Mini Paper Series Ano 9 o Julho, 2014 – N 214 Desmistificando Capacidade Virtual, Parte II Jorge L. Navarro o Mini Paper anterior definimos o conceito de capacidade virtual e identificamos os fatores genéricos de que ele depende: Máquina Física (PM), capacidade garantida, atributo de uso exclusivo, atributo de limite/corte e prioridade relativa. N Um cenário muito simples foi proposto: uma PM de 8 núcleos com duas VMs, a vermelha e a azul, parametrizadas com a seguinte configuração: capacidade garantida de 4 núcleos, sem uso exclusivo, sem corte/limite, 8 núcleos virtuais e prioridade relativa de 128. Se a demanda da vermelha é de 5 núcleos e da azul é de 1 núcleo, qual será a distribuição da capacidade restante? A azul receberá somente 1 núcleo, já que essa demanda é bem menor que os 4 núcleos garantidos. Os 3 núcleos restantes não são usados e, como ela não tem o atributo de uso exclusivo ativado, eles são cedidos de volta como capacidade livre. O uso da vermelha aumenta pra 5 núcleos, 4 deles vindos de sua capacidade garantida e 1 núcleo adicional vindo da capacidade livre. Nessa situação a PM está 75% ocupada (6 de 8 núcleos) e não existem demandas não atendidas. Uma regra geral é que se todas as VMs estiverem sem corte e sem uso exclusivo e a soma de todas as demandas resultar em um número menor que a capacidade da PM, então as demandas de todas as VMs poderão ser atendidas. Vamos considerar um caso com concorrência, capacidade de PM não é suficiente para satisfazer demandas das VMs, sendo todas elas sem corte exclusivo. Como a capacidade da PM, agora distribuída? ou seja, a a soma das e sem uso escassa, é Suponha a mesma PM de 8 núcleos, com 3 VMs (vermelha, azul e verde) e a seguinte configuração: capacidade garantida de 3 núcleos para vermelha e azul e 2 núcleos para a verde, sem uso exclusivo, sem corte/limite, 8 núcleos virtuais e prioridade relativa de 128. As demandas são: vermelha e azul com 4 núcleos e verde com 1 núcleo. As demandas somam 9 núcleos, mais do que a capacidade física (8 núcleos). No primeiro grupo temos VMs com demandas menores ou iguais às suas capacidades garantidas: elas são atendidas e o resto da capacidade garantida é cedida, aumentando a capacidade livre. A VM verde está nesse grupo: ela usa 1 núcleo e cede 1 núcleo. No segundo grupo ficam as VMs com demandas maiores que as suas capacidades garantidas: elas recebem suas capacidades garantidas mais uma proporção da capacidade livre, de acordo com suas prioridades relativas. A vermelha e azul estão nesse grupo, ambas usam 3 núcleos garantidos mais meio núcleo vindo do núcleo livre dividido em duas partes iguais, já que ambas VMs tem a mesma prioridade e portanto recebem a mesma fração. Nessa situação, a PM está 100% utilizada e existem demandas não atendidas – a vermelha e a azul. O que aconteceria se a VM verde fosse desligada ou sua demanda caísse para zero? Ou se a VM azul tiver um limite/corte? Ou se o número de núcleos virtuais para a VM vermelha for alterado para 2? Ou se a demanda da verde subir para 4 núcleos? Ou se a capacidade garantida da azul for de uso exclusivo? E se... e se... e se... Os cálculos para resolver um caso genérico, se você sabe o que fazer e como fazer, são simples. Eu criei uma planilha implementando esses cálculos, para ser usada como uma ferramenta de ajuda: O desmistificador de capacidade virtual. Ela vem com uma apresentação que ilustra o seu uso. Realize experimentos com a ferramenta a fim de compreender e entender totalmente capacidades virtuais. Um último ponto: talvez eu devesse adicionar o seguinte subtitulo: “… num mundo perfeito”. No mundo real existem efeitos de segunda ordem – sobrecarga (overhead), ineficiências, perdas de cache – que diminuem as capacidades virtuais que obtemos. Esses efeitos pertencem ao universo de técnicos avançados e gurus de performance, mas você deve estar ciente de sua existência. Para saber mais The Virtual Capacity Demystifier Demystifying Performance Blog VMware vSphere Resource Management Guide Server virtualization with IBM PowerVM Jorge L. Navarro é Arquiteto de TI na IBM Espanha, com 25 anos de experiência em tecnologia de informação, formado em Physical Science pela Universidade de Barcelona e com especialização em Sizing and related areas. O Mini Paper Series é uma publicação quinzenal do TLCBR e para assinar e receber eletronicamente as futuras edições, envie um e-mail para [email protected]