INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO
Avaliação Externa das Escolas
Relatório de escola
Agrupamento de Escolas
Moinhos da Arroja
ODIVELAS
Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo da IGE
Datas da visita: 17, 18 e 21 de Março de 2011
I – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de
avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos
ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a
auto-avaliação e para a avaliação externa.
Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um
Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio),
a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da
Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional
de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no
modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a
IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como
sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de
Julho.
O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do
Agrupamento de Escolas Moinhos da Arroja – Odivelas, na sequência
da visita efectuada em 17, 18 e 21 de Março de 2011.
Os capítulos do relatório – Caracterização do Agrupamento,
Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e
Considerações Finais – decorrem da análise dos documentos
fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização
de entrevistas em painel.
Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o
Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão
e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos,
bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa
oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos
de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação
com a administração educativa e com a comunidade em que se
insere.
A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de
colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na
preparação e no decurso da avaliação.
O texto integral deste relatório está disponível
no sítio da IGE na área
Avaliação Externa das Escolas 2010-2011
E S C A L A D E A V ALI A Ç Ã O
Níveis de classificação dos
cinco domínios
MUITO BOM – Predominam os
pontos fortes, evidenciando uma
regulação sistemática, com base
em
procedimentos explícitos,
generalizados e eficazes. Apesar
de alguns aspectos menos
conseguidos,
a
organização
mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem
proporcionado um impacto muito
forte na melhoria dos resultados
dos alunos.
BOM – A escola revela bastantes
pontos fortes decorrentes de uma
acção intencional e frequente,
com base em procedimentos
explícitos e eficazes. As actuações
positivas são a norma, mas
decorrem muitas vezes do
empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas
têm proporcionado um impacto
forte na melhoria dos resultados
dos alunos.
SUFICIENTE – Os pontos fortes e os
pontos
fracos
equilibram-se,
revelando uma acção com alguns
aspectos positivos, mas pouco
explícita e sistemática. As acções
de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e
envolvem áreas limitadas da
escola. No entanto, essas acções
têm um impacto positivo na
melhoria dos resultados dos
alunos.
INSUFICIENTE – Os pontos fracos
sobrepõem-se aos pontos fortes. A
escola não demonstra uma
prática coerente e não desenvolve
suficientes acções positivas e
coesas. A capacidade interna de
melhoria é reduzida, podendo
existir alguns aspectos positivos,
mas pouco relevantes para o
desempenho global. As acções
desenvolvidas têm proporcionado
um impacto limitado na melhoria
dos resultados dos alunos.
Agrupamento de Escolas Moinhos da Arroja – Odivelas
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II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO
O Agrupamento de Escolas Moinhos da Arroja, localizado no Bairro da Arroja, concelho de Odivelas, é constituído
pelo Complexo Escolar Isabel de Portugal, que integra as escolas EB2,3 Moinhos da Arroja (Escola-Sede) e
EB1/JI de Porto Pinheiro, e pelas escolas EB1/JI n.º 7 de Odivelas e o JI da Arroja. Serve uma população
proveniente de agregados familiares ligados maioritariamente ao sector terciário – Empregados de Escritório e
Pessoal dos Serviços Directos e Particulares, de Protecção e Segurança. Quanto à formação académica dos
encarregados de educação, 7,4% possui formação superior, 21,8% possui o 12.º ano de escolaridade, 35,5% os
2.º e 3.º ciclos, 13,3% o 1.º ciclo, 21,0% possui habilitação desconhecida ou outra e 1% não possui habilitações.
Frequentam a educação pré-escolar 216 crianças e o ensino básico 963 alunos – 421 o 1.º ciclo, 300 o 2.º e
242 o 3.º ciclo. Beneficiam de auxílios económicos, no âmbito da Acção Social Escolar, 531 alunos (55,1%), dos
quais 291 são abrangidos pelo escalão A e 240 pelo escalão B. Possuem computador e Internet em casa 68,4%
dos alunos e 11% são estrangeiros.
O corpo docente é constituído por 111 profissionais, com a faixa etária mais representativa situada entre os 30
e os 40 anos (49,5%). Da totalidade dos docentes, 63 (56,8%) pertencem ao quadro de Agrupamento, 2 (1,8%)
ao quadro de zona pedagógica e 46 (41,4%) são contratados. Permanecem no Agrupamento, há mais de 5
anos, 76 docentes (68,5%). Quanto ao pessoal não docente, 42 trabalhadores pertencem aos quadros da
autarquia, uma técnica superior (psicóloga), ao quadro do Ministério da Educação e seis trabalhadores estão
colocados ao abrigo do Programa Contrato de Emprego e Inserção. Permanecem no Agrupamento, há mais de 5
anos, 28 (57,1%) destes trabalhadores. A faixa etária entre os 40 e 50 anos (40,8%) é a mais representativa.
III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
1. Resultados
BOM
A análise dos dados disponibilizados pelo Agrupamento relativos aos resultados académicos mostra que, no 1.º
ciclo, a taxa de sucesso se situou sempre abaixo da média nacional, no 2.º ciclo abaixo em 2007-2008 e 20092010 e acima em 2008-2009 e no 3.º ciclo abaixo em 2007-2008 e acima nos anos seguintes. Nas provas de
aferição do 4.º ano em Língua Portuguesa as classificações iguais ou superiores a Satisfaz registaram valores
acima da média nacional nos dois primeiros anos do triénio e abaixo no ano seguinte, enquanto em Matemática
os valores foram abaixo da média nacional, em 2008 e acima nos dois anos subsequentes. Já nas provas de
aferição do 6.º ano, os resultados em Língua Portuguesa foram acima da média nacional nos dois primeiros
anos e abaixo em 2010, enquanto em Matemática foram sempre abaixo. Nos exames nacionais do 9.º ano, os
valores registados no triénio em Língua Portuguesa foram iguais à média nacional nos dois primeiros anos e
abaixo em 2010, enquanto em Matemática foram iguais em 2008 e abaixo nos dois anos seguintes. O
Agrupamento tem, identificadas, as disciplinas com maiores taxas de insucesso e definiu estratégias de
superação. A taxa de abandono tem valor nulo.
