAF. 4), verificou-se a predominância da condição de qualidade Ruim (45%) nos corpos de água monitorados na Bacia Hidrográfica da Pampulha, apresentou diminuição em relação ao mesmo período do ano anterior (63%). No entanto, as ocorrências de IQA Muito Ruim aumentaram de 25% em 2011 para 32% em 2012 e as ocorrências de IQA Médio aumentaram de 13% em 2011 para 24% no mesmo período de 2012. Não foi observada a ocorrência de IQA Excelente ou Bom em nenhum dos corpos de água monitorados na Bacia Hidrográfica da Pampulha no quarto trimestre de 2012, resultado que vem sendo observado ao longo dos anos. Gráfico 4: Frequência de ocorrência do Índice de Qualidade das Águas da Bacia Hidrográfica da Pampulha Fonte: Relatório trimestral IGAM.2012) Nota: Medição durante os 4º trimestres dos anos de 2006 a 2012. 6.5. As ações atuais de recuperação da bacia 6.5.1 Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (PROPAM) Em 1997, o governo brasileiro promulgou a lei n° 9.433, que institui a Política Nacional de recursos Hídricos. Essa lei estabelece as normas para a gestão dos recursos hídricos baseada nos fundamentos de que a água é um bem de domínio público, natural, porém, finito, dotado de valor econômico, de uso múltiplo, mas prioritário para o consumo humano e para dessedentação de animais. Define também que a sua gestão deve ser descentralizada e participativa, envolvendo a participação do poder público, dos usuários e da sociedade civil, e que a unidade territorial de palnejamento seja a bacia hidrográfica (BRASIL, 1977; COUTINHO, 2007). Com o objetivo de atingir a recuperação do Reservatório da Pampulha, dentro desse príncipio dessa lei, foi criado, em Belo Horizonte, o Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (PROPAM). A Prefeitura de Belo Horizonte deu início à implantação do PROPAM logo após a obtenção de Licença concedida pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMAM), em outubro de 1997. A partir dessa data, as ações dos subprogramas tiveram seus projetos elaborados e, no ano 2000, iniciaram-se as obras de engenharia e as atividades de planejamento, monitoramento, controle e educação ambiental. O programa tem a parceria das prefeituras municipais de Belo Horizonte e Contagem, bem como a COPASA e entidades civis e foi dividido em três subprogramas: I)Subprograma de Recuperação da Lagoa: prevê atuação direta nos problemas de forma a recuperar as condições ambientais da lagoa e de seu entorno. Contempla a dragagem da parte assoreada da lagoa, buscando a manutenção do seu espelho d’água e da sua função de amortecimento de cheias; a revitalização da orla; a implantação do parque ecológico da ilha e da enseada do Zoológico e o tratamento das águas dos córregos Ressaca e Sarandi. II) Subprograma Saneamento Ambiental: atua basicamente na melhoria da infra-estrutura urbana, com prioridade para as obras de contenção das erosões e melhoria da qualidade de vida das pessoas. Dentre suas ações estão as intervenções nos sistemas viários e de drenagem, com urbanização de vilas e favelas e na revitalização e preservação das áreas verdes. Além disso, prevê a solução para o esgotamento sanitário através da implantação de interceptores de rede de coleta de esgotos nas áreas ainda não atendidas. Atua também, na área de resíduos sólidos com a ampliação da coleta e disposição final adequada para os resíduos. III)Subprograma de Planejamento e Gestão Ambiental: completa os demais sub programas atuando basicamente nas questões preventivas de manutenção e de controle dos problemas decorrentes da poluição e da ocupação inadequada do solo. Com objetivo de implementar a educação ambiental, o monitoramento das ações e o controle dos problemas investindo também no fortalecimento institucional da secretaria Municipal de Meio Ambiente, órgão responsável pela política e controle da qualidade ambiental em Belo Horizonte. Este subprograma é implementado com o apoio do Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha, o que possibilita o planejamento integrado das ações nos dois municípios da bacia, ou seja: Belo Horizonte e Contagem. (PBH, 2000). 