Pesquisa
55ª Feira do Livro
de Porto Alegre
Consultores:
Bianca Airoldi Accorsi
Guilherme Carraro Corrêa Del Porto Petrilli
Gustavo Zampieron Pessi
Pedro Oliveira Barbosa
Tayane de Oliveira Mônaco
Gestor Coordenador:
Lucas Hoerlle Torres
Professora Orientadora:
Professora Liliane Rohde
Porto Alegre, 26 de novembro de 2009.
ESPM Jr.
ÍNDICE
1.
SUMÁRIO EXECUTIVO ........................................................................................ 3
2.
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5
3.
A FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE ........................................................... 6
4.
SITUAÇÃO PROBLEMA....................................................................................... 7
5.
PESQUISA 1 – PRÉ-FEIRA .................................................................................. 8
5.1. OBJETIVOS ...................................................................................................... 8
5.2. ESTRATÉGIA METODOLÓGICA............................................................................ 9
5.3. APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.......................... 10
5.3.1. Cruzamentos ......................................................................................... 19
5.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 22
5.5. SUGESTÕES ................................................................................................... 24
5.6. LIMITAÇÕES ................................................................................................... 25
6.
PESQUISA 2 – FEIRA DO LIVRO....................................................................... 26
6.1.
6.2.
6.3.
7.
OBJETIVOS .................................................................................................... 26
ESTRATÉGIA METODOLÓGICA.......................................................................... 27
APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.......................... 28
GRUPO FOCAL .................................................................................................. 44
7.1. APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.......................... 44
7.1.1. Frequentadores ..................................................................................... 44
7.1.2. Formadores De Opinião ........................................................................ 50
8.
ANEXOS ............................................................................................................. 56
8.1.
8.2.
8.3.
8.4.
8.5.
8.6.
8.7.
8.8.
8.9.
9.
QUESTIONÁRIO PRÉ-FEIRA DO LIVRO POA 2009 ............................................. 56
QUESTIONÁRIO FEIRA DO LIVRO ...................................................................... 58
ROTEIRO GRUPO FOCAL .................................................................................. 61
RELEASE INFORMATIVO – PRÉ-FEIRA DO LIVRO ............................................... 62
RELEASE 55ª FEIRA DO LIVRO ......................................................................... 63
LIVROS MAIS COMPRADOS .............................................................................. 65
TRANSCRIÇÃO GRUPO FOCAL – FREQUENTADORES .......................................... 67
TRANSCRIÇÃO: GRUPO FOCAL – FORMADORES DE OPINIÃO ............................. 86
LIVROS COMPRADOS NA FEIRA........................................................................ 97
REFERENCIAS ................................................................................................. 103
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1. SUMÁRIO EXECUTIVO
Este presente documento foi realizado para a Câmara Rio-Grandense do Livro,
em especial para a 55º Feira do Livro. O processo dividiu-se em duas etapas: uma
anterior à Feira e outra durante essa. Na etapa que ocorreu no período pré-Feira,
usou-se apenas a vertente quantitativa de pesquisa. Já na fase que ocorreu durante a
feira, aconteceram duas diferentes metodologias de pesquisa, a quantitativa e a
qualitativa.
A etapa de pesquisa pré 55º Feira do Livro foi realizada no período entre os
dias 14 e 19 de outubro em lugares de grande circulação de pessoas na cidade de
Porto Alegre. A amostra foi de 432 pessoas, a margem de erro de 5% para mais ou
para menos, e tinha como principal objetivo identificar a opinião das pessoas sobre a
55ª Feira do Livro de Porto Alegre.
Após a pesquisa, foi concluído que 93,3% dos entrevistados conhecem a feira,
porém apenas 64,1% costumam frequentá-la. Somente 5,6% das pessoas da amostra
sabiam quem era o realizador da feira enquanto 11,1% das pessoas acreditavam que
sua o realizador era a prefeitura de Porto Alegre. Uma maioria de 35,9% das pessoas
prefere comprar na Feira do Livro a comprar em livrarias. E a justificativa dada por
34,5% das pessoas é a maior variedade de livros dessa. Entre diversos outros dados,
por fim, viu-se que 54,4% das pessoas possuíam uma expectativa maior para essa
feira em relação às Feiras anteriores.
A etapa da pesquisa que ocorreu durante a Feira foi dividida em quantitativa e
qualitativa, como já citado. Na vertente quantitativa foram desenvolvidas 60 pesquisas
por dia, totalizando em 1033 pessoas. O principal objetivo desta pesquisa foi identificar
o perfil do frequentador da 55º Feira do Livro de Porto Alegre. A margem de erro da
pesquisa foi de 5% para mais ou para menos.
Conclui-se com a pesquisa quantitativa que ocorreu durante a Feira que 53,6%
dos frequentadores desta costumam ir todos os anos a ela, porém uma maioria de
41% vai apenas uma vez por edição. Entre estes frequentadores, 88,6% costumam ir
para comprar livros, e destes, 57,4% costuma pagar com dinheiro. O principal motivo
que leva as pessoas até a Feira é o lazer, com 28,8%. Entre diversos outros dados, foi
perguntado para os frequentadores qual o seu grau de satisfação com a Feira em uma
escala de 1 a 5, a nota que mais apareceu foi 4, com 46,7%.
A pesquisa qualitativa se resumiu a dois grupos focais, um com frequentadores
da própria Feira e outra com formadores de opinião, e três entrevistas em
profundidade com transeuntes.
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Com o grupo focal com frequentadores e as entrevistas em profundidade foi
concluído que a Feira do Livro é considerada muito importante para a cidade e a
população de Porto Alegre. Além disso, conclui-se que apesar de toda a importância
dela muitos a consideram exageradamente comercial, apesar de ser considerada um
evento cultural. Os públicos que costumam frequenta–la são muito variados, segundo
os entrevistados. Foi dito que os preços da feira são muito elevados, e isto acaba por
causar uma elitização da Feira, porém, foi dito também que ela é um evento popular,
entre diversas outras coisas.
Através da realização de um grupo focal com cinco pessoas, selecionadas pela
Câmara do Livro e consideradas formadoras de opinião, foi possível coletar
informações muito diferenciadas das já existentes. Pode-se concluir, segundo os
participantes, que a Feira é de extrema importância para a cidade e principalmente
para quem dá valor a ela, e que o público que a frequenta, é justamente toda a cidade.
O grupo também entendeu que a internet e suas ferramentas devem ser cada vez
mais exploradas, e que as instalações da Feira estão boas, mas podem melhorar.
Houve também uma unanimidade ao dizer que a Feira é mais cultural do que
comercial, ainda assim uma das sugestões pedia que ela fosse ainda mais cultural,
outra por sua vez reclamava mais informações referentes aos eventos.
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2. INTRODUÇÃO
A Feira do Livro é um importante evento que ocorre na cidade de Porto Alegre
no Rio Grande do Sul. Em função da preocupação com a realização do evento, a
Câmara Rio-Grandense do Livro solicitou à ESPM Jr a realização de uma pesquisa.
Nessa pesquisa houve uma divisão entre duas etapas: a pré-Feira, onde foram
descobertos dados das pessoas que frequentariam a Feira. A outra etapa trata de uma
pesquisa concomitante ao Evento, que se divide em qualitativa e quantitativa e tem o
intuito de identificar o perfil do frequentador.
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3. A FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE
Idealizada pelo jornalista Say Marques, diretor-secretário do Diário de Notícias,
em 1955, a Feira do Livro de Porto Alegre foi inspirada em uma feira realizada na
cidade do Rio de Janeiro, na Cinelândia. O idealizador tinha como objetivo popularizar
o livro, movimentando o mercado editorial e oferecendo descontos atrativos. Na
década de 50 as livrarias eram consideradas elitistas, assim, o lema da primeira
edição da Feira foi “Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo”.
A Praça da Alfândega, local onde tradicionalmente ocorre a feira, era um local
com grande circulação de pessoas na época, e a população de Porto Alegre era de
aproximadamente 400 mil habitantes. Em 16 de novembro de 1955 foi realizada a
primeira edição, com 14 stands de madeira instalados em torno de um monumento da
praça. Na segunda edição da Feira começaram a surgir os eventos que são
tradicionais na Feira, como as sessões de autógrafos. O sistema de crediário foi
implementado na terceira edição. Somente nos anos 70 que a Feira do Livro tornou-se
um evento popular, com uma programação cultural atrativa. Na década de 80
começaram a venda de livros usados. Com o surgimento de leis de incentivo a cultura
dos governos estadual e federal nos anos 90, a Feira conseguiu o apoio de grandes
patrocinadores. Atualmente, a Feira se distingue por fazer parte do Patrimônio
Histórico-cultural da cidade.
Já é tradição a escolha do Patrono da Feira do Livro. Até 1983 eram escolhidos
escritores e livreiros já falecidos, porém, a partir de 1984 passaram a ser escolhidos
escritores gaúchos ou radicados no estado ainda em atividade. Já foram
homenageadas figuras como Alcides Maya, Erico Veríssimo, Mario Quintana, Moacyr
Scliar, entre diversas outras grandes personalidades. No ano de 2009 o escritor
gaúcho Carlos Urbim foi escolhido o patrono da 55ª Feira do Livro de Porto Alegre.
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4. SITUAÇÃO PROBLEMA
Como já explicado, a Feira do Livro é um tradicional evento que ocorre em
Porto Alegre todos os anos na Praça da Alfândega. Esse evento cultural é de
fundamental importância para a cidade, visto que já se tornou uma tradição e que
recebe aproximadamente dois milhões de pessoas ao ano. A Feira engloba diversas
opções de entretenimento tais como: sessão de autógrafos de autores, praça de
alimentação, palestras, hora do conto para as crianças, entre outros.
Está para iniciar a 55º edição da Feira do Livro, organizada pela Câmara do
Livro. Em outros anos, foram realizadas pesquisas para saber quem são os
freqüentadores da Feira e o que querem ao visitá-la, porém essas dúvidas não foram
respondidas com êxito. Assim, a Câmara do Livro tem dificuldade em conhecer o perfil
dos frequentadores da dessa, e os motivos pelos os quais eles a frequentam ou
deixam de frequentar.
A solução dessas dúvidas irá ajudar na busca de respostas para a realização
de uma melhor Feira, satisfazendo com mais precisão o gosto e as necessidades dos
frequentadores. Desse modo, descobriu-se o que as pessoas pensam sobre a Feira
do Livro Assim e qual é o perfil desses frequentadores.
Esses fatores analisados são premissas importantes para serem respondidas
através de pesquisas. Essas situações originaram três pesquisas, cujos objetivos,
métodos e resultados estão apresentados na sequência.
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5. PESQUISA 1 – PRÉ-FEIRA
5.1. Objetivos
Para o desenvolvimento desta pesquisa foi necessário detectar quais seriam os
objetivos geral e específicos para que as perguntas fossem desenvolvidas com foco
nesses.
5.1.1.Objetivo geral
•
Identificar a opinião das pessoas sobre a 55ª Feira do Livro de Porto
Alegre.
5.1.2.Objetivos específicos
•
Mensurar a quantidade de pessoas que pretendem comparecer a 55ª
Feira do Livro de Porto Alegre;
•
Identificar os motivos pelos quais algumas pessoas não vão à Feira;
•
Avaliar o conhecimento das pessoas em relação à Feira do Livro.
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5.2. Estratégia Metodológica
Para saber qual a opinião dos cidadãos sobre a Feira do Livro de Porto Alegre,
bem como os motivos que os levam a frequentar ou não a feira, foi elaborada uma
pesquisa quantitativa, a qual segundo Malhotra (2001) é uma metodologia que procura
quantificar os dados e generaliza os resultados da amostra para a população-alvo.
Normalmente, aplica-se uma análise estatística. Creswell (1994) acredita que a
pesquisa quantitativa é uma pesquisa que pode ser generalizada e que utiliza
estatística. A coleta de dados é estruturada e a amostra é composta por grande
número de casos representativos. Para os resultados recomenda-se uma linha de
ação final.
A coleta será realiza em sete pontos que tem grande circulação de pessoas na
cidade de Porto Alegre (Avenida Assis Brasil, Avenida Wenceslau Escobar, Calçadão
de Ipanema, Centro, Parcão, Parque Farroupilha – Redenção e Praça da Encol) entre
os dias 14 a 19 de outubro. A amostra será aleatória e composta por 432 pessoas,
utilizando aparelhos PDA’s, facilitando a coleta e a tabulação. Após a etapa de coleta,
analisaremos os dados no software estatístico Sphinx.
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5.3. Apresentação dos Dados e Discussão dos
Resultados
A seguir seguem os dados e a análise obtidos através da aplicação dos
questionários para a etapa Pré-Feira do Livro. A ordem dos resultados está de acordo
com a ordem das perguntas. No final serão apresentados cruzamentos de algumas
questões que revelam curiosidades sobre a Feira, bem como, hábitos de leitura dos
entrevistados.
Pergunta: Você costuma ler livros?
A maioria dos entrevistados afirma que costuma ler alguns livros (66,7%), em
segundo lugar aparece a opção “Muitos” com 22,2%, e em terceiro lugar, com 11,1%,
a opção “Nada”. Percebe-se que grande parte dos entrevistados lê alguns livros, e
este serão quantificados na questão abaixo.
Pergunta: Quantos livros você lê por ano?
26,6% dos entrevistados leem 10 ou mais livros por ano, já 14,1% leem apenas
dois livros nesse mesmo período de tempo. Os entrevistados que afirmam ler três
livros por ano são 12,7% da amostra. Assim percebe-se que a maioria dos
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entrevistados tem um índice de leitura muito elevado, o que é bom para a Feira do
Livro, pois, desta forma, esses podem comprar os livros que pretendem ler no ano na
Feira, gerando uma maior venda no evento.
Pergunta: Você conhece a Feira do livro?
A maioria dos entrevistados, 93,3%, conhece a Feira do Livro, o que é um
número muito expressivo. Assim é possível afirmar, que a Feira é um evento que está
na sua 55ª edição e já faz parte do calendário cultural da cidade de Porto Alegre.
Pergunta: Você sabe (em que mês) quando será realizada a Feira do Livro
2009?
Mais da metade dos entrevistados afirma saber em qual período a Feira é
realiza. Isso mostra que essa é um evento tradicional na cidade e as pessoas sabem
que é realizado entre o final do mês de outubro e começo do mês de novembro, como
se pode ver no gráfico representado a seguir.
Pergunta: Quando?
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Como comentando anteriormente, a maioria dos entrevistados sabe que a
Feira realiza-se nos meses de Outubro (34%) e Novembro (24,3%), totalizando 58,3%.
40,3% das pessoas não sabem em que período essa é realiza. É interessante que
1,3% das pessoas afirmaram que sabia quando a Feira era realizada, mas citou um
mês errado.
Pergunta: Como ficou sabendo da Feira do Livro?
A tradição da Feira do Livro e o trânsito de pessoas pela Praça da Alfândega,
juntas, equivalem a 27,1%. A televisão foi o meio de comunicação mais citado pelos
entrevistados, com 24,6%, mostrando que é um meio eficiente para atingir o público da
Feira. O jornal foi o segundo meio mais citado, com 18,2%, mostrando que ainda é um
meio bastante eficiente para divulgação. Já a internet (soma de “sites de busca”, “site
da Feira”, “sites de relacionamento” e “Twitter”) foi citada por apenas 1% dos
entrevistados, mostrando que essa comunicação não está sendo eficiente para a
divulgação da Feira. Seria bom se as ações digitais da Feira fossem mais anunciadas
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para que as pessoas comecem a ter um conhecimento da Feira através da internet, já
que esse é um meio muito mais barato que os tradicionais, e que segundo pesquisas
realizadas pelo IBGE, a internet vem crescendo e atingindo muitos públicos diversos.
Pergunta: Quem é responsável pela realização da Feira do Livro?
A grande parte da amostra entrevistada (77,5%) não tem a mínima ideia de
quem é o realizador da Feira. Já, 11,1%, acreditam ser a Prefeitura de Porto Alegre.
Só 5,6% dos entrevistados sabem que o realizador é a Câmara do Livro. Outros
órgãos do Governo (Secretária da Cultura, Governo Estadual e Federal) somam 3,1%
dos entrevistados. Isso não é bom para a Câmara do Livro, pois ela realiza um evento
há 55 anos e não tem reconhecimento da população. Outro ponto negativo é que
apesar da Câmara do Livro ser uma entidade civil, o evento é atribuído a entidades
públicas. Talvez a comunicação da Câmara do Livro devesse melhor, dando mais
ênfase de que é ela quem realiza a Feira do Livro e de que ela é uma entidade civil.
Outra sugestão é ter mais divulgação da marca da Câmara do Livro no próprio site da
Feira, já que este não aparece muito no site.
Pergunta: Você costuma frequentar a Feira do Livro?
64,1% das pessoas que responderam à pesquisa costumam frequentar a Feira.
É um número inferior aos 93,3% que afirmam conhecer a Feira, isto mostra que
conhecer a Feira não significa frequenta-lá.
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Pergunta: Se não, por quê? (Aberta)
Dos 35,9% dos entrevistados que não frequentam a Feira foi questionado o
motivo e 15,3% afirmaram que não possuem tempo para ir à praça. O segundo motivo
mais citado foi o grande movimento de pessoas (5,9%), o que, para muitos, dificulta a
circulação e a compra de livros. Dentro da opção “Outros” (5,9%) o motivo mais citado
foi por não residir em Porto Alegre. Os 61,2% (Não resposta) representam as pessoas
que costumam frequentar a Feira, assim, não responderam essa pergunta.
Pergunta: Você pretende visitar a Feira do Livro de Porto Alegre em 2009?
Somando as opções “Sim” e “Sim, com certeza” obtemos 72,9% de pessoas
que pretendem visitar a Feira no ano de 2009. 14,8% das pessoas afirmaram que
talvez compareçam a 55ª edição. Sugere-se que as ações de marketing e
comunicação sejam focadas nessas pessoas indecisas, para haver um aumento de
visitas à Feira.
Pergunta: Se sim, por quê?
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34,5% das pessoas que pretendem visitar a Feira do Livro de 2009 são
atraídas pela variedade de livros, pois a quantidade de bancas proporciona uma
grande oferta de livros em comparação a uma livraria. 20,3% pretendem visitar a Feira
por lazer, isto é, passear sem nenhum compromisso, levar as crianças para conhecer
o evento. O preço, uma grande atração, com 13,6% dos entrevistados afirmando ser o
motivo de visitar o evento. Apenas 4,1% dos entrevistados afirmam que pretendem
visitar a Feira para apreciar os eventos, como palestras, oficinas e sessões de
autógrafos, que são proporcionados gratuitamente. Dessa forma, sugere-se uma maior
divulgação destes eventos, gerando maior conhecimento destes e trazendo mais
visitantes ao evento.
Pergunta: Em sua opinião, qual a maior atração da Feira do Livro?
