ID: 43994904
30-09-2012
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Pág: 22
País: Portugal
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Period.: Diária
Área: 27,21 x 30,54 cm²
Âmbito: Informação Geral
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A luz do
futuro vem
do mar e da
Gronelândia
13
DIAS
13 AS
T
PERGUN
O país tem sido procurado por vários investidores para experiências com novas
energias. Testam-se tecnologias com hélices e rolos, com vantagens para a indústria
nacional. Esta, porém, arrisca-se a perder o comboio da competição internacional
Inês Sequeira
B
‘
riiisaaaaaa
do maaaar...
Lalalalala...’,
cantava Herman
José há muitos
anos, uma toada que ficou
na memória de
alguns portugueses. Hoje, a
brisa marítima já serve para muito mais do que tema de música e
é uma promessa cada vez maior
no campo da energia. Que o diga
a EDP Inovação, uma das empresas que procuram novas soluções
ligadas à produção de electricidade
nos oceanos. Quem espreitar pelos
binóculos instalados na praia da
Aguçadoura, a poucos quilómetros da Póvoa de Varzim, avista ao
longe uma das mais jovens “princesas” da empresa. O WindFloat é
uma enorme turbina eólica que se
ergue sobre uma espécie de tripé,
que aparenta estar fixo no fundo
do mar. Puro engano. Na verdade,
esta estrutura de aço com 89 metros
de altura flutua com a ajuda de um
computador, que a cada instante faz
contas à distribuição da água dentro
da estrutura e impede assim o protótipo de se afundar.
António Vidigal, presidente executivo da EDP Inovação, lembra que
a empresa anda há 15 anos à procura de oportunidades nas energias
offshore – energias que têm origem
no alto mar, a mais de 10 ou 20 quilómetros da linha de costa. Foi em
2008 que Alla Weinstein, uma velha
conhecida da empresa e presidente
da norte-americana Principle Power,
os procurou juntamente com António Sarmento, do Centro de Energia
das Ondas. O objectivo era convidar
a EDP a entrar num projecto para o
desenvolvimento de uma nova turbina eólica, inspirada na indústria
do petróleo. Isto com base na ideia
desenvolvida por dois engenheiros
O vento offshore
contém muito mais
energia do que
o vento onshore
(em terra), porque
não há obstáculos
nem impactos
térmicos. Por isso,
a intensidade e
qualidade do vento
são muito maiores
Alla Weinstein,
presidente da
Principle Power
da Universidade de Berkeley, em São
Francisco, que tinham procurado
criar plataformas petrolíferas de
baixo custo.
“Sendo um projecto muito inovador, [o WindFloat] juntava duas
indústrias maduras, que são a indústria das plataformas do petróleo e a indústria do vento onshore
(em terra firme), das quais se sabia
tudo”, lembra Vidigal, que ficou surpreendido pelas capacidades que encontrou em Portugal. “Temos tanto
estaleiro parado, tantas pessoas que
sabem fazer. Das coisas que mais me
admiraram no projecto, e que foram
uma surpresa, é que a construção
foi feita num tempo recorde: desde
o dia em que começámos até estar
tudo pronto e rebocado para o mar
foram nove meses”, nota. Dos cerca de 60 fornecedores, 70% foram
nacionais.
Vidigal admite também que noutros países “há várias tentativas semelhantes” a este protótipo, mas o
WindFloat “está dois anos à frente da
concorrência”. Outro ponto a favor
é que tem uma flexibilidade difícil
de igualar: acima dos 40 metros de
profundidade esta turbina “flutuante” pode ser instalada onde se
quiser”, pelo que poderá ficar “em
águas muito profundas ou pouco
profundas”.
Mas por enquanto, o projecto instalado desde Novembro a cerca de
seis quilómetros da costa é ainda
uma experiência. Esta turbina em
alto mar, que está ligada à rede portuguesa de electricidade e ao longo
de seis meses já produziu energia suficiente para alimentar 1300 lares, é
ainda um protótipo à escala natural
do qual a EDP, a Principle Power e
outras empresas do consórcio retiram lições que até aqui correm bem.
No último Inverno, o WindFloat enfrentou ondas gigantes de 15 metros
sem problemas.
Agora, o consórcio começa já a
olhar para a fase seguinte, prevista
para daqui a dois anos, com o objectivo de reduzir custos. “Há aqui
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Corte: 2 de 4
ADELINO OLIVEIRA
muito espaço para desenvolvermos
o conhecimento da indústria portuguesa e estamos a trabalhar com
o Instituto Superior Técnico e com
outras entidades, para criar um produto mesmo comercial”, nota António Vidigal. No final, a EDP planeia
utilizar as novas turbinas em projectos de eólicas em alto mar, como por
exemplo no Reino Unido.