6.5.2 O Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha Conforme publicado no portal da Prefeitura de Belo Horizonte: O Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha constituise sob forma de pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e de interesse social, com supervisão pública, regendo-se pelas normas da constituição Federal, do Código Civil Brasileiro e legislação correlata, pelo Estatuto próprio e pela regulamentação a ser adotada pelos seus instituidores. O Consórcio, formado pelos municípios de Belo Horizonte e Contagem, por empresas públicas e privadas, por associações civis e pessoas físicas, tem como meta o gerenciamento ambiental da Bacia Hidrográfica da Pampulha e é a oportunidade de integração, de parceria e de união entre as autoridades municipais, a sociedade civil, as empresas privadas, de economia mista e públicas com o objetivo único de buscar soluções conjuntas, que visem a [sic] recuperação e proteção ambiental desta Bacia, de importância estratégica ao desenvolvimento de toda a região. (PBH, 2013) 6.5.2.1 Principais atividades do consórcio • - Viabilizar recursos financeiros para solucionar os problemas ambientais da Bacia; • - Monitorar a qualidade e a quantidade das águas, acompanhando o resultado das ações implementadas; • - Promover programas educacionais e de comunicação para o envolvimento das comunidades na recuperação das áreas degradadas e a melhoria das águas; • - Apoiar as Prefeituras Municipais e suas concessionárias nas ações de melhoria do saneamento básico e na melhoria de qualidade de vida da região (PBH, 2013). 6.5.3 A Estação de Tratamento de Águas pluviais Uma das medidas implementadas pelo PROPAM foi a implantação da Estação de Tratamento de Águas Fluviais (ETAF). Essa unidade iniciou suas operações em 12 de dezembro de 2002. A ETAF é fruto de um convênio entre a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e a COPASA, com objetivo de realizar o tratamento das águas dos ribeirões Ressaca e Sarandi, que são os maiores afluentes da lagoa da Pampulha. Foi um investimento de aproximadamente sete milhões de reais. A unidade utiliza o sistema de tratamento por flotação a ar dissolvido, que consiste na redução da poluição dos sólidos em suspensão na água a partir da dosagem de produtos químicos e da injeção de ar comprimido para promover a flotação, separando a matéria sólida da água bruta. Esse processo é comercialmente conhecido como flotflux e consiste de floculação seguida de flotação. (COUTINHO, 2012) A flotação é uma técnica de separação de misturas onde ocorre a introdução de bolhas de ar a uma suspensão de partículas em suspensão. Com isso, verifica-se que as partículas aderem às bolhas, formando uma espuma que pode ser removida da solução e separando seus componentes de maneira efetiva. De acordo com dados obtidos em visita técnica à ETAF no dia 30 de abril de 2013, no período de seca, toda a água dos córregos Sarandi e Ressaca passa pela estação de tratamento, pois possui capacidade de uma vazão média de aproximadamente 750 litros por segundo. A ETAF utiliza tratamento secundário e tem uma eficiência de 85% na remoção de carga orgânica e sólidos em suspensão. As fotos a seguir mostram as principais etapas do tratamento das águas da Lagoa da Pampulha: Figura 8 − Chegada dos Córregos Ressaca e Sarandi à bacia de sedimentação grosseiros Fonte: (Autoria própria, 2013). Figura 9 − Grade manual- Remoção de sólidos grosseiros Fonte: (Autoria própria, 2013). Figura 10 − Grades finas de limpeza mecanizada Fonte: (Autoria própria, 2013). Figura 11 − Caixas de areia de limpeza manual Fonte: Autoria própria, 2013. Figuras 12 e 13 − Calha Parshal - medidor de vazão e região com tubulações de ar para mistura rápida, respectivamente. Fonte: (Autoria própria, 2013). . Figuras 12 e 13 − Adição de polímero coagulante e sistema de injeção de ar dissolvido, respectivamente. Fonte: (Autoria própria, 2013). Figura 14 − Bacia de flotação Fonte: (Autoria própria, 2013). Figuras 15 e 16 − Vista do lodo flotado e sistema de remoção do lodo, respectivamente. Fonte: (Autoria própria, 2013). A curva de permanência das descargas líquidas (GRAF. 5) mostra que em 50% do tempo as vazões recebidas na ETAF são inferiores a 741L/s, uma vazão média de 840L/s e no tempo de seca 100% da vazão que chega destes córregos e entra na ETAF é tratado. Gráfico 5 − Descargas líquidas médias mensais dos córregos Ressaca e Sarandi (1998/1999). Fonte: (SUDECAP, 2002; Coutinho, 2007) As fotos 17, 18 e 19 registram um experimento que mostra o princípio da técnica de pressurização de mistura ar/água em câmera hiperbárica, a água é proveniente da recirculação do próprio efluente tratado e o ar de um sistema de compressores. Figura 17 − Injeção de microbolhas na água poluída Fonte: Autoria própria, 2013. Figura 18 − Mistura da emulsão Fonte: Autoria própria, 2013. Figura 19 − Coagulação e floculação das partículas sólidas(poluentes) Fonte: Autoria própria, 2013. A seguir estão apresentados na Tabela 3 os dados referentes aos parâmetros medidos nos meses de janeiro e fevereiro na ETAF. TABELA 2 − Resultados de Parâmetros físicos e químicos da água na ETAF em 2013. MESES UNIDADE janeiro fevereiro MÉDIA VAZAO MÉDIA L/s 583,00 689,10 638,1 VAZÃO DE PRO ETO L/s 750,0 750,0 750,0 VAZÃO TRATA A m /mês 957.048 1.109.769 1.080.436 CARGA ORGANICA AFLUENTE kgDBO/dia 5.792,69 3.774,72 2.905,31 CARGA ORGÂNICA EFLUENTE kgDBO/dia 241,78 919,87 576,23 CARGA ORGÂNICA REMOVIDA kgDBO/dia 5.550,91 2.854,86 2.329,08 kgDBO/dia 2592 2592 2592 0,307 0,218 0,204 CARGA ORGÃNICA DE PROJETO CUSTO m3 ESGOTO TRATADO 3 R$/m 3 DBO-AFL mg/L 115,0 63,4 52,7 DBO-EFL mg/L 4,8 15,5 8,9 EF-DBO % 95,8 75,6 83,1 DQO-AFL mg/L 214,3 160,0 128,2 DQO-EFL mg/L 27,2 39,1 35,6 EF-DQO % 87,3 75,6 72,3 SST-AFL mg/L 311,0 127,8 152,0 SST-EFL mg/L 74,0 20,6 58,2 EF-SST mg/L 76,2 83,9 61,8 SSV-AFL mg/L 32,0 100,2 72,5 SSV-EFL mg/L 60,0 52,6 60,6 SSF-AFL mg/L 279,0 27,6 79,7 SSF-EFL mg/L 14,0 38,2 15,1 Fonte: (COPASA 2013). 6.5.4 Outras ações da COPASA Segundo informações da COPASA, a mesma firmou convênio com a Prefeitura Municipal de Contagem e está realizando inúmeras obras, que incluem a implantação de infraestrutura urbana em áreas de ocupação desordenada às margens dos córregos, pois objetiva criar as condições necessárias à implantação do sistema de esgotamento sanitário. Essas intervenções contemplam implantação de sistemas de drenagem pluvial, contenções de margens e sistema viário na subbacia do Córrego Sarandi, tais como na Avenida Alterosas, Avenida João Gomes, Córrego Sandra Rocha- Parque São João, Avenida Tancredo Neves (segunda etapa), dentre outras. Essas obras tem objetivo de coletar e tratar, até dezembro deste ano, 95% do esgoto que chega à Lagoa. Em relação à sub-bacia do Córrego Água Funda, outro afluente da lagoa, a COPASA concluiu as obras de esgotamento sanitário para os bairros Boa Vista e Tijuca e está iniciando a operação dos Interceptores e Estação Elevatória Pampulha em 2013. Encontram-se com obras em andamento as redes coletoras e interceptores ao longo do córrego Braúnas, duas estações elevatórias e linhas de recalque para o bombeamento dos esgotos até os interceptores existentes, que, por sua vez, conduzem os efluentes à ETE Onça. As obras têm como objetivo otimizar o funcionamento do sistema de esgotamento sanitário já implantado pela COPASA e sanear novas regiões, eliminando lançamentos de esgotos nos afluentes e córregos que deságuam na Lagoa da Pampulha. Além disso, por meio do Programa Caça-esgoto, a COPASA vem incrementando as ações para a eliminação de lançamentos indevidos, nos corpos d’água afluentes à lagoa, e assim promover a melhoria da qualidade de suas águas. Atualmente estão em andamento as obras de interligação de redes coletoras e interceptores: • Implantação de Sistema de Esgotamento Sanitário da Vila São José (segunda etapa) e Califórnia; • Interligação do Interceptor da Vila Califórnia II; Interligação do Interceptor do Ribeirão Pampulha à montante da EEE Vila São Bernardo. A COPASA, através da Meta 2014 e do Programa Caça-Esgoto gerenciado pela DVME (Divisão de Macro operação da Metropolitana), juntamente com os distritos operacionais e em parceria com as Prefeituras de Belo Horizonte e Contagem, está implementando diversas intervenções, com grandes investimentos, num montante de R$102 milhões, para execução das obras, com o objetivo de sanear as sub-bacias afluentes à Lagoa da Pampulha que hoje ainda poluem os cursos d’água. É realizada a implantação de mais de cem quilômetros de redes coletoras e interceptoras, e serão construídas ao todo, nove estações elevatórias na região com um incremento de mais de 11mil novas ligações de esgoto. Além disso, a COPASA tem dado apoio na remoção de famílias para apartamentos alugados pela Prefeitura Municipal de Contagem, com vistas à implantação de interceptores na região. A COPASA criou ainda o Programa de recebimento e controle de efluentes para usuários não domésticos (Precend) objetivando apresentar aos empresários uma melhor alternativa ambiental, para o lançamento final dos efluentes líquidos. O Programa de Monitoramento de Corpos Receptores vem mostrando que a qualidade das águas dos córregos que alimentam a Lagoa da Pampulha ainda está abaixo dos limites estabelecidos, contudo os valores dos parâmetros monitorados, como por exemplo, carga orgânica, que representa os esgotos lançados nos córregos, vem sendo reduzidos significativamente à