Apresentação dos resultados preliminares do BioRePortAR Direcção-Geral de Saúde vai utilizar base de dados da SPR “Indiscutivelmente boa” foi a justificação dada por Miguel Oliveira, responsável pelo Departamento de Qualidade na Saúde da Direcção-Geral de Saúde, para a utilização da base de dados do BioRePortAR como registo nacional de doentes em tratamento com medicamentos biológicos A Direcção-Geral de Saúde (DGS) vai utilizar o BioRePortAR – Registo de Doentes com Artrite Reumatóide a efectuar Terapêutica Biotecnológica – para criar o “seu” registo mínimo exigido pelo Ministério da Saúde, traduzido no Despacho n.º 20510/2008, de 24 de Julho. A decisão foi divulgada no passado dia 16 de Junho, na sede da Ordem dos Médicos, em Lisboa, na cerimónia de apresentação dos resultados preliminares do BioReportAR, por Miguel Oliveira, técnico da DGS responsável pela operacionalização do processo. O BioRePortAR é um projecto conjunto da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (através da colaboração íntima do Grupo de Estudos da Artrite Reumatóide) e do Instituto de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina de Lisboa. Ainda no ano passado, foi criada uma Comissão de Coordenação do Registo Nacional de Doentes Reumáticos da SPR, presidida por Augusto Faustino, para promover a implementação dos vários registos de doentes e regulamentar o acesso, utilização e divulgação de dados obtidos através destes registos. Neste momento, a SPR já detém um registo nacional composto não só pelo BioRePortAR, mas também pelo BioRePortEA (Registo de Doentes com Espondilite Anquilosante a efectuar Terapêutica Biotecnológica), o RegistAR (Registo de Doentes com Artrite Reumatóide), o BioRePortAIJ (Registo de Doentes com Artrite Idiopática Juvenil a efectuar Terapêutica Biotecnológica) e o BioRePortAP (Registo de Doentes com Artrite Psoriática a efectuar Terapêutica Biotecnológica). Alguns destes registos ainda estão em fase de desenvolvimento. Plataforma web em menos de um ano Além da qualidade técnica do BioRePortAR, Miguel Oliveira salientou como factor decisivo a capacidade de este poder estar acessível em plataforma web, uma realidade prevista para os próximos meses, de acordo com Augusto Faustino, que, no seu discurso, fez uma retrospectiva dos Registos Nacionais, desafio que começou em 2006, quando foi identificada a necessidade de se criar “a” BioRePortAR (ainda considerada nesta altura como “base de dados” dos doentes) e a evolução deste conceito para um “registo de dados” em ambiente de processo clínico electrónico. Entre as numerosas vantagens da existência destes registos nacionais, Augusto Faustino salientou três transversais: a garantia de utilização adequada dos fármacos biológicos, o aumento da qualidade clínica dos cuidados de saúde no âmbito da Reumatologia e a promoção de um conhecimento exacto sobre a prática da Reumatologia em Portugal. Resultados preliminares Os resultados preliminares da BioRePortAR foram apresentados pelo reumatologista João Eurico Fonseca. Dos 380 doentes registados (número referente a 14 dos 17 centros de Reumatologia nacionais), cerca de 88% são mulheres, com uma idade média de 54 anos, sofrendo da doença há cerca de 11 anos antes da primeira administração de fármacos biotecnológicos. A maior parte das terapêuticas biotecnológicas inclui Etanercept (40,1%), Infliximab (30,3%) e Adalimumab (19,7%). Cerca de 12% destes doentes estão, actualmente, em remissão. A média apresenta um DAS28 de 3,9 e um HAQ de 1,1. Outros intervenientes A reumatologista Helena Canhão guiou a audiência numa visita virtual ao funcionamento deste registo. Jaime Branco, coordenador do Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas, sublinhou a importância deste projecto para a Reumatologia e outras sociedades científicas, facto valorizado também pelo presidente da SPR, Rui André, que promoveu um debate dinâmico entre os presentes, nos quais se destacou Francisco George, Director-Geral da Saúde, que elogiou generosamente todo o projecto. 9