Dos entrevistados, um total de 42,1% acredita que a variedade de livros é a
maior atração da Feira, seguido pelo baixo preço, com 12,5%. Ambos são uma das
características do evento que é realizado há mais de 50 anos na cidade. O evento em
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si é considerado a maior atração por 9,4% dos entrevistados, mostrando a tradição da
Feira na vida do portoalegrense.
Pergunta: Quais suas expectativas para a Feira do Livro 2009?
Um pouco mais da metade dos entrevistados, 54,4%, acreditam que a Feira
será melhor do que as anteriores, visto que elas sempre esperam que algo melhore.
19% dos entrevistados esperam que a Feira seja igual, pois acreditam que o evento
frequentado anteriormente está de acordo com suas expectativas.
Pergunta: Você frequenta livrarias?
72,9% afirmam frequentar livrarias, o que mostra que a maioria dos
entrevistados possui certa familiaridade com livros, o que pode ser bom para a Feira,
já que este é o seu maior produto.
Pergunta: Você prefere comprar em livrarias ou na Feira?
35,9% afirmam preferir comprar na Feira do Livro a comprar nas Livrarias. Já a
opção “Não tenho preferência” (27,8%) está muito próxima das que preferem Livrarias
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(29,6%) . Então, percebe-se que mesmo a Feira do Livro acontecendo apenas uma
vez ao ano, ainda detém a preferência na hora de comprar livros.
Pergunta: Qual seu gênero literário favorito?
O gênero literário preferido pela maioria é o Romance (24,5%), seguido de
livros Técnicos - livros de teoria - (12,6%). O terceiro lugar pertence ao gênero Espírita
(12,1%). Dentro de “Outros” (11,7%) os mais citados foram História, Suspense e
Policial.
Pergunta: Sexo
A pesquisa foi feita com mais mulheres (61,1%) do que homens (38,9%).
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Pergunta: Idade
A maioria dos entrevistados possui entre 20 a 30 anos (23,1%), seguidos de
pessoas com 30 a 40 anos (19,4%).
Pergunta: Nível de escolaridade
A maior parte dos entrevistados possui Ensino Superior (43,1%), seguido de
Ensino Médio (40%), e Ensino Fundamental (11,8%).
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5.3.1.Cruzamentos
Cruzamento: Motivo pelo qual preferem Livrarias à Feira do Livro.
Livrarias X Feira Não resp livrarias
osta
feira
não tenh TOTAL
o preferê
ncia
Motivo
Não resposta
19,7%
0,7%
0,7%
78,9%
100%
Preço
0,0%
7,6%
89,8%
2,5%
100%
Acesso
0,0%
91,0%
9,0%
0,0%
100%
Atendimento
0,0%
94,1%
5,9%
0,0%
100%
Movimento
0,0%
80,5%
19,5%
0,0%
100%
Estrutura
0,0%
64,7%
35,3%
0,0%
100%
Estacionamento
0,0%
100%
0,0%
0,0%
100%
Segurança
0,0%
100%
0,0%
0,0%
100%
Variedade de Livros
0,0%
16,1%
83,9%
0,0%
100%
Não sei
0,0%
75,0%
0,0%
25,0%
100%
Outros
0,0%
64,1%
35,9%
0,0%
100%
TOTAL
6,7%
29,6%
35,9%
27,8%
100%
Os valores da tabela são os percentuais em linha estabelecidos sobre 432
observações.
As pessoas preferem livrarias por três principais razões: Atendimento (94,1%),
Acesso (91%) e Movimento (80,5%). A Primeira razão refere-se ao atendimento mais
individualizado que a livraria proporciona. Entende-se por ‘acesso’ a localização da
livraria e a facilidade de chegar ao local; Na terceira questão imagina-se que seja o
moderado movimento que possui uma livraria, que em relação à Feira é menor.
As pessoas preferem a Feira do Livro por três principais razões: Preço (89,8%),
Variedade (83,9%) e Movimento (35,9%). Entende-se o primeiro como o preço baixo
que a Feira tradicionalmente oferece em relação às livrarias. ‘Variedade’ é a
diversidade de livros oferecidos pela Feira, e ‘Movimento’ é o elevado número de
pessoas que a Feira normalmente possui, visto com bons olhos pelos frequentadores
do evento.
A minoria das pessoas que não possui preferência entre livrarias e Feira do
Livro dão mais importância ao preço.
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Cruzamento: Qual gênero literário é preferido por cada sexo?
Com o gráfico percebe-se que diferente dos homens, as mulheres preferem o
gênero romance. Já os homens possuem uma preferência por ficção e aventura.
Fotografia foi o único gênero literário não escolhido por nenhum sexo.
Para melhor ilustrar melhor esse gráfico, apresenta-se a tabela abaixo:
Gênero
Homens
Mulheres
Autoajuda
Aventura
Espírita
Ficção
Religioso
Romance
Técnico
34,6%
58,5%
10%
49,2%
54,5%
23,9%
43,4%
65,4%
41,5%
90%
50,8%
45,5%
76,1%
56,2%
As linhas da tabela representam 100%. Por exemplo: das pessoas que
preferem autoajuda 65,4% são mulheres, já das pessoas que preferem aventura
58,5% são homens.
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Cruzamento: Qual o gênero literário preferido por cada nível de escolaridade?
Escolaridade Ensino F
undamen
tal
Ensino
Médio
Ensino Pós-grad Mestrado Doutorad TOTAL
Superior uação
o
Gênero
Não resposta
38,5%
46,2%
15,4%
0,0%
0,0%
0,0%
100%
Autoajuda
7,7%
23,1%
65,4%
3,8%
0,0%
0,0%
100%
Aventura
29,3%
41,5%
29,3%
0,0%
0,0%
0,0%
100%
Biografia
0,0%
22,2%
66,7%
11,1%
0,0%
0,0%
100%
Clássicos
8,3%
50,0%
41,7%
0,0%
0,0%
0,0%
100%
Contos
12,5%
37,5%
50,0%
0,0%
0,0%
0,0%
100%
Crônicas
20,0%
20,0%
40,0%
20,0%
0,0%
0,0%
100%
Esotérico
0,0%
100%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
100%
Espírita
11,4%
57,1%
30,0%
1,4%
0,0%
0,0%
100%
Ficção
6,2%
30,8%
61,5%
1,5%
0,0%
0,0%
100%
Fotografia
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
Infantojuvenil
8,3%
41,7%
33,3%
8,3%
8,3%
0,0%
100%
Mitologia
50,0%
0,0%
50,0%
0,0%
0,0%
0,0%
100%
Quadrinhos
33,3%
33,3%
33,3%
0,0%
0,0%
0,0%
100%
Religioso
18,2%
54,5%
18,2%
9,1%
0,0%
0,0%
100%
Romance
8,5%
45,1%
41,5%
3,5%
0,7%
0,7%
100%
Poesia
0,0%
57,1%
42,9%
0,0%
0,0%
0,0%
100%
Técnico
2,7%
17,8%
67,1%
5,5%
4,1%
2,7%
100%
Turismo
0,0%
50,0%
50,0%
0,0%
0,0%
0,0%
100%
Literatura Brasileira
11,1%
33,3%
44,4%
11,1%
0,0%
0,0%
100%
Outro
14,7%
32,4%
48,5%
4,4%
0,0%
0,0%
100%
TOTAL
11,8%
40,0%
43,1%
3,5%
0,9%
0,7%
100%
Os valores da tabela são os percentuais em linha estabelecidos sobre 432
observações.
Romance é preferido por mais pessoas que possuem Ensino Médio, enquanto
Técnico é preferido por diversas pessoas que possuem Ensino Superior. Entretanto,
vários entrevistados pós-graduados também dizem preferir Técnico.
Com a tabela, percebe-se que no Ensino Fundamental a aventura possui
23,5%. Já no Ensino Médio, Superior e Pós-graduação o romance é o preferido aos
diversos.
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5.4. Considerações Finais
Exemplificam-se neste documento alguns dados obtidos durante o processo de
pesquisa. Iniciou-se essa pesquisa, com a pré-Feira, que visava o conhecimento das
pessoas sobre essa, se elas frequentariam o evento de 2009 e seus hábitos de leitura.
Percebe-se com os resultados, que a maioria dos entrevistados (93,3%) tem
conhecimento da existência da Feira, enquanto apenas 6,3% não o possui (0,5% não
responderam a essa pergunta). Desse mesmo grupo, 66,7% afirmam ler alguns livros
anualmente; 22,2% leem muitos - e 11,1% não possuem esse hábito. A quantidade de
possíveis frequentadores foi mensurada no pré-Feira com uma percentagem de
72,9%, seguido de 14,8% pessoas que não tinham ideia e 12,2% que não iriam.
Visando descobrir o motivo que algumas pessoas possuíam para não ir à Feira,
conversamos com os entrevistados sobre esses fatos. Do número de pessoas
entrevistadas que não planejava ir à Feira, 15,3% atribuem isso à falta de tempo,
enquanto outros atribuem ao movimento e o desinteresse por livro - 5,9% e 5,2%,
respectivamente. A maioria, que se totaliza em 61,2% não sabia expor esse motivo.
Os restantes dividiram-se em diversas categorias, como preferência por livrarias
(1,3%), clima (0,9%), estacionamento (0,4%) e outros. Após finalizar as pesquisas
pré-Feira, vimos que o principal motivo que leva as pessoas à Feira é o lazer, seguido
da variedade dos produtos; com 28,8% e 28,2%, respectivamente.
O projeto principal foi realizado com o objetivo de identificar o modo com o qual
o transeunte da Feira do Livro vê o evento. O objetivo foi atingido, e descobriu-se
determinados dados, como o número de pessoas que efetua compras no evento –
88,6% das pessoas compra livros no evento, enquanto apenas 9,2% não o fazem (2,2
não responderam a essa pergunta.). Dos que pretendem comprar, a maioria (16,7%)
afirmaram que comprariam três livros. Logo em seguida, 14,9% afirmavam não saber
quantos livros comprariam.
Através do grupo focal foram descobertas opiniões sobre o público
frequentador da feira. Entre as mais citadas estão: um público excessivamente
elitizado, estudantes e professores, público que gosta de ler e muitas vezes pessoas
que estão passando pelo local. Notou-se também a visão que os formadores de
opinião têm da Feira: Acreditam que é importante para àqueles que dão importância à
ela. Outros notam seu nível de referência para a cidade, sendo considerado um dos
maiores eventos do ano.
Vê-se nesses comentários uma visão muito positiva do
evento.
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Levando em consideração a pesquisa, conclui-se que a Feira do Livro atrai
diversos números de pessoas, que além de estar à procura de cultura, possuem o
hábito de leitura e gostam da compra de livros e lazer.
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5.5. Sugestões
Após a finalização da pesquisa e obtenção dos dados, colocamos abaixo
algumas ações a serem tomadas com o objetivo de melhoria para as próximas edições
da Feira do Livro. Esperamos que sejam úteis e de bom uso, pois assim
conseguiremos fazer uma Feria melhor.
- Distribuir e divulgar a programação com antecedência;
- Não colocar eventos acerca do mesmo tema no mesmo horário;
- Abrir a área geral da Feira mais cedo, entre 9h e 10h;
- Divulgar mais a Câmara do Livro como realizadora do evento;
- Informar a função e a importância do Patrono para Feira;
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5.6. Limitações
No período de pesquisa foram encontradas determinadas dificuldades, que
poderiam afetar o cronograma previamente redigido. Para esses, foram criadas
soluções para contornar o problema.
Um fator limitante foi o clima – tanto a temperatura excessivamente alta, quanto
a chuva intensa - que acabava dificultando a abordagem ao frequentador. Outro fator
foi a pesquisa qualitativa através do grupo focal, em função da escassez de
participantes com tempo hábil. A situação foi contornada através de três pesquisas de
profundidade realizadas, a fim de substituir os grupos focais restantes. Ocorreu
também uma mudança de data na realização da pesquisa qualitativa, devido à agenda
dos formadores de opinião. Além dessa dificuldade, a conversão da gravação em
DVD, tomou tempo dos integrantes, que tiveram pouco tempo para a transcrição e
dificuldade de compreensão, em função do áudio. Mesmo assim o trabalho foi
realizado em tempo apto e obteve resultados com êxito.
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6. PESQUISA 2 – FEIRA DO LIVRO
6.1. Objetivos
Para o desenvolvimento desta pesquisa foi necessário detectar quais seriam os
objetivos gerais e específicos, para que as perguntas fossem desenvolvidas com foco
nesses.
6.1.1.Objetivo geral
•
Identificar o perfil do frequentador da 55º Feira do Livro de Porto Alegre.
6.1.2.Objetivos específicos
•
Desvendar a opinião dos frequentadores em relação à estrutura e eventos da
55º Feira do Livro de Porto Alegre;
•
Verificar os hábitos de consumo e leitura do frequentador da 55º Feira do Livro
de Porto Alegre;
•
Identificar possíveis sugestões para as futuras edições da Feira do Livro.
•
Identificar a importância da Feira do Livro para os formadores de opinião, bem
como sugestões para próximas edições.
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6.2. Estratégia Metodológica
Para traçarmos o perfil do frequentador da 55º Feira do Livro de Porto Alegre e
as suas opiniões sobre essa, desenvolveu-se uma pesquisa quantitativa, ocorrida
durante todos os dias da realização do evento - e uma qualitativa, que ocorreu nos
dias 9 10 e 11 de novembro, buscando conhecer o visitante de diferentes formas
sabendo que “enquanto a pesquisa qualitativa é mais interpretativa e subjetiva, a
quantitativa é mais descritiva e objetiva” (RUIZ, 2005).
A
pesquisa
quantitativa
teve
como
instrumento
um
questionário
de
aproximadamente 25 questões, abertas e fechadas, visto que essa busca quantificar
os dados, generalizando os resultados da amostra para a população-alvo. Nessa
foram entrevistadas 60 pessoas por dia, totalizando 1033 pessoas durante a Feira,
tendo margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A coleta
foi realizada com aparelhos de P.D.A. (Personal Digital Assistant) e a análise dos
dados coletados realizou-se através do Sphinx (Software de Tratamentos e Análises).
A qualitativa, por sua vez, utilizou a aplicação de dois focus group, que para
Malhotra (2007, p. 157) “é uma entrevista realizada por um moderador treinado, de
uma forma não estruturada e natura, com um pequeno grupo de entrevistados”. Um
com oito frequentadores da Feira e outro com cinco pessoas influentes, e tinha como
objetivo principal identificar seus conhecimentos, opiniões e sugestões para o evento.
Esses se tornaram mais propícios, sabendo que a pesquisa qualitativa, segundo
Creswell (1994), é mais subjetiva e possui uma origem holística que não costuma se
preocupar com a estatística.
A pesquisa foi realizada durante todos os 17 dias de feira - de 30 de Outubro a
15 de Novembro - em todos os turnos (manhã, tarde e noite), entre os horários de
abertura, 9h, e encerramento, 21h.
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6.3. Apresentação dos Dados e Discussão dos
Resultados
A seguir seguem os dados e a análise obtidos através da aplicação dos
questionários durante a 55ª Feira do Livro. A ordem dos resultados está de acordo
com a ordem das perguntas. No final serão apresentados cruzamentos de algumas
questões. Após os dados da etapa quantitativa seguem os resultados da etapa
qualitativa realizada durante o evento.
Pergunta: Você costuma frequentar a Feira?
A maioria dos entrevistados, 53,6%, afirmam visitar a Feira todos os anos. A
opção “Eventualmente” foi a segunda mais escolhida com 18,1%, já 16% dos
entrevistados afirmaram que era sua primeira vez no evento. Esses índices mostram
que a Feira já faz parte das vidas da maioria dos gaúchos e que mesmo estando na
55ª edição ainda existem pessoas que não conhecem este tradicional evento.
Pergunta: Quantas vezes você frequenta a mesma edição da Feira?
41% dos entrevistados afirmam frequentar a mesma edição da Feira apenas
uma vez. Entretanto, 24% dos entrevistados dizem frequentar duas vezes. O número
de frequentadores que vão quatro vezes na mesma edição, 3,8%, é muito próximo ao
daqueles que frequentam todos os dias, 3,7%. Para a maioria um dia é o suficiente
para conhecer a Feira e, talvez, até comprar alguns livros.
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Pergunta: Como ficou sabendo da Feira?
A televisão foi o principal meio pelo qual as pessoas ficaram sabendo da
realização do evento, com 30,7%. A tradição da Feira ser realizada, geralmente, nos
meses de outubro e novembro foi o segundo meio pelo qual as pessoas ficaram
informadas, com 26,6%. O jornal ficou em terceiro lugar, com 14%, seguido pelo rádio,
com 4,9%. Estes dados mostram que a comunicação tradicional está cumprindo seu
papel e informando os cidadãos de todas as classes e idades.
Pergunta: Você compra livros na Feira?
Grande parte dos entrevistados, 88,6%, afirmam que costumam comprar livros
na Feira. Os 2,2% que não costumam comprar livros na Feira estavam pela primeira
vez no evento.
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Pergunta: Você compra para você ou para presentear?
46,4% dos entrevistados compram livros somente para uso próprio, enquanto
36,8% compram para uso próprio e para presente. Assim, percebemos que a Feira
não é um evento puramente individual, já que muitas pessoas compram para
presentear. Assim, sugerimos que a Feira do Livro enfatize na sua comunicação que é
possível comprar presentes na Feira do Livro, em uma tentativa de aumentar as
vendas.
Pergunta: Se não compra na Feira, onde compra?
A maioria das pessoas não respondeu a esta pergunta, pois estes compram na
Feira do Livro. Dos que não compram na Feira, 16,7% compram nas livrarias. Já 3,6%
não compram livros em lugar nenhum. Assim, percebemos que a maior “concorrente”
da Feira é as Livrarias.
Pergunta: Se sim, qual a forma de pagamento?
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O dinheiro é o meio mais utilizado para o pagamento dos livros, com 57,4%. O
cartão de crédito é o segundo meio mais utilizado para o pagamento, com 27,8%. O
cartão de débito é utilizado por 6,4% dos entrevistados. Uma parcela de 7,3% não
respondeu, pois não compram livros ou porque não sabiam. Os entrevistadores
perceberam que os clientes utilizam o cartão de crédito para compras com valor
elevado, pois podem pagar depois ou parcelar. Algumas pessoas afirmaram não saber
que as bancas aceitassem cartões de crédito e/ou débito.
Pergunta: Quantos livros você pretende comprar?
A maioria dos entrevistados,16,7%, afirmou que pretendia comprar três livros.
14,9% dos entrevistados não conseguiram quantificar a quantidades de livros que
pretendiam comprar. Apenas 5,9% dos entrevistados afirmaram que não iriam comprar
nenhum livro. Percebe-se que a Feira tinha uma demanda expressiva para a compra
de livros que não se concretizou em razão de outras variáveis.
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Pergunta: Quantos livros você lê por ano?
