Muito mais manejo IIIIIII II II IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII Plantas daninhas Produtividade da soja Tecnologia LibertyLink Bayer CropScience desenvolve soluções inovadoras para manejo da resistência Pragas iniciais e percevejos podem reduzir rendimento das lavouras Inovação é aprovada por grandes produtores de algodão da região do Cerrado Índice PLANTAS DANINHAS Prevenção é palavra-chave Resistência exige cuidado Manejo integrado é a solução Conceito ganha novos adeptos ALGODÃO Tecnologia LibertyLink Lavouras limpas de plantas daninhas e mais produtivas 2 4 8 SOJA Pragas iniciais são risco à produtividade 12 Tratamento de sementes é o melhor caminho Percevejos exigem atenção especial São crescentes os prejuízos registrados nas lavouras MILHO Bt Tratamento de sementes complementa manejo Medida protege contra sugadores e mastigadores CANA-DE-AÇÚCAR Cigarrinha-das-raízes ameaça produtividade Controle deve ser iniciado antes do nível de dano econômico TOMATE Controle de traças e broca Estas são as pragas mais nocivas à cultura INOVAÇÃO Incubadora de novos ingredientes ativos Localização favorece ensaios no hemisfério Sul 14 18 IIIIIIIIIIIIIIII 2 Correio 2010 Conferência Pan-Americana reuniu cerca de 300 profissionais em Miami 22 Plantas daninhas IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII 26 30 Deixamos de publicar a bibliografia da maioria das matérias desta edição, que permanece à disposição dos interessados. Prevenção é palavra-chave Correio – 2010 A revista Correio é uma publicação da Bayer CropScience dirigida a engenheiros agrônomos, agricultores, técnicos agrícolas, faculdades de agronomia, bibliotecas e pessoas interessadas na agricultura brasileira. Coordenação geral: Comunicação Corporativa Bayer CropScience. Coordenação técnica: Engenheiros Agrônomos Paulo Calegaro e Luiz Weber. Jornalista responsável: Fabiana Pinho (MTb 39.953). Editor: Allen A. Dupré. Editoração: E-Marketing & Propaganda da Bayer S.A. Fotos: arquivo Bayer CropScience, Ângelo Yoshimura, Benedito Noedi Rodrigues (Iapar), Delfim Martins (Pulsar Imagens), Dirceu Gassen (Cooplantio), Eduardo de Sousa, Fernando Adegas (Embrapa Soja), Julio Bittencourt, Leila Dinardo (Centro de Cana - IAC), Shutterstock Imagens e Luiz Benedito dos Santos Gráfica: Atrativa Tiragem: 32.000 Bayer S.A. – Rua Domingos Jorge, 1100, Prédio 9504 São Paulo – SP / Tel. (11) 5694-5166. www.bayercropscience.com.br Somente uma mudança de atitude dos integrantes da cadeia produtiva, passando a empregar modernas técnicas de manejo, conterá o avanço da resistência das plantas daninhas aos herbicidas A Primeira Conferência Pan-Americana sobre Plantas Daninhas, organizada pela Bayer CropScience e realizada em Miami, EUA, em janeiro de 2010, fortaleceu a posição de liderança e pioneirismo da empresa no desenvolvimento de respostas para uma questão que preocupa de forma crescente agricultores do mundo inteiro: o aumento da tolerância ou resistência dessas plantas à ação dos herbicidas de uso mais tradicional, com elevação de custos e perdas de produtividade. Plantas daninhas ▼ O evento reuniu cerca de 300 cientistas, pesquisadores e professores universitários, além de profissionais e técnicos de entidades agrícolas das Américas. O objetivo foi promover uma ampla discussão e troca de experiências sobre o problema, dando ênfase especial à divulgação de soluções práticas e sustentáveis. Todas as atividades de pesquisa da Bayer CropScience para o manejo de resistência de plantas daninhas possuem uma abordagem exaustiva, voltada para o futuro e seu objetivo é proporcionar aos agricultores de todo o mundo novos diagnósticos, herbicidas com novos mecanismos de ação e uma opção mais ampla de traits de alta performance. Na América Latina, a resistência está presente em 14 países, incluindo o Brasil, com 33 espécies identificadas como resistentes a seis modos de ação e ingredientes ativos de herbicidas: • inibidores de ALS (enzima acetolactato sintase) em soja, milho, algodão, arroz e cereais; • inibidores de ACCase (enzima acetilcoenzima-A-carboxilase) em soja, milho, algodão, arroz e cereais; • glifosato em soja e milho; • inibidores das enzimas ALS/Protox (acetolactato sintase e protoporfirinogênio oxidase) em soja; • atrazina em milho; • auxina sintética em arroz. Os especialistas apontam pelo menos sete fatores que forçam a seleção de plantas daninhas resistentes na região: - enorme extensão territorial; - variedade de climas, que vão do temperado ao tropical; - média de temperatura elevada na maior parte da região durante todo o ano; - alto índice pluviométrico, influenciado em certos períodos pelos fenômenos El Niño e La Niña; - cultivo intensivo durante a maior parte do ano; - baixo índice de rotação de culturas em grande parte das regiões produtoras; - uso constante de um único herbicida (mesmo mecanismo de ação). A maioria desses fatores é incontrolável pelo homem, porém os produtores e os engenheiros agrônomos que os assistem podem interferir diretamente nos dois últimos (rotação de culturas e de grupos químicos e mecanismos de ação de herbicidas) e, assim, frear o avanço da resistência. É necessária basicamente uma atitude preventiva. Para que se obtenha êxito nessa tarefa, são recomendados, na prática, o emprego do manejo integrado de plantas daninhas (MIPD) de forma consistente e a aplicação de produtos inovadores. O MIPD é abordado no artigo “Manejo de plantas daninhas, um conceito consagrado de uso cada vez mais atual”, de autoria dos pesquisadores Fernando Adegas, Dionísio Gazziero e Elemar Voll, publicado nas páginas 4 a 6 desta edição. A aplicação de herbicidas inovadores, focalizada no artigo “O controle químico no MIPD”, publicado na página 7, é uma nova frente em que a Bayer CropScience vem investindo de forma intensa nos últimos anos, inclusive com o lançamento de produtos inovadores. A empresa também vem se destacando no manejo de resistência em campos experimentais e lavouras comerciais na América Latina. Adicionalmente, a empresa ainda tem uma série de novidades em desenvolvimento, as quais apresentam eventos genéticos diferenciados que as qualificam como ferramentas promissoras para o futuro próximo. Nos últimos anos, a Bayer CropScience desenvolveu novas moléculas com alta eficácia no controle de plantas daninhas, algumas das quais representam avanços significativos na estratégia de manejo de resistência liderada pela empresa. É o caso específico do glufosinato de amônio, comercializado com a marca Liberty, eficaz contra mais de 120 espécies de monocotiledôneas e dicotiledôneas e que vem demonstrando no campo sua utilidade no controle de plantas resistentes ao glifosato e aos inibidores de ALS. A partir dessa molécula, desenvolveu-se a tecnologia LibertyLink, que compreende variedades geneticamente modificadas e é atualmente a única alternativa disponível para o controle de plantas resistentes ao glifosato. Essa nova tecnologia vem sendo aplicada com êxito nas culturas de algodão, canola, soja e milho e mostra potencial para ter o mesmo sucesso em outras culturas. Há também soluções em desenvolvimento, com destaque para um herbicida de uma nova classe química com efeito diferenciado sobre plantas daninhas tolerantes aos inibidores de HPPD (enzima hidróxi-fenil-piruvato-dioxigenase). Com isso, antevê-se que os inibidores dessa enzima serão opções atrativas para o manejo de plantas tolerantes no futuro. Os cientistas e pesquisadores da Bayer CropScience estão convencidos de que são necessárias novas abordagens para o controle de plantas daninhas ante o crescente problema da resistência em nível mundial. Nesse sentido, a empresa trabalha em várias frentes para oferecer soluções integradas dentro do MIPD, incluindo sementes, traits, novos herbicidas e serviços especializados. Essa estratégia se completa com a concessão de licenças de uso de traits, colocando suas tecnologias ao alcance de empresas parceiras e permitindo que suas soluções beneficiem um número maior de agricultores em todo o mundo. Autor: Allen A. Dupré IIIIIIIIIIIIIII IIIIII Principais causas 2010 Correio 3 O encontro deu ênfase especial à divulgação e discussão de soluções práticas e sustentáveis 4 Correio 2010 Plantas daninhas Manejo integrado é a solução IIIIIII II II IIIIIIIIIII II IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII Um conceito consagrad de uso cada vez mais at A adoção de um conjunto coordenado e equilibrado de medidas preventivas, culturais, mecânicas e químicas para controlar as plantas daninhas é essencial para preservar a produtividade das lavouras, principalmente em razão do surgimento de espécies resistentes à ação de herbicidas A competição provocada pelas plantas daninhas em uma lavoura comercial pode resultar em perdas significativas na produção da cultura. Também pode dificultar a operação de colheita, prejudicando a qualidade do grão ou da semente. As plantas daninhas competem principalmente por recursos básicos ao desenvolvimento da soja, como a água, a luz e os nutrientes. No entanto, a necessidade por esses recursos varia dentro do ciclo da cultura, razão pelo qual se torna importante conhecer as fases em que a interferência das plantas daninhas pode ser mais prejudicial para a cultura. Trabalhos nessa área são denominados de estudos de “matocompetição” (competição das infestantes com a cultura) ou de períodos de interferência. Basicamente, os experimentos são realizados diretamente no campo, com os tratamentos sendo compostos por intervalos de tempo em que a cultura é deixada “no limpo”, isto é, sem a presença de plantas daninhas, complementados por períodos de convivência entre a cultura e as infestantes. Nesses experimentos, avaliase principalmente a produtividade da cultura sob os intervalos de tempo estudados, resultando nos períodos mais críticos de competição. Os experimentos de matocompetição devem retratar condições próximas às de lavouras comerciais, com atenção especial para os diversos fatores que estão presentes no processo de interferência. Pitelli (1985) relata que os principais fatores ligados às culturas são a variedade utilizada, o espaçamento e a densidade de semeadura. Em relação às plantas daninhas, destaca o tipo de espécies infestantes, a densidade e sua distribuição na área. Pode-se acrescentar, ainda, os fatores edafoclimáticos, como o tipo de solo e as suas propriedades físico-químicas, a taxa pluviométrica, a temperatura e o sistema de produção adotado com as diferentes