Os alunos conhecem o Regulamento Interno e participam em actividades onde é promovido o espírito de
solidariedade, o desenvolvimento cívico e o respeito pelos valores democráticos. As qualidades humanas dos
alunos são reconhecidas através da atribuição de prémios de mérito.
As principais regras de funcionamento do Agrupamento são do conhecimento dos alunos e estes, de uma
maneira geral, cumprem-nas. Existem, por vezes, algumas atitudes mais irreverentes, mas que não colocam em
causa o bom ambiente existente. O tratamento dessas situações passa pela actuação imediata de docentes e
não docentes, com recurso ao diálogo, facilitado pelo bom relacionamento entre todos. É de realçar também o
trabalho desenvolvido no Gabinete de Apoio ao Aluno e nos projectos de Mediação Escolar e Mediadores de
Comportamento. Numa vertente preventiva foram ainda criadas tutorias e implementados diversos clubes que
promovem o desenvolvimento cívico.
O Agrupamento diligencia para que as aprendizagens sejam valorizadas junto dos alunos e das famílias, tendo
vindo a desenvolver um trabalho de integração, desde a educação pré-escolar, de crianças da comunidade
cigana, como medida preventiva para o abandono escolar. Os resultados académicos dos alunos são
reconhecidos através do Quadro de Excelência.
Agrupamento de Escolas Moinhos da Arroja – Odivelas
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2. Prestação do serviço educativo
SUFICIENTE
Em alguns projectos e actividades, nomeadamente do 1.º ciclo e das Bibliotecas Escolares e no projecto
Educação para a Saúde e Educação Sexual é notória uma articulação curricular transversal. A gestão vertical do
currículo não é desenvolvida de forma sistemática e estruturada, comprometendo a sequencialidade das
aprendizagens. Nas actividades da componente de apoio à família e nas actividades de enriquecimento
curricular não é visível uma articulação, respectivamente, com as orientações curriculares da educação préescolar nem com os programas do 1.º ciclo ou com as disciplinas do 2.º ciclo. É efectuada a reflexão dos
resultados e são propostas as estratégias de superação mais adequadas às características dos alunos e às
competências a desenvolver. As actividades de esclarecimento, orientação vocacional e apoio aos alunos são
efectuadas através de articulação entre os directores de turma e o Serviço de Psicologia e Orientação.
O acompanhamento da prática lectiva é efectuado trimestralmente, embora a supervisão interna da prática
lectiva se restrinja à avaliação do desempenho docente. A elaboração de matrizes e a aplicação de instrumentos
de avaliação comuns não é uma prática generalizada, o que retira alguma confiança na avaliação interna e nos
resultados. Tendo em vista a prossecução das metas do Projecto Educativo, é realizado algum trabalho
colaborativo e reflexivo entre docentes e/ou equipas de docentes inter e intra-ciclos, mas que ainda não
produziu a eficácia desejada. A adopção de procedimentos comuns de actuação e de operacionalização de
estratégias está patente nos projectos curriculares de turma.
Os alunos com necessidades educativas especiais são apoiados pelos docentes de educação especial e pela
psicóloga do Serviço de Psicologia e Orientação que trabalham em estreita colaboração e de forma articulada
com os professores e directores de turma, os encarregados de educação e os profissionais das várias
instituições com as quais foram estabelecidas parcerias. Aos alunos com dificuldades de aprendizagem são
disponibilizadas aulas de apoio e tutorias. As medidas educativas adoptadas para melhorar o sucesso dos
alunos sujeitos a planos de recuperação e de acompanhamento não têm sido eficazes. No âmbito dos apoios
colaboram com o Agrupamento várias entidades, facto que se tem revelado uma mais-valia para o serviço
prestado aos alunos.
A oferta educativa abrange as componentes activas, culturais, sociais, artísticas e desportivas. Destaca-se o
projecto Educação para a Saúde e Educação Sexual e o trabalho desenvolvido nas Bibliotecas Escolares, cujas
actividades contribuem para a valorização das aprendizagens. A visita à Futurália proporciona aos alunos o
conhecimento do mundo do trabalho.
3. Organização e gestão escolar
BOM
O Projecto Educativo tem definido as metas, os objectivos e as estratégias de actuação. O Projecto Curricular
tem a sua acção limitada por não contemplar a gestão do currículo e, à semelhança do Plano Anual de
Actividades, não responde às metas e objectivos do Projecto Educativo. A falta de articulação entre estes
documentos condiciona a sua acção como instrumentos de gestão. As actividades desenvolvidas na Área de
Projecto e na Formação Cívica revelam um carácter interdisciplinar e transversal. O Regulamento Interno contou
com a participação de todos os elementos da comunidade na sua elaboração, à excepção dos alunos.
A distribuição do serviço docente respeita critérios de natureza pedagógica sendo mantidos as equipas de
docentes e o cargo de director de turma durante o ciclo de ensino. A gestão do pessoal não docente tem em
atenção o perfil, as competências e as necessidades do serviço, estando garantido o funcionamento de todos os
sectores. O plano de formação docente e não docente está de acordo com as necessidades diagnosticadas.
Os estabelecimentos possuem níveis de qualidade e quantidade de equipamento adequado ao desenvolvimento
da acção educativa, embora a instalação da rede informática e de videoprojectores, na Escola-Sede, ainda não
se encontrem concluídos, o que limita a sua utilização e não permite que seja utilizado o sistema de cartão do
aluno. As Bibliotecas Escolares constituem espaços amplos, acolhedores e potenciadores de variadíssimas
actividades com interesse reconhecido pela comunidade escolar e com efeitos positivos nas aprendizagens dos
alunos. O Agrupamento revela alguma dinâmica na captação de receitas próprias.