Entre 10 e 20 livros é a quantidade de livros que 19,2% dos entrevistados
afirmam ler por ano. Com um percentual próximo, 17,9%, os entrevistados afirmam ler
mais de 20 livros por ano. O índice de leitura dos frequentadores da Feira é bastante
alto, mostrando que quem vai à Feira é quem é realmente familiarizado com os livros.
Pergunta: Qual seu gênero literário favorito?
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Romance é o gênero literário favorito pela maioria,19,3%, dos entrevistados.
Em segundo lugar o gênero é o Técnico,15,6%, já em terceiro é o Ficção,8,7%.
Pergunta: Qual o principal motivo que o trouxe a Feira?
28,8% dos entrevistados afirmaram que o motivo que veio a Feira foi por lazer,
porém, a segunda opção, variedade, teve uma diferença de apenas 0,6%,obtendo
28,2%. Isso mostra que comprar livro não é o principal motivo para ir a Feira do Livro
de Porto Alegre.
Pergunta: O que está mais lhe agradando na Feira?
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A própria Feira é o que mais agrada 31,2% dos entrevistados. A variedade
obteve 23,3%, já, o preço, 8%, foi a quarta opção mais escolhida pelos entrevistados.
Todos os eventos colocados nessa opção (apresentação artística, palestras, sessão
de autografo, encontro com escritores, oficinas e mesa redonda) contabilizam apenas
4%, mostrando que os eventos não chamam a atenção do público em geral.
Pergunta: Algo não está lhe agradando na Feira? Se sim, o que?
Grande parte dos entrevistados afirma não ter nada, 32,2%, que não está lhe
agradando. Já 20,4% dos entrevistados acreditam que outros não estão agradando,
entende-se esse outro como clima (chuva ou muito quente) e calçamento. O grande
movimento existente na Feira é o terceiro motivo que não agrada os entrevistados. O
banheiro teve apenas 2,2%. Percebe-se que a Feira está agradando a maioria dos
entrevistados, e as variáveis que não agradam não são culpa da Feira do Livro, pois
este não pode ter controle sobre a previsão do tempo.
Pergunta: O que você está achando das instalações da Feira?
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Quando perguntados sobre as instalações da Feira quase 60% dos
entrevistados afirmaram estar boas e 29% afirmam estar ótimas. Apenas 2,1%
acreditam estar ruim ou péssima. Muitos entrevistados falaram para os pesquisadores
que a cobertura para a chuva está ótima, pois muitos anos quando chovia não era
possível ir a Feria.
Pergunta: Qual a sua opinião sobre a divisão de áreas?
53,5% dos entrevistados afirmam achar a divisão de áreas boa. 30,3% afirmam
estar ótima, e apenas 0,9% afirmam estar péssimas. Uma parcela de 9,6% acha a
divisão de áreas regular, os motivos citados aos pesquisadores foram o risco das
crianças atravessarem avenidas movimentadas e ter que percorrer uma distância
significativa.
Pergunta: Como você avalia os horários de funcionamento da Feira?
A maioria dos frequentadores entrevistados, 74,3%, afirma que o horário da
Feira atende bem. 19,3% acha que atende parcialmente e que a área geral e
internacional da Feira deveria abrir pela manhã.
Pergunta: Para você qual o melhor horário para começar a Feira?
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9,9% dos entrevistados afirmam que a Feira poderia começar as 9 horas da
manhã. E 7,3% dos entrevistados acreditam que a Feira deveria começar as 10 horas.
Há um grande número de não resposta, 79,7%, porque essas pessoas acham que o
horário de inicio utilizado agora está bom.
Pergunta melhor horário para acabar?
Há um grande número de não resposta, 87,1%, porque essas pessoas acham
que o horário de término da Feira está adequado. 6,1%, acham que a Feira deveria
acabar às 21 horas,ou seja, no horário de término da Feira. Isso mostra que muitos
não sabem que horas acaba a Feira.
Pergunta: Qual turno você costuma frequentar a Feira?
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Aproximadamente 45% dos entrevistados costumam frequentar a Feira no
turno da tarde. 28,8% costumam frequentar a Feira nos turnos da tarde e noite, muitos
após o trabalho que fica próximo a Praça.
Pergunta: Qual o meio de locomoção que você usou parar vir a Feira?
Uma parcela de 42,5% dos frequentadores da amostra costuma ir de ônibus
devido ao fácil acesso de qualquer ponto da cidade ao centro. 29,5% costumam vir de
carro, apesar das dificuldades para encontrar uma vaga para estacionar. 17,4% dos
entrevistados costumam ir a pé, pois moram no centro ou por trabalharem na região
central. O trem, com 6,3%, logicamente, é um dos principais meios pelo qual os
frequentadores da região metropolitana costumam chegar a Feira.
Pergunta: Em uma escala de 1 a 5, qual o seu grau de satisfação geral com a
Feira?
46,7% dos entrevistados atribuem nota 4 para o grau de satisfação com a
Feira. 45,5% atribuíram nota 5 para a Feira do Livro. Apenas 0,3% atribuíram nota 1.
Isso mostra que o grau de satisfação com a Feira, entre os pesquisado, é bom.
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Pergunta: Você participou de algum evento da Feira? Qual?
A maior parte dos entrevistados, 79,6%, não participou de nenhum evento da
Feira, apenas 20,4 participaram de algum evento. Autógrafos, 6,6%, foi o evento em
que mais pessoas participaram, seguido de palestras. Como a maior parte da amostra
não participou de nenhum evento, sugere-se uma maior divulgação deles,
principalmente antes do início da Feira, para os frequentadores se programarem.
Pergunta: Se sim, o que achou?
Há um grande número de não respostas, pois estes se referem as pessoas que
não participaram de nenhum evento.Dos 20,4% que participaram de algum evento,
8,1% acharam ótimo e 6,1% acharam bons. A porcentagem que achou regular é muito
pequena, apenas 0,5%. Nenhum entrevistado achou ruim ou péssimo.Isto mostra que
a qualidade do evento não é motivo para não ir.
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Pergunta: Em sua opinião, o que falta na Feira?
Opinião
Porcentagem
Nada
37,2%
Não sei
9,8%
Infraestrutura
7,7%
Promoção
5%
Praça de alimentação
4%
Abrir de manhã
2,9%
A maioria dos entrevistados acreditam que não falta nada na Feira, 37,2%.
9,8% não sabem o que está faltando no evento. Já 7,7% acreditam que a
infraestrutura deveria ser melhor, como por exemplo, cobertura com conexão entre
todas as áreas. A promoção apareceu com 5%,mostrando que o preço é um atrativo
importante para a Feira. É importante ressaltar que a soma dessas 6 profissões não
somam 100%, pois há muitas outras opiniões citadas pelos entrevistados, porém não
possuem um porcentual expressivo.
Pergunta: Sexo
Dos entrevistados, 57,8% eram mulheres e 42,2% eram homens.
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Pergunta: Idade
Os entrevistados que mais responderam a pesquisa possuíam entre 26 a 30
anos, 12,6%.
Pergunta: Nível de escolaridade
A maior parte da amostra possuía nível superior, 57,1%. Ensino médio
corresponde a 24,8% da amostra e apenas 0,7% possui doutorado.
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Pergunta: Onde reside
A maioria dos frequentadores entrevistados, 64%, reside em Porto Alegre.
19,3% dos entrevistados residem na Grande Porto alegre, já 11,5% moram no interior
do Estado.
Pergunta: Faixa de renda
Muitos entrevistados não quiseram responder a esta pergunta, 20%. Dos
entrevistados que responderam, 29,2% possuem renda de R$1.001 a R$3.000. E
21,1% possuem renda de R$3.001 a R$5.000. Apenas 1,4% dos entrevistados
possuem renda superior a R$15.000.
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Pergunta: profissão
Profissão
Percentual
Estudante
19,9%
Professor
14,1%
Aposentado
7,4%
Funcionário
Público
Advogado
Dona de
casa
4,0%
3,5%
2,3%
Comerciante
2,2%
Jornalista
2,0%
Entre os pesquisados as profissões que predominaram foram estudante com
19,9%, professor,14,1% e aposentado,7,4%.
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6.3.1.Cruzamento
Cruzamento 1: Quantos livros você lê por ano x Quantos livros pretende
comprar na Feira.
Numero de livros que compra Não res
posta
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Quantos livros lê
10 ou
mais
Nenhum Não sei
TOTAL
Não resposta
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
25,0%
25,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
25,0%
25,0%
100%
0
0,0%
10,0%
10,0%
20,0%
5,0%
0,0%
5,0%
0,0%
0,0%
0,0%
5,0%
40,0%
5,0%
100%
1
7,5%
9,4%
18,9%
9,4%
13,2%
1,9%
1,9%
0,0%
0,0%
0,0%
3,8%
20,8%
13,2%
100%
2
2,9%
21,7%
15,9%
18,8%
7,2%
5,8%
4,3%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
11,6%
11,6%
100%
3
4,3%
8,7%
24,6%
23,2%
8,7%
4,3%
1,4%
1,4%
0,0%
0,0%
1,4%
7,2%
14,5%
100%
4
6,6%
9,2%
27,6%
13,2%
6,6%
3,9%
0,0%
1,3%
0,0%
1,3%
2,6%
9,2%
18,4%
100%
5
1,3%
7,5%
17,5%
21,3%
8,8%
18,8%
2,5%
2,5%
2,5%
0,0%
3,8%
0,0%
13,8%
100%
6
0,0%
4,4%
13,2%
23,5%
13,2%
16,2%
4,4%
1,5%
4,4%
0,0%
4,4%
2,9%
11,8%
100%
7
0,0%
7,8%
11,8%
21,6%
17,6%
11,8%
2,0%
0,0%
2,0%
0,0%
2,0%
5,9%
17,6%
100%
8
0,0%
6,5%
6,5%
9,7%
16,1%
16,1%
3,2%
3,2%
3,2%
0,0%
12,9%
9,7%
12,9%
100%
9
0,0%
0,0%
0,0%
50,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
50,0%
100%
10
0,8%
5,5%
11,8%
20,5%
12,6%
11,0%
5,5%
2,4%
1,6%
0,8%
7,1%
2,4%
18,1%
100%
Entre 10 é 20
0,0%
2,5%
8,6%
13,1%
9,6%
19,7%
4,5%
2,5%
4,5%
1,0%
16,2%
2,5%
15,2%
100%
Mais de 20
1,1%
1,1%
9,2%
13,0%
6,5%
16,2%
4,3%
2,7%
3,8%
0,0%
24,9%
2,7%
14,6%
100%
TOTAL
1,7%
6,2%
13,6%
16,7%
9,9%
12,8%
3,6%
1,8%
2,4%
0,4%
10,1%
5,9%
14,9%
100%
Os valores da tabela são os percentuais em linha estabelecidos sobre 1033
observações.
Dos entrevistados que afirmam ler entre 10 e 20 livros, a maioria destes,
19,7%, afirmou comprar 5 livros. A maioria, (24,9%), dos que afirmam ler mais de 20
livros por ano, afirmaram que iriam comprar 10 ou mais livros. Dos que afirmam ler
dois livros por ano, 18,8% disse que pretendia comprar 3 livros. Assim, percebemos
que quanto maior o índice de leitura do individuo maior a quantidade de livros que
pretende comprar na Feira.
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7. GRUPO FOCAL
7.1. Apresentação dos Dados e Discussão dos
Resultados
7.1.1.Frequentadores
Para aprofundar a opinião dos frequentadores da Feira do Livro realizou-se um
grupo focal com oito pessoas. Foram estabelecidas sete categorias a priori,
importância / evolução, definição do frequentador, comunicação, instalações, eventos /
patrono, cultura VS comercial e sugestões. A seguir segue a análise dos dados
separada por categorias:
Entrevistado
Sexo
Profissão
A
Feminino
Administradora de Empresas
B
Feminino
Professora de Literatura
C
Feminino
Estudante
D
Masculino
Estudante
E
Masculino
Estudante
Importância / evolução
Nesta categoria avaliou-se o nível de importância da Feira e como ocorreu a
evolução da mesma durante a sua existência, perante os participantes do grupo.
Importância / evolução
-É importante para quem dá valor a ela.
-Já é referência da cidade.
-O maior dos eventos culturais de Porto Alegre.
-É um momento histórico para o centro.
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Notou-se que a Feira é considerada importante para a cidade de Porto Alegre,
bem como para a cultura dos cidadãos. O pensamento se divide em dois pólos: uma
parte acha que o Evento mantém-se na mesmice, enquanto outra defende que houve
uma mudança positiva de determinados pontos. Nota-se a posição em comentário de
A: “É uma feira que privilegia a cultura, que possui uma grande tradição, e cria o
interesse pelos livros, ainda mais em faixas sociais que não tem tantas condições”.
Frequentadores da Feira
Pediu-se para os frequentadores entrevistados definirem o público da Feira
segundo suas percepções. Com isso é possível ver a quem os frequentadores
acreditam que a Feira é dirigida.
Público frequentador
-Muito elitizado.
- O estudante.
-Professor de rede pública.
- Não existe uma renovação.
- Massa.
- Diverso.
- Público que gostam de ler.
- Escolas.
-Pais e mães.
- Pessoas que estão passando pela região.
No que diz respeito ao público freqüentador, não há unanimidade, pois o
público diverge quanto às opiniões.
Parte defende um público excessivamente
elitizado, enquanto outros dizem que é um evento de massa. Dentre as mais
diferentes opiniões, relevamos a do entrevistado B, “é um público muito elitizado” e de
A, que diz: “existe uma grande circulação de massa”.
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Comunicação
Os frequentadores deram a sua opinião em relação à comunicação tradicional,
como televisão, rádio e jornal; e a comunicação digital, como o site da Feira e o
Twitter, que está crescendo.
Comunicação
- Não deveria se investir tanto em internet
- A internet é muito fria e distante
- A internet desconecta
- A pessoa que está na internet não está apenas na
feira, mas em vários lugares ao mesmo tempo.
- Maior antecedência na comunicação.
- A internet é uma forma de atingir o público também.
- Os jovens se baseiam na internet.
- Não se pode misturar a feira do livro com a feira
virtual.
-A programação virtual não é informativa.
- O site não pode se confundir com a feira
-Ter um site é obrigatório.
- Crianças e idosos não compreendem o meio digital.
-É um equivoco deixar de passar informação pelo site.
- O logotipo é o mesmo do ano passado.
- Falta de interação com o público.
- Mídia impressa.
- Tradição da Feira.
Fato que ganhou espaço nesse debate foi a internet: dividida entre os que
defendem sua contribuição como positiva – e os que a defendem como negativa.
Dentre uma das opiniões, acredita-se que a internet deve ser usada, porém de forma
secundária. ‘B’ defende: “Ao mesmo tempo em que a internet conecta, ela
desconecta.”. ‘A’ complementa “crianças e idosos não compreendem o meio digital”.
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Instalações
Nessa categoria foram analisadas as instalações da Feira, incluindo cobertura,
estandes, proteção para a chuva e sol, entre outros.
Instalações
- A feira é linda.
- O local é charmoso.
- As pessoas iriam se fosse no gigantinho.
- Os espaços para crianças.
estão crescendo.
-É o lugar que deixa bacana.
- Poderia melhorar.
-Muita gente que vai na feira na verdade vai para outros eventos, como a Bienal.
- Colocar a feira em um local fechado, tira a magia.
- A Feira é maior do que a Praça dos Jacarandás.
- As coisas charmosas podem ser encontradas em outro lugar.
- Poluição, pessoas ao redor, cafetões e prostíbulos.
- Áreas cobertas suficientes.
- Ótima proposta.
- É interessante acontecer em um espaço aberto e protegido contra chuva.
Os frequentadores acham o evento lindo e o local charmoso, porém nessa
questão muitas divergências ocorreram. Algumas pessoas acham que a feira poderia
ser realizada em outros locais, como no Gigantinho ou no Cais do Porto, mas
concordam que assim a feira perderia a magia; Vê-se o positivismo em comentários
como o de ‘I’, “Ótima proposta.”. Outro lado é o de ‘E’, que defende a gradativa e
constante degradação do ambiente da Feira, contando do dia que foi e viu apenas
“Poluição, pessoas ao redor, cafetões e prostíbulos”.
Evento e Patrono
Os entrevistados revelaram suas opiniões sobre os eventos que ocorrem
concomitantemente com a Feira do Livro. Também discutiram sobre a importância do
Patrono e sua função na Feira.
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Eventos
Patrono
- O que eu acho interessante na feira do
livro são estas atividades paralelas que
acabam incentivando também não só a
leitura, mas outros tipos de cultura
paralelos.
- Ótima qualidade.
- Acho que uma comissão escolhe.
- Eventos dão algo necessário alem de
status
- As pessoas não conheciam o patrono.
-Alto nível.
- Manter a tradição do patrono.
- A figura tem que ser importante.
- Ter um rosto para a feira atrai as
pessoas.
- Não conheço o patrono.
-Não freqüento.
-Proposta muito boa.
Os eventos são muito valorizados, pela elevação do padrão cultural da Feira.
Parte das pessoas não freqüenta, mas os que o fazem elogiam a qualidade; A opinião
de ‘D’ deixa isso bem claro: “O que eu acho interessante na Feira do Livro são estas
atividades paralelas que acabam incentivando também não só a leitura, mas outros
tipos de cultura paralelos.” ‘A’ afirma “isso aqui (a revista com programação dos
eventos da feira) a gente já pode ter, mas acaba não tendo; aí a gente deixa tudo pra
última hora e não consegue se agendar.”.
Embora o patrono represente a imagem da feira, maior parte das pessoas não
o conhece. Esse contraste é muito claro com as opiniões de ‘E’: “Acho que é uma
coisa interessante ter um rosto e um corpo para a feira, mas que não seja uma
personificação – lógico. É interessante ter a cara de alguém, é curioso, mas funciona
com as pessoas.”. E de ‘G’ e ‘I’, que dizem: “não conheço o patrono”.
Cultural x Comércio
Pediu-se aos frequentadores para explanarem sobre a Feira do Livro e ver se
esse evento é mais comercial do que cultural, ou vice-versa.
Cultura X Comércio
- A literatura mais acessível é a literatura que é menos importante.
-A diferença dos livros com as livrarias não é tão grande assim.
- Em função da feira do livro as lojas também diminuem os preços.
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- Quanto mais dinheiro a pessoa tem, mais habito de leitura ela tem.
- Os descontos não podem incentivar.
- A feira deixou de ter um caráter cultural para ter um caráter
comercial.
- As mídias lançam suas estrelinhas e não dão espaço para outros
autores.
- A Feira é mais comercial.
- Ainda existem pessoas que procuram à cultura, e as duas coisas
se casam.
- Mais cultural.
O pensamento quanto a esse tópico é predominantemente comercial, já que os
freqüentadores da feira acreditam que o mais prezado do evento é o preço. Há muito
tempo a cultura deixou de ser motivo para frequentar a feira, conforme ‘B’ que afirma
que “A literatura mais acessível é a literatura que é menos importante” e que “A feira
deixou de ter um caráter cultural para ter um caráter comercial.” Outra visão é a de ‘I’,
que acredita que “Ainda existem pessoas que procuram a cultura, e as duas coisas se
casam.”.
