ANO 2 - NÚMERO 18 www.jornalsprintfinal.com.br o ã ç i d 18 E mais para você. muito a Especial: 40 dias e 11 maratonas Entrevista Dr. Amadeu Armentano fala sobre o maior Clube de Corredores da América Latina. São Silvestre 2009 a mais tradicional do Brasil Como se alimentar para correr longas distâncias A Mulher Corredora fisiologia do seu corpo Janeiro/Fevereiro 2010 É uma publicação mensal da RL2 Mídia Ltda Direção Renato Loro Cezimbra Relacionamento Lisiane Fagundes dos Reis Bandeira Jornalista Responsável Carlos Adamatti Mtb 1516 Revisão Enelise Arnold Conselho José Haroldo Loureiro Gomes “Arataca” Leonardo Ribas Elisabeth Vieira Odrzywolek Juvenal Chibiaque do Canto Ana Beatriz Gorini da Veiga João Gabbardo dos Reis Colaboradores Leonardo Ribas, Filipe Campelo Xavier, Eduardo Campelo, Miriam Caldasso João Gabbardo dos Reis Colaboradores de Fotografia Portal das Fotos Impressão: Correio do Povo. [email protected] Porto Alegre: (51) 4063-9895 São Paulo: (11) 4063-2234 Rua Felizardo Furtado, 515/902 - Petrópolis Porto Alegre/RS Os artigos assinados não correspondem necessariamente à opinião do Jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. “Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que ninguém se glorie perante Ele.” I Cor Administrar uma companhia é como uma maratona. Não é uma corrida de 100 metros. Jack Welch (CEO) 02 MODÉSTIA A PARTE O Circuito de corridas de rua em Porto Alegre cresceu, em quantidade e qualidade, em dois anos, houve eventos nos quais mais que triplicaram a quantidade de participantes, um exemplo que podemos citar é a meia maratona do Corpa, em 2007com 400 inscritos, 2008 com 600 e 2009 com 1700. Isso se atribui em grande parte, por ser Porto Alegre, a única Capital do Brasil e do mundo a ter um meio de comunicação exclusivo sobre Corridas de Rua. Inicialmente, o jornal foi impresso com uma tiragem de 10.000 exemplares e distribuído em centenas de pontos na cidade. O que alavancou não só a participação maior nas corridas, mas também gerou novidades no mercado, hoje existem academias que disponibilizam assessoria para corrida, sem qualquer custo adicional para o aluno. Se analisarmos o período em que foi lançado o JSF, em maio de 2008, fica claro essa influência, exatamente neste intervalo de tempo os participantes quase triplicaram na corrida citada. Muitos leitores podem estar achando que estou escrevendo isso para autopromoção do jor- nal, mas não é esse o intuito, a verdade é quero deixar claro, para quem ainda não sabe, que somos Pioneiros, o primeiro impresso independente focado nas corridas de rua, referência no meio running gaúcho. JSF traz nesta edição para você leitor muitas informações, corridas pelo mundo. Uma reportagem especial com João Gabbardo dos Reis, no seu desafio nos Estados Unidos. Uma matéria voltada para as mulheres escrita pelo professor Professor Eduardo Campelo. Mais dicas nutricionais para aqueles que se desafiam em correr maratonas. Com certeza você não vai parar de ler até o final. Bons treinos e Deus abençoe! Renato Cezimbra e Lisiane Bandeira Notícias Janeiro/Fevereiro 2010 Confederação realiza 99 testes antidoping em sete dias Operação-surpresa abre Programa de Combate ao Doping na temporada atlética nacional Entre os dias 25 e 31 últimos, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) submeteu 99 atletas a testes antidoping. Foram testes fora-de-competição e também em eventos, mas, neste caso, sem aviso prévio. Os controles foram aplicados pela Agência Nacional Antidoping (ANAD), da CBAt, e segue o programa da entidade, aprovado no IV Fórum “Atletismo do Brasil”, realizado em dezembro, na capital paulista. “Em 2010, faremos controles em competição, mas vamos priorizar os testes-surpresa”, explicou Martinho Santos, membro da ANAD e superintendente técnico da CBAt. “Estes 99 controles foram feitos em corridas de rua, em que, normalmente, os organizadores não fazem testes; em eventos de campo e pista, sem aviso pré- vio; e em locais de treinamento de atletas”, disse Martinho. “A CBAt, que fez 524 testes em 2009, é a entidade-dirigente que maior número de controles realiza no País, atrás apenas do futebol”, lembrou o presidente da CBAt e membro do Conselho da IAAF, Roberto Gesta de Melo. Para efetivar a operação nos últimos sete dias, a ANAD escalou três Oficiais de Controle de Doping e 12 assistentes. “O custo é considerável, mas a comunidade atlética entende que o combate ao uso de substâncias ilegais é fundamental no esporte”, afirmou Gesta. Dia Mundial do Rubens Barrichelo Atletismo Correndo A Confederação Brasileira de Atletismo, a CBAt e a Federação de atletismo do Estado do Rio Grande do Sul, a FAERGS, divulgaram, nesta semana, que, por decisão da IAAF, o “Dia Mundial do Atletismo”, este ano, será celebrado no mês de maio no clube Sogipa. Para Elas Chega às bancas a nova revista sobre corridas feita para mulhers. É a “W Run” publicada pela Iguana Sports. Eliane Verdério, que foi publisher da “O2”, comanda o projeto. Fernanda Di Sciascio, também ex-”O2”, é a diretora editorial. Envie sua critica, sugestão para o [email protected] O piloto brasileiro de Fórmula 1 Rubens Barrichello estreou nas corridas de rua. Ele participou da meia maratona da Disney junto com o também piloto Luciano Burti. Completando em 1h55min09, ficou na 1.668ª colocação entre 17.099 concluintes. Nada mal para um estreante. Maratona de Miami O vencedor da maratona foi um norte-americano de 35 anos, Michael Wardian, da cidade de Arlington, estado de Virgínia, com tempo de 2h:28m:38s, em segundo lugar o brasileiro César Martins com 2:36min06s Carlos Souza, o Carlão, conquistou o segundo lugar na categoria cadeirante, completando a prova