Os encarregados de educação estão organizados numa única Associação que se constitui como importante
parceiro ao colaborar activamente na resolução de problemas e na dinamização de actividades no
Agrupamento. Os docentes titulares de grupo e de turma e os directores de turma intervêm na promoção de
Agrupamento de Escolas Moinhos da Arroja – Odivelas
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uma relação de proximidade com os encarregados de educação, existindo a preocupação de os coresponsabilizar pelos resultados escolares e de os implicar de modo mais activo nos percursos dos seus
educandos. A cooperação das entidades locais na vida escolar, em particular a autarquia, tem sido
determinante na concretização das acções previstas no Plano Anual de Actividades.
Os princípios de equidade e justiça estão patentes na promoção da igualdade de oportunidades e na inclusão
socioescolar.
4. Liderança
BOM
A visão estratégica assenta, fundamentalmente, na promoção do sucesso educativo através da melhoria da
qualidade das aprendizagens, da relação com o meio, da formação da comunidade educativa e na
diversificação da oferta. As metas estabelecidas são claras, embora não estejam expressos indicadores para a
sua avaliação. A direcção equaciona a abertura de cursos de educação e formação e de percursos curriculares
alternativos. O Agrupamento é reconhecido pela quantidade das parcerias celebradas, pelo bom clima educativo
existente, resultante de um salutar relacionamento interpessoal e pelo profissionalismo de todos os que nele
trabalham.
A Directora e os restantes órgãos e estruturas conhecem a sua esfera de acção e têm uma visão de conjunto do
Agrupamento e dos seus contextos. São discutidos os vários aspectos da vida escolar, verificando-se autonomia
e complementaridade nas acções e decisões decorrentes da especificidade de cada órgão, sendo respeitado o
princípio da subsidiariedade. Todos os membros da comunidade escolar revelam motivação e empenho,
atitudes que contribuem para o bom funcionamento e clima educativo existente.
A abertura à inovação está patente no trabalho desenvolvido para prevenir situações e comportamentos de
risco, exclusão social, absentismo, insucesso e abandono escolar, bem como na abordagem da temática da
sexualidade de forma articulada, desde a educação pré-escolar até ao 9.º ano.
Com vista à melhoria da prestação do serviço educativo o Agrupamento estabeleceu parcerias e protocolos com
diversas entidades e aderiu a diversos projectos de âmbito local, nacional e internacional.
5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento
SUFICIENTE
São desenvolvidos desde há vários anos procedimentos auto-avaliativos dispersos, ligados sobretudo aos
resultados dos alunos e a algumas actividades do Plano Anual de Actividades. Em Janeiro de 2010 foi criada
uma equipa que, recorrendo ao modelo Common Assessment Framework, implementou um processo de autoavaliação com carácter intencional e estruturado que lhe permitiu fazer o diagnóstico organizacional do
Agrupamento. O relatório daí resultante identificou os pontos fortes e os aspectos a melhorar, mas só agora
estão a ser elaborados os planos de acção de melhoria. Este processo auto-avaliativo, apesar de já revelar
alguma consistência, ainda não é sistemático, pelo que não está garantida a sua continuidade.
Os responsáveis conhecem as debilidades do Agrupamento e têm vindo a desenvolver estratégias para
ultrapassar os problemas detectados, algumas já com efeitos visíveis. Têm identificado e aproveitado algumas
das oportunidades que se lhes apresentam, como a adesão aos muitos projectos promovidos pela autarquia e a
exploração das parcerias celebradas. Também identificam os constrangimentos que podem comprometer o
cumprimento dos seus objectivos, ligados ao facto de não terem ainda sido activadas todas as potencialidades
relativas ao Plano Tecnológico da Educação. Pelo trabalho já efectuado, e desde que seja garantida a
continuidade do processo de auto-avaliação, tudo indicia que esteja assegurada a sustentabilidade do
progresso.
Agrupamento de Escolas Moinhos da Arroja – Odivelas
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IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR
1. Resultados
1.1 Sucesso académico
Os registos de avaliação dos progressos das aprendizagens das crianças da educação pré-escolar são
transmitidos oralmente aos encarregados de educação (EE), no termo dos 1.º e 2.º períodos e, por escrito, no
final do ano lectivo. Analisando os dados disponibilizados relativos aos resultados académicos, referentes ao
triénio 2007-2008 a 2009-2010, constata-se que, no 1.º ciclo, a taxa de sucesso (transição/conclusão) evoluiu
positivamente nos dois primeiros anos com valores de 92,6% e 94,7%, diminuindo ligeiramente em 2009-2010
para 93,6%. Estes valores situam-se sempre abaixo da média nacional (96,2%, 96,1%, 95,8%). Nas provas de
aferição do 4.º ano, em Língua Portuguesa, as classificações iguais ou superiores a satisfaz, são de 90,5%,
93,5% e 88,6%, com valores acima da média nacional nos dois primeiros anos, respectivamente de +1,0% e
+3,3% e abaixo no ano seguinte, em -3,0%. Em Matemática, registaram-se valores de 89,5%, 89,8% e 91,0%,
abaixo da média nacional, em 2008, em -1,3% e acima nos dois anos seguintes em +1,7% e +2,1%. No 2.º ciclo,
a taxa de sucesso com valores de 85,1%; 96,2% e 86,0% situa-se abaixo da média nacional, em 2007-2008 e
2009-2010, e acima em 2008-2009 (91,6%, 92,0%, 91,9%). Nas provas de aferição do 6.º ano, os resultados
positivos foram em Língua Portuguesa de 93,6%, 91,4% e 79,8%, valores acima da média nacional, nos dois
primeiros anos, respectivamente em +0,2% e +3,0%, e abaixo em 2010, em -8,6%. Em Matemática, os valores
registados de 73,3%, 68,0% e 61,4% situam-se abaixo da média nacional em -8,5%; -10,7% e -15,5%. No 3.º
ciclo, a taxa de sucesso apresenta valores de 84,3%, 87,0% e 87,0%, abaixo da média nacional em 2007-2008
e acima nos dois anos seguintes (85,3%, 85,3%, 85,2%). Nos exames nacionais do 9.º ano, os valores
registados no triénio em Língua Portuguesa foram de 3,3, 3,0 e 2,8, iguais à média nacional nos dois primeiros
anos e abaixo da mesma, em 2010, em -0,2. Em Matemática, registaram-se valores de 2,9, 2,8 e 2,6, igual à
média nacional em 2008 e abaixo nos dois anos seguintes em -0,2 e -0,2. Os órgãos de direcção, administração
e gestão e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica comparam os resultados das
provas de aferição e dos exames de 9.º ano com os nacionais e com os das outras escolas do concelho,
concluindo terem de melhorar, sobretudo ao nível da Matemática.
