8 Política O Estado do Maranhão - São Luís, 18 de julho de 2010 - domingo Turista Lula, para não dar pretexto a Cabral, ressuscitou o voto em trânsito. Assim, ele não terá como não votar na Dilma. Corujão A cabeça de Cabral está com a Dilma, mas seu coração continua serrista. Os dois têm batido altos papos por telefone, na madrugada. Imbróglio Numa dessas conversas, Serra queixou-se do samba do crioulo doido em que os tucanos o meteram no Rio. O relato de Serra é de chorar de pena. Mas, imitado por Cabral, é de chorar de rir. Nhenhenhém Jorge Bastos Moreno - de Brasília [email protected] Uma pedra no meio do caminho de Paes G ente, o Eduardo Paes está simplesmente enlouquecidoooo com a candidatura de Indio da Costa a vice de Serra. Claro, o, como ele, ex-paquito de Cesar Maia vai fazer desta campanha a plataforma de lançamento da sua candidatura à prefeitura do Rio daqui a dois anos, caso a Dilma ganhe. De dia, eles brigam Peixe (muito) vivo fora d'água fria O que impressiona nestas eleições é isso: nos bastidores, os adversários se entendem muito bem. Em público é essa baixaria de dar vergonha. No jantar da Dilma com a bancada do governo na Câmara, o que mais chamou a atenção foi o estado de espírito do Eduardo Cunha: jururu, andando pelos cantos, sozinho e calado. Parecia peixe fora d'água. Pálido, magérrimo, Cunha não estava bem. À noite, eles se amam Ou vocês acham que o Serra não conversa com o PT, e a Dilma com o PSDB? Isso é normal. Tão normal que, lá atrás, mas não muito, a Dilma encontrou-se casualmente com Cesar Maia e se cumprimentaram entusiasticamente, como nos velhos tempos em que eram do PDT. Bola fora Dilma, sei que não é coisa sua, mas de marqueteiro. Por isso, você deve mandar tirar do seu perfil aquela parte que relata a sua generosidade, já na infância, de rasgar uma nota ao meio para dividí-la com uma criança pobre. O Eduardo Cunha e eu não votamos em candidato que rasga dinheiro! Nem louco faz isso! Zé Dirceu está fora de combate Outro que não está nada bem é o companheiro Zé Dirceu. Cancelou em cima da hora o churrasco que faria hoje em seu sitio de Vinhedo, interior de São Paulo, por causa de uma crise de hipertensão. Terá de ficar uns dias de molho. Também não é para menos. Zé viajou o país inteiro costurando alianças do PT nos estados. Foi um estresse total. Festas da democracia Lula exibiu ontem seu prestígio no Rio com sua candidata, Dilma. Hoje, em Belo Horizonte, Aécio Neves faz o mesmo com o candidato Anastasia. Logo mais, também, em Jales, Michel Temer mostrará a Dilma sua força no interior de São Paulo. Começa oficialmente a chamada "campanha de rua", a coisa mais linda da política. Zerar o jogo Serra acha que se chegar a 17 de agosto, início da propaganda eleitoral na TV, empatado com a Dilma, ele ganha a eleição. Rodando as baianas Vocês, leitores, conhecem naturalmente o perfil bélico de Geddel, candidato ao governo da Bahia contra o PT. Como ministro de Lula, disputava com o chefe quem falava mais palavrão. Junte tudo isso, multiplique por mil e o resultado será dona Marluce, mãe de Geddel e matriarca da família. Do outro lado, temos a minha amiga Fátima Wagner, mulher que não leva desaforo para a casa e de uma sinceridade cortante, que, vira e mexe, põe o marido em cada saia justa. A briga boa vai sair daí. Nós, intelectuais Gabeira, no jantar de Serra com artistas, cobrou a ausência dos intelectuais. Realmente, eles sumiram logo depois da eleição de Lula, em 2002. Decepcionados. Vamos reagir, gente. No meu caso, estou afastado por causa desse maldito código eleitoral do jornal. Boca vermelha Fui ver "O Bem Amado", filme de Guel Arraes e produção da Paula Lavigne. E mais não falo do filme. A atriz Maria Flor faz o papel de Violeta Paraguaçu, a filha arrebatada de Odorico. Tropecei com a atriz na saída do cinema. Aquela boca pintada com batom vermelho decorando o rosto lindo de menina me derrubou. Estou em estado de choque até agora. Peço desculpas aos leitores. Nem sei como consegui escrever esta coluna. Em São Francisco do Maranhão, os eleitores vão voltar às urnas hoje Pela terceira vez em 18 meses, será realizada votação para eleger o prefeito e o vice-prefeito do município; o pedetista Valdevino Alves Nepomuceno e o democrata Chico Pechó, que concorre pela 3ª vez, disputam o comando da Prefeitura De Jesus Eleitores conversam com o candidato Chico Pechó (à direita) às vésperas da terceira eleição