Boletim Técnico e Econômico Edição 09/Ano 2013 Veja nesta edição: ECONOMIA • Exigências para projetar e construir precisam de mais rigor. • Construção civil cresce mais de 10% no país e aumenta número de construtoras. • Queda dos juros impulsiona venda de imóveis. CUB Julho 2013 R8N: R$ 1085,01 Variação: 6,80% *** CONFIRA A TABELA COMPLETA AQUI Índices referentes ao mês de Julho/2013 INPC/IBGE –0,13% IPCA/IBGE 0,03% IGP-M/FGV 0,15% IGP-DI/FGV 0,14% INCC-M/FGV 0,31% INCC-DI/FGV 0,48% Exigências para projetar e construir precisam de mais rigor. A construção civil brasileira tem capacidade técnica para produzir edificações com segurança, mas o problema é que o setor convive com realidades muito distintas.Há dificuldade, por exemplo, de regrar e fiscalizar a construção civil; os mecanismos para assegurar que o ciclo de conformidade às normas seja efetivamente cumprido são muito frágeis. O fato de uma obra estar aprovada na prefeitura não significa que tem segurança estrutural, pois essa aprovação constata o atendimento da legislação municipal e não se verifica o projeto estrutural, de fundações, de movimento de terra etc. Quem deveria assegurar essas questões são um engenheiro e uma construtora, que por lei são os responsáveis técnicos pela obra. Uma edificação que tenha engenheiro e construtora responsáveis deveria ser sinônimo de cumprimento a todas as normas. Não é isso, entretanto, que a realidade de ocorrências extremas, como a de ontem, têm demonstrado no Brasil -a despeito de o país ter um conjunto de normas técnicas que cobre todas as condições necessárias à segurança estrutural de uma edificação. O colapso estrutural de uma edificação pode ter razões diversas, como falhas de estudos quanto à condição do solo, erros de projeto, problemas na execução da obra e até a qualidade dos materiais. Uma vez a obra concluída, fatores como a eliminação de elementos estruturais críticos, como pilares, também podem resultar em colapso. Vivemos um cenário de urgência, no qual as exigências legais para projetar, construir e fornecer materiais e componentes de construção ligados à segurança estrutural precisam ser mais rigorosas. Esse processo passa por uma maior capacidade de fiscalização e até mesmo de embargo e paralisação de obras em condições inadequadas. Se nada for feito, podemos esperar, infelizmente, novas ocorrências que em sua grande maioria não podem ser consideradas "acidentes". MARIA ANGELICA COVELO SILVA é doutora em engenharia pela Poli-USP Fonte: Folha de São de Paulo Queda dos juros impulsiona venda de imóveis Comércio de galpões industriais e escritórios ganha fôlego e prevê alta maior que 10% no ano Empresas de pequeno e médio porte apostam no rendimento do imóvel como investimento para ampliar atuação e lançar mais empreendimentos Paula Cristina A perspectiva de incremento na venda de residências na cidade de São Paulo, estimada em 30% segundo o Sindicato da Habitação (Secovi-SP), também deve ser verificada no comércio de empreendimentos comerciais e industriais. O motivo para a alta, segundo empresários e analistas do setor, é o cenário de queda de juros e a tendência de estabilização dos preços que tornam mais atraente o investimento em imóveis. Com esse potencial, construtoras de pequeno e médio porte, como a You,Inc, Trisul, Mbigucci, Prisma e GR Properties projetam incremento acima de 10% no acumulado do ano, e expandem operações. A ação também foi verificada entre as empresas de maior porte, como a Cyrela, MRV e Gafisa, que apresentaram bom desempenho no segundo semestre, surpreendendo analistas. "Enquanto o País verifica uma queda na confiança dos consumidores de serviços e comércio mês a mês, alguns investidores optam pela segurança do investimento em imóvel. Isso deve ser um dos fatores cruciais para que o mercado imobiliário registre alta acima do Produto Interno Bruto (PIB) este ano", diz o professor da macroeconomia da Universidade Federal do ABC, César Leite. A perspectiva do professor está em linha com as projeções dos empresários. "A perspectiva de alta da inflação e retorno incerto de investimentos financeiros (tanto fixos quanto variáveis) reduz o apetite do investidor por estes ativos", disse Eduardo Muszkat, diretor executivo da You,Inc. Segundo o executivo, é nessa onda que os empresários da construção ganham vantagem no mercado. "Nesse contexto, os imóveis representam uma reserva garantida de valor a longo prazo, tanto para