tecnologias utilizadas. todos de controle, balanceando a importância de cada um dentro do planejamento de manejo na propriedade. A nossa realidade sugere algumas particularidades nos diversos métodos, que são descritas a seguir. Cuidados preventivos: • Cuidados na aquisição de sementes e mudas. • Limpeza de máquinas e equipamentos, especialmente as colheitadeiras. • Manutenção de beiras de estrada, carreadores e terraços. Planejamento de controle A partir do conhecimento da fase crítica de competição, é necessário realizar o planejamento de controle, cujos princípios devem ser norteados pelo manejo integrado. Didaticamente, pode-se definir o manejo integrado de plantas daninhas (MIPD) como sendo a seleção e a integração de métodos de controle e o conjunto de critérios para a sua utilização, com resultados favoráveis dos pontos de vista agronômico, econômico, ecológico e social. A passagem da forma atual de controle de plantas daninhas para o manejo integrado pressupõe diminuir o empirismo e aumentar o conhecimento científico (Adegas, 1997), destacando quatro áreas estratégicas: A. Biologia e ecologia das plantas daninhas. B. Relações de interferência entre as plantas daninhas e a cultura. C. Amostragem e parâmetros de controle. D. Eficácia na seleção e no uso dos mé- Práticas culturais: • Diminuir as épocas de pousio. • Produzir palhada para cobertura do solo. • Realizar a rotação de culturas, privilegiando as espécies ou cultivares que gerem maior produção de massa, que apresentem rápido crescimento e que sofram decomposição de seus resíduos de forma mais lenta; na escolha das culturas em rotação, também é importante considerar os efeitos alelopáticos positivos. Controle mecânico: • Sempre que se justifique, realizar capinas de repasse ou mesmo o controle mecânico de forma integrada. • Quando viável, substituir a operação de manejo químico por mecânico. Controle químico: • Uniformizar as áreas de controle, dividindo-as em talhões homogêneos. • Efetuar o levantamento da distribuição, do nível populacional e do está- Plantas daninhas o ual 2010 Correio 5 IIIIIIIIIIIIIII Plantas daninhas Buva na soja dio de desenvolvimento da flora infestante. • Analisar as diversas alternativas de produtos, levando em consideração os aspectos de eficiência, eficácia, aplicabilidade e custo. • Aprimorar a tecnologia de aplicação dos herbicidas. A nova realidade Especificamente dentro do controle químico, dois assuntos, relativamente recentes, têm-se tornado importantes alvos de discussão: a resistência de plantas daninhas aos herbicidas e o aparecimento das culturas geneticamente modificadas para resistência a herbicidas. Resistência é a capacidade das plantas daninhas sobreviverem à aplicação de um herbicida, ao qual a mesma população era suscetível. É de ocorrência natural, devido às plantas daninhas evoluírem e se adaptarem às mudanças do ambiente e ao uso de práticas agrícolas. O surgimento da resistência ocorre por um processo de seleção de biótipos resistentes já existentes nas áreas de produção, principalmente pelas aplicações continuadas de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação (Gazziero et al, 2004). A principal solução para evitar o aparecimento ou disseminação de plantas daninhas resistentes é planejar o controle químico com a utilização de herbicidas de diferentes mecanismos de ação. Pode-se, ainda, evitar a resistência das plantas daninhas realizando algumas ações, como: Capim-amargoso • Rotação de culturas, com rotação de herbicidas. • Utilizar sementes isentas de infestantes resistentes. • Acompanhar as mudanças na flora. • Evitar a reprodução e disseminação inicial de plantas daninhas resistentes. • Realizar a limpeza de tratores, implementos, colheitadeiras e semeadoras. Resistência ao glifosato Em relação às culturas geneticamente modificadas, a resistência ao glifosato, que proporciona a utilização deste herbicida na pós-emergência das lavouras, sem dúvida foi a tecnologia que resultou em grandes modificações no manejo IIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIII 6 Correio 2010 Buva suscetível + buva resistente químico das plantas daninhas nestes anos recentes, com destaque para a soja RR, que foi o primeiro evento liberado no Brasil, oficialmente na safra 2005/06, consolidando o glifosato como o produto mais utilizado para controle de infestantes na cultura da soja. A utilização do glifosato em pós-emergência total pode ser desejável em algumas situações, como em áreas infestadas com plantas daninhas de difícil controle pelos demais herbicidas e em áreas com alta infestação, normalmente oriundas de pousio, de escape no controle ou por outra razão qualquer. Outra situação para esta utilização seria o histórico de resistência de plantas daninhas aos herbicidas “convencionais”. A partir da dé- Plantas daninhas azevém (Lolium multiflorum), a buva (Conyza bonariensis e Conyza canadensis) e o capim-amargoso (Digitaria insularis). Vale reforçar que o manejo químico de plantas daninhas tem como uma de suas premissas a rotação de herbicidas, não sendo desejável a utilização de um único produto ininterruptamente. Analisando o cenário atual da agricultura brasileira e mundial, pode-se afirmar que o manejo integrado de plantas daninhas, que consiste na adoção de um conjunto de medidas para prevenir e controlar essas espécies, sempre foi recomendado e, com o surgimento das espécies resistentes, está cada vez mais em evidência. O sistema traz benefícios para toda a área de plantio e não apenas à cultura que está no campo naquele mo- mento, pois o produtor deve pensar no manejo de plantas daninhas como um benefício para a sua propriedade durante o ano todo. Portanto, em qualquer sistema de produção agrícola e em qualquer cenário de matoinfestação, o controle de plantas daninhas deve ser sempre norteado pelos conceitos básicos do manejo integrado e gerenciado por um engenheiro agrônomo responsável pela atividade. ▼ cada de 1990, principalmente nos sistemas de produção de grãos, foi constatado um aumento da resistência de plantas daninhas a herbicidas, principalmente aos inibidores de ALS e ACCase. Como o mecanismo de ação do glifosato é a inibição da EPSPs, a sua utilização seria interessante nesses casos, pois a probabilidade de sucesso seria grande. No entanto, a alta frequência de utilização do glifosato tem provocado uma forte pressão de seleção de biótipos de plantas daninhas resistentes a este ingrediente ativo, que já estão naturalmente presentes na área, mas em baixa frequência. Em razão disto, já existe o relato de 18 espécies resistentes ao glifosato no mundo (Heap, 2010), sendo cinco no Brasil, com destaque para o Autores: Fernando Storniolo Adegas – Dr. engenheiro agrônomo; Dionísio Luiz Pisa Gazziero – engenheiro agrônomo; e Elemar Voll – engenheiro agrônomo – pesquisadores da Área de Plantas Daninhas da Embrapa Soja – Londrina, PR. O controle químico no MIPD O manejo integrado de plantas daninhas e, em particular, o manejo de espécies resistentes inclui medidas como rotação de culturas, limpeza de carreadores, limpeza de máquinas, capina mecânica e controle químico com rotação de mecanismos de ação. Os produtos químicos precisam integrar as culturas e o sistema agrícola. Ante essa necessidade, a Bayer CropScience disponibiliza aos produtores herbicidas de alta tecnologia que proporcionam o manejo eficiente de plantas daninhas resistentes. No decorrer do ano agrícola, durante os meses de junho a outubro, ocorre à germinação de buva nas culturas de trigo, milho safrinha, milho verão e soja. Na cultura do trigo, a buva (Conyza bonariensis e Conyza canadensis) tem menos espaço e luminosidade para germinar e se estabelecer. Mesmo assim, sua germinação começa no mês de junho e seu desenvolvimento após a colheita do trigo, causa dificuldades de controle na dessecação pré-semeadura de soja ou milho verão. Como solução, o herbicida Hussar (inibidor de ALS) apresenta excelente desempenho no manejo da matocompetição existente (folhas largas, aveia-preta, azevém e também a buva já presente na entrelinha da cultura), além de proporcionar, após a colheita, uma baixa infestação de plantas daninhas, inclusive de buva, o que facilita a dessecação para posterior semeadura das culturas de soja e milho verão. Após a colheita do trigo, o Finale (inibidor da glutamina sintetase) é indicado para dessecação antes da semeadura, atingindo o status de dessecante padrão, proporcionando excelente eficiência no controle de várias plantas daninhas e da buva resistente em diferentes estádios e infestações. Com mecanismo de ação novo no sistema agrícola, Finale contribui para a quebra de resistência de plantas infestantes que adquiriram resistência, contribuindo para o estabelecimento inicial das culturas de soja e milho verão sem a presença de plantas mal controladas na dessecação. Para a cultura do milho verão, uma das novidades no segmento de herbicidas é o Soberan (inibidor da síntese do caroteno), que controla folhas largas, folhas estreitas e a buva resistente já estabelecida na lavoura. Assim, contribui para o total controle das plantas daninhas, sem causar qualquer tipo de estresse à lavoura de milho. Em outro momento, no milho safrinha, existe a necessidade de produtos com residual, pois na fase final da cultura durante junho/julho ocorre a germinação de algumas plantas infestantes, inclusive a buva resistente, que será um fator preocupante para os produtores após a colheita do milho. Como solução, Soberan é uma ferramenta de manejo que irá controlar todas as plantas daninhas no momento da aplicação, conferindo o residual necessário para redução do banco de sementes, além de facilitar o manejo pós-colheita no milho safrinha no momento da dessecação, quando se nota menor germinação do complexo de espécies, em especial a buva. O Manejo de Plantas Daninhas da Bayer CropScience apresenta uma proposta que integra as culturas de trigo, milho safrinha, milho verão e soja, com três herbicidas com diferentes mecanismos de ação, permitindo que o produtor utilize um manejo adequado, eliminando as plantas daninhas resistentes e prevenindo-se contra o aparecimento de novas espécies resistentes em sua lavoura. Novidade – A questão da resistência e tolerância de plantas daninhas a herbicidas é um assunto prioritário para a Bayer CropScience e mundialmente a empresa faz altos investimentos em pesquisa e no desenvolvimento de soluções inovadoras que auxiliem os produtores a manejar de forma adequada essas plantas, que prejudicam de forma significativa a produtividade das lavouras. Seguindo essa estratégia, a unidade brasileira da empresa lançou o programa Muito Mais Manejo, cujo objetivo é oferecer aos agricultores soluções inovadoras, assistência técnica especializada e também sobre práticas que contribuam para o manejo integrado de plantas daninhas (MIPD). Autor: Desenvolvimento de Mercado – DN Sul Bayer CropScience. 