SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GSE-17 19 a 24 Outubro de 2003 Uberlândia - Minas Gerais GRUPO VIII GRUPO DE ESTUDO DE SUBESTAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS - GSE AVALIAÇÃO DE ISOLADORES E PÁRA-RAIOS POLIMÉRICOS A PARTIR DO ENSAIO DE ENVELHECIMENTO ACELERADO Darcy Ramalho de Mello* Ricardo Wesley Garcia CEPEL RESUMO Este trabalho apresenta uma análise dos resultados obtidos em diversos ensaios de envelhecimento acelerado realizados no CEPEL. Até o momento, foram realizados um ensaio com isoladores bastão para 138 kV e três ensaios com isoladores para 15 kV, dos tipos bastão, pino e pilar e pára-raios para 12 kV, sendo que em um dos ensaios foram consideradas montagens com diferentes cabos e amarrações, além das configurações normalizadas com tubo metálico e arame. Os resultados obtidos mostraram a eficácia da técnica de ensaio utilizada e a importância da compatibilidade dielétrica da interface entre isolador, cabo e amarração. PALAVRAS-CHAVE Ensaio de envelhecimento acelerado. Compatibilidade dielétrica. Isolador polimérico. Pára-raios polimérico. 1.0 - HISTÓRICO A crescente aplicação de isoladores e pára-raios poliméricos em sistemas de energia tem sido evidenciada pela entrada no mercado de muitos fabricantes e pelo interesse dos usuários em conhecer melhor as suas características operacionais. O desempenho deste tipo de equipamento está diretamente relacionado ao envelhecimento do material polimérico que compõe o revestimento. Isto ocorre devido à ação de agentes naturais como radiação solar, variações de temperatura, umidade, poluição etc., associada ao fato de a energização provocar desgastes quando há cintilação superficial na presença de poluição ou por causa do efeito corona. Como o Flavio Bittencourt Barbosa envelhecimento natural se dá normalmente de maneira lenta, o estabelecimento de um processo acelerado de desgaste, através de um ensaio de laboratório que simule todas as solicitações experimentadas em serviço, tem sido fundamental para fabricantes e usuários destes isoladores, possibilitando uma avaliação mais rápida das suas características operacionais. A metodologia utilizada para a realização do ensaio de envelhecimento acelerado foi baseada na norma IEC 61109 (1), onde é sugerido um ciclo de 5000 horas para a sua realização. Esse ensaio objetiva a reprodução das solicitações às quais estes equipamentos estão sujeitos ao longo de sua vida útil. Devido à grande demanda por este ensaio, o CEPEL foi obrigado a montar um laboratório que permitisse o ensaio simultâneo de um grande número de amostras, mas mantendo a confidencialidade e o sigilo. A longa duração do ensaio ( aproximadamente 7 meses ) e o desgaste na estrutura do laboratório somente possibilitam realizar um ensaio por ano. Até o momento, já foram realizados 4 conjuntos de ensaios, sendo um deles com isoladores bastão para 138 kV e os demais com isoladores para 15 kV. Em um dos ensaios, foram ensaiados simultaneamente pára-raios fornecidos por fabricantes e outros retirados do almoxarifado de empresas terceirizadas, mas pertencentes aos mesmos fabricantes. Os fabricantes têm optado por ensaiar equipamentos da classe de 15 kV pois, por ser um ensaio recente no Brasil e com duração bastante longa, podem colocar mais amostras no interior da câmara de ensaio possibilitando obter conclusões sobre o desempenho dos diversos tipo de revestimento ensaiados. * Avenida Olinda, s/n - CEP 30161-970 - Adrianópolis – Nova Iguaçu - RJ - BRASIL Tel.: (021) 2667-2111 ramal 212 - Fax: (021) 2667-3079 - E-MAIL: [email protected] 2 A possibilidade de ensaiar grande número de amostras permitiu que, em um dos ensaios, fosse feita uma avaliação do desempenho de configurações completas, incluindo cabos com camada semi-condutora e amarrações diversas. Com isso pôde-se avaliar a interface cabo – isolador – amarração. A diversidade de materiais e configurações ensaiados permite apresentar um painel sobre o desempenho de diversos equipamentos face às diversas solicitações às quais foram submetidos . 