receitas de aluguel quanto para valorização patrimonial", completou. A empresa, que atua principalmente no ramo residencial, registrou no primeiro semestre do ano alta de 70% nas vendas contratadas, quando comparadas com 2012. "Esse resultado também reflete o incremento no número de lançamentos realizados pela empresa", disse ao DCI. Para o ano, a empresa projeta sete lançamentos, mais que o dobro do que o realizado em 2012, quando foram entregues três empreendimentos. Muszkat explica que o estoque da empresa segue em um nível positivo. "Nosso volume de estoques é perto de 11% de tudo o que lançamos até o momento. O mercado tem, em media, cerca de 18% de estoques". Entre os empresários que focam o mercado de imóveis comerciais e industriais, o gerente de incorporação da GR Properties, André Gavazza, explica que os custos para a construção desse tipo de empreendimento devem acompanhar o da construção em geral. "Até o momento, em 2013, temos um Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acumulado superior a 6%", disse. Para tentar segurar os preços e manter a competitividade, o executivo explica que a empresa precisa fechar alguns acordos antes da obra começar. "Buscamos fechar a contratação das obras a preço fechado e sempre que possível trabalhamos com faturamento direto, reduzindo o custo e evitando a tributação", disse. Na perspectiva do empresário, a venda de galpões industriais e logísticos deve seguir em alta este ano. "Para o mercado de galpões industriais e logísticos, apesar da recente e provavelmente temporária alta dos juros, a procura continua grande. Esse tipo de empreendimento é visto pelos investidores como diversificação de investimentos", finalizou. Para o segundo semestre a GR Properties projeta cinco lançamentos. "Até o momento lançamos um condomínio logístico na região do Rodoanel, em São Paulo. Os demais empreendimentos ainda estão em fase de aprovação", disse ele, lembrando que o estoque da empresa atualmente gira em torno de 10% a 15% dos lançamentos. "Esse número é muito satisfatório, visto que a valorização do empreendimento durante o estágio de construção e entrega é considerável, e que com uma boa gestão do estoque, permite incrementar o resultado". Segundo Milton Bigucci, presidente da construtora Mbigucci, a empresa está perto de atingir, em agosto, a meta projetada no inicio do ano de vendas. Ele acrescenta que, com relação à alta nos preços para construção, a empresa deverá verificar incremento em até 8%. "Nossa perspectiva é de uma alta entre 5% e 8%", afirmou o executivo ao DCI, no entanto, ele acredita na possibilidade de segurar os preços na construtora. "Com certeza nossos preços não subirão mais que a inflação, uma vez que temos bom estoque de terrenos comprados e pagos". Com relação ao mercado de imóveis comerciais, um dos focos da empresa para este ano, o executivo projeta um incremento na casa dos dois dígitos. "Com certeza o aumento será superior a 20% nesse segmento", disse. Para o segundo semestre, a empresa já projeta cinco lançamentos entre comerciais e residenciais, alta de 20% ante aos lançamentos efetivados no mesmo período de 2012. Com relação aos estoques de imóveis o empresário afirma que houve leve queda este ano, e a empresa entra saudável para o segundo semestre. "Os estoques do 1º semestre de 2013 estão compatíveis com o número do mesmo período de 2012, com tendência para baixa", disse ele, lembrando que há uma tendência no mercado de estabilização nos preços. Na opinião de Ricardo Stella, diretor comercial e de marketing da construtora Trisul, os custos da construção podem atingir alta de até 7% este ano, mas a empresa passa por um momento saudável, o que diminuirá o impacto. "As vendas vêm melhorando neste ano. Estamos com um bom resultado de vendas dos nossos lançamentos, além de um ótimo resultado da venda de estoques". Stella explica ainda que o estoque da empresa caiu 19% entre o primeiro semestre e segundo deste ano. "No início do ano tínhamos um estoque em torno de R$ 600 milhões. Entramos no 2º semestre com um estoque de R$ 482 milhões, o que demonstra uma diminuição muito boa, haja vista que neste período lançamos mais R$ 110 milhões", explicou ele lembrando que para esse ano a empresa prevê que os lançamentos atinjam R$ 350 a R$ 400 milhões de Valor Geral de Vendas. Fonte: CBIC Clipping Estamos na web: www.sinduscon-nortepr.com.br Fale com a assessoria técnica: [email protected]