madeira e móveis
Boletim
Central de Negócios de móveis:
acesso ao mercado
Ao longo da história a competitividade entre empresas sempre estimulou a economia e fez surgir práticas
de produção e distribuição de bens com foco na lucratividade e na ampliação dos mercados. Entretanto,
desde o início da 'era da globalização' observamos o acirramento da concorrência no ambiente empresarial,
impulsionado pela entrada de novos competidores no mercado e pela explosão do comércio eletrônico.
Nesse contexto, multiplicam-se as oportunidades de negócios, mas também surgem novos riscos e desafios,
especialmente para os pequenos negócios.
No setor de madeira e móveis, o atual panorama econômico revela
simultaneamente a expansão da demanda por produtos e serviços, além da necessidade de cooperação entre empresas como um
meio capaz de torná-las mais competitivas.
Esse Boletim
abordará a Central de
Negócio (CN) para pequenos
negócios moveleiros, com intuito
de explanar os benefícios e as
vantagens, bem como a interação
necessária por parte dos
pequenos fabricantes de
madeira e móveis.
Como exemplo, a cooperação entre empresas é um dos pilares do sistema produtivo italiano, sempre uma referência mundial em competitividade. No modelo italiano, as empresas estão organizadas informalmente pela
necessidade do mercado. Favorecidas pela proximidade juntam-se empresas altamente especializadas que se
completam mutuamente, regidas por uma legislação específica no âmbito fiscal e trabalhista. O produto italiano,
feito com diversos materiais em regime de colaboração, torna-se competitivo e difícil de ser copiado.
Assim, várias estratégias cooperativas ganham um caráter formal de organização e caracterizam-se como
empreendimentos coletivos, reconhecidos e formalizados pela legislação brasileira. Entre os empreendimentos coletivos estão as associações, as cooperativas, os consórcios de empresas e as Centrais de Negócios (CNs).
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Associado a uma Central de Negócio (CN), o empreendedor pode entrar em um
mercado que é inacessível em um modelo de atuação individual. Por exemplo, por
meio das CNs os pequenos negócios podem qualificar-se para fornecer móveis e
instalações para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
O que são e como funcionam as CNs
Central de Negócios é uma modalidade de empreendimento coletivo, formado por empresas e profissionais,
representado por uma pessoa jurídica, cujo objetivo principal é promover e ampliar o acesso de seus associados a mercados de compra e venda de bens e serviços. Também conhecidas como centrais de compra, as
CNs realizam negociações coletivas para que empresas de um mesmo segmento possam realizar compras
em conjunto, garantindo preços e benefícios antes reservados aos maiores compradores.
Fique atento! Com o volume de compras gerado pelo grupo, é possível obter redução de
custo na aquisição de produtos e serviços. Mas, o objetivo das CNs vai além de gerenciar
compras coletivas.
Participar de uma Central de Negócios permite ao pequeno empresário planejar ações de venda em conjunto, capacitar equipes, realizar planos de marketing conjunto, compartilhar um centro de distribuição, entre
outros. Além disso, os associados de uma CN podem contar com compradores especialistas em determinados produtos, o que garante as melhores negociações.
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/ Vantagens e benefícios das CNs
Aumento do poder de negociação
Contratação de serviços em conjunto
Planejamento de ações de venda
Investimento compartilhado em
propaganda e mídia
Planejamento e ações de marketing
compartilhadas
Criação de uma rede com identidade
própria e padronizada
Formatação de lojas
Capacitação de equipes
Rateio de despesas fixas
Rateio de custos para explorar novas oportunidades.
Combinação de know how (conhecimento prático) e
competências entre empresas
Armazenagem conjunta e melhoria na logística
Acesso à informação qualificada com menor custo
(consultorias técnicas, normas ABNT, entre outros)
Melhoria da qualidade dos produtos e serviços
oferecidos aos seus clientes
Obtenção de melhores condições para linhas de crédito
Exportação em conjunto
Fique atento! As CNs são reguladas por algumas regras e princípios nos quais estão definidas as políticas e linhas de ação da instituição. Uma diretoria é eleita para responder pela
administração da Central de Negócios e a forma de remuneração da equipe que compõe a CN
é definida entre os associados.