em 2h04min56seg. 03 Janeiro/Fevereiro 2010 Filipe Campelo Xavier da Costa Professor Dr. em Marketing e Design Escola de Design Unisinos [email protected] Ler para correr O consumo do universo da corrida vem se demonstrando sem fim. Mais do que material esportivo, como tênis, roupas e acessórios sem fim, informação sobre running está cada vez mais presente. Desde o jornal que tens em mão (iniciativa única, diga-se de passagem), passando por revistas (Runner’s Brasil, O2, Contra-relógio), sites, blogs, programas de rádio (CBN, BandNews FM) e televisão (Vamos Correr, da ESPN Brasil), nunca se falou tanto sobre o esporte como hoje. Outro formato mais duradouro de informações é verificado a partir da publicação cada vez mais frequentes de livros sobre o esporte e sua prática. As prateleiras das livrarias estão cada vez mais cheias de obras que versam desde histórias de corredores e suas experiências até manuais de orientação para a prática desportiva com distintos níveis de aprofundamento. Os guias funcionam como serviços de assessoria esportivas, explicando desde o be-a-bá da corrida, como iniciar a correr, exames recomendados para os iniciantes, sugestões de planilhas de treino, a escolha do equipamento esportivo, “manuais de etiqueta” para treinos e competições, como identificar lesões, etc. Dentro dos guias, o “Programa de Caminhada e Corrida”, de Marcos Paulo Reis, Emerson Gomes e Fábio Rosa (Editora Abril, 2009), e “Corra”, de Mário Sérgio Andrade Silva (Editora Academia, 2009), são lançamentos recentes que servem para iniciantes e corredores já com alguma estrada para correrem de forma mais adequada. “Corrida para mortais”, de John Bignham e Jenny Hadfield, e “A construção do corredor”, de Miguel Sarkis, ambos da Editora Gente, igualmente buscam desmistificar a corrida para aqueles que querem começar a dar seus trotes. Aos mais experientes, o “Manual do Corredor”, de Jeff Calloway, colunista da Runners World dos EUA, e “Treine Menos e Corra Mais”, de Bill Pearce e Scott Murr, pretendem aprimorar o desempenho a partir de orientações para qualificar os treinos e alcançar desempenhos superiores. 04 No campo dos relatos de experiências pessoais, pode-se encontrar as obras de Rodolfo Lucena, colunista de informática da Folha de São Paulo, que descreve suas experiências em maratonas pelo mundo, desde o abandono do sedentarismo e suas histórias curiosas em corridas e sobre corridas. “Maratonando” e “+Corrida”, esse último lançado em 2009, são leituras extremamente agradáveis para se divertir sobre o tema. Tratando-se de superação, “Segredos de um Ultramaratonista”, de Valmir Nunes, recentemente palestrou em Porto Alegre em evento promovido pela Sprint Final, descreve o lado mais extremo daqueles que entendem a corrida como algo muito mais sério do que apenas um passeio de fim de semana. Talvez o caso mais célebre de relação radical com a corrida é o de Dean Karnazes. Autor do best-seller internacional “50 maratonas em 50 dias – segredos que aprendi correndo”, o cara, completamente doido de pedra, relata as 50 maratonas realizadas em 50 dias consecutivos em 50 estados norte-americanos. As aventuras que Karnazes descreve parecem mais obra de ficção, mas causam curiosidade entre corredores e não praticantes pelo mundo. O mais surpreendente de todas as obras acima relacionadas é quando elas foram lançadas no mercado brasileiro. Com exceção de “Maratonando”, todas elas foram publicadas em 2009. Mais um sinal que esse mercado não para de crescer. E 2010 promete mais livros que relatarão histórias de superação, relatos de maratonas, guias de todos os formatos e mais e mais informação sobre corrida. Esperamos que os livros sejam efetivamente lidos e estimulem mais e mais pessoas a encontrar na prática do running uma forma para obter uma melhor qualidade de vida. SHOPPING Lanterna Solar Produto ecologicamente correto, recarregável com energia solar, possui 6 Leds Ultra-bright que iluminam durante 6 horas interruptas. Ótimo para camping, praia, barco e em tempos de “apagão” perfeito para ter em casa. Prático e compacto, tem alça luminosa e botão regulador de luz. Nécessaire Travel Nécessaire grande, com três compartimentos, para transporte de itens de higiene pessoal de forma organizada e pratica. Aberta, pode ser pendurada, expondo seu conteúdo e facilitando o acesso aos objetos. Acompanha dois frascos de 100 ml para xampu e espelho interno removível. Kit Sobrevivência Estojo indispensável nas trilhas mais radicais e em viagens de aventura. Contém lanterna em alumínio, chaveiro Led Ultra Light, canivete 11 funções, faca inox com passador e bússola engeineer. Peso 480gr Estes produtos você encontra no Armazem do Esporte. Av. Protásio Alves, 2248 Fone: 30283005 PARA ANUNCIAR AQUI LIGUE (51) 40639895 ou [email protected] Janeiro/Fevereiro 2010 Seu tênis de corrida pode ficar ainda mais caro em 2010. A sobretaxa de U$ 12,47 aplicada aos tênis de performance produzidos na China, que está em vigor desde 10 de setembro de 2009, deve ficar até 10 março de 2010, quando o Governo decidirá se a taxa ficará definitiva ou não, podendo até aumentá-la, é o que está solicitando a Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados), entidade que fez o pedido da taxa junto à Câmara de Comércio Exterior (Camex). A Guerra é de gigantes, de um lado a Vulcabrás da Olympikus e Reebok , do outro lado está a Associação Brasileira do Mercado Esportivo (Abramesp), que representa as marcas Nike, Adidas, Puma e Asics no País. A discussão do momento, intermediada pelo governo, está no que seria a definição de ”tênis de performance” para que esses tivessem tratamento diferenciado. De acordo com a a Abramesp (Associação que