AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS Relatório Agrupamento de Escolas Tenente Coronel Adão Carrapatoso VILA NOVA DE FOZ CÔA 22 a 24 abril 2013 Área Territorial de Inspeção do Norte 1 – I NTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de avaliação em junho de 2011. A então Inspeção-Geral da Educação foi incumbida de dar continuidade ao programa de avaliação externa das escolas, na sequência da proposta de modelo para um novo ciclo de avaliação externa, apresentada pelo Grupo de Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de março). Assim, apoiando-se no modelo construído e na experimentação realizada em doze escolas e agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver esta atividade consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de janeiro. ES C A LA D E AV AL I AÇ Ã O Ní v e i s d e c l a s s i f i c a ç ã o d o s t r ê s d o m í n i o s EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em campos relevantes. MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas Tenente Coronel Adão Carrapatoso – Vila Nova de Foz Côa, realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 22 e 24 de abril de 2013. As conclusões decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, em especial da sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso académico dos alunos, das respostas aos questionários de satisfação da comunidade e da realização de entrevistas. BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. Espera-se que o processo de avaliação externa fomente e consolide a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este documento um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e áreas de melhoria, este relatório oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de ação para a melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto muito aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa. A equipa de avaliação externa visitou a escolasede do Agrupamento e a Escola Básica de Freixo de Numão, com 1.º ciclo e educação pré-escolar. A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação. O relatório do Agrupamento apresentado no âmbito da Avaliação Externa das Escolas 2012-2013 está disponível na página da IGEC. Agrupamento de Escolas Tenente Coronel Adão Carrapatoso – VILA NOVA DE FOZ CÔA 1 2 – CARACTERIZAÇÃO DO A GRUPAMENTO O Agrupamento de Escolas Tenente Coronel Adão Carrapatoso, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, foi homologado em 19 de abril de 2002 sob a designação de Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Francisco Campos Henriques. Atualmente é constituído pela escola-sede, a Escola Básica e Secundária Tenente Coronel Adão Carrapatoso, com educação pré-escolar, e pela Escola Básica de Freixo de Numão, com 1.º ciclo e educação pré-escolar. Desde fevereiro de 2013, integra o Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP3). Conjugados os dados do perfil com os recolhidos no Agrupamento, no ano letivo 2012-2013, a população escolar é composta por 747 crianças, alunos e formandos: 68 da educação pré-escolar (cinco grupos); 210 do 1.º ciclo (11 turmas); 131 do 2.º ciclo (seis turmas); 184 do 3.º ciclo (10 turmas); 10 formandos do curso de educação e formação, tipo 2 (uma turma); 116 do ensino secundário regular (seis turmas) e 28 do profissional (três turmas). Da totalidade dos alunos, 7,7% do ensino básico e 15,3% do secundário não têm naturalidade portuguesa e, na mesma ordem, 37% e 49,3% não beneficiam de auxílios económicos no âmbito da ação social escolar. São fornecidos 38 suplementos alimentares. No que respeita às tecnologias da informação e comunicação, 45% dos alunos do ensino básico e 73% do ensino secundário possuem computador com ligação à internet em casa. Constituído por 87 profissionais, 81,6% do corpo docente têm mais de 40 anos de idade, 88,5% pertencem aos quadros e 89,7% têm 10 ou mais anos de serviço. O pessoal não docente é composto por 62 trabalhadores. É um corpo estável, pois todos têm contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado. Os indicadores conhecidos relativos à formação académica permitem verificar que 9% dos pais dos alunos do ensino básico e 7% do secundário têm uma formação superior, enquanto secundária e superior são, respetivamente, 24% e 22%. Quanto à sua ocupação profissional, e na mesma ordem, 14% e 16% exercem atividades profissionais de nível superior e intermédio. Convém referir, no entanto, que se desconhecem, respetivamente, 39% e 35,2% das profissões dos pais. De acordo com os dados disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência relativamente ao ano letivo de 2010-2011, os valores das variáveis, quando comparados com escolas de características semelhantes, demostram que, genericamente, o contexto sociocultural do Agrupamento, embora não seja dos mais favorecidos, é bastante favorável, em particular no que respeita à percentagem de raparigas do 4.