Promovendo Saúde na Contemporaneidade:
desafios de pesquisa, ensino e extensão
Santa Maria, RS, 08 a 11 de junho de 2010
PROBLEMAS COMUNS DE SAÚDE MENTAL NAS
POPULAÇÕES IDOSAS¹
NICOLA. G. D. O4; ARGENTA. F2; BERGER. D2; COSTA. P2; DEPRÁ. A2; WACHHOLZ.
A²; SOUZA. M³ SEBALHOS. A. C 2.
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Trabalho de Pesquisa desenvolvido na disciplina de Gerontologia do 4º semestre do curso de Enfermagem – UNIFRA.
Acadêmicos do 6º semestre do curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil.
Profª Enfª do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil.
4
Relatora. Acadêmica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil.
Membro do GEPESES.
E-mail: [email protected], [email protected].
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RESUMO
A presente pesquisa teve por objetivo estudar as complicações decorrentes dos problemas de saúde
mental nas populações idosas, visando desenvolver uma assistência de enfermagem adequada.
Destaca-se a relevância do estudo por contribuir para o conhecimento teórico da doença, além de
oferecer informações sobre a forma como a patologia afeta o paciente nos aspectos biopsicosociais,
objetivando melhorar a sua qualidade de vida. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa do
tipo bibliográfica, realizada a partir de artigos, livros e periódicos encontrados em bancos de dados e
em bibliotecas universitárias. desenvolvida durante os meses de abril e maio de 2009. O estudo
comprovou que a assistência de enfermagem contribui de maneira eficaz para melhorar o estado
geral do paciente. Assim, conclui-se que através de atenção e orientações, unindo a teoria com a
prática, possibilita-se ao paciente tomar consciência sobre a importância do auto-cuidado, para a
manutenção da saúde e prevenção de agravos. Diante disto, ressalta-se que os profissionais da área
de saúde, em especial a enfermagem, são fundamentais no processo da educação em saúde, para
monitorar o panorama de pessoas afetadas pela insuficiência cerebral nas suas diversas
manifestações, nunca esquecendo que a família é de suma importância a fim de conduzi-las a uma
melhor qualidade de vida, tendo condições de serem portadores de seu próprio bem–estar.
Palavras-chave: saúde mental. Idoso. Enfermagem.
1. INTRODUÇÃO
Segundo Wyngaarden et al (1993) existem mais de 50 causas possíveis de insuficiência
cerebral, porém muitas são raras, e a mais comum é a doença de Alzheimer, e conforme alguns
estudos recentes afirmam que cerca de 50% da população acima de 80 anos de idade desenvolvem
a doença de Alzheimer, tendo aproximadamente 25% dos casos por hereditariedade.
Ainda Wyngaarden et al (1993) comenta que alterações neuropatológicas e bioquímicas
específicas são encontradas nos pacientes com doença de Alzheimer. Estas incluem o emaranhado
neurofibrilar e as placas senis e neuríticas no cérebro, esse comprometimento neuronal ocorre
principalmente no córtex cerebral e resulta em tamanho cerebral diminuído. Alterações similares são
encontradas em uma menor extensão no tecido cerebral normal de adultos e idosos. As células que
utilizam o neurotransmissor acetilcolina são aquelas principalmente afetadas por essa doença. Do
ponto de vista bioquímico, a enzima ativa na produção de acetilcolina, a qual está especificamente
envolvida no processamento da memória, mostra-se diminuída.
Smeltzer e Bare (2006) falam que em relação aos adultos jovens, são menos prováveis que
procurem tratamento para os sintomas de saúde mental, de modo que, os profissionais de saúde são
desafiados a reconhecer, apoiar e encaminhar os adultos jovens que exibem alterações perceptíveis
no intelecto ou no afeto a ajuda profissional.
Wyngaarden et al (1993) coloca que a insuficiência cerebral atinge uma percentual
considerável da população idosa e vive causando transtornos em nosso dia-a-dia, principalmente
quando não tratada. Além dos danos causados pela doença, a falta de orientação e esclarecimento
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referente ao auto-cuidado e o apoio familiar desencadeia patologias oportunistas agravando ainda
mais o estado de saúde.
Portanto, este estudo justifica-se pela relevância da temática desenvolvida, a qual foi
vislumbrada durante a disciplina de Gerontologia do curso de Enfermagem do Centro Universitário
Franciscano (UNIFRA), que dentre outras importâncias, incentiva a pesquisa nos motivando para a
área prática, teórica e científica. Pretende-se contribuir, com essa pesquisa, para uma tentativa de
controle desta doença, ou ainda minimizar suas complicações.