reúne Adidas, Nike, Puma e Asics), não é possível fabricar esse tipo tênis no Brasil por falta de maquinário tecnológico e escala de produção. K42 Bombinhas Adventure Marathon. Já estão abertas as inscrições para a etapa brasileira do circuito K42 Series que irá acontecer dia 22 de maio em Bombinhas. Em sua segunda edição, a Vila do Farol K42 Bombinhas Adventure Marathon é para os corredores que não têm medo de sofrer e gostam de curtir belas paisagens. O percurso passará por 17 das 21 praias de Bombinhas, reconhecida com uma das mais belas do Brasil, alternando entre trechos de praias e trilhas, subidas e descidas íngremes dos morros além de um trecho de costão. Aos que querem se aventurar não há corrida melhor, podendo, ainda, optar pelas diferentes distâncias que vai desde os 42km (prova principal), 2x21km, até os 12km. E, para as crianças, terá o Kid’s para poderem se divertir também. Haverá 10 categorias masculinas e oito femininas. Os 5 primeiros homens e as 5 primeiras mulheres do geral ganharão troféus, além dos três primeiros de cada categoria. O campeão e a campeã geral ganharão ainda inscrições para a etapa final do K42 em Villa La Angostura, com direito a passagem aérea de na chegada e durante o percurso. Todos os corredores devem usar a camiseta oficial. Os grandes vencedores do ano passado foram Giliard Pinheiro e em segundo Virginio de Morais e no feminino Débora Aparecida de Simas. Todos ganharam como premiação a viagem para Villa La Angostura para disputar a final do circuito. Débora foi a grande vencedora enquanto que Virginio de Morais ficou em terceiro. Lembre-se de ida e volta, transporte terresque é Trail Run entre, estadia e camiseta oficial. tão o objetivo maior é comA etapa brasileira da K42 pletar a prova e se divertir! contará com oito postos de água no circuito e um na chegada. Inscrições e informações: Sendo que em 3 postos do cir- www.bombinhasrunners.com.br cuito terá bebida isotônica e frutas. Na chegada, além da água terá isotônicos, frutas e alimentação. Um completo apoio médico hospitalar estará montado 05 Janeiro/Fevereiro 2010 Amadeu Armentano presidende do Conselho Deliberativo da Corpore. A maior instituição de Corrida de Rua da América Latina traz para Porto Alegre o Circuito Infantil de Corridas contra o Câncer. A CORPORE, Corredores Paulistas Reunidos, teve três de seus projetos aprovados pelo Ministério do Esporte, em dezembro de 2009. O Jornal Sprint Final traz para você leitor um entrevista exclusiva com o advogado Dr. Amadeu Armentano Neto, Presidente do Conselho Deliberativo da Corpore, que nos conta como funciona o maior Clube de Corrida de Rua do Brasil. Aliás, nos respondeu gentilmente todas as perguntas, palavras dele: “é um grande prazer atender ao seu pedido de entrevista, ainda mais tratando-se de um órgão de imprensa especializado e de tal qualidade.” informar e ouvir os Conselheiros e ,no caso da nossa Corpore, cuido da parte institucional/corporativa, sempre em uníssono com David Cytrynowicz, Presidente da Entidade e com Octavio Aronis, Vice-Presidente. JSF - A Corpore é a maior entidade de corrida de rua da América Latina, quantos associados fazem parte? 11 mil associados com um cadastro de 259 mil. JSF - Como foi o início, quem foram os fundadores? JSF - Quantas pessoas fazem parte da Corpore hoje, entre administração, diretoria e conselheiros? Diretoria Executiva (9 profissionais) CONSELHO DELIBERATIVO Mesa Diretiva (3 profissionais) CONSELHO DELIBERATIVO – Membros (31 membros) CONSELHO FISCAL – Membros (6 profissionais) CONSELHO TÉCNICO (72 profissionais) CONSELHO HONORÍFICO (9 profissionais) CONSELHO HONORÍFICO - Mem- JSF - As corridas/eventos, realizados pela Corpore em Porto Alegre, serão de 5km ou 10km? Já tem datas definidas? Serão três provas infantis, contemplando idades de 4 a 15 anos de cunho recreativo e participativo, nos moldes das 25 edições já realizadas com sucesso na cidade de São Paulo. Ainda sem datas definidas. JSF - Qual sua área de formação e atuação profissional? Idade? Advogado pela Universidade de São Paulo, Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Tenho 60 anos. JSF - Quando e por que começou a correr? Comecei a correr com método em agosto de 1987, por prazer e como autodidata. JSF - Desde quanto o Sr. preside o Conselho Deliberativo da Corpore? Presido o Conselho Deliberativo da Corpore desde 1997. JSF - Como é o processo de eleição para Presidência desta Instituição? Em Assembleia Geral Ordinária pelos Membros do Conselho Deliberativo da Entidade. JSF - Quais as principais atribuições do senhor a frente do Conselho Deliberativo? Como todo Presidente de Conselho Deliberativo, cabe-me convocar as Assembleias Ordinárias e Extraordinárias quando se faz necessário, 06 do, em conhecer-nos melhor, visto nossa atuação na área afeta ao Ministério. O sr. Ministro, aproveitando o fato destes 3 projetos já estarem tramitando a tempo hábil, abriu-nos agenda, cumprindo-se, então, dois objetivos, conhecer melhor os dirigentes da Associação e os três projetos já em fase decisória. O que provocou a aprovação destes projetos, segundo o Sr. Ministro, é que eles são afins com as políticas governamentais para a área, tendo forte cunho social, aliás, é norte da Corpore, educação, saúde e cidadania por meio da corrida e da caminhada. Diretoria Executiva Gestão de Fundação Presidente: Fernando Luiz Nabuco de Abreu Vice-Presidente: José Antonio de O. Meirelles Secretário Geral: Flávio Luiz Aronis Tesoureiro: Wilson Roberto Fugimura Diretor de Patrimônio: Victor Malzoni Filho Diretor Técnico: Manuel Garcia Arroyo Primeiro Secretário: Octávio José Aronis bros Colaboradores (14 profissionais) Profissionais contratados: 