º, do 9.º e do 12.º anos, à idade média dos alunos do 6.º e do 12.º anos, à percentagem dos alunos do 9.º ano sem auxílios económicos no âmbito da ação social escolar e, ainda à percentagem de docentes do quadro do 1.º ciclo. 3- A VALIAÇÃO POR DOMÍNIO Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação formula as seguintes apreciações: 3.1 – R ESULTADOS R ESULTADOS ACADÉMICOS Os procedimentos de avaliação do progresso educativo das crianças na educação pré-escolar afiguram-se apropriados. Com base em diversificados instrumentos de registo, elaboram-se fichas trimestrais numa Agrupamento de Escolas Tenente Coronel Adão Carrapatoso – VILA NOVA DE FOZ CÔA 2 perspetiva essencialmente formativa, as quais são dadas a conhecer aos encarregados de educação. Estes interagem ativamente com os educadores e acompanham os progressos dos seus educandos. Em 2010-2011, ano para o qual há referentes calculados, os resultados da avaliação externa observados estão aquém dos valores esperados para escolas de contexto análogo, à exceção da percentagem de positivas em Língua Portuguesa no 6.º ano e da média das classificações de exame de Matemática no 12.º ano, que se encontram acima dos valores esperados. Comparados com os verificados nas escolas do mesmo grupo de referência, os resultados situam-se aquém da mediana determinada para esse ano letivo, excetuando a média das classificações de exame de Matemática no 12.º ano, cujo valor está próximo da mediana, bem como a percentagem de positivas nas provas de aferição do 4.º ano e a média das classificações de exame em História no 12.º ano, valores que estão muito aquém da mediana. Relativamente às taxas de conclusão, os resultados encontram-se, para o ano letivo 2010-2011, aquém dos valores esperados para escolas de contexto análogo no 4.º e no 9.º ano e acima dos valores esperados nos 6.º e 12.º anos. Os mesmos resultados situam-se aquém da mediana para as escolas do mesmo grupo de referência. O Agrupamento, que apresenta variáveis de contexto socioeconómico e cultural acima ou na mediana, regista resultados que se situam, globalmente, em 2010-2011, aquém dos valores esperados quando comparados com os das escolas de contexto análogo e com as do mesmo grupo de referência, o que aponta para uma possibilidade de melhoria. Face ao observado na anterior avaliação externa, as taxas de transição/conclusão, no triénio 2009-2010 a 2011-2012, evidenciam uma tendência de descida contínua nos 1.º e 2.º ciclos, uma melhoria sustentada no 3.º ciclo e, apesar de terem baixado, uma relativa estabilização no ensino secundário. Concluíram o 3.º ano dos cursos profissionais nos anos letivos 2009-2010 e 2011-2012, respetivamente, 90,6% e 92,3% dos formandos. Os resultados da avaliação externa, na globalidade, melhoram no último triénio, aproximando-se das médias nacionais. Observam-se, porém, discrepâncias significativas entre as médias das classificações internas e externas em várias disciplinas do ensino secundário, com relevância para Historia A e Física e Química. Verifica-se, também, uma tendência de melhoria na qualidade do sucesso dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos que transitam sem negativas ou sem aproveitamento a uma ou mais disciplinas. Observa-se, assim, que o ponto fraco registado na anterior avaliação externa as taxas de transição/conclusão do 3.º ciclo e dos exames nacionais do 9.º ano, em Língua Portuguesa e no 12.º ano, em Matemática, inferiores às médias nacionais foi parcialmente superado. Os responsáveis escolares apontam fatores contextuais para explicar o insucesso que se verifica. No entanto, não obstante as várias medidas tomadas pelo Agrupamento, justificam, ainda, esse insucesso a falta de uma reflexão cuidada e sistemática sobre as suas causas no seio de alguns departamentos visando a identificação de estratégias eficazes para o debelar, o desempenho profissional de alguns docentes, bem como a desmotivação dos alunos e a falta de hábitos de trabalho. As taxas de abandono e desistência, no triénio, situam-se, no ensino regular, à volta de 0,5%, nos cursos de educação e formação em 4,5% e nos profissionais em 18,6%. R ESULTADOS SOCIAIS Observa-se a existência de práticas ajustadas ao desenvolvimento do processo educativo das crianças e dos alunos, incentivando-os a participar na elaboração de regras e códigos de conduta próprios, em complemento do estabelecido no regulamento interno, documento norteador que