2. OBJETIVO
A presente pesquisa teve por objetivo estudar as complicações decorrentes dos problemas de saúde
mental nas populações idosas, visando desenvolver uma assistência de enfermagem adequada.
3. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo bibliográfica, realizada a partir de
artigos, livros e periódicos encontrados em bancos de dados e em bibliotecas universitárias.
Segundo Gil (2008) a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir
ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que
poderia pesquisar diretamente. Esta vantagem se torna particularmente importante quando o
problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço.
A pesquisa bibliográfica se aplica em qualquer área do seu conhecimento, sendo que seu
objetivo é trabalhar com informações levantadas e selecionadas da literatura sobre uma determinada
problemática
para
explicar
o
objeto
e
o
fenômeno
da
pesquisa.
A mesma requer: atenção, disciplina, sistematização e aprofundamento por parte do pesquisador
(LAKATOS E MARCONI, 1992).
Para o presente estudo, foram selecionados somente trabalhos na língua portuguesa, artigos
e publicações que incluíssem o tema proposto.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para Neto (2000), a depressão constitui uma enfermidade mental freqüente no idoso,
comprometendo profundamente sua qualidade de vida, sendo considerada fator de risco para
processos demências. Ainda Neto (2000), fala que se trata de uma doença com importantes
repercussões sociais devido ao fato de afetar não somente o convívio social, impossibilitando uma
rotina de vida satisfatória, mas também pelo risco inseparável de mobilidade e cronicidade.
Já para Guyton (1992), a depressão pode ser cauzada pela menor formação de
notepinefrina, ou de serotonina, ou as duas. Esses pacientes experienciam sintomas de pesar,
infelicidade, desespero e miséria. Além disso, perdem o desejo sexual, acompanhados por insônia
grave, semelhante à crise epilética.
O mesmo autor ainda complementa que a depressão pode ser tratada por terapia eletro
convulsiva, comumente chamada de “terapia do choque”. Nessa terapia, é usado o choque elétrico
para provocar crise convulsiva generalizada, Semelhante à crise epilética. Isso demonstrou aumentar
a eficiência da transmissão noropinefrínica.
Katzung (1998), diz que os sintomas de depressão são sutis e muitas vezes deixam de ser
reconhecidos tanto por paciente como por médicos.
Segundo Neto (2000) demência é uma síndrome clínica, na qual ocorre diminuição da função
cognitiva, manifestando-se com déficit de memória e de outras funções como linguagem, ponderação,
entre outras. Ocorrem algumas combinações de mudanças neuropatológicas e perda da capacidade
do indivíduo de se adaptar à sua nova condição.
Já para Smeltzer e Bare (2006) a demência apresenta três características principais:
esquecimento ou problemas com a memória, problemas de comportamento (agitação, insônia, choro
fácil, comportamentos inadequados.) e perda das habilidades adquiridas pela vida (dirigir, vestir a
roupa, gerenciar vida financeira, cozinhar, perder-se na rua...). Wyngaarden et al (1993) descreve
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demência como um empobrecimento em inúmeras funções essenciais, resultando na perda de
independência pessoal e social em um individuo previamente competente.
Ainda Wyngaarden et al (1993) fala que do ponto de vista fisiopatológico, a demência ocorre
quando vários dos sintomas cerebrais que apoiam a aprendizagem, a memória, a tomada de decisão
e a linguagem tornam-se disfuncionais por qualquer processo neurológico como lesão cerebral
causada por parada cardíaca e traumatismo craniano.
Guyton (1992) define doença de Alzheimer como envelhecimento precoce do cérebro,
iniciando geralmente no meio da vida adulta e progredindo até perda da capacidade intelectual como
acontece normalmente com pessoas idosas. Assim, em poucos anos essas pessoas tornam-se
dependentes de assistência. .
Wyngaarden et al (1993) fala que doença de Alzheimer ocorre de modo gradativo e seletivo
associando a região temporal, frontal e parietal com o tronco cerebral, incapacitando assim ao
aprendizado e a memória.
Ainda Wyngaarden et al (1993), relata que o índice mais elevado ocorre em mulheres, por
apresentarem uma expectativa de vida maior que os homens. Acontece de inicio gradativo onde o
paciente tem domínio mental, com o passar do tempo as dificuldades aparecem comprometendo a
fala, atividade motora, neurológica e em um período mais longo não conseguem realizar atividades
comuns.