Até agora o investimento chegou
aos 23 milhões de euros, incluindo
apoios do Fundo de Apoio à Inovação. O consórcio candidatou-se
entretanto a mais fundos comunitários para a construção de um
parque de cinco turbinas eólicas
offshore, com uma capacidade de
25 MW (megawatts). A concretizarse esse financiamento, é certo que
avança para a fase pré-comercial,
dentro de dois anos. Neste caso,
cada uma das turbinas terá maior
potência do que os dois MW do protótipo actual.
Se tudo correr com sucesso, já
na última e terceira fase, o que
está previsto será atingirem “150
MW de capacidade instalada, com
quantas unidades forem necessárias, dependendo do tamanho das
turbinas”, lembra por seu turno Alla
Weinstein, presidente executiva da
Principle Power. “O vento offshore
contém muito mais energia do que
o vento onshore (em terra), porque
no offshore não há obstáculos nem
impactos térmicos e por isso a intensidade e qualidade do vento são
muito maiores”, explica a gestora
norte-americana.
E o que é que trouxe esta empresa de tecnologias offshore para
Portugal? Alla Weinstein destaca as
relações que já tinha com a EDP, de
projectos anteriores, e também a
existência de uma tarifa de apoio a
estas energias. “Portugal publicou
uma lei que criou uma tarifa para
a energia das ondas e descobrimos
que a mesma tarifa podia ser aplicada ao vento offshore. Então as condições de mercado eram perfeitas
aqui e não eram tão boas noutros
sítios”, realça, lembrando também
a facilidade de comunicar em inglês
que encontrou durante a construção
do protótipo.
De olho numa alternativa
Olhando agora de outra perspectiva,
que sentido faz investir em energia
dos oceanos, que é mais cara e tem
maior risco do que outras, num país que tem dificuldades financeiras?
António Sarmento, presidente do
Centro de Energia das Ondas, sabe na ponta da língua as respostas
à pergunta que ele mesmo acabou
de lançar.
Primeiro, realça “os problemas na
segurança do abastecimento de energia” e lembra que estudos já realizados demonstraram que à taxa actual
de consumo, o mundo tem energia
de fontes conhecidas suficiente para
78 anos. “Mas se todos começarmos
a consumir como os norte-americanos, incluindo a China e a Índia, esse
espaço de tempo cai para 18 anos.”
“É nessa lógica de que o mundo
vai precisar de muito mais energia
do que aquela disponível que faz
sentido apostar em fontes que não
são ainda comercialmente competitivas”, defende o também docente
e investigador no Instituto Superior
Técnico. António Sarmento estima
que “em Portugal as ondas têm um
potencial da ordem dos 20% do
consumo de energia eléctrica”, mas
também tudo aquilo que é “a cadeia
industrial associada”. “Se tivermos
esta tecnologia, estaremos a abrir
portas a uma indústria altamente
exportadora”, sublinha.
Ainda assim, o responsável do
centro – o primeiro que apareceu
no mundo dedicado à energia das
ondas, em 2003 – avisa que “Portugal tem andado a dormir neste
sentido”.
António Sarmento lembra que foi
aqui que primeiro se lançou uma tarifa para a energia das ondas. Em
2007, os portugueses foram também
pioneiros ao anunciarem a criação
de uma zona-piloto “com um poten-
Viagem de instalação da
torre eólica cuja flutuação é
comandada por computador
cial significativo de instalação muito grande, porque permitia não só
fazer a demonstração dos conceitos como caminhar depois para a
parte industrial”. “Isso obviamente
foi muito atractivo para as empresas, porque estas preferem fazer a
demonstração num sítio, sabendo
que aí têm potencial para darem os
passos seguintes.”
O problema foi que após o anúncio do então ministro da Economia,
Manuel Pinho, seguiram-se vários
anos de silêncio. “O que não se pode fazer é anunciar uma medida
destas em 2007 e em 2012 ainda
andarmos a discutir”, sublinha o
professor do Instituto Superior
Técnico. “O anúncio quando foi
lançado teve um impacto brutal.
Mas este ano vai realizar-se uma
conferência internacional de energia dos oceanos, que acontece de
dois em dois anos, com uma sessão
dedicada a centros de testes, e a
entidade portuguesa não foi convidada a estar presente”, lamenta.
Sarmento lembra que “entretanto todos os países desenvolveram
os seus centros de testes, não com
a dimensão do português, mas todos eles têm: Reino Unido, França, Espanha, Noruega, Suécia...”.
Ainda assim, acredita que Portugal
ainda tem “alguma capacidade de
atracção, mas “se demorarmos
outros cinco anos a concretizar o
projecto é evidente que as coisas
passam”.