23 JSF - No início de dezembro o senhor e o Presidente da Corpore David Cytrynowicz foram recebidos pelo Ministro do Esporte e, menos de 30 dias depois, obtiveram 3 projetos aprovados, a que se deve isto? Da maneira em que pergunta é formulada, pode ser interpretada como a aprovação destes 3 projetos serem uma consequência de nossa audiência com o Ministro do Esporte, Orlando Silva, o que não é correto. Esta audiência é fruto do interesse Ministerial, de há muito proclama- JSF - Como foi a transformação da Corpore/SP para Corpore Brasil? Qual a chave para se tornar uma instituição tão respeitada e de tanto sucesso? Eu não diria transformação e sim adequação, visto que, o caráter regional deixou de ter razão de ser, uma vez que estamos realizando eventos em vários outros estados. JSF - Por que ações sociais são realizadas pela Corpore? Quais são as que dão maior realização a Corpore? Por quê? Consciência do nosso papel dentro da sociedade em que atuamos é a obrigação de todos ajudar a saldar a dívida social, cada qual com seu instrumento. O nosso é o esporte, a corrida, com todos seus benefícios terapêuticos, preventivos, integratórios, lúdicos, prazerosos e econômicos, sendo que, realizamos: Entrevista Janeiro/Fevereiro 2010 Seu tênis não pode parar - arrecadação de pares de tênis nas corridas e na sede da Corpore que depois serão encaminhados para entidades de atletas carentes; Guia Voluntário - inclusão de atletas deficientes nas corridas com acompanhamento de guias voluntários; Gasolina diferenciada - a Corpore usa em seus eventos uma gasolina mais cara, mas que minimiza a poluição; Reciclagem - todos os materiais recicláveis recolhidos nas provas são encaminhados para uma cooperativa de reciclagem; Doações nas corridas - algumas provas tem sua arrecadação revertida para instituições, além de doações voluntárias no ato da inscrição. JSF - Na sua opinião, o que leva este movimento em prol da saúde, através da corrida, crescer com tanta força e em tão grande quantidade no Brasil? Não acontece só no Brasil, é no Brasil também. É do ser humano querer melhorar, curar-se, prevenirse, integrar-se. Somos animais sociais e gregários e a corrida de rua leva a isto. Para praticá-la, é neces- sário quase que só querer. O investimento é pouco em relação aos lucros obtidos. JSF - Hoje o que é a corrida na sua vida? Tenho 208 provas, lógico que existem corredores com um cartel bem maior, mas, nem por isto, deixo de orgulhar-me com o meu, pelo tanto que me trouxe: amigos, saúde física e mental, exemplo para meus filhos, inclua-se meu genro e os netos que possam vir. Uma família amada e respeitada que é a Corpore, personificada no meu querido David Cytrynowicz e que é nosso grande instrumento de contribuição com o próximo, visto que somos uma entidade sem fins lucrativos, somos de Utilidade Pública Municipal e Estadual, iniciando-se agora o processo para o reconhecimento Federal. A Cúpula da Corpore, seus diretores estatuários, seus conselheiros, em todos os Conselhos (Deliberativo, Fiscal, Técnico e Honorífico) trabalham por puro ideal, por altruísmo, não sei se para outros ou se, em trabalhando assim, estamos exercendo altruísmo para conosco. Temos um corpo de funcionários, que é profissional, a partir dos diretores, mas contando uma identidade indiscutí- acesse Fotos: Tom Papp / Harry Thomas Jr. / Danilo Belmont Veja sua foto de corrida de ru a e triath lon no Webrun . vel com nosso mister. Talvez aí, e só aí, resida nosso sucesso. Espero de alguma forma ter colaborado para o Jornal Sprint Final e que esta colaboração tenha sido, ao menos, proveitosa. www.webrun.com.br/fotos Na hora de comprar sua foto pense na melhor qualidade. O Webrun fotografa seu melhor momento na corrida e você recebe sua foto em casa. Formas de pagamento 07 Janeiro/Fevereiro 2010 Retrospectiva JSF 2 1 6 7 10 08 11 Janeiro/Fevereiro 2010 5 3 4 13 Estiveram no Sprint Final... 1. Prefeito José Fogaça e Secretário João Bosco, Entrevista na TV Sprint Final (site). 2. Marilson do Santos, 6a e 15a edição. 3. Dr. Fernando Lucchese, 14a edição. 4. Lauro Quadros, 9a edição. 5. João Derli, Alexwandre Algeri e Vanderlei Cordeiro de Lima, 6a edição. 6. Sérgio Xavier, 8a, 9a e 13a edição. 7. Mauro Renner, 17a edição. 8. Sérgio Bernardi, 3a e 15a edição. 9. Marcos Andrade, 17a edição. 10. Claudir Rodrigues, 1a edição. 11. Lúcia Bastos, 10a edição. 12. Carlos Simon, 7a edição 13. Carlos Dias, Dean Karnazes, Valmir Nunes, Paulo Ayres e João Gabbardo dos Reis, 2a edição. 9 8 12 09 Janeiro/Fevereiro 2010 A Mulher Corredora por Eduardo Campelo. Graduado em Ed. Fisica. Pós-graduado em Fisiologia do Exercicio e em Exercicio aplicado para reabilitação Cardíaca e doenças cronico-degenerativa. Mestrando em Ciência da Saúde - Cardiologia. Hoje a participação das mulheres em provas de corridas, tanto de longa distância como de provas com distâncias mais curtas, é cada vez maior, não só no Brasil, como em vários países. Dados comprovam que mais de 50% dos novos corredores são mulheres. A participação oficial de mulheres em provas de corrida de longa distâancia é nova do ponto de vista histórico. Segundo Newsholme (2006), essa participação foi autorizada somente na década de 1970. A primeira maratona olímpica para mulheres aconteceu somente em 1984, em Los Angeles, e foi ganha pela norte-americana Joan Benoit Samuelson, que completou a prova em 2h24min52s. Dessa maneira, tendo em vista o crescimento da participação feminina nas corridas, é necessário, em busca do melhor desempenho e da diminuição dos riscos de lesões, devem ser elaborados treinamentos baseados nas características anatômicas e fisiológicas femininas, como: Débito cardíaco - que é 10% inferior