Jornal O Bandeirante Ano XXI - no 238 - Setembro de 2012 Publicação Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Estado de São Paulo - SOBRAMES-SP Globos luminosos, lurex e sarampo Josyanne Rita de Arruda Franco Médica Pediatra Presidente da Sobrames SP / Biênio 2011-2012 Então resolvi assistir vídeos antigos para passar o tempo e evocar caducas memórias afetivas inolvidáveis. Época em que os sonhos de futuro eram mais alicerçados nas fantasias do que nas possibilidades. Apesar da tecnologia quase rudimentar que estava ao alcance de cinegrafistas amadores (tios e padrinhos) a postos nas festinhas de 15 anos, foi possível reconhecer amigos de longa data nos jovens cheios de planos e grande energia para danças coreografadas, que copiavam os eternos embalos de sábado à noite. Rever parentes no auge da juventude, lembrar com doçura daqueles que já partiram para dançar nas discotecas celestes ao som de harpas e violinos, sorrir do pretendente cheio de espinhas adolescentes, disputado mais pela intelectualidade indiscutível que pelos volteios travolteanos, tudo isso é viagem risonha a um período de ingenuidade singular. E ali vão todos, em grupos, batendo palmas e pés em giros cronometrados e concatenados, meias de lurex brilhando nas sandálias abertas, jogos de luzes e o inesquecível som dos Bee Gees. E o que dizer do paletó branco que muito garoto usava só para ter o efeito luminoso fantástico das luzes estroboscópicas espostejando os movimentos e quase nos fazendo desmaiar? Um show sem igual, delírio coletivo entre as garotas. Antes da valsa, todos estavam muito alegres, suados e quase emparceirados, pois eram os únicos momentos possíveis para se estabelecer uma paquera e engatar um namorico fora dos bancos escolares, pelo menos para algumas mocinhas sob constante vigilância dos pais. Quando a debutante surgia encantadora no fundo da sala, todos os olhares se voltavam para ela, princesa única da noite, reverenciada pelos convivas extasiados. Pai e mãe, que ainda reinavam absolutos no centro da vida daquela menina que se apresentava para a sociedade, mal continham a emoção naquela noite enriquecida de símbolos e significados. Cada mocinha ali presente passava a sonhar com o dia da própria festa, a fantasiar a beleza de sua inesquecível noite de estreia social. Depois da valsa o que acontecia nas festas eu não sei, nunca fiquei além da meia-noite e meia... Nem eu nem minhas irmãs nos bailes das amigas. Quando fiz quinze anos, meu pai me presenteou com um lindo vestido branco que havia comprado para que eu usasse no baile da maravilhosa noite... Noite que para mim não aconteceu: eu estava ardendo em febre, com sarampo. A desforra foi nas festas de minhas irmãs nos dois anos seguintes, quando me esbaldei de verdade, sem ressentimentos nem lamentações, porque muita coisa linda e surpreendente aconteceu. Foi quando, enfim, fiquei sabendo o que acontecia depois da meia-noite e meia, findada a valsa... Mas aí já é outra história. 2 O BANDEIRANTE - Setembro de 2012 Às vésperas do XXIV Congresso da Sobrames faço conjeturas, vaticínio. Muitas coisas boas e algumas não tão boas podem acontecer. A reunião máxima dessa egrégora deve ser o ponto máximo do congraçamento entre nós. Aonde nossas habilidades literárias, conhecimentos, intelectualidade e erudição somados à amizade gestada, nascida e crescida nas reuniões regionais, jornadas e congressos anteriores são confirmadas e renovadas. Essa é parte boa. EXPEDIENTE Jornal O Bandeirante ANO XXI - no 238 - Setembro 2012 Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Estado de São Paulo SOBRAMES-SP. Sede: Rua Alves Guimarães, 251 - CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SP Telefax: (11) 3062-9887 / 3062-3604 Editores: Josyanne Rita de Arruda Franco e Carlos Augusto Ferreira Galvão. Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto (MTb 17.671-SP). Redação e Correspondência: Rua Francisco Pereira Coutinho, 290, ap. 121 A – V. Municipal – CEP 13201100 – Jundiaí – SP E-mail: [email protected] Tels.: (11) 4521-6484 Celular (11) 9937-6342. Colaboradores desta edição: Jacyra Funfas, Josef Tock, Josyanne Rita de Arruda Franco, Ligia Terezinha Pezzuto, Márcia Etelli Coelho, Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki, Simão Arão Pecher e Suzana Grunspun. Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de 1.000 exemplares PDF enviados por e-mail. Diretoria - Gestão 2011/2012 - Presidente: Josyanne Rita de Arruda Franco. Vice-Presidente: Luiz Jorge Ferreira. Primeiro-Secretário: Márcia Etelli Coelho. SegundoSecretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. PrimeiroTesoureiro: José Alberto Vieira. Segundo-Tesoureiro: Aida Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho Fiscal Efetivos: Hélio Begliomini, Carlos Augusto Ferreira Galvão e Roberto Antonio Aniche. Conselho Fiscal Suplentes: Alcione Alcântara Gonçalves, Flerts Nebó e Manlio Mário Marco Napoli. Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião da Sobrames-SP Editores de O Bandeirante Flerts Nebó – novembro a dezembro de 1992 Flerts Nebó e Walter Whitton Harris – 1993-1994 Carlos Luiz Campana e Hélio Celso Ferraz Najar – 1995-1996 Flerts Nebó e Walter Whitton Harris – 1996-2000 Flerts Nebó e Marcos Gimenes Salun – 2001 a abril de 2009 Helio Begliomini – maio a dezembro de 2009 Roberto A. Aniche e Carlos A. F. Galvão - 2010 Josyanne R. A. Franco e Carlos A.F. Galvão - janeiro 2011 A outra parte é a dissociação, o divórcio de ideias estimulado por individualismos que beiram um egoísmo maior que a própria entidade. Desejaria que essa não fosse vista como virtude. As vocações sobrâmicas são elevadas e têm outra direção. Participei apenas de quatro atividades da Sobrames em São Paulo, mais especificamente da Pizza Literária e da Jornada de Itu em 2011. Pude constatar que os valores mais caros, que citei acima, são observados sem restrições. Pois, que seja um modelo, entre outros, a ser seguido e até reverenciado. Que seus membros continuem a demonstrar a paixão com que vivem a literatura. Que transmitam aos mais jovens essa via de fecunda cultura. Que a inspiração de Eurico Branco Ribeiro e Gláucio Bandeira seja lembrada e preservada. — Arbor bona fructus bonos facit. A boa árvore dá bons frutos. Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki Presidentes da Sobrames – SP 1º. Flerts Nebó (1988-1990) 2º. Flerts Nebó (1990-1992) 3º. Helio Begliomini (1992-1994) 4º. Carlos Luiz Campana (1994-1996) 5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998) 6º. Walter Whitton Harris (1999-2000) 7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002) 8º. Luiz Giovani (2003-2004) 9º. Karin Schmidt Rodrigues Massaro (jan a out de 2005) 10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006) 11º. Helio Begliomini (2007-2008) 12º. Helio Begliomini (2009-2010) 13º. Josyanne Rita de Arruda Franco (2011-2012) Editores: Josyanne R. A. Franco e Carlos A.F. Galvão Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto Diagramação: Mateus Marins Cardoso Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica O Malho Assembleia Geral e pouca gente; é verdade que é gente brilhante, inclusive visitantes talentosos e simpaticíssimos de Ribeirão Preto – que cidade! E que movimento literário o deles... Não há como uma Pizza Literária deixar de cintilar. Mas os textos... Belos, mas... Socorro!...Longos... Ai, meu saco! CUPOM DE ASSINATURAS* Preço de 12 exemplares impressos: R$ 36,00 Nome:___________________________________________________________ End.completo: (Rua/Av./etc.) _______________________________________ ________________________________ nº. _______ complemento _________ Aniversário setembro: nesta data querida, nossos parabéns! Cidade:_____________ Estado:_____ E-mail:___________________________ Grátis: Além da edição impressa que será enviada por correio, o assinante receberá por e-mail 12 edições coloridas em arquivo digital (PDF) Alitta Guimarães Costa Reis---------- 14/09 Flerts Nebó------------------------------- 09/09 *Disponível para o público em geral e para não sócios da SOBRAMES-SP José Jucovsky----------------------------- 13/09 Preencha este cupom, recorte e envie juntamente com cheque nominal à SOBRAMES-SP para REDAÇÃO “O Bandeirante” R. Francisco Pereira Coutinho, 290, ap. 121 A - V. Municipal - CEP 13201-100 - Jundiaí - SP Marcos Gimenes Salun---------------- 15/09 Dê uma assinatura de “O BANDEIRANTE” de presente para um colega SUPLEMENTO LITERÁRIO O BANDEIRANTE - Setembro de 2012 Fatos e olhares Márcia Etelli Coelho Pizza Literária Na Pizza Literária do dia 20 de setembro, comemorou-se o aniversário da Sobrames São Paulo: 24 anos de convivência, jornadas, livros, premiações, alguns reveses e muita disposição de acertar. A reunião apresentou decoração festiva, com cores, doces e um delicioso bolo. Tudo para expressar a alegria de caminharmos juntos. A presença de dois poetas de Ribeirão Preto abrilhantou a noite e comprovou que a Sobrames acolhe, com carinho, todos os apreciadores da arte literária. Nova diretoria Por unanimidade, com transparência e democracia, nessa mesma Pizza Literária foi eleita a diretoria da Sobrames-SP para o biênio 2013-2014: Presidente: Dra. Josyanne Rita de Arruda Franco Vice Presidente: Dr. Carlos Augusto Ferreira Galvão Primeira Secretária: Dra. Márcia Etelli Coelho Segunda Secretária: Sra. Maria do Céu Coutinho Louzã Primeiro Tesoureiro: Dr. José Alberto Vieira Segunda Tesoureira: Sra. Aida Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini Conselho Fiscal Efetivo: Dr. Helio Begliomini Sr. Marcos Gimenes Salun Dr. Luiz Jorge Ferreira Conselho Fiscal Suplente: Dr. José Jucovsky Dr. Rodolpho Civile Dr. José Rodrigues Louzã A nova diretoria oficializará sua posse na Pizza Literária de dezembro e pretende nova gestão com interessantes projetos, incentivando profícua produção literária de seus membros e a colaboração e participação de todos os sobramistas com a querida regional, é claro. Prêmio Flerts Nebó Os textos em prosa apresentados nas Pizzas Literárias de julho de 2011 a agosto de 2012 já foram organizados e encaminhados para os avaliadores das ilustres Academias Literárias de Itu, Iperó e Jundiaí. A premiação está prevista para janeiro de 2013 em conjunto com a entrega do Prêmio Rodolpho Civile (Assiduidade) e Aldo Miletto (Melhor Desempenho). Vale a torcida. Lançamento de livro Carlos José Benatti lançou o livro “Zeitgeist – o Espírito da Época”, uma coletânea divertida de 160 cartuns, disponível no site www.clubedeautores.com.br. Vale a pena conferir. 3 4 O BANDEIRANTE - Setembro de 2012 SUPLEMENTO LITERÁRIO Perfil 2012 Sobrames-SP Sergio Perazzo Atuação: psiquiatra, psicodramatista, professor-supervisor didata da Sociedade de Psicodrama de São Paulo. Cidade de nascimento: Rio de Janeiro Comida preferida: churrasco, polvo, camarão, batatas. Esporte: esportes em geral, basquete em particular. Livro de cabeceira atual: “O escaravelho de ouro e outras histórias” de Edgar Allan Poe e “Os 100 melhores contos brasileiros do século” (XX). Filme: “Cinema Paradiso”, “Amacord”, “Gritos e sussurros”. Fim de semana: não cabe tudo que eu gosto, é preciso selecionar. Viagem inesquecível: Espanha, Maceió, Costa Rica, Disney com minha filha. Sonho: publicar meus livros de contos, crônicas e poesias e vê-los distribuídos nas livrarias. Intolerância: violência, corrupção e burocracia. Características pessoais: determinação, comunicação fácil e carinhosa, um tanto exigente brigando com a tolerância. Projeto futuro: viver a vida a cada dia. Filosofia de vida: há alguma que não se modifique? Complemento: o jazz de Duke Ellington, toda música de Jobim. SUPLEMENTO LITERÁRIO O BANDEIRANTE - Setembro de 2012 5 Para Roma com amor Suzana Grunspun Woody Allen nesse filme me agradou pela sua capacidade de nos propiciar com suas quatro histórias, de uma só vez, um mergulho atemporal, porém atual. A história inicial ele fez para si, mantendo sua necessidade de proporcionar ao expectador o compartilhar de suas aflições, impossíveis de serem elaboradas em análise ou terapias. Assim a arte o acalenta e revela a todos nós o limiar entre o desequilíbrio e o senso comum. O cantor de Ópera nos remete todo tempo para essa questão, enquanto os noivos e o casal de pais martelam na nossa cabeça o mundo globalizado e a tentativa de se conviver pseudopassivamente com culturas diferentes e tão bem delineadas pelo cineasta. A família classe média italiana, colocada realisticamente no seu simples cotidiano pode ser situada em qualquer cidade do nosso mundo ocidental. Choca, diverte, e mesmo quando nos coloca diante de fatos aparentemente superficiais e, ao mesmo tempo, sérios e comprometedores do caminhar da nossa cultura. Promove profunda reflexão e somos acometidos de uma tristeza profunda, quando gargalharmos diante da vítima do reality show, já tratado no cinema no filme a Vida de Truman. O encontro de um arquiteto de meia idade numa encruzilhada de Roma nos remete ao trágico, em todos os seus momentos. Absorvido pelas suas profundas reflexões acerca de sua trajetória, se retoma, dando-nos a impressão de que suas memórias podem levá-lo a recuperar o seu passado e reintegrá-lo no seu mundo atual. Percorre mitos, tange tragédias e passeia literalmente nas ruínas de Roma antiga à procura de novas representações, de uma adolescência longínqua, mas muito criativa e vivida intensamente. O episódio do casal que chega à metrópole nos absorve e intriga por completo até que somos, como as personagens, invadidos pela cidade agressiva que nos entra por todos os poros, sedução, sexo inesperado, assaltos que invadem nossas janelas; todos adentram em nossa intimidade. Nós nos enfraquecemos junto a eles, dificultando as discriminações a ponto de se perder referenciais. Ao se recuperarem do estado de confusão que os grandes centros provocam a todos, decidem voltar para o local de origem. Momento em que eles se tranquilizam e nos convidam a participar de uma retomada; usando as experiências de aprendizagem das aventuras em que foram envolvidos quase sem escolha própria. Todos os enredos não se entrelaçam pelo contínuo das histórias, mas tecem uma trama para quem assiste, facilitando uma catarse, peculiar em obras de artes significativas. Serra, motosserra, serra. Simão Arão Pecher A grande arma chegou, todo verde foi por terra. Larga, meu caboclo, larga esta motosserra. Amazônia dois mil, acabaram com teu pau-brasil. Tua restinga já virou caatinga. Ontem desaguaste em pororoca, No futuro serás uma simples rocha. Todo este verde, toda esta terra, Já vão indo no ronco da motosserra. Serra, serra, serra o vento, serra a vida. Acaba logo com a Amazônia querida. O poeta já não rima, o artista não mais pinta. Nos ares da noite não cantarás Matinta. Tudo agora é branco, é terra sobre terra. Só tem alango, mas ainda se escuta O gargalhar da motosserra. 