IX DOMINGO do Tempo Comum – Ano C Evangelho: Lc 7, 1-10 “Eu não sou digno que entres em minha casa” A FÉ SEM FRONTEIRA. Neste Evangelho de Lucas, Jesus deixa claro que, o alcance da salvação é para todos, sem distinção. O Pai Eterno O enviou como o único Salvador das suas criaturas, libertando a todos de todos os pecados que os possam afastar do caminho da salvação. Este é o pedido de um centurião Oficial Romano, certamente pagão, portanto um “inimigo” dos judeus, um ocupador da sua terra, mas apesar disso, é um homem bom, pois a passagem diz claramente que ele tinha muita afeição pelo seu servo, (o que naquele tempo seria coisa rara). Percebemos também que este homem se sente indigno de se aproximar de Jesus e por isso, pede a outros que por ele intercedam. A bondade de Deus é infinita, ela é mesmo para todos, basta que procuremos colocar na nossa vida, os princípios que Jesus trouxe como recado do Pai, mostrandonos que a libertação é para todos que a querem. O Centurião que não reconhecia em Jesus o Messias, o Prometido, o Enviado pelo Pai, para a salvação do seu povo. No momento de desespero ele encontra a salvação do seu criado, demonstrando o amor e a preocupação que tinha pelo mesmo e que, buscando Jesus para curá-lo, envergonhado, diz que não precisaria que Jesus fosse à sua casa, pois achava-se indigno de recebê-lo, mas que "dissesse apenas uma palavra" e o seu servo seria salvo. Demonstrando tamanha fé, Jesus não deixa de atendê-lo, e dizendo até que :-“Nem no povo de Israel vi homem com tamanha fé”. Meditemos ainda no fato de Jesus se admirar da fé daquele homem. Com efeito, aquele homem dando a perceber a sua autoridade sobre aqueles que ele comanda, reconhece em Jesus Cristo uma autoridade bem maior, ou melhor, a autoridade total, pois vai muito para além das coisas do mundo, acreditando o centurião, que Jesus Cristo com uma só palavra pode curar o seu servo. Detenhamo-nos então na frase: «Não te incomodes, Senhor, pois não sou digno de que entres debaixo do meu teto, pelo que nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas diz uma só palavra e o meu servo será curado.» Esta frase, usada na Liturgia da Eucaristia, «Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e eu serei salvo», mesmo antes de recebermos o Senhor em nós, nas nossas vidas, é repetida milhares de vezes todos os dias, nas mais diversas línguas, por esse mundo fora. Esta frase que nos une como irmãos, filhos de Deus, foi proferida pelo centurião que afinal poderíamos dizer em linguagem simples de hoje, “estava fora da Igreja de então”! Para que percebemos que não é o “pertencer à Igreja”, que não é o “ir à Missa”, que não é o “repetir Senhor, Senhor”, que nos salva, mas sim a fé em Jesus Cristo que a todos ama e chama por igual. E para correspondermos a esse amor temos que “viver a fé e ser Igreja”, temos que “participar e celebrar a Missa temos que “repetir Senhor, Senhor”, muito mais com o coração do que com a boca. As comunidades de fé e de amor são o novo templo, o lugar da presença libertadora de Jesus. CONCLUSÃO: Diante de pessoas que acreditam ou tem uma fé diferente da minha, qual é minha atitude: de respeito ou de rejeição? A atitude de humildade se manifesta no amor e no respeito dos outros. Como eu normalmente agindo? O Evangelho muitas vezes pode encontrar mais eco naqueles que estão fora da comunidade do que naqueles que estão dentro e que afirmam estar comprometidos com a palavra e ação de Jesus. Qual é a minha atitude? A compaixão é o motor que põe em movimento o amor, a misericórdia divina. O Deus cristão é um Deus que se deixa tocar pelas realidades humanas, porque está no meio delas, não é um Deus distante, é um Deus conosco, o Emmanuel! BÍBLIOGRAFIA: - Bíblia Sagrada - Vida Pastoral ano 54, Nº 290 - Como ler o Evangelho de Lucas, Storniolo Ivo, Paulus, 1992. - O Segredo do Evangelho, Moacir Casagrande, ESTEF, 2011 - O Caminho Aberto por Jesus, Pagola José Antonio Editora Vozes