ao masculino, diminuindo o volume sistólico, fazendo com que menos sangue oxigenado seja disponibilizado aos músculos. Hemoglobinas – é em quantidade 10% menor nas mulheres, de modo que o transporte de oxigênio também é menor. Massa muscular e massa gorda – 30% menos de massa muscular que os homens e 10% a mais de gordura corporal. Diferenças que acarretam em menor desenvolvimento de força muscular e maior sobrecarga. Capacidade Vital – volume máximo de oxigênio utilizável nos pulmões, e é 10% menor, fazendo com que a quantidade de oxigênio absorvida também seja em menor quantidade. Ciclo Menstrual – dados comprovam que aproximadamente 39% das mulheres competidoras de atividades de longa duração enfrentam ou já enfrentaram problemas relacionados ao ciclo menstrual (estresse fisiológico e psicológico, tensão, cólicas, queda de desempenho, falta ou atraso na menstruação). Tendão de aquiles mais curto – importante para a impulsão durante a corrida. Quadril mais largo – o aumento do osso do quadril diminui a eficiência mecânica porque mantém os Nova coluna sobre corrida Novo espaço sobre corridas de rua no jornal, é no diário de São Paulo, um dos três maiores em circulação na capital paulista, a coluna é escrita pela jornalista Ana Paula Alfano editora do caderno “Viver” e corredora de carteirinha, ela foi uma das participantes no time da imprensa no Desafio 600k Nike. A coluna batizada de “corre-corre” vai dar dicas para o pessoal das corridas, estreou no dia 17/01/10 e terá periodicidade semanal. Calendário Fevereiro 9 Porto Alegre/RS Festival de Corridas (Noturna) Pista de Atletismo SOGIPA - CORPA 20 Torres - Tramandaí 6ª Travessia Torres Tramandaí Revezamento 21 Rio Grande Supermaratona de Rio Grande - 50 km Março 2 Porto Alegre/RS Festival de Corridas (Noturna) Pista de Atletismo SOGIPA-CORPA 8 São Paulo/SP Meia Maratona de São Paulo 21 Km 14 Porto Alegre/RS Circuito das Estações Adidas - Etapa Outono 21 Livramento/RS Circuito Minimaratonas SESC 21 Porto Alegre/RS Track & Field Run Series - Porto Alegre 28 Porto Alegre/RS Corrida de Aniversário de Porto alegre 10 joelhos mais próximos um do outro, como consequüência, a mulher gasta mais energia para correr. Seios Grandes – algumas mulheres evitam correr porque sentem um desconforto causado pelo tamanho dos seios, porém não há um impedimento para a prática da corrida a menos que sofram alguma problema de coluna que possa ser agravado com o impacto das passadas. Recomendo um cuidado especial com a sustentação dos seios, procure modelos de “tops” que levem em conta a largura do ombro e o também dos seios, outra dica é dar atenção especial para o fortalecimento dos músculos dorsais, que ajudaram na manutenção da postura durante a corrida. A crescente evolução feminina no esporte competitivo mostra que elas estão melhorando suas marcas e recordes muito mais rápido que os homens, embora, devido às características fisiológicas e anatômicas, mostrarem que seja improvável que elas alcancem ou até os superem, a justificativa mais aceita para explicar a diferença entre os sexos na evolução e melhora de perfomance nos esportes em geral seria a tardia inclusão das mulheres em atividades competitivas, em níveis de treinamento mais altos, e a hábitos de vida que favoreçam a melhora do seu rendimento. Então, no que se refere a treinamento, você, “ mulher “, não se preocupe se não alcança a velocidade e a força no treino, comparando-se com aquele garoto que começou ontem e mesmo assim já corre em alta velocidade, ambos apresentam características físicas que resultam num rendimento físico diferente e inferior, porém o tempo de adaptação e percentual de progressão ao treinamento são muito similares. O volume de treinamento também deve ser ajustado, flexível, o ciclo menstrual não deve ser deixado de lado, pois é importante no planejamento dos treinamentos, portanto, respeite a sua individualidade e peculiaridade, quando treinar com homens, evite comparações, utilize-os para motivação quanto a suas metas e perfomance. Mulheres com todas as suas diferenças, com certeza, são responsáveis pelas corridas de rua estarem se proliferando e atingindo a populações em geral. Elas incentivam, motivam, embelezam, dão um charme a mais para as provas e treinamentos. E, então, fica a mensagem neste ano: se você ainda não começou, o que está esperando? Desejo muitos km de treino e provas para todas, e que a qualidade de vida proporcionada pela corrida consiga atingir muito mais pessoas em 2010. Adriano Bastos É Hepta Na Disney O Maior vencedor da Maratona da Disney mostrou mais uma vez que não vai lá para brincadeira, faturando a prova que esteve com condições muito difíceis devido ao frio, chegou com o tempo de 2h22’10’’ em segundo lugar ficou Fredison Costa também do Brasil. Janeiro/Fevereiro 2010 Descontração após a corrida. Palestra com Ricardo D’Angelo na Sogipa, JSF presente. Para saber tudo sobre corridas... 