6 O BANDEIRANTE - Setembro de 2012 SUPLEMENTO LITERÁRIO Jorge Amado e sua alma poética Josef Tock Jorge Amado, nascido em Itabuna, em 10 de agosto de 1912 e morto em Salvador, em 03 de agosto de 2001 foi um dos escritores brasileiros mais festejados do século XX. Além da alma ligada às coisas de sua Bahia, era um poeta nas entrelinhas. Um de seus primeiros livros editados era de poesia “A estrada do mar” em 1938. Livro raríssimo, que não se encontra. Valho-me nesta pequena homenagem ao escritor baiano de trechos de sua poesia encaixados nos textos de várias obras. Em Seara Vermelha O vento arrastou as nuvens, a chuva cessou e sob o céu novamente limpo crianças começam a brincar. Um cheiro de terra, poderoso, invadia tudo, entrava pelas casas, subia pelo ar. E uma silenciosa tranquilidade se estendeu sobre a fazenda, as árvores, os animais e os homens. Apenas as vozes álacres das crianças, pelos terreiros, cortavam a calma daquele momento: Chove, chuva chuverando Lava a rua do meu bem... Vestidas de trapos sujos, algumas nuas, barrigudas e magras, as crianças brincavam de roda. Farrapos de nuvens perdiam-se no céu de um azul claro onde primeiras e leves sombras anunciavam o crepúsculo. Dos “Capitães de areia” A cidade dormiu cedo. A lua ilumina o céu, vem a voz de um negro do mar em frente. Canta a amargura da sua vida desde que a amada se foi. No trapiche as crianças já dormem. Então, a luz da lua se estendeu sobre todos, as estrelas brilharam ainda mais no céu, o mar ficou todo manso. (talvez que Iemanjá tivesse vindo também a ouvir música) e a cidade era como que um grande carrossel onde giravam em invisíveis cavalos os Capitães de Areia. Em “ABC de CASTRO ALVES” A praça do povo, amiga, como o céu é do condor. A praça é do povo, é o seu campo de batalha, onde ele protesta e luta. Não vistes ainda a multidão se agitar na praça como um mar em tormenta que destrói navios e invade o cais? No tempo do poeta Castro Alves Os negros eram escravos comprados em leilões, Mercadoria que se vendia, trocava e explorava. E em troca de tudo que eles deram ao branco Sua força, seu suor suas mulheres e filhos. A maciez de sua fala que adoçou a nossa fala, Sua liberdade, O branco lhe quis dar apenas, Além do chicote, os deuses que possuía. Em Dona Flor e seus dois maridos A viração desatava os cabelos lisos e negros de Flor, Punha-lhe o sol azulados reflexos. No barulho das ondas e no embalo do vento Em Jubiabá Grandes canoas imóveis sobre a água parada. Os saveiros, velas arriadas, dormiam na escuridão No seu poema abaixo transborda toda sua originalidade. “O mundo só vai prestar Para nele se viver No dia em que a gente ver Um gato maltês casar Com um alegre andorinha Saindo os dois a voar O noivo e sua noivinha Dom Gato e Dona Andorinha”. E termino esta modesta homenagem com esta frase de Jorge Amado “A sorte me acompanha, tenho corpo fechado, a inveja, a intriga não me amarra os pés, sou imune ao mau olhado”. SUPLEMENTO LITERÁRIO O BANDEIRANTE - Setembro de 2012 7 Qual o tamanho de nossa “pegada”? Ligia Terezinha Pezzuto Vejo situações tão díspares em nossa sociedade. Uns preocupados em fazer o bem, em usar a criatividade a fim de encontrar soluções para os problemas de toda uma comunidade, como é o caso dos centros de captação dos materiais recicláveis, os cuidados com a preservação da fauna e flora em extinção, a parceria do homem branco com os índios para a aprendizagem sobre os recursos naturais, seja para fabricação de remédios, seja para novas fontes de alimentação. Outros, ao contrário, usando sua criatividade para planejar e fazer o mal, lesando seu semelhante, como os fatos amplamente divulgados de corrupção, desvio de dinheiro público, formação de quadrilhas, assassinatos, os hackers, infestando nossos computadores com vírus cada vez mais potentes. Se usassem toda essa energia para o bem, muitas soluções para os problemas que a humanidade enfrenta nos dias atuais seriam encontradas, quer em relação à preservação do meio ambiente, quer para se diminuir as diferenças sociais. O mundo estaria melhor, mais bem cuidado e novamente em equilíbrio. Sim, pois com toda essa desordem, mesmo