revelam conhecer melhor. Agrupamento de Escolas Tenente Coronel Adão Carrapatoso – VILA NOVA DE FOZ CÔA 3 Os alunos discutem os seus direitos e deveres, quer com os professores titulares e diretores de turma, quer em atividades realizadas no âmbito da formação pessoal e social, e realizam, periodicamente, assembleias de turma. Através da associação de estudantes e dos delegados de turma, fazem chegar à direção as suas ideias e propostas, as quais, por norma, são integradas no plano de atividades ou, se for o caso, nos documentos estruturantes, ultrapassando-se, assim, o ponto fraco da anterior avaliação externa o frágil envolvimento dos alunos na elaboração dos documentos estruturantes do agrupamento. Tendo o Agrupamento adotado a educação para a cidadania como uma área fulcral no processo educativo, os professores e o pessoal não docente incutem nos alunos o sentido de responsabilidade, de solidariedade, de tolerância e de respeito. Os discentes demonstram interesse pela envolvência social, levam a efeito diversas ações de cariz solidário com largo impacto no meio local, algumas delas de caráter intergeracional, onde se desenvolvem laços de afetividade com idosos, e corresponsabilizam-se pelas atividades que organizam. Estimula-se neles o espírito de interajuda e de inclusão, concretizado na integração dos alunos com necessidades educativas especiais nos espaços de convívio e recreio. O envolvimento dos alunos na conceção e cumprimento das regras e o estabelecimento de contratos pedagógicos têm contribuído para diminuir as situações de indisciplina. A aplicação de medidas disciplinares sancionatórias é residual (três casos em média no último triénio) e os comportamentos desadequados são tratados com medidas corretivas apropriadas. Após a conclusão da escolaridade, vários alunos continuam a manter com a sua escola um relacionamento próximo, como comprovam os jantares organizados com ex-alunos. O Agrupamento acompanha o percurso dos que se candidatam ao ensino superior e a ele têm acesso. No que respeita aos cursos das outras ofertas formativas, apesar de pontualmente conhecer os trajetos de alguns ex-formandos que o visitam, não estão instituídas práticas que permitam um acompanhamento mais alargado desses percursos no sentido de o Agrupamento poder (re)orientar a ação educativa. R ECONHECIMENTO DA COMUNIDADE A análise das respostas aos questionários aplicados no âmbito desta avaliação externa revela, em quase todos os indicadores, elevados níveis de satisfação por parte dos alunos do 1.º ciclo e dos pais e encarregados da educação das crianças da educação pré-escolar. O conhecimento das regras de comportamento da escola e a disponibilidade dos diretores de turma são realçados, respetivamente, pelos alunos do 2.º e do 3.º ciclo e do ensino secundário e pelos seus pais. Os trabalhadores elegem com índices mais elevados de agrado, entre outros, a abertura da escola ao exterior e o facto de gostarem de trabalhar nela, o conforto das salas de aula e a disponibilidade da direção. Os aspetos mais negativos são referidos pelos alunos dos 2.º e do 3.º ciclos e do ensino secundário e prendem-se com o uso de computador em sala de aula, a utilização da biblioteca, a participação em clubes e projetos e a comodidade das instalações. Os trabalhadores apontam o comportamento dos alunos e a falta de respeito como indicadores de maior insatisfação. As ações meritórias de solidariedade, as de destaque noutras atividades, designadamente no desporto escolar, teatro ou música, e os resultados académicos dos alunos são valorizados através dos quadros de valor e excelência. A divulgação no jornal ou nos blogues do Agrupamento, a participação em eventos nacionais ou mesmo internacionais e a realização anual de uma gala e de um sarau oferecidos à comunidade são procedimentos que se afiguram ajustados para elevar a motivação e a autoestima dos alunos. A comunidade local reconhece e valoriza o papel educativo e formativo do Agrupamento. Neste contexto, entre outras responsabilidades, salienta-se o facto de a autarquia lhe ter atribuído a presidência da comissão de análise das candidaturas à atribuição de bolsas de estudo a alunos do ensino superior e a envolvência da comunidade escolar em atividades promovidas no meio local. Agrupamento de Escolas Tenente Coronel Adão Carrapatoso – VILA NOVA DE FOZ CÔA 4 Em conclusão, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas do Agrupamento. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Resultados. 