11 Janeiro/Fevereiro 2010 James Kwambai e Pasalia Chepkorir vencem a 85ª São Silvestre Quenianos mantêm a hegemonia na tradicional prova paulistana Premiação Recorde Sérgio Shibuya/ZDL São Paulo (SP) - Os africanos mantiveram a hegemonia na 85ª Corrida Internacional de São Silvestre, disputada na tarde desta quintafeira, com largada e chegada na Avenida Paulista. O queniano James Kwambai garantiu a segunda vitória consecutiva, enquanto Pasalia Chepkorir, também do Quênia, venceu em sua estreia na competição, que reuniu o número recorde de 21.000 inscritos. A alagoana Marily dos Santos foi a brasileira mais bem colocada, terminando em terceiro lugar, seguida da mineira Maria Zeferina Baldaia e da piauiense Cruz Nonata da Silva, que completou o pódio. No masculino, o brasileiro mais bem colocado foi o brasiliense Clodoaldo Gomes da Silva, que ficou em oitavo lugar. Kwambai, que vive o melhor momento de sua carreira, assumiu a liderança da prova no quilômetro 8, depois de o tanzaniano Martin Sulle ter ficado na frente até o km 6. Kwambai não foi mais ameaçado até cruzar a linha de chegada, completando os 15K em 44min40s. No feminino, Pasalia Chepkorir esteve sempre no grupo da frente e, aos poucos, com ritmo forte, seguro e constante, abriu vantagem e venceu com 52min30 - 29 segundos de vantagem sobre a sérvia Olivera Jevtic, segunda colocada. Mais uma vez a São Silvestre fez uma grande festa por ruas e avenidas de São Paulo. C o m temperatura na largada do feminino de 32 graus e umida- 12 de relativa do ar em torno dos 48%, exatamente às 16h25, as atletas de elite mantiveram um ritmo forte no início, mas não foram concorrentes para Pasalia, de 21 anos, 1,42m e 37 kg, que no início de dezembro ganhou a Volta Internacional da Pampulha, também com muita facilidade. Na véspera, na entrevista realizada no Hotel Hilton Morumbi, ela não teve medo em afirmar, com simplicidade, que ganharia a prova. "Corrida de rua é muito simples. É treinar bem e correr rápido. E eu treinei e estou correndo rápido para ganhar", disse a campeã da São Silvestre. A largada da categoria elite masculina e geral foi dada às 16h42, com um calor de 31 graus. Os três primeiros colocados foram quenianos: o bicampeão James Kwambai, Elias Chelimo (vencedor da Maratona de São Paulo e da Meia Maratona do Rio deste ano) e Robert Cheruiyot, tetracampeão da Maratona de Boston e que tentava também o tetra da São Silvestre. O pódio foi completado por dois colom b i a n o s : Diego Colorado (quarto) e William Naranjo, quinto, a mesma colocação obtida em 2008. Felicidade - Marily, que repetiu o terceiro lugar no ano passado, dançou ao cruzar a linha de chegada. "Treinei para dar trabalho para as quenianas e alcancei o meu objetivo. Mostrei que com um bom treinamento podemos correr de igual para igual com as africanas", disse a atleta, que mora e treina na Bahia. Já Pasalia, mesmo com todo o otimismo mostrado na véspera e a boa atuação na prova, achou o percurso muito difícil. "A corrida tem muitos aclives e declives, o que interfere um pouco no ritmo. Eu, pessoalmente, não gosto de descidas", lembrou a campeã. "Fiz uma estratégia de ficar entre as primeiras até metade da prova e depois impor meu ritmo mais forte." Embora tenha vencido bem, o campeão do masculino pediu desculpas por não ter conseguido um A premiação total deste ano foi de R$ 139,6 mil, sendo que os campeões no masculino e no feminino levaram para casa um cheque de R$ 28 mil. A competição nunca reuniu um grupo tão forte de estrangeiros, o que garantiu o alto nível técnico da corrida, e os brasileiros de destaque. Além disso, a prova teve excelente organização, que não deve nada a nenhuma outra no mundo. “Estou muito feliz com a evolução do evento, fruto de um trabalho de vários anos e que atingiu um grau de excelência. Não tem como dizerem que a premiação não é atraente, que não há atletas de alto nível e que a prova não é conhecida e reconhecida mundialmente”, comentou Thadeus Kassabian, diretor de Operações da Yescom. “É um caso de sucesso tanto técnico como de marketing e mídia.” tempo melhor. "Infelizmente não consegui fazer uma boa preparação este ano por ter me desgastado muito na Maratona de Nova York. Gostaria de ter vencido com uma marca melhor", disse James Kwambai. "Acho que a umidade alta me atrapalhou um pouco também. O momento mais difícil da prova foi no km 9, quando tive de deixar de vez o pelotão." Clodoaldo Gomes da Silva comemorou muito o fato de ter sido o brasileiro mais bem colocado. "Me sinto um vencedor", garantiu o atleta treinado por Adauto Domingues, que orienta também o bicampeão da Maratona de Nova York, Marilson Gomes dos Santos. "Estou tão feliz hoje como estava há quatro anos, quando terminei a São Silvestre em segundo lugar." Hélio Nagai/ZDL Janeiro/Fevereiro 2010 Classirun Atendimento Personalizado Caminhada, Corrida, Triatlo, Condicionamento Físico em Geral e Acompanhamento em provas. Treinos : Terças e quintas na pista www.percorrer.com [email protected] de atletismo da Telefones: (51)9849-9612 - (51)32761767 SOGIPA. Antes ou depois do treino passe por aqui! Lanches Saudáveis Isotônico Produtos Integrais Junto ao Ginásio do CETE. Q U I R O P R A XI A Tratamento e alinhamento da coluna e articulações. * Dores na coluna; *Dor de cabeça; *Alterações posturais; *Hérnia de disco e nervo ciático; *Tendinites e dores musculares, entre outros. Suelen Muraro - ABQ 272 Grégory Callegari - ABQ 273 Telefone: (51) 9665 - 0695 www.hagah.com.br/guialocal/388087 Rua Silva Jardim,254 Sala, 201 Auxiliadora - Porto Alegre/RS Denise Entrudo Pinto Nutricionista Planejamento Alimentar para atletas Planos Alimentares Personalizados Reeducação Alimentar Rua Marquës do Pombal, 1824 conj. 303 Bairro Higienópolis Telefomes: (51) 3361.4012 - 99782394 Visite o Blog: nutricionistadenispinto.blogspot.com Venha treinar com quem entende! Única academia especializada em Corridas. Localizada a menos de 1 km do gasômetro. Rua General Cypriano Ferreira, 489 – Centro www.correndo.com.br Tel.: 3224 0227 Simone da Luz Nutrição Clínica e Esportiva [email protected] Maratona A maratona é uma prova bastante exigente. A fim de atenuar “o sofrimento”, é importante levar em conta, além das características individuais de cada um, fatores como clima, temperatura, altitude e umidade relativa do ar. A dieta tenta amenizar estes fatores externos, para isso vamos entender duas complicações importantes: Hiponatremia: é a diminuição da