Obrigatório é haver espaço em
Portugal para a experimentação e
para o erro, sem empolar projectos
que ainda estejam a começar. Foi
esse o problema do Pelamis, uma
experiência com energia das ondas
promovida em 2008 pela escocesa
Pelamis Wave Power, em conjunto
com outras empresas como a EDP
e a Efacec, junto à mesma praia
onde está baseado o projecto do
Windfloat. “Foi um triunfalismo
excessivo que depois se pagou caro, com o ministro [Manuel Pinho]
muito aborrecido com a experiência. O projecto da zona-piloto estar
parado durante dois anos foi em
parte resultado disto, tal como o
facto de várias empresas se terem
retraído em razão deste insucesso”, comenta.
Abertura para quando?
A entrada em funcionamento da
zona-piloto, que foi baptizada de
Ocean Plug, está agora prevista para o próximo ano – dependendo da
evolução dos trabalhos. “Mantemos a abertura para 2013 mas é um
cenário um pouco optimista, pois
significa que toda a infra-estrutura e tudo o que vamos instalar irá
correr sem problemas”, avisa João
Cardoso, que é desde 2010 director da Enondas – empresa da REN
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que tem em mãos o projecto das
energias do mar. “Estamos a falar
de operações marítimas e de um
momento para o outro podemos
estar a passar de uma situação
agradável para uma situação desagradável”, alerta este comandante
da Marinha.
Foi em Outubro de 2010 que a
Enondas assinou com o Estado o
contrato para a concessão da exploração da zona-piloto, que fica
situada entre São Pedro de Moel e
Pedrógão, na costa oeste, e é “uma
das melhores áreas de ondas e de
ventos”, realça João Cardoso. “É
um espaço de mais ou menos 320
quilómetros quadrados, compreendido entre a batimétrica (profundidade) de 30 metros até mais
ou menos à batimétrica de 90 metros”. Nesta zona estão previstos
três corredores para a passagem
de cabos de ligação à rede eléctrica
portuguesa.
Para já, fizeram-se os estudos
de caracterização geofísica, entregues ao Instituto Hidrográfico,
e que tentam compreender qual a
morfologia do fundo, a composição geológica, as correntes na zona, a composição química da água
e o sistema de agitação marítima.
João Cardoso realça que estes dados são “fundamentais”, não só para a instalação das infra-estruturas
de apoio, mas também para os promotores que ali queiram instalar
protótipos para serem testados ou
projectos comerciais.
Neste momento, a empresa do
grupo REN vai avançar com os estudos ambientais e está a redigir
o regulamento de acesso à zonapiloto, além de estar em contactos com os principais promotores
e tecnólogos. De um total de três
ou quatro promotores que estão
já previstos, um dos clientes mais
certos é o Windfloat, nomeadamente a segunda fase do projecto
que prevê a instalação de um parque eólico com capacidade de 25
MW. Quanto aos outros potenciais
clientes, João Cardoso admite que
enfrentam concorrência de outros
centros de testes. “Eles [os possíveis promotores] estão a analisar e
nós estamos a estudar, com alguns
já estamos a ter reuniões técnicas
e a definir os contornos com que
podem vir instalar-se na zona-piloto, mas ainda não temos contratos
assinados”, indica.
Uma vantagem do projecto Ocean Plug é que em Portugal um promotor não precisa de se ficar pelo
protótipo e pela fase de testes e
“pode continuar a desenvolver
o seu projecto até ao parque de
ondas”. “Os mares não são todos
iguais e as máquinas são desenvolvidas de acordo com o espaço onde vão ser colocadas. Se eles quiserem ficar em Portugal, temos espaço e garantia de potência e assim
não precisam de ir à procura de
outro espaço e de licenciamento
30-09-2012
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 3 de 4
DR
para injecção de energia eléctrica
na rede”, confirma João Cardoso. O
decreto-lei que criou a zona piloto
garante a possibilidade de injectar
até um máximo de 250 MW na rede
eléctrica a partir da zona-piloto, “o
que dá para fazer alguns parques
simpáticos”.
Quanto ao investimento previsto
para a zona-piloto, ascende a 15 milhões de euros ao longo de quatro
anos e já teve início em 2011, mas
uma grande parte deste dinheiro
será aplicado na instalação de cabos para ligação à rede eléctrica. O
financiamento será feito pela REN
e é abatido ao longo de vários anos
através da factura eléctrica paga
pelos consumidores, mas também
poderá haver candidaturas a fundos
comunitários.
Ondas que chegam de longe
Por outro lado, Portugal pode tirar
vantagens de “condições de ondulação muito privilegiadas”. João
Cardoso explica que ao contrário
das vagas, criadas pelos efeitos do
vento sobre a superfície do mar, a
ondulação “é uma propagação”. No
caso português, “o nosso principal
centro de produção de ondas é o
mar entre a Gronelândia e a Islândia e essas ondas propagam-se até
à nossa costa”. “Acabamos por ter
a boa ondulação, a ondulação com
maior comprimento de onda e bastante energia, que depois chega à
nossa costa sem termos de sofrer as
tempestades.”