Sugestão
Nesta categoria foi pedido para os frequentadores sugerirem melhorias ao
evento.
Sugestões
- Mais tempo.
-Mudar localização.
- Incentivar as escolas públicas.
- Fazer uma feira do livro e uma feira virtual.
-Transmitir os eventos pela internet.
- Anuários sobre as oficinas.
- Cuidar o público que está sendo focado.
-Melhorar o chão.
- Ir para o cais do porto.
- Não ir para o cais do porto.
- Precisa de um tom de administração, gestão de
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feira.
- Está faltando tradição.
- Ter mais livros de arte, design e técnicos.
- Ter bancas que possuam livros específicos.
- Preços melhores.
As sugestões são as mais variadas, trazendo lados diferentes da feira, que
necessitam de mudanças. As que mais se destacam são as de ‘A’, que afirma que
“Precisa de um tom de administração, gestão de feira”.
‘C’ pensa que se deve
“Transmitir os eventos pela internet”. Por outro lado ‘B’ sugere que além da feira, seja
feita uma apenas virtual (“Fazer uma feira do livro e uma feira virtual”). ‘H’ fala sobre
os livros da feira, mostrando sua necessidade de “Ter bancas que possuam livros
específicos.”.
7.1.2.Formadores De Opinião
Para apresentar não somente a opinião dos freqüentadores da Feira do Livro, e
ir um pouco mais a fundo no que diz respeito à imagem da Feira/mesma foi realizado
um grupo focal com cinco pessoas consideradas formadoras de opinião selecionadas
pela Câmara do Livro, dentre elas, jornalistas, diretores de marketing, e outros.
Algumas categorias principais foram estabelecidas para a discussão do grupo, dentre
elas a importância da feira, o público freqüentador, a comunicação, a estrutura física,
os eventos, o patrono, e até sobre a questão da Feira ser mais cultural ou comercial,
encerrando com sugestões para as próximas edições. Abaixo se encontram os dados
analisados em cada categoria.
Entrevistado
Sexo
Profissão
J
Feminino
Coordenadora de Marketing
K
Feminino
Jornalista
L
Masculino
Jornalista
M
Feminino
Presidente do Centro Histórico
N
Feminino
Escritora
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Importância
Nesta categoria foi avaliado o nível de importância da Feira para os
participantes do grupo e para a cidade de Porto Alegre.
Importância
- É importante para quem dá valor a ela.
- Cria o interesse pelos livros.
- Feira que tem tradição, já é referência da cidade.
- O maior dos eventos culturais de Porto Alegre.
- Homenageada como patrimônio cultural da cidade.
- Deveria ter maior importância turística.
- A Feira é um ponto de encontro da cidade.
- A Feira já é um momento histórico para o Centro.
- Faz parte da vida afetiva da cidade já.
A partir das respostas do grupo foi possível perceber que a Feira é de grande
importância para a maioria dos participantes, pessoalmente falando. Já para a cidade,
essa importância é ainda mais destacada, lembrando que a Feira interfere
positivamente na cultura da cidade e dos próprios porto-alegrenses como mencionou o
participante L, “É uma feira que privilegia a cultura, que possui uma grande tradição, e
cria o interesse pelos livros, ainda mais em faixas sociais que não tem tantas
condições”.
Frequentadores da Feira
Na sequência da discussão pediu-se para que os participantes descrevessem
como é o público freqüentador da Feira segundo suas percepções. Com isso foi
possível compreender a visão desses formadores de opinião sobre os freqüentadores.
Público frequentador
- Um público bem diversificado.
- Pessoas de todas as classes sociais.
- Público de classe média alta.
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- Pessoas simples.
- Até pessoas que não se interessam pelos livros.
- Crianças.
- Escolas.
- Idosos.
- As gerações de freqüentadores vêm se renovando.
- A cidade inteira.
Em se falando sobre o público freqüentador, segundo a maioria dos formadores
de opinião, é um público bem diversificado, englobando desde pessoas simples até
um público de classe média alta, de crianças a idosos. Todas as respostas podem se
resumir com a idéia apresentada pela participante M, “o público dessa edição mudou
em quantidade, mas é o mesmo público do início, é a cidade inteira, de ‘A’ a ‘Z’”.
Comunicação
Os participantes do grupo focal discutiram sobre a comunicação realizada pela
Feira, tanto em sua maneira mais tradicional, quanto em relação aos novos meios de
comunicação digital, tais como o site da Feira e principalmente o Twitter.
Comunicação
- Internet é um processo ilimitado e imensurável.
- O Twitter da Feira teve mais de mil seguidores.
- O Twitter funciona muito bem.
- Através desses pode-se focar nas novas gerações.
- A internet abrange uma coisa maior.
- Tradição da Feira.
Mesmo com pouco debate sobre o assunto, fica evidente o apoio à internet e
aos novos meios disponíveis nela. Para o grupo a internet deve ser bem aproveitada
por abranger muitas pessoas e por, como relatou a participante M “Acho que é
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ilimitado, um processo ilimitado e imensurável.” ser um veículo de comunicação
imensurável.
Instalações
Nesta categoria foram discutidas todas as características estruturais da Feira,
tanto suas instalações externas, como coberturas, quanto internas como os estandes.
Também veio a ser mencionada a evolução que a estrutura sofreu nas últimas
edições.
Instalações
- Tinha que dar uma melhorada.
- Houve uma evolução.
- A cobertura desse ano conseguiu dar uma boa segurada na chuva.
- Nunca é tudo ótimo.
- Não tem espaço para todos os associados.
- Os autógrafos deviam ser no meio da praça.
- A praça ficou um lugar apertado.
- A Feira e a praça tem uma a cara da outra.
- A área internacional ficou muito boa.
- A área infantil não para de crescer, e isso é bom.
Apesar das divergências de respostas, todos demonstrarem satisfeitos com a
estrutura física da Feira, mesmo com a menção da falta de espaço, não houve
proposta de troca de local, pelo contrário, como mencionado pela participante N “A
Feira e a praça, eu acho que uma tem a cara da outra, com as árvores e tudo, não dá
pra separar”.
Cultural x Comercial
Nesta categoria os participantes tiveram de comentar se achavam a Feira mais
cultural ou mais comercial, dando suas respectivas razões.
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Cultural X Comercial
- A Feira tem um ambiente mais cultural.
- Poderia ser mais cultural.
- Poderia ter uma programação com peso maior, mais ligada à cultura.
A conclusão de que a Feira é mais cultural foi unânime, porém surgiram
comentários mencionando que o incentivo à cultura deveria ser cada vez maior. Para
muitos, a Feira poderia ter uma programação mais cultural, como ficou evidenciado no
comentário da participante K, “talvez pudesse ter uma programação que tenha um
peso maior, que esteja mais ligada à cultura.”.
Eventos e Patrono
Seguindo a discussão, os entrevistados revelaram suas opiniões sobre os
eventos paralelos disponíveis na Feira do Livro. Também discutiram sobre a
importância do Patrono, e sua função na Feira, tanto desta edição, quanto das outras.
Eventos
Patrono
- Os eventos não podem ser mais
importantes do que os próprios livros.
- Tem que apresentar diversidade.
- O Urbim passou muita alegria.
- Eventos mais globalizados.
- O patrono é um grande formatador da
Feira.
- Eventos mais interativos.
- É imprescindível ter um patrono.
- O patrono já é uma entidade.
- Os eventos têm que utilizar as ruas.
- Mesas redondas com escritores.
- Fomenta a leitura.
- O patrono está mais perto do povo.
Os eventos são, com certeza, muito valorizados pelos participantes do grupo,
contudo foi citado que estes não podem ser mais importantes do que os próprios
livros. Também foram sugeridos diferentes tipos de eventos, eventos mais interativos e
mais globalizados, como disse a participante J “E eu também acho que seria válido um
encontro de escritores daqui com escritores de fora”.
Através das respostas do grupo, fica evidente que a figura do patrono é de
extrema importância, mesmo que muitos pensem que ele só toca o sino, como
mencionou a participante N. Em cima disso também foi dito pela mesma participante
que “O patrono tem uma responsabilidade muito grande para coordenar a feira, e ele
tem que ser visto como uma entidade mesmo.”
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Sugestões
Nesta categoria pediu-se para que os frequentadores sugerissem melhorias
para o evento, desde em relação aos horários, até estrutura e local.
Sugestões
- Melhores explicações sobre os eventos.
- Uma programação escrita mais usual.
- Criação de lojas temáticas.
- Pontos específicos para leitura.
- Ampliar a estrutura.
- Os autógrafos deveriam ser no centro da praça.
- Voltar a fazer da Feira uma Festa.
- Gerir a Feira como uma empresa.
As sugestões variam muito entre elas, e à primeira vista, elas podem
demonstrar
insatisfação,
porém
dentre
os
participantes
do grupo,
nenhum
demonstrou-se descontente com a 55ª edição da Feira. O que foi mencionado, é que
pequenas mudanças passariam a Feira de boa para ótima, mudanças como a
sugerida pela participante J “(...) explicar bem o que tem no teatro tal, o que tem na
sala tal, às vezes tu nem sabe daquilo.”.
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8. ANEXOS
8.1. Questionário Pré-Feira do Livro POA 2009
1)
Você costuma ler livros?
Nada; Alguns; Muitos.
2)
Quantos livros você lê por ano?
1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8;
3)
9; 10 ou mais; Nenhum.
Você conhece a Feira do livro?
Nada; Um pouco; Muito.
4)
Você sabe (em que mês) quando será realizada a Feira do Livro 2009?
Sim; Não.
5)
Quando?
Janeiro; Fevereiro; Março; Abril; Maio; Junho; Julho; Agosto; Setembro;
Outubro; Novembro; Dezembro.
6)
Como ficou sabendo da Feira do Livro?
Televisão; Jornal; Rádio; Site da Feira;
Sites de busca; Sites de
relacionamento; Twitter; Amigos/Parentes; Panfletos; Outdoor; Outros.
7)
Quem é responsável pela realização da Feira do Livro?
Câmara do Livro; Prefeitura de POA; Secretaria da Cultura; Governo Estadual;
Governo Federal; Ministério da Cultura;Não sabe ;Outros.
8)
Você costuma frequentar a Feira do Livro?
Sim; Não.
9)
Se não, por quê? (Aberta)
Dinheiro; Estacionamento; Falta de Tempo; Movimento; Não se interessa por
livros; Clima; Prefere livrarias; Não sei; Outros.
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ESPM Jr.
10)
Você pretende visitar a Feira do Livro de Porto Alegre em 2009?
Não vou com certeza; Não vou; Indiferente; Vou; Vou com certeza.
11)
Se sim, por quê?
Descontos; Palestras; Lazer; Variedade; Ver amigos; Autógrafos; Oficinas;
Preço; Outros.
12)
Em sua opinião, qual a maior atração da Feira do Livro?
Descontos; Palestras; Lazer; Variedade; Ver amigos; Autógrafos; Oficinas;
Preço; Outros.
13)
Quais suas expectativas para a Feira do Livro 2009?
Péssima; Ruim; Regular; Boa; Ótima.
14)
Você frequenta livrarias?
Sim; Não.
15)
Você prefere comprar em livrarias ou na Feira?
Livrarias; Feira; Não tenho preferência.
16)
Qual o motivo dessa preferência?
Preço;
Acesso;
Atendimento;
Qualidade;
Movimento;
Estrutura;
Estacionamento; Segurança; Variedade; Não sei; Outros.
17)
Qual seu gênero literário favorito?
Autoajuda; Aventura; Biografia; Clássicos; Contos; Crônicas; Esotérico;
Espírita;
Ficção ; Fotografia; Infantojuvenil
;
Mitologia;
Quadrinhos;
Religioso; Romance; Poesia; Técnico; Turismo.
18)
Sexo:
Feminino; Masculino.
19)
Idade: (aberta)
20)
Nível de Escolaridade:
Ensino Fundamental; Ensino Médio; Ensino
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Superior; Pós-graduação.
ESPM Jr.
21)
Profissão: (aberta)
8.2. Questionário Feira do Livro
1. Dia da coleta:
30; 31; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 11; 12 ; 13; 14 ;15.
2. Turno da coleta:
Manhã; Tarde; Noite.
3. Você costuma frequentar a Feira do Livro?
Primeira vez; Todos os anos; Eventualmente.
4. Quantas vezes você frequenta a mesma edição da Feira?
Uma; Duas; Três; Quatro; Cinco ou mais; Todos os dias.
5. Como você ficou sabendo da realização da Feira?
Amigos; Escola; Faculdade; Jornal; Tradição; Passou no centro; Revista; Rádio; TV;
Internet; Panfletos; Parentes; Outdoor; Outros.
6. Você compra livros na Feira?
Sim; Não.
7. Se sim, qual a forma de pagamento?
Dinheiro; Cartão de crédito; Cartão de débito; Cheque à vista; Cheque parcelado;
Outros.
8. Quantos livros você pretende comprar na Feira?
1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10 ou mais.
9. Quantos livros você lê por ano?
0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; Entre 10 e 20; Mais de 20.
10. Qual seu gênero literário favorito?
Autoajuda; Aventura; Biografia; Clássicos; Contos;
Espírita; Ficção
;
Fotografia;
Crônicas;
Infantojuvenil;
Mitologia;
Religioso; Romance; Poesia; Técnico; Turismo; Historia;
Outros; Não tenho.
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Esotérico;
Quadrinhos;
Suspense; Policial;
ESPM Jr.
11. Qual o principal motivo que o trouxe à Feira?
Apresentações artísticas; Encontro com escritores; Mesa redonda; Palestras; Lazer;
Variedade; Ver amigos; Autógrafos; Oficinas; Preço; Outros.
12. O que mais está lhe agradando na Feira?
Variedade; Palestras; Sessões de Autografo; Preços; Oficinas; A feira em si;
Novidades; Seção infantil; Cultura Estrutura; Movimento; Nada; Não sei.
13. O que você está achando de pior na feira?
Estacionamento; Muito movimento; Pouco movimento; Preços; Segurança; Acesso;
Estrutura; Atendimento; Obras; Seção infantil; Eventos; Nada; Não sei.
14. O que você está achando das instalações da feira?
Péssimas; Ruins; Regulares; Boas; Ótimas.
15. Qual sua opinião sobre a divisão de setores da feira?
Péssima; Ruim; Regular; Boa; Ótima.
16. Como você avalia os horários de funcionamento da feira?
Péssimos; Ruins; Regulares; Bons; Ótimos.
17. Qual turno você costuma freqüentar a feira? (múltipla escolha)
Manhã; Tarde; Noite; Manhã-Tarde; Manhã – Noite; Tarde-Noite.
18. Qual o meio de locomoção que você usou para vir à Feira?
À pé; Carro; Escola; Lotação; Moto; Ônibus; Van; Táxi; Trem; Outros.
19. Em uma escala de 1 a 5, qual o seu grau de satisfação geral com a feira?
(sendo 5 excelente)
1; 2; 3; 4; 5.
20. Você participou de algum evento da feira? Qual?
Não; Teatro; Apresentações artísticas; Encontro com escritores; Mesa redonda;
Palestras; Variedade; Autógrafos; Oficinas; Outros.
21. Se sim, o que achou?
Péssimos; Ruins; Regulares; Bons; Ótimos.
22. Em sua opinião, o que falta na feira? (aberta)
23. Sexo:
Masculino; Feminino.
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ESPM Jr.
24. Faixa de Idade:
Menos de 10; De 10 a 15; De 16 a 20; De 21 e 25; De 26 e 30; De 31 a 35; De 36 a
40; De 41 a 45; De 46 a 50; De 51 a 55; De 56 a 60; De 61 a 65; De 66 a 70; De
71 a 75; De 76 a 80; De 81 a 85; 86 ou mais.
25. Nível de Escolaridade:
Ensino Fundamental; Ensino Médio; Ensino
Superior;
Pós-graduação;
Mestrado;
Doutorado; Nenhum.
26. Endereço:
Interior; Grande POA; Porto Alegre; Outro Estado, Outro País.
27. Faixa de Renda:
Até R$1.000; De R$1.001 a R$3.000; De R$3.001 a R$5.000; De R$5.001 a R$7.000;
De R$7.001 a R$9.000; De R$9.001 a R$11.000; De $11.001 a R$13.000; De
R$13.001 a R$15.000; Mais de R$15.000.
28. Profissão: (aberta)
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ESPM Jr.
8.3. Roteiro grupo focal
1. Solicitar para todos se apresentarem, nome profissão, o que faz, a quanto
tempo vem a Feira;
2. Investigar a importância da Feira na visão deles para cidade e para eles em
particular;
3. Verificar com o grupo quem é o realizador da Feira;
4. Solicitar para cada um tentar descrever como é o
5. ;
6. Verificar como o grupo percebe a comunicação público da Feira do Livro;
7. Saber pelo grupo o como foi o progresso da Feira durante os anos tradicional e
digital da Feira e pontos a melhorar;
8. Identificar como o grupo vê as instalações da Feira e o que pode ser diferente;
9. Ter um panorama geral do que o grupo pensa dos eventos realizados durante
a Feira;
10. Identificar o que o grupo pensa da imagem do Patrono e o que este agrega a
Feira;
11. Saber se o grupo vê a Feira de forma mais cultural ou comercial e as razões;
12. Saber qual o significado da Feira para o grupo;
13. Ver que palavras ou perfil de pessoa o grupo usa para definir a Feria do Livro;
14. Pedir sugestões de melhorias, de horários até novidades;
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8.4. Release Informativo – Pré-Feira do Livro
A ESPM Jr., em parceiria com a Câmara do Livro, realizou uma pesquisa
quantitativa para identificar a opinião das pessoas em relação a Feira do Livro de
Porto Alegre, também abordando hábitos de leitura. A amostra foi de 432 pessoas e a
coleta ocorreu entre os dias 14 e 19 do mês de outubro de 2009, em 7 locais com
grande circulação de pessoas: Assis Brasil, Calçadão de Ipanema, Centro, Parcão,
Praça da Encol, Redenção e Wenceslau Escobar. A coleta e análise dos dados foram
realizadas pelos consultores Bianca Accorsi, Guilherme Petrilli, Gustavo Pessi, Pedro
Barbosa e Tayane Mônaco. O projeto foi coordenado pela professora Liliane Rohde e
por Lucas H. Torres, diretor de projetos da ESPM Jr. A pesquisa apresenta margem de
erro de 5% para mais ou para menos.
Percebeu-se que 93,3% das pessoas entrevistadas conhecem a Feira do Livro,
entretanto, 64,1% costumam frequentar o evento que, tradicionalmente, ocorre no
último trimestre do ano (outubro/novembro) sendo este período lembrado por 59,5%. A
tradição da Feira (35,2%), a televisão (31,9%) e o jornal (23,6%) foram as principais
fontes de informação sobre a realização do evento.