2010 Correio 7 8 Correio 2010 Algodão Tecnologia LibertyLink IIIIIII II II IIIIIIIIIII II IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII Lavouras limpas e mais produtivas Simplificando o manejo de plantas daninhas, o Algodão LibertyLink contribui para que o produtor obtenha maior rendimento e fibras com mais qualidade Algodão A s plantas daninhas, ao competirem por luz, água e nutrientes, são um dos principais obstáculos para que a cultura do algodão alcance plenamente seu potencial produtivo. Além disso, afetam as operações de colheita, pois seus resíduos se misturam à pluma do algodão, depreciando sua qualidade e reduzindo seu valor comercial. Nos últimos anos, esse problema foi agravado com o desenvolvimento de várias espécies de plantas daninhas resistentes aos herbicidas de uso tradicional. Ante esse quadro e considerando as perspectivas de crescimento da cotonicultura brasileira, cuja área plantada deve chegar a um milhão de hectares na safra 2010/11, a Bayer CropScience desenvolveu a tecnologia LibertyLink, que marca o ingresso da empresa no segmento brasileiro de sementes geneticamente modificadas, com a única resistente ao glufosinato de amônio, o herbicida mais efetivo contra plantas daninhas hoje disponível. O Algodão LibertyLink contém o gene bar, responsável por codificar a proteína PAT, que confere tolerância ao herbicida glufosinato de amônio e permite o controle de plantas daninhas sem afetar a planta de algodão. Conhecido desde o início da década de 1980, este gene é uma versão modificada do gene isolado da bactéria natural do solo Streptomyces Hygroscopicus e já é utilizado fora do Brasil em lavouras comerciais de algodão, milho e canola. Ao optar pelas sementes LibertyLink, o agricultor pode pulverizar o herbicida sobre as plantas em qualquer época, eli- minando as plantas daninhas sem afetar o algodão. Isso simplifica o manejo, aumenta as opções para um controle mais efetivo e flexível das infestantes e proporciona melhor desenvolvimento da planta. Na linguagem do campo, significa menos capina e o fim da corda-deviola, do leiteiro resistente, do picãopreto e de outras plantas que comprometem a produtividade e a qualidade do algodão. Com essa nova tecnologia, o produtor não só passa a ter maior liberdade para planejar as operações na cultura, como tem à mão o herbicida glufosinato de amônio, opção adequada para o manejo de plantas daninhas resistentes ou de difícil controle. Resultados Para avaliar a tecnologia LibertyLink no controle de plantas daninhas em condições de lavoura comercial, foi instalada em 2009 uma área comparativa na Fazenda São Francisco, em Rondonópolis, MT. A variedade FiberMax 966 LL foi comparada com a convencional FiberMax 933. Ambas foram semeadas e conduzidas em regime adensado. A adubação, o manejo de pragas e doenças e a aplicação de regulador de crescimento foram iguais para as duas variedades, de acordo com as recomendações para a cultura. Na área com Algodão LibertyLink, foi aplicado o herbicida glufosinato de amônio juntamente com os inseticidas, fungicidas e o regulador de crescimento recomendados, sem que fosse registrado qualquer problema ou incompatibilidade. Sete dias após cada tratamento para controle de plantas daninhas, foram feitas avaliações. Para isso, foram selecionados ao acaso dez pontos de um m2 por parcela, totalizando 30 pontos por trata- 2010 Correio 9 10 Correio 2010 Algodão Tabela 1. Plantas daninhas presentes no momento da aplicação dos herbicidas em algodão adensado. Rondonópolis, 2009 Nome comum Plantas/m2 Leiteiro 105 Ipomoea grandifolia Corda-de-viola 23 Cenchrus echinatus Carrapicho-rasteiro 16 Digitaria insularis Capim-amargoso 15 Picão-preto 36 Nome científico Euphorbia heterophylla Bidens pilosa Tabela 2. Tratamentos de herbicidas realizados na pós-emergência em algodão adensado. Rondonópolis, 2009 Avaliação FiberMax 966 LL FiberMax 933 Pós-emergentes 14 DAE Glufosinato de amônio (2,5 L/ha) + Aureo (0,5 L) 29 DAE 41 DAE Pyrithiobac Sodium (0,18 L/ha p.c) + Trifloxysulfuron (0,003kg/ha p.c) + Haloxyfop-p-methyl (0,4 L/ha p.c) + óleo mineral parafinico 0,2% Pyrithiobac Sodium (0,15 L/ha p.c)+ Trifloxysulfuron (0,007 kg/ha p.c) + Haloxyfop-p-methyl (0,4 L) + óleo mineral parafinico 0,2% Glufosinato de amônio (2,5 L/ha) + Aureo (0,5 L) DAE = dias após a emergência Tabela 3. Porcentagens de controle em algodão adensado das espécies de plantas daninhas na variedade LibertyLink e na variedade convencional FiberMax 933. Rondonópolis, 2009 Plantas daninhas Algodão FiberMax 966 LL Algodão FiberMax 933 % de controle de plantas daninhas por m2 21 DAE 48 DAE 62 DAE 21 DAE 36 DAE Leiteiro 100 98 92 100 78 Corda-de-viola 100 100 100 100 100 Carrapicho-rasteiro 100 100 100 100 98 Capim-amargoso 94 100 100 85 96 Picão-preto 100 100 100 84 98 mento. Em cada ponto, foram identificadas as espécies e o número de plantas presentes. A contagem de espécies de infestantes, os tratamentos efetuados e os resultados medidos são descritos nas tabelas 1, 2 e 3. Vale ressaltar que, na lavoura com a tecnologia LibertyLink, onde se utilizou o herbicida à base de glufosinato de amônio, não foram verificados sintomas de fitotoxicidade e o controle de todas as espécies foi excelente. O mesmo não ocorreu na lavoura que recebeu o tratamento padrão da fazenda, pois as espécies Euphorbia heterophylla, Digitaria insularis e Bidens pilosa apresentaram índice de controle mais baixo. De forma geral, os resultados mostraram que o manejo com a adoção da tecnologia LibertyLink, somada a aplicações de glufosinato de amônio, contribuiu para a diminuição ou eliminação das plantas daninhas no período de maior mato- Algodão IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII Limpeza na lavoura é característica marcante da tecnologia LibertyLink são Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A tecnologia LibertyLink foi disponibilizada aos cotonicultores na safra 2009/10 por meio da variedade FiberMax 966 LL, da Bayer CropScience, e de outra variedade do IMA – Instituto Matogrossense do Algodão, que, por contrato de licenciamento, também disponibiliza essa nova tecnologia. Nos próximos anos, a Bayer CropScience colocará no mercado outras variedades FiberMax com a tecnologia LibertyLink, possibilitando que cada vez mais o produtor produza mais e com melhor qualidade de fibra e, desse modo, aumente sua rentabilidade e sua competitividade no mercado global. ▼ competição, evitando consequências negativas no desenvolvimento da planta e na qualidade da fibra. Além disso, indicaram que o glufosinato de amônio desempenha importante papel no manejo de resistência das plantas daninhas na cultura. O Algodão LibertyLink foi lançado no mercado internacional em 2004 e está em uso comercial na Austrália, nos Estados Unidos, México e Brasil. No País, foi submetido à aprovação das autoridades regulatórias em meados de 2004 e obteve autorização para uso em 2008. Sua comercialização teve início da safra 2009/10. É o primeiro produto geneticamente modificado comercializado pela Bayer CropScience no Brasil e o primeiro na classe de uso seletivo de herbicidas totais aprovado pela Comis- Autor: Allen A. Dupré. Qualidades comprovadas em plantios comerciais Os bons resultados dos campos demonstrativos, como o instalado na Fazenda São Francisco, em Rondonópolis, MT, geraram grande expectativa entre os produtores quanto aos benefícios que a tecnologia LibertyLink incorporada às variedades FiberMax poderia proporcionar. Alguns dos maiores cotonicultores do País, com presença nas principais regiões de produção do Cerrado, utilizaram sementes FiberMax 966 LibertyLink em suas lavouras e ficaram satisfeitos com os resultados obtidos, conforme revelam os depoimentos a seguir. Cultura limpa Plantei aproximadamente 20% da área de minha propriedade com Algodão LibertyLink. O que mais me deixou impressionado com essa nova tecnologia foi o fato de a cultura, nessa área, ter ficado limpa. Nossa região registra infestações grandes de plantas daninhas e já começamos a enfrentar o problema de aparecimento de resistência de várias espécies aos herbicidas. Na área plantada com o algodão LibertyLink, o controle se mostrou bastante eficaz, proporcionando economia em tratamentos. Assim, podemos afirmar com segurança que essa tecnologia é muito bem-vinda e cumpre bem a finalidade a que se propõe. Sérgio de Marco, produtor com propriedades em Mato Grosso, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Mais tempo para planejar O produtor de algodão tem dois problemas principais hoje: carência de mão de obra especializada e altas infestações de plantas daninhas, que competem com o algodoeiro, prejudicando sua produção e comprometendo a qualidade das fibras. O Algodão LibertyLink contribui para solucionar os dois problemas. Exige menos operações de capina e possibilita um controle muito mais eficaz das plantas daninhas, além de proporcionar mais tempo ao produtor para que planeje as operações de manejo, efetuando o tratamento no momento que julgar mais conveniente. Como resultado de tudo, há ganhos de produtividade e qualidade e redução de custos. Alexandre Augusto da Silva, engenheiro agrônomo e consultor técnico, diretor da TAG Consultoria, com sede em Goiânia, GO. Foi responsável por várias áreas de lavouras comerciais plantadas com Algodão LibertyLink, principalmente em São Desidério, BA, e Campo Novo do Parecis, MT. Uma ferramenta a mais O Algodão LibertyLink é uma ferramenta a mais com que o produtor pode contar. Facilita o manejo da cultura no que diz respeito ao controle de plantas daninhas, permitindo que o produtor escolha melhor o “timing”, ou seja, o momento mais adequado para a aplicação de herbicidas na lavoura. Assim, favorece a escala de produção, possibilitando a expansão da área de plantio de algodão em localidades onde há maior infestação. Isso porque, em termos de tempo, a “janela” de produção do algodão é estreita e temos que utilizá-la bem. Além disso, no processo de colheita mecanizada, a lavoura limpa evita a contaminação do algodão com sementes e extratos de ervas daninhas. Isaias Frederico Altoe, engenheiro agrônomo da Vanguarda do Brasil S.A., com propriedades em Nova Mutum (sede), Campo Novo do Parecis, Diamantino, Tabaporã e Tangará da Serra, todas em Mato Grosso. 