Segundo Smeltzer e Bare (2006) Alzheimer é um dos distúrbios mais temidos na atualidade
por apresentar conseqüências catastróficas para o paciente e a família, que experimentam o que foi
denominado de um lutuoso interminável.
Wyngaarden et al (1993) diz que a demência causada por várias enfermidades que têm em
comum a origem vascular, ou seja, o conhecido derrame ou trombose, como também, a obstrução de
pequenas artérias cerebrais ou por causas cardio-respiratórias (parada cardíaca ou outra causa de
falta de oxigênio no cérebro).
Ainda o mesmo autor relata que o quadro clínico de demência mais aguda acontece após evento
neurológico tipo derrame ou trombose. O diagnóstico é feito pelo médico no exame clínico, com
auxilio de exames complementares.
Conforme Wyngaarden et al (1993) esta patologia demencial foi descrita pela primeira vez por
Arnold Pick, em 1892, na cidade de Praga, República Tcheca. É um quadro degenerativo cerebral,
onde os sintomas estão associados à atrofia cerebral do lobo temporal ou lobo frontal. É um tipo mais
raro de demência, com menos de 5% de todos os casos
Para katzung (1998) a doença de huntington é um distúrbio hereditário dominante por correia
de demência progressiva e ocorre geralmente na fase adulta. Já Smeltzer e Bare (2006) relatam que
essa doença afeta homens e mulheres de todas as raças, sendo transmitida como um distúrbio
genético autossômico dominante.
Ainda Smeltzer e Bare (2006) falam que essa patologia envolve a morte precoce das células
no corpo estriado dos gânglios da base, a região profunda dentro do cérebro envolvida no controle
dos movimentos. Existe perda das células no córtex, sendo que esta região do cérebro é associada
ao raciocínio, memória, percepção. O mesmo autor ainda relata que a doença de huntington causa
manifestações como movimentos involuntários anormais, diminuição intelectual e alterarão
emocional.
Guyton et al (2006) descreve sabidamente que a doença de Parkinson conhecida por todos,
apresenta quatro características principais, que são: os tremores de extremidades, a dificuldade de
andar, a instabilidade postural e a rigidez dos membros e do corpo.
O mesmo autor ainda relata que a doença de Parkinson, também conhecida como paralisia
agitante, decorre da destruição generalizada daquela parte da substância negra que envia fibras
nervosas secretoras de dopamina, Podendo evoluir para demência em pacientes que apresentam
esta doença por um tempo mais prolongado.
Segundo Maia e Araújo (2004) a presença de uma doença degenerativa gera sentimentos
diversos como angústia, temor e incerteza em seus familiares. Muitas vezes os pacientes portadores
de insuficiência cerebral nas suas diversas apresentações sentem-se frustrados ou “esgotados” pelo
desconforto diário do tratamento e da automonitorização. Para muitos pacientes, as constantes
necessidades de automonitorização, possam se mostrar extremamente desconfortáveis, frustrantes e
preocupantes, levando muitas vezes a omissões do tratamento.
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5. CONCLUSÃO
Durante o desenvolvimento da disciplina de gerontologia no 4º semestre no Curso de Enfermagem do
Centro Universitário Franciscano, teve-se a oportunidade de obter conhecimento sobre esta temática,
que é bastante conhecida, mas mesmo assim, acomete muitas pessoas no mundo inteiro, tendo
desastrosas conseqüências e difícil tratamento. Já em relação à pesquisa realizada foi indispensável
à bibliografia para o desenvolvimento do mesmo. Assim, o aprendizado tornou-se mais eficaz,
garantindo a integração da disciplina com a prática, que foi adquirida no decorrer do semestre. Diante
das conseqüências que a insuficiência cerebral na suas diversas patologias provoca no decorrer da
vida, torna-se de suma importância conhecer o perfil epidemiológico para que se possa desenvolver
um estudo amplo e profundo para um melhor resultado no tratamento e cuidado, ressaltando a
importância de levar apoio, segurança, informações e orientações adequadas.Por fim, as atividades
realizadas no transcorrer da disciplina nos proporcionaram crescimento como acadêmicos e futuros
profissionais de saúde reafirmando assim, o compromisso do enfermeiro com a sociedade.
6.REFERÊNCIAS;
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bibliografia, eletrônicas e demais forma de documentos. Disponível em: www.bu.ufsc.br. Acesso
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a
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NETTO, Matheus Papaléo. A velhice e o envelhecimento em visão globalizada – Editora atheneu.
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SMELTZER & BARE. Brunner e Suddarth.Enfermagem médico cirúrgica. Ed. Koogan: 1O. ed. V 4.
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