/ Princípios gerais de uma Central de Negócios
Adesão voluntária e livre
são organizações abertas a todas
as pessoas aptas a usar seus
serviços e dispostas a aceitar as
responsabilidades de sócio, sem
qualquer tipo de discriminação.
Gestão democrática pelos sócios
são organizações democráticas,
controladas pelos sócios,
que participam ativamente no
estabelecimento de políticas e
na tomada de decisões.
Participação econômica
dos sócios
os sócios controlam
democraticamente e
administram seus recursos
por meio de deliberação em
assembleia geral.
Autonomia e
independência
são organizações
autônomas de ajuda
mútua, controladas
pelos membros.
A Central de Negócios é uma importante ferramenta para o aumento
da competitividade das empresas por meio da redução de custos na
aquisição de insumos, matérias-primas e serviços.
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Está afirmação é de Eliseu Ely, consultor do Sebrae/RS e responsável por implantar a Central em Lagoa
Vermelha. Ely explica que cada setor tem a sua realidade, mas os resultados são sempre positivos. “A negociação em conjunto pode representar uma redução de custos entre 12% e 40%”, afirma.
Na experiência gaúcha, a tarefa inicial foi examinar questões específicas e avaliar como os produtos que
poderiam ser adquiridos em conjunto, conforme a demanda de cada uma das empresas. Os fornecedores
são convidados a apresentar suas ofertas e, depois de ser identificada a oferta mais conveniente, a compra
é formalizada. As notas fiscais são emitidas individualmente para os empreendimentos participantes do
processo de compra conjunta.
O gerente de vendas da Manto Móveis, uma das participantes da central de Lagoa Vermelha, Artur Nunes,
afirma que a iniciativa está contribuindo para fortalecer o conceito do trabalho em conjunto. “Para vender
bem, é preciso comprar bem. Juntos, podemos reduzir os custos e tornar os nossos preços muito mais competitivos no mercado”, afirma.
Elaborada pela Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros do Sebrae Nacional, a pesquisa Rede
de Negócios consiste no mapeamento e na caracterização das CNs ativas no território nacional, ligadas
aos setores de agronegócio, indústria, comércio e serviços. Para chegar aos resultados foram ouvidas 163
centrais/redes de todo o país.
/ O levantamento constatou que as três principais conquistas, na opinião dos entrevistados são:
aumentar o poder de negociação
com os fornecedores
realizar compras
conjuntas
diminuir os
custos
19%
15,3%
14,7%
Em outra esfera estão as CNs organizadas por revendedores de produtos para fabricantes de móveis, também conhecidos como revendas. Assim como os fabricantes, as revendas também encontram dificuldades
em garantir os melhores preços na compra de madeira, insumos e ferragens. Daí surgiram as CNs especializadas na gestão de compra, marketing e oferta de serviços para marceneiros e fabricantes.
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Casos de sucesso
O mais recente exemplo é a Rede Green, fundada em 2013, e que no primeiro semestre de 2014 já reunia 27
associados. De acordo com Osmani Pinheiro, diretor de operações, cada associado é dono do seu negócio
e o trabalho da rede é organizar e sistematizar ações e operações em toda a linha de produtos e serviços
já existentes, além de convergir para coleções específicas, visando atender melhor o cliente em produtos e
serviços.
Além de oferecer vantagens para os associados, a Rede Green mantém uma política de vantagens para
os marceneiros, clientes das lojas da rede. "Com um trabalho de avaliação de fornecedores e produtos
conseguimos melhorar as linhas de produtos das lojas, ampliando a variedade disponível a pronta-entrega para as marcenarias. Nosso
trabalho vai para dentro da loja levando treinamento, ações
e promoções que possibilitem não somente o incremento nas
ações de vendas, mas também a difusão de uma cultura de
aproximação entre fornecedor e cliente", finaliza Osmani.
Outro caso de sucesso é da Agência de Negócios da
Marcenaria Capixaba (ANMC), que nasceu de uma iniciativa entre o Sindimadeira, Sebrae/ES e um grupo
de dez marcenarias da Grande Vitória.