que os tsunamis sejam naturais, o buraco na camada de ozônio não o é, assim como a eliminação constante de fumaça na atmosfera, o aumento do lixo atômico e a descarga de materiais não biodegradáveis nos rios e mares tornando nosso ambiente, que deveria ser cuidado como nossa Casa, um grande lixão. Com isso tudo, nossos semelhantes, verdadeiramente no que se assemelham a nós? No uso indiscriminado dos recursos naturais como a água? Na contribuição para poluir o solo com o consumismo exagerado e muitas vezes supérfluo de tantos itens de uso pessoal, aumentando nossa pegada ecológica? Para quem ainda não sabe, todos nós deixamos nossa marca no planeta, chamada pelos estudiosos de “pegada ecológica”. Ela é tanto maior quanto maior for o desperdício que fizermos, quanto maior o nosso uso incorreto dos recursos da natureza, quanto maior o nosso estrago do meio ambiente (solo, rios, mares, ar, fauna, flora). Já paramos para pensar qual o tamanho da “nossa” pegada? Estamos usando nosso potencial para o equilíbrio ou para a desordem? Estamos contribuindo para um planeta saudável ou doente? As grandes mudanças começam com pequenas atitudes. Pensemos nisso. Minha humilde homenagem aos colegas e professores Jacyra Funfas Alguém precisa dizer, Alguém precisa falar, Alguém precisa saber, Alguém precisa ensinar. Esse Alguém, também chamado Mestre, “cara”, Professor, Nem sempre é considerado, Embora, tenha seu valor. No trabalho desgastante, Para se equilibrar, Usa força de gigante, Numa luta sem parar. Aos alunos se afeiçoa Num crescente ideal, E, com um lírico entoa O seu trabalho imortal. À vezes, chega a sentir, Que é gente, poeta, herói, Quando, lembrado, o mundo diz: “PROFESSOR VOCÊ CONSTRÓI”! 8 SUPLEMENTO LITERÁRIO O BANDEIRANTE - Setembro de 2012 Quem é? Quem é? (Resposta da edição de agosto) Nosso prestigiado, querido e laureado confrade poeta Alcione Alcântara Gonçalves, da cidade de Tupã. Lembretes e notas de rodapé Nossas Pizzas Literárias: terceiras 5as feiras do mês, Rua Oscar Freire, 1.597, piso superior da Pizzaria Bonde Paulista, a partir das 19h30. Nosso blog: http://sobramespaulista.blogspot.com Nosso e-mail: [email protected] Endereços eletrônicos da diretoria: [email protected] (presidente). [email protected] (secretária). [email protected] (tesoureiro). Eventos da Sociedade no calendário 2012 •Próxima Pizza Literária: dia 18 de Outubro. •Congresso SOBRAMES em Curitiba-PR: 11, 12 e 13 de outubro (Hotel Bourbon) •Coletânea SOBRAMES-SP (Décima Segunda Fornada): 07 de novembro (APM) •Posse da nova diretoria SOBRAMES-SP: 13 de dezembro (Pizza de Natal) Dr. Carlos Augusto Galvão Psiquiatria e Psicoterapia Rua Maestro Cardim, 517 Paraíso – Tel: 3541-2593 longevità REVISÃO de textos em geral Nutricionista * RPG Rua Maria Amélia L. de Azevedo, 147 - 1o. andar Walter Whitton Harris Cirurgia do Pé e Tornozelo Ortopedia e Traumatologia Geral CRM 18317 Av. Pacaembu, 1.024 01234-000 - São Paulo - SP Tel.: 3825-8699 Cel.: 9932-5098 Para anunciar em nosso Boletim Literário O Bandeirante, entre em contato conosco. Ligia Pezzuto Especialista em Língua Portuguesa (11) 3864-4494 ou 8546-1725 (11) 3531-6675 Estética facial, corporal e odontológica * Massagem * Drenagem * Bronze Spray * Anuncie Aqui PUBLICIDADE TABELA DE PREÇOS 2009 (valor do anúncio por edição) 1 módulo horizontal 2 módulos horizontais 3 módulos horizontais 2 módulos verticais 4 módulos 6 módulos Outros tamanhos R$ 30,00 R$ 60,00 R$ 90,00 R$ 60,00 R$ 120,00 R$ 180,00 sob consulta [email protected] Terminou de escrever seu livro? Então publique! Nesta hora importante, não deixe de consultar a RUMO EDITORIAL. Publicações com qualidade impecável, dedicação, cuidado artesanal e preço justo. Você não tem mais desculpas para deixar seu talento na gaveta. [email protected] (11) 9182-4815