3.2 – P RESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO P LANEAMENTO E ARTICULAÇÃO O Agrupamento apresenta, desde a anterior avaliação externa, uma relativa melhoria na articulação interdepartamental. Apesar de o plano anual e plurianual de atividades contemplar um conjunto de iniciativas que promovem a interdisciplinaridade e uma maior articulação vertical e horizontal do currículo, esta ainda não é uma prática consistente e generalizada. Ocorre com maior regularidade a nível horizontal, sendo operacionalizada nos conselhos de turma. Os planos de grupo e de turma estão elaborados de forma a proporcionarem informação suficiente acerca das crianças e dos alunos, estabelecem linhas orientadoras para o trabalho a desenvolver no grupo ou turma e operacionalizam, em articulação com o projeto curricular do Agrupamento, as referências sociais e culturais locais. A informação transmitida sobre os percursos escolares das crianças e dos alunos pelos educadores de infância e docentes do 4.º ano no final do ano letivo e no início do seguinte tem sido relevante para proporcionar a sequencialidade de aprendizagens e facilitar a integração dos discentes na transição de nível e de ciclo. Contudo, subsistem roturas na transição de ciclos de ensino, essencialmente derivadas de diferentes práticas pedagógicas e modos de atuação de alguns docentes, designadamente no 3.º ciclo e no ensino secundário. No plano anual e plurianual encontra-se inscrito um conjunto de atividades que adequam o currículo às especificidades do meio local, nomeadamente eventos, projetos, visitas de estudo e atividades desenvolvidas no âmbito das tradições locais, da cultura e do desporto. Embora os planos de atividade dos diferentes departamentos curriculares revelem trabalho cooperativo dos docentes, não se evidencia eficácia na sua execução, nem uma reflexão conjunta e aprofundada sobre as causas do insucesso que se verifica, com vista a uma maior corresponsabilização pelas medidas tomadas. P RÁTICAS DE ENSINO Quer na educação pré-escolar, quer nos restantes níveis de ensino e de formação, as crianças e os alunos desfrutam de um conjunto de atividades que contribuem para o seu desenvolvimento integral. As planificações das atividades letivas têm em conta a evolução das aprendizagens e estratégias de ensino diferenciadas, contribuindo para uma maior motivação dos alunos. O Agrupamento, sempre que o diagnóstico revela situações de necessidades específicas, mobiliza atempadamente os recursos humanos de que dispõe para promover as respostas educativas mais adequadas aos que delas necessitam. As práticas de ensino, de modo geral, estão focadas no cumprimento dos objetivos definidos no início do ano letivo e têm por base os diagnósticos de conhecimentos e capacidades dos alunos que se vão realizando ao longo do ano. Porém, não se constatam evidências claras, nalgumas disciplinas, da adequação do ensino aos diferentes ritmos de aprendizagem dos alunos. A ausência de formas de Agrupamento de Escolas Tenente Coronel Adão Carrapatoso – VILA NOVA DE FOZ CÔA 5 atuação comuns dos professores nas turmas compromete a eficácia de práticas de incentivo à melhoria global dos resultados e dos desempenhos. Com recurso também às atividades dinamizadas pela biblioteca, que se revela funcional e centro difusor de projetos, de leitura e de estudo, valoriza-se a dimensão artística no percurso escolar das crianças e dos alunos, desenvolve-se a componente experimental e fomentam-se práticas de pesquisa as quais ganham visibilidade na concretização de diversos projetos nacionais e internacionais. O Dia do laboratório aberto com a realização de experiências para os diferentes níveis de escolaridade, inclusivamente para os alunos dos 3.º e 4.º anos, bem como a realização de teatros e saraus, entre outras atividades, comprovam a existência de práticas ativas e mobilizadoras no processo de ensino e de aprendizagem. Nas reuniões dos departamentos curriculares e dos grupos de recrutamento faz-se o acompanhamento e supervisão da prática letiva, recorrendo à verificação do grau de concretização das planificações, bem como da aplicação dos critérios de avaliação. A ausência de procedimentos institucionalizados de supervisão da prática letiva em contexto de sala de aula, ponto fraco já apontado na anterior avaliação externa, compromete a análise direta da eficácia das práticas de desenvolvimento do currículo, em termos do sucesso académico e o desenvolvimento profissional dos docentes. M ONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS Os critérios e as diferentes formas de avaliação das aprendizagens definidos são devidamente divulgados e conhecidos da comunidade escolar, sendo utilizados vários instrumentos de avaliação de acordo com as disciplinas e as competências a desenvolver, incluindo a autoavaliação. No entanto, a vertente formativa do processo de avaliação não é valorizada de igual modo em todas as disciplinas e por todos os professores. Nos departamentos curriculares analisa-se a evolução dos resultados e das medidas a tomar. No entanto, as discrepâncias verificadas entre as classificações internas e as externas, por vezes significativas nalgumas disciplinas do 12.