2010 Correio 11 Soja Tratamento de sementes é prática avançada IIIIIII II II IIIIIIIIIII II IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII III I Pragas iniciais são risco à produtividade O controle das pragas iniciais, por meio do tratamento de sementes, é fundamental para a obtenção de rendimentos elevados na cultura da soja. E é adequado, do ponto de vista ambiental, pois preserva predadores e outros organismos úteis para o desenvolvimento da lavoura A soja é uma planta com características extraordinárias de qualidade, contendo aproximadamente 40% de proteína e 18% óleo no grão, além de outros elementos nutricionais valorizados no mercado. É uma planta cultivada em larga escala e com contínua evolução no rendimento de grãos. A germinação uniforme e o estabelecimento vigoroso de plântulas são os processos mais importantes de manejo para altos rendimentos de grãos. A proteção de sementes para garantir populações uniformes e de acordo com as características genéticas de cada cultivar é uma das práticas que evoluiu com a estabilidade da produção. As pragas iniciais constituem-se em fator limitante nos processos produtivos e podem ser agrupadas de acordo com a localização no perfil do solo e na planta da soja em três categorias: subterrâneas, de superfície e da parte aérea das plantas. • Subterrâneas - As pragas-de-solo subterrâneas consomem sementes e raízes. As espécies mais frequentes são: Corós (Phyllophaga spp., Liogenys fuscus, Anomala sp.), gorgulho-do-solo (Pantomorus spp. e espécies afins), larva-arame (Conoderus sp.), percevejo-castanho (Scaptocoris castanea) e cochonilha-da-raiz (Pseudococcus sp.). • Superfície - As pragas de superfície do solo vivem sob resíduos de palha e atacam o colo das plantas de soja. As espécies mais frequentes são: broca-do- colo (Elasmopalpus lignosellus), grilo-marrom (Anurogryllus muticus), lagartas cortadoras do colo (Agrotis ipsilon, Feltia sp., Spodoptera frugiperda), tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus), percevejo-barriga-verde (Dichelops spp.) e cigarrinha (Ceresa brunnicornis). • Parte aérea - Estas pragas consomem cotilédones e folhas. As espécies mais frequentes são: vaquinhas (Diabrotica speciosa, Diphaulaca volkameria, Megascelis satrapa, Cerotoma sp., Maecolaspis sp.), burrinho (Epicauta spp.), torrãozinho (Aracanthus mourei) e trips (Caliothrips phaseoli). também a área de solo ocupada pela planta. Por exemplo, as populações de trigo, soja e milho são, respectivamente, de 300, 30 e seis plântulas por metro quadrado. A dose de inseticida deve considerar o número de plantas a serem protegidas e a área de solo ocupada por planta. Populações maiores, como as de trigo e também de arroz, necessitam de menor quantidade de produto por semente do que populações menores, como as de Controle A eficácia no controle de pragas depende do ingrediente ativo e da dose do inseticida, que deve ser calculada com base na necessidade de cada plântula. A semente é o veículo que leva o ingrediente ativo até o solo para ser absorvido pelas raízes. A relação do tamanho da semente com a dose de inseticida é semelhante à relação do volume de água na calda para aplicação aérea de produtos fitossanitários. Portanto, cada semente deve ter a dose necessária para proteger a plântula contra pragas iniciais. Por exemplo, 300 mil plântulas de soja por hectare necessitam de 100 ml de inseticida para protegê-las contra pragas. Ou seja, cada plântula necessita de 333 nanolitros do inseticida para a proteção efetiva, independentemente do tamanho ou do peso da semente. Além do aspecto relacionado à dose por plântula, deve ser considerada IIIIIIIIIIIIIII 12 Correio 2010 Vaquinha-verde-amarela (Diabrotica speciosa) Elasmopalpus lignosellus Phyllophaga triticophaga modo, a germinação e o desenvolvimento de plântulas vigorosas determinam o potencial de lavouras para altos rendimentos. malmente, constata-se a proteção efetiva até a segunda folha trifoliolada, aproximadamente três semanas depois da semeadura. De forma geral a circulação sistêmica de inseticidas é acropetálica, ou seja, da base para as extremidades distais. Inseticidas convencionais aplicados na parte aérea não circulam das folhas para o colo das plantas nem para o sistema radicular. Portanto, as aplicações na parte aérea das plantas não substituem o tratamento de sementes, quando o objetivo é proteger as partes subterrâneas e o colo das plantas de soja. O desfolhamento e os estresses nas fases iniciais causados por pragas tornam a planta sensível a fungos causadores de tombamento e à infecção de doenças, que resultam na morte súbita de plantas adultas na fase de enchimento de grãos. Desse Conclusão O planejamento de lavouras para produções estáveis e rendimentos elevados exige eficiência em todos os processos de manejo. A proteção de sementes e plântulas para a germinação uniforme e o estabelecimento de populações vigorosas é a base que determina o aumento no rendimento de grãos. ▼ milho e soja. Porém, de forma geral, prevalece a necessidade de ingrediente ativo por plântula. O uso de inseticidas em sementes é uma das práticas de aplicação dirigida com menor impacto negativo sobre o ambiente e sobre organismos úteis. O tratamento de sementes cobre menos dea 1% dessa área, atingindo apenas o alvo desejado: a semente e a plântula. Com isso, são preservados predadores, parasitoides e outros animais benéficos. O tempo de persistência ou de controle efetivo varia com o crescimento da planta. O inseticida aplicado na semente e absorvido pelas raízes tem capacidade de proteger o colo, os cotilédones, as folhas unifolioladas e a primeria folha trifoliolada. Sob temperaturas mais elevadas e condições favoráveis, a planta cresce rapidamente e o período de proteção é menor. Nor- IIIIIIIIIIIIIII Feltia sp IIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIII 2010 Correio 13 Autor: Dirceu Gassen – Engenheiro Agrônomo– Gerente Técnico da Cooplantio – Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto – Eldorado do Sul, RS. Tratamento inseticida-nematicida completo Proteger a semente lançada no solo, permitir uma boa emergência e promover um crescimento inicial vigoroso aos cultivos é um fator essencial para manter o máximo do potencial produtivo geneticamente contido neste órgão de propagação, com valor agregado cada vez maior como veículo de tecnologias. As plântulas de soja, a partir da emergência, são alvo do ataque de diferentes classes de pragas, mastigadores, sugadores e também nematóides fitófagos. A Bayer CropScience oferece com um único produto, CropStar, um tratamento de sementes inseticida-nematicida completo, proporcionando proteção amplificada contra todas essas diferentes classes de pragas. Além disso, o produto promove o efeito força anti-stress, que deixa a cultura muito vigorosa no período em que se define o seu rendimento. Autor: Desenvolvimento Técnico Inseticidas Bayer CropScience. Indicações de CropStar em soja: Pragas controladas Nome comum Vaquinha-verde-amarela Piolho-de-cobra Corós Lagarta-elasmo Nematoide-das-lesões-radiculares Nematoide-de-galhas Nome científico Diabrotica speciosa Jullus hesperus Phyllophaga cuyabana Liogenys sp. Elasmopalpus lignosellus Pratylenchus brachiurus Meloidogyne javanica Doses mL/100 kg sementes 300 300 300 500 a 700 500 a 700 500 a 700 Soja Estas pragas têm causado prejuízos crescentes IIIIIII II II IIIIIIIIIII II IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII III II III II III I Percevejos exigem atenção especial O aumento da população de percevejos preocupa, em razão dos crescentes prejuízos que esses insetos provocam e da sua sobrevivência no período de entressafra, colocando em risco as safras seguintes IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII 14 Correio 2010 O período mais preocupante de ataque vai do enchimento dos grãos até a colheita, quando as plantas estão mais vulneráveis Soja D entre as pragas que atacam a parte aérea da soja, os percevejos fitófagos são considerados como as mais importantes. Várias são as espécies que ocorrem nessa cultura na região de Cerrado. As de maior frequência e importância econômica são Euschistus heros (percevejo-marrom) e Piezodorus guildinii (percevejo-verde-pequeno). Outras como Nezara viridula, Acrosternum sp., Edessa meditabunda, Neomegalotumus parvus, Dichelops melacanthus são consideradas secundárias, mas formam um complexo de percevejos que deve ser observado com muita atenção pelos produtores, por apresentar os mesmos hábitos e causar danos semelhantes aos das principais espécies. De todos, o percevejo-verde-pequeno é o mais nocivo, possuindo a saliva mais tóxica e provocando altos índices de retenção foliar. Os danos causados por esses insetos incluem chochamento, mal-formação de grãos e abortamento de vagens. Os grãos atacados ficam menores, enrugados, chochos e com cor mais escura que a normal. Os danos dos percevejos são causados por meio da inserção de seus estiletes (aparelho bucal), injetando substâncias histolícas (que destroem tecidos) e extraindo porções líquidas e nutritivas para sua alimentação. Na fase de desenvolvimento vegetativo até a floração, os percevejos não causam danos à cultura da soja, embora se alimentem de seiva extraída de ramos, hastes e folhas. A fase mais vulnerável e preocupante é que vai do enchimento dos grãos até a colheita. Hábitos É interessante conhecer os hábitos dos percevejos para promover seu controle de forma mais adequada. Alguns dados que merecem atenção são os seguintes: • Os insetos colonizam as lavouras pelas bordaduras. • Os primeiros percevejos que chegam às plantas de soja são normalmente adultos em final de ciclo, cujo vigor já está comprometido, com capacidade reprodutiva afetada e longevidade curta. • Na fase adulta, os percevejos permanecem na parte superior das plantas no período da manhã. • Na fase jovem (ninfas), localizam-se no terço médio (entre as vagens), local de difícil penetração dos inseticidas devido à arquitetura da planta. • O alimento principal dos percevejos (ninfas e adultos) são os grãos, sendo que no período vegetativo da cultura da soja esse alimento está em falta por ainda não haver vagens. Assim, muitas vezes as ninfas não conseguem concluir o desenvolvimento e morrem sem