na cidade Itevaldo Júnior Enviado especial S ÃO FRANCISCO DO MA Pela terceira vez em 18 meses, os 8.530 eleitores de São Francisco do Maranhão (750 Km de São Luís) voltam às urnas hoje para eleger o prefeito da cidade. Essa é a segunda renovação de eleição, depois da cassação do mandato do ex-prefeito Jônatas Alves de Almeida (PDT) pelo Tribunal Regional Eleitoral (TREMA), que levou à nulidade de mais da metade dos votos totalizados no município. Concorrendo pela terceira vez consecutiva, o candidato democrata Francisco Ademar dos Santos, o Chico Pechó (DEM), disputa com o vereador Valdivino Alves Nepomuceno (PDT) quem administrará São Francisco do Maranhão pelos próximos dois anos e meio. A primeira eleição suplementar havia ocorrido em fevereiro deste ano. Em 2008, Chico Pechó perdeu a eleição por seis votos para o pedetista Jônatas Almeida. Na renovação da eleição há seis meses, o democrata venceu o petista Neto Soares (PT) por uma diferença de 1.121 votos. Esta é a sexta eleição suplementar realizada em municípios maranhenses, após as eleições de 2008. Chico Pechó disputa a eleição pela coligação "AVontade do Povo" e tem como vice Benedito Tavares (PMDB). Já Valdivino Alves Nepomuceno é da coligação "A Força Que Vem do Povo" e seu vice é Reginaldo Nunes dos Santos (PV). Sem conversa - O candidato do PDT disse, no primeiro contato, que não concederia entrevista a O Estado. Recuou em seguida afirmando que falaria por telefone, até as 11h de ontem, mas não atendeu às três ligações telefônicas. Uma pessoa identificada como Elir, que seria um dos coordenadores da campanha de Valdivino Alves, também não atendeu aos telefonemas. O Estado esteve no povoado Tapera, onde reside os pais de Valdivino Alves, mas ele não foi localizado. Uma afilhada do candidato identificada como Antônia disse que o pedetista teria viajado para o interior e retornaria somente hoje para São Francisco do Maranhão. Chico Pechó, por sua vez, está confiante na vitória. Apontado como favorito, ele afirmou não agüentar mais eleição. Até 2008, o democrata não havia disputado nenhum pleito. "Disputar três eleições em um ano e meio ninguém aguenta. Mas estou muito confiante na vitória, como estive nas duas anteriores. Uma me tomaram na fraude e a outra eu ganhei, mas o TRE e o TSE não se entenderam", afirmou. O democrata disse que votará no início da manhã de hoje. Chico Pechó vota na escola Sebastião Pereira de Carvalho, no povoado Mimoso (60 Km da sede). Ele contou que votará acompanhado do candidato a vice-prefeito Benedito Tavares (PMDB). Caso eleito, Chico Pechó afirmou que ajustar as contas da Prefeitura de São Francisco, melhorar as estradas vicinais e o transporte escolar, e implantar sistemas de abastecimento de água nos povoado são as prioridades. Ele disse que a saúde financeira do município está comprometida e trabalhará para recuperá-la rapidamente. "Faltou gestão à Pre- feitura.Vamos trabalhar para ajustar as contas, vamos pagar os funcionários e planejar para fazermos os investimentos em saúde, educação, esportes e infra-estrutura que a população tanto espera", assegurou o democrata. Na educação, melhorar urgentemente o transporte escolar e trocar as escolas de palha por prédios de alvenaria é o mote do discurso do candidato do DEM. "O transporte escolar é muito ruim. Os alunos vão para a escola debaixo de uma poeira danada. Resolverei isso de imediato. Tem ainda muita escola de palha nos povoados, vamos construir outras para que os alunos possam estudar em condições dignas", afirmou o democrata. Na cidade que tem cerca de 30 povoados, o candidato do DEM contou que sistemas de abastecimento de água, a construção e a recuperação de estradas vicinais ainda são as demandas mais exigidas pela população da zona rural. "As estradas que tinham no município acabaram. Temos aqui uns dois trechos onde passam os caminhões, mas à maioria dos povoados o transporte não chega. A dificuldade de acesso é muito grande", afirmou Pechó. O presidente da Câmara Municipal, Maurício Cardoso e Silva, é quem administra São Francisco do Maranhão desde janeiro deste ano. Em setembro de 2009, o pleno do TRE-MA decidiu pela cassação do mandato de Jônatas de Almeida por compra de votos, com doação de bombas e perfuração de poços artesianos nos povoados de Patos e Buritizinho, em São Francisco do Maranhão. O pedetista ainda foi acusado de distribuir sacos de cimentos no dia da eleição.