2.0 - DESCRIÇÃO DO ENSAIO A metodologia para a realização de ensaio de envelhecimento acelerado foi estabelecida inicialmente através do CIGRÉ (2), passando, posteriormente, a fazer parte da norma IEC 61109, onde é sugerido um ciclo para a realização do ensaio, que objetiva a reprodução das solicitações às quais os isoladores estariam sujeitos ao longo de sua vida útil. A maior dificuldade está em transferir o resultado do laboratório para as condições de operação no campo, através do que se convencionou chamar de fator de aceleração (que identifica a equivalência do tempo para a ocorrência do mesmo nível de deterioração), principalmente quando a metodologia de ensaio está baseada em condições normalizadas. A determinação deste fator é possível quando a simulação das condições naturais está relacionada a parâmetros de uma determinada região de onde se conhecem o nível de insolação, a periodicidade das chuvas, o grau de poluição etc., possibilitando a definição de um ciclo específico, como o definido por H. M. Schneider et alli (3). citado é bastante complexo, principalmente quando o número de isoladores é grande, introduzindo dificuldades para executar algumas fases. umidificação aquecimento chuva névoa salina radiação solar tensão Horas 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 FIGURA 1 – CICLO DIÁRIO NORMALIZADO Baseado na experiência desenvolvida pelo CESI, nesse mesmo tipo de pesquisa (4), o CEPEL estabeleceu um ciclo semanal, cujo esquema pode ser visto na Figura 2, buscando conciliar as solicitações estabelecidas pela norma IEC e a operacionalidade na execução do ensaio. A diferença mais significativa está no fato dos isoladores submetidos ao ciclo de envelhecimento do CEPEL não estarem energizados quando expostos à simulação da radiação solar, devido à proximidade das lâmpadas. Contudo, esta modificação de ordem operacional não reduz o efeito sobre os isoladores, pois em condições reais de operação, não há atividade de corrente de fuga na superfície dos isoladores em presença do sol. Também não foram consideradas solicitações de características mecânicas. UMIDIFICAÇÃO CHUVA (1,5mm/mim) NÉVOA SALINA (7kg/m 3) RADIAÇÃO UV (32 W/m 2) TENSÃO ( kV) AQUECIMENTO (Dt=15oC) Para tornar prática a execução deste ensaio, considerando também o número de unidades que seriam ensaiadas, foi necessário fazer algumas adaptações no ciclo apresentado na norma IEC 61109 de modo a definir um ciclo que reunisse os diversos efeitos gerados pelas solicitações simuladas e que mantivesse as características operacionais do laboratório. O ciclo de ensaio que é sugerido pela Norma IEC 1109 se repete a cada 24 h e tem a duração de 5000 h. Ele consiste na aplicação de várias solicitações sobre um isolador polimérico que se encontra energizado na tensão máxima do sistema. Estas solicitações são: • • • • • • simulação de radiação solar, especialmente a UV (ultravioleta), chuva, calor seco, calor úmido (próximo à saturação), umidade elevada à temperatura ambiente, névoa de poluição leve. Um exemplo de ciclo de ensaio normalizado com 24 horas de duração, que inclui todas as solicitações, está apresentado na Figura 1. Deve-se notar que o ciclo PAUSAS 1 0 12 2 24 12 3 24 12 4 24 12 5 24 12 7 DIA 6 24 12 24 12 24 FIGURA 2 – CICLO SEMANAL ADOTADO PELO CEPEL 3.0 - INFRAESTRUTURA LABORATORIAL Os ensaios foram realizados na câmara climática do laboratório do CEPEL, cujas dimensões são: 5,20m x 4,60m x 4,60 m (C x L x A). A fase da aplicação da névoa salina foi realizada com 3 salinidade de 7 kg/m , conforme estabelece a IEC 61109. Foram utilizados seis bicos pulverizadores, identificado na norma IEC 60507 (5), sendo três em cada extremidade de uma das diagonais da câmara e direcionados para produzir a névoa de forma indireta nos isoladores. A fase de calor úmido foi realizada com vapor, gerado a partir de um vaporizador do tipo utilizado em sauna, injetado na câmara sem pressão, produzindo uma o elevação na temperatura ambiente de cerca de 6 C, com o ar ambiente saturado de umidade. 