As disciplinas com maior taxa de insucesso no triénio são Matemática, Língua Portuguesa, Inglês, Físico-Química
e História. Para melhorar os resultados, foram definidas estratégias de superação, nomeadamente a atribuição
de mais tempos de apoio educativo, o Estudo Acompanhado dedicado à Língua Portuguesa (5.º e 6.º anos) e à
Matemática (do 5.º ao 9.º ano), sensibilização para a frequência da Sala de Estudo, adesão ao programa de
Português Língua Não Materna, criação dos ateliês de Matemática e de Língua Portuguesa (logo no 1.º ciclo),
criação dos Clubes das Ciências (Ciências Naturais e Físico-Química) e do Jornalismo, candidatura ao concurso
Entre Palavras do Diário de Notícias, candidatura à Rede Nacional de Bibliotecas Escolares e adesão ao Plano
da Matemática II e ao Plano Nacional de Leitura (PNL). A taxa de abandono tem valor nulo.
1.2 Participação e desenvolvimento cívico
Os alunos têm conhecimento do Regulamento Interno (RI) e foram consultados, enquanto respondentes, a
inquéritos por questionário sobre o grau de satisfação em relação ao Agrupamento e aos serviços que presta, no
âmbito do processo de auto-avaliação institucional. Contudo, não foram envolvidos na elaboração dos
documentos estruturantes. A Directora reúne com os delegados de turma sempre que necessário, para
auscultá-los sobre os aspectos que consideram que estão bem ou que necessitam de ser melhorados. De igual
forma, os directores de turma (DT) são receptivos a ouvi-los e promovem, no âmbito da Formação Cívica,
assembleias de turma onde são debatidos, entre outros, os valores de solidariedade e do respeito pela
diferença, promovido o diálogo e a reflexão sobre experiências vividas e onde são debatidas opiniões e tomadas
decisões, com respeito pelos valores democráticos. Os alunos participam na multiplicidade de actividades e
projectos desenvolvidos, na promoção do desenvolvimento cívico e do trabalho em equipa, para consolidação
do espírito de pertença. Em algumas turmas os temas da Área de Projecto são propostos pelos alunos.
Anualmente, é atribuído o prémio de Mérito onde são reconhecidos os alunos que se distinguem pelas suas
qualidades humanas. Em parceria com a Câmara Municipal de Odivelas são atribuídas medalhas de mérito
desportivo àqueles que se distinguem em provas desportivas.
Agrupamento de Escolas Moinhos da Arroja – Odivelas
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1.3 Comportamento e disciplina
As principais regras de funcionamento do Agrupamento, constantes do RI, são facultadas aos alunos no início de
cada ano lectivo e são objecto de análise e reflexão nas aulas de Formação Cívica. De maneira geral, estes
cumprem-nas, embora existam algumas atitudes irreverentes que, por vezes, culminam em procedimento
disciplinar (10 alunos em 2008-2009, 34 em 2009-2010 e 14 em 2010-2011). Contudo, é opinião
generalizada que não são situações graves e não constituem um problema preocupante, pois não colocam em
causa o bom ambiente existente. O tratamento dessas situações passa pela actuação imediata de docentes e
não docentes, com recurso ao diálogo, facilitado pelo bom relacionamento entre todos. Noutras situações em
que se torna necessário outro tipo de actuação, o aluno é encaminhado para a Sala de Estudo ou Biblioteca
Escolar (BE), para cumprir uma tarefa determinada pelo docente, regressando no final da aula para dar conta do
seu cumprimento. Paralelamente, é enviado um documento ao DT relatando o sucedido, sendo dado
conhecimento ao respectivo EE. É de realçar também o trabalho desenvolvido pelo Gabinete de Apoio ao Aluno
(GAA), integrado no projecto Educação para a Saúde e Educação Sexual, pelo projecto Mediação Escolar
constante no projecto Sucesso Educativo e Integração (SEI), com o envolvimento das famílias na resolução de
casos problemáticos e pelo projecto Mediadores de Comportamento, que procura actuar sobre questões de
natureza disciplinar logo no 1.º ciclo. Numa vertente preventiva, foram ainda criadas tutorias e implementados
diversos clubes que promovem o desenvolvimento cívico.
1.4 Valorização e impacto das aprendizagens
Os saberes e as aprendizagens são pouco valorizadas por alguns alunos e famílias que evidenciam baixas
expectativas escolares. Os professores titulares de turma e os DT actuam junto dos EE, sensibilizando-os para a
importância da escolarização na futura vida profissional dos seus educandos. Nesta linha de actuação, tem
vindo a ser desenvolvido um trabalho de integração, desde a educação pré-escolar até ao 9.º ano, de crianças
da comunidade cigana, como medida preventiva do abandono escolar. A criação do Quadro de Excelência que
premeia os resultados académicos; a adesão a diversos projectos e concursos locais promovidos pela autarquia;
a participação em competições desportivas e a divulgação de notícias do Agrupamento no jornal escolar
Cabeças de Vento e nos blogs de turma e das BE concorrem para a valorização e impacto das aprendizagens
junto das famílias e comunidade local.