A parte dos entrevistados que não frequentam a Feira, 35,9%, citou a falta de
tempo (45,1%), o excesso de movimento (17,4%) e a falta de interesse por livros
(15,4%).como principal motivo para não irem a Praça da Alfândega.
Grande parte das pessoas afirmou que pretendem ir a Feira (72,9%), já 14,8%
ainda estão indecisas. O principal motivo para ir a Feira é a variedade de livros
(61,9%), seguido por lazer (36,5%) e preço (24,4%). A maior atração da Feira é a
variedade de livros com 53,7%, já os preços são considerados por 16% dos
entrevistados.
Por fim, a maioria dos entrevistados desconhece que a Câmara do Livro – uma
entidade civil - é responsável pela realização da Feira, apenas 5,6% tem esse
conhecimento.
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8.5. Release 55ª Feira do Livro
Durante a realização da 55ª Feira do Livro de Porto Alegre a ESPM Jr. e a
Câmara do Livro realizaram uma pesquisa para identificar o perfil do frequentador e
sua avaliação sobre a Feira. Foram entrevistadas 1032 pessoas durante os dias do
evento, nos períodos da manhã, tarde e noite, o que permite uma margem de erro de,
aproximadamente, 2%, para mais ou para menos.
Uma parcela de 64% dos frequentadores da Feira é da cidade de Porto Alegre,
já 19% são moradores da região metropolitana. O interior do Estado representa 11,3%
dos frequentadores, enquanto outros Estados representam 5,2%. Grande parte dos
entrevistados possui ensino superior (57,4%). Outra parte significativa da amostra
possui somente ensino médio (24,4%), seguidas por pós-graduação (8,5%) e ensino
fundamental (6,9%).
Os principais motivos para vinda a Feira são: a variedade de livros (30,1%),
lazer (28,2%), comprar livros (15,1%) e o preço (13,8%). Viu-se que 87,4% dos
entrevistados compram livros na Feira. O restante adquire seus livros, principalmente,
em livrarias, sebos e bancas de revistas.
Quando perguntados sobre a quantidade de livros que pretendiam comprar,
17,1% afirmaram que comprariam três livros, 14,7% dois, 10% comprariam dez ou
mais e 16,7% mostraram ir para a feira sem saber quantos livros adquirir.
O que mais agrada os frequentadores da Feira é a própria Feira (29%) e a
variedade de livros (24%). Quando questionados sobre o que menos agradava na
Feira, 33,4% afirmaram que nada desagradava. As condições climáticas foram citadas
por 20,4% dos entrevistados, seguido pelo grande movimento de pessoas (17,7%).
Para a aquisição dos livros, a forma de pagamente mais utilizada foi dinheiro
(55,7%), seguida por cartão de crédito (28,6%) e cartão de débito (6,7%). A televisão
(30%) foi o principal meio através do qual os frequentadores ficaram sabendo da
realização da Feira, seguida da lembrança de que tradicionalmente a Feira ocorrer nos
meses de outubro e novembro (25,6%) e pelos jornais (14,3%). A maioria dos
entrevistados costuma ir de ônibus (42,4%) e de carro (28,7%), já 18,3% vêm a pé e
6,1% de trem.
Em relação à divisão de áreas, 50,3% consideram boa, 33% consideram ótima,
8,6% consideram regular, 4,4% consideram ruim, 1% considerou péssima. As
instalações que abrigam a Feira foram consideradas boas por 58,6% dos
entrevistados,
31,3% consideram
ótimas,
7,7%
consideram ruins e 0,9% considerou péssimas.
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consideram regulares,
1,5%
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73% dos entrevistados consideram que os horários atendem bem as suas
necessidades, já 20,1% considerou que atende parcialmente e deveria abrir mais
cedo. Apenas 5,7% acharam que o horário não atende. Por fim, os entrevistados
foram convidados a dar uma nota de 1 a 5 em relação ao nível de satisfação em
relação à Feira. 46,6% deram 5, 45,7% deram 4, 7% deram 3, 0,3% deram 2 e 0,4%
deram 1.
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8.6. Livros Mais Comprados
Além da pesquisa acima citada, também foi realizada no mesmo período, uma
pesquisa para identificar os livros mais comprados pelos frequentadores da feira. Essa
amostra foi composta por 429 casos, o que permite uma margem de erro de 5%, para
mais ou para menos.
Livros mais comprados
Amanhecer
Ben 10 – Salva o Planeta
Crepúsculo
Barbie Em A Princesa da
Ilha
Amor Virtual
Stephenie Meyer
Sharon Antoniazzi
Stephenie Meyer
Intrínseca
Fundamento
Intrínseca
Vários
Fundamento
Valnei Emerim
Humaitá
Ficção
Amanhecer
Crepúsculo
A Cabana
Só as Mulheres e Baratas
Sobreviverão
Lua Nova
Stephenie Meyer
Stephenie Meyer
William P. Young
Intrínseca
Intrínseca
Sextante
Claudia Tajes
L&PM
Stephenie Meyer
Intrínseca
Receitas Fáceis Anonymus Gourmet
Marley e Eu
Jose Antonio Pinheiro
Machado
John Grogan
Angela Machado; Vinod
Verma
Não-ficção
Kama Sutra Para Mulheres
O Homem Voa! A Vida de
Santos Dumont
Michael Jackson – Um
Tributo ao Rei do Pop
L&PM
Prestigio
Nova Era
Nancy Winters
Dorea Books
James Aldies
ARX
Infanto-juvenil - Personagens de TV
Ben 10 – Salva o Planeta
Barbie Em A Princesa da
Ilha
Hot Wheels Para Colorir
Polly – Descobrindo o
Mundo
A Bela e A Fera
Sharon Antoniazzi
Fundamento
Vários
Fundamento
Hot Wheels
Ciranda Cultural
Pamela Jane
Fundamento
Ciranda Cultural
Ciranda Cultural
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Infanto-juvenil
O Pequeno Príncipe
A Droga da Obediência
Galinha Ruiva
Meu Pé de Laranja Lima
Mochila da Camila
Antonie de Saint-Exupéry
Pedro Bandeira
Editora FTD
José Mauro de
Vasconcelos
Gladis Maria Ferrão
Barcelos
Agir
Moderna
FTD
Melhoramentos
Sulina
Religioso / Esotérico
Conversando com Deus
V.1.
Espíritos Entre Nós
Nos Domínios da
Mediunidade
O Livro dos Espíritos
Meditando com Anjos
Neale Donald Walsch
James Van Praagh; Ana
Ban
Chico Xavier; André Luiz
(espírito)
Allan Kardec
Sonia Café
Agir
Sextante
FEB
IDE
Pensamento
Técnico
Código Civil 2009
Constituição da República
Curso de Direito
Constitucional Positivo
Dicionário Aurélio
Dicionário Básico Alemão
Anne Joyce Angher
Marcos Fernandes
Ridell
Ridell
José Afonso da Silva
Malheiros
Aurélio Buarque de
Holanda
Pons
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Positivo
Martins
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8.7. Transcrição grupo focal – Frequentadores
F: Vamos começar. Peço que vocês falem alto e claro. Agente está
gravando e vamos transcrever isto. Para começar gostaria que vocês se
apresentassem. Vamos seguir na ordem. Fale qual sua profissão, se mora em
Porto Alegre, costuma freqüentar a feira...
A: Boa tarde, eu sou Isabel Carvalho, moro em Porto Alegre, sou Gaúcha, sou
administradora de empresas, tenho projetos sociais e culturais e também sou
consultora para empresas na área de negócios e design. Dou acessoria de marketing
para empresas e tenho uma galeria de design. Freqüento muito a feira do livro,
casualmente hoje é a primeira edição, é o primeiro dia, porque nesse exato momento
estou como mediadora da nossa oficina das idéias no museu. Mas sou cliente
assídua.
B: Meu nome é Naida, eu sou professora da escola da rede pública, professora
de literatura, e por este motivo eu freqüento a feira do livro todos os anos.
D: Meu nome é Rafael, eu vou começar a trabalhar com cinema dia 20, com
produção visual e quero... Eu venho praticamente todos os anos na feira, não pego
livro, eu nunca comprei na feira, mais vou em várias atividades, ano passado assisti
uma peça de teatro com um amigo meu e assisti...
E: Eu sou o Guilherme, eu estou fazendo pré vestibular para... E acabo não
vindo muito aqui por que sempre tem alguma coisa para fazer ou estudo. Mas é uma
pena, nos outros anos eu costumava vir mais aqui, mas em questão de comprar livros
não aconteceu muito.
F: No próximo passo vamos começar com as perguntas em si, as
respostas devem ser por meio de conversação e diálogo, está bem?
A: Perfeito.
F: Para vocês a Feira do Livro é importante para a cidade, para Vocês... O
que vocês consideram a feira para cidade e para vocês?
B: Eu acho que a feira é um referencial importante para Porto Alegre e para o
Rio Grande do Sul de maneira geral, mas acho ainda que ela é algo muito elitizado. Eu
acho que o preço do livro não é compatível com a nossa realidade nem com os
frequentadores da feira. O freqüentador da feira é o estudante, o freqüentador da feira
é o sujeito que está prestando vestibular, é a professorinha do estado que ganha
pouco e que agente acaba garimpando ali naquelas caixinhas a literatura mais
acessível. E infelizmente a literatura mais acessível é a literatura que é menos
importante, é a literatura desimportante. E é uma questão subjetiva, não sei se
concordam comigo, o que é desimportante são os livros que estão espalhados,
estragados, nas caixinhas e estão assim, 6, 10 reais, preços bastante acessíveis.
Acho ainda que ela é muito elitizada e privilegia, com esses preços baixos, aquela
parcela da população que tem menos capacidade de leitura, precisa daquela literatura
mais fácil, mais rápida, aquela literatura mais comercial que consome rápido e
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esquece rápido, infelizmente isso acontece. E no meu caso a literatura brasileira que
eu garimpo ali eu já tenho tudo em casa e acabo voltando e lendo tudo em casa.
E: Além de concordar com ela eu acho que uma coisa que atrapalha muito
também é a duração, eu acho que dura pouco tempo, em uma época ruim, por que
muita gente deixa de vir por motivos simples como o calor... E a própria localização, a
localização é boa, mas eu acho que deveria acontecer mais vezes, mas realmente
esse é o problema assim, os comerciais não ajudam por que compartilhando os
espaços com os livros de autoajuda vão estar os livros do momento e ai não á uma
região das literaturas adolescentes ou até literatura pra gente de mais idade. Ano
passado tinha o segredo, há dois anos o código da Vince, há três anos algum outro,
esse ano é o crepúsculo... Isso é um problema por que é esse tipo de literatura que
vão procurar, mas realmente a diferença de preço não e tão significativa assim. Aqui tu
vai encontrar livros com preços praticamente iguais, pelo menos na minha opinião. Eu
não procuro tanto assim, mas pelo que eu posso ver. A diferença de preço de livros
com a cultura ou a saraiva, ou qualquer outra livraria que tu vá procurar não é tão
grande assim.
D: Nessa questão do preço, em função da feira do livro as lojas também
diminuem. Não que seja mais barato tu vir comprar livros na feira do livro.
E: É que ai pessoa vai atingir mesmo o grupo mais elitizado. Muita gente até
que eu falo um pouco disso acha que é um pouco de preconceito. Mas acabaram que
menos custos não têm o habito de leitura. E talvez não quer dizer tanto isso, não quer
dizer que quanto mais dinheiro a pessoa tem mais habito de leitura ela tem, ou
percepção, gosto. Mas de fato é isso, não há interesse, e ai é uma coisa maior...
F: Mais alguém quer falar sobre esta questão?
D: O que eu acho interessante na feira do livro são estas atividades paralelas
que acabam incentivando também não só a leitura, mas outros tipos de cultura
paralelos. Tem a amostra do Santander, tem uma sessão da feira. Isto incentiva o
pessoal a ir atrás desta cultura a mais.
A: Eu tenho também uma coisa para falar de relevância. Eu acho que a feira do
livro é importante sim, importante para a cidade, importante para o porto alegrense, eu
acho. E se agente tem uma situação ou uma dificuldade com ela eu imagino se não
tivéssemos. Uma coisa que me surpreendeu muito foi a qualidade das oficinas da
feira, e diria que a organização foi muito bem pensada muito planejada, de nível, os
autores, as pessoas que vieram, a disponibilidade das pessoas que participam. Eu
mesma trouxe alguns convidados de fora, acabei de comentar com ele, levei para a
feira. Eu mesma ouvi de uma colega “a feira é linda”, mas sabendo que ela disse isso
para outras pessoas de fora que acabaram vindo com pela lembrança cultural que eu
dei. Mas eu concordo com ele, eu ainda não tive chance de ver o conteúdo da feira,
para ver se realmente esse livro que é colocado no meio das bancas tem o alcance
que poderia ter. De preço, de população... Concordo também que a feira do livro
sempre... O local é charmoso, é legal, mas agente tem que tomar cuidado com a feira,
tem que dirigir o propósito só para trazer público como calendário oficial da cidade de
turismo, ou coisa parecida, se tem uma finalidade negativa ou se pode somar as duas.
Nem sempre as necessidades acompanham o turismo, a interpretação do centro
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histórico, a regionalização, são vários assuntos. Mas quando se fala na feira do livro
agente ta falando da informação de leitor, que o livro chegue até a pessoa. Também
concordo que não é relevante, que o preço resolve. Quando se compra em bancas de
livrarias e se paga com o cartão de credito com o mesmo desconto eu não vejo que
isso poderia incentivar, eu não sinto isso. Eu acho que a feira do livro seria uma boa
chance de botar esse público em contato com o acesso a cultura. Agora, por outro
lado, podemos pensar que nós somos agentes de transformação e temos esta
responsabilidade de ir, então é de avaliar não, é?
F: E falando sobre o pessoal assim, como vocês descreveriam o público
da Feira?
A: É impressionante por que tudo o que eu falo as pessoas freqüentam cinema,
teatro, estas pessoas não freqüentam, mas freqüentariam se fosse no gigantinho ou
em outro lugar. Eu começo a ver que são sempre as mesmas pessoas. Eu não
consigo enxergar uma renovação. Eu freqüento a feira do livro há 30 anos e não
consigo ver um público novo me dizer “Eu fui, eu gostei...”.
C: Mas para isso poderia acontecer um incentivo, incentivar as escolas
públicas mesmo. Os alunos estão bastante ocupados por estar em final de ano, mas
eu acho que deveria acontecer algo assim, as crianças ir lá conhecer...
A: Eu concordo com você, eu trabalho há 20 anos na bienal, a bienal do
MERCOSUL este ano possui um plano pedagógico ligado a receitas municipais onde
se conversa com escolas e professores e um ônibus parte daqui vai até a escola, trás
as crianças para ver a bienal, e ainda pega de carona a feira do livro, quando pode
associar a sociedade nisto, e as crianças conhecem a bienal. Isso poderia ser feito
também na feira do livro.
E: Eu até tenho esta discórdia em casa, crianças que querem fazer a visitação,
e disseram que vão fazer a visitação. E não adianta dizer “mãe, pai, vou fazer a
visitação com o colégio. Tanto.” E ai o professor ou a professora combina em se
encontrar em tal lugar...Só isso não funciona.
A: Depende, é isso que eu disse, nesse projeto da Bienal agente faz a vivência
com professores, é quase um planejamento estratégico de ações há dois meses para
que os professores já soubessem, para que houvesse um agendamento pedagógico,
com uma intenção, com um propósito, não foi só marcação de encontro.
E: Mas ai entra o hábito de leitura. Criança gosta de história. Começa com
literatura infantil, é claro. Hoje pouca gente lê literatura infantil, gente da nossa idade
ou maior que criança. E são atividades assim que são anuais que poderiam manter o
povo com esse “fogo”.
A : Mas que interessante isso que tu ta falando. Por que de uns anos pra cá eu
que vêm crescendo os espaços físicos para criança. E se agente não percebe que
ouve uma evolução cultural ou na evolução de oficinas, o que adianta ter o aumento
do espaço físico e toda melhora dizendo “Ai à área infantil, a área não sei o que” se
não ouve a mesma evolução na área intelectual cultural não é?
E: O que eu me pergunto é assim, a feira começou há quantos anos?
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A: 55.
E: 55 anos é. Três ou quatro anos vendendo alguns livros e depois virou o que
virou. A questão é que o povo já foi muito mais interessado em leitura e agora a
literatura corporativa ta muito mais interessante. O que eu fico assim imaginando é se
não fossem as palestras fora de literatura, ou os prêmios lá no outro prédio...
A: O encontro com os leitores famosos.
E: É como é que chama? O Patrono. Se continuasse a ser como era alguns
anos atrás, apenas uma feira de livros com preços mais ou menos acessíveis, se iria
ter uma diferença cultural na feira, se iria aparecer uma parcela, por que só algumas
pessoas iriam... Ou seja, se fosse o que ainda era. Agente tinha que incrementar. Hoje
em dia nenhuma vídeo locadora é só vídeo locadora, é um café, ou um cabeleireiro.
Por que com a feira aconteceu isso, foram mudanças para o bem, claro, mas foram
mudanças necessárias.
B: Só um pouquinho, tu pegasse um caminhozinho que eu queria retomar. A
feira do livro foi criada com um propósito maravilhoso que era incrementar a literatura
e a leitura, incentivar. Naquela época também, 55 anos atrás, certamente os livros
eram os clássicos da literatura brasileira, literatura portuguesa, literatura estrangeira,
em fim. Hoje em dia ela deixou de ter aquele caráter cultural, aquela coisa própria do
livro, aquela coisa que é informal, cidadão leitor. Para ter um caráter comercial, para
ter um caráter ideológico, e esse caráter ideológico vem das mídias. Da RBS, da
Record, da BAND, cada um lança a suas estrelinhas. As estrelinhas estão ai e nem
são tão boas assim, não vou citar nomes, claro que não vou citar nomes. Mas eu já
estou muito satisfeita por não ter visto Paulo coelho, não vi e fiquei muito satisfeita.
Mas acho assim, a mídia empurra autor goela abaixo. E eu tenho um blog, um humilde
blog, que eu já mandei pra RBS, pra Record, pra BAND, e eles simplesmente ignoram
o meu blog que é de contos, então assim, eles não dão espaço para as pessoas que
não estão ali no bolinho, por isso que ela tem um caráter ideológico.
F: Como vocês percebem a comunicação tradicional e digital da feira,
como está indo isso, pode melhorar?
A: Como assim? Pode tornar um pouco mais claro isso?
F: A comunicação digital e tradicional da feira, como está sendo feita,
está bom, está atingindo o objetivo?
