270
INSETOS DO BRASIL
Familia
CICINDELIDAE¹
(Cicindelidae S t e p h e n , 1827)
40.
Caracteres
-
Insetos
esbeltos,
de
pernas
longas
e
tão
ou mais velozes que os Carabideos.
Fig. 50 - Odontochila nodicornis (Dejean,
(Cicindelinae,
Megacephalini)
(Lacerda
1825)
fot.).
Cabeça grande, via de regra mais larga que o protorax
ao nível dos olhos; êstes quasi sempre mui salientes (fig.
50); mandíbulas
falciformes, ponteagudas
e armadas de fortes dentes na borda interna (fig. 51); maxilas com galea palpiforme, geralmente
biarticulada;
lacinia provida de garra
articulada
e móvel (fig. 52). Antenas filiformes, relativa¹ D e cicindela, v a g a l u m e .
271
COLEOPTERA
mente
longas,
de
11
segmentos,
inseridas
na
fronte
acima
da base das mandíbulas.
Protorax cordado ou cilindroide,
não
raro
bossulado,
porém
quasi
sempre
não
emarginado
lateralmente.
Élitros
sem
estrias;
asas
geralmente
bem desenvolvidas, em alguns gêneros, porém, atrofiadas ou
ausentes.
N e s t e c a s o os é l i t r o s se a p r e s e n t a m
soldados ao
longo da sutura.
Fig. 51 - Mandíbula de Cicindelidae
(Lacerda fot.).
Hábitos
e
Fig. 52 - Maxila de Cicindelidae; 1, palpo
maxilar; 2, galea palpiforme; 3, lacínia
com
uncus
articulado
(Lacerda
fot.).
especies
mais
interessantes
Relativamente
neotrópica e seus hábitos transtrechos do trabalho de BARATINI
uruguaias de Cicindelidae (1920):
aos Cicindelideos da região
crevo para aqui os seguintes
sôbre
as
espécies
"Entre
los
vivos
los
que
coleópteros
están
y
de
adornados
metalicos,
sólo
nuestro
con
más
comparables
pais,
los
vistosos
al
cicindélidos
colores.
de
algunas
Los
son
tonos
especies
272
INSETOS DO BRASIL
exóticas,
los
cuentan
entre
las
brillantes
del
más
cicindela,
encontramos
hay
colores;
en
de
en
genero.
algunas
cambio,
presentan
curiosos
en
intensidad
y
las
nuestra
tetrachas,
fauna
Entre
en
las
las
los
que
dibujos,
variedad
de
dos
que
cuales
se
talvez
las
corresponden
países
tropicales,
corresponden
al
no
pueden
de
colorido.
y oxychiles no abundan las especies
pocas que tenemos en nuestro país
las
especies,
al
género
de
variados
Uruguay,
si
bien
rivalizar
con
aquéllas
Entre
las
megacephalas
de
son
colores vivos, y las
de colores apagados,
en las que predominan los tonos oscuros y testáceos.
Las
en
cicindelas
la
agilidad
aventajan
de
en
movimientos
la
velocidad
a
todos
de
los
su
carrera
otros
y
coleópteros.
Se las encuentra en pleno día, en los lugares áridos y en particular en las llanuras arenosas. Se las encuentra en las horas
de
sol
corriendo
com
vivacidad.
Cuando
se
ven
perseguidas
vuelan, y, en tal caso, lo hacen con un vuelo, si bien
no muy sostenido. Cuando el cielo está nublado buscan
rápido,
lugares
dónde ocultarse, ya sea entre las matas o bajo las piedras.
Si
alimentan
nadamente;
a
la
Al
con
impotencia
tomarlas
librar,
y
de
otros
sus
a
sua
entre
se
insectos,
poderosas
víctima,
los
dedos
defienden
a
quienes
mandíbulas
a
se
quienes
agitan
devoran
con
valientemente
persiguen
reducen
los
energía
mordiendo
obsti-
bien
pronto
intestinos.
para
con
poderse
sus
pode-
rosas mandíbulas.
Otro
de
penetrante,
sus
pero
medios
no
de
tan
defensa
consiste
en
exhalar
como
el
de
desagradable
un
odor
algunos
ca-
rábidos.
Las
puede
salvo
en
larvas
variar
la
ciertas
La
que
alcanzan
según
cabeza
y
especies
cabeza
cavan
el
son
es
un
la
tamaño
especie.
primer
de
más
o
oscuro
menos
dos
centímetros,
tegumentos
segmento,
color
verticalmente,
de
Los
o
que
son
que
blandos,
consistentes
y
metálico.
trapezoidal;
alcanzando
son
hasta
viven
en
cuevas
cincuenta
centí-
metos.
La
larva,
como
el
adulto,
se
alimenta
de
pequeños
insectos,
a quienes acecha en la boca de estas cuevas. En el tiempo de
la metamorfosis cierra la entrada de su cueva y se retira al
rondo
para
transformarse.
La
ninfa
es
amarillenta,
y
en
algunas especies es de forma curiosa y provista de espinas. En
la
primavera
lejos
de
auxiliares,
sale
ser
el
imago.
perjudiciales
destruyendo
infinidad
Tanto
a
de
las
la
insetos
larvas
agricultura,
fitófagos."
como
los
sonsus
adultos,
eficases
COLEOPTERA
273
Q u a n t o ao cheiro dos Cicindelideos, o de Cicindela nivea, Kirby, 1818 (fig. 53), se
não me f a l h a a m e m ó r i a olfativa, l e m b r a o da b a r a t a , que
n a d a t e m de a g r a d á v e l .