medida que as obras de saneamento são concluídas na bacia, principalmente no município de Contagem. A Estação de Tratamento de Esgoto do Ribeirão do Onça, construída pela COPASA, é responsável por tratar o esgoto das sub-bacias afluentes da Lagoa da Pampulha, tem hoje capacidade de tratar 1.800 litros por segundo ou 910.000 habitantes. Essa capacidade de operação poderá ser ampliada para 3.600 litros por segundo, com o atendimento a 1.600.000 habitantes. A unidade de tratamento é constituída pelos tratamentos preliminar e primário, onde são retirados cerca de 70% da carga orgânica e de sólidos grosseiros, e tratamento secundário constituído por filtros biológicos percoladores e decantadores secundários, que aumentam a remoção de carga orgânica para até 90%. A COPASA, também implantou mais de 12 quilômetros de redes coletoras e interceptoras nas sub-bacias da margem esquerda da Lagoa. 6.5.5 A Estação Elevatória de Esgoto Pampulha (EEE) Em abril de 2013, entrou em operação a Estação Elevatória de Esgoto da Pampula (EEE), de acordo com informações da COPASA, possui capacidade de 24 milhões de litros de esgoto por dia e bombeará todo esgoto recebido da margem esquerda da Lagoa para a margem direita, de onde será encaminhado para tratamento na Estação de Tratamento de Esgoto Onça (ETE). Dentro da estação está o primeiro Centro de Operação de Sistema (COS) do Estado, que permite monitorar, em tempo real, o funcionamento de 26 das 46 Estações Elevatórias de Esgoto que se encontram em operação na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A sua localização é favorável a logística e orápido atendimento das demandas. A Estação Elevatória vai permitir o atendimento da coleta e interceptação dos esgotos, dos bairros Tijuca, Amendoeiras, Bom Jesus e parte do Xangrilá, de Contagem. E com a entrada em operação dessa unidade, foi possível, desativar quatro antigas elevatórias — que não tinham capacidade para receber os esgotos gerados nesses bairros, reduzindo, dessa forma, o custo de operação. As fotos 20 a 22 mostram a elevatória. Figuras 20 e 21 − Caixas de areia-recebimento do esgoto e registros para passagem do esgoto, respectivamente. Fonte: (Autoria própria, 2013). Figura 22 − Centro de operações Fonte: (Autoria própria, 2013). 6.5.6 O Parque Ecológico da Pampulha Segundo a bióloga Marcela Lanza Bernardes, funcionária do local, o parque Promotor Francisco Lins do Rego, já conhecido como Parque Ecológico da Pampulha, é uma importante área ambiental de Belo Horizonte. Com uma área de 30 hectares, o espaço tem como prioridade oferecer à população programas voltados para a educação ambiental, atividades culturais, como shows, teatro, dança e exposições, promover entretenimento aos adultos e às crianças e despertar a consciência das pessoas pela preservação da natureza. A implantação do Parque faz parte do trabalho de recuperação da região, desenvolvido pela Prefeitura através do programa “Pampulha para Todos”. O local ocupa a antiga Ilha da Ressaca, formada por um acúmulo de sedimentos, que ao longo dos anos foram retirados do fundo da Lagoa da Pampulha devido aos desassoreamento realizados pela prefeitura de Belo Horizonte. De acordo com a bióloga do parque, o terreno levou 10 anos para se estabilizar e a transformação do espaço começou em 1997 com o plantio de três mil mudas de árvores, representantes dos ecossistemas: Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado, formando o bosque atual. No Parque Ecológico da Pampulha são desenvolvidas atividades permanentes na esfera da ciência, como pesquisa científica e visitas monitoradas. A infra-estrutura do Parque oferece pistas para caminhada e ciclismo, equipamentos de ginástica, playground, bebedouros, lanchonete, sanitários, um coreto e dois caramanchões. Para o visitante é visível a harmonia do projeto arquitetônico assinado pelos arquitetos Gustavo Pena e Álvaro Hardy, concebido de acordo com a paisagem e a urbanização da orla, conforme projeto original de Oscar Niemeyer. A área interna foi dividida em cinco partes, com o intuito de oferecer à população ambientes propícios ao descanso, ao lazer e à contemplação da natureza. Logo na entrada do parque, encontra-se a Esplanada, local destinado a apresentações culturais, shows e eventos, cercada por colinas verdes. No Bosque, pode-se fazer caminhadas e piqueniques. O Centro de Apoio é o espaço administrativo, onde também foi construído um espelho d’água, com capacidade de sete mil metros cúbicos de água. Além de abastecer o espelho, a mesma água