A: Comunicação que você diz é agente entrar no site e encontrar a feira? Eu
diria para vocês que é interessante, por que apesar de todo o avanço da internet, das
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mídias, isso e aquilo, eu acabei me comunicando com a feira exatamente com o que
ela tem. Pelo papel com conteúdo, e inclusive eu queria ter pego oficinas cujas
informações estavam no site e eu não consegui entrar no site. A questão que eu
tenho é que a feira para mim tinha que ter esse contato físico aqui. Por que a feira do
livro da cidade é aquela que me da sustentação e conhecimento, e no momento que
eu entro no site eu não preciso mais estar ligada a feira do livro de porto alegre, posso
estar ligada a Paraty, ou outra coisa. Apesar de ser uma pessoa ligadíssima na net,
envolvida com mídia, apreciar a achar que e uma forma de comunicação bárbara eu
acho que talvez seja uma comunicação bárbara em um momento que não precisa.
Talvez a mídia seja interessante para quem ta morando lá do outro lado, mas para
quem está morando aqui no Rio Grande do Sul, ou em Porto Alegre. O leitor daqui
precisa de uma comunicação com a matéria da feira do livro mesmo.
B: O livro cumpre uma função que é sinestésica. A questão do toque, a questão
do cheiro, a questão de tu ler e sentir o aroma daquilo que tu estas lendo, sentir o frio
daquilo que tu estas... A internet é muito fria, muito distante e ao mesmo tempo que
ela conecta ela desconecta totalmente. Então talvez seja mais interessante fazer
assim, uma feira do livro com papel, coisas tangíveis e ao mesmo tempo fazer uma
feira do livro virtual, e acho que seria legal, por que se é feira do livro não é feira do
computador, é do livro.
D: Na feira do livro tem esse contato com o livro, a pessoa vem e tem esse
contato físico, por que na internet tu pode ate acessar o site, ver a feira, mas ao
mesmo tempo a pessoas esta em outra coisa, vai estar vendo muita coisa ao mesmo
tempo.
A: E agente perde mais a comunicação, por que as vezes o próprio material
editorial não ajuda tanto, eu vi aquilo das oficinas, 2/3 3/3, daí eu não sabia se aquilo
era continuação, pela internet imagina mandar um email o caos que é,
ninguém
responde, e acontecia, se você passa um email ninguém responde em 24h. Mas uma
coisa que me chamou atenção foi esse selinho, eu achei um amor, uma gracinha,
fiquei encantada. Mas assim, eu não estou fazendo uma crítica a comunicação, eu só
quero dizer que a comunicação por internet que é uma coisa que auxilia, outra é
colocar no mesmo patamar a comunicação de internet no mesmo peso da forma como
a feira se comunica com agente a 55 anos. Achei que o que faltou realmente foi
comunicação da feira com mais antecedência, isso aqui agente já pode ter (a revista)
com mais antecedência, mas agente acaba tendo sempre em cima da hora e não
conseguimos nos agendar. Acho que talvez seja um problema de burocracia, de falta
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de verbas, coisas que eu não tenho nem importância pra entrar no mérito. Mas acho
que falta na feira um planejamento estratégico com um pouco de antecedência.
A: Não estou fazendo uma crítica à comunicação; só estou querendo dizer que
uma coisa é a comunicação por internet – que é mais uma ferramenta que auxilia –
outra é colocar no mesmo patamar a comunicação de internet com o mesmo peso da
comunicação oficial que a Feira do Livro se comunica conosco há 55 anos. Achei que
faltou comunicação da feira com antecedência. Isso aqui (revista com programações
dos eventos da Feira) a gente já pode ter, mas acaba não tendo - aí a gente deixa
tudo para a última hora e você não consegue se agendar. Acho que talvez seja um
problema de burocracia, de situações, de verbas, que eu não tenho nenhum alcance
para entrar no mérito; mas acho que o resultado da feira/o planejamento estratégico
precisa de bastante antecedência - isso é um ponto de eficiência.
C: Isso é uma forma de atingir o teu público também, por que as pessoas... a
adolescência hoje se baseia praticamente em internet – então é uma forma que eu
acho bem válida, por que a maioria pessoas hoje fica mais tempo na internet mesmo;
e só lê um livro quando o professor vai lá e diz que vai cair no vestibular e que você
vai precisar daquilo ali. A pessoa vai lá e entra goela abaixo (...).
A: Eu acho legal o posicionamento da Nadine; eu acho que a gente pode ter a
feira do livro ela mesma, nessas situações - e a feira do livro virtual, pegando toda
essa comunidade que só sabe se relacionar com o computador – mas a partir do
momento que se misturam as duas, você tenta facilitar, na verdade complica, pois nem
todo mundo sabe acessar uma internet muito rápido num lap top para ver o que está
acontecendo.
E: Quem for realmente procurar na internet realmente sobre, já tem mais ou
menos mente de estar procurando e talvez já entenda...
A: Agora, será que a programação virtual tem o mesmo peso da programação
da feira do livro ou ela tem nada de informativo? Por que também me diz respeito esse
público virtual se a preparação pedagógica virtual não tem o mesmo peso do que
estamos falando aqui. Se for só meramente informativo, aí nunca vai chegar perto do
que nós chegamos enquanto feira do livro, né?
E: A pessoa física não tem uma parede que duas entradas ali ‘ah, vou lá botar
meus escritos, minhas histórias, minhas críticas’. Agora, eventos dão algo necessário,
além de dar status.
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A: É, mas o site não pode se confundir com a feira, e às vezes os escritores
estão on-line num chat conversando com (...), por exemplo, é isso que eu pergunto.
E: É, eu não sei...
A: É por isso que eu indaguei; pois você falou que é tão importante, mas nem
nós ficamos sabendo.
E: Mas é aí que ta! É que na verdade dá um outro status pra coisa: eu acho
que ninguém aqui deve ter ido ao site da Pepsi, por exemplo, mas a Pepsi tem site...
Por isso que eu acho que é quase obrigatório.
A: mas eu acho que (...) tanta gente com foco no que ela quer que a gente só
iria lá se a gente quisesse algo a mais que nos interessa. Agora, deixar de prestar
informações por que vai mostrar no site, eu acho que é um equívoco. (...) Mas isso é
uma cultura, como a Nadine falou! Vamos pensar como funciona (e vamos
contemplar) nosso público, né? Inclui crianças, inclui idosos, que não entendem o
meio digital. Então assim, as pessoas que eu contemplo tem que acessar uma banda
larga rapidamente? Então...
F: E assim, quanto à programação, qual é a opinião de vocês quanto a
palestras, teatros, oficinas, sessão de autógrafos, mesa redonda...? Foram em
algum evento?
A: Eu vou ser bem honesta, e vou fazer um tremendo elogio: eu fiquei
encantadíssima com o nível, a qualidade; mas eu também não gostaria que o peso da
feira, no sentido de trazer a gente fosse só que ficasse ancorado nas figuras maestras
da cidade. Por que daqui a pouco você não fica sabendo se a oficina é boa pelo
conteúdo ou por que pegou um professor que é famoso...
E: Ah, vou à feira por que o professor é bom...
A: Não, não, não.
E: É.
C: É.
A: Não, não; vou por que está sendo ministrada pelo fulano, se não for o fulano
não vou por que senão não se sustenta.
E: Foi mais ou menos o que aconteceu na feira de Gramado, tipo...
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A: Agora, tem uma oficina aqui que eu amei saber de quem era; estava falando
sobre ‘imagem e palavra’ e fiquei encantadíssima para saber de quem era. Mas eu
achei muito interessante.
C: Eu acho que também essa parte podia ser transmitida on-line, para pessoas
que talvez não tenham condições de vir à feira do livro; poderiam se ver coisas através
da internet.
A: Ou disponibiliza, por exemplo, vi uma palestra da ARPA, que teve aqui no
prédio – numa ótica, que achei superinteressante ontem - que era de um museu;
arquiteto e suas relações – arquiteto e livro - por que era dito no caderno da casa e
companhia, que hoje os arquitetos tomam suas decisões, aí no fim do ano eles
escrevem um livro: aí achei superinteressante, por que daqui a pouco pode ter uma
evolução. Como é um livro, que na verdade é só um conjunto editorial de imagens e
descrições. A gente está vendo isso como livro, como literatura ou como só uma
publicação que teve seu gancho na feira do livro? Ou será que poderia ter mais livros,
se o arquiteto pudesse fazer uma página contando sua experiência literária, como
objeto - porém não em palavras, tentando traduzir... ou o livro é só pro jornalista? Eu
achei interessante sim esse debate... talvez esse tipo de assunto pudesse estar
disponibilizado: como resumo, com anuários sobre essas oficinas (na revista). Por
que daí a feira acaba, mas ela continua virtualmente...
C: Daí a pessoa pode ver com mais calma...
? - O problema é que a pessoa não consegue ir ao paralelo né? Eu acabo querendo ir
ver uma coisa, mas me programo pra ver esta e abro mão das outras duas. Te
programa pra ir no museu um dia...
A: Daí a gente fica humilhado, por que é comercial pra comprar o livro, mas eu
compro o livro e não participo da oficina, por que não tenho tempo pra vir na feira.
Talvez seja muita coisa! Estão querendo contemplar muita coisa, para participar muito
público, por que se não contemplam direito traz público nenhum. Eu acho que tem que
cuidar o público que está sendo focado.
B: Eu tenho uma visão um pouco diferente... Tinha um (homem) ali fazendo
cartaz/propaganda da palestra que ele ia fazer sobre física quântica. Aí eu fiquei ‘ãhn?
’. A quem, novamente, interessa física quântica. Ao público comum? Ao povo... Ao
povão? Interessa física quântica ao povo da feira? Se não interessa a mim, que sou
professora de literatura, e acho que existe uma dificuldade, se não sei se é retardo
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mental, ou se só eu tenho uma dificuldade imensa de entender isso? Quanto mais o
povo...”.
C: Talvez o jovem que vá ali ver, talvez se interesse pelo assunto; Talvez
decida ficar com aquilo ali; ele vai ali e diga “pô, achei legal, isso é útil pra mim.” Pra
quem já não tinha base nenhuma, talvez decida fazer aquilo pro resto da vida.”.
E: O problema da feira... o problema não, pois acho que isso é bom – é que ali
tem gente que não ganha nada, que ganha 100 reais por mês, e tem gente que ganha
muito dinheiro; então mistura bastante e isso é bom, só que pra quem vai a física
quântica da discussão? Eu acho que muitas pessoas não vão entender isso, a não ser
pessoas direcionadas . Mas teria que criar uma feira do livro de física quântica.
A: Sabe o que eu achei interessante no que vocês estão falando? Nós estamos
no século do crescimento. Da ordem, das disciplinas, dos interesses... Eu fico
pensando: intelectualmente a gente está querendo avançar, querendo expandir, ser
democrático e aí às vezes as bancas são separadas por editoras e daqui a pouco você
vê por índios: aqui é o setor da física quântica, aqui é o setor do místico, aqui é o setor
do afro, aqui é o setor do não sei o que, da informática, da internet... Será que a gente
não está querendo crescer o conhecimento pela banca comercial? Acho que pode ter
um choque... Então eu não sou contra a democracia do homem da física quântica, né?
A gente vai acabar entrando em choque em situações onde não interessa se você
(Naida) tá certa, se você (Nadine) tá certa, etc. Será que o layout intelectual da feira
precisa ser repensado? A maneira como se enxerga?
E: Eu acho que é o lugar que deixa bacana...
A: Não, não, não é lugar de espaço físico; To falando de layout enquanto foco,
ou seja, posicionamento! Por que se esbarra auto-ajuda, policia e aquilo...
B: Mas as editoras são focadas. Não tem nenhuma que tu passas e olha outra
coisa, por que elas são todas focadas.
A: Não, não, claro que não, mas a gente tem todo um... o povão que chega,
pode não ter essa compreensão – é isso que estou falando – não tem esse
esclarecimento só pelo título da banca. É isso que eu quero dizer. Eu to querendo
dizer sobre o posicionamento.
B: Se eu quero comprar um livro católico eu vou à Editora Vozes. Eu quero
comprar autoajuda, e vou na banca (não sabe que banca dizer, todos riem juntos)...
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A: Aí que está... eu nem sei dizer se elas são distribuídas... agora falando
fisicamente, elas têm seus assuntos, entendeu? Aí se eu quero infanto-juvenil acabo
comprando nada na internacional, né?”.
F: Já abordando o ‘fisicamente’, como vocês estão vendo as instalações
nesse decorrer de feira, desde que vocês começaram a freqüentar a feira... Está
melhorando, pode melhorar?
E: Poderia melhorar eu acho.
A: Eu estou numa brincadeira, por que sou mediadora lá no MARGS e eu sou
muito rígida nesse ponto, por que aconteceram tantas roubadas lá... Na Alfândega, no
estacionamento, no MARGS, na voltinha ali - que a feira do livro está sendo
companheira, por que eu jurei que se eu for prefeita dessa cidade vou pôr porcelanato
nessa praça, pra poder pisar na chuva...
B: Esses pezinhos têm 55 anos. E eles não podem mudar.
A: Exatamente! E as poças de água dentro das pedrinhas ontem. Esse dia
estava uma chuvarada, e ninguém conseguiu freqüentar a feira por causa da poça,
né? Depois eu tive que tirar meus sapatos, e fazer assim com eles (gesticula,
mostrando que contorceu os sapatos para tirar o excesso da água). E quando tivemos
que ir embora a rua estava alagada e alguém comentou “tem que fazer um tabladinho,
prevendo isso”. Sei lá, eu realmente acho que o conteúdo da feira não é esse... É um
problema, mas eu notei sim, logística, praça de alimentação teve sim uma evolução.
Bastante.
F - Mais alguém quer comentar alguma coisa?
? : “Eu acho que melhorou bastante e não tenho muito que reclamar...”.
E: É eu acho que o que tinha de ser expresso, ela (Isabel) já expressou.
F: Vocês acham que a feira deve continuar na praça, deve ir pra algum
lugar, sair do cais do porto ou...?
A: Sabe que enquanto nós estávamos falando sobre isso eu fiquei imaginando
a possibilidade dela ser realizada no cais; por que ontem foi um caos. Eu trabalhei
domingo – ontem – no museu, e vocês não sabem o caos que foi. Se alguém chega
de uma comunidade e me fala ‘Deus me livre, como você deve conseguir... ’ é por que
não é fácil ficar com as crianças, cuidar dos idosos – eu achei realmente um caos
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ontem. Acho que se não tivermos cultura não vai funcionar em qualquer outro espaço,
a gente tem que... a gente quer entrar na geração da internet, mudança de lap top,
mas eu acho que a gente tinha que caminhar... ao lado, né? Por que daqui a pouco
vem a internet, um baixando livro aqui, outro lá – daí você fica sem conexão, não tem
internet, eu acho que não daria... em minha opinião eu sinto que não daria.”.
C: O problema é que se tem alguém que diz ‘ah, foi difícil por que estava
chovendo muito e estava um caos’ isso vai passar de pessoa por pessoa e isso pode
ficar ‘ah, não vou por que vou ter que comprar e voltar’; As pessoas deveriam ir lá para
passear ‘pô, tem coisas pra crianças, o ideal é de repente levá-la...
A: Não, é que a gente não pode confundir o foco da feira com passeio turístico
e Porto Alegre começou com uma coisa dessas, anos atrás numa situação. 55 anos
depois do início da feira mudou, é outra feira, é uma bienal do livro: se ela quer
vender, se ela quer faturar, se ela quer fazer público, se ela quer pensar enquanto
negócio, como empresa, né? Mas isso nem vamos questionar agora... Se ela quer
crescer mesmo, fisicamente, na interação, expressão, visibilidade e não sei o que,
daqui a pouco a gente vai estar subindo o Jacarandá, pra ver a feira, né? Olhando de
cima, num mezanino. De certa maneira se interessando pelo apelo comercial.
Qualquer um dos eventos da cidade, que eu já expliquei, por que sempre haverá
eventos... Então tem que se pensar nisso, ela se sustentar para se encontrar sozinha,
a dona da praça. Ela não é mais dona da praça, por que metade da população que
vem, vem pra bienal. Vem pro cais. Daqui a pouco vem pro museu de história. Então é
sobre isso que temos que pensar.
F: Já que falaram do Jacarandá... Qual a tua opinião sobre a física do
lugar?
B: Eu acho que vai descaracterizar: vai tirar o essencial, vai tirar a localização...
Esses Jacarandás são lindíssimos, os Ipês são maravilhosos – ele cai aquelas
folhinhas que ficam espalhadas pelo chão. Ano passado eu vi a moça da limpeza
varrendo as folhinhas, aquele tapete amarelo! Eu acho quer isso é um atrativo, Faz
parte dos 55 anos da feira, acho que não deveria nem cogitar a possibilidade de tirar a
feira daqui.
A: Posso interromper...? Eu penso o seguinte: Essa realidade é nossa, até pela
nossa experiência. Não sei se eu concordo com toda essa criançada lá no cais do
Porto, que às vezes nem chega aqui na Praça do Jacarandá. Por que lá eles vão ver
toda a feira que interessa pra elas; então a gente tem toda uma programação de
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eventos infanto-juvenis, que não está acontecendo lá. E eles não podem vir pra cá, por
que é perigoso e não sei o que... Então, nós estamos com duas óticas da feira: essa
que acho lindo – e tem meninos que estão lá do outro lado que não virão para cá por
que estão encantados com a própria feira.
B: É, ela está numa encruzilhada.
A: Entendem o que eu quero dizer? Tem o charme que eu posso cruzar com o
Mário Quintana nessa praça, mas ao mesmo tempo, posso conversar com um
garotinho de 10 anos do outro lado, que me ensinou o que era Manga ontem...
E: É que quando começou aqui... Acho que colocar num lugar fechado tira sim
a magia de ser o lugar onde nasceu a feira. Acho que talvez até desça o nível.
A: Quando eu disse num lugar fechado era no sentido de ser amplo; Falei
sobre expandir; Por que eu vejo assim Naida, eu participei de diversos períodos da
feira; Então, a feira do livro no meu olhar é uma instituição – ela ficou muito maior,
acho que ela cresceu muito mais que o Jacarandá. Eu enxergo assim; Só que agora
ela tem que ser responsável por isso que ela criou!
E: É.
A: Ela pode ser em outro lugar, e uma sessão de autógrafos específica ser na
Praça da Alfândega, caracterizada. Ela não cresceu a ponto de ter atividades aqui no
memorial? Atividades no MARGS, atividades não sei aonde? Pode ser o contrário... A
grande feira pode ser no ‘grandão’ e aqui ela fica com um nicho, como a praça de
autógrafos; um lugar mais reservado, fechado...
E: Tem um ponto, por que tem vários programas que são gravados para rádio
ou pra TV, que precisam dessa disposição de agora.
A: Sim, mas quando eles são gravados eles estão completamente fora do
horário. O museu termina às 9 h e a Praça fecha às 09h30min, eles estão lá na frente
do MARGS, sabe por quê? Por que é tranqüilo, qualquer um pode chegar ali... Até
eles se programam, entende? Pra usar a infra-estrutura da feira. Eu acho essa grande
circulação de massa que interessa a feira pode ocorrer em outro lugar e as coisas
charmosas estarão lá também.
E: O interessante seria se pudesse preservar espaços o ano inteiro sem a
Feira...