3 A chuva artificial foi gerada através do uso de diversos pulverizadores instalados no teto da câmara, de maneira a produzir o efeito de lavagem, a redução da temperatura superficial dos isoladores e o aumento da umidade do ar à temperatura ambiente. Foi utilizada uma taxa de precipitação em torno de 1,5 mm/min. A simulação da radiação solar foi feita utilizando-se lâmpadas especiais do tipo fluorescente, cujo espectro de onda é bastante próximo do espectro solar na faixa de interesse (UV-A), espaçadas de uma distância de 7 cm entre si e colocadas a uma distância de aproximadamente 13 cm do eixo dos isoladores, suficiente para produzir a radiação média de 2 ultravioleta gerada pelo sol, em torno de 4,5 mW/cm . A opção por este tipo de lâmpada, no lugar da lâmpada de xenônio, que é proposta na Norma, tem referência na literatura sobre seu uso com bons resultados (8). As lâmpadas ficaram dentro da câmara somente durante a simulação da radiação solar, por não ser possível criar um dispositivo prático para protegê-las durante a fase de névoa salina. O sistema de geração de calor seco foi instalado na câmara de modo a torná-la uma estufa, onde a o temperatura final ficou limitada a 50 C, controlada por termostatos colocados no interior da mesma. O calor foi gerado por circulação fechada de ar através de um banco de resistências com ventilação forçada. A energização foi obtida a partir de um transformador instalado fora da câmara, através da bucha de passagem da câmara, dimensionada para ensaios de até 200 kV, sob névoa salina. Um sistema de exaustão foi responsável pela retirada da névoa salina do interior da câmara, nos momentos de intervenção para a colocação dos “racks” das lâmpadas, e do vapor antes da fase de calor seco. As fases de umidificação, de chuva e de aquecimento foram automatizadas para facilitar sua operação nos períodos da noite e da madrugada, enquanto a fase da névoa salina se deu durante o horário de expediente normal do laboratório, por ser o período mais provável de ocorrência de descargas nos isoladores. Durante a realização do ensaio, foram monitoradas, em tempo real, através de um sistema de aquisição de dados, as seguintes informações: • Tensão elétrica, • Corrente de fuga ( em até 29 isoladores ). 4.0 - AMOSTRAS E ARRANJOS DE ENSAIO 4.1 Isoladores bastão para 138 kV Foram ensaiados isoladores de 4 fabricantes diferentes (nacionais e estrangeiros), num total de 11 amostras, sendo 2 de isoladores tipo “line post”, 8 do tipo bastão e uma cadeia com 9 unidades de vidro recobertas com borracha de silicone do tipo RTV. Os isoladores poliméricos eram de borracha de silicone e de EPDM. 4.2 Isoladores bastão para 15 kV Os isoladores bastão foram montados em uma estrutura suporte instalados na posição de ancoragem, energizados através de uma barra de alumínio de seção circular. Isoladores de vidro foram colocados no arranjo para possibilitar as medições de corrente de fuga. Nos três ensaios já realizados foram avaliados isoladores de borracha de silicone, EPDM, ESP e de teflon, num total de 14 fabricantes, nacionais e estrangeiros. 4.3 Isoladores pino/pilar para 15 kV Os isoladores pino/pilar foram montados em uma estrutura suporte instalados na posição vertical, normalmente energizados através de uma barra de alumínio. Em um dos ensaios realizados foi verificada a compatibilidade entre isolador – cabo e amarração, num arranjo com cabos HDPE, XLPE e nu e amarrações de fio nu, fio coberto, pré-formado polimérico e anel de silicone. Nos três ensaios já realizados foram avaliados isoladores de epóxi, HDPE, EPDM, híbrido, de porcelana e de porcelana recoberto com borracha de silicone do tipo RTV, num total de 20 fabricantes, nacionais e estrangeiros. 4.4 Pára-raios para 12 kV Os pára-raios foram montados similarmente aos isoladores pino/pilar. No ensaio já realizado foram avaliados pára-raios de 4 fabricantes nacionais e estrangeiros. 