é usada para a irrigação do parque. Existe no parque uma estação de tratamento de água para tratar a água para irrigação e para o espelho d’àgua. As áreas silvestres e de Proteção Ambiental são locais destinados à preservação da fauna e da flora naturais da região. Animais como gambá, capivara, iguana, jacaré-do-papo-amarelo, além de peixes e garças habitam o Parque. Quanto à flora, é composta por espécies pioneiras e colonizadoras como a jetirana, a leucênia e a mamona. As fotos 23 a 27 mostram a beleza do local. Figura 23 − Entrada do parque Figura 24 − Placa com mapa do parque Fonte: (Autoria própria, 2013). Fonte: (Autoria própria, 2013). Figura 25 – Árvores, espécies da Mata Figura 26 − Espelho d’água Atlântica, Amazônia e Cerrado Fonte: (Autoria própria, 2013). Fonte: (Autoria própria, 2013). Figura 27 − Capivara presente no parque Fonte: (Autoria própria, 2013). 6.5.7 A educação ambiental promovida pelo PROPAM O Propam também desenvolve ações educacionais voltadas para atender escolas e comunidade em geral, segundo o educador ambiental Arthur Celso Filho, por mês o centro de educação ambiental do Propam recebe uma média de 12 escolas. Na programação, os alunos assistem a palestras sobre a Lagoa e a importância de sua preservação e após este momento, é feita visitação à uma nascente e aos principais pontos da Lagoa da Pampulha. As figuras 28 a 31 mostram fotos da visita orientada. Figura 28 – Centro de Educação Ambiental Figura 29 − Maquete da bacia hidrográfica (Propam) apresentada aos visitantes Fonte: (Autoria própria, 2013). Fonte: (Autoria própria, 2013). Figura 30 − Nascente visitada Fonte: (Autoria própria, 2013). Figura 31 − Alunos em visita orientada Fonte: (Autoria própria, 2013). Além destas atividades o PROPAM realiza circuitos de percepção ambiental; prêmio “Águas da Pampulha”, que valoriza, identifica e dissemina a produção artística e literária relacionadas à preservação ambiental, produzidas por estudantes das escolas da bacia; projeto “Guardiões das Nascentes da Pampulha”, uma iniciativa de reconhecimento público aos proprietários de áreas com nascentes preservadas ou recuperadas na bacia; formação de multiplicadores em educação ambiental através de oficinas para educadores e formadores de opinião; Mobilização para coleta seletiva (Projeto “PET - Pampulha, Educação e Trabalho”); exposição itinerante em escolas e instituições da bacia; mobilizações diversas e participação em eventos. 6.5.8 Movimento Somos Pampulha O Movimento Somos Pampulha é uma instituição sem fins lucrativos que visa proteger as nascentes da Lagoa da Pampulha, e foi lançado em Belo Horizonte, no dia 19 de outubro de 2012. Os idealizadores do movimento são Carlos Augusto e Marcelo Haddad, ambos, moradores da Pampulha e que esperam ver em breve uma outra realidade da Lagoa. Os dois formaram uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), com o objetivo de lutar pelas melhorias, por obras de desassoreamento, limpeza de nascentes, educação ambiental, e outros. O Somos Pampulha vislumbra seis pilares de proteção da Lagoa e seu entorno, que merecem a atenção não só dos mineiros, mas, do país todo, pois, refere-se a um patrimônio cultural em nível federal. São eles: desassorear, reduzir e retardar novo assoreamento, retirar o esgoto dos córregos, tratar a água da lagoa, preservar nascentes e a educação ambiental. 6.5.9 Obras de urbanização da prefeitura Municipal de Belo Horizonte A Prefeitura Municipal de Belo Horizonte tem desenvolvido diversas obras de urbanização de vilas e favelas na área da bacia hidrográfica da Lagoa da Pampulha, intervenções essas fundamentais para o completo saneamento ambiental da região. O quadro 2 mostra as principais intervenções na urbanização. QUADRO 2 − Urbanização de vilas e favelas Vila/Conjunto Origem do recurso Tipo intervenção São Tomás Aeroporto Habitação Popular - Morar Melhor (PEHP) PGE, projetos, obras de urbanização, Novo Ouro OP Preto reassentamento; erradicação de risco geológico/geotécnico; remoção de famílias PGE (juntamente com a Vila Jardim Jardim PROPAM, OP, Programa Alvorada Estrutural em Área de Risco Antena (PEAR) Montanhês), projetos e obras de urbanização de vias; obras de tratamento de encostas. PGE; projetos, obras de urbanização, OP, PAT-PROSANEAR; Califórnia remoção e reassentamento, trabalho Programa PPI/CEF - social; Repasse do Governo regulamentação fundiária UMEI; BH Federal Cidadania PGE; projetos, obras de urbanização, remoção Coqueiral/Da PROPAM, OP, PEHP Paz medida compensatória do Ministério Público Jardim reassentamento; erradicação de risco geológico OP; Repasse de recursos de Paquetá e PROPAM, PBH Filadélfia PGE, obras de urbanização, remoção e reassentamento Projeto executivo de urbanização, regularização fundiária PGE, projeto e obras de urbanização Trevo OP Santo Antônio (Barroquinha Projeto e obras de urbanização, OP, PROPAM remoções e reassentamento de famílias Intervenção São José Programa PPI/CEF estruturante, abertura viária, remoção e reassentamento de famílias. Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente 6.5.10 Obras futuras da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Neste ano, serão executadas as obras de desassoreamento e recuperação da qualidade da água da Lagoa. Segundo o gerente de Planejamento e Monitoramento Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Weber Coutinho, o processo de desassoreamento da Lagoa da Pampulha, importante espelho d’água de Belo Horizonte deve começar a ser realizado em junho de 2013. O coordenador executivo do Programa Drenurbs, da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Ricardo Aroeira, afirmou que o sistema usado será uma dragagem de longa distância. Neste sistema, uma draga ficará sobre a água com uma bomba para retirar a lama do leito. Por uma tubulação flexível, o material será desidratado para retirada da água e, depois, enviado para o local de descarte. "Será um processo de menor impacto ambiental, sem ruído. O trabalho ocorrerá nas profundidades da lagoa entre 1,5 metros e dois metros, acabando com as ilhas de terra e devolvendo o espelho d'água em alguns pontos", disse o coordenador. O PROPAM –ganhou novo impulso com o acionamento, em abril de 2013, da nova Estação Elevatória de Esgoto (EEE) Pampulha, em substituição a quatro antigas elevatórias que já estavam obsoletas e foram desativadas. O secretário regional Pampulha, Humberto Abreu, informa que irá fazer, em parceria com a COPASA, o levantamento dos casos de ligação clandestina de esgoto nos córregos da bacia ou diretamente na lagoa. O objetivo é desencadear uma ação de conscientização e convencimento para a adesão ao novo sistema. “Colocaremos em campo nossas equipes de vigilância sanitária e de políticas sociais para explicar a importância dessa adesão para a nossa cidade. Aqueles que insistirem no lançamento clandestino de esgoto serão notificados, pois esse tipo de infração caracteriza crime ambiental”, esclareceu o secretário. O secretário adjunto de Obras de Contagem, Luiz Arnaldo Prata, informou que o município vizinho também irá desenvolver ações para estimular a população a fazer as ligações do esgoto predial à rede da COPASA. Para garantir a recuperação efetiva da Lagoa da Pampulha e de todo o seu entorno, que compõem o principal conjunto turístico e arquitetônico da capital, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vem recuperando áreas degradadas, executando obras de urbanização de vilas e favelas citadas na quadro 2 do item anterior, ampliando a coleta de lixo na região e promove atividades de proteção de nascentes. Weber Coutinho disse que são duas as ações imprescindíveis para esta fase decisiva do PROPAM, denominada Pampulha Viva – Meta 2014. Serão iniciadas pela PBH nos meses de junho e agosto: o desassoreamento da lagoa, estando prevista a retirada de 800 mil metros cúbicos de sedimentos do seu leito e o tratamento da água, por meio de tecnologias de ponta, como a bio-remediação (tratamento biológico com a introdução de microrganismos decompositores no corpo d’água), bem como a oxigenação/ozonização (à injeção de oxigênio na água na forma de ozônio (O3), juntamente com o íon hidroxila (OH-) e a radiação ultraviloleta) da água, técnicas que poderão ser empregadas em conjunto ou separadamente, de acordo com a melhor indicação técnica em cada momento. O investimento da PBH é de R$ 120 milhões e o prazo de conclusão dessas duas ações é de dez meses. “Com esse trabalho, nossa expectativa é que tenhamos, ainda no primeiro semestre de 2014, a qualidade da água da Lagoa da Pampulha enquadrada na classe 3, que permite a prática de esportes náuticos e pesca, em um ambiente sem maus odores”, afirmou Coutinho. Weber informou, ainda, que o Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMAM) já aprovou a licença para o desassoreamento e as obras poderão ser iniciadas ainda neste mês de junho. As obras serão executadas por um consórcio liderado pela Construtora Andrade Gutierrez. A proposta é que os sedimentos decorrentes dessas obras sejam levados para o aterro sanitário licenciado Paraopeba, em Contagem. 