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A: Eu concordo com você. Acho muito pouco tempo a feira do livro, se a
proposta é que a gente melhore o conhecimento; Acho que ninguém vai ter tanto
contato com um livro nesse pouco tempo, ainda mais com chuva; E contando que
ainda tem um dia de passe livre, entendeu? (...) Há situações que não fazem parte do
universo da literatura, né? Transporte gratuito? Eu penso assim... se ela tem duas
edições, como a edição de moda, puxa vida! Porto Alegre promove lá no shopping,
edições sobre moda... e a feira do livro? Poxa vida, ela pode ter outro jeito de se
organizar, né.
C: Talvez fazer uma coisa, uma coisa lá que vá falar de moda, uma coisa muito
mais interessante pro público jovem até porque é importantíssimo ter eles como
referencial. Fazer com que todos os jovens tenham consciência do que é a feira do
livro, talvez venham de fora. É bom também pra imagem de Porto Alegre pra outros
estados.
A: Sim, sim. Eu que me relaciono com muitas pessoas de fora de Porto Alegre,
de outros estados e viajo muito em função de trabalho também, eu vejo que todo
mundo sabe o que é a feira do livro e o sonho de consumo das pessoas de fora é vir.
C: Pois é, eu morei até um tempo atrás em Florianópolis e tinha plena
consciência do que era a feira do livro até porque as pessoas falavam sobre isso e
sobre como era, é bom saber que os outros estados tem consciência da cultura de
Porto Alegre e tem consciência do valor que a gente dá pra cultura.
E: O pessoal vem pra Porto Alegre por causa da feira do livro, talvez eu seja
suspeito pra falar.
A: Eu sinto que a feira do livro faz... ?...
né, eu não tenho estatísticas, eu
realmente não posso falar sobre isso, não é a minha praia, mas eu sinto que a feira do
livro criou muita expressão pra algumas cidades do interior terem a sua feira do livro,
escolas, criarem sua biblioteca, darem valor a esse peso da... então realmente isso aí
por mais lento que possa parecer né, essas transformações, mas eu sinto que cresceu
bastante, exatamente pelo peso da nossa aqui.
F – Com relação ao patrono da Feira do Livro, o que vocês acham que
agrega, por que? Qual a função dele?
A: Esse ano é o Carlos Urbim né?
B: O Carlos Urbim, aquele que fala assim com as crianças?
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E: Pode repetir? Ahn? Tenho déficit de atenção.
B: Urbim.
E: Quem seria ele?
D: Eu conheço ele porque ele é pai de um amigo meu.
B: Eu só conheço por essa voz, não sei como não tem gente imitando ele ainda.
Eu sei que ele escreve pra crianças. Agora, se ele é patrono não fui eu que escolhi,
nem ela, quem o escolheu?
F: Não, não, mas como patrono em geral assim...
A: Eu enxergo com bons olhos, eu não sei se é porque eu sou....?.... , quando eu
estive próxima de dois patronos eu fiquei muito feliz. Eu não sei como é ou como são
as estratégias de escolha, né, não tive a oportunidade de conversar com alguém sobre
isso, como é feito, acho que é uma comissão que escolhe tudo isso, quais são os
critérios pra ele ser eleito, mas eu acho que a figura tem que ter importância, se ele
existe, se ele é anunciado, se ele é votado, eu acredito que cabe. Pode ainda não ta
ao meu alcance entender, mas deve...?....
B: Certamente, Certamente.
A: Até porque tem uma pessoa que eu sou muito próxima que é o Walter Galvani,
(...). ele já foi, e o ano passado eu tive a oportunidade de estar ao lado do Charles
Kiefer e conversar com ele uma noite sobre a feira do livro, sobre os propósitos da
feira do livro (...) , pelo menos ter uma percepção.
E: Acho que é uma coisa interessante ter um rosto e um corpo pra feira assim, mas
que não seja uma personificação, lógico. É interessante ter a cara de alguém, é
curioso mas funciona com as pessoas.
C: Acho que depende do lugar, por exemplo, nós aqui, apesar de saber da
existência do patrono, a gente não sabia quem era.
A: Não, e eu fiquei sabendo porque eu fui numa solenidade da prefeitura, que foi a
entrega de um prêmio, e casualmente foi esse cara, se não eu não saberia.
A: É, realmente um público mais especializado né, a mídia.
B: É o que eu falei né, o comecinho, é aquela coisa.
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B: A feira fica como um cachorrinho, tentando pegar o seu rabo, vi ela sempre
assim sabe, que ela abre o espaço físico e se espraia lá pelo Guaíba, daqui a pouco ta
lá em cima do Jacarandá, mas ela continua como se fosse um cachorrinho tentando
pegar o rabo, .(...). na mesmice.
A: Mas eu fico pensando o seguinte, será que pra população a gente não precisa
de uma relevância ....Se a população souber o que foi informado, vai importar muito se
a população intelectualizada, os dirigentes brasileiros não tiverem esse...que a gente
precisa, porque... Feira de supermercado, Feira de..., eles institucionalizam uma feira,
uma coisa, que vai acabar tendo o preço tal de relevância, talvez outros setores que
nem são tão envolvidos com o setor da Feira. Mas isso são algumas situações
específicas de valor ao escritor, às pessoas que vivenciam o leitor, que ele ta lendo,
ele ta preocupado em escrever, em editar, em publicar. O patrono é uma pessoa que
vive as vezes mais ...É uma questão de envolvimento mesmo com a matéria, com o
objeto, com o sujeito da feira, a feira é de leitura, é de livro,é disso. Não tem um
setorzinho ...
B: Eu não acho, porque já faz bastante tempo que o sujeito, ele não consegue
... O país se faz com homens e ídolos, né? Então é claro que se tiver uma feira de
padaria, eu não vou numa feira de padaria, se tiver uma feira de informática, eu não
vou porque não tenho interesse, mas a leitura é de interesse de todos, tanto que a
gente incentiva a criança a ler.
E: O interessante vai ser quando começar a ser curioso, que as pessoas
começarem a ser curiosas e se perguntem: “ por que eu não conheço um pouco?”. Se
tiver uma feira de padaria eu vou na feira de padaria. Só que também tem que saber
colocar um limite.
A: Claro, mas olha o limite, ESPM Jr. Consultoria de marketing, eu fiz a leitura,
se ela tivesse qualquer outra coisa lá eu ia filtrar pra ver se interessava ou não
participar disso aqui, também tem um link que a gente faz...
F: Continuando, qual o significado da feira pra cada um em poucas palavras?
D: Eu acho que eu definiria assim em poucas frases, poucas palavras, como o
acesso à cultura e te adicionando pro livro, pra quem tava procurando. Não
necessariamente só a um livro, mas ter o acesso a outros tipos de livros.
F: Se tivesse que definir em uma palavra como se fosse uma pessoa a
feira do livro, qual palavra seria?
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B: Pra mim, tradição.
D: É, mas tradição é meio forte né?
F: E se fosse uma pessoa, que pessoas vocês acham que ela seria?
B: Se ela fosse uma pessoa? Ela seria... o Lula assim, o discurso é um e a
prática é outro.
F: Concordam?
A: Ela seria uma pessoa fashion, talvez uma pessoa madura, fashion,
antenada, um pouco atrapalhada como eu me sinto por ... de século, né? Com o
século passando rapidinho, a gente já enxerga 2010, os estouros de ano novo, de
mudança de século, nossa eu nem vi direito. Eu vi um vídeo da passagem do século e
eu já to em 2010. Se a gente parar pra ver, é um décimo do século inteiro daqui pra
frente. Então, se tu pegar a feira de 55 anos atrás, e comparar com essa edição, a
gente vai ver que ela deu uma pedalada pra tentar manter o status quo, se agilizar,
então é claro que agora eu acho que ela precisaria de um tom mais de administração,
uma gestão de feira. Acho que planejamento estratégico de gestão de feira, porque se
não tiver uma gestão ela acaba, acabando com toda aquela cultura que a gente ta
perseguindo, né. Mas vejo como uma pessoa madura, um publicitário, um técnico em
administração.
F: Qual o significado da feira assim, com outras frases?
A: Pra mim, crescimento e flexibilidade.
B: Ai eu não vou falar porque vou ser antipática. Sou da tradição, do passado,
sou meio ...
A: ... você se posiciona, eu nunca tinha pensado que eu era assim e to sendo
... porque eu sou da comunidade da literatura, mas não sou professora, eu só escrevo,
eu preciso também me posicionar.
E: Eu sempre tive minhas professoras de literatura com a personalidade
bastante forte, parece tu.
B: Meus alunos também adoram a minha personalidade
E: “Adooooram”
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B: Não, mas eles gostam mesmo. Aliás, não tem nenhuma professora no
mundo que tenha “aluno” tatuado nas costas. Não estão tatuados aqui, mas eu gosto
deles e eles gostam de mim. Mas eu acho ainda assim... a pergunta foi exatamente?
F: Qual o significado da feira com outras palavras?
B: Com outras palavras assim, que pena que ta mudando, porque eu ainda
sou da coisa tradicional, pena que não tem carroça.
E: É, há 55 anos era bem mais legal eu acho.
B: É, eu não vivia ainda, eu não tava lá, mas acho que era bem legal. Não sei,
ta faltando assim, uma roupa mais adequada, um traje assim mil novecentos e... uma
performance, vamos dizer assim.
D: A gente viu os 3 mosqueteiros, eles tão começando, ta começando a surgir
isso.
D: Ah!
B: Achei que era uma coisa muito original assim.
E: Eu esqueci do seu nome.
A: Isabel Cristine.
E: Então, ela falou uma coisa que eu achei muito importante, que é uma
administração de feira, porque a administração daqui... A administração deve ser da
RBS, de meios, que gostam de parecer que tão se importando com coisas culturais e
ambientais. No fundo tão ligando pra imagem deles para/com a população, e qual é a
população que não percebe isso? O povo em massa, que é o mesmo povo que vem
aqui não com o intuito de feira né. Então, talvez ao passar pra uma administração de
feira que seja especializada nisso...
C: Que não tenha interesse em marketing..
E: É, ou só o marketing necessário... Talvez a ... Começasse a ser mais
preservada, tivesse um cuidado maior ao redor, porque as ... de sair daqui, do porque
de sair daqui, é pela própria atração física, porque virou atração física, tu vê em fotos,
tu vê em relatos, em livros até, como eu já vi, só que era uma maravilha antes, parecia
muito bom pelo menos, mas né, isso era a 55 anos atrás. Há 10 anos era só um pouco
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menos pior do que é hoje, né? Daqui a 10 anos a gente não vai ... então tipo, qual é o
futuro, sabe?
B: O “pior” que tu fala é pior em que sentido?
E: No sentido de degradação, eu acho.
B: Degradação do que?
E: Do ambiente, poluição, as pessoas ao redor. Aquele dia que a gente passou
a tarde ali, quantos tipos de prostíbulos e cafetões tinham ao nosso redor?
B: Mas eles fazem parte, eles fazem parte dessa praça, não pode jamais tirar
eles da praça, de jeito nenhum. Nem o sujeito bêbado, nem o cara que faz ali os pés...
eles fazem parte dessa tradição.
D: Eles fazem parte daqui muito mais do que eu e tu.
B: Exatamente.
E: Eles fazem parte, mas atraem o resto.
A: Já que a gente ta falando de expansão desproporcional, porque por
exemplo, a feira quando é chamada de bucólica, não, eu acho que ... o que eu vejo as
vezes é que ela era legal porque ela tinha um foco de atendimento, vamos agora
pensar em empresa, já que a gente ta falando de marketing, pensando em empresa.
Quando ela era bucólica ela tinha um tamanho de feira pra um tamanho de público e
eu acho que as duas caminham, andam... Se a gente olhar a feira hoje, ela tem um
gigantismo, mesmo com todo o pessoal que freqüenta: engraxate, artesão, isso e
aquilo, sei lá, prostituta, não tem problema. Acontece que me parece que ela ta
crescendo, numa proporção que eu não sei se ela ta dando conta de todo mundo que
ta vindo também, porque antes a feira infantil era só aqui atrás, ela nem era no cais,
agora ela já ta no cais, daqui a pouco ela ta lá em cima do cisne branco, daqui a pouco
ela atravessa Guaíba, aí a gente vai cair nessa questão mesmo, será que ela não está
se perdendo nessa questão da expansão. A questão também de administração, que
nós vamos voltar agora naquele assunto, quando eu falei de gestão eu não falei do
nome das pessoas que estão envolvidas no apoio, na mídia, ou isso ou aquilo, eu
estou me lembrando só que essa feira, ela é uma feira do estado, do município. A
gente deve estar tendo também situações entre uma gestão política, deve ter também
latências ou conflitos, ou alguma coisa desse tipo. Então não é só uma questão de ...
em um grande jornal, deve ser também se eles deram verbas, se é relevante, quanto
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que vai, se vai ficar com o patrocínio do produto Nestlé, é todo um pensamento que
tem que ser feito com bastante antecedência, então ... uma gestão sabe.
E: Mas é uma coisa que vai passando dos limites, eu adoraria ir na redenção
passear de noite, tipo as duas da manhã, na madrugada é ótimo, mas não dá. Então
olha, eu acho que isso complica bastante porque tem uma área tão boa usar ali, né? E
ta cada vez mais... em um estado degradante, né? E eu acho que só tende a piorar.
B: É, mas em qualquer lugar de Porto Alegre que tu for, ele terá sempre aquele
segundo plano em volta tentando te hostilizar, marginalizar. E aí, pra que isso não
aconteça, a gente vai ter que fechar e cobrar entrada, e só vai entrar quem pagar a
entrada, e isso aí seria o fim do fim, né?
A: ... Até depois eu quero mostrar uma foto, eu ia vir de carro... na Mauá
B: Nossa, quando eu faço a voltinha, assim que eu vi ... como tava na última
pontinha a bateria da minha câmera, eu tive que mostrar pra turma ... mas eu quero
mostrar pra vocês o absurdo que nós estamos.
A: Eu quero mostrar pra vocês uma cena, isso aqui é possível numa feira do
livro, um ônibus não conseguiu trazer a turma porque alguém esqueceu o .... Vê se a
feira do livro pode contar com isso daqui pra frente, se na entrada da Mauá, que é
portão de entrada pra tudo... Olha, aí vocês tinham que ver o desespero do flanelinha,
que tava no meio daquela encrenca de carro, que nem tinha que ta ali, nessa altura do
campeonato nem o guincho ia conseguir chegar, não tinha isso na época da feira do
livro de 55 anos atrás.
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8.8. Transcrição: Grupo Focal – Formadores de
Opinião
F: Boa tarde, eu sou o Gustavo, estudo na ESPM, estou no sexto
semestre de publicidade e propaganda, e eu gostaria que vocês começassem se
apresentando.
J: Bom, eu fui convidada como coordenadora da área de marketing da Caixa
Econômica Federal, em Porto Alegre.
K: Eu sou jornalista.
L: Bom, eu sou alemão, represento o instituto Goethe, e nós participamos da
feira com um estande, esse ano é minha oitava vez, e está trabalhoso demais.
M: Eu sou presidente do conselho do patrimônio histórico.
F: Bom, gostaria de começar perguntando sobre a importância da feira
para vocês e para a cidade? Pessoalmente, na visão da cidade e
profissionalmente.
L: Eu tenho uma visão diferente, eu acho que a feira do livro tem uma
importância muito grande para quem dá valor a ela. É uma feira que privilegia a cultura
e que possui uma grande tradição, que deve vender bem os livros, e criar o interesse
pelos livros ainda mais em faixas sociais que não tem tantas condições, e isso eu acho
muito legal, muito bom a feira de Porto Alegre assumir esse papel.
J: Bom, pessoalmente, como tu tinha perguntado, eu acho que pro cidadão de
porto alegre, desde criança ela tem essa importância, pra mim eu percebo também
como trago minha filha, e acompanho as gerações vindo pra cá (feira) pois é um
evento que já é tradicional, tu já sabes que tem essa referência que Porto Alegre tem
essa Feira, que as pessoas todas vem, mesmo quem não está acostumado,
principalmente na área infantil, que se destacou pelo tamanho e pela ampliação que
ela tem hoje. A Caixa patrocina a feira já há muitos anos, senão como patrocinadora,
como apoiadora e agora já há 3 anos como banco oficial e como patrocinadora
Master. No primeiro ano em 2007, agente tinha um espaço na área infantil também
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então eu conheci melhor a feira também, tirava dúvidas e etc., e me espanta muito
esse trabalho que eles tem feito com as escolas, porque todas as escolas de Porto
Alegre e dos arredores vêm pra cá e participam dos teatros, das leituras guiadas,
então pra mim é algo que, eu não conheço isso no Brasil de outra forma, eu vou muito
à Brasília na feira do livro deles lá, e é outra proposta, bem diferente. E pra Caixa é
muito importante estar apoiando a feira, a Caixa tem se marcado como banco que
mais aparece na cidade de Porto Alegre, até pela parte cultural, por exemplo, agente
está no Porto Alegre em Cena, está na Feira do Livro, patrocinando eventos culturais
menores, apoiando o centro histórico e é um trabalho que agente vem fazendo há
alguns anos, e a Feira é o maior desses eventos não é.
M: Bom, eu, especialmente porque há alguns meses atrás, alguns dias atrás,
eu vi que nosso conselho homenageou a Feira do Livro como patrimônio cultural da
cidade, então eu acho que a feira é importantíssima, também com essa capacidade de
agregar pessoas e crianças, e só por trazer essas pessoas para o contato com o livro,
eu acho isso fundamental. Eu acho muito importante isso na feira do livro (...) e que
sua essência é fantástica, e tem uma coisa que eu acho que agente tem que dar outro
passo é no seguinte sentido: Nós temos que transformar a feira em um produto
turístico, porque não só vende livro e é pro livro, mas tem muito mais pra ser tirado,
acho que no meio cultural, turístico e comercial, que todo mundo vai ganhar com isso,
e eu acho que agente tem que dar esse passo a mais e transformar a feira do livro em
um produto turístico.
J: Acho que é legal ela ter falado disso, porque todos os anos vêm gente de
fora, de Brasília, de São Paulo, esse ano, por exemplo, uma atendente nova da caixa
ficou impressionada com isso, acho que ela pode ser um produto turístico.
M: Exato, e ela pode ser com certeza, só que nunca foi tratada como tal, e eu
acho que tem que se fazer um movimento a mais para que se construa realmente isso,
tem que fazer pacotes turísticos incluindo a Feira do Livro com as mil coisas que tem.
Hoje por exemplo, nós estamos fazendo uma caminhada cultural noturna que também
passa pela Feira do Livro e acho que qualquer turista vai caminhar conosco, e nós
temos que mostrar isso pro turista, e encantar o turista, e fazendo isso, vai movimentar
a Feira do Livro de Porto Alegre.