º ano, indicam que os critérios de avaliação internos podem não estar bem definidos ou calibrados, ou são incorretamente aplicados. Relativamente à monitorização interna do desenvolvimento do currículo e à análise dos planos e programas próprios das turmas, constata-se que os conselhos de turma, no decurso do ano letivo, têm em conta as estratégias e as metodologias a implementar. Porém, a ausência de uma reflexão conjunta e aprofundada nos departamentos e conselhos de turma sobre as práticas de ensino e os seus resultados, contribuindo para uma análise mais consistente e precisa do seu impacto nas aprendizagens, tende, nalgumas situações, a revelar-se ineficaz em termos de superação das dificuldades identificadas e, consequentemente, na promoção do desejado sucesso escolar. Sendo os encarregados de educação devidamente informados sobre a evolução das aprendizagens dos seus educandos, a criação de outros percursos escolares, para além do ensino regular, bem como as medidas tomadas pelo Agrupamento em articulação com outras entidades locais, têm tido impactos positivos na prevenção da desistência e do abandono escolar. Em conclusão, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas do Agrupamento, o que justifica a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Prestação do Serviço Educativo. Agrupamento de Escolas Tenente Coronel Adão Carrapatoso – VILA NOVA DE FOZ CÔA 6 3.3 – L IDERANÇA E GESTÃO L IDERANÇA Em conexão com o projeto educativo e demais documentos estruturantes, as lideranças de topo e intermédias evidenciam uma visão estratégica clara, tanto relativamente às metas traçadas como aos meios de as alcançar. Perspetivam construir uma escola humanista e de sucesso para todos, valorizando igualmente as diferentes ofertas formativas proporcionadas. Verifica-se, assim, na comunidade escolar, coesão e vivência dos valores a desenvolver no processo educativo, as quais geram identificação com a cultura do Agrupamento. Ao nível estratégico, o planeamento global da ação educativa envolve o conselho geral, o qual procede também à sua monitorização. No entanto, afigura-se débil em termos de eficácia, como comprovam os resultados académicos. Neste âmbito, transparece que, no seio de algumas estruturas intermédias, com mais incidência nos departamentos curriculares, não se reflete o suficiente sobre as possíveis causas do insucesso. Focaliza-se a estratégia da direção na valorização e estímulo das lideranças intermédias e na existência de uma boa interação com a comunidade escolar e educativa. Efetivamente, observa-se uma relação saudável entre os profissionais do Agrupamento e os encarregados de educação, assim como uma cada vez maior participação destes na vida escolar. Existe, também, um clima de diálogo e de proximidade que permite prevenir conflitos. Os espaços e equipamentos são adequadamente utilizados. As diferentes lideranças revelam-se atentas à dinamização de projetos e parcerias nacionais e internacionais. Porém, não obstante alguns dos projetos serem vencedores em vários concursos, merecendo destaque os trabalhos inseridos no concurso nacional Ciência na Escola, a avaliação sobre o impacto efetivo na melhoria dos resultados está pouco desenvolvida e discutida, tendo em conta a sua (re)orientação. G ESTÃO Bem explícitos nos documentos, os critérios de organização e afetação dos recursos, bem como de constituição dos grupos e das turmas e de elaboração dos horários, são claros, devidamente divulgados e respeitados. Verifica-se o cumprimento das competências por parte dos diferentes órgãos. Na distribuição do serviço docente e na constituição dos grupos e das turmas, o Agrupamento privilegia a continuidade pedagógica, princípio que respeita sempre que os recursos humanos o permitem, e atribui o menor número possível de turmas aos professores para proporcionar um trabalho mais próximo com os alunos e com os pais. A avaliação do desempenho e a gestão das competências dos trabalhadores são adequadas e não motivam conflitos. Não obstante, no último triénio, se terem proporcionado algumas ações focalizadas essencialmente no uso e rentabilização das tecnologias da informação e comunicação, observam-se dificuldades ao nível da disponibilização de formação contínua ajustada às necessidades profissionais dos trabalhadores tendo em vista um melhor desempenho das suas funções. Os trabalhadores