causar danos à lavoura. • A incidência populacional na fase vegetativa da soja é decorrente do deslocamento dos percevejos dos pontos onde passaram o período de entressafra (inverno). No Cerrado, o percevejo-marrom migra na entressafra para as áreas de reservas naturais, que permanecem verdes nesse período. População crescente Nos últimos anos, tem-se observado um aumento substancial na população dos percevejos na região central do Brasil. Acredita-se que esse aumento tenha ocorrido devido à mudança no comportamento desses insetos, adaptando-se às mudanças no agroecossistema, como a maior utilização do solo com cultivos de safras de verão, safrinha e de inverno. Com isso, os insetos têm encontrado oferta de alimento durante o ano todo. Este fator, associado às condições de clima quente características do Cerrado, fez com que os percevejos se adaptassem a outras espécies vegetais (hospedeiras alternativas), tanto para alimentação como para reprodução, não necessitando entrar em diapausa alimentar nesses períodos. Estudos realizados na região de Cerrado no município de Rio Verde, GO, pela 2010 Correio 15 16 Correio 2010 Soja IIIIIIIIIIIIIII Gráfico 1. Sobrevivência de Euschistus heros em diferentes hospedeiros alternativos, em cultivo de safrinha. Rio Verde, GO. Universidade de Rio Verde - Fesurv, com o objetivo conhecer a dinâmica dos percevejos no período pós colheita da soja (safrinha e entressafra) verificaram as seguintes situações: • no cultivo de safrinha, os percevejos se alimentam e se reproduzem nas culturas de girassol, trigo e feijão e em áreas de pousio sem dessecação; • em áreas de pousio sem dessecação, adaptaram a alimentação e a reprodução a algumas espécies de plantas daninhas, como carrapicho-de-carneiro (Acanthospernum australe), maria-pretinha (Solanum americanum), braquiarão (Brachiaria brizanta), timbete (Cenchrus echinatus), trapoeraba (Commelina benghalensis), amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla) e tiguera de soja; • na safrinha, não se reproduzem nas culturas de milho e sorgo, apresentando apenas preferência alimentar por essas plantas; • em áreas totalmente dessacadas, não se observou a presença de percevejos entre os meses de maio a novembro sob palhadas; • após a colheita da safrinha, os percevejos se abrigam nas áreas de reservas nativas, permanecendo nesses locais até o plantio seguinte de soja; • em condições de cerrado, os percevejos não se protegem sob as palhadas após a colheita da safrinha como pode ocorrer em outras regiões de clima mais ameno (conforme demonstra o gráfico 1). Estudos mais recentes realizados pela mesma universidade, com intuito de avaliar em condições de laboratório a adequabilidade dos percevejos em plantas hospedeiras alternativas (plantas daninhas), verificou-se que o percevejo-marrom (E. heros), apresentou longevidade média de 59 dias quando confinado em diferentes plantas daninhas. As maiores longevidades foram observadas nas espécies do quadro abaixo: Trapoeraba (C. benghalensis) 76,3 dias Picão-preto (Bidens pilosa) 68,7 dias Maria-pretinha (S. americanum) 64,0 dias Joá-de-capote (N. physaloides) 63,7 dias Erva-de-touro (T. procumbens) 56,6 dias Canela-de-perdiz (C. grandulosus) 52,0 dias Buva (C. canadensis) 46,0 dias Apaga-fogo (A. tenella) 44,7 dias ▼ O conhecimento da dinâmica populacional e da preferência alimentar dos percevejos no período de entressafra da soja é de grande importância para as tomadas de decisão no manejo pós-colheita, objetivando reduzir a população desses insetos nas safras seguintes e compreender com mais clareza as razões do aumento substancial de suas populações nos últimos anos. IIIIIIIIIIIIIIIII Percevejo-verde-pequeno (Piezodorus guildinii) Autores: Jurema F. Rattes - Profª Drª da Universidade Rio Verde-Fesurv. Departamento Entomologia; MS Gilvane Luis Jakoby, Assistente Técnico da Rattes Consultoria e Pesquisa – Rio Verde, GO. Soja Controle com inseticida de ação residual Após anos de pesquisa criteriosa, foram estabelecidos pela Emprapa Soja os níveis de dano para percevejos na soja. Estes índices são de dois percevejos por metro em lavouras para grãos e de um percevejo por metro em lavouras destinadas à produção de sementes, considerando percevejos adultos ou ninfas maiores que 0,5 cm e batendo apenas uma fileira de soja sobre o pano, em lavouras no início da formação de vagens e enchimento de grãos. Sempre que estes parâmetros não forem observados e a infestação de percevejos aumentar em demasia, para só então tomar-se a decisão de controle, é muito grande a probabilidade de não se conseguir reduzir a população abaixo do nível de dano. Os percevejos que sobram repovoam rapidamente a lavoura de soja, exigindo novas aplicações em intervalos mais curtos, com doses máximas, levando a um maior desequilíbrio no ambiente da cultura. O controle realizado dentro dos índices preconizados favorece a obtenção de maior tempo de proteção com o uso de produtos de maior ação residual. Assim pode-se trabalhar com doses normais e com menor número de aplicações. A Bayer CropScience tem em seu portfólio um produto que atende plenamente esta necessidade. Trata-se de Connect, inseticida sistêmico que traz em sua fórmula a mistura de dois ingredientes ativos de grupos diferentes e modos de ação distintos: imidacloprid (neonicotinóide) e betaciflutrina (piretróide). Os gráficos 1 e 2 mostram a eficácia de Connect no controle do percevejo-marrom em Primavera do Leste, MT. Connect - recomendações de uso Para o controle dos percevejos na soja, as recomendações são as seguintes: Dose: 0,6 a 0,75 L/ha. Época de aplicação: no início da fase reprodutiva, com índices de um a dois percevejos por pano de batida. Reaplicação: repetir a aplicação, se necessário, em 10 a 14 dias, ou quando os índices para o controle forem atingidos novamente. Autor: Desenvolvimento Técnico Inseticidas - Bayer CropScience. 2010 Correio 17 18 Correio 2010 Milho Bt Medida protege contra sugadores e mastigadores IIIIIII II II IIIIIIIIIII II IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII III II III II III II III II III II III Tratamento de sementes complementa manejo Milho Bt O milho geneticamente modificado (Bt) resiste ao ataque de lepidópteros, com destaque para a lagarta-docartucho, principal praga da cultura no Brasil. Porém, não dispensa a necessidade de tratamento de sementes para controle de sugadores e outros mastigadores N os últimos 30 anos, a produção de milho no Brasil mais que triplicou, enquanto a área plantada cresceu cerca de 16%, de acordo com o IBGE. Isso foi consequência do aumento da produtividade nas lavouras, resultante principalmente da capacidade gerencial dos produtores, que adotaram tecnologias avançadas, dentre as quais merecem destaque maior a correção e a fertilização do solo, o plantio direto, o uso de sementes melhoradas e a aplicação de técnicas de manejo integrado de pragas, plantas daninhas e doenças. A partir de 2008, os produtores de milho brasileiros passaram a contar com mais um avanço tecnológico: os híbridos Bt (híbridos geneticamente modificados com a tecnologia Bacillus thuringiensis). Já na safra 2009, a área plantada do híbrido Bt alcançou aproximadamente cinco milhões de hectares, correspondendo a 35% da área plantada com milho no Brasil. Isso significou o maior aumento absoluto de área com sementes geneticamente modificadas em comparação com os demais países produtores, traduzindo também o grande benefício que proporciona aos agricultores. A tecnologia Bt consiste na modificação genética do milho, por meio da introdução neste de 2010 Correio 19 genes da bactéria Bacillus thuringiensis, originalmente encontrada no solo e que produz proteínas tóxicas para determinadas ordens de insetos. Em forma de cristal, essas proteínas contêm um núcleo inseticida, para cuja liberação é necessária a sua ingestão pelos insetos e que o pH no interior do intestino destes seja alcalino. Após a liberação desse núcleo ativo, este se liga a receptores específicos na parede do intestino, destruindo-o e levando o inseto à morte. Híbrido P30F53 Bt sem tratamento de semente. Menor estande devido ao ataque de lagartas Spodoptera acima do quarto ínstar Pragas Para híbridos Bt, a necessidade de um tratamento de semente continua para o controle de mastigadores, mesmo naqueles com a presença da proteína Cry1F. O mesmo ocorre para as pragas Autor: Francisco Lozano Leonel Junior Engenheiro Agrônomo - Gerente de Pesquisa de Inseticidas - Bayer CropScience. ▼ Sugadores e mastigadores sugadoras, pois, para este grupo, o híbrido Bt não tem ação. No caso de tratamento foliar no milho Bt, o monitoramento também se faz necessário, pois pode haver situações de alta pressão de insetos nas quais o controle complementar com inseticidas específicos pode ser necessário. Há algumas situações de campo em que a lagarta Spodoptera está presente no plantio ou mesmo antes, como em um plantio direto e sem manejo de palhada. Nessa situação ou em regiões onde há presença da cultura em diferentes estágios, a lagarta Spodoptera pode estar presente em ínstares mais avançados durante os estágios iniciais de desenvolvimento da cultura, causando o corte de plantas Bt e a consequente redução de estande. O tratamento de sementes com CropStar mostrou-se uma ferramenta adequada no milho Bt. Os estudos resumidos nos gráficos 1, 2 e 3 mostraram uma perfeita manutenção de estande tanto em casos de infestação de lagartas com hábito de cortar a planta, quanto no controle mais efetivo no percevejo-barriga-verde. O tratamento também contribui para o manejo de resistência, um dos requisitos obrigatórios legais da aplicação da nova tecnologia Bt. Como conclusão, pode-se afirmar que o tratamento de sementes efetuado de forma correta e com produtos completos e mais eficientes, como é o caso de CropStar, assegura que o emprego das novas tecnologias de modificação genética seja acompanhado dos níveis desejados de produtividade e custos. No Brasil, o milho Bt apresenta-se com proteínas específicas para o controle de lepidópteros, com destaque para a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), principal praga da cultura no País. A presença dessa lagarta ocorre desde a emergência até o espigamento da cultura, podendo ocasionar perdas de até 34%, resultantes do corte de plantas no início de desenvolvimento, no desfolhamento e no ataque nas espigas. Um segundo grupo de insetospraga que limita a produtividade é o dos sugadores, cujo principal