5.0 - AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO O critério de aprovação do ensaio de envelhecimento acelerado, conforme exposto na norma IEC 61109 estabelece: • • • não pode ocorrer mais que 3 (três) descargas elétricas disruptivas; não pode haver trilhamento nem perfuração nas saias; não pode ocorrer erosão que atinja o núcleo, expondo-o ao ambiente. No caso dos pára-raios adotou-se, também: • o valor da tensão de referência medido antes e após o ensaio deve ser menor ou igual a 5 %, • o valor das descargas parciais, quando aplicado 1,05 x Unominal, medido antes e após o ensaio deve ser menor ou igual a 10 % e nenhum valor deve ser superior a 50 pC. 4 5.1 Isoladores bastão para 138 kV na Figura 5. Os resultados obtidos indicaram uma superioridade dos isoladores de borracha de silicone em comparação com os de EPDM. Nenhum dos isoladores apresentou sinais de dano que os reprovassem, embora tenham ocorrido alterações superficiais. Somente nos períodos de névoa salina os isoladores apresentaram corrente de fuga, atingindo no máximo valores próximos a 200 mApico. Os resultados detalhados estão apresentados na referência (7). 5.2 Isoladores bastão para 15 kV O envelhecimento provocou alterações nas características superficiais da maioria dos isoladores, com significativa alteração da cor original, como pode ser visto na Figura 3. FIGURA 5 – ISOLADOR DANIFICADO NO ENSAIO DE TENSÃO MANTIDA 5.3 Isoladores pino/pilar para 15 kV 5.3.1 Avaliação da compatibilidade cabo-isoladoramarração As observações feitas ao longo do ensaio de envelhecimento indicaram que cabos e amarrações sofreram danos irreversíveis, danificando, em algumas situações, os próprios isoladores. A configuração do isolador pilar de EPDM com cabo HDPE e amarração com fio coberto não apresentou danos aparentes ao longo do ensaio mas o mesmo arranjo com cabo XLPE, desde as primeiras 1000 horas, mostrava sinais de atividade elétrica entre amarração e cabo e entre amarração e isolador. FIGURA 3 – ALTERAÇÃO DE COR EM ISOLADORES ENSAIADOS Diversos isoladores se danificaram sendo que a Figura 4 mostra um exemplo de falha. As configurações do pilar híbrido com os cabos HDPE e XLPE e amarração com fio coberto não apresentaram danos aparentes. A configuração do isolador pilar de porcelana com Resultados detalhados estão apresentados na referência amarração de pré-formado de HDPE mostrou-se (8). bastante frágil independente do cabo utilizado. Os danos foram significativos afetando diretamente cabos e amarrações, conforme apresentado na Figura 6. FIGURA 4 – FALHA OBSERVADA EM ISOLADOR BASTÃO PARA 15 KV Para verificar se os critérios de aprovação normalizados são suficientes, alguns isoladores foram submetidos ao ensaio de determinação da tensão disruptiva antes e após o ensaio de envelhecimento e ao ensaio de tensão mantida por 30 minutos com 80% do valor da tensão disruptiva. Foi constatado que um dos isoladores, aprovado pelos critérios do ensaio de envelhecimento, apresentou uma descarga durante o ensaio de tensão mantida com projeção de material usado para colar o revestimento, como pode ser visto FIGURA 6 – DANOS NA AMARRAÇÃO DO ISOLADOR PILAR DE PORCELANA Para as configurações com o isolador pino de epóxi, nos arranjos com amarração de pré-formado de HDPE, independente do cabo, também houve danos significativos nas amarrações e nos cabos (Figura 7). Nos arranjos com amarração de fio coberto, com o cabo HDPE, não houve danos aparentes. No arranjo 5 com cabo XLPE houve alguns danos entre cabo e amarração. FIGURA 9 – OUTROS DANOS EM ISOLADOR DE HDPE COM CABO XLPE E ANEL DE SILICONE FIGURA 7 – DANOS NO ISOLADOR PINO DE EPÓXI COM CABO HDPE Nas configurações do isolador pino com revestimento de HDPE de um fabricante e amarração de préformado de HDPE, os arranjos com cabo HDPE praticamente não apresentaram danos. Já os arranjos com cabos XLPE mostraram danos significativos em todas as amarrações, como pode ser visto na Figura 8. FIGURA 10 – OUTROS DANOS EM ISOLADOR DE HDPE COM CABO HDPE E ANEL DE SILICONE 5.3.2 Avaliação do isolador pino/pilar Os danos nos isoladores pino de HDPE, energizados com cabo nu ou tubo de alumínio, se localizaram na região da rosca, como pode ser visto na Figura 11. FIGURA 8 – DANOS EM ISOLADORES DE HDPE COM CABO XLPE E PRÉ-FORMADO DE HDPE FIGURA 11 – DANOS EM ISOLADOR PINO No arranjo com o isolador com revestimento de HDPE de outro fabricante, ocorreu queima significativa do cabo XLPE, queima do anel de borracha de silicone, como pode ser visto na Figura 9, e trilhamento na parte inferior do isolador. O arranjo com o cabo HDPE, também apresentou danos (ver Figura 10). Resultados detalhados estão apresentados na referência (8). 