concentração de sódio no sangue. Os sintomas mais leves são cansaço, náusea e confusão mental. A hiponatremia pode ocorrer devido a uma ingestão excessiva de líquidos ou uma não reposição adequada do eletrólito sódio. A recomendação da quantidade de água a ser ingerida deve levar em conta a temperatura ambiente, a umidade e as características físicas de cada corredor. Preconizase em torno de 500ml/h, mas a quantidade de líquido a ser ingerida é crucial: muito pouco, desidrata e o excesso leva à hiponatremia. Problemas gastrointestinais: náuseas e sangramentos gastrointestinais podem ocorrer em ultracorredores. A náusea pode ser acarretada por diferentes causas, como hiponatremia, desidratação, excesso de carboidratos durante a corrida e o estresse da prova. O sangramento gastrointestinal também tem relação com o estresse físico e emocional e com a dieta. ALIMENTAÇÃO ANTES - 2 semanas antes: evite cafeína, refrigerantes e álcool. Mantenha um equilíbrio adequado de eletrólitos bebendo água e isotônicos. Aumente a ingestão de carboidrato, de 60 para 70%, a fim de prevenir a depleção total das reservas de glicogênio e induzir a preservação das proteínas com os dias sucessivos de treinamentos árduos; - 2 dias antes: não ingerir nenhum alimento estranho. Manter o de costume, aumentando as porções de carboidrato: pão com geleia ou mel, arroz, massa, milho, etc; - 2 horas antes: evite a ingestão de leite, prefira iogurte ou suco de fruta natural diluído em água mineral e mais frutas: sem casca semente ou bagaços. Evite fibras: cereais fibrosos, barras de cereais, pão integral e produtos de leite integrais e queijos amarelos ou frios gordurosos; Melhor ingerir a última refeição pré-prova 2 a 3 horas antes da hora da partida: 75 a 100 gramas de hidratos de carbono. beber cerca de 300ml de água e isotônicos por hora, durante 2 ou 3 horas antes da prova, até 20 minutos antes. DURANTE A PROVA 25 a 30 minutos após o início, ingira seu primeiro gel de carboidrato. Isto ajudará os seus níveis de açúcar e de insulina do sangue a ajustarem-se ao seu exercício. Mantenha a ingestão de líquidos durante a corrida. É crítico o suplemento com “bebidas esportivas” as quais contém eletrólitos como sódio, potássio e magnésio. Os “sport drinks” variam sua composição de acordo com a marca – preste atenção nisso! Durante uma competição de Maratona a ingestão deve ser da ordem de 500 kcal/hora, preferencialmente fracionados a cada 20 minutos, para equilibrar a demanda, não permitindo saltos e quedas dos níveis glicêmicos. NUTRIÇÃO PÓS-PROVA: há uma janela de 2 horas em que o seu corpo absorverá 100% da proteína e hidratos de carbono perdidos durante o exercício. Os primeiros 30 minutos são os mais críticos. O nível de absorção vai diminuindo ao longo da janela de 2 horas. DIETA DE RECUPERAÇÃO No final da competição, o atleta é uma pessoa fatigada pela agressão física e psíquica da competição, necessitando, por isso, de uma alimentação especial que lhe permita uma completa e rápida recuperação. Durante uma competição ou treino intenso, o organismo gasta muitas das suas reservas energéticas. Além disso, acumulam-se no organismo muitas substâncias tóxicas resultantes do metabolismo, por isso o atleta deverá ter certos cuidados na sua alimentação pós-competitiva, com o objetivo de aumentar as reservas orgânicas de glicogênio, gorduras, vitaminas e sais minerais e eliminar o mais rápido possível as substâncias tóxicas acumuladas. Sugestão: aumentar o aporte de líquidos ao organismo; a primeira refeição deve ser leve e rica em nutrientes: sopa de legumes, arroz, batatas ou massas; salada, limão e azeite; e frutas, de preferência ricas em potássio, como, por exemplo, banana, pêssego e laranja; o excesso de carne, logo após a prova, não ajudará o atleta a recuperar-se, já que é um alimento de difícil digestão e pobre em carboidrato, o qual é o nutriente mais gasto durante o esforço físico. Preferencialmente, inicie com os alimentos vegetais, pois além de serem alcalinizantes sanguíneos, são ricos em hidratos de carbono; em uma próxima refeição, as carnes serão bem-vindas, mas não se esqueça de que as primeiras 24h após a prova o organismo continua bastante debilitado. Apesar de a ultra ser uma prova desgastante, é uma prova mágica. Entregue-se a esta magia. 13 Janeiro/Fevereiro 2010 Uma maratona de maratonas nos Estados Unidos O Início em Santa Barbara 06 de dezembro Largada em uma escola às 6h. A temperatura está em torno de 3 a 4 graus e quando retiro o agasalho e deixo no guarda volumes fico com muito frio. Chega então a notícia que, em função de um acidente, a polícia fechou a rodovia onde passaríamos e a largada ficaria para as 7h. E o frio? Vamos congelar? Recebemos então a orientação da direção: os corredores podem ocupar a área interna da escola para se proteger do frio. Sem pressa, quase todos se movimentam para as salas de aula. Na minha, havia projetor de slide na mesa da professora, trabalhos escolares pendurados nas paredes, livros espalhados nas prateleiras e, quando somos chamados para a largada, fica tudo exatamente como encontramos. Antes da largada, é lido o nome dos corredores (uma dezena), que estão de aniversário. Cantamos HAPPY BIRTHDAY TO YOU e, logo após, o hino dos Estados Unidos. Largada e não preciso dizer, sem gritos, sem correria e sem atropelos. O percurso é difícil, pois Santa Barbara fica num espaço entre montanhas e o mar. O trânsito totalmente controlado e, nos cruzamentos, os motoristas descem dos carros para aplaudir e incentivar os corredores. Nunca me senti tão respeitado numa maratona! Corro com grande entusiasmo e faço melhor tempo do ano com 3h30min. Clermont na Flórida, em primeiro lugar na categoria. Tucson no Arizona 13 de dezembro Chegada Maratona de Tucson no Arizona. 