Implante de silicone não deixa seios vulneráveis
Pesquisadores norte-americanos concluem estudo de quase 20 anos com 3.486
pacientes, e tranqüilizam as mulheres que remodelaram as mamas.
Pesquisadores do Instituto Internacional de Epidemiologia, sediado em Maryland, e do
Centro de Câncer Vanderbilt-Ingram, de Nashville, nos Estados Unidos, estão
convencidos de que implantes de silicone para aumento dos seios não elevam o risco de
câncer de mama. Pelo contrário, parecem até reduzi-lo. Em compensação, suspeita-se
que mulheres que se submetem à cirurgia de remodelação do corpo, com o silicone,
correriam riscos maiores de ter câncer no pulmão.
Os cientistas advertem, no entanto, que os resultados obtidos por eles na pesquisa,
envolvendo 3.486 mulheres suecas, observadas ao longo de 18,4 anos, podem estar
relacionados a fatores ainda não examinados em profundidade. Por exemplo, o fato de
serem mães ou, então, de consumirem tabaco.
Os pesquisadores ressaltam, de qualquer forma, que esse é o estudo mais longo a
acompanhar mulheres com implantes.
A Agência Internacional de Pesquisa do Câncer já havia concluído que implantes de
silicone não causavam câncer, uma posição defendida por várias outras instituições
científicas. Mas os cientistas norte-americanos disseram que queriam fazer um estudo
definitivo e de longa duração, já que algumas pesquisas e casos levantaram dúvidas
sobre a questão.
COMPARAÇÕES Os integrantes do grupo que levou o estudo adiante, dentro e fora
dos EUA, identificaram 180 cânceres em mulheres com implantes. Em comparação,
eles esperavam encontrar 193 casos em uma amostra similar da população geral. Das
mulheres com implantes, 20 tiveram câncer de pulmão, enquanto a projeção era de
nove. Esse número pode ter relação com o cigarro. Mas apenas 53 tiveram câncer de
mama, 19 casos a menos do que o esperado.
Os pesquisadores disseram que as mulheres que colocaram silicone eram geralmente
mais magras, tinham mais filhos e haviam dado à luz mais cedo - fatores associados
com uma diminuição no risco de câncer de mama. O estudo também concluiu que não
há evidências de que implantes nos seios aumentem o risco de outros cânceres.
Para Hazel nunn, da ONG Câncer Research UK, o estudo tranquiliza as mulheres que
têm implantes. Mas ele adverte que as mulheres com implantes não devem esquecer de
avisar que fizeram a cirurgia quando forem se submeter a mamografias, uma vez que o
silicone pode interferir nos resultados dos exames.
Fonte: Estado de Minas
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