2. Prestação do serviço educativo
2.1 Articulação e sequencialidade
Em alguns projectos e actividades, nomeadamente do 1.º ciclo e das BE e no projecto Educação para a Saúde e
Educação Sexual, é notória uma articulação curricular transversal. A gestão vertical do currículo não é
desenvolvida de forma sistemática e estruturada, comprometendo a sequencialidade das aprendizagens,
embora seja privilegiada a aplicação da avaliação diagnóstica e a continuidade das turmas e das equipas
pedagógicas, durante o ciclo de estudos. De igual forma, não é visível uma articulação das actividades da
componente de apoio à família com as orientações curriculares da educação pré-escolar, nem das actividades
de enriquecimento curricular (AEC) com os programas do 1.º ciclo ou das disciplinas de Inglês, Educação
Musical e Educação Física do 2.º ciclo. As planificações de longo e de médio prazo são elaboradas em pequenos
grupos, por ano/disciplina, e é promovida a partilha e troca de materiais, sendo igualmente utilizado, para esse
efeito, o correio electrónico e pequenas reuniões informais. No final de cada período e de cada ano lectivo os
órgãos de administração e gestão e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica procedem
à reflexão sobre os resultados e propõem as estratégias de superação mais adequadas às características dos
alunos e às competências a desenvolver, nomeadamente apoio educativo, o Ateliê da Matemática e as tutorias.
As actividades de esclarecimento, orientação vocacional e apoio aos alunos são efectuadas através de
articulação entre os DT e o Serviço de Psicologia e Orientação (SPO).
2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula
O acompanhamento da prática lectiva é efectuado trimestralmente pelos coordenadores e subcoordenadores
de departamento, através da monitorização do cumprimento dos programas. A supervisão interna da prática
Agrupamento de Escolas Moinhos da Arroja – Odivelas
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lectiva restringe-se à avaliação do desempenho docente, embora em situações de eventuais dificuldades os
coordenadores prestem o devido apoio. A confiança na avaliação interna e nos resultados não é totalmente
assegurada, visto que a elaboração de matrizes comuns para os instrumentos de avaliação e a aplicação dos
mesmos testes não é uma prática generalizada em todos os departamentos e grupos de recrutamento. Tendo
em vista a prossecução das metas do Projecto Educativo (PE), é realizado, em tempos comuns, entre docentes
e/ou equipas de docentes inter e intra-ciclos, algum trabalho colaborativo e reflexivo, mas que ainda não
produziu a eficácia desejada. A adopção de procedimentos comuns de actuação e de operacionalização de
estratégias está patente nos projectos curriculares de turma (PCT). Os critérios de avaliação contemplam as
aprendizagens de carácter transversal e de natureza instrumental, nomeadamente no âmbito da educação para
a cidadania, da compreensão e expressão em Língua Portuguesa e da utilização das tecnologias de informação
e comunicação (TIC).
2.3 Diferenciação e apoios
Os alunos com necessidades educativas especiais (NEE) são apoiados pelos quatro docentes de educação
especial e pela psicóloga do SPO, que trabalham em estreita colaboração e de forma articulada nos processos
de avaliação e no acompanhamento de cada aluno com os professores e os DT, os EE e os profissionais das
várias instituições com as quais foram estabelecidas parcerias. Estão identificados, no presente ano lectivo, 73
alunos com NEE, sendo 30 do 1.º ciclo, 24 do 2.º e 19 do 3.º. A taxa de sucesso destes alunos, no triénio, foi de
77,1%, 97,8% e 89,1, no 1.º ciclo, 85,7%, 100% e 90%, no 2.º, e 87,7%, 72,2% e 94,4%, no 3.º.
Para combater o insucesso são disponibilizados, no 1.º ciclo, para todos os alunos, os ateliês de Língua
Portuguesa e de Matemática e aulas de apoio para 24 alunos do 2.º ciclo e para 19 do 3.º.
Beneficiam de tutoria 14 alunos (um do 1.º ciclo, sete do 2.º e seis do 3.º) e de Português Língua Não Materna
11 alunos (um do 1.º ciclo, três do 2.º e sete do 3.º). A taxa de sucesso dos alunos com planos de recuperação,
no biénio, foi de 68,2% e 69,4% para o 1.º ciclo, 93,1% e 63,1%, para o 2.º e 79,4% e 78,1%, para o 3.º,
enquanto a dos alunos com plano de acompanhamento foi de 92% e 100% para o 1.º, 75% e 50% para o 2.º e
91,3% e 85,8%, para o 3.º. Estes valores indiciam que as medidas educativas adoptadas para melhorar o
sucesso destes alunos, sobretudo o dos sujeitos a plano de recuperação, se têm revelado pouco eficazes.
No âmbito dos apoios colaboram com o Agrupamento várias entidades, cuja acção se tem revelado como uma
mais-valia no serviço prestado aos alunos.
2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem
A diversificação de actividades, clubes e projectos que possibilitam um conjunto de experiências de
aprendizagem, cujas temáticas abarcam as componentes activas, culturais, ambientais, sociais e artísticas, tem
contribuído para a formação integral das crianças e alunos. Esta oferta abrange, para além do currículo oficial, a
Componente de Apoio à Família e as AEC; o Desporto Escolar; os clubes de Jornalismo, Azulejo, Teatro/Dança e
Música; a comemoração de efemérides; a Feira do Livro; os Projectos (Educação para a Saúde e Educação
Sexual, Eco-Escolas, Multiculturalidade); a participação dos alunos em concursos (SuperTmatik) e as visitas de
estudo a locais de interesse científico e cultural. O trabalho desenvolvido pelas BE é reconhecido como
importante recurso na dinamização de actividades que contribuem para a valorização das aprendizagens,
designadamente as do PNL e outras da iniciativa do Agrupamento que dão expressão pública à instituição
escolar e contribuem para estreitar a relação com a comunidade. As práticas experimentais em contexto de sala
de aula não são realizadas de forma sistemática, sendo a metodologia científica incentivada, nos 2.º e 3.º ciclos,
nas actividades do clube Ciência em Acção. Embora não estejam instituídas práticas de participação dos alunos
na vida do Agrupamento, estes são responsabilizados e incentivados a prestar contas, quer no exercício da
função de delegado de turma quer no desenvolvimento de trabalhos na Área de Projecto ou na participação em
Assembleias de Turma. A visita à Futurália proporciona o conhecimento do mundo do trabalho.