As larvas, a d a p t a d a s à vida
s u b t e r r â n e a e sujeitas à forte
tração das vítimas, que, ao
serem presas, t e n t a m delas s e
desvencilhar, a p r e s e n t a m caracteres que lhes são peculiares.
O p r o n o t u m e a p a r t e dorsal da cabeça, f o r t e m e n t e esclerosados, f o r m a m u m a espécie
de disco, que f u n c i o n a como
F i g . 53 - Cicindela n i v e a K i r b y , 1818
alçapão, t a p a n d o a boca da ga(Cicindelinae,
Cicindelini)
(Lacerda
fot.).
leria e m que a larva se e n t e r r a
no solo (fig. 54). A larva ancora-se à parede da galeria med i a n t e u m p a r de g a n c h o s curvados p a r a d e a n t e , m a i s ou
m e n o s robustos, presos a
p a r t e tergal do 5° uromero (fig. 55, 5 A . S . )
Como t r a b a l h o s mais
i n t e r e s s a n t e s relativo à
biologia dos Cicindelideos
brasileiros cito os de ZIKÀN (1910 e 1929).
BRUCH (1907) estudou o desenvolvimento de
Cicindela apiata Dejean,
1825, a p r e s e n t a n d o belos
desenhos dos vários estádios evolutivos do inseto.
Fig. 54 - Larva de Cicindela campestris L.
(espécie da E u r o p a ) e m seu c a n a l de a r e i a à
espera de u m a v í t i m a ; as s e t a s i n d i c a m a
direção
do
eixo
ótico
dos
principais
ocelos
(De
Weber,
1933,
Lehrb.
Entom.,
segundo
F r i e d e r i c h s , 1931).
Há cêrca de 1.500
Cicindelideos de tôdas as
regiões, dos quais, perto
274
INSETOS DO BRASIL
de 500 são da região Neotrópica. Nas figuras que apresento
v e e m - s e os m a i s c o m u n s , i n c l u s i v e O x y c h i l a t r i s t i s ( F a b r . ,
1875), um dos mais frequentemente
e n c o n t r a d o s do Rio de
J a n e i r o (fig. 5 6 ) . LACORDAIRE, a s s i n a l a n d o a e x t r e m a a g i l i d a d e do i n s e t o , q u e vive s ô b r e p e d r a s e a b e i r a dos rios, diz
que o mesmo não voa e produz forte ruído esfregando as
pernas nos bordos dos élitros.
F i g . 55 Ctenostoma ichneumon
D e j e a n , 1826 ( C o l l y r i n a e ,
Ctenostomini); 58, larva, vlsta lateral, cêrca de 7 X; 59 e 60,
p u p a , v i s t a v e n t r a l e l a t e r a l , c ê r c a d e 6,5 X ( D e Z i k a n , 1929).
Um
grupo
gião neotrópica,
gênero
Kirby,
de
Cicindelideos com muitas
geralmente
MegacephaIa
Latr.
1818 (fig. 57); M.
de cor m e t á l i c a
espécies na
re-
brilhante,
é o
(Tetracha
Hope)
(M.
brasiliensis
fulgida (Klug, 1834), etc.). Mega-
COLEOPTERA
cephala klugi Chaudoir,
1850, e n c o n t r a d a
275
na Amazônia
e re-
giões circunvisinhas, é de cor geral castanha
escura, com
mácula negra na metade posterior de cada élitro. É uma das
maiores espécies da região neotrópica, porém, ainda
é peque-
n a q u a n d o c o m p a r a d a c o m M a n t i c h o r a h e r c u l e a n a K l u g , de
Moçambique, que quasi atinge a 5 centímetros de comprimento, excluindo as mandíbulas.
F l g . 56 Oxychila tristis (Fabricius,
1775) ( C l c i n d e l i n a e - M e g a c e p h a l i n i )
(Lacerda fot.).
F i g . 57 Megacephala brasiliensis
( K i r b y , 1818) ( C i c i n d e l i n a e - M e g a cephalini) (Lacerda fot.).
Sobressae cm belesa, Euprosopus quadrinotatus L. &
D e j e a n , 1822, p e q u e n o b e s o u r o c o m p o u c o m a i s d e 2 c m s . d e
comprimento, de cor verde metálica brilhante, com duas máculas de cor amarela eburnea em cada élitro, a anterior maior.
A m a i o r p a r t e d o s C i c i n d e l i d e o s p e r t e n c e a s u b f a m í l i a Cic i n d e t i n a e . D a o u t r a s u b f a m í l i a ( C o l l y r i n a e ) só h á o g ê n e r o
276
INSETOS DO BRASIL
Ctenostoma Klug
(fig. 5 8 ) , c o m m u i t a s
espécies brasileiras,
desprovidas de asas, que mimetisam formigas
p o n e r i n a e , c o m a s q u a i s se a s s o c i a m .
da subfamília
Fig. 58 - C t e n o s o m a o r n a t u m K l u g , 1834 (Coll y r i n a e , C t e n o s t o m i n i ) (De K l u g , 1834)
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Monographie des Cicindélides ou exposé méthodique
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Zool. Anz., 82:269-414, 133 figs.
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(Haliplides Aubé,
J e a n n e l , 1941).
1836;
Haliplidae
Kirby,
1837;
Haliploideo
41. Caracteres - Besouros de alguns milímetros de comprimento,
corpo
ovalar,
convexo,
brilhante,
cor
parda
amarelada, as vêzes com pintas negras, elitros marcados de fortes
pontuações
alinhadas; escutelo invisível (fig. 59).
¹ De
(haliploos),
que
navega
sôbre o mar;
coberto
de água.
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