7 RESULTADOS Na atualidade, residem na bacia da Pampulha cerca de 500.000 pessoas, cujos esgotos ainda não se encontram totalmente coletados e interceptados, segundo dados da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A COPASA está desenvolvendo diversas ações e realizando vários programas, como o “Caça–esgotos” e também construíndo um grande número de obras de ampliação de suas redes de coleta, intercepção e destinação adequada dos esgotos de toda a região da bacia hidrográfica da Pampulha. A construção de mais de 100 quilômetros de redes coletoras, a inauguração da estação elevatória de esgoto Pampulha em 2013, a construção de nove elevatórias, entre outros, vão incrementar o atendimento de vários bairros da região da bacia hidrográfica da Pampulha de acordo com informações do técnico da COPASA Fernando Silva, funcionário da Divisão de Macro operação de esgotos dessa Empresa. Avanços têm sido alcançados na redução dos impactos da fonte de poluição pontual, por meio do aumento dos índices de coleta e interceptação, tanto dos esgotos domésticos, quanto dos efluentes industriais. Ao analisar os dados dos parâmetros físico químicos da água que é tratada na Etaf nos meses de janeiro e fevereiro fornecidos pela Copasa e apresentados neste trabalho, observa-se que a ETAF consegue retirar com eficácia a matéria orgânica que chega na Lagoa com uma eficiência de 85% na remoção da carga orgânica e de sólidos em suspensão e no período de seca trata todo o aporte que chega dos ribeirões Ressaca e Sarandi. A construção da Etaf, trouxe benefícios para a lagoa, porém seu desempenho é adequado apenas para a remoção da turbidez, matéria orgânica e sólidos suspensos. A remoção de nutrientes (fósforo e nitrogênio), de coliformes termotolerantes e de óleos e graxas, na estação não obtêm resultados suficientes para atender ao padrão de classe 2 (Coutinho, 2007). Segundo informações da COPASA, esta realiza atualmente o monitoramento da qualidade das águas da região em 9 pontos de amostragens em tributários diretos, próximos ao deságüe na Lagoa e em 3 pontos no ambiente represado, com freqüência mensal, além de caracterização de parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos. Os resultados obtidos nesse monitoramento indicam que as águas apresentam-se, em geral, qualidades compatíveis com as classes 4 e 5, indicando qualidade inferior aos limites legais da Classe 2 (IGAM 2006). O controle das fontes de poluição difusas como modificações nos leitos dos córregos, dragagens, movimentações de terra, desmatamentos das encostas, das matas ciliares e das áreas de nascentes, apresenta maior grau de complexidade devido às dificuldades de diagnóstico, controle e atuação do governo e COPASA. As intervenções da Prefeitura de Belo Horizonte ao longo dos anos demonstram sua preocupação e empenho no sentido de recuperar e preservar a lagoa e ações de sucesso merecem destaque, como a criação do Parque Ecológico da Pampulha, que além de ser uma excelente área de lazer, foi uma solução de engenharia interessante para o destino dos sedimentos, porém esta técnica não deverá ser usada novamente, devido a maiores reduções que causaria no espelho d’água. Com relação ao aporte de sedimentos, que provocam o assoreamento da lagoa, segundo dados da secretaria municipal de Belo Horizonte, a redução foi significativa com as intervenções na recuperação das áreas degradadas e mediante a urbanização de vilas e favelas, passando de um volume estimado na década de 90 de 380.000 m3/ano para cerca de 100.000 m3 /ano, atualmente. As parcerias das prefeituras de Belo Horizonte, Contagem, COPASA e entidades civis e a criação do PROPAM também apresentam pontos positivos no sentido de planejar e executar as ações. A educação ambiental desenvolvida pelo PROPAM é de extrema relevância para a lagoa, pois atinge a população e as novas gerações . Os dados sobre a qualidade das águas coletados regularmente e analisados pela COPASA, IGAM e LGAR são importantes, porquanto tem sido utilizados para possibilitar o planejamento das intervenções atuais e nortear ações futuras para o reservatório. Apesar de todos estes resultados significativos alcançados, ainda não foi possível solucionar totalmente o problema de recuperação ambiental da Lagoa da Pampulha, expectativa que o seja nos próximos anos, conforme previsão e mediante a conclusão das ações, programas e empreendimentos referidos nesta pesquisa. CONCLUSÕES Diante de todo o exposto apresentado neste