14 Após uma viagem pelo deserto do Arizona, chegamos à Tucson. Esta prova tem como “propaganda” a chamada de quem quer bater seu recorde pessoal deve correr a Maratona de Tucson, pois, teoricamente, ela sai de um lugar mais alto e termina mais baixo. No entanto, nas primeiras 9 milhas (15km), ela vai e volta pela mesma pista, ou seja, desce e sobe uma montanha, deixando as pernas “quentes”. Depois, começa a descer tão lentamente que não se percebe que é uma descida, numa pista monótona muito parecida com o retão da maratona de Floripa. Quase sem presença de público e com um vento muito forte (não ficou uma placa de sinalização de distância de pé), é muito chata! Chamou-me atenção desde o momento da largada a enorme quantidade de mulheres, confirmado com o resultado da prova: dos 1246 maratonistas que chegaram 520 eram mulheres (42%), nunca examinei esta proporção nas provas do Brasil, mas achei muito alta. Provavelmente por influência da atleta e diretora da prova Pam Reed, duas vezes vencedora na Geral (ganhou dos homens), a conhecidíssima prova de Badwater no Deserto da Morte na Califórnia. Nesta prova as mulheres mandam! Janeiro/Fevereiro 2010 Clermont na Flórida 18 de dezembro A prova é organizada por uma instituição composta por um hospital e um centro de treinamento. É como se a SOGIPA e o INSTITUTO DE CARDIOLOGIA estivessem integrados. Lá, atividade física é uma solução para os problemas de saúde pública. O percurso bem interessante e diferente para nossos padrões. São duas voltas de 21km numa área pequena sempre em trechos de vai e volta o que torna interessante a prova, pois os atletas ficam se encontrando permanentemente tor- nando as disputas bem acirradas. A largada e chegada ocorrem na pista olímpica do estádio da cidade e o percurso ocorre quase 100% em passeios públicos sempre em subidas ou descidas. O único trecho plano é dentro da pista atlética onde se dá uma volta no início, outra quando completa meia maratona e a última na chegada. Em torno de 100 atletas completaram a prova. Somente três abaixo de 3h. Terminei a prova em 3h47min, 21º na geral e 1º na categoria com seis concluintes. Philadelphia na Pensilvânia 24 de dezembro Primeiro dia da Quadzilla (4 maratonas em 4 dias) - Segundo lugar na categoria na Praia em Los Angeles (Huntington Beach) O Parque onde ocorre a maratona está totalmente tomado pela neve. A organização é inédita: não tem hora para largar e nem para chegar. Cada um deve informar, ao terminar os 42km, o seu tempo na Internet. Isto no Brasil é impensável. Um fiasco. Jacksonville na Flórida 19 de dezembro Terminada a prova de Clermont tem que sair correndo do hotel, pegar a estrada e viajar algumas horas para chegar em Jacksonville. Mais de 4.000 inscritos, com largada oficial, hino nacional americano e com um tiro de canhão, iniciamos a segunda maratona do final de semana. O melhor percurso das mais de 50 maratonas que já realizei. Totalmente plano e sempre em áreas residenciais, à sombra de árvores, passando por parques, residências belíssimas, e algumas vezes, pela beira de um rio. É como se estivéssemos correndo uma maratona dentro de um enorme e super cuidado condomínio residencial. A cada milha (1,6 km), um reló- Springfiel no Missouri 27 de dezembro A prova começa às 14h30min. A temperatura chega a 10 graus negativos e com duas horas de prova começa anoitecer. A água servida aos atletas congela, a boca e a língua dormentes impossibilitam a fala. As luvas congelam literalmente e não adianta correr com duas calças, duas meias, duas tocas e três camisetas. A sensação é de que se está correndo pelado. Na chegada, somos recebidos em um Ginásio aquecido com sopa quente e uma verdadeira festa. gio digital informa o tempo parcial de prova e, na chegada, na pista olímpica do estádio da comunidade somos recebidos com um verdadeiro banquete que inclui frutas, pães, biscoitos, diversas barras de cereais, energéticos, sopa bem quentinha (devo ter repetido umas três vezes). Os objetos que deixamos no guar- da volumes da largada estão cuidadosamente colocados em ordem numérica no gramado do estádio e não é necessário pessoal para ficar cuidando e entregando. Cada atleta procura e pega sua sacola, quase todas com telefone celular, máquina fotográfica e agasalhos. Tudo em ordem, não falta nada. Quadzilla de Los Angeles 31 de dezembro, 01-02-03 de janeiro São 4 maratonas em 4 dias consecutivos. Estas provas são organizadas para uma clientela específica: os Marathon Maniacs. Elas ocorrem em parques ou calçadão nas praias, são bem organizadas, mas simples, com poucos participantes. Tinha muita expectativa para saber como o organismo reage numa prova com estas características. Felizmente, a reação foi ótima: sem lesão, sem dor muscular, sem bolhas. A Última: Maratona da Disney em Orlando na Flórida 10 de janeiro Nunca vi tantos brasileiros fora do Brasil. O hotel, dentro do parque da Disney, estava tomado por brasileiros, os funcionários são estagiários de outros países (a maioria brasileira). Uma festa com mais de 33.000 participantes. Muitos fazem o desafio do Pateta: meia maratona no sábado e maratona no domingo, o que dá direito a premiação especial. A melhor organização de todas provas em que participei. O incentivo aos atletas é permanente, a distribuição de água, isotônicos e carboidratos é abundante, o percurso é plano, não tem cruzamentos com veículos e a chegada é inesquecível. Neste ano, a temperatura foi a mais baixa da história da prova, mas o vencedor continuou o mesmo, o brasileiro Adriano Bastos – o Campeão da Disney. Correndo na Neve na Philadelphia - Pensilvânia 15