K: A importância da feira do livro, pra mim como pessoa, vem desde criança,
de freqüentar, e eu faço aniversário nessa época então muitos de meus presentes
vinham da Feira do Livro, e eu acho que isso é um dos grandes fatores que mantém a
Feira do Livro, as pessoas vem e as gerações se renovam, todos continuam vindo
trazendo seus filhos, seus netos, é um ponto de encontro, tem gente que encontro
sempre durante a Feira do Livro. E o jeito que eles cobrem o centro, um espaço que é
lindo, com árvores, perto do memorial, toda essa parte histórica, e também é um
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momento em si histórico pro centro, que tem toda essa importância e também como
jornalista eu acho que é isso também, e é essa descoberta da cidade, as pessoas vem
à cidade até pra se encontrar com o rio, pois é um momento que o rio está ali na frente
da gente não é, agente infelizmente fica de costas pro rio, e na Feira é um momento
que agente se abre pro rio, e ao mesmo tempo como jornalista agente percebe o
espanto das pessoas, e como tem pessoas que vem conhecer a Feira, colegas
jornalistas que estão conhecendo e ficam impressionados porque na verdade é a
maior Feira Sul americana a céu aberto, então as pessoas ficam impressionadas, pois
tem a bienal de São Paulo que é enorme, mas que cobra ingresso, tem a FIP que é
um evento que na verdade é um grande “circo” não é, que é uma coisa muito legal
mas é mídia e não tem toda a extensão nem física, nem a extensão dentro dela, e
não possui a mesma diversidade que agente encontra na Feira.
F: Eu gostaria que vocês tentassem descrever como vocês vem o público
que freqüenta a feira?
K: Um público bem diversificado, bem diversificado, público de todas as
classes sociais, desde pessoas que aparentemente não freqüentam e não lêem livros,
que não convivem com o livro, mas mesmo assim elas vêm pra cá, vem comprar, até
agora estava falando que não tem como vir à feira, passear e não comprar, ela deu o
exemplo que sua irmã é adolescente, não lê, mas mesmo assim comprou um livro, e
vai acabar lendo, talvez fique até fevereiro lendo e depois esquece, mas no ano que
vem vai comprar outro. E esse incentivo da área infantil é importante.
J: Eu vejo por mim mesma, durante o ano vou trabalhando, fazendo mil coisas,
acabo deixando de ler, mas vai chegando a época da feira e eu me empolgo, compro
e leio, leio, leio.
M: Eu acho que é um momento muito legal também por ter aquela obrigação,
no bom sentido, de ter que ler um livro, que às vezes a pessoa está completamente
out, e vai ler um livro, então eu acho que é algo mágico e interessante o que a feira
conseguiu fazer com o público de Porto Alegre, conseguiu fazer com que eles leiam.
J: O que eu acho legal também é aquela brincadeira do poema comestível, por
que atrai todo o tipo de pessoa que vem na feira do livro, pessoas simples, eventuais,
que estavam ali, crianças, e acho que por ter aquela coisa de ser comestível acho que
atrai um público que está passeando somente, e que pode experimentar o passeio.
L: Para nós a feira é muito interessante, porque nós conseguimos atingir vários
públicos, pois nosso público é de classe média alta, que pagam e que (sabem o
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querem?) e aqui na Feira do Livro encontramos todas as classes sociais, muita gente
que não nos conhece, e muita gente que não costuma ler livros, então pra nossos
funcionários e para nós é bom ter contato com esses. Acho que é muito bom que
pessoas diferentes venham buscar cultura, mesmo que muitas estejam lá por passeio,
turismo, mas também tem muitas que estão buscando conhecimento, que vai passa a
ler mais coisas por causa da feira do livro, eu acho isso muito interessante, que muita
gente não venha para comprar livros, e venha pelo conhecimento, para participar de
oficinas, de palestras e aprender, saber da cultura de outros países, etc.
N: Acho que o público dessa edição mudou em quantidade, mas é o mesmo
público do início, é a cidade inteira, de A a Z, sem dúvida nenhuma. Acho que assim,
ás vezes pergunta: como é que se resolve a feira? Se a gente fosse resolver a feira
teria que descaracterizar a Feira, não tem como “resolver a feira”.
F: Em relação à comunicação, como vocês percebem a comunicação da
Feira tanto tradicional, quanto digital agora sendo mais utilizada a internet,
twitter?
M: Acho que é ilimitado, um processo ilimitado e imensurável.
J: E o que foi a quantidade de seguidores do twitter da Feira, mais de mil, e é
muito bom, quando a gente está conectada, agente pode divulgar alguma coisa
através do twitter e funciona muito bem, acho que agente pode focar em cima de outra
geração, e abrangendo uma coisa maior, que tem a ver com a cultura da cidade e a
sua identidade cultural
N: O problema só, se é que tem problema na comunicação, mas acho que o
problema assim é a colisão de eventos os quais as pessoas estão interessadas em
participar, e que como tem muita coisa as pessoas tem que escolher determinado
evento e não o outro.
L: Pra nós, aparenta ter eventos demais, e eu vejo uma tendência, a ter mais, e
vai acabar tendo tanto evento que tu vais poder ir pra só um dos eventos. E eu vejo,
pessoalmente, alguns eventos que eu gostaria de participar e acabo não podendo.
N: É pessoalmente eu acho que tem coisas que eu gostaria de acompanhar,
mas eu não posso. Mas assim, nós já falamos sobre isso, várias outras vezes isso foi
falado, poderia ter vários outros eventos só que em horários diferenciados para que
pudessem ser acompanhados.
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F: Em relação à feira fisicamente, como vocês vêem as instalações dessa
edição?
M: Eu acho que tinha que dar uma melhorada, acho que tinha que dar uma
melhorada sim, acho que alguns estandes, desde os estandes de livros, até os de
jornalismo podiam ser diferentes sim.
K: É eu acho que teve uma pequena evolução aí, histórica, que foi o caso da
cobertura né. Há algum tempo atrás quando chovia era um caos, e nessa edição
agente teve uma chuvarada, e conseguiu manter legal, agora a própria praça de
autógrafos não é aberta, então fico melhor por ser coberta, acho que isso é uma
evolução. Agora, nunca é tudo ótimo.
N: Mas a banca é o associado, ou é a câmara que providencia?
K: Eu acho que é a câmara sim. E segue a norma padrão com tudo e tal, pra
não diferenciar muito, pra serem todas igualzinhas, aí cada um decora do jeito que
quiser o seu espacinho. Até pelo próprio espaço não é, porque na verdade nem todos
os associados estão na feira, não tem espaço pra todos os associados.
N: Aproveitando que o Márcio me deu a palavra, eu acho que quando os
autógrafos eram no meio da praça, parece que o público, não sei porque o público
comparecia mais à feira também, comprava mais, não sei se agora onde os autógrafos
estão ficam meio excluídos, não sei mas eu estranhei um pouco a seção de autógrafos
no lugar aonde está. Antigamente ele ficava bem no miolo, no centro da praça, tinha
que passar pelos autógrafos para atravessar a praça. Com os autógrafos ali, ficava
parecendo uma coisa sistêmica a feira como um todo.
K: Eu acho que isso também é um (...) da feira, porque assim como ela se
espraiou para todos os lados e até o cais do porto, a própria praça fico um lugar
apertado, ela era no meio da praça na verdade, e agora foi ampliada porque tem mais
setores ocorrendo ao mesmo tempo então precisou de um espaço maior que lá não
tinha.
L: Eu queria dizer que tudo também tem um certo preço, mudar a parte dos
autógrafos, eu também gostei da nova localização, todos os setores (...) eu acho que
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este ano área internacional ficou muito boa, com um bom espaço próprio e com tudo
bem concentrado. A área infantil no cais do porto ficou, mas a área internacional eu
achei que fico muito boa.
N: Ficou mesmo.
M: É incrível como é difícil de ter essa comunicação, não é, é impressionante,
dentro do próprio evento. E me veio uma coisa na cabeça agora, eu acho um absurdo
aquele caderno da zero hora, que diz a capa mais velha, gente, com tanta capa
maravilhosa, independente do que esteja escrito, foram colocar uma capa velha de 30
anos atrás, eu acho um absurdo isso, desvalorizar uma coisa que poderia estar dando
lugar a uma coisa positiva.
F: Vocês consideram a feira mais cultural ou mais comercial?
J: Eu acho que todo mundo concorda que é um ambiente mais cultural.
K: Eu acho que ela poderia ser mais cultural, porque ela ficou parecida com os
eventos culturais, e a feira deu uma inchada com os próprios eventos, mas ela é
inclusive social, porque tem muito encontro de terceira idade, muito encontro de jovens
e talvez poderia ter uma programação que tenha um peso maior, que esteja mais
ligada à cultura.
N: Só não pode ser mais importante do que os livros.
K: Claro que não, claro que não, acho que tem que apresentar diversidade,
mas acho que se tu fores dar uma olhada no geral da programação, tem muita coisa,
bastantes coisas mesmo.
J: Eu acho que essa (programação) podia ser mais usual, acaba tendo tanta
coisa que agente tem que ficar tentando entender nela.
K: E esses dias eu quis participar de um evento daqui, que logo depois tava
ocorrendo na área infantil, e tinha tanta coisa de uma mesma área, que aquilo me
incomodou um pouco, eu acho que podia ser mais aproveitado em outras
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programações, e alguns eventos nem aparecem na programação, provavelmente
porque mudou a programação.
N: Mas isso é um problema, porque tinha que aproveitar as pessoas que estão
aqui, e é um absurdo que agente não possa aproveitar e não possa ser ouvido, acho
que chega a ser injusto agente querer essa oportunidade e não poder aproveitar.
L: Na Alemanha, algumas empresas dão suporte á determinados eventos
culturais. Ocorre uma interação entre a empresa e a organização do evento, como se
estivesse prestando conselhos, e auxiliando a fazer a população se interessar.
N: Mas acho que assim ó, podia ter uma combinação, uma colaboração entre a
câmara e a (empresa ou imprensa?) local, dessa chamar a atenção para as coisas, e
eu espero que eles se dêem conta que é importante.
K: Mas isso infelizmente, a pessoa muitas vezes não é muito conhecida, e é
difícil que todas as pessoas tenham acesso a esse material e ao conhecimento, e
muitas vezes não adianta.
J: Eu acho que a Feira tem que juntar tudo, essas idéias, ela não pode ser uma
coisa bairrista, agente tem que ter esse exemplo que vem de fora, até porque a feira
tem essa coisa de que é o momento das pessoas se encontrarem e aproveitarem, mas
tem que achar a medida certa entre o local, o regional e o mundial, não pode ser só
uma coisa, até porque nem sempre o que vem de fora é melhor do que o que tem
aqui. E eu também acho que seria válido um encontro de escritores daqui com
escritores de fora, pra gente não deixar de receber bem o pessoal de fora.
K: E o encontro pode ser de mais pessoas, chama quatro, cinco, misturando.
N: Claro, isso inclusive faz com que fique mais fácil dialogar.
L: E eu concordo plenamente com vocês, poderia misturar a pessoa do modelo
mais global com o local, os dois lados têm direito, dando uma feira com mais riqueza.
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N: Claro, tem que trabalhar a confraternização buscando harmonia, esse é o
palco pra fazer esse tipo de coisa.
M: Posso falar uma coisa, que eu acho super importante, que até já aconteceu
no centro da cidade, e tinha N pessoas de N lugares do mundo e não tinha nenhum
evento de globalização, ou ficavam assistindo uma palestra ou algo, mas não tem
aquele diálogo, então acho que tinha que ter alguma influência da organização pra dar
a chance das pessoas se conhecerem, acho isso super importante.
N: Mas se tu deres uma idéia de uma mesa redonda, ou quadrada, sei lá, com
um escritor tal, com três ou quatro gaúchos (as) como se nós fossemos caipiras não é,
mas falando sério, se propiciam uma mesa com um escritor do exterior em uma mesa
com brasileiros, já vai da ter uma troca, e vai ser melhor para os brasileiros, em geral.
M: Nós devíamos aproveitar essa idéia e criar alguma coisa com o leitor
interagindo com mais do que só o escritor, até porque eu acho que festa é um
momento de celebração, pra conhecer pessoas é muito melhor do que uma situação
profissional. Então eu acho que necessita de alguma coisa assim na feira.
J: E esses dias eu estava vendo um pessoal conversando aqui e pensei em
quantas vezes já teve uma sala pronta pra receber as pessoas, com bate-papo, e tu
está ali, mas com pouquíssima gente. Então aí vem essa coisa de trazer os eventos
pra rua, senão é muito difícil.
N: E tem que aproveitar mesmo, porque o nosso diferencial é esse, é uma feira
à céu aberto, tem que usar as “ruas.”
F: Em relação ao patrono da feira, como vocês vêem a imagem dele, e o
que vocês acham que ele agrega à feira?
M: Olha eu acho que assim, independente do tipo de literatura e do trabalho
que é realizado, do perfil do patrono, eu acho que o Urbim agrego muito, porque ele
passou tanta alegria, tanta alegria genuína, com uma qualidade, que eu acho que isso
agrega.
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N: Mas a figura do patrono, sendo ou não o Urbim, eu acho que é
imprescindível ter um patrono, abre e encerra a feira, todo dia com o sininho, e muito
mais claro.
K: Eu acho também que o patrono é um grande formatador da feira, as
pessoas começam a olhar aquela entidade e vão sabendo o que ele escreveu,
conhecendo mais, e passam a se interessar, e dificilmente as pessoas ficam
interessadas sem uma motivação.
N: Eu acho que o patrono tem uma responsabilidade muito grande para
coordenar a feira, e ele continua sendo visto como uma entidade mesmo, a qual é. É o
cara que tem a obrigação de fomentar a leitura, o conhecimento.
L: Eu acho que antes o patrono era visto como uma pessoa mais distante, e
populariza essa figura, trazer ela pra próximo do povo está num bom caminho, pois
essa figura é muito boa para a feira e para o público, e é muito melhor ter ela perto do
que longe, longe, e no caso dessa, o Urbim é uma criança, com muita alegria.
F: Em poucas palavras, qual o significado da feira para cada um de
vocês?
J: Bom, eu pessoalmente digo que a Feira tem um significado importante, e
desde criança, esperava a época da Feira, e hoje saindo da caixa eu lembrei que
fiquei indo e voltando, indo e voltando, toda a feira, e aí pensei: Bah está acabando, aí
vai batendo uma saudade sabe, é tão bom o clima e tudo mais, e eu acho que tinha
uma época que me emocionava estar na Feira, eu ficava feliz de estar na Feira, dava
uma alegria em conhecer as pessoas que tu lê, porque muitas vezes tu nem sabe
quem são, e hoje em dia bate uma mesma alegria de ver as crianças vindo, de ver os
colégios trazendo um monte de crianças pra Feira pra terem essa oportunidade, é o
evento que eu mais gosto de Porto Alegre, e como diretora de marketing da caixa, de
todos os eventos que eu acompanho no ano, é o que eu mais gosto sem dúvida.
N: Eu acho que faz parte da vida afetiva da cidade já, pra mim basta isso.
L: Eu concordo com isso, e pra mim a Feira é parte de Porto Alegre, e eu sou
de uma geração que não cresceu com a T.V., então o livro sempre era o companheiro,
aonde eu ia levava um livro, com um mundo mágico nele, e ao ler criava tudo o que
lia, mas eu não costumava ir muito até o livro, ele acabava vindo a mim.
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M: E eu acho que isso é o grande mérito da gente, agente quer trazer as
pessoas, juntar elas e, isso é fantástico, fazer com que as pessoas venham até os
livros, aproximar as pessoas, o leitor do autor e o autor do leitor, eu acho isso o
máximo, é uma festa que eu acho fantástica.
F: Se vocês tivessem que definir a Feira em uma palavra ou pessoa, qual
seria?
N: Que tipo de pergunta é essa, guri?
M: Como é a pergunta de novo?
F: Definir em uma só palavra a Feira.
K: Uma festa. É isso, pra mim é uma festa.
M: É uma festa efervescente.
L: É eu concordo com vocês, é uma festa, até porque junta as pessoas, e não
segue aquela coisa mecânica e o gaúcho tem isso, tudo é o momento, e ela acontece
na praça, pras pessoas que vem de fora, é muito legal (...) mas eu tenho certeza que
não tem nenhuma pessoa que saiu daqui mal agradecida, nenhuma (...) e a Feira do
Livro mostra pro gaúcho a cultura.
F: Pra terminar, eu gostaria de saber se vocês têm sugestões de melhoria,
em relação aos horários, à estrutura e se a Feira deve continuar na praça ou
deve ir para outro lugar?
M: A Feira e a praça, eu acho que uma tem a cara da outra, com as árvores e
tudo, não dá pra separar.
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J: Eu acho que, é o que pode melhorar? Acho que pode melhorar em alguns
pontos, de encontro, de se unir, de ter algumas lojas temáticas, e explicar bem o que
tem no teatro tal, o que tem na sala tal, às vezes tu nem sabe daquilo.
N: Ah, isso é muito importante, tu sabes que em alguns lugares (feiras) tudo é
assim, café literário, tudo é por local específico, e tem lugar de lazer, as pessoas
pedem, mas agente faz o máximo que pode fazer.
F: Ninguém tem mais alguma coisa pra dizer?
L: Eu acho que deve haver uma mudança, eu acho que a Feira tem que pensar
em algo novo, criar algo novo, para justamente se diferenciar. E inclusive, acho que a
área internacional, deveria ser mais ampla. Só aquele espaço ainda é pouco. E agente
podia inclusive, vender livros, só em alemão, pra que as pessoas pratiquem também.
M: Mas essa é uma proposta bastante interessante não é.
L: E nós podíamos inclusive movimentar o mercado, comprando livros na
Alemanha e vendendo aqui na Feira. Até porque as vezes tu queres ler em outra
língua, mas acaba não tendo tanta variedade.
J: Sim, é o mesmo comigo.
N: Agora tu tens que começa a conta os livros da Globo, da Cia. das Letras,
eles vão pensa em vende também, porque não, livreiro concorre com livreiro.
M: Uma coisa que é interessantíssima, é que o livreiro e a escritora são os pés
do mundo, não? É, uma vez eu li isso, não, editora, o livreiro e a editora são os pés do
mundo.
N: Mas é meio folclórico isso, não é?
M: Claro, claro, mas é interessante uma frase assim.
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9. REFERENCIAS
CRESWELL, John W. Research desing: qualitative and quantitative
approaches. Thousand Oaks: SAGE, 1994.
MALHOTRA, Naresh. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada.
Porto Alegre, Bookman, 2006.
RUIZ, F. M. Pesquisa Qualitativa e Quantitativa: Uma Complementaridade
cada vez mais Enriquecedora. Administração de Empresas em Revista, v. 3, p. 1-13,
2005.
55ª Feira do Livro de Porto Alegre. Disponível em <www.feiradolivropoa.com.br/feira.php>. Acesso em 8 de out. 2009.
Feira
do
Livro
-
Porto
Alegre.
Disponível
em
poa.plughosting.com.br/Feira.aspx>. Acesso em 8 de out. 2009.
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