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3. Organização e gestão escolar
3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade
O Projecto Educativo (PE), em fase de avaliação e remodelação, define os objectivos, as estratégias de actuação
e as metas a atingir. O Projecto Curricular, também em reformulação, tem a sua acção limitada por não
contemplar a gestão do currículo e não responder às metas e objectivos do PE. Não incorpora os critérios de
avaliação que deverão constituir referenciais comuns no Agrupamento. O Plano Anual de Actividades (PAA) é
constituído por vários planos elaborados a nível da educação pré-escolar, do 1.º ciclo, dos departamentos, de
disciplinas e projectos, mas que, na sua concepção e apresentação, não tem uma matriz comum e não é
perceptível a sua articulação com as metas do PE. A falta de articulação entre estes documentos condiciona a
sua acção como instrumentos de gestão. A nível dos PCT, sobretudo os dos 2.º e 3.º ciclos, não transparece um
trabalho de gestão curricular e de articulação interdisciplinar, embora deles constem competências gerais e
uma operacionalização transversal. Nas actividades desenvolvidas na Área de Projecto e na Formação Cívica é
visível o seu carácter interdisciplinar e transversal. Os critérios para a elaboração de horários contemplam, entre
outros, a continuidade pedagógica. O Regulamento Interno, aprovado em Maio de 2009, está a ser revisto e
contou com a participação de todos os elementos da comunidade na sua elaboração, à excepção dos alunos.
3.2 Gestão dos recursos humanos
A distribuição do serviço docente tem por base as orientações e critérios definidos, prevalecendo os de natureza
pedagógica. As equipas pedagógicas e o cargo de director de turma mantêm-se ao longo do ciclo de ensino. A
gestão dos assistentes operacionais é efectuada pela Directora, tendo em atenção o perfil, as competências e
as necessidades do serviço. Nas EB1/JI a gestão é efectuada pelas coordenadoras de estabelecimento. A
rotatividade de funções não é uma prática utilizada, mas é garantido o funcionamento de todos os sectores em
caso de faltas, por outro trabalhador. Os Serviços Administrativos, coordenados pela respectiva coordenadora
em estreita colaboração com a direcção, estão organizados por áreas funcionais sendo acautelada a
polivalência de funções. A Acção Social Escolar garante a privacidade e sigilo no atendimento a alunos e EE. Os
horários dos serviços estão adequados às necessidades dos utentes. O plano de formação docente e não
docente está traçado de acordo com as necessidades diagnosticadas. No ano lectivo transacto, a formação dos
docentes abrangeu temáticas variadas, como a educação especial e as TIC, enquanto os não docentes
frequentaram, entre outras, formação em software administrativo e em bibliotecas escolares.
3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros
Todas as escolas possuem níveis de equipamento adequado ao desenvolvimento da acção educativa,
merecendo destaque a requalificação da EB1/JI n.º 7 de Odivelas e a construção do Complexo Escolar Isabel de
Portugal. No entanto, alguns aspectos ao nível de instalação da rede informática e de videoprojectores, na
Escola-Sede, ainda não se encontram concluídos o que limita a sua utilização e não permite que seja utilizado o
sistema de cartão do aluno. A sala TIC tem em funcionamento computadores em número suficiente para
utilização pelos alunos na prática educativa.
As BE, integradas na Rede de Bibliotecas Escolares, constituem espaços amplos, acolhedores e potenciadores
de variadíssimas actividades de carácter transversal, entre outras, as de promoção da literacia e da utilização
das TIC, com interesse reconhecido pela comunidade escolar e com efeitos positivos nas aprendizagens dos
alunos. As salas específicas e os laboratórios estão bem apetrechados, permitindo o desenvolvimento da
actividade prática/experimental. As instalações desportivas estão muito bem equipadas e são adequadas às
necessidades a que se propõem. As áreas lúdicas e de jogo dos jardins-de-infância das EB1/JI têm espaços
próprios, agradáveis e adequados, o mesmo não se constatando no JI da Arroja, em que a área de recreio
denota alguma degradação. O serviço de refeitório é disponibilizado em todos os estabelecimentos, em espaços
limpos e cuidados. Devido à requalificação e construção recentes, as escolas estão a construir os planos de
segurança internos, pelo que ainda não foram efectuados exercícios de evacuação, embora exista nos
respectivos edifícios sinalética adequada. O Agrupamento revela alguma dinâmica na captação de receitas
próprias, principalmente do desenvolvimento de projectos e de verbas disponibilizadas pela autarquia para
apoio às AEC.
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3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa
Os encarregados de educação estão organizados numa única Associação e fazem-se representar nos Conselhos
Geral e Pedagógico. Esta reúne com a Direcção sempre que necessário, está atenta aos problemas com que a
instituição escolar se debate e constitui-se como importante parceiro, ao colaborar activamente na resolução de
problemas e na dinamização de actividades, designadamente nas Actividades de Tempos Livres, no 1.º ciclo. A
generalidade dos EE afirma conhecer o RI e o PE e estar informada sobre o percurso escolar dos seus
educandos e o funcionamento das actividades do Agrupamento. Tendo em conta as características do meio, o
envolvimento dos EE na vida escolar é considerado satisfatório, com destaque na educação pré-escolar e no 1.º
ciclo, em que a taxa de comparência às reuniões é na ordem dos 80%, enquanto nos 2.º e 3.º ciclos regista
valores acima dos 60%. Os docentes titulares de grupo e de turma e os DT promovem uma relação de
proximidade com as famílias, recorrendo a diversas formas de comunicação: reuniões, telefone, caderneta do
aluno e correio electrónico, manifestando disponibilidade para atendimento em período diferente do
estabelecido. Existe a preocupação de co-responsabilizar os EE pelos resultados escolares e de os implicar de
modo mais activo nos percursos dos seus educandos, apelando à sua colaboração em actividades escolares e
participação em comemorações festivas (magusto, semana da multiculturalidade, feira do livro, chá de
emoções, culinária, ateliês da reciclagem, falar de profissões). Com o mesmo intuito, no âmbito do projecto
Escola de Pais, o Agrupamento, em articulação com o projecto Sucesso Educativo e Integração, tem realizado
sessões de sensibilização e esclarecimento sobre temáticas diversas. A cooperação das entidades locais na
vida escolar, em particular a autarquia, tem sido determinante na concretização das acções previstas no PAA e
no apoio aos alunos e famílias, no quadro da Rede Social Moinhos da Arroja.