demonstram um espírito de entreajuda e trabalho cooperativo. Os circuitos de informação e comunicação interna e externa funcionam bem, com exceção da plataforma moodle que carece de dinamização. Em contrapartida, o acesso web à informação sobre o Agrupamento é fácil e útil. A UTOAVALIAÇÃO E MELHORIA No período subsequente à anterior avaliação externa, foram elaborados planos de melhoria com base no relatório então produzido. Verificando-se, porém, que, fruto da mobilidade docente, a equipa foi ficando cada vez mais reduzida e esses planos não foram monitorizados e avaliados com caráter sistemático e Agrupamento de Escolas Tenente Coronel Adão Carrapatoso – VILA NOVA DE FOZ CÔA 7 aprofundado. Apesar disso, observa-se alguma conformidade entre as ações desencadeadas e as recomendações aí registadas. Nomeada em setembro de 2012, sem formação para o efeito, mas com uma composição que integra representantes dos vários setores, a atual equipa de autoavaliação concebeu um plano visando fazer o diagnóstico organizacional do Agrupamento através de inquérito por questionário aplicado, por amostragem, a trabalhadores, pais e alunos. Apresentadas as conclusões deste trabalho aos órgãos competentes, delas resultaram planos de melhoria ajustados, a ser desenvolvidos pelas estruturas onde se verificavam debilidades, nomeadamente quanto aos resultados escolares, à articulação e sequencialidade curriculares, ao trabalho em equipa e ao desempenho do conselho geral, dos departamentos curriculares e dos conselhos de turma. Não obstante se verificar coerência entre as atividades pontuais de autoavaliação realizadas e algumas ações para a melhoria, o processo autoavaliativo do Agrupamento ainda é frágil, não revelando, por enquanto, um trabalho consistente que conduza à sua sustentabilidade e à promoção de ações sistemáticas de melhoria organizacional e do processo de ensino e de aprendizagem. Em conclusão, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas do Agrupamento, o que justifica a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Liderança e Gestão. 4 – P ONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento: A educação para a cidadania, refletida nas ações de cariz solidário realizadas pelos alunos, com impacto no meio local; A valorização da dimensão artística e experimental patente em várias iniciativas implementadas, com repercussões positivas nas aprendizagens dos alunos; O trabalho desenvolvido pela biblioteca, como centro difusor de projetos, de leitura e de estudo, com repercussões nos trabalhos de pesquisa dos alunos; O clima de diálogo e de proximidade que permite prevenir conflitos. A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus esforços para a melhoria são as seguintes: A identificação de estratégias eficazes capazes motivar e desenvolver hábitos de trabalho nos alunos visando a melhoria do sucesso académico; A implementação de mecanismos formais de acompanhamento dos percursos dos alunos após a sua escolaridade, em ordem à (re)orientação da ação educativa do Agrupamento; O fomento de práticas generalizadas de sequencialidade educativa, no sentido de eliminar roturas na transição de ciclos e níveis de ensino; Agrupamento de Escolas Tenente Coronel Adão Carrapatoso – VILA NOVA DE FOZ CÔA 8 A supervisão da prática letiva em contexto de sala de aula, como dispositivo de análise da eficácia das práticas curriculares e de promoção do desenvolvimento profissional dos docentes; A disponibilização de formação contínua ajustada às necessidades profissionais dos trabalhadores, com vista a um melhor desempenho das suas funções; A consolidação do processo de autoavaliação, como fator de sustentabilidade do Agrupamento e potenciador de ações de melhoria organizacional e do processo de ensino e de aprendizagem. A Equipa de Avaliação Externa: Henrique Ferreira, Manuel Eugénio Ferreira e Maria Zita Nunes Concordo. À consideração do Senhor Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, para homologação. Homologo. O Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar A Subinspetora-Geral da Educação e Ciência Maria Leonor Venâncio Estevens Duarte Digitally signed by Maria Leonor Venâncio Estevens Duarte DN: c=PT, o=Ministério da Educação e Ciência, ou=Inspeção-Geral da Educação e Ciência, cn=Maria Leonor Venâncio Estevens Duarte Date: 2013.09.30 09:54:24 +01'00' João Casanova de Almeida Assinado de forma digital por João Casanova de Almeida DN: c=PT, o=Ministério da Educação e Ciência, ou=Gabinete do Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, cn=João Casanova de Almeida Dados: 2013.10.01 12:36:29 +01'00' Agrupamento de Escolas Tenente Coronel Adão Carrapatoso – VILA NOVA DE FOZ CÔA 9