A ANMC busca adaptar a tradição italiana, aliada a
inovação na fabricação, para a realidade do mercado
capixaba. Assim, as empresas da Agência de Negócios
da Marcenaria Capixaba contam com o mesmo nivelamento produtivo, através da padronização desde a matéria-prima
até a entrega do produto ao consumidor final. Para mais informações, confira o site da ANMC e fique por dentro dos projetos executados pela Agência.
fonte: marcenaria capixaba. disponível em: http://goo.gl/Z0nnl1. acesso em: 7 agosto 2014.
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CNs e os Jogos Olímpicos Rio 2016
A realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 representa, para os pequenos negócios, uma oportunidade de
fornecimento de madeira e móveis destinados a diversas edificações públicas, como estádios, teatros, unidades de hospedagem, escolas e clínicas.
A administração pública, responsável pela construção e reforma desses espaços, é um cliente com o mais
alto nível de exigência em termos de qualidade, preços e prazos. Assim, os candidatos a fornecedor serão
avaliados por suas competências financeiras e de gestão. Organizados na forma de CNs, os pequenos
negócios têm o mesmo poder de negociação e a mesma força de trabalho das grandes empresas e assim
tornam-se aptas a realizar contratos com os órgãos da administração pública.
Dica! Confira na Resposta Técnica Móveis para obras públicas, como fabricantes de móveis podem participar de licitações.
As Centrais de
Negócios estabelecem
uma nova fronteira para
ampliar a competitividade dos
pequenos negócios, ensinandoos a trabalhar em conjunto e
a ampliar seu campo de
atuação nos mercados.
"A participação dos pequenos negócios em CNs exige total comprometimento e interação dos associados
com este modelo de atuação no mercado". A afirmação é do analista técnico do Sebrae SC, Jefferson Reis
Bueno, responsável pelo atendimento de CN. Bueno esclarece que o Sebrae orienta os interessados no
processo inicial da Central de Negócio, indicando que o comprometimento é indispensável para o sucesso
do empreendimento.
A Central de Negócios é um projeto do Sebrae, cujo o objetivo é estimular a cultura da cooperação, possibilitando o fortalecimento de pequenos grupos de empreendedores, de um mesmo segmento de atuação. No
setor de madeira e móveis, a necessidade de preservar o meio ambiente exige dos associados das CNs um
comprometimento ainda maior para adequar seus produtos e serviços às leis ambientais.
Ações
recomendadas
1. Entenda como funciona uma Central de Negócios e os benefícios que ela pode trazer ao seu empreendimento na série de
vídeos produzida pelo Sebrae um bom negócio para você. 2. Consulte a cartilha do Sebrae, Central de Negócios, da Série
Empreendimentos Coletivos, para saber quais são as exigências legais para constituição de uma Central de Negócios.
3. Avalie como sua empresa pode beneficiar-se com a participa-
ção em um empreendimento coletivo: acessando novos mercados, conseguindo melhores preços para compra de bens e
serviços, acessando consultorias técnicas como treinamentos
e programas de qualidade, entre outros.
4. Estima-se que 75% das contratações de serviços para as
Empreendedor, a Copa do
Mundo da FIFA 2014 foi uma
grande oportunidade para
o segmento de madeira
e móveis desenvolver-se
obtendo lucro.
Aproveitar as oportunidades
que virão com os Jogos
Olímpicos Rio 2016 é uma
nova chance para a indústria
moveleira brasileira continuar
a crescer exponencialmente.
Olimpíadas serão realizadas em 2014 e 2015. Portanto, ainda
há tempo para que os pequenos negócios procurem meios de
participar de empreendimentos coletivos, como as Centrais de
Negócios.
Sua opinião faz a diferença!
Por isso o Projeto de Inteligência Competitiva do Programa Sebrae 2014 quer
saber mais sobre suas expectativas e satisfação. Responda a breve pesquisa
que elaboramos especialmente para você e seu negócio!
SEBRAE
Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas
www.sebrae2014.com.br
Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões
Diretor-Presidente: Luiz Barretto | Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos
Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos | Fotos: banco de imagens
Participar
UAMSF – Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros
UACIN – Unidade de Atendimento Coletivo – Indústria
Conteúdo: Silvia Grilli
facebook.com/sebrae2014
twitter.com/sebrae_2014
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