Uma das qualidades desta forma
de energia, aliás, é que se trata de
uma propagação com origem em locais normalmente afastados da nossa costa portuguesa, o que a torna
muito previsível. “Podemos prever
o que é que vamos injectar na rede durante as próximas 24 horas.”
Já com o vento, é muito mais difícil
O nosso principal
centro de produção
de ondas é o mar
entre a Gronelândia
e a Islândia e essas
ondas propagamse até à nossa
costa. Temos a boa
ondulação (...) sem
termos de sofrer as
tempestades
João Cardoso
director da Enondas
fazer previsões e as mudanças são
bruscas.
E quais são as vantagens que Portugal pode retirar da aposta nesta
área, nomeadamente com os investimentos na zona-piloto, durante os
próximos anos? Tal como António
Sarmento, João Cardoso lembra que
os promotores de novas tecnologias
ligadas às energias do mar “vão usar
as capacidades nacionais”. “Projectos destes rondam normalmente um
investimento entre os 10 e os 25 milhões de euros, para demonstração
de conceito, e desse dinheiro grande
parte será para adquirir serviços e
equipamentos no mercado nacional.”
Este é o caso do Waveroller, uma
tecnologia desenvolvida pela finlandesa AW Energy que está em Portugal, na zona da Almagreira, em
Peniche, a testar um protótipo de
energia das ondas. Este equipamento foi colocado no fundo do mar em
Agosto, a cerca de 500 metros e por
isso próximo de terra (nearshore),
SLIM ALLAGUI/AFP
Instalação do protótipo do Waveroller (topo) e o mar da Gronelândia
onde nascem as ondas que chegam a Portugal (em baixo)
pelo que não se poderia instalar na
zona-piloto gerida pela Enondas.
Constituído por um conjunto de
painéis que parecem grandes asas
a oscilarem continuamente, movidas pela força do mar, o protótipo
deverá ficar no mesmo local “durante um ano”, prevê o inventor
desta tecnologia. Rauno Koivusaari conta que ficou muito satisfeito
com o apoio do presidente da Câmara de Peniche e decidiu trazer
o projecto para Portugal em 2006,
devido à existência de uma tarifa
de apoio a esta forma de energia.
O equipamento, que é já o terceiro ou quarto a ser testado pela
empresa no mar de Peniche, foi
em grande parte produzido nos Estaleiros Navais de Peniche (ENP)
e também pela empresa A. Silva e
Silva. “Na Finlândia foram construídos os três módulos de aço onde
estão instaladas as chamadas casas
das máquinas, onde estão os equipamentos que absorvem a energia e a produzem”, explica Álvaro
Oliveira, director-geral dos ENP.
“Aqui, construímos os restantes
módulos de aço, que foram cerca
de 280 toneladas de módulos em
aço, e instalámos os tanques produzidos pela A. Silva e Silva”, descreve o mesmo responsável.
O próximo passo será decidir a
instalação dos próximos protótipos
em Portugal, o que irá depender
do financiamento conseguido, incluindo uma candidatura a fundos
comunitários, mas Rauno mostrase optimista. Pelos cálculos deste
gestor e mergulhador finlandês,
até agora o projecto custou mais
de 10 milhões de euros. No final,
feitas as contas, as novas energias
do mar mostram-se promissoras
mas têm ainda muitos passos para
dar. Não há hoje no mundo “nenhum parque de ondas que esteja
a fornecer energia à rede de forma
efectiva”, realça João Cardoso, da
Enondas, que admite que “há testes, algumas ideias, mas a energia
das ondas tem tido dificuldades para arrancar.” Estudos já realizados
apontam para 2020 como a data
mais provável para esta forma de
energia se transformar em realidade, principalmente no caso das
energias offshore (aquelas que são
mais longe de terra).
Já o presidente do Centro de
Energia das Ondas, António Sarmento, lembra que o investimento
mundial nestas energias “é diminuto”, cerca de 100 milhões de euros
por ano. E conclui: “Para um país à
escala portuguesa, os investimentos que faz no eólico ou no solar
são uma gota de água no oceano,
mas em energia dos oceanos podem ter uma expressão a nível
mundial.”
Amanhã: Que novos recursos o
mar nos pode dar?
Esta série tem o apoio da Caixa
Geral de Depósitos
ID: 43994904
30-09-2012
SÉRIE MAR PORTUGUÊS
A LUZ DO FUTURO
VEM DAS ONDAS E DO
VENTO DO MAR p22 a 24
Tiragem: 44837
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O vento offshore contém muito mais energia do que o vento