representante é o percevejo-barriga-verde, com duas espécies principais, Dichelops furcatus e D. melacanthus. A presença dessa praga na lavoura é observada nos estágios iniciais e os danos que provoca, já em baixas populações, podem chegar a perdas de até 30 %, com morte de plântulas, redução de vigor e perfilhamento. O manejo dessas duas espécies inclui o controle químico em tratamento de sementes e em aplicação foliar. Em se tratando de um híbrido convencional, há necessidade de um tratamento de semente completo para ambos os grupos, mastigadores e sugadores. Nesse caso, o inseticida CropStar apresenta o melhor desempenho para este complexo de pragas. Em sequência a este tratamento de semente e de acordo com o monitoramento se fazem as pulverizações. IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII Milho Bt IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII 20 Correio 2010 Híbrido P30F53 Bt tratado com CropStar. Com estande normal devido à proteção contra ataque de lagartas Spodoptera acima do quarto ínstar Adulto de percevejo-barriga-verde IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII Dano na folha causado por percevejo-barriga-verde IIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII Milho Bt Planta de milho atacada por percevejo-barriga-verde 2010 Correio 21 22 Correio 2010 Cana-de-açúcar Controle deve ser iniciado antes do nível de dano econômico IIIIIII II II IIIIIIIIIII II IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII III II III II III II III II III II III II III II III II III II III II III II III II III II II II III II III II III I Cigarrinha-das-raízes ameaça produtividade Áreas com população baixa da praga em geral respondem bem ao controle biológico. Porém, quando a população está próxima ou acima do nível de dano econômico, o controle químico é a medida mais indicada A cigarrinha das raízes (Mahanarva fimbriolata) tornou-se uma praga relevante no Estado de São Paulo a partir do final da década de 1990, com o incremento das áreas de colheita de cana crua. Nesse sistema de colheita, o acúmulo de palha contribui para manter a umidade do solo, favorecendo o crescimento populacional do inseto, enquanto a despalha a fogo, antes da colheita, contribui para destruir parte dos ovos depositados no solo e na palhada. Atualmente, a cigarrinha é encontrada em altas populações em praticamente todo o Centro-Sul e em alguns Estados do Nordeste brasileiro. Em todas essas regiões, são frequentes os registros de danos não só em soqueiras de cana crua, mas também em áreas de colheita de cana queimada e cana planta. Os danos à cana-de-açúcar são causados tanto pelas formas jovens (ninfas), que sugam as raízes, como pelos adultos, que sugam as folhas. Durante a sucção, estes insetos injetam saliva nos tecidos vegetais. A saliva liberada é rica em enzimas e aminoácidos e auxilia o inseto no processo de ingestão do alimento. Porém, é tóxica para a planta, causando necrose nos tecidos foliares e radiculares. Além da injeção de enzimas, as ninfas causam danos porque retiram da planta grande quantidade de seiva bruta, contendo sais inorgânicos de nitrogênio, fósforo, potássio e cálcio, além de vários aminoácidos e açúcares. Em consequência do ataque dos adultos e das ninfas, o processo de fotossíntese é reduzido. Como não ocorre a formação de açúcares nas folhas, estes não se acumulam nos colmos, que se tornam menores, mais finos e com entrenós mais curtos. Sob infestações severas, os colmos apresentam-se desnutridos e desidratados, secando do topo para a base. Muitas vezes racham ou se quebram, permitindo a entrada de microorganismos que provocam a deterioração dos tecidos. As folhas tornam-se amareladas de início e, posteriormente, secas. Toda a planta pode atingir a morte. O canavial fica completamente seco, com aspecto queimado. A produtividade de colmos e o teor de açúcar nestes caem acentuadamente. Quebras chegam a 50% A grandeza dos danos causados pela cigarrinha varia com diversos fatores, entre os quais a variedade cultivada e a época de colheita da cultura. Embora algumas variedades sofram perdas mais acentuadas que outras, a imensa maioria delas pode ser considerada suscetível, com quebras de produtividade de açúcar ao redor de 8% a 10%, para as colhidas em início de safra, e de até 50%, para as colhidas em final de safra. É interessante salientar que, em levantamentos populacionais feitos em canaviais de diversas idades, é muito comum encontrar populações de cigarrinhas mais elevadas em canaviais colhidos em início de safra do que nos de fim de safra. Uma das razões para isso é que, na época chuvosa, quando se dá o ataque da cigarri- nha, os canaviais de começo de safra estão mais desenvolvidos, muitas vezes com alguns entrenós já formados e as entrelinhas fechadas. Isso propicia a manutenção de umidade no solo e favorece o desenvolvimento da praga. Nesse mesmo período de chuvas, os canaviais colhidos em final de safra ainda estão pouco desenvolvidos e a incidência direta Cana-de-açúcar atacado entra para moagem e extração de açúcar. Os colmos mortos e secos, em decorrência do ataque da praga, diminuem a capacidade de moagem e, como muitas vezes estão rachados e deteriorados, os contaminantes presentes dificultam a recuperação de sacarose e inibem a fermentação. Desse modo, reduzem os rendimentos industriais e dificultam a obtenção de açúcar de qualidade. Dinâmica populacional A dinâmica populacional da cigarrinha das raízes é influenciada por fatores bióticos, como variedade e época de colheita, e abióticos, dentre os quais se destacam a umidade e a temperatura do solo. Ambientes quentes e úmidos favorecem significativamente o desenvolvimento da praga. As ninfas começam a emergir dos ovos diapáusicos logo após as primeiras chuvas da primavera, que, na região CentroSul, ocorrem em setembro/outubro. O pico populacional é atingido em dezembro/janeiro, caindo significativamente em abril, com o final das chuvas e o início do inverno. Em razão do ciclo, o pico populacional IIIIIIIIIIIIIIIIIII dos raios solares, tanto nas linhas como nas entrelinhas da cana, contribui para reduzir a umidade do solo e inibe o aumento populacional da praga. Apesar disso, as perdas registradas nos canaviais de começo de safra são geralmente menores do que nos de final de safra porque, por ocasião do ataque, as plantas estão maiores, com vários entrenós formados e, portanto, mais resistentes. Além disso, a cultura de início de safra passa por um curto período de estresse hídrico, entre o final da época de ocorrência da cigarrinha e a colheita. Os campos colhidos no final da safra, por outro lado, sofrem o ataque quando as plantas ainda estão pouco desenvolvidas. Após o ataque, o longo período de estresse hídrico até a colheita não favorece a recuperação das plantas, fazendo com que os danos provocados pela cigarrinha sejam mais acentuados do que os observados em canaviais de começo de safra. Além da redução na produtividade de colmos e no teor de açúcar nos colmos, a cigarrinha também causa prejuízos nos processos industriais. Embora difícil de mensurar, a grandeza desse tipo de dano é sentida na indústria, sempre que material proveniente de canavial severamente Danos à raiz causados pela cigarrinha de adultos ocorre cerca de 30 dias após o de ninfas. No Nordeste, o ciclo vital de M. fimbriolata inicia-se em abril/maio, com as populações de ninfas atingindo o ápice em junho/julho e reduzindo-se significativamente em agosto. Variações na curva de flutuação populacional podem ocorrer em função do regime de chuvas e/ou irrigações. Em locais ou anos mais úmidos, o período de ocorrência da praga estende-se ligeiramente. Por outro lado, sob estresse hídrico, as populações reduzem-se, voltando a crescer com o aumento da umidade do solo. 2010 Correio 23 Cana-de-açúcar Amostragem Como as ninfas aparecem em campo cerca de 20 dias depois das primeiras chuvas, os levantamentos populacionais devem ser iniciados nessa ocasião e devem constar da amostragem de quatro pontos por hectare, sendo cada ponto constituído por dois metros de sulco. No local a ser amostrado, afastase com cuidado a palha entre os colmos, dispondo-a na entrelinha, a fim de que os pontos de espuma possam ser visualizados. Em seguida, contam-se as ninfas e eventuais adultos nas raízes. A ocorrência de inimigos naturais também poderá ser anotada. O registro dos dados observados deve ser feito em ficha apropriada. Quando a área amostrada apresenta populações inferiores ao nível de controle, é importante que ela seja novamente amostrada dentro de sete a 10 dias, pois as populações de cigarrinha elevam-se muito rapidamente, sob condições de temperatura e umidade adequadas, podendo atingir o nível de controle em curto período. Na impossibilidade de amostrar todos os talhões de uma fazenda, pode-se amostrar 30% deles, desde que apresentem condições de cultivo homogêneas (variedade, sistema de colheita, data de colheita, número de corte e outras condições semelhantes). Controle Colmos e aspecto geral de canavial atacado IIIIIIIIIIIIIII As medidas de controle devem ser adotadas pouco antes das populações atingirem o nível de dano econômico, que está ao redor de três a cinco insetos por metro linear para canaviais com dois a três meses de idade (final de safra) e de 12 insetos por metro para canaviais com seis a sete meses de idade (início de safra). IIIIIIIIIIIIIII 24 Correio 2010 Cigarrinha-das-raízes adulta Cana-de-açúcar Mecanismo de ação diferenciado torna controle mais eficiente Para o manejo de resistência de pragas a inseticidas é muito importante ter como ferramenta a alternância de grupos químicos, com mecanismos de ação diferenciados. Para disponibilizar esta ferramenta, no manejo da cigarrinha-das-raízes, a Bayer CropScience apresenta aos produtores de cana o inseticida Curbix, do grupo químico fenilpirazol. Curbix é um inseticida com alta eficiência no controle de cigarrinhas. Na Ásia, já é considerado uma ferramenta indispensável para o controle de cigarrinhas no arroz, as quais, em alguns países desse continente, já apresentaram resistência a determinados inseticidas. Seu mecanismo de ação é de difícil geração de resistência cruzada com outros inseticidas. Descrição do produto: • Curbix. • Ingrediente ativo: Etiprole. • Grupo químico: Fenilpirazol. • Mecanismo de ação: antagonistas de canais de cloro mediados pelo GABA (ácido gamaaminobutírico), grupo 2B na classificação do IRAC BR (Comitê Brasileiro de Ação a Resistência a