3.5 Equidade e justiça
As evidências recolhidas permitem referir que os órgãos de direcção, administração e gestão e as diferentes
estruturas se pautam por princípios de equidade e justiça, evidentes nos critérios de constituição de turmas e
na elaboração de horários, para permitir o acesso às actividades e projectos e compatibilizá-los com os
transportes públicos, na resolução de situações de índole disciplinar e nos princípios de escola inclusiva, com a
resposta dada aos alunos com NEE. O Agrupamento procura detectar possíveis casos de alunos com carências
alimentares e socioeconómicas garantindo com verbas das receitas próprias, refeições ligeiras e material
escolar. É igualmente acautelada a participação dos alunos em todas as actividades que requeiram uma
contribuição financeira, como por exemplo as visitas de estudo.
4. Liderança
4.1 Visão e estratégia
A visão estratégica encontra-se expressa nos documentos orientadores e, sobretudo, no projecto de intervenção
da Directora. Assenta, fundamentalmente, na promoção do sucesso educativo através da melhoria da qualidade
das aprendizagens, da relação do Agrupamento com o meio, da formação da comunidade educativa e da
diversificação da oferta. As metas estabelecidas são claras, embora não estejam expressos indicadores para a
sua avaliação. A direcção está a equacionar a abertura de cursos de educação e formação e a criação de
percursos curriculares alternativos, como forma de melhor responder às necessidades e expectativas dos
alunos e respectivos EE. Os responsáveis têm feito um esforço relevante na dinamização de uma grande
quantidade de projectos e clubes, cujo impacto no desenvolvimento integral dos alunos é evidenciado por todos.
O Agrupamento é reconhecido, ainda, na comunidade, pela quantidade das parcerias celebradas, pelo bom
clima educativo existente, que resulta de um salutar relacionamento interpessoal e pelo profissionalismo de
todos os que nele trabalham. A cultura do Agrupamento tem vindo a ser cimentada ao longo dos anos, facilitada
quer pela sua pequena dimensão quer pela proximidade entre todos os estabelecimentos que o compõem,
sendo já perceptível um sentimento de unidade com o desenvolvimento de algumas actividades conjuntas e
projectos comuns.
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4.2 Motivação e empenho
A Directora, os órgãos de direcção, administração e gestão e as estruturas de coordenação educativa e
supervisão pedagógica conhecem a sua esfera de acção e mostram-se empenhados em tomar decisões que
favoreçam a concretização dos objectivos fixados no PE. Têm uma visão de conjunto do Agrupamento e dos
seus contextos. São discutidos os vários aspectos da vida escolar e verifica-se autonomia e complementaridade
nas acções e decisões decorrentes da especificidade de cada órgão, sendo respeitado o princípio da
subsidiariedade. Todos os membros da comunidade escolar revelam motivação e empenho, atitudes que
contribuem para o bom clima educativo existente. Os docentes revelam dinamismo no desenvolvimento das
várias actividades conducentes à concretização do PAA. Os assistentes técnicos e operacionais, com a sua
acção quotidiana e dedicação pessoal, contribuem para o bom funcionamento do Agrupamento. A direcção
monitoriza os níveis de assiduidade do pessoal docente e não docente. As taxas de absentismo dos docentes
encontram-se próximas da média nacional, tendo descido de 7,0%, em 2007-2008, para 6,7%, em 2009-2010.
No caso do pessoal não docente, no mesmo período, a taxa baixou de 9,7% para 6,9%.
4.3 Abertura à inovação
A abertura à inovação está patente em algumas das parcerias, projectos e protocolos estabelecidos com várias
entidades, no intuito de melhorar a prestação do serviço educativo, prevenir situações e comportamentos de
risco, exclusão social, absentismo, insucesso e abandono escolar. A título de exemplo, refere-se a Escola para
Pais dinamizada pelo Gabinete de Apoio Psicológico (GAP), a qual possibilita o tratamento de temáticas
relacionadas com a higiene, segurança, educação sexual e relacionamento interpessoal e a articulação do
Agrupamento com o Projecto para o Sucesso Educativo e Integração (SEI), associado à Rede Social Moinhos da
Arroja, com o objectivo de reflectir, analisar e articular estratégias de intervenção social no apoio à população
escolar. Constitui também uma prática inovadora o facto de a temática da sexualidade estar a ser abordada, de
forma articulada, desde a educação pré-escolar até ao 9.º ano.
4.4 Parcerias, protocolos e projectos
Com vista à melhoria da prestação do serviço educativo o Agrupamento tem estabelecido diversas parcerias e
protocolos com as entidades locais, em particular com a Câmara Municipal e Junta de Freguesia de Odivelas,
que asseguram apoio logístico a várias iniciativas como: projectos ligados à solidariedade - Crescer a Brincar e
Sucesso Educativo e Integração, integrando este os subprojectos Gabinete de Apoio Psicológico (que promove a
Rede Social Moinhos da Arroja) e Mediação Escolar; a dinamização de programas no âmbito da educação préescolar - Do urbano ao rural (visitas de estudo à Quinta Agrícola da Paiã), Os Vigilantes-Patrulheiros (apoio à
saída do estabelecimento) e a Adaptação ao Meio Aquático. Regista-se também as parcerias com instituições
que têm colaborado no apoio aos alunos e famílias em situações de risco familiar (Comissão de Protecção de
Crianças e Jovens de Odivelas, Centro Paroquial de Famões e o Instituto de Apoio à Criança que, através do
Projecto Rua, privilegia os contactos com as famílias), à saúde (Centro de Paralisia Cerebral Calouste
Gulbenkian, Centro de Saúde de Odivelas e Centro de Psicologia Psicodomus) e à segurança (Bombeiros
Voluntários de Odivelas e Escola Segura). Existe ainda uma estreita ligação com o Instituto Superior de
Educação e Ciências e com a Escola Superior de Educação de Lisboa (na formação de professores), e o Centro
de Karate-Do Shotokan de Odivelas (dinamização das actividades da Componente de Apoio à Família), entre
outras. Com o mesmo intuito, a adesão a projectos de âmbito nacional como o Desporto Escolar, o Plano da
Matemática II, o Plano Nacional de Leitura, a Rede Nacional de Bibliotecas Escolares, os Novos Programas de
Língua Portuguesa e de Matemática, ou de âmbito Europeu, como o Eco-Escolas, tem como finalidade melhorar
o serviço educativo prestado.