trabalho, compreende-se a necessidade de concluir os projetos em andamento bem como consolidar as propostas de sustentabilidade para cumprimento de metas e resultados a curto, médio e longo prazo para recuperação ambiental da Lagoa da Pampulha. Considera-se uma das metas prioritárias para recuperação da Lagoa da Pampulha a obtenção de classe 3 para água do reservatório da Pampulha, na qual já seria possível pescar, praticar esportes náuticos. Como condição básica em se tratando de saúde pública, considera-se essencial a redução, a níveis aceitáveis e em conformidade com as Normas ambientais vigentes, a redução dos níveis de odores, incluindo nas áreas localizadas nas proximidades do aeroporto da Pampulha, onde essas condições são atualmente muito precárias e insuportáveis. Faz-se necessário a adoção de tecnologias que sejam mais eficazes a interceptação e o lançamento adequado dos esgotos domésticos e industriais, incluindo-se o rigoroso controle dos níveis de fósforo e nitrogênio existentes, visto serem estes dois elementos atualmente um dos maiores responsáveis pela eutrofização da Lagoa da Pampulha. Como a represa da Pampulha está em uma área de alto poder econômico da capital mineira, esse fato favorece a especulação imobiliária. Assim, considera-se esta situação se impõe como uma ameaça ao necessário estabelecimento das leis de uso e ocupação do solo. Percebe-se esse fato como um risco atual às condições ambientais da região, de tal forma que se não houver um rigoroso controle nessa situação, toda essa região, caracterizada como um dos mais belos cartões postais de Belo Horizonte, acaba se transformando em área de grande adensamento e verticalização, fato esse, infelizmente notório em outras partes da região metropolitana de Belo Horizonte. Essa realidade implica na necessidade de uma maior atenção e fiscalização por parte das autoridades públicas, órgãos ligados ao meio ambiente, setores responsáveis pela análise de projetos, órgãos credenciados pelo controle de obras, enfim a cooperação de toda a sociedade, de forma integrada, para evitar qualquer ação que venha ameaçar tanto os cursos d’ água existentes, quanto terrenos de alto valor histórico e caracterizados como acervos de interesse coletivo. Sob esse aspecto, será essencial o devido controle e fiscalização para que esse ambiente não seja prejudicado por ações de irresponsabilidade, descompromisso, descaso ou cobiça do homem. Apesar dos diversos desafios observados, principalmente devido ao grande número dos fatores e variáveis apresentadas, essa pesquisa demonstra que a conquista da recuperação e preservação da Lagoa da Pampulha, embora difícil, é viável. A obtenção desse sonho, requerer políticas e diretrizes continuadas, investimentos contínuos, estratégias governamentais preservadas, planejamentos definidos com base em dados técnicos e frutos de pesquisa cientifica, além obviamente do cumprimento de metas e prazos estabelecidos. Sem a colaboração das próprias populações estabelecidas geograficamente na área do entorno, inclusive aquelas estabelecidas às margens dos corpos d’água contribuintes da Lagoa da Pampulha, todas as ações propostas serão insuficientes. A conscientização ambiental de forma geral, onde cada cidadão coopere efetivamente com atitudes e boas práticas, por exemplo na redução o quanto possível de resíduos sólidos e suspensão responsável da emissão descontrolada desses em solo, são fatores indispensáveis para obtenção do propósito-estudo de caso dessa pesquisa. Conclui-se que os estudos sobre o tema deixam claro que é preciso, além de obras de infraestrutura e saneamento, a implementação de um Programa de ações integrado, único, continuado e disseminado por toda a RMBH. Esse Programa deve incorporar o monitoramento, manutenção, fiscalização, educação ambiental e conscientização da população sobre a importância das águas, bem como do meio ambiente geral em que vive, a fim de que se possa realizar sua melhoria, de forma eficaz e permanente. Essas são as premissas para a recuperação e proteção ambiental desse importante acervo ambiental do Estado de Minas Gerais - a Lagoa da Pampulha. REFERÊNCIAS ANEL. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Superintendência de Estudos e Informações Hidrológicas. Guia de Avaliação de Assoreamento de Reservatórios, Brasília, DF, 2000. ARAÚJO, Camila Camilozzi Alves Costa de A(Org.). LEÃO, Viviana (Colaboração) [et al.]. Manual para apresentação escrita de Trabalhos Acadêmicos. 2. ed. 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