Inseticidas). • Classe Toxicológica: III – faixa Azul. Indicações: Curbix é recomendado para o controle de cigarrinhas na soqueira de cana-de-açúcar, em aplicação terrestre, com bico leque dirigido sobre as linhas de plantio e também para o controle de infestações durante o desenvolvimento da cultura, em aplicação aérea em área total. Resultados de campo Os gráficos a seguir mostram os resultados de dois campos demonstrativos no interior do Estado de São Paulo. ▼ A medida de controle a ser adotada depende das condições da área e, atualmente, se resume ao uso do fungo Metarhizium anisopliae e inseticidas químicos. O fungo, multiplicado em grãos de arroz, pode ser aplicado diretamente nos grãos ou ter seus esporos dispersos em água. As aplicações podem ser feitas com trator, dirigindo-se o jato para a base das touceiras, ou com avião. Em qualquer caso, devem ser feitas de preferência no final da tarde, à noite ou em dias nublados, de modo a evitar a incidência de raios ultravioleta, que afetam a viabilidade dos esporos. Para aplicações aéreas, a distribuição direta dos grãos de arroz infestados parece mais apropriada que a de esporos em calda, já que o grão de arroz atinge o solo com mais facilidade. Os inseticidas são indicados para locais onde não há histórico de ação satisfatória do controle biológico e também naqueles onde as populações são maiores do que o nível de dano econômico. Também são indicados quando as condições climáticas não são adequadas às aplicações de fungo e, especialmente, em canaviais colhidos no meio ou no final de safra, que são os mais danificados pela cigarrinha. Quando corretamente utilizados, os inseticidas químicos promovem muito bom controle da praga, com significativos incrementos de produtividade de colmos e de açúcar. Nas áreas nas quais as infestações atingem níveis próximos ou superiores aos de dano, as respostas ao controle químico são mais significativas, quanto antes ele for adotado, conforme os quatro gráficos da página 24. IIIIIIIIIIIIIII Autora: Leila Luci Dinardo-Miranda, pesquisadora científica do Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC/Apta/Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado de São Paulo) - Ribeirão Preto, SP. “Espuma” indica presença da cigarrinha 2010 Correio 25 Autor: Desenvolvimento Técnico Inseticidas - Bayer CropScience. 26 Correio 2010 Tomate Tomate 2010 Correio 27 Adoção de métodos corretos é fundamental IIII IIIIIIIIII IIIIIIIIIIII IIIII III IIIII III III II III III II III IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII Controle de traças e broca requer muita atenção A traça-do-tomateiro, a traça-da-batatinha e a broca-pequena-do-fruto são as pragas mais nocivas da cultura, comprometendo a qualidade dos frutos, inviabilizando sua comercialização e, com isso, provocando sérios prejuízos aos produtores. Por isso, a adoção dos métodos corretos de controle é fundamental para assegurar a produtividade e a lucratividade do tomaticultor. marrom-amarelada (foto 3). A fase de pupa dura cerca de 10 dias, podendo ocorrer no solo ou nas folhas. O ciclo total é de aproximadamente 40 dias. Estão presentes desde a fase de muda até o final do ciclo. Atacam as gemas apicais (foto 4), os frutos (foto 5), as folhas (foto 6), ou seja, todos os órgãos aéreos da planta. A s traças e a broca são descritas brevemente a seguir. Traça-do-tomateiro Tuta absoluta A mariposa, que tem aproximadamente 10 mm de comprimento, apresenta cor cinza, marrom ou prateada, com man- Foto 3: Pupa da traça-do-tomateiro forma elíptica e cor branca. Três a cinco dias depois, ocorre a eclosão. As lagartas, que apresentam coloração verde com manchas pardas no dorso (foto 2), penetram imediatamente nas folhas, hastes e frutos, onde permanecem por 8 a 10 dias e se transformam em pupas, que apresentam coloração Foto 5: Ataque ao fruto Foto 1: Mariposa da traça-do-tomateiro Foto 6: Folha atacada Traça-da-batatinha Phthorimaea operculella Foto 2: Lagarta da traça-do-tomateiro chas escuras no dorso (foto 1) e pode viver aproximadamente uma semana. Cada fêmea põe em média 50 ovos de Foto 4: Ataque às gemas apicais A mariposa, de coloração acinzentada com 10 a 12 mm de envergadura, põe uma média de 300 ovos. Após a eclosão, as lagartas penetram nas folhas, frutos e pedúnculos. A fase de lagarta 28 Correio 2010 Tomate dura cerca de duas semanas e a fase de pupa, de duas a três semanas. Broca-pequena-do-fruto Neoleucinodes elegantalis A mariposa tem cerca de 25 mm de envergadura e asas transparentes com manchas marrons (foto 7), é de hábito Foto 9: Lagartas alimentando-se da polpa Foto 7: Mariposa da broca-pequena-do-fruto noturno e oviposita, em média, três ovos, de coloração branca, nos frutos ou nas sépalas (foto 8). Após a eclosão, a lagarta penetra no fruto e se alimenta da polpa por cerca de trinta dias (fotos 9 e 10). Depois de de- Foto 8: Ovos sobre o fruto senvolvida, a lagarta (fotos 11, 12 e 13) perfura o fruto de dentro para fora e cai no solo, no qual penetra e forma um casulo. Depois de 17 a18 dias, emerge o adulto. Após a eclosão, as lagartas penetram nos frutos. Elas preferem os frutos novos e, devido ao rápido crescimento destes, os orifícios de entrada tornam-se imperceptíveis. Porém, quando as lagartas penetram em frutos maiores, é possível observar os pontos de entrada (foto 14), em cada um dos quais se forma uma ligeira depressão com uma pequena mancha de coloração marrom-escura. Cortando esses frutos, é possível encontrar em seu interior as lagartas em fase de desenvolvimento (foto 15). A mariposa tem hábitos noturnos. De acordo com informações mais recentes, verificou-se que as mariposas ovipositam entre 0 e 2 horas e, diferentemente do que se pensava, a oviposição não é feita nas flores e sim nas sépalas e nos frutos novos. Recomendação de controle - O controle deve ser preventivo com pulverizações a partir do início da frutificação. É importante que a pulverização seja dirigida de forma que atinja as pencas. cação incorreta dos defensivos é a mais importante, começando pelo horário das pulverizações. Como a mariposa da broca tem hábitos noturnos e as mariposas das traças voam e ovipositam ao amanhecer e ao entardecer, as pulverizações devem ser feitas a partir do entardecer e durante a noite, a fim de atingir esses insetos. Na prática, a maioria das pulverizações é realizada durante o dia, nos horários mais quentes, justamente quando a atividade das mariposas é menor. Nesse caso, a ação de contato dos inseticidas será muito reduzida. Além disso, há outros agravantes do calor e do sol: a fotodecomposição e a evaporação dos ingredientes ativos dos inseticidas aplicados, reduzindo seu efeito residual e, consequentemente, a eficácia da ação por ingestão. Fatores que prejudicam o controle A broca-pequena e as duas traças atacam com maior intensidade nos períodos secos do ano. Além de causar danos diretos nos frutos (broca e traças), nas folhas, guias e hastes (traças), essas pragas abrem portas de entrada de parógenos. No dia a dia dos tomaticultores, vários são os fatores que reduzem a eficiência no controle da broca e das traças. Dentre estes, destacam-se: • não destruição ou eliminação dos restos de cultura; • resistência das pragas aos principais inseticidas utilizados no controle; • associações ou rotações inadequadas de inseticidas; • aplicação incorreta de defensivos. De todos os fatores mencionados, a apli- Foto 11: Lagarta desenvolvida A pressão do pulverizador também é importante na aplicação de defensivos. É possível observar que as pressões utilizadas nas aplicações de defensivos são exageradamente elevadas, o que contribui para diminuir o tamanho das gotas e, como resultado, aumentar a deriva e a evaporação. Nas bulas de muitos defensivos constam a pressão e o tipo de bicos indicados para a aplicação. Com Foto 12: Fruto perfurado pela lagarta Foto 10: Lagarta alimentando-se da polpa exceção dos herbicidas, as pressões recomendadas variam de 80 a 100 psi ou lb/pol2, porém, na prática, as pressões utilizadas são superiores a 200 lb/pol2. Outro fator importante na aplicação de Tomate Resposta eficaz contra o desenvolvimento de resistência da traça-do-tomateiro Foto 13: Fruto é perfurado de dentro para fora defensivos é definir o momento correto do tratamento. A utilização de armadilhas com feromônio sexual para monitorar a população da broca e das traças é de grande utilidade. Além de indicar Foto 14: Depressões indicam pontos de entrada quando iniciar o controle químico (em função do número de machos capturados em cada armadilha por dia), também permite medir a eficiência do controle. Se, após as pulverizações, o número de A resistência de pragas a inseticidas é um desafio mundial. Em alguns casos, importantes produtos fitossanitários, de grande utilidade para os agricultores, acabaram sendo perdidos por deixarem de apresentar a eficácia inicial. Ante esse quadro que tem se repetido, a descoberta e o desenvolvimento de inseticidas de grupos químicos diferentes e com novos mecanismos de ação é um desafio cada vez maior e mais oneroso. A traça-do-tomateiro (Tuta absoluta) é uma das pragas mais importantes na tomaticultura. Em algumas regiões do País, demanda pulverizações semanais de inseticidas para o seu controle. Assim, é alto o potencial desta praga para o desenvolvimento de resistência aos inseticidas. Com o lançamento de Belt (Flubendiamida), a Bayer CropScience foi novamente pioneira na introdução no mercado de um novo mecanismo de ação, promovendo excelente controle da traça e da broca-pequena e, ainda, apresentando alta seletividade a inimigos naturais. A recomendação de uso de novos inseticidas, inclusive de Belt, requer criteriosa atenção e providências dos agricultores e dos profissionais que os orientam, no sentido de preservar os mecanismos de ação inovadores de um rápido desenvolvimento de resistência em traça-do-tomateiro, como já ocorreu com vários produtos nas ultimas décadas. A propósito, no âmbito do IRAC - BR (Comitê Brasileiro de Ação a Resistência a Inseticidas), foi constituído um grupo de trabalho com a participação das empresas que atuarão no mercado das diamidas, com o objetivo de definirem ações conjuntas de monitoramento de suscetibilidade da traça-do-tomateiro aos inseticidas. Adicionalmente, o grupo de trabalho indicará formas de recomendação das diamidas, no sentido de preservá-las do desenvolvimento de resistência e, assim, manter seu mecanismo de ação como ferramenta de controle à disposição dos agricultores por um longo tempo. Autor: Desenvolvimento Técnico Inseticidas - Bayer CropScience. Posicionamento de Belt em Tomate Janelas de aplicação de diamidas (*) para manejo de resistência Usar outros modos de ação Foto 15: Lagarta em desenvolvimento ▼ machos capturados continuar aumentando, é sinal de que a pulverização não alcançou o efeito desejado. Autor: Angelo Masanori Yoshimura Engenheiro Agrônomo – consultor técnico (HF) – Mogi das Cruzes, SP. 3 aplicações Usar outros modos de ação 3 aplicações Usar outros modos de ação • Traça-do tomateiro: iniciar na presença de primeiras mariposas e ovos, em intervalos de 4 - 7 dias. Dose: 15 mL/100 l. • Broca-pequena: iniciar ao sinal das primeiras flores e presença de insetos adultos na área, fazendo bateria com três aplicações, intervalo de 5 - 7 dias. Dose: 20 mL/100 l. Importante: Para o manejo de resistência, observar intervalo de 30 dias entre as duas baterias com Belt, usando neste intervalo produto de outras classes químicas, diferente das diamidas. (*) São inseticidas registrados do Grupo 28, das diamidas (moduladores de rianodina): Flubendiamida e Clorantraniliprole. 