5.4 Pára-raios para 12 kV Ao final dos ensaios foram observados, na inspeção visual dos 04 (quatro) conjuntos que foram submetidos ao ensaio, que não ocorreram descargas nos páraraios, os valores de corrente de fuga foram inferiores a 1 Apico e não houve perfuração nas saias Foram observados sinais de erosão no corpo dos pára-raios, como pode ser visto na Figura 12, mas sua profundidade não foi suficiente para provocar a exposição ao ambiente dos blocos resistores 6 7.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FIGURA 12 – EROSÃO NO CORPO DE PÁRA-RAIOS O envelhecimento provocou alterações nas características superficiais da maioria dos invólucros dos pára-raios, com significativa alteração da cor original. Somente 1 (um) dos 4 (quatro) conjuntos de 3 páraraios ensaiados não apresentou variação percentual máxima da tensão de referência superior ao limite de 5% e todos os conjuntos apresentaram bom desempenho no ensaio de descargas parciais. 6 . 0 CONSOLIDAÇÃO RECOMENDAÇÕES DOS RESULTADOS E O ensaio de envelhecimento acelerado tem indicado para fabricantes e usuários que isoladores e pára-raios poliméricos sofrem alterações visuais que podem não afetar o desempenho elétrico dos mesmos, mas também podem apresentar problemas que podem colocar em risco a instalação. Os ensaios realizados mostraram que a compatibilidade dielétrica entre o arranjo isolador-caboamarração é de fundamental importância e constitui-se num dos principais problemas para a implantação de redes aéreas compactas em ambientes agressivos. Em função das particularidades de cada projeto, cabe ressaltar que alguns detalhes como a presença da linha do molde localizada no plano perpendicular ao plano terra (no caso da configuração dos isoladores em posição de ancoragem) ou no mesmo plano do condutor (no caso dos isoladores tipos pilar e pino) devem ser evitados. O uso da medição da tensão de referência, antes e após o ensaio de envelhecimento em pára-raios, como critério de aprovação se mostrou adequado, embora estudos devam ser realizados com o objetivo de relacionar ( qualitativamente e quantitativamente ) os sinais de erosão com a variação da tensão de referência. Este ensaio, apesar de sua longa duração, permite aos fabricantes e aos usuários um maior conhecimento das características implícitas do produto a ser utilizado e seu desempenho face às diversas solicitações às quais ele estará submetido quando em serviço. (1) IEC 61109 - “Composite Insulators for AC Overhead Lines with a Nominal Voltage greater than 1000 V - Definitions, Test Methods and Acceptance Criteria”, 1992 (2) CIGRE WG 22.10 - Composite Insulators, “Techinical Basis for Minimal Requirement for Composite Insulators”, Electra no. 88, May 1983, pp 89-114 (3) Schneider, H. M. et alli., “Accelerated Aging and Flashover Tests on 138 kV Nonceramic Line Post Insulators”, IEEE Transactions on Power Delivery, Vol. 8, No. 1, January, 1993, pp 325-326 (4) Pigini, G. P., Marrone, G., Porrino, A., “ Results of accelerated aging tests on components of electric system made with polymeric materials” , CIGRÉ paper 15-07, Paris, France, 1988. (5) IEC 60507 - “Artificial Pollution Tests on HighVoltage Insulators to be Used on AC Systems”, 1991. (6) Schneider, H. M. et alli., “Accelerated Aging Chamber for Nonceramic Insulators”, 7th International Symposium on High Voltage Engineering, Paper 43.09, August 1991, Dresden, Germany. (7) Garcia, R.W., e outros, “ Avaliação de isoladores poliméricos submetidos a ensaio de envelhecimento acelerado” , International Workshop on Transmission Lines Insulators, Rio de Janeiro, Brasil, 1998. (8) Garcia, R.W., Mello, D. R., “ Avaliação de isoladores poliméricos para redes de distribuição a partir do ensaio de envelhecimento acelerado” , Relatório Técnico CEPEL 495/2000.