5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento
5.1 Auto-avaliação
Existem no Agrupamento, desde há vários anos, alguns procedimentos auto-avaliativos dispersos, ligados
fundamentalmente aos resultados académicos dos alunos e a algumas actividades desenvolvidas nos PAA. Os
dados relativos ao sucesso e os relatórios de várias iniciativas têm sido objecto de análise e reflexão, ao nível
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dos vários órgãos e estruturas, de forma a encontrar estratégias para os problemas detectados. Contudo, só em
Janeiro de 2010 foi criada uma equipa, constituída por elementos do pessoal docente e não docente, que,
recorrendo ao modelo Common Assessment Framework, implementou um processo de auto-avaliação com
carácter intencional e estruturado. A equipa elaborou um cronograma para a sua aplicação, abrangendo o
período de Janeiro a Setembro de 2010. Foi feito o diagnóstico organizacional do Agrupamento, onde foram
identificados pontos fortes e aspectos a melhorar. Com a mudança para as novas instalações, os procedimentos
subsequentes sofreram algum atraso e só agora estão a ser elaborados os planos de acção de melhoria. Está
previsto serem implementadas a partir de Abril deste ano, quatro das nove acções já planeadas. Este processo
auto-avaliativo, apesar de já revelar alguma consistência, ainda não é sistemático, pelo que não está garantida
a sua continuidade.
5.2 Sustentabilidade do progresso
As debilidades do Agrupamento estão identificadas no PE, no Projecto de Intervenção da Directora e, mais
recentemente, no relatório de auto-avaliação. Embora os planos de melhoria decorrentes do processo de autoavaliação ainda não tenham sido implementados, os responsáveis têm vindo a desenvolver estratégias para
ultrapassar os problemas detectados, algumas já com efeitos visíveis, nomeadamente ao nível da criação de
clubes e projectos, da articulação do GAP com o Núcleo de Apoios Educativos, da maior articulação com os EE,
nomeadamente com a respectiva Associação, da motivação do pessoal não docente e da melhoria dos canais
de comunicação e circulação de informação.
Os responsáveis têm identificado e aproveitado algumas das oportunidades que se lhes apresentam, sendo
exemplo disso a adesão aos muitos projectos promovidos pela autarquia, assim como a exploração das muitas
parcerias celebradas. Também conhecem os constrangimentos que podem comprometer o cumprimento dos
seus objectivos, ligados, no curto prazo, ao facto de, em resultado da requalificação e construção dos novos
edifícios, não terem ainda sido activadas todas as potencialidades relativas ao Plano Tecnológico da Educação.
Pelo trabalho já efectuado, e desde que seja garantida a continuidade do processo de auto-avaliação, tudo
indicia que esteja assegurada a sustentabilidade do progresso.
V – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas Moinhos da Arroja (pontos
fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A
equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o
agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.
Entende-se aqui por:
•
Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos;
•
Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos;
•
Oportunidades – condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o
cumprimento dos seus objectivos;
•
Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o
cumprimento dos seus objectivos.
Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.
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Pontos fortes

Trabalho de integração de crianças da comunidade cigana, desde a educação pré-escolar até ao 9.º
ano, como medida preventiva para o abandono escolar;

Bibliotecas Escolares que se constituem como espaços potenciadores de variadíssimas actividades de
carácter transversal, com efeitos positivos nas aprendizagens dos alunos e de interesse reconhecido
pela comunidade escolar;

Colaboração activa da Associação de Pais e Encarregados de Educação na resolução de problemas e na
dinamização de actividades no Agrupamento;

Todos os membros da comunidade escolar revelam motivação e empenho, atitudes que contribuem
para o bom funcionamento e clima educativo existente;

Bom trabalho desenvolvido na prevenção de situações e comportamentos de risco, exclusão social,
absentismo, insucesso e abandono escolar, através do estabelecimento de parcerias e protocolos com
várias entidades e adesão a projectos de âmbito local, nacional e internacional, com vista à melhoria da
prestação do serviço educativo.
Pontos fracos

Gestão vertical do currículo que não é desenvolvida de forma sistemática e estruturada, o que
compromete a sequencialidade das aprendizagens;

Fraca articulação entre as actividades da componente de apoio à família e das actividades de
enriquecimento curricular, respectivamente, com as orientações curriculares da educação pré-escolar e
com os programas do 1.º ciclo e/ou com as disciplinas do 2.º ciclo, o que não contribui para o
desenvolvimento de um projecto integrador das aprendizagens;

Fraca eficácia das medidas educativas adoptadas para melhorar o sucesso dos alunos sujeitos a
planos de recuperação e de acompanhamento;

Falta de articulação entre o Projecto Curricular de Agrupamento, o Plano Anual de Actividades e as
metas e os objectivos do Projecto Educativo, o que condiciona a sua acção como instrumentos de
gestão;

Processo de auto-avaliação que apesar de revelar alguma consistência ainda não é sistemático, não
garantindo a sua continuidade.
Oportunidades

Diversificação da oferta educativa pela criação de cursos de percursos curriculares alternativos e
cursos de educação e formação.
Constrangimentos

Falta de conclusão da instalação da rede informática e de videoprojectores na Escola-Sede, o que limita
a utilização dos equipamentos informáticos.
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