2010 Correio 29 30 Correio 2010 Inovação Centro de Pesquisa e Inovação IIIIIII II II IIIIIIIIIII II IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII Incubadora de novos ingredientes ativos Por sua localização em zona tropical, o Centro de Pesquisa e Inovação da Bayer CropScience, instalado no Estado de São Paulo, exerce papel fundamental no desenvolvimento inicial de novas soluções para o desenvolvimento sustentável da agricultura II IIIIIII IIIIIIIII III A sensibilidade de fungos é monitorada continuamente, para permitir a recomendação de controle mais adequada S ituado em Paulínia, a aproximadamente 120 km da Capital paulista, região com solo fértil e clima que permite o desenvolvimento de trabalhos para as principais condições das regiões de plantio brasileiras, o Centro de Pesquisa e Inovação da Bayer CropScience tem sob sua responsabilidade um amplo conjunto de tarefas. Estas incluem, entre outras ações: avaliação da eficácia agronômica dos novos inseticidas, fungicidas e her- bicidas que a empresa planeja lançar no mercado brasileiro; verificação e ajustes de formulação de seus produtos comerciais registrados no Brasil; e testes iniciais de misturas de ingredientes ativos, visando prevenir o desenvolvimento de resistência nas principais pragas e doenças que atacam as lavouras do País. E ainda representa uma importante base de apoio para o desenvolvimento de soluções para as áreas de biotecnologia e saúde ambiental. O Centro ocupa uma área de aproximadamente 90 hectares, dos quais 70 ha são ocupados por campos de testes de defensivos agrícolas, apoiados por modernos laboratórios de análises (fitopatológicas e de resíduos, entre outros), um biotério (no qual são criados insetos, em especial moscas, lepidópteros e percevejos, para utilização nos ensaios de eficácia dos novos ingredientes, bem como dos produtos comerciais da empresa), viveiros, estufas, equipamentos para manejo de lavouras e aplicação de defensivos, tratores, plantadoras e sistema de irrigação. Além disso, possui uma estação meteorológica – que registra automaticamente dados climáticos a cada 15 minutos – e um sistema de transmissão rápida de dados por meio de fibra óptica. Seu laboratório de análise de resíduos é um dos poucos do País a ter obtido o certificado de Boas Práticas de Laboratório (BPL), concedido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Nessa unidade é feita a preparação e o armazenamento de amostras tratadas com defensivos, para avaliar o período de persistência da ação de defensivos em produtos in natura obtidos nas culturas e, assim, confirmar o intervalo adequado para o seu consumo. Inovação ativo, já com suas formulações devidamente estabelecidas. Misturas ganham força IIIIIIIIIIIIIII São realizados anualmente no Centro cerca de 500 ensaios de campo Culturas prioritárias ▼ Os trabalhos de pesquisa da Bayer CropScience em Paulínia têm como foco os segmentos de maior expressão econômica no mercado brasileiro. A soja aparece em primeiro lugar, com trabalhos voltados para o controle da ferrugem, com a verificação permanente da sensibilidade do fungo Phakopsora pachyrhizi, que causa a doença. Para isso, o Centro recebe constantemente amostras de folhas com esporos do fungo retiradas de plantios comerciais de todas as regiões em que a leguminosa é cultivada. As análises das folhas no laboratório de fitopatologia permitem que a cada safra seja feita a recomendação mais adequada para o controle do fungo em cada região, tanto para o fungicida sistêmico para prevenção da doença via tratamento de sementes, quanto da mistura de fungicidas dos grupos das estrobilurinas e triazóis para tratamento foliar das plantas. Adicionalmente, também têm sido realizados testes de sensibilidade para percevejos, cuja incidência tem crescido muito nos últimos anos. A segunda cultura em importância no conjunto das atividades do Centro é o milho, para o qual a Bayer CropScience tem um dos portfólios mais completos, incluindo herbicidas, tratamento de sementes, fungicidas e inseticidas para os diferentes estádios da cultura. Em terceiro lugar, vem a cana-de-açúcar, para a qual está sendo testado um novo herbicida que, a exemplo de outros produtos de lançamento mais recente da empresa, tem formulações em mistura com outros ingredientes ativos, com o objetivo de ampliar seu espectro de ação no controle de monocotiledôneas e dicotiledôneas e, ao mesmo tempo, prevenir o surgimento de resistência nas plantas daninhas. Além disso, vêm sendo estudadas novas soluções para o controle de cupins e das cigarrinhas da raiz, que têm encontrado melhores condições de sobrevivência nas áreas em que a cana é colhida verde. Todos os anos, o Centro de Pesquisa e Inovação recebe cerca de uma centena de novas moléculas. São moléculas descobertas nos laboratórios centrais da empresa, situados em Monheim e Frankfurt, na Alemanha, e Lyon, na França, onde são selecionadas por seu potencial como novos ingredientes ativos. As novas moléculas são enviadas ao Brasil para que aqui seja descoberto o seu perfil biológico, ou seja, sua eficácia sobre as espécies de insetos, ácaros, fungos, nematoides e plantas daninhas que comprometem as principais culturas agrícolas brasileiras. Também são enviados ao Centro brasileiro produtos mais avançados que já mostraram viabilidade na Europa, para ensaios mais intensivos nas condições de campo brasileiras. Os testes, totalizando cerca de 500 ensaios de campo por ano, em geral duram dois anos, ao final dos quais é obtida uma primeira resposta sobre a viabilidade agronômica de cada ingrediente. Porém, até que um deles venha efetivamente a compor um produto comercial e obter registro para uso no Brasil, outras etapas devem ser superadas. Estas ficam a cargo da área de Desenvolvimento, que coordena e realiza os ensaios nas várias regiões agrícolas do País, com a finalidade de definir o posicionamento técnico e comercial do novo ingrediente Cada ingrediente é testado em diferentes doses, isoladamente ou em mistura com outros produtos da mesma categoria, conforme explica Konrad Kemper, gerente de pesquisa da Bayer CropScience no Brasil: “As misturas de ativos ganham expressão cada vez maior em razão da preocupação mundial de se evitar o desenvolvimento de resistência nos organismos controlados. Nesse sentido, ingredientes ativos de diferentes grupos químicos, com diferentes modos de ação e atuando em conjunto, proporcionam maior garantia de não desenvolver resistência”. Por outro lado, os produtos comerciais também passam por testes periódicos, para avaliar se sua eficácia se mantém ou se é necessário efetuar alguma modificação ou até alguma mistura em sua formulação. Nesse particular, o Centro de Pesquisa e Inovação executa uma tarefa considerada essencial para a longevidade de um defensivo agrícola: o chamado baseline monitoring, expressão que significa o monitoramento da eficiência de cada produto ao longo do tempo. O nível de eficiência pode mudar por diferentes fatores, dentre os quais o uso inadequado no campo, implicando um risco elevado de surgimento de resistência nos organismos-alvo. Quando a baseline se altera, são analisadas as alternativas como a utilização de misturas, de mudanças de doses e, até mesmo, da introdução de novos mecanismos de ação. Da mesma forma, também passam por testes regulares as substâncias inertes (componentes da formulação), normalmente fornecidas por terceiros, adicionadas à fórmula de cada produto para lhe garantir maior estabilidade e outras qualidades. Autor: Allen A. Dupré Atuam no Centro outras unidades da Bayer CropScience: • BioScience (biotecnologia) - O principal projeto no local é voltado para a cultura de cana-de-açúcar, com pesquisa e o desenvolvimento de nova variedade com maior teor de sacarose por hectare. • Nunhems (sementes de hortaliças) - Vem desenvolvendo principalmente projetos com tomate, cebola e melão. • Environmental Science (saúde ambiental) – trabalha com testes de novas moléculas de inseticidas para controle de baratas, escorpiões e aranhas, além de produtos para proteção de jardins e plantações de eucaliptos. 2010 Correio 31 Inteligência contra um grande inimigo da agricultura O conceito inovador Muito Mais Manejo, lançado pela Bayer CropScience, integra de forma inteligente práticas agrícolas, como a rotação de culturas, e cuidados fitossanitários, como o uso alternado de produtos com diferentes modos de ação. O objetivo é permitir que o agricultor controle adequadamente as plantas daninhas, apontadas pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) como o inimigo número um da produção agrícola mundial, evitando que desenvolvam resistência. Para apoiar o produtor na aplicação desse novo conceito, a empresa mantém um portfólio de herbicidas inovadores e em constante evolução, no qual se destacam: Soberan, seletivo para as plantas de milho; Hussar, igualmente eficaz contra folhas largas e folhas estreitas na cultura do trigo; e Finale, cujo ingrediente ativo é o glufosinato de amônio, comprovadamente eficaz contra infestantes resistentes ao glifosato. Soma-se a essas ferramentas a tecnologia LibertyLink, desenvolvida pela Bayer CropScience, permitindo o uso seletivo do glufosinato